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São Luis, a Cidade dos Azulejos
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Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA
Índice Seção: Notícias do SISCEAB Torre de Controle Móvel – a CISCEA superando desafios Seção: Notícias do SISCEAB CGNA ministra curso de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo Seção: Notícias do SISCEAB Diretor-Geral do DECEA fala à imprensa sobre a formação dos controladores de tráfego aéreo e o aprendizado da língua inglesa
Operação SAR resgata aventureiro ferido no meio do oceano
Seção: Conhecendo o DTCEA São Luís – MA
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23 Nossa capa São Luís, a Cidade dos Azulejos
Fundada em 1612, São Luís foi colonizada por europeus (franceses, holandeses e portugueses), que deixaram marcas arquitetônicas por toda a cidade. São inúmeros casarios azulejados, além de três mil construções em estilo neoclássico. E, para ilustrar a capa desta edição, uma composição harmônica de Luiz Perez: os azulejos e o DOM do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Luís (DTCEA-SL). O Sistema de Controle do Espaço Aéreo conta com o apoio de 93 pessoas no DTCEA-SL, que se dedicam à missão de prover serviços de controle do espaço aéreo, fornecendo atendimento de qualidade aos usuários do SISCEAB. Nesta edição o leitor poderá conhecer mais sobre o trabalho realizado pelo efetivo do DTCEA de São Luís. Confira nas páginas 23 a 25.
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Seção: Notícias do SISCEAB Uma nova torre de controle para São Paulo – a mais moderna do País Seção: Notícias do SISCEAB CINDACTA II acompanha o crescimento do setor aéreo com o novo Sistema X-4000 e despede-se do Mitra Artigo: A prestação dos serviços de telecomunicações e tráfego aéreo por entidades públicas ou privadas no SISCEAB tem um nome: EPTA Seção: Usina de Idéias A preocupação com o meio ambiente e a economia de água no DTCEA Canguçu – RS
Responsabilidade Social marca o Jubileu de Prata do ICA
Expediente Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral: Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Cel Av R1 Redação: Daisy Meireles (RJ 21523-JP) Telma Penteado (RJ 22794-JP) Daniel Marinho (MTB 25768-RJ) Diagramação: Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ)
Fotografia & Capa:: Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF) Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer Email: esteves@ciscea.gov.br / aeroespaco@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 - Centro CEP 20021-130 - Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2123-6585 - Fax: (21) 2262-1691 Editado em junho/2008 Fotolitos & Impressão: Ingrafoto
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Editorial omunicação e ação são palavras de ordem no DECEA.
Um fato importante para nosso Departamento e para o próprio Comando da Aeronáutica foi a realização de uma coletiva à imprensa sobre a formação de controladores de tráfego aéreo e a proficiência da língua inglesa, um assunto que merece ser divulgado também para o nosso público interno. O tema ficou bem esclarecido e precisa ser lido por todos os componentes do SISCEAB (página 10). Outra importante atividade será a auditoria da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) no DECEA, que será realizada em 2009 e já demanda uma série de ações que atingem a todas as organizações subordinadas. Esperamos destas o conhecimento integral de suas missões e do cumprimento de todas as suas atividades em consonância com as normas preconizadas pelo DECEA. A respeito desta auditoria – do objetivo, das metas e do cronograma de atividades de todas as OM – já aproveito para informar que a CERNAI já disponibilizou, através da Assessoria de Comunicação (Ascom), dados em um link na nossa Intranet. Falando em nossa rede, atendendo às expectativas da própria Ascom, contamos, agora, com mais dois funcionários que irão se dedicar às páginas do DECEA (Intranet e Internet). O webdesigner João Ximenes, que será responsável pela arquitetura do portal do DECEA e o jornalista Daniel Marinho, que se dedica ao conteúdo das páginas e colaborações para a nossa revista Aeroespaço. Nesta edição, a reportagem sobre a participação do SAR no resgate de um navegador que pretendia atravessar o Atlântico num barco a remo tem assinatura do Daniel Marinho. Confira nas páginas 16 e 17. Para acompanhar o processo de modernização do nosso Sistema, não deixem de ler nas reportagens da Seção Notícias do SISCEAB, informações sobre as instalações da Torre de Controle Móvel em Jundiaí (SP) e da Torre de Controle de Congonhas (SP), ambas realizadas pela Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) nas páginas 4 e 5. Projetar, implantar e manter atividades que visem o perfeito funcionamento do controle do espaço aéreo brasileiro é o dia a dia do nosso efetivo. E é muito motivador publicar nesta edição mais um artigo na Seção Usina de Idéias, que, desta vez, trata da importância do meio ambiente e da economia de água no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canguçu (DTCEA-CGU), no Rio Grande do Sul. Como vemos, há muito sendo feito e muito que fazer. Não somente por conta da importante auditoria da OACI, mas, principalmente, pelo compromisso que temos com nossa missão e, acima de tudo, com o nosso País. Parabéns a todo nosso efetivo e mãos à obra!
Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso Diretor-Geral do DECEA
NOTÍCIAS DO SISCEAB
TORRE DE CONTROLE MÓVEL - A CISCEA superando desafios -
A primeira aplicação foi no aeroporto de Jundiaí Dando continuidade ao Programa de Modernização do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), a CISCEA adquiriu à empresa Frequentis uma Torre de Controle Móvel, totalmente autônoma, equipada com sistemas de alta tecnologia, para atender aos aeroportos cujas demandas de tráfego de aeronaves apresentem um grau de crescimento que exija ações imediatas para suprir essas demandas. A Torre de Controle Móvel possui as funções básicas de uma torre de controle convencional, incluindo sistema de meteorologia, possibilita instalação em curto espaço de tempo, e tem por finalidade atender temporariamente ao acréscimo da demanda em um determinado aeroporto até que a modernização do mesmo fique concluída, quando, então, a torre móvel é remanejada para outro aeroporto cujas necessidades operacionais decorrentes do aumento da demanda de tráfego aéreo requisitem a sua instalação, também em caráter temporário. E, assim, sucessivamente. A primeira aplicação para a Torre de Controle Móvel adquirida pela CISCEA foi no aeroporto de Jundiaí, SP (e inaugurada no dia 30 de maio), atendendo a uma solicitação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP), este último responsável pela operação daquele aeroporto. Implantada em 10 dias, a referida torre permitirá o controle, com maior segurança, do incremento de tráfego de aeronaves naquele aeroporto. O equipamento de última geração possui em um container VHF-AM, HF e UHF, necessários para a coordenação de pousos e decolagens de qualquer aeródromo. A TWR móvel possui um reboque, com um sistema hidráulico que permite a ele-
A TWR móvel possui reboque e sistema hidráulico para elevação
vação da mesma até uma altura de aproximadamente 5m em 30 segundos. O sistema meteorológico faz medição de temperatura, velocidade e intensidade de vento, e possui pistolas de sinalização, gravadores e central de áudio e Totalmente autônoma, a torre de controle móvel está também evacuaequipada, inclusive, com sistema de meteorologia ção de emergência, tornando-a muito segura. A Torre de Controle Móvel ficará com o apoio do 1º GCC e do Servisediada no Primeiro Grupo de Co- ço Regional de Proteção ao Vôo de municações e Controle (1º GCC). São Paulo (SRPV-SP), superando Esta missão tão nobre foi viabiliza- desafios, se faz presente no atenda graças ao empenho da CISCEA, dimento aos anseios da sociedade que adquiriu o equipamento e o im- brasileira relativos à aviação e à plantou no 1º/1º GCC, fornecendo proteção ao vôo, ao implantar uma instruções práticas e teóricas para téc- torre de controle móvel dotada de nicos do PAME-RJ e do 1º GCC. tecnologia atual, em um período de Assim, uma vez mais, a CISCEA tempo jamais imaginado. 4
Uma nova torre de controle para São Paulo – a mais moderna do País Um investimento de 3,5 milhões de reais trouxe um grande benefício para a atividade de controle do espaço aéreo no aeroporto de maior movimento no Brasil: Congonhas. Com a entrada em operação da nova torre, houve uma automatização maior de alguns procedimentos, permitindo que os controladores otimizem o raciocínio operacional em relação ao tráfego aéreo sob o sua batuta, otimizando também o modus operandi do gerenciamento de tráfego aéreo. A nova torre de controle do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, entregue no dia 12 de maio, com equipamentos equiparados aos mais modernos existentes no mundo, foi inaugurada pelo Presidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), Brig Ar Carlos Vuyk de Aquino, e pelo Diretor de Defesa da Frequentis, Anton Martha. A Frequentis, empresa com sede em Viena, na Áustria, foi responsável pelos novos equipamentos da torre. Com tecnologia integrada, os equipamentos facilitam o trabalho dos controladores de tráfego aéreo, a partir da disponibilidade de diversas informações necessárias ao controle de aeronaves de uma maneira lógica e mais rápida. Dados que antes eram obtidos por meio de conversas telefônicas, como por exemplo, a respeito de meteorologia, poderão ser captados a partir de agora com um simples toque na tela de um computador. A torre tem a função de gerenciar as aeronaves pousadas no aeroporto de Congonhas, bem como o movimento desses equipamentos quando taxiando no solo, ou nas fases de pouso e decolagem. Em média, Congonhas controla 600 movimentos de aeronaves diariamente, além de outros 200 movimentos de helicópteros. O Chefe do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP), Cel Av Jeferson Ghisi Costa, ressaltou que a proposta de modernização da torre é de março de 2003, tendo sido revista em 2005 e iniciada, de fato, em outubro do ano passado. Ele destacou também que os equipamentos utilizados anteriormente não eram obsoletos e que essa recente atualização permitirá atender, inclusive, ao crescimento da demanda futura de vôos. A torre provisória, instalada ao lado daquela que foi modernizada, foi desativada e transferida para o aeroporto de Jundiaí.
