Compêndio atualizado das Normas Ortográficas e Morfológicas do Galego-Português da Galiza

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COMISSOM LINGÜÍSTICA DA ASSOCIAÇOM DE ESTUDOS GALEGOS 2017

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Compêndio Atualizado das Normas Ortográficas e Morfológicas do Galego-Português da Galiza 1ª ediçom: Galiza, julho de 2017 © Comissom Lingüística da Associaçom de Estudos Galegos Contacto: aestudosgalegos@gmail.com

Capa: Paulo Painceiras Diagramaçom: Martinho Picallo Imprime: Sacauntos ISBN: 978-84697-4798-8 Depósito Legal: C 1162-2017

Licença: Todos os conteúdos desta obra podem ser copiados e distribuídos consoante os termos da licença Creative Commons:

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/

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A Comissom Lingüística da AEG: Prof. Dr. Carlos Garrido Rodrigues (Presidente) Prof. Dr. Jorge Rodrigues Gomes (Secretário) Profa. Beatriz Bieites Peres Prof. Maurício Castro Lopes Prof. Afonso Mendes Souto Prof. Dr. José António Souto Cabo Prof. Paulo Valério Árias

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ÍNDICE

Prólogo......................................................................................................... 13 Princípios da codificaçom ortográfica e morfológica do galego elaborada pola cl-aeg................................................ 17 Ortografia................................................................................................... 21 I. O alfabeto e o uso das letras............................................................ 21 1. O alfabeto e os dígrafos................................................................................................ 21 2. Uso do k, w e y................................................................................................................. 23 3. Usos sistemáticos ou quase sistemáticos de algumhas letras e dígrafos (-m final de palavra, lh, nh, mh, qu, gu, ch, rr).............................................................. 24 4. Usos do h.......................................................................................................................... 27 5. Uso de g (+ e, i), j e x....................................................................................................... 28 6. Usos de b e v.................................................................................................................... 34 7. Usos de c/ç e z................................................................................................................ 38 8. Uso do q............................................................................................................................ 43 9. Uso do dígrafo -ss-.......................................................................................................... 45 10. Ortografia de grupos consonánticos cultos........................................................... 48 11. Maiúsculas iniciais...................................................................................................... 62

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II. Sinais auxiliares da escrita e alguns de pontuaçom............... 66 1. Acentos e acentuaçom................................................................................................... 66 2. O traço de uniom ou hífen.............................................................................................. 75 3. O trema ou diérese.......................................................................................................... 83 4. Os pontos de interrogaçom e de exclamaçom......................................................... 83 Morfologia................................................................................................... 85 I. O artigo...................................................................................................... 85 1. Formas............................................................................................................................... 85 2. Contraçons do Definido.................................................................................................. 85 3. Contraçons do Indefinido............................................................................................... 86 II. O nome........................................................................................................ 87 1. Género dos nomes.......................................................................................................... 87 2. Nomes com variaçom de género: regras de flexom................................................ 90 3. Indicaçom do sexo por procedimentos lexicais........................................................ 94 4. Número dos nomes........................................................................................................ 95 5. Nomes com variaçom de número: regras de flexom............................................... 95 III. Pronomes pessoais............................................................................... 99 1. Formas............................................................................................................................... 99 2. Alomorfes de o (a, os, as) e contraçons...................................................................... 100 IV. Pronomes demonstrativos............................................................... 101 1. Formas............................................................................................................................... 101 2. Contraçons........................................................................................................................ 101 V. Pronomes possessivos......................................................................... 103

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VI. Pronomes relativos, interrogativos e exclamativos........... 103 VII. Pronomes numerais............................................................................ 104 1. Cardinais............................................................................................................................ 104 2. Ordinais.............................................................................................................................. 105 3. Multiplicativos.................................................................................................................. 106 4. Partitivos ou fracionários............................................................................................... 107 5. Coletivos............................................................................................................................ 107 VIII. Pronomes indefinidos...................................................................... 108 1. Formas............................................................................................................................... 108 2. Contraçons........................................................................................................................ 108 3. Locuçons indefinidas...................................................................................................... 109 IX. O verbo..................................................................................................... 110 1. Verbos da segunda e terceira conjugaçons............................................................... 110 2. Verbos regulares.............................................................................................................. 111 3. Verbos com raiz finda em vogal................................................................................... 115 4. Verbos acabados em vogal + zer, vogal + zir, vogal + cer e vogal + scer................. 119 5. Verbos com alternáncias vocálicas (gráfico-fónicas) na raiz................................ 120 6. Verbos irregulares............................................................................................................ 122 7. Particípios duplos............................................................................................................ 142 X. O advérbio................................................................................................ 144 1. Advérbios de lugar........................................................................................................... 144 2. Advérbios de tempo........................................................................................................ 145 3. Advérbios de quantidade e limitaçom......................................................................... 146 4. Advérbios de modo......................................................................................................... 147 5. Advérbios de afirmaçom................................................................................................ 148

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6. Advérbios de negaçom................................................................................................... 148 7. Advérbios de dúvida........................................................................................................ 149 8. Advérbios de inclusom................................................................................................... 149 XI. A preposiçom.......................................................................................... 150 1. Formas nom coincidentes com outras classes de palavras.................................. 150 2. Formas coincidentes com outras classes de palavras........................................... 150 3. Locuçons........................................................................................................................... 150 XII. A conjunçom......................................................................................... 151 1. Conjunçons copulativas................................................................................................. 151 2. Conjunçons disjuntivas.................................................................................................. 151 3. Conjunçons completivas................................................................................................ 151 4. Conjunçons temporais................................................................................................... 151 5. Conjunçons locativas..................................................................................................... 152 6. Conjunçons modais........................................................................................................ 152 7. Conjunçons causais........................................................................................................ 152 8. Conjunçons adversativas............................................................................................... 153 9. Conjunçons condicionais............................................................................................... 153 10. Conjunçons concessivas............................................................................................. 154 11. Conjunçons consecutivas........................................................................................... 154 12. Conjunçons comparativas.......................................................................................... 154 13. Conjunçons proporcionais.......................................................................................... 155 XIII. A interjeiçom....................................................................................... 156 1. Interjeiçons de alegria..................................................................................................... 156 2. Interjeiçons de animaçom............................................................................................. 156 3. Interjeiçons de aplauso.................................................................................................. 156

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4. Interjeiçons de cansaço................................................................................................. 156 5. Interjeiçons de desejo..................................................................................................... 156 6. Interjeiçons de desprezo................................................................................................ 156 7. Interjeiçons de dor........................................................................................................... 156 8. Interjeiçons de espanto ou surpresa........................................................................... 156 9. Interjeiçons de invocaçom............................................................................................. 156 10. Interjeiçons de silêncio................................................................................................ 156 Aspetos morfolexicais............................................................................. 157 I. Adaptaçom de grupos consonánticos........................................... 157 1. Grupos cc, ct..................................................................................................................... 157 2. Grupos pc (pç), pt............................................................................................................. 159 3. Grupo gm........................................................................................................................... 159 4. Perda da primeira consoante nos grupos gn e sc..................................................... 160 5. Grupos bl, cl, fl, gl, pl......................................................................................................... 160 II. Sufixos e terminaçons......................................................................... 162 1. -cio/-zio, -cia/-zia e -ço/-zo, -ça/-za................................................................................ 162 2. -çom, -som, -tom, -xom.................................................................................................... 163 3. -ente, -inte........................................................................................................................... 164 4. -eira, -eiro e -era, -ero........................................................................................................ 165 5. -doiro, -doira, -ouro, -oura e -deiro, -deira, -oro, -ora...................................................... 166 6. -ear e -ejar.......................................................................................................................... 167 7. -izar e -isar.......................................................................................................................... 167 8. -imento................................................................................................................................ 168 9. -se, -xe................................................................................................................................. 168 10. -ite, -te, -pole e outras.................................................................................................... 169

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11. -vel ................................................................................................................................... 169 12. -au; -eu e -eio; -eia e -é.................................................................................................... 170 13. -inha, -inho, -inhar e -ina, -ino, -inar............................................................................... 171 14. -gem/-ge ou -je................................................................................................................ 172 15. -m/-n (-ene)...................................................................................................................... 173 16. -ao, -á e -ano, -ana........................................................................................................... 173 17. -oa, -ó e -ola, -ona............................................................................................................ 175 18. -ade, -ede, -ide, -ude........................................................................................................ 176 19. -idom................................................................................................................................. 177 20. -aria.................................................................................................................................... 178 21. Adaptaçom de vozes latinas....................................................................................... 178 22. Adaptaçom de outras vozes....................................................................................... 178 III. Outras particularidades.................................................................. 181 1. Começos de palavras problemáticos.......................................................................... 181 2. Vocalismo átono.............................................................................................................. 183 3. Consoante r....................................................................................................................... 185 Apêndice: Distribuiçom dos grafemas ch (fonema /t∫/) e x (/∫/) nos estrangeirismos adotados polo galego-português da Galiza em correspondência com as grafias ch, tch e x do lusitano e do brasileiro....... 187

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Prólogo

A Comissom Lingüística da Associaçom de Estudos Galegos (cl-aeg), continuadora desde 2016 da Comissom Lingüística da agal, apresenta aqui um Compêndio Atualizado das Normas Ortográficas e Morfológicas do Galego-Português da Galiza, o qual, nesta altura, cabe julgarmos como assaz oportuno, porquanto, tendo sido lançados os fundamentos da codificaçom ortográfica e morfológica da cl ao longo do decénio de 1980 —com a publicaçom das duas ediçons do Estudo Crítico (1983, 1989) e com a do Prontuário Ortográfico Galego (1985)—, aos seus documentos normativos fundamentais aquela foi acrescentando, com o decorrer do tempo, alguns outros contributos codificadores, que tenhem vindo a melhorar, completar e atualizar determinados aspetos da proposta normativa inicial. É, portanto, com o intuito de se superar essa dispersom documental e de se condensar num único texto, apto para fins didáticos e de consulta, o conjunto de prescriçons ortográficas e morfológicas do padrom galego do galego-português vigentes nesta altura, que a cl-aeg disponibiliza o presente Compêndio Atualizado, o que também lhe dá ensejo para introduzir um pequeno número de novas disposiçons. Nesta linha, o presente Compêndio Atualizado das Normas Ortográficas e Morfológicas do Galego-Português da Galiza parte, fundamentalmente, da proposta normativa contida na segunda ediçom do Estudo Crítico elaborado pola cl-agal (1989), com o aditamento de algumhas matérias complementares do Prontuário Ortográfico Galego (cl-agal, 1985) e do Guia Prático de Verbos Galegos Conjugados (cl-agal, 1988). A esse ponto de partida, aqui se acrescenta —e tal constitui a essência deste novo documento codificador da Comissom Lingüística— a aplicaçom das diretrizes ortográficas incluídas no «Relatório da Comissom Lingüística» sobre um uso restrito e facultativo do til (Agália, 19: 368-370) e na Atualizaçom da Normativa Ortográfica da Comissom Lingüística da agal Conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (cl-agal, 2010), a incorporaçom das novidades de vocabulário gramatical propostas 13

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prólogo

em O Modelo Lexical Galego (cl-agal, 2012) e a introduçom de algumhas novas prescriçons ortográficas e morfológicas, que a seguir declaramos. As disposiçons ortográficas e morfológicas que, de acordo com os princípios codificadores da tradiçom reintegracionista (v. infra), som introduzidas como novidade no presente documento visam a correçom de três pequenas incoerências presentes em anteriores textos normativos da cl, umha melhor correspondência com as formas legítimas próprias dos falares espontáneos do galego (comum) contemporáneo, a fixaçom e explicitaçom de um conjunto bem caraterizado de particularidades gráficas e fónicas do galego no seio da Lusofonia e o reconhecimento de algumhas tendências muito marcadas nos usos do atual reintegracionismo de padrom galego, que reforçam a internacionalizaçom do nosso código sem prejudicarem no essencial a identificaçom com a língua espontánea hodierna. Assim, ao capítulo da correçom de pequenas incoerências codificadoras cabe atribuir, em primeiro lugar, a modificaçom de um dos critérios de aplicaçom à norma galega das disposiçons do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 respeitantes aos grupos consonánticos -cc-, -cç-, -ct-, -pc-, -pç- e -pt-, de modo que, agora, no caso de se registar no ámbito luso-brasileiro divergência absoluta entre as soluçons de Portugal e do Brasil, se prescreve para a Galiza (v. infra ponto 3c da nota de rodapé n.º 10) a soluçom lusitana (ex.: Pt. Neptuno / Br. Netuno → Gz. Neptuno; Pt. receção / Br. recepção → Gz. receçom; Pt. revindicta / Br. revindita → Gz. revindicta)1; em segundo lugar, a prescriçom das formas terminadas em -s, e nom em -z, como únicas corretas, genuínas, dos apelidos patronímicos galegos (ex.: Bieites, Gomes, Rodrigues)2; em terceiro lugar, a relegaçom da forma pronominal lhe-lo(s) – lhe-la(s) (resul1 Anteriormente, a cl prescrevia (cl-agal, 2010: 17) que, nesse caso, a soluçom galega coincidisse com a variante de grupo consonántico simplificado, quer fosse a lusitana, quer a brasileira. Esta medida, embora levasse, em geral, a umha identificaçom das soluçons adotadas em galego com a correspondente realizaçom própria da fala espontánea (relaxada), na prática representava umha medida incoerente com o critério de codificaçom lexical preconizado pola cl, assaz razoável, de se adotarem na Galiza, no ámbito da estagnaçom e suplência castelhanizante do léxico galego, as vozes lusitanas, e nom as brasileiras, nos casos de divergência lexical entre Portugal e o Brasil (cl-agal, 2012: 143). De facto, esta incoerência acarretava o surgimento em galego de inconvenientes formas terminológicas híbridas entre lusitano e brasileiro, como, por exemplo, *netunite, como denominaçom de mineral, que nom coincidia nem com netunita, forma utilizada no Brasil, nem com neptunite, forma utilizada em Portugal (e, agora, prescrita também para a Galiza!). 2 Para tal, nom só se revela determinante o critério da coordenaçom com as variedades lusitana e brasileira da nossa língua, como também um critério de harmonizaçom interna, fónica e gráfica, já que, em genuíno galego, nom existem sílabas átonas terminadas em -z (cf. alferes, asteca, Biscaia, biscoito, cabisbaixo, Cádis, esquerda, grasnar, jasmim, jaspe, lápis, masmorra, mesquinho, mesquita, ourives, pomes, Tunes, visconde, etc.).

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tante da contraçom de lhes com os pronomes átonos de complemento direto) à condiçom dialetal, em benefício da forma alternativa lho(s) – lha(s), de larga distribuiçom nos falares galegos contemporáneos e comum com o luso-brasileiro, a qual assim agora declaramos supradialetal na Galiza. Com o fim de reforçarmos a correspondência do nosso modelo lingüístico com as formas legítimas presentes nos falares do galego (comum) contemporáneo, propomos aqui, como novidade, em primeiro lugar, a simplificaçom dos seguintes pares de variantes, reconhecidos em anteriores documentos codificadores, no sentido de prescrevermos agora, das formas de cada par, apenas aquela presente com freqüência nom marginal no galego espontáneo contemporáneo: a) entre as formas verbais, ficam, assim, simplificados os pares fazes/fás, em fás, faz/fai, em fai, e fazem/fam, em fam, do presente do indicativo de fazer; os pares vais/ vás, em vás, do presente do indicativo de ir, e vá/vaia, em vaia, vás/vaias, em vaias, vá/vaia, em vaia, vamos/vaiamos, em vaiamos, vades/vaiades ou vaiais, em vaiades ou vaiais, e vam/vaiam, em vaiam, do presente do conjuntivo de ir; o par pons/pós, em pós, do presente do indicativo de pôr; o par tens/tés, em tés, do presente do indicativo de ter; o par veem/vem, em vem, do presente do indicativo de ver, e o par vens/vés, em vés, do presente do indicativo de vir; b) entre os pronomes indefinidos, o par todo/tudo fica simplificado em todo, e entre os advérbios de afirmaçom, si/sim fica simplificado em si. No mesmo sentido, declaramos aqui formas preferentes, no caso do par verbal traguer/trazer (cl-agal, 2012: 184, 217), as de traguer, e no caso do par adverbial amanhá/manhá (= amanhã/manhã), a forma manhá (= manhã). Quanto à mencionada fixaçom e explicitaçom de particularidades gráficas e fónicas do galego, diga-se que, polo seu notável interesse, neste documento se inclui, em apêndice, um pequeno estudo respeitante à distribuiçom dos grafemas ch (fonema /t∫/) e x (/∫/) nos estrangeirismos adotados polo galego-português da Galiza em correspondência com as grafias ch, tch e x do lusitano e do brasileiro. Já no capítulo do reconhecimento de tendências largamente predominantes nos usos do atual reintegracionismo de padrom galego, potenciadoras do caráter internacional da nossa variedade lingüística, o presente compêndio codificador apresenta como novidade, enfim, a preferência pola terminaçom -gem, sobre -ge, dos vocábulos de tipo garagem, linguagem, etc., bem como a simplificaçom da alternativa -c-/-sc-, em -sc-, das palavras de tipo crescer e nascer, da alternativa co/com o (e variantes), em com o (e variantes), e da alternativa cum/com um (e variantes), em com um (e variantes).

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prólogo

Com este novo contributo codificador, a Comissom Lingüística da Associaçom de Estudos Galegos, continuadora da Comissom Lingüística da agal, na melhor tradiçom do reintegracionismo lingüístico, julga estar a renovar o seu compromisso com a sociedade galega, no sentido de lhe facultar um instrumento eficaz e atualizado, perfeitamente consentáneo com as tendências socioculturais da Galiza contemporánea, que configura o galego, enquanto variedade autónoma e solidária do galego-português, como código plenamente capacitado para a vida nacional e para a comunicaçom internacional no século xxi.

