SINTONIZE
dez 2016 - jan e fev 2017 | #17
AERP | SERT-PR
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SINTONIZE
E D I T O R I A L c a r ta a o l eitor
carta ao
leitor 2016 está em seus últimos suspiros. Um ano que vai ficar na história do empresariado brasileiro, não só pelos inúmeros desafios que enfrentou, mas também pela capacidade de inovação e criatividade, duas palavras que combinam muito bem com o rádio. Cada dia mais atual e disposto a novos desafios, o meio rádio conseguiu se manter – e até se destacar – diante de um cenário econômico que pareceu nebuloso. Os olhos comerciais se voltaram para o setor, o único que tem abrangência, segmentação e um custo x benefício muito atrativo. Como todo artista, que vai aonde o público está, o rádio parte desta premissa para construir sua identidade, cada vez mais fortalecida e que é multiplataforma. Até o governo federal já iniciou sua corrida para a migração AM-FM, iniciando os processos para ampliar o alcance de um meio de comunicação que já tem grande abrangência e que engloba entretenimento, informação e música de forma gratuita e segmentada. De olho no mercado e também no consumidor, surgiu o Projeto Radiophone, uma iniciativa da Aerp, visando a divulgação dos benefícios do rádio no celular. Smartphones vêm com o chip integrado de FM, ainda que algumas empresas entreguem o celular com o chip desativado. Mas, ao adquirir o aparelho, o valor do rádio está atrelado ao custo final. Além disso, não havia, até a chegada do Radiophone, divulgação específica sobre os benefícios deste acessório: consome pouca bateria, não necessita de aplicativo e ainda é gratuito, não havendo necessidade de ativar um pacote de dados. Ou seja, música, entretenimento, notícia e informação gratuita, a qualquer hora do dia ou da noite, direto no seu celular. A SINTONIZE! acompanha o movimento multiplataforma do rádio e, a partir desta edição, compõe algumas de suas matérias com QRCodes, para deixar o leitor ainda mais próximo do contexto, associando visão à audição, bem ao estilo do dial: moderno, segmentado e atualizado. Núcleo Editorial SINTONIZE! Revista da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná e do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado do Paraná. Rua Marechal Hermes, 1440 | Ahú | Curitiba-PR | 80540-290 | F: (41) 3250-1700 www.aerp.org.br | www.sertpr.org.br Redação: Karina Magolbo e Ana Costa. Diagramação: Sara Colin. Capa: Denis Godoi. Jornalista Responsável: Karina Magolbo (MTB 4207/PR)
DIRETORIA AERP Presidente: CARLOS ALEXANDRE ROCHA BARROS Rádio Maringá FM Cidade: Maringá
Diretor Regional Oeste: MOACIR JOSÉ HANZEN Rádio Costa Oeste FM Cidade: São Miguel do Iguaçu
Vice-Presidente: CEZAR TELLES Rádio Antena Sul FM Cidade: Castro
Suplente: NELSO RODRIGUES Rádio Cultura Cidade: Foz do Iguaçu
Diretor Administrativo: MARCIO MARTINS Rádio Tropical FM – Rádio T Cidade: Ponta Grossa
Diretor Regional Centro-Sul: IVALDIR PERACCHI Rádio Líder Sul FM Cidade: Laranjeiras do Sul
Diretor Financeiro: ROGÉRIO AFONSO Rádio Transamérica Pop Cidade: Curitiba
Suplente: MELANIE LISBOA TRICHES Rádio Vale do Mel FM Cidade: Irati
Diretor Comercial: CARLOS HENRIQUE AGUSTINI Rádio FM Verde Vale Cidade: União da Vitória
Diretor Regional Norte: JOÃO MIGUEL IGNÁCIO Rádio Cultura Apucarana Cidade: Apucarana
Diretor Jurídico: JOSÉ HERIBERTO MICHELETO Rádio Banda B Cidade: Curitiba
Suplente: ANDRÉ GUSTAVO DE SOUZA FARIA Rádio Paiquerê AM Cidade: Londrina
Diretor Técnico: ROBERTO LANG Rádio Voz Cidade: Coronel Vivida
Diretor Regional Noroeste: ILÍDIO COELHO SOBRINHO Rádio Ilustrada FM Cidade: Umuarama
Diretor de Comunicação: LUIZ BENITE Rádio Massa FM Cidade: Curitiba
Suplente: WALBER SOUZA GUIMARÃES JUNIOR Rádio Cianorte FM Cidade: Cianorte
Diretora Institucional: TICIANE PFEIFFER Rádio Transamérica Cidade: Curitiba
Conselho Fiscal: FLÁVIO GHELLERE JUNIOR Rádio Itaipu FM Cidade: Foz do Iguaçu
Diretor de Televisão: MARIANO LEMANSKI Televisão: Sociedade Rádio Emissora Paranaense - GRPCOM Cidade: Curitiba
Conselho Fiscal: RENATO SILVA Rádio Colméia Cidade: Cascavel
Diretor Regional Capital-Litoral: LEONARDO PETRELLI RIC TV Cidade: Curitiba
Conselho Fiscal: JOSÉ F. SOARES LINHARES Rádio Ilha do Mel FM Cidade: Paranaguá
Suplente: AUGUSTO S GONÇALVES OLIVEIRA Rádio Caiobá FM Cidade: Curitiba
Conselho Fiscal: ALEXANDRE MARQUES GUIMARÃES Rádio Vale do Sol FM Cidade: Santo Antônio da Platina
Diretor Regional Sudoeste: ADIR SELESKI Rádio Princesa AM Cidade: Francisco Beltrão
Conselho Fiscal: ROBERTO MONGRUEL Rádio Capital do Papel AM Cidade: Telêmaco Borba
Suplente: GIOVANI GIOCONDO PAGNONCELLI Rádio Vizi FM Cidade: Dois Vizinhos
Conselho Fiscal: ELÓI BONKOSKI Rádio Musical FM Cidade: Campo Mourão
DIRETORIA SERT-PR Presidente: CARLOS HENRIQUE AGUSTINI Rádio FM Verde Vale Cidade: União da Vitória
Diretor Técnico: MARCIO MARTINS Rádio Tropical FM – Rádio T Cidade: Palmeiras
Vice Presidente de Radio: ILIDIO COELHO SOBRINHO Rádio Ilustrada FM Cidade: Umuarama
Conselho Fiscal: ROGÉRIO AFONSO Rádio Transamérica Pop Cidade: Curitiba
Vice Presidente de Televisão: MARIANO LEMANSKI Televisão: Sociedade Rádio Emissora Paranaense - GRPCOM Cidade: Curitiba
Conselho Fiscal: IVALDIR PERACCHI Rádio Líder Sul FM Cidade: Laranjeiras do Sul
Diretor Administrativo: ADIR JOEL SELESKI Rádio Princesa AM Cidade: Francisco Beltrão
Conselho Fiscal: JOSÉ HERIBERTO MICHELETO Rádio Banda B Cidade: Curitiba
Diretor Secretário: CÉZAR TELLES Rádio Antena Sul FM Cidade: Castro
Suplente Conselho Fiscal: EMERSON GIELINSKI BACIL Rádio Cultura Sul FM Cidade: São Mateus do Sul
Primeira Tesoureira: MARIA LÚCIA C. MAIA KOTSIFAS Rádio Maia FM Cidade: Maringá
Suplente Conselho Fiscal: FLÁVIO GHELLERE JUNIOR Rádio Itaipu FM Cidade: Foz do Iguaçu
Segunda Tesoureira: LAUREN LANG Rádio Máxima FM Cidade: Coronel Vivida
Suplente Conselho Fiscal: HELENA MIYOKO DA COSTA Rádio Vale Verde FM Cidade: Jesuítas
Diretor Jurídico: JOÃO MIGUEL IGNÁCIO Rádio Cultura Apucarana Cidade: Apucarana
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Carta ao leitor Diretorias
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cotidiano
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O dia a dia das rádios em imagens
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tendências
10 Prêmio Best Midia: os melhores do rádio 16
Projeto Radiophone: uma campanha que vai mudar o comportamento do consumidor
20 O poder da marca por meio do Sound Branding 24
Segredos da competitividade saudável
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Você na Rádio
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especial
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Uma análise do espaço que o rock tem nas rádios e no mercado
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ideias
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Informação com linguagem coloquial que aproxime o ouvinte - Toni Casagrande
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Conteúdo no rádio: o que é essencial?
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A magia da voz e suas diversidades
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Novas plataformas trazem oportunidades às emissoras
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Inovações que fazem sucesso no rádio
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Galeria: a Aerp e o Sert-PR em flashes
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Você na Rádio
Tudo acontece por aqui
Muito trabalho, grandes momentos e inúmeros sorrisos estão espalhados pelas rádios de todo o Brasil. Aqui, alguns flagrantes do que anda acontecendo por detrás do dial.
Momento de descontração na Rádio Brotense, de Porecatu, após análise de projeto da migração. No flash, João Batista Carnaval, Vera Martins (supervisora e locutora) e a operadora de gravação Rosângela de Souza Silva.
Comemorando 48 anos da emissora, a Rádio Matelândia Ltda. reuniu sua equipe para uma foto histórica.
Em ação do Outubro Rosa da Banda B, o gerente comercial Mitsuo Kaneko, a consultora de vendas Gabriela Nassar, o diretor executivo Michel Micheleto e a coordenadora de projetos Aline Pires.
Alex Jumbers, locutor do programa Studio 104, entrevistando Odair Matias, apresentador do Jornal 104 Notícias, de Cornélio Procópio.
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Na inauguração dos 50mil watts da Rádio Vale Verde, em Jesuítas (PR), registro da missa com presença do arcebispo de Maringá, Dom Anuar Battisti; do bispo de Toledo, Dom João Carlos; do cantor e escritor Padre Zezinho - SCJ, do Frei Daniel, de Cruzeiro do Oeste, do Padre Laudemir, de Jesuítas; do Padre Elias, de Ubiratã; do Padre Adair, de Guaíra; deputado estadual Schiavinatto.
Momento de descontração durante gravação da equipe de esportes da Rádio Transamérica, em Curitiba.
Dr. Aleixo Guerreiro e Terezinha Veres participam do programa Espaço Cidadão, da Rádio Najuá,de Irati, comandando por Paulo Sava.
Ricardo Alves Ferreira, apresentando o Programa Pampas e Sertão da Rádio Continental AM 1270, em Curitiba.