Representantes da Frequentis e Brig Aquino na inauguração
Cel Ghisi (SRPV-SP) e Brig Aquino (CISCEA): os equipamentos facilitarão o trabalho dos controladores
Dados importantes agora são captados com um simples toque na tela do computador 5
NOTÍCIAS DO SISCEAB
DECEA dá continuidade às Visitas de Inspeção Humanos do DECEA, Ten Cel Av Tavares, destacou ser uma questão comum a diversas organizações), a missão tem sido cumprida com êxito e qualidade. Evidenciando a excelência do Cel Av Ferraz mostra simuladores do ICEA ao Maj Brig Ar Picchi serviço prestado, o CCA-SJ é a única organização do Governo que sempre nos apóia e que é um Federal que possui a Certificação parceiro que nos ajuda a enfrentar MPS-Br Nível E (Melhoria de Pro- as dificuldades e realizar as atividades previstas”. cesso de Software Brasileiro). “As conquistas que tivemos ao O MPS-Br tem como objetivo longo destes 47 anos de existência, definir um modelo de melhoria e devem-se à harmonia nas áreas de avaliação de processo de software, capacitação profissional e desenvolpreferencialmente para as micro, vimento de pesquisas” – disse o dipequenas e médias empresas, de retor do Instituto. forma a atender as suas necessidades O ICEA tem em seu quadro prode negócio e a ser reconhecido nafissionais altamente gabaritados, cional e internacionalmente como que receberam diversas condecoraum modelo aplicável à indústria de ções pelos serviços prestados e que, software. não raro, são enviados ao exterior Para o Maj Brig Ar Picchi “o para o cumprimento de grandes CCA-SJ vem cumprindo sua mismissões. são com entusiasmo, comprometiO quesito recursos humanos é mento, eficácia e eficiência”. também um óbice para o ICEA. “Hoje batalhamos por nossos esICEA Ainda na tarde do dia 13, a comi- pecialistas”, declarou o Cel Ferraz. tiva do DECEA foi ao Instituto de Com a redução do efetivo, o InstiControle do Espaço Aéreo (ICEA), tuto vivencia um aumento de encargos. sendo recebida Ainda naquela tarde, o Maj Brig pelo seu DireAr Picchi, junto com a comitiva, tor, o Cel Av fez um tour pelo ICEA, objetivando Paulo Roberto uma visão geral das seções da OM. Sigaud Ferraz. Na manhã seguinte, 14 de maio, No auditório, a comitiva se dividiu para inspecioapós a exibição nar seus respectivos setores e, dedo vídeo ins- pois do almoço, todos se reuniram titucional do no auditório para o debrifim. ICEA para os As autoridades do DECEA paravisitantes, o Cel benizaram o efetivo do ICEA pelo Ferraz ressaltou cumprimento de sua missão e pela que “é sempre excelência do trabalho que realium prazer rece- zam. VICEA, acompanhado do Cel Int Linhares, visita instalações do Quanto aos recursos humanos, o ber o DECEA, CCA-SJ CCA-SJ
No dia 13 de maio o DECEA deu continuidade às visitas de inspeção, desta vez no Centro de Computação Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ). A comitiva, presidida pelo ViceDiretor, Maj Brig Ar Élcio Picchi, contou com a participação de autoridades representantes dos Subdepartamentos do DECEA, e foi recebida pelo Chefe do CCA-SJ, Cel Int Linhares. Em seu brifim, o Cel Linhares ressaltou que a visita não se tratava de uma auditoria, e sim, de uma oportunidade para que a organização mostrasse o trabalho realizado e apresentasse os seus óbices com a finalidade de usufruir o apoio dado pelo DECEA. Em seguida, o Maj Brig Ar Picchi declarou que o mais importante é a oportunidade de conhecer in loco as suas organizações subordinadas. O DECEA quer saber o que ele pode fazer para ajudar a organização a cumprir sua missão”. Logo após, a comitiva se dividiu para inspecionar os setores do CCA-SJ e, no início da tarde, se reuniu mais uma vez no auditório para o debrifim. Os inspetores elogiaram o trabalho realizado pelo efetivo do Centro, ressaltando que, apesar dos óbices na área de recursos humanos (o que o Chefe da Divisão de Recursos
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Ten Cel Av Tavares ressaltou a possibilidade de solicitar ao Ministério Público a autorização para a contratação de estagiários remunerados. O Maj Brig Picchi comentou que o ICEA vem cumprindo sua missão com criatividade tecnológica, dedicação e vontade, encerrando a inspeção. ICA
Na manhã do dia 10 de junho a comitiva do DECEA deu início à visita de inspeção do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA). Também presidida pelo VICEA, Maj Brig Ar Élcio Picchi, a comitiva contou com a presença dos Chefes dos Subdepartamentos do DECEA. Após as palavras do Maj Brig Ar Picchi o Diretor do ICA, Cel Av Eric, fez o brifim, que começou com a apresentação da missão do Instituto, que é planejar, gerenciar, controlar e executar as atividades relacionadas com a cartografia e com as informações aeronáuticas. Seu efetivo hoje é de 230 funcionários civis e militares, entre estes 14 Engenheiros Cartógrafos. Dentre os óbices apresentados estava a necessidade de contratação de funcionários civis e militares, questão comum a todas as organizações até o momento visitadas. O Cel Av Eric destacou, entre as atividades realizadas pelo ICA – que este ano completou 25 anos – a Seção de Cartas Especiais, que são digitalizadas e requerem um trabalho minucioso para serem elaboradas. No ano de 2007 foram realizadas 46 cartas especiais, com 550 cópias para seus principais usuários: COMGAR, I FAe, 1º/5º GAv, 2º/7º GAv, 2º/8º GAv, 1º ETA, DATM, SDOP, DOPM e CINDACTA IV. Também foram destacados o Jubileu de Prata do Instituto, sua participação no XXIII Congresso Brasileiro de Cartografia, a Ordem do Mérito Cartográfico, o apoio no levantamento patrimonial de Cachimbo (PA) e as visitas ao Instituto, que são muito importantes para a divulgação do trabalho nele realizado. Na visão prospectiva, o Cel Eric ressaltou a importante missão do Recobrimento do Brasil no formato digital em Cartas CAP/CIAP (1:250.000), com término previsto para 2012 e CNAV/CINAV (1:500.000), com
prazo final previsto para 2015. No debrifim os inspetores elogiaram os serviços prestados pelo ICA e ratificaram o apoio prestado ao Instituto. O VICEA, em suas considerações finais, cumprimentou todo o efetivo pelo cumprimento da missão e por sua importância no contexto do SISCEAB.
Cel Av Eric faz brifim para comitiva do DECEA
CCA-RJ 124 militares e cinco civis, está perdenNo dia 18 de junho o DECEA visi- do pessoal por conta de transferências, tou o Centro de Computação da Ae- participação em concursos e encerraronáutica do Rio de Janeiro (CCA- mento de tempo de serviço. RJ). Fechando sua apresentação o Cel Em sua apresentação o Chefe do Almeida agradeceu a presença da CCA-RJ, Cel Eng Roberto de Al- comitiva e disse estar ansiando pelo meida Alves, começou o brifim apre- apoio que sempre recebe do Departasentando as diretrizes específicas do mento. Centro, dentre as quais destacam-se o Dando seqüência à programação os gerenciamento da Rede Corporativa inspetores começaram as visitas pedo COMAER (Intraer) e a operação las instalações do CCA-RJ, passando do Serviço de Atendimento ao Usu- pela Sala-Cofre – setor que passou ário de Tecnologia da Informação por uma significativa reestruturação do COMAER (SAUTI), ferramenta física, disponibilizando maior espaço que promove o pronto-atendimento, para a distribuição e recebimento de acompanhamento e fechamento de servidores que operam sistemas vitais solicitações de apoio técnico na área para o COMAER: SIGPES, SILOMS, de tecnologia da informação, oriun- SICOTAN, entre outros, além de codos das OM do COMAER em todo o ordenar os acessos de Intraer e Interterritório nacional, 24 horas por dia net da Força; SAUTI; e Assessoria de através da sua intraer (www.sauti. Segurança da Informação. intraer) ou por meio de ligação teNo debrifim o Maj Brig Ar Picchi lefônica (0800-722-0108), de 2ª a 6ª enalteceu a motivação e o comprometimento de todo o efetivo do feira no horário das 07h às 19h. Em seguida, o Cel Eng Almeida CCA-RJ no cumprimento da misapresentou a estrutura da organiza- são da Organização. ção, já pontuando um dos óbices que é o acúmulo de funções por parte de alguns chefes de seção. Ele ressaltou, no entanto, que este é um problema contornável. Ainda apresentando a carência de recursos humanos, o Cel Eng Almeida, informou que o CCA-RJ, que pos- O VICEA parabeniza o CCA-RJ pelos importantes serviços prestados sui um efetivo de 7
NOTÍCIAS DO SISCEAB
CGNA ministra curso de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo Habilitar profissionais experientes da área de navegação aérea e controle de tráfego aéreo ao exercício da função de gerente de equipe operacional do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) foi o ponto principal do curso, realizado nos dias 26 a 30 de maio, no auditório do GEIV. Denominado Módulo Tático do Curso de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATM-026) – o curso proporcionou aos alunos a atualização com os assuntos operacionais que o CGNA vem implementando. Além disso, conheceram os principais desafios diários para otimização do fluxo de tráfego aéreo no espaço aéreo sob jurisdição do Brasil e adjacências. Os alunos se aprofundaram no estudo da dinâmica do fluxo, na estrutura operacional de cada região para atendimento da demanda e situações especiais que justificam as particularidades da atual circulação aérea. Com as aulas, foi possível familiarizar esses alunos sobre restrições técnicas que limitam a capacidade. Eles conheceram o comportamento dos fenô-
No curso ATM-26, os alunos se atualizaram sobre os assuntos operacionais que o CGNA vem enfrentando
menos meteorológicos e o Syncromax (ferramenta utilizada pelo CGNA para gerenciamento tático), capacitando-os a utilizarem certas funções com vistas a maximizar a fluidez do tráfego aéreo tanto em curto prazo (gerenciamento tático), como em longo prazo (gerenciamento estratégico). De acordo com o chefe do CGNA, Ten Cel Gustavo, o curso preocupouse com o lado humanístico, buscando o aprimoramento do domínio afetivo, lapidando seu desempenho em relações
humanas, ferramenta fundamental para o trabalho do gerente na interação entre usuários e provedores do serviço de controle de tráfego e outros elementos envolvidos nos processos do sistema de transporte aéreo. “O curso pode ser considerado como um marco no sentido de melhorar o relacionamento entre componentes de diferentes setores visando incrementar a fluidez da circulação aérea através do processo de decisão colaborativa” – definiu o chefe do CGNA.
DAPH realiza treinamento de Gerenciamento de Recursos de Equipe Atendendo a uma diretriz que aponta a descentralização como um dos mais importantes fatores críticos de sucesso de um programa, a Divisão de Apoio ao Homem (DAPH) do DECEA elaborou um Gerenciamento de Recursos de Equipe (EM/TRM, em inglês – Error Manegement – Team Resource Manegement). O treinamento, realizado na semana de 16 a 20 de junho, no auditório da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), teve a presença de equipes dos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, III e IV) e do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP). Em sua palestra de abertura e boasvindas, o chefe do Subdepartamen-
to Administrativo (SDAD) do DECEA, Brig Ar Hélio, ressaltou que o evento tem por objetivo de que “cada regional tenha sua própria equipe de facilitadores para o TRM, daí a necessidade de uma padronização dos procedi- No treinamento, o Brig Ar Hélio (SDAD) ressalta a necessidade de uma padronização nos procedimentos mentos”. para todos os regionais Com o treinamento, a equipe de coorotimizar os resultados do trabalho em denação - formada por: Cel R1 Sam- equipe. paio (DSAR), psicólogas Lílian e CásDentre os campos de atuação estão: a sia, Maj Alexandre (chefe da DAPH) e melhoria do processo de comunicação, Cap Nobre (ASEGCEA) - acredita que o relacionamento interpessoal (dinâmihaverá redução nos erros de julgamen- ca de equipe), o processo decisório, o to, através de um melhor uso dos recur- gerenciamento do estresse e a consciênsos humanos disponíveis e, também, cia situacional. 8
CINDACTA II acompanha o crescimento do setor aéreo com o novo Sistema X-4000 e despede-se do Mitra Na manhã do dia 16 de maio, o Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) despediu-se do Sistema francês Mitra, em operação desde a década de 80 neste Centro. Mais precisamente por 23 anos as consoles do sistema analógico Mitra foram usadas para controlar o tráfego aéreo da região, passando por diversas atualizações durante este longo período. Dando continuidade ao processo de modernização do SISCEAB, o sistema francês está sendo substituído pelo X-4000, que vinha sendo operado em paralelo há seis meses. Um motivo de orgulho para o Brasil, por se tratar de um sistema totalmente nacional, desenvolvido pela Fundação Atech. O último vôo controlado pelo já desativado Sistema Mitra foi de um caça F5 da Força Aérea Brasileira (FAB), entre as Bases Aéreas de Santa Cruz (BASC) e Canoas (BACO). Para o Comandante do CINDACTA II, Cel Av Leônidas de Araújo Medeiros Jr, o maior avanço é a capacidade do software. “Sendo nosso, podemos adequá-lo aos requisitos que venham a aparecer com a necessidade operacional. O novo sistema permite uma visualização maior e uma flexibilidade muito grande”. Os CINDACTA I e IV, Brasília e Manaus, respectivamente, já estão usando novos sistemas (X-4000 e SCO) e, até o final deste ano, o CINDACTA III, em Recife, também fará a mudança de sistema com a adoção do X-4000, concluindo, assim, a última etapa da modernização. Nos últimos oito anos, o Comando da Aeronáutica investiu dois bilhões de dólares na modernização da estrutura do controle de tráfego aéreo do País.
