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Torre de Controle do Aeroporto de Congonhas – SP
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Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA
Índice Seção: Notícias do SISCEAB Passagens de cargos das OM subordinadas ao DECEA Seção: Notícias do SISCEAB CARSAMMA participa de curso avançado sobre a evolução de risco de colisão entre aeronaves
Seção: Conhecendo o DTCEA São Paulo – SP
SISSAR: conhecimento através do controle
Reportagem Especial: O conhecimento proporciona escolhas: o meu lugar é aqui!
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Seção: Notícias do SISCEAB Novos chefes assumem o SDTE e o SDTI do DECEA
Seção: Notícias do SISCEAB Ciscea assina contratos para melhoria do Sistema
Operação AIREX 2007
Artigo: A Construção da Força Aérea Brasileira A comprovação da essência da nossa gente: Comandante da Aeronáutica elogia conduta profissional de controladora da torre do aeroporto de Congonhas
Nossa capa
Expediente
Torre de Controle do Aeroporto de Congonhas – SP
Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA
A torre do aeroporto de Congonhas foi construída em 1951 e controla – em média – 550 aeronaves de asa fixa e 250 aeronaves de asa rotativa (helicópteros), diariamente. Atualmente, o aeroporto de Congonhas está operando com uma torre de controle provisória, em virtude da revitalização da antiga torre. Diante das necessidades técnicas e operacionais, foi elaborado um plano de revitalização (gerenciado pela empresa austríaca Frequentis, através da CISCEA), iniciado em outubro de 2007 e com previsão de término para junho de 2008. Porém, a torre de controle provisória já possui os novos equipamentos e procedimentos que serão implementados na torre que será revitalizada. A longevidade dos novos equipamentos deverão ser de pelo menos 15 anos. A estrutura provisória abrigará os controladores por quatro meses. Durante esse período, eles estão utilizando monitores sensíveis ao toque, o que vem agilizando a rotina do serviço de controle de tráfego aéreo. Como benefício para a atividade no aeroporto de Congonhas, houve uma automatização maior de alguns procedimentos, permitindo que os controladores otimizem o raciocínio operacional em relação ao tráfego aéreo sob o sua batuta, aperfeiçoando também o “modus operandi” do gerenciamento de tráfego aéreo.
Diretor-Geral Interino: Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Cel Av R1 Redação: Daisy Meireles (RJ 21523-JP) Telma Penteado (RJ 22794-JP) Diagramação & Capa: Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ) Fotografia: Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)
Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer Email: esteves@ciscea.gov.br aeroespaco@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 - Centro CEP 20021-130 - Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2123-6585 Fax: (21) 2262-1691 Editado em março/2008 Fotolitos & Impressão: Ingrafoto
Editorial
E
stamos em 2008. Você está recebendo o primeiro número da Aeroespaço deste ano. Nessas páginas são encontrados relatos de nossas principais realizações, eventos relevantes, acontecimentos, reportagens, sugestões, opiniões e idéias que visam aprimorar o Sistema e um mosaico que apresenta facetas de nossa gente, seus anseios, suas perspectivas de vida profissional etc. Quando tudo isto é posto em conjunção, temos uma mostra, a cada mês, do que é o nosso Sistema e constatamos o quanto de realidade há em nossas atividades. É exatamente sobre este ponto que gostaria de chamar a atenção de todos. Nosso dia-a-dia é feito essencialmente de coisas reais, concretas, factuais. Nossa missão é absolutamente clara e objetiva. Cada atividade, função, tarefa e mecanismos de execução estão definidos e as fronteiras de responsabilidade e atribuições também. Aqui todo mundo sabe o que tem a fazer, como fazer e em que equações de tempo cada gesto ou movimento deve ser feito. Não há segredos nem diferentes interpretações do que nos é atribuído pelo Estado Brasileiro. Somos, de fato, uma Organização Militar, regidos por normas, regulamentos e procedimentos muito específicos que são ostensivos e conhecidos por todos. Em nosso cotidiano não cabem virtualidades, porque o ritmo do fluxo do tráfego aéreo e a infinidade de meios e funções que o sustentam, ocorrem em tempo real e não podemos nos permitir a divagações, digressões ou até mesmo fantasias. Vivemos, por assim dizer, sedimentados na realidade. Como parte de nossas atribuições estão, também, as tarefas de planejamento, listagem de metas, estabelecimento de prazos, arregimentação de meios, alocação de recursos humanos e financeiros, tudo baseado em visões prospectivas que decorrem muitas vezes de compromissos firmados junto à comunidade internacional do transporte aéreo e à demanda natural do crescimento dos movimentos aéreos em nosso País. Desta forma, há, portanto, um compromisso permanente do Sistema com o futuro e este futuro se projeta pelo menos dez anos à frente, mobilizando inteligência, energia, determinação, conhecimento, competência e profissionalismo. Isto é a nossa realidade e só podemos ser medidos e avaliados por estas linhas. E são elas que emprestam sentido ao que formalmente foi estabelecido como missão do Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Qualquer coisa diferente disto é fantasia, é especulação e, portanto, perda de tempo. Neste ano de 2008, estimo que devamos seguir cumprindo rigorosamente o que nos compete fazer. Convoco a todos para juntos realizarmos nossa missão, sempre com os pés na realidade e de olhos postos no futuro. Muito obrigado,
Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso Diretor-Geral Interino do DECEA
NOTÍCIAS DO SISCEAB
Passagens de Carg O Brig Rodrigues Filho destacou ainda a oportunidade de colaborar com o DECEA na sua preparação para a auditoria da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), o que levou a Comissão a assumir mais essa À direita, o novo presidente da CERNAI: Cel Pompeu Brasil tarefa”. Após agradecer a CERNAI todo o efetivo da Comissão e à sua Iniciando o cronograma de Passaesposa, ele concluiu seu discurso gens de Comando das organizações subordinadas ao DECEA, no dia 10 dizendo que “ao entregar a Preside janeiro realizou-se a transmissão dência da CERNAI ao Cel Pompeu da presidência da Comissão de Es- Brasil, tenho a sensação do dever tudos Relativos à Navegação Aérea cumprido e a certeza de que ainda Internacional (CERNAI), do Brig há muito por fazer. No entanto, esAr Rafael Rodrigues Filho para o tou convicto que, pelas suas qualiCel Av José Pompeu dos Magalhães dades pessoais e profissionais, meu sucessor saberá dar continuidade Brasil Filho. A solenidade militar foi presidi- aos importantes projetos já iniciada pelo Diretor-Geral Interino do dos e conduzir a Comissão com efiDECEA, Maj Brig Ar Ramon Bor- ciência”. O Cel Pompeu possui vasta exges Cardoso. periência na área da aviação civil e A CERNAI, que conta hoje com segurança de vôo e antes de assumir 21 militares em seu efetivo, está sua presidência da CERNAI, comanbordinada administrativamente ao dava a Base Aérea do Galeão. DECEA. Em seu discurso de despedida, o Brig Ar Rodrigues Filho, que já está comandando o Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), começou declarando que assumiu o cargo de Presidente da CERNAI imediatamente após a criação da ANAC e que esse fato deu início a um período de transição, em face da necessidade de se desvincular as atividades de transporte aéreo da nova estrutura organizacional. O Brig Rodrigues Filho declarou que: “Nesse sentido, iniciou-se um processo para alterar a subordinação da CERNAI, do Comandante da Aeronáutica para o DECEA, considerando-se que a atividade precípua passou a ser a navegação aérea”.
CINDACTA III
discurso, elogiou o trabalho realizado pelo Cel Av Candez, enfatizando seu empenho e dedicação para manter o padrão de desempenho do CINDACTA III na sua missão e deu as boas-vindas ao novo Comandante. Em seu discurso de despedida, o Cel Av Candez destacou a infra-estrutura do Centro, com seus 1.500 profissionais, entre militares e civis, e com todo equipamento que suporta a operação de muitos Órgãos que prestam serviço para o controle do espaço aéreo da Região Nordeste e do Atlântico Sul. “Eu aprendi que sucesso é alcançar os nossos sonhos, mas felicidade é gostar do que alcançamos”, declarou o ex-Comandante. Depois dos agradecimentos ao efetivo, aos seus superiores e à família, o Cel Candez referiu-se ao seu substituto, dizendo: “ao senhor, Cel Leão, oficial competente e possuidor dos melhores atributos para comandar este Centro, desejo muito sucesso e coloco-me à disposição para qualquer tarefa em prol da nossa Força Aérea. Deixo-lhe uma Organização Militar e seus dez Destacamentos aprestados, todos os sistemas operacionais e um efetivo entusiasmado! Seja muito feliz!” Finalizando seu discurso, ele disse: “quando o desejo é forte e há disposição para realizá-lo, o universo conspira a favor. Senta a Pua! Brasil!”
A passagem de Comando do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo ( C I N D A C TA III), em Recife, se deu em 16 de janeiro. A cerimônia militar na qual o Cel Av José Alves Candez Neto entregou o cargo ao Cel Av Luis Gonzaga Leão Ferreira também foi presidida pelo Maj Brig Ar Ramon, Cel Av Leão (à direita) assume o Comando do que - em seu CINDACTA III 4
o das OM do DECEA O Cel Av Luis Gonzaga Leão Ferreira é natural de Oliveira (MG). Nascido em 1961, é casado com Cibele Martins Ferreira e tem dois filhos, Aaron e Lorenzo. Praça de 06 de março de 1978, o Cel Av Leão assumiu o atual posto em 31 de agosto de 2007. Além dos cursos de carreira, possui formação no Curso de Qualidade Total da Secretaria de Estado da Administração do Estado do Paraná (SEAD). Dentre os cargos assumidos estão os de Chefe da Divisão Operacional do CINDACTA II (2004/2005); Chefe de Operações do Centro de Operações de Defesa Aeroespacial – CODA (2006) e, como último cargo, Chefe do Centro de Operações de Defesa Aeroespacial – CODA (2007).