Santiago de Compostela, fevereiro de 2017

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Princípios da codificaçom ortográfica e morfológica do galego elaborada pola CL-AEG

Como expúnhamos no Estudo Crítico e no Prontuário Ortográfico Galego, se os axiomas que orientam a configuraçom do nosso modelo de língua som a fidelidade à tradiçom escrita do galego e a correspondência suficiente com os falares do galego contemporáneo, os princípios que ditam as nossas propostas normativas som os seguintes: 1.- Reconhecermos a situaçom conflituosa em que se desenvolvem os usos menorizados do galego e a sua dependência do castelhano, tentando suprimir todo aquilo que nom seja propriamente galego. Preferimos, portanto, pôr em uso todas as formas tradicionais que na ortografia, gramática e léxico fôrom usurpadas polo castelhano, parcial ou totalmente, e que o lusitano e brasileiro atuais conservam em muitos casos. Contodo, rejeitam-se para o uso normal os verdadeiros arcaísmos, por nom funcionais. Assim, tomamos as falas como ponto de partida, e contraste, com o galego anterior e com o luso-brasileiro moderno, mas nunca como ponto primeiro e último ou único, nom só polo desigual submetimento ao castelhano, como também porque pretendemos principalmente construir a língua escrita, pauta de correçom idiomática, por definiçom, também para a língua oral. As falas só nom podem ser a principal referência, menos ainda no caso do galego. 2.- Quando existirem diferentes formas galegas na língua falada, escolherám-se como normativas aquela ou aquelas que coincidirem com as normas do luso-brasileiro, ou nos aproximarem delas, sempre que nom forem excessivamente minoritárias (a nom serem estas as galegas legítimas) e, sobretodo, aquelas que estiverem apoiadas pola nossa tradiçom. No caso da ortografia, preferência pola tradicional galega (galego-portuguesa) e nom pola espanhola, solucionando os casos duvidosos ou nom resolvidos na época medieval

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prólogo

em harmonia básica com as normas lusitana e brasileira atuais. Do mesmo modo, para os cultismos, neologismos e estrangeirismos primará decididamente a harmonia com o luso-brasileiro, que os adapta de modo mais acorde com as caraterísticas estruturais do galego que o castelhano. A mesma tónica deverá reger para a recuperaçom de formas utilizadas em contextos cultos, que o galego perdeu nos séculos de decadência3. 3.- Excluir o vulgarismo, confrontando o galego com as normas lusitana e brasileira (e mesmo com a do castelhano culto), bem como com a nossa tradiçom escrita, preferindo, sem hesitar, as formas plenas na escrita às reduzidas, assimiladas ou contractas nom sistemáticas na fala, em benefício de umha maior clareza para diferenciar as unidades lingüísticas4. 4.- Rejeitar o diferencialismo sistemático, nom só os pseudogaleguismos, como também as formas dialetais que nom harmonizam com o lusitano e com o brasileiro nas listas fechadas de advérbios, preposiçons, conjunçons, locuçons e, de um modo geral, no léxico.

3 Por conseguinte, nas palavras patrimoniais, preferiremos a grafia histórica ou tradicional, e nom a castelhanizada: cantava e nom cantaba; árvore e nom árbore (como efeito lógico, esta medida nom nos distancia do luso-brasileiro, nem mesmo de outras línguas ocidentais, como o catalám, o italiano ou o francês, em bom número de vocábulos); nos cultismos, preferiremos a grafia etimológica, como costumam fazer todas as línguas ocidentais: Geologia e nom Xeoloxía, geólogo e nom xeólogo, ainda que a pronúncia desse g inicial etimológico seja a mesma que a do x de caixa. 4 Por conseguinte, preferiremos as formas mais amplas (plenas) sobre as reduzidas: verao e nom vrao ou vram, para e nom pra, ao e nom ó, nom o e nom nono ou no, etc. (deste modo, os leitores poderám fazer corresponder, ajeitadamente, a forma escrita com quaisquer das formas faladas, ampla ou reduzida); preferiremos, também, manter a constituiçom das unidades lingüísticas, mesmo na sua aparência gráfica: isto aconselha fazer o plural de vez como vezes, ou escrever comer o caldo, ainda que se poda ler /komélokáldo/.

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ORTOGRAFIA I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS 1. O alfabeto e os dígrafos O alfabeto galego-português consta de vinte e três letras: Letra Nome Fonema

1

Exemplo

a

a /a/

rato

b

bê /b/

baixo

c

cê /k/ (+ a, o, u)

corpo

cear1

d

dê /d/

/θ/ ou /s/ (+ e, i)

dente

e é /Ɛ/

pedra

/e/

cedo

f

efe /f/

farinha

g

gê /g/ (+ a, o, u)

gato

(em grupo consonantal) gruta

/∫/ (+ e, i)

genro

Utiliza-se o c com o sinal diacrítico denominado cedilha (ou seja, ç, cê-cedilhado) antes de a, o ou u para indicar que o seu valor fónico é o mesmo que o de c antes de e ou i: açaime, açor, açúcar.

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

h

agá Ø

haver

i

i /i/

rir

j

jota

jamais

l

ele /l/

livro

m

eme /m/

molhar

n

ene /n/

maneira

o ó

/∫/

/ɔ/

/o/

poço

p

pê /p/

peixe

q

quê /k/

quarto

r

erre /r/

cara

/R/

rua

s

esse /s/

senhora

t

tê /t/

tanto

u

u /u/

uva

v

uvê /b/

cantava

x

xis

feixe

/∫/

/ks/ ou /s/ z

2

volta

zeta

/θ/ ou /s/

nexo luzir2

Nas outras variedades do galego-português, a letra v denomina-se vê (pronunciado [ve], diferente da pronúncia de bê, [be]) e a letra z, zê (pronunciado [ze], diferente da pronúncia de cê, [se]).

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Os dígrafos som a combinaçom de duas letras que se correspondem com um único fonema. Temos, ao todo, oito dígrafos: Dígrafo Nome Fonema /t∫/

Exemplo

ch

cê agá

gu

gê u /g/

guerra

lh

ele agá /λ/

colher

mh

eme agá /ɳ/

umha

nh

ene agá /ɲ/

lenha

qu

quê u /k/

queixo

rr

erre duplo /R/

carro

ss

esse duplo /s/

passo

chamar

2. Uso do k (capa ou cá), w (duplo uvê ou uvê duplo ou uvê dobrado ou dábliu) e y (ípsilo ou i-grego) Empregam-se só nos seguintes casos: a) Símbolos e siglas convencionais de uso internacional: K (potássio)

kw (quilowatt)

W.C. (water-closet)

k (quilo)

W (Oeste, tungsténio ou volfrámio, watt)

yd (jarda)

b) Nomes próprios estrangeiros e os seus derivados: Byron (byroniano)

Darwin (darwinismo)

Kafka (kafkiano)

c) Numhas poucas vozes ainda nom adaptadas: kremlin

rally (e rali)

whisky (e uísque)

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

O resto dos nomes comuns e próprios conhecidos historicamente estám adaptados à grafia habitual do nosso idioma:

capa/cá (k), curdo, folclore; hóquei, quilo, quiosque; Cansas, Nova Iorque, Pequim, Quénia, Tóquio, etc.

sanduíche, volfrámio; Havai, Otava, Venceslau, etc.

ianque, iate, iene, iodo, ioga, iogurte, ioió; jóquei, pónei, dándi, jarda; Hendaia, Himalaia, etc.

3. Usos sistemáticos ou quase sistemáticos de algumhas letras e dígrafos (-m final de palavra, lh, nh, mh, qu, gu, ch, rr) a) Uso do -m e do -n finais A grande maioria das palavras que em galego terminam em consoante nasal, escrevem-se com -m final e pronunciam-se (como é habitual na língua espontánea) com fonema «n velar», a esta regra só se subtraindo um pequeno conjunto de greco-latinismos e algum empréstimo de línguas modernas, os quais apresentam acentuaçom grave ou esdrúxula, terminam em -an, -en ou -on e devem pronunciar-se, igualmente, com o fonema «n velar». α) Assim, acabam em -m (e com fonema n velar): — Vocábulos patrimoniais acabados em -am, quer seja esta terminaçom tónica, quer átona (incluindo as formas verbais na 3.ª pessoa do plural): estám, farám, pam; cantam, seriam... — Vocábulos patrimoniais acabados em -em, quer seja esta terminaçom tónica, quer átona (incluindo as formas verbais na 3.ª pessoa do plural): contém, parabém, refém, tam(b)ém; jovem, levem, ordem... — Vocábulos patrimoniais acabados em -om, quer seja esta terminaçom tónica, quer átona (incluindo as formas verbais na 3.ª pessoa do plural): razom, sazom, tradiçom; fôrom, comêrom... — Vocábulos acabados em -im ou -um, quer sejam estas terminaçons tónicas, quer átonas: álbum, comum, fim, ruim, um...

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

O -m mesmo é de uso nos advérbios em -mente formados a partir de adjetivos acabados em -m: comummente, ruimmente, etc. Os plurais destas palavras serám com -ns ou, no caso das terminaçons -am e -om, também, respetivamente, com -ães e -ões: pans ou pães; reféns; razons ou razões, parabéns, comuns... β) Acabam com -n (e com fonema n velar) o prefixo pan- (exceto se seguido por b ou p: pamboreal, etc.) e umha série de eruditismos de origem greco-latina (ou, nuns poucos casos, com origem em línguas estrangeiras modernas), findos em -an, -en ou -on, de acentuaçom grave ou esdrúxula (nunca aguda) e de plural findo em -ns3. Em numerosos casos, a partir destes termos etimológicos findos em -en ou -on produzírom-se formas paralelas sinónimas findas em vogal mediante dous expedientes diferentes: 1.º- a forma etimológica perde o -n e passa a terminar em -e ou em -o, de modo que o seu plural passa a terminar em -es ou em -os (ex.: abdómen, abdomens → abdome, abdomes; télson, télsons → telso, telsos); 2.º- a forma etimológica vê-se acrescida mediante a adiçom de um -e (cánon → cánone). Neste grupo de termos som freqüentes os casos de duplicidade, mas também existem casos de umha única soluçom, quer seja a etimológica, quer a inovadora4. A seguir fornece-se umha lista extensa, mas nom exaustiva, destes termos: — Termos graves ou esdrúxulos findos em -an: íman (Br. ímã). — Termos graves ou esdrúxulos findos em -en (e em -e ou -ene): abdómen (tb. abdome), albúmen (tb. albume), acúmen (tb. acume), alúmen (tb. alume), cacúmen, certámen (tb. certame), cerúmen (tb. cerume), discrímen (tb. discrime), dólmen, durámen (tb. durame), éden, espécimen (pl. espécimens, Pt. especímenes; tb. espécime), forámen (tb. forame), gérmen (tb. germe), glúten (tb. glute), hífen, hímen, lactúmen (tb. lactume), líquen (Pt. tb. líquene), lúmen (tb. lume), pécten, pólen, putámen, rúmen (tb. rume), sémen, tégmen, velámen (tb. velame).

3

No relativo ao emprego em galego de -n nos eruditismos, preferimos seguir aqui a prática do Brasil, mais harmónica com os esquemas habituais da nossa língua, e nom a de Portugal. Em Portugal, em contraste com o que acontece no Brasil, a pronúncia desse -n costuma ser alveolar e o plural dos termos é irregular (télson, télsones; táxon, táxones).

4

Em geral, cumpre-se que quanto mais especializado for um texto, mais se utilizam nele nos casos de duplicidade as formas etimológicas ou conservadoras, em detrimento das inovadoras. Aliás, deve ter-se em conta que, com o fim de se evitarem ambigüidades, em certos casos se revelam especialmente recomendáveis as formas etimológicas (cólon e lúmen, face a colo e lume).

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

— Termos que apresentam apenas a forma inovadora finda em -e ou em -ene: aborígene, regime. — Termos graves ou esdrúxulos findos em -on (e em -o ou -one): ácron, Álbion, árgon, áscon (tb. asco), assíndeton (tb. assíndeto), cánon (pl. cánones; tb. cánone), celênteron (tb. celêntero), cláxon, cólon (tb. colo), coríndon (tb. corindo), córion (tb. cório), crípton, ênteron (tb. êntero), éon, epíploon (tb. epíploo), épsilon (tb. épsilo), fréon, hipérbaton (tb. hipérbato), hipópion (tb. hipópio), icnêumon (tb. icnêumone), ílion (tb. ílio), ípsilon (tb. ípsilo), ísquion (tb. ísquio), lêucon, mácron (tb. macro), mícron (tb. micro; forma preferente: micrómetro), mórmon, nécton, néfron (mais comum: nefrónio), néon, nêuston, obélion (tb. obélio), ómicron (tb. ómicro), opístion (tb. opístio), Oríon (tb. Oriom ou Orionte), péreon, pláncton (tb. plancto), pléon, potámon, quíton, rádon, rágon, séston, sícon, táxon (Pt. tb. táxone), télamon, télson (tb. telso), xénon, xílon (tb. xilo). — Termos que apresentam apenas a forma inovadora finda em -o ou em -one: acrómio, ciclone (cf. clone ‘indivíduo geneticamente idêntico a outro’), cotilédone, deltoto, esterno, gónio, hemíono, himénio, ícone, pericário, períneo (tb. perineu), pilone, sícone (tb. sicónio). b) O dígrafo lh corresponde-se sempre com o fonema //: aparelho carvalho concelho filho parelha c) O dígrafo nh corresponde-se sempre com o fonema //:

amanhecer pequeninho senhor

vizinho

d) O dígrafo mh corresponde-se sempre com o fonema //, e só se usa em: umha(s)

algumha(s) nengumha(s)5

5 Este dígrafo nom existe nas outras variedades do galego-português, em que, no seu lugar, se utiliza -m- (a representar o fonema /m/): uma(s), alguma(s), nenhuma(s).

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e) O dígrafo qu corresponde-se sempre com o fonema /k/ ante e, i: querer queijo requisito f) O dígrafo gu corresponde-se sempre com o fonema /g/ ante e, i: gueixa guerra meiguinho g) O dígrafo ch corresponde-se sempre com o fonema /t∫/: chamar chefe

encher

h) O dígrafo rr corresponde-se sempre com o fonema /R/: bezerro cigarro torre

4. Usos do h a) Em posiçom inicial de palavra o seu emprego obedece normalmente à etimologia (haver, hai, hélice, história, hoje, home, hora, etc.). Por isso, levam também h- (com os seus derivados): harmonia haste harpa

Helena humidade6

hendecassílabo Heloísa

harpia hirto Henrique e o nom levam: achar

erva

impo

irmao

ombro

osso

úmero

encher

ervilha

inchar

oco

órfao/orfo

ovo

6

Em Portugal, como na Galiza, utiliza-se humidade, mas no Brasil, a grafia antietimológica umidade, úmido.

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

Contodo, os derivados de erva começados por herbi- ou herbo- (salvo ervoso), assim como herbáceo, levam h-: herbívoro, herbolário, herborizar, etc. b) Como letra isolada nom se utiliza -h- em posiçom interior de palavra: aderir

álcool

baía

coerente

exausto

proibir

anidrido

coabitar

coibir

inabilitar

reabilitar

(Mas despois de hífen: anti-helénico, pré-histórico, sobre-humano, etc.).

5. Uso de g (+ e, i), j e x a) Diante de e e i, o uso do g é o habitual: gelosia, religiom, abranger, figem, pugem, quigem, fugir, gente, vertigem (tb. vertige), ferrugem (tb. ferruge), abordagem (tb. abordage), linguagem (tb. linguage), mensagem (tb. mensage), paraplegia, cirurgia, estrangeiro, girafa, monge, relógio, aginha (dialetal na Galiza frente a logo), geada, gelo, gema, genro, gesso, gesta/giesta, longe, singelo, etc. Com j temos só:

Em inicial de palavra: jeira

jejum (jejuar)

Jerusalém

Jesus

jilaba

Em interior de palavra:

— acabadas em -jeito, -jeiçom, -jeitar, -jeto, -jeçom, -jetar: jeito

injetar, injeçom

rejeitar, rejeiçom

projetar, projeto

sujeitar, sujeiçom, sujeito

trajeto, trajetória

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— quatro vozes acabadas em -aje(m): laje

paje (tb. pajem)

traje

hoje

majestade

ultraje/aldraje

— e mais três: ajôujere

Com x temos só (além dos casos que veremos na secçom c)): bexiga

mexilhom

México

coxim

perixel

xílgaro (dialetal frente a pintassilgo)

Xerez

lixívia

xeque

xis (x)

Ximeno, Ximenes

(mas: seringa [= cast. jering(uill)a], seringueira) E o tema de Pretérito de dizer: dixem, dixeche, dixera, dixéssedes... b) Diante de a, o e u, a utilizaçom do j é o habitual: gorja, jardim, jogo, joia, jovem, judo, juiz, laranja, rajo, ajuda, jarda [unidade de medida], já, jantar, jazer, jejum e jejuar, jugo, cônjuge, conjuntura, disjuntiva, jugular, pejorativo, anjo, arranjar, janela, joelho, jold(r)a, jornal, jungir, rijom/rojom, tijolo, janeiro, Joám, julho, junho, etc. É a letra de uso mais corrente nas terminaçons -aja, -ajo, -ajar; -eja, -ejo, -ejar; -ija, -ijo, -ijar; -oja, -ojo, -ojar e -uja, -ujo, -ujar: — haja, hajas, hajamos...; raja; gajo, rajo; asselvajar, avantajar, rajar, trajar, viajar, etc. — veja, vejas, vejamos...; seja, sejas, sejamos...; esteja, estejas, estejamos...; cerveja, igreja, inveja, peleja; animalejo, percevejo, rejo (dialetal na Galiza frente a rijo); acejar/axejar (dialetal na Galiza frente a espreitar), apedrejar, bracejar, desejar, formiguejar, latejar, etc. — botija, cornija, torrija, sevandija; alijo e alijar, esconderijo, regozijo e regozijar, rijo e arrijar e enrijar.

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

— loja e alojar, soja; antojo e antojar, bojo, despojo e despojar, estojo, fojo (dialetal na Galiza frente a fosso), nojo e anojar, enojar e enojo, tojo. — babujar, coruja e corujar, aturujo e aturujar, caramujo, cujo [relativo], sujo e sujar, enferrujar, etc. Nessas terminaçons o uso de x reduz-se a: — graxa e graxo e engraxar, taxa e taxar, coaxar; marraxo. — vexar. — lagartixa, lixa e lixar, rixa e rixar, lixo. — broxa, congoxa, coxa; coxo, roxo. — bruxa e bruxo e embruxar, buxo, cuxo (dialetal na Galiza frente a vitelo e bezerro), debuxo e debuxar, luxo, luxar, puxar e empuxar e repuxar. c) Contodo, é muito mais habitual ou único o uso de x em:

Palavras constituídas pola seqüência ditongo + x: baixela, baixo e abaixo, etc., caixa, deixar, eixo, faixa, feixe, freixo, frouxo, madeixa, paixom, peixe, queixa, queixo [da cara], reixa, rouxinol, seixo, teixo, teixugo, etc.; trouxem, trouxeche, trouxera, trouxesse, trouxer, etc. Com ditongo + j temos só: aleijar, apreijar, beijo, carqueija, cereija, feijom e amêijoa [molusco; dialetal: ameija], queijo [do leite].

Palavras começadas por enx-: enxada, enxaguar, enxame, enxaqueca, enxárcia, enxebre, enxergar, enxerto, enxofre, enxotar, enxoval, enxugar, etc. Começadas por eng- ou enj- só temos: engendrar, engenho e engenheiro/a, enjoo.

