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normas ortográficas e
Morfológicas
do galego-Português da Galiza
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normas ortográficas e
Morfológicas
do galego-Português da Galiza
COMISSOM LINGÜÍSTICA DA ASSOCIAÇOM DE ESTUDOS GALEGOS 2017
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Compêndio Atualizado das Normas Ortográficas e Morfológicas do Galego-Português da Galiza 1ª ediçom: Galiza, julho de 2017 © Comissom Lingüística da Associaçom de Estudos Galegos Contacto: aestudosgalegos@gmail.com
Capa: Paulo Painceiras Diagramaçom: Martinho Picallo Imprime: Sacauntos ISBN: 978-84697-4798-8 Depósito Legal: C 1162-2017
Licença: Todos os conteúdos desta obra podem ser copiados e distribuídos consoante os termos da licença Creative Commons:
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A Comissom Lingüística da AEG: Prof. Dr. Carlos Garrido Rodrigues (Presidente) Prof. Dr. Jorge Rodrigues Gomes (Secretário) Profa. Beatriz Bieites Peres Prof. Maurício Castro Lopes Prof. Afonso Mendes Souto Prof. Dr. José António Souto Cabo Prof. Paulo Valério Árias
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ÍNDICE
Prólogo......................................................................................................... 13 Princípios da codificaçom ortográfica e morfológica do galego elaborada pola cl-aeg................................................ 17 Ortografia................................................................................................... 21 I. O alfabeto e o uso das letras............................................................ 21 1. O alfabeto e os dígrafos................................................................................................ 21 2. Uso do k, w e y................................................................................................................. 23 3. Usos sistemáticos ou quase sistemáticos de algumhas letras e dígrafos (-m final de palavra, lh, nh, mh, qu, gu, ch, rr).............................................................. 24 4. Usos do h.......................................................................................................................... 27 5. Uso de g (+ e, i), j e x....................................................................................................... 28 6. Usos de b e v.................................................................................................................... 34 7. Usos de c/ç e z................................................................................................................ 38 8. Uso do q............................................................................................................................ 43 9. Uso do dígrafo -ss-.......................................................................................................... 45 10. Ortografia de grupos consonánticos cultos........................................................... 48 11. Maiúsculas iniciais...................................................................................................... 62
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II. Sinais auxiliares da escrita e alguns de pontuaçom............... 66 1. Acentos e acentuaçom................................................................................................... 66 2. O traço de uniom ou hífen.............................................................................................. 75 3. O trema ou diérese.......................................................................................................... 83 4. Os pontos de interrogaçom e de exclamaçom......................................................... 83 Morfologia................................................................................................... 85 I. O artigo...................................................................................................... 85 1. Formas............................................................................................................................... 85 2. Contraçons do Definido.................................................................................................. 85 3. Contraçons do Indefinido............................................................................................... 86 II. O nome........................................................................................................ 87 1. Género dos nomes.......................................................................................................... 87 2. Nomes com variaçom de género: regras de flexom................................................ 90 3. Indicaçom do sexo por procedimentos lexicais........................................................ 94 4. Número dos nomes........................................................................................................ 95 5. Nomes com variaçom de número: regras de flexom............................................... 95 III. Pronomes pessoais............................................................................... 99 1. Formas............................................................................................................................... 99 2. Alomorfes de o (a, os, as) e contraçons...................................................................... 100 IV. Pronomes demonstrativos............................................................... 101 1. Formas............................................................................................................................... 101 2. Contraçons........................................................................................................................ 101 V. Pronomes possessivos......................................................................... 103
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VI. Pronomes relativos, interrogativos e exclamativos........... 103 VII. Pronomes numerais............................................................................ 104 1. Cardinais............................................................................................................................ 104 2. Ordinais.............................................................................................................................. 105 3. Multiplicativos.................................................................................................................. 106 4. Partitivos ou fracionários............................................................................................... 107 5. Coletivos............................................................................................................................ 107 VIII. Pronomes indefinidos...................................................................... 108 1. Formas............................................................................................................................... 108 2. Contraçons........................................................................................................................ 108 3. Locuçons indefinidas...................................................................................................... 109 IX. O verbo..................................................................................................... 110 1. Verbos da segunda e terceira conjugaçons............................................................... 110 2. Verbos regulares.............................................................................................................. 111 3. Verbos com raiz finda em vogal................................................................................... 115 4. Verbos acabados em vogal + zer, vogal + zir, vogal + cer e vogal + scer................. 119 5. Verbos com alternáncias vocálicas (gráfico-fónicas) na raiz................................ 120 6. Verbos irregulares............................................................................................................ 122 7. Particípios duplos............................................................................................................ 142 X. O advérbio................................................................................................ 144 1. Advérbios de lugar........................................................................................................... 144 2. Advérbios de tempo........................................................................................................ 145 3. Advérbios de quantidade e limitaçom......................................................................... 146 4. Advérbios de modo......................................................................................................... 147 5. Advérbios de afirmaçom................................................................................................ 148
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6. Advérbios de negaçom................................................................................................... 148 7. Advérbios de dúvida........................................................................................................ 149 8. Advérbios de inclusom................................................................................................... 149 XI. A preposiçom.......................................................................................... 150 1. Formas nom coincidentes com outras classes de palavras.................................. 150 2. Formas coincidentes com outras classes de palavras........................................... 150 3. Locuçons........................................................................................................................... 150 XII. A conjunçom......................................................................................... 151 1. Conjunçons copulativas................................................................................................. 151 2. Conjunçons disjuntivas.................................................................................................. 151 3. Conjunçons completivas................................................................................................ 151 4. Conjunçons temporais................................................................................................... 151 5. Conjunçons locativas..................................................................................................... 152 6. Conjunçons modais........................................................................................................ 152 7. Conjunçons causais........................................................................................................ 152 8. Conjunçons adversativas............................................................................................... 153 9. Conjunçons condicionais............................................................................................... 153 10. Conjunçons concessivas............................................................................................. 154 11. Conjunçons consecutivas........................................................................................... 154 12. Conjunçons comparativas.......................................................................................... 154 13. Conjunçons proporcionais.......................................................................................... 155 XIII. A interjeiçom....................................................................................... 156 1. Interjeiçons de alegria..................................................................................................... 156 2. Interjeiçons de animaçom............................................................................................. 156 3. Interjeiçons de aplauso.................................................................................................. 156
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4. Interjeiçons de cansaço................................................................................................. 156 5. Interjeiçons de desejo..................................................................................................... 156 6. Interjeiçons de desprezo................................................................................................ 156 7. Interjeiçons de dor........................................................................................................... 156 8. Interjeiçons de espanto ou surpresa........................................................................... 156 9. Interjeiçons de invocaçom............................................................................................. 156 10. Interjeiçons de silêncio................................................................................................ 156 Aspetos morfolexicais............................................................................. 157 I. Adaptaçom de grupos consonánticos........................................... 157 1. Grupos cc, ct..................................................................................................................... 157 2. Grupos pc (pç), pt............................................................................................................. 159 3. Grupo gm........................................................................................................................... 159 4. Perda da primeira consoante nos grupos gn e sc..................................................... 160 5. Grupos bl, cl, fl, gl, pl......................................................................................................... 160 II. Sufixos e terminaçons......................................................................... 162 1. -cio/-zio, -cia/-zia e -ço/-zo, -ça/-za................................................................................ 162 2. -çom, -som, -tom, -xom.................................................................................................... 163 3. -ente, -inte........................................................................................................................... 164 4. -eira, -eiro e -era, -ero........................................................................................................ 165 5. -doiro, -doira, -ouro, -oura e -deiro, -deira, -oro, -ora...................................................... 166 6. -ear e -ejar.......................................................................................................................... 167 7. -izar e -isar.......................................................................................................................... 167 8. -imento................................................................................................................................ 168 9. -se, -xe................................................................................................................................. 168 10. -ite, -te, -pole e outras.................................................................................................... 169
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11. -vel ................................................................................................................................... 169 12. -au; -eu e -eio; -eia e -é.................................................................................................... 170 13. -inha, -inho, -inhar e -ina, -ino, -inar............................................................................... 171 14. -gem/-ge ou -je................................................................................................................ 172 15. -m/-n (-ene)...................................................................................................................... 173 16. -ao, -á e -ano, -ana........................................................................................................... 173 17. -oa, -ó e -ola, -ona............................................................................................................ 175 18. -ade, -ede, -ide, -ude........................................................................................................ 176 19. -idom................................................................................................................................. 177 20. -aria.................................................................................................................................... 178 21. Adaptaçom de vozes latinas....................................................................................... 178 22. Adaptaçom de outras vozes....................................................................................... 178 III. Outras particularidades.................................................................. 181 1. Começos de palavras problemáticos.......................................................................... 181 2. Vocalismo átono.............................................................................................................. 183 3. Consoante r....................................................................................................................... 185 Apêndice: Distribuiçom dos grafemas ch (fonema /t∫/) e x (/∫/) nos estrangeirismos adotados polo galego-português da Galiza em correspondência com as grafias ch, tch e x do lusitano e do brasileiro....... 187
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Prólogo
A Comissom Lingüística da Associaçom de Estudos Galegos (cl-aeg), continuadora desde 2016 da Comissom Lingüística da agal, apresenta aqui um Compêndio Atualizado das Normas Ortográficas e Morfológicas do Galego-Português da Galiza, o qual, nesta altura, cabe julgarmos como assaz oportuno, porquanto, tendo sido lançados os fundamentos da codificaçom ortográfica e morfológica da cl ao longo do decénio de 1980 —com a publicaçom das duas ediçons do Estudo Crítico (1983, 1989) e com a do Prontuário Ortográfico Galego (1985)—, aos seus documentos normativos fundamentais aquela foi acrescentando, com o decorrer do tempo, alguns outros contributos codificadores, que tenhem vindo a melhorar, completar e atualizar determinados aspetos da proposta normativa inicial. É, portanto, com o intuito de se superar essa dispersom documental e de se condensar num único texto, apto para fins didáticos e de consulta, o conjunto de prescriçons ortográficas e morfológicas do padrom galego do galego-português vigentes nesta altura, que a cl-aeg disponibiliza o presente Compêndio Atualizado, o que também lhe dá ensejo para introduzir um pequeno número de novas disposiçons. Nesta linha, o presente Compêndio Atualizado das Normas Ortográficas e Morfológicas do Galego-Português da Galiza parte, fundamentalmente, da proposta normativa contida na segunda ediçom do Estudo Crítico elaborado pola cl-agal (1989), com o aditamento de algumhas matérias complementares do Prontuário Ortográfico Galego (cl-agal, 1985) e do Guia Prático de Verbos Galegos Conjugados (cl-agal, 1988). A esse ponto de partida, aqui se acrescenta —e tal constitui a essência deste novo documento codificador da Comissom Lingüística— a aplicaçom das diretrizes ortográficas incluídas no «Relatório da Comissom Lingüística» sobre um uso restrito e facultativo do til (Agália, 19: 368-370) e na Atualizaçom da Normativa Ortográfica da Comissom Lingüística da agal Conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (cl-agal, 2010), a incorporaçom das novidades de vocabulário gramatical propostas 13
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prólogo
em O Modelo Lexical Galego (cl-agal, 2012) e a introduçom de algumhas novas prescriçons ortográficas e morfológicas, que a seguir declaramos. As disposiçons ortográficas e morfológicas que, de acordo com os princípios codificadores da tradiçom reintegracionista (v. infra), som introduzidas como novidade no presente documento visam a correçom de três pequenas incoerências presentes em anteriores textos normativos da cl, umha melhor correspondência com as formas legítimas próprias dos falares espontáneos do galego (comum) contemporáneo, a fixaçom e explicitaçom de um conjunto bem caraterizado de particularidades gráficas e fónicas do galego no seio da Lusofonia e o reconhecimento de algumhas tendências muito marcadas nos usos do atual reintegracionismo de padrom galego, que reforçam a internacionalizaçom do nosso código sem prejudicarem no essencial a identificaçom com a língua espontánea hodierna. Assim, ao capítulo da correçom de pequenas incoerências codificadoras cabe atribuir, em primeiro lugar, a modificaçom de um dos critérios de aplicaçom à norma galega das disposiçons do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 respeitantes aos grupos consonánticos -cc-, -cç-, -ct-, -pc-, -pç- e -pt-, de modo que, agora, no caso de se registar no ámbito luso-brasileiro divergência absoluta entre as soluçons de Portugal e do Brasil, se prescreve para a Galiza (v. infra ponto 3c da nota de rodapé n.º 10) a soluçom lusitana (ex.: Pt. Neptuno / Br. Netuno → Gz. Neptuno; Pt. receção / Br. recepção → Gz. receçom; Pt. revindicta / Br. revindita → Gz. revindicta)1; em segundo lugar, a prescriçom das formas terminadas em -s, e nom em -z, como únicas corretas, genuínas, dos apelidos patronímicos galegos (ex.: Bieites, Gomes, Rodrigues)2; em terceiro lugar, a relegaçom da forma pronominal lhe-lo(s) – lhe-la(s) (resul1 Anteriormente, a cl prescrevia (cl-agal, 2010: 17) que, nesse caso, a soluçom galega coincidisse com a variante de grupo consonántico simplificado, quer fosse a lusitana, quer a brasileira. Esta medida, embora levasse, em geral, a umha identificaçom das soluçons adotadas em galego com a correspondente realizaçom própria da fala espontánea (relaxada), na prática representava umha medida incoerente com o critério de codificaçom lexical preconizado pola cl, assaz razoável, de se adotarem na Galiza, no ámbito da estagnaçom e suplência castelhanizante do léxico galego, as vozes lusitanas, e nom as brasileiras, nos casos de divergência lexical entre Portugal e o Brasil (cl-agal, 2012: 143). De facto, esta incoerência acarretava o surgimento em galego de inconvenientes formas terminológicas híbridas entre lusitano e brasileiro, como, por exemplo, *netunite, como denominaçom de mineral, que nom coincidia nem com netunita, forma utilizada no Brasil, nem com neptunite, forma utilizada em Portugal (e, agora, prescrita também para a Galiza!). 2 Para tal, nom só se revela determinante o critério da coordenaçom com as variedades lusitana e brasileira da nossa língua, como também um critério de harmonizaçom interna, fónica e gráfica, já que, em genuíno galego, nom existem sílabas átonas terminadas em -z (cf. alferes, asteca, Biscaia, biscoito, cabisbaixo, Cádis, esquerda, grasnar, jasmim, jaspe, lápis, masmorra, mesquinho, mesquita, ourives, pomes, Tunes, visconde, etc.).
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tante da contraçom de lhes com os pronomes átonos de complemento direto) à condiçom dialetal, em benefício da forma alternativa lho(s) – lha(s), de larga distribuiçom nos falares galegos contemporáneos e comum com o luso-brasileiro, a qual assim agora declaramos supradialetal na Galiza. Com o fim de reforçarmos a correspondência do nosso modelo lingüístico com as formas legítimas presentes nos falares do galego (comum) contemporáneo, propomos aqui, como novidade, em primeiro lugar, a simplificaçom dos seguintes pares de variantes, reconhecidos em anteriores documentos codificadores, no sentido de prescrevermos agora, das formas de cada par, apenas aquela presente com freqüência nom marginal no galego espontáneo contemporáneo: a) entre as formas verbais, ficam, assim, simplificados os pares fazes/fás, em fás, faz/fai, em fai, e fazem/fam, em fam, do presente do indicativo de fazer; os pares vais/ vás, em vás, do presente do indicativo de ir, e vá/vaia, em vaia, vás/vaias, em vaias, vá/vaia, em vaia, vamos/vaiamos, em vaiamos, vades/vaiades ou vaiais, em vaiades ou vaiais, e vam/vaiam, em vaiam, do presente do conjuntivo de ir; o par pons/pós, em pós, do presente do indicativo de pôr; o par tens/tés, em tés, do presente do indicativo de ter; o par veem/vem, em vem, do presente do indicativo de ver, e o par vens/vés, em vés, do presente do indicativo de vir; b) entre os pronomes indefinidos, o par todo/tudo fica simplificado em todo, e entre os advérbios de afirmaçom, si/sim fica simplificado em si. No mesmo sentido, declaramos aqui formas preferentes, no caso do par verbal traguer/trazer (cl-agal, 2012: 184, 217), as de traguer, e no caso do par adverbial amanhá/manhá (= amanhã/manhã), a forma manhá (= manhã). Quanto à mencionada fixaçom e explicitaçom de particularidades gráficas e fónicas do galego, diga-se que, polo seu notável interesse, neste documento se inclui, em apêndice, um pequeno estudo respeitante à distribuiçom dos grafemas ch (fonema /t∫/) e x (/∫/) nos estrangeirismos adotados polo galego-português da Galiza em correspondência com as grafias ch, tch e x do lusitano e do brasileiro. Já no capítulo do reconhecimento de tendências largamente predominantes nos usos do atual reintegracionismo de padrom galego, potenciadoras do caráter internacional da nossa variedade lingüística, o presente compêndio codificador apresenta como novidade, enfim, a preferência pola terminaçom -gem, sobre -ge, dos vocábulos de tipo garagem, linguagem, etc., bem como a simplificaçom da alternativa -c-/-sc-, em -sc-, das palavras de tipo crescer e nascer, da alternativa co/com o (e variantes), em com o (e variantes), e da alternativa cum/com um (e variantes), em com um (e variantes).
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prólogo
Com este novo contributo codificador, a Comissom Lingüística da Associaçom de Estudos Galegos, continuadora da Comissom Lingüística da agal, na melhor tradiçom do reintegracionismo lingüístico, julga estar a renovar o seu compromisso com a sociedade galega, no sentido de lhe facultar um instrumento eficaz e atualizado, perfeitamente consentáneo com as tendências socioculturais da Galiza contemporánea, que configura o galego, enquanto variedade autónoma e solidária do galego-português, como código plenamente capacitado para a vida nacional e para a comunicaçom internacional no século xxi.
Santiago de Compostela, fevereiro de 2017
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Princípios da codificaçom ortográfica e morfológica do galego elaborada pola CL-AEG
Como expúnhamos no Estudo Crítico e no Prontuário Ortográfico Galego, se os axiomas que orientam a configuraçom do nosso modelo de língua som a fidelidade à tradiçom escrita do galego e a correspondência suficiente com os falares do galego contemporáneo, os princípios que ditam as nossas propostas normativas som os seguintes: 1.- Reconhecermos a situaçom conflituosa em que se desenvolvem os usos menorizados do galego e a sua dependência do castelhano, tentando suprimir todo aquilo que nom seja propriamente galego. Preferimos, portanto, pôr em uso todas as formas tradicionais que na ortografia, gramática e léxico fôrom usurpadas polo castelhano, parcial ou totalmente, e que o lusitano e brasileiro atuais conservam em muitos casos. Contodo, rejeitam-se para o uso normal os verdadeiros arcaísmos, por nom funcionais. Assim, tomamos as falas como ponto de partida, e contraste, com o galego anterior e com o luso-brasileiro moderno, mas nunca como ponto primeiro e último ou único, nom só polo desigual submetimento ao castelhano, como também porque pretendemos principalmente construir a língua escrita, pauta de correçom idiomática, por definiçom, também para a língua oral. As falas só nom podem ser a principal referência, menos ainda no caso do galego. 2.- Quando existirem diferentes formas galegas na língua falada, escolherám-se como normativas aquela ou aquelas que coincidirem com as normas do luso-brasileiro, ou nos aproximarem delas, sempre que nom forem excessivamente minoritárias (a nom serem estas as galegas legítimas) e, sobretodo, aquelas que estiverem apoiadas pola nossa tradiçom. No caso da ortografia, preferência pola tradicional galega (galego-portuguesa) e nom pola espanhola, solucionando os casos duvidosos ou nom resolvidos na época medieval
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prólogo
em harmonia básica com as normas lusitana e brasileira atuais. Do mesmo modo, para os cultismos, neologismos e estrangeirismos primará decididamente a harmonia com o luso-brasileiro, que os adapta de modo mais acorde com as caraterísticas estruturais do galego que o castelhano. A mesma tónica deverá reger para a recuperaçom de formas utilizadas em contextos cultos, que o galego perdeu nos séculos de decadência3. 3.- Excluir o vulgarismo, confrontando o galego com as normas lusitana e brasileira (e mesmo com a do castelhano culto), bem como com a nossa tradiçom escrita, preferindo, sem hesitar, as formas plenas na escrita às reduzidas, assimiladas ou contractas nom sistemáticas na fala, em benefício de umha maior clareza para diferenciar as unidades lingüísticas4. 4.- Rejeitar o diferencialismo sistemático, nom só os pseudogaleguismos, como também as formas dialetais que nom harmonizam com o lusitano e com o brasileiro nas listas fechadas de advérbios, preposiçons, conjunçons, locuçons e, de um modo geral, no léxico.
3 Por conseguinte, nas palavras patrimoniais, preferiremos a grafia histórica ou tradicional, e nom a castelhanizada: cantava e nom cantaba; árvore e nom árbore (como efeito lógico, esta medida nom nos distancia do luso-brasileiro, nem mesmo de outras línguas ocidentais, como o catalám, o italiano ou o francês, em bom número de vocábulos); nos cultismos, preferiremos a grafia etimológica, como costumam fazer todas as línguas ocidentais: Geologia e nom Xeoloxía, geólogo e nom xeólogo, ainda que a pronúncia desse g inicial etimológico seja a mesma que a do x de caixa. 4 Por conseguinte, preferiremos as formas mais amplas (plenas) sobre as reduzidas: verao e nom vrao ou vram, para e nom pra, ao e nom ó, nom o e nom nono ou no, etc. (deste modo, os leitores poderám fazer corresponder, ajeitadamente, a forma escrita com quaisquer das formas faladas, ampla ou reduzida); preferiremos, também, manter a constituiçom das unidades lingüísticas, mesmo na sua aparência gráfica: isto aconselha fazer o plural de vez como vezes, ou escrever comer o caldo, ainda que se poda ler /komélokáldo/.
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ORTOGRAFIA I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS 1. O alfabeto e os dígrafos O alfabeto galego-português consta de vinte e três letras: Letra Nome Fonema
1
Exemplo
a
a /a/
rato
b
bê /b/
baixo
c
cê /k/ (+ a, o, u)
corpo
cear1
d
dê /d/
/θ/ ou /s/ (+ e, i)
dente
e é /Ɛ/
pedra
/e/
cedo
f
efe /f/
farinha
g
gê /g/ (+ a, o, u)
gato
(em grupo consonantal) gruta
/∫/ (+ e, i)
genro
Utiliza-se o c com o sinal diacrítico denominado cedilha (ou seja, ç, cê-cedilhado) antes de a, o ou u para indicar que o seu valor fónico é o mesmo que o de c antes de e ou i: açaime, açor, açúcar.
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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS
h
agá Ø
haver
i
i /i/
rir
j
jota
jamais
l
ele /l/
livro
m
eme /m/
molhar
n
ene /n/
maneira
o ó
/∫/
/ɔ/
/o/
poço
p
pê /p/
peixe
q
quê /k/
quarto
r
erre /r/
cara
/R/
rua
s
esse /s/
senhora
t
tê /t/
tanto
u
u /u/
uva
v
uvê /b/
cantava
x
xis
feixe
/∫/
/ks/ ou /s/ z
2
volta
zeta
/θ/ ou /s/
nexo luzir2
Nas outras variedades do galego-português, a letra v denomina-se vê (pronunciado [ve], diferente da pronúncia de bê, [be]) e a letra z, zê (pronunciado [ze], diferente da pronúncia de cê, [se]).
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Os dígrafos som a combinaçom de duas letras que se correspondem com um único fonema. Temos, ao todo, oito dígrafos: Dígrafo Nome Fonema /t∫/
Exemplo
ch
cê agá
gu
gê u /g/
guerra
lh
ele agá /λ/
colher
mh
eme agá /ɳ/
umha
nh
ene agá /ɲ/
lenha
qu
quê u /k/
queixo
rr
erre duplo /R/
carro
ss
esse duplo /s/
passo
chamar
2. Uso do k (capa ou cá), w (duplo uvê ou uvê duplo ou uvê dobrado ou dábliu) e y (ípsilo ou i-grego) Empregam-se só nos seguintes casos: a) Símbolos e siglas convencionais de uso internacional: K (potássio)
kw (quilowatt)
W.C. (water-closet)
k (quilo)
W (Oeste, tungsténio ou volfrámio, watt)
yd (jarda)
b) Nomes próprios estrangeiros e os seus derivados: Byron (byroniano)
Darwin (darwinismo)
Kafka (kafkiano)
c) Numhas poucas vozes ainda nom adaptadas: kremlin
rally (e rali)
whisky (e uísque)
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O resto dos nomes comuns e próprios conhecidos historicamente estám adaptados à grafia habitual do nosso idioma:
capa/cá (k), curdo, folclore; hóquei, quilo, quiosque; Cansas, Nova Iorque, Pequim, Quénia, Tóquio, etc.
sanduíche, volfrámio; Havai, Otava, Venceslau, etc.
ianque, iate, iene, iodo, ioga, iogurte, ioió; jóquei, pónei, dándi, jarda; Hendaia, Himalaia, etc.
3. Usos sistemáticos ou quase sistemáticos de algumhas letras e dígrafos (-m final de palavra, lh, nh, mh, qu, gu, ch, rr) a) Uso do -m e do -n finais A grande maioria das palavras que em galego terminam em consoante nasal, escrevem-se com -m final e pronunciam-se (como é habitual na língua espontánea) com fonema «n velar», a esta regra só se subtraindo um pequeno conjunto de greco-latinismos e algum empréstimo de línguas modernas, os quais apresentam acentuaçom grave ou esdrúxula, terminam em -an, -en ou -on e devem pronunciar-se, igualmente, com o fonema «n velar». α) Assim, acabam em -m (e com fonema n velar): — Vocábulos patrimoniais acabados em -am, quer seja esta terminaçom tónica, quer átona (incluindo as formas verbais na 3.ª pessoa do plural): estám, farám, pam; cantam, seriam... — Vocábulos patrimoniais acabados em -em, quer seja esta terminaçom tónica, quer átona (incluindo as formas verbais na 3.ª pessoa do plural): contém, parabém, refém, tam(b)ém; jovem, levem, ordem... — Vocábulos patrimoniais acabados em -om, quer seja esta terminaçom tónica, quer átona (incluindo as formas verbais na 3.ª pessoa do plural): razom, sazom, tradiçom; fôrom, comêrom... — Vocábulos acabados em -im ou -um, quer sejam estas terminaçons tónicas, quer átonas: álbum, comum, fim, ruim, um...
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O -m mesmo é de uso nos advérbios em -mente formados a partir de adjetivos acabados em -m: comummente, ruimmente, etc. Os plurais destas palavras serám com -ns ou, no caso das terminaçons -am e -om, também, respetivamente, com -ães e -ões: pans ou pães; reféns; razons ou razões, parabéns, comuns... β) Acabam com -n (e com fonema n velar) o prefixo pan- (exceto se seguido por b ou p: pamboreal, etc.) e umha série de eruditismos de origem greco-latina (ou, nuns poucos casos, com origem em línguas estrangeiras modernas), findos em -an, -en ou -on, de acentuaçom grave ou esdrúxula (nunca aguda) e de plural findo em -ns3. Em numerosos casos, a partir destes termos etimológicos findos em -en ou -on produzírom-se formas paralelas sinónimas findas em vogal mediante dous expedientes diferentes: 1.º- a forma etimológica perde o -n e passa a terminar em -e ou em -o, de modo que o seu plural passa a terminar em -es ou em -os (ex.: abdómen, abdomens → abdome, abdomes; télson, télsons → telso, telsos); 2.º- a forma etimológica vê-se acrescida mediante a adiçom de um -e (cánon → cánone). Neste grupo de termos som freqüentes os casos de duplicidade, mas também existem casos de umha única soluçom, quer seja a etimológica, quer a inovadora4. A seguir fornece-se umha lista extensa, mas nom exaustiva, destes termos: — Termos graves ou esdrúxulos findos em -an: íman (Br. ímã). — Termos graves ou esdrúxulos findos em -en (e em -e ou -ene): abdómen (tb. abdome), albúmen (tb. albume), acúmen (tb. acume), alúmen (tb. alume), cacúmen, certámen (tb. certame), cerúmen (tb. cerume), discrímen (tb. discrime), dólmen, durámen (tb. durame), éden, espécimen (pl. espécimens, Pt. especímenes; tb. espécime), forámen (tb. forame), gérmen (tb. germe), glúten (tb. glute), hífen, hímen, lactúmen (tb. lactume), líquen (Pt. tb. líquene), lúmen (tb. lume), pécten, pólen, putámen, rúmen (tb. rume), sémen, tégmen, velámen (tb. velame).
3
No relativo ao emprego em galego de -n nos eruditismos, preferimos seguir aqui a prática do Brasil, mais harmónica com os esquemas habituais da nossa língua, e nom a de Portugal. Em Portugal, em contraste com o que acontece no Brasil, a pronúncia desse -n costuma ser alveolar e o plural dos termos é irregular (télson, télsones; táxon, táxones).
4
Em geral, cumpre-se que quanto mais especializado for um texto, mais se utilizam nele nos casos de duplicidade as formas etimológicas ou conservadoras, em detrimento das inovadoras. Aliás, deve ter-se em conta que, com o fim de se evitarem ambigüidades, em certos casos se revelam especialmente recomendáveis as formas etimológicas (cólon e lúmen, face a colo e lume).
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— Termos que apresentam apenas a forma inovadora finda em -e ou em -ene: aborígene, regime. — Termos graves ou esdrúxulos findos em -on (e em -o ou -one): ácron, Álbion, árgon, áscon (tb. asco), assíndeton (tb. assíndeto), cánon (pl. cánones; tb. cánone), celênteron (tb. celêntero), cláxon, cólon (tb. colo), coríndon (tb. corindo), córion (tb. cório), crípton, ênteron (tb. êntero), éon, epíploon (tb. epíploo), épsilon (tb. épsilo), fréon, hipérbaton (tb. hipérbato), hipópion (tb. hipópio), icnêumon (tb. icnêumone), ílion (tb. ílio), ípsilon (tb. ípsilo), ísquion (tb. ísquio), lêucon, mácron (tb. macro), mícron (tb. micro; forma preferente: micrómetro), mórmon, nécton, néfron (mais comum: nefrónio), néon, nêuston, obélion (tb. obélio), ómicron (tb. ómicro), opístion (tb. opístio), Oríon (tb. Oriom ou Orionte), péreon, pláncton (tb. plancto), pléon, potámon, quíton, rádon, rágon, séston, sícon, táxon (Pt. tb. táxone), télamon, télson (tb. telso), xénon, xílon (tb. xilo). — Termos que apresentam apenas a forma inovadora finda em -o ou em -one: acrómio, ciclone (cf. clone ‘indivíduo geneticamente idêntico a outro’), cotilédone, deltoto, esterno, gónio, hemíono, himénio, ícone, pericário, períneo (tb. perineu), pilone, sícone (tb. sicónio). b) O dígrafo lh corresponde-se sempre com o fonema //: aparelho carvalho concelho filho parelha c) O dígrafo nh corresponde-se sempre com o fonema //:
amanhecer pequeninho senhor
vizinho
d) O dígrafo mh corresponde-se sempre com o fonema //, e só se usa em: umha(s)
algumha(s) nengumha(s)5
5 Este dígrafo nom existe nas outras variedades do galego-português, em que, no seu lugar, se utiliza -m- (a representar o fonema /m/): uma(s), alguma(s), nenhuma(s).
