AEROESPAÇO
Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA
NOTÍCIAS
Ano 2 - Nº 10
DTCEA-STA (Santa Teresa-ES) - A Terra dos Colibris
Cartas dos Leitores Recebi, há alguns dias, exemplares da revista AEROESPAÇO, pelas quais lhe agradeço. Não posso deixar de parabenizá-los por seu conteúdo e sua apresentação, que são de excelente qualidade. Um companheiro - SO RR Rogério - escreveu-lhe, por iniciativa própria, solicitando envio regular para a AGARRA - PE (Associação Grupo de Amigos da Reserva, Reformados e Pensionistas da Aeronáutica de Pernambuco), a qual presido, solicitação essa que, soube, será atendida. Agradecendo por mais essa gentileza, ponho-me a seu dispor para qualquer necessidade ao meu alcance. Souto Maior – Ten Cel AV R1 Presidente da AGARRA Em 1984 ingressei na Força e de, forma inibida, éramos cerca de 250 oficiais e 400 graduadas em todo o efetivo. A partir daí, começamos a conquistar nosso espaço, mostrando profissionalismo, dedicação e, principalmente, capacidade de desenvolver o trabalho que nos era proposto. Com esta demonstração, a FAB abriu novas oportunidades de ingresso da mulher nos seus mais diversos quadros e hoje, além de já existir, em fase de formação, as primeiras possíveis Comandantes da Força, a Aeroespaço mostrou na Edição nº 9 que as mulheres se destacam cada vez mais, com as reportagens das Ten Fabiana e Ten Lislaine. Parabéns aos Editores e continuem a preparar reportagens tão apropriadas que, além da capacidade do trabalho do dia a dia, mostram a pessoa do trabalhador desenvolvendo suas aptidões naturais. GISELA dos Santos Pellegrino - Maj QFO TEC Adjunto da Divisão de Tecnologia da Informação Gostaria de tecer alguns comentários sobre duas entrevistas da edição nº 09. Fico muito feliz e orgulhosa pelo espaço destinado às mulheres que compõem o corpo feminino do SISCEAB. Mulheres essas que, com muita sensibilidade, podem dizer que a Poesia é algo que se aproxima do conceito de idéia. Mulheres que se expõem, através das palavras e com as mesmas palavras nos emocionam e nos faz redescobrir que existem outras formas de demonstrar o que é belo. Faz com que possamos reviver experiências passadas como, na adolescência, escrever poesias em sala de aula. E que é verdadeiro. De tudo na vida, sempre fica um pouco. Parabéns, Ten Lislaine, pela garra e determinação. Parabéns, Ten Fabiana, pelos poemas escritos. ÂNGELA Ferraz - 1ª Ten QCOA ADE Chefe da Seção de Pessoal Militar do DECEA
Expediente
Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA, produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral: Ten Brig Ar José Américo dos Santos Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Cel Av R1 Redação: Daisy Meireles (MTB 21286-DRT/RJ) Telma Penteado (RJ 22794-JP) Diagramação & Capa: Filipe Bastos Fotografia: Luiz Eduardo Perez Batista Ilustrações: Messias Bassani - CB SDE Home page: www.decea.gov.br - Intraer: www.decea.intraer E-mail: ascom@cc.sivam.gov.br ou aeroespaco@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 - Centro - 20021-130 Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2123-6585 - Fax: (21) 2262-1691 Editado em: junho/2005 Fotolito & Impressão: Ingrafoto
Página 2 • Índice/Expediente • Cartas dos Leitores Página 3 • Editorial • Nossa Capa Página 4 • Visita de Inspeção do DECEA no SRPV-MN • CINDACTA II sedia reunião do SISDABRA Página 5 • CCA-SJ entrega Sistema Ópera ao GEIV • DECEA expõe na LAAD 2005 Páginas 6 e 7 • A metamorfose no ICA Página 8 • I Encontro de Psicologia do CINDACTA II Página 9 • ICEA treina instrutores para sua nova competência • CINDACTA I comemora Dia das Comunicações e do ...Serviço de Informação Aeronáutica Páginas 10 e 11 • Carta a Osvaldo, o Controlador de Vôo Página 12 • Seção: Literalmente Falando Página 13 • Primeiro Curso Básico sobre Busca e Salvamento – ....sustentação para o crescimento da doutrina SAR Páginas 14 e 15 • Rotas Preferenciais Página 16 • ICA comemora seu 22º Aniversário • CINDACTA I realiza estágio para Comandantes de ...Destacamentos Página 17 • TORDEFAE 2005: Esquadrão Morcego é campeão • História dos Veteranos do 1º Grupo de Aviação de Caça ...emociona o efetivo do PAME Páginas 18 e 19 • Seção: Conhecendo o DTCEA Santa Teresa – ES Páginas 20 e 21 •Seção: Quem É... 1S Celso Figueiredo Página 22 • CISCEA define sua participação na transição do SISCEAB para o ...conceito dos Sistemas CNS/ATM Página 23 • FAA conhece a estrutura do SRPV-MN • DTCEA Pico do Couto – 30 anos Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não expressando, necessariamente, a opinião do DECEA.
2
005 marca o nosso segundo ano como Diretor-Geral do DECEA e, ao retomarmos
as visitas de inspeção periódicas em nossos órgãos regionais, somos testemunhas do quanto, de um ano para o outro, o nosso SISCEAB evolui e se aprimora, resultado direto de planejamento, estabelecimento de metas e diligência na aplicação dos esforços. Esta evolução, mais do que esperada, necessária até, espelha o trabalho e a dedicação de todos os integrantes do DECEA e estamos orgulhosos por estar capitaneando esta gigantesca e complexa nave no rumo inexorável de seu permanente aperfeiçoamento. Sim, porque para o SISCEAB, a formação e a elevação de nível de nossos recursos humanos; o desenvolvimento de estudos e projetos de interesse do Sistema; a absorção de novas tecnologias; a revitalização e a modernização de nossa infra-estrutura; a adaptação e a entrada em operação de procedimentos operacionais inéditos; o cumprimento de acordos, normas e regras internacionais, impostas pela evolução do transporte aéreo no globo, enfim, tudo isto acaba se constituindo em rotina para nós. A velocidade das mudanças e o ritmo das implementações aí estão e batem às nossas portas diariamente, exigindo presteza nas providências e cuidado e apuro nas decisões, porque estas são, definitivamente, conseqüentes, isto é, a tomada de decisão de hoje poderá repercutir anos à frente e, por conta disto, deve ser criteriosamente analisada. Indiscutivelmente, a herança de muitas gerações de profissionais do Sistema, que nos garantiu chegar até aqui, acrescida da qualidade do assessoramento que ao Diretor-Geral é prestada, projeta a nossa trajetória futura e assegura tranqüilidade a esta Direção. É com este pensamento que vamos chegando ao meio do ano de 2005. Esta é a Aeroespaço Nº 10 que, como sempre, vem retratando nossas mais significativas realizações. Documental, emotiva, ilustrada e abrangente, nossa revista mensal ganhou seu espaço e segue viva por conta de sua participação, caro leitor. Em nome da equipe Aeroespaço, o nosso especial agradecimento.
Ten Brig Ar José Américo dos Santos Diretor-Geral do DECEA
DTCEA-STA (Santa Teresa-ES) - A Terra dos Colibris A nossa capa deste mês fugiu do padrão. Não estamos exibindo um radar, mas sim dois belíssimos beija-flores. Mas, eles não estão ilustrando a capa desta edição sem algum sentido. O beija-flor é o símbolo do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Santa Teresa, ES - amplamente divulgado nas páginas da seção CONHECENDO O DTCEA. O DTCEA-STA adotou o beija-flor como símbolo em seu distintivo porque eles são uma constante na região, onde é raro uma casa que não é visitada por eles. Há, em Santa Teresa, um museu exclusivo para alimentação desses pássaros que formam verdadeiras nuvens em volta dos alimentadores, fazendo um espetáculo belíssimo de balé aéreo. A cidade de Santa Teresa tem mais de duas mil espécies de beija-flores, em virtude do clima de montanha e da variedade de espécie de flores em sua Mata Atlântica. O naturalista Professor Augusto Ruschi teve uma grande participação nos estudos das variadas espécie desses pássaros e suas pesquisas eram realizadas no Museu de Biologia Professor Mello Leitão. Devido a quantidade de beija-flores, Santa Teresa recebeu o nome de “Terra dos Colibris”.
Visita de Inspeção
O DECEA no SRPV-MN No último dia 03 de maio, foi iniciada a Visita de Inspeção do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) ao Serviço Regional de Proteção ao Vôo de Manaus (SRPV-MN). O Diretor-Geral do DECEA, Ten Brig Ar José Américo dos Santos, foi acompanhado de uma equipe técnica, operacional e administrativa e contou com a participação de oficiais generais e oficiais superiores, diretamente sob sua tutela. Na reunião com os oficiais, o Diretor-Geral falou das atividades específicas do SRPV, dos problemas existentes e soluções necessárias, criando um ambiente cordial e amigo de trabalho, de responsabilidade e de respeito mútuo, onde o objetivo a ser alcançado esteve permanentemente visível. Nas reuniões setoriais, seus assessores diretos permaneceram sensíveis às reivindicações do SRPV, sem perder o rumo do plausível e do possível. Segundo o Ten Cel Esp MET João de Matos Suzano, Chefe da Seção de Comunicação Social do SRPV-MN, a organização “cresceu, evoluiu, criou asas e decolou. Decolou para um futuro de realizações e maturidade na prestação de serviços. Decolou para cumprir o seu legado sistêmico no Controle do Espaço Aéreo e de peça fundamental para o desenvolvimento técnico e operacional da região Amazônica”. Decolou, finalmente, nas palavras proferidas pelo nosso Diretor-Geral, anunciando o firme propósito de, até ao final do comando atual, transformar em ato de direito o que de fato já existe, e promover este Serviço à condição ansiosamente aguardada de CINDACTA IV (Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo). A viagem de inspeção do DECEA aconteceu no período de 03 a 05 de maio e a comitiva visitou também o Centro Técnico e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CTO/SIPAM) de Belém e as Unidades de Vigilância de Conceição do Araguaia, Santarém e Cachimbo.
