ARTIGO TÉCNICO
Nagib Abrahão Engenheiro civil formado pela Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui pós-graduação em Geoprocessamento pela Universidade Federal de São Carlos e MBA em Gestão Executiva de Saneamento pela FIA – Fundação Instituto de Administração. É gestor de Geoinformação da Diretoria Metropolitana da Sabesp.
GIS & modelagem hidráulica – Aspectos sobre sua integração O GIS (Geographic Information System, ou SIG - Sis-
passou ser feito por softwares, entre os quais se des-
tema de Informações Geográficas) é sempre lembrado
taca o pioneiro EPANET (vide Figura 1), desenvolvido
nas empresas de saneamento quando se fala em ges-
pela U.S. Environmental Protection Agency, criado em
tão de ativos, cadastro técnico, etc. Mas uma de suas
1993, além do WaterCAD/WaterGems , da Bentley
mais valiosas contribuições para o negócio se dá na
Systems©, o InfoWater, da Innovyze© e o GISWA-
sua integração com aplicações de modelagem hidráu-
TER, esse último uma interessante iniciativa em sof-
lica, especialmente no abastecimento de água .Vere-
tware livre , responsável pela integração de três outros
mos neste artigo aspectos dessa integração
softwares livres: o QGIS, o EPANET e o PostgreSQL (vide Figura 2).
Modelagem hidráulica Conceito
medir pressões e vazões principalmente, muito fa-
Uma rede de abastecimento de água é um circuito
voreceu a utilização dos softwares de MH, pois eles
fechado que conduz água potável por meio de con-
conseguem transformar os dados enviados do cam-
dutos forçados. Em condutos forçados, as principais
po em informação, inserindo-os no contexto da rede,
variáveis físicas de interesse de estudo são a pressão e
melhorando a calibração do modelo e a assertividade
a vazão. A Modelagem Hidráulica (MH) nada mais
das análises.
A crescente utilização de sensores em campo, para
é do que a aplicação das equações da Hidráulica na malha de condutos, permitindo a determinação teórica das variáveis pressão e vazão em cada um de seus trechos e nós. Sua aplicação primeira se dá no projeto das redes, seja de sistemas novos ou de ampliações de sistemas existentes. A MH, por meio de simulações permite escolher o design mais inteligente para o sistema (sem levar em conta outras restrições construtivas) garantindo seu funcionamento adequado dentro dos requisitos de pressões e vazões mínimas e máximas, com menor custo energético. Mas é na operação das redes que a MH melhor se aplica. Uma boa modelagem, feita com critérios e dados de qualidade e calibrada com informações de campo, é subsídio fundamental para conhecer as condições de operação de uma rede de água – seus pontos de maior pressão (elegendo áreas para instalação
Figura 1 - Tela do EPANET
de Válvulas Redutoras de Pressão, ou para correções na setorização), seus pontos críticos de abastecimento, a dosagem de cloro residual ao longo das redes, entre outras informações. Com a evolução do poder computacional, o cálculo
Janeiro a Março de 2021
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