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e) O dígrafo qu corresponde-se sempre com o fonema /k/ ante e, i: querer queijo requisito f) O dígrafo gu corresponde-se sempre com o fonema /g/ ante e, i: gueixa guerra meiguinho g) O dígrafo ch corresponde-se sempre com o fonema /t∫/: chamar chefe
encher
h) O dígrafo rr corresponde-se sempre com o fonema /R/: bezerro cigarro torre
4. Usos do h a) Em posiçom inicial de palavra o seu emprego obedece normalmente à etimologia (haver, hai, hélice, história, hoje, home, hora, etc.). Por isso, levam também h- (com os seus derivados): harmonia haste harpa
Helena humidade6
hendecassílabo Heloísa
harpia hirto Henrique e o nom levam: achar
erva
impo
irmao
ombro
osso
úmero
encher
ervilha
inchar
oco
órfao/orfo
ovo
6
Em Portugal, como na Galiza, utiliza-se humidade, mas no Brasil, a grafia antietimológica umidade, úmido.
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Contodo, os derivados de erva começados por herbi- ou herbo- (salvo ervoso), assim como herbáceo, levam h-: herbívoro, herbolário, herborizar, etc. b) Como letra isolada nom se utiliza -h- em posiçom interior de palavra: aderir
álcool
baía
coerente
exausto
proibir
aí
anidrido
coabitar
coibir
inabilitar
reabilitar
(Mas despois de hífen: anti-helénico, pré-histórico, sobre-humano, etc.).
5. Uso de g (+ e, i), j e x a) Diante de e e i, o uso do g é o habitual: gelosia, religiom, abranger, figem, pugem, quigem, fugir, gente, vertigem (tb. vertige), ferrugem (tb. ferruge), abordagem (tb. abordage), linguagem (tb. linguage), mensagem (tb. mensage), paraplegia, cirurgia, estrangeiro, girafa, monge, relógio, aginha (dialetal na Galiza frente a logo), geada, gelo, gema, genro, gesso, gesta/giesta, longe, singelo, etc. Com j temos só:
Em inicial de palavra: jeira
jejum (jejuar)
Jerusalém
Jesus
jilaba
Em interior de palavra:
— acabadas em -jeito, -jeiçom, -jeitar, -jeto, -jeçom, -jetar: jeito
injetar, injeçom
rejeitar, rejeiçom
projetar, projeto
sujeitar, sujeiçom, sujeito
trajeto, trajetória
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— quatro vozes acabadas em -aje(m): laje
paje (tb. pajem)
traje
hoje
majestade
ultraje/aldraje
— e mais três: ajôujere
Com x temos só (além dos casos que veremos na secçom c)): bexiga
mexilhom
México
coxim
perixel
xílgaro (dialetal frente a pintassilgo)
Xerez
lixívia
xeque
xis (x)
Ximeno, Ximenes
(mas: seringa [= cast. jering(uill)a], seringueira) E o tema de Pretérito de dizer: dixem, dixeche, dixera, dixéssedes... b) Diante de a, o e u, a utilizaçom do j é o habitual: gorja, jardim, jogo, joia, jovem, judo, juiz, laranja, rajo, ajuda, jarda [unidade de medida], já, jantar, jazer, jejum e jejuar, jugo, cônjuge, conjuntura, disjuntiva, jugular, pejorativo, anjo, arranjar, janela, joelho, jold(r)a, jornal, jungir, rijom/rojom, tijolo, janeiro, Joám, julho, junho, etc. É a letra de uso mais corrente nas terminaçons -aja, -ajo, -ajar; -eja, -ejo, -ejar; -ija, -ijo, -ijar; -oja, -ojo, -ojar e -uja, -ujo, -ujar: — haja, hajas, hajamos...; raja; gajo, rajo; asselvajar, avantajar, rajar, trajar, viajar, etc. — veja, vejas, vejamos...; seja, sejas, sejamos...; esteja, estejas, estejamos...; cerveja, igreja, inveja, peleja; animalejo, percevejo, rejo (dialetal na Galiza frente a rijo); acejar/axejar (dialetal na Galiza frente a espreitar), apedrejar, bracejar, desejar, formiguejar, latejar, etc. — botija, cornija, torrija, sevandija; alijo e alijar, esconderijo, regozijo e regozijar, rijo e arrijar e enrijar.
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— loja e alojar, soja; antojo e antojar, bojo, despojo e despojar, estojo, fojo (dialetal na Galiza frente a fosso), nojo e anojar, enojar e enojo, tojo. — babujar, coruja e corujar, aturujo e aturujar, caramujo, cujo [relativo], sujo e sujar, enferrujar, etc. Nessas terminaçons o uso de x reduz-se a: — graxa e graxo e engraxar, taxa e taxar, coaxar; marraxo. — vexar. — lagartixa, lixa e lixar, rixa e rixar, lixo. — broxa, congoxa, coxa; coxo, roxo. — bruxa e bruxo e embruxar, buxo, cuxo (dialetal na Galiza frente a vitelo e bezerro), debuxo e debuxar, luxo, luxar, puxar e empuxar e repuxar. c) Contodo, é muito mais habitual ou único o uso de x em:
Palavras constituídas pola seqüência ditongo + x: baixela, baixo e abaixo, etc., caixa, deixar, eixo, faixa, feixe, freixo, frouxo, madeixa, paixom, peixe, queixa, queixo [da cara], reixa, rouxinol, seixo, teixo, teixugo, etc.; trouxem, trouxeche, trouxera, trouxesse, trouxer, etc. Com ditongo + j temos só: aleijar, apreijar, beijo, carqueija, cereija, feijom e amêijoa [molusco; dialetal: ameija], queijo [do leite].
Palavras começadas por enx-: enxada, enxaguar, enxame, enxaqueca, enxárcia, enxebre, enxergar, enxerto, enxofre, enxotar, enxoval, enxugar, etc. Começadas por eng- ou enj- só temos: engendrar, engenho e engenheiro/a, enjoo.
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Palavras, na maior parte dos casos de proveniência nom latina, que se adaptárom com x sobretodo (em espanhol, com ch, z/c, s ou sh): haxixe
xastre (dialetal por alfaiate)
Bruxelas bolxevique xaile/xale mexer e mexerico Hiroxima menxevique7 xelim
Xangai
Mas: jaqueta jorro bijutaria Em vozes patrimoniais galegas temos alternáncia x / c ou s (as sublinhadas som as variantes supradialetais na Galiza conforme O Modelo Lexical Galego, da Comissom Lingüística da aeg): axejar/acejar [espreitar]
xarda/sarda [peixe]
xabom/sabom
cóxegas/cócegas
páxaro/pássaro
xordo/surdo
xenreira/cenreira
pêxego/pêssego
xurdir/surdir
Mas com forma única: seringa [= cast. jering(uill)a], seringueira
Também se emprega esta letra diante de a, o, u, em: luxúria
xadrez
xarope
Alexandre
oxalá
xaque
xurelo
Quixote
relaxar, relaxaçom esdrúxula
7
Texas
Veja, no Apêndice deste documento, um pequeno estudo que fixa e explicita de forma sistemática a distribuiçom dos grafemas ch (fonema /t∫/) e x (/∫/) nos estrangeirismos adotados polo galego-português da Galiza em correspondência com as grafias ch, tch e x do lusitano e do brasileiro.
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A letra x tem o mesmo valor fónico que nos pontos anteriores (/∫/) nos radicais ou prefixos de proveniência grega xeno- (xenofobia), xero- (xerocópia), xilo- (xilofone), assim como em luxar e luxaçom, elixir [substantivo] e Luxemburgo. As palavras derivadas de primitivas com ge, gi, ou do mesmo paradigma, passam a escrever-se com j quando esta letra vai diante de a, o, u: fujo, fuja, fujas, etc. (de fugir); chantajar, viajar, lonjura, etc. (de chantagem [tb. chantage], viagem [tb. viage], longe); quijo, fijo, pujo (ao lado de quigem, figem, pugem, quigera, puger, etc.). mas o j e x mantenhem-se diante de qualquer vogal: anjinho, cereijeira, trajar, ultrajoso, viajo, viajei, viajemos, etc. (de anjo, cereija, traje, ultraje, viajar). lixento [∫], prolixidade [ks] etc. (de lixo [∫], prolixo [ks]). Confrontem-se, por último: ameixa [fruta]
ameija [dialetal por amêijoa, molusco]
cuxo [dialetal por bezerro, vitelo]
cujo [pronome relativo]
lixeiro [encarregado do lixo]
ligeiro [leve, pouco pesado]
mexom [que mexe muito]
mejom [que meja muito]
queixo [vértice mandibular]
queijo [produto do leite]
xarda [peixe, dialetal por sarda]
jarda [unidade de medida]
d) Emprega-se o x com valor de /ks/ ou /s/, além de em casos conhecidos com exalçar, exame, exagerar, exigir, êxito, exsudar, oxigénio, sexo, sexto, etc., noutros casos como:
exe-: execuçom, executar
exercer, exercício
exemplo
exército, exercitar
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-flexo: reflexo
-fluxo: fluxo
influxo
refluxo
complexo
perplexo
anexo
fixar, fixo [crucifixo, prefixo]
prolixo
paradoxo
próximo
saxónico e Saxónia
-plexia e -plexo: apoplexia
circunflexo
e:
Face aos casos anteriores, a letra etimológica x foi substituída por s numha série de vocábulos de uso corrente:
es- (is-): escavar escoriar
esplanada espoliar
espremer esquisito
escusar
espraiar
estender
estrangeiro/a estranhar, estranho/a isençom, isento
Contodo, os derivados de esplanada e os de estender começados por extens-, levam x: explanaçom, explanar, etc.; extensivo, extenso, extensom, etc.
e: justapor
Calisto e calistino/a
misto e mistura
Sisto e sistino/a
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Confrontem-se: espremer [apertar]
exprimir [expressar]
esperto [astuto, inteligente]
experto [entendido, erudito]
6. Usos de b e v Além dos usos mais conhecidos destas duas letras (débil, hábil, hidrofobia, hibernaçom, ibérico, abril, branco, dobrar, febre, lebre, lúgubre, nobre, pobre, abano, banco, cubo, cabo, debuxo, globo, etc.; ativo, divisar, granívoro, civil, servil, cravo, cotovia, indivíduo, louvar, laverca, ouvear, ouvir, virilha, Xavier, etc.): a) Utiliza-se b:
Em posiçom inicial de palavra em: baínha e embainhar
baleiro [reg. popular, frente a vazio]
baunilha
beta
borboleta
baixela
basco
beira
bexiga
Biscaia e biscaínho
Em posiçom interior: — nos derivados de móvel (salvo automóvel, imóvel): amobilidade
imobilismo
móbil [subst.]
automobilismo
imobilizar
mobilidade
mobilizar, etc.
— e: abóbada
rebentar
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b) Utiliza-se v:
No morfema modo-temporal -va- da primeira conjugaçom verbal: andava cantávamos
levavas provava
Na terminaçom -vel dos adjetivos: amável crível
pensávades atuavam
móvel possível
provável solúvel
Nos seguintes vocábulos (e derivados) com o grupo consonántico vr: escalavrar
lavrar
livro
fev(e)reiro
livrar, livre
palavra
vranha
Em certos verbos acabados em -var e na sua família lexical: cevar, cevo
gravar
sovar, assovalhar
conchavar
provar, prova
travar
crivar, crivo
raivar, raiva
Mas temos com b réprobo e as começadas por probabil- e probat-: probabilidade, probabilismo, probatório, etc.
Em quatro verbos acabados em -ver, com os seus derivados: dever
escrever e -screver (adscrever, descrever, etc.)
haver
sorver, absorver, sorvete
Os acabados em -ver som algo mais numerosos (cf. atrever, chover, mover, precaver, solver, ver, viver, volver, junto com derivados e os anteriores) que os acabados em -ber (beber, caber, conceber, lamber, perceber, receber, saber e derivados).
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Nas seguintes vozes, em que o v é precedido das consoantes: — d: advogado/a — s: resvalar — l (alv-): alva
alvará
alvoroçar
alvanel
alvedrio
alvorotar
E, salvo albino, o resto das relacionadas com alva (alvarinho, alvo, alvor, alvorada, alvorejar, alvura, Vilalva, etc.). — r: árvore
erva
estorvar
torvelinho
carvalho
ervilha e ervelha
orvalho
turvo
carvom
escarvar
Contodo, a maior parte das derivadas de árvore (salvo arvorado, arvorar, arvoredo) som com b (arbóreo, arborescente, arboriforme, arborizar, arbusto, etc.). Das derivadas de carvom, som com v aquelas que perdêrom o -n- intervocálico (carvoaria, carvoeira, carvoeiro/a, etc.) e com b aquelas que mantenhem o -n- intervocálico latino, mais abundantes (carbonáceo, carbonatar, carbonato, carbónico, carbonífero, carbonizar, carbono, carbonoso, etc.). As derivadas de erva som com v salvo as começadas por herbi- e herbo- (excetua-se ervoso), como já vimos: herbiforme, herbívoro, herbolário/a, herborista, herborizar, etc. E os derivados de turvo som todos com b: enturbar, perturbar, turbamulta, turbar, túrbido, etc.
As seguintes com -v- intervocálico: avô
côvado
goiva
saraiva
Córdova e cordovês
avondo
covil
governo
sovaco
Cristóvao/ Cristovo
azeviche
dívida [dial. dêveda]
gravata
tavao/tavám
Estêvao/Estevo
azevinho
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dúvida
javali
tovo
Havana e havano
caravela
escaravelho
lavoura
trave
Vesúvio e vesuviano
cascavel
escova
nevoeiro, névoa
trevo
cavalo, cavalgar, cavaleiro
escrivao/escrivám nuve(m)
trovom [dial. trevom]
cavalheiro
fava
pevide
polvo
ceivar, ceivo
fivela
povo
rodavalho
cevada
g(a)ravanço
ruivo [dial. roivo]
chisgaravis
cotovelo
As seguintes começadas por -v-: varanda
vassoira
vermelho
viés
virolho
varrer
vaza
verniz
vime
vulto
várzea (Varja)
verça
vidoeiro/vido Confrontem-se: bago (grao da uva) vago (vagabundo) benzer (consagrar) vencer (ganhar) balor (mofo)
valor (valentia)
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7. Usos de c/ç e z a) ç + a, o, u / z + a, o, u:
Precedido das consoantes l, r, n, o mais habitual é o uso de ç: aliança engonço sentença Florença pinça crença
diferença França romanço Lançarote geringonça painço
ranço Gonçalo pinçar lança Betanços onça
inçar balança vasconço g(a)ravanço Mançanares
alçar Arçua terço garça
almorço calçar março verça
corço berço dulçor percalço
orçar força camurça çorça/surça
anzol
cinza engranzar
Mas: colza zarzuela
benzo-
Em posiçom intervocálica: — É mais habitual o ç no conjunto das terminaçons -aça, -aço, -açar, -eça, -eço, -eçar, -iça, -iço, -içar, -oça, -oço, -oçar, -uça, -uço, -uçar, -ouça, -ouço, -ouçar, -çom, -çoar e -açal: ameaça caça mulheraça
braço espaço adelgaçar
cabeça peça preço (apreço)
começar endereçar tropeçar
cobiça bouça moço vingadiço
mestiço ouço (ouça...) carapuça foçar
carroça justiça calabouço aguçar
miúça noviço lingüiça retouçar
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afeiçom bençom liçom traiçom
abençoar afeiçoar amaldiçoar aperfeiçoar
aguaçal ervaçal lamaçal lodaçal
E som com z as acabadas em -zoo, -zoico, -zoto, -zoito, -zoário, -zóide, -zarrom, -zudo, -zunho: protozoário, pezunho, etc. Mas temos com z as terminaçons -eza (salvo cabeça e peça), -izar (salvo os derivados de -iça e -iço: cobiçar, mestiçar, etc.), além de umhas poucas vozes com as terminaçons precedentes: aspereza Galiza prazo delicadeza -rizo gozo
agonizar razom (razoar) prezar fraternizar realizar
vaza beleza juízo bazar desprezo
menosprezo dinamizar sazom rezar baliza
Nos começos de palavra aça- / aza-, aço- / azo- e açu- / azu- o uso das duas letras é próximo em número: açor
azorrague
açúcar
azul – azular (≠ Pt. açular = Gz. acirrar)
açafata
açoteia
azar
açucena
azulejo
açafrám
açoute
açacalar
azálea
azurite
açaime/açaimo açambarcar
O mesmo acontece noutros casos nom agrupáveis: alcaçuz
balouço
beiço
caçapo
façanha
maçá/maçã
Moçambique
moçárabe
peçonha
quiçá
tapeçar
tiriçol/tiriçó (= Pt. terçol)
Amazonas
amizade
bazófia
Bizáncio 39
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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS
bizarro
esquizo-
folgazám
gazua
horizonte
Lázaro
mazurca
Nazaré
ozono
ziguezague
Em posiçom inicial o mais habitual é z-, e ç- alterna normalmente com s-: zagal zambro zampar zángao/zangao
zarabatana zarzuela zoar zodíaco
zoncho zoozoupeiro zumbar
Zabulom Zacarias Zambeze Zurique
çanja çoca (çoco) çurrar/surrar
çafra/safra çamarra/samarra çurrom/surrom
çanfona/sanfona çapa/sapa
çapato/sapato çorça/surça
(É só com s-: safar, sáfio, safira, saguám, sanefa, sarigüeia, sarpar, sedaço, sossobrar, sumo)
As palavras que tenhem c + e, i levam ç + a, o, u, no paradigma ou nos seus derivados e vice-versa: agradecer: agradeço, agradeça, agradeças, etc. doce: doçura raça: racismo almorçar: almorcei, almorce, etc.
Os apelidos patronímicos galegos findam em -s: Esteves
Gomes
Lopes
Mendes
Peres
Rodrigues
Ximenes
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
Confronten-se: aço (liga de ferro)
azo (oportunidade)
açougue (mercado)
azougue (mercúrio)
çurrar (tundar)
zurrar (ornear)
guiço (pauzinho)
guizo (ajôujere)
praça (lugar público)
praza (de prazer)
raçom (comida para animais)
razom (juízo)8
b) c + e, i / z + e, i:
Ante e e i o mais habitual é o uso da letra c: aparecer, conhecer, embelecer; convencer, vencer, exercer, descer, torcer, ressarcir; ácido, bocejar, citar, dicionário, etc.
Contodo, tenhem ze: — seis verbos acabados em -zer: fazer (fazenda)
benzer
jazer cozer prazer dizer Os derivados som com z salvo complacente e jacente (e derivados destes). — os numerais: onze doze
8
treze catorze
quinze (quinzena) zero
E, como vimos antes, no galego-português lusitano e brasileiro, também: Pt.+Br. açular (= Gz. acirrar) – azular (tornar azul).
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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS
E tenhem zi: — os verbos acabados em -zir, salvo ressarcir: aduzir
luzir
conduzir
cerzir
deduzir
franzir
induzir, etc. Os derivados de luzir som com z, salvo lucidez e lúcido: luzente, luzidio, luzido, luziluzir, luzimento, etc. Os derivados em -ente dos acabados em -duzir som com c: abducente, conducente, producente, etc. — a terminaçom e o morfema de diminutivo -zinho / -zinha: cozinha
avezinha
mezinha
canzinho
vizinho
pauzinho
— as palavras de índole religiosa acabadas em -azia, -ezia:
prelazia
clerezia
primazia
conezia
Levam, igualmente, ze, zi, as seguintes vozes: aguazil
benzeno
donzel/donzela
topázio
alazena
benzina
dúzia
tornozelo
apózema
bezerro
gazela
trapézio
armazém
bronze
gazeta
várzea vazio (esvaziar)
azedo
buzina
lazeira
azeite
chimpanzé
lezer (Pt.+Br. lazer) zéfiro
azémola
cinzel
lazerar
zelar e zelo
azeviche
deslize
mezena
zimbório
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
azevinho
dezembro
renzilha
zimbrar
aziago
dízimo
rodízio
zíngaro
azinheira
Salvo nos casos indicados acima, levam z + e, i os derivados de palavras com z + a, o, u, e vice-versa, assim como aqueles que procedem ou som plurais de palavras acabadas em -z (salvo -císsimo: capacíssimo, felicíssimo, velocíssimo, etc.): cruzeiro, agonize, cinzeiro, gozei, jazia, veneziano, vozear; cruzes, dezes, luzes, raízes, vozes, etc. Confrontem-se: azeitar (untar com azeite)
aceitar (admitir)
benzer (abençoar, consagrar)
vencer (ganhar)
doze (numeral)
doce (do sabor do açúcar)
enzima (fermento orgánico)
em cima (em riba, acima)
mezenas (mastros dos navios)
mecenas (protetor)
zinco (metal)
cinco (numeral)
8. Uso do q Como letra, vai sempre seguida de u (qu), pronunciando-se ambas (/ku/). Utiliza-se nos seguintes casos: a) Todas as palavras começadas por qua-, qüi-, quo- (menos cuidar e as derivadas de cu: cuada, cuecas, cueiro), nom havendo nengumha começada por *qüe- (confrontem-se: questom, questor, etc.): quadrado
qualquer
quartel
qüididade
quadril
quando
quarto
qüinq-
quadro
quantidade
quartzo
quociente
qual
quanto
quase
quórum
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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS
qualidade
quarenta
qualificar
Quaresma
quatro
quota (quotizar)
b) Todas as palavras começadas por aqu(a)-, equa- / eqüe- / eqüi- / equo-, esqua- e sequ(exceto aqueduto): aquário
equaçom
esquadra
sequaz
aquático
equador
esquadrinhar
seqüela
aquoso
equánime
esquadrom
seqüestro, etc.
eqüestre
esquálido
esquartejar c) As relacionadas com o verbo latino loqui (‘falar’) e as acabadas em -quo (salvo conspícuo, inócuo e vácuo), -qüência e -qüente: eloqüência
ventríloquo
ubíquo
delinqüente
eloqüente
iníquo
conseqüência
freqüência
grandiloqüência
longínquo
conseqüente
freqüente
loquaz (loquacidade)
propínquo
delinqüência
seqüente, etc.
antiquar (antiquário)
cinqüenta
liquar
d) E também: adequar
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9. Uso do dígrafo -ssa) Nas palavras simples e primitivas:
nos demonstrativos, possessivos e os Pretéritos do Conjuntivo: esse, essa, esses, essas, isso nosso, nossa, nossos, nossas; vosso, vossa, vossos, vossas cantasse, colhesse, partisse, levássemos, trouxessem, fosse, fôssemos...
em todas as palavras acabadas em -íssimo, -issura, -cessar, -cessom, -cussom, -fessar, -fissom, -gressom, -missom, -pressom, -sessom e nas suas famílias lexicais: boníssimo
acesso
confessar
admissível
impresso
docíssimo
concessom
confissom
compromisso
opressor
malíssimo
processo
professor
omissom
pressom
cissura
sucessom
profissom
submisso
obsesso
comissura
discussom
agressor
depressom
possessivo
fissura
percussom
congresso
expressar
sessom, etc.
nas começadas por ess-, foss- e pass- com os seus derivados: esse
fossa
passar e passo
essência
fóssil
passional
Essénios
fosso
passivo
na maior parte das começadas por ass-, diss-, gloss-, mass-, mess-, miss- e das acabadas em -glossa (salvo: asa, Ásia, asilo, asir; disenteria; glosa, glosar; masoquismo, misantropo): assar
assi/assim
diglossia
massa
messe
assassino
assinar
isoglossa
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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS
massacre
messias
assembleia
assobio
glossário
massage(m)
missa
assessorar
assunto
glossologia
massom
míssil, etc.
O uso de -ss- e -s- é quantitativamente similar nas palavras começadas por pess- / pes-, poss- / pos-, press- / pres-, vass- / vas- e os femininos acabados em -essa / -esa, com os seus derivados: péssimo, pessoa / pesar e peso posse e possuir, possível / posar e pose, posiçom, positivo, posologia pressa (depressa), presságio, pressom / presa (apresar) e preso vassalo, vassoira / vasa, vaselina, vasilha, vaso abadessa, alcaidessa, condessa / baronesa, consulesa, duquesa, princesa
Som minoritárias com -ss- as terminaçons em -issa (-isse, -issal) e -cissom (além da já vista missa): abcissa abissal clarissa mantissa
premissa vibrissa Clarisse melissa
discissom procissom Basilissa Leonissa
Cf.: brisa, camisa, diaconisa, divisa, guisa, pesquisa, pitonisa / pitonissa, profetisa, Artemisa, Felisa, Heloísa, Luísa, etc.; abcisom, circuncisom, cisom, concisom, decisom, incisom, precisom, rescisom, etc.
Também se utiliza -ss- no seguintes vocábulos, com os seus derivados: acossar
escasso
odisseia
sossego
atravessar (travessa)
espesso
osso
sossobrar
avessas
gesso
palhasso
sussurro
bússola
grosso
pintassilgo
tessitura
cassa (tecido, ligadura) idiossincrasia
plissar
tosse e tossir
cassar (cassaçom)
potássio
travesso
insosso
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
classe (clássico)
interesse
promessa
vicissitude
codesso
mossa (amossar)
remessa
Prússia
colosso
musselina
ressarcir
Rússia
cossaco
mussulmano
ressesso
Ulisses
crasso
nassa
ressurreiçom
dossel e endossar
necessário
sessenta
Confrontem-se: acesso (de aceder)
aceso (de acender)
cassa (tecido, ligadura)
casa (habitaçom)
cassar (tornar nulo)
casar (contrair matrimónio)
posse (possessom)
pose (de posar)
pressa (apressuramento)
presa (o que se apresou)
b) Nas palavras derivadas por prefixaçom e nas compostas: As palavras que começam por s-, ao pôr-lhes um prefixo acabado em vogal, escrevem-se com -ss, e o mesmo acontece com as palavras compostas cujo primeiro elemento acaba em vogal e o segundo começa por s-: assaltar
antessala
pressentir
aerossol
hendecassílabo
assegurar
bissexto
prosseguir
altissonante
homossexual
assentar
dessangrar
ressaca
cromossoma
monossacárido
assimilar
dissentir
ressaltar
dinossauro
octossépalo
assinalar
dissimular
ressuscitar
fotossíntese
sacrossanto
associar
entressola
sobressair
geossinclinal
uníssono, etc.
dezasseis
girassol
outrossi
dezassete
madressilva
sanguessuga
Quando entre o prefixo ou o primeiro elemento da palavra composta e o segundo hai um traço, levam um só s-: fino-soviético, puro-sangue, etc.
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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS
10. Ortografia de grupos consonánticos cultos a) Grupos iniciados por b A regra geral é manter o b nos grupos bc, bd, bf, bg, bj, bl, bm, bn, bp, bt e bv: obcecar, abdicar, subface, subgloboso, objeto, sublingual, submúltiplo, abnegar, sobpor, abstrato, obter, subverter, etc.
Conservam o b as seguintes palavras (e derivados) do grupo bm: submergir (submersom)
submeter (submisso)
subministrar (subministraçom)
Também conserva o b o seguinte vocábulo (e derivados) do grupo bt: subtil (subtileza, subtilizar)
O b também se utiliza na seguinte forma (e derivados) com bl: sublinhar (sublinha)
Com os grupos bsc e bst temos, com os seus derivados: obscuro9
substáncia substituir
subscrever (subscriçom)
substantivo
substrato
Mas nom tem s porque provém do latim subtrahere: subtrair (subtraçom)
Perdêrom o s, ainda que conservem o b: abcesso
abcissa
b) Grupos iniciados por c
cc (cç) e ct
— O grupo ct mantém-se inalterado em posiçom inicial: ctenócero, ctenodonte, ctenóforo, etc.
9
A forma obscuro é de origem culta e tem usos e significado normalmente abstratos («ideias obscuras»); escuro é popular e tem valores comummente físicos («noite escura»).
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— No interior de palavra, porém, na maior parte dos casos (como regra geral) desaparece o primeiro c nas seqüências etimológicas cc, cç e ct10: acesso, acessório, acidente, açom, afeçom ‘doença’, apodítico, ártico, aspeto, aspetual, atitude, atividade, ato, ator, atriz, atual, atualizar, caráter e caraterística (Pt. carácter/caráter, característica/caraterística), cato (mas cactácea; Br. cacto), conflito, construçom, -duto ‘tubo, canalizaçom’ (aeroduto, aqueduto, gasoduto, oleoduto, oviduto, etc.; mas: ducto), efetuar, equinócio, exato, frutose, infetar, infeçom, infecionar, infecioso e infeto (Pt. e Br. infeccionar/infecionar, infeccioso/infecioso, infecto/infeto), injeçom, iterícia (Pt. e Br. icterícia/iterícia), jato ‘jorro’, ocidente, ocidental, olfato, objeto, prática, produto, projeto, reaçom, respetivo, restriçom, etc.11 — A essa regra geral escapam poucas palavras quando a vogal que antecede os grupos cc, cç e ct é i ou u: convicçom e convicto, dúctil e ductilidade, ducto, ficçom, flucti- (fluctígeno, fluctívago, etc.), fricçom, ictio- (ictiologia, etc.), icto ou íctus, micçom (micturiçom), nict- (nictofobia, nictitante, nictúria, etc.), obducto ‘oculto’, orict- (oricteropo ou oricterope, orictografia, orictologia, etc.), ricto, succ- (succíneo, succínico, sucçom, etc.).
10 As regras aqui expostas sobre as seqüências -cc-, -cç-, -ct-, -pc-, -pç- e -pt- baseiam-se no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (vigorante no Brasil e em Portugal desde 2009) e apresentam as seguintes particularidades: 1. Em contraste com o prescrito em Portugal e no Brasil, na Galiza retém-se a seqüência consonántica etimológica nuns poucos casos em que poda surgir fácil ambigüidade por homonímia (ex.: (-)míctico ‘relativo à mixia’ [Pt.+Br. mítico] diferente de mítico ‘próprio de mito’; óptico ‘dos olhos ou da luz’ [Pt.+Br. ótico] diferente de ótico ‘do ouvido’; rectinérveo ‘paralelinérveo’ [Pt.+Br. retinérveo] diferente de retinérveo ‘cujas nervuras formam retículo’; retractar(-se) ‘retirar(-se)’ [Pt.+Br. retratar(-se)] diferente de retratar(-se) ‘desenhar, pintar o retrato de’); 2. Na Galiza, em contraste com o que ocasionalmente ocorre em Portugal e no Brasil, adota-se umha única forma de cada palavra (nom se admitem, em geral, dobletes); 3. No caso de no ámbito luso-brasileiro se registarem duas formas corretas de umha palavra, na Galiza aplicam-se os seguintes três critérios de priorizaçom: a) prescreve-se para a Galiza, em cada caso, a soluçom convergente entre Portugal e o Brasil, quer ela seja a forma etimológica, quer a simplificada (ex.: Pt. carácter/caráter | Br. caráter → Gz. caráter; Pt. factível | Br. factível/fatível → Gz. factível); b) no caso de existirem duas formas convergentes entre Portugal e o Brasil, prescreve-se para a Galiza a forma simplificada, nom etimológica (ex.: Pt. infeccioso/infecioso | Br. infeccioso/infecioso → Gz.. infecioso); c) no caso de divergência (absoluta) entre Portugal e o Brasil, prescreve-se para a Galiza a soluçom lusitana (ex.: Pt. Neptuno, neptúnio, neptunite / Br. Netuno, netúnio, netunita → Gz. Neptuno, neptúnio, neptunite; Pt. receção / Br. recepção → Gz. receçom; Pt. revindicta / Br. revindita → Gz. revindicta). Nom se aplicam estes dous últimos critérios quando o seu resultado levaria na Galiza ao surgimento de fáceis ambigüidades, como acontece com Pt. facto | Br. fato, caso em que na Galiza se utilizará a forma facto ‘ato, circunstáncia, dado’, para a diferenciar de fato ‘traje’ (ou, na língua dialetal ou coloquial, de fato ‘grupo’); tb. na Gz. contracto ‘contraído’, face a contrato ‘documento legal’ (Pt. contracto/contrato, Br. contracto/contrato). 11 Nos semieruditismos o c vocalizou em i ou u nas seguintes palavras com os seus derivados: afeiçom ‘carinho’ (diferente de afeçom ‘doença’), aperfeiçoar, defeito, efeito, eleiçom, eleito, interjeiçom, leitor, leitura, liçom, oitavo, perfeiçom, perfeito, reitor, rejeiçom, respeito, ressurreiçom, seita (mas sectário e sectarismo), sujeiçom, teito (Pt.+Br. teto), doutor, doutrina, outubro. As vogais médias (e e o) que etimologicamente antecedem estas seqüências consonánticas (quer estas se conservem em galego [ex.: sectário], quer nom [ex.: correto]) som todas abertas.