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Palavras, na maior parte dos casos de proveniência nom latina, que se adaptárom com x sobretodo (em espanhol, com ch, z/c, s ou sh): haxixe

xastre (dialetal por alfaiate)

Bruxelas bolxevique xaile/xale mexer e mexerico Hiroxima menxevique7 xelim

Xangai

Mas: jaqueta jorro bijutaria Em vozes patrimoniais galegas temos alternáncia x / c ou s (as sublinhadas som as variantes supradialetais na Galiza conforme O Modelo Lexical Galego, da Comissom Lingüística da aeg): axejar/acejar [espreitar]

xarda/sarda [peixe]

xabom/sabom

cóxegas/cócegas

páxaro/pássaro

xordo/surdo

xenreira/cenreira

pêxego/pêssego

xurdir/surdir

Mas com forma única: seringa [= cast. jering(uill)a], seringueira

Também se emprega esta letra diante de a, o, u, em: luxúria

xadrez

xarope

Alexandre

oxalá

xaque

xurelo

Quixote

relaxar, relaxaçom esdrúxula

7

Texas

Veja, no Apêndice deste documento, um pequeno estudo que fixa e explicita de forma sistemática a distribuiçom dos grafemas ch (fonema /t∫/) e x (/∫/) nos estrangeirismos adotados polo galego-português da Galiza em correspondência com as grafias ch, tch e x do lusitano e do brasileiro.

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A letra x tem o mesmo valor fónico que nos pontos anteriores (/∫/) nos radicais ou prefixos de proveniência grega xeno- (xenofobia), xero- (xerocópia), xilo- (xilofone), assim como em luxar e luxaçom, elixir [substantivo] e Luxemburgo. As palavras derivadas de primitivas com ge, gi, ou do mesmo paradigma, passam a escrever-se com j quando esta letra vai diante de a, o, u: fujo, fuja, fujas, etc. (de fugir); chantajar, viajar, lonjura, etc. (de chantagem [tb. chantage], viagem [tb. viage], longe); quijo, fijo, pujo (ao lado de quigem, figem, pugem, quigera, puger, etc.). mas o j e x mantenhem-se diante de qualquer vogal: anjinho, cereijeira, trajar, ultrajoso, viajo, viajei, viajemos, etc. (de anjo, cereija, traje, ultraje, viajar). lixento [∫], prolixidade [ks] etc. (de lixo [∫], prolixo [ks]). Confrontem-se, por último: ameixa [fruta]

ameija [dialetal por amêijoa, molusco]

cuxo [dialetal por bezerro, vitelo]

cujo [pronome relativo]

lixeiro [encarregado do lixo]

ligeiro [leve, pouco pesado]

mexom [que mexe muito]

mejom [que meja muito]

queixo [vértice mandibular]

queijo [produto do leite]

xarda [peixe, dialetal por sarda]

jarda [unidade de medida]

d) Emprega-se o x com valor de /ks/ ou /s/, além de em casos conhecidos com exalçar, exame, exagerar, exigir, êxito, exsudar, oxigénio, sexo, sexto, etc., noutros casos como:

exe-: execuçom, executar

exercer, exercício

exemplo

exército, exercitar

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-flexo: reflexo

-fluxo: fluxo

influxo

refluxo

complexo

perplexo

anexo

fixar, fixo [crucifixo, prefixo]

prolixo

paradoxo

próximo

saxónico e Saxónia

-plexia e -plexo: apoplexia

circunflexo

e:

Face aos casos anteriores, a letra etimológica x foi substituída por s numha série de vocábulos de uso corrente:

es- (is-): escavar escoriar

esplanada espoliar

espremer esquisito

escusar

espraiar

estender

estrangeiro/a estranhar, estranho/a isençom, isento

Contodo, os derivados de esplanada e os de estender começados por extens-, levam x: explanaçom, explanar, etc.; extensivo, extenso, extensom, etc.

e: justapor

Calisto e calistino/a

misto e mistura

Sisto e sistino/a

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

Confrontem-se: espremer [apertar]

exprimir [expressar]

esperto [astuto, inteligente]

experto [entendido, erudito]

6. Usos de b e v Além dos usos mais conhecidos destas duas letras (débil, hábil, hidrofobia, hibernaçom, ibérico, abril, branco, dobrar, febre, lebre, lúgubre, nobre, pobre, abano, banco, cubo, cabo, debuxo, globo, etc.; ativo, divisar, granívoro, civil, servil, cravo, cotovia, indivíduo, louvar, laverca, ouvear, ouvir, virilha, Xavier, etc.): a) Utiliza-se b:

Em posiçom inicial de palavra em: baínha e embainhar

baleiro [reg. popular, frente a vazio]

baunilha

beta

borboleta

baixela

basco

beira

bexiga

Biscaia e biscaínho

Em posiçom interior: — nos derivados de móvel (salvo automóvel, imóvel): amobilidade

imobilismo

móbil [subst.]

automobilismo

imobilizar

mobilidade

mobilizar, etc.

— e: abóbada

rebentar

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b) Utiliza-se v:

No morfema modo-temporal -va- da primeira conjugaçom verbal: andava cantávamos

levavas provava

Na terminaçom -vel dos adjetivos: amável crível

pensávades atuavam

móvel possível

provável solúvel

Nos seguintes vocábulos (e derivados) com o grupo consonántico vr: escalavrar

lavrar

livro

fev(e)reiro

livrar, livre

palavra

vranha

Em certos verbos acabados em -var e na sua família lexical: cevar, cevo

gravar

sovar, assovalhar

conchavar

provar, prova

travar

crivar, crivo

raivar, raiva

Mas temos com b réprobo e as começadas por probabil- e probat-: probabilidade, probabilismo, probatório, etc.

Em quatro verbos acabados em -ver, com os seus derivados: dever

escrever e -screver (adscrever, descrever, etc.)

haver

sorver, absorver, sorvete

Os acabados em -ver som algo mais numerosos (cf. atrever, chover, mover, precaver, solver, ver, viver, volver, junto com derivados e os anteriores) que os acabados em -ber (beber, caber, conceber, lamber, perceber, receber, saber e derivados).

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Nas seguintes vozes, em que o v é precedido das consoantes: — d: advogado/a — s: resvalar — l (alv-): alva

alvará

alvoroçar

alvanel

alvedrio

alvorotar

E, salvo albino, o resto das relacionadas com alva (alvarinho, alvo, alvor, alvorada, alvorejar, alvura, Vilalva, etc.). — r: árvore

erva

estorvar

torvelinho

carvalho

ervilha e ervelha

orvalho

turvo

carvom

escarvar

Contodo, a maior parte das derivadas de árvore (salvo arvorado, arvorar, arvoredo) som com b (arbóreo, arborescente, arboriforme, arborizar, arbusto, etc.). Das derivadas de carvom, som com v aquelas que perdêrom o -n- intervocálico (carvoaria, carvoeira, carvoeiro/a, etc.) e com b aquelas que mantenhem o -n- intervocálico latino, mais abundantes (carbonáceo, carbonatar, carbonato, carbónico, carbonífero, carbonizar, carbono, carbonoso, etc.). As derivadas de erva som com v salvo as começadas por herbi- e herbo- (excetua-se ervoso), como já vimos: herbiforme, herbívoro, herbolário/a, herborista, herborizar, etc. E os derivados de turvo som todos com b: enturbar, perturbar, turbamulta, turbar, túrbido, etc.

As seguintes com -v- intervocálico: avô

côvado

goiva

saraiva

Córdova e cordovês

avondo

covil

governo

sovaco

Cristóvao/ Cristovo

azeviche

dívida [dial. dêveda]

gravata

tavao/tavám

Estêvao/Estevo

azevinho

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dúvida

javali

tovo

Havana e havano

caravela

escaravelho

lavoura

trave

Vesúvio e vesuviano

cascavel

escova

nevoeiro, névoa

trevo

cavalo, cavalgar, cavaleiro

escrivao/escrivám nuve(m)

trovom [dial. trevom]

cavalheiro

fava

pevide

polvo

ceivar, ceivo

fivela

povo

rodavalho

cevada

g(a)ravanço

ruivo [dial. roivo]

chisgaravis

cotovelo

As seguintes começadas por -v-: varanda

vassoira

vermelho

viés

virolho

varrer

vaza

verniz

vime

vulto

várzea (Varja)

verça

vidoeiro/vido Confrontem-se: bago (grao da uva) vago (vagabundo) benzer (consagrar) vencer (ganhar) balor (mofo)

valor (valentia)

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

7. Usos de c/ç e z a) ç + a, o, u / z + a, o, u:

Precedido das consoantes l, r, n, o mais habitual é o uso de ç: aliança engonço sentença Florença pinça crença

diferença França romanço Lançarote geringonça painço

ranço Gonçalo pinçar lança Betanços onça

inçar balança vasconço g(a)ravanço Mançanares

alçar Arçua terço garça

almorço calçar março verça

corço berço dulçor percalço

orçar força camurça çorça/surça

anzol

cinza engranzar

Mas: colza zarzuela

benzo-

Em posiçom intervocálica: — É mais habitual o ç no conjunto das terminaçons -aça, -aço, -açar, -eça, -eço, -eçar, -iça, -iço, -içar, -oça, -oço, -oçar, -uça, -uço, -uçar, -ouça, -ouço, -ouçar, -çom, -çoar e -açal: ameaça caça mulheraça

braço espaço adelgaçar

cabeça peça preço (apreço)

começar endereçar tropeçar

cobiça bouça moço vingadiço

mestiço ouço (ouça...) carapuça foçar

carroça justiça calabouço aguçar

miúça noviço lingüiça retouçar

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

afeiçom bençom liçom traiçom

abençoar afeiçoar amaldiçoar aperfeiçoar

aguaçal ervaçal lamaçal lodaçal

E som com z as acabadas em -zoo, -zoico, -zoto, -zoito, -zoário, -zóide, -zarrom, -zudo, -zunho: protozoário, pezunho, etc. Mas temos com z as terminaçons -eza (salvo cabeça e peça), -izar (salvo os derivados de -iça e -iço: cobiçar, mestiçar, etc.), além de umhas poucas vozes com as terminaçons precedentes: aspereza Galiza prazo delicadeza -rizo gozo

agonizar razom (razoar) prezar fraternizar realizar

vaza beleza juízo bazar desprezo

menosprezo dinamizar sazom rezar baliza

Nos começos de palavra aça- / aza-, aço- / azo- e açu- / azu- o uso das duas letras é próximo em número: açor

azorrague

açúcar

azul – azular (≠ Pt. açular = Gz. acirrar)

açafata

açoteia

azar

açucena

azulejo

açafrám

açoute

açacalar

azálea

azurite

açaime/açaimo açambarcar

O mesmo acontece noutros casos nom agrupáveis: alcaçuz

balouço

beiço

caçapo

façanha

maçá/maçã

Moçambique

moçárabe

peçonha

quiçá

tapeçar

tiriçol/tiriçó (= Pt. terçol)

Amazonas

amizade

bazófia

Bizáncio 39

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

bizarro

esquizo-

folgazám

gazua

horizonte

Lázaro

mazurca

Nazaré

ozono

ziguezague

Em posiçom inicial o mais habitual é z-, e ç- alterna normalmente com s-: zagal zambro zampar zángao/zangao

zarabatana zarzuela zoar zodíaco

zoncho zoozoupeiro zumbar

Zabulom Zacarias Zambeze Zurique

çanja çoca (çoco) çurrar/surrar

çafra/safra çamarra/samarra çurrom/surrom

çanfona/sanfona çapa/sapa

çapato/sapato çorça/surça

(É só com s-: safar, sáfio, safira, saguám, sanefa, sarigüeia, sarpar, sedaço, sossobrar, sumo)

As palavras que tenhem c + e, i levam ç + a, o, u, no paradigma ou nos seus derivados e vice-versa: agradecer: agradeço, agradeça, agradeças, etc. doce: doçura raça: racismo almorçar: almorcei, almorce, etc.

Os apelidos patronímicos galegos findam em -s: Esteves

Gomes

Lopes

Mendes

Peres

Rodrigues

Ximenes

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

Confronten-se: aço (liga de ferro)

azo (oportunidade)

açougue (mercado)

azougue (mercúrio)

çurrar (tundar)

zurrar (ornear)

guiço (pauzinho)

guizo (ajôujere)

praça (lugar público)

praza (de prazer)

raçom (comida para animais)

razom (juízo)8

b) c + e, i / z + e, i:

Ante e e i o mais habitual é o uso da letra c: aparecer, conhecer, embelecer; convencer, vencer, exercer, descer, torcer, ressarcir; ácido, bocejar, citar, dicionário, etc.

Contodo, tenhem ze: — seis verbos acabados em -zer: fazer (fazenda)

benzer

jazer cozer prazer dizer Os derivados som com z salvo complacente e jacente (e derivados destes). — os numerais: onze doze

8

treze catorze

quinze (quinzena) zero

E, como vimos antes, no galego-português lusitano e brasileiro, também: Pt.+Br. açular (= Gz. acirrar) – azular (tornar azul).

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

E tenhem zi: — os verbos acabados em -zir, salvo ressarcir: aduzir

luzir

conduzir

cerzir

deduzir

franzir

induzir, etc. Os derivados de luzir som com z, salvo lucidez e lúcido: luzente, luzidio, luzido, luziluzir, luzimento, etc. Os derivados em -ente dos acabados em -duzir som com c: abducente, conducente, producente, etc. — a terminaçom e o morfema de diminutivo -zinho / -zinha: cozinha

avezinha

mezinha

canzinho

vizinho

pauzinho

— as palavras de índole religiosa acabadas em -azia, -ezia:

prelazia

clerezia

primazia

conezia

Levam, igualmente, ze, zi, as seguintes vozes: aguazil

benzeno

donzel/donzela

topázio

alazena

benzina

dúzia

tornozelo

apózema

bezerro

gazela

trapézio

armazém

bronze

gazeta

várzea vazio (esvaziar)

azedo

buzina

lazeira

azeite

chimpanzé

lezer (Pt.+Br. lazer) zéfiro

azémola

cinzel

lazerar

zelar e zelo

azeviche

deslize

mezena

zimbório

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

azevinho

dezembro

renzilha

zimbrar

aziago

dízimo

rodízio

zíngaro

azinheira

Salvo nos casos indicados acima, levam z + e, i os derivados de palavras com z + a, o, u, e vice-versa, assim como aqueles que procedem ou som plurais de palavras acabadas em -z (salvo -císsimo: capacíssimo, felicíssimo, velocíssimo, etc.): cruzeiro, agonize, cinzeiro, gozei, jazia, veneziano, vozear; cruzes, dezes, luzes, raízes, vozes, etc. Confrontem-se: azeitar (untar com azeite)

aceitar (admitir)

benzer (abençoar, consagrar)

vencer (ganhar)

doze (numeral)

doce (do sabor do açúcar)

enzima (fermento orgánico)

em cima (em riba, acima)

mezenas (mastros dos navios)

mecenas (protetor)

zinco (metal)

cinco (numeral)

8. Uso do q Como letra, vai sempre seguida de u (qu), pronunciando-se ambas (/ku/). Utiliza-se nos seguintes casos: a) Todas as palavras começadas por qua-, qüi-, quo- (menos cuidar e as derivadas de cu: cuada, cuecas, cueiro), nom havendo nengumha começada por *qüe- (confrontem-se: questom, questor, etc.): quadrado

qualquer

quartel

qüididade

quadril

quando

quarto

qüinq-

quadro

quantidade

quartzo

quociente

qual

quanto

quase

quórum

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

qualidade

quarenta

qualificar

Quaresma

quatro

quota (quotizar)

b) Todas as palavras começadas por aqu(a)-, equa- / eqüe- / eqüi- / equo-, esqua- e sequ(exceto aqueduto): aquário

equaçom

esquadra

sequaz

aquático

equador

esquadrinhar

seqüela

aquoso

equánime

esquadrom

seqüestro, etc.

eqüestre

esquálido

esquartejar c) As relacionadas com o verbo latino loqui (‘falar’) e as acabadas em -quo (salvo conspícuo, inócuo e vácuo), -qüência e -qüente: eloqüência

ventríloquo

ubíquo

delinqüente

eloqüente

iníquo

conseqüência

freqüência

grandiloqüência

longínquo

conseqüente

freqüente

loquaz (loquacidade)

propínquo

delinqüência

seqüente, etc.

antiquar (antiquário)

cinqüenta

liquar

d) E também: adequar

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

9. Uso do dígrafo -ssa) Nas palavras simples e primitivas:

nos demonstrativos, possessivos e os Pretéritos do Conjuntivo: esse, essa, esses, essas, isso nosso, nossa, nossos, nossas; vosso, vossa, vossos, vossas cantasse, colhesse, partisse, levássemos, trouxessem, fosse, fôssemos...

em todas as palavras acabadas em -íssimo, -issura, -cessar, -cessom, -cussom, -fessar, -fissom, -gressom, -missom, -pressom, -sessom e nas suas famílias lexicais: boníssimo

acesso

confessar

admissível

impresso

docíssimo

concessom

confissom

compromisso

opressor

malíssimo

processo

professor

omissom

pressom

cissura

sucessom

profissom

submisso

obsesso

comissura

discussom

agressor

depressom

possessivo

fissura

percussom

congresso

expressar

sessom, etc.

nas começadas por ess-, foss- e pass- com os seus derivados: esse

fossa

passar e passo

essência

fóssil

passional

Essénios

fosso

passivo

na maior parte das começadas por ass-, diss-, gloss-, mass-, mess-, miss- e das acabadas em -glossa (salvo: asa, Ásia, asilo, asir; disenteria; glosa, glosar; masoquismo, misantropo): assar

assi/assim

diglossia

massa

messe

assassino

assinar

isoglossa

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

massacre

messias

assembleia

assobio

glossário

massage(m)

missa

assessorar

assunto

glossologia

massom

míssil, etc.

O uso de -ss- e -s- é quantitativamente similar nas palavras começadas por pess- / pes-, poss- / pos-, press- / pres-, vass- / vas- e os femininos acabados em -essa / -esa, com os seus derivados: péssimo, pessoa / pesar e peso posse e possuir, possível / posar e pose, posiçom, positivo, posologia pressa (depressa), presságio, pressom / presa (apresar) e preso vassalo, vassoira / vasa, vaselina, vasilha, vaso abadessa, alcaidessa, condessa / baronesa, consulesa, duquesa, princesa

Som minoritárias com -ss- as terminaçons em -issa (-isse, -issal) e -cissom (além da já vista missa): abcissa abissal clarissa mantissa

premissa vibrissa Clarisse melissa

discissom procissom Basilissa Leonissa

Cf.: brisa, camisa, diaconisa, divisa, guisa, pesquisa, pitonisa / pitonissa, profetisa, Artemisa, Felisa, Heloísa, Luísa, etc.; abcisom, circuncisom, cisom, concisom, decisom, incisom, precisom, rescisom, etc.