Cel Av Leônidas apresenta à imprensa o novo Sistema X-4000, em operação
A despedida do Mitra – sistema em operação desde a década de 80 no CINDACTA II
O novo sistema oferece o mesmo nível de segurança aos vôos. “Um dos focos da mudança é justamente acompanhar o crescimento da malha aérea brasileira. O sistema tem condições de acompanhar mais aeronaves voando”, comenta o Cel Leônidas. 9
Atualmente, o CINDACTA II responsável pelo controle de tráfego aéreo de toda a região Sul, parte de Mato Grosso do Sul, de São Paulo e do Rio de Janeiro - possui 18 consoles com o software X-4000 e elevará este número para 26.
NOTÍCIAS DO SISCEAB
Diretor-geral do DECEA fala à imprensa sobre a formação dos controladores de tráfego aéreo e o aprendizado da língua inglesa Há uma idéia circulando de que a Aeronáutica reconheceria uma falha na proficiência da língua inglesa dos controladores. Para esclarecer o assunto, na tarde do dia 16 de junho, numa coletiva com a imprensa nacional realizada no auditório do DECEA, o diretor-geral, Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso, falou sobre a formação dos controladores de tráfego aéreo no que diz respeito ao aprendizado da língua inglesa. Além da imprensa nacional, é justo que o nosso público interno também tenha conhecimento do que ocorre no ambiente do SISCEAB. Na intraer do Decea, um dia após a coletiva, foi inserido um link com a íntegra do pronunciamento do Ten Brig Ramon. Em 2003, a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) estabeleceu que pilotos e controladores do mundo inteiro tinham que melhorar seu nível de proficiência em inglês (divididos em 1, 2, 3, 4, 5 e 6). O nível 4 – que é o operacional – deveria ser o mínimo admissível para operação, tanto de pilotos, quanto de controladores e operadores que atuam em vôos internacionais. A partir daí, uma série de modificações no ensino começaram a ser estabelecidas para que todos pudessem atingir o nível proposto pela OACI. No ano passado houve uma conferência em Montreal, no Canadá, em que a OACI autorizou que os países que não estivessem ainda com todos os seus pilotos e controladores no nível 4, dentro da data limite preconizada (março de 2008), poderiam ter mais três anos para alcançar esta formação, de modo que - até 2011 - todos estivessem dentro deste nível adequado. E o Brasil é um dos países que não atingiu esta meta. “É necessário ressaltar que hoje dentre os 190 países associados à OACI, apenas 52 atingiram o nível estabelecido. O Brasil está entre os 89 países que não atingiram. Foi apresentada – então - uma proposta de mitigação do problema, na qual se estabelece como prazo final para a solução o ano de
2011” – relatou o Ten Brig Ramon. Para se ter idéia de que outros países estão no mesmo nível do Brasil, ele citou: Alemanha, Bélgica, Bulgária, Croácia, Espanha, França, Itália, Noruega, Polônia, Portugal, Rússia, Colômbia, Cuba, Equador, México e Venezuela, China, índia, Indonésia, Paquistão, Egito e a Arábia Saudita. É importante ressaltar que alguns dos países acima relacionados têm o inglês como língua oficial e isso nos dá uma visão do universo no qual o Brasil está inserido, o que não quer dizer que nossos pilotos e controladores não falem a língua inglesa. Hoje, na aviação, há uma padronização da informação. Basicamente a mesma mensagem é tramitada do controlador para o piloto e vice-versa, em todos os lugares do mundo. Logo, o nível 4 é, então, voltado para as mensagens que fogem a este padrão.
E o que é essa possibilidade remota? É que, teoricamente, uma vez a cada seis meses pode-se ter um problema de comunicação entre piloto e controlador que faça com que uma aeronave não cumpra exatamente as regras que estão previstas e haja a necessidade de uma interação maior entre eles, visando um maior entendimento em inglês. Deve-se levar em conta nessa análise que no mundo inteiro há pilotos de várias nacionalidades, cada um deles falando um inglês com seu sotaque próprio. E isso causa uma dificuldade maior. O sotaque do americano, que fala como se estivesse em casa, é muito mais difícil de entender do que um outro piloto que não tenha a língua inglesa como sua língua original. E mesmo assim os sotaques são bastante diferenciados.
“No Brasil nós nunca tivemos um acidente em que o inglês fosse um fator contribuinte. Tanto é assim que, na nossa análise de risco apresentada no documento que enviamos à OACI (seguindo os padrões por ela estabelecidos), estamos com 0,00022% de probabilidade de acontecimento de um incidente. Isso quer dizer que a nossa possibilidade é remota”. Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso 10
“É para isso que nós precisamos fazer com que a formação de controlador obtenha um pouco mais de resposta para que ele possa entender todas essas comunicações que fujam a essa rotina” – explicou o brigadeiro.
O nível 4 compreende toda a comunicação que foge da rotina do piloto com o controlador – e vice-versa Para os contatos do dia a dia, os nossos controladores já estão habilitados, porque - antes que a OACI tivesse estabelecido esse padrão - estávamos trabalhando com a formação básica de inglês do controlador. Para a ascensão ao nível 4, já começamos a fazer alterações na formação dos nossos controladores. “Precisávamos orientar o aprendizado da língua inglesa para um determinado propósito: o controle do tráfego aéreo.
Nenhum piloto vai perguntar ao controlador onde é a estação do metrô, qual é o melhor restaurante... o que ele precisa e quer saber é sobre a meteorologia, qual procedimento adotar em caso de emergência, entre outras informações aeronáuticas. Por isso modificamos o direcionamento do nosso curso”. Hoje o inglês que está sendo ensinado nas nossas escolas está voltado para o inglês de controle de tráfego aéreo. Determinadas pessoas têm maior facilidade que outras para a língua inglesa. E é também dentro da possibilidade individual de alguns alunos que o curso foi direcionado. Daí a necessidade de formar instrutores que também sejam controladores de vôo. No ano passado alguns controladores foram enviados para Boston (EUA), onde fizeram um curso. Outro grupo de controladores e uma professora de inglês fizeram curso na Inglaterra, no qual foi possível estabelecer o padrão de cada um dos controladores e o
SDAD tem novo chefe: Brig Ar Hélio
O Cel Célio (à esquerda) passou a chefia do SDAD para o Brig Hélio
O atual chefe do Subdepartamento de Administração (SDAD) do DECEA é o Brig Ar Hélio Severino da Silva Filho, 51 anos. Aspirante de 1980, assumiu o posto de Brigadeiro do Ar em 31 de março deste ano. Em seu currículo constam cargos assumidos no SISCEAB, como chefe da Seção de Operações do Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV); da Divisão de Operações Militares (DEPV, hoje DECEA); do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP). Já atuou – também – como adjunto do Chefe do SDAD do DECEA. A passagem de cargo ocorreu na tarde do dia 16 de maio, em cerimônia presidida pelo Vice-Diretor, Maj Brig Ar Élcio Picchi.
O Cel Av Célio, que chefiava interinamente o SDAD, ocupa – agora - o cargo de adjunto do mesmo Subdepartamento no lugar do Cel Int Pontes. Elogiado pelo Maj Brig Picchi, pela realização do trabalho à frente do SDAD, o Cel Célio disse que o período em que esteve à frente da Chefia Interina do SDAD (dez/2007 mai/2008) foi enriquecedor, tanto no campo profissional como em outras áreas do conhecimento humano e falou da sua satisfação com o trabalho: “Não houve um dia sequer que eu viesse para o DECEA insatisfeito. Mas só foi possível porque sempre contei com todo o apoio que precisei”. 11
que eles precisam aprimorar para alcançar o nível 4. Outra mudança é a exigência de que o controlador, ao chegar à nossa escola, já tenha nível intermediário de inglês, em vez do nível básico antes exigido. Este maior conhecimento prévio da língua inglesa permite uma quantidade maior de tempo de aula voltada para o controle de tráfego aéreo. Nosso prazo (até 2011) será cumprido nos locais onde os controladores operem com vôos internacionais, pois não é nossa meta atender o universo de todos os controladores até o prazo estabelecido. Nos próximos três anos estaremos concentrando nossos esforços nos locais de tráfego aéreo internacional, que são as grandes cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife) e nos Centros de Controle que atendem não somente aeronaves cujo destino é o nosso País, como também as que o cruzam.
DRHU facilita acesso ao site A Divisão de Recursos Humanos (DRHU) do DECEA, através do seu site, vem otimizando ao máximo os processos burocráticos dos seus setores. Disponibilizando consultas de processos on line e movimentações de pessoal militar, além de outras consultas de pessoal civil, banco de dados, agenda de eventos, notícias e artigos motivacionais, o site da DRHU (www.decea.intraer/ sdad/drhu) teve seu atual layout modernizado em janeiro deste ano. O acesso rápido às informações, que são diariamente atualizadas, permite que tanto os funcionários do setor, quanto os usuários possam otimizar seu tempo. A DRHU possui três seções: Planejamento - destina-se à coordenação do pessoal civil, ao desenvolvimento de meios mecanizados e otimização de processos e à elaboração da Tabela de Distribuição de Pessoal; Execução - trata dos processos de medalhas, missões, cargos e recursos, do controle de comissionamento, da atualização do banco de dados de Pessoal e da movimentação por interesse particular; e Controle - que coordena todo o controle de processos. A integração entre a DRHU e seus usuários propiciada pelo site é um exemplo da dedicação e da excelência do serviço prestado em tempo real.