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— Em contraste, som relativamente numerosas as exceçons à regra geral quando os grupos cc, cç e ct etimológicos som precedidos por a, e ou o. A seguir enunciam-se listas amplas, mas nom exaustivas, de palavras e de formantes greco-latinos que retenhem as seqüências consonánticas -cc-, -cç- e -ct-12:
Palavras e formantes greco-latinos que retenhem as seqüências consonánticas -cc- e -cç-: bissecçom (cf. -secçom) coccige
facciosidade
ressecçom
facciosismo
secçom
coccígeo
faccioso
seccional
cóccix
ficcional
seccionamento
cocçom
ficcionista
convecçom
ficçom
-secçom ‘corte’ (bissecçom, dissecçom, etc.) subsecçom
convicçom
friccionar
sucçom
decocçom
fricçom
trisecçom
dissecçom
micçom
tumefacçom
evecçom
occipício
vivissecçom
evicçom
occipital
viviseccionista
faccionário
ócciput
12 Como complemento desta lista de exceçons, pode consultar-se, em conjunçom com os critérios da Comissom Lingüística da aeg antes enunciados, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da variante lusitana (Porto Editora [2009], também consultável na internet em <http://infopedia.pt>) e o da variante brasileira (Academia Brasileira de Letras, 52009).
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Palavras e formantes greco-latinos que retenhem a seqüência consonántica -ct-: ablactaçom
anfractuosidade
contracto
actante
anfractuoso
convicto
actina
artiodáctilo (cf. -dáctilo) dactílico autóctone dáctilo
ablactar actin(i/o)- ‘raio luminoso’ (actinífero, actinobacilose, actinocarpo, etc.) actínia
bactéria
-dáctilo ‘dedo da mao’ (artiodáctilo, pentadáctilo, perissodáctilo, etc.)
bacteri(o)- ‘bactéria’ (bactericida, bacteriologista, etc.)
desconectar
actáncia
bacteriano
dúctil
actancial
bactericida
ductilidade
actínico
bacteriófago
ductílimo
actinídeo
bacteriologia
ducto
actínio
bacteriológico
ectlipse
actinismo
bacteriologista
ecto-
actinologia
bacteriólogo
ectoderme
actinometria
compactaçom
actinómetro
compactagem
ectomia ‘extirpaçom’ (amigdalectomia, mastectomia, etc.) ectoparasita
actinomicete
compactar
ectoplasma
actinomicose
compacto
ectozoário
actinomórfico
compactuar
electuário
actinomorfo
conectar
eructaçom
actinoterapia
conspecto
eructar
amicto
contactar
esfincter
amigdalectomia (cf. -ectomia) anfictiom
contactável
esfíncter
contacto
esplenectomia
anfictionia
contractilidade
estalactite
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estupefacto
hectowatt
incontactável
evicto
heterodáctilo
indefectibilidade
evictor
histerectomia
indefectível
factício
humectaçom
indúctil
factitividade
humectante
inductilidade
factitivo
humectar
intáctil
factível
ictíico
intacto
factivo
icti(o)- ‘peixe’
intelectivo
facto
ictiofagia
intelecto
factoto
ictiófago
intelectual
factótum
ictiografia
intelectualidade
factual
ictiográfico
intelectualismo
faringectomia
ictiógrafo
intelectualista
fictício
ictioide
intelectualizaçom
fitoplancto
ictiol
intelectualizar
fitopláncton
ictiologia
intergaláctico
galact(o)- ‘leite
ictiológico
intersectar
galáctico
ictiologista
invicto
galactómetro
ictiólogo
isodáctilo
galactose
ictiomorfo
jactância
gastrectomia
ictiose
jactanciar-se
hectare
ictiossáurio
jactancioso
héctica
ictiossauro
jactar-se
héctico
icto
lact- ‘leite’
hect(o)- ‘cem
íctus
lactaçom
hectoédrico
impactar
lactante
hectoedro
impacte
lactar
hectograma
impacto
lactente
hectolitro
imperfectividade
lácteo
hectómetro
imperfectivo
lactescência
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lactescente
noctifobia
perfeccionismo
lacticínio
noctífobo
perfeccionista
láctico
noctívago
perfectibilidade
lactodensímetro
obducto
perfectível
lactómetro
oct(a/o)- ‘oito’
perfectividade
lactose
octaédrico
perfectivo
liquefacto
octaedriforme
pict- ‘pintura’
macrodáctilo
octaedro
pictografia
mastectomia
octana
pictográfico
microdáctilo
octangular
pictórico
mictório
octano
pictural
micturiçom
octante
pláncton
néctar
octingentésimo
plectro
nectáreo
octogenário
polidactilia
nectarina
octogésimo
polidáctilo
nectário
octogonal
protactínio
nefrectomia
octógono
provecto
nict(i/o)- ‘noite’
octópode
pterodáctilo
nictaçom
octossilábico
punctiforme
nictal(o)- ‘cegueira noturna’
octossílabo
punctura
nictalopia
octuplicar
putrefactivo
nictémero
óctuplo
putrefacto
nictitante
orquiectomia
rarefacto
nictofobia
ortodáctilo
reactáncia
nictófobo
pacto
ricto
noct(i/o)- ‘noite’ (mas noturno) pactuante noctambulação pactuário
sectário
noctambular
péctico
senectude
noctambulismo
pectina
sindáctilo
noctámbulo
pentadáctilo
suarabácti
sectarismo
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tect- ‘cobrir, recobrir, ocultar’
torrefacto
uretrectomia
tectogénese
torrefactor
vasectomia
tectónica
tridáctilo
vivissector
tectónico
trissector
zigodáctilo
tectriz
trissectriz
zoopláncton
tetradáctilo
tumefacto
cd É um grupo muito pouco usual. Temo-lo nalgumhas palavras raras como ecdémico, mas perdem o c as mais correntes: anedota (anedotário, anedótico)
sinédoque
cm É um grupo que nom oferece qualquer particularidade e que se conserva em todas as palavras de proveniência culta: acme, dracma, ecmofobia, etc.
cn Também é um grupo que se conserva em todas as palavras de proveniência culta: acne, arácnido, pícnico, técnica, etc.
c) Grupos iniciados por d
A regra geral é a conservaçom do d nos grupos dj, dm, dn, dq, ds, dv: adjetivo, administrar, adnato, adquirir, adscrever, advertir, etc.
Também conservam o d: admoestar (admoestaçom)
advogado (advocacia)
adstringir (adstringente)
Mas nom tem d (porque provém já do latim acquisitione): aquisiçom (aquisitivo; mas: adquirente, adquiriçom, adquirir, etc.)
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d) Grupos iniciados por f
Conserva-se o f nos grupos consonánticos cultos: dáfnia, difteria, nafta, oftalmologia, etc., mesmo em posiçom inicial: ftártico, ftórico, etc.
e) Grupos iniciados por g
Conserva-se o g nas palavras cultas dos grupos gd, gm, gn (em inicial e interior de palavra): amígdala; dogma, pigmento; gnaisse, gnomo, gnose, gnóstico; digno, ignorante, magnífico, significado, signo, etc.
Também conserva o g: prognóstico (prognosticador, prognosticar)
Nas vozes de tipo semiculto perdeu-se o g13: Inácio
Madalena
f) Grupos iniciados por nasal — mm, mn (inicial e interior de palavra), nm, nn
A regra geral é a perda da primeira consoante do grupo: (m)n (interior): aluno, calúnia,, coluna, hino, etc. (n)m: imerso, imigraçom, imorredoiro, imóvel, etc. (n)n: eneassílabo, inato, inovar, perene, etc.
O grupo mm só se utiliza nos advérbios terminados em -mente formados a partir de adjetivos acabados em -m14: comummente
ruimmente
13 O grupo gn perdeu também o g noutros semicultismos como: assinar (‘rubricar’), assinatura (‘rubrica’), ensinar, ensino, Inês, assinalar e sino (diferente de signo), entre outras. No grupo gm o g vocalizou em i ou u nos seguintes semicultismos: fleimom, fleuma (fleumático). 14 O brasileiro, ao contrário do galego e do lusitano, reduz o grupo: comumente, ruimente.
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O grupo mn- em posiçom inicial de palavra nunca se reduz: mnemónica, mnemonizar, mnemotecnia, mnemotécnico, mnésico, etc.
O grupo mn- em posiçom interior de palavra nom se reduz nas palavras começadas por: amn-: amnésia, ámnio, amnistia, etc. (e derivadas de mnese: anamnese, antimnésia, dismnésia, ecmnésia, hipermnésia, etc.). gimn-: gimnasiarca, gimnosperma, gimnuro, etc. (mas: ginasial, ginásio, ginasta, ginástica, ginástico). limn-: limnite, limnologia, etc. omni-: omnímodo, omnipotente, omnipresente, omnisciente, omnívoro, etc. semno-: semnopitecídeo, etc. Também se conserva em15: indemnizar (indemne, indemnizaçom)
O grupo nn- só se mantém na forma pronominal16: connosco
— ns + consoante
O grupo ns anteconsonántico conserva-se por regra geral: circunscriçom, consciência, constante, construir, instituir, transcrever, transferir, transformar, transmitir, transpirar, transportar, transvasar, etc.
15 Também neste caso o brasileiro (só) reduz o grupo: indenizar. 16 A forma brasileira é também reduzida neste caso: conosco.
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Também se conserva em: demonstrar (demonstrativo)
translaçom
transplantar (transplantaçom)
transcendência (transcendental)
transluzir
transtornar (transtorno)
Ainda que nom vaia seguido de consoante, temos também ns em: transatlántico
transumáncia
Começam por tras + consoante só as seguintes palavras: trasbordar
trasfegar
trasmontar
traspassar (= trespassar)
trasladar
g) Grupos iniciados por p
Os grupos pn-, ps- e pt- conservam-se sempre a começo de palavra (e, de facto, esse p deve ser proferido numha pronúncia culta!): pneumático, pneumonia, pneumotórax, pseudo- (pseudónimo, etc.), psicanálise, psicose ‘doença mental’ (diferente de sicose ‘doença da pele’), psiquiatria, pterodáctilo, pterópode, etc.
A regra geral é que os grupos pn e ps se conservem no interior das vozes eruditas: cápsula, eclipse, elipse, epilepsia, hipnose, hipnotizar, rapsódia, etc.
O grupo -ps final conserva-se nos seguintes termos: bíceps (tb. bicípite), fórceps (tb. fórcipe), quadríceps (tb. quadricípite), tríceps (tb. tricípite).
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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS
Os grupos pc (pç) e pt etimológicos perdêrom o p nos seguintes semieruditismos17: Vocalizando o p em i: aceitaçom, Conceiçom, conceito (mas conceçom, conceptual), preceito (mas preceptivo), receita (receitar). Nos termos findos em -scriçom, -scrito e derivados: adscriçom, circunscriçom, descriçom, inscriçom, inscrito, prescriçom, prescrito, proscriçom, proscrito, subscriçom, subscrito, transcriçom, transcrito, etc. Nas seguintes palavras relacionadas com sete: setembro, setentriom (setentrional), sétimo. Vozes com as seqüências etimológicas -cepc-, -cepç- e -cept- (conservadas no Brasil, salvo em exceção, exceto, excetuar e em susceptível/suscetível e afins): aceçom, conceçom (e anticonceçom, anticoncecional, anticoncetivo, contraceçom, contracetivo), concetáculo, exceçom, exceto, excetuar, interceçom, intercetar, perceçom (e percetível, etc.), receçom, recetáculo, recetivo, recetor (e barorrecetor, etc.), suscetível, suscetibilidade, transcetor.
17 As regras aqui expostas sobre as seqüências -cc-, -cç-, -ct-, -pc-, -pç- e -pt- baseiam-se no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (vigorante no Brasil e em Portugal desde 2009) e apresentam as seguintes particularidades: 1. Em contraste com o prescrito em Portugal e no Brasil, na Galiza retém-se a seqüência consonántica etimológica nuns poucos casos em que poda surgir fácil ambigüidade por homonímia (ex.: (-)míctico ‘relativo à mixia’ [Pt.+Br. mítico] diferente de mítico ‘próprio de mito’; óptico ‘dos olhos ou da luz’ [Pt.+Br. ótico] diferente de ótico ‘do ouvido’; rectinérveo ‘paralelinérveo’ [Pt.+Br. retinérveo] diferente de retinérveo ‘cujas nervuras formam retículo’; retractar(-se) ‘retirar(-se)’ [Pt.+Br. retratar(-se)] diferente de retratar(-se) ‘desenhar, pintar o retrato de’); 2. Na Galiza, em contraste com o que ocasionalmente ocorre em Portugal e no Brasil, adota-se umha única forma de cada palavra (nom se admitem, em geral, dobletes); 3. No caso de no ámbito luso-brasileiro se registarem duas formas corretas de umha palavra, na Galiza aplicam-se os seguintes três critérios de priorizaçom: a) prescreve-se para a Galiza, em cada caso, a soluçom convergente entre Portugal e o Brasil, quer ela seja a forma etimológica, quer a simplificada (ex.: Pt. carácter/caráter | Br. caráter → Gz. caráter; Pt. factível | Br. factível/fatível → Gz. factível); b) no caso de existirem duas formas convergentes entre Portugal e o Brasil, prescreve-se para a Galiza a forma simplificada, nom etimológica (ex.: Pt. infeccioso/infecioso | Br. infeccioso/infecioso → Gz. infecioso); c) no caso de divergência (absoluta) entre Portugal e o Brasil, prescreve-se para a Galiza a soluçom lusitana (ex.: Pt. Neptuno, neptúnio, neptunite / Br. Netuno, netúnio, netunita → Gz. Neptuno, neptúnio, neptunite; Pt. receção / Br. recepção → Gz. receçom; Pt. revindicta / Br. revindita → Gz. revindicta). Nom se aplicam estes dous últimos critérios quando o seu resultado levaria na Galiza ao surgimento de fáceis ambigüidades, como acontece com Pt. facto | Br. fato, caso em que na Galiza se utilizará a forma facto ‘ato, circunstáncia, dado’, para a diferenciar de fato ‘traje’ (ou, na língua dialetal ou coloquial, de fato ‘grupo’); tb. na Gz. contracto ‘contraído’, face a contrato ‘documento legal’ (Pt. contracto/contrato, Br. contracto/ contrato).
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Em: adotar (mas adaptar), adoçom (mas adaptaçom), batizar (batismal, batista, batizado; mas: baptistério), cativar e cativo ‘preso’ (cativante, cativeiro), cetro, ditongo, Egito (mas egípcio), ótimo, otimista e otimizar, tritongo18.
No entanto, som mais numerosas as palavras (eruditas) que conservam os grupos -pc- (-pç-) e -pt-, como, entre outras19: pc, pç antenupcial
egípcio
núpcias
anticorrupçom
erupçom
opçom
antinupcial
inépcia
opcional
capcioso
ininterrupçom
pré-nupcial
consumpçom
interrupçom
sumpçom
corrupçom
irrupçom
sub-repçom
disrupçom
nupcial
pt abrupto
adaptar
apocalíptico
acantopterígio (cf. -pterígio) acataléptico
adaptável
áptero
adepto
aptidom
adaptabilidade
analéptica
aptitude
adaptaçom
analéptico
apto
adaptado
anaptítico
asséptico
adaptaçom
anaptixe
assímptota
18 As vogais médias (e e o) que etimologicamente antecedem estas seqüências consonánticas (quer estas se conservem em galego [ex.: adepto], quer nom [ex.: aceçom]) som todas abertas. 19 Como complemento desta lista de exceçons, pode consultar-se, em conjunçom com os critérios da Comissom Lingüística da aeg antes enunciados, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da variante lusitana (Porto Editora [2009], também consultável na internet em <http://infopedia.pt>) e o da variante brasileira (Academia Brasileira de Letras, 52009).
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adaptador
copta
eucaliptol
antisséptico
corruptela
glipt(o)- ‘gravado’
assimptótico
corruptibilidade
glíptica
assumptível
corruptível
gliptogénese
captaçom
corrupto
gliptografia
captador
corruptor
gliptologia
captar
cripta
gliptoteca
captor
criptaçom
helicóptero
captura
criptar
hemíptero
capturar
críptico
hemoptise
cataléptico
cripto- ‘oculto’
hept(a)- ‘sete’
catóptrica
criptogámica
heptaédrico
catóptrico
criptogámico
heptagonal
cleptofobia
criptografia
heptágono
cleptófobo
criptográfico
heptaedro
cleptomania
criptograma
heptámetro
cleptomaníaco
criptologia
heptassilábico
cleptómano
crípton
heptassílabo
coleóptero
criptónimo
heteróptero
conceptismo
desadaptaçom
himenóptero
conceptista
desadaptado
homeoptoto
conceptual
desadaptar
homóptero
conceptualismo
eclíptica
homoptoto
conceptualista
eclíptico
inadaptaçom
conceptualizaçom
egiptologia
inadaptado
conceptualizar
egiptólogo
inadaptável
consumptivo
eruptivo
inaptidom
cooptaçom
eucaliptal
inapto
cooptar
eucalipto
inceptivo
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inconsumptível
optometria
repto
inconsumpto
optométrico
rúptil
incorruptibilidade
optometrista
ruptilidade
incorruptível
optómetro
ruptor
incorrupto
ortóptero
septenal
ineptidom
péptico
septenário
inepto
péptido
septénio
ininterrupto
peptona
septeto
intercepto
períptero
septicemia
interrupto
políptico
septicémico
interruptor
poliptoto
séptico
irruptivo
poliptóton
septicolor
isóptero leptom
-pterígio ‘barbatana’ septicorde (acantopterígio, crossopterígio, etc.) quiróptero séptil
mentecapto
raptador
septiliom
narcoléptico
raptar
septingentésimo
Neptuno (neptúnio, neptunite) rapto
septissílabo
neuroléptico
raptor
septo
neuróptero
readaptaçom
septuagenário
nevróptero
readaptar
septuagésimo
optaçom
recapturar
séptuor
optante
receptáncia
septuplicar
optar
reptaçom
séptuplo
optativo
reptador
sub-reptício
óptica
reptante
sumpto
opticidade
reptar
sumptuário
opticista
réptil
sumptuosidade
óptico (diferente de ótico ‘próprio do ouvido’)
reptilário
sumptuoso
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susceptáncia
transepto
voluptuoside
tetráptero
tríptico (cf. trítico ‘denominaçom voluptuoso comum às plantas do gén. Triticum’)
h) Grupos iniciados por t Conservam-se em todos os casos: aritmética, étnico, ritmo, etc., e mesmo em posiçom inicial: tmese.
11. Maiúsculas iniciais a) Casos gerais
Utiliza-se maiúscula ao começo da escrita ou depois de um ponto20: O dia 1 de janeiro fomos de viagem. Às três chegamos ao nosso destino.
Também se utiliza no começo de umha citaçom direta, depois de dous pontos: Dixo-me textualmente: «Nom tés nada que fazer!».
b) Com os nomes próprios
Casos em que normalmente se utiliza:
— Com os antropónimos (nomes de pessoa) e prosónimos (apelidos, cognomes e alcunhas): Joám
Sousa
D. Dinis, o Lavrador
A Marquesinha
20 É facultativo o uso das maiúsculas no começo do verso.
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— Nos nomes mitológicos e dos astros21: Baco
Lua
Marte
Sol
Prometeu
Terra
Minerva
— Nos topónimos (nomes de cordilheiras, montanhas, rios, continentes, naçons, regions, cidades, vilas, aldeias, lugares, bairros, avenidas, ruas, praças, largos, travessas, becos, escadinhas, pátios, jardins ou parques, etc.): Alpes
Estremadura
Avenida da Liberdade
Cabeça de Maceda
Corunha
Rua Travessa
Minho
Vilalva
Largo de Castelao
Europa
Vimianço
Praça da Galiza
Galiza
Gándaras
Beco dos Loureiros
— Com os nomes que designam entidades sagradas e elevados conceitos religiosos, políticos ou culturais22: Deus
Céu
ReligiomPaís
Arte
Virgem
Fé
Estado
Pátria
Ciência
Sam/Santo
Igreja
Império
Reino
Língua
Providência
Paraíso
Naçom
República
Cultura
— Com os nomes de ciências, ramos científicos e artes que designam disciplinas ou cadeiras escolares: Arte
Desenho
Literatura Galega
Matemática
Física
Galego-Português
21 No caso de Lua, Sol e Terra, quando se fala deles como astros, nom quando tenhem o sentido comum: Aquela terra era muito rica; O sol brilhava no horizonte (= a luz do Sol); A lua afagava as veigas (= a luz da Lua). Este uso é o mais normal. 22 É evidente que muitas destas formas podem ser empregadas com minúscula quando nom se lhes quer dar esse valor elevado.
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— Com os nomes de agremiaçons ou corporaçons: Associaçom de Estudos Galegos
Junta da Galiza
Biblioteca Nacional
Palácio de Justiça
Cámara Municipal de Lugo
Supremo Tribunal de Justiça
Escola de Arquitetura
Tipografia Breogám
Faculdade de Filologia
Universidade de Vigo
— Nas formas adjetivais ou pronominais referidas a entidades sagradas (Deus, Jesus, a Virgem, a Providência...) ou a pessoas de elevada hierarquia (papas, bispos, reis...): Dedico-Lhe grande culto
Enviamos a Nossa bençom
El(e) é o amparo de todos nós
Solicitamos a Vossa bençom
— Nos nomes, adjetivos ou pronomes de tratamento cortês ou de reverência e nas suas respetivas abreviaturas, assim como nas abreviaçons (nom no nome completo) dos títulos académicos (bacharel, doutor, graduado, licenciado, mestre), dos elementos químicos e outras de tipo usual: D. (Dom ou Dona)
Exm.mo (Excelentíssimo)
B. (bacharel)
Fr. (Frei)
Il.
Ld.º / Ld.a (licenciado/a)
el
mo
(Ilustríssimo)
S. (Sam, Santo ou Santa)
Rev. (Reverendo)
Dr. / Dra. ou Dr. (doutor(a)) a
Sr. (Senhor)
S. Ex.a (Sua Excelência)
Sr.a (Senhora)
Prof. / Prof.a (professor(a))
Au (ouro)
AA. (autores/autoras)
— Nos etnónimos (nomes de etnias, povos ou habitantes de um lugar, mesmo extraterrestres), normalmente usados em plural e como substantivos: os Galegos
os Portugueses os Italianos
os Europeus
os Corunheses
os Brasileiros
os Marcianos
os Ingleses
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Quando antes do artigo surge um adjetivo ou quando estes etnónimos se utilizam como adjetivos, vam com minúscula: muitos galegos
todos os franceses
alguns portugueses
poetas corunheses
— Nos pontos cardeais quando indicam regions ou zonas: o Norte da Galiza
o Ocidente da Europa
o galego do Sul
as terras do Oriente os países do Levante
o sol de Poente
No entanto, quando estes nomes indicam direçons ou limites geográficos, escrevem-se com minúscula: vento sul
percorrim a Galiza de norte para sul
latitude norte
a Galiza está limitada a leste polas Astúrias, por Leom e por Samora
— Nos nomes de eras, épocas, datas e festas célebres: Hégira
Idade Média
Quinta-Feira Maior
Natal
Mesozoico
Sexta-Feira Santa
Páscoa
Quinhentos
Carnaval ou Entruido
No entanto, os nomes correntes dos dias da semana, os nomes de mês e os nomes de estaçom do ano som com minúscula inicial: segunda-feira
janeiro
inverno
quinta-feira
abril
outono
— Com os títulos de honras e dignidades: Arcebispo
Embaixador
Presidente
Bispo
Papa
Primeiro-Ministro
Cardeal
Patriarca
Professora
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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS
— Denominaçons paracientíficas de táxons supragenéricos (famílias, ordens, etc.) de animais, plantas e fungos: Arionídeos
Carnívoros
Felídeos
Liliáceas
Rosáceas
— Nos títulos de publicaçons periódicas e afins, escritos em itálico: Agália
A Bola
A Nosa Terra
Kallaikia
Jornal de Notícias
Sermos Galiza
Por sua vez, nos títulos e subtítulos de livros e nos títulos de obras artísticas em geral (escritos em itálico ou sublinhados) é meramente facultativo grafar com inicial maiúscula todas as palavras de caráter «substantivo» (substantivos, adjetivos, verbos, advérbios): Folhas novas ou Folhas Novas A rendiçom de Breda ou A Rendiçom de Breda Os dous de sempre ou Os Dous de Sempre A bela moleira ou A Bela Moleira
II. SINAIS AUXILIARES DA ESCRITA E ALGUNS DE PONTUAÇOM 1. Acentos e acentuaçom a) Uso do acento agudo (´) Indica vogal tónica sobre á, í e ú. Sobre é e ó também assinala, além de tónica, vogal média aberta: saberá
café
ruído
dominó
saúde
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b) Uso do acento circunflexo (^) Utiliza-se sobre ê e ô, indicando vogais médias fechadas, sempre tónicas, nos seguintes casos:
Em certas formas de tema de Pretérito regular da segunda conjugaçom e dos verbos ser e ir: colhêrom
fôrom
colhêramos
fôramos
colhêrades
fôrades
colhêssemos
fôssemos
colhêssedes
fôssedes
Mas no tema de Pretérito irregular da segunda conjugaçom a vogal é média aberta, de maneira que se emprega o acento agudo: coubérom, coubéramos, coubérades, coubéssemos, coubéssedes; dérom, déramos, etc.; dixérom, dixéramos, etc.; estivérom, estivéramos, etc.; pudérom, pudéramos, etc.; vinhérom, vinhéramos, etc., etc.
Nos Infinitivos da segunda conjugaçom e do verbo pôr, quando levam posposto o alomorfe pronominal -lo, -la, -los, -las: conhecê-lo
pô-lo
fazê-la
pô-la
vê-los
pô-los
tê-las
pô-las
Nas seguintes formas verbais monossilábicas, por aplicaçom da regra correspondente ou por acento diacrítico: crê
dê
lê
vê
pôr
crês
dês
lês
vês
sê
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Ortografia II. SINAIS AUXILIARES DA ESCRITA E ALGUNS DE PONTUAÇOM
Em nomes, habitualmente esdrúxulos (também no grave cônsul), em que o e e o o surgem travados e formando sílaba com n ou m: almôndega
amêndoa
ênfase
brônquio
apêndice
idêntico
cônjuge
autêntico
lêndea
gôndola
cêntrico
parêntese
recôndito
ciência
silêncio, etc.
tômbola
Nas palavras acabadas em -ês (salvo: através, invés, revés, través, viés): albanês
cortês
inglês
norueguês
viguês
burguês
escocês
japonês
ponte-vedrês
Inês
arnês
freguês
marquês
rês (quadrúpede) Valdês
chinês
havanês
mês
três
cordovês
Nos nomes das letras: bê
dê
pê
tê
cê
gê
quê
uvê
Como acento diacrítico (além do já visto pôr): pôla(s) e pôlo(s) (galinha(s) e galo(s) jovem(s))
Em palavras esdrúxulas com o ditongo eu: êufono farmacêutico terapêutico, etc.
E nas seguintes vozes soltas: mercê (Mercês)
acô
têxtil
porquê
alô
Hanôver
você
avô
Almodôvar
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bêbedo
lêvedo
ajôujere
dêveda (= dívida)
nêspera
côdea
êrvedo
nêveda
côvado
êxito
pêsame
estômago
êxodo
pêssego/pêxego
fôlego
êxtase
plêiade
lôbrego
êxtero-
sêmola
serôdio
fêmea
sêxtuplo
sicômoro
Confrontem-se: lés (leste)
lês (de ler)
pé (extremidade)
pê (letra)
sé (catedral)
sê (verbo ser)
té (aférese de até)
tê (letra)
tés (de ter)
tês (letras)
vés (de vir)
vês (de ver)
c) Uso do acento grave (`) Utiliza-se obrigatoriamente nos casos da contraçom de duas palavras átonas, a da preposiçom a e os artigos femininos a, as: Saiu à rua
Vinhérom às três da tarde
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d) Regras de acentuaçom
Primeira regra: esdrúxulas Acentuam-se todas, considerando também esdrúxulas as palavras constituídas pola seqüência vogal tónica + consoante(s) + ia, ie, io, ua, ue, uo (+ consoante):
álgido
saíamos
ciência
frágua
côdea
íades
espécie
ténue
cólica
pêsame
índio
ubíquo
Segunda regra: graves e agudas com a seqüência vogal + i, u tónicos Acentuam-se os i e u tónicos (precedidos de vogal) quando fam sílaba por si sós ou com s aí
heroína
miúdo
saúdas
altruísta
balaústre
caías
juízo
raínha
viúvo
ateísmo
egoísta
De maneira que nom se acentuam quando fam sílaba com consoante diferente de s e quando fam parte de um ditongo (nom formam sílaba por si):
ainda
juiz
atribuiu (u-iu)
aqüista (-qüis-)
construir
raiz
saiu (a-iu)
lingüista (-güis-)
sair
transeunte
Terceira regra: graves e agudas sem a seqüência vogal + i, u tónicos Nestes casos, em palavras graves e agudas de mais de umha sílaba, levam-se em conta as seguintes terminaçons: -a, -e (+ s, m, ou ns) -o (+ s) Agudas: acentuam-se está(s)
ecrám
ecráns (tb. ecrães)
mercê(s)
furacám
furacáns (tb. furacães)
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ilhó(s)
leilám
armazém
armazéns
leiláns (tb. leilães)
Graves: nom se acentuam mesa(s), saia(s)
havia(m)
pente(s), atue(s), agilmente
jovem jovens
leito(s) Gomes, Rodrigues e para os monossílabos (agudos): -a, -e, -o (+s) chá(s)
é(s)
nó(s)
dá(s)
crê(s)
pó(s)
gás
dê(s)
só(s)
já má(s) Quando as terminaçons nom som estas, as agudas nom levam acento e as graves si. Assim, nom se acentuam as palavras de mais de umha sílaba agudas e si as graves acabadas em:
e + n: abdómen abdomens pólen polens23
23 Na Galiza (como no Brasil, mas diferentemente do que é habitual em Portugal), a consoante nasal final de tais vozes articula-se como n velar (n alveolar em Portugal) e o correspondente plural forma-se em -ns (hífen, hifens; cf. Pt. hífen, hífenes).