Também se utiliza -ss- no seguintes vocábulos, com os seus derivados: acossar

escasso

odisseia

sossego

atravessar (travessa)

espesso

osso

sossobrar

avessas

gesso

palhasso

sussurro

bússola

grosso

pintassilgo

tessitura

cassa (tecido, ligadura) idiossincrasia

plissar

tosse e tossir

cassar (cassaçom)

potássio

travesso

insosso

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

classe (clássico)

interesse

promessa

vicissitude

codesso

mossa (amossar)

remessa

Prússia

colosso

musselina

ressarcir

Rússia

cossaco

mussulmano

ressesso

Ulisses

crasso

nassa

ressurreiçom

dossel e endossar

necessário

sessenta

Confrontem-se: acesso (de aceder)

aceso (de acender)

cassa (tecido, ligadura)

casa (habitaçom)

cassar (tornar nulo)

casar (contrair matrimónio)

posse (possessom)

pose (de posar)

pressa (apressuramento)

presa (o que se apresou)

b) Nas palavras derivadas por prefixaçom e nas compostas: As palavras que começam por s-, ao pôr-lhes um prefixo acabado em vogal, escrevem-se com -ss, e o mesmo acontece com as palavras compostas cujo primeiro elemento acaba em vogal e o segundo começa por s-: assaltar

antessala

pressentir

aerossol

hendecassílabo

assegurar

bissexto

prosseguir

altissonante

homossexual

assentar

dessangrar

ressaca

cromossoma

monossacárido

assimilar

dissentir

ressaltar

dinossauro

octossépalo

assinalar

dissimular

ressuscitar

fotossíntese

sacrossanto

associar

entressola

sobressair

geossinclinal

uníssono, etc.

dezasseis

girassol

outrossi

dezassete

madressilva

sanguessuga

Quando entre o prefixo ou o primeiro elemento da palavra composta e o segundo hai um traço, levam um só s-: fino-soviético, puro-sangue, etc.

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

10. Ortografia de grupos consonánticos cultos a) Grupos iniciados por b A regra geral é manter o b nos grupos bc, bd, bf, bg, bj, bl, bm, bn, bp, bt e bv: obcecar, abdicar, subface, subgloboso, objeto, sublingual, submúltiplo, abnegar, sobpor, abstrato, obter, subverter, etc.

Conservam o b as seguintes palavras (e derivados) do grupo bm: submergir (submersom)

submeter (submisso)

subministrar (subministraçom)

Também conserva o b o seguinte vocábulo (e derivados) do grupo bt: subtil (subtileza, subtilizar)

O b também se utiliza na seguinte forma (e derivados) com bl: sublinhar (sublinha)

Com os grupos bsc e bst temos, com os seus derivados: obscuro9

substáncia substituir

subscrever (subscriçom)

substantivo

substrato

Mas nom tem s porque provém do latim subtrahere: subtrair (subtraçom)

Perdêrom o s, ainda que conservem o b: abcesso

abcissa

b) Grupos iniciados por c

cc (cç) e ct

— O grupo ct mantém-se inalterado em posiçom inicial: ctenócero, ctenodonte, ctenóforo, etc.

9

A forma obscuro é de origem culta e tem usos e significado normalmente abstratos («ideias obscuras»); escuro é popular e tem valores comummente físicos («noite escura»).

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

— No interior de palavra, porém, na maior parte dos casos (como regra geral) desaparece o primeiro c nas seqüências etimológicas cc, cç e ct10: acesso, acessório, acidente, açom, afeçom ‘doença’, apodítico, ártico, aspeto, aspetual, atitude, atividade, ato, ator, atriz, atual, atualizar, caráter e caraterística (Pt. carácter/caráter, característica/caraterística), cato (mas cactácea; Br. cacto), conflito, construçom, -duto ‘tubo, canalizaçom’ (aeroduto, aqueduto, gasoduto, oleoduto, oviduto, etc.; mas: ducto), efetuar, equinócio, exato, frutose, infetar, infeçom, infecionar, infecioso e infeto (Pt. e Br. infeccionar/infecionar, infeccioso/infecioso, infecto/infeto), injeçom, iterícia (Pt. e Br. icterícia/iterícia), jato ‘jorro’, ocidente, ocidental, olfato, objeto, prática, produto, projeto, reaçom, respetivo, restriçom, etc.11 — A essa regra geral escapam poucas palavras quando a vogal que antecede os grupos cc, cç e ct é i ou u: convicçom e convicto, dúctil e ductilidade, ducto, ficçom, flucti- (fluctígeno, fluctívago, etc.), fricçom, ictio- (ictiologia, etc.), icto ou íctus, micçom (micturiçom), nict- (nictofobia, nictitante, nictúria, etc.), obducto ‘oculto’, orict- (oricteropo ou oricterope, orictografia, orictologia, etc.), ricto, succ- (succíneo, succínico, sucçom, etc.).

10 As regras aqui expostas sobre as seqüências -cc-, -cç-, -ct-, -pc-, -pç- e -pt- baseiam-se no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (vigorante no Brasil e em Portugal desde 2009) e apresentam as seguintes particularidades: 1. Em contraste com o prescrito em Portugal e no Brasil, na Galiza retém-se a seqüência consonántica etimológica nuns poucos casos em que poda surgir fácil ambigüidade por homonímia (ex.: (-)míctico ‘relativo à mixia’ [Pt.+Br. mítico] diferente de mítico ‘próprio de mito’; óptico ‘dos olhos ou da luz’ [Pt.+Br. ótico] diferente de ótico ‘do ouvido’; rectinérveo ‘paralelinérveo’ [Pt.+Br. retinérveo] diferente de retinérveo ‘cujas nervuras formam retículo’; retractar(-se) ‘retirar(-se)’ [Pt.+Br. retratar(-se)] diferente de retratar(-se) ‘desenhar, pintar o retrato de’); 2. Na Galiza, em contraste com o que ocasionalmente ocorre em Portugal e no Brasil, adota-se umha única forma de cada palavra (nom se admitem, em geral, dobletes); 3. No caso de no ámbito luso-brasileiro se registarem duas formas corretas de umha palavra, na Galiza aplicam-se os seguintes três critérios de priorizaçom: a) prescreve-se para a Galiza, em cada caso, a soluçom convergente entre Portugal e o Brasil, quer ela seja a forma etimológica, quer a simplificada (ex.: Pt. carácter/caráter | Br. caráter → Gz. caráter; Pt. factível | Br. factível/fatível → Gz. factível); b) no caso de existirem duas formas convergentes entre Portugal e o Brasil, prescreve-se para a Galiza a forma simplificada, nom etimológica (ex.: Pt. infeccioso/infecioso | Br. infeccioso/infecioso → Gz.. infecioso); c) no caso de divergência (absoluta) entre Portugal e o Brasil, prescreve-se para a Galiza a soluçom lusitana (ex.: Pt. Neptuno, neptúnio, neptunite / Br. Netuno, netúnio, netunita → Gz. Neptuno, neptúnio, neptunite; Pt. receção / Br. recepção → Gz. receçom; Pt. revindicta / Br. revindita → Gz. revindicta). Nom se aplicam estes dous últimos critérios quando o seu resultado levaria na Galiza ao surgimento de fáceis ambigüidades, como acontece com Pt. facto | Br. fato, caso em que na Galiza se utilizará a forma facto ‘ato, circunstáncia, dado’, para a diferenciar de fato ‘traje’ (ou, na língua dialetal ou coloquial, de fato ‘grupo’); tb. na Gz. contracto ‘contraído’, face a contrato ‘documento legal’ (Pt. contracto/contrato, Br. contracto/contrato). 11 Nos semieruditismos o c vocalizou em i ou u nas seguintes palavras com os seus derivados: afeiçom ‘carinho’ (diferente de afeçom ‘doença’), aperfeiçoar, defeito, efeito, eleiçom, eleito, interjeiçom, leitor, leitura, liçom, oitavo, perfeiçom, perfeito, reitor, rejeiçom, respeito, ressurreiçom, seita (mas sectário e sectarismo), sujeiçom, teito (Pt.+Br. teto), doutor, doutrina, outubro. As vogais médias (e e o) que etimologicamente antecedem estas seqüências consonánticas (quer estas se conservem em galego [ex.: sectário], quer nom [ex.: correto]) som todas abertas.

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

— Em contraste, som relativamente numerosas as exceçons à regra geral quando os grupos cc, cç e ct etimológicos som precedidos por a, e ou o. A seguir enunciam-se listas amplas, mas nom exaustivas, de palavras e de formantes greco-latinos que retenhem as seqüências consonánticas -cc-, -cç- e -ct-12:

Palavras e formantes greco-latinos que retenhem as seqüências consonánticas -cc- e -cç-: bissecçom (cf. -secçom) coccige

facciosidade

ressecçom

facciosismo

secçom

coccígeo

faccioso

seccional

cóccix

ficcional

seccionamento

cocçom

ficcionista

convecçom

ficçom

-secçom ‘corte’ (bissecçom, dissecçom, etc.) subsecçom

convicçom

friccionar

sucçom

decocçom

fricçom

trisecçom

dissecçom

micçom

tumefacçom

evecçom

occipício

vivissecçom

evicçom

occipital

viviseccionista

faccionário

ócciput

12 Como complemento desta lista de exceçons, pode consultar-se, em conjunçom com os critérios da Comissom Lingüística da aeg antes enunciados, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da variante lusitana (Porto Editora [2009], também consultável na internet em <http://infopedia.pt>) e o da variante brasileira (Academia Brasileira de Letras, 52009).

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

Palavras e formantes greco-latinos que retenhem a seqüência consonántica -ct-: ablactaçom

anfractuosidade

contracto

actante

anfractuoso

convicto

actina

artiodáctilo (cf. -dáctilo) dactílico autóctone dáctilo

ablactar actin(i/o)- ‘raio luminoso’ (actinífero, actinobacilose, actinocarpo, etc.) actínia

bactéria

-dáctilo ‘dedo da mao’ (artiodáctilo, pentadáctilo, perissodáctilo, etc.)

bacteri(o)- ‘bactéria’ (bactericida, bacteriologista, etc.)

desconectar

actáncia

bacteriano

dúctil

actancial

bactericida

ductilidade

actínico

bacteriófago

ductílimo

actinídeo

bacteriologia

ducto

actínio

bacteriológico

ectlipse

actinismo

bacteriologista

ecto-

actinologia

bacteriólogo

ectoderme

actinometria

compactaçom

actinómetro

compactagem

ectomia ‘extirpaçom’ (amigdalectomia, mastectomia, etc.) ectoparasita

actinomicete

compactar

ectoplasma

actinomicose

compacto

ectozoário

actinomórfico

compactuar

electuário

actinomorfo

conectar

eructaçom

actinoterapia

conspecto

eructar

amicto

contactar

esfincter

amigdalectomia (cf. -ectomia) anfictiom

contactável

esfíncter

contacto

esplenectomia

anfictionia

contractilidade

estalactite

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

estupefacto

hectowatt

incontactável

evicto

heterodáctilo

indefectibilidade

evictor

histerectomia

indefectível

factício

humectaçom

indúctil

factitividade

humectante

inductilidade

factitivo

humectar

intáctil

factível

ictíico

intacto

factivo

icti(o)- ‘peixe’

intelectivo

facto

ictiofagia

intelecto

factoto

ictiófago

intelectual

factótum

ictiografia

intelectualidade

factual

ictiográfico

intelectualismo

faringectomia

ictiógrafo

intelectualista

fictício

ictioide

intelectualizaçom

fitoplancto

ictiol

intelectualizar

fitopláncton

ictiologia

intergaláctico

galact(o)- ‘leite

ictiológico

intersectar

galáctico

ictiologista

invicto

galactómetro

ictiólogo

isodáctilo

galactose

ictiomorfo

jactância

gastrectomia

ictiose

jactanciar-se

hectare

ictiossáurio

jactancioso

héctica

ictiossauro

jactar-se

héctico

icto

lact- ‘leite’

hect(o)- ‘cem

íctus

lactaçom

hectoédrico

impactar

lactante

hectoedro

impacte

lactar

hectograma

impacto

lactente

hectolitro

imperfectividade

lácteo

hectómetro

imperfectivo

lactescência

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

lactescente

noctifobia

perfeccionismo

lacticínio

noctífobo

perfeccionista

láctico

noctívago

perfectibilidade

lactodensímetro

obducto

perfectível

lactómetro

oct(a/o)- ‘oito’

perfectividade

lactose

octaédrico

perfectivo

liquefacto

octaedriforme

pict- ‘pintura’

macrodáctilo

octaedro

pictografia

mastectomia

octana

pictográfico

microdáctilo

octangular

pictórico

mictório

octano

pictural

micturiçom

octante

pláncton

néctar

octingentésimo

plectro

nectáreo

octogenário

polidactilia

nectarina

octogésimo

polidáctilo

nectário

octogonal

protactínio

nefrectomia

octógono

provecto

nict(i/o)- ‘noite’

octópode

pterodáctilo

nictaçom

octossilábico

punctiforme

nictal(o)- ‘cegueira noturna’

octossílabo

punctura

nictalopia

octuplicar

putrefactivo

nictémero

óctuplo

putrefacto

nictitante

orquiectomia

rarefacto

nictofobia

ortodáctilo

reactáncia

nictófobo

pacto

ricto

noct(i/o)- ‘noite’ (mas noturno) pactuante noctambulação pactuário

sectário

noctambular

péctico

senectude

noctambulismo

pectina

sindáctilo

noctámbulo

pentadáctilo

suarabácti

sectarismo

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

tect- ‘cobrir, recobrir, ocultar’

torrefacto

uretrectomia

tectogénese

torrefactor

vasectomia

tectónica

tridáctilo

vivissector

tectónico

trissector

zigodáctilo

tectriz

trissectriz

zoopláncton

tetradáctilo

tumefacto

cd É um grupo muito pouco usual. Temo-lo nalgumhas palavras raras como ecdémico, mas perdem o c as mais correntes: anedota (anedotário, anedótico)

sinédoque

cm É um grupo que nom oferece qualquer particularidade e que se conserva em todas as palavras de proveniência culta: acme, dracma, ecmofobia, etc.

cn Também é um grupo que se conserva em todas as palavras de proveniência culta: acne, arácnido, pícnico, técnica, etc.

c) Grupos iniciados por d

A regra geral é a conservaçom do d nos grupos dj, dm, dn, dq, ds, dv: adjetivo, administrar, adnato, adquirir, adscrever, advertir, etc.

Também conservam o d: admoestar (admoestaçom)

advogado (advocacia)

adstringir (adstringente)

Mas nom tem d (porque provém já do latim acquisitione): aquisiçom (aquisitivo; mas: adquirente, adquiriçom, adquirir, etc.)

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

d) Grupos iniciados por f

Conserva-se o f nos grupos consonánticos cultos: dáfnia, difteria, nafta, oftalmologia, etc., mesmo em posiçom inicial: ftártico, ftórico, etc.

e) Grupos iniciados por g

Conserva-se o g nas palavras cultas dos grupos gd, gm, gn (em inicial e interior de palavra): amígdala; dogma, pigmento; gnaisse, gnomo, gnose, gnóstico; digno, ignorante, magnífico, significado, signo, etc.

Também conserva o g: prognóstico (prognosticador, prognosticar)

Nas vozes de tipo semiculto perdeu-se o g13: Inácio

Madalena

f) Grupos iniciados por nasal — mm, mn (inicial e interior de palavra), nm, nn

A regra geral é a perda da primeira consoante do grupo: (m)n (interior): aluno, calúnia,, coluna, hino, etc. (n)m: imerso, imigraçom, imorredoiro, imóvel, etc. (n)n: eneassílabo, inato, inovar, perene, etc.

O grupo mm só se utiliza nos advérbios terminados em -mente formados a partir de adjetivos acabados em -m14: comummente

ruimmente

13 O grupo gn perdeu também o g noutros semicultismos como: assinar (‘rubricar’), assinatura (‘rubrica’), ensinar, ensino, Inês, assinalar e sino (diferente de signo), entre outras. No grupo gm o g vocalizou em i ou u nos seguintes semicultismos: fleimom, fleuma (fleumático). 14 O brasileiro, ao contrário do galego e do lusitano, reduz o grupo: comumente, ruimente.

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

O grupo mn- em posiçom inicial de palavra nunca se reduz: mnemónica, mnemonizar, mnemotecnia, mnemotécnico, mnésico, etc.

O grupo mn- em posiçom interior de palavra nom se reduz nas palavras começadas por: amn-: amnésia, ámnio, amnistia, etc. (e derivadas de mnese: anamnese, antimnésia, dismnésia, ecmnésia, hipermnésia, etc.). gimn-: gimnasiarca, gimnosperma, gimnuro, etc. (mas: ginasial, ginásio, ginasta, ginástica, ginástico). limn-: limnite, limnologia, etc. omni-: omnímodo, omnipotente, omnipresente, omnisciente, omnívoro, etc. semno-: semnopitecídeo, etc. Também se conserva em15: indemnizar (indemne, indemnizaçom)

O grupo nn- só se mantém na forma pronominal16: connosco

— ns + consoante

O grupo ns anteconsonántico conserva-se por regra geral: circunscriçom, consciência, constante, construir, instituir, transcrever, transferir, transformar, transmitir, transpirar, transportar, transvasar, etc.

15 Também neste caso o brasileiro (só) reduz o grupo: indenizar. 16 A forma brasileira é também reduzida neste caso: conosco.

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

Também se conserva em: demonstrar (demonstrativo)

translaçom

transplantar (transplantaçom)

transcendência (transcendental)

transluzir

transtornar (transtorno)

Ainda que nom vaia seguido de consoante, temos também ns em: transatlántico

transumáncia

Começam por tras + consoante só as seguintes palavras: trasbordar

trasfegar

trasmontar

traspassar (= trespassar)

trasladar

g) Grupos iniciados por p

Os grupos pn-, ps- e pt- conservam-se sempre a começo de palavra (e, de facto, esse p deve ser proferido numha pronúncia culta!): pneumático, pneumonia, pneumotórax, pseudo- (pseudónimo, etc.), psicanálise, psicose ‘doença mental’ (diferente de sicose ‘doença da pele’), psiquiatria, pterodáctilo, pterópode, etc.

A regra geral é que os grupos pn e ps se conservem no interior das vozes eruditas: cápsula, eclipse, elipse, epilepsia, hipnose, hipnotizar, rapsódia, etc.

O grupo -ps final conserva-se nos seguintes termos: bíceps (tb. bicípite), fórceps (tb. fórcipe), quadríceps (tb. quadricípite), tríceps (tb. tricípite).

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

Os grupos pc (pç) e pt etimológicos perdêrom o p nos seguintes semieruditismos17: Vocalizando o p em i: aceitaçom, Conceiçom, conceito (mas conceçom, conceptual), preceito (mas preceptivo), receita (receitar). Nos termos findos em -scriçom, -scrito e derivados: adscriçom, circunscriçom, descriçom, inscriçom, inscrito, prescriçom, prescrito, proscriçom, proscrito, subscriçom, subscrito, transcriçom, transcrito, etc. Nas seguintes palavras relacionadas com sete: setembro, setentriom (setentrional), sétimo. Vozes com as seqüências etimológicas -cepc-, -cepç- e -cept- (conservadas no Brasil, salvo em exceção, exceto, excetuar e em susceptível/suscetível e afins): aceçom, conceçom (e anticonceçom, anticoncecional, anticoncetivo, contraceçom, contracetivo), concetáculo, exceçom, exceto, excetuar, interceçom, intercetar, perceçom (e percetível, etc.), receçom, recetáculo, recetivo, recetor (e barorrecetor, etc.), suscetível, suscetibilidade, transcetor.