Comitiva do DECEA em forma
Ten Brig Ar José Américo passa em revista a tropa do SRPV-MN
Diretor-Geral do DECEA anuncia a promoção do SRPV-MN em CINDACTA IV
CINDACTA II sedia reunião do SISDABRA
O Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) sediou, no dia 06 de maio de 2005, a Reunião de Coordenação Sistêmica dos Elos do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), da 2ª Região de Defesa Aérea. A reunião foi coordenada pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) e presidida pelo seu comandante, Maj Brig Ar Atheneu Francisco Terra de Azambuja. 4
AEROESPAÇO
Além das autoridades do COMDABRA, estiveram também representados os seguintes setores: Subdepartamento de Operações do DECEA (SDOP), CINDACTA II, Quinto Comando Aéreo Regional (COMAR V), Segundo e Quarto Esquadrões do Primeiro Grupo de Comunicações (2º/1° GCC e 4º/1º GCC), Terceiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação (3º/3°GAv), Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14°GAv), Quinto Esquadrão do
Oitavo Grupo de Aviação (5º/8°GAv), Seções de Controle das Operações Aéreas Militares (SCOAM) de Canoas, Santa Maria, Campo Grande, Primeira Companhia de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (1ª CAAAD) e Terceiro Grupo de Aviação Aeroembarcada (3ºGAAAe). Na oportunidade, foram tratados temas operacionais que visam a aumentar a eficiência do Sistema de Defesa Aérea Brasileiro.
CCA-SJ entrega Sistema Ópera ao GEIV O Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ) fez a entrega oficial do Sistema Ópera ao Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV), no dia 15 de abril. Foram realizadas visitas às instalações da Unidade, dentre elas a Seção de Operações, quando foi entregue o Sistema Ópera pelo Chefe do CCA-SJ, Ten Cel Int Ricardo Ferreira Gomes dos Santos, com as presenças do Brig Ar Polhmann (SDOP); Brig Eng Rogério (SDLO) e Brig Eng Roberto (SDTI). O Ópera, Sistema de Comando e Controle no Nível de Execução (Unidade Aérea), tem por finalidade apoiar a realização dos processos que ocorrem na Unidade Aérea, dentre eles a elaboração da Escala
de Vôo, o Registro de Vôo e os Controles Estatísticos. O CCA-SJ é o órgão responsável pelo desenvolvimento, implantação, manutenção e aperfeiçoamento do Sistema, bem como pelo treinamento de seus usuários. Comporão os elos do Ópera todas as organizações do Comando da Aeronáutica, detentoras de meios aéreos. A mais recente versão do Ópera foi implementada com o objetivo maior de atender às necessidades especiais do GEIV, quanto ao planejamento de Missão Aérea e diversos controles de disponibilidade dos aeronavegantes para a Escala de Vôo. O desenvolvimento contou com uma pronta resposta por parte do CCA-SJ à soli-
citação do GEIV. Em apenas três meses, o projeto foi executado e contou com a efetiva participação da futura equipe de usuários do Sistema, na determinação e validação dos requisitos. A equipe do projeto ÓPERA-GEIV, assim chamado, procurou evitar a customização do sistema. A versão 6.0 traz, então, características para Unidades Aéreas Especiais, como o GEIV, e amplia o atendimento das necessidades dos setores de Operações de muitas outras Unidades Aéreas do Comando da Aeronáutica, usuários do sistema.
DECEA expõe na LAAD 2005
No último dia 26 de abril, o Vice-Presidente da República e Ministro da Defesa, José Alencar Gomes da Silva, e os Comandantes das três Forças Armadas abriram a LAAD 2005 - Latin America Aero & Defence, no Riocentro, no Rio de Janeiro. O evento, que acontece a cada dois anos, foi até o dia 29 de abril. A LAAD 2005 contou com a presença de mais de 12 mil visitantes, entre Oficiais Militares da Força Aérea, Exército e Marinha do Brasil O estande do DECEA na LAAD 2005 foi bastante visitado e de outros países da Amérepresentados por empresas e organizações rica Latina, representados por nacionais e internacionais fornecedoras de delegados oficiais, autoridades, diplomatas produtos e serviços para as três Forças Armae funcionários do Governo ligados com a das, bem como para empresas de aviação Defesa Aeroespacial. Também participaram comercial, organizações espaciais, adminispilotos, engenheiros técnicos e controladotradoras de aeroportos e mídia especialires. zada. Durante este período, os visitantes tiveNesta edição da feira, quatro espaços ram contato com mais de 350 expositores,
representaram a Aeronáutica, com a participação do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), do Centro Logístico da Aeronáutica (CELOG), do Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento (DEPED), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), do Museu Aeroespacial (MUSAL), do Departamento de Aviação Civil (DAC) e da Esquadrilha da Fumaça. Mais de 500 quilos de material de divulgação da Aeronáutica foram distribuídos, entre eles revistas, panfletos e pôsteres. O DECEA, mais uma vez, contando com o apoio do DAC, dividiu o estande, onde pôde divulgar suas ações através de CDs e folders institucionais, e - ainda - de edições da revista Aeroespaço. AEROESPAÇO
5
A METAMORFOSE DO
ICA
Por José carlos RODRIGUES - Cel Eng
O autor é o atual Diretor do Instituto de Cartografia da Aeronáutica
Localizado na cidade do Rio de Janeiro, o Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) é subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Seu efetivo é composto de civis e militares altamente qualificados, que atuam nas áreas de cartografia, informações aeronáuticas, topografia, administração e tecnologia de informação, treinados em sistemas de informações geográficas, sistema de desenho e de processamento de imagens, bem como profissionais na área administrativa. 6
AEROESPAÇO
A Cartografia tem sido, nos últimos anos, um dos campos de atividades mais influenciados pela tecnologia moderna, que tem tornado disponíveis técnicas e equipamentos cada vez mais avançados, para os processos de coleta, análise e apresentação de dados informativos. As atividades de Cartografia Aeronáutica eram de responsabilidade da antiga Diretoria de Rotas Aéreas (DR) que, através da Divisão de Informações Aeronáuticas e Mapas, planejava e executava as Cartas Aeronáuticas. No final da década de 70, a DR sofreu uma reforma administrativa e passou a denominar-se Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo (DEPV), dentro da qual se estruturou a Divisão de Cartografia Aeronáutica (D-CIA). Mais tarde, com o advento do avião a jato, houve necessidade de um controle mais eficaz do espaço aéreo, assim como a urgência de informações mais atualizadas, para uma proteção confiável e avançada. Sendo assim, foi criado, em 10 de maio de
1983, o Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), com a missão de planejar, controlar, gerenciar e executar as ações nas áreas de cartografia e publicações aeronáuticas. Nestes 22 anos de execução da Cartografia Aeronáutica, com inúmeros trabalhos realizados e ações diversas em vários órgãos de representação no Brasil e no exterior, o ICA continua despertando expectativas, ao manter-se atualizado com informações aeronáuticas aprimoradas ao avanço da aviação: • Cartas para apoio ao vôo visual, nas escalas de 1:1.000.000, 1:500.000 e 1:250.000; • Cartas para apoio ao vôo por instrumentos, incluindo os procedimentos de subida e descida, STAR, ADC e PDC; e • Planos de Proteção de Aeródromos e Levantamentos Cadastrais produtos elaborados para apoio às mais diversas atividades do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).