Esta seção da Sintonize! é dedicada a você, radiodifusor. Envie sua foto do dia a dia da rádio, bem descontraída, para compartilhar seu cotidiano de trabalho para: assessoria. comunicacao@aerp.org.br, com o título VOCÊ NA RÁDIO.
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E o melhor do Rádio é...
Há seis anos o Best Midia foi criado, com o objetivo de premiar os profissionais de mídia do mercado.
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SAIBA MAIS Sempre coadjuvante dos AQUI grandes profissionais de criação, QR CODE o mídia, agora, tem seu próprio prêmio: o Best Midia. Afinal, o departamento de mídia é o espasequentemente, o cliente que aposço da agência que administra a maior tou na estratégia e obteve resultado. parte da verba do cliente e, por isso, Nesta última edição, foram tem uma enorme importância em 78 cases julgados por 30 profissiotodo o processo. “Foi pensando nisnais de comunicação e marketing so tudo que o Grupo de Mídia criou do mercado, em 11 categorias. Para o BM”, comenta Giovanna Leal DalGiovanna, o principal fato relevante la Corte, coordenadora do prêmio. para os cases ganhadores é mostrar O porte do evento foi aumenos resultados obtidos com a estratando e, hoje, é de fundamental imtégia de mídia adotada para o clienportância para a categoria Mídias e te, pois é o que faz toda a diferenpara o mercado publicitário como um ça na hora de um case ser avaliado. todo porque, de acordo com Giovan Em 2016, o rádio teve apenas na, premia as melhores estratégias de um concorrente a menos que o segmídia – não apenas seus resultados -, mento televisão no prêmio, e Giocoroando não só o profissional e sua vanna comenta que, a cada ano, o equipe, mas também a agência e, conrádio apresenta um volume maior de Giovanna Leal Dalla Corte, coordenadora do prêmio Best Midia
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Investimento certo
inscrições. “Acredito que, com a crise econômica, houve uma migração de verba para o rádio e mídia on line e, por isso, um volume maior de peças”, explica. Outro fator apontado pela coordenadora do BM é a eficácia que o meio rádio, comprovadamente, exercita em tempo de crise, pois, segundo ela, o rádio retoma seu papel de falar com as comunidades, clusters, etc.
De extrema importância nas cidades e com eficiência comprovada, o rádio recebe muito investimento de agências e anunciantes. “Tenho clientes que abrem mão de outros meios, mas do rádio nunca”, diz Giovanna. Publicitária e profissional de mídia há 24 anos, com passagem pelas principais agências de Curitiba, Giovanna, desde 2004, é consultora de mídia em sua própria empresa, a Head Of Media – Estratégias de Marketing, focando na veiculação e resultados. Com o prêmio Best Midia, a empresária percebeu que há um trabalho mais afinado para conquistar o ouvinte com pertinência, sendo a segmentação da campanha essencial para o sucesso dela. “O papel do rádio é de fundamental importância em uma estratégia de mídia, pois ele possui características muito importantes e atuais, tanto para o varejo quanto para a indústria e os serviços”, frisa Giovanna, afinal, segundo ela, hoje ficamos muito tempo dentro do carro, no computador trabalhando e escutando rádio, o que faz com que o meio seja muito presente na vida das pessoas.
O papel do rádio é de fundamental importância em uma estratégia de mídia, pois ele possui características muito importantes e atuais, tanto para o varejo quanto para a indústria e os serviços. Giovanna Leal Dalla Corte
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VOCÊ TEM
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NO CELULAR? Smartphones com chip de rádio FM integrado oferecem possibilidade de acesso gratuito à informação, sem consumo de banda larga e baixa utilização da bateria O rádio é uma das plataformas de comunicação de massa mais importantes de qualquer comunidade. Mais de 136,6 milhões de pessoas, com 10 anos ou mais, de acordo com o IBGE, têm um celular no Brasil. Os números que englobam rádio e tecnologia só aumentam, é o que indicam as pesquisas da Oh!Panel e Audio.d, onde 90% dos entrevistados disseram ouvir áudio digital frequentemente, enquanto fazem outras tarefas. Já a Kantar Ibope é responsável pela pesquisa que apontou que 83% dos ouvintes preferem emissoras locais. Unindo estes levantamentos, chegou-se à conclusão que 73% dos brasileiros, com smartphone, não saem de casa sem ele. Para os jovens, o item tem ainda mais importância: eles não saem de casa sem levar o celular. Podem esquecer até documentos e dinheiro... Mas o celular, jamais! Foi o que revelou uma pesquisa do Google em parceria com a Ipsos.
Estes dados provam que o rádio é um meio indispensável para conectar brasileiros de todas as idades, principalmente pela facilidade de portabilidade, afinal, pode estar em todos os aparelhos móveis. Se o consumo de rádio segue alto, e o de celular também, por que não unir os dois? Foi o que a Aerp – Associação das Emissoras de Radiodifusão fez quando lançou, em setembro, o Projeto Radiophone, com campanhas criadas pela agência Master, uma das mais conceituadas de Curitiba. O resultado tem sido muito positivo, afinal, as peças visam alertar a sociedade sobre os benefícios do rádio no celular. 16
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ATIVE SEU CHIP!
Os smartphones têm inúmeras funções: jogos, o gerenciamento do nosso dia a dia, fazer fotos ou nos entreter. E, inevitavelmente, associamos entretenimento com música, certo? Mesmo sem conexão com a internet, queremos ouvir música. Afinal, já fazíamos isso antes dos “WWWs” da vida. Para estes momentos, temos o rádio FM. Se o seu celular não tem, é porque a fabricante decidiu desativá-lo. Mas por que isso acontece? O chip de rádio FM vem incorporado no dispositivo, ativado ou não.
Como observou o presidente da Aerp, Alexandre Barros, está severamente equivocado empresário ou consumidor que acredita que o futuro do rádio está só na internet. “A internet é um importante meio complementar. Mas o futuro do rádio está principalmente no dial, no sinal livre, universal e gratuito”, frisou. A ação tem como objetivo incentivar a compra de celulares com chip de rádio integrado e, consequentemente, o consumo de rádio através do celular, aumentando ainda mais a visibilidade e, portanto, o investimento no setor. Teria sentido excluir do dia a dia um benefício gratuito, que deixa a pessoa conectada com tudo o que é necessário, em qualquer hora do dia, enquanto pode, inclusive, realizar outras atividades?
A primeira coisa que você tem que saber é que a grande maioria dos smartphones vem com um chip de rádio FM incorporado na placa-mãe. Porém, cada vez mais as fabricantes estão desativando este chip. É legal, ou mesmo ético, desativar o chip de rádio? Responder esta pergunta não é tarefa fácil. É um processo legal? Não existe uma lei proibindo a desativação de certos componentes que não são essenciais para o funcionamento do dispositivo, logo, não há ilegalidade. Mas seria ético? A resposta é bem subjetiva. Mas, já que alguém gastou certa quantidade de dinheiro (que normalmente não é pouca) em um dispositivo com este chip, também está pagando por esta “parte” do aparelho, mesmo que ela esteja desativada. A NAB (National Association of Broadcasters) queria criar uma lei obrigando a ativação do chip, afinal, o rádio FM é uma maneira muito mais econômica de escutar música. Isso funciona tanto para o pacote de dados – pois não é preciso internet para isso – como para a autonomia da bateria. O que é muito claro é que o chip já foi pago, e é natural que o consumidor queira que ele esteja ativado. Se vai usar ou não, cabe a cada um decidir. (Fonte: AndroidPit)
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VANTAGENS DE TER RÁDIO NO CELULAR Você já parou para pensar o que um simples chip ativado pode fazer pelo seu cotidiano? O Projeto Radiophone pensou por você!
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É grátis Economiza bateria Não precisa de internet Não necessita baixar aplicativo
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HOTDOG I N S TA
E N T R E V I S TA Alexandre Barros na Rádio Nacional de Brasília
SPOT Dia da Maldade A
SPOT Dia da Maldade B
JINGLE RADIOPHONE
VIDEO Dia da Maldade A
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SAIBA MAIS
89% da população brasileira, que não quer deixar de consumir o rádio, está migrando para as encantadoras novas plataformas de consumo, principalmente o celular. O futuro do rádio depende de nossas ações de hoje, por isso, é importante chamar a atenção dos brasileiros para conscientizá-los que o rádio ouvido no celular é o futuro na palma da mão. E o melhor de tudo: um futuro gratuito!
há aqueles atrasos que normalmente o ouvinte percebe nos sistemas digitais; • Ficou interessado? O primeiro passo é saber se seu celular possui o chip e se ele está ativo. O passo seguinte é encontrar o ícone no aparelho e plugar o fone ou a caixa de som.
• Para usar o rádio no seu celular, você precisa conectar um fone de ouvido, pois o fio atuará como antena de rádio; • Há também a opção de substituir o fone de ouvido por alto-falantes; • Mais uma vantagem do rádio no celular: como não depende de internet, não
Sem custo, sem aplicativos, sem banda larga. Mas com muita informação, entretenimento e música, 24 horas por dia, onde quer que você esteja.
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O PODER DO
Você sabe o que é isso? É muito mais que uma expressão estrangeira que abrange a memorização de um som. É a essência do rádio.
A Marca Sonora, ou Sound Branding, pode dizer muito sobre uma empresa e, mais ainda, criar laços emocionais. É o caso do “plin-plin” da Globo e do Tema da Vitória, que acompanhava as conquistas do tricampeão de Fórmula 1, Ayrton Senna, e virou marca registrada do piloto. O neuromarketing comprova o poder do som. Em recentes pesquisas, foi descoberto que o sentido mais importante 20
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OUÇA AQUI QR CODE
TEMA DA VITÓRIA
H OR A C E RTA
para criar marcas e comunicar não é a visão, mas sim, a audição. O consultor de neuromarketing, Martin Lindstrom, em entrevista à HSM, explica que quando olhamos algo, somente a parte visual do cérebro é ativada. “Já quando escutamos alguma coisa, ativam-se as regiões relacionadas com os cinco sentidos: visão, olfato, tato, paladar e audição. É por isso que, quando ouvimos uma música de nossa infância, voltam-nos à mente tantas recordações visuais”, explica. Julian Treasure, pesquisador e presidente da Sound Agency, afirma que “a maioria
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dos sons à nossa volta é acidental. E muitos deles provocam desconforto”. Por isso, segundo ele, sempre estamos em busca de sons que nos são agradáveis. Outro ponto que o pesquisador ressalta é o poder da música na associação da marca. “Música é o som mais poderoso que existe, mas é frequentemente utilizado de forma inadequada. É poderoso por duas razões: você o conhece rápido e o associa muito poderosamente”.