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Ortografia II. SINAIS AUXILIARES DA ESCRITA E ALGUNS DE PONTUAÇOM
o + m, n ou ns: açom
açons
andárom cláxon cláxons
limom
limons
trouxérom pláncton plánctons
vivêrom táxon
táxons24
fôrom
-i, -u (+ s, m ou ns): ali
alguns
táxi(s)
débeis
anis
fatais
vírus
hábeis
jardim
cantei
álbum
túneis
jardins
bocoi(s)
álbuns
hóquei
tabu(s)
azuis
audíveis
jóquei(s)
consoante ou grupo consonántico diferente de -s, -m, -n ou -ns (l, r, x, z, ps): cantar
açúcar
feliz
fórceps
papel
hábil
clímax
e nom levam acento os monossílabos acabados em:
-i, -u (+ consoante)
-a, -e, -o + consoante diferente de s: si(s)
pai(s)
ir
luz
pam
bem
bom
gnu(s)
teu(s)
sul
paz
pans
bens
bons
24 Na Galiza (como no Brasil, mas diferentemente do que é habitual em Portugal), a consoante nasal final de tais vozes articula-se como n velar (n alveolar em Portugal) e o correspondente plural forma-se em -ns (táxon, táxons; cf. Pt. táxon, táxones).
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e) Casos especiais de acentuaçom
Acentos diacríticos obrigatórios, para diferenciar palavras que se escreveriam igual: à(s) (prep. a + art. a, as) – a; a(s) (prep.; artigos) pêro (substantivo) – pero (conjunçom arcaica) póla(s) (ramo(s) de árvore) – pôla(s) (galinha(s)) – pola(s) (prep. por + art. a, as) pólo(s) (extremo(s)) – pôlo(s) (galo(s)) – polo(s) (prep. por + art. o, os) pôr (verbo) – por (prep.) E para diferenciar as variantes das terceiras pessoas do plural das terceiras do singular dos verbos pôr, ter e ver: (eles/elas) póm (ou ponhem) – (el/ela) pom (eles/elas) tém (ou tenhem) – (el/ela) tem (eles/elas) vém (ou venhem) – (el/ela) vem Pode usar-se acento diacrítico no advérbio de quantidade máis se se empregar a conjunçom adversativa mais em vez de mas (esta, preferente).
Acentuaçom de ditongos abertos éi e éu, também com critérios diacríticos, pois os fechados nom levam acento:
— nos plurais de palavras acabadas em -el e -ol: anéis
fiéis
anzóis
rouxinóis
corcéis
hotéis
lençóis
urinóis
— nas seguintes pessoas dos verbos doer, moer e roer: dói(s)
mói(s)
rói(s)
— numhas poucas vozes acabadas em -éu(s) (cf.: europeu, fariseu, colheu, rompeu, etc.): céu
fidéu
réu
Bordéus
chapéu
ilhéu
véu
Bornéu
escarcéu
mausoléu
Pirenéus 73
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— e nas seguintes: herói Alcói Elói Hanói25
Acentuaçom de palavras compostas. As que nom surgem unidas por traço acentuam-se como se fossem umha única palavra e nas que levam traço acentua-se cada elemento por separado, seguindo as regras anteriores: adeus
parabéns finca-pé
passatempo pontapé
cantá-lo pô-lo
pré-história colhê-lo recolhe-lo
Acentuaçom de vogais maiúsculas. Acentuam-se como as minúsculas: África
Ásia
É um grande home
Às três virá
Íris
MAIÚSCULA
25 De harmonia com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, nas seguintes séries de palavras, o ditongo deverá escrever-se oi devido a que o timbre do o é oscilante conforme as regions de fala galego-portuguesa: na terminaçom -oide (alcaloide, androide, asteroide, etc.; no entanto, na Galiza em todas estas palavras, o o do ditongo terminal deverá realizar-se aberto); na terminaçom -oico (antropozoico, benzoico, caproico, etc.; na Galiza, em todas estas palavras, o o do ditongo terminal deverá realizar-se aberto); na terminaçom -oia (Arnoia, boia, claraboia, jiboia, joia, paranoia, tramoia, etc.; na Galiza, em todas estas palavras, o o do ditongo terminal deverá realizar-se aberto); na terminaçom -oio (apoio, arroio, azuloio, comboio, joio, Poio, saloio, etc.; na Galiza, é aberto o o do ditongo terminal de azuloio, mas fechado no resto das palavras da série); na terminaçom -oito (biscoito, coito, dezaoito, introito, oito, etc.; na Galiza, é aberto o o do ditongo terminal de introito, mas fechado no resto das palavras da série).
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2. O traço de uniom ou hífen Emprega-se nos seguintes casos: a) Com os pronomes pessoais:
para os ligar a umha forma verbal a que vam pospostos: cantava-o
colhe-lho
colheu-(n)o
buscam-nas
abri-lo
falar-me
cantará-no-la
viu-(n)a
cantá-la
atribuí-las
juntai-vos
sentemo-nos
levam-no
colhê-los
procurade-los
para ligar as contraçons de nos, vos, lhes com lo, la, los, las: dérom-no-la nom vo-las tem abriu-lhe-las (dialetal, frente a abriu-lhas)
para os unir ao advérbio de lugar (apresentativo) eis: eis-me eis-te
ei-lo
ei-la
eis-nos
ei-los
ei-las
eis-vos
b) Nas vozes compostas por associaçom de palavras:
Nom se utiliza o hífen nas vozes compostas por associaçom de palavras em que cada elemento nom mantém o seu acento próprio. Exemplos: abetarda, adeus, aguardente (tb. água-ardente), aguarrás, alçapom, altibaixo, altifalante (tb. alto-falante), boquiaberto, cabisbaixo, catassol, claraboia, embora, fidalgo, girassol, madrepérola, madressilva, montepio, parabéns, paraquedas, paraquedismo, paraquedista, passatempo, pernalta, planalto, pontapé, rodapé, tornassol, vaivém, vanglória, varapau, viandante.
Utiliza-se o hífen, em geral, nos vocábulos compostos por associaçom (justaposiçom) de palavras que nom contenhem formas de ligaçom e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem umha unidade sintagmática e semántica e mantenhem acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: água-mel, algodom-pólvora, arcebispo-bispo, arco-íris (mas arco da velha: v. infra), azul-escuro, banho-maria, beira-mar,
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bolo-rei, café-concerto, conta-gotas, decreto-lei, deve-haver, fato-macaco, galego-falante26, goma-laca, guarda-noturno, jardim-escola, mae-pátria ou mai-pátria, matéria-prima, médico-cirurgiao, mestre-escola, mestre-sala, navio-fábrica, obra-prima, papel-moeda, pedra-íman, pedra-pomes, quarta-feira, raínha-cláudia, redator-chefe, régua-tê, sal-gema, salvo-conduto, tenente-coronel, tenente-general, terça-feira, tio-avô, turbo-reator, turma-piloto, vagom-cama, vagom-restaurante, vila-diogo.
O caso mais habitual de uso do hífen nas vozes compostas pola associaçom de palavras é entre verbo + substantivo (sendo especialmente utilizadas como primeiro elemento as formas verbais conta-, corta-, guarda-, lança-, mata-, para-, porta-, quebra-, saca- e tira-): abre-latas, apara-lápis, arranha-céu(s), beija-mao, busca-vidas, cata-vento, conta-gotas, corta-papel, draga-minas, enxota-moscas, finca-pé, fura-bolos, ganha-pam, guarda-chuva, guarda-costas, guarda-joias, lança-chamas, lava-louça, limpa-botas, limpa-para-brisas, mata-borrom, mata-ratos, papa-moscas, para-raios, para-sol, pesa-papéis, pica-pau, pica-peixe, porta-voz, quebra-cabeça, queima-roupa (à), saca-rolhas, salta-sebes, salva-vidas, tira-fundo, tira-nódoas, trava-língua, vaga-lume, vira-casaca(s).
— E, polo mesmo motivo, nos nomes de pessoas, apelidos e alcunhas formadas polos mesmos elementos: Mata-Lobos, Mata-Mouros, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes. — Mas nom levam hífen as formas já vistas: catassol, girassol, passatempo.
tornassol,
paraquedas,
paraquedista,
paraquedismo,
26 Denominaçom dos utentes de umha língua, quando o termo consta do nome da língua em causa mais a palavra falante: castelhano-falante, espanhol-falante, galego-falante, etc. Mas quando o elemento inicial é um formante latino, este grafa-se soldado à palavra -falante (recomposto de caráter radicolexical) ou ao radical -́fono (recomposto puro): galecofalante ou galaicofalante, hispanofalante, lusofalante, etc.; anglófono, francófono, galaicófono, galecófono, lusófono, etc.
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Também levam hífen as palavras compostas por verbo + verbo: bule-bule, chupa-chupa, cia-voga, corre-corre, dói-dói, estende-encolhe, ganha-perde, leixa-prem, pisca-pisca, puxa-puxa, ruge-ruge.
— Mas nom levam hífen as já vistas: alçapom, vaivém.
Também se utiliza hífen nos adjetivos justapostos em que a composiçom é nítida, mas nom nos adjetivos de natureza radicolexical (recompostos), integrados por um radical greco-latino e um adjetivo (ex.: agropecuário, sociopolítico): físico-químico, franco-atirador, franco-massom, histórico-etimológico, histórico-geográfico, histórico-natural, médico-cirúrgico, médico-legal, novo-rico, sete-mesinho, técnico-científico, teórico-prático, todo-poderoso, surdo-mudo ou xordo-mudo.
Quando o primeiro elemento é um numeral também se usa o hífen: meia-cana, meia-coroa, meia-idade, meia-laranja, meia-lua, meia-noite, meio-dia, meio-irmao, meio-morto, mil-folhas, prima-dona, primeiro-ministro, quarta-feira, quatro-cantinhos, quinta-coluna, quinta-essência, quinta-feira, segunda-feira, Sete-Estrelo, sexta-feira, terça-feira.
Também quando o primeiro elemento é alto-, baixo-, belas- (bel-), bom- (boa-, boas-, bons-) e gram- (Gram-): alto-alemám, alto-falante (tb. altifalante), alto-forno, alto-relevo, baixa-mar, baixo-império, baixo-latim, baixo-relevo, baixo-ventre, belas-artes, bel-prazer, boa-nova, boas-entradas, boa(s)-noite(s), boa(s)-tarde(s), boas-vindas, bon(s)-dia(s), Gram-Bretanha, Gram-Canária, gram-cruz, gram-duque, gram-mestre, gram-visir (Pt.+Br. grão-vizir).
Unem-se com hífen as palavras que integram os nomes vernáculos de grupos (subespécies, espécies, géneros, etc.) de animais: andorinha-do-mar, formiga-leom, garça-real, gato-bravo/-montês, gato-doméstico, leom-asiático, leom-marinho, lesma-de-conchinha, peixe-anjo, peixe-espada, peixe-sapo, pica-pau, pica-peixe, rato-almiscareiro, sapo-concho, tubarom-martelo, urso-formigueiro, vaca-loira/-loura, víbora-de-seoane.
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Unem-se com hífen as palavras que integram os nomes vernáculos de grupos (subespécies, espécies, géneros, etc.) de plantas e fungos27: alho-porro, amanita-mata-moscas, cedro-do-líbano, couve-flor, erva-belida, faia-branca, fava-de-santo-inácio, hortelá-pimenta, noz-moscada, raínha-cláudia, salgueiro-chorom.
Levam hífen os nomes de cores integrados por palavras justapostas: amarelo-claro, amarelo-escuro, amarelo-torrado, azul-claro, azul-escuro, azul-marinho, verde-claro, verde-escuro, verde-esmeralda, verde-garrafa, verde-mar, verde-negro.
Levam hífen os vocábulos compostos por dous adjetivos que designam nomes de povos ou línguas: anglo-saxónico, austro-húngaro, brasílio-argentino, euro-asiático, franco-alemám, galego-luso, galego-português, galo-hispano, greco-latino, greco-romano, heleno-latino, hispano-americano, hispano-luso, ibero-americano, indo-europeu, israelo-libanês, latino-americano, luso-brasileiro, luso-espanhol, luso-galaico, reto-romano, russo-japonês, servo-croata, tupi-guarani.
Usa-se o hífen quando se combinam ou oponhem simetricamente dous nomes próprios: Áustria-Hungria, Croácia-Eslavónia, Encontro Celta-Desportivo.
Nos nomes dos pontos cardeais, quando o primeiro elemento está reduzido: és-nordeste, és-sueste, lés-nordeste, lés-sueste, nor-nordeste, nor-noroeste, oés-noroeste, oés-sudeste, su-sudoeste, su-sudeste.
Nos gentílicos e nos patronímicos provenientes de um nome próprio composto com ou sem hífen: belo-horizontino (Belo Horizonte), cabo-verdiano (Cabo Verde), cela-novês (Cela Nova), centro-americano (América Central), estado-unidense (Estados Unidos [da América]), gil-vicentino (Gil Vicente), norte-americano (América do Norte), nova-iorquino (Nova Iorque), ponte-vedrês (Ponte Vedra), sam-paulense
27 Além de alguns nomes vernáculos de grupos de animais, vegetais e fungos, as únicas vozes que apresentam mais de duas palavras ligadas por hífen som os termos limpa-para-brisas e mais-que-perfeito e os topónimos cujos elementos estám vinculados por artigo: Sobre-os-Moínhos, Trás-os-Montes, etc.
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(São Paulo), sam-tomense (São Tomé), sul-africano (África do Sul), sul-americano (América do Sul). — E, polo mesmo motivo, em: dom-joám (dom-joanesco), dom-quixote (dom-quixotesco), joám-fernandes, joám-ninguém, sancho-pança.
Nas expressons latinas ou latinizantes: ave-maria, dura-máter, fac-símile, flós-santório, in-fólio, in-oitavo ou in-octavo, in-quarto, mapa-múndi, pia-máter, salve-raínha, vade-mécum, vade-retro, vera-efígie.
Nas palavras de tipo onomatopeico e em certas expressons usadas como substantivos: ai-jesus!, crás-crás, tique-taque, tsé-tsé (mosca), zás-cataprás.
Nos termos que designam realidades de natureza dupla ou composta no campo das Ciências Naturais: ampere-hora, ano-luz, átomo-grama, cavalo-vapor, célula-filha, célula-mae ou célula-mai, cilindro-eixo, crómio-níquel (liga), eletrom-volt, quilowatt-hora.
c) Nas palavras compostas por prefixaçom e nos recompostos:
Nos termos compostos por prefixaçom só se usa hífen nas seguintes circunstáncias28:
— Em todos os casos, com os seguintes prefixos (tónicos, em que o segundo elemento tem vida à parte: cf. pré-clímax, previsom): além-, ántero-, aquém-, bem-29, côncavo-, cónico-, convexo-, ex- (com o sentido de ‘estado anterior ou cessamento’), êxtero-30, ínfero-, íntero-, látero-31, médio-, nom- (quando forma substantivo,
28 Nos compostos por prefixaçom que nom levam hífen e em que o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, estas consoantes duplicam: contrarregra, cosseno, infrassom, suprarrenal, etc. Por outro lado, só se grafa um esse medial quando se associam o prefixo trans- e umha palavra que começa por s: trans- + sudaçom → transudaçom. 29 Nalguns compostos, o advérbio bem aparece soldado (sob a forma ben-) ao segundo elemento (nunca se este começa por vogal, h, m ou n): benfazejo, benfeitor, benquerença, etc. 30 Também existe como radical (ou prefixo átono), extero-, que se grafa soldado: exterorrecetor. 31 Também existe como radical (ou prefixo átono), latero-, que se grafa soldado: lateroflexom.
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mas sem hífen quando modifica um adjetivo: [elemento] nom radioativo), plano-, pós- (e após-), póstero-, pré-, pró- (quando tónico e com o significado de ‘favorecedor de’)32, quase- (quando forma substantivo, mas sem hífen quando modifica um adjetivo: quase analógico, quase estático), recém-, sem-, sota-, soto-, súpero-, vice- e vizo-: além-fronteiras, além-mar, ántero-dorsal, aquém-mar, aquém-Minho, bem-aventurança, bem-estar, bem-soante, bem-vindo, bem-visto, côncavo-convexo, cónico-espiral, convexo-côncavo, ex-diretor, ex-voto, êxtero-inferior, ínfero-posterior, íntero-superior, látero-abdominal, médio-palatal, nom-fumador, nom-metal, plano-convexo, pós-guerra (= após-guerra), pós-operatório, póstero-inferior, pré-clímax, pré-natal, pró-británico, quase-alijamento, quase-contrato, recém-casado, recém-nascido, sem-fim, sem-número, sem-sabor (tb. sensabor), sem-vergonha, sota-voga, soto-capitám, súpero-anterior, vice-presidente, vice-versa, vizo-rei (= vice-rei). — Nos compostos por prefixaçom em que o segundo elemento começa por h, exceto no caso dos compostos que contenhem os prefixos an-, bi-, bis-, cis-, des-, dis-, ex- (com o valor negativo ou de ‘externo’), in-, per-, re-, retro- e trans-, nos quais o segundo elemento perde o h- inicial e se produz soldadura dos elementos: ante-histórico, anti-hemorrágico, arqui-hierarca, auto-hemoterapia, circum-hospitalar, co-herdeiro33, hiper-humano, infra-hepático, iso-hídrico, pseudo-herói, sobre-humano, sub-hepático.
Mas: anidrido, biebdomadário, desidrataçom, desumano, desumidificar, inábil, inarmónico, inumano, peridrofenantreno, reabilitaçom, transumáncia.
— Nos compostos por prefixaçom em que o prefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento, exceto com os prefixos co-, pre- átono e re-: anti-ibérico, auto-organizaçom, contra-almirante, infra-axilar, semi-interno, sobre-envelhecimento, supra-auricular.
32 Mas sem hífen obrigatório quando átono e com o sentido de ‘antecedência’: prossímio, etc. 33 Mas quando a palavra que segue ao prefixo co- (com o significado de ‘a par de’) nom tem vida própria, nom tem acento próprio e/ou, de facto, o composto já existia em latim, entom o segundo componente perde o h etimológico e o composto grafa-se sem hífen: coabitar, coabitaçom, etc.
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Mas: cooperaçom, cooperar, coordenada, preencher, preenchimento, reelaboraçom, reentráncia, reescrita; antiaéreo, autoaprendizagem, coeducaçom, endoenterite, neoescolástico, pseudoarcaísmo.
— Nos compostos por prefixaçom com os prefixos circum-34, mal- e pan-35, quando o segundo elemento começa por (além de h, caso já considerado) vogal ou, no caso de circum- e pan-, por m ou n: circum-anal, circum-murado, circum-navegaçom (mas circumpolar, circunjacente), mal-afamado, mal-educado, mal-estar (mas malmandado, malnutrido, malsoante), pan-africano, pan-monofilo, pan-negritude (mas pambrasileiro, pantropical). — Nos compostos por prefixaçom com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando combinados com elementos iniciados por r-: hiper-requintado, inter-resistente, super-refraçom, super-regeneraçom. — Nos compostos por prefixaçom com os prefixos acabados em -b (ab-, ob-, sob-, sub-), quando a palavra seguinte começa por (além de h-) b- ou r-: ab-reaçom, ab-rogar, ob-rogar, sub-betuminoso, sub-bibliotecário, sub-regiom, sub-reptício. — Nos compostos por prefixaçom com o prefixo ad- quando a palavra seguinte começa por (além de h-) d- ou r-: ad-digital, ad-radial, ad-renal (mas: adrenalina).
Nos recompostos (termos compostos integrados por radicais greco-latinos ou por um radical greco-latino e umha palavra [= termos radicolexicais])36 só se emprega hífen nos dous seguintes casos37:
34 O prefixo (ou radical) circum- assume a forma circun- quando vai soldado ao seguinte elemento e este nom começa por b ou por p. 35 Tendo em conta a constituiçom dalguns dos compostos que se formam com circum-/circun- e pan- (p. ex.: circum-nutaçom, circunvoluçom, pan-mixia), estes elementos podem considerar-se, além de prefixos, também radicais (quando o segundo elemento do composto nom tem vida à parte). 36 Nos recompostos em que o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, estas consoantes duplicam: biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, ribossoma, etc. 37 Três casos se se considerar a condiçom de radical de circum-/circun- e de pan- em recompostos como circum-nutaçom, pan-mixia, etc. (segundo elemento começado por vogal, m ou n).
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— Quando o segundo elemento compositivo do recomposto, independentemente da sua natureza, começa com a mesma vogal que o primeiro: eletro-óptico, micro-onda, têmporo-occipital. — Quando o segundo elemento compositivo do recomposto é umha palavra (e nom um radical greco-latino!) que começa por h-38: eletro-hemostase, eletro-higrómetro, geo-história, neuro-hemal, neuro-hormona. — Portanto, de harmonia com os critérios expostos, nom se utiliza hífen na grande maioria dos recompostos (ex.: biologia, cardiopatia, cromossoma, helicóptero, lentiforme, quiróptero, rinoceronte, etc.), incluindo-se também aqui termos radicolexicais como agropecuário, autoestrada, cranioencefálico, fluviomarinho, glandulomamário, mineromedicinal, motosserra, neurotoxina, radioatividade, sociopolítico, temporomandibular, vegetoanimal, vertebromedular, vomeronasal, etc. — Nos recompostos em cuja formaçom se produz encontro de vogais, a norma geral é a conservaçom destas vogais (ex.: eletro-óptico, micro-onda, piezoeletricidade, radioatividade), mas, nalguns casos, regista-se (de modo facultativo) umha simplificaçom do par vocálico de ligaçom, de maneira a conservar-se, quase sempre, apenas a segunda vogal (apócope da última vogal do primeiro elemento). Exemplos: dulçaqüícola (tb. dulciaqüícola), gastrenterologia (tb. gastroenterologia), geniturinário (tb. genitourinário), metanálise (tb. meta-análise), microrganismo (tb. micro-organismo), psicanálise. d) No final e no começo da linha escrita Usa-se o hífen para separar em duas partes umha palavra no fim da linha: es- / tética
esté- / tica
estéti- / ca
38 Nos casos em que o segundo elemento do recomposto é um radical greco-latino, este solda-se ao primeiro elemento e perde o h inicial que eventualmente, por razons etimológicas, lhe poderia corresponder. Assim, em contraste com o radical halo-, que aparece, por exemplo, em halobionte e halófito, acha-se o radical cognado -alino, que forma os recompostos estenoalino e eurialino; frente a hipso- em hipsodonte e hipsometria, -ipsa em isoipsa, etc.
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Nas palavras que vam unidas por traço, quando este coincide com o final da linha, começa-se a seguinte também com traço: darám- / -chos
ei- / -las
levárom-no- / -la
quebra- / -nozes
pós- / -guerra
3. O trema ou diérese Em contraste com os padrons ortográficos lusitano e brasileiro, em galego utiliza-se o trema sobre o u que se pronuncia nas seqüências güe, güi, qüe, qüi: argüi
lingüista
aqüífero
tranqüilidade
argüir
mingües
cinqüenta
eqüídeo
argüis
mingüemos
aqüicultura
eqüestre
4. Os pontos de interrogaçom e de exclamaçom Os pontos de interrogaçom (?) e de exclamaçom (!) só se utilizam no fim de oraçom: Quem mo dixo?
Parece mentira!
O que queres?
Que cousas tés!
Seria verdade o que aconteceu?
Nom tem direito a fazer-nos isto!
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Ortografia
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MORFOLOGIA
I. O ARTIGO 1. Formas Definido
Indefinido
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
Singular
o
a
um
umha
Plural
os
as
uns
umhas
2. Contraçons do Definido a) Contrai obrigatoriamente com as preposiçons a, de, em e por: o
a
os
as
a
ao
à
aos
às
de
do
da
dos
das
em
no
na
nos
nas
por
polo
pola
polos
polas
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Morfologia I. O ARTIGO
b) Nom contrai com a preposiçom com (o que nom exclui realizaçons orais contractas do tipo «co», «coa»)
com
o
a
os
as
com o
com a
com os
com as
3. Contraçons do Indefinido a) Contrai obrigatoriamente com a preposiçom em:
em
um
umha
uns
umhas
num
numha
nuns
numhas
b) Contrai de maneira optativa com a preposiçom de:
de
um
umha
uns
umhas
dum
dumha
duns
dumhas
de um
de umha
de uns
de umhas
c) Nom contrai com a preposiçom com (o que nom exclui realizaçons orais contractas do tipo «cum», «cumha»):
com
um
umha
uns
umhas
com um
com umha
com uns
com umhas
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
II. O NOME 1. Género dos nomes Polo comportamento dos nomes a respeito do género podemos distinguir:
Nomes sem flexom de género: — com um único género: a águia
a omoplata
o abutre
o javali
a água
a pessoa
o bacalhau
o joelho
a andorinha
a pétala
o berço
o pesadelo
a arma
a platina
o crocodilo
o pezunho
a arte
a policlínica
o cuspo (cuspe)
o pintassilgo
a criança
o dia
o polvo
a equipa
a precinta a rádio (radiodifusom)
o diapositivo
o rádio (aparelho)
a lagosta
a sebe
o espírito
o riso
a mao
a testemunha
o fantasma
o rouxinol
a moto
a vítima
o gaviám
o vime
— com umha única forma para os dous géneros: o/a agente
o/a jovem
comum
feliz
o/a dentista
o/a mártir
contente
maior
o/a estudante
o/a presidente
cortês
melhor
o/a jornalista
o/a servente
fácil
pior
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Morfologia II. O NOME
Nomes com flexom de género: agro – agra
gato – gata
belo – bela
lambom – lambona
barco – barca
judeu – judia
bom – boa
ligeiro – ligeira
cesto – cesta
lenho – lenha
branco – branca
loiro – loira
cidadao – cidadá
leom – leoa
europeu – europeia
mau – má
Acerca dos nomes com um único género convém notar que:
Os nomes que designam árvores ou arbustos frutíferos som derivados normalmente do nome do fruto (ou fruta) correspondente e, salvo raras exceçons, tenhem o mesmo género: a ameixeira (a ameixa)
o abacateiro (o abacate)
a amendoeira (a amêndoa)
o fatoeiro (o fatom)
a aveleira (a avelá)
o limoeiro (o limom)
a cereijeira (a cereija)
o marmeleiro (o marmelo)
a ginjeira (a ginja)
o pereiro (o pêro)
a laranjeira (a laranja)
o pessegueiro (o pêssego)
a mac(i)eira (a maçá)
a nogueira (a noz)
a oliveira (a oliva)
a pereira (a pera)
Mas: o castanheiro (a castanha)
a figueira (o figo)
Igualmente, cumpre salientar que:
Som nomes femininos:
— os acabados em -agem (= -age): a bagage(m)
a homenage(m)
a personage(m)
a folhage(m)
a linguage(m)
a roupage(m)
a garage(m)
a paisage(m)
a vantage(m)
a pesage(m)
a passage(m)
a viage(m)
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
A palavra personage(m) pode usar-se como masculina em caso de as personagens serem todas elas masculinas. No entanto, salvo a laje(m), som masculinos três nomes acabados em -aje(m): o paje(m)
o traje
o ultraje/aldraje
a dor
a frente
a origem
— e também: a análise a árvore
a ênfase
a margem
a ponte
a cor
a fraude
a ordem
a síndrome (ou síndroma)
o quê
o uvê
o legume
o lume
o dote
o leite
o estratagema
o nada
a cute
Som nomes masculinos:
— os nomes das letras: o agá
o jota
o xis
o zeta, etc.
— os acabados em -ume: o costume
o cume
o pesadume
o queixume
— os seguintes também acabados em -e: o cárcere
o couce
o sangue
o úbere/ubre
— os seguintes acabados em -a: o alerta
o diadema
o samba
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Morfologia II. O NOME
— e os seguintes acabados em consoante: o cal ‘óxido de cálcio’ [Pt.+Br. a cal]
o sal
o calor
o fim
o fel
o sinal
o labor
o nariz
o mel
o til
o mar
o pez
o postal
2. Nomes com variaçom de género: Regras de flexom a) Primeira regra: Os nomes masculinos acabados em -o ou -e átonos apresentam um feminino com a mesma raiz, mas acabados em -a átono: aluno – aluna
ovo – ova
belo– bela
chefe – chefa
madeiro – madeira
formoso – formosa
mestre – mestra
meninho – meninha
grosso – grossa
monge – monja
porco – porca
molesto – molesta
Os masculinos acabados em -eu apresentam um feminino em -eia: ateu – ateia
jacobeu – jacobeia
europeu – europeia
maniqueu – maniqueia
galileu – galileia
pigmeu – pigmeia
hebreu – hebreia
plebeu – plebeia
Excetuam-se: ilheu – ilhoa
judeu – judia
reu – ré
sandeu – sandia
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b) Segunda regra: Os nomes masculinos acabados em vogal tónica ou em consoante (mas nom os terminados em -ao/-ám: v. infra) apresentam no feminino um -a final acrescentado na mesma raiz que a do masculino: andaluz – andaluza
espanhol – espanhola
lambom – lambona
avô – avoa (e avó)
freguês – freguesa
lapom – lapona [da Lapónia]
cru – crua
ganhador – ganhadora
sultám – sultana
Exceçons:
O nome adjetivo só é forma invariável (O meninho está só / A meninha está só), utilizando-se o diminutivo (soínho / soínha ou sozinho / sozinha) para evitar ambigüidades (Está soínho / Está sozinha).
Os nomes acabados em -om seguem normalmente a regra, incluindo a esmagadora maioria dos casos em que este sufixo apresenta caráter aumentativo-depreciativo (v. supra lambom – lambona; mais exemplos: brincalhom – brincalhona, cabeçom – cabeçona, chorom – chorona, foçom – foçona, quarentom – quarentona, solteirom – solteirona, etc.). Quando nom seguem a regra, os nomes findos em -om apresentam um feminino sem o -m final da raiz do masculino (oferece-se a lista completa): anfitriom – anfitrioa
bom – boa
bretom – bretoa
campeom – campeoa
chambom – chamboa
furom – furoa [animal]
ladrom – ladroa (e ladra)
leitom – leitoa
letom – letoa [da Letónia]
leom – leoa
pavom – pavoa
peom – peoa
retouçom – retouçoa
saxom – saxoa [tb. saxónico -a]
tabeliom – tabelioa
varom – varoa
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Morfologia II. O NOME
c) Terceira regra: Os nomes masculinos acabados em -ao, bem como os acabados em -ám, apresentam um feminino em -á sem a terminaçom -ao ou -am: aldeao (tb. aldeão; dialetal: aldeám)..............................................aldeá (tb. aldeã) anao (tb. anão; dialetal: anám)........................................................aná (tb. anã) anciao (tb. ancião; dialetal: anciám)...............................................anciá (tb. anciã) artesao (tb. artesão; dialetal: artesám)..........................................artesá (tb. artesã) castelao (tb. castelão; dialetal: castelám)......................................castelá (tb. castelã) chao (tb. chão; dialetal: cham)........................................................chá (tb. chã)1 cidadao (tb. cidadão; dialetal: cidadám).........................................cidadá (tb. cidadã) cirugiao (tb. cirurgião; dialetal: cirurgiám)....................................cirurgiá (tb. cirurgiã) coirmao (tb. coirmão; dialetal: coirmám).......................................coirmá (tb. coirmã)2 cortesao (tb. cortesão; dialetal: cortesám)....................................cortesá (tb. cortesã) cristao (tb. cristão; dialetal: cristám).............................................cristá (tb. cristã) ermitao (tb. ermitão; dialetal: ermitám)........................................ermitá (tb. ermitã) escrivao (tb. escrivão; dialetal: escrivám)......................................escrivá (tb. escrivã) grao (tb. grão; dialetal: gram).........................................................grá (tb. grã) hortelao (tb. hortelão; dialetal: hortelám).....................................hortelá (tb. hortelã) irmao (tb. irmão; dialetal: irmám)..................................................irmá (tb. irmã) louçao (tb. loução; dialetal: louçám)...............................................louçá (tb. louçã)) marrao (tb. marrão; dialetal: marrám)...........................................marrá (tb. marrã) meao (tb. meão; dialetal: meám)....................................................meá (tb. meã) nugalhao (tb. nugalhão; dialetal: nugalhám).................................nugalhá (tb. nugalhã) pagao (tb. pagão; dialetal: pagám)..................................................pagá (tb. pagã) sacristao (tb. sacristão; dialetal: sacristám)..................................sacristá (tb. sacristã)
1
Substantivo invariável de origem similar a chao é porao (Pt.+Br. porão).