Contudo, estamos interessados em aumentar, ainda mais, a confiabilidade dos trabalhos executados no Instituto. Por isto, temos feito reuniões constantes, a fim de que seja implantada uma nova estrutura. O objetivo é equilibrar as ações de cartografia, publicações aeronáuticas e suporte, no sentido de adequar o Instituto de Cartografia Aeronáutica a um patamar de maior eficiência e eficácia no suporte à navegação aérea, correspondendo ao que se espera como missão do ICA. O Instituto encontra-se estruturado da seguinte forma: Direção; Assessores diretos; Seção de Comunicação Social; Seção de Inteligência e Secretaria; e Divisões Administrativa e Técnica. A Divisão Técnica responde pelas atividades-fim do Instituto, a saber: cartografia e informações aeronáuticas. Por serem atividades distintas, esta Divisão deverá sofrer maior “metamorfose”, sendo dividida em outras duas: a Divisão de Serviço de Informações Aeronáuticas - AIS (Aeronautical Information Service), e Divisão de Cartografia, respectivamente. A primeira, Divisão AIS, será responsável, como o próprio nome já diz, pelas informações aeronáuticas, que são obtidas através das Cartas IFR (Instrumental Flight Rules). Estas cartas são necessárias à condução dos vôos apoiados por instrumentos em terra, tais como VOR, NDB, ILS e RADAR. As referidas cartas atendem a diferentes fases do vôo, que - de acordo com a Organização da Aviação Civil Internacional - são as seguintes: • taxiamento desde o ponto de estacionamento da aeronave até o ponto de decolagem; • decolagem e subida até a estrutura ......de Rota ATS; • estrutura de Rota ATS; • descida até à aproximação; • aproximação para pouso; e • pouso e taxiamento até o ponto de ......estacionamento. A segunda, Divisão de Cartografia, será responsável pela confecção de mapas e cartas visuais e operações de campo (levantamentos de campo). As Cartas VFR (Visual Flight Rules) fornecem as informações aeronáuticas e cartográficas necessárias à condução
de vôos apoiados em referências visu- através de dispositivos legais, as áreas ao redor dos aeródromos em relação ais. Entre estas Cartas estão: • Carta Aeronáutica Mundial (WAC); ao surgimento indiscriminado de possí• Carta de Navegação Aérea Visual veis obstáculos à navegação aérea. Já a Divisão Administrativa será trans......(CNAV); e • Carta Aeronáutica de Pilotagem formada em Divisão Logística, mantendo suas atividades administrativas e ......(CAP). Para as regiões que não possuem de infra-estrutura - tais como Deparcartografia convencional, que per- tamento de Pessoal, Assistência Social, mita a elaboração das Cartas Aero- Divisão de Patrimônio, Apoio, Protocolo náuticas, o ICA criou dois programas - e acrescendo as funções de Fotoploalternativos: a Carta-Imagem de tagem e Informática. Navegação Aérea Visual (CINAV) Estas são as mudanças significativas e a Carta-Imagem Aeronáutica de que o Instituto de Cartografia AeronáuPilotagem (CIAP), ambas geradas tica estará promovendo e esperamos por imagens obtidas pelo satélite contar com o apoio de todo o efetivo. LANDSAT. Recentemente, o ICA implantou uma pesquisa pioneira para geração das Cartas CIAP, utilizando imagens do satélite CBERS, do Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, que já estão disponíveis na Internet, de forma gratuita. As operações de campo são atividades imprescindíveis para a confecção das Cartas Aeronáuticas. Destes levantamentos fazem parte as operações geodésicas e topográficas, que fornecem dados de campo para a locação e orientação de equipamentos de proteção ao vôo. Para realizar estas operações, são empregados equipamentos modernos, confiáveis e eficazes, tais como os rastreadores de satélites, artifícios do sistema GPS. Também será atribuição da Divisão de Cartografia a Zona de Proteção de Aeródromo, que possui documentos cartográA Direção do ICA conta com o apoio do seu efetivo para ficos para protegerem, promover as mudanças AEROESPAÇO
7
Sob o tema “A inserção do Psicólogo no Controle do Tráfego Aéreo”, foi realizado o I Encontro de Psicologia do CINDACTA II (Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), no período de 26 a 28 de abril de 2005. O evento, que teve como objetivo promover o encontro dos profissionais do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), proporcionou o intercâmbio de conhecimentos das experiências e das ações da Psicologia desenvolvidos no âmbito da atividade de controle de tráfego aéreo. Os profissionais puderam refletir sobre a influência das relações humanas e dos fenômenos psicológicos individuais e grupais no contexto organizacional e, também, estabelecer o encontro dos elos do sistema de controle de tráfego aéreo, subordinados ao CINDACTA II. Durante o evento foram ministradas palestras e mesas redondas, tais como: “Simbolismo e Comunicação nas Organizações” - Prof. Artur Roman; “O Fator Humano na Aviação” - Profª. Sílvia Bozzetti da PUC-RS; Fator Humano no Controle de Tráfego Aéreo (mesa redonda); “Tecnologia e o Homem” - Maj QFO Psc R1 Aline Barranco; “Carga de trabalho: estresse e monotonia” - Maj QFO Psc Cátia Nocera; e “Educação permanente na prevenção do erro” Maj QFO Ped Gizza Aparecida R. de Brito. Participaram do Encontro comandantes e chefes de órgãos operacionais; psicólogos e controladores de tráfego aéreo, representando as seguintes Organizações: Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), CINDACTA I, II e III, Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), Serviços 8
AEROESPAÇO
I Encontro de Psicologia do CINDACTA II
Regionais de Proteção ao Vôo (SRPV) do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Manaus, Destacamentos de Controle do Espaço Evento promoveu o congraçamento dos Aéreo (DTCEA) de Campo de Marte, profissionais do SISCEAB, que compartilharam Curitiba, Bacacheri, conhecimentos, experiências e as ações da Foz do Iguaçu, Psicologia desenvolvidos no âmbito da Florianópolis, Porto atividade de tráfego aéreo Alegre, Canoas, Santa Maria, bem como profissionais da INFRAERO (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária), da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Tendo em vista o entusiasmo e a relevância dos debates acerca de temas como processos da comunicação e do ensino/ Cel Aquino, Comandante do CINDACTA II (ao centro), aprendizagem da interação do presidiu o Encontro homem com a tecnologia e o contexto operacional, entre outros, foi possível atingir com proficiência os objetivos propostos. Ao final do Encontro, foi consenso entre os participantes que os resultados atingidos superaram as expectativas. Atualmente, a Psicologia tem tido atuação relevante na área operacional do CINDACTA II, efetuando O Encontro proprocionou o congraçamento dos acompanhamento dos profissionais profissionais do SISCEAB de tráfego aéreo, no que diz respeito ao desempenho de suas atividades; realizando vistorias operacionais nos órgãos de tráfego aéreo subordinados; elaborando Relatórios de Investigação do Controle do Espaço Aéreo (RICEA); prestando assessoria à Divisão Operacional nos assuntos afetos à essa área e participando nos conselhos Palestras e Mesa Redonda abordaram temas de interesse operacionais presididos pelo para o público Comando daquele órgão.
ICEA treina instrutores para sua nova competência A sala dos pilotos
A equipe...
No período de 04 e 29 de abril de 2005, o ICEA realizou o treinamento operacional para a formação da primeira equipe de instrutores de Operações Aéreas Militares. Esta primeira turma de instrutores terá a incumbência de irradiar os conhecimentos adquiridos e difundir a nova sistemática de gerenciamento da instrução e treinamento de cenários para as operações aéreas, tirando o encargo dos Centros de Controle Operacionais em formar e especializar seu efetivo de controladores, além de, utilizando os meios do ICEA, realizar Manobras e Exercícios Simulados, reduzindo os gastos dos Comandos e Departamentos com meios aéreos, pessoal e equipamentos para treinamento e aperfeiçoamento de seus militares. Muitos se lembram que, originalmente, quando se pensava na formação de controladores de Operações Aéreas Militares, imaginava-se um Centro que teria esta incumbência, o “CFOPM”, porém, esse conceito foi superado pela capacidade instalada do ICEA, que tinha condições de absorver mais este encargo. Desta forma, o que seria o “CFOPM” foi transformado na Subdivisão de Operações Militares da Divisão de Ensino do ICEA, que conta hoje com o seguinte efetivo: três oficiais e três
e o treinamento profissional
graduados operacionais em Defesa Aérea, com perspectivas de receber mais um oficial e três graduados no próximo ano. A subdivisão tem Chefia, a Seção de Cursos de Operações Militares, a Seção de Doutrina e Simulação, e Seção de Guerra Eletrônica. O Sistema tem como missão a formação e a manutenção operacional de oficiais e graduados para os Órgãos de Controle de Operações Aéreas militares (OCOAM) e para o Centro de Operações de Defesa Aeroespacial (CODA) e é composto pelo Sistema de Tratamento e Visualização de Dados (STVD) do COPM1, reproduzindo o ambiente de trabalho dentro de um OCOAM, e pelo Simulador de Operações Aéreas Militares (SOpM), que provê recursos de simulação para o STVD, podendo estabelecer a Situação Aérea Simulada (informações de radares locais, aeronaves de vigilância e sínteses de radares e centros adjacentes), evoluir aeronaves simuladas e tratar planos de vôo, executando exercícios complexos contendo eventos meteorológicos, interferências nos radares e tratamento de informações operacionais, com capacidade de extração de dados específicos para avaliação dos controladores em formação nos diversos cursos de Operações Militares.
CINDACTA I comemora Dia das Comunicações e do Serviço de Informação Aeronáutica
Militares em formatura
A homenagem aos profissionais das comunicações do CINDACTA I e dos Destacamentos subordinados
O Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) realizou, no dia 06 de maio de 2005, cerimônia militar comemorativa do Dia das Comunicações e do Serviço de Informação Aeronáutica. Na oportunidade, foram homenageados os profissionais da Sede e dos Destacamentos subordinados que mais se destacaram em suas atividades. Na seqüência, foi prestada uma justa homenagem ao Engenheiro Gilber Henri François Eon, um dos pioneiros na implantação do Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, que - face à sua aposentadoria - despediu-se da Organização. No encerramento da cerimônia, a tropa desfilou em continência ao Comandante do CINDACTA I, Cel Av Paulo Gerarde Mattos Araujo. AEROESPAÇO
9
Carta a Osvaldo, o Controlador de Vôo Por Brig Ar Alvaro Luiz PINHEIRO da Costa
O autor é Presidente da CISCEA/CCSIVAM
Há no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) algumas singularidades que emprestam à atividade características únicas. Uma dessas singularidades é o Sistema PAR (Precision Aproach Radar - Radar de Aproximação de Precisão), considerado Sistema porque é composto, de um lado por equipamentos (antenas, transmissores, receptores, sala radar, scopes etc.) e do outro por elemento humano, dividido em duas vertentes: o usuário (piloto de caça, treinado para utilizar o sistema) e o operador de PAR (o controlador de vôo, treinado e habilitado para conduzir a aproximação para pouso). Assim, é este conjunto de elementos que, postos em conjunção, permitirá que uma aeronave militar de caça seja trazida para o pouso em quaisquer condições meteorológicas. Certo é que uma aproximação PAR em condições adversas (tempo ruim e curto combustível) é sempre motivo de estresse e não só para o piloto como também para o controlador. 10
AEROESPAÇO
Esta “Carta a Oswado”, gentilmente cedida pelo Brig Ar Alvaro Luiz Pinheiro da Costa, atual Presidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), é exemplar quanto ao grau de interação que normalmente existe entre pilotos e controladores e o quanto há de reconhecimento de valor pessoal e profissional entre eles. Pouco comum e, por isto mesmo tão significativa, a carta é um gesto de apreço de um profissional em relação ao outro. A sua publicação pela Aeroespaço é uma maneira do SISCEAB homenagear a todos os controladores PAR do Brasil. As cenas descritas na narrativa são quase uma rotina nos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) que prestam este tipo de serviço. O que é extraordinário, e vale destacar, é como um profissional dedicado acaba construindo no seio da corporação uma reputação de competência que o transforma em destaque, a ponto de merecer aplauso e reconhecimento.