O SOM E AS MARCAS Para quem está interessado em apostar no conceito, o primeiro passo é entender as diferenças. A maioria das empresas ainda realiza o chamado “music branding”, o que significa estudar o mínimo sobre a marca e criar uma seleção musical para um evento ou ponto de venda. O Sound Branding não cria apenas a assinatura sonora. Ele permite desenvolver elementos como uma música proprietária. É possível usar nas vinhetas, segundo o sócio-diretor da Gomus Music Branding, Guilherme Flarys, e muitas emissoras se valem da personalidade dos apresentadores, tanto no uso das vozes,
Martin Lindstrom
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Zanna Lopes. “Começamos fazendo projetos para o Banco do Brasil, Rádio MPB FM e, depois, muitas marcas vieram. Como tudo o que é novo precisa de tempo, as empresas aos poucos estão percebendo a importância de se criar uma identidade auditiva”, frisa. Para Zanna, por mais que existam pesquisas que comprovem a eficácia da matéria na construção de marcas fortes, as pessoas precisam ver isso no mundo, estarem familiarizadas, para que seja natural fazer esse investimento na marca. Ela ressalta que o Sound Branding, mais do que para qualquer outra mídia, é muito útil para o meio rádio. “Na con-
Guilherme Flarys
quanto no carisma e conteúdo transmitido. No entanto, há outros elementos sonoros na transmissão, como vinhetas, efeitos sonoros ou trilhas que podem fazer a diferença. Para Flarys, todos os elementos sonoros das vinhetas, desde a escolha de timbres e instrumentos, até ritmos ou melodias, podem estar relacionados aos padrões ou referências da identidade global da rádio e/ou de seus programas. “Quando há um bom trabalho de sound branding, o ouvinte consegue rapidamente identificar a personalidade da emissora, a particularidade de um programa ou mesmo um pequeno quadro dentro da grade. Se a experiência é boa, unem-se dois objetivos: que é ser agradável e ser memorável”, explica.
Zanna Lopes
corrência que há no rádio, a identidade sonora faz com que as pessoas reconheçam o meio instantaneamente, mesmo se não puderem olhar para o dial, agilizando o processo de fidelização. Outro ponto positivo é na organização da comunicação e seus eventuais programas, criando vínculo afetivo com os públicos”, finaliza.
NOVA VISÃO Cada vez mais empresas estão investindo em Sound Branding e entendendo sua relevância, de acordo com a Diretora Criativa e Sócia da Zanna Sound, 22
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MEIO RÁDIO POR THATIANA ALMEIDA*
Em um cenário econômico como este – em meio à crise, em que os anunciantes, em determinados momentos, reduzem a verba, mas mantêm a necessidade de resultados –, o meio rádio desempenha um papel importante, pois permite a muitas marcas manter sua presença na mídia. O custo absoluto de veiculação relativamente baixo (comparado a outros meios), a possibilidade de construir frequência, a identificação do público com os comunicadores (aumenta a
relevância da mensagem), a dinâmica simples de troca de material (agilidade) e o baixo custo de produção, são alguns dos motivos que podem transformar o meio rádio em uma grande oportunidade de negócio. Mas esses motivos não garantem a manutenção de todas as emissoras no plano. Então, o que pode diferenciá-las? Não quero entrar aqui no mérito de audiência, afinidade, participação no segmento, fidelidade e demais variáveis
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técnicas, pois estas devem ser avaliadas de acordo com o target, objetivos e mercados a serem trabalhados. Neste momento, minha intenção é chamar a atenção para abordagem comercial, independente da posição da emissora no ranking. As equipes comercias, os executivos das emissoras, precisam conhecer a fundo o produto que vendem. Seus pontos fortes, fracos, oportunidades, diferenciais, mas também, precisam estar atentos às necessidades de seus clientes. Cada vez mais agências e clientes buscam soluções em mídia. Precisamos ir além dos 30”. É preciso que agência e veículo
troquem informações e construam os projetos juntos. Tempo, dedicação e muito trabalho envolvidos. Precisamos de executivos e profissionais de mídia preocupados com o negócio do cliente, com a estratégia, com o resultado final. De como a informação será recebida pelo ouvinte, em que momento, com que frequência. Se a mensagem está adequada com a linguagem da emissora, qual o impacto ela causará. Mas para isso, o mídia precisa ampliar seu pensamento, dar ferramentas para o executivo trabalhar e este, por sua vez, não pode estar preocupado apenas em bater sua meta comercial. Sabemos que é um processo muito mais trabalhoso, que dispõe de muito mais tempo, mas por outro lado, são essas ações que tornam possível a manutenção de determinada emissora ou até mesmo do meio no plano final. Além de levar soluções muito mais assertivas para os clientes, esse modelo de trabalho tira o foco da negociação do desconto e o transfere para a adequação da mensagem/relevância. Não é uma conversa sobre custo, e sim, sobre valor. E isso, não tem preço. Ao final, chegamos em soluções viáveis, rentáveis e que geram resultados.
*Diretora de Mídia da Master Comunicação – Curitiba/PR
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Em sua história de mais de seis décadas, o rock foi dado como morto inúmeras vezes. Em entrevista à revista americana Esquire, o baixista e vocalista do Kiss, Gene Simmons, afirmou que o estilo musical já era. Gênero que viveu seu auge entre as décadas de 1950 e 70, com bandas e cantores pipocando nos quatro cantos do mundo, o rock nunca teve tão pouca relevância cultural e comercial. É rara sua presença nas paradas de sucesso, baixas as vendas de discos e pouca execução em plataformas virtuais, em comparação com o sertanejo e o pop, os “donos” do mercado fonográfico de hoje.
SEGMENTAÇÃO O processo de segmentação do rádio se acentuou nos últimos anos, por conta da proliferação de canais de rádio, de TV (incluindo a cabo) e, obviamente, da internet. O rock nacional não ficou para trás, e também virou um nicho de mercado. Para Antunes Severo, presidente do Instituto Caros Ouvintes de Estudo e Pesquisa de Mídia, o rádio vai segmentar ainda mais. “A segmentação é uma realidade inexorável, inflexível e implacável em qualquer tipo de negócio. O rádio, de há muito, deixou de ser uma atividade deleitante. Empresarialmente é um negócio como qualquer outro e, como tal, precisa se adaptar ao mercado”, afirma. Severo acredita que a estratégia de segmentação pode se tornar um diferencial competitivo para a emissora. “Potencialmente, o rádio é um meio de comunicação mais abrangente que o jornal, as revistas, a televisão, o cinema e até mesmo que a internet”. De acordo com o radialista, fotógrafo, diretor de cinema, teatro e consultor da rádio 91 Rock, Andre Wormsbecker, o 27
Antunes Severo
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poder da tecnologia faz com que os próprios artistas entrem em contato direto com as rádios e com o seu público. “Vejo isso como uma democratização muito Andre Wormsbecker positiva. Pela primeira vez na história, é possível escolher o que tocar, onde tocar, quem ouvir e quando ouvir. E o mais positivo disso é que ultrapassa todas as fronteiras”, afirma.
novidades”, frisa. Moreira lembra que, até dois anos atrás, havia apenas uma emissora. Já nos “bons tempos” do rock em alta eram, segundo ele, no mínimo cinco emissoras dedicadas ao gênero, que também tinha exposição considerável em pelo menos outras 15 emissoras de cunho mais popular. Moreira destaca ainda o rock independente autoral, que aposta tudo na maior quantidade de shows possível e na proximidade cada vez maior Marcelo Moreira com os fãs. “É o caso das bandas Autoramas (RJ) e Cachorro Grande (RS), ambas veteranas, O Terno (SP) e Boogarins (GO), entre outras. Esta última faz turnês regulares pela Europa, conseguindo realizar mais de 150 shows por ano no Brasil e no exterior, com uma estrutura enxuta e eficiente para lidar com os negócios”, enumera. Para ele, no momento, esse é o único caminho que vislumbra para que o rock possa iniciar uma recuperação de espaço, ainda que de forma leve. “Essas bandas são o exemplo a ser seguido”, enfatiza.
Um exemplo, segundo Wormsbecker, são as bandas de rock de renome internacional, que não passam por gravadoras brasileiras e tocam nas rádios de rock. “Parecido com essa nova tendência em assistir filmes, onde as empresas geradoras de conteúdo produzem seus próprios filmes e você assiste direto na sua TV (ou dispositivo móvel), sem passar por cinema, canal fechado ou canal aberto - ou seja, ‘perfurando’ a barreira das distribuidoras de filmes. Isso sim é democracia cultural”, exemplifica. Já Marcelo Moreira, diretor-executivo do site Combate Rock e um dos editores de Brasil do portal UOL, acredita que o rock, como um todo, virou um nicho de mercado bem restrito. “Em São Paulo, no dial de FM, das quase 100 emissoras que se espremem, somente duas se dedicam ao rock, sendo que uma é voltada ao classic rock, ou seja, com espaço pequeno para 28
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OROCKSUMIU? Sim!
Não!
Para Marcelo Moreira, diretor-executivo do site Combate Rock e um dos editores de Brasil do portal UOL, o rock nacional perdeu a capacidade de surpreender. E perdeu essa capacidade porque o público mudou. “O engajamento político nas letras do rock nacional, no caso entre as bandas mais importantes, foi recorrente até 1992, curiosamente no mesmo ano do impeachment do presidente Fernando Collor. Depois disso, o protesto e o engajamento ficou restrito às bandas punks”, diz.
Para Andre Wormsbecker, radialista e consultor na rádio 91 Rock, houve apenas uma transição de cenários. “Não parece que o Rock está morto aqui no Brasil. É lógico que estamos passando por uma cultura de valores rasa, dentro do cenário artístico musical. Falo isso porque percebo um grito entalado de liberdade escondido pelos cantos do Brasil, onde inúmeras bandas - muito boas - de Rock, estão enviando seus trabalhos para entrarem no playlist da 91 Rock. Não sei se isso é uma particularidade do perfil e da credibilidade que a rádio tem, mas é o que vem acontecendo”, explica.