17 As regras aqui expostas sobre as seqüências -cc-, -cç-, -ct-, -pc-, -pç- e -pt- baseiam-se no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (vigorante no Brasil e em Portugal desde 2009) e apresentam as seguintes particularidades: 1. Em contraste com o prescrito em Portugal e no Brasil, na Galiza retém-se a seqüência consonántica etimológica nuns poucos casos em que poda surgir fácil ambigüidade por homonímia (ex.: (-)míctico ‘relativo à mixia’ [Pt.+Br. mítico] diferente de mítico ‘próprio de mito’; óptico ‘dos olhos ou da luz’ [Pt.+Br. ótico] diferente de ótico ‘do ouvido’; rectinérveo ‘paralelinérveo’ [Pt.+Br. retinérveo] diferente de retinérveo ‘cujas nervuras formam retículo’; retractar(-se) ‘retirar(-se)’ [Pt.+Br. retratar(-se)] diferente de retratar(-se) ‘desenhar, pintar o retrato de’); 2. Na Galiza, em contraste com o que ocasionalmente ocorre em Portugal e no Brasil, adota-se umha única forma de cada palavra (nom se admitem, em geral, dobletes); 3. No caso de no ámbito luso-brasileiro se registarem duas formas corretas de umha palavra, na Galiza aplicam-se os seguintes três critérios de priorizaçom: a) prescreve-se para a Galiza, em cada caso, a soluçom convergente entre Portugal e o Brasil, quer ela seja a forma etimológica, quer a simplificada (ex.: Pt. carácter/caráter | Br. caráter → Gz. caráter; Pt. factível | Br. factível/fatível → Gz. factível); b) no caso de existirem duas formas convergentes entre Portugal e o Brasil, prescreve-se para a Galiza a forma simplificada, nom etimológica (ex.: Pt. infeccioso/infecioso | Br. infeccioso/infecioso → Gz. infecioso); c) no caso de divergência (absoluta) entre Portugal e o Brasil, prescreve-se para a Galiza a soluçom lusitana (ex.: Pt. Neptuno, neptúnio, neptunite / Br. Netuno, netúnio, netunita → Gz. Neptuno, neptúnio, neptunite; Pt. receção / Br. recepção → Gz. receçom; Pt. revindicta / Br. revindita → Gz. revindicta). Nom se aplicam estes dous últimos critérios quando o seu resultado levaria na Galiza ao surgimento de fáceis ambigüidades, como acontece com Pt. facto | Br. fato, caso em que na Galiza se utilizará a forma facto ‘ato, circunstáncia, dado’, para a diferenciar de fato ‘traje’ (ou, na língua dialetal ou coloquial, de fato ‘grupo’); tb. na Gz. contracto ‘contraído’, face a contrato ‘documento legal’ (Pt. contracto/contrato, Br. contracto/ contrato).

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

Em: adotar (mas adaptar), adoçom (mas adaptaçom), batizar (batismal, batista, batizado; mas: baptistério), cativar e cativo ‘preso’ (cativante, cativeiro), cetro, ditongo, Egito (mas egípcio), ótimo, otimista e otimizar, tritongo18.

No entanto, som mais numerosas as palavras (eruditas) que conservam os grupos -pc- (-pç-) e -pt-, como, entre outras19: pc, pç antenupcial

egípcio

núpcias

anticorrupçom

erupçom

opçom

antinupcial

inépcia

opcional

capcioso

ininterrupçom

pré-nupcial

consumpçom

interrupçom

sumpçom

corrupçom

irrupçom

sub-repçom

disrupçom

nupcial

pt abrupto

adaptar

apocalíptico

acantopterígio (cf. -pterígio) acataléptico

adaptável

áptero

adepto

aptidom

adaptabilidade

analéptica

aptitude

adaptaçom

analéptico

apto

adaptado

anaptítico

asséptico

adaptaçom

anaptixe

assímptota

18 As vogais médias (e e o) que etimologicamente antecedem estas seqüências consonánticas (quer estas se conservem em galego [ex.: adepto], quer nom [ex.: aceçom]) som todas abertas. 19 Como complemento desta lista de exceçons, pode consultar-se, em conjunçom com os critérios da Comissom Lingüística da aeg antes enunciados, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da variante lusitana (Porto Editora [2009], também consultável na internet em <http://infopedia.pt>) e o da variante brasileira (Academia Brasileira de Letras, 52009).

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

adaptador

copta

eucaliptol

antisséptico

corruptela

glipt(o)- ‘gravado’

assimptótico

corruptibilidade

glíptica

assumptível

corruptível

gliptogénese

captaçom

corrupto

gliptografia

captador

corruptor

gliptologia

captar

cripta

gliptoteca

captor

criptaçom

helicóptero

captura

criptar

hemíptero

capturar

críptico

hemoptise

cataléptico

cripto- ‘oculto’

hept(a)- ‘sete’

catóptrica

criptogámica

heptaédrico

catóptrico

criptogámico

heptagonal

cleptofobia

criptografia

heptágono

cleptófobo

criptográfico

heptaedro

cleptomania

criptograma

heptámetro

cleptomaníaco

criptologia

heptassilábico

cleptómano

crípton

heptassílabo

coleóptero

criptónimo

heteróptero

conceptismo

desadaptaçom

himenóptero

conceptista

desadaptado

homeoptoto

conceptual

desadaptar

homóptero

conceptualismo

eclíptica

homoptoto

conceptualista

eclíptico

inadaptaçom

conceptualizaçom

egiptologia

inadaptado

conceptualizar

egiptólogo

inadaptável

consumptivo

eruptivo

inaptidom

cooptaçom

eucaliptal

inapto

cooptar

eucalipto

inceptivo

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

inconsumptível

optometria

repto

inconsumpto

optométrico

rúptil

incorruptibilidade

optometrista

ruptilidade

incorruptível

optómetro

ruptor

incorrupto

ortóptero

septenal

ineptidom

péptico

septenário

inepto

péptido

septénio

ininterrupto

peptona

septeto

intercepto

períptero

septicemia

interrupto

políptico

septicémico

interruptor

poliptoto

séptico

irruptivo

poliptóton

septicolor

isóptero leptom

-pterígio ‘barbatana’ septicorde (acantopterígio, crossopterígio, etc.) quiróptero séptil

mentecapto

raptador

septiliom

narcoléptico

raptar

septingentésimo

Neptuno (neptúnio, neptunite) rapto

septissílabo

neuroléptico

raptor

septo

neuróptero

readaptaçom

septuagenário

nevróptero

readaptar

septuagésimo

optaçom

recapturar

séptuor

optante

receptáncia

septuplicar

optar

reptaçom

séptuplo

optativo

reptador

sub-reptício

óptica

reptante

sumpto

opticidade

reptar

sumptuário

opticista

réptil

sumptuosidade

óptico (diferente de ótico ‘próprio do ouvido’)

reptilário

sumptuoso

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

susceptáncia

transepto

voluptuoside

tetráptero

tríptico (cf. trítico ‘denominaçom voluptuoso comum às plantas do gén. Triticum’)

h) Grupos iniciados por t Conservam-se em todos os casos: aritmética, étnico, ritmo, etc., e mesmo em posiçom inicial: tmese.

11. Maiúsculas iniciais a) Casos gerais

Utiliza-se maiúscula ao começo da escrita ou depois de um ponto20: O dia 1 de janeiro fomos de viagem. Às três chegamos ao nosso destino.

Também se utiliza no começo de umha citaçom direta, depois de dous pontos: Dixo-me textualmente: «Nom tés nada que fazer!».

b) Com os nomes próprios

Casos em que normalmente se utiliza:

— Com os antropónimos (nomes de pessoa) e prosónimos (apelidos, cognomes e alcunhas): Joám

Sousa

D. Dinis, o Lavrador

A Marquesinha

20 É facultativo o uso das maiúsculas no começo do verso.

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

— Nos nomes mitológicos e dos astros21: Baco

Lua

Marte

Sol

Prometeu

Terra

Minerva

— Nos topónimos (nomes de cordilheiras, montanhas, rios, continentes, naçons, regions, cidades, vilas, aldeias, lugares, bairros, avenidas, ruas, praças, largos, travessas, becos, escadinhas, pátios, jardins ou parques, etc.): Alpes

Estremadura

Avenida da Liberdade

Cabeça de Maceda

Corunha

Rua Travessa

Minho

Vilalva

Largo de Castelao

Europa

Vimianço

Praça da Galiza

Galiza

Gándaras

Beco dos Loureiros

— Com os nomes que designam entidades sagradas e elevados conceitos religiosos, políticos ou culturais22: Deus

Céu

ReligiomPaís

Arte

Virgem

Estado

Pátria

Ciência

Sam/Santo

Igreja

Império

Reino

Língua

Providência

Paraíso

Naçom

República

Cultura

— Com os nomes de ciências, ramos científicos e artes que designam disciplinas ou cadeiras escolares: Arte

Desenho

Literatura Galega

Matemática

Física

Galego-Português

21 No caso de Lua, Sol e Terra, quando se fala deles como astros, nom quando tenhem o sentido comum: Aquela terra era muito rica; O sol brilhava no horizonte (= a luz do Sol); A lua afagava as veigas (= a luz da Lua). Este uso é o mais normal. 22 É evidente que muitas destas formas podem ser empregadas com minúscula quando nom se lhes quer dar esse valor elevado.

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

— Com os nomes de agremiaçons ou corporaçons: Associaçom de Estudos Galegos

Junta da Galiza

Biblioteca Nacional

Palácio de Justiça

Cámara Municipal de Lugo

Supremo Tribunal de Justiça

Escola de Arquitetura

Tipografia Breogám

Faculdade de Filologia

Universidade de Vigo

— Nas formas adjetivais ou pronominais referidas a entidades sagradas (Deus, Jesus, a Virgem, a Providência...) ou a pessoas de elevada hierarquia (papas, bispos, reis...): Dedico-Lhe grande culto

Enviamos a Nossa bençom

El(e) é o amparo de todos nós

Solicitamos a Vossa bençom

— Nos nomes, adjetivos ou pronomes de tratamento cortês ou de reverência e nas suas respetivas abreviaturas, assim como nas abreviaçons (nom no nome completo) dos títulos académicos (bacharel, doutor, graduado, licenciado, mestre), dos elementos químicos e outras de tipo usual: D. (Dom ou Dona)

Exm.mo (Excelentíssimo)

B. (bacharel)

Fr. (Frei)

Il.

Ld.º / Ld.a (licenciado/a)

el

mo

(Ilustríssimo)

S. (Sam, Santo ou Santa)

Rev. (Reverendo)

Dr. / Dra. ou Dr. (doutor(a)) a

Sr. (Senhor)

S. Ex.a (Sua Excelência)

Sr.a (Senhora)

Prof. / Prof.a (professor(a))

Au (ouro)

AA. (autores/autoras)

— Nos etnónimos (nomes de etnias, povos ou habitantes de um lugar, mesmo extraterrestres), normalmente usados em plural e como substantivos: os Galegos

os Portugueses os Italianos

os Europeus

os Corunheses

os Brasileiros

os Marcianos

os Ingleses

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

Quando antes do artigo surge um adjetivo ou quando estes etnónimos se utilizam como adjetivos, vam com minúscula: muitos galegos

todos os franceses

alguns portugueses

poetas corunheses

— Nos pontos cardeais quando indicam regions ou zonas: o Norte da Galiza

o Ocidente da Europa

o galego do Sul

as terras do Oriente os países do Levante

o sol de Poente

No entanto, quando estes nomes indicam direçons ou limites geográficos, escrevem-se com minúscula: vento sul

percorrim a Galiza de norte para sul

latitude norte

a Galiza está limitada a leste polas Astúrias, por Leom e por Samora

— Nos nomes de eras, épocas, datas e festas célebres: Hégira

Idade Média

Quinta-Feira Maior

Natal

Mesozoico

Sexta-Feira Santa

Páscoa

Quinhentos

Carnaval ou Entruido

No entanto, os nomes correntes dos dias da semana, os nomes de mês e os nomes de estaçom do ano som com minúscula inicial: segunda-feira

janeiro

inverno

quinta-feira

abril

outono

— Com os títulos de honras e dignidades: Arcebispo

Embaixador

Presidente

Bispo

Papa

Primeiro-Ministro

Cardeal

Patriarca

Professora

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Ortografia I. O ALFABETO E O USO DAS LETRAS

— Denominaçons paracientíficas de táxons supragenéricos (famílias, ordens, etc.) de animais, plantas e fungos: Arionídeos

Carnívoros

Felídeos

Liliáceas

Rosáceas

— Nos títulos de publicaçons periódicas e afins, escritos em itálico: Agália

A Bola

A Nosa Terra

Kallaikia

Jornal de Notícias

Sermos Galiza

Por sua vez, nos títulos e subtítulos de livros e nos títulos de obras artísticas em geral (escritos em itálico ou sublinhados) é meramente facultativo grafar com inicial maiúscula todas as palavras de caráter «substantivo» (substantivos, adjetivos, verbos, advérbios): Folhas novas ou Folhas Novas A rendiçom de Breda ou A Rendiçom de Breda Os dous de sempre ou Os Dous de Sempre A bela moleira ou A Bela Moleira

II. SINAIS AUXILIARES DA ESCRITA E ALGUNS DE PONTUAÇOM 1. Acentos e acentuaçom a) Uso do acento agudo (´) Indica vogal tónica sobre á, í e ú. Sobre é e ó também assinala, além de tónica, vogal média aberta: saberá

café

ruído

dominó

saúde

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

b) Uso do acento circunflexo (^) Utiliza-se sobre ê e ô, indicando vogais médias fechadas, sempre tónicas, nos seguintes casos:

Em certas formas de tema de Pretérito regular da segunda conjugaçom e dos verbos ser e ir: colhêrom

fôrom

colhêramos

fôramos

colhêrades

fôrades

colhêssemos

fôssemos

colhêssedes

fôssedes

Mas no tema de Pretérito irregular da segunda conjugaçom a vogal é média aberta, de maneira que se emprega o acento agudo: coubérom, coubéramos, coubérades, coubéssemos, coubéssedes; dérom, déramos, etc.; dixérom, dixéramos, etc.; estivérom, estivéramos, etc.; pudérom, pudéramos, etc.; vinhérom, vinhéramos, etc., etc.

Nos Infinitivos da segunda conjugaçom e do verbo pôr, quando levam posposto o alomorfe pronominal -lo, -la, -los, -las: conhecê-lo

pô-lo

fazê-la

pô-la

vê-los

pô-los

tê-las

pô-las

Nas seguintes formas verbais monossilábicas, por aplicaçom da regra correspondente ou por acento diacrítico: crê

pôr

crês

dês

lês

vês

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Ortografia II. SINAIS AUXILIARES DA ESCRITA E ALGUNS DE PONTUAÇOM

Em nomes, habitualmente esdrúxulos (também no grave cônsul), em que o e e o o surgem travados e formando sílaba com n ou m: almôndega

amêndoa

ênfase

brônquio

apêndice

idêntico

cônjuge

autêntico

lêndea

gôndola

cêntrico

parêntese

recôndito

ciência

silêncio, etc.

tômbola

Nas palavras acabadas em -ês (salvo: através, invés, revés, través, viés): albanês

cortês

inglês

norueguês

viguês

burguês

escocês

japonês

ponte-vedrês

Inês

arnês

freguês

marquês

rês (quadrúpede) Valdês

chinês

havanês

mês

três

cordovês

Nos nomes das letras: bê

quê

uvê

Como acento diacrítico (além do já visto pôr): pôla(s) e pôlo(s) (galinha(s) e galo(s) jovem(s))

Em palavras esdrúxulas com o ditongo eu: êufono farmacêutico terapêutico, etc.

E nas seguintes vozes soltas: mercê (Mercês)

acô

têxtil

porquê

alô

Hanôver

você

avô

Almodôvar

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

bêbedo

lêvedo

ajôujere

dêveda (= dívida)

nêspera

côdea

êrvedo

nêveda

côvado

êxito

pêsame

estômago

êxodo

pêssego/pêxego

fôlego

êxtase

plêiade

lôbrego

êxtero-

sêmola

serôdio

fêmea

sêxtuplo

sicômoro

Confrontem-se: lés (leste)

lês (de ler)

pé (extremidade)

pê (letra)

sé (catedral)

sê (verbo ser)

té (aférese de até)

tê (letra)

tés (de ter)

tês (letras)

vés (de vir)

vês (de ver)

c) Uso do acento grave (`) Utiliza-se obrigatoriamente nos casos da contraçom de duas palavras átonas, a da preposiçom a e os artigos femininos a, as: Saiu à rua

Vinhérom às três da tarde

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Ortografia II. SINAIS AUXILIARES DA ESCRITA E ALGUNS DE PONTUAÇOM

d) Regras de acentuaçom

Primeira regra: esdrúxulas Acentuam-se todas, considerando também esdrúxulas as palavras constituídas pola seqüência vogal tónica + consoante(s) + ia, ie, io, ua, ue, uo (+ consoante):

álgido

saíamos

ciência

frágua

côdea

íades

espécie

ténue

cólica

pêsame

índio

ubíquo

Segunda regra: graves e agudas com a seqüência vogal + i, u tónicos Acentuam-se os i e u tónicos (precedidos de vogal) quando fam sílaba por si sós ou com s aí

heroína

miúdo

saúdas

altruísta

balaústre

caías

juízo

raínha

viúvo

ateísmo

egoísta

De maneira que nom se acentuam quando fam sílaba com consoante diferente de s e quando fam parte de um ditongo (nom formam sílaba por si):

ainda

juiz

atribuiu (u-iu)

aqüista (-qüis-)

construir

raiz

saiu (a-iu)

lingüista (-güis-)

sair

transeunte

Terceira regra: graves e agudas sem a seqüência vogal + i, u tónicos Nestes casos, em palavras graves e agudas de mais de umha sílaba, levam-se em conta as seguintes terminaçons: -a, -e (+ s, m, ou ns) -o (+ s) Agudas: acentuam-se está(s)

ecrám

ecráns (tb. ecrães)

mercê(s)

furacám

furacáns (tb. furacães)

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

ilhó(s)

leilám

armazém

armazéns

leiláns (tb. leilães)

Graves: nom se acentuam mesa(s), saia(s)

havia(m)

pente(s), atue(s), agilmente

jovem jovens

leito(s) Gomes, Rodrigues e para os monossílabos (agudos): -a, -e, -o (+s) chá(s)

é(s)

nó(s)

dá(s)

crê(s)

pó(s)

gás

dê(s)

só(s)

já má(s) Quando as terminaçons nom som estas, as agudas nom levam acento e as graves si. Assim, nom se acentuam as palavras de mais de umha sílaba agudas e si as graves acabadas em:

e + n: abdómen abdomens pólen polens23

23 Na Galiza (como no Brasil, mas diferentemente do que é habitual em Portugal), a consoante nasal final de tais vozes articula-se como n velar (n alveolar em Portugal) e o correspondente plural forma-se em -ns (hífen, hifens; cf. Pt. hífen, hífenes).