CINDACTA I
Na manhã do dia 18 de janeiro se deu a Passagem de Comando do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA I), em Brasília, das mãos do Cel Av Eduardo dos Santos Raulino ao Brig Ar Rafael Ro- Pela primeira vez um CINDACTA é Comandado por um drigues Filho. Oficial-General: Brig Ar Rodrigues Filho (à direita) Presidida pelo Ministro do Superior Ao se dirigir ao Cel Raulino, o Maj Brig Tribunal Militar, Ten Brig Ar Flávio de Ar Ramon agradeceu pelo excelente traOliveira Lencastre, e com as presenças balho prestado, lembrando que “a agitada do Maj Brig Ar Ramon e demais auvida de trabalhos, resoluções, soluções e toridades do DECEA, a cerimônia foi um marco na histó- ações permitem o crescimento do Controle ria do Departamento do Espaço Aéreo”. “A História”, prosseguiu, “baseia-se não e da Força Aérea Brasiem ilusões, mas em soluções. E é isso que leira. Pela primeira vez vimos em seu trabalho, Cel Raulino. O um CINDACTA está DECEA só tem a agradecê-lo”. sendo comandado Ao Brig Rodrigues Filho disse: “Pelas por um Oficial-Geinúmeras qualidades pessoais e profissioneral. nais, o senhor tem todas as características Em seu discurso para executar um excelente comando e tem de despedida, o Cel o apoio irrestrito do DECEA”, concluiu o Raulino lembrou Maj Brig Ramon. que, assim que asO Brig Ar Rodrigues Filho, nascido em sumiu o comando 1954, é natural do Rio de Janeiro (RJ). É da unidade, ainda casado com Lucinda Cardoso Rodrigues que diante de tão difícil situação em com quem tem dois filhos, Aline e Rafael. Ten Cel Porfírio (à esquerda) é o novo Chefe do CCA-BR que se encontrava o Praça de 01 de março de 1971, assumiu o CINDACTA I, foi atual posto em 25 de novembro de 2005. tomado de imensa Além dos cursos normais de carreira, posCCA-BR alegria e orgulho. sui MBA Executivo Gestão Administrativa A passagem de Comando do CenO Cel Raulino se dirigiu a todo o – Nível Estratégico e Cursos de Organizatro de Computação da Aeronáutica de efetivo do Centro, agradecendo pelo ções e Métodos (O&M). Brasília (CCA-BR) ocorreu no dia 17 dedicado trabalho de todos: “Um SisDentre os principais cargos exercidos de janeiro, no auditório do GAP – BR, tema de Controle do Espaço Aéreo não estão os de Comandante do Terceiro Esonde o Cel Int Tomaz Gustavo Maciel se faz apenas por um conjunto de con- quadrão de Transporte Aéreo; Comandande Lima transmitiu o cargo de Chefe soles, computadores e equipamentos te do Grupo de Serviço de Base; Chefe da do CCA-BR ao Ten Cel Av Carlos Ro- reluzentes num Centro de Controle. Assessoria de Controle do Espaço Aéreo e Os nossos recursos humanos, essência de Aviação Civil; Adjunto do Assistente do berto Porfirio Junior. do nosso ser, são a verdadeira expressão Presidente da CERNAI; Chefe da DelegaA solenidade, presidida pelo DGCEA, da nossa maior riqueza, o nosso maior ção do Brasil na OACI; Chefe do Subdecontou com a presença do então Chefe e inestimável patrimônio”. partamento de Infra-estrutura do extinto do Subdepartamento de Tecnologia da Após agradecer a todos, desejou DAC e, por fim, Presidente da Comissão Informação do DECEA (SDTI), Brig boas-vindas e sucesso ao Brig Ar Ro- de Estudos Relativos à Navegação Aérea Eng Roberto Souza de Oliveira. drigues Filho. Internacional (CERNAI). 5
NOTÍCIAS DO SISCEAB
continuação:
Passagens de Cargo das OM do DECEA
de dados que sustenta todos os processos e sistemas”. Após os agradecimentos, o Cel Av Minelli lembrou que certa vez, em uma festa de despedida, alguém disse que quando temos um amigo que Cel Ghisi (à direita) assume a Chefia do SRPV-SP tem de partir, ele não quer ir embora e nem SRPV-SP nós queremos que ele se vá. E este é Em 23 de janeiro o Cel Av Jefer- o exato momento no qual ele deve son Ghisi Costa assumiu a Chefia seguir em frente. “Agarro-me a este do Serviço Regional de Proteção ao pensamento na tentativa de dimiVôo de São Paulo (SRPV-SP), re- nuir a saudade que já aperta em cebendo o cargo do Cel Av Carlos meu peito. Mas, como eu disse no Minelli de Sá. início, hoje se encerra um ciclo. É A cerimônia, presidida pelo Dire- hora de partir, seguir novos rumos tor-Geral do DECEA, contou com e, muito maior do que a saudade a presença de diversas autoridades que aperta, minha vida fica sempre civis e militares da comunidade ae- marcada pelo privilégio de ter conronáutica. tado com tanta confiança e respeito O Cel Av Minelli destacou que deste time de homens e mulheres o SRPV-SP - único remanescen- que me deram verdadeiras lições de te dos serviços regionais - possui vida”. uma área diminuta (se comparado O Cel Av Ghisi nasceu em Paracom os CINDACTA). São apenas navaí (PR) em 1963. Casado com duas terminais: Rio de Janeiro e Valga Aparecida Alves Ghisi Costa, São Paulo. “É, de longe, a maior tem um filho, Luis Henrique. densidade de tráfego aéreo do País Praça de 12 de dezembro de 1984, e exige mais do que controle, exige foi promovido ao atual posto em 31 gerenciamento e um acompanha- de agosto de 2007. mento constante, pois qualquer Dentre os principais cursos de ruptura neste fluxo tem efeitos quase que imediatos e negativos em todo o Brasil. São mais de 2.300 tráfegos por dia. Para suportar esta responsabilidade contamos com uma cobertura de 10 radares e um número expressivo de sistemas de comunicação, auxílios à navegação, meios de canalização terrestre e via satélite e toda a infra-estrutura de geração de energia, clima- No CINDACTA II, Cel Leonidas (à esquerda) é o tização e processamento Comandante 6
carreira estão os de Comando e Estado-Maior e Curso de Tática Aérea. Seus últimos cargos foram os de Chefe da Seção de Informática Operacional do CINDACTA II; Chefe da Subdivisão de Informática do CINDACTA II; e, por fim, Chefe da Divisão Operacional do CINDACTA II.
CINDACTA II
O Cel Av Eduardo Jean Kiame transmitiu, em 24 de janeiro, o cargo de Comandante do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), ao Cel Av Leônidas Medeiros de Araújo Júnior, em cerimônia também presidida pelo Maj Brig Ar Ramon. Estiveram presentes à solenidade, entre outras autoridades, o Comandante da 5ª Região Militar, General de Divisão Luiz Guilherme Terra Amaral; o Comandante do Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), Maj Brig Ar Raul José Ferreira Dias; o Comandante da Artilharia Divisionária da Quinta Região Militar, General de Brigada Emir Benedetti; o Chefe do Estado-Maior do COMDABRA, Brig do Ar Ricardo da Silva Servan e o Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brig do Ar José Roberto Machado. O Cel Av Leônidas é natural de Brasília (DF), nascido em 1963, casado com a Cap Méd Ana Paola Brasil Medeiros e pai de quatro filhos, Melina, Leônidas, Mônica e João. Praça de 06 de fevereiro de 1981, assumiu o atual posto em 31 de agosto de 2007. Dentre os cursos de carreira estão os de Gerenciamento do Sistema de Controle do Espaço Aéreo e Superior de Comando e Estado-Maior. Seus últimos cargos foram os de Chefe da Divisão Operacional do extinto SRPVMN e Chefe de Gabinete do novo CINDACTA IV.
Novos chefes assumem o SDTE e o SDTI do DECEA O Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso, presidiu a cerimônia militar de passagem das chefias dos Subdepartamentos Técnico (SDTE) e Tecnologia da Informação (SDTI) do DECEA, no último dia 14 de março. No mesmo evento, ocorreu a despedida do serviço ativo da Aeronáutica do Brig Eng Roberto Souza de Oliveira – que, por quase cinco anos, chefiou o SDTI. As passagens de Chefia Na cerimônia, o Cel Av José Geraldo Ferreira Malta – que será promovido a Brigadeiro no próximo dia 31 de março e vai assumir a chefia do CIAAR (Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica) em abril - passou o cargo de chefia do SDTE para o Cel Eng Luiz Antonio Freitas de Castro – que também será promovido a Brigadeiro no dia 31. Graduado em Engenharia de Telecomunicações, Ciências Sociais e Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo – ainda – concluído MBA em Gerência de Telecomunicações pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Cel Castro - em seu último cargo - atuou como Chefe da Divisão de Contra-Incêncio da DIRENG. O novo Chefe do SDTE vai completar 50 anos em maio, é mineiro, casado e tem três filhos. Na seqüência, o Brig Eng Roberto Souza de Oliveira transmitiu o cargo para o novo Chefe do SDTI, Cel Av José Luiz Villaça Oliva. Natural de Bragança Paulista (SP), o Cel Villaça tem 49 anos, é casado e tem duas filhas. Seu último cargo foi como chefe da Divisão de Relações Internacionais da Secretaria de Planejamento Estratégico e Assuntos Internacionais no ministério da Defesa.
Despedida do Brig Roberto No dia 11 de março, o Brig Roberto completou 40 anos de vida militar. O ex-chefe do SDTI fez um breve resumo de sua atuação no cargo, enfatizando a atribuição do controle do orçamento de Tecnologia da Informação da Força ao SDTI do DECEA pelo Estado‑Maior da Aeronáutica. O Brig Roberto declarou que teve a oportunidade de pôr em prática toda a formação que generosamente lhe foi propiciada pela FAB, chegando ao cargo mais relevante na área de TI. Reconheceu, ainda, o apoio do grupo de jovens Oficiais leais, competentes e comprometidos com a Instituição. “Acredito que a conjuntura atual requer capacidade gerencial sustentada na competência, no comprometimento com a Instituição e na persistência para a consecução dos objetivos propostos. Da minha parte, tenho certeza de que lutei o bom combate!” – finalizou o brigadeiro. A Maj Gisela dos Santos Pellegrino, que atuou como assessora do Brig Roberto, entregou ao oficial-general, em nome da FAB, a insígnia de brigadeiro engenheiro, como lembrança do honroso convívio. Como símbolo do dever cumprido, o DGCEA também homenageou o Brig Roberto com uma recordação da Força Aérea Brasileira e, logo depois, agradeceu a sua dedicação, dizendo: “O SDTI, arcabouço de sustentação do SISCEAB, que esteve sob sua regência e responsabilidade nos últimos anos, muito lhe deve, como lhe deve a Aeronáutica brasileira, a Força Aérea e o Brasil. Nada é mais gratificante para o coração do soldado do que a certeza do dever cumprido. Missão cumprida, Brigadeiro Roberto.
O Cel Castro é o novo Chefe do SDTE
A cerimônia foi presidida pelo Diretor-Geral do DECEA
A despedida do Brig Eng Roberto do serviço ativo da Aeronáutica
Atual Chefe do SDTI: Cel Villaça
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NOTÍCIAS DO SISCEAB
CARSAMMA participa de curso avançado sobre a avaliação do risco de colisão entre aeronaves Em função da possibilidade de aumento significativo dos índices de risco de colisão entre aeronaves em vôo de cruzeiro em todo o mundo e, principalmente, nas regiões CAR/SAM (Caribe e América do Sul), vislumbrou-se a necessidade de preparação e aperfeiçoamento de especialistas na avaliação do risco de colisão, bem como conhecer os parâmetros utilizados para os cálculos matemáticos desses riscos. Para tanto, a Agência de Monitoração do Espaço Aéreo das Regiões do Caribe e América do Sul (CARSAMMA) apoiada pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) e pelo DECEA, iniciou um programa de capacitação, com o intuito de aperfeiçoar os conhecimentos necessários ao cumprimento de sua missão. Em decorrência disso, a equipe da CARSAMMA esteve no escritório regional da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), em Lima, Peru, no período de 26 a 30 de novembro de 2007, participando do Curso CAR/ SAM Avanzado sobre la Evaluación del Riesgo de Colisión entre Aeronaves en Vuelo de Crucero, ministrado, totalmente, em espanhol, e que teve como instrutores o Eng Dr Artur Flávio Dias (IEAv/CTA) e o Eng Saulo José da Silva (OACI). Este curso ocorreu em função do
Programa Mundial de Implantação do Sistema CNS-ATM pela OACI, quando todos os Estados Contratantes necessitam desenvolver seus sistemas de gerenciamento do tráfego aéreo, visando atender as mudanças ocorridas nos Membros da delegação brasileira aprovados no curso últimos anos. O Brasil - como Espa, enviaram representantes as delegatado ao qual foi delegada a responsa- ções dos seguintes Estados das Regiões bilidade de avaliação da segurança do CAR/SAM: Bolívia, Chile, Colômbia, espaço aéreo do Caribe e da América Equador, Paraguai, Peru e República do Sul, agindo como uma Agência de Dominicana. Monitoração Regional (RMA) do espaDurante a realização do curso, os ço aéreo das Regiões CAR/SAM - vem conteúdos abordados objetivaram a atuando na criação de mecanismos que transmissão dos conhecimentos necespossibilitem a otimização da segurança sários para a compreensão das equações e avaliação dos riscos de colisão no Ge- usadas em uma avaliação de segurança renciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo operacional, para a verificação se uma (ATFM) das Regiões CAR/SAM. avaliação de segurança foi realizada A delegação brasileira foi compos- apropriadamente e para detectar a resta pelos seguintes membros: Maj Av ponsabilidade que cada Estado ContraRenato Pietroforte Carvalho (Chefe tante tem no resultado final da Avaliada CARSAMMA); DACTA Ricar- ção do Risco. do Dantas Rocha (CARSAMMA); Todos os membros da delegação braDACTA Reinaldo Brandão Taveira sileira foram aprovados no curso em (CARSAMMA); DACTA Thaís San- questão, com menção honrosa, recetarém Assumpção (CARSAMMA); bendo seus certificados em solenidade e Eng Marcos José Mahler de Araújo presidida pelo Senhor José Miguel Ce(Fundação Atech). ppi, Diretor Regional do Escritório da Além da participação da Avianca/Ifal- OACI, em Lima, Peru.
