Kallaikia Revista de Estudos Galegos nº3 online. Junho de 2017

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(…) O papel da Kallaikia é fundamental para a nossa entidade e, como tal, vimos agora apresentar este terceiro número, em que, como nos dous anteriores, tentamos combinar o estudo e a divulgaçom de assuntos de atualidade (neste caso, o primeiro centenário da Revoluçom de Outubro, que se comemora neste ano), com outros atinentes a diversas disciplinas das ciências sociais e naturais com umha ótica galega.

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Tampouco queremos deixar de dedicar umha especial lembrança a dous companheiros que neste ano nos deixárom. Trata-se do companheiro Miguel Urbano Rodrigues, velho amigo da Galiza e colaborador no nº 1 da Kallaikia, que faleceu no passado mês de maio; e do nosso saudoso companheiro e membro fundador da Associaçom de Estudos Galegos (AEG): o inesquecível Joám Paz Lopes, John, que nos deixou no mês de junho. Ele sempre ficará connosco na lembrança, como militante exemplar da causa lingüística e nacional galega.

Em nom poucas ocasions descobrimos com surpresa elementos patrimoniais galegos ocultos atrás da ignoráncia ou da ocultaçom. Atrevemo-nos a dizer que o caso das pinturas murais de Filipe Velho Pinheiro no Casino Ferrolano constituem um dos casos mais flagrantes destes esquecimentos.

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É muito emotivo, para quem viveu a dinámica de classes própria da capital de Trasancos nas últimas décadas, entrar no local de que falamos, ligar a luz lateral e iluminar o olhar com esta gigantesca alegoria ao Hino Galego que o pintor mugardês das Irmandades da Fala elaborou altruistamente durante 11 anos (1925-1936). Nesse espaço central da cidade, por onde fluíam as manifestaçons do convulso final do século XX, é nitidamente identificado como o “bunker” da reaçom mais estridente do Ferrol militar e franquista. Todo isto acrescenta incredulidade e surpresa a quem entra pola primeira vez nesse lugar escuro e encontra tam monumental obra onde menos se espera.

Para eles dous, a nossa homenagem e dedicatória deste novo número da nossa revista, que também é vossa.

A Geografia, a Biologia, a História e, novamente, a criaçom literária e as artes plásticas, voltam a ter espaço nestas páginas.

Tojos, castinheiros, pinheiros, carvalhos... toda a vegetaçom galega vai harmonizando um conjunto de mais de 80 metros quadrados onde se pode apreciar o “raio transparente do plácido luar”, o Santo André de Teixido ou o monograma do próprio casino. Filipe, fundador da "Sociedade de Amigos da Paisagem Galega" nascera no Seixo (Mugardos) em 1886 e dedicou toda a vida ao relato pitórico da paisagem galega. Relacionou-se com Castelao, Asorei, Souto Maior... e foi nomeado membro da Real Academia Galega em dezembro de 1928. A Revista Kallaikia pretende, com este número, contribuir para tirar Filipe e a sua obra mais relevante do esquecimento.

Mural de F. Velho Pinheiro no Casino Ferrolano. Entre os anos 1925-1936 Foto: Lucía Mato López

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apresentaçom Para o Miguel e o John… Um ano de criaçom e divulgaçom artigos O mar da Galiza · A Geografia Radical · 100 anos da Revolução de Outubro, centenário de uma longa caminhada · 1917-2017 Cronologia Russo-Galaica no Centenário do Outubro Bolxevique · Socialistas e anarquistas na Galiza. Encontros e desencontros na emergência da maré proletária · In Memoriam conto Alma recomendaçons 8º Relatório transfronteiriço Espanha-Portugal · Reboquismo e dialética galeria Mural de Filipe Velho Pinheiro no Casino Ferrolano ·


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