A prestação dos serviços de telecomunicações e tráfego aéreo por entidades públicas ou privadas no SISCEAB tem um nome:
EPTA INTRODUÇÃO
Será uma nova tarifa de tráfego aéreo? Um novo software de gerenciamento do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB)? Não! A sigla EPTA, segundo a Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) 63-10, significa: Estações Prestadoras de Serviço de Telecomunicações e Tráfego Aéreo. Hoje, essas estações estão espalhadas pelo território brasileiro e contribuem com o desenvolvimento do País. As EPTA, de acordo com a ICA 63-10, são Estações Aeronáuticas, pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, dotadas de pessoal, instalações, equipamentos e materiais suficientes para: prestar, isolada ou cumulativamente, os Serviços de Controle de Tráfego Aéreo (Controle de Aproximação - APP e/ou Torre de Controle - TWR), o Serviço de Informação de Vôo de Aeródromo (AFIS) e de Alerta; apoiar a navegação aérea por meio de auxílios à navegação; apoiar as
Por 2T Esp Com Marcelo BREDERODES Campos
O autor é Adjunto do SIGINT (Inteligência de Sinais do Comando-Geral de Operações Aéreas - COMGAR), bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e tem especialização em Gestão Estratégica de Pessoas e Processos
operações de pouso e decolagem em plataformas marítimas ou, ainda, veicular mensagens de caráter geral entre as entidades prestadoras de serviço e suas respectivas aeronaves, em complemento à infra-estrutura de navegação aérea operada pelo Comando da Aeronáutica (COMAER).
EVOLUÇÃO HISTÓRICA Para entender o processo de surgimento das EPTA, faz-se necessário compreender o contexto histórico em que elas surgiram no Serviço de Proteção ao Vôo (SPV). A Constituição Federal e o Código Brasileiro Aeronáutico (CBA), que dão a base legal para a regu-
Visão sinótica do conceito de EPTA
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lamentação das EPTA, sofreram fortes influências do contexto sociopolítico-econômico do período em que foram editadas. Segundo o jurista Rogério Fellipe (2007), no Seminário sobre um Novo Modelo de Gestão de Transporte Aéreo, realizado em junho de 2007, em São Paulo-SP, sempre foi competência da União a exploração dos serviços de navegação aérea e infra-estrutura aeroportuária. A constituição de 34, no artigo 5º, parágrafo VIII, deixava clara essa competência, conforme segue: “Compete privativamente à União: explorar ou dar em concessão os serviços de telégrafos, radiocomunicação e navegação aérea, inclusive as instalações de pouso, bem como as vias-férreas que liguem diretamente portos marítimos a fronteiras nacionais, ou transponham os limites de um Estado”. Dispositivos idênticos ou semelhantes constaram das constituições de 1937 (art. 15, VI), 1946 (art. 5º, XII), 1967 (art. 8º, XV, c) e Emenda Constitucional de 1969 (art. 8º, XV, c). Em 8 de junho de 1938, foi instituído o Código Brasileiro do Ar (CBA), pelo decreto-lei 483. Em 18 de novembro de 1966, ele foi reeditado com o decreto-lei 32. Nesse código, a exploração e os serviços de navegação aérea permaneciam sob a competência privativa da União pelas mãos do Ministério da Aeronáutica. Em 28 de fevereiro de 1967, o decreto-lei 234 estabeleceu o conceito e a constituição da infra-estrutura aeronáutica, bem como, a abrangência dos serviços de navegação aérea, conforme segue: “Constitui infra-estrutura aeronáutica todo aeródromo, edificações, instalações, aéreas e serviços des-
tinados a facilitar e tornar segura a navegação aérea, nestes compreendidos os de tráfego aéreo, telecomunicações, meteorologia, coordenação de busca e salvamento, bem como as instalações de auxílios rádio ou visuais.” (artigo 8) Em 17 de outubro de 1969, foi aprovada a constituição da sociedade Telecomunicações Aeronáuticas S.A (TASA), vinculada ao Ministério da Aeronáutica, por meio do decreto-lei 65.451. A TASA foi a primeira experiência governamental de descentralizar os serviços de telecomunicações aeronáuticas, permitindo que uma empresa pública, não-militar, explorasse esse serviço. Mais tarde, a TASA foi absorvida pela INFRAERO, que passou a explorar os mesmos serviços. Em 07 de junho de 1982, o decreto-lei 6.997, no seu artigo 2º, altera o decreto-lei 32 de 18 de novembro de 1966, integrando à infra-estrutura aeronáutica o Serviço Fixo Aeronáutico (SFA), o Serviço Móvel Aeronáutico (SMA), o Serviço de Radiodifusão e o Serviço de Radionavegação Aeronáutico. Em 24 de outubro de 1985, foi editada a Instrução do Ministério da Aeronáutica (IMA-102-2), tratando sobre estações privadas para fins aeronáuticos, intitulada: Estações Privadas de Radionavegação Aeronáutica, Auxílios Rádios e Auxílios Luminosos (EPRA). Essa instrução pode ser considerada o embrião das EPTA e a tentativa do governo em conceder permissão à iniciativa privada e outros organismos públicos para explorar esse serviço. Em 19 de dezembro de 1986, o decreto-lei 7.565 instituiu, em substituição ao Código Brasileiro do Ar, o atual CBA sob forte inspiração da doutrina neoliberal, que tinha como bandeira marcante a não13
participação do Estado na economia. Sob a égide dessa doutrina, a lei 7.565 no seu artigo 48, parágrafo único, regulamenta a participação da iniciativa privada na prestação do Serviço de Telecomunicações Aeronáuticas, permitindo que entidades especializadas da administração federal indireta, vinculadas ao antigo Ministério da Aeronáutica, ou pessoas jurídicas ou físicas dedicadas às atividades aéreas pudessem explorar esse serviço mediante autorização da Aeronáutica. Por conseguinte, o artigo 21, parágrafo XII, alínea “c” da Constituição Federal de 1988 ratifica a possibilidade da participação da iniciativa privada e de outros organismos governamentais na exploração desse serviço, aventada nas edições anteriores, e as EPTA constituem-se como marco regulatório para essa nova realidade do setor aéreo, conforme segue: “Compete a união: Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária.” A Constituição Federal e o novo CBA solucionaram o problema crítico de empresas privadas e/ ou organizações governamentais (administração direta ou indireta, estados e municípios) de poderem implantar, operar e gerir os serviços de navegação aérea e não ficarem dependentes do COMAER para prover a infra-estrutura necessária ao desenvolvimento de suas atividades e empreendimentos. Dependendo da força política das empresas/organismos e, também, se a implantação atendia ou se adequava aos interesses estratégicos da política aeroespacial vigente de cada governo, a União, por
meio da Aeronáutica, a efetivava. O que fazer? Como atender às necessidades da iniciativa privada e/ou organismos governamentais sem depender do COMAER? As EPTA surgem como resposta governamental para esse problema. Ainda segundo a antiga Divisão de Comunicação, Navegação e Vigilância (D-CNS) – atual D-GNA (Divisão de Gerência da Navegação Aérea) do DECEA, no 1° simpósio de EPTA realizado no Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), em novembro de 2006, outros fatores contribuíram para consolidar o surgimento das EPTA no cenário aeroespacial brasileiro, os quais destacamos: desenvolvimento econômico do país em um contexto global; interesse do setor privado em uma navegação mais segura (EPTA isoladas); interesse do setor industrial/comercial no desenvolvimento de atividades em algumas regiões interioranas; aquecimento no setor de aviação civil com interesse na operação por instrumentos, expandindo rotas; necessidade de meios de comunicação no SMA para coordenação das operações nos vôos das empresas da aviação civil comercial e a expansão do setor petrolífero. Em 1º de setembro de 1990, foi editada a IMA 63-10 (Estações Permissionárias de Telecomunicações e Tráfego Aéreo) e pela primeira vez, os usuários são denominados permissionários, e a nomenclatura EPTA passa a ser utilizada. Em 4 de março de 2008, foi editada a portaria do DECEA Nº 53/DGCEA, aprovando a reedição da ICA 63-10, com a seguinte designação: Estações Prestadoras de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo.
CATEGORIAS DE EPTA Conforme a ICA-63-10, de 4 de março de 2008, e de acordo com o serviço prestado e suas características, há quatro classificações de categorias de EPTA, as quais iremos discorrer a seguir. ESPECIAL - São as capacitadas a prestar os Serviços de Controle de Tráfego Aéreo (APP e/ou TWR) definidos na ICA 100-12 (Regras do Ar e Serviços de Tráfego Aéreo). Além da TWR e/ou APP, essa estação possui os demais órgãos operacionais, tais como: Estação Fixa Aeronáutica, Estação Meteorológica de Superfície (EMS) e Sala de Informações Aeronáuticas. Essa categoria, para o funcionamento e operação, necessita de pessoal credenciado e habilitado (Controladores de vôo, Operador de Estação Aeronáutica e Meteorologistas). A - São as capacitadas a prestar os Serviços de Informação de Vôo de Aeródromo e Alerta definidos também na ICA 100-12. Ressaltamos que essa categoria não presta o Serviço de Controle de Tráfego Aéreo. Além disso, ela possui os demais órgãos operacionais, tais como: Estação Fixa Aeronáutica, Estação Meteorológica de Superfície (EMS) e Sala de Informações Aeronáuticas. Para o funcionamento e operação, necessita, apenas, de Operadores de Estação Aeronáutica (OEA), que devem possuir, obrigatoriamente, os seguintes cursos: para militares - Básico de Comunicações (BCO) realizado na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR); para civis – Operador de Estação Aeronáutica (CNS005) ministrado pelo Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA). Após a realização do curso, os operadores deverão ser credenciados e habilitados pelos órgãos regionais como OEA, con14
forme preceitua a ICA 102-7. B - Utilizam as faixas de freqüências do Serviço Móvel Aeronáutico devidamente autorizados pelo DECEA e homologadas pelos órgãos regionais. Essa categoria veio atender ao anseio das empresas em coordenar uma comunicação direta com suas aeronaves através de mensagens de caráter geral entre ambas. Tais estações são terminantemente proibidas de executar o Serviço de Controle de Tráfego Aéreo e o Serviço de Informação de Vôo de Aeródromo (AFIS), previsto na ICA 100-12. Para o funcionamento e a operação não necessitam de pessoal credenciado e habilitado. C - Constituem-se, essencialmente, de auxílios visuais luminosos e auxílios–rádio isolados, destinados a apoiar a navegação aérea. Essa categoria visa atender à necessidade das empresas quanto ao melhor apoio operacional de suas aeronaves para os pousos/decolagens e localização dos aeródromos públicos/privados de origem. Para o funcionamento, necessita, apenas, de técnico credenciado e habilitado. M - É a mais nova de todas. O CINDACTA III deu o start para o surgimento dessa categoria, ao identificar o funcionamento e a operação de uma estação do Serviço Móvel Aeronáutico em desacordo com a ICA 63-10, instalada em uma plataforma marítima, no litoral do Rio Grande do Norte, quando da realização de vistoria técnico-operacional nessa estação. Todavia, a atividade da estação amparava-se na Norma de Autoridade Marítima (NORMAN 06) do Comando da Marinha, demonstrando, assim, haver um conflito normativo entre as legislações dos Comandos da Aeronáutica
e da Marinha, respectivamente. Foi celebrado um acordo entre os Comandos, liderado pelo DECEA, criando essa nova Categoria e o Curso de Radioperador de Plataforma Marítima (CNS014), ministrado pelo ICEA, adequando a operação das estações em plataformas marítimas aos requisitos normativos da ICA 63-10 e NORMAN 06. Assim, essa categoria é dedicada, exclusivamente, ao apoio às operações de pouso e decolagem em plataformas marítimas e à vei-
culação de mensagens de caráter geral entre entidades e aeronaves a seu serviço. Para o funcionamento e a operação, necessita de pessoal credenciado e habilitado com o curso CNS014.