Prezado Osvaldo, Um caso que realmente marcou minha formação como piloto de F-5 no 1º GpAvCa (era assim que se abreviava na época), sob o ponto de vista de suporte dos controladores aos pilotos, foi uma missão sobre a qual já conversamos brevemente. Passo a descrever a missão como me lembro, mas é importante ressaltar que as verdades, quanticamente, dependem do observador e variam com o tempo: Era um Vôo por Instrumentos (3F). Eu era o aluno novinho e o instrutor era o, então, Cap Aymone. A meteorologia estava péssima, bem abaixo dos mínimos previstos para a instrução, mas o Aymone perguntou: - Novinho, você vai voar com esse tempo? Como qualquer outro Caçador que se prezava, respondi como era de se prever: - É claro (e aí começou a aventura)! Partimos para o F-5B sob a chuva, com o pessoal da pista pagando os pecados com tanta água que caía, para atender aos dois pilotos inconseqüentes que iriam decolar assim mesmo. A decolagem e a missão foram sem grandes problemas, apesar de estarmos dentro da craca todo o tempo. Felizmente, o Aymone resolveu voltar da área de instrução enquanto ainda tínhamos combustível sobrando, de modo que, pelo menos sobre esse aspecto, estávamos tranqüilos. A situação meteorológica estava tão ruim que éramos os únicos alucinados entre os pilotos da Base Aérea de Santa Cruz que estavam voando. Assim, o tráfego aéreo também não atrapalhava em nada. Os verdadeiros problemas eram a visibilidade e o teto de nuvens, que estavam bem abaixo dos mínimos para pouso. Retornando à maloca, solicitamos o procedimento de precisão radar para pouso (PAR), que seria a única possibilidade de atingirmos condições visuais. Mesmo com o auxílio do GCA, tínhamos certeza que não iria ser fácil avistar a pista. Por isso, combinamos que eu faria o procedimento e o Aymone iria se preocupar em olhar para fora e informar quando estivesse avistando alguma coisa. Como eu estava na nacele traseira (não houve sequer necessidade de instalar a capota, de tão ruim que o tempo estava), ele faria o pouso. Você não pode imaginar a satisfação e a tranqüilidade dentro do F-5B quando, ao sermos transferidos de TABA (APP) para TOBOGÃ (PAR), ouvimos: - JAMBOCK 04, no seu controle o ÍNDIO 06 (mesmo eu sendo novinho, já conhecia a sua fama), cheque rádio. Eu não sei se os controladores estão cientes disso, mas, para os pilotos, fica muito claro no rádio se a pessoa do outro lado sabe bem o que está fazendo ou não, mesmo sem vê-la. Não me lembro se eu e o Aymone comentamos isso entre nós, mas recordo do meu alívio ao ouvir a sua voz e o seu código-rádio. O PAR foi realizado por mim, normalmente. Quando o Aymone informou o visual, olhei para fora e já tínhamos passado do VOR. Não sei se você se lembra, mas a antena do VOR de Santa Cruz ficava alinhada com a antiga pista 04 (hoje 05), a uns 150 metros da cabeceira. Nesta distância, se estivéssemos muito fora do eixo ou da rampa, com os 155 nós de velocidade de final do F-5B, aquele pouso teria sido impossível e haveria ainda uma grande chance de tocarmos o solo fora da pista, sabe-se lá com que resultados. Todavia, graças ao seu competente controle da aproximação PAR, estávamos exatamente no eixo e na rampa. O trabalho do Aymone, na nacele dianteira, foi só pousar e usar o pára-quedas de frenagem. Com aquela péssima visibilidade e a chuva torrencial, PRIMAVE (código-rádio da Torre de Controle) não conseguia avistar nossa aeronave e, depois que informamos o Controlado e você comandou a transferência do controle rádio para a Torre, tivemos que informar quando livramos a pista de pouso. Não me lembro se agradecemos a você ou não. Conhecendo a mim e, um pouco, ao Aymone, creio que não. Éramos três profissionais, fazendo cada um a sua parte e satisfeitos com a carreira abraçada. O táxi com F-5B até o estacionamento e o corte dos reatores foram normais, com o pessoal da Pista de novo pegando muita chuva e com um pequeno banho desde o nosso abandono do avião até chegar no OPO, que, na época, ainda era na Portaria do 1º Grupo de Aviação de Caça. Como às vezes acontece, nem eu nem o Aymone jamais comentamos esse vôo entre nós, mas para mim, como aluno, essa missão ficou gravada na memória como exemplo de cooperação e confiança entre piloto e controlador. Esse texto serve para compensar um pouco a falta do nosso muito obrigado - que, se não dissemos para você na época, posso assegurar que, pelo menos, pensamos. Um grande abraço,
Pinheiro.
AEROESPAÇO
11
Literalmente Falando A poesia
ROGÉRIO Biriba de Oliveira - 1S SGS (3º/1º GCC)
A Poesia me ama; Ela me deixa fazê-la. E poesia é uma estrela Deitada em minha cama. Nasce no branco do papel, Nasce da angústia de quem ama, Nasce para acender a chama; Renasce no mais lindo cordel. Tem vida própria, Vive no abrir dos olhos; Não tem padrão, nem idade; Nenhum tipo de raça, religião ou nacionalidade.
Brancas nuvens
Hygino Lima ROLIM - Ten Cel Av (DECEA)
A terras firmes Prefiro brancas nuvens Móveis e voláteis De velocidades estonteantes Por tua segurança Perdes a esperança Do vôo alto Do sonho distante Quem imagina e não tem coragem Não se apercebe e pára Pára na vontade Pára na metade
12
Alimenta-se do mais puro sentimento; Surge tênue de todo momento, Surgindo do tato, da visão, do olfato e da audição; Viajando no sol, na aurora e no vento. Seu coração é o tempo, Sua canção, orquestra barulho do mar, Tantos já a utilizaram no seu versar; Outros na solidão ou como forma de amar. A poesia nunca morre, Às vezes, se esconde e adormece; Mas, com o despertar da alegria ou do lamento, Ela toma rumo e encorajamento. Ela não tem classe social. Ai! quem diria “Machado de Assis...” Negro, pobre e filho de lavadeira, Que com sua bela poesia Acabou sendo fundador da Academia Brasileira. Contudo, a poesia sobrevive da mais pura emoção. Às vezes, solta aqui dentro; Outras vezes, trancada lá fora, Como adorno do céu ou começo da mais linda aurora.
A Divisão de Busca e Salvamento (D-SAR), subordinada ao Subdepartamento de Operações do DECEA, deu mais um importante passo para a formação e capacitação de elos ou “parceiros” do Sistema SAR Aeronáutico, com a realização, na semana de 14 a 18 de março deste ano, do Primeiro Curso Básico sobre Busca e Salvamento (SAR005). Realizado integralmente no auditório do DECEA, o Curso teve carga horária de 35 tempos, abordando conhecimentos específicos. Os assuntos apresentados foram: A Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO); O Sistema SAR Aeronáutico (SISSAR); A Legislação SAR, a Origem, a Estrutura e a Doutrina SAR; A Organização e Deveres do Pessoal do Centro de Coordenação de Salvamento (RCC); O Sistema Internacional de Busca e Salvamento por Rastreamento de Satélites (COSPAS-SARSAT); O Sistema de Assistência Mútua para Salvamento de Embarcações (AMVER); O Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas (SICOFAA); Os Postos de Alerta; Os Planos Regional, Nacional e de Operações SAR; e O Manual Internacional de Busca e Salvamento Aeronáutico e Marítimo (IAMSAR) com detalhamento do conteúdo do volume III (Meios Móveis): o coordenador de missão SAR (SMC), o coordenador SAR na cena (OSC) e o coordenador de aeronaves (ACO). O curso teve a participação de instrutores, oficiais e graduados, da D-SAR, além de contar com a especial participação de um oficial superior do Estado-Maior da Aeronáutica, oficial de enlace do SICOFAA.
Os 30 alunos, oriundos da própria D-SAR e dos cinco Centros de Coordenação de Salvamento (RCC), entre oficiais e graduados, adquiriram os conhecimentos necessários para irradiarem os ensinamentos SAR na
Primeiro Curso Básico sobre Busca e Salvamento SUSTENTAÇÃO PARA O CRESCIMENTO DA DOUTRINA SAR
A primeira turma, composta de 30 alunos, vai irradiar os ensinamentos SAR
área de jurisdição de seus órgãos regionais, já que o curso básico SAR se destina, especificamente, a todo e qualquer ser humano que possa contribuir como posto de alerta e auxiliar o serviço de busca e salvamento em qualquer tipo de evento SAR, aumentando, dessa forma, significativamente, o alcance do Sistema SAR aeronáutico brasileiro. Na cerimônia de encerramento, foi homenageado, com entrega de placa alusiva, o SO BCT Louzada Marques da Costa, um dos baluartes do extinto SALVAERO RIO, por ter passado para a Reserva Remunerada da Força Aérea Brasileira. Na oportunidade, também foi realizada a entrega de um certificado, com os agradecimentos da Família
SAR Aeronáutica pelos relevantes serviços prestados e pelo término de seu compromisso militar de servir à Pátria, ao S2 SSG Rafael Costa de Moraes. O curso básico SAR pretende ser a base de sustentação para o crescimento da doutrina SAR, onde O Assessor SAR do DECEA, Ten Cel Esp CTA R1 salvar vi- Sampaio, ministrando palestra para os alunos das encontra-se acima dos próprios interesses dos membros da Família SAR Aeronáutica, para que outros possam viver. AEROESPAÇO
13
Rotas Preferenciais Por ENO Siewerdt, Maj Esp CTA R1
O autor serviu no IPV (Instituto de Proteção ao Vôo), hoje ICEA (Instituto de Controle do Espaço Aéreo), até o início de 2001. Em 2002 foi coordenador internacional da OACI (Organização de Aviação Civil Internacional) no projeto de reorganização integral do espaço aéreo centroamericano, com a COCESNA (Corporação Centro-americana de Navegação Aérea).
“O presidente da companhia prevê que o mercado crescerá 10% em 2005. Com média mensal de 1 milhão de passageiros transportados, nunca alcançada antes, a TAM confirmou as entregas de cinco aviões em 2005”. (Gazeta Mercantil - 20-12-2004 - 1ª página).