2
Forma preferível a curmao – curmá.
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sao (tb. são; dialetal: sam)..............................................................sá (tb. sã) tecelao (tb. tecelão; dialetal: tecelám)...........................................tecelá (tb. tecelã) temporao (tb. temporão; dialetal: temporám)...............................temporá (tb. temporã) vao (tb. vão; dialetal: vam)...............................................................vá (tb. vã) vilao (tb. vilão; dialetal: vilám)........................................................vilá (tb. vilã) afegám.............................................................................................afegá (tb. afegã) alemám........................................................................................ alemá (tb. alemã) barregám...................................................................................... barregá (tb. barregã) capitám......................................................................................... capitá (tb. capitã) catalám......................................................................................... catalá (tb. catalã) charlatám..................................................................................... charlatá (tb. charlatã) folgazám....................................................................................... folgazá (tb. folgazã) guardiám...................................................................................... guardiá (tb. guardiã) langrám........................................................................................ langrá (tb. langrã) rufiám........................................................................................... rufiá (tb. rufiã), etc.
Aqui se incluem determinados gentílicos, que apresentam masc. -ao e fem. -á: burelao – burelá, courelao – courelá, limiao – limiá, etc. E, de maneira semelhante: mau – má
Nom seguem esta regra, mas a segunda, o nome comum sultám e os próprios de pessoa acabados em -ám: sultám – sultana
Joám – Joana
Fabiám – Fabiana
Juliám – Juliana, etc.
Quando a terminaçom -ao é átona acontece o mesmo, mas o -a final de feminino é, neste caso, átono: órfao (ou orfo) – orfa
zángao – zanga
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Morfologia II. O NOME
3. Indicaçom do sexo por procedimentos lexicais Em certos casos, a oposiçom macho/fêmea nom se fai por meios morfológicos (com os morfemas de género diferente), mas lexicais, por derivaçom (com sufixos derivativos) ou mediante bases lexicais diferenciadas (com raízes diversas): a) Por derivaçom, utilizam-se os sufixos -es-, -is-, -triz, -deir-, -inh- e -in-: abade – abadessa
duque – duquesa
alcaide – alcaidessa
embaixador – embaixatriz
ator – atriz
galo – galinha
barom – baronesa
herói – heroína
cantador – cantadeira
imperador – imperatriz
conde – condessa
poeta – poetisa (e poeta)
cônsul – consulesa
profeta – profetisa
czar – czarina
vendedor – vendedeira
diácono – diaconisa
sacerdote – sacerdotisa
b) Mediante bases lexicais diferentes: bode, cabrom – cabra
grou – grua
boi, touro – vaca
home, marido – mulher
cam – cadela
padrasto – madrasta
carneiro – ovelha
padre (religioso) – madre (religiosa)
cavaleiro – amazona
padrinho – madrinha
cavalheiro, varom – dama, dona
pai – mae (= mai; dialetal: nae = nai)
cavalo – égua
perdigom – perdiz
compadre – comadre
príncipe – princesa
frade – freira
rapaz – rapariga (dialetal: rapaza)
frei – sóror
rei – raínha
genro – nora
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
4. Número dos nomes Polo comportamento dos nomes a respeito do número, podemos distinguir:
Nomes sem flexom de número:
— com um único número: janeiro
Norte
Belas-Artes
fezes
junho
Sul
calças
olheiras
fé
prata
cócegas/cóxegas
prolegómenos
socialismo
leite
exéquias
víveres
— com umha única forma para os dous números:
o/os alferes
o/os ourives
o/os atlas
o/os tira-nódoas
o/os clímax
o/os tórax
o/os lápis
simples
Nomes com flexom de número: bom – bons
hábil – hábeis
manada – manadas
fusil – fusis
lei – leis
provável – prováveis
5. Nomes com variaçom de número: Regras de flexom a) Primeira regra: Os nomes que em singular acabam em vogal, -m ou -n apresentam no plural um -s acrescentado à forma do singular: o – os
álbum – álbuns
abdómen – abdomens3
boi – bois
bom – bons
cláxon – cláxons4
3
Na Galiza (como no Brasil, mas diferentemente do que é habitual em Portugal), a consoante nasal final das vozes findas em -´en articula-se como n velar (n alveolar em Portugal) e o correspondente plural forma-se em -ns (hífen, hifens; cf. Pt. hífen, hífenes).
4
Na Galiza (como no Brasil, mas diferentemente do que é habitual em Portugal), a consoante nasal final das vozes findas em -´on articula-se como n velar (n alveolar em Portugal) e o correspondente plural forma-se em -ns (táxon, táxons; cf. Pt. táxon, táxones).
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Morfologia II. O NOME
controlo – controlos5
cam – cans
hífen – hifens
herói – heróis
camiom – camions
líquen – liquens
hindu – hindus
jovem – jovens
pólen – polens
javali – javalis
rim – rins
táxon – táxons
lei – leis pau – paus rei – reis réu – réus si – sis tule – tules
Os plurais dos nomes acabados em -am e -om (cam, camiom) do tipo -ães, -ões (cães, camiões) som também admissíveis por serem mais conservadores, paralelos aos de -al e -ol (cabais, faróis) e coincidentes com os plurais luso-brasileiros atuais. Note-se, igualmente, que alguns nomes deslocam o acento nas formas do plural: caráter – carateres, espécime – especimes, júnior – juniores, sénior – seniores, cousa que nom acontece com regimes (sing. regime). b) Segunda regra: Os nomes que em singular acabam em consoante -r, -s e -z apresentam no plural um -es acrescentado à forma do singular:
5
flor – flores
deus – deuses
cruz – cruzes
melhor – melhores
país – países
raiz – raízes
pior – piores
português – portugueses rapaz – rapazes
Na Galiza (como em Portugal), controlo – controlos constitui a forma preferente, enquanto no Brasil prevalece a variante controle – controles.
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c) Terceira regra: Os nomes terminados em -al, -el, -ol e -ul (tónicos ou átonos) no singular apresentam -is no plural, sem o -l final do singular: animal – animais
móvel – móveis
anzol – anzóis
azul – azuis
fatal – fatais
papel – papéis
lençol – lençóis
paul – pauis
total – totais
túnel – túneis
urinol – urinóis
taful – tafuis
Além dos nomes qual – quais e tal – tais, há outros dous monossílabos que cumprem esta regra: sal – sais
sol – sóis
O resto dos monossílabos seguem propriamente a segunda regra: mal – males, fel – feles, mel – meles (ou méis), pel – peles, val – vales, fol – foles, mol – moles, etc. Contodo, salvo os três primeiros, o resto deles admitem como variante um -e final, sendo o plural conforme a primeira regra nesse caso: pele – peles, vale – vales, fole – foles, mole – moles, etc. (tal como acontece com os pronomes el/ele – eles, aquel/aquele – aqueles). Cônsul fai o plural conforme a segunda regra: cônsules. d) Quarta regra: Os nomes terminados em -il em singular, se som palavra aguda, apresentam no plural um -s em vez do -l: barril – barris
covil – covis
gentil – gentis
vil – vis
funil – funis
fusil – fusis
e) Quinta regra: Os nomes terminados em -il no singular, se som palavra grave, apresentam no plural -eis em vez de -il: débil – débeis
fóssil – fósseis
réptil – répteis
fácil – fáceis
móbil (motivo) – móbeis
útil – úteis
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Morfologia II. O NOME
f) Flexom de número nas palavras compostas: As palavras compostas seguem as cinco regras anteriores, mas convém levar em conta que:
Quando os dous elementos da palavra composta surgem unidos por hífen, admitem plural ambos ao tratar-se de substantivo + substantivo, substantivo + adjetivo ou numeral + substantivo: couve-flor – couves-flores
cofre-forte – cofres-fortes
formiga-leom – formigas-leons
guarda-florestal – guardas-florestais
peixe-espada – peixes-espadas
salgueiro-chorom – salgueiros-chorons
meio-dia – meios-dias
quarta-feira – quartas-feiras
terça-feira – terças-feiras
No resto dos casos, mesmo quando as palavras compostas nom levam hífen, admite plural só o segundo elemento: baixo-relevo – baixo-relevos
sete-mesinho – sete-mesinhos
bule-bule – bule-bules
aguardente – aguardentes
guarda-lama – guarda-lamas
pontapé – pontapés
recém-nascido – recém-nascidos
vaivém – vaivéns
Há alguns casos marginais em que os dous elementos tenhem plural, como em certos adjetivos justapostos (adjetivo + adjetivo) que indicam cores ou no vocábulo gentil-home: amarelo-claro – amarelos-claros
verde-escuro – verdes-escuros
azul-marinho – azuis-marinhos
gentil-home – gentis-homes
Se se trata de umha palavra composta de três elementos em que o central é a preposiçom de com ou sem artigo, admite plural só o primeiro elemento: alfinete de segurança – alfinetes de segurança estrela-do-mar – estrelas-do-mar
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
III. PRONOMES PESSOAIS 1. Formas
FORMAS TÓNICAS Sujeito
1.ª PESSOA
Singular
2.ª PESSOA
eu
Plural
Masc.
tu6
você7
FORMAS ÁTONAS
Termo de preposiçom (livre)
Forma com preposiçom (integrada)
mim
comigo
nós
Plural Singular
Sujeito e termo de preposiçom (livre)
vós vocês
contigo convosco
che vos
o (-lo,-no) / se
ela
a (-la,-na) / se
si
consigo
eles
os (-los,-nos) / se
elas
as (-las,-nas) / se
Plural Femin.
nos te
el/ele
3.ª PESSOA Masc.
C. I.
me
connosco ti
Sing. Femin.
C. D.
lhe
lhes
tu16 você27
6
A variante ti, enquanto pronome pessoal de sujeito da segunda pessoa do singular, constitui dialetalismo (cf. ti como termo de preposiçom livre [ex.: «entregou-cho a ti»])
7
Na norma lusitana do galego-português, tu (plural: vocês) emprega-se num contexto de máxima familiaridade e confiança (família, amizades íntimas), você (plural: vocês) destina-se ao tratamento de pessoas de confiança (amigos, colegas de trabalho), e o senhor/a senhora (plural: os senhores/as senhoras) reserva-se para o tratamento de cortesia ou respeito. Em galego, o uso dos pronomes pessoais de sujeito acha-se hoje largamente interferido polo castelhano, e, como medida atenuadora dessa interferência, será recomendável, polo menos, priorizarmos a fórmula o(s) senhor(es)/a(s) senhora(s) como tratamento de cortesia ou respeito.
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Morfologia III. PRONOMES PESSOAIS
2. Alomorfes de o (a, os, as) e contraçons PRONOME ÁTONO DE COMPLEMENTO DIRETO VERBO
-lo
-la
-los
-las
-r
andar + lo: andá-lo, viver + la: vivê-la, partir + los: parti-los
-s
andas + lo: anda-lo, vivemos + la: vivemo-la, partides + los: partide-los -no / -os
-na / -a
-nos / -os
-nas / -as
andam + no: andam-no, vivim + na: vivim-na, partírom + nos: partírom-nos
-m -ditongo decrescente (facultativo)
andei + o: andei-no / andei-o, viveu +a: viveu-na / viveu-a, partiu + os: partiu-nos / partiu-os nos
1. pessoas do plural as
andamos + nos: andamo-nos, colheremos + nos: colheremo-nos, partiríamos + nos: partiríamo-nos
PRONOME ÁTONO DE C.I.
PRONOME ÁTONO DE COMPLEMENTO DIRETO o / -lo
a / -la
os / -los
as / -las
me
mo
ma
mos
mas
che
cho
cha
chos
chas
lhe
lho
lha
lhos
lhas
nos
no-lo
no-la
no-los
no-las
vos
vo-lo
vo-la
vo-los
vo-las
lhes
lho8
lha
lhos
lhas
lho8 PRONOME ÁTONO DE COMPLEMENTO DIRETO ADVÉRBIO eis
8
-lo
-la
-los
-las
ei-lo
ei-la
ei-los
ei-las
As formas lhe-lo, lhe-la, lhe-los, lhe-las som dialetais.
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PRONOME DE TERCEIRA PESSOA TÓNICO PREPOSIÇOM
el /ele
ela
eles
elas
em
nel / nele
nela
neles
nelas
de
del / dele
dela
deles
delas
IV. PRONOMES DEMONSTRATIVOS 1. Formas Proximidade máxima Masculino
Variáveis
média
Feminino
Masculino
mínima
Feminino
Masculino
Feminino
Sing.
este
esta
esse
essa
aquel(e)
aquela
Plural
estes
estas
esses
essas
aqueles
aquelas
isto
Invariáveis
isso
aquilo
2. Contraçons a) Contraem de maneira optativa com o Indefinido outro (-a, -os, -as):
estessaquel-
outro
outra
outros
outras
estoutro
estoutra
estoutros
estoutras
este outro
esta outra
estes outros
estas outras
essoutro
essoutra
essoutros
essoutras
esse outro
essa outra
esses outros
essas outras
aqueloutro
aqueloutra
aqueloutros
aqueloutras
aquel(e) outro
aquela outra
aqueles outros
aquelas outras
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Morfologia IV. PRONOMES DEMONSTRATIVOS
b) Com as preposiรงons em e de, contraem de maneira obrigatรณria as formas do paradigma, e de maneira optativa, as contraรงons anteriores:
em de
em
este(s)
esta(s)
isto
neste(s)
nesta(s)
nisto
deste(s)
desta(s)
disto
esse(s)
essa(s)
isso
nesse(s)
nessa(s)
nisso
desse(s)
dessa(s)
disso
aquel/-e(s)
aquela(s)
aquilo
em
naquel/e(s)
naquela(s)
naquilo
de
daquel/e(s)
daquela(s)
daquilo
de
estoutro(s) este(s) outro(s)
estoutra(s) esta(s) outra(s)
nestoutro(s)
nestoutra(s)
neste(s) outro(s)
nesta(s) outra(s)
destoutro(s)
destoutra(s)
deste(s) outro(s)
desta(s) outra(s)
essoutro(s) esse(s) outro(s)
essoutra(s) essa(s) outra(s)
nessoutro(s)
nessoutra(s)
nesse(s) outro(s)
nessa(s) outra(s)
dessoutro(s)
dessoutra(s)
desse(s) outro(s)
dessa(s) outra(s)
aqueloutro(s) aquel/-e(s) outro(s)
aqueloutra(s) aquela(s) outra(s)
naqueloutro(s)
naqueloutra(s)
naquel/-e(s) outro(s)
naquela(s) outra(s)
daqueloutro(s)
daqueloutra(s)
daquel/-e(s) outro(s)
daquela(s) outra(s)
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V. PRONOMES POSSESSIVOS Posse (cousa possuída) Singular
Singular Pessoa (possuidor) Plural
Plural
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
1.ª
meu
minha
meus
minhas
2.ª
teu
tua
teus
tuas
3.ª
seu
sua
seus
suas
1.ª
nosso
nossa
nossos
nossas
2.ª
vosso
vossa
vossos
vossas
3.ª
seu
sua
seus
suas
Existem também as locuçons possessivas de meu, de teu, de seu, de nosso, de vosso, de seu, que sublinham o conceito de propriedade.
VI. PRONOMES RELATIVOS, INTERROGATIVOS E EXCLAMATIVOS Variáveis
Invariáveis
Singular
Plural
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
cujo
cuja
cujos
cujas
quanta
quantos
quanto qual
quantas
que quem
quais
As formas cujo, cuja, cujos, cujas som só relativas.
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Morfologia VII. PRONOMES NUMERAIS
VII. PRONOMES NUMERAIS 1. Cardinais um, umha
onze
vinte e um (umha)
dous, duas
doze
três
treze
quatro
catorze
cinco
quinze
seis
dezasseis
sete
dezassete
oito
dezaoito / dezoito
nove
dezanove
dez
vinte
trinta
duzentos (-as) / douscentos, duascentas
quarenta
trezentos (-as) / trescentos (-as)
cinqüenta
quatrocentos (-as)
sessenta
quinhentos (-as)
setenta
seiscentos (-as)
oitenta
setecentos (-as)
noventa
oitocentos (-as)
cem, cento
novecentos (-as)
mil dez mil cem mil um milhom um biliom / bilhom
A conjunçom e, além de unir dezenas e unidades (vinte e um, vinte e duas, quarenta e três, etc.), une, igualmente, centenas e dezenas e centenas e unidades. Mas só une milhares e centenas quando estas acabam em dous zeros: 104
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quinhentas e cinqüenta
quinhentas e duas
cento e vinte
cento e três
mil e oitocentos
mil oitocentos quarenta e oito
2. Ordinais primeiro (-a, -os, -as)
undécimo (-a, -os, -as) ou décimo primeiro (-a, -os, -as)9
segundo (-a, -os, -as)
duodécimo (-a, -os, -as) ou décimo segundo (-a, -os, -as)
terceiro (-a, -os, -as)
décimo terceiro (-a, -os, -as)
quarto (-a, -os, -as)
décimo quarto (-a, -os, -as)
quinto (-a, -os, -as)
décimo quinto (-a, -os, -as)
sexto (-a, -os, -as)
décimo sexto (-a, -os, -as)
sétimo (-a, -os, -as)
décimo sétimo (-a, -os, -as)
oitavo (-a, -os, -as)
décimo oitavo (-a, -os, -as)
nono (-a, -os, -as) ou noveno (-a, -os, -as)
décimo nono (-a, -os, -as) ou décimo noveno (-a, -os, -as)
décimo (-a, -os, -as)
vigésimo (-a, -os, -as)
trigésimo (-a, -os, -as)
septuagésimo primeiro (-a, -os, -as)
quadragésimo (-a, -os, -as)
octogésimo (-a, -os, -as)
qüinquagésimo (-a, -os, -as)
nonagésimo (-a, -os, -as)
vigésimo primeiro (-a, -os, -as)
sexagésimo (-a, -os, -as)
décimo1
9
As formas femininas apresentam o morfema -a nos dous componentes do numeral: décima primeira, décima segunda, etc.
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Morfologia VII. PRONOMES NUMERAIS
centésimo (-a, -os, -as)
sexcentésimo (-a, -os, -as) ou seiscentésimo (-a, -os, -as)
ducentésimo (-a, -os, -as)
septingentésimo (-a, -os, -as)
trecentésimo (-a, -os, -as)
octingentésimo (-a, -os, -as)
quadri(n)gentésimo (-a, -os, -as)
nongentésimo (-a, -os, -as)
qüingentésimo (-a, -os, -as)
3. Multiplicativos duplo (-a, -os, -as), dobro, dúplice (-s) triplo (-a, -os, -as), tríplice (-s) quádruplo (-a, -os, -as), quadrúplice (-s) quíntuplo (-a, -os, -as) sêxtuplo (-a, -os, -as) séptuplo (-a, -os, -as) óctuplo (-a, -os, -as) nónuplo (-a, -os, -as) décuplo (-a, -os, -as) undécuplo (-a, -os, -as) duodécuplo (-a, -os, -as) cêntuplo (-a, -os, -as)
A partir de quíntuplo o habitual é empregar um cardinal seguido da palavra vezes (cinco vezes, seis vezes, cem vezes, etc.).
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4. Partitivos ou fracionários meio (-a, -os, -as), metade (-s) terço, terça (parte), terços, terças (partes)
O resto das formas dos partitivos coincidem com as dos ordinais (quarto, quinto, sexto, etc.), com a particularidade de que a partir de undécimo pode empregar-se o cardinal seguido da palavra avos: onze avos, doze avos, etc.
5. Coletivos par (-es), parelha (-s), casal (-is)
trintena (-s)
dezena (-s)
cento (-s), centena (-s), centenar (-es)
dúzia (-s)
milhar (-es), milheiro (-s)
vintena (-s)
Ao nom existir plural de mil, os plurais de milhar e milheiro (o primeiro, próprio de textos formais, referido normalmente a pessoas, animais e cousas e o segundo só a animais e cousas), cumprem adequadamente esse papel: Havia vários milhares de manifestantes. Tinham de analisar vários milhares de rochas. [texto formal] Compraram alguns milhares / milheiros de ovelhas.
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Morfologia VIII. PRONOMES INDEFINIDOS
VIII. PRONOMES INDEFINIDOS 1. Formas Variáveis Singular
Invariáveis algo
Plural
algum
algumha
alguns
algumhas
alguém
certo
certa
certos
certas
avondo
demasiado
demasiada
demasiados
demasiadas
cada
mesmo
mesma
mesmos
mesmas
demais
muito
muita
muitos
muitas
mais
nengum /nenhum
nengumha /nenhumha
nenguns /nenhuns
nengumhas /nenhumhas
menos
outro
outra
outros
outras
nada
próprio
própria
próprios
próprias
ninguém
tanto
tanta
tantos
tantas
outrem
todo
toda
todos
todas
todo
–
–
ambos
ambas
–
vários
–
várias
bastante
bastantes
qualquer
quaisquer
tal
tais
2. Contraçons a) Com a preposiçom em contraem de maneira obrigatória outro (-a, -os, -as) e outrem:
em
outro
outra
outros
outras
outrem
noutro
noutra
noutros
noutras
noutrem
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b) Com a preposiçom em e de contraem de maneira optativa algum (-mha, -ns, -mhas), algo, alguém, e com a última preposiçom outro (-a, -os, -as), outrem: algum em de
algumha
alguns
algumhas
algo
alguém
nalgum
nalgumha
nalguns
nalgumhas
nalgo
nalguém
em algum
em algumha
em alguns
em algumhas
em algo
em alguém
dalgum
dalgumha
dalguns
dalgumhas
dalgo
dalguém
de algum
de algumha
de alguns
de algumhas
de algo
de alguém
outro de
outra
outros
outras
outrem
doutro
doutra
doutros
doutras
doutrem
de outro
de outra
de outros
de outras
de outrem
3. Locuçons indefinidas Temos as seguintes: cada qual
cada quem
quem quer
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Morfologia IX. O VERBO
IX. O VERBO
1. Verbos da segunda e terceira conjugaçons a) Cumpre notar que os seguintes verbos som da segunda conjugaçom:
Os formados sobre -correr, -romper, -verter, -querer e -meter:
— concorrer, decorrer, discorrer, escorrer, incorrer, ocorrer, percorrer, recorrer e transcorrer. — interromper, irromper e prorromper. — contraverter, controverter, converter, inverter, perverter, reverter, subverter e transverter (mas: advertir e divertir) — requerer (mas: adquirir e inquirir). — remeter ‘enviar’ (mas: admitir, demitir, emitir, intermitir, omitir, permitir, remitir ‘vir a menos’ e transmitir).
Outros: arrepender, bater, -ceber (conceber, perceber, receber), derreter, dizer, eleger, encher, erguer, escrever, espremer, fender, ferver, gemer, morrer, reger, render, sofrer, tolher, tremer e viver.
b) E os seguintes, da terceira:
Os que acabam em -elir, -ergir, -olir e -trair:
— compelir, expelir, impelir, propelir, repelir. — convergir, divergir, emergir, submergir. — demolir. — abstrair, atrair, contrair, detrair, distrair, extrair, protrair, retrair, retrotrair, subtrair e trair ‘atraiçoar’.
Outros: cair, espargir, esvair, possuir, pruir e tossir.
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2. Verbos regulares 1.ª Conjugaçom
2.ª Conjugaçom
3.ª Conjugaçom
VIVER
PARTIR
ANDAR
Indicativo Presente (Presente) ando
vivo
parto
andas
vives
partes
anda
vive
parte
andamos
vivemos
partimos
andades ou andais
vivedes ou viveis
partides ou partis
andam
vivem
partem
andei
vivim
partim
andaste ou andache
viveste ou viveche
partiste ou partiche
andou
viveu
partiu
andamos
vivemos
partimos
andastes
vivestes
partistes
andárom
vivêrom
partírom
andarei
viverei
partirei
andarás
viverás
partirás
andará
viverá
partirá
andaremos
viveremos
partiremos
andaredes ou andareis
viveredes ou vivereis
partiredes ou partireis
andarám
viverám
partirám
Pretérito Perfeito (Pretérito)
Futuro do Presente (Futuro)
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Morfologia IX. O VERBO
Pretérito Imperfeito (Co-pretérito) andava
vivia
partia
andavas
vivias
partias
andava
vivia
partia
andávamos
vivíamos
partíamos
andávades ou andávais
vivíades ou vivíais
partíades ou partíais
andavam
viviam
partiam
Pretérito Mais-que-Perfeito (Ante-pretérito) andara
vivera
partira
andaras
viveras
partiras
andara
vivera
partira
andáramos
vivêramos
partíramos
andárades ou andárais
vivêrades ou vivêrais
partírades ou partírais
andaram
viveram
partiram
Futuro do Pretérito (Pós-pretérito) andaria
viveria
partiria
andarias
viverias
partirias
andaria
viveria
partiria
andaríamos
viveríamos
partiríamos
andaríades ou andaríais
viveríades ou viveríais
partiríades ou partiríais
andariam
viveriam
partiriam
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Conjuntivo (= Subjuntivo) Presente ande
viva
parta
andes
vivas
partas
ande
viva
parta
andemos
vivamos
partamos
andedes ou andeis
vivades ou vivais
partades ou partais
andem
vivam
partam
andasse
vivesse
partisse
andasses
vivesses
partisses
andasse
vivesse
partisse
andássemos
vivêssemos
partíssemos
andássedes ou andásseis
vivêssedes ou vivêsseis
partíssedes ou partísseis
andassem
vivessem
partissem
andar
viver
partir
andares
viveres
partires
andar
viver
partir
andarmos
vivermos
partirmos
andardes
viverdes
partirdes
andarem
viverem
partirem
Pretérito
Futuro
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Morfologia IX. O VERBO
Imperativo anda, vive, parte .........................................................................................................tu nom andes, vivas, partas............................................................................................tu ande, viva, parta ....................................................................................................você andemos, vivamos, partamos ..............................................................................nós andade, vivede, partide ou andai, vivei, parti .................................................... vós nom andedes, vivades, partades ou andeis, vivais, partais ........................... vós andem, vivam, partam .......................................................................................vocês
Infinitivo
Gerúndio
Particípio
andar
viver
partir
andando
andado
andares
viveres
partires
vivendo
vivido
andar
viver
partir
partindo
partido
andarmos
vivermos
partirmos
andardes
viverdes
partirdes
andarem
viverem
partirem
Nos verbos que indicamos a partir de aqui só pomos aqueles tempos que tenham algumha irregularidade ou particularidade, de maneira que aqueles que nom figuram se conjugam como os modelos regulares. Contodo, pode consultar-se a conjugaçom completa deles no Guia Prático de Verbos Galegos Conjugados (CL-AEG, em preparaçom).
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3. Verbos com raiz finda em vogal À parte dos verbos acabados em -oar e vogal + iar que som totalmente regulares (perdoar: perdoo, perdoas, perdoa...; perdoe, perdoes, perdoe...; ensaiar: ensaio, ensaias, ensaia...; ensaie, ensaies, ensaie...; apoiar: apoio, apoias, apoia...; apoie, apoies, apoie...; conluiar: conluio, conluias, conluia...; conluie, conluies, conluie...), o resto dos verbos com raiz finda em vogal apresentam as seguintes particularidades: a) -ear (cear). Embora admitam a possibilidade de conjugaçom regular, é de preferência o uso de um i epentético ou eufónico entre o e tónico e a vogal a, e, o nas seguintes pessoas dos Presentes do Indicativo e do Conjuntivo e nas formas do Imperativo coincidentes com as destes: Presente do Indicativo
Presente do Conjuntivo
ceio
ceie
ceias
ceies
ceia
ceie
ceamos
ceemos
ceades ou ceais
ceedes ou ceeis
ceiam
ceiem
Como cear, conjugam-se todos os verbos acabados em -ear: apear, bambear, nomear, nortear, semear, etc.
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Morfologia IX. O VERBO
b) -iar (odiar, copiar). É de preferência a conjugaçom regular, sendo tónica a vogal radical, isto é, o i (odio, odias, odia, odiam, odies, etc.; copio, copias, copiam, copiem, etc.), havendo a possibilidade de um grupo reduzido de verbos, entre os quais se acha odiar, se conjugarem com cruzamento com os verbos acabados em -ear, nos mesmos tempos antes vistos: Presente do Indicativo
Presente do Conjuntivo
odio ou odeio
odie ou odeie
odias ou odeias
odies ou odeies
odia ou odeia
odie ou odeie
odiamos
odiemos
odiades ou odiais
odiedes ou odieis
odiam ou odeiam
odiem ou odeiem
Presente do Indicativo
Presente do Conjuntivo
copio
copie
copias
copies
copia
copie
copiamos
copiemos
copiades ou copiais
copiedes ou opieis
copiam
copiem
Como odiar, conjugam-se: agenciar, ansiar, cambiar, comerciar, incendiar, licenciar, negociar, obsequiar, premiar, presenciar e remediar. Como copiar, conjugam-se o resto dos verbos acabados em -iar: adiar, afiar, principiar, pronunciar, viciar, etc.
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c) -uar (averiguar). É de preferência a conjugaçom regular, sendo tónica a vogal radical, quer dizer, o u, nos mesmos tempos que os vistos acima: Presente do Indicativo
Presente do Conjuntivo
averiguo
averigüe
averiguas
averigües
averigua
averigüe
averiguamos
averigüemos
averiguades ou averiguais
averigüedes ou averigüeis
averiguam
averigüem
Como averiguar conjugam-se todos os verbos acabados em -uar: atuar, apaziguar, enxaguar, minguar, santiguar, suar, etc. d) -oer (doer). Ainda que admitam um i epentético ou eufónico na 1.ª pessoa do Presente do Indicativo e em todo o Presente do Conjuntivo (doio, doia, doias, doia, doiamos, doiades, doiam), conjugam-se preferentemente sem el, sendo a vogal temática da 2.ª e 3.ª pessoas do singular do Presente do Indicativo irregular, assim como as formas coincidentes do Imperativo: Presente do Indicativo
Presente do Conjuntivo
doo
doa
dóis
doas
dói
doa
doemos
doamos
doedes ou doeis
doades ou doais
doem
doam
Como doer conjugam-se moer, roer, soer e derivados.
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Morfologia IX. O VERBO
e) -air (cair). Apresentam um i epentético na 1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo e em todo o Presente do Conjuntivo, assim como vogal temática irregular na 2.ª e 3.ª pessoas do Presente do Indicativo e formas coincidentes do Imperativo: Presente do Indicativo
Presente do Conjuntivo
caio
caia
cais
caias
cai
caia
caímos
caiamos
caídes ou caís
caiades ou caiais
caem
caiam
Como cair, conjugam-se todos os verbos acabados em -air: esvair, sair (e derivados), trair ‘atraiçoar’ e os acabados em -trair (abstrair, atrair, contrair, detrair, distrair, extrair, protrair, retrair, retrotrair, subtrair). f) -uir (atribuir). Apresentam vogal temática irregular na 2.ª e 3.ª pessoas do singular do Presente do Indicativo e formas coincidentes do Imperativo. O Presente do Conjuntivo é regular: Presente do Indicativo
Presente do Conjuntivo
atribuo
atribua
atribuis
atribuas
atribui
atribua
atribuímos
atribuamos
atribuídes ou atribuís
atribuades ou atribuais
atribuem
atribuam
Como atribuir, conjugam-se todos os verbos acabados em -uir: contribuir, excluir, diluir, pruir, restituir, substituir, etc. Os acabados em -truir admitem alternáncia vocálica segundo o modelo de subir que depois veremos.