CONCLUSÃO A descentralização dos Serviços de Telecomunicações Aeronáuticas, Tráfego Aéreo e Navegação Aérea, por meio das EPTA, configura um grande avanço socioeconômico no setor aéreo brasileiro. Com
isso, as necessidades e anseios da iniciativa privada e organismos governamentais foram atendidas, impactando, sobretudo, em economia de recursos para a Fazenda Nacional. Entretanto, essa descentralização não retirou da União a função pública de órgão regulador, fiscal, disciplinador e policial. Hoje, essas estações, sistemicamente, atuam em parceria com o COMAER, como elos do SISCEAB, e contribuem, incontestavelmente, com o desenvolvimento do País.
Visão sinótica das categorias de EPTA
Referências:
As Leis citadas neste artigo estão disponíveis e podem ser consultadas no site: http://www6.senado.gov.br/sicon/PreparaPesquisa.action - Acesso em 10 abr 2008. D-CNS. Epta um elo do sisceab. In: 1º SIMPÓSIO DE EPTA, 31., 2006, Recife. Apresentação em PowerPoint, CINDACTA III. Recife: D-cns, 2006. 1 CD-ROM NEOLIBERALISMO o que é neoliberalismo. Sua pesquisa.com. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/geografia/neoliberalismo.htm>. Acesso em: 25 mar. 2008 RIO DE JANEIRO (Estado). Instrução do Comando da Aeronáutica n° 63-10, de 23 de março de 2007. Estações Prestadoras de Serviços de Telecomunicações e Tráfego Aéreo, DECEA, Rio de Janeiro, RJ, 23 mar. 2007, p. 10 a 20. RIO DE JANEIRO (Estado). Instrução do Comando da Aeronáutica n° 102-7, de 26 de dezembro de 2006. Licença, Certificado e Habilitação de Operador de Estação Telecomunicações, DECEA, Rio de Janeiro, RJ, 26 dez. 2006. SILVA, R. F. Análise do Código Brasileiro de Aeronáutica. In: SEMINÁRIO SOBRE UM NOVO MODELO DE TRANSPORTE AÉREO, 2007, São Paulo. Apresentação em PowerPoint. Disponível em: http://www.google.com/search?q=cache:1HcgyVWMvL4J:www.araujopolicastro.com.br/download.asp%3Ffile%3DUM_NOVO_MODELO_DE_GESTAO_DO_TRANSPORTE_AEREO.pdf+um+novo+modelo+de+transporte+a%C3%A9reo&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=3&gl=br - Acesso em 01 abr. 2008. 15
Operação
SAR
resgata aventureiro ferido no meio do
oceano
Por Daniel Marinho
Navegador pretendia cruzar o Atlântico num barco a remo O Sistema de Busca e Salvamena Divisão de Busca e Salvamento de prevenção, a fim de que ele se to Aeronáutico (SISSAR) realizou (D-SAR) do DECEA. A equipe do mantivesse hidratado durante o com sucesso, no dia 16 de maio, a Centro de Coordenação de Saltempo da operação. “Ele estava operação de resgate do navegador vamento Atlântico (SALVAERO muito preocupado, nervoso. Nas José Toledo Piza, que se acidentou Atlântico) passou a orientar a víconversas, além das instruções, eu em alto mar, ao tentar cruzar o tima - por telefone - nos corretos procurava passar confiança. FaláOceano Atlântico em um barco a procedimentos para a sua sobrevivamos muito de Deus...” Relatou. remo. vência e indicação da localização, Em dado momento, o SO ArO navegador aventureiro, um ao menos aproximada, do acidente naud notou que um dos objetos brasileiro de 50 anos, tripulante - o navegador achava não ter disrecuperados, descrito pelo navegasolitário do barco OCEANITE, positivos que pudessem fornecer dor, poderia precisar sua localizade 7,5 metros, partiu de Dakar, suas coordenadas. ção. “A confiança tomou conta de no Senegal, no dia 18 todos na equipe. Ele não de abril e pretendia chesabia usar, mas orientei-o gar a Natal (RN) em 35 quanto ao correto acionadias – uma distância de mento do equipamento, aproximadamente 3000 do cuidado em não deixákm. A embarcação, polo se perder no mar, pois rém, não resistiu às forali estava provavelmente a tes ondas do Atlântico única forma de encontráe emborcou na manhã lo vivo”. Era um EPIRB, do 28º dia. No acidendispositivo que emite te, José Piza fraturou o um sinal de emergência braço esquerdo e teve numa freqüência específiboa parte de seus equica captada pelos satélites pamentos de emergência COSPAS-SARSAT e é caavariados. paz de determinar as coNavegador parte de Dakar rumo a Natal em seu barco a remo Impossibilitado de reordenadas geográficas do mar, com o GPS inutiliemitente. zado e isolado a uma distância de De imediato, O SO Roberto ArEPIRB acionado, a equipe conse1370 km da costa brasileira, José naud Macedo de Paiva, auxiliar guiria as coordenadas exatas de José Piza pediu socorro, através de um de Coordenação do SALVAERO Piza por volta das 12h30, quando telefone via satélite, ao SALVAMAR ATLÂNTICO, que manteria se descobriu que o brasileiro enconNordeste, que solicitou o apoio da contato quase ininterrupto com trava-se em área marítima sob resSALVAERO Atlântico. a vítima por mais de sete horas, ponsabilidade do Senegal. A SALFoi o início de uma complexa instruiu o navegador a utilizar o VAERO ATLÂNTICO, porém, em operação, da qual foram imediadrogue – uma âncora flutuante ação conjunta com o SALVAMAR tamente notificadas a cadeia de que diminui a influência das corNordeste, decidiu permanecer na comando do Terceiro Centro Inrentes e ventos no deslocamento operação. tegrado de Defesa e Controle de da embarcação. Orientou-o, tamAssim, em virtude da grande Tráfego Aéreo (CINDACTA III), bém, no uso do dispositivo de desdistância entre o local do acidena Segunda Força Aérea (FAeII) e salinização de água, como medida te e a costa brasileira, um C-130 16
- Hércules - aeronave de grande porte e autonomia – partiu em direção à área. O SALVAMAR Nordeste encaminhou o Navio Patrulha Graúna para o local e solicitou ao navio mercante de bandeira filipina, KYLA, que passava próximo à localidade, a alteração de seu curso rumo às coordenadas do acidente, para a tentativa de resgate. Doze horas após os primeiros contatos com o navegador, depois da mobilização de diversos setores da Força Aérea Brasileira (FAB), do empenho do SALVAERO ATLÂNTICO e de sua integração com o SALVAMAR Nordeste, chegava a informação de que o navio mercante KYLA teria resgatado, com vida, o navegador José Toledo Piza e já estava a caminho do Arquipélago São Pedro e São Paulo, onde a embarcação TRANSMAR o aguardaria para prestar os primeiros socorros. A notícia do sucesso da operação mobilizou e emocionou todos os en-
O SO Arnaud recebe José Piza - ainda muito emocionado - em Natal
volvidos, recompensando os esforços da operação. E se, para as equipes do SISSAR, ficou o registro de mais um resultado do empenho “para que os outros possam viver”; para José Toledo Piza, a atuação da equipe significou algo ainda maior do que o cum-
Rota do navegador e local do acidente
primento de um dever: “O carinho e a solidariedade com que tudo isso foi feito... Não há preço que pague no mundo!”, declarou, “(...) tenho muito a ressaltar sobre a FAB, foi um trabalho fantástico, uma atenção da qual eu nunca vou me esquecer!”
DAKAR
Local do Resgate
Arquipelago São Pedro e São Paulo
NATAL
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Ampliando o tema:
Competências O artigo de opinião “Competências Gerenciais – a gestão de um comandante de Destacamento de Controle do Espaço Aéreo” – de autoria do 2T Esp Com Marcelo Brederodes Campos, publicado na edição 30 - teve por objetivo identificar as principais competências gerenciais necessárias para um oficial comandar um DTCEA. Motivados pelo tema apresentado, coordenadores (alguns com experiência em comando de DTCEA) e atuais comandantes de destacamento se prontificaram a somar a opinião do autor com suas experiências práticas no exercício da função. Queremos – com essas visões diferenciadas – diminuir a distância que separa o fundamento da pesquisa com a realidade vivida pelos comandantes e apresentar – também - pontos de vistas que levem a uma reflexão sobre o comando de um DTCEA.