14
AEROESPAÇO
Após o recente período de crise, que costuma ter o seu início associado aos trágicos eventos do 11 de setembro de 2001, segundo os indicadores correntes a aviação civil parece ter, afortunadamente, retomado rumos mais felizes. Ainda que seja prematuro afirmar que os céus voltaram ser de “brigadeiro”, notícias alvissareiras já constituem rotina nos diversos meios de comunicação, aqui e alhures. Assim, entre muitas de teor semelhante, a nota de 1ª página da Gazeta Mercantil, ao lado reproduzida, foi logo seguida de outra, sob o título pomposo de “RECORDE INTERNACIONAL”, publicada pela Aerobusiness em 04/01/2005: “A Infraero divulgou números de um novo recorde nos aeroportos sob a sua gestão. Segundo a estatal, 5.557.296 passageiros vindos do exterior desembarcaram no país entre janeiro e novembro (de 2004). Esse número já é um recorde, maior que os 5.502.966 passageiros provenientes de outros países desembarcados no mesmo período de 1998”. E esta comparação nos remete a um passado não muito remoto, embora poucos integrantes do SISCEAB hão de lembrar-se que, em 1998, foi aprovada a primeira versão da concepção operacional do que mais tarde veio a ser o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, isto é, o CGNA. O fator determinante para esta concepção? O crescimento da atividade aeronáutica em nossos aeroportos e espaço aéreo, rápido e surpreendente, naquela época. Tão surpreendente que a demanda por serviços logo ultrapassou a capacidade instalada, gerando filas, atrasos cada vez maiores, grande insatisfação dos usuários, prejuízos e, do nosso lado, uma certa dúvida sobre até quando a segurança das operações poderia ser assegurada, em níveis compatíveis com a nossa tradição, de segurança da aviação bem acima da média mundial. Conforme sabemos, a situação de então exigiu a adoção até de medidas de controle da demanda, caracterizadas de maneira mais visível pelos “slots” para operação em Congonhas, inicialmente, mais tarde seguidos pelos “slots” no Santos-Dumont. Muitas matérias foram publicadas a respeito, inclusive na Aeroespaço, de maneira que os interessados em mais detalhes desta história não terão dificuldades para resgatá-la, se for o caso. Por outro lado, ficou evidente que os “slots”, reprimindo a demanda, nada mais eram do
que “um mal necessário” para evitar a potencialmente perigosa sobrecarga do sistema. A partir da citada Concepção Operacional, outras medidas menos restritivas foram sendo amadurecidas, prioritariamente, segundo o princípio do aumento da capacidade para acolher toda a demanda, desde que com relação custo/ benefício favorável. A crise da aviação iniciada em 2001 reverteu a demanda e até mesmo os “slots” perderam a sua razão de ser, primeiro no Santos-Dumont e depois em Congonhas. Porém, parece que logo será chegada a hora do seu retorno. Também se vive a expectativa do aumento da capacidade do espaço aéreo onde, além dos ganhos obtidos da implantação do RVSM (Separação Vertical Mínima Reduzida) efetivada em janeiro último, se espera significativos ganhos através de novos procedimentos, que incluem, inter alia, a viabilização das rotas preferenciais dos usuários. Conforme o critério predominante, três tipos de Rotas Preferenciais dos Usuários (RPU) podem ser definidas: • RPU de mínimo tempo de .......vôo; • RPU de mínimo custo; e • RPU de mínimo consumo de combustível. Mudanças à trajetória de vôo em uma rota preferencial do usuário, em princípio, só deveriam ser requeridas para solucionar riscos de colisão e deveriam implicar em um desvio mínimo da RPU. Isto se concretiza mediante
alterações em uma ou mais das quatro dimensões de uma trajetória de vôo. Pequenas mudanças laterais numa trajetória de vôo apresentam um impacto quase insignificante numa RPU de mínimo tempo de vôo ou RPU de mínimo custo. Alterações longitudinais na trajetória de vôo são obtidas mediante ajustes de velocidade e podem impactar bastante, tanto as RPU de mínimo consumo de combustível como as RPU de mínimo tempo de vôo. Por último, uma alteração de nível de vôo implica, geralmente, no impacto mais adverso em qualquer RPU, sendo particularmente cruel se esta trajetória for baseada no critério do mínimo consumo de combustível. Certamente, a retomada do crescimento da atividade aeronáutica em nosso País, conforme exposto no início deste artigo, trará consigo a necessidade de reagir com respostas adequadas, tal como experimentamos em meados da década de 90 do século passado. O CGNA, a rigor, fruto daquela crise de crescimento da demanda em ritmo ”surpreendente”, hoje, sem dúvida, está preparado para as tempestivas e rotineiras análises de demanda e capacidade, entre outras funções. O aumento da capacidade, onde e quando requerido consoante essas análises, envolverá o sistema como um todo. Finalizando, vale ainda citar a IATA que, em 1º de fevereiro de 2005, assim expressou-se sobre
a recuperação do Mercado Aeronáutico: “Fenomenal” (International air passenger traffic staged a “phenomenal” recovery in 2004 to grow by 15.3 per cent from 2003 figures, the chief airline industry association said on Monday - O índice de crescimento de passageiros de transporte aéreo internacional, registrado em 2004, atingiu valores fenomenais de 15.3% em relação ao ocorrido em 2003, segundo declarações do dirigente de uma importante associação de companhias de transporte aéreo na segundafeira). A meta, agora, é transformar crescimento do número de passageiros transportados em lucratividade das empresas. Portanto, na hipótese do crescimento anunciado se revelar consistente e sustentável também entre nós (oxalá!), então um dos grandes desafios consistirá em assegurar que o gerenciamento de tráfego aéreo acomode a demanda até os seus limites máximos, de maneira segura, econômica e eficiente. Com este objetivo, uma das medidas possíveis consistirá na viabilização das rotas preferenciais dos usuários e que, conforme veremos em um próximo artigo sobre este tema, envolverá tanto o CGNA como os órgãos de Controle de Tráfego Aéreo e, obviamente, também demandará o uso de novos meios e recursos automatizados de gestão do tráfego aéreo. AEROESPAÇO
15
CINDACTA I realiza estágio para Comandantes de Destacamentos
ICA comemora 22º aniversário O Diretor-Geral do DECEA parabeniza o Diretor do ICA pelo aniversário
A comemoração do 22º Aniversário do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) foi realizada no dia 10 de maio, no pátio do GEIV, contou com as presenças do Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Ten Brig Ar José Américo dos Santos; do Diretor do ICA, Cel Eng José Carlos Rodrigues; de OficiaisGenerais da Marinha, Exército e Aeronáutica, e demais autoridades civis e militares. Após a execução do Hino Nacional, o Diretor do ICA entregou uma lembrança à Maj QFO Arquiteta Lyette Christina Beckmann Monteiro, por sua promoção no critério de merecimento. Em seguida, foram entregues os Distintivos de Conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos para os 1S: Ciro Augusto dos Santos; Francisco Carlos de Gusmão Queiroz; Jorge Wellington dos Santos Oliveira; José Alberto de Oliveira; Márcio Luiz Guedes da Silva; Marcos Guedes da Silva; Marcus Ribeiro do Val; Nelson Carneiro de Freitas; Nilton Ferreira de Souza; Paulo Miranda D’Oliveira Pinto; Roberto Teixeira Alves; e Sérgio Monteiro de Lima. Dando continuidade ao evento, o Cel Rodrigues ressaltou a importância das atividades executadas pelo efetivo do Instituto: “O ato de voar requer do aeronavegante uma longa e 16
AEROESPAÇO
precisa série de informações, as quais, consubstanciadas nas Cartas Aeronáuticas, possibilitam auxiliá-lo na execução de seus procedimentos, com a total eficiência e segurança exigidas. Decorrente deste fato exposto, surge a importância do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), como o Órgão provedor, gerenciador e fornecedor dos documentos cartográficos sustentáculos dos vôos no âmbito do espaço aéreo, constituindo-se, por esta razão, em uma componente fundamental dos Sistemas de Controle do Espaço Aéreo e de Defesa Aérea da Nação Brasileira.” Finalizando a solenidade militar, o Ten Brig do Ar José Américo fez um discurso de improviso, pois assim, segundo ele, “as palavras brotam do coração”. Prosseguindo, disse: “Esta é uma data muito especial. Eu me lembro quando eu era Tenente e pela primeira vez fiz um pouso internacional em local não previsto. O local estava errado, mas a carta estava correta. Eu estava dentro de condições meteorológicas muito severas e escolhi um lugar para pousar num dos países limítrofes do nosso. Eu tinha certeza onde estava pousando porque estava apoiado numa carta aeronáutica, àquela época ainda produzida por uma das divisões da nossa Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo.
“Nas minhas sete mil horas de vôo, a minha companheira inseparável sempre foi uma publicação do nosso Instituto de Cartografia e sempre estivemos apoiados nestas cartas, nestas publicações. “Assim é que, nesta data, nós temos um prazer muito grande de agradecer o esforço desta equipe de 213 civis e militares que nem chegam a alcançar 2% do universo do nosso Sistema, mas que produzem um trabalho que nós todos estamos acostumados a manusear. “Além disso, esse trabalho sempre é complementado pelas atividades realizadas pela nossa Marinha do Brasil e pelo nosso Exército Brasileiro. “O Instituto é responsável por diversas publicações que consubstanciam e dão garantia à posição de destaque que a Aeronáutica e o País possuem na comunidade internacional”. Concluindo seu discurso, o Ten Brig José Américo declarou: “São essas publicações que dão a garantia e mantém o nosso País no primeiro grupo dos países mais avançados. Eu tenho certeza absoluta que isto só foi alcançado graças ao trabalho dos senhores que estão aqui perfilados e formados. “Neste momento, em nome do Excelentíssimo Senhor Comandante da Aeronáutica, eu tenho o prazer de trazer a nossa gratidão pelo excelente trabalho realizado”.
O Estágio integrou todos os comandantes dos Destacamentos subordinados
O evento contou com palestras acerca das atividades afins
Sob a orientação da Seção de Coordenação dos Destacamentos (SCDT), o Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) realizou o 1º Estágio para os Comandantes dos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) subordinados, bem como para os Comandantes dos DTCEA de Confins, Lagoa Santa, Pirassununga e Barbacena, que serão absorvidos por ele. O Estágio foi realizados em três dias, de 13 a 15 de abril. No dia da abertura, o Comandante do CINDACTA I, Cel Av Paulo Gerarde Mattos Araújo, agradeceu a presença dos participantes e enfatizou a importância do evento. Diversas palestras, acerca das atividades técnicas, operacionais e administrativas da Organização, bem como de caráter informativo e instrutivo relacionadas a crimes militares, auto de prisão em flagrante e legislação sobre áreas de preservação ambiental, foram ministradas durante o Estágio, que visou a integração dos novos comandantes dos Destacamentos que estão sendo incorporados.