Comando da Aeronáutica assina Termo de Compromisso com INFRAERO Após quatro anos de negociações, foram assinados oito Termos de Compromisso entre o Comando da Aeronáutica (COMAER) - através do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) - e a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (INFRAERO), tendo por objetivo formalizar tratativas levadas a efeito desde 2002, envolvendo interesses operacionais localizados. Os Termos estabelecem obrigações para uma e outra instituição, em relação a projetos integrados de navegação
aérea nos aeroportos de Fortaleza, Recife, Salvador, Macaé, São Paulo (Congonhas), Porto Alegre, Brasília e Campo Grande. Consistem de obras civis a cargo da INFRAERO e de meios técnicos (telecomunicações, eletrônica e sistemas automatizados) a serem instalados pelo COMAER, por meio do DECEA/CISCEA (Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo). Tais atos, além de formalizarem os encargos materiais acima descritos, estabelecem uma nova distribuição dos 8
encargos administrativos referentes a alguns bens patrimoniais da União, naqueles aeroportos (em geral, prédios e terrenos que antes eram administrados por uma instituição, mas que interessavam à outra). Os Termos perpetuam soluções operacionais de interesse comum, como, por exemplo, a possibilidade de construir novas torres de controle para os aeródromos citados, com localização operacionalmente ideal, em perfeita harmonia com o projeto aeroportuário local.
CISCEA assina contratos para melhoria do Sistema A Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) assinou, em dezembro do ano passado, dois contratos. O primeiro foi com a empresa Thales Alenia Space France, que visa um upgrade do Sistema de Gerenciamento da Rede Telesat, Fastcom Network Control Center (NCC), localizado no CINDACTA I. A Rede Telesat, além de suportar comunicações telefônicas e outras aplicações, é, principalmente, de fundamental importância para as comunicações em VHF e em UHF entre as aeronaves e o Controle de Tráfego Aéreo civil e militar, e para a Defesa Aérea. Tendo em vista a velocidade da evolução tecnológica na área de informática, a CISCEA está buscando garantir a segurança do sistema NCC, que gerencia toda a Rede Telesat. O contrato prevê a substituição de todo o Hardware, dos Softwares comercias (COTS) e a atualização do Software aplicativo para adequar-se ao novo sistema operacional do novo hardware, sem modificações nas atuais funcionalidades ou na arquitetura de Hardware e Software.
Visando a mais alta performance e confiabilidade dos sistemas de controle de tráfego aéreo, a CISCEA já iniciou estudos para a substituição da atual Rede Telesat, entretanto esta contratação, para o upgrade do atual NCC, é necessária para garantir a alta confiabilidade deste NCC pelos próximos anos. O outro contrato assinado foi com empresa Gilcron, visando a modernização dos radares PAR 2000, instalados nas Bases Aéreas de Santa Cruz, Anápolis, Canoas e Santa Maria. Os modernos radares vêm substituir os que operam desde 1999, permitindo, desta forma, a continuidade da operação segura, técnica e logisticamente suportada por um novo período de emprego de dez a 15 anos. A modernização pretendida dos radares PAR 2000 consiste no upgrade do sistema de gerenciamento interno, do software de monitoração, visualização e controle, do encaminhamento de cabos de comando e de sinal e em uma maior integração de cartões eletrônicos, o que melhorará a velocidade de processamento dos sinais radar.
O Cel Av Aquino, presidente da CISCEA, assina contratos que visam a modernização do SISCEAB, com representates da Thales (acima) e Gilson (abaixo).
Icea ministra o primeiro curso de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo do Brasil no período de 04 a 12 de dezembro de 2007, o primeiro Curso de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo do Brasil. Foram duas semanas de instruções teóricas, que elevaram o grau de profissionalismo e a excelência dos Novos conhecimentos elevaram o grau de profissionalismo dos serviços prestados. Além das operadores aulas teóricas e da avaliação O Instituto de Controle do Espaço Aéreo final de aprendizagem, o (ICEA), com o objetivo de dar conhecimen- curso ofereceu palestras de vários segmentos tos aos operadores da Gerência Nacional da Aviação Civil Brasileira, tais como: Anac, (GENAC), Gerência Regional (GER) e Cé- Infraero, Gol e Tam. As palestras objetivaram lulas de Gerenciamento de Fluxo (FMC) do ao melhor entendimento da estrutura interna Centro de Gerenciamento de Navegação Aé- dos Órgãos, bem como da complexa malha rea (CGNA) e, também, capacitar e integrar aérea nacional. o processo de adoção de medidas de gerenAs aulas sobre Gerenciamento de Fluxo fociamento, contribuindo para o ordenamento ram ministradas por instrutores do CGNA e a fluidez do fluxo de tráfego aéreo na Cir- formados pela Federal Aviation Administraculação Aérea Nacional Brasileira – realizou, tion (FAA) no Curso Enhanced Traffic Ma9
nagement Coordinator, as quais foram enriquecidas com a filosofia de gerenciamento de fluxo americana e com a analogia entre o Enhanced Traffic Management System e o Sistema de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo Brasileiro (Syncromax). A aula sobre a CARSAMMA foi ministrada por instrutor formado pela OACI através do Curso Avanzado sobre la Evaluación del Riesgo de Colisión em Vuelo de Crucero, na qual pôde apresentar a importância da avaliação do risco de colisão do espaço aéreo RVSM e, como o Brasil, através da CARSAMMA, vem contribuindo para a melhoria da segurança operacional do espaço aéreo RVSM das Regiões CAR/SAM. Assim, o Comando da Aeronáutica, representado pelos órgãos do DECEA responsáveis pela Gerência do Fluxo de Tráfego Aéreo vem trabalhando no sentido de padronizar e otimizar o Serviço de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo no Brasil.
Seção
Quem é ? Ten Pe Duarte
O Tenente Padre Duarte é um capelão militar que mantém os pés fincados na vida real. Conhecendo o cotidiano do efetivo do CINDACTA IV e de seus familiares, procura agregar a ajuda de todos na solução dos problemas apresentados e, com olhos no presente e no futuro, acredita que “se cada um fizer a sua parte, tudo funciona bem”. Passar um dia acompanhando a rotina da Seção de Psicologia, Serviço Social e Saúde no CINDACTA IV é uma experiência e tanto! Na seção entra gente com problemas diversos para serem resolvidos ou – pelo menos – com uma esperança de solução. O tenente padre Duarte acredita que a qualidade de vida (familiar, cultural, social e esportiva) oferecida aos funcionários e às suas famílias gera bons frutos para a Unidade. “Todos ganham: o CINDACTA IV e o seu efetivo. Estamos crescendo juntos, amadurecemos e nos sentimos inseridos, fazendo parte de uma só família”. Suas atividades são diversas: faz atendimentos sociais e orientações aos militares, civis e seus familiares, visitas aos doentes nos hospitais e residências, visitas ao presos, missas de corpo presente e sétimo dia, bênçãos nas casas, apoio à comissão de funeral e acolhida aos militares recém-chegados, através do Projeto Integrar – que visa adaptar, orientar e oferecer direcionamentos iniciais aos militares que foram adicionados ao efetivo. Duarte trabalha fazendo o que gosta e tem prazer em apoiar o efetivo e colaborar com a missão do CINDACTA IV, aonde trabalha há cinco anos. Marcos Luiz Duarte nasceu em cinco de junho de 1966, em Bocaiúva, norte de Minas Gerais, cidade às margens do rio Jequitinhonha. É o sexto de nove filhos de Maria do Rosário e Agostinho Aladim Duarte. Ao concluir o ensino fundamental, com 15 anos de idade, sentiu o chamado de Deus e, assim, foi ao encontro de um grupo missionário que se colocava a serviço dos mais necessitados na Congregação de São Norberto, em Jaú (SP), onde concluiu o ensino médio e o curso técnico em enfermagem. Foi transferido, aos 18 anos, para o Seminário Diocesano em Araxá (MG), onde cursou Filosofia, com licenciatura plena pela PUC de Belo Horizonte (MG) e Teologia no Seminário de São José de Uberaba, atuando como professor de diversas disciplinas como: Língua Latina, Metodologia Cientifica, Filosofia da Religião e Psicologia da Educação. Na mesma época, assumiu a coordenação do curso de filosofia do Instituto e também coordenava o projeto Pastoral da Saúde, dando apoio aos doentes acamados em suas residências. Aos 30 anos de idade, o padre Duarte fez a opção em servir como missionário no Amazonas, na Prelazia Apostólica de Borba, que fica na Calha do Rio Madeira - assumindo um grande desafio: coordenar um projeto de saúde - que era uma parceria entre paróquias e amigos de Palma de Maiorca (Espanha). Médicos e medicamentos eram enviados para o Brasil a cada três meses para realizar a missão em uma embarcação denominada “Barco da Saúde Padre Góes” - que ia de Manaus a Porto Velho. Os padres salesianos ajudavam com a embarcação e as
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despesas de viagem (combustível e alimentação) e o grupo missionário da Prelazia de Borba fazia parte da equipe de tripulantes. O projeto teve duração de três anos e Duarte acumulou um vasto conhecimento sobre as comunidades ribeirinhas e os desafios das águas do Amazonas. Cada viagem durava cerca de 90 dias, atendendo somente as comunidades ribeirinhas. Em algumas viagens não tinha a presença de médico no barco, mas era preciso assumir os desafios e ajudar a salvar vidas contra as epidemias de malária, febre amarela e desnutrições que atingiam as comunidades. Era uma verdadeira luta a serviço da vida, às vezes continuava a viagem com 20 a 30 pacientes no barco, alguns tomando soro, outros recebendo medicamentos ou aguardando a hora de um parto complicado. Em 1998 o projeto terminou e, após esta experiência, o padre Duarte foi enviado para a Paróquia da cidade de Autazes (AM), onde havia 75 comunidades ribeirinhas ilhadas. Diante das mazelas da cidade, criou a organização não governamental (ONG) “Luz da Infância” - que atendia cerca de 350 crianças e adolescentes, vitimas de desnutrição, fome, prostituição, abandono, abusos e falta de perspectiva de um futuro melhor. A Luz da Infância tinha parceria com a Pastoral da Criança, a prefeitura de Autazes e o governo do Estado do Amazonas e trabalhava na fabricação de medicamentos caseiros e na fomentação da utilização das ervas medicinais. Porém, Duarte sempre contava com o apoio de amigos fora de Autazes, que ajudavam financeiramente ou até mesmo doando suas férias para trabalhar no desenvolvimento do projeto. Porém, os voluntários que vinham de outras regiões, por mais que se esforçassem, não se adaptavam à realidade amazônica: o clima, as difíceis viagens em pequenas canoas e a falta de variedade na alimentação, que era sempre farinha e peixe. Diante da falta de recursos humanos para ajudar na ONG, eles chegaram à conclusão que precisavam formar jovens da própria comunidade como agentes de saúde, professores e em várias outras profissões para que eles pudessem agir como protagonistas juvenis – intervindo no contexto social e participando de ações dos problemas relativos ao bem comum nas comunidades em que estavam inseridos. “Pensamos que poderíamos prepará-los para planejar e executar ações em prol da sua comunidade. E – como resultado final – transmitir o que aprenderam para outros jovens, disseminando conhecimentos”. Foi, então, enviado pelo Bispo franciscano Dom José Affonso Ribeiro para Manaus com um grupo de 15 jovens. Eles seriam adotados financeiramente pela diocese Biella - da Itália - para fazer cursos universitários – dando início ao tão sonhado projeto de formar multiplicadores. Conseguiram encaixar aqueles jovens nas faculdades em Manaus, nas diversas