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4. Verbos acabados em vogal + zer, vogal + zir, vogal + cer e vogal + scer Salvo os verbos irregulares, que mais adiante veremos, os verbos acabados em -azer (jazer) ou -uzir (conduzir) apresentam a particularidade de carecerem de vogal temática na 3.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo (e na coincidente do Imperativo): conduz, jaz, que a mantenhem, no entanto, quando levam um pronome átono posposto, sobretodo o, a, os, as (conduze-o): Presente do Indicativo
Presente do Conjuntivo (regular)
conduzo
conduza
conduzes
conduzas
conduz (conduze)
conduza
conduzimos
conduzamos
conduzides ou conduzis
conduzades ou conduzais
conduzem
conduzam
Jazer e prazer som os únicos acabados em -azer que se conjugam seguindo estas pautas, e como conduzir conjugam-se todos os acabados em -uzir: os acabados em -duzir (aduzir, deduzir, induzir, introduzir, etc.) e luzir (e derivados). A raiz de Perfeito destes últimos é regular: conduzim, conduziche, conduzira, conduzisses, etc. O resto dos verbos desta alínea conservam o -e da vogal temática, com outras particularidades. Assim, os verbos nascer, pascer, aquecer e esquecer apresentam alternáncias puramente gráficas, nom fónicas, entre c e ç: nasço, nasces, nasce, nasça, etc.; esqueço /Ɛ´/, esqueces /Ɛ´/, esquecemos /Ɛ/, esqueça /Ɛ´/, etc. O verbo cozer apresenta alternáncia fónica que nom se reflete na escrita: cozo /ó/, cozes /ɔ´/, coze /ɔ´/, cozem /ɔ´/, coza /ó/, etc. O resto dos acabados em -ecer e os que terminam em -escer/-ecer tenhem alternáncias gráficas e igualmente fónicas (de preferência) do mesmo tipo: ofereço /é/, ofereces /Ɛ´/, oferece /Ɛ´/, oferecem /Ɛ´/, ofereça /é/, etc.; cresço /é/, cresces /Ɛ´/, cresce /Ɛ´/, crescem /Ɛ´/, cresça /é/, etc. As alternáncias gráficas de outro tipo temo-las em certos casos como g/j (eleger: elejo, eleges, eleja, elegim, etc.; dirigir: dirijo, diriges, dirija, dirigim, etc.; pugem, pugeche, pujo, pugera, pugéssemos, etc.), g/gu (mastigar: mastigo, mastigas, mastiguei, etc.; erguer: ergo, ergues, erga, erguim, etc.), c/qu (ficar: fico, ficas, fiquei, fiquemos, ficou, etc.). Porém, o j e o z mantenhem-se diante de qualquer vogal (viajar: viajo, viajas, viajei, viajemos, etc.; utilizar: utilizo, utilizas, utilizei, utilize, etc.).
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Morfologia IX. O VERBO
5. Verbos com alternáncias vocálicas (gráfico-fónicas) na raiz Há alguns verbos em que as alternáncias vocálicas só se refletem a nível fónico e nom na escrita: verbos da primeira com e ou o na vogal radical (levar: levo / Ɛ´/, levas / Ɛ´/, leva /Ɛ´/, levamos /e/, levades /e/, levam /Ɛ´/, leve /Ɛ´/, leves /Ɛ´/, leve /Ɛ´/, levemos /e/, levedes /e/, levem /Ɛ´/, etc.; jogar: jogo /ɔ´/, jogas /ɔ´/, joga /ɔ´/, jogamos /o/, jogades /o/, jogam /ɔ´/, jogue /ɔ´/, jogues /ɔ´/, jogue /ɔ´/, joguemos /o/, joguedes /o/, joguem /ɔ´/, etc.) e da segunda com as mesmas vogais radicais (beber: bebo /é/, bebes /Ɛ´/, bebe /Ɛ´/, bebemos /e/, bebedes /e/, bebem /Ɛ´/, beba /é/, etc.; mover: movo /ó/, moves /ɔ´/, move /ɔ´/, movemos /o/, movedes /o/, movem /ɔ´/, mova /ó/, movas /ó/, etc.). Os verbos da terceira conjugaçom, com vogais radicais e, i, o e u no Infinitivo apresentam alternáncias fónicas que também se refletem na escrita, que se podem constatar no Presente do Indicativo (e formas comuns do Imperativo), com permanência da vogal fechada no Presente do Conjuntivo (e formas coincidentes do Imperativo): a) Alternáncia i/e e permanência de i: Presente do Indicativo Pedir
Frigir
Agredir
pido /í/
frijo /í/
agrido /í/
pedes /Ɛ´/
freges /Ɛ´/
agrides /í/
pede /Ɛ´/
frege /Ɛ´/
agride /í/
pedimos /e/
frigimos /i/
agredimos /e/
pedides ou pedis /e/
frigides ou frigis /i/
agredides ou agredis /e/
pedem /Ɛ´/
fregem /Ɛ´/
agridem /í/
Presente do Conjuntivo pida /í/
frija /í/
agrida /í/
pidas /í/
frijas /í/
agridas /í/
pida /í/
frija /í/
agrida /í/
pidamos /i/
frijamos /i/
agridamos /i/
pidades ou pidais /i/
frijades ou frijais /i/
agridades ou agridais /i/
pidam /í/
frijam /í/
agridam /í/
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
Como pedir conjuga-se a prática totalidade dos verbos da terceira com vogal radical e (salvo os que se conjugam como agredir): aderir, ferir, medir, mentir, preferir, seguir, sentir, servir, vestir, etc. Como agredir só se conjugam: outros verbos acabados em -gredir (progredir, regredir, transgredir), denegrir e prevenir. Como frigir só se conjuga este verbo. O resto dos verbos da terceira com i na vogal radical (admitir, exigir, fingir, permitir, etc.) som regulares. b) Alternáncia u/o e permanência de u: Presente do Indicativo Dormir
Subir
Polir
durmo /ú/
subo /ú/
pulo /ú/
dormes /ɔ´/
sobes /ɔ´/
pules /ú/
dorme /ɔ´/
sobe /ɔ´/
pule /ú/
dormimos /o/
subimos /u/
polimos /o/
dormides ou dormis /o/
subides ou subis /u/
polides ou polis /o/
dormem /ɔ´/
sobem /ɔ´/
pulem /ú/
Presente do Conjuntivo durma /ú/
suba /ú/
pula /ú/
durmas /ú/
subas /ú/
pulas /ú/
durma /ú/
suba /ú/
pula /ú/
durmamos /u/
subamos /u/
pulamos /u/
durmades ou durmais /u/
subades ou subais /u/
pulades ou pulais /u/
durmam /ú/
subam /ú/
pulam /ú/
Como dormir conjuga-se a prática totalidade dos verbos da terceira com vogal radical o (salvo o que se conjuga como polir): abolir, cobrir, colorir, demolir, engolir, espavorir, explodir, extorquir, tossir. Como polir só se conjuga sortir ‘prover’. Como subir conjugam-se os seguintes verbos da terceira com vogal radical u: bulir, -cudir (acudir, sacudir), cuspir, fugir e sumir (consumir). O verbo entupir e os acabados em -truir 121
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Morfologia IX. O VERBO
admitem esta conjugaçom ou a regular: entupo, entupes/entopes, entupe/entope, etc.; construo, contruis/constróis, construi/constrói, etc. O resto dos verbos com a vogal radical u som regulares (aturdir, brunir, confundir, fundir, rugir, unir, etc.).
6. Verbos irregulares a) Caber Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-que-Perfeito
caibo
coubem
coubera
cabes
coubeste ou coubeche
couberas
cabe
coubo
coubera
cabemos
coubemos
coubérmanos
cabedes ou cabeis
coubestes
coubérades ou coubérais
cabem
coubérom
couberam
Presente
Pretérito
Futuro
caiba
coubesse
couber
caibas
coubesses
couberes
cabe / nom caibas
caiba
coubesse
couber
caiba
caibamos
coubéssemos
coubermos
caibamos
caibades ou caibais
coubéssedes ou coubésseis
couberdes
cabede ou cabei / nom caibades ou caibais
caibam
coubessem
couberem
caibam
Conjuntivo
Imperativo Presente
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
b) Crer e Ler Indicativo
Conjuntivo
Imperativo
Presente
Presente
Presente
creio
creia
crês
creias
crê / nom creias
crê
creia
creia
cremos
creiamos
creiamos
credes
creiades ou creiais
crede / nom creiades ou creiais
creem ou crem
creiam
creiam
Indic
c) Dar
Pres
Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-que-Perfeito
dou
dei
dera
dás
deste ou deche
deras
dá
deu
dera
damos
demos
déramos
dades ou dais
destes
dérades ou dérais
dam
dérom
deram
Conjuntivo
Con
Pres
Imperativo
Presente
Pretérito
Futuro
dê
desse
der
Presente
dês
desses
deres
dá / nom dês
dê
desse
der
dê
demos
déssemos
dermos
demos
dedes ou deis
déssedes ou désseis
derdes
dade ou dai / nom dedes ou deis
dem ou deem
dessem
derem
dem
ou
123
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Morfologia IX. O VERBO
d) Dizer Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Futuro Presente
Pretérito Maisque-Perfeito
Futuro Pretérito
digo
dixem
direi
dixera
diria
dizes ou dis
dixeste ou dixeche
dirás
dixeras
dirias
diz(e) ou di
dixo
dirá
dixera
diria
dizemos
dixemos
diremos
dixéramos
diríamos
dizedes ou dizeis
dixestes
diredes ou direis
dixérades ou dixérais
diríades ou diríais
dizem ou dim
dixérom
dirám
dixeram
diriam
Conjuntivo
Imperativo
Presente
Pretérito
Futuro
Presente
diga
dixesse
dixer
digas
dixesses
dixeres
diz(e) ou di / nom digas
diga
dixesse
dixer
diga
digamos
dixéssemos
dixermos
digamos
digades ou digais
dixéssedes ou dixésseis
dixerdes
dizede ou dizei / nom digades ou digais
digam
dixessem
dixerem
digam
Particípio dito
Como este verbo conjugam-se os seus derivados: antedizer, bendizer, condizer, contradizer, desdizer, interdizer, maldizer, predizer, redizer.
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
e) Estar Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-que-Perfeito
estou
estivem
estivera
estás
estiveste ou estiveche
estiveras
estamos
estivo
estivera
damos
estivemos
estivéramos
estades ou estais
estivestes
estivérades ou estivérais
estám
estivérom
estiveram
Conjuntivo
Imperativo
Presente
Pretérito
Futuro
esteja
estivesse
estiver
estejas
estivesses
estiveres
Presente está / nom estejas
esteja
estivesse
estiver
esteja
estejamos
estivéssemos
estivermos
estejamos
estejades ou estejais
estivéssedes ou estivésseis
estiverdes
estade ou estai / nom estejades ou estejais
estejam
estivessem
estiverem
estejam
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Morfologia IX. O VERBO
f) Fazer Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Futuro Presente
Pretérito Maisque-Perfeito
Futuro Pretérito
fago
fizem ou figem
farei
fizera ou figera
faria
fás
fizeste/fizeche ou figeste/ figeche
farás
fizeras ou figeras
farias
fai
fizo ou fijo
fará
fizera ou figera
faria
fazemos
fizemos ou figemos
faremos
fizéramos ou figéramos
faríamos
fazedes ou fazeis
fizestes ou figestes
faredes ou fareis
fizérades/ fizérais ou figérades/ figérais
faríades ou faríais
fam
fizérom ou figérom
farám
fizeram ou figeram
fariam
Conjuntivo
Imperativo
Presente
Pretérito
Futuro
faga
fizesse ou figesse
Presente
fizer ou figer
fagas
fizesses ou figesses
fizeres ou figeres
faz(e) ou fai / nom fagas
faga
fizesse ou figesse
fizer ou figer
faga
fagamos
fizéssemos ou figéssemos
fizermos ou figermos
fagamos
fagades ou fagais
fizéssedes/ fizésseis ou figéssedes/ figésseis
fizerdes ou figerdes
fazede ou fazei / nom fagades ou fagais
fagam
fizessem ou figessem
fizerem ou figerem
fagam
Particípio feito
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
g) Haver Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-que-Perfeito
hei
houvem
houvera
hás
houveste ou houveche
houveras
há
houvo
houvera
havemos
houvemos
houvéramos
havedes ou haveis
houvestes
houvérades ou houvérais
ham
houvérom
houveram
Presente
Pretérito
Futuro
haja
houvesse
houver
hajas
houvesses
houveres
há / nom hajas
haja
houvesse
houver
haja
hajamos
houvéssemos
houvermos
hajamos
hajades ou hajais
houvéssedes ou houvésseis
houverdes
havede ou havei / nom hajades ou hajais
hajam
houvessem
houverem
hajam
Conjuntivo
Imperativo Presente
Como este verbo conjuga-se o seu derivado reaver. Admite-se para terceira pessoa do singular do Prsente do Indicativo em usos impessoais a variante hai.
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Morfologia IX. O VERBO
h) Ir Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-que-Perfeito
vou
fum
fora
vás
foste ou foche
foras
vai
foi
fora
imos ou vamos
fomos
fôramos
ides
fostes
fôrades ou fôrais
vam
fôrom
foram
Presente
Pretérito
Futuro
vaia
fosse
for
vaias
fosses
fores
vai / nom vás ou vaias
vaia
fosse
for
vá ou vaia
vaiamos
fôssemos
formos
vamos ou vaiamos
vaiades ou vaiais
fôssedes ou fôsseis
fordes
ide / nom vades ou vaides/vaiais
vaiam
fossem
forem
vam ou vaiam
Conjuntivo
Imperativo Presente
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
i) Ouvir Indicativo
Conjuntivo
Imperativo Presente
Presente
Presente
ouço
ouça
ouves
ouças
ouve / nom ouças
ouve
ouça
ouça
ouvimos
ouçamos
ouçamos
ouvides ou ouvis
ouçades ou ouçais
ouvide ou ouvi / nom ouçades ou ouçais
ouvem
ouçam
ouçam
129
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Morfologia IX. O VERBO
j) Poder Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-que-Perfeito
podo
pudem
pudera
podes /ɔ´/
pudeste ou pudeche
puderas
pode /ɔ´/
pudo
pudera
podemos /o/
pudemos
pudéramos
podedes ou podeis /o/
pudestes
pudérades ou pudérais
podem /ɔ´/
pudérom
puderam
Conjuntivo
Imperativo
Presente
Pretérito
Futuro
poda /ɔ´/
pudesse
puder
Presente
podas /ɔ´/
pudesses
puderes
pode /ɔ´/ / nom podas /ɔ´/
poda /ɔ´/
pudesse
puder
poda /ɔ´/
podamos /o/
pudéssemos
pudermos
podamos /o/
podades ou podais /o/
pudéssedes ou pudésseis
puderdes
podede ou podei /o/ / nom podades ou podais /o/
podam /ɔ´/
pudessem
puderem
podam /ɔ´/
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
l) Pôr Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-quePerfeito
Pretérito Imperfeito
ponho
pugem
pugera
punha
pós
pugeste ou pugeche
pugeras
punhas
pom
pujo
pugera
punha
pomos
pugemos
pugéramos
púnhamos
pondes
pugestes
pugérades ou pugérais
púnhades ou púnhais
póm ou ponhem
pugérom
pugeram
punham
Conjuntivo
Imperativo
Presente
Pretérito
Futuro
ponha
pugesse
puger
Presente
ponhas
pugesses
pugeres
pom / nom ponhas
ponha
pugesse
puger
ponha
ponhamos
pugéssemos
pugermos
ponhamos
ponhades ou ponhais
pugéssedes ou pugésseis
pugerdes
ponde / nom ponhades ou ponhais
ponham
pugessem
pugerem
ponham /ɔ´/
Particípio
posto Como este verbo conjugam-se os seus derivados: antepor, apor, compor, contrapor, depor, desapor, decompor e descompor, dispor, expor, impor, indispor, interpor, justapor, opor, pospor, predispor, prepor, pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, sotopor, subpor, supor, transpor.
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Morfologia IX. O VERBO
m) Prazer Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-que-Perfeito
prazo
prouvem
prouvera
prazes
prouveste ou prouveche
prouveras
praz
prouvo
prouvera
prazemos
prouvemos
prouvéramos
prazedes ou prazeis
prouvestes
prouvérades ou prouvérais
prazem
prouvérom
prouveram
Conjuntivo
Imperativo
Pretérito
Futuro
Presente
prouvesse
prouver
prouvesses
prouveres
praz / nom prazas
prouvesse
prouver
praza
prouvéssemos
prouvermos
prazamos
prouvéssedes ou prouvésseis
prouveres
prazede ou prazei / nom prazades ou prazais
prouvessem
prouverem
prazam
Como este verbo conjugam-se os seus derivados: aprazer, comprazer, desaprazer, descomprazer, desprazer, reprazer.
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
n) Querer Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-que-Perfeito
quero
quigem
quigera
queres
quigeste ou quigeche
quigeras
quer / quere
quijo
quigera
queremos
quigemos
quigéramos
queredes ou quereis
quigestes
quigérades ou quigérais
querem
quigérom
quigeram
Presente
Pretérito
Futuro
queira
quigesse
quiger
queiras
quigesses
quigeres
quer ou quere / nom queiras
queira
quigesse
quiger
queira
queiramos
quigéssemos
quigermos
queiramos
queirades ou queirais
quigéssedes ou quigésseis
quigerdes
querede ou querei / nom queirades ou queirais
queiram
quigessem
quigerem
queiram
Conjuntivo
Imperativo Presente
Como este verbo conjugam-se os seus derivados: bem-querer, desquerer, mal-querer. O verbo requerer conjuga-se igual, exceto na primeira pessoa do singular do Presente do Indicativo (requeiro) e em todos os tempos de tema de Pretérito Perfeito, que som regulares (requerim, requereche, requereu, etc.; requeresse, requeresses, etc.; requerer, requereres, etc.). A forma quere emprega-se só com o pronome pessoal o, a, os, as posposto (quere-o).
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Morfologia IX. O VERBO
o) Rir Indicativo
Conjuntivo
Imperativo Presente
Presente
Presente
rio
ria
ris
rias
ri / nom rias
ri
ria
ria
rimos
riamos
riamos
rides
riades ou riais
ride / nom riades ou riais
riem ou rim
riam
riam
Como este verbo conjuga-se o seu derivado sorrir.
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
p) Saber Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-que-Perfeito
sei
soubem
soubera
sabes
soubeste ou soubeche
souberas
sabe
soubo
soubera
sabemos
soubemos
soubéramos
sabedes ou sabeis
soubestes
soubérades ou soubérais
sabem
soubérom
souberam
Presente
Pretérito
Futuro
saiba
soubesse
souber
saibas
soubesses
souberes
sabe / nom saibas
saiba
soubesse
souber
saiba
saibamos
soubéssemos
soubermos
saibamos
saibades ou saibais
soubéssedes ou soubésseis
souberdes
sabede ou sabei / nom saibades ou saibais
saibam
soubessem
souberem
saibam
Conjuntivo
Imperativo Presente
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Morfologia IX. O VERBO
q) Ser Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-quePerfeito
Pretérito Imperfeito
som ou sou
fum
fora
era
és
foste ou foche
foras
eras
é
foi
fora
era
somos
fomos
fôramos
éramos
sodes ou sois
fostes
fôrades ou fôrais
érades ou érais
som
fôrom
foram
eram
Presente
Pretérito
Futuro
Presente
seja
fosse
for
sejas
fosses
fores
sê / nom sejas
seja
fosse
for
seja
sejamos
fôssemos
formos
sejamos
sejades ou sejais
fôssedes ou fôsseis
fordes
sede / nom sejades ou sejais
sejam
fossem
forem
sejam
Conjuntivo
Imperativo
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
r) Ter Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-quePerfeito
Pretérito Imperfeito
tenho
tivem
tivera
tinha
tés
tiveste ou tiveche
tiveras
tinhas
tem
tivo
tivera
tinha
temos
tivemos
tivéramos
tínhamos
tendes
tivestes
tivérades ou tivérais
tínhades ou tínhais
tém ou tenhem
tivérom
tiveram
tinham
Conjuntivo
Imperativo
Presente
Pretérito
Futuro
tenha
tivesse
tiver
Presente
tenhas
tivesses
tiveres
tem / nom tenhas
tenha
tivesse
tiver
tenha
tenhamos
tivéssemos
tivermos
tenhamos
tenhades ou tenhais
tivéssedes ou tivésseis
tiverdes
tende / nom tenhades ou tenhais
tenham
tivessem
tiverem
tenham
Como este verbo conjugam-se os seus derivados: abster, ater, conter, deter, entreter, manter, obter, reter, suster.
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Morfologia IX. O VERBO
s) Traguer (tb. trazer) Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Futuro Presente
Pretérito Maisque-Perfeito
Futuro Pretérito
trago
trouxem
traguerei ou trarei
trouxera
tragueria ou traria
tragues ou trazes
trouxeste/ trouxeche
traguerás ou trarás
trouxeras
traguerias ou trarias
trague ou traz
trouxo
traguerá ou trará
trouxera
tragueria ou traria
traguemos ou trazemos
trouxemos
tragueremos ou traremos
trouxéramos
tragueríamos ou traríamos
traguedes/ tragueis ou trazedes/ trazeis
trouxestes
tragueredes/ traguereis ou traredes/ trareis
trouxérades / trouxérais
tragueríades/ tragueríais ou traríades/ traríais
traguem ou trazem
trouxérom
traguerám ou trarám
trouxeram
tragueriam ou trariam
Conjuntivo
Imperativo
Presente
Pretérito
Futuro
Presente
traga
trouxesse
trouxer
tragas
trouxesses
trouxeres
trague ou traz / nom tragas
traga
trouxesse
trouxer
traga
tragamos
trouxéssemos
trouxermos
tragamos
tragades ou tragais
trouxéssedes /trouxésseis
trouxerdes
traguede/traguei ou trazede/trazei / nom tragades ou tragais
tragam
trouxessem
trouxerem
tragam
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
t) Valer Indicativo
Conjuntivo
Imperativo Presente
Presente
Presente
valho
valha
vales
valhas
vale / nom valhas
vale
valha
valha
valemos
valhamos
valhamos
valedes
valhades ou valhais
valede ou valei / nom valhades ou valhais
valem
valham
valham
Como este verbo conjugam-se os seus derivados desvaler e equivaler.
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Morfologia IX. O VERBO
u) Ver Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-que-Perfeito
vejo
vim
vira
vês
viste ou viche
viras
vê
viu
vira
vemos
vimos
víramos
vedes
vistes
vírades ou vírais
vem
vírom
viram
Presente
Pretérito
Futuro
veja
visse
vir
vejas
visses
vires
vê / nom vejas
veja
visse
vir
veja
vejamos
víssemos
virmos
vejamos
vejades ou vejais
víssedes ou vísseis
virdes
vede / nom vejades ou vejais
vejam
vissem
virem
vejam
Conjuntivo
Imperativo Presente
Particípio visto
Como este verbo conjugam-se os seus derivados: antever, entrever, prever, rever. O verbo prover (desprover) segue a mesma conjugaçom, salvo nos tempos de tema de Pretérito Perfeito, que som regulares (provim, proveste ou proveche, proveu, etc.; provera, proveras, etc.; prover, proveres, etc.) e o Particípio, que também o é (provido).
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
v) Vir Indicativo Presente
Pretérito Perfeito
Mais-que-Perfeito
Pretérito Imperfeito
venho
vim
vinhera
vinha
vés
vinheste ou vinheche
vinheras
vinhas
vem
véu
vinhera
vinha
vimos
vinhemos
vinhéramos
vínhamos
vindes
vinhestes
vinhérades ou vinhérais
vínhades ou vínhais
vém ou venhem
vinhérom
vinheram
vinham
Conjuntivo
Imperativo
Presente
Pretérito
Futuro
venha
vinhesse
vinher
venhas
vinhesses
vinheres
vem / nom venhas
venha
vinhesse
vinher
venha
venhamos
vinhéssemos
vinhermos
venhamos
venhades ou venhais
vinhéssedes ou vinhésseis
vinherdes
vinde / nom venhades ou venhais
venham
vinhessem
vinherem
venham
Particípio vindo ou vido
Como este verbo conjugam-se os seus derivados: advir, avir, contravir, convir, desavir, desconvir, devir, intervir, provir, reconvir, sobrevir.
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Morfologia IX. O VERBO
7. Particípios duplos Além do grupo mais numeroso de verbos que tenhem Particípio regular (cf. andar: andado, viver: vivido, partir: partido, etc.) e um conjunto reduzido de seis verbos com os seus derivados, que só o tenhem irregular (dizer: dito, escrever: escrito, fazer: feito, pôr: posto, ver: visto, vir: vindo ou vido), há um grupo considerável que tem um regular e outro irregular (afeiçoar: afeiçoado e afeto, frigir: frigido e frito, limpar: limpado e limpo, sujeitar: sujeitado e sujeito, etc.). Contodo, as formas irregulares, antes do que verdadeiras formas verbais, devem ser consideradas formas nominais adjetivas, pola sua funçom, significado e uso. Assim, como norma geral, os particípios irregulares som utilizados como adjetivos ou fazendo parte de construçons verbais com ser (passiva), e as formas regulares nos restantes casos (perífrases e tempos compostos com ter). A seguir, oferecemos umha lista de verbos com particípios duplos interessantes, quer pola forma regular, quer pola irregular: Verbo abrir
Particípio Regular abrido
Particípio Irregular aberto
aceitar
aceitado
aceito/aceite
acender
acendido
aceso
avolver (devolver, envolver, revolver, volver) benzer
avolvido (devolvido, envolvido, revolvido, volvido) benzido
avolto (devolto, envolto, revolto, volto) bento
calmar
calmado
calmo
cansar
cansado
canso
ceivar
ceivado
ceivo/ceive
cobrir
cobrido
coberto
colher colhido (encolher, escolher, recolher) (encolhido, escolhido, recolhido) comer comido
colheito (encolheito, escoheito, recolheito) comesto
defender
defendido
defeso
dissolver (resolver, solver)
dissolvido (resolvido, solvido)
eleger
elegido
dissolto (resolto, solto) / dissoluto (resoluto, soluto) eleito
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
empregar
empregado
empregue
entregar
entregado
entregue
erguer
erguido
ergueito
escorrer
escorrido
escorreito
expulsar
expulsado
expulso
extremar
extremado
extreme
findar
findado
findo
ganhar
ganhado
ganho
gastar
gastado
gasto
matar
matado
morto
moer
moído
mudo
morrer
morrido
morto
nascer
nascido
nado
pagar
pagado
pago
romper
rompido
roto
submergir
submergido
submerso
supeitar
suspeitado
suspeito
tingir
tingido
tinto
tolher
tolhido
tolheito
torcer
torcido
torto
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Morfologia X. O ADVÉRBIO
X. O ADVÉRBIO 1. Advérbios de lugar a) Formas: abaixo
alá / lá
arriba
diante
acá / cá10
além
atrás
eis
acarom [dialetal]
algures
cerca [raro]
fora
acima
ali
debaixo
longe
acolá
aquém
defronte
nengures / nenhures
adiante
aqui
dentro
onde11
aí
arredor
detrás
perto
b) Contraçons: É optativa a contraçom da preposiçom de com a maior parte dos advérbios de lugar começados por vogal (acá, acô, acolá, aí, alá, além, algures, ali, alô, aquém, onde):
de
acá
acolá
aí
alá
além
algures
ali
aquém
dacá
dacolá
daí
dalá
dalém
dalgures
dali
daquém
de acá
de acolá
de aí
de alá
de além
de algures
de ali
de aquém
aqui
onde
daqui
donde
de aqui de onde
10 As variantes acô (frente a acá/cá) e alô (frente a alá/lá) som dialetais. 11 Na língua dialetal (e literária), também existe o advérbio interrogativo de lugar arcaizante u, sempre usado, em enunciados sem verbo, seguido do artigo («Ulas chaves?») ou do pronome pessoal átono de terceira pessoa («As chaves, u-las?»).
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
c) Locuçons: à beira
à direita
à distáncia
à esquerda
ao carom [dialetal]
ao lado
ao redor
ao rés
a par
a rente
à roda
em baixo
em cima
em frente
em riba
em torno
em volta
por baixo
por cima
por frente
por riba, etc.
2. Advérbios de tempo a) Formas: aginha [= logo]
antonte /anteonte
hogano
onte
agora
cedo
hoje
outrora
ainda
dantes
já
quando
manhá ou manhã (tb. amanhá ou amanhã)
daquela [popular]
jamais
sempre
amiúde
decontado
logo
tarde
antano
depois /despois
nunca
trás-antonte /-anteonte
antes
entom
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Morfologia X. O ADVÉRBIO
b) Locuçons: a cotio
de cote
em seguida
a desora
de longe em longe
hoje em dia
a meados
depois/despois de manhá/amanhá
por agora
às vezes
de tempos a tempos
por enquanto
de contínuo
de vez em quando
à noite à tarde de manhá, etc.
3. Advérbios de quantidade e de limitaçom a) Formas: algo
demasiado
pouco
tanto (tam)
apenas
mais
quanto (quam)
todo
assaz
mamente
quase
unicamente
avondo
meio
sequer
bastante
menos
simplesmente
bem
mui/muito
só
demais
nada
somente
a meias
ao menos
aos montons
ao todo
de muito
de pouco
de todo
polo menos, etc.
b) Locuçons:
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4. Advérbios de modo a) Formas: adrede
assim/assi
debalde
deveras
afeito
atreu
depressa
grátis
amodo
bem
devagar
mal
arreu
como
Som também advérbios de modo a maioria dos acabados em -mente (boamente, felizmente, etc.) e formas coincidentes com as de certos nomes adjetivos na forma invariável ou masculina (alto, forte, melhor, pior, etc.). b) Locuçons: a jeito
ao contrário
ao fim
ao léu
a olhos vistos
aos poucos
às apalpadelas
às avessas
às carreiras
às direitas
às escuras
a sós
às pressas
à toa
à vontade
com gosto
de bom grado
de contínuo
de cor
de esguelha
de joelhos
de má vontade
de regra
de socate
de soslaio
de súbito
em geral
em vao
pouco a pouco, etc.
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Morfologia X. O ADVÉRBIO
5. Advérbios de afirmaçom a) Formas: abofé
certamente
indubitavelmente
realmente
decerto
efetivamente si
na realidade
b) Locuçons: com certeza
com efeito
com segurança
na verdade
por certo
sem dúvida, etc.
6. Advérbios de negaçom a) Formas: nem
nom
b) Locuçons: de forma algumha
de maneira algumha
de nengum jeito
de forma nengumha
de maneira nengumha
de nengum modo
de jeito algum
de modo algum
de nengumha forma
de jeito nengum
de modo nengum
de nengumha maneira
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7. Advérbios de dúvida a) Formas: acaso
porventura
provavelmente
seica
dizque
possivelmente
quiçá
talvez
se calhar
se quadra, etc.
b) Locuçons: por acaso
8. Advérbios de inclusom a) Formas: ademais
até
mesmo
tampouco (= também nom)
ainda
mesmamente
também/tamém
igualmente
assim/assi também/tamém, etc.
b) Locuçons: além disso a mais
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Morfologia XI. A PREPOSIÇOM
XI. A PREPOSIÇOM 1. Formas nom coincidentes com outras classes de palavras a
contra
entre
sem
ante
de
para
sob
após
desde
perante
sobre
até
em
por
trás
com
2. Formas coincidentes com outras classes de palavras afora
consoante
fora
salvo
baixo
durante
mediante
segundo
conforme
exceto
menos
tirante, etc.
abaixo de
acarom de
acerca de
acima de
a despeito de
adiante de
a fim de
além de
ao lado de
ao redor de
ao rés de
a par de
apesar de
a poder de
aquém de
(a) rente de
arredor de
a respeito de
à roda de
através de
cara a
cerca de
com respeito a
de acordo com
de aqui a
debaixo de
de cima de
defronte de
dentro de
depois/despois de
diante de
em baixo de
em cima de
em frente de
em lugar de
em meio de
em prol de
em redor de
em riba de
em torno de
3. Locuçons
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em troca de
em vez de
em volta de
face a
graças a
junto a
junto de
longe de
mercê de
para baixo de
para cima de
perto de
por baixo de
por causa de
por cima de
por meio de
por mor de
quanto a, etc.