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Ortografia II. SINAIS AUXILIARES DA ESCRITA E ALGUNS DE PONTUAÇOM

o + m, n ou ns: açom

açons

andárom cláxon cláxons

limom

limons

trouxérom pláncton plánctons

vivêrom táxon

táxons24

fôrom

-i, -u (+ s, m ou ns): ali

alguns

táxi(s)

débeis

anis

fatais

vírus

hábeis

jardim

cantei

álbum

túneis

jardins

bocoi(s)

álbuns

hóquei

tabu(s)

azuis

audíveis

jóquei(s)

consoante ou grupo consonántico diferente de -s, -m, -n ou -ns (l, r, x, z, ps): cantar

açúcar

feliz

fórceps

papel

hábil

clímax

e nom levam acento os monossílabos acabados em:

-i, -u (+ consoante)

-a, -e, -o + consoante diferente de s: si(s)

pai(s)

ir

luz

pam

bem

bom

gnu(s)

teu(s)

sul

paz

pans

bens

bons

24 Na Galiza (como no Brasil, mas diferentemente do que é habitual em Portugal), a consoante nasal final de tais vozes articula-se como n velar (n alveolar em Portugal) e o correspondente plural forma-se em -ns (táxon, táxons; cf. Pt. táxon, táxones).

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e) Casos especiais de acentuaçom

Acentos diacríticos obrigatórios, para diferenciar palavras que se escreveriam igual: à(s) (prep. a + art. a, as) – a; a(s) (prep.; artigos) pêro (substantivo) – pero (conjunçom arcaica) póla(s) (ramo(s) de árvore) – pôla(s) (galinha(s)) – pola(s) (prep. por + art. a, as) pólo(s) (extremo(s)) – pôlo(s) (galo(s)) – polo(s) (prep. por + art. o, os) pôr (verbo) – por (prep.) E para diferenciar as variantes das terceiras pessoas do plural das terceiras do singular dos verbos pôr, ter e ver: (eles/elas) póm (ou ponhem) – (el/ela) pom (eles/elas) tém (ou tenhem) – (el/ela) tem (eles/elas) vém (ou venhem) – (el/ela) vem Pode usar-se acento diacrítico no advérbio de quantidade máis se se empregar a conjunçom adversativa mais em vez de mas (esta, preferente).

Acentuaçom de ditongos abertos éi e éu, também com critérios diacríticos, pois os fechados nom levam acento:

— nos plurais de palavras acabadas em -el e -ol: anéis

fiéis

anzóis

rouxinóis

corcéis

hotéis

lençóis

urinóis

— nas seguintes pessoas dos verbos doer, moer e roer: dói(s)

mói(s)

rói(s)

— numhas poucas vozes acabadas em -éu(s) (cf.: europeu, fariseu, colheu, rompeu, etc.): céu

fidéu

réu

Bordéus

chapéu

ilhéu

véu

Bornéu

escarcéu

mausoléu

Pirenéus 73

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Ortografia II. SINAIS AUXILIARES DA ESCRITA E ALGUNS DE PONTUAÇOM

— e nas seguintes: herói Alcói Elói Hanói25

Acentuaçom de palavras compostas. As que nom surgem unidas por traço acentuam-se como se fossem umha única palavra e nas que levam traço acentua-se cada elemento por separado, seguindo as regras anteriores: adeus

parabéns finca-pé

passatempo pontapé

cantá-lo pô-lo

pré-história colhê-lo recolhe-lo

Acentuaçom de vogais maiúsculas. Acentuam-se como as minúsculas: África

Ásia

É um grande home

Às três virá

Íris

MAIÚSCULA

25 De harmonia com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, nas seguintes séries de palavras, o ditongo deverá escrever-se oi devido a que o timbre do o é oscilante conforme as regions de fala galego-portuguesa: na terminaçom -oide (alcaloide, androide, asteroide, etc.; no entanto, na Galiza em todas estas palavras, o o do ditongo terminal deverá realizar-se aberto); na terminaçom -oico (antropozoico, benzoico, caproico, etc.; na Galiza, em todas estas palavras, o o do ditongo terminal deverá realizar-se aberto); na terminaçom -oia (Arnoia, boia, claraboia, jiboia, joia, paranoia, tramoia, etc.; na Galiza, em todas estas palavras, o o do ditongo terminal deverá realizar-se aberto); na terminaçom -oio (apoio, arroio, azuloio, comboio, joio, Poio, saloio, etc.; na Galiza, é aberto o o do ditongo terminal de azuloio, mas fechado no resto das palavras da série); na terminaçom -oito (biscoito, coito, dezaoito, introito, oito, etc.; na Galiza, é aberto o o do ditongo terminal de introito, mas fechado no resto das palavras da série).

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2. O traço de uniom ou hífen Emprega-se nos seguintes casos: a) Com os pronomes pessoais:

para os ligar a umha forma verbal a que vam pospostos: cantava-o

colhe-lho

colheu-(n)o

buscam-nas

abri-lo

falar-me

cantará-no-la

viu-(n)a

cantá-la

atribuí-las

juntai-vos

sentemo-nos

levam-no

colhê-los

procurade-los

para ligar as contraçons de nos, vos, lhes com lo, la, los, las: dérom-no-la nom vo-las tem abriu-lhe-las (dialetal, frente a abriu-lhas)

para os unir ao advérbio de lugar (apresentativo) eis: eis-me eis-te

ei-lo

ei-la

eis-nos

ei-los

ei-las

eis-vos

b) Nas vozes compostas por associaçom de palavras:

Nom se utiliza o hífen nas vozes compostas por associaçom de palavras em que cada elemento nom mantém o seu acento próprio. Exemplos: abetarda, adeus, aguardente (tb. água-ardente), aguarrás, alçapom, altibaixo, altifalante (tb. alto-falante), boquiaberto, cabisbaixo, catassol, claraboia, embora, fidalgo, girassol, madrepérola, madressilva, montepio, parabéns, paraquedas, paraquedismo, paraquedista, passatempo, pernalta, planalto, pontapé, rodapé, tornassol, vaivém, vanglória, varapau, viandante.

Utiliza-se o hífen, em geral, nos vocábulos compostos por associaçom (justaposiçom) de palavras que nom contenhem formas de ligaçom e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem umha unidade sintagmática e semántica e mantenhem acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: água-mel, algodom-pólvora, arcebispo-bispo, arco-íris (mas arco da velha: v. infra), azul-escuro, banho-maria, beira-mar,

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Ortografia II. SINAIS AUXILIARES DA ESCRITA E ALGUNS DE PONTUAÇOM

bolo-rei, café-concerto, conta-gotas, decreto-lei, deve-haver, fato-macaco, galego-falante26, goma-laca, guarda-noturno, jardim-escola, mae-pátria ou mai-pátria, matéria-prima, médico-cirurgiao, mestre-escola, mestre-sala, navio-fábrica, obra-prima, papel-moeda, pedra-íman, pedra-pomes, quarta-feira, raínha-cláudia, redator-chefe, régua-tê, sal-gema, salvo-conduto, tenente-coronel, tenente-general, terça-feira, tio-avô, turbo-reator, turma-piloto, vagom-cama, vagom-restaurante, vila-diogo.

O caso mais habitual de uso do hífen nas vozes compostas pola associaçom de palavras é entre verbo + substantivo (sendo especialmente utilizadas como primeiro elemento as formas verbais conta-, corta-, guarda-, lança-, mata-, para-, porta-, quebra-, saca- e tira-): abre-latas, apara-lápis, arranha-céu(s), beija-mao, busca-vidas, cata-vento, conta-gotas, corta-papel, draga-minas, enxota-moscas, finca-pé, fura-bolos, ganha-pam, guarda-chuva, guarda-costas, guarda-joias, lança-chamas, lava-louça, limpa-botas, limpa-para-brisas, mata-borrom, mata-ratos, papa-moscas, para-raios, para-sol, pesa-papéis, pica-pau, pica-peixe, porta-voz, quebra-cabeça, queima-roupa (à), saca-rolhas, salta-sebes, salva-vidas, tira-fundo, tira-nódoas, trava-língua, vaga-lume, vira-casaca(s).

— E, polo mesmo motivo, nos nomes de pessoas, apelidos e alcunhas formadas polos mesmos elementos: Mata-Lobos, Mata-Mouros, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes. — Mas nom levam hífen as formas já vistas: catassol, girassol, passatempo.

tornassol,

paraquedas,

paraquedista,

paraquedismo,

26 Denominaçom dos utentes de umha língua, quando o termo consta do nome da língua em causa mais a palavra falante: castelhano-falante, espanhol-falante, galego-falante, etc. Mas quando o elemento inicial é um formante latino, este grafa-se soldado à palavra -falante (recomposto de caráter radicolexical) ou ao radical -́fono (recomposto puro): galecofalante ou galaicofalante, hispanofalante, lusofalante, etc.; anglófono, francófono, galaicófono, galecófono, lusófono, etc.

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Também levam hífen as palavras compostas por verbo + verbo: bule-bule, chupa-chupa, cia-voga, corre-corre, dói-dói, estende-encolhe, ganha-perde, leixa-prem, pisca-pisca, puxa-puxa, ruge-ruge.

— Mas nom levam hífen as já vistas: alçapom, vaivém.

Também se utiliza hífen nos adjetivos justapostos em que a composiçom é nítida, mas nom nos adjetivos de natureza radicolexical (recompostos), integrados por um radical greco-latino e um adjetivo (ex.: agropecuário, sociopolítico): físico-químico, franco-atirador, franco-massom, histórico-etimológico, histórico-geográfico, histórico-natural, médico-cirúrgico, médico-legal, novo-rico, sete-mesinho, técnico-científico, teórico-prático, todo-poderoso, surdo-mudo ou xordo-mudo.

Quando o primeiro elemento é um numeral também se usa o hífen: meia-cana, meia-coroa, meia-idade, meia-laranja, meia-lua, meia-noite, meio-dia, meio-irmao, meio-morto, mil-folhas, prima-dona, primeiro-ministro, quarta-feira, quatro-cantinhos, quinta-coluna, quinta-essência, quinta-feira, segunda-feira, Sete-Estrelo, sexta-feira, terça-feira.

Também quando o primeiro elemento é alto-, baixo-, belas- (bel-), bom- (boa-, boas-, bons-) e gram- (Gram-): alto-alemám, alto-falante (tb. altifalante), alto-forno, alto-relevo, baixa-mar, baixo-império, baixo-latim, baixo-relevo, baixo-ventre, belas-artes, bel-prazer, boa-nova, boas-entradas, boa(s)-noite(s), boa(s)-tarde(s), boas-vindas, bon(s)-dia(s), Gram-Bretanha, Gram-Canária, gram-cruz, gram-duque, gram-mestre, gram-visir (Pt.+Br. grão-vizir).

Unem-se com hífen as palavras que integram os nomes vernáculos de grupos (subespécies, espécies, géneros, etc.) de animais: andorinha-do-mar, formiga-leom, garça-real, gato-bravo/-montês, gato-doméstico, leom-asiático, leom-marinho, lesma-de-conchinha, peixe-anjo, peixe-espada, peixe-sapo, pica-pau, pica-peixe, rato-almiscareiro, sapo-concho, tubarom-martelo, urso-formigueiro, vaca-loira/-loura, víbora-de-seoane.

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Unem-se com hífen as palavras que integram os nomes vernáculos de grupos (subespécies, espécies, géneros, etc.) de plantas e fungos27: alho-porro, amanita-mata-moscas, cedro-do-líbano, couve-flor, erva-belida, faia-branca, fava-de-santo-inácio, hortelá-pimenta, noz-moscada, raínha-cláudia, salgueiro-chorom.

Levam hífen os nomes de cores integrados por palavras justapostas: amarelo-claro, amarelo-escuro, amarelo-torrado, azul-claro, azul-escuro, azul-marinho, verde-claro, verde-escuro, verde-esmeralda, verde-garrafa, verde-mar, verde-negro.

Levam hífen os vocábulos compostos por dous adjetivos que designam nomes de povos ou línguas: anglo-saxónico, austro-húngaro, brasílio-argentino, euro-asiático, franco-alemám, galego-luso, galego-português, galo-hispano, greco-latino, greco-romano, heleno-latino, hispano-americano, hispano-luso, ibero-americano, indo-europeu, israelo-libanês, latino-americano, luso-brasileiro, luso-espanhol, luso-galaico, reto-romano, russo-japonês, servo-croata, tupi-guarani.

Usa-se o hífen quando se combinam ou oponhem simetricamente dous nomes próprios: Áustria-Hungria, Croácia-Eslavónia, Encontro Celta-Desportivo.

Nos nomes dos pontos cardeais, quando o primeiro elemento está reduzido: és-nordeste, és-sueste, lés-nordeste, lés-sueste, nor-nordeste, nor-noroeste, oés-noroeste, oés-sudeste, su-sudoeste, su-sudeste.

Nos gentílicos e nos patronímicos provenientes de um nome próprio composto com ou sem hífen: belo-horizontino (Belo Horizonte), cabo-verdiano (Cabo Verde), cela-novês (Cela Nova), centro-americano (América Central), estado-unidense (Estados Unidos [da América]), gil-vicentino (Gil Vicente), norte-americano (América do Norte), nova-iorquino (Nova Iorque), ponte-vedrês (Ponte Vedra), sam-paulense

27 Além de alguns nomes vernáculos de grupos de animais, vegetais e fungos, as únicas vozes que apresentam mais de duas palavras ligadas por hífen som os termos limpa-para-brisas e mais-que-perfeito e os topónimos cujos elementos estám vinculados por artigo: Sobre-os-Moínhos, Trás-os-Montes, etc.

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(São Paulo), sam-tomense (São Tomé), sul-africano (África do Sul), sul-americano (América do Sul). — E, polo mesmo motivo, em: dom-joám (dom-joanesco), dom-quixote (dom-quixotesco), joám-fernandes, joám-ninguém, sancho-pança.

Nas expressons latinas ou latinizantes: ave-maria, dura-máter, fac-símile, flós-santório, in-fólio, in-oitavo ou in-octavo, in-quarto, mapa-múndi, pia-máter, salve-raínha, vade-mécum, vade-retro, vera-efígie.

Nas palavras de tipo onomatopeico e em certas expressons usadas como substantivos: ai-jesus!, crás-crás, tique-taque, tsé-tsé (mosca), zás-cataprás.

Nos termos que designam realidades de natureza dupla ou composta no campo das Ciências Naturais: ampere-hora, ano-luz, átomo-grama, cavalo-vapor, célula-filha, célula-mae ou célula-mai, cilindro-eixo, crómio-níquel (liga), eletrom-volt, quilowatt-hora.

c) Nas palavras compostas por prefixaçom e nos recompostos:

Nos termos compostos por prefixaçom só se usa hífen nas seguintes circunstáncias28:

— Em todos os casos, com os seguintes prefixos (tónicos, em que o segundo elemento tem vida à parte: cf. pré-clímax, previsom): além-, ántero-, aquém-, bem-29, côncavo-, cónico-, convexo-, ex- (com o sentido de ‘estado anterior ou cessamento’), êxtero-30, ínfero-, íntero-, látero-31, médio-, nom- (quando forma substantivo,

28 Nos compostos por prefixaçom que nom levam hífen e em que o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, estas consoantes duplicam: contrarregra, cosseno, infrassom, suprarrenal, etc. Por outro lado, só se grafa um esse medial quando se associam o prefixo trans- e umha palavra que começa por s: trans- + sudaçom → transudaçom. 29 Nalguns compostos, o advérbio bem aparece soldado (sob a forma ben-) ao segundo elemento (nunca se este começa por vogal, h, m ou n): benfazejo, benfeitor, benquerença, etc. 30 Também existe como radical (ou prefixo átono), extero-, que se grafa soldado: exterorrecetor. 31 Também existe como radical (ou prefixo átono), latero-, que se grafa soldado: lateroflexom.

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mas sem hífen quando modifica um adjetivo: [elemento] nom radioativo), plano-, pós- (e após-), póstero-, pré-, pró- (quando tónico e com o significado de ‘favorecedor de’)32, quase- (quando forma substantivo, mas sem hífen quando modifica um adjetivo: quase analógico, quase estático), recém-, sem-, sota-, soto-, súpero-, vice- e vizo-: além-fronteiras, além-mar, ántero-dorsal, aquém-mar, aquém-Minho, bem-aventurança, bem-estar, bem-soante, bem-vindo, bem-visto, côncavo-convexo, cónico-espiral, convexo-côncavo, ex-diretor, ex-voto, êxtero-inferior, ínfero-posterior, íntero-superior, látero-abdominal, médio-palatal, nom-fumador, nom-metal, plano-convexo, pós-guerra (= após-guerra), pós-operatório, póstero-inferior, pré-clímax, pré-natal, pró-británico, quase-alijamento, quase-contrato, recém-casado, recém-nascido, sem-fim, sem-número, sem-sabor (tb. sensabor), sem-vergonha, sota-voga, soto-capitám, súpero-anterior, vice-presidente, vice-versa, vizo-rei (= vice-rei). — Nos compostos por prefixaçom em que o segundo elemento começa por h, exceto no caso dos compostos que contenhem os prefixos an-, bi-, bis-, cis-, des-, dis-, ex- (com o valor negativo ou de ‘externo’), in-, per-, re-, retro- e trans-, nos quais o segundo elemento perde o h- inicial e se produz soldadura dos elementos: ante-histórico, anti-hemorrágico, arqui-hierarca, auto-hemoterapia, circum-hospitalar, co-herdeiro33, hiper-humano, infra-hepático, iso-hídrico, pseudo-herói, sobre-humano, sub-hepático.

Mas: anidrido, biebdomadário, desidrataçom, desumano, desumidificar, inábil, inarmónico, inumano, peridrofenantreno, reabilitaçom, transumáncia.

— Nos compostos por prefixaçom em que o prefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento, exceto com os prefixos co-, pre- átono e re-: anti-ibérico, auto-organizaçom, contra-almirante, infra-axilar, semi-interno, sobre-envelhecimento, supra-auricular.

32 Mas sem hífen obrigatório quando átono e com o sentido de ‘antecedência’: prossímio, etc. 33 Mas quando a palavra que segue ao prefixo co- (com o significado de ‘a par de’) nom tem vida própria, nom tem acento próprio e/ou, de facto, o composto já existia em latim, entom o segundo componente perde o h etimológico e o composto grafa-se sem hífen: coabitar, coabitaçom, etc.

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Mas: cooperaçom, cooperar, coordenada, preencher, preenchimento, reelaboraçom, reentráncia, reescrita; antiaéreo, autoaprendizagem, coeducaçom, endoenterite, neoescolástico, pseudoarcaísmo.