áreas que julgaram importantes. Além das despesas com alimentação e reforço escolar (pois eles eram oriundos de escolas indígenas), havia a dificuldade de adaptação à uma cidade maior – com todas as suas diferenças sociais e culturais. Diante das muitas necessidades, ele solicitou ao Bispo a autorização para arrumar um emprego que pudesse ajudar nas despesas da casa e poder dar continuidade ao tão sonhado projeto de formar cidadãos para assumir os desafios das comunidades ribeiras. Trabalhou em hospitais como auxiliar de enfermagem, mas o salário era pouco e o trabalho era muito. Foi também diretor de escola, mas era muita responsabilidade e ficava com pouco tempo disponível para dar apoio aos jovens da casa. Resolveu, então, fazer o concurso para a FAB em 2003 e o curso de adaptação no início de 2004 no CIAAR (Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica) em Belo Horizonte. Foi 01 de turma e a sua vaga era para Canoas, mas a sua paixão e a vontade maior era ir para Manaus, o que acabou acontecendo, sendo encaminhado para o COMAR VII. Porém, quando saiu do CIAA, descobriu que já havia dois capelães no COMAR VII e que não seria mais possível a sua permanência naquela Unidade. Então, contou ao Chefe do SARA (Serviço de Assistência Religiosa da Aeronáutica) o compromisso assumido com o grupo missionário da qual ele fazia parte e que não poderia sair de Manaus - pelo menos não naquele momento. Atendendo ao pedido do capelão Duarte, o SARA deu a autorização e designou-o a prestar serviço no extinto SRPV-MN, hoje CINDACTA IV, dando apoio à Subdivisão de Apoio ao Homem (Serviço Social, Saúde e Psicologia). Antes de entrar para a FAB, o padre Duarte conta que muitas vezes se sentia impotente e desanimado, pois o salário que recebia no hospital e na escola ajudava a manter a casa dos jovens estudantes, mas faltava tempo para acompanhar a formação dos rapazes, que era um desafio. “Mas, com a graça de Deus e o apoio dos amigos e da comunidade missionária, em 2005 finalizamos o projeto. Alguns jovens desistiram do sonho, outros não conseguiram se adaptar. Mas oito conseguiram se formar e voltaram para o interior. Hoje estão trabalhando nas comunidades nas áreas de saúde, educação e administração”. No CINDACTA IV, o Ten Duarte conta que chegou com muita vontade de somar com os companheiros da seção, os tenentes Vogt e Fátima, a missão de atender ao efetivo da sede e dos 27 Destacamentos subordinados. Logo no primeiro ano, teve a oportunidade de viajar e conhecer um pouco mais da Amazônia e da vida profissional dos militares dos DTCEA, principalmente dos mais afastados das capitais do Norte do País. E enfatiza a importância da Divisão de Apoio ao Homem (DAPH) para o militar que trabalha no interior da Amazônia, que se afasta da sua família por cerca de dois ou três meses, e que conta com o apoio da sua Unidade para prestar atendimento aos seus filhos e esposa quando necessário. E o Ten Duarte acabou se tornando um elo entre eles.
“Sinto que a minha missão não é só olhar a necessidade espiritual da pessoa mas ao homem por inteiro. Temos que prestar mais atenção às outras privações do nosso próximo.” Com todo o envolvimento – seja espiritual, emocional ou profissional - com as famílias dos militares, conhecendo suas histórias, suas necessidades e seus problemas, Duarte acaba se sentindo um membro daquelas famílias. Neste momento, observamos o comprometimento do Ten Duarte com as famílias. Percebemos que a sua missão ou seu desafio maior consiste em trabalhar para que tanto o funcionário quanto sua família possam confiar na proteção e no cuidado da Unidade Militar.
Ten Duarte é um padre que respeita as diferenças do efetivo. Ele não discrimina ou tem preconceito e os trata de forma equilibrada e séria – entendendo as diversas formas de religiosidade. Certa vez tomou a iniciativa de chamar um pastor para dar atendimento à esposa de um militar que estava internada no hospital. “Ela era evangélica e, respeitando a sua opção religiosa, quis colaborar para que ela tivesse o seu atendimento espiritual por um pastor de sua igreja. Acho que dessa forma podemos eliminar as dores provenientes de preconceitos e discriminações na nossa sociedade. Na verdade, acredito que não é a religião que nos leva ao céu e sim a nossa conduta perante a proposta do Evangelho”. Ele nos conta – também – que os militares casados, que são transferidos para Manaus, vêm acompanhados de suas esposas, filhos e – alguns - de sogra ou mãe. Duarte procura conhecer cada componente da família para ajudá-los a se integrar socialmente na nova realidade, descobrindo quais são as suas habilidades particulares e como aplicá-las dentro do ambiente em que se relacionam (no trabalho, na vila, na cidade). Algumas das esposas são fisioterapeutas, enfermeiras, psicólogas. Enquanto não conseguem um emprego formal, o Ten Duarte pede que elas reflitam sobre o valor dos seus atributos e habilidades e a diferença que podem fazer na vida de outras pessoas. Logo depois, ele faz um convite para que elas trabalhem como voluntárias no atendimento às pessoas que moram nas vilas ou em comunidades que têm carência de um apoio profissional, ajudando na promoção social. Nosso entrevistado acredita que – assim – elas também conseguem se realizar profissionalmente. “Na verdade, estamos formando um time de pessoas que se apóiam com seus próprios recursos. Cada um tem um papel a representar e todos se sentem úteis e capazes, com oportunidade de crescer”. Nas vilas habitacionais, ele promove encontros de casais – visando melhorar os relacionamentos conjugais. Mas ele pensa – ainda – nas sogras e mães. Muitas delas fazem participam do grupo da terceira idade que promovem tricô, crochê, artesanatos e outras atividades que podem ser compartilhadas com outras. Enfim, ele aplica o método de trocar idéias, informações, provocando e incentivando bons relacionamentos que tornem a vida de todos mais fácil e produtiva. Ele não acredita que seja somente uma forma de estimular a produção das pessoas, mas de compartilhar o talento em prol da qualidade de vida de todos. Duarte, aos 41 anos, se revela um homem dinâmico, pois mesmo com todas as atividades profissionais, consegue ter tempo para praticar natação, jogar futebol e fazer parte da equipe de corrida do CINDACTA IV, além de celebrar uma missa todos dias às 6h da manhã, na igreja onde congrega, antes do expediente na OM começar. Em outubro do ano de 2006, o Ten Pe Duarte foi comunicado pelo SARA que poderia ser transferido para outra OM da FAB. Ele sentia que tudo estava dando sinais de que teria que sair de Manaus: o Bispo havia pedido para se afastar da direção da prelazia e se tornado emérito, pois já completava 75 anos; o grupo do qual ele fazia parte também resolveu deixar o Amazonas e entregar os trabalhos para um novo Bispo. Porém, em setembro de 2007, recebeu outro comunicado do SARA, solicitando sua transferência para assumir o serviço de capelania no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). “Fiquei apreensivo, pois esperava ir para Minas Gerais, porém, logo fiz uma reflexão, percebendo que nada acontece por acaso e que seria uma oportunidade de ajudar e colaborar naquela missão” – conta ele. O capelão ficou um tempo avaliando a oportunidade de um novo desafio, mas ficou tranqüilo, confiando na graça de Deus e se preparando para a nova missão em favor do bem da nossa FAB. E, qual não foi a sua surpresa quando – no final de outubro de 2007 - recebeu a noticia de que deveria permanecer no CINDACTA IV por mais um tempo!
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Conhecendo o
DTCEA - SP honra de inaugurar o Serviço de Tráfego Aéreo com radar no Brasil, em 1962, sendo este pioneiro na América do Sul. Essa é a origem do cognome de “Berço do Serviço Radar no Brasil”. Tratava-se de um ASR3-Airport Surveillance RadarTelefunken. Confirmando as tradições, inaugura, em 10 de junho de 2004, o controle de helicópteros de São Paulo - como experiência única no mundo, despertando atenção internacional. Na estrutura do DTCEA-SP, além da TWR-SP e do APP-SP, estão os órgãos operacionais de meteorologia, de informações aeronáuticas e de comunicações aeronáuticas. Com o lema “nós transmitimos confiança, vendemos certezas e produzimos segurança”, o DTCEA-SP tem por missão a prestação do ATS ao maior conjunto de tráfego aéreo simultâneo da América do Sul. O conjunto integrado por APP, TWR, AIS, EMS1 e CMA2, além da CT, tudo sob a mesma jurisdição, está localizado no Aeroporto de Congonhas.
O Histórico O histórico desta organização remonta à década de 1940. A 27 de maio de 1945 foram inaugurados a torre de controle (TWR-SP) e o Centro de Controle (ACC-SP) como integrantes do Serviço de Rotas Aéreas da 4ª Zona Aérea (atual Quarto Comando Aéreo Regional – IV COMAR). A organização gestora local dos órgãos operacionais era o NPV-SP (Núcleo de Proteção ao Vôo de São Paulo). Esse nome perdurou até maio de 1972, quando passou a ser designado como Departamento de Proteção ao Vôo de São Paulo (DPVSP) e, em outubro de 2001, como Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP). O pioneirismo tem marcado a vida desta organização, pois além de ter sido a principal unidade de trabalho do primeiro controlador de tráfego aéreo formado no Brasil, Francisco Dezza, primeiro colocado da primeira turma de Controladores de Vôo da Escola Técnica de Aviação, em maio de 1945, teve a
A cidade de São Paulo O aspecto do trabalho em São Paulo é dignificado pela seleção dos melhores em cada setor. Trabalhar aqui significa estar entre os mais destacados profissionais do País. Os apoios logísticos à família, incluindo educação, o apoio de saúde e a possibilidade de melhor formação profissional dos dependentes não devem ser desconsiderados. Os imóveis são caros e os acessíveis são distantes do aeroporto de Congonhas, onde se localiza o DTCEA-SP. No que diz respeito ao transporte público, as opções são ônibus e metrô. No primeiro caso, o ônibus, as pessoas têm muitas opções de rota, mas é um transporte lento, devido ao grande fluxo de tráfego viário. Já o metrô é uma solução viável e rápida, embora nem todos os bairros contam com esse conforto. Não se trata exatamente de uma cidade turística. A vida de
O Museu do Ipiranga tem grande relevância histórica e é um dos mais visitados em São Paulo 12
Hotel de Trânsito da Vila Helena Possui infra-estrutura adequada para apoio de militares e dependentes, estando localizado em área nobre, próximo ao aeroporto de Congonhas e ao Shopping Center Ibirapuera. O Comandante O atual comandante do Destacamento é o Maj Av Carlos Alberto de Mattos Bento. Natural do Rio de Janeiro, Maj Bento tem 37 anos, é casado com Isabela e é pai de dois filhos: Lauren Victoria (nove anos) e Thales Miguel (quatro anos). Possui formação operacional como piloto de helicóptero e dez Maj Bento anos de experiência no SISCEAB. Chefiou os destacamentos de Manaus e Santos. Foi, ainda, adjunto da chefia e chefe da seção de operações do DTCEA-SP. Após sete anos de trabalho e dedicação ao DTCEA-SP, o Maj Bento passará o comando do destacamento para o Ten Cel Delany em abril deste ano.