“Parabenizo o autor pelo excelente artigo apresentado, que vem somar com outros estudos realizados, objetivando uma melhor gestão de pessoas, buscando designar o homem certo para a missão certa. “Porém, penso que deve ser levado em consideração a categoria do DTCEA, conforme previsto na portaria DECEA nº 124/ DGCEA, de 22/11/2005, que classifica os Destacamentos em classes especiais (1, 2 e 3). “A classificação do DTCEA é fator preponderante para a definição das competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) dos comandantes, uma vez que estas classes definem o número e a importância dos órgãos operacionais ou técnicos. Definem – ainda – o tamanho do efetivo e a presença ou não de outros oficiais para assessoramento do comandante. “É preciso, também, observar o ambiente em que o DTCEA está inserido. Exemplo: no caso de DTCEA isolado com vila militar própria seria necessário que o comandante tenha bem desenvolvidas competências interpessoais, pois lidará com diversas demandas de ordem social. Em localidades sem apoio de OM de saúde da FAB, o comandante terá à sua frente, diversos óbices desta ordem, sendo exigido dele uma grande habilidade para o trato destas questões. Enfim, a própria cultura organizacional do DTCEA é fator de influência na definição do perfil ideal do comandante do Destacamento. “Concluo, afirmando que o estudo em questão está longe de ser definitivo e que as futuras pesquisas desenvolvidas sobre o assunto deverão levar em consideração os aspectos acima abordados e outras peculiaridades”. 1T Esp Com Alexander de MELLO Lima Comandante do DTCEA Chapada dos Guimarães - MT “Gostei muito do artigo, porém, acredito que a principal característica para o bom desempenho de um comandante de Destacamento é o inter-relacionamento com seus pares, superiores e respectivos familiares. As demais como conhecimentos, habilidades, atitudes, competência técnica, são importantes, mas, complementares”. Ten Cel Com R1 Walter AMÉRICO de Sá Coordenador dos Destacamentos do CINDACTA I 18
“O artigo é extremamente genérico para tratar de assunto tão profundo, pois, na realidade, baseou-se mais na pesquisa do que em seu conteúdo propriamente dito. Muitos dos comandantes questionados nunca tiveram a oportunidade de chefiar alguém, sendo esta a maior dificuldade: tratar com pessoas. Penso que o conhecimento não é menos essencial, mas parte-se da premissa de que ele já existe”. Maj Av Carlos Alberto de Mattos BENTO Coordenador dos Destacamentos do SRPV-SP Atuou como comandante dos DTCEAs de Santos, Manaus e São Paulo “Levando-se em conta que o artigo - apesar de basear-se num universo restrito (CINDACTAs I e IV) e que minha experiência como comandante de destacamento ter sido nos CINDACTAs III e II - consegue retratar de forma sintética e esquemática o que intuitivamente percebi. É fato inconteste, baseado nas minhas experiências, que as competências habilidade e atitude se sobrepõem ao conhecimento. “Por exemplo, na maioria das situações extremas (problemas técnicos complicados, problemas pessoais graves intra e extra efetivo, problemas disciplinares), eu precisava ter capacidade de liderar o grupo, sistematizar o problema, dimensioná-lo corretamente, dar seqüência às ações de forma coordenada, agregar as pessoas com foco na solução do problema, motivá-las para superar as dificuldades, relacionar-me externamente ao destacamento... Enfim, todos ficaram no campo das competências habilidade (liderança e relacionamento interpessoal) e atitude (autocontrole emocional, postura militar, ética e moral). “Discordo, apenas em parte, quanto aos atributos considerados menos importantes no item ‘conhecimento’, por serem as áreas essenciais do Sistema. Nos destacamentos, os equipamentos eletroeletrônicos são a ferramenta principal. É até surpreendente ver que estes atributos do conhecimento são considerados menos importantes pelos outros companheiros comandantes de Destacamento. Na minha vivência passada e na atual, realmente estes atributos não me são exigidos como resultado prático (não preciso resolver nenhum problema técnico complexo), mas eles conferem ‘capital moral’ perante as equipes técnicas, permitindo-
Gerenciais me ter atitude mais proativa neste segmento. Sinto-me seguro para opinar e implementar mudanças que julgo necessárias, pois tenho respeitabilidade da equipe. No meu caso, que fui especialista em eletrônica, com bastante experiência em manutenção de equipamentos e formação em engenharia. Considero muito relevante este aspecto. Não sei como seria se eu não tivesse estas potencialidades bem desenvolvidas. “Acredito que o autor foi muito feliz em elaborar este artigo, pois retrata, ainda que de forma limitada, as potencialidades realmente essenciais nas minhas andanças como comandante de destacamento.” 1º Ten QOECom Danilo dos Santos TELECHI Comandante do DTCEA Canoas – RS Comandou o DTCEA Petrolina - PE “Achei o artigo bastante interessante e completo, principalmente no que diz respeito às Competências Gerenciais (conhecimento, habilidades e atitudes), pois são fundamentais para que possamos estar à frente de outros indivíduos e traçarmos objetivos para o cumprimento de uma determinada missão. Porém, acredito que estarão sempre baseados na capacidade individual de cada comandante. “Vale ressaltar que não tive formação acadêmica na área de administração, porém consegui desenvolver essa competência através de conhecimentos didáticos e por vontade própria. Com certeza, as aulas de técnicas de plataforma e desenvolvimento inter e intrapessoal que existem nas escolas de formação são pontos relevantes para estimular (força externa) o aperfeiçoamento, contudo, ficará a critério daquilo que chamo predisposição para tal, ou seja, ninguém irá me incentivar a fazer algo, caso eu não possua uma ‘motivação’ (força interna) já existente. “A capacidade de organização, em geral, está diretamente relacionada às diversas atividades, porque consegue nortear os objetivos, necessitando apenas pequenos aparos de arestas, o que é normal, não obstante sem perder o objetivo fim, além de facilitar demais a forma de desenvolver atividades como supervisionar, direcionar, orientar, planejar, traçar ponto a ponto para seus subordinados e facilitar as atividades. “De nada adiantará todo esse planejamento e estudo se não tivermos o principal: o exemplo do líder. Aquela antiga frase ‘faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço’ é verdadeiramente absurda nessa atividade e pode trazer conseqüências desastrosas”. Maj Av NELSON Charles Ribeiro de Oliveira Comandante do DTCEA Maceió – AL “Concordo com o artigo, achei interessante e louvo a idéia do autor. Realmente um comandante tem que ter aquelas qualidades citadas para liderar um destacamento. Já comandei des-
tacamentos (efetiva e interinamente) e acho muito importante ter experiência de comando. Penso, também, que há que se ter habilidades e competências para comandar. Atrevo-me a dar um conselho aos comandantes: tenha sempre iniciativa. Se não conhece um assunto, procure conhecer, seja autodidata! Sempre pesquise tudo o que quer saber, não importa o assunto, seja ele técnico ou operacional. Isso traz um resultado precioso”. Ten Cel Com JONAS Batista de Souza Coordenador dos destacamentos do CINDACTA IV Já comandou três destacamentos: Rio Branco (efetivamente) e Salvador e Eduardo Gomes (interinamente) “No tocante ao atributo ‘conhecimento’, concordo com os itens apontados como mais importantes. Ressalto, porém, que, apesar de não terem sido divulgados quais destacamentos participaram dessa pesquisa, pressuponho que não houve participação efetiva de DTCEA com aeroporto, que presta o serviço de tráfego aéreo, informações aeronáuticas, meteorologia e outros, tendo em vista ter sido citado no trabalho, como um dos três itens menos importantes no quesito conhecimento, a atividade de tráfego aéreo. “Concordo plenamente com os atributos para os itens ‘habilidades’ e ‘atitudes’ citados como mais importantes, mas discordo com os citados como de menor importância. Na minha opinião, estes estão no mesmo nível dos inicialmente elencados, tendo em vista a característica de ‘distância/isolamento’ com que vivem a maioria dos Destacamentos. O comandante de DTCEA deve valorizar muito a sua integração com o efetivo e seus familiares, pois essa atitude agrega pessoas e torna seu trabalho menos árduo. Percebo que alguns comandantes de DTCEA, por falta de experiência na gestão com pessoas, atribuem a si uma superioridade em relação à tropa, bem como aos seus familiares, e perdem a oportunidade de colocar essas pessoas no seu time. Eles perdem as pessoas! “Tenho observado, na condição de coordenador, que os oficiais recém-formados seja no EAOF, seja no CFOE, salvo raríssimas exceções, apresentam determinadas dificuldades ao assumir um comando de DTCEA. Essa dificuldade deve-se ao fato de o militar não ter experiência como oficial. Neste caso, uma sugestão seria não transferir oficiais recém-formados para os DTCEA, e sim, para os CINDACTA, que, após um período de dois ou três anos, já conhecendo o funcionamento da sede, maior amadurecimento como oficial, teria melhores condições de assumir um comando de Destacamento.” Cap Av Marcelo de Lima PINHEIRO Coordenador dos Destacamentos do CINDACTA II Foi comandante do DTCEA Foz do Iguaçu - PR 19
Seção
Quem é ?
Alzemiro Alves de Gonzaga “Quem não tem dinheiro conta história” “A vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar”. Esta é uma das frases preferidas de Forrest Gump, o personagem do filme homônimo que chegou às telas brasileiras em 2004, mostrando a saga de um contador de histórias e suas mais incríveis aventuras. Tal qual o fictício personagem Forrest Gump, vivido pelo ator Tom Hanks, Alzemiro Alves de Gonzaga, o Gonzaguinha, nos mostra, com seu jeito tranqüilo de falar, como sua a vida é repleta de encontros nos quais a magia do acaso faz o impossível acontecer. Façam fila, cavalheiros! Afinal, há de se ter ordem quando se tem 25 militares por dia desejando ser atendidos por nosso barbeiro contador de histórias. Nascido em Carabuçú, Distrito do Município de Bom Jesus do Itabapoana, no interior do Estado do Rio de Janeiro, em 27 de Julho de 1949, Gonzaguinha é um leonino de 58 anos e, como um barbeiro que se preza, cheio de histórias para contar. Perseverante, desde os dez anos trabalhou para ajudar a família, deixando seus estudos para o turno da noite. Certamente, desde muito cedo aprendeu não só um ofício, mas também a ter responsabilidade e jogo de cintura. No início da década de 70, Gonzaguinha entrou para o Exército, onde serviu no Regimento Sampaio, saindo como Soldado. Nosso “Quem É?” desta edição entrou para a FAB em 1974 e, em 1976, a convite do então Maj Brig Ar Protázio, foi transfererido para Belém do Pará.