TORDEFAE 2005
Esquadrão Morcego é campeão
O regresso seguro do campeão
O Terceiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações (3°/1° GCC) - Esquadrão Morcego - sagrou-se campeão no TORDEFAE 2005 (Torneio de Defesa Aérea), realizado na Base Aérea de Santa Cruz, no período de 14 a 22 de abril. O Comandante da Base Aérea de Natal (BANT), Cel Av Slavez e o Comandante do Esquadrão Morcego, Maj Av Gouveia, aguardaram a chegada dos vitoriosos que regressaram a bordo das aeronaves AT-26 do Esquadrão Pacau. O Torneio aconteceu durante a Reunião de Aviação de Caça de 2005 (RAC-2005) e teve o objetivo de avaliar o desempenho das Unidades Aéreas de Caça e dos Órgãos de Controle de Operações Aéreas Militares (OCOAM), nas condições mais próximas de uma missão real, com o aprimoramento de técnicas e táticas de emprego, bem como a troca de experiências entre pilotos e controladores, comprovando a operacionalidade e o entrosamento entre as equipes. É a terceira vez que o esquadrão participa do torneio. Com o tempo de dez minutos e 41 segundos e competindo com outros oito Órgãos, numa disputa acirrada, definida nos detalhes, o 3°/1° GCC foi o ganhador na categoria OCOAM. A equipe, composta pelo Chefe de Controlador Cap Av Sidnei, Ajudante de Chefe de Controlador SO BCT Holmes e Controlador de Operações Aéreas Militares 2S BCT Cleyton, demonstrou entrosamento e espírito competitivo durante o desempenho das funções na sala de operações, montada em um shelter inflável do 1°/1° GCC - Esquadrão Profeta. A principal missão do Esquadrão Morcego é o Controle de Terminal e a Aproximação Radar de Precisão. A conquista desse Torneio, específico em Defesa Aérea, é, para o Esquadrão, não só uma grande vitória, como também a representação de possuir uma equipe completa e coesa. Ao se dirigir aos militares do Esquadrão pela conquista, o Maj Gouveia destacou o treinamento, a determinação e a confiança como chaves para bons resultados, ressaltando: “A vitória só acompanha os homens que, com competência, aproveitam todas as oportunidades. Orgulho-me de fazer parte deste time, que faz das dificuldades um aprendizado e que supera seus limites com trabalho comprometido. A vitória trazida pelos nossos companheiros é, sem dúvida, de todos nós. Parabéns, companheiros Morcegos!”. Missão cumprida... Regresso seguro!
História dos Veteranos do 1º Grupo de Aviação de Caça emociona o efetivo do PAME O Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME), em 27 de abril de 2005, recebeu a visita 1° Grupo de Aviação de Caça, que lutou na Segunda Guerra Mundial. Na ocasião foi exibido o filme “Senta a Púa”, que conta a saga destes ilustres militares durante a campanha nos campos de batalha italianos. A visita foi iniciada com uma formatura geral que, além de homenagear os ex-combatentes, contemplou a leitura da Ordem do Dia alusiva ao Dia da Aviação de Caça (22 de abril). A exibição do filme despertou a admiração do público pelos veteranos e respeito por seus grandiosos feitos. O efetivo do PAME sentiu-se muito honrado com a visita destes verdadeiros heróis de guerra. Muitas histórias ocorridas durante os combates em território italiano foram retratadas, ora de forma feliz, outras nem tanto. Os veteranos se emocionaram, provavelmente lembrando daqueles duros momentos vividos na guerra, demonstrando a garra e a vontade do povo brasileiro, ali representado por eles. O sentimento de patriotismo e o orgulho de ser brasileiro contagiou o auditório. Após o filme, ocorreu um debate informal entre o efetivo e os veteranos, onde foram sanadas curiosidades contadas pelos próprios protagonistas do filme. “Iniciamos nossa campanha desacreditados, entretanto os feitos conseguidos pelo povo brasileiro, representado pelos excombatentes, superaram as expectativas. A cada batalha a confiança em nossa Força Aérea aumentava exponencialmente, a ponto de sermos condecorados com a comenda Presidential Unit Citation (USAF), honraria recebida, além de nós, somente pela RAF” – citou o Brigadeiro Rui Moreira Lima, durante o debate. A canção “Carnaval em Veneza”, adotada pelo Senta a Púa durante os combates na Itália, foi cantada por todos presentes, de pé; e de maneira muito vibrante, emocionando os veteranos da Segunda Grande Guerra.
No palanque, os heróis da Caça e o Diretor do PAME, Cel Conti AEROESPAÇO
17
Conhecendo o DTCEA
Santa Teresa-ES O Destacamento e suas Peculiaridades O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Santa Teresa (DTCEA-STA) foi fundado em 23 de novembro de 1989 com a denominação de Destacamento de Proteção do Vôo, Detecção e Telecomunicações de Santa Teresa (DPV-DT 34). Com a criação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), recebeu a atual denominação. A missão principal do DTCEA-STA é operar e manter os equipamentos de detecção e telecomunicações instalados no sítio e, para isto, conta com um efetivo altamente qualificado, que se atualiza constantemente em busca de aperfeiçoamento. O Comandante O atual Comandante do DTCEA-STA é o Capitão QOEA COM José Cícero Rocha de Almeida. O Cap Rocha é praça de 01 de março de 1971 e foi promovido ao atual posto em 25 de dezembro de 2002. Alagoano de Maceió, Cap Rocha casado, Rocha tem 52 anos, é veterano em Destacamentos, pois já serviu em vários deles. Possui cursos nas áreas de Administração de Recursos Humanos, Comunicação Social, Polícia Judiciária Militar e Inteligência e é, também, formado em Biologia. Possui as seguintes medalhas: Militar de Ouro, Bartolomeu de Gusmão, Santos-Dumont e a Ordem do Mérito Aeronáutico. No meio civil, recebeu diversas comendas nos lugares onde serviu, destacando-se o Título de Cidadão Aragarcense, na cidade de Aragarças, Goiás. O Efetivo O DTCEA-STA conta atualmente com 53 militares e um funcionário civil. Esse efetivo se distribui em diversas atividades. A atividade-fim, que é a detecção e as telecomunicações, conta com efetivo de nove graduados da especialidade de Eletrônica. A atividade-meio, que são Um sargento em sua estação de as atividades de apoio, conta trabalho com diversos profissionais de Eletricidade, Eletromecânica, Administração, Segurança, Suprimento, Saúde e outras que se fazem necessárias. O único civil do Destacamento, que é uma mulher, responde pela parte administrativa dos consultórios. 18
AEROESPAÇO
O Enlace do Destacamento O sistema do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA I) é formado pelo recebimento de todas as informações enviadas pelos radares que fazem parte da sua jurisdição, tornando, assim, cada radar uma peça de enlace que deve estar associada às demais peças para formarem um sistema. Quando uma dessas peças não funciona, as demais, por estarem em posições estratégicas, suprem a ausência através da rede de enlace formada no CINDACTA I. O radar de Santa Teresa está localizado no Centro/Sul do Estado do Espírito Santo, colocando-o, assim, em uma posição estratégica em relação ao Rio de Janeiro, pois o alcance radar de 200 Nm (aproximadamente 400 km), traz uma cobertura efetiva de quase todo o território carioca, permanecendo apenas o extremo sul deste Estado sem a cobertura do Radar. Com esta característica, o Estado do Rio de Janeiro passa a contar, não apenas com a funcionalidade do Radar localizado em suas terras, mas também - com a sua operacionalidade. A Revitalização do Radar TRS 2230 O processo de revitalização é muito mais sofisticado do que o de instalação de um novo equipamento em substituição de outro. Na instalação retira-se a tecnologia ultrapassada e coloca-se a nova. Já na revitalização, deve-se transformar a tecnologia ultrapassada em uma nova, mantendo as funcionalidades da antiga tecnologia e acrescentando novas. Trata-se de transformar o velho em novo. O processo de revitalização é estudado previamente em laboratório, antes de ser complementado. Porém, por se tratar de situação ímpar, a primeira revitalização torna-se um verdadeiro laboratório em campo, onde são abertas novas portas para as demais modernizações, facilitando sua realização através de um planejamento, agora, não apenas teórico, mas também prático, devido à experiência adquirida na primeira revitalização. Além disso tudo, torna-se o marco evolutivo de um sistema que, de forma alguma, pode ficar ultrapassado e obsoleto. A Vila Habitacional O Destacamento dista aproximadamente 12 km do centro da cidade e cerca de 15 km da vila residencial. A estrada é boa, porém muito sinuosa, o que requer bastante cuidado por parte dos motoristas. O DTCEA-STA conta com uma moderna vila habitacional que é denominada Conjunto Habitacional da Aeronáutica e conhecida como C.H.A. Essa vila conta com dois blocos de apartamentos, sendo um bloco destinado a Suboficiais e Sargentos, com 12 apartamentos e outro, a Cabos e Taifeiros com seis apartamentos. Existe, ainda, uma casa, que é destinada à residência do Comandante do Destacamento. Há, ainda, um playground e um espaço recreativo para o lazer dos moradores.