A torre de controle provisória - ganho operacional e maior confiabilidade
uma megalópole tem aspectos particularíssimos. São Paulo é uma cidade sem praia, e compensa com inúmeras casas de espetáculos como teatros e cinemas, além de magníficos museus. Não há espetáculo artístico que se represente no País, o qual não transite também por São Paulo. As atrações da cidade são os grandes parques (como o Ibirapuera), teatros, comércio lojista, gastronomia e moda. A violência, principalmente na área urbana, não é distinta da que se verifica em outras cidades brasileiras. Não é uma cidade onde se possa fazer grande economia na aquisição de bens de consumo mais comuns, mas é possível ganhar dinheiro em função das oportunidades dos mais variados trabalhos. Uma das grandes vantagens da cidade é o seu comércio variado. Tudo que se necessita em termos de aquisição pessoal, para a casa, para o estudo, para outros trabalhos é encontrado com facilidade em São Paulo – primeiro por ser um centro produtor e, ainda, por ser o grande centralizador brasileiro de negócios de grandes empreendimentos até o comércio lojista de varejo. O clima da cidade é temperado e, ultimamente, tem desaparecido a característica “garoa paulistana” que convidava a vestir bem, comer bem, sempre acompanhado de bons vinhos.
Assistência Médica e Odontológica As assistências médica e odontológica são garantidas pelo Hospital de Aeronáutica de São Paulo (HASP), localizado no Campo de Marte. O efetivo O Destacamento de São Paulo conta com 255 profissionais assim distribuídos: APP-SP (135 militares e 28 civis), TWR-SP (49 militares e 5 civis), AIS (16 militares), CT (12 militares), EMS/CMA (10 militares), Administração (3 oficiais e um civil de nível superior), dois militares e 1 civil na Seção de Instrução, um militar e dois civis na Seção de Segurança de Tráfego (SIPACEA) e 3 militares da Seção Administrativa. O DTCEA-SP está subordinado ao SRPV-SP, que apóia os militares com viatura no início e término do expediente administrativo.
A vila habitacional São Paulo possui três vilas militares, a cargo da Prefeitura de Aeronáutica de São Paulo: Campo de Marte, Cumbica e Congonhas (esta última atende aos militares do DTCEA-SP, com 16 apartamentos para sargentos e suboficiais).
A vila em Congonhas: qualidade de vida para os militares
Sala de Controle de Aproximação de São Paulo (APP-SP) 13
OPERAÇÃO
AIREX 2007 Militares do DECEA participam de treinamento da atividade de Comando e Controle (C²) na França Ao longo dos últimos anos, a Força Aérea Brasileira (FAB) vem evoluindo de tal forma seus conceitos de emprego no Combate, que muitos paradigmas estão sendo superados e novos conceitos operacionais vêm sendo testados com sucesso. E é neste cenário que se vislumbra o surgimento de uma Força mais moderna e preparada, capaz de se contrapor aos grandes desafios inerentes à Guerra Moderna. Dentro deste contexto, a atividade de Comando e Controle tem sido vista como peça imprescindível e decisiva para o sucesso, no tabuleiro das operações militares.
Desde 2001, com a realização da CRUZEX I (em Canoas - RS), a FAB vem buscando um modelo de emprego de Força baseado na estrutura de Comando e Controle adotada pela Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN - uma aliança de países que trabalham juntos para implementar o Tratado do Atlântico Norte) e contextualizada para nossos objetivos estratégicos nacionais. O constante aprimoramento apresentado no planejamento de operações multinacionais, materializado pelo sucesso das Operações CRUZEX II (2004 – Natal - RN) e III (2006 – Anápolis - GO) rendeu à FAB o convite da Força Aérea Francesa (FAF) para participar da Operação AIREX 2007, na Base Aérea 126 - Capitaine Preziosi, em Solenzara, na Córsega, no período de 26 de outubro a 09 de novembro de 2007.
A comitiva brasileira, composta por cinco oficiais superiores, teve o DECEA representado pelos Ten Cel Av João Batista Oliveira Xavier e Maj Av Carlos Henrique Afonso Silva. A chegada a Paris se deu no dia 27 de outubro de 2007, tendo a equipe partido para a Córsega em vôo da FAF (AIRBUS 340), juntamente com os demais militares estrangeiros representantes de diversos países da OTAN. A Base Aérea 126, localizada no coração do mar mediterrâneo, é uma organização estratégica que proporciona excelentes condições meteorológicas ao longo do ano, possui grandes espaços aéreos sem restrições ao vôo militar, além de desfrutar de um ambiente terrestre e marítimo que favorece o treinamento das três forças (joint operations). 14
Localização do evento
Construída em 1956, é uma organização usada exclusivamente para desdobramentos de Unidades Operacionais. As instalações são bem simples e funcionais: comando, garagem, cinema, instalações de serviço e alojamentos na área administrativa; hangares, pistas e paióis na área operacional, capacidade de receber até 55 aeronaves de caça, hospedar de 300 a 500 militares e alimentar até 800 pessoas, além de
possuir grande capacidade de armazenamento de combustível e munição. EXERCÍCIO AIREX Basicamente o exercício AIREX 02-07 consistiu no treinamento da atividade de Comando e Controle (C²) fundamentado na execução de exercícios assistidos por computadores. Em resumo, todas as atividades foram simuladas, não havendo a existência de vôos ou tropas reais desdobradas no terreno. Todas as ações de Comando e Controle foram direcionadas para o treinamento e a capacitação de pessoal para exercer funções em uma Força Aérea Componente Multinacional (Joint Force Air Component Comand – JFACC), bem como em missões gerenciadas por um Centro de Operações Aéreas Combinado (Combined Air Operations Center – CAOC). Na AIREX, a Força Aérea Francesa se habilitou a operar em exercícios de caráter nacional, europeu ou em prol da OTAN, em ações de desdobramento de “nível 3” (conflitos de alta intensidade – semelhantes ao ocorridos na região dos Balkans). Em 2009 a Força Aérea Francesa irá liderar a NRF 12 (Nato Response Force), de janeiro a julho. A NRF é um Comando Combinado de forças aliadas de mar, terra e ar, composta pelos países da OTAN, capaz de ser desdobrada rapidamente em qualquer lugar do mundo, para cumprir missões como evacuações, gerência de desastres, contra-terrorismo, ou agir como força inicial de combate. Pode chegar a um contingente de 25.000 homens, deve estar pronta para desdobramento em cinco dias e sustentar o combate por até 30 sem nenhum resuprimento. OBJETIVOS PROPOSTOS • desdobrar, implementar e operar um JFACC/CAOC, devendo estes adquirirem a capacidade de controlar mais de 600 surtidas/dia (com a possibilidade de chegar até 1000 surtidas
Comitiva da FAB e o Major General Gilles DESCLAUX, Chefe do Estado–Maior do Comando de Defesa Aérea e Operações Aéreas da Armée de L`Áire (3º da esquerda para a direita). Na Operação foi o Comandante do JFACC
nos últimos dias da manobra, como de fato ocorreu); • treinar os Comandantes e seus Estados-Maiores no emprego de sistemas de comunicações e informações dentro de uma estrutura bem definida de comando e controle; e • promover a sinergia entre os níveis de decisão tático e operacional, tudo dentro de um ambiente de cooperação multinacional. Ao final do exercício, mais de 800 participantes (na sua grande maioria franceses) de diversos países (Inglaterra, Canadá, Polônia, República Checa, EUA, Itália, Alemanha, Brasil, dentre outros) foram engajados no mesmo. Vale relembrar que não houve a execução de vôos. Todo este efetivo foi engajado somente na execução da estrutura de Comando e Controle necessária à operação. O Ten Cel Xavier e o Maj Afonso receberam clearance do Comandante em Chefe do Exercício (Lieutenant General De Rousiers – Oficial General de quatro estrelas) para adentrar em todas as instalações da manobra, além de poderem participar do planejamento das ações que envolveram várias das atividades do evento, como, por exemplo, os planejamentos de missão levados a cabo no Centro de Operações Aéreas Combinado (Combined Air Operations Center – CAOC). Para o DECEA, responsável pela montagem das estruturas de apoio à 15
atividade de C² nos Exercícios e Manobras da FAB e do Ministério da Defesa, foi de extrema importância a experiência adquirida por seus oficiais no evento. Houve extensa troca de informações entre estes e a equipe do CIS (Comunication and Information Systens Team). Formada por um time de 120 pessoas, esta equipe foi responsável por garantir toda a troca de informações necessárias à operação. A estrutura contou com três diferentes sítios: a Base de Solenzara, o Campo Mailly (LCC) e a Base de Taverny (Comando da OTAN para a operação na França). Para esta operação, a montagem da estrutura em Solenzara começou em setembro e demorou 15 dias para o “pronto” naquela localidade. Foram instalados 75 servidores para atender a 750 estações de trabalho (desktops), mesmo número para telefones e acessos à Internet. Todos os aspectos doutrinários relativos ao exercício foram extraídos dos manuais da OTAN, que foram disponibilizados na rede a todos os participantes. Desde 2006, o Brasil é o único país convidado a participar que não possui vínculo com a OTAN. Esta participação se deve ao fato de que, para a FAF, o nível de compreensão doutrinária e competência organizacional demonstrado na execução das operações CRUZEX I, II e III atingiram patamares de excelência.
SISSAR:
conhecimento através do controle Operações SAR 2007 Mais informação, mais conhecimento. Seria inequívoca a procedência de tal relação de causa e efeito? Sem dúvida, não. A produção do conhecimento pressupõe seleção - e sem um prévio processo de filtragem, destinado a descartar aquilo que não interessa, seria impossível processar o imenso volume de informações que chega diariamente. Os Anuários Estatísticos, por isso, constituem instrumentos preciosos, uma vez que resultam de um minucioso trabalho de seleção e organização das informações – permanentemente coletadas pelas instituições produtoras de estatísticas –, que são apresentadas em tabelas, gráficos e mapas avaliados como mais relevantes para a caracterização de um tema. Constrói-se, assim, uma obra de referência que pode ser utilizada por uma ampla gama de profissionais, que alcança do usuário ao gerente de produção. A informação constitui subsídio indispensável ao processo de decisão em qualquer ação produtiva do homem. Já os dados estatísticos são elementos importantes na geração de informação. Com essa consciência e seguindo a filosofia gerencial do DECEA, órgão central do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico, a Divisão de Busca e Salvamento dá continuidade aos trabalhos de geração, organização e sistematização das estatísticas relacionadas à prestação do Serviço de Busca e Salvamento em nosso País com a divulgação do Anuário 2007. Este trabalho reúne informações sobre todas as Operações SAR realizadas ao longo do ano de 2007, coordenadas de forma integrada pelos Órgãos de Coordenação de Salvamento – RCC (SALVAERO) e supervisionadas pela Divisão de Busca e Salvamento do Subdepartamento de Operações. Esta publicação, como instrumento de divulgação de informações estatísticas no âmbito interno, constitui uma contribuição ao público em geral e demonstra a transparência do trabalho desenvolvido pelo DECEA na prestação do Serviço de Busca e Salvamento em nosso País.