— Nos compostos por prefixaçom com os prefixos circum-34, mal- e pan-35, quando o segundo elemento começa por (além de h, caso já considerado) vogal ou, no caso de circum- e pan-, por m ou n: circum-anal, circum-murado, circum-navegaçom (mas circumpolar, circunjacente), mal-afamado, mal-educado, mal-estar (mas malmandado, malnutrido, malsoante), pan-africano, pan-monofilo, pan-negritude (mas pambrasileiro, pantropical). — Nos compostos por prefixaçom com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando combinados com elementos iniciados por r-: hiper-requintado, inter-resistente, super-refraçom, super-regeneraçom. — Nos compostos por prefixaçom com os prefixos acabados em -b (ab-, ob-, sob-, sub-), quando a palavra seguinte começa por (além de h-) b- ou r-: ab-reaçom, ab-rogar, ob-rogar, sub-betuminoso, sub-bibliotecário, sub-regiom, sub-reptício. — Nos compostos por prefixaçom com o prefixo ad- quando a palavra seguinte começa por (além de h-) d- ou r-: ad-digital, ad-radial, ad-renal (mas: adrenalina).

Nos recompostos (termos compostos integrados por radicais greco-latinos ou por um radical greco-latino e umha palavra [= termos radicolexicais])36 só se emprega hífen nos dous seguintes casos37:

34 O prefixo (ou radical) circum- assume a forma circun- quando vai soldado ao seguinte elemento e este nom começa por b ou por p. 35 Tendo em conta a constituiçom dalguns dos compostos que se formam com circum-/circun- e pan- (p. ex.: circum-nutaçom, circunvoluçom, pan-mixia), estes elementos podem considerar-se, além de prefixos, também radicais (quando o segundo elemento do composto nom tem vida à parte). 36 Nos recompostos em que o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, estas consoantes duplicam: biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, ribossoma, etc. 37 Três casos se se considerar a condiçom de radical de circum-/circun- e de pan- em recompostos como circum-nutaçom, pan-mixia, etc. (segundo elemento começado por vogal, m ou n).

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— Quando o segundo elemento compositivo do recomposto, independentemente da sua natureza, começa com a mesma vogal que o primeiro: eletro-óptico, micro-onda, têmporo-occipital. — Quando o segundo elemento compositivo do recomposto é umha palavra (e nom um radical greco-latino!) que começa por h-38: eletro-hemostase, eletro-higrómetro, geo-história, neuro-hemal, neuro-hormona. — Portanto, de harmonia com os critérios expostos, nom se utiliza hífen na grande maioria dos recompostos (ex.: biologia, cardiopatia, cromossoma, helicóptero, lentiforme, quiróptero, rinoceronte, etc.), incluindo-se também aqui termos radicolexicais como agropecuário, autoestrada, cranioencefálico, fluviomarinho, glandulomamário, mineromedicinal, motosserra, neurotoxina, radioatividade, sociopolítico, temporomandibular, vegetoanimal, vertebromedular, vomeronasal, etc. — Nos recompostos em cuja formaçom se produz encontro de vogais, a norma geral é a conservaçom destas vogais (ex.: eletro-óptico, micro-onda, piezoeletricidade, radioatividade), mas, nalguns casos, regista-se (de modo facultativo) umha simplificaçom do par vocálico de ligaçom, de maneira a conservar-se, quase sempre, apenas a segunda vogal (apócope da última vogal do primeiro elemento). Exemplos: dulçaqüícola (tb. dulciaqüícola), gastrenterologia (tb. gastroenterologia), geniturinário (tb. genitourinário), metanálise (tb. meta-análise), microrganismo (tb. micro-organismo), psicanálise. d) No final e no começo da linha escrita Usa-se o hífen para separar em duas partes umha palavra no fim da linha: es- / tética

esté- / tica

estéti- / ca

38 Nos casos em que o segundo elemento do recomposto é um radical greco-latino, este solda-se ao primeiro elemento e perde o h inicial que eventualmente, por razons etimológicas, lhe poderia corresponder. Assim, em contraste com o radical halo-, que aparece, por exemplo, em halobionte e halófito, acha-se o radical cognado -alino, que forma os recompostos estenoalino e eurialino; frente a hipso- em hipsodonte e hipsometria, -ipsa em isoipsa, etc.

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Nas palavras que vam unidas por traço, quando este coincide com o final da linha, começa-se a seguinte também com traço: darám- / -chos

ei- / -las

levárom-no- / -la

quebra- / -nozes

pós- / -guerra

3. O trema ou diérese Em contraste com os padrons ortográficos lusitano e brasileiro, em galego utiliza-se o trema sobre o u que se pronuncia nas seqüências güe, güi, qüe, qüi: argüi

lingüista

aqüífero

tranqüilidade

argüir

mingües

cinqüenta

eqüídeo

argüis

mingüemos

aqüicultura

eqüestre

4. Os pontos de interrogaçom e de exclamaçom Os pontos de interrogaçom (?) e de exclamaçom (!) só se utilizam no fim de oraçom: Quem mo dixo?

Parece mentira!

O que queres?

Que cousas tés!

Seria verdade o que aconteceu?

Nom tem direito a fazer-nos isto!

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Ortografia

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

MORFOLOGIA

I. O ARTIGO 1. Formas Definido

Indefinido

Masculino

Feminino

Masculino

Feminino

Singular

o

a

um

umha

Plural

os

as

uns

umhas

2. Contraçons do Definido a) Contrai obrigatoriamente com as preposiçons a, de, em e por: o

a

os

as

a

ao

à

aos

às

de

do

da

dos

das

em

no

na

nos

nas

por

polo

pola

polos

polas

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Morfologia I. O ARTIGO

b) Nom contrai com a preposiçom com (o que nom exclui realizaçons orais contractas do tipo «co», «coa»)

com

o

a

os

as

com o

com a

com os

com as

3. Contraçons do Indefinido a) Contrai obrigatoriamente com a preposiçom em:

em

um

umha

uns

umhas

num

numha

nuns

numhas

b) Contrai de maneira optativa com a preposiçom de:

de

um

umha

uns

umhas

dum

dumha

duns

dumhas

de um

de umha

de uns

de umhas

c) Nom contrai com a preposiçom com (o que nom exclui realizaçons orais contractas do tipo «cum», «cumha»):

com

um

umha

uns

umhas

com um

com umha

com uns

com umhas

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

II. O NOME 1. Género dos nomes Polo comportamento dos nomes a respeito do género podemos distinguir:

Nomes sem flexom de género: — com um único género: a águia

a omoplata

o abutre

o javali

a água

a pessoa

o bacalhau

o joelho

a andorinha

a pétala

o berço

o pesadelo

a arma

a platina

o crocodilo

o pezunho

a arte

a policlínica

o cuspo (cuspe)

o pintassilgo

a criança

o dia

o polvo

a equipa

a precinta a rádio (radiodifusom)

o diapositivo

o rádio (aparelho)

a lagosta

a sebe

o espírito

o riso

a mao

a testemunha

o fantasma

o rouxinol

a moto

a vítima

o gaviám

o vime

— com umha única forma para os dous géneros: o/a agente

o/a jovem

comum

feliz

o/a dentista

o/a mártir

contente

maior

o/a estudante

o/a presidente

cortês

melhor

o/a jornalista

o/a servente

fácil

pior

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Morfologia II. O NOME

Nomes com flexom de género: agro – agra

gato – gata

belo – bela

lambom – lambona

barco – barca

judeu – judia

bom – boa

ligeiro – ligeira

cesto – cesta

lenho – lenha

branco – branca

loiro – loira

cidadao – cidadá

leom – leoa

europeu – europeia

mau – má

Acerca dos nomes com um único género convém notar que:

Os nomes que designam árvores ou arbustos frutíferos som derivados normalmente do nome do fruto (ou fruta) correspondente e, salvo raras exceçons, tenhem o mesmo género: a ameixeira (a ameixa)

o abacateiro (o abacate)

a amendoeira (a amêndoa)

o fatoeiro (o fatom)

a aveleira (a avelá)

o limoeiro (o limom)

a cereijeira (a cereija)

o marmeleiro (o marmelo)

a ginjeira (a ginja)

o pereiro (o pêro)

a laranjeira (a laranja)

o pessegueiro (o pêssego)

a mac(i)eira (a maçá)

a nogueira (a noz)

a oliveira (a oliva)

a pereira (a pera)

Mas: o castanheiro (a castanha)

a figueira (o figo)

Igualmente, cumpre salientar que:

Som nomes femininos:

— os acabados em -agem (= -age): a bagage(m)

a homenage(m)

a personage(m)

a folhage(m)

a linguage(m)

a roupage(m)

a garage(m)

a paisage(m)

a vantage(m)

a pesage(m)

a passage(m)

a viage(m)

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

A palavra personage(m) pode usar-se como masculina em caso de as personagens serem todas elas masculinas. No entanto, salvo a laje(m), som masculinos três nomes acabados em -aje(m): o paje(m)

o traje

o ultraje/aldraje

a dor

a frente

a origem

— e também: a análise a árvore

a ênfase

a margem

a ponte

a cor

a fraude

a ordem

a síndrome (ou síndroma)

o quê

o uvê

o legume

o lume

o dote

o leite

o estratagema

o nada

a cute

Som nomes masculinos:

— os nomes das letras: o agá

o jota

o xis

o zeta, etc.

— os acabados em -ume: o costume

o cume

o pesadume

o queixume

— os seguintes também acabados em -e: o cárcere

o couce

o sangue

o úbere/ubre

— os seguintes acabados em -a: o alerta

o diadema

o samba

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Morfologia II. O NOME

— e os seguintes acabados em consoante: o cal ‘óxido de cálcio’ [Pt.+Br. a cal]

o sal

o calor

o fim

o fel

o sinal

o labor

o nariz

o mel

o til

o mar

o pez

o postal

2. Nomes com variaçom de género: Regras de flexom a) Primeira regra: Os nomes masculinos acabados em -o ou -e átonos apresentam um feminino com a mesma raiz, mas acabados em -a átono: aluno – aluna

ovo – ova

belo– bela

chefe – chefa

madeiro – madeira

formoso – formosa

mestre – mestra

meninho – meninha

grosso – grossa

monge – monja

porco – porca

molesto – molesta

Os masculinos acabados em -eu apresentam um feminino em -eia: ateu – ateia

jacobeu – jacobeia

europeu – europeia

maniqueu – maniqueia

galileu – galileia

pigmeu – pigmeia

hebreu – hebreia

plebeu – plebeia

Excetuam-se: ilheu – ilhoa

judeu – judia

reu – ré

sandeu – sandia

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

b) Segunda regra: Os nomes masculinos acabados em vogal tónica ou em consoante (mas nom os terminados em -ao/-ám: v. infra) apresentam no feminino um -a final acrescentado na mesma raiz que a do masculino: andaluz – andaluza

espanhol – espanhola

lambom – lambona

avô – avoa (e avó)

freguês – freguesa

lapom – lapona [da Lapónia]

cru – crua

ganhador – ganhadora

sultám – sultana

Exceçons:

O nome adjetivo só é forma invariável (O meninho está só / A meninha está só), utilizando-se o diminutivo (soínho / soínha ou sozinho / sozinha) para evitar ambigüidades (Está soínho / Está sozinha).

Os nomes acabados em -om seguem normalmente a regra, incluindo a esmagadora maioria dos casos em que este sufixo apresenta caráter aumentativo-depreciativo (v. supra lambom – lambona; mais exemplos: brincalhom – brincalhona, cabeçom – cabeçona, chorom – chorona, foçom – foçona, quarentom – quarentona, solteirom – solteirona, etc.). Quando nom seguem a regra, os nomes findos em -om apresentam um feminino sem o -m final da raiz do masculino (oferece-se a lista completa): anfitriom – anfitrioa

bom – boa

bretom – bretoa

campeom – campeoa

chambom – chamboa

furom – furoa [animal]

ladrom – ladroa (e ladra)

leitom – leitoa

letom – letoa [da Letónia]

leom – leoa

pavom – pavoa

peom – peoa

retouçom – retouçoa

saxom – saxoa [tb. saxónico -a]

tabeliom – tabelioa

varom – varoa

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Morfologia II. O NOME

c) Terceira regra: Os nomes masculinos acabados em -ao, bem como os acabados em -ám, apresentam um feminino em -á sem a terminaçom -ao ou -am: aldeao (tb. aldeão; dialetal: aldeám)..............................................aldeá (tb. aldeã) anao (tb. anão; dialetal: anám)........................................................aná (tb. anã) anciao (tb. ancião; dialetal: anciám)...............................................anciá (tb. anciã) artesao (tb. artesão; dialetal: artesám)..........................................artesá (tb. artesã) castelao (tb. castelão; dialetal: castelám)......................................castelá (tb. castelã) chao (tb. chão; dialetal: cham)........................................................chá (tb. chã)1 cidadao (tb. cidadão; dialetal: cidadám).........................................cidadá (tb. cidadã) cirugiao (tb. cirurgião; dialetal: cirurgiám)....................................cirurgiá (tb. cirurgiã) coirmao (tb. coirmão; dialetal: coirmám).......................................coirmá (tb. coirmã)2 cortesao (tb. cortesão; dialetal: cortesám)....................................cortesá (tb. cortesã) cristao (tb. cristão; dialetal: cristám).............................................cristá (tb. cristã) ermitao (tb. ermitão; dialetal: ermitám)........................................ermitá (tb. ermitã) escrivao (tb. escrivão; dialetal: escrivám)......................................escrivá (tb. escrivã) grao (tb. grão; dialetal: gram).........................................................grá (tb. grã) hortelao (tb. hortelão; dialetal: hortelám).....................................hortelá (tb. hortelã) irmao (tb. irmão; dialetal: irmám)..................................................irmá (tb. irmã) louçao (tb. loução; dialetal: louçám)...............................................louçá (tb. louçã)) marrao (tb. marrão; dialetal: marrám)...........................................marrá (tb. marrã) meao (tb. meão; dialetal: meám)....................................................meá (tb. meã) nugalhao (tb. nugalhão; dialetal: nugalhám).................................nugalhá (tb. nugalhã) pagao (tb. pagão; dialetal: pagám)..................................................pagá (tb. pagã) sacristao (tb. sacristão; dialetal: sacristám)..................................sacristá (tb. sacristã)

1

Substantivo invariável de origem similar a chao é porao (Pt.+Br. porão).

2

Forma preferível a curmao – curmá.

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

sao (tb. são; dialetal: sam)..............................................................sá (tb. sã) tecelao (tb. tecelão; dialetal: tecelám)...........................................tecelá (tb. tecelã) temporao (tb. temporão; dialetal: temporám)...............................temporá (tb. temporã) vao (tb. vão; dialetal: vam)...............................................................vá (tb. vã) vilao (tb. vilão; dialetal: vilám)........................................................vilá (tb. vilã) afegám.............................................................................................afegá (tb. afegã) alemám........................................................................................ alemá (tb. alemã) barregám...................................................................................... barregá (tb. barregã) capitám......................................................................................... capitá (tb. capitã) catalám......................................................................................... catalá (tb. catalã) charlatám..................................................................................... charlatá (tb. charlatã) folgazám....................................................................................... folgazá (tb. folgazã) guardiám...................................................................................... guardiá (tb. guardiã) langrám........................................................................................ langrá (tb. langrã) rufiám........................................................................................... rufiá (tb. rufiã), etc.

Aqui se incluem determinados gentílicos, que apresentam masc. -ao e fem. -á: burelao – burelá, courelao – courelá, limiao – limiá, etc. E, de maneira semelhante: mau – má

Nom seguem esta regra, mas a segunda, o nome comum sultám e os próprios de pessoa acabados em -ám: sultám – sultana

Joám – Joana

Fabiám – Fabiana

Juliám – Juliana, etc.

Quando a terminaçom -ao é átona acontece o mesmo, mas o -a final de feminino é, neste caso, átono: órfao (ou orfo) – orfa

zángao – zanga

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Morfologia II. O NOME

3. Indicaçom do sexo por procedimentos lexicais Em certos casos, a oposiçom macho/fêmea nom se fai por meios morfológicos (com os morfemas de género diferente), mas lexicais, por derivaçom (com sufixos derivativos) ou mediante bases lexicais diferenciadas (com raízes diversas): a) Por derivaçom, utilizam-se os sufixos -es-, -is-, -triz, -deir-, -inh- e -in-: abade – abadessa

duque – duquesa

alcaide – alcaidessa

embaixador – embaixatriz

ator – atriz

galo – galinha

barom – baronesa

herói – heroína

cantador – cantadeira

imperador – imperatriz

conde – condessa

poeta – poetisa (e poeta)

cônsul – consulesa

profeta – profetisa

czar – czarina

vendedor – vendedeira

diácono – diaconisa

sacerdote – sacerdotisa

b) Mediante bases lexicais diferentes: bode, cabrom – cabra

grou – grua

boi, touro – vaca

home, marido – mulher

cam – cadela

padrasto – madrasta

carneiro – ovelha

padre (religioso) – madre (religiosa)

cavaleiro – amazona

padrinho – madrinha

cavalheiro, varom – dama, dona

pai – mae (= mai; dialetal: nae = nai)

cavalo – égua

perdigom – perdiz

compadre – comadre

príncipe – princesa

frade – freira

rapaz – rapariga (dialetal: rapaza)

frei – sóror

rei – raínha

genro – nora

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

4. Número dos nomes Polo comportamento dos nomes a respeito do número, podemos distinguir:

Nomes sem flexom de número:

— com um único número: janeiro

Norte

Belas-Artes

fezes

junho

Sul

calças

olheiras

prata

cócegas/cóxegas

prolegómenos

socialismo

leite

exéquias

víveres

— com umha única forma para os dous números:

o/os alferes

o/os ourives

o/os atlas

o/os tira-nódoas

o/os clímax

o/os tórax

o/os lápis

simples

Nomes com flexom de número: bom – bons

hábil – hábeis

manada – manadas

fusil – fusis

lei – leis

provável – prováveis

5. Nomes com variaçom de número: Regras de flexom a) Primeira regra: Os nomes que em singular acabam em vogal, -m ou -n apresentam no plural um -s acrescentado à forma do singular: o – os

álbum – álbuns

abdómen – abdomens3

boi – bois

bom – bons

cláxon – cláxons4

3

Na Galiza (como no Brasil, mas diferentemente do que é habitual em Portugal), a consoante nasal final das vozes findas em -´en articula-se como n velar (n alveolar em Portugal) e o correspondente plural forma-se em -ns (hífen, hifens; cf. Pt. hífen, hífenes).

4

Na Galiza (como no Brasil, mas diferentemente do que é habitual em Portugal), a consoante nasal final das vozes findas em -´on articula-se como n velar (n alveolar em Portugal) e o correspondente plural forma-se em -ns (táxon, táxons; cf. Pt. táxon, táxones).