Ainda de acordo com Moreira, as bandas se cansaram do tom político e preferiram mudar a abordagem, buscar outros temas. “A democracia ganhava maturidade com eleições livres presidenciais, o plano Real aparentemente indicava que a economia melhorava e o país precisava de mais esperança. Sendo assim, o mercado acabou rechaçando tentativas de música de protesto, inibindo, assim, toda uma geração posterior, que teve poucas referências - e vontade - de entrar em um terreno pantanoso, mas estimulante”, explica.
Wormsbecker ressalta que a forma de divulgação saiu das mãos das grandes gravadoras para se tornar uma interação totalmente pessoal. “A qualidade musical que as bandas nos enviam é invejável. Várias fizeram este trabalho de interação e hoje fazem parte do playlist da 91 Rock, entre elas, a Etno, de Brasília, a Diablo Angel de Recife, e muitas bandas curitibanas de destaque como, por exemplo, a Hillbilly Rawhide. Por isso, o Rock nacional está vivo, sim!”.
Moreira afirma que do jeito que está estruturado o mercado nacional, não há mais espaço para o rock nacional. “É preciso louvar a capacidade de organização e administrativa dessa ‘cena’ sertaneja. De fora, parece que existe, além de gente competente para gerenciar, uma verdadeira intenção de dar certo. Pouco ou nada disso ocorre ou ocorreu no rock nacional, que passou muito tempo contaminado pelo suposto glamour da “vida louca, sexo, drogas e rock’n’roll”, fala.
Tendo em sua essência a crítica e o protesto, o Rock vem passando de forma tímida por esse momento singular da história política brasileira. Andre Wormsbecker vê o cenário musical do Brasil muito preguiçoso, assim como a cultura em geral. “Acho que, aos poucos, essa preguiça cultural vai acabar e os mais ‘racionais’ abrirão os ouvidos para novas tendências, baseadas no bom e velho Rock’n’Roll”, prevê.
O rock perdeu espaço e dificilmente irá recuperar novamente, segundo Moreira. Ele comenta que, admitindo a hipótese de que o rock retornou ao tamanho que sempre teve ou que sempre deveria ter, por não ser um gênero nativo, podemos supor que será difícil haver, a médio prazo, um crescimento significativo, ou alguma perspectiva de recuperar parte do terreno perdido. 29
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SKANK: uma marca Ela é uma das únicas bandas que consegue se manter com um sucesso entre os 200 mais tocados do ano, dividindo espaço com quase a totalidade de sertanejos, pop e funk, algum samba e internacional. Em um momento onde o Rock está mais “apagado”, qual seria a visão da banda Skank para o presente e futuro, e quais as estratégias do grupo para continuar a ser lembrado?
# SINTONIZE - O SKANK É UMA DAS POUCAS BANDAS DE ROCK QUE AINDA SE MANTÉM ENTRE AS MAIS TOCADAS (AS 30 PRIMEIRAS POSIÇÕES SÃO OCUPADAS PELO SERTANEJO). POR QUE ESSE CENÁRIO? Samuel Rosa: É difícil explicar esse tipo de fenômeno, que é quase antropológico. Não tem como explicar determinados modismos, que sempre existiram. O importante é que
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A GENTE INDEPENDE DO QUE ESTÁ ACONTECENDO, DO QUE AS RÁDIOS ESTÃO
TOCANDO OU NÃO
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A resposta a esta pergunta está aqui, nesta entrevista exclusiva para a Sintonize!:
Samuel Rosa
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o Skank se preocupa em perdurar, mesmo estratégia pra isso. Existimos há 20 e pouque a gente não faça parte de um filão que cos anos e sempre estamos buscando noera a ‘bola da vez’. Quando vos desafios sonoros e mua gente chegou, nos anos sicais. Acho que isso agrada 90, o rock já tinha sido a o nosso público e traz nobola da vez há muito temvos apreciadores. EXISTIMOS HÁ 20 po. Então, estamos acostuE POUCOS ANOS E mados a trabalhar sempre # SINTONIZE - A ALTA SEMPRE ESTAMOS com outro segmento, anINSERÇÃO DA BANDA BUSCANDO NOVOS dar paralelamente àquilo EM ESTRATÉGIAS DE DESAFIOS SONOROS e sobreviver bem. É o que DIVULGAÇÃO ONLINE E MUSICAIS o Skank tem tentado faPODE SER ENCARADA zer. Acho que quanto mais COMO ALTERNATIVA OU Haroldo Ferretti nos desvencilhamos de COMPLEMENTO ÀS MÍuma moda, mais consisDIAS TRADICIONAIS? tente fica a nossa história. Haroldo Ferretti: É um A gente independe do que meio mais democrático, está acontecendo, do que onde as bandas dizem, toas rádios estão tocando ou não. O Skank cam, mostram o que querem de uma forconseguiu ser uma marca, ter credibilidama direta para o seu público, e isso é mais de e uma assinatura interessante, onde as eficiente. Apesar disso, uma banda como pessoas se reconhecem nessa assinatura. o Skank precisa e gosta de estar nos proA gente até mudou essa geração, a gente gramas de tv, dar entrevistas para rádios, tem fãs da época que começamos e norevistas, etc. vos fãs que vêm chegando... Por isso que a banda perdura até hoje!
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# SINTONIZE - VOCÊS SÃO UMA DAS POUCAS BANDAS QUE AINDA SE MANTÊM ENTRE AS MÚSICAS MAIS TOCADAS NA RÁDIO. QUAL A ESTRATÉGIA? Haroldo Ferretti: Não existe exatamente uma
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TITÃS: rock no Brasil é um paradoxo As bandas tradicionais apresentam um amadurecimento que as torna únicas e atemporais, como os Titãs. Em entrevista exclusiva à Sintonize!, Tony Bellotto deixou claro que o rock brasileiro evoluiu, ficou mais profissional e também mais rico, afinal, encontrar o seu próprio estilo e conquistar a fidelidade do público exige equilíbrio, talento e originalidade. Características da maturidade. 32
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# SINTONIZE - O GÊNEque é importante investir na AS GRAVADORAS RO QUE ESTÁ EM ALTA qualidade. SEMPRE INVESTEM NA MÚSICA BRASILEINO QUE VENDE MAIS, RA É O SERTANEJO. NÃO #SINTONIZE – O ROCK MAS ISSO É HÁ MAIS ESPAÇO PARA O NACIONAL VIROU UM NICÍCLICO ROCK NACIONAL? CHO DE MERCADO NAS Tony Bellotto: Acho que RÁDIOS? COMO AS GRAhá espaço para o rock, mas VADORAS ESTÃO LIDANToni Bellotto não tão na grande mídia. DO COM ESTE CENÁRIO? Encontra-se muito rock Tony Bellotto: Hoje em dia na internet e nos nichos está melhor do que há três, do gênero. As gravadoras quatro anos. Há várias rásempre investem no que vende mais, mas dios de rock de volta às atividades, e conisso é cíclico. Em 34 anos de carreira, já vivi certos de rock sempre são eventos de muita altos e baixos do rock, do sertanejo, do axé visibilidade. As gravadoras estão investindo e do pop. Quem tem qualidade, sobrevive. nos nichos, com excelentes resultados.
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#SINTONIZE - QUAL A ESTRATÉGIA DE MARKETING UTILIZADA PELO TITÃS PARA SE MANTER EM EVIDÊNCIA NO CENÁRIO MUSICAL? Tony Bellotto: Nós investimos na qualidade do nosso trabalho. Há dois anos, lançamos pela Som Livre o álbum “Nheengatu”, que é considerado um dos melhores de toda a nossa carreira. Mesmo não atingindo altas vendagens, foi um CD de muita repercussão na imprensa e entre os consumidores de rock brasileiro. Tivemos muito apoio da gravadora também, que sabe
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insight
conteúdo O DESAFIO DA SIMPLICIDADE NO RÁDIO O volume de informação à nossa volta é gigantesco. Todo dia, rádios, tvs, portais, blogs, jornais, revistas e outros tantos produzem sem parar. E ainda tem as redes sociais: as reais (família, vizinhos, etc) ou as virtuais (Facebook, Whatsapp, etc). É muita coisa pra assimilar! Nesse cenário, o jornalismo deveria funcionar como um filtro. Um noticiário deveria pegar toda essa informação e selecionar o que realmente importa e oferecer ao público só as
TONI CASAGRANDE Diretor de Jornalismo da Rede Aerp de Notícias
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notícias conferidas. E tudo tem que vir traduzido, principalmente, no rádio! Para a maioria das pessoas, entender o que acontece no mundo é uma tarefa quase impossível. Quando ouvimos um juiz, um político, um economista ou um policial, a impressão é que cada um deles fala um idioma diferente.
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O RADIOJORNALISMO PRECISA FALAR COMO AS PESSOAS FALAM.
Em casa ou com os amigos, ninguém fala assim. A gente diz: O delegado vai falar com as testemunhas pra saber quem matou ou roubou, ou que a riqueza do Brasil depende muito da produção de grãos, de gado e dos minérios. E o radiojornalismo precisa falar como as pessoas falam. É preciso sim informar muito e bem, mas o maior desafio é, sem dúvida alguma, ser simples o suficiente para ser compreendido por todos os ouvintes.
Quase todo dia a gente ouve frases assim: “As oitivas vão elucidar a autoria do ilícito”; ou então: “O PIB do país está atrelado à valorização das commodities”.
Paraná de Hoje O jornal Paraná de Hoje, da Rede Aerp de Notícias, mudou! Mais ágil, mais útil e com notícias de todo o estado, o Paraná de Hoje atualiza os assuntos mais importantes do dia numa linguagem simples e objetiva. São três blocos, cada um com 10 minutos. O material fica disponível online um pouco antes das 12h, de segunda a sexta-feira, e qualquer emissora integrada à Rede Aerp pode fazer o download. Se sua rádio ainda não faz parte da Rede Aerp de Notícias, basta se cadastrar no site www.redeaerpdenoticias.com.br e seguir os passos para obter conteúdos diários e semanais, sobre diversos temas. Em breve, novos programas também estarão disponíveis!