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Àquela época, Gonzaguinha tinha acabado de se casar. Como fruto desta união, teve três filhos: Bárbara, nascida em Belém, hoje, com 26 anos, é técnica em enfermagem e mãe de Breno (8 anos); Rafael, carioca, com 21 anos, serve na Base Aérea dos Afonsos (BA AF); e Luiz Felipe, estudante de 14 anos – todos de sobrenome Guimarães Alves. Depois do falecimento de seu pai, Gonzaga veio para o Rio de Janeiro com sua família. Neste mesmo ano, 1984, ele foi transferido de Belém para o COMAR III (Terceiro Comando Aéreo Regional), onde prestou serviços, até 1986, na barbearia, sempre ao lado de seu colega de profissão, o 3S Roger. Separou-se depois de 22 anos de casado, ficando com a guarda dos filhos. Morador de Bangu há duas décadas, o Taifeiro Mór da Reserva da Aeronáutica – o General da Taifa, como ele mesmo se descreve – com seu jeito peculiar de falar e de ser, soube contornar muitas saias justas, como nos mostra em duas passagens singulares de sua vida. Certo dia, estava num bar nas cercanias de um presídio, tomando um cafezinho. Lá pelas tantas, adentrou ao recinto um sujeito mal encarado, que, se aproximando de Gonzaguinha, disse: “Amigo, eu saí hoje da cadeia... Dá pra me pagar um cafezinho?”. Prontamente, com toda a calma que lhe é característica, nosso protagonista respondeu: “Pôxa, amigo, você saiu hoje? Eu saí ontem!”. Em outra feita, quando o relógio marcava duas horas da tarde de uma quarta-feira, Gonzaguinha voltava
para casa depois de um dia de trabalho no COMAR III. Voltando para casa tomou um banho e estava se De fato, esta não era uma das tarde mais felizes vestindo quando tocou a campainha. Na porta, um do nosso amigo. Pela manhã ele havia se desentenmenino lhe disse: “Ô moço! Os hôme do bicho falaram dido com a esposa e passado por alguns contraque é para o senhor descer, que eles estão esperando tempos na roda do dia. lá embaixo! E que se o senhor não for, eles vão vir aqui Assim que chegou em sua casa, viu que não havia ninlhe buscar!” (sic). guém, o que o fez pensar que teria que fazer ele próprio Gonzaga prontamente abotoou a camisa e desceu. algo para comer. Quando chegou ao pátio, o mesmo grupo estava à sua esUm tanto ou quanto irritado, ainda em casa, abriu as pera com o chefe à frente (o homem do balde de água). janelas tentando livrar-se do calor insuportável que faNas janelas, todos os moradores estavam assistindo à zia lá dentro. Naquele momento, cansado, suado e com cena, indagando no que ia dar aquilo. fome, Gonzaga desejava somente um bom banho, algo Gonzaguina foi logo dizendo: “Companheiro, eu para enganar o estômago acabo de vir transferido e, depois, dormir. de Belém do Pará. Não No entanto, assim que conheço ninguém aqui. abriu as janelas, uma denAluguei este apartamento sa fumaça invadiu o aparaqui em Gramacho para tamento, impregnando-o viver com minha família. com um cheiro de churrasNão tive a intenção de co insuportável. Vejam, não acabar com o churrasco estou falando de uma fumade vocês, só queria que a cinha qualquer, destas que fumaça não invadisse meu se esvaem com um espanar apartamento, só isso!” de mãos. Era um absurdo de O chefe, enfim, responfumaça, branca e cheirando deu: “Ah! Bom! Eu ia te a lingüiça! Um terror! fazer duas pergunta e, deTranstornado, Gonzaga pendendo das resposta que resolveu se debruçar na jatu ia me dar, eu ia te encher nela para descobrir de onde de chumbo e jogar teu corvinha a fumaça. No pátio de po no Rio Sarapuí. Mas tu já seu edifício um grupo de respondeu as duas” (sic). homens se divertia ao redor “Eu ia te perguntar”, prosde uma churrasqueira imseguiu o chefão, “se tu saprovisada. bia meu nome e se tu sabia Achando aquilo uma abquem era eu aqui no pedasurdo e no auge de sua irço. Eu tô vendo que tu não ritação, Gonzaga desceu sabe quem sou eu. Eu sou imediatamente. Ao chegar o Chico Cavalão, mas, como no pátio abordou o sujeito tu não sabia, vou deixar prá mais próximo e lhe disse: lá e nunca mais vamo fazer “Companheiro, dá para afaschurrasco aqui, valeu? Vamo tar esta churrasqueira para o embora pessoal!” (sic). outro lado? É que a fumaça O Chico Cavalão era nada está invadindo meu apartamais nada menos do que o mento de tal forma que mal chefe do grupo de extermíDo salão de barbeiro ao salão de forró - Gonzaga pé-de-valsa dá para respirar lá dentro, nio da Baixada Fluminense! sem falar no calor que está Acredite se quiser... fazendo! Pode ser?” Dias depois, Gonzaguinha O tal sujeito, já alto por causa da bebida, olhou-o com foi chamado para a reunião de condomínio e lá chegansurpresa e, sem nada responder, caminhou em direção ao do, para sua surpresa, foi homenageado pela Síndica que tanque, encheu um balde com água e, sem hesitar, apadisse: “Queria agradecer ao senhor Gonzaga, aqui presengou o churrasco, molhando pedaços de lingüiça, coxas de te, por ter acabado com aqueles malditos churrascos na frango e lascas de costela. nossa área de lazer. Finalmente apareceu um homem aqui Ainda sem responder ao Gonzaguinha, dirigiu-se ao seu para nos defender!” E todos aplaudiram. grupo de amigos dizendo: “Pessoal, vamos embora! O Torcedor do Botafogo, tem o futebol como seu hobby preferido, ao lado do forró. churrasco acabou!” Desde 2006, quando viu um casal dançando em um bar, Gonzaguinha, tomado de surpresa pela atitude do sujeiresolveu fazer aulas de forró. Atualmente nosso pé-deto, ainda disse: “Ô companheiro! Não era preciso isto... Era valsa baila em duas academias, uma no Catete e outra em só afastar a churrasqueira!” Vila Isabel. Ainda em total silêncio, o grupo festeiro se retirou. Se cortar o cabelo é uma arte, que possamos a ela Perplexo com o acontecido, Gonzaguinha voltou unir a prosa. Como nosso Forrest diz, “quem não para seu apartamento, não sem antes perceber que tem dinheiro conta história!” todo o prédio assistira à cena.
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Usina de Idéias
A preocupação com o meio ambiente e a economia de água no DTCEA Canguçu – RS O autor da Idéia é o 2S RÉGIS Fernando da Silva Encarregado da Subseção de Apoio – Garagem DTCEA-CGU
Está em voga, hoje em dia, um pensamento voltado para a preservação do meio ambiente, contra o aquecimento global e favorável à economia de nossos recursos naturais. Os sociólogos definem esta posição como uma “terceira via”, preocupada com a ecologia e a sustentabilidade do planeta Por JÓI Teixeira - SO QSS BSP
A ECONOMIA Fazendo a sua parte e pensando em economizar os recursos hídricos de sua comunidade, o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canguçu (DTCEA-CGU) – subordinado ao CINDACTA II e sob o comando do 1º Ten Esp Com Claudio José Maia de Oliveira, desenvolveu um sistema que não só economiza a água utilizada na limpeza de suas viaturas, como também promove a conscientização do efetivo para o desenvolvimento sustentável no tocante a preservação do meio ambiente. O projeto foi idealizado, desenvolvido, adaptado e instalado pelo 2S QTA Regis Fernando da Silva, responsável pela garagem e viaturas do Destacamento. O PROCESSO Visando utilizar água da chuva que, após coletada, fica armazenada em uma caixa d’água ao lado da garagem, o sistema exige um número reduzido de militares para sua utilização, além de manter as viaturas em excelente padrão de limpeza. Tanto as calhas de coleta quanto a caixa permanecem protegidas da ação de mosquitos ou outros fatores que podem vir a transmitir doenças. Sendo de baixo custo, tanto para instalação quanto em sua manutenção, os resultados tendem a ser positivos, pois a água também pode ser utilizada para limpeza predial das instalações do DTCEA-CGU. A água que sobra como resíduo também não fica empoçada, segue para as fossas, evitando qualquer possibilidade de se tornarem nocivas à saúde pública. Este é um bom exemplo de aproveitamento de recursos naturais sem o seu respectivo desgaste.
A água da chuva, que fica armazenada em uma caixa d’água ao lado da garagem, é também utilizada para limpeza das viaturas do DTCEACGU
O RESULTADO O DTCEA-CGU, além de cumprir com êxito sua missão institucional, busca sempre condições para que seus militares e a comunidade na qual está inserido tenham uma boa qualidade de vida, para que, seu efetivo possa cumprir a nobre missão de trabalhar pela Força Aérea e para o nosso País. 22
O Palácio dos Leões é o portal de entrada de São Luís
A fachada do Destacamento de São Luís – subordinado ao CINDACTA IV
Conhecendo o
DTCEA SÃO LUÍS - MA Por Daisy Meireles
A brincadeira do Tambor de Crioula do Grupo Laborarte – “afinado a fogo, tocado a murro e dançado a coice”
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A História Fundado em 27 de março de 1949, o então DPV-SL localizava-se, inicialmente, na plataforma de decolagem e pouso de dirigíveis, próximo a atual cabeceira da pista 06. Posteriormente foi transferido para o prédio anexo ao aeroporto, onde foi construída uma torre de controle. Em 2001 passou de DPV-SL para DTCEA-SL, subordinado ao extinto SRPV-BE. Em dezembro de 2002, o Destacamento recebeu as instalações da Unidade de Vigilância (UV-SL), onde estão instalados o Radar ASR23SS (PSR/MSSR), a EMA, a KF e a Estação Integrada VHF Raytheon. Em maio de 2003, o DTCEA-SL passou a ser subordinado ao SRPV-MN, hoje CINDACTA IV. O DTCEA-SL está localizado na área de jurisdição do COMAR I, mas está administrativo, técnico e operacionalmente subordinado ao CINDACTA IV. A vila habitacional A Vila do Tirirical está localizada a menos de 1Km do Destacamento e do Aeroporto de São Luís. É administrada pela Prefeitura de Aeronáutica de Alcântara (PAAK) e subordinada ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Na mesma área da vila ficam situados: posto médico e odontológico, laboratório, hotel de trânsito (que possui infra-estrutura adequada para apoio de militares/dependentes e civis) e centro social (Clube Asas) com piscina, churrasqueira, quadra de esporte e campo de futebol. Próximo aos apartamentos há uma quadra de esportes e área de lazer com churrasqueira. São 20km de distância do Centro de São Luís ao Destacamento. Da vila pode-se ir à pé até o DTCEA.
Na foto, parte do efetivo do DTCEA-SL. No total, 93 pessoas trabalham para cumprir a missão do Destacamento
Seção de Meteorologia (EMS-1 e EMA), Seção de Comunicações (ECMA-51) e Sala de Informações Aeronáutica (AIS). Através dos órgãos operacionais, são mantidos o controle e a atualização das informações aeronáuticas, a disponibilidade de produtos meteorológicos variados, a veiculação eficiente de mensagens e a segurança nas operações aéreas. A Seção Técnica, chefiada pelo 1T QOECOM Amaral, é responsável pela operacionalidade dos equipamentos e sistemas existentes no Destacamento e na UV e, ainda, no CLA. Através do controle das atividades de manutenção preventiva, do acompanhamento dos processos de solicitação de material e do pronto atendimento às inoperâncias, são garantidas a continuidade e a confiabilidade dos serviços. O lançamento de um balão meteorológico Na Seção Admipelo menos uma vez ao dia pelo SO Correia nistrativa, chefiada - informações importantes para o controle de tráfego aéreo de São Luís e para o pelo Cap Niraldo, Centro de Lançamento de Alcântara são exercidas as atividades de apoio às demais Seções do DTCEA-SL. São confeccionados documentos e controlado todo o trâmite do expediente externo e interno. Exerce também as funções inerentes a um posto avançado do SERINT-1, recebendo a apresentação de todos os inativos e pensionistas do COMAER residentes no estado do Maranhão e encaminhando ao COMAR I os documentos relativos aquele Comando.