OPERAÇÃO
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A Construção da
Força Aérea Brasileira O ambiente no qual a aviação chegou ao Brasil no início do Século XX era marcado pelo nacionalismo. Primeiramente, devido a Proclamação da República e o esforço de setores da elite brasileira em consolidar a identidade nacional. Igualmente importantes para essa elite nacional em construção foram as questões diplomáticas, tendo à frente o Barão do Rio Branco, e que acabaram por, praticamente, consolidar as dimensões atuais do Brasil. As arbitragens internacionais que, quase sempre deram ganho de causa ao Brasil nos litígios com seus vizinhos, eram vistas como avanços promissores de uma nação destinada a ser grande. nas um grupo extremamente restrito se aventurava na aviação. Somam-se a esse problema os atritos entre as poucas instituições que existiam. Como, por exemplo, a disputa entre o Exército e o Aero Club Brasileiro pelo terreno, hoje denominado Campo dos Afonsos. Desde fins de 1911, quando da criação do Aero Club, o presidente Hermes da Fonseca prometera ceder ao clube um terreno para a montagem da sua escola. O terreno indicado pelo clube foi a Fazenda dos Afonsos, atrás da Vila Militar, que - à época - pertencia à Polícia Militar do Distrito Federal, portanto, sob jurisdição do Ministério da Justiça. O Exército passou a tentar bloquear, a todo custo, a cessão do terreno ao Aero Club, por desejar utilizar o mesmo espaço para implementação da sua própria escola. Somente em novembro do ano seguinte, o espaço foi dividido entre o Aero Club e a
escola de aviação Tanto o Exército ligada ao Exército. Por mais que quanto a houvesse um amMarinha Por 2S ALEXANDRE biente favorável ao não queriam Silva Pinto desenvolvimento O autor é historiador perder os já aeronáutico no e trabalha na Seção de Brasil, ele permaPessoal Militar (SPM) parcos recursos do DECEA neceria estagnado. da Defesa Essa situação de Nacional para atraso em relação De forma indireta, a aviação poderia aos EUA e a Eurouma nova Força servir também para consolidação da identipa levou um grupo dade nacional, afinal Santos-Dumont, um de pessoas ligado a brasileiro, fora o primeiro homem a dar diaviação, sobretudo pilotos, a unir esforços rigibilidade ao aerostato e, principalmente, para que o País superasse suas limitações. a levantar vôo com um mais-pesado-queO projeto era juntar os avanços feitos pelo o-ar. Cada feito de Dumont na Europa era Exército Brasileiro, pela Marinha do Brasil comemorado como uma vitória nacional. e pelos poucos clubes de aviação espalhaNo entanto, desde 1910, quando Gastão dos pelo Brasil, em especial pelo Aero Club de Almeida trouxe o primeiro avião para o Brasileiro e pressionar o governo pela criaBrasil, os vôos se tornação de uma única pasta, ram uma moda elitista. A o que se pensava à époprática de voar foi se torca como o “Ministério nando, ao lado do autodo Ar” (1). mobilismo e do hipismo, Esse esforço inicial esporte da elite paulistana foi imprescindível para e carioca. O programa a criação da Força Aé- devido aos altíssimos rea Brasileira, mas não custos para aquisição na o suficiente. Havia, Europa de aparelhos ou também, bastante resisda montagem destes no tência, dentro e fora das Brasil - era elitizado, e Forças Armadas, para o o mais complicado: sointento dos aviadores. mente havia escola de Tanto o Exército quanto a Marinha não queaviação no exterior. Para riam perder os já parcos aprender navegação aérecursos da Defesa Narea era necessário ir aos cional para uma nova Estados Unidos ou à Força. O mesmo aconEuropa, especialmente tecia com o Ministério à França. Assim, apeP-47 - 1º Grupo de Caça na Segunda Guerra Mundial (arquivo CECOMSAER) 19
da Viação e de Obras Públicas, em relação nipônica era rival da norte-americana des- do oceano Atlântico para o Pacífico. O Caà criação de um novo ministério. A maré de que os Estados Unidos, em 1854, for- nal do Panamá sempre foi importante para começou a mudar em meados da década de çaram, belicamente, a abertura dos portos operação da Marinha de dois oceanos, to1930, quando a Alemanha já se restabelecia japoneses, além é claro de todo passado de davia, agora se tornaria o centro da estrutucomo potência mundial e a América Latina rejeição e racismo contra os trabalhadores ra de defesa dos EUA. Se o Canal estivesse participava ativamente do esforço de re- japoneses na América(2). a salvo, os EUA também estariam. construção da AlemaMas, diante dos nha, sendo o Brasil seu avanços tecnológicos principal fornecedor da arma da aviação, o de matérias-primas. Canal poderia ser ataA situação levou cado, não diretamente os EUA a tentarem da Europa ou da Ásia, suplantar a crescente e sim de uma base no influência nazista na continente americaAmérica do Sul, sobreno. O Nordeste bratudo no Brasil. Na área sileiro era, pelas caracmais específica da aviaterísticas geográficas e ção, os EUA procurapela frágil estrutura de ram anular as reides defesa, um local proeuropéias, em especial pício para ocupação as do Eixo (Alemanha alemã, que poderia e Itália). Em poucos contar ainda com a anos, empresas como ajuda de uma popuas italianas Ala Littoria lação de quase um e a Lati e alemãs como milhão de habitantes Lufthansa e Zeppelin e com a benevolênperderam reides até cia de grande parte deixarem de operar, do alto comando do Vultee BT - 15 Valiant - o “Vulteezinho” na FAB (arquivo CECOMSAER) quando o Brasil já esExército Brasileiro. tava em Guerra. Na estratégia de deOs esforços norte-americanos foram tão Como os EUA desequilibraram a situ- fesa dos EUA o Nordeste do Brasil era a bem-sucedidos no tocante a aviação que, ação na Europa contra a Alemanha na I chave para o fechamento do Canal do Pano início da década de 1940, os profis- Guerra Mundial (1914-1919), os alemães namá. Segundo essa visão, uma vez os EUA sionais e os amantes da aviação no Brasil tentariam impedir que tal feito se repetisse. ocupassem o Nordeste, nenhum poder somente poderiam se espelhar no modelo Diante da impossibilidade de conquista da hostil poderia de desalojá-los de lá. Porém, norte-americano. O modelo europeu fora América, a única solução seria um ataque se os alemães se instalassem primeiro, seria completamente suplantado e o desenvol- preemptivo, colocando os EUA em posição necessário um grande esforço para retirávimento da aviação no Brasil passaria, ne- de defesa ou ao menos fazendo com que los e manter o Canal operando. A pressão cessariamente, pela aproximação com os demorassem algum tempo para se recupe- norte-americana passou a ser a ocupação EUA. Muito embora nos EUA ainda não rarem. Tempo necessário para as Blitzkrieg(3) do saliente nordestino por suas tropas, fosse existisse uma Força Aérea independente, resolverem a guerra na Europa(4). por um acordo diplomático ou pela intera autonomia operacional que desfrutava o Como tal ataque poderia ser bem-sucedi- venção direta. Quartel General da Força Aérea (criado em do, se os alemães teriam ainda que derrotar Do outro lado, os militares do Exército 1935), a quantidade invejável de recursos à a frota franco-britânica, e os japoneses não brasileiro, ciente das necessidades nortesua disposição e a importância atribuída a tinham força para superarem sozinhos a americanas, barganhavam para que os EUA ele pelo governo dos EUA era o sonho dos supremacia americana no Pacífico? Na ver- cedessem armas e equipamentos para que aviadores brasileiros. dade, a frota norte-americana se supunha eles mesmos fizessem a defesa da costa, o A terceira etapa para concretização do capaz de enfrentar a dupla ameaça, mas que, naquele momento, estava fora de cogisonho Força Aérea Brasileira também foi tação. Não bastasse o regime varguista, que impulsionada por fatores externos, não era sustentado pelo Exército desde 1937(5), As tropas norte-americanas ter inspiração no fascismo europeu, desde obstante a construção da Força Aérea em desembarcaram, não como o início do século, com a chegada de um si tenha sido obra da engenhosidade poocupadoras, mas como grupo de jovens oficiais(6) que estiveram em lítica de Getúlio Vargas. Com o mundo missão na Alemanha, o modelo de inspicaminhando para a II Guerra Mundial cooperadoras da recém-criada ração da modernização do Exército era o (1939-1941), os piores temores dos EUA Força Aérea Brasileira alemão. Talvez também tenha pesado, tão pareciam se justificar. Embora a Guerra quanto esses fatos, os festejos organizados fosse mais iminente na Europa, a ambição nazi-fascista era global. Some-se a isso o para resistir ao ataque japonês no Pacífico e, pelo, então Chefe do Estado-Maior, Genecrescente poderio do Japão, cuja ocupação concomitantemente, ao alemão no Atlân- ral Dutra para as vitórias das Panzers nazisda Manchúria, a contragosto dos britâni- tico, era imprescindível a manutenção do tas no início da Guerra(7). Esse impasse foi resolvido com maestria cos, mostravam sua disposição. A potência controle do Canal do Panamá – passagem 20
numa das maiores aulas de senso político e inclusive aviões, além, é claro, do financiaA congregação de esforços de pragmatismo da nossa história recente. mento da CSN, caso único na história até (sobretudo dos pilotos em busca O Presidente Vargas conseguiu aliar esses o Plano Marshal(8), em que o capital nortede um ministério autônomo); americano financiou totalmente um projedois poderes antagônicos e ainda conseguir to de desenvolvimento em outro país, sem enormes vantagens econômicas para o Braa aliança entre esses mesmos exigir retorno do capital investido. Para o sil. Os EUA queriam as bases a qualquer aviadores e o americanismo; Exército brasileiro o ganho fora enorme. custo, mas a cessão à revelia, por parte de e a capacidade de articulação Seu grande projeto de modernização podeVargas e contra as forças que compunham ria ser levado à frente, principalmente no o governo, seria considerada entreguismo, política do governo Vargas tocante a produção de armamentos, graças portanto, impraticável. Vargas resolveu, enpossibilitaram a construção do à siderurgia. Para os aviadores a vitória foi tão, retirar da gaveta o projeto de criação projeto FAB ainda maior. Saíram da situação de ostrado Ministério do Ar e, conseqüentemente, cismo em que viviam com da Força Aérea Brasileisuas carreiras no Exército e ra. O projeto era mais na Marinha para construque justo, defendido, há írem, entre 1941 e 1945, tempos, por pessoas de uma das melhores (tanto nacionalismo insuspeito. em treinamento, quanto Entretanto, Vargas sabia em equipamentos) forças que a liderança exercida aéreas do mundo à época, pelos aviadores aproxigraças - é claro - à aliança maria a nova Força aos com os EUA. EUA. Criando-se a FAB Foram esses os fatores e passando o comando que possibilitaram a consdas áreas no Nordeste trução do projeto Força para ela, terminava o Aérea Brasileira: A congreambiente hostil em que gação de esforços, sobretuos EUA se recusavam a do dos pilotos, em busca cooperar com a defesa de um ministério autônobrasileira. Os EUA pasmo; a aliança entre esses saram, então, a preparar mesmos aviadores e o ametoda infra-estrutura aericanismo; e a capacidade ronáutica para a região O início da construção da Base Aérea do Recife (arquivo BARF) de articulação política do (grande parte dessa esgoverno Vargas. trutura ainda pode ser Posteriormente, o varvista nas Bases Aéreas do Nordeste) e logo puderam desembarcar de modernização era a construção de uma guismo e o americanismo, que até aqui suas tropas. Assim, chegaram as tropas nor- grande siderurgia. O pleito do Exército tiveram bom relacionamento, viriam a te-americanas, não como ocupadoras, mas pela grande siderurgia nacional é anterior se chocar. A Força Aérea, pelo conjunto com cooperadoras da recém-criada Força ao projeto do nacionalismo varguista, que de questões relacionadas ao desenvolviAérea Brasileira. a colocou como mola mestra do desenvol- mento aeronáutico, se manteve alinhada com os EUA. É nesse contexto que os Esse não foi o único preço pago pelos vimento nacional. norte-americanos pela aliança e cooperação Dessa forma foi possível casar os dois oficiais da FAB passaram a fazer a protebrasileira contra o nazi-fascismo. Para que poderes antagônicos, com uma jogada ção pessoal de Carlos Lacerda, principal o Exército Brasileiro aceitasse passar o con- político-econômica: criou-se a FAB e, inimigo político de Vargas. Na esteira do trole da região para a FAB, os EUA foram com isso, facilitou-se a entrada de tropas atrito entre a FAB e o varguismo fora asconvencidos por Vargas a financiar a cons- norte-americanas no Nordeste. Do outro sassinado o jovem Major Rubens Florentrução da Companhia Siderúrgica Nacio- lado, os EUA construíram estruturas para a tino Vaz, acontecimento que precipitou nal (CSN). Por longos anos, a maior am- recém-criada FAB, a treinaram, e deixaram o fim do segundo governo Vargas e o seu bição do Exército Brasileiro no seu esforço uma grande quantidade de equipamentos, suicídio, mas essa já é outra história. 1 - O jornal 17/02/1935. Citado em HGAB. (pg.43/44). 2 - A aliança EUA-Japão de nossos dias se deu após a derrota do Japão na II Guerra Mundial e com o país ocupado. O ambiente era o da Guerra Fria no qual a disputa EUA X URSS, fez com os EUA buscassem um aliado de peso no extremo oriente, principalmente após a Revolução Chinesa de 1949. Daí o financiamento norte-americano para reconstrução do Japão através do Plano Marshal. 3 - Guerra Relâmpago. Nova estratégia de guerra implementada pela Alemanha na II Guerra Mundial, na qual, ao mesmo tempo, eram utilizadas a artilharia pesada, a infantaria motorizada, blindados, pára-quedistas e aviação, forçando passagem pelas fileiras inimigas, que eram obrigadas a recuar, muitas vezes com maioria de tropas e equipamentos. O melhor exemplo fora feito na vitória contra as tropas franco-inglesas em 10 de maio de 1940, o que levou a derrocada da França em 22 de junho daquele ano. 4 - O ataque preemptivo não era simples paranóia da Política Externa norte-americana. Embora a Alemanha não tenha jamais tentado, o Japão usou os mesmos pressupostos para o ataque realizado em Pearl Harbor em 07 de dezembro de 1941. Depois do ataque, os EUA declararam guerra ao Eixo e, enfim, entraram efetivamente na Guerra. 5 - Em 10 de novembro de 1937 foi instaurado o Estado Novo no Brasil. O poder era autocrático e de inspirações fascistas como a Constituição Corporativista de 1937. 6 - A esses oficiais foi dada a alcunha de Jovens Turcos por trazerem inovações e buscarem implementá-las no Exército. Esse foi o pontapé inicial para a modernização do Exército, igualmente importante foi a vinda da missão Francesa após a I Guerra Mundial. Sobre esse assunto ver CARVALHO, José Murilo de. Forças Armadas e Política no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. 7 - Sobre a ampliação dessa discussão ver: MOURA, Gerson. Tio Sam Chega ao Brasil: A Penetração Cultural Americana. São Paulo: Brasiliense, 1984. 8 - Plano de reconstrução da Europa e do Japão como forma de combater o comunismo soviético. Para Marshal, o que poderia impedir que revoluções socialistas varressem a Europa pós-guerra era a melhoria das condições de vida de sua população.