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Conteúdos que geram negócios, informação que chega no dial e, ao mesmo tempo, nas redes sociais, relevância e equipe de profissionais engajados. O conteúdo das rádios está mudando, e para melhor. “OS DROPS INFORMATIVOS SÃO EXCELENTES PRODUTOS PARA ATRAIR PARCEIROS COMERCIAIS E MANTER A AUDIÊNCIA CONSUMINDO A PROGRAMAÇÃO” [Robson Ferri]
Antigamente, programas e quadros “enlatados”, feitos com muita antecedência e distribuídos para diversas emissoras, eram bacanas. Hoje, segundo Robson Ferri, diretor executivo da Rádio Conteúdo – RF Midia, este formato está totalmente fora da necessidade do mercado, que busca conteúdos
atuais e próximos da realidade das pessoas. “A internet deu velocidade para todos, tanto para o consumo quanto para os geradores de conteúdo, que precisam estar literalmente online com os seus parceiros”, explica. Alessandro Caliu, CEO da Talk Radio, que também fornece conteúdo para as rádios, frisa que o maior desafio é manter a qualidade. “Estamos sempre buscando inovar e melhorar, trazendo tendências e novidades para o mercado da radiodifusão”, afirma, completando que a empresa tem capacidade de produzir mais de 50 horas diárias de conteúdo. Com tanta hora no dia e tantas rádios diferentes, como fazer conteúdos que agradem a todos? A resposta é simples: 36
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“AS EMISSORAS ESTÃO MAIS ADAPTADAS AOS BENEFÍCIOS QUE O CONTEÚDO RADIOFÔNICO ACRESCENTA EM SUA PROGRAMAÇÃO, QUE SÃO ENORMES” [Alessandro Caliu]
não há maneira de fazer isso. E é por este motivo que as empresas que geram conteúdos específicos já perceberam que a segmentação é a alma do negócio... Literalmente. Ferri aponta a equipe de profissionais, criatividade, continuidade e relevância como principais características de uma empresa deste setor. “A diversidade também é imprescindível, afinal, em cada região existe uma demanda específica”, diz. Caliu complementa que, pelo fato do rádio ser um veículo de comunicação em massa muito específico, a empresa que representa fica aposta em programas que atendam emissoras dos mais variados formatos de conteúdos, chegando a 80 opções.
ESSENCIAL Toda rádio define sua grade mediante a demanda do público e o segmento que alcança. Para Ferri, pesquisar os clientes e estudar o comportamento dos ouvintes deve ser tarefa constante para que o conteúdo seja cada vez melhor. Caliu frisa que as emissoras estão cada vez mais adaptadas aos benefícios que o conteúdo radiofônico acrescenta na programação, que são enormes. “Em nossa empresa, oferecemos conteúdos para rádios que vão desde programas de uma hora ou mais, até programetes e pílulas diárias, passando por programas musicais e entrevistas”, enumera, ressaltando que uma rádio precisa oferecer conteúdos variados e completos, para atrair e fidelizar os ouvintes. Ele diz que, desde o primeiro teste, em 1895, o rádio vem acompanhando as tendências e suas inovações, modificando-se e inovando através do tempo, passando de analógico para digital, sem perder a sua característica principal, que é a de estar ao lado dos ouvintes onde quer que eles estejam. “Não diria que o rádio mudou, pois ele sempre será rádio, mas sim, que ele evoluiu e está cada dia melhor”, elogia. Já Ferri destaca que não existe mais como trabalhar de forma bem sucedida com uma rádio, sem se preocupar com a qualidade do conteúdo. “Os concorrentes não são mais apenas as rádios ao lado, é tudo e todos”, alerta. A realidade é que o rádio faz parte da vida de muitas pessoas, levando informação, notícias, o jogo de futebol, músicas preferidas e a divulgação de marcas e produtos enquanto o ouvinte pode estar dirigindo, trabalhando ou se divertindo.
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Credibilidade que virou negócio A Rádio Conteúdo – RF Midia nasceu em 2012, sem querer, com a cobertura da Olimpíada de Londres. Foi enviada uma equipe para a Inglaterra, e a empresa formou uma rede com mais de 90 emissoras, de norte a sul do Brasil, com entrega diária de informações sobre os jogos. “Lá tivemos a iniciativa de expor as marcas dos nossos parceiros em Londres, para agregar credibilidade na entrega
do conteúdo em suas respectivas cidades, e isso foi um sucesso”, lembra Robson Ferri. Nas Olimpíadas do Rio, este ano, a empresa apostou em algo mais amplo, com geração de áudio e vídeos diários para divulgação de conteúdo nos canais sociais das rádios. “Mais uma vez ficou claro que o rádio tem muito potencial de explorar e fazer negócios em outras plataformas”, revela.
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OS MISTÉRIOS DA EMPATIA
Comunicação é muito mais do que apenas falar, é criar uma sintonia, uma proximidade. Esse conceito é a base do meio rádio. Você sabe se está no padrão vocal correto para o seu público? O sonho de consumo de todas as rádios é ter uma voz que cative os ouvintes e os fidelize. Será que isso é o mais importante? Para Jorge Cury Neto que, desde 1972 pesquisa e estuda comunicação no rádio e na televisão, proprietário do Voice Design Institute, nem só de voz vive um locutor qualificado, mas de toda boa capacidade de comunicação. “É preciso construir o projeto pessoal de sua voz, adequando-a ao perfil de personalidade do profissional”, diz, pois, segundo ele, só assim vai ganhar autenticidade e autoridade vocal, o que viabiliza uma relação empática com o ouvinte. 39
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“MUITA GENTE ACHA QUE TER UMA BOA VOZ É SINÔNIMO DE SER UM BOM LOCUTOR. E ISSO É UMA ABSOLUTA INVERDADE”
Thays Vaiano, fonoaudióloga especialista em voz, preparadora vocal, idealizadora do projeto Atletas da Voz e Pro[Thays Vaiano] fessora do Centro de Estudos da Voz – CEV, em São Paulo, concorda que um bom locutor tem a mesma característica de um bom comunicador: saber se adequar ao seu público, saber identificar qual emoção existe por trás da mensagem e saber usar melhor a voz e o estilo de comunicação para transmiti-la. “Um bom locutor não depende mais de uma boa voz. A voz é somente um dos elementos essenciais. Comunicação é mais que voz: é articulação, projeção de voz, timbre, organização de ideias, fluência, empatia e emoção”, explica. Cury Neto compactua do mesmo conceito, e acredita que uma voz bem modulada e modelada é o que as rádios mais precisam. Claro que qualidade vocal é indispensável para uma locução e, segundo o especialista, um padrão vocal qualificado deve conter melodia, ritmo e harmonia. “Um bom locutor deve usar um volume de voz médio
entre 3 mil e 750 hertz. Os sons vocais muito altos e bem baixos devem ser evitados”, diz.
PARA TODOS Thays lembra que, antigamente, as locuções utilizavam um vocabulário mais rebuscado, vozes mais graves e articulatoriamente bem precisas e às vezes até exageradas (como o som da letra ‘r’, por exemplo). “Hoje em dia as locuções são mais leves e coloquiais e, para locutores, é ainda mais livre, isso porque a participação do ouvinte é cada vez mais ativa”, comenta. De acordo com a fonoaudióloga, o público alvo de cada rádio é quem determina qual será o estilo de comunicação. “Rádios mais jovens pedem vozes mais dinâmicas, ao passo que rádios com conteúdo de música clássica, por exemplo, pedem uma comunicação e vozes menos expansivas”, exemplifica. Todos os que desejam trabalhar com voz precisam treiná-la, afinal, voz é músculo e, como todo músculo, necessita ser treinado para alcançar seu melhor desempenho. Para tanto, Thays lista os treinos fisiológicos, que visam melhorar o sistema de respiração, fala, articulação e projeção vocal e treinos de entonação e interpretação, que visam trabalhar a emoção a ser transmitida; os de voz, que promovem a qualidade e a
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resistência vocal; os treinos respiratórios, que melhoram a coordenação entre voz e fala para que as frases não sejam interrompidas por falta de ar e também para que o processo inspiratório e expiratório não sejam ouvidos por quem está ouvindo a locução; os treinos de articulação, que são para eliminar qualquer ruído de fala que possa aparecer e promover mais velocidade de fala, sem “atropelar” as palavras; os treinos de projeção vocal para que os locutores consigam trabalhar com mais voz e menos
esforço e, finalmente, os treinos interpretativos e de entonação, para transmitirem a mensagem desejada com a melhor voz possível. “É preciso lembrar sempre que o impacto de como a gente fala é maior que o do que a gente fala”, finaliza.
“O RÁDIO É O MAIOR TRANSMISSOR DA VOZ HUMANA. É ATRAVÉS DELE QUE ESTE INCOMPARÁVEL VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO ACONTECE” [Jorge Cury Neto]
VOZES MASCULINAS
X VOZES FEMININAS Sim, as vozes são bem distintas, não só pelo tom, mas também pela emoção que geram normalmente. De acordo com Jorge Cury Neto, cada gênero vocal tem uma função, um papel comunicativo próprio e, consequentemente, se adequam a determinadas necessidades, cumprindo demandas específicas. “As vozes masculinas geram autoridade, determinação e provocam impacto emocional forte. Já as vozes femininas possuem profunda afetividade, causam emoções sutis e sentimento de acolhimento”, explica. No caso do rádio, segundo o especialista, é preciso que o dirigente da emissora tenha a habilidade e a sensibilidade de extrair de cada gênero o melhor para seu ouvinte. Thays Vaiano complementa que, diferente do timbre ou da função, o treinamento vocal para vozes masculinas e femininas é o mesmo. “O que existe é diferença no treinamento de pessoa para pessoa, pois o treinamento deve visar melhorar o que não está bom e preservar o que já é bom”, diz a fonoaudióloga.
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Preciosos Clicks
O rádio sempre foi e sempre será uma espécie de mídia social, mas nem por isso pode deixar de usufruir e explorar novas plataformas. 42
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“O Facebook atualmente é
o canal que reúne o maior número de brasileiros conectados. Isso por si já seria o suficiente, mas o Facebook proporciona uma proximidade direta com o público, um ambiente de relacionamento, de discussões, de troca de opiniões.”
nicação e Cultura pela Escola de Comunicação da Federal do Rio de Janeiro e autor do livro “Rádio e mídias sociais: mediações e interações radiofônicas em plataformas digitais de comunicação”, entre outros, diz que o rádio talvez tenha sido o meio que se articulou de modo mais engenhoso com as mídias sociais. “Eles se complementam claramente. As mídias sociais oferecem um canal de retorno mais eficiente para as emissoras, possibilitando não só o compartilhamento de conteúdos e multiplicando o alcance de programas e reportagens, mas também um atendimento mais imediato das demandas da audiência”, justifica, argumentando que, cada vez mais, o comunicador é um mobilizador dos ouvintes. “Não basta postar áudios e fotos do estúdio, é preciso engajar a audiência, fazê-la se sentir parte do show”.