O conjunto habitacional conta com um espaço recreativo
A vila, que fica distante cerca de 3 km do centro da cidade de Santa Teresa, na Rodovia Josil Espíndola Agostini (que é a saída para Vitória), hoje é ocupada por 14 famílias. A distância entre Santa Teresa e Vitória (capital do Estado) é de, aproximadamente, 90 km. O DTCEA-STA não dispõe de Hotel de Trânsito. Porém, a cidade de Santa Teresa oferece boas acomodações para os visitantes. Existem vários hotéis e pousadas, alguns com preços bem populares. A Saúde O efetivo conta com a assistência médica realizada pela 2ª Tenente QOCON GOB Patrícia Rosa da Silva. Há também o convênio com o Hospital Metropolitano em Vitória. Já a assistência odontológica é de responsabilidade da 2ª Tenente QOCON DENT O consultório odontológico está em fase Lívia Santana de Oliveira. de montagem Seu consultório está em fase de montagem no Conjunto Habitacional da Aeronáutica. A assistência médica na cidade ainda se ressente da falta de vários profissionais de especialidades médicas mais sofisticadas. Um fator que influi negativamente no custo de vida é o deslocamento para Vitória para atendimento médico. Como o convênio médico é com um hospital em Vitória, o militar tem que se deslocar toda vez que vai à uma consulta. Como a distância é de aproximadamente 90 km, totalizando 180 km ida e volta, fica muito oneroso o atendimento A Sociedade Teresense A Aeronáutica tem uma excelente imagem na sociedade local, sendo o DTCEA-STA, ou RADAR, como é mais conhecido, motivo de orgulho do povo teresense. A maioria dos soldados é de origem local e os demais graduados se integram harmonicamente na cultura regional. As famílias dos militares se relacionam muito bem e existe um clima de respeito mútuo que faz com que os integrantes do DTCEA-STA se tornem uma grande família. A Vida Social em Santa Teresa Santa Teresa foi, inicialmente, colonizada por imigrantes italianos, cujos descendentes são a maioria na região, tendo depois recebido imigrantes de outros países europeus, como Alemanha, Polônia, Holanda e Áustria. Anualmente, ocorrem várias festas que relembram a imigração inicial, sendo a mais destacada a festa do Imigrante Italiano. A cidade oferece uma vida tranqüila, sendo essa a sua maior atração.
Vista área da cidade de Santa Teresa
Existem alguns bares e restaurantes, mas o forte atrativo é a natureza e a tranqüilidade do lugar. O nível de violência é praticamente zero e são raras as ocorrências policiais. Em Santa Teresa existe o Museu de Biologia Professor Mello Leitão, onde são preservadas várias espécies da fauna e flora da Mata Atlântica. A cidade oferece algumas reservas ecológicas, onde o visitante pode ter contato e apreciar vários aspectos da natureza e da exuberante Mata Atlântica. O filho mais ilustre de Santa Teresa é o cientista Augusto Ruschi, famoso por suas pesquisas com beija-flores. Aliás, o beija-flor é o símbolo da cidade e também do DTCEA-STA, que o adotou no seu Distintivo. Os beija-flores são uma constante na região, onde rara é a casa que não possui um potinho com água açucarada para alimentá-los. A cidade de Santa Teresa possui mais de duas mil espécies de beija-flores, em virtude do clima de montanha e variedades de espécie de flores de sua Mata Atlântica. No Museu de Biologia Professor Mello Leitão existe um local Santa Teresa é a “Terra dos Colibris” exclusivo para alimentação desses pássaros que formam verdadeiras nuvens em volta dos alimentadores, fazendo um espetáculo belíssimo de um balé aéreo. Devido a quantidade de beija-flores, a cidade é conhecida como a “Terra dos Colibris”. O Comércio A cidade, por ser pequena, apresenta um comércio incipiente, o que obriga os moradores a fazer compras em outras cidades maiores, notadamente Vitória e Vila Velha. O Custo de Vida Santa Teresa tem um custo de vida acima da média, porém alguns itens são relativamente baratos. Os mais caros são roupas, calçados e eletroeletrônicos, mas estes artigos podem ser adquiridos em Vitória. O que pesa mais é o aluguel – o que não atinge o nosso efetivo, pois a vila atende a demanda. O Clima Por estar situada na região serrana do Espírito Santo, em meio à Mata Atlântica, a cidade possui um clima tropical de altitude que se traduz como um clima frio, com alto índice de umidade e chuvas bem distribuídas. AEROESPAÇO
19
Quem é?
1S Celso Figueiredo O Sargento Especialista em Controle de Tráfego Aéreo (1S BCT) Celso Luis do Couto Figueiredo, em 23 de setembro de 2004, foi agraciado com o prêmio “French Aeronautics Space Industry Award (FASIA)” pelo Institut Aéronautique et Spatial – IAS (Instituto de Aeronáutica e Espaço), na cidade de Toulouse, França. O prêmio, concedido a 40 estudantes selecionados mundialmente, foi um reconhecimento pelo seu talento, seus méritos e suas qualidades profissionais. Celso Figueiredo concluiu o curso “Mastère Specialisé” no IAS, com especialização em Operações Aeronáuticas e Gestão de Tráfego Aéreo – ATM. O curso foi concluído em dezembro de 2004, na ENAC (École Nationale de L’Aviation Civile), em Toulouse, França. Esta pós-graduação foi fruto de uma cooperação internacional entre o IAS e diversos países, entre eles o Brasil. Os candidatos passaram por um processo de seleção do próprio Instituto e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que foi o responsável pela bolsa de estudos. Foi um processo demorado e exigiu que os candidatos preenchessem vários requisitos, entre eles, a proficiência no idioma francês e um plano de trabalho com um assunto de relevância para o País. Na ocasião, entre alguns candidatos, o CNPq e o IAS aprovaram a ida de dois brasileiros, cujos planos de trabalho cumpriam com os requisitos. Além de Celso, outro companheiro, o Eng Josemar Câmara, do CTA/IAE, foi selecionado. O foco do projeto do Sargento Figueiredo foi uma análise comparativa entre as atividades relacionadas ao ATM, principalmente as aplicadas na Europa, e o que o Brasil vem desenvolvendo nesta área, com ênfase no ATFM (gerenciamento 20
AEROESPAÇO
de fluxo de tráfego aéreo). Ao término do “Mastère”, apresenta-se uma “soutenance”, semelhante a uma defesa de tese, onde ele abordou a “Interoperability”, um projeto ATM Franco-Italiano, para implantação no espaço aéreo europeu dentro de alguns anos. Após o término do curso, Celso teve a oportunidade de realizar mais um curso no Eurocontrol, em Luxemburgo, sobre ATFM e suas principais características como sistema indispensável para a melhoria dos serviços prestados pelo ATC. Além deste, dois outros cursos realizados nos EUA integram a sua formação em ATFM. Em 2002 deu início ao Mestrado no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Em função de sua ida para a França, interrompeu em 2003, retornando agora em 2005. Diz que já está apto a defendê-la, bastando apenas mais algumas revisões em função do tempo que esteve na ENAC. O título vem sofrendo algumas alterações, contudo o assunto aborda a avaliação de um sistema que garantirá uma maior eficiência do ATC. Na sua volta, quando se apresentou ao DECEA, foi designado para a D-ATM (ATM-3, Procedimentos), uma divisão de excelência que reúne profissionais excepcionais. “Tive uma excelente recepção, até porque os integrantes da divisão eram antigos companheiros”, afirma Celso. Na divisão, além de trabalhar na preparação de alguns pareceres, em conjunto com os oficiais especialistas em tráfego aéreo (instalação de auxílios à navegação, avaliação de áreas de proteção, procedimentos etc.), era membro dos GTs que tratavam, respectivamente, do programa de implementação do CGNA e da implantação do sistema ADS/CPDLC no ACC Atlântico. Sobre
o seu novo trabalho, Figueiredo diz que “é uma divisão muito dinâmica e a parceria com outras divisões enriquece sobremaneira a nossa experiência profissional e a condução dos trabalhos.” “A classificação no Rio de Janeiro, após o meu curso, foi com o intuito de auxiliar no processo de transferência do Centro para o Rio de Janeiro. Aguardo uma definição do cronograma de transferência do CGNA para o Rio. Posteriormente, serão definidas as minhas atividades como especialista em gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo. Atualmente, presto serviço no DTCEA-GL para manter a operacionalidade e realizar uma antiga aspiração de atuar como controlador naquele órgão”, declara Celso. Natural do Rio de Janeiro e com 42 anos, Celso Figueiredo foi criado na Ilha do Governador. É casado com a terapeuta ocupacional Débora de Oliveira do Couto Figueiredo, com quem tem três filhos: Luís Pedro (15), Frederico (13) e Letícia (9). Celso não se cansa de dizer que sua esposa foi o principal suporte para a realização do seu curso na França. Antes de seguir para a França, ele fez um curso de francês individual. Tinha apenas três meses para aprender a língua. Eram quatro horas e meia de curso por semana. Ele alugava fitas, ouvia rádios e TVs francesas para assimilar mais rápido. E Debora, sempre resolvendo tudo, o que permitiu que ele se dedicasse aos estudos da língua. “Quando lá chegamos, ainda encontrando algumas dificuldades no início do “Mastère”, a minha dedicação foi intensa e só foi possível porque a Débora me disse: - Agora está tudo comigo. Você está livre para estudar!”