XII. A CONJUNÇOM 1. Conjunçons copulativas e
nem
que
2. Conjunçons disjuntivas ou
ora ... ora
já ... já
quando ... quando
quer ... quer
seja ... seja
3. Conjunçons completivas que
se
4. Conjunçons temporais a) Formas: apenas
entanto
entretanto
mentres [dialetal]
enquanto
entrementes
mal
quando
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Morfologia XII. A CONJUNÇOM
b) Locuçons: aginha que [dialetal]
antes que
depois/despois que
sempre que
agora que
ao passo que
em seguida que
todas as vezes que
ainda bem nom
assim/assi que
logo que
umha vez que
(ainda) nom bem
cada vez que
no momento em que
à medida que
decontado que
primeiro que
5. Conjunçons locativas onde
6. Conjunçons modais a) Formas: como
conforme
consoante
segundo
de (tal) jeito que
de (tal) modo que
de (tal) forma que
porque
que
b) Locuçons: como se
de (tal) maneira que de (tal) sorte que
7. Conjunçons causais a) Formas: como
porquanto
pois
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b) Locuçons: por causa de que
pois que
por mor de que
dado que
por culpa de que
suposto que
devido a que
por isso que
visto que
já que
visto como
8. Conjunçons adversativas a) Formas: contodo
mas
ora
todavia
porém
entretanto
b) Locuçons: ainda assim/assi
antes
apesar de que
mas si
no entanto
nom obstante
ora bem
ora que
polo contrário
9. Conjunçons condicionais a) Formas: se
b) Locuçons: a menos que
em caso de
salvo que
a nom ser que
no caso de [+ inf.]
no caso que
sempre que
como se
contanto que
caso [+ conj.]
sem que
nom sendo que
desde que
suposto que
tirando que
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Morfologia XII. A CONJUNÇOM
10. Conjunçons concessivas a) Formas: conquanto
embora
b) Locuçons: ainda quando
ainda que
apesar de que
bem que
mal que
mesmo quando
mesmo que
nem que
nom obstante
por mais que
por menos que
posto que
se bem (que)
11. Conjunçons consecutivas a) Formas: conseguintemente
conseqüentemente daquela [popular]
entom
logo
pois
portanto
que
assim/assi (que)
com que
de forma que
de modo que
de maneira que
de sorte que
em conseqüência
por conseguinte
b) Locuçons:
por conseqüência
12. Conjunçons comparativas a) Formas: como
qual
que
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b) Locuçons: do que
nem que
que nem
As formas populares coma e ca podem ser utilizadas, num contexto adequado, em vez de como e que/do que quando o segundo termo da comparaçom é um pronome pessoal que leva elíptico o verbo (Fala tanto coma ti / Fala tanto como tu, Fala mais ca mim / Fala mais que ou do que eu).
13. Conjunçons proporcionais a) Formas: conforme
consoante
enquanto
ao passo que
à proporçom que
quanto
segundo
b) Locuçons: à medida que
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Morfologia XIII. A INTERJEIÇOM
XIII. A INTERJEIÇOM 1. Interjeiçons de alegria ah! (riso: ah, ah!), oh!, magnífico!, estupendo!, ótimo! 2. Interjeiçons de animaçom avante!, coragem!, ei!, eia!, força!, vamos! 3. Interjeiçons de aplauso bem!, bravo!, viva! 4. Interjeiçons de cansaço ah!, uf! 5. Interjeiçons de desejo Canté!, Oxalá!, Tomara! 6. Interjeiçons de desprezo boh!, foh! 7. Interjeiçons de dor ai!, ui!, ah!, oh! 8. Interjeiçons de espanto ou surpresa ah!, oh!, oi!, ou!, ui! 9. Interjeiçons de invocaçom á!, ai!, e!, ei!, ó!, olá!, pst! 10. Interjeiçons de silêncio psiu!, xiu!
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ASPETOS MORFOLEXICAIS
I. ADAPTAÇOM DE GRUPOS CONSONÁNTICOS 1. Grupos cc, ct (v. supra Ortografia: I.10b) a) Simplificaçom das seqüências etimológicas cc (cç), ct Os casos em que o grupo se simplifica som, de longe, os mais numerosos:
afeçom (diferente de afeiçom), afetar; afeto (diferente de afeito); arquitetar, arquiteto, arquitetónico, arquitetura; aspeto, aspetual; correçom, correto, corretor; direçom, direto (diferente de direito), diretor; inseticida, insetívoro, inseto; objeçom, objetar, objetivo; predileçom, predileto; prospeçom, prospeto; projeçom, projetar, projeto; reta, reto; setor (mas secçom); trajeto, trajetória, etc.
b) Conservaçom das seqüências etimológicas cc (cç), ct Som comparativamente pouco numerosos estes casos: contacto, convicçom; facto (diferente de fato ‘traje’), factual; ficçom, ficcional; intelecto, intelectual, intelectivo; pacto, pactuar; secçom, etc. c) Vocalizaçom da primeira consoante: ic (iç), it, ut afeiçoar e afeiçom (afeiçoado) confeitaria (confeitado, confeitar, confeiteiro, confeito) defeito (defeituoso; mas: defetível, defetibilidade, defetividade, defetivo) efeito (mas: efetivaçom, efetível, efetivizar, efetividade, efetivo, efetuaçom, efetuador, efetuar)
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Aspetos morfolexicais I. ADAPTAÇOM DE GRUPOS CONSONÁNTICOS
eleiçom e eleitoral (eleito, eleitor, eleitorado) feitoria (feitor) feiçom ‘feitio, traço do rosto’ (diferente de façom ‘partido’) Heitor insurreiçom (mas: insurrecional, insurrecionar, insurreto) interjeiçom (mas: interjecional, interjetivo) leitor, leitura, liçom (leitorado; mas: lecionador, lecionar, lecionário, lecionista, letivo) perfeiçom e perfeito (aperfeiçoador, aperfeiçoamento, aperfeiçoar, imperfeiçoar, imperfeiçom, imperfeito, mais-que-perfeito; mas: imperfectibilidade, imperfectibilizar, perfectível, perfectivo) prefeito e prefeitura (prefeitoral) refeiçom, refeitório reitor (reitorado, reitoral, reitoria) respeito e respeitar (desrespeitador, desrespeitar, desrespeito, desrespeitoso; respeitabilidade, respeitado, respeitador, respeitante, respeitável, respeitoso; mas: respetivo) ressurreiçom (mas: ressurrecional, ressurreto) seita (mas: sectário, sectarismo) sujeiçom, sujeitar e sujeito (sujeitador, sujeitável) oitava e oitavo (oitavar, oitavário; mas: octaedro, octano, octogenário, octogonal, etc.) douto e doutor (doutorado, doutoral, doutoramento, doutorando, doutorar; mas: doctíloquo) doutrina (doutrinaçom, doutrinador, doutrinal, doutrinamento, doutrinando, doutrinante, doutrinar, doutrinário, doutrinarismo, doutrinarista, doutrinável, doutrineiro) outubro
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2. Grupos pc (pç), pt (v. supra Ortografia: I.10g) a) Simplificaçom das seqüências etimológicas pc (pç), pt Os casos em que o grupo se simplifica som bastante numerosos:
aceçom, adotar, adoçom, ceticismo, cético, deceçom, exceçom, exceto, excetuar, interceçom, intercetar, perceçom, percetível, receçom, recetor, suscetível, etc.
b) Conservaçom das seqüências etimológicas pc (pç), pt Estas seqüências conservam-se em palavras de índole erudita: adaptar, adaptaçom, adepto, cataléptico, epiléptico, inepto, réptil, repto, etc. c) Vocalizaçom: ic (iç), it Há uns poucos casos de vocalizaçom do p em i, quando precedido de e: aceitar (aceitabilidade, aceitaçom, aceitável, inaceitável). conceito e Conceiçom (conceituar, conceituado, conceituoso, preconceito; mas: conceçom, conceptismo, conceptista, conceptual, conceptualismo, conceptualista) preceito (preceituoso, preceitura; mas: preceptivo, preceptor, preceptoria) receita (receitar, receituário)
3. Grupo gm a) Conservaçom: é o mais habitual: diafragma, dogma, dogmático, estigma, fragmento, magma, pigmentaçom, pigmentar, pigmento, pigmeu, pragmático, segmentaçom, segmento, etc. b) Vocalizaçom: im, um fleimom fleuma (fleumático)
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Aspetos morfolexicais I. ADAPTAÇOM DE GRUPOS CONSONÁNTICOS
4. Perda da primeira consoante nos grupos gn e sc a) gn: sinal (assinalamento/sinalamento, assinalar/sinalar, sinalizar, sinalizaçom); assinar e assinatura (assinante); ensinar e ensino (ensinável); sino (diferente de signo). b) sc: Nas palavras cultas que em latim começam polo grupo sc (sce-, sci-) elimina-se o sinicial para as adaptar: sceptru > cetro, scientia > ciência, scisma > cisma e derivados: cena (cenário, cénico, cenografia, cenográfico; encenaçom, encenar) ceticismo e cético ciática cindir, cissom e cissura (cindível) cintilar (cintilaçom, cintilador, cintilante)
5. Grupos bl, cl, fl, gl, pl a) Conservaçom A conservaçom dos grupos consonánticos constituídos por consoante oclusiva ou fricativa mais líquida, bl, cl, fl, gl e pl é a tónica mais geral e abundante:
blasfémia, bloco, problema, publicar, público, etc.;
aclarar, claridade, claro, clero, clima, incluir, proclamar, etc.;
afligir, flamante, flanela, flauta, flecha, flor, influir, reflexom, etc.;
glándula, globo, glosar, etc.;
aplanar, exemplo, exemplificar, plano, planta, plantar, pluma, templo, etc.
b) Casos de vozes semicultas em que o l passa para r: br:
branco (abrancaçado, brancura, branqueaçom, branqueamento, branquear, esbranquiçado, esbranquiçar); brandir; brando (abrandar, brandura, embrandecer); brasom (brasonar); Bras (e Brais).
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
diabrete, diabrura e endiabrar (endiabrado); dobra, dobrar e dobro (desdobrar, dobrada, dobradiça, dobradiço, dobrado, dobragem, dobrável; mas: doble ‘duplicado; hipócrita; pedra do dominó’, doblete, doblez ‘hipocrisia’; dobrom; nobre (enobrecer, nobreza); obrigar (obriga, obrigaçom, obrigador); obreia; sabre (sabrada, sabrista). cr:
cravar e cravo (cravaçom, cravadeira, cravadura, cravaria; craveira, cravejar).
escravo (escravaria, escravatura, escravidom, escravitude, escravizaçom, escravizador, escravizar); recruta (recrutamento, recrutar). fr:
fraco (enfraquecer, enfraquecimento, fraqueira, fraqueiro, fraquejar, fraqueza, fraquinho); fretar e frete (fretador, fretagem, fretamento); froco ‘tufo de fios num tecido’ (com o significado de ‘massa pouco densa’ é mais freqüente floco); frota; frouxo (afrouxamento, afrouxar, frouxeza, frouxidade, frouxidom). gr:
igreja (igrejário, igrejeiro); regra (regrado, regrante, regrar); singrar e singradura (singradoiro, singrante). pr:
prazer (aprazer, aprazibilidade, aprazimento, aprazível, comprazedor, comprazer, comprazimento, desprazer, desprazimento, desprazível, prazentear, prazenteio, prazenteiro; mas: complacência, complacente, placidez, plácido); praga (praguejador, praguejamento, praguejar); praia e espraiar; prancha e pranchar; pranto (prantear); prata (prataria, prateaçom, prateador, pratear, pratejar; mas: platina, platino ou platense); prato (pratada, pratel, prateleira); praça (pracear, pracinha, pracista); prazo (aprazamento, aprazar, emprazamento, emprazar); preia-mar; pregar (prega, prego); prumo e aprumo.
cumprir e cumprimentar (cumpridor, cumprimentador, cumprimenteiro, cumprimento); empregar e emprego (desempregar, desemprego, empregado); escopro; soprar e sopro; suprir (supridor, suprimento, suprível; mas: suplência, suplente, supletivo).
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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS
II. SUFIXOS E TERMINAÇONS 1. -cio / -zio, -cia / -zia e -ço / -zo, -ça / -za a) -cio / -zio, -cia / -zia Muito mais freqüentes som (e às vezes únicas) as terminaçons -cio / -zio, -cia / -zia em palavras acabadas em -ácia, -ácio/-ázio, -écia, -écio/-ézio, -ícia, -ício/-ízio, -ócia, -ócio, -úcia/-úzia, -úcio:
acácia, audácia, suspicácia; Horácio, palácio, prefácio, topázio; Grécia, peripécia, Suécia; helvécio, trapézio; carícia, delícia, malícia, notícia; comício, início, rodízio, vício, vitalício; Capadócia, Escócia; bócio, negócio, ócio; argúcia, dúzia, minúcia; búzio, lúcio, etc. E também nas acabadas em -áncia, -áncio, -ência, -êncio, -ôncia, -ôncio, -úncia, -úncio:
abundáncia, beligeráncia, concordáncia, distáncia, elegáncia, fragráncia, ignoráncia, jactáncia, observáncia, predomináncia, substáncia, vigiláncia, etc.
aderência, decência, essência, gerência, iminência, ocorrência, recorrência, sonolência, veemência, etc. As acabadas em -iência e -uência conservam sempre as seqüências -ie-, -ue- e a terminaçom -cia: audiência, ciência, consciência, conveniência, deficiência, eficiência, obediência, paciência, proveniência, suficiência, conseqüência, delinqüência, eloqüência, freqüência, influência, seqüência, vaniloqüência, etc. Contodo, aparência (do latim apparentia).
Bizáncio, Florêncio, silêncio; estrôncio, Leôncio; denúncia, pronúncia, renúncia; abrenúncio, anúncio, núncio, etc. E igualmente nas acabadas em -árcia, -ércia, -ércio, -órcia, -órcio, -úrcio:
enxárcia, inércia; comércio, sestércio; consórcio, divórcio; Tibúrcio, etc.
b) -ço / -zo, -ça / -za
Acabam em -ço/-zo e -ça/-za as vozes consoante a evoluçom patrimonial:
-aça: graça (Graça; desgraça; desgraçado, desgraçar; mas agraciar). -aço: andaço, cansaço, espaço (espaçar, espacejar, espaçoso; mas espacial e espaciotemporal) e paço. -eza: avareza e Veneza (mas: veneciano).
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-eço/-ezo: preço, apreço; desprezo (desprezar, desprezível, desprezável, desprezativo), menosprezo (menosprezar, menosprezível, menosprezativo), prezar (mas: apreciar, apreciaçom, apreciável, apreciativo, depreciar). -iça/-iza: cobiça (cobiçar, cobiçoso), justiça (justiçar, justiceiro; injustiça); Galiza. -iço/-izo: noviço (noviça; mas: noviciado, noviciar, etc.), serviço (serviçal); juízo e prejuízo. -uço: ruço. -ança: França, militança ‘conjunto de pessoas militantes’ (mas: militáncia ‘açom de militar’), perseverança e temperança (intemperança). O derivado de finança é financeiro. -anço: ranço (rançoso). -ença: avença (avençal, avençar), convalescença, crença (descrença), diferença (indiferença; mas: diferenciar, diferenciável, diferencial, diferenciaçom, indiferenciar), doença, Florença, licença (mas: licenciado, licenciar, licenciatura, licencioso), mantença, nascença (renascença), pertença, presença (mas: presencial, presenciar), querença (querençoso; benquerença; malquerença; mas: querenciar), sentença (mas: sentenciar, sentencioso) e tença. -erça e -erço: terço (terça, terça-feira, terçar; mas: terciário, Terciário).
2. -çom, -som, -tom, -xom Estas som as soluçons próprias e genuínas do galego:
aceitaçom, adivinhaçom, afeiçom, bifurcaçom, cançom, conceçom, dentiçom, ediçom, eleiçom, feiçom, gestaçom, gradaçom, instruçom, interjeiçom, locuçom, liçom, naçom, oraçom, petiçom, refeiçom, ressurreiçom, rotaçom, sensaçom, sujeiçom, tradiçom, traduçom, usurpaçom, vibraçom, etc.
admissom, colisom, defensom, emissom, fusom, ilusom, pressom, visom, etc.
combustom, digestom, gestom, ingestom, questom, etc.
conexom, flexom, reflexom, etc. Contodo, há umha palavra em -siom que admite como única soluçom a forma com i:
ocasiom
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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS
As palavras derivadas dos verbos acabados em -uir terminam em -uiçom:
atribuiçom, constituiçom, destituiçom, destruiçom, diminuiçom, distribuiçom, instituiçom, prostituiçom, restituiçom, retribuiçom, substituiçom, etc. Contodo, os verbos abluir e evoluir e os acabados em -truir (exceto destruir) tenhem os seus derivados em -uçom:
abluçom, construçom, evoluçom, instruçom, obstruçom
3. -ente, -inte a) -ente Temos a terminaçom -ente em todos os deverbais da segunda conjugaçom e na maioria dos da terceira:
ardente (aguardente), condescendente, convalescente, corrente (concorrente, discorrente, etc.), crescente, crente, doente, escrevente, fervente, florescente, nascente (renascente), padecente, pendente, pertencente, rompente, tenente, vertente, vivente (sobrevivente), etc. E também nos deverbais de verbos latinos ou históricos da segunda: complacente, dolente (condolente), poente (depoente, expoente, opoente) ou ponente (deponente, exponente, oponente, proponente).
adquirente, atraente, concernente, conferente, contraente, discernente, dormente, luzente (reluzente, transluzente, tremeluzente), repetente, servente, etc. Também os de proveniência culta: concludente e ridente (sorridente). A terminaçom -uente é própria dos deverbais de verbos em -uir ou na mesma família lexical de nomes acabados em -uência já vistos:
afluente, confluente, conseqüente, delinqüente, diluente, diminuente, eloqüente, freqüente, grandiloqüente, influente, seqüente, etc. Temos a terminaçom -iente:
— Nos nomes que nom som deverbais diretos e em muitos casos que há, na mesma família, nomes em -iência, também vistos:
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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza
aliciente, ambiente, ciente, cliente, coeficiente, consciente, deficiente, eficiente, estupefaciente, experiente, incipiente, ingrediente, obediente, omnisciente, oriente, paciente, parturiente, quociente, recipiente, sapiente, suficiente, etc.
— Nos seguintes derivados cultos de verbos da terceira:
conveniente (inconveniente), interveniente, proveniente, expediente e nutriente.
b) -inte Acabam em -inte (além de requinte ou vinte) uns quantos deverbais da terceira: De verbos acabados em -buir e -tuir:
contribuinte, constituinte (reconstituinte), substituinte. Outros:
ouvinte, seguinte.
c) -ente / -inte Temos -(i)ente e -inte nos derivados do verbo sair e do seu correlato latino:
saliente ‘que sobressai’, sainte ‘que sai’, sobressaliente/sobresselente/sobressalente ‘que sobressai, que excede; suplente’.
4. -eira, -eiro e -era, -ero a) -eira, -eiro -eira:
azeiteira, cafeteira, chocolateira, coelheira, eira, enredadeira, fosforeira, jardineira, liteira, maneira, mangueira, orelheira, palmeira, papeira, ratoeira, soleira, trincheira, vinagreira, xaboeira, etc. -eiro (-a):
agoireiro (-a), açucareiro (-a), braseiro, brasileiro (-a), cinzeiro, cordeiro, estrangeiro (-a), financeiro (-a), grosseiro (-a), inteiro (-a), justiceiro (-a), ligeiro (-a), mensageiro (-a), passageiro (-a), ponteiro, rasteiro (-a), sendeiro, traseiro (-a), viageiro (-a), etc.
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b) -era, -ero Contodo, temos, -era, -ero só em: -era:
antera, cera, cratera, era, esfera e -sfera (atmosfera, batisfera, biosfera, cromosfera, litosfera, fotosfera, hidrosfera, oosfera, orosfera, etc.), espera, filoxera, galera, pantera, pera, primavera, quimera e venera. -ero (a):
bolero, clero, desespero, esmero, exagero, ibero (-a), mero (-a), pêro, salero, severo (-a), sincero (-a), tempero, vero (-a) e zero.
5. -doiro, -doira, -ouro, -oura e -deiro, -deira, -oro, -ora a) -deiro, -deira é algo mais abundante que -doiro, -doira: abrideiro, andadeiro, bombardeiro, caldeiro, desordeiro, escudeiro, fraldeiro, hospedeiro, ladeira, leiteiro, mandadeiro, namoradeira, padeiro, paradeiro, queimadeiro, rodeiro, sendeiro, torpedeiro, videira, etc. b) Convém notar que acabam em -doiro, -doira, entre outras: abrigadoiro, aliviadoiro, amarradoiro, ancoradoiro, batedoiro, bebedoiro, calcadoiro, casadoiro, cevadoiro, cingidoiro, comedoiro, corredoira, defumadoiro, degoladoiro, desaguadoiro, desembarcadoiro, dobadoira, duradoiro, embarcadoiro, enxugadoiro, esborralhadoiro, escorregadoiro, espojadoiro, estendedoiro, fervedoiro, lavadoiro, malhadoiro, mangedoira, matadoiro, miradoiro, perecedoiro, poedoiro, rapadoira, resfolegadoiro, respiradoiro, resvaladoiro, sangradoiro, suadoiro, sumidoiro, tapadoira, varadoiro, varredoira, varredoiro, vertedoiro, vindoiro. c) Admitem terminaçons dúplices em -oiro (-a) / -ouro (-a): agoiro/agouro, besoiro/besouro, cenoira/cenoura, coiro/couro, Doiro/Douro, loiro/louro, rasoira/rasoura, salmoira/salmoura, tesoira/tesoura, vassoira/vassoura. d) -ouro, -oura só, além das anteriores: desdouro, estouro, laboura, mouro (-a), ouro, pelouro, tesouro, touro.
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e) -oro, -ora é terminaçom mais abundante que -ouro, -oura (além dos femininos de nomes em -or: autora, doutora, leitora, etc.): agora, amora, aurora, bifloro (-a), cantimplora, choro, cloro, coro, decoro, demora, desaforo, embora, escora, espora, esporo, flora, fora, foro, hora, inodoro, locomotora, loro, melhora, meteoro, namoro, hora, ora, outrora, penhora, piloro, poro, sonoro (-a), soro, toro; Isadora, Isidoro (-a), Pandora, Samora, Teodoro (-a).
6. -ear e -ejar a) -ear: afear, assenhorear, bambear, basear, bloquear, bombardear, bronzear, canhonear, cartear, chasquear, clarear, esbofetear, espernear, formosear, fraquear, fundear, marear, ondear, parafrasear, pentear, pernear, rarear, romancear, titubear, tutorear, vagabundear, etc. b) -ejar É de uso considerável. Encontramo-la (à parte de em certos casos nom problemáticos: bosquejar, cortejar, cotejar, despejar, festejar, gracejar, mejar, motejar, sobejar, etc.) em:
alvorejar, amarelejar, apedrejar, arejar, bocejar, bracejar, branquejar, cacarejar, chamejar, dardejar, desejar, fraquejar, gotejar, invejar, lagrimejar, lampadejar, lampejar, latejar, louquejar, martelejar (e martelar), negrejar, padejar (derivado de pá), pelejar, pestanejar, quartejar, rastejar, rumorejar, solfejar, trastejar, varejar, velejar, verdejar, versejar.
7. -izar e -isar a) -izar: agonizar, alcoolizar, banalizar, batizar, brutalizar, canalizar, catequizar, democratizar, dogmatizar, eletrizar, encolerizar, fiscalizar, galvanizar, generalizar, humanizar, imortalizar, indemnizar, inimizar, judaizar, legalizar, monopolizar, nacionalizar, neutralizar, parcializar, personalizar, subtilizar, tranqüilizar, vigorizar, etc. b) -isar:
adonisar, alisar, anisar, avisar, bisar, encamisar, guisar, irisar, pesquisar, precisar e poucos mais. 167
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Também -isar nos derivados de nomes acabados em -ise (-álise e -ólise): analisar, catalisar, dialisar, paralisar; eletrolisar, espetrolisar, hidrolisar.
8. -imento Em nomes como: cimento, experimento, moimento, pavimento, pimento, sedimento, etc. Propriamente como sufixo nalguns deverbais da terceira conjugaçom: assentimento, compartimento, cumprimento, descobrimento, discernimento, divertimento, fingimento, impedimento, luzimento, polimento, ressurdimento/rexurdimento, ressurgimento, revestimento, seguimento, sentimento e os seus derivados. Especialmente produtivo nos deverbais da segunda conjugaçom: abatimento, aborrecimento, acontecimento, apercebimento, arrependimento, atrevimento, conhecimento, crescimento, depoimento, desenvolvimento, desfalecimento, desvanecimento, entendimento, entretenimento, envilecimento, escurecimento, esmorecimento, estremecimento, falecimento, florescimento, fornecimento, mantimento, nascimento, obscurecimento, oferecimento, preenchimento, recebimento, requerimento, sofrimento, etc.
9. -se, -xe a) -se: Como fam a maioria das línguas romances modernas, acomodam-se todas as palavras acabadas em -sis e -xis de proveniência grega nas terminaçons -se e -xe, sendo todas elas femininas salvo o Apocalipse, o eclipse, o êxtase e o parêntese:
análise, antítese, apoteose, catequese, cirrose, crase, crise, diagnose, diálise, diocese, dose, eletroforese, ênfase, esclerose, hidrólise, hipnose, hipótese, metamorfose, mimese, narcose, neurose, osmose, paráfrase, perífrase, prótese, psicose, simbiose, síntese, tese, tuberculose, etc.
Cumpre diferenciar: a génese e o Génesis. b) -xe: axe (também áxis), paralaxe, praxe, sintaxe. 168
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c) Por nom provirem do grego, acabam em -sis e -xi: oásis (do latim) e táxi (do francês).
10. -ite, -te, -pole e outras As terminaçons gregas -itis, -tis, -polis e outras em -is acomodam-se em: a) -ite:
amigdalite, apendicite, bronquite, conjuntivite, faringite, flebite, gastrite, hepatite, laringite, meningite, poliomielite, etc.
b) -te:
glote (a terminaçom etimológica é diferente em diabetes ou diabete)
c) -pole:
acrópole, metrópole, necrópole.
d) Outras acomodadas em -e:
derme (epiderme, hipoderme), psique.
e) Alternáncia -e / -is:
bile/bílis, cute/cútis, pelve/pélvis, pube/púbis (mas só pénis).
f) Só -is, entre outras:
Cádis, grátis, íris, lápis, sífilis, ténis, etc.
11. -vel Da terminaçom latina -bilem, temos em galego -vel, especialmente rendível em palavras acabadas em -ável e -ível:
aceitável, atingível, bebível, componível, crível, delével (indelével), digerível, estimável, exigível, fusível, ganhável, generalizável, igualável, justificável, legível, manejável, móvel (automóvel, imóvel), movível, observável, questionável, razoável, resumível, solúvel, submergível, terminável, transferível, utilizável, visível, volúvel, etc.
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Acabam em -bre, a partir da antedita terminaçom latina:
nobre e condestabre.
12. -au; -eu e -eio; -eia e -é a) -au Salvo as que se verám no ponto 16, que acabam em -ao, o resto das palavras acabam em -au (nalguns casos pola perda de -l- e -d- intervocálicos):
bacalhau, berimbau, cacau, calhau, degrau, grau, lacrau, mau, nau, pau, sarau; Bilbau, Calhau, Estanislau, Ladislau, Laus, Manaus, Menelau, Mindanau, Nicolau, Venceslau, etc.
b) -eu Contamos com um número considerável de vocábulos masculinos findos em -eu:
androceu, apogeu, arameu (tb. aramaico), ateu, boleu, caldeu, camafeu, cananeu, chapéu, cireneu, coliseu, corifeu, eritreu, escarcéu, europeu, fariseu, fidéu, filisteu, galileu, gineceu, hebreu (tb. hebraico), himeneu, jacobeu, jubileu, judeu, liceu, manteu, mausoléu, museu, peritoneu (tb. peritónio), pigmeu, plebeu, réu, saduceu, trofeu, bem como duas vozes que perdêrom o -l- intervocálico: céu, véu (excetuam-se: esteio, deste último caso, e correio e feio, dos anteriores) e os nomes próprios Alceu, Alfeu, Amadeu, Bartolomeu, Bordéus, Bornéu, Borromeu, Clodoveu, Doroteu, Egeu, Eliseu, Eu, Galileu, Lineu, Macabeu, Mateus, Montevideu, Morfeu, Orfeu, Perseu, Pirenéus, Pireu, Pompeu, Prometeu, Ptolomeu, Ribadeu, Romeu, Tadeu, Teseu, Zaqueu, Zebedeu, etc.
c) -eio É algo inferior o número das acabadas em -eio, que, em todo o caso, além das três vistas acima, som: relacionadas com verbos acabados em -ear:
arqueio, arreio, asseio, bloqueio, galanteio, gorjeio, meneio, orneio, passeio, receio, recreio, rodeio, sorteio, tiroteio, torneio, toureio, vozeio, etc. e anseio (de ansiar). vocábulos que perdêrom o -n- intervocálico:
alheio, centeio, cheio, freio, seio, terreio, veio.
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d) -eia Som praticamente únicos os femininos em -eia. Temos esta terminaçom em: A maioria dos femininos de -eu e de -eio:
alheia, arameia, caldeia, cananeia, cheia, cireneia, corifeia, europeia, fariseia, feia, hebreia, jacobeia, pigmeia, plebeia, etc. Palavras que perdêrom o -n- intervocálico:
ameia, areia, aveia, baleia, cadeia, ceia, colmeia, estreia, moreia, preia(-mar), sereia, veia. Palavras que perdêrom o -l- intervocálico:
candeia, teia. Outras:
aldeia, azoteia, bateia, blenorreia, boleia, cefaleia, colcheia, correia, diarreia, farmacopeia, ideia, lampreia, melopeia, obreia, odisseia, panaceia, plateia, preia, ureia, verborreia, etc.; Andreia, Arimateia, Basileia, Caldeia, Coreia, Crimeia, Doroteia, Dulcineia, Eneias, Eritreia, Galateia, Galileia, Judeia, Medeia, etc.
e) -é Femininos em -é só temos: chaminé, libré, maré, polé, ralé, ré (feminino de réu); Guiné.
13. -inha, -inho, -inhar e -ina, -ino, -inar a) -inha, -inho, -inhar As terminaçons com nh som menos freqüentes: inha:
andorinha, baínha, cozinha, escrivaninha, espinha, farinha, galinha, ladaínha, libelinha, linha, madrinha, mezinha, raínha, sardinha, etc. (além de outros casos nom problemáticos). -inho (-a):
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adivinho (-a), biscaínho (-a), caminho, capuchinho (-a), cebolinho, cominho, daninho (-a), espinho, estorninho, focinho, linho, marinho (-a), meirinho (-a), mesquinho (-a), moínho (re(de)moínho), padrinho, pergaminho, sete-mesinho (-a), sobrinho (-a), torvelinho, toucinho, vinho, vizinho (-a) (além de outros casos nom problemáticos). -inhar é normalmente terminaçom dos verbos formados a partir de nomes acabados em -inha e -inho:
acarinhar, afocinhar, cozinhar, embainhar, sublinhar, etc.