Muito se fala e se discute atualmente sobre mídias sociais, novas plataformas e usos de novos meios que não Fernanda Musardo param de surgir. Fernanda Musardo, conselheira de negócios online e diretora da Musardos Soluções Digitais, além de palestrante e professora de Mídias Digitais, afirma que o rádio e as mídias digitais têm total sincronia atualmente. “O rádio consegue trabalhar muito bem e com agilidade o que está nas mídias sociais, consegue articular sua audiência em seus canais, assim como levar para o rádio a audiência que se tem nas mídias sociais”, explica, completando que isso só mostra que o rádio hoje, além de estar no dia a dia das pessoas, consegue facilmente transitar em outros meios sem perder suas características, essências e identidade. O professor Marcelo Kischinhevsky, Mestre e Doutor em Comu-
Business “Impossível imaginar uma empresa não utilizar os recursos e as oportunidades que estes canais podem trazer para os negócios”, frisa Fernanda, informando que as mídias sociais geram, de forma orgânica, informações muito ricas de comportamento de público, interesses, mercado como um todo, análise e acompanhamento de concorrentes, entre outras. “Construindo uma boa audiência 43
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“O rádio é comunicação de
base sonora, e esta nunca vai acabar. Pelo contrário: a circulação de mensagens de voz em grupos formados em aplicativos mostra que estamos assistindo a uma retomada de uma ‘cultura do ouvir’.”
estar presente em diversas mídias sociais. Com um mercado extremamente dinâmico, as preferências da audiência podem mudar rapidamente. “Perfis ativos em mídias sociais permitem aferir a temperatura da programação e quais programas têm maior mobilização de ouvintes. A publicidade está migrando para plataformas digitais”, cita o professor. “O rádio precisa ser capaz de ouvir mais”. Com esta frase, Kischinhevsky cita que as mídias sociais oferecem não apenas um espaço para difusão dos conteúdos produzidos, mas uma plataforma de interlocução. E o maior erro apontado pelos dois entrevistados é: não investir em mão de obra qualificada, priorizando a transmissão em antena. Ouvinte de rádio compulsivo, Kischinhevsky aponta, em seu livro, rumos da reconfiguração do mercado de radiodifusão em diversos níveis. Em todos eles, o ponto central é a construção da marca. “Rádio é rádio. Comunicação de base sonora. Por isso, é ágil, capaz de cobrir como ninguém o cotidiano da cidade, de estabelecer vínculos afetivos com a audiência, de ajudar a formar opinião”, define.
e estreitando um relacionamento com o usuário é possível, também, articular campanhas de seus Marcelo kischinhevsky anunciantes dentro deste canal”, ensina. Kischinhevsky entende que as emissoras de rádio estão “pisando em ovos”. Isto porque, de acordo com ele, ninguém sabe para onde vai o mercado e o que fazer diante de um bolo publicitário cada vez mais pulverizado. “Falta ousadia, falta renovar audiências e gente bem remunerada trabalhando com um sorriso no rosto”, indica, afinal, o ouvinte percebe esta energia e, quando ela não é boa, reage mudando de estação ou acessando um serviço de streaming. Ambos profissionais são unânimes em afirmar: é fundamental
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Dicas Práticas A Sintonize! solicitou aos dois entrevistados que dessem seis dicas, cada um, sobre como a rádio pode utilizar bem – e de forma prática – sua mídia social. E aqui estão as dicas de Fernanda Musardo:
6 Não tenha medo de participar, de envolver-se com o canal,
Antes de começar ou fazer alguma coisa saiba o porque 1 Planeje. está fazendo e com qual objetivo está fazendo e para quem
com as participações dos usuários, não tenha medo de arriscar ações mais inovadoras ou “diferentes” dos padrões que emissora costuma realizar.
está fazendo. Mas faça isso de maneira detalhada e clara.
2 Se conecte com o seu público. Mais do que pedir a participa-
E as de Marcelo Kischinhevsky:
ção do ouvinte pelo whatsapp ou qualquer canal, é preciso criar um vínculo com este usuário em todos os canais que a emissora faz parte.
1
Não trate o ouvinte como idiota, senão ele vai embora.
2 Não ponha o pobre do estagiário para gerenciar os perfis da
canal precisa ser pensado e articulado de maneira 3 Cada diferente. O mesmo conteúdo, usar a mesma “ideia” para
rádio nas mídias sociais: invista em pessoal especializado.
todos é ruim. Então pense em seu objetivo principal, e monte sua estratégia de atuação diferente para cada canal, mas levando todos eles para um mesmo objetivo.
3 Escute o que a audiência tem a dizer (e responda às questões
4 É importante participar de vários, não ficar restrito apenas a
4 Mobilize a sua rede: não adianta ter milhares de curtidas num
que vierem via mídias sociais).
um canal ou focar exclusivamente em um único por parecer mais “fácil”. Surpreenda o ouvinte em canais diferentes, com conteúdo diferente em cada um deles.
perfil se você não atualiza diariamente o conteúdo, nem realiza enquetes ou promoções.
5
Esteja atento às novidades do mercado, para não ficar para trás.
6
Seja criativo e teste novos modelos de negócios - em breve a maior parte do lucro virá daí.
5 Pense em conteúdos e histórias
para cada canal de maneira exclusiva, seguindo a lógica e a estrutura de cada mídia social. Use todos os recursos que cada mídia oferece para obter melhores resultados
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EQUILIBRANDO COMPOSIÇÕES Características complementares e a visão a mulher na Diretoria da Aerp TICIANE PFEIFFER, A NOVA DIRETORA INSTITUCIONAL DA AERP
mica, foi consultora de pequenas, médias e grandes empresas na Fiep, pela Fundação Araucária de Ensino e Pesquisa de 2010 a 2015 e, atualmente, é Diretora da Rádio Transamérica Light. Para Ticiane, o meio rádio é um ambiente onde a figura masculina transita em maior número e com muita eloquência, sempre obtendo sucesso. “A mulher chega com características complementares e vem agregar elementos dos quais o meio carece. Os dois juntos têm condição de operar grandes conquistas. Eu mesma, em minhas equipes, busco composições equilibradas”, comenta. A executiva observa o rádio como um mercado em construção. Para ela, a busca por práticas de trabalho que incluam planejamento e a preocupação com a estruturação das competências das pessoas envolvidas será cada vez mais fundamental. “Não é mais aceitável que o segmento exerça suas atividades sem estes dois itens na pauta”, frisa.
DENIS GODOI
Objetivando trazer para o meio rádio a delicadeza, a sensibilidade e o cuidado com o outro, Ticiane Pfeiffer foi empossada como a nova Diretora Institucional e espera, por meio de sua experiência composta pela vivência de 10 anos no mercado da comunicação e oito anos de docência em graduação e pós na área de administração e marketing, contribuir para um avanço significativo na construção do arcabouço institucional da Aerp – Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná.
Em um cenário de grandes mudanças, tanto na avaliação de aptidões quanto na qualificação do rádio, entra em cena outro grande personagem: a segmentação. Ticiane enxerga o momento como muito importante afinal, segundo ela, foi uma demanda da própria sociedade, que também é segmentada. “O rádio precisa acompanhar o movimento”, instrui, completando que a democracia tem em sua essência a liberdade de escolha. “Por isso, na essência do rádio precisa estar uma preocupação profunda com o conteúdo que disponibiliza”, finaliza.
O novo membro da diretoria da Associação paranaense, além de sólida formação acadê-
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Conectando Públicos O presidente da FENAPRO dá uma visão da ligação entre o meio publicitário e o rádio, pontuando presente e futuro desta proximidade. Em um ano de retrações econômicas provocadas pelas tecnologias digitais, o presidente da Fenapro – Federação Nacional das Agências de Propaganda –, Glaucio Binder, tem levado a instituição a se destacar por meio de iniciativas voltadas ao crescimento do negócio, como a “Pesquisa Nacional de Perfil das Agências de Propaganda” e o projeto “Design Thinking Propaganda”.
O resultado destes e de outros projetos apontam a situação atual das agências no País e os insights sobre o futuro do negócio. Por conta de tantos resultados positivos, Binder, que desde 2013 está à frente da Fenapro, é o “Destaque do Ano 2015” do Prêmio Colunistas, a mais antiga premiação de comunicação e marketing do Brasil, promovido pela Abracomp (Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda). Premiado e motivado a continuar buscando contribuições significativas para o segmento, Binder falou com exclusividade à Sintonize! sobre a relação do rádio com a publicidade. E começou dizendo: “A relação entre as duas áreas é total. Nosso trabalho é fazer conexão de marcas com targets, e os veículos são os canais para isso”.
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# SINTONIZE – Como a FENAPRO percebe o rádio, mesmo diante de tantas outras mídias disponíveis? BINDER - O foco da Fenapro é o ambiente das agências e tudo que se relaciona com elas. Todos os veículos têm sua importância, por isso, mantemos uma relação forte com a ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e com a FENAERT (Federação Nacional de Emissoras de Rádio e Televisão), de quem somos parceiros na composição de liderança da CNCS (Confederação Nacional de Comunicação Social).
# SINTONIZE – Você acredita que o Brasil sabe fazer publicidade no rádio? BINDER - O Brasil é o terceiro mercado do mundo mais premiado no festival de Cannes, com atuação em todos os canais, incluindo o rádio. Só isto já responde a esta questão, mas, como quase tudo na vida, ao ouvirmos rádio sempre observaremos coisas boas e coisas não tão boas.