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Reportagem Especial
O conhecimento proporciona escolhas:
o meu lugar
é aqui!
Por Telma Penteado
O trabalho dignifica o homem. Quem já não ouviu esta máxima? E quantos não a incorporaram como uma filosofia de vida, uma forma orgânica de ser e agir? O trabalho, certamente, além do sustento da célula familiar, atende a diversas demandas básicas das necessidades humanas, tais como pertencer a um grupo e sentir-se útil e ativo. Nesta edição conheceremos alguns personagens do nosso efetivo que ou retornaram após terem ido para a reserva ou foram chamados para exercer outras atividades, todos calcados em suas habilidades e qualidades profissionais.
Para muitos a proximidade da reserva pode trazer insegurança e até mesmo depressão, por significar o afastamento das atividades que trazem consigo o senso de valor e utilidade Nosso primeiro entrevistado é o Ten Cel Esp Met R/1 Francisco Vilson de Souza. Ele nos conta que - ao longo de sua carreira militar na FAB, para a qual entrou em 1964, sempre cumpriu as ordens e os regulamentos sem questionamentos.
Ten Cel Esp Met R/1 Vilson “A sensação de vazio e a angústia que senti quando fui para a reserva desapareceu, assim que retornei ao trabalho na FAB” 22
Após 39 anos de serviços prestados, Vilson atualmente exerce a função de Adjunto da Divisão Operacional na área de Meteorologia, cumulativamente com a de Assessor de Comunicação Social do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), em Brasília. Nascido em Fortaleza (CE), no ano de 1945, Vilson coloca como prioridades Deus, o trabalho e a família. E justifica a ordem: “É do meu trabalho que sustento minha família”. Ele é casado há 37 anos com Valquíria, com quem tem dois filhos, Francisco Zauer (formado em publicidade e marketing) e Maria do Socorro (formada em ciência da computação) e dois netos, João Victor e Thomas. Vilson sempre foi – e continua sendo – muito dedicado ao seu trabalho. A cada dez anos o militar podia tirar uma licença especial de seis meses e Vilson nunca aproveitou, ao contrário, algumas vezes chegou a cancelar as férias para voltar ao trabalho. Não é a toa que recebeu diversas condecorações de carreira, como as Medalhas Militares de Bronze, Prata e Ouro (por tempo de serviço); Medalha Mérito Santos-Dumont (homenagem a pessoas e entidades que tenham contribuído para o desenvolvimento e o progresso da aviação no País); e Medalha Ordem do Mérito Aeronáutico (pelos serviços
prestados à Força Aérea Brasileira). Dentre os diversos exemplos que comprovam a sua dedicação integral ao serviço, Vilson cita um episódio ocorrido em 1980. “Neste ano, com outro colega – éramos Aspirantes – fundamos o Centro Meteorológico Militar de Campo Grande (CMM–CG), no Mato Grosso do Sul, que tinha como finalidade dar apoio de meteorologia às Unidades Aéreas sediadas naquela localidade, o 1º/15º GAv e o 2º/10º GAv. “Embora fosse subordinado ao então Destacamento de Proteção ao Vôo de Campo Grande (DPV-CG), o Centro Meteorológico Militar (CMM) funcionava no prédio do comando da Base Aérea de Campo Grande (BACG), ao lado da Sala de Tráfego Militar. “No início da operação do CMM-CG poucos pilotos procuravam o briefing meteorológico. Com o decorrer do tempo e com a nossa persistência, conseguimos fazer com que todos os pilotos antes das decolagens passagem pelo Centro Meteorológico. Isso foi um motivo de muita satisfação profissional. Recebemos, por isso, elogio da Divisão de Operações do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP)”, recorda-se. Segundo Vilson, o CMM-CG atendia as aeronaves sediadas na BACG e as que estavam em trânsito naquela localidade. Fornecia-se aos pilotos um “Apronto Meteorológico”, onde eram apresentadas as informações meteorológicas do aeródromo de partida, da rota a ser voada, do aeródromo de destino e do aeródromo de alternativa. Essas informações consistiam de prognóstico de tempo significativo na superfície e em altitude, tais como frentes frias, formação de nevoeiro, formação de gelo, turbulência, corrente de jato, direção e velocidade do vento e temperatura. Como oficial previsor de um Centro Meteorológico Militar, o dedicado Vilson entendia que deveria fornecer o Briefing Meteorológico para todos os pilotos militares que decolassem da BACG, inclusive aos sábados, domingos e feriados. “O Cap Porfírio, do 2º/10º
GAv, costumava decolar às 05h. Às 04h, eu já me encontrava no Centro, aguardando-o para o briefing”, relembra Vilson, que trabalhou no CMM-CG com essa determinação e espontaneidade até o início de 1984. Saindo de Campo Grande (MS), Vilson foi para Belém (PA), em 1984, e lá fundou o Centro Meteorológico Militar de Belém, onde passou a trabalhar com a mesma dedicação. E este devotamento sempre foi muito bem aceito por sua esposa e seus filhos. “A minha mulher sempre concordou com a minha forma de trabalhar, colocando o meu trabalho antes da minha família”, explica. Com a proximidade da reserva, Vilson tinha consciência do dever cumprido. Foram 39 anos de efetivo serviço. Não gozou nenhuma Licença Especial e nunca sofreu qualquer tipo de punição. Ao contrário, recebeu muitos elogios. “Mesmo assim, quando fui para a reserva (em novembro de 2002) senti um vazio muito grande. É como se faltasse terra nos pés e lembro que naquele ano passei um Natal muito triste”. No entanto, tantas qualidades e a ciência do profissional que ele é, resultaram em seu retorno. “Passados dois meses de reserva fui convidado a retornar ao trabalho no CINDACTA I. Fiquei muito feliz e a sensação de
vazio e angústia desapareceu”, conta. Sua grande motivação para dar continuidade ao serviço é a vontade de trabalhar na FAB e contribuir mais um pouco dentro das suas possibilidades e com a experiência adquirida. E seus planos não param aqui. Vilson, embora tenha iniciado o curso de Direito e parado por motivos circunstanciais, ainda planeja estudar Psicologia e ajudar as pessoas a dominarem seus pensamentos e buscarem o seu verdadeiro eu. “A FAB representa a minha vocação, a minha família, o meu equilíbrio, enfim, a minha vida” - conclui Vilson.
As qualidades profissionais e pessoais já vividas não são parâmetros para um convite de retorno ao trabalho após a reserva ou aposentadoria, mas é um reconhecimento e sabemos que vale a pena trabalhar com comprometimento O Consultor ATS do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP), Carlos Heredia (Oficial reformado) é outro que nos conta a sua história profissional. Nascido em São Paulo, em 1938, entrou
Carlos Heredia “Acredito que sempre é tempo de aprender e é abençoada a oportunidade de transmitir a alguém aquilo que aprendemos” 23
na FAB em março de 1956, tornando-se Oficial de Tráfego Aéreo em 1984 e permanecendo no serviço ativo até 1989. Casado com Nágyla Silva Heredia e pai de dois filhos – Carlos Heredia Junior, 44 anos, DOV da Gol, e Solange Heredia das Neves Carvalho, 42, Pedagoga da Prefeitura de SP, teve a honra de ser operador do primeiro radar de tráfego aéreo instalado na América do Sul. “Meu último cargo na ativa, depois da missão no Paraguai, foi o de chefe da TWR/AIS-SP”. Heredia prestou serviço em diversas unidades, tais como ACC Salvador, ACC-SP, Torre/APP radar SBSP, Instituto de Proteção ao Vôo (IPV), ASSUNÇÃO - 1ª MTAB. Foi também Chefe da TWR-SP de 1984 a 1988. Foi contratado como Consultor ATS pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) em outubro de 1993, para o antigo IPV, como professor, coordenador de cursos, gerente do simulador, encarregado do curso para estrangeiros (língua espanhola). “Meu retorno à atividade deu-se por convite dos então capitães J. Carlos e Eno, chefes da ATS do extinto IPV, hoje ICEA. Necessitavam de alguém conhecido que tivesse a minha experiência, tanto em controle de tráfego aéreo como em instrução e, naturalmente, foi algo que me motivou novamente. Saber que o nosso trabalho é reconhecido promove o astral de qualquer um, não é?”, brinca. Sua família, num primeiro momento, não ficou lá muito satisfeita com seu retorno ao trabalho. E ele mesmo justifica: “afinal eu iria sozinho para São José dos Campos (SP), reeditando os anos 1973/1978 nos quais lá servi como graduado na função de instrutor para a formação dos DACTA”. Essa época exigiu muito esforço pessoal de Heredia e de sua família. Não havia residências para graduados no CTA, então a família ficou na capital paulista e ele seguiu rumo à São José. Todos os dias ia e voltava, dirigindo seu velho carrinho pela Via Dutra de uma pista só. Sobreviveu, graças a Deus! Nessa época, e para complementar a renda familiar, ele também atuava como professor de tráfego aéreo no Aeroclube de São Paulo, das 19h às 23h - todos os dias. Muitos dos seus alunos chegaram a comandantes na aviação comercial de linha aérea, motivo de orgulho para Heredia.