Como sufixo derivativo: cuspinhar e endemoninhar.
b) -ina, -ino, -inar As terminaçons com n som muito mais abundantes: -ina:
aspirina, buzina, campina, cortina, disciplina, esquina, gasolina, gelatina, medicina, neblina, paulina, penicilina, rapina, ruína, serpentina, turbina, urina, vitrina, etc. -ino (-a):
assassino (-a), bovino, canino (-a), campesino (-a), cristalino (-a), destino, divino (-a), ensino, feminino (-a), genebrino (-a), henriquino (-a), ovino (-a), peregrino (-a), submarino (-a), taurino (-a), ultramarino (-a), etc. -inar (derivados de -ina, -ino e a prática totalidade dos verbos nom derivados):
afinar, arruinar, assassinar, contaminar, destinar, determinar, dominar, doutrinar, examinar, peregrinar, rapinar, etc.
14. -gem / -ge ou -je É de uso preferível a primeira terminaçom nos acabados em -agem, -igem, -ugem e -rgem:
aterragem, engrenagem, selvagem, origem, vertigem, etc.; felugem, ferrugem, lanugem, pelugem, etc.; margem, virgem.
Preferem-se em -je:
laje, paje, traje, ultraje/aldraje.
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E adaptam-se em -ene:
aborígene, gene.
15. -m / -n (-ene) [v. supra 3a] Nas palavras nom agudas, a terminaçom -m ocorre em palavras patrimoniais ou em cultismos nom greco-latinos, às vezes com alternáncia com Ø ou com -eme:
jovem, nuvem/nuve, ordem, tandem, totem/tóteme.
Nas palvras nom agudas, a terminaçom -n ocorre em cultismos greco-latinos, nalguns casos em concorrência com Ø:
éden, glúten, líquen, pólen, etc.; abdómen/abdome, albúmen/albume, etc.
Além de aborígene e gene, vistos acima, acaba em -ene: iene.
16. -ao, -á e -ano, -ana a) -ao, -á: Para as palavras patrimoniais procedentes do sufixo latino -anum e -anam, a soluçom galega supradialetal é -ao e -á: aldeao (tb. aldeão; dialetal: aldeám) – aldeá (tb. aldeã), anao (tb. anão; dialetal: anám) – aná (tb. anã), anciao (tb. ancião; dialetal: anciám) – anciá (tb. anciã), artesao (tb. artesão; dialetal: artesám) – artesá (tb. artesã), castelao (tb. castelão; dialetal: castelám) – castelá (tb. castelã), chao (tb. chão; dialetal: cham) – chá (tb. chã), cidadao (tb. cidadão; dialetal: cidadám) – cidadá (tb. cidadã), cirugiao (tb. cirurgião; dialetal: cirurgiám) – cirurgiá (tb. cirurgiã), coirmao (tb. coirmão; dialetal: coirmám) – coirmá (tb. coirmã) / curmao (tb. curmão; dialetal: curmám) – curmá (tb. curmã), cortesao (tb. cortesão; dialetal: cortesám) – cortesá (tb. cortesã), cristao (tb. cristão; dialetal: cristám) – cristá (tb. cristã), ermitao (tb. ermitão; dialetal: ermitám) – ermitá (tb. ermitã), escrivao (tb. escrivão; dialetal: escrivám) – escrivá (tb. escrivã), grao (tb. grão; dialetal: gram) – grá (tb. grã), hortelao (tb. hortelão; dialetal: hortelám) – hortelá (tb. hortelã), irmao (tb. irmão; dialetal: irmám) – irmá (tb. irmã), louçao (tb. loução; dialetal: louçám) – louçá (tb. louçã), marrao (tb. marrão; dialetal: marrám) – marrá (tb. marrã), meao (tb. meão; dialetal: meám) – meá (tb. meã), nugalhao (tb. nugalhão; dialetal: nugalhám) –
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nugalhá (tb. nugalhã), pagao (tb. pagão; dialetal: pagám) – pagá (tb. pagã), sacristao (tb. sacristão; dialetal: sacristám) – sacristá (tb. sacristã), sao (tb. são; dialetal: sam) – sá (tb. sã), tecelao (tb. tecelão; dialetal: tecelám) – tecelá (tb. tecelã), temporao (tb. temporão; dialetal: temporám) – temporá (tb. temporã), vao (tb. vão; dialetal: vam) – vá (tb. vã), vilao (tb. vilão; dialetal: vilám) – vilá (tb. vilã). Também nas seguintes palavras, que só tenhem umha forma masculina ou feminina:
mao (tb. mão), porao (tb. porão), tavao (tb. tavão), verao (tb. verão); avelá (tb. avelã), cá (tb. cã), lá (tb. lã), manhá (tb. manhã), maçá (tb. maçã), rá (tb. rã).
E formas femininas de masculinos em -ám (salvo sultana e nomes próprios: Joana, etc.):
afegá (tb. afegã), alemá (tb. alemã), barregá (tb. barregã), capelá (tb. capelã), capitá (tb. capitã), catalá (tb. catalã), charlatá (tb. charlatã), folgazá (tb. folgazã), guardiá (tb. guardiã), rufiá (tb. rufiã), etc.
Como terminaçom átona temos -ao / -o, -a:
Cristóvao (tb. Cristóvão) / Cristovo, Estévao (tb. Estévão) / Estevo, órfao (tb. órfão) / orfo – orfa (tb. órfã), órgao (tb. órgão), ourégao (tb. ourégão) / ourego, sótao (tb. sótão), zángao (tb. zángão) – zanga.
b) -ano, -ana: -ana:
americana, caravana, filigrana, juliana, membrana, palangana, persiana, roldana, savana, semana, sultana, etc. -ano (-a):
africano (-a), americano (-a), australiano (-a), compostelano (-a), franciscano (-a), germano (-a), humano (-a), italiano (-a), maometano (-a), mariano (-a), mussulmano (-a), nicaraguano (-a), ourensano (-a) (tb. ourensao (-á)), paisano (-a), paroquiano (-a), pondaliano (-a), provinciano (-a), quotidiano (-a), republicano (-a), romano (-a), rosaliano (-a), soberano (-a), serrano (-a), urbano (-a), veterano (-a), vegetariano (-a), etc.
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17. -oa, -ó e -ola, -ona a) -oa / -ó [ɔ] Temos as variantes -oa/-ó numhas poucas palavras que perdêrom o -l- intervocálico:
avoa/avó, eiroa/eiró, enxoa/enxó, filhoa/filhó, moa/mó, teiroa/teiró. Mas: só e somente.
b) -oa [ó] Temos a terminaçom -oa numhas quantas palavras: que perdêrom o -n- intervocálico: — alguns femininos de -om:
boa, bretoa, campeoa, chamboa, furoa (animal), ladroa (tb. ladra), leitoa, leoa, letoa, patroa, pavoa, peoa, retouçoa, saxoa, tabelioa, varoa.
— e:
broa, coroa, lagoa, pessoa. outras: canoa, ilhoa, proa.
c) -ola, -ona No resto dos casos temos -ola e -ona:
argola, caçarola, corola, rola, viola, etc.
abusona, bandalhona, berrona, burlona, chorona, cinqüentona, fregona, glutona, grandalhona, lambona, mocetona, mulherona, parvalhona, pedinchona, quarentona, sabichona, solteirona, trapalhona, valentona, etc.; acetona, amazona, hormona, intentona, lona, maratona, matrona, poltrona, sanfona, zona, etc.
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18. -ade, -ede, -ide, -ude a) -ade É a mais abundante. Temo-la em: -idade e -iedade:
A maioria das palavras acabadas em -ade apresentam o sufixo -idade:
ambigüidade, antigüidade, brevidade, contigüidade, enfermidade, estanquidade, falsidade, gravidade, lenidade, levidade, mansidade, mocidade, novidade, pouquidade, sujidade, etc.
Como terminaçom, e nom sufixo, temos, entre outras:
cidade, humidade, idade, soidade (variante dialetal de saudade), etc.
-iedade, à parte de em ansiedade e saciedade, temo-la nos vocábulos formados a partir de nomes acabados em -io:
arbitrariedade, ebriedade, hereditariedade, obrigatoriedade, piedade, propriedade, sobriedade, solidariedade, variedade, etc. -dade e -tade:
A terminaçom -dade, além das indicadas acima, em:
-rdade: herdade, liberdade, puberdade, uberdade, verdade (nom há nengumha em -rtade). -ldade: beldade, crueldade, dificuldade, faculdade, fealdade, frialdade, humildade, igualdade, lealdade, maldade (nom existe nengumha em -ltade). -ndade: bondade, cristandade, divindade, irmandade, leviandade, orfandade, mortandade, ruindade, trindade, virgindade. Só temos em -ntade: vontade.
Também acabam em -tade só os seguintes vocábulos:
-stade (majestade, potestade, tempestade, vetustade) e metade.
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b) -ede É muito escassa:
céspede, hóspede, Mamede, parede, rede, sede.
Nom tem essa terminaçom por perder o -d- intervocálico já na formaçom da língua:
mercê, Mercês (e, polo mesmo motivo: você < vossa mercê).
c) -ide É ainda menos freqüente:
áspide, lide, vide.
d) -ude É algo mais habitual: alaúde, aptitude, atitude, beatitude, decrepitude, juventude, latitude, magnitude, plenitude, quietude, saúde, talude, virtude, etc.
19. -idom O sufixo nominal -idom, formador de substantivos de significaçom abstrata, surgido em galego-português na Idade Média por via popular a partir do latino -itudine, deve restaurar-se na língua culta da Galiza, de harmonia com a sua produtividade em lusitano e em brasileiro: amplidom (tb. amplitude), aptidom, certidom1, escravidom (tb. escravatura), escuridom (tb. escuridade), exatidom, frouxidom (tb. frouxidade), laxidom, multidom, solidom ‘isolamento’ (tb. solitude; soedade ou soidade é variante dialetal de saudade), vastidom, vermelhidom, etc.
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Certidom com o sentido de ‘certeza’ é hoje arcaísmo em lusitano e em brasileiro, mas certidom (= certidão) como sinónimo de certificado está plenamente vigente.
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20. -aria a) O sufixo -aria, proveniente por via direta do latim, é o próprio e genuíno do galego: armaria, barbearia, bijutaria, bruxaria, carniçaria, carpintaria, carroçaria, cervejaria, chancelaria, colchoaria, doçaria, drogaria, enfermaria, engenharia, ferraria, infantaria, joalharia, leitaria, livraria, lotaria, massonaria, ourivesaria, padaria, peixaria, queijaria, relojoaria, serraria, tesouraria, vidraria, etc. b) Tenhem a terminaçom -eria: bateria, correria, cristaleria, galeria, grosseria (tb. grossaria) e parceria.
21. Adaptaçom de vozes latinas As terminaçons latinas -um, -us, -u adaptam-se nos vocábulos cultos na prática totalidade dos casos em -o final (clarum > claro, plenum > pleno, templum > templo, etc.). Isso mesmo acontece com vocábulos de entrada algo posterior: -um > -o: currículo, factoto, memorando, referendo, ultimato, etc. -us > -o: cato, humo (tb. húmus), lapso, ricto, etc. -u > -o: espírito, ímpeto, tribo, etc. Contodo, há umhas poucas vozes ainda sem adaptar: ánus, bónus, ónibus, Vénus, vírus; álbum.
22. Adaptaçom de outras vozes Algumhas palavras estrangeiras e onomatopaicas recebem entre nós umha vogal de apoio (normalmente, um e) para evitar grupos consonánticos estranhos e consoantes finais inusitadas: a) -be: clube, esnobe, pube; Magrebe.
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b) -de: fiorde, lorde, recorde; Chade, Plimude, Riade. c) -fe: bife, golfe, pufe, xerife; Cardife, Rife. d) -gue: icebergue, buldogue, dogue, pingue-pongue, ziguezague; Béringue, Danzigue. e) -me: filme f) -que: claque, conhaque, coque, craque, fraque, tique, tiquetaque; Brunsvique, Carnaque, Iorque e Nova Iorque, Iraque, Linguadoque, Munique, Quebeque, Reiquiavique, Utreque, Vladivostoque, Zurique. g) -te: críquete, debute, fagote, iogurte, mamute, soviete, vermute, zenite ou zénite; Beirute, Bucareste, Budapeste, Edite, Evereste, Judite, Monserrate, Rebate, Rute, Tibete (mas: Nazaré). h) -ve: Telavive. i) -xe: Marraquexe. As consoantes finais -c, -t podem admitir, igualmente, um -o: bloco, chuto [Gz+Pt] / chute [Br]. -a final é mais raro, salvo nalguns topónimos, normalmente alemáns, onde é mais habitual: 179
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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS
champanha (tb. champanhe), valsa; Copenhaga, Estugarda, Heidelberga, Nuremberga, etc. Outras adaptaçons: (h)andebol (< ingl. handball), basebol, basquetebol, brídege, estandardizar, futebol. E topónimos: Afeganistám, Amesterdám, Banguecoque, Francoforte, Vestefália. Terminados em -lándia: Zelándia e Nova Zelándia, Jutlándia. Dusseldórfia, Lípsia (Leipzig). Aquisgrana (Aachen), Cantuária (Canterbury).
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III. OUTRAS PARTICULARIDADES 1. Começos de palavra problemáticos a) ca-, ga- e qua-, coa-, gua ca-, quaTenhem o começo de palavra ca- (provenientes de /kua-/) só: caderna, caderno, catorze (e Torcato em posiçom nom inicial de palavra). Tenhem qua- (as do primeiro grupo, dialetalmente, com ca-): — quadrar ‘coincidir’, quadril, qual, qualidade, qualificar, qualquer, quando, quantidade, quanto, quarto, quatro, quatrocentos. — quadrado, quadragésimo, quadrangular, quadrante, quadrar ‘fazer quadrado’, quadratura, quadrelo, quadrícula, quadrienal, quadriénio, quadriga, quadrilátero, quadrilha, quadrimestre, quadrimotor, quadrissecular, quadrissílabo, quadro, quadrúpede, quádruplo, qualitativo, quantia, quantificar, quantioso, quantitativo, quarenta, quarentena, quarentom, quaresma, quaresmal, quarta, quarteirom, quartel, quartejar, quarteto, quartilho, quarto, quartzo, quaternário, quatríduo. Em posiçom interior de palavra: esquadra, esquadrinhar, esquadro, esquadrom, esquálido, esqualo, esquartejar. coaEm vozes patrimoniais e também de proveniência culta: coalhar e derivados; coagular e derivados. ga-, guaCom ga- (proveniente de /gua-/) de maneira exclusiva em começo de palavra: gadanha e derivados (e no interior de palavra: algarismo). Com gua- (dialetal: ga-): gualdrapa, guardar (guardadeira, guardado, guardador), aguardar.
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Aspetos morfolexicais III. OUTRAS PARTICULARIDADES
gua- só em: guante ‘luva de ferro’, guarecer, guarida, guarita, guarnecer, guarniçom; guarda (a Guarda), guardiám, guarda-civil, guarda-florestal, guarda-noturno, etc.; guarda-costas, guarda-joias, guarda-lama, guarda-pó, guarda-redes, guarda-roupa. b) ante-, de-, des-, es anteante- fai referência a ‘anterioridade’, frente a anti-, que indica oposiçom: antecipar, antecipaçom, antediluviano. de-, des-, es-, di— de- temo-lo, entre outros casos, em: defunto, delapidar (delapidador, delapidaçom), demitir e demissom (demissionário, demissório), deputaçom (deputado, deputar), desenho (desenhador, desenhar, desenhista). Som com de-, e nom com des-: debandada (debandar), decifrar (decifrável, decifrador, decifraçom), decompor ‘separar os componentes, apodrecer’, diferente de descompor ‘desarranjar’ (decomponente, decomponível, decomponibilidade, decomposiçom, decompositor), delir ‘dissolver’, depenar (depenicar) e deplumar, derrabar, degelar (degelo). — des- pode alternar com es-: despir/espir (supradialetal a primeira forma), desvanecer e esvair (com bases lexicais, conjugaçons e significados diferentes). Tenhem des-: desperto ‘que despertou’ (despertador, despertar) / esperto ‘astuto, inteligente’, diferente de experto ‘entendido, erudito, experiente’ (espertar, esperteza). E som com es-: esquartejar (esquartejamento), esmiuçar (esmiuçador), espampanante, esparramar, espavorecer, espavorir, espreguiçar (espreguiçamento, espreguiçadeira), estripar (estripador, estripaçom). Convém salientar que se dam confusons entre des- e dis-
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Começam por des-: desculpar (desculpa, desculpável, desculpador), desfrutar (desfrutável, desfrutador, desfrutaçom, desfrute), desgosto (desgostar, desgostoso) e deslocar (deslocador, deslocamento, deslocaçom). — Tem di-, e nom dis-: diminuir (diminuendo, diminuidor, diminuiçom).
2. Vocalismo átono a) Vogais pretónicas Tenhem a vogal pretónica e, entre outras: cegonha, engaço, melhor, nengum, rebanho; Bebiano. Mantenhem esta vogal: estabelecer, oferecer. Tenhem a vogal i pretónica, entre outras: cimento, criar ‘tirar do nada’, direito, inimigo, inteiro, isento, pior, vindima, vizinho; Filipe, Firmino, Sigismundo. Tenhem a vogal pretónica o, entre outras: andorinha, assobio, cobrir, dormir, engolir, focinho, formoso, moínho, polir, sofrer, tossir. E também: coirmao (tb. coirmão) ou curmao (tb. curmão). Tenhem a vogal pretónica u, entre outras: custar, submeter, subornar, suspeitar, suster. b) Mantenhem o -e final: árvore, cálice, cárcere, controle ou controlo, deslize, face, mármore, messe, prece, tule.
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Aspetos morfolexicais III. OUTRAS PARTICULARIDADES
c) Ditongos A vogal /i/ dos ditongos pode ser resultado de umha metátese: aipo, bairro, coifa, desvairar, feira, gaivota, goiva, raiva, ruivo, taipa. Alternáncia ui/oi, sendo o primeiro ditongo o supradialetal: cuitelo (/ coitelo), enxuito (/ enxoito), luita (/ loita), muito ou mui (/ moito ou moi), truita (/ troita). Variaçom u/ui/oi, sendo a primeira soluçom, sem ditongo, a supradialetal: chuva (/ chuiva [e chúvia] / choiva), fruta (/ fruita / froita), fruto (/ fruito / froito), luto (/ luito / loito). Tenhem só oi (t): coita, noite. d) Reduçom de ditongos: Nom apresentam /i/ em ditongo, pola sua perda já antiga (como nas terminaçons do tipo -çom: perfeiçom ou -za, -ço: Galiza, preço): adro, cristao (cristandade; mas: cristianíssimo, cristianismo, cristianizar), estudar, estudo e estudante (mas: estúdio ‘local’; estudiosidade, estudioso), lidar, limpar e limpo, rijo, soberba, sujo, turvo, vidro, vindima. Outras já nom tinham esse /i/ no próprio latim: amplo (mas: ampliável, ampliaçom, ampliador, ampliar), congro, nervo (nervoso). E algo semelhante acontecia com o /u/: antigo, majestoso, monstro, respeitoso (derivado direto de respeito).
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3. Consoante r Metatizada a respeito do seu étimo: apertar, disfarçar, grinalda, melro, pergunta, perto, precatar, terno ‘afetuoso, meigo’ (ao lado de tenro ‘mole’), trevas.
Noutros casos, a consoante r desapareceu por haver outra na palavra: arrastar, madrasta, padrasto, rasto, registo (mas registro [Br.]), rosto. Mas mantém-se em: fragráncia, próprio, prostrar, Frederico.
Nuns casos aparece umha vogal para evitar o grupo consonántico com r: caravelha, caranguejo, fevereiro. Noutros é preferível a nom utilizaçom da vogal: espargir, espargo.
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Apêndice Distribuiçom dos grafemas ch (fonema /t∫/) e x (/∫/) nos estrangeirismos adotados polo galego-português da Galiza em correspondência com as grafias ch, tch e x do lusitano e do brasileiro
1. Consideraçons introdutórias Este capítulo é problemático porque, por razons de repertório gráfico-fonemático das respetivas variedades, os padrons lusitano e brasileiro utilizam o dígrafo ch ou a letra x para representarem o fonema /∫/, e o trígrafo tch para representarem o fonema /t∫/, enquanto o galego, nesses casos, deve utilizar o dígrafo ch para representar o fonema /t∫/ e a letra x para representar o fonema /∫/. Nas diretrizes que se seguem, procura-se a máxima convergência possível entre galego e luso-brasileiro, mas reservando suficiente autonomia ao galego para este nom contrariar as suas legítimas particularidades gráfico-fonemáticas e para nom se subtrair gratuitamente às normas básicas que regem a adaptaçom de certos estrangeirismos nas modalidades lingüísticas europeias de cultura. Essa autonomia do galego, além de basear-se na coerência interna e na harmonizaçom internacional, também pode apoiar-se na vacilaçom (ex.: chador ~ xador), variaçom ou polimorfismo que, neste capítulo, ainda hoje se aprecia em luso-brasileiro (ex.: Pt. champô / Br. xampu). Tenha-se em conta, por último, que, nalguns casos, deve diferenciar-se entre língua de partida de um estrangeirismo e a correspondente língua original. Assim, por exemplo: Pt.+Br.+Gz.: chucrute, do fr. choucroute (língua de partida do empréstimo), e este, do al. Sauerkraut (língua original).
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Apêndice
2. Casuística e soluçons Na distribuiçom dos grafemas ch (fonema /t∫/) e x (/∫/) nos estrangeirismos adotados polo galego-português da Galiza em correspondência com as grafias ch, tch e x do lusitano e brasileiro, podem distinguir-se os quatro casos seguintes: 2.1. Transliteraçom/transcriçom quando a língua de partida é o russo ou outra língua eslava de alfabeto cirílico Nas línguas europeias ocidentais, procede-se à transliteraçom/transcriçom das correspondentes vozes, quer se trate de nomes próprios (antropónimos, topónimos), quer de nomes comuns (na maior parte dos casos, xenismos). Exemplo: russo Анто́н Па́влович Че́хов → ingl. Anton Pavlovich Chekhov / cast. Antón Pávlovich Chéjov / Pt.+Br. Anton Pávlovitch Tchékhov. Assim, em lusitano e em brasileiro, em geral, o grafema ш, de valor /∫/, das vozes russas passa para ch, e o grafema ч, de valor /t∫/, passa para tch (cf. Pt.+Br. tchetcheno); em correspondência, em galego, o ч passará para ch, e o ш, para x. Exemplos (xenismos em itálico): Elemento da língua de partida
Lusitano e brasileiro
Galego
Черныше́вский
Tchernichevski
Chernixevski1
Че́хов
Tchékhov
Chékhov2
ба́бушка
babuchka
bábuxka3
большевик
bolchevique
bolxevique4
чернозём
tchernozem
chernozem5
да́ча
datcha
dacha6
Кала́шников
kalachnikov
kaláxnikov7
меньшевик
menchevique
menxevique8
1. Cf. al. Tschernyschewski (tsch = /t∫/, sch = /∫/), cast. Chernyshevski (ch = /t∫/, sh [ingl.] = /∫/), cat. Txernixevski (tx = /t∫/, x = /∫/), fr. Tchernychevski (tch = /t∫/, ch = /∫/), ingl. Chernyshevsky (ch = /t∫/, sh = /∫/). 2. Cf. ingl. Chekhov / cast. Chéjov. 3. Babuchka no dic. Houaiss, com indicaçom da prosódia. Cf. ingl. babushka. 188
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4. Cf. al. Bolschewik, cat. bolxevic, fr. bolchevique, ingl. bolshevik, it. bolscevico (sc = /∫/), rom. bolşevic (ş =/∫/). 5. Tb. Pt.+Br. tchernossolo / Gz. chernossolo. No dic. Houaiss, tchernoziom; no dic. Porto Editora, incorretamente, *chernozem. 6. No dicionário Houaiss, datcha. Cf. al. Datsche, ingl. dacha. 7. No dicionário Houaiss, kalachnikov, com indicaçom da prosódia. Em luso-brasileiro, freqüentemente, de modo incorreto, por pressom do inglês, *kalashnikov. 8. Exceçom a esta norma é Pt.+Br. matriosca (do russo матрёшка), em que o s soa /∫/. Em galego, entom, a soluçom deverá ser matrioxka ou matrioxca. Um caso assimilável a este é o de Pt.+Br. (i)ídiche / Gz. (i)ídixe, se tomarmos como língua de partida do estrangeirismo a voz correspondente escrita em carateres hebraicos que essa língua germánica utiliza.
2.2. Transcriçom quando a língua de partida é oriental (árabe, persa, chinês, japonês) Neste caso, em lusitano e em brasileiro, embora com algumha vacilaçom, a norma que tem triunfado historicamente é, em geral, que o fonema /∫/ originário passe para x (nom para ch!) e que o fonema /t∫/ originário passe para ch (nom para tch!)1. Por conseguinte, as grafias luso-brasileiras deste capítulo som perfeitamente válidas também em galego.
1
Esta norma provavelmente se deva a que muitas das palavras deste grupo se naturalizárom em luso-brasileiro antes que, nos padrons dessas variedades do galego-português, o ch deixasse de realizar-se como /t∫/, para adotar o atual valor /∫/, o que só aconteceu a partir do século xvii (assim, som primeiras abonaçons: chá, 1565; paxá, 1563; xá, 1523; xadrez, séc. xiv; xeque, 1327; xerife ou xarife, séc. xv. V., p. ex., Maria Augusta Cavaco Miguel. 2000. «A palatalização e a sibilante [∫] no português europeu». Arquipélago: Línguas e Literaturas, xvi: pág. 128).
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Apêndice
Exemplos: Fonema presente no elemento da língua de partida
Lusitano e brasileiro
Galego
/t∫/
chá, chaleira
chá, chaleira1
/t∫/
chador ~ xador
chador2
/t∫/
chávena
chávena
/∫/
gueixa
gueixa
/∫/
haxemita
haxemita
/∫/
haxixe
haxixe
/∫/
Hiroxima
Hiroxima3
/∫/
paxá
paxá
/∫/
xá
xá
/∫/
xadrez
xadrez
/∫/
xa(i)le
xa(i)le
/∫/
Xangai
Xangai4
/∫/
xeque
xeque5
/∫/
xerife = xarife
xerife = xarife6
/∫/
xógum
xógum
1. É significativo que, em inglês, ainda que, de longe, predomine a forma tea (proveniente do chinês min), como variante (coloquial) também se regista cha ou char (proveniente do chinês mandarino). 2. Cf. al. Tschador, fr. tchador ~ chador, ingl. chador. 3. No entanto, é freqüente a forma *Hiroshima, imposta polo inglês. 4. No entanto, é freqüente a forma *Shanghai, imposta polo inglês. 5. Cf. cheque, de origem inglesa: v. infra 2.3. 6. Este xerife ou xarife é de proveniência árabe, significa ‘denominaçom honorífica adotada por soberanos islámicos descendentes de Maomé’ ou ‘título usado por mussulmano que já realizou três ou mais visitas ao templo de Meca’ e é diferente da voz de proveniência inglesa xerife (< ingl. sheriff): v. infra 2.3.
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2.3. Passagem de ch para ch e de sh para x quando a língua de partida é o inglês Quando a língua de partida de um estrangeirismo é o inglês, como norma geral, impom-se, na adaptaçom para luso-brasileiro de um ch original de valor /t∫/, o aspeto gráfico sobre o fónico, de modo que, nesse caso, em lusitano e em brasileiro se adota um ch (com valor /∫/), proceder que também se deve seguir em galego (no qual o ch corresponde ao valor /t∫/ original!); quando o inglês apresenta o dígrafo sh (de valor /∫/), o lusitano e o brasileiro, reproduzindo a fonética original, utilizam, em geral, o x, norma que também deve adotar o galego2. As únicas exceçons significativas a esse respeito som Pt. chuto / Br. chute (que provenhem de ingl. shoot), exceçom que também deve adotar o galego (com fonema /t∫/), e Pt. champô, caso em que o galego deve alinhar com o brasileiro e seguir a norma geral (portanto, Br.+Gz. xampu). Exemplos: Elemento da língua de partida (< fonema na língua original)
Lusitano e brasileiro
Galego
cheroot /t∫/ (< támil /k/)
charuto /∫/
charuto /t∫/
cheque / check /t∫/
cheque /∫/
cheque /t∫/1
chip /t∫/
chip /∫/
chip /t∫/
lunch /t∫/
lanche /∫/
lanche /t∫/
shaman /∫/ (< russo /∫/ < ...)
xamã /∫/
xamám /∫/
shampoo /∫/ (< hindi /t∫/)
champô /∫/ / xampu /∫/
xampu /∫/
shilling /∫/
xelim /∫/
xelim /∫/
sheriff /∫/
xerife /∫/
xerife /∫/2
sherpa /∫/ (< tibetano /∫/)
xerpa /∫/
xerpa /∫/
(to) shoot /∫/
chuto/chute /∫/, chutar /∫/
chuto /t∫/, chutar /t∫/
1. Cf. xeque (v. supra 2.2) 2. Cf. estrangeirismo de origem árabe xerife = xarife (v. supra 2.2).
2
Assimilável a este caso é a adaptaçom em galego-português do trígrafo sch do alemám e do dígrafo sj do neerlandês, que representam o fonema /∫/. Assim, p. ex., neerl. bosjesman → Gz.+Pt.+Br. boxímane ou boximane (em que o x vale /∫/).
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Apêndice
2.4. Manutençom do ch quando a língua de partida é o francês Quando a língua de partida de um estrangeirismo é o francês, impom-se, na passagem para o galego-português, o aspeto gráfico sobre o fónico, de modo que, quando o elemento francês de partida apresenta ch (hoje, com valor /∫/, mas no francês antigo com /t∫/), o luso-brasileiro adota o correspondente galicismo com ch (e valor /∫/), e o galego também com ch, mas com valor /t∫/ (o que, nalguns casos, de facto pode reproduzir a prosódia do elemento lexical originário: v. infra). Exemplos: Elemento da língua de partida (< língua original)
Lusitano e brasileiro
Galego
chalet /∫/
chalé /∫/
chalé /t∫/
chapel /t∫/ (hoje chapeau /∫/)
chapéu /∫/
chapéu /t∫/
châssis /∫/
chassi(s) /∫/
chassi(s) /t∫/
chef /∫/
chefe, chefiar /∫/
chefe, chefiar /t∫/
chauffeur /∫/
chofer /∫/
chofer /t∫/
choc, choquer /∫/ (antigamente, /t∫/)
choque, chocar /∫/
choque, chocar /t∫/
chauvinisme /∫/
chauvinismo /∫/
chauvinismo /t∫/
choucroute /∫/ (< al. /z/)
chucrute /∫/
chucrute /t∫/
douche /∫/ (< it. /t∫/)
duche / ducha /∫/
duche /t∫/
écharpe /∫/ (antigamente, /t∫/)
echarpe /∫/
echarpe /t∫/
rechacier /t∫/ (hoje rechasser /∫/)
rechaçar /∫/
rechaçar /t∫/
ricochet /∫/
ricochete /∫/
ricochete /t∫/
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ASSOCIAÃ&#x2021;OM
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ESTUDOS GALEGOS
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