# SINTONIZE – Os publicitários ainda acreditam no meio rádio como veículo de bom alcance? BINDER - Não me parece que estejamos em um pro# SINTONIZE – Você é um consumidor de rádio? cesso de substituição deste Existem BINDER - Sim. Praticamente meio por aquele. O que tetodo dia escuto rádio. Meu mos, de fato, é um aumenmomentos do ambiente preferido para rádio to significativo de platafordia emque é o carro, e vario entre emismas para conectar públicos. soras allnews e musicais. De Hoje, programar uma camo rádio é o vez em quando, uso rádio para panha ficou bem mais complexo. Mas o rádio continua principal ponto me conectar com o ambiente de futebol, que curto muito. sendo um meio extremade contato. mente importante. Quan# SINTONIZE – Já foi dito que do você faz um estudo de o rádio ia morrer por causa mídia no dia da vida do da televisão, da internet... Mas target, dá para ver que, em ele se reinventou, entrou nas diversos segmentos, exismídias sociais e está mais vivo do que nuntem momentos do dia em que o rádio é ca. Como você vê esta capacidade do rádio o principal ponto de contato. Não obde estar sempre na vida das pessoas? servar isto é perder efetividade da camBINDER - O rádio é um veículo que estapanha. belece uma relação de intimidade muito forte com os ouvintes. Os apresentadores # SINTONIZE – Com um custo x benefíficam muito familiares, quase amigos incio bem atraente, de que forma o rádio visíveis. Esta capacidade de estabelecer pode auxiliar em uma campanha? BINDER - Depende do target, depende uma relação muito próxima à amizade dos objetivos de comunicação, depende torna o rádio perene e adaptável. Sempre do contexto, depende da praça. Mas, sem haverá situações onde você só poderá dúvida, em quase todos os planos há dispor do sentido da audição para uma necessidade de rádio. relação com um veículo de comunicação.
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criatividade INOVAÇÃO
EM TEMPOS DE CRISE Em um dos seus livros mais famosos, The brand gap: o abismo da marca (Bookman), Marty Neumeier afirma que a inovação “amplifica a energia dentro da organização”, além de reduzir “custos de ineficiência, de duplicidade e o tédio corporativo”. Ou seja, tudo aquilo que mais desejamos numa fase complicada como esta pela qual o Brasil passa. Não são poucos os que se esquivam da reinvenção, embora esta seja uma obrigação incontornável imposta pelo mercado. As desculpas para essa espécie de autossabotagem são muitas, a começar pela instabilidade – seja financeira, política ou de qualquer ordem. Porém, é justamente quan-
FERNANDO MORGADO Professor, escritor, pesquisador e palestrante
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do tudo é questionado que nascem as melhores ideias, as que põem um ponto final naquilo que antes parecia sem solução.
seus líderes e demais profissionais se restringirem a repetir o que já é feito há décadas pelos concorrentes, sem pensar no quão inadequadas podem ser as velhas fórmulas ou sem desejar ganhar dinheiro com as vantagens que só quem sai na frente pode usufruir.
A radiodifusão, como qualquer outro setor, tem grandes desafios, tais como: ampliar e renovar a Além do seu evidente audiência, manter sua protagonismo na direlevância social, criar nâmica da economia novas fontes de receita e atualizar-se teclocal, não podemos A nologicamente. Para esquecer que a radiodifusão comercial conseguir tudo isso, também desempenha verba só não basta. Você certamente conheum importante papel ce exemplos de emissocial que se amplia soras que, mesmo muito nos momentos dispondo de recursos mais decisivos. As sem igual, não conseemissoras devem se DENTRO DA guiram se estabelecer assumir como influenciadoras não na liderança. E isso ORGANIZAÇÃO apenas do ponto de acontece porque no vista editorial, mas rádio e na TV, indústrias criativas por extambém de gestão. Racelência, a geração de diodifusores que buscam sempre o aperfeivalor se baseia nas çoamento estimulam, pessoas e, principalmente, na forma como através do exemplo, elas encaram o negócio. outros agentes econômicos e empresariais, disparando um Nenhuma emissora conseguirá sair da ciclo virtuoso que beneficia toda a tormenta mais forte do que entrou, se sociedade.
INOVAÇÃO AMPLIFICA
A ENERGIA
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O Dial Certo Criar uma campanha para um público certo é quase uma arte. No rádio, existem inúmeros cases de sucesso e empresas que apostam no poder e na abrangência deste meio de comunicação tão plural. Um dos exemplos é a Vonder, que só anuncia no rádio e está obtendo muito sucesso. Lima Santos ainda frisa que o rádio é mais que um forte recurso institucional, ele responde também de maneira muito favorável para obtenção de resultados físicos, contribuindo diretamente para a conquista da preferência na comercialização dos produtos em muitas situações. Isto porque está inserido em um contexto de ação cotidiana e a todo tempo influenciando seus ouvintes pelo interesse Valter A. L. Santos direto no conteúdo da
Considerado por muitos um dos meios mais efetivos para inúmeras ações de mercado, principalmente devido ao forte alcance que tem em diferentes públicos, o rádio foi o veículo escolhido por Valter Antonio Lima Santos, diretor comercial do Grupo OVD, como único meio eletrônico de divulgação da marca Vonder. Ele explica o porquê da escolha: “trata-se de uma mídia importante, presente na maioria dos municípios brasileiros e com alto poder de aproximação junto aos seus públicos de interesse, com abrangência nacional que coincide com a nossa cobertura comercial e logística, presente de Norte a Sul do país”. 52
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OUÇA AQUI JINGLE VONDER
programação, afinidade com a forma e perfil dos comunicadores. “É uma troca assertiva e uma excelente opção de mídia”, diz. A principal parceria do Grupo OVD é com a Transamérica, desde 2012, em especial na praça de São Paulo, junto às transmissões esportivas da emissora em eventos veiculados para todo o Brasil. “Também estamos presentes, há dois anos, na programação da Lumen FM, de Curitiba, com boa parte dos recursos vindos do incentivo à Lei Rouanet”, conta. As próprias características do veículo e a forte presença nas mais distantes regiões
do país fazem o Grupo acreditar que o rádio é um aliado importante na divulgação institucional da marca e do mix de produtos. “O rádio tem presença confirmada em mais de 70% dos domicílios brasileiros, sendo um importante influenciador do seu público, pois reserva credibilidade junto ao ouvinte e é de fácil compreensão, pois sua mensagem é simples e direta”, pontua Lima Santos, explicando os resultados expressivos em termos de posicionamento que a Vonder tem obtido, possibilitando que, cada vez mais, um maior número de pessoas possa ter algum tipo de contato e experiência com a marca.
Alô, alô, amigo ouvinte... O que é uma boa ideia no mundo dos negócios? No mínimo, uma ideia que gera bons resultados, certo? Pode ser simples e óbvia ou até contrária às regras estabelecidas. Importa que funcione. Nesse sentido, o Lyscar, um consórcio de carros e motos sediado em Aracajú, é um caso exemplar. A empresa afrontou a lógica dos negócios em seu segmento ao investir tempo e dinheiro no cortejo a consumidores que vivem à margem do mercado formal, em distantes povoados nordestinos onde sequer se consegue captar o sinal de emissoras de televisão. Detalhe: o Lyscar despachou vendedores para essas regiões, mas foi o rádio, usado de forma ágil e criativa numa época em que só se fala em TV e Internet, que acabou se transformando na principal ferramenta de trabalho da nova fronteira de vendas. Basicamente, a novidade criada pelo Lyscar foi
a seguinte: passou a transmitir por rádio as assembleias de consorciados, quando são feitos os sorteios dos veículos, e criou um programa de prestação de serviço em que diretores do consórcio esclarecem dúvidas, ao vivo. Com isso, a empresa atraiu uma clientela até então desconhecida e, de certo modo, rejeitada pelo comércio de bens duráveis. Resultado: as vendas do comércio aumentaram 50% em menos de um ano. A fórmula do marketing radiofônico foi simples. “Um consórcio é um condomínio dos sonhos”, contou Carlos Alberto Teixeira Lyra, diretor executivo da Lyscar. “Por meio do rádio, procuramos reforçar esse elemento mágico com esclarecimento de dúvidas e prestação de serviços que tornem o nosso negócio o mais transparente possível aos olhos do cliente”. FONTE: REVISTA EXAME
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insight
comercial SUA RÁDIO VENDE PEDIGREE? Quando eu ainda era editor de uma revista especializada em vendas, me lembro de ler um artigo do grande consultor Maurício Góis, que ilustrava muito bem porque alguns vendedores não têm sucesso em suas argumentações. Segundo a história que o consultor contava, um vendedor estava desempregado. Para não passar fome, decidiu vender seu cachorro, um animal de altíssimo nível “cachorral”, com “PhD” em latidos e com um “currículo real”. Procurou um fazendeiro e foi logo argumentando: “O senhor não deseja comprar um cachorro com pedigree?”. A resposta do fazendeiro foi um enfático “não!”. Foi aí que o dono do cachorro começou a argumentar: “Mas esse cachorro é especial, ele late melhor que o Luciano Pavarotti!”. O fazendeiro, já impaciente, soltou um nervoso “NÃO!!!”. O vendedor, desanimado, colocou o cachorro em seu carro velho e voltou para sua casa. Quando lá chegou, encontrou seu primo, um velho sábio, campeão de vendas do passado. O primo ouviu a narrativa do parente frustrado e disse: “Vamos voltar lá. Você quer apostar que aquele fazendeiro vai comprar
RODRIGO SAPORITI *Palestrante e treinador, membro da equipe de consultores VendaMais. Contato: rodrigo@vendamais.com.br
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esse cachorro?”. A resposta foi: “Impossível! Eu esgotei todos meus argumentos. Aquele cara não compra nem nota de mil reais por cinquenta centavos”. O velho campeão de vendas colocou o cachorro no banco de trás do carro e se mandou para a fazenda. Procurou o mesmo fazendeiro e, depois das apresentações, começou o diálogo: “Que linda fazenda o senhor tem, parabéns! Mas que lindas galinhas, que belos pintinhos! Eu imagino que o senhor tenha problemas aqui com gaviões e outras aves de rapina tentando devorar esses pintinhos, concorda?”. “Ah! Esse é um problema terrível” – comentou o fazendeiro. “Eu tive até que contratar um empregado para ficar de olho o tempo todo, pois os gaviões atacam mesmo”. O vendedor então sentenciou: “Puxa, que falta faz um cachorro especialista em proteger pintinhos dos gaviões! Eu conheço um cachorro que, se o gavião voar baixinho, ele pula e pega. Inclusive, se o senhor tivesse um cachorro assim, iria economizar em encargos sociais, legais e trabalhistas, pois teria uma folha de pagamento mais enxuta”.