E realmente ficou livre, pois não acompanhava muito as rotinas de casa. A jornada na ENAC era longa e cansativa (provas semanais, eventualmente, um intervalo de duas semanas). Mas não tinha absolutamente nada com o que me preocupar. Ela estava sempre lá. Poderiam ser em reuniões escolares das crianças, médicos, supermercados etc. Tudo isso com um aprendizado relâmpago do idioma, realizado por ela em um curso no próprio IAS. Com 24 anos de serviço na FAB, o 1S Figueiredo conta que a história de seu ingresso na FAB começou ainda como criança. Morava perto da Base Aérea do Galeão e tinha parentes que foram militares da Aeronáutica, hoje na reserva. Grande e salutar influência. Como não podia ser diferente, entrou para a EPCAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar) em 1980, na Turma Falcão. Infelizmente, desligado em inspeção de saúde realizada na própria Escola, a dois meses da formatura em 1982. Completou o curso, porém não seguiu para a Academia da Força Aérea (AFA). Um ano e meio depois, entrava na EEAr (Escola de Especialistas de Aeronáutica) e se formou como Controlador de Tráfego Aéreo, em julho de 1986. Alguns anos após, com a intenção de realizar um antigo sonho, fez nova inspeção de saúde no Centro de Medicina Aeroespacial (CEMAL), no Rio de Janeiro, e, desta vez, foi considerado apto a fazer o curso de piloto privado. Atualmente possui uma licença de piloto concedida pelo DGAC francês, obtida durante a sua permanência no exterior, que o habilita a voar em toda a comunidade européia. Após o curso na EEAr, foi classificado em Brasília, no CINDACTA I, para atuar como controlador de tráfego aéreo no ACC-BS. Posteriormente, em 1990, na mesma função, no CINDACTA III (TWR-RF, APP-RF, ACC-RE e no CPD) e, em seguida, em 1996, no IPV (atual ICEA), para iniciar as atividades, no então NuATFM, desde a sua criação como especialista em gerenciamento de fluxo. De São José dos Campos para a ENAC, em 2003, e agora no DECEA, desde Janeiro de 2005. “Pilotar ‘Papa Tangos’ é minha paixão. Gosto muito da companhia dos amigos e os finais de semana têm sido preenchidos por pequenas reuniões em nossa casa. É assim que gosto de passar os momentos de lazer”. Celso Figueiredo é graduado em Análise de Sistemas pela Universidade de Taubaté. Fala inglês e francês fluentemente e tem dois artigos internacionais publicados: • ATRS Seminar (Air Transport Research Society),
2003, “Technical Analysis of restructuring model for airline mergers: impact for customers”, Toulouse, França, pelo ITA, orientador Prof Dr. Protógenes Pires Porto; • XII Congresso Pan-americano de Engenharia de Transporte, 2002, “Novas Tecnologias para Preservar a Capacidade do Espaço Aéreo ATZ sob Condições Meteorológicas Degradadas”, Quito, Equador, pelo ITA, orientador Prof Dr. Protógenes Pires Porto. Mas tudo isso não basta. Além de aplicar os conhecimentos adquiridos nesses últimos anos, após o término do ITA, ele tem um forte desejo de realizar um doutorado, ainda na área ATM, sendo que esta formação poderia contribuir para uma melhor capacitação profissional. Ele acredita que necessitamos, além de uma continuidade na gestão das atividades relacionadas ao ATM, de profissionais que possam trabalhar nas especificações de atuais e novos projetos
que são de vital importância para a consolidação da soberania brasileira na região CARSAM. “A busca pelo conhecimento é uma virtude e ao alcance de todos, contudo a preparação caminha junto com a oportunidade”, filosofa nosso sargento. A vida na França também foi importante para Débora. Ela formou um grupo com as esposas dos outros alunos (naturais do Nepal, Indonésia, Índia, Paquistão, Malásia, Taiwan etc.). Ela falava em inglês e francês e fazia amizade com todas as mulheres. Procurava integração com todas. Ela conseguiu uma sala no IAS para promover encontros e cursos. Dava aula de artesanato, pintura etc. Como terapeuta ocupacional, ela
deu vida social às mulheres que estavam apagadas, apenas esperando os maridos voltarem da escola. “Se as mulheres ficarem bem, os maridos também ficarão, aumentando o rendimento escolar”, justificou Débora junto a um diretor do IAS para a aquisição da sala. A convivência no IAS foi tão agradável que – no dia da volta ao Brasil – da zeladora ao Diretor-Geral, M. Hervé Schwindenhammer, todos foram se despedir deles, com uma festa. Celso afirma que seus valores foram mudados após o nascimento da filha Letícia, que é portadora da síndrome de Apert, uma anomalia genética que ocorre em, aproximadamente, um para 160.000 a 200.000 nascidos vivos. Com a finalidade de criar um grupo de apoio a pais de Apert e profissionais ligados a portadores da síndrome, ele idealizou, com textos da esposa Débora, um site: www.leticiaapertbrasil.hpgvip.com.br. Com esta iniciativa, encaminharam, para os EUA, outros portadores da síndrome para que realizassem a complexa cirurgia das mãos no Shriners Hospital. É um atendimento sem custos, sendo que Letícia foi a primeira paciente atendida pela equipe do Dr. Joseph Upton. Mais uma vez, o crédito por esta descoberta foi da Débora e eles se sentem muito felizes em proporcionar esta facilidade a outras famílias brasileiras. Sobre seus valores, Celso diz que “hoje, poucas coisas me deprimem ou me incomodam. Minha filha não reclama de nada – entra e sai das cirurgias sem chorar... e foram várias! Depois que Letícia nasceu, só coisas boas têm acontecido para todos nós”. Sua dedicação aos estudos e ao trabalho renderam grandes elogios. O Maj Esp CTA R1 Eno Siewerdt, que hoje trabalha na Diretoria de Sistemas de Defesa da Atech, em São Paulo, declarou: “O 1S BCT Celso Luís do Couto Figueiredo, com quem tive o privilégio de trabalhar conjuntamente durante vários anos no Instituto de Proteção ao Vôo, atual ICEA, é um desses raros profissionais que graças à sua especial dedicação e atributos pessoais conseguem concretizar ações da mais alta relevância para o País”. Celso diz que se importa muito em agradecer a todas as pessoas que cruzaram o seu caminho e que o ajudaram na carreira e nos tratamentos de sua “princesa”, como a chamam carinhosamente. Quanto ao sucesso profissional e educacional, ele afirma: “Tudo o que vivi pode ser realizado por qualquer pessoa. Minha história é uma história comum. Nada é impossível. Todo mundo pode aprender idiomas, fazer mestrados. É difícil, mas é possível e está ao alcance de todos, é só querer.” AEROESPAÇO
21
CISCEA define sua participação na transição do SISCEAB para o conceito dos Sistemas CNS/ATM
Brig Ar Pinheiro (à direita) e participantes do Seminário - atentos à apresentação sobre CNS/ATM
Com o intuito principal de um trabalho conjunto, o efetivo da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) participou de um seminário, através do qual se efetivo pôde conhecer e se aprofundar no conceito CNS/ATM (Comunicação, Navegação e Vigilância/ Gerenciamento de Tráfego Aéreo). Coordenado pela Comissão CNS/ATM, o evento foi realizado no último dia 19 de abril, no Hotel Excelsior, em Copacabana, das 09h às 18h. O Seminário teve como objetivos centrais apresentar o conceito do sistema e suas respectivas conseqüências no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB); debater a nova maneira de prestação de serviço com sua nova ordem institucional; compreender as implicações com o pro22
AEROESPAÇO
cesso de gestão da ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil) e as estratégias de implementação da Região CAR/SAM (Caribe e América do Sul); e, por fim, fornecer elementos para que a CISCEA possa definir a sua participação na transição do SISCEAB para o conceito de sistema CNS/ ATM. Os palestrantes, dentre muitos temas, falaram sobre o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA); a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI); Meios Satelitais; e Conceitos ATN/ DATACOM. Na platéia, estiveram presentes o Presidente da CISCEA, Brig Ar Álvaro Luiz Pinheiro da Costa, acompanhado de Diretores e Gerentes da Comissão e representantes do Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA.
Brig R1 Pequeno, Secretário-Executivo da Comissão CNS/ATM, apresenta os conceitos do Sistema
FAA conhece a estrutura do SRPV-MN Marion Blakey observa o resultado de um trabalho realizado pelos técnicos do SRPV-MN
Uma comitiva - composta pela Administradora do FAA (Federal Aviation Administration), Marion Clifton Blakey, e dois assessores, acompanhada pelo Brig Ar Álvaro Luiz Pinheiro da Costa, Presidente da CISCEA/CCSIVAM (Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo/Comissão para Coordenação de Implantação do Sistema de Vigilância da Amazônia) - foi recebida pelo Chefe do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de Manaus (SRPV-MN), Cel Av Renato Luiz Scariot. O Brig Pinheiro apresentou um “brie-
fing” sobre o SIVAM e o controle do espaço aéreo na região Amazônica. Marion Blakey ficou impressionada com as instalações e com o serviço prestado pelos órgãos operacionais que visitou: o Centro Amazônico (ACC-AZ), o Centro Meteorológico de Vigilância (CMV-AZ) e os simuladores, elogiando as ações do SRPV-MN. A Administradora afirmou, ainda, que irá divulgar o trabalho nos EUA. Surpresa com a faixa etária dos controladores, todos bastante jovens, mostrou verdadeiro entusiasmo, quando revelou que
Vice-Diretor Executivo e de Planejamento do DECEA recebe as honras militares no DTCEA-PCO
estava ansiosa por conhecer o trabalho desenvolvido para atender ao tráfego aéreo da região. “Retorno com meu entusiasmo renovado e confiante na seriedade do trabalho que vocês têm feito por aqui”, revelou Blakey, que foi declarada, em 13 de setembro de 2002, como a 15ª Administradora da FAA. Na função, ela é responsável por regular e melhorar a segurança das vias aéreas dos EUA, bem como pela operação do maior sistema de controle de tráfego aéreo do mundo.
DTCEA Pico do Couto - 30 anos
Maj Brig Silveira cumprimenta um dos servidores pela sua dedicação ao CINDACTA I
O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Pico do Couto (DTCEA-PCO) comemorou, no dia 29 de abril de 2005, o seu 30º aniversário de criação. A cerimônia militar foi presidida pelo Maj Brig Ar Luiz Paulo Moraes da Silveira, Vice-Diretor Executivo e de Planejamento do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Na oportunidade, foi realizada a entrega do Prêmio CINDACTA I ao servidor Nilton Dias do Valle, como agradecimento pela
sua dedicação, capacidade e entusiasmo no exercício de suas atribuições. Foi prestada, também, homenagem aos servidores civis e militares que trabalharam, continuamente, por mais de 25 anos no Destacamento e, ainda, ao Sr. Pedro Henrichs Filho, como reconhecimento pelo trabalho que realizou quando do desbravamento da região, onde foi instalado tão importante elo do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. Estiveram presentes à cerimônia militar o
Brig Eng Rogério Ribeiro Machado, Chefe do Subdepartamento de Logística do DECEA, o Brig Ar Álvaro Luiz Pinheiro da Costa, Presidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), o Brig Ar Cláudio Alves da Silva, Chefe do Subdepartamento de Administração do DECEA, o Cel Av Paulo Gerarde Mattos Araujo, Comandante do CINDACTA I, outras autoridades e convidados da comunidade petropolitana. AEROESPAÇO
23