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Morfologia II. O NOME

controlo – controlos5

cam – cans

hífen – hifens

herói – heróis

camiom – camions

líquen – liquens

hindu – hindus

jovem – jovens

pólen – polens

javali – javalis

rim – rins

táxon – táxons

lei – leis pau – paus rei – reis réu – réus si – sis tule – tules

Os plurais dos nomes acabados em -am e -om (cam, camiom) do tipo -ães, -ões (cães, camiões) som também admissíveis por serem mais conservadores, paralelos aos de -al e -ol (cabais, faróis) e coincidentes com os plurais luso-brasileiros atuais. Note-se, igualmente, que alguns nomes deslocam o acento nas formas do plural: caráter – carateres, espécime – especimes, júnior – juniores, sénior – seniores, cousa que nom acontece com regimes (sing. regime). b) Segunda regra: Os nomes que em singular acabam em consoante -r, -s e -z apresentam no plural um -es acrescentado à forma do singular:

5

flor – flores

deus – deuses

cruz – cruzes

melhor – melhores

país – países

raiz – raízes

pior – piores

português – portugueses rapaz – rapazes

Na Galiza (como em Portugal), controlo – controlos constitui a forma preferente, enquanto no Brasil prevalece a variante controle – controles.

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

c) Terceira regra: Os nomes terminados em -al, -el, -ol e -ul (tónicos ou átonos) no singular apresentam -is no plural, sem o -l final do singular: animal – animais

móvel – móveis

anzol – anzóis

azul – azuis

fatal – fatais

papel – papéis

lençol – lençóis

paul – pauis

total – totais

túnel – túneis

urinol – urinóis

taful – tafuis

Além dos nomes qual – quais e tal – tais, há outros dous monossílabos que cumprem esta regra: sal – sais

sol – sóis

O resto dos monossílabos seguem propriamente a segunda regra: mal – males, fel – feles, mel – meles (ou méis), pel – peles, val – vales, fol – foles, mol – moles, etc. Contodo, salvo os três primeiros, o resto deles admitem como variante um -e final, sendo o plural conforme a primeira regra nesse caso: pele – peles, vale – vales, fole – foles, mole – moles, etc. (tal como acontece com os pronomes el/ele – eles, aquel/aquele – aqueles). Cônsul fai o plural conforme a segunda regra: cônsules. d) Quarta regra: Os nomes terminados em -il em singular, se som palavra aguda, apresentam no plural um -s em vez do -l: barril – barris

covil – covis

gentil – gentis

vil – vis

funil – funis

fusil – fusis

e) Quinta regra: Os nomes terminados em -il no singular, se som palavra grave, apresentam no plural -eis em vez de -il: débil – débeis

fóssil – fósseis

réptil – répteis

fácil – fáceis

móbil (motivo) – móbeis

útil – úteis

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Morfologia II. O NOME

f) Flexom de número nas palavras compostas: As palavras compostas seguem as cinco regras anteriores, mas convém levar em conta que:

Quando os dous elementos da palavra composta surgem unidos por hífen, admitem plural ambos ao tratar-se de substantivo + substantivo, substantivo + adjetivo ou numeral + substantivo: couve-flor – couves-flores

cofre-forte – cofres-fortes

formiga-leom – formigas-leons

guarda-florestal – guardas-florestais

peixe-espada – peixes-espadas

salgueiro-chorom – salgueiros-chorons

meio-dia – meios-dias

quarta-feira – quartas-feiras

terça-feira – terças-feiras

No resto dos casos, mesmo quando as palavras compostas nom levam hífen, admite plural só o segundo elemento: baixo-relevo – baixo-relevos

sete-mesinho – sete-mesinhos

bule-bule – bule-bules

aguardente – aguardentes

guarda-lama – guarda-lamas

pontapé – pontapés

recém-nascido – recém-nascidos

vaivém – vaivéns

Há alguns casos marginais em que os dous elementos tenhem plural, como em certos adjetivos justapostos (adjetivo + adjetivo) que indicam cores ou no vocábulo gentil-home: amarelo-claro – amarelos-claros

verde-escuro – verdes-escuros

azul-marinho – azuis-marinhos

gentil-home – gentis-homes

Se se trata de umha palavra composta de três elementos em que o central é a preposiçom de com ou sem artigo, admite plural só o primeiro elemento: alfinete de segurança – alfinetes de segurança estrela-do-mar – estrelas-do-mar

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

III. PRONOMES PESSOAIS 1. Formas

FORMAS TÓNICAS Sujeito

1.ª PESSOA

Singular

2.ª PESSOA

eu

Plural

Masc.

tu6

você7

FORMAS ÁTONAS

Termo de preposiçom (livre)

Forma com preposiçom (integrada)

mim

comigo

nós

Plural Singular

Sujeito e termo de preposiçom (livre)

vós vocês

contigo convosco

che vos

o (-lo,-no) / se

ela

a (-la,-na) / se

si

consigo

eles

os (-los,-nos) / se

elas

as (-las,-nas) / se

Plural Femin.

nos te

el/ele

3.ª PESSOA Masc.

C. I.

me

connosco ti

Sing. Femin.

C. D.

lhe

lhes

tu16 você27

6

A variante ti, enquanto pronome pessoal de sujeito da segunda pessoa do singular, constitui dialetalismo (cf. ti como termo de preposiçom livre [ex.: «entregou-cho a ti»])

7

Na norma lusitana do galego-português, tu (plural: vocês) emprega-se num contexto de máxima familiaridade e confiança (família, amizades íntimas), você (plural: vocês) destina-se ao tratamento de pessoas de confiança (amigos, colegas de trabalho), e o senhor/a senhora (plural: os senhores/as senhoras) reserva-se para o tratamento de cortesia ou respeito. Em galego, o uso dos pronomes pessoais de sujeito acha-se hoje largamente interferido polo castelhano, e, como medida atenuadora dessa interferência, será recomendável, polo menos, priorizarmos a fórmula o(s) senhor(es)/a(s) senhora(s) como tratamento de cortesia ou respeito.

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Morfologia III. PRONOMES PESSOAIS

2. Alomorfes de o (a, os, as) e contraçons PRONOME ÁTONO DE COMPLEMENTO DIRETO VERBO

-lo

-la

-los

-las

-r

andar + lo: andá-lo, viver + la: vivê-la, partir + los: parti-los

-s

andas + lo: anda-lo, vivemos + la: vivemo-la, partides + los: partide-los -no / -os

-na / -a

-nos / -os

-nas / -as

andam + no: andam-no, vivim + na: vivim-na, partírom + nos: partírom-nos

-m -ditongo decrescente (facultativo)

andei + o: andei-no / andei-o, viveu +a: viveu-na / viveu-a, partiu + os: partiu-nos / partiu-os nos

1. pessoas do plural as

andamos + nos: andamo-nos, colheremos + nos: colheremo-nos, partiríamos + nos: partiríamo-nos

PRONOME ÁTONO DE C.I.

PRONOME ÁTONO DE COMPLEMENTO DIRETO o / -lo

a / -la

os / -los

as / -las

me

mo

ma

mos

mas

che

cho

cha

chos

chas

lhe

lho

lha

lhos

lhas

nos

no-lo

no-la

no-los

no-las

vos

vo-lo

vo-la

vo-los

vo-las

lhes

lho8

lha

lhos

lhas

lho8 PRONOME ÁTONO DE COMPLEMENTO DIRETO ADVÉRBIO eis

8

-lo

-la

-los

-las

ei-lo

ei-la

ei-los

ei-las

As formas lhe-lo, lhe-la, lhe-los, lhe-las som dialetais.

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

PRONOME DE TERCEIRA PESSOA TÓNICO PREPOSIÇOM

el /ele

ela

eles

elas

em

nel / nele

nela

neles

nelas

de

del / dele

dela

deles

delas

IV. PRONOMES DEMONSTRATIVOS 1. Formas Proximidade máxima Masculino

Variáveis

média

Feminino

Masculino

mínima

Feminino

Masculino

Feminino

Sing.

este

esta

esse

essa

aquel(e)

aquela

Plural

estes

estas

esses

essas

aqueles

aquelas

isto

Invariáveis

isso

aquilo

2. Contraçons a) Contraem de maneira optativa com o Indefinido outro (-a, -os, -as):

estessaquel-

outro

outra

outros

outras

estoutro

estoutra

estoutros

estoutras

este outro

esta outra

estes outros

estas outras

essoutro

essoutra

essoutros

essoutras

esse outro

essa outra

esses outros

essas outras

aqueloutro

aqueloutra

aqueloutros

aqueloutras

aquel(e) outro

aquela outra

aqueles outros

aquelas outras

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Morfologia IV. PRONOMES DEMONSTRATIVOS

b) Com as preposiรงons em e de, contraem de maneira obrigatรณria as formas do paradigma, e de maneira optativa, as contraรงons anteriores:

em de

em

este(s)

esta(s)

isto

neste(s)

nesta(s)

nisto

deste(s)

desta(s)

disto

esse(s)

essa(s)

isso

nesse(s)

nessa(s)

nisso

desse(s)

dessa(s)

disso

aquel/-e(s)

aquela(s)

aquilo

em

naquel/e(s)

naquela(s)

naquilo

de

daquel/e(s)

daquela(s)

daquilo

de

estoutro(s) este(s) outro(s)

estoutra(s) esta(s) outra(s)

nestoutro(s)

nestoutra(s)

neste(s) outro(s)

nesta(s) outra(s)

destoutro(s)

destoutra(s)

deste(s) outro(s)

desta(s) outra(s)

essoutro(s) esse(s) outro(s)

essoutra(s) essa(s) outra(s)

nessoutro(s)

nessoutra(s)

nesse(s) outro(s)

nessa(s) outra(s)

dessoutro(s)

dessoutra(s)

desse(s) outro(s)

dessa(s) outra(s)

aqueloutro(s) aquel/-e(s) outro(s)

aqueloutra(s) aquela(s) outra(s)

naqueloutro(s)

naqueloutra(s)

naquel/-e(s) outro(s)

naquela(s) outra(s)

daqueloutro(s)

daqueloutra(s)

daquel/-e(s) outro(s)

daquela(s) outra(s)

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

V. PRONOMES POSSESSIVOS Posse (cousa possuída) Singular

Singular Pessoa (possuidor) Plural

Plural

Masculino

Feminino

Masculino

Feminino

1.ª

meu

minha

meus

minhas

2.ª

teu

tua

teus

tuas

3.ª

seu

sua

seus

suas

1.ª

nosso

nossa

nossos

nossas

2.ª

vosso

vossa

vossos

vossas

3.ª

seu

sua

seus

suas

Existem também as locuçons possessivas de meu, de teu, de seu, de nosso, de vosso, de seu, que sublinham o conceito de propriedade.

VI. PRONOMES RELATIVOS, INTERROGATIVOS E EXCLAMATIVOS Variáveis

Invariáveis

Singular

Plural

Masculino

Feminino

Masculino

Feminino

cujo

cuja

cujos

cujas

quanta

quantos

quanto qual

quantas

que quem

quais

As formas cujo, cuja, cujos, cujas som só relativas.

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Morfologia VII. PRONOMES NUMERAIS

VII. PRONOMES NUMERAIS 1. Cardinais um, umha

onze

vinte e um (umha)

dous, duas

doze

três

treze

quatro

catorze

cinco

quinze

seis

dezasseis

sete

dezassete

oito

dezaoito / dezoito

nove

dezanove

dez

vinte

trinta

duzentos (-as) / douscentos, duascentas

quarenta

trezentos (-as) / trescentos (-as)

cinqüenta

quatrocentos (-as)

sessenta

quinhentos (-as)

setenta

seiscentos (-as)

oitenta

setecentos (-as)

noventa

oitocentos (-as)

cem, cento

novecentos (-as)

mil dez mil cem mil um milhom um biliom / bilhom

A conjunçom e, além de unir dezenas e unidades (vinte e um, vinte e duas, quarenta e três, etc.), une, igualmente, centenas e dezenas e centenas e unidades. Mas só une milhares e centenas quando estas acabam em dous zeros: 104

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quinhentas e cinqüenta

quinhentas e duas

cento e vinte

cento e três

mil e oitocentos

mil oitocentos quarenta e oito

2. Ordinais primeiro (-a, -os, -as)

undécimo (-a, -os, -as) ou décimo primeiro (-a, -os, -as)9

segundo (-a, -os, -as)

duodécimo (-a, -os, -as) ou décimo segundo (-a, -os, -as)

terceiro (-a, -os, -as)

décimo terceiro (-a, -os, -as)

quarto (-a, -os, -as)

décimo quarto (-a, -os, -as)

quinto (-a, -os, -as)

décimo quinto (-a, -os, -as)

sexto (-a, -os, -as)

décimo sexto (-a, -os, -as)

sétimo (-a, -os, -as)

décimo sétimo (-a, -os, -as)

oitavo (-a, -os, -as)

décimo oitavo (-a, -os, -as)

nono (-a, -os, -as) ou noveno (-a, -os, -as)

décimo nono (-a, -os, -as) ou décimo noveno (-a, -os, -as)

décimo (-a, -os, -as)

vigésimo (-a, -os, -as)

trigésimo (-a, -os, -as)

septuagésimo primeiro (-a, -os, -as)

quadragésimo (-a, -os, -as)

octogésimo (-a, -os, -as)

qüinquagésimo (-a, -os, -as)

nonagésimo (-a, -os, -as)

vigésimo primeiro (-a, -os, -as)

sexagésimo (-a, -os, -as)

décimo1

9

As formas femininas apresentam o morfema -a nos dous componentes do numeral: décima primeira, décima segunda, etc.

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Morfologia VII. PRONOMES NUMERAIS

centésimo (-a, -os, -as)

sexcentésimo (-a, -os, -as) ou seiscentésimo (-a, -os, -as)

ducentésimo (-a, -os, -as)

septingentésimo (-a, -os, -as)

trecentésimo (-a, -os, -as)

octingentésimo (-a, -os, -as)

quadri(n)gentésimo (-a, -os, -as)

nongentésimo (-a, -os, -as)

qüingentésimo (-a, -os, -as)

3. Multiplicativos duplo (-a, -os, -as), dobro, dúplice (-s) triplo (-a, -os, -as), tríplice (-s) quádruplo (-a, -os, -as), quadrúplice (-s) quíntuplo (-a, -os, -as) sêxtuplo (-a, -os, -as) séptuplo (-a, -os, -as) óctuplo (-a, -os, -as) nónuplo (-a, -os, -as) décuplo (-a, -os, -as) undécuplo (-a, -os, -as) duodécuplo (-a, -os, -as) cêntuplo (-a, -os, -as)

A partir de quíntuplo o habitual é empregar um cardinal seguido da palavra vezes (cinco vezes, seis vezes, cem vezes, etc.).

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

4. Partitivos ou fracionários meio (-a, -os, -as), metade (-s) terço, terça (parte), terços, terças (partes)

O resto das formas dos partitivos coincidem com as dos ordinais (quarto, quinto, sexto, etc.), com a particularidade de que a partir de undécimo pode empregar-se o cardinal seguido da palavra avos: onze avos, doze avos, etc.

5. Coletivos par (-es), parelha (-s), casal (-is)

trintena (-s)

dezena (-s)

cento (-s), centena (-s), centenar (-es)

dúzia (-s)

milhar (-es), milheiro (-s)

vintena (-s)

Ao nom existir plural de mil, os plurais de milhar e milheiro (o primeiro, próprio de textos formais, referido normalmente a pessoas, animais e cousas e o segundo só a animais e cousas), cumprem adequadamente esse papel: Havia vários milhares de manifestantes. Tinham de analisar vários milhares de rochas. [texto formal] Compraram alguns milhares / milheiros de ovelhas.

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Morfologia VIII. PRONOMES INDEFINIDOS

VIII. PRONOMES INDEFINIDOS 1. Formas Variáveis Singular

Invariáveis algo

Plural

algum

algumha

alguns

algumhas

alguém

certo

certa

certos

certas

avondo

demasiado

demasiada

demasiados

demasiadas

cada

mesmo

mesma

mesmos

mesmas

demais

muito

muita

muitos

muitas

mais

nengum /nenhum

nengumha /nenhumha

nenguns /nenhuns

nengumhas /nenhumhas

menos

outro

outra

outros

outras

nada

próprio

própria

próprios

próprias

ninguém

tanto

tanta

tantos

tantas

outrem

todo

toda

todos

todas

todo

ambos

ambas

vários

várias

bastante

bastantes

qualquer

quaisquer

tal

tais

2. Contraçons a) Com a preposiçom em contraem de maneira obrigatória outro (-a, -os, -as) e outrem:

em

outro

outra

outros

outras

outrem

noutro

noutra

noutros

noutras

noutrem

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

b) Com a preposiçom em e de contraem de maneira optativa algum (-mha, -ns, -mhas), algo, alguém, e com a última preposiçom outro (-a, -os, -as), outrem: algum em de

algumha

alguns

algumhas

algo

alguém

nalgum

nalgumha

nalguns

nalgumhas

nalgo

nalguém

em algum

em algumha

em alguns

em algumhas

em algo

em alguém

dalgum

dalgumha

dalguns

dalgumhas

dalgo

dalguém

de algum

de algumha

de alguns

de algumhas

de algo

de alguém

outro de

outra

outros

outras

outrem

doutro

doutra

doutros

doutras

doutrem

de outro

de outra

de outros

de outras

de outrem

3. Locuçons indefinidas Temos as seguintes: cada qual

cada quem

quem quer

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Morfologia IX. O VERBO

IX. O VERBO

1. Verbos da segunda e terceira conjugaçons a) Cumpre notar que os seguintes verbos som da segunda conjugaçom:

Os formados sobre -correr, -romper, -verter, -querer e -meter:

— concorrer, decorrer, discorrer, escorrer, incorrer, ocorrer, percorrer, recorrer e transcorrer. — interromper, irromper e prorromper. — contraverter, controverter, converter, inverter, perverter, reverter, subverter e transverter (mas: advertir e divertir) — requerer (mas: adquirir e inquirir). — remeter ‘enviar’ (mas: admitir, demitir, emitir, intermitir, omitir, permitir, remitir ‘vir a menos’ e transmitir).

Outros: arrepender, bater, -ceber (conceber, perceber, receber), derreter, dizer, eleger, encher, erguer, escrever, espremer, fender, ferver, gemer, morrer, reger, render, sofrer, tolher, tremer e viver.

b) E os seguintes, da terceira:

Os que acabam em -elir, -ergir, -olir e -trair:

— compelir, expelir, impelir, propelir, repelir. — convergir, divergir, emergir, submergir. — demolir. — abstrair, atrair, contrair, detrair, distrair, extrair, protrair, retrair, retrotrair, subtrair e trair ‘atraiçoar’.

Outros: cair, espargir, esvair, possuir, pruir e tossir.

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

2. Verbos regulares 1.ª Conjugaçom

2.ª Conjugaçom

3.ª Conjugaçom

VIVER

PARTIR

ANDAR

Indicativo Presente