O velho campeão continuou a argumentar poderosamente. Ele transformava necessidades latentes em evidentes, problemas em soluções e convencia sem manipular. Os argumentos eram claros e fortes. No meio rádio, muitas vezes esta argumentação de vendas é falha. Quais dos seus vendedores utilizam todos os benefícios e audiência do rádio como argumento de venda? Quantos deles olham para o cliente e realmente o escutam antes de fazer uma proposta que chame a atenção? Um vendedor é, antes de mais nada, um consultor. E, como tal, tem que observar as reais necessidades e anseios do cliente, para que possa formatar um planejamento publicitário, não só uma venda de anúncio. Inclusive, visitar apenas os clientes que realmente tenham a ver com a sua rádio. Por exemplo: uma marca de champagne de luxo não vai ter resultados anunciando em uma rádio totalmente rural, não é mesmo? E isso não é questão de poder aquisitivo, mas de hábitos. E é isso que o contato comercial de toda rádio deve ter em mente: seja um consultor, e o cliente sempre irá voltar.
Nova Abordagem Veja algumas dicas de como vender deixando de oferecer características e passando a vender benefícios: 1. Seja especialista em clientes e suas necessidades. 2. Elogie a empresa do cliente, gerando sintonia e sinergia. 3. Mesmo para quem vende produtos “intangíveis” (como anúncios, que não se pode pegar) é possível encantar apenas reforçando os benefícios. 4. Faça perguntas antes de oferecer. Afinal, você vai utilizar tudo que o cliente disser a favor da venda.
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Rádios ganham mais qualidade de sinal, poderão ser sintonizadas em celulares e tablets e almejam um futuro ainda mais próspero que garante a continuidade do serviço e a modernização das emissoras”. O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, disse que a migração vai atingir 25 milhões de pessoas que estão nas áreas de atuação das rádios, além de trazer aos seus proprietários confiança para investir e uma geração de mais de 750 mil empregos diretos e indiretos. Atendendo a uma antiga demanda de empresários e entidades ligadas ao setor de rádio, principalmente de emissoras do
O ato que oficializou a migração de mais de 240 emissoras AM para a faixa FM foi realizado no Palácio do Planalto, dia 7 de novembro, data em que é celebrado o Dia do Radialista. Ao todo, mais de 1.439 rádios AM já solicitaram ao governo migração para o FM, segundo a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). De acordo com nota do governo, com a mudança essas rádios ganham mais qualidade de sinal e poderão ser sintonizadas em celulares e tablets, “o 56
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rádio local. Era ela que mais me informava ao longo do dia. Nós todos tínhamos uma extraordinária sedução pelas informações que vinham pelas emissoras locais”. Segundo a Abert, o governo “dá um primeiro passo para a sobrevivência de quase 2 mil rádios AM que cobrem o território brasileiro”. De acordo com a associação, a AM vem sofrendo com interferências em suas transmissões, provocadas com o crescimento de grandes cidades. “É imperativo que se inaugure um novo tempo e esse tempo chegou”, disse Paulo Tonet de Camargo, presidente da Abert. Luiz Claudio Costa, presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) completou afirmando que a medida significa para as rádios um grande marco não só para sua sobrevivência, mas para sua expansão.
interior, a migração, mesmo não sendo obrigatória, significa o fortalecimento das rádios que operam com onda média. De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a faixa FM tem vantagens em relação à AM, entre as quais melhor qualidade de áudio, redução de custos de operação e manutenção, além de integração com aparelhos digitais, como tablets e celulares. Após assinar o termo aditivo, Michel Temer fez um breve discurso, no qual disse que as pequenas emissoras locais de rádio ainda são extremamente relevantes para a divulgação de informações. O Presidente da República lembrou de sua infância em Tietê (SP), e contou: “Sei, por ser do interior, da relevância que tem uma emissora local para os municípios. Quando eu era menino, ouvia as grandes emissoras, mas, evidentemente, também a
JÁ MIGRARAM Confira quais rádios do Paraná já fizeram a Migração AM-FM:
RÁDIO CULTURA DE APUCARANA LTDA - Apucarana
SA SENHORA AUXILIADORA - Colorado
FUNDAÇÃO NOSSA SENHORA IMACULADA - Palmeira
RÁDIO EMISSORA ATALAIA LTDA - Guarapuava
RÁDIO NAJUÁ DE IRATI LTDA - Irati
FUNDAÇÃO NOSSA SENHORA DE BELÉM - Guarapuava
RÁDIO FM NORTE PIONEIRA LTDA - Jacarezinho
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DOM PEDRO FELIPAK - Wenceslau Braz
RÁDIO DIFUSORA PLATINENSE LTDA - Santo Antônio da Platina
SOCIEDADE DE RADIODIFUSÃO PADRE EDUARDO LTDA - Terra Rica
RÁDIO ARAPOTI LTDA Arapoti
RÁDIO PARANAVAI LTDA Paranavaí FUNDAÇÃO CULTURAL SÃO FRANCISCO DE ASSIS - Siqueira Campos SUL PARANÁ RADIODIFUSÃO LTDA - São Mateus do Sul RÁDIO PONTAL DE NOVA LONDRINA LTDA - Nova Londrina
RÁDIO CASTRO LTDA - Castro
RADIODIFUSÃO CIDADE DE PALMITAL LTDA - Palmital
RÁDIO DIFUSORA UNIÃO LTDA - União da Vitória
RADIODIFUSÃO CIDADE DE PALMITAL LTDA – Guaíra
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RÁDIO DIFUSORA DE GUARAPUAVA LTDA - Guarapuava
E BAIXE A LISTA COMPLETA DAS AM´S
DO BRASIL QUE JÁ MIGRARAM
FUNDAÇÃO CULTURAL NOS-
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seus sistemas de transmissão de sinal, o que inclui transmissores, antenas e equipamentos auxiliares. Os custos da mudança de faixa serão arcados pelas próprias emissoras e, segundo o governo, na migração para a frequência FM eles variam de R$ 8,4 mil a R$ 4,4 milhões. Paulo Tonet Camargo, presidente da Abert, explicou que as empresas já investiram R$ 100 milhões em equipamentos para se adaptar à migração. A troca dos equipamentos é necessária porque as rádios AM funcionam em uma frequência de 525 KHz, no início do espectro, enquanto as rádios FM operam em 88 MHz. Outra grande vantagem da migração é que, ao funcionar em FM, a rádio terá oportunidade de buscar novas verbas publicitárias.
PRÓXIMOS PASSOS De acordo com o governo federal, 1.386 das 1.781 estações AM existentes no país já aderiram à migração, o que equivale a 77% das emissoras que atuam nesta frequência. Entusiasmo, alívio e expectativa de um futuro mais próspero são alguns dos sentimentos vividos pelos radiodifusores que assinaram o termo de migração. Passado o furor da conquista, as emissoras que migraram agora têm um novo desafio: devem apresentar um projeto técnico de instalação das novas frequências e solicitar à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) uma permissão de uso. Para migrar à faixa FM, as rádios AM vão ter que trocar
Muda o ranking com a Migração? Massa FM para a terceira colocada na pesquisa foi de 43,6%. As duas emissoras são controladas pelo Grupo SCC (Sistema Catarinense de Comunicações) que, com o resultado, passou a concentrar 59,2% da audiência FM de Lages. Para Roberto Dimas Ribeiro do Amaral, Vice-presidente de produto do SCC, planejamento é a palavra de ordem no Grupo: “Planejamos as duas migrações com bastante antecedência, realmente um case de sucesso desde as questões técnicas, de programação, quanto estratégia de marketing”. Já Luiz Benite, Diretor executivo da Rede Massa FM e Diretor de comunicação da Aerp, “agora não há mais público do AM e público do FM, existe público. Um belo desafio a nós, profissionais do meio e da publicidade, para encontrarmos os targets adequados aos anunciantes que investem no Rádio, o veículo mais moderno e convergente da atualidade”.
O processo de migração AM-FM tem movimentado várias regiões do país e, na serra catarinense, já tem mexido com o panorama da audiência FM. Segundo pesquisa do Instituto On Line, Lages posicionou duas migrantes AM-FM nas duas primeiras colocações de um ranking de audiência. A medição local conta com a FM Clube FM 98.3 na liderança geral, seguida pela Massa FM 92.1. As duas estações contam com pouco tempo de operação no dial FM catarinense. Com apenas dois meses no ar na faixa FM, a FM Clube aparece na primeira colocação da pesquisa, com 36,5% da preferência dos entrevistados pelo Instituto On Line. Na sequência, o ranking aponta a Massa FM 92.1 na segunda colocação, registrando um índice de 22,7%. Detalhe: a Massa FM está no ar há apenas um mês na cidade, e foi inaugurada no dia 10 de outubro, após a migração da AM 1390 (rádio que na faixa AM atuava como afiliada da Rede CBN). A diferença da Rádio
(Fonte: Tudo Rádio)
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A cobertura em imagens do que andou acontecendo na Aerp e no Sert-PR nestes últimos meses. Confira!
Alexandre Barros, atual presidente da Aerp, no descerramento do quadro do ex-presidente da casa, Márcio Villela (ao lado de sua esposa Malu Villela), que agora faz parte da Galeria dos Presidentes, na sede da Associação
Encontro Regional, realizado em Curitiba
Em Francisco Beltrão, Encontro Regional E o Top de Marketing veio para o rádio! A Rádio Massa FM ganhou o Top de Marketing 2016 da ADVB, disputando com todos os veículos de TV, jornais, revistas e internet. Muitos cases disputaram, e o rádio mostrou seu valor levando o prêmio em um ano de grandes dificuldades no Brasil. Na foto, o diretor executivo da rádio, Luiz Benite, comemorando a conquista.
O deputado federal, Alex Canziani, em visita à sede da Aerp
Encontro Regional, em Maringá
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A Diretora Institucional da Aerp, Ticiane Pfeiffer, recebeu das mãos do Secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, homenagem em comemoração aos 20 anos da Central Estadual de Transplantes (CET)
Assembleia com a participação dos associados Aerp e Sert-PR
No Engetec 2016: Markos Kozelinski, coordenador do evento, o Senador Álvaro Dias, o presidente da Aerp, Alexandre Barros e o presidente do Sert-PR, Caíque Agustini
Encontro Regional, em Ponta Grossa
Lançamento da parceria UNINTER-Aerp, com a primeira pós-graduação EaD para o setor de rádio
Encontro Regional, realizado em Cascavel
Visita do presidente do Sert-PR e da Aerp, Caíque Agustini e Alexandre Barros, respectivamente, à ARPA e à ENACOM, para discussão, principalmente, sobre as rádios legais na fronteira Brasil-Argentina
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Reunião de radiodifusores, realizada na sede da Aerp
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