Na vila do Tirirical, 15 casas e 21 apartamentos são ocupados por militares do DTCEA-SL
O efetivo São 93 pessoas trabalhando para cumprir a missão do DTCEA de São Luís: prover os serviços de controle do espaço aéreo dentro da área sob sua jurisdição, fornecendo atendimento de qualidade aos usuários do SISCEAB. Quatro são mulheres: SO SAD Filomena, 3S BCT Thaís, 3S BCT Amanda e a Sra. Graça - e fazem diferença no DTCEA. O Destacamento mantém em operação os auxílios à navegação aérea e a Unidade de Vigilância (UV), um dos elos do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). O prédio do Destacamento abriga os órgãos operacionais (TWR, APP, AIS, ECMA-51, e EMS-1), a Seção Técnica, a Seção Operacional, Seção de Pensionistas e Inativos, Seção Administrativa e a sala do Comandante. A Seção Operacional, chefiada pelo 2T QOEA CTA Batko, é responsável pelas atividades relacionadas ao controle do espaço aéreo, onde são coordenadas as atividades da TWR/APP,
O apoio ao efetivo A assistência médica é prestada pelo convênio SARAM/ UNIMED Norte-Nordeste, a qual é estendida à maioria dos hospitais e a quase todas as clínicas, laboratórios e médicos de São Luís, além do apoio prestado pelos médicos do efetivo do CLA, no Posto Médico, em São Luís. Já a assistência odontológica é garantida pela equipe de dentistas (oficiais e civis) do efetivo do CLA, que compõem a Seção de Odontologia, em São Luís, e a Seção de Farmácia/Laboratório. 24
Fazendo parte da Amazônia Legal brasileira e do Nordeste brasileiro, o Maranhão é um estado um privilegiado. A dança, o artesanato, o folclore e a gastronomia são grandes manifestações da cultura maranhense. São Luís tem as festas juninas de maior popularidade no Brasil. O Bumba-meu-boi é a principal dança nessa época do ano. Seus becos, ladeiras e rampas nos levam ao centro histórico, chamado Reviver, muito conhecido pela diversidade cultural que apresenta. O reggae também é um ritmo forte e tem grandes seguidores em São Luís, desde a década de 70 e segue com sucesso na cidade. É só dar um pulo no Reviver. A cidade tem a terceira maior comunidade negra do País e isso se revela no Tambor de Crioula, uma dança afro-brasileira praticada desde o século XIX, que é um conjunto de brincadeiras de “umbigada”, como batuque e o jongo. Evidenciado pelo toque dos tambores e pelo bailado das mulheres, o Tambor de Crioula é realizado em louvor a São Benedito. O famoso Teatro Arthur Azevedo (que realiza durante o ano eventos artísticos na área de dança, música, teatro e educação); os palácios dos Leões (residência oficial do governador do Estado do MA) e o La Ravardière (onde funciona a prefeitura municipal), o convento das Mercês, as igrejas do Desterro e da Sé, os museus de Arte Sacra, de Artes visuais e o Histórico e Artístico do Maranhão são atrações imperdíveis para quem visita a cidade. Outra importante atração de São Luís é a gastronomia. Quem nunca experimentou o arroz-de-cuxá ou a peixada maranhense não sabe o que está perdendo. Em São Luís há excelentes escolas e faculdades, inclusive a UFMA. O índice de criminalidade é pequeno, se comparado aos das demais capitais nordestinas. O clima varia de 25 a 30 graus, com um calor amenizado pela brisa do mar. O transporte público é bem servido e, devido ao crescimento da cidade, a população começa a enfrentar engarrafamentos, apesar dos serviços de sinalização da cidade terem melhorado muito nos últimos anos. Por ser uma cidade turística do Nordeste, São Luís tem acesso por rodovia aos demais centros das regiões Nordeste/Sudeste/Centro-Oeste e Sul. Vale a pena conhecer as cores, os mistérios, os sabores, as ladeiras e os cheiros de São Luís. São inesquecíveis.
O comandante O Cap QOECTA Niraldo Saldanha Santos é o sexto comandante do DTCEA-SL (desde 11 de maio de 2004). Por três anos acumulou as chefias dos órgãos operacionais do DTCEA-SL (TWR, APP, AIS, ECMA, EMA e EMS-1), bem como a chefia da Seção Técnica e Administrativa. Ao atual posto foi promovido em Cap Niraldo: 2004. “Se tivesse que Paulista, 52 anos, Nirecomeçar, faria tudo raldo tem quatro filhas: com o mesmo empenho, Giane Patrícia, Cláudia dedicação e com a Estela, Kelly Valquíria e mesma satisfação. Helen Cristina. É casado Gostaria de reviver com Maria Francisca Nutodas as experiências nes Ferreira Santos. da vida militar” Formado em Engenharia Civil pela Universidade de Taubaté-SP, o Cap Niraldo ingressou na FAB em 1974, como aluno da EEAR e concluiu o curso de Formação de Sargentos (CFS) na subespecialidade de QATCV - Controlador de Vôo, em 1975. Em 1996, concluiu o curso Preparatório (CPREP) para ingresso no Quadro de Oficiais Especialistas em Controle de Tráfego Aéreo, realizado na EPCAR. Conta com orgulho o fato de ser um dos primeiros controladores a participar da ativação do ACC-BS do CINDACTA I (1977), na área correspondente ao antigo ACC-SP e como chefe da OATS participou da implantação do ACC-AZ do CINDACTA IV (2002). Nos seus mais de 34 anos de atividades, com dedicação exclusiva ao tráfego aéreo, o Cap Niraldo sente-se gratificado com a carreira militar e ressalta que, durante esse período, contribuiu para que muitos acidentes aéreos fossem evitados e tem orgulho de ter contribuído para a segurança do tráfego aéreo, quer como controlador, instrutor, gerente, supervisor, coordenador de buscas, técnico especialista na elaboração e homologação de procedimentos de navegação aérea, oficial de segurança de vôo e comandante. Sente-se plenamente realizado, porque teve seus trabalhos reconhecidos, quando foi agraciado com a medalha do Mérito Santos-Dumont e demonstrou ser um militar muito disciplinado com a conquista das Medalhas de Bronze, Prata e Ouro. Como comandante do DTCEA-SL foi também homenageado pelo governador do Estado do Maranhão, José Reinaldo, com a maior comenda do Estado, a Medalha Mérito Timbira. A cidade dos azulejos São Luís, a Ilha do Amor, também conhecida como Cidade dos Azulejos, foi fundada em 1612 e colonizada por europeus (franceses, holandeses e portugueses), que deixaram marcas arquitetônicas: são três mil construções em estilo neoclássico que – em 1995 – foram tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Em 1992, São Luís também recebeu da Unesco o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Cercada de praias lindas como Calhau, Olho D´Água, Ponta D´Areia, Araçagi e outras.
O Teatro Arthur Azevedo - um dos mais belos do Brasil - foi inaugurado em 1817 e reformado em 1991 25
Responsabilidade Social marca o Jubileu de Prata do ICA O Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) celebrou, no dia 08 de maio, no pátio do Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV), seu aniversário de 25 anos. A cerimônia militar, presidida pelo Presidente do Superior Tribunal Militar, Ten Brig Ar Flávio de Oliveira Lencastre, contou com a presença dos Oficiais-Generais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, além de militares e civis.
significam 25 anos da Cartografia Aeronáutica Brasileira, por esta ter seus primórdios datados de 1920 com a Inspetoria de Viação Marítima e Fluvial, o que já caracterizava a cartografia como necessidade aeronáutica, o Cel Av Eric ressaltou que hoje, o ICA pode ser considerado um jovem dinâmico e ambicioso na busca incessante da excelência das informações que produz. “O ICA é a única instituição No palanque, as autoridades do DECEA e da Cartografia Brasileira responsável pela produção de As homenagens cartas de navegação aérea no Após a execução do Hino Brasil, ou seja, é o único no Nacional, foram homenageados que faz”. pelos significativos serviços presO ICA pretende lançar – tados à Cartografia Aeronáutica ainda em 2008, um livro de Brasileira, os Graduado, Servidor arte que vai contar a sua históCivil e Praça Padrão do efetivo ria, sua evolução tecnológica e do ICA, respectivamente: SO mostrar o trabalho anônimo e MET José Luiz Moreira de Oliprofícuo dos que conseguiram veira, Diego Oliveira Marques de fazer com que o Instituto teAraújo e CB Cartógrafo Gleison nha chegado à sua maturidade de Morais Barreto. com competência e abnegaEm seguida foram também ção. Um desses colaboradores prestadas homenagens aos ex-Dido Instituto, é o técnico em retores do Instituto, Cel Av Raul cartografia Fernando José de Ten Brig Lencastre chancela o selo comemorativo aos 25 anos Galbarro Vianna; Cel Eng Cary Moraes, de 73 anos, que condo ICA Sérgio da Silveira Souto; Cel tinua a trabalhar intensamenEng Gilberto Lopes da Fonseca; Cel Eng te no ICA (seção de Operações de CamA responsabilidade social Osmar Koehler Meggetto; Cel Eng Jorge po - CAR1), personificando o espírito da Em meio às comemorações do Jubileu de OM e serve de exemplo vivo para aqueles Alberto Paradelo; Ten Cel Eng Nei Erling; Cel Eng Alison Vieira de Vasconcelos; Brig Prata do Instituto foi realizada, ainda, uma que iniciam suas atividades profissionais no Eng Rodolfo Costa Filho; Cel Eng Danilo Gincana Beneficente para o Hospital Nos- controle do espaço aéreo. sa Senhora do Socorro – asilo que atende Groch; e Cel Eng José Carlos Rodrigues. pessoas de população de rua e abandonadas Os novos desafios pela família. O selo comemorativo O ICA tem vencido muitos desafios tecQuatro equipes representando seções do nológicos e já trilha novos caminhos. DeviA Empresa Brasileira de Correios e TeICA arrecadaram em um mês 60 itens de do ao uso de navegação por satélite, a perslégrafos lançou um selo comemorativo do farmácia, 408 pacotes de fraldas descartá- pectiva do uso cada vez maior da tecnologia Jubileu de Prata do ICA, que já está circuveis geriátricas, 99 camisetas novas e 200 digital na produção de cartas eletrônicas e o lando nas peças filatélicas e correspondênitens para a realização de um bazar em prol uso de imagens satelitais (que poderão estar cias do Instituto. O selo comemorativo passa a fazer parte do hospital. a bordo de qualquer aeronave e possibilido acervo filatélico dos Correios e servirá tarão um vôo com maior facilidade) estão Um livro para contar como fonte de pesquisa e registro sobre a exigindo uma maior demanda da Cartoa história data histórica do ICA. grafia Aeronáutica. O Diretor do Instituto, Cel Av Eric de O gerente comercial da Empresa BrasiO ICA é único na sua área, na produção leira de Correios e Telégrafos, Cléber Isaias Azevedo Bastos, ressaltou a importância da do conjunto de cartas de navegação aérea Machado, conduziu os atos de aplicação do criação do ICA no cenário da história da que proporcionam melhor operacionalidacarimbo e assinatura do Livro de Registro aviação nacional. de tanto em vôo como em terra, necessários de Lançamentos Filatélicos. Após explicar que os 25 anos do ICA não à aviação civil e militar. 26
Literalmente Falando Literalmente Falando Sentidos Urbanos Daniel Marinho ASCOM/DECEA
Estou ficando cego. Ensurdessedoramente cego. Não cheiro mais tudo que ouço, nem sinto mais o gosto que enxergo. Não distingo o mignone do osso. E estou sem tato pra o prato. O cheiro da seda é insosso. E o da fumaça, o desespero do olfato. As paredes urbanas me cegaram a vista. Assaltaram o meu horizonte. E o vento se escondeu da brisa num engarrafamento da ponte. Essa sombra de cal, mofo e cimento, antes um céu azulado, virou cinema de vesgo. Pros ácaros uma biografia. A vista da minha janela um firmamento aleijado de quem sofre de miopia. Lá fora, entre as trilhas do asfalto, as opiniões caem no braço. Tudo aglomera, pouco se une. Só a goela se firma no palco. Apito ou buzina. Indiferença ao sossego. Liquidação de patricinha. A polícia, o flanelinha… A sessão do descarrego.
Até Kepler, quem diria, aqui é tagarelo. Os ruídos… ininterruptos. Em quiálteras. A música… “das quimeras”. E o ouvido, o flagelo. O coitado não tem pálpebras. Um barulho com cheiro de cidade. Gaba-se por esculpir um outro plano. Uma outra realidade. Mas é um sonho com gosto de perda de validade. É que parece que, de repente, só vale o que “agita”. Ainda que, na verdade, pouco de divertido se permita. E cada vez mais eu menos veja. E sinta tudo pela metade. Porque quanto mais se grita, mais se aumenta a sede. E não há maior agressão à vista do que a visão de uma parede.
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