Durante uma reunião de trabalho no DECEA, em abril de 2002, ele sofreu um infarto e foi operado em São Paulo. Foram três safenas e uma mamária. “Todos concordaram que seria melhor eu vir para São Paulo e estar próximo do apoio médico que me atendeu na cirurgia pós-infarto, o Prof. Dr. Adib Jatene, do Hospital do Coração”. No caso de Heredia, chegaram a pensar que o trabalho poderia exigir mais de que ele poderia dar. “Após o enfarto, pensavam que o trabalho me faria ultrapassar os limites impostos pela condição de safenado, o que na nossa terra, a despeito da excelência do serviço cirúrgico coronariano que temos no País, causa certa preocupação e até noto alguma discriminação”. “Quem conhece pouco, pensa que isso incapacita para o trabalho, mas posso, felizmente, afirmar que estou melhor hoje do que estava antes do infarto. Parei de fumar, faço esporte de forma regular, como e durmo bem e, principalmente, trabalho contente. A vida é bela!” - afirma. Em setembro de 2002 Heredia foi transferido para o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP). Como contratado ICAO Heredia serviu por nove anos no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) e já completou cinco no DTCEA-SP, organização esta que, segundo ele mesmo diz, “sempre foi a minha casa”. Ao que tudo indica, a partir de 2008 ele estará colaborando em algumas atividades na Divisão Operacional do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP). Para Heredia, fora da FAB o que existe é a família, os netos, o Clube de Pesca e a música, a qual aprendeu – teoria e execução – quando passou para a reserva. Não teve receio algum em freqüentar um Conservatório tendo crianças de oito a dez anos como colegas de sala. “Pena que só eu concluí o curso”, brinca o nosso entrevistado. Perguntado sobre seu retorno solicitado tendo por base suas qualidades profissionais e pessoais, ele já se adianta: “não é verdadeiro e muito menos próprio que me coloque como parâmetro ou modelo de profissional. Mas se a minha vida na atividade de trabalho pode gerar algo de proveitoso, me permito sugerir aos mais novos que trabalhem pensando no trabalho, comprometidos com os objetivos do trabalho”. 24
E muitas são as dicas que ele pode passar! “Não acreditem em promessas de quem está fora do nosso contexto! Estudem, sempre e mais um pouco. Sempre é tempo de aprender e é abençoada a oportunidade de transmitir a alguém aquilo que se aprendeu”. “Nossa atividade de Tráfego Aéreo”, prossegue, “passa por um momento de transição muito importante. Faz-se mister que aqueles que detêm o poder do conhecimento atuem com lisura e comprometimento”. Finalizando, Heredia exalta o serviço de controle de tráfego aéreo brasileiro como um modelo para toda a América do Sul. “Desde 1942 até fevereiro de 2006, tivemos preservado o respeito universal pela qualidade dos nossos serviços. No contexto aeronáutico jamais tivemos as situações vexatórias vistas nos últimos tempos. Nós, os fardados e os civis assemelhados que juntos nos doamos ao Serviço não mudamos em nada, mas algo mudou! Faço votos que os atuais homens do tráfego aéreo patrício saibam honrar as nossas tradições e não se encantem com os ‘cantos da sereia’ - que permeiam os discursos contemporâneos” – desabafa Heredia, dando o seu recado.
Mostrar disponibilidade em ajudar, organizar e formar multiplicadores trazem bons resultados para a organização. Com responsabilidade, os resultados aparecem e os valores são descobertos e reconhecidos, tornando a vida de todos mais produtiva, otimizando o tempo de cada um. Vamos, agora, subir a serra de Petrópolis (RJ) e conhecer um pouco de um profissional essencialmente virginiano! O civil João Carlos Salerno, mais conhecido como J. Carlos, não passou por um afastamento de fato do seu trabalho, mas teve uma mudança significativa de atividade e de responsabilidades. Há 29 anos J. Carlos presta serviço no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Pico do Couto (DTCEA-PCO), Rio de Janeiro. Durante 24 anos foi operador da Casa de Força, função que só deixou
para assumir a Ferramentaria, setor que chefia há cinco anos. O convite para a mudança de setor partiu de um ex-comandante do DTCEA-PCO, Maj Av Claudio, que, ao fazer um levantamento de que profissionais poderiam assumir e montar a Ferramentaria, concluiu que a melhor escolha era mesmo o J. Carlos. Havia muitas ferramentas no setor, mas por conta das necessidades de cada serviço e do intuito de melhorar a qualidade do material disponível, muitas outras peças foram adquiridas, novas e mais modernas. Olhando o quadro de ferramentas dá pra se ter a perfeita noção do que é sistema de qualidade. A filosofia de trabalho é uma só. A organização do material e a forma zelosa com a qual tudo é tratado, resumem o processo de trabalho deste setor. “Se não houver organização, muitas ferramentas podem ficar danificadas ou até mesmo sumir. Muitos destes materiais são caros e, inclusive por esta razão, agora o controle é muito grande. Nenhum equipamento ou ferramenta sai daqui sem cautela”. E este procedimento vale para qualquer pessoa que deseja pegar material emprestado. A regra é a mesma para todos. Na cautela são informados dados sobre a ferramenta ou equipamento emprestado, a data de retirada e o responsável, que assina o documento juntamente com o responsável pelo setor. Com raras exceções, o período de permanência com o material retirado é de um dia de trabalho. Ao final de um mês é feito um balanço do material da Ferramentaria para que se possa consertar peças, aumentar a quantidade de algum item ou repor com material mais moderno. “Se não houver o controle que hoje fazemos através das cautelas e dos balanços, fica muito difícil manter a ordem” - afirma J. Carlos. Dentre as ferramentas e equipamentos estão paquímetros, chaves inglesas, chaves de boca, martelos, cortador de grama, furadeiras, parafusos, pregos, porcas, jogos de peças importados. Apesar do espaço físico já se mostrar insuficiente (tempos atrás o local abrigava o
J. Carlos “Penso na otimização do efetivo do Destacamento em todos os procedimentos e atitudes que tomo profissionalmente”
refeitório), não há por agora a intenção de mudar o setor de lugar. “Quando assumi a chefia da Ferramentaria, eu tinha duas opções de escolha para o local do setor: ou aqui ou aqui. Então, foi aqui!”, brinca ele. J. Carlos recebeu carta branca para chefiar o setor e diz que dentro da ferramentaria manda ele. No passado a Ferramentaria ficava a cargo de apenas um funcionário. Hoje são cinco na equipe. Atualmente eles estão prestando suporte na montagem de uma DOME (acessório do sistema interno de TV - câmera 360º). Dentre suas diversas atividades, J. Carlos também executa a montagem de bancadas para equipamentos de monitoramento do DTCEA. Casado, pai de três filhos (dois de 26 e um de 27 anos) e com dois netos (um de três anos e outro com oito meses), J. Carlos repete em casa a mesma organização. Em 2007 foi eleito funcionário-padrão. Na ocasião, a esposa e os filhos foram prestigiá-lo na cerimônia. J. Carlos conta emocionado que a filha, olhando o quadro de ferramentas, disse: “isso é a cara do meu pai!” “Sou um cara meio enjoado com as minhas coisas”, comenta. “Eu também tenho muitas ferramentas em casa. Deixo o pesso25
al mexer, mas gosto que coloquem tudo no lugar de novo!” Houve um trabalho de conscientização do efetivo quanto à manutenção das ferramentas. “Não adianta devolvê-las sujas ou mal cuidadas. Tudo tem que ser entregue da mesma forma que estava quando foi retirado”. E J. Carlos mostra que com estas atitudes e procedimentos pensa no Destacamento como um todo. “Isso tudo não é pra mim. É pra todos. Isso é otimização!” - conclui. Este espírito de equipe e de organização se reflete nos trabalhos sociais aos quais ele se dedica. Na Ferramentaria têm fotos de uma reforma que ele e uma grande equipe de voluntários fizeram numa clínica para pessoas com distúrbios mentais na cidade de Petrópolis.
Exemplos como estes nos fazem pensar que os profissionais de talento e dedicação são mesmo indispensáveis. Vemos que para certas atividades não se cogitam outros profissionais que não aqueles; a tal ponto, que nenhum afastamento significa impedimento de fazê-los ficar. E é um orgulho saber que no time do DECEA estes não são os únicos que não se deixam partir.
A COMPROVAÇÃO DA ESSÊNCIA DA NOSSA GENTE: Comandante da Aeronáutica elogia conduta profissional de controladora da torre do aeroporto de Congonhas Mesmo passados alguns meses, queremos inserir nesta edição um fato ocorrido com a controladora de vôo 3S BCT Rachel da Silva Guimarães que, num exemplo de profissionalismo, demonstrou ponderação e inteligência, ao deparar-se, durante a sua rotina de trabalho na torre do aeroporto de Congonhas (SP), com uma situação inusitada. Em outubro de 2007, um piloto de uma determinada companhia aérea solicitou um procedimento para táxi, porém, próximo ao horário de encerramento das atividades no aeroporto de Congonhas. Prontamente, a 3S Raquel atendeu e confirmou. Porém, seguindo o que está previsto na norma, alertou-o que, mesmo taxiando, não poderia decolar, caso ultrapassasse o horário limite daquele aeroporto: 23h. Quando o piloto solicitou a decolagem, já na cabeceira da pista, como já previsto, o horário de funcionamento do aeroporto de Congonhas já havia expirado. Respeitando as normas, a 3S Rachel não autorizou o procedimento, informando o fato ao piloto que, numa reação inesperada, tornou-se agressivo verbalmente, dizendo que a controladora estava agindo com irresponsabilidade e antiprofissionalismo - proibindo a decolagem da aeronave. Agindo com ética e maturidade, a 3S Raquel continuou denegando o pedido. Diante do ocorrido, ela relatou o assunto à chefia superior – que fez os procedimentos habituais. O Comandante da Aeronáutica tomou conhecimento do fato e – condizendo com sua posição e sua autoridade – enviou uma carta ao então Chefe do SRPV-SP, Cel Av Minelli, solicitando que transmitisse à 3S Raquel todo o seu apoio – elogiando sua conduta como profissional e representante da FAB. 26
Literalmente Falando Volátil 3S Jonathas Santos Martins ICA O desafio era vencer uma força intangível, mas presente. Essa força que sobre nós é persistente Desafiá-la até às nuvens tocar E ao lado dos pássaros poder voar. Gravidade, duro obstáculo. Força inevitável
Saudade
Gigante que não poderia ser derrotado Apenas com uma pedra
Alessandra Furtado CNS/ATM
Uma grande barreira Que só pôde ser derrubada Com a marreta da sabedoria.
Não tem tamanho E nem razão
Uma mente famélica pelo impossível
Mas vem do coração
Foi capaz de alcançar o inatingível Um homem foi capaz de eternizar
Não tem começo
O vôo do mais pesado que o ar.
E nem fim Pode ser bom ou ruim
Avião, símbolo de conquista e superação Ou de guerra e destruição?
Que sentimento é esse?
Mas quando empregados com destreza
Que te enche o peito
Elevam, da nação, à nobreza.
De um jeito...
Aviação, desvelada por uma Força varonil
É intenso e avassalador
Trazendo a sabedoria
Por vezes assustador...
E a magnitude de uma pátria meritória
Te amolece
A Pátria amada, Brasil.
E enlouquece Infantil? Juvenil? Ou senil? Quem sabe? Não tem idade Te faz chorar ou sorrir Só sei que é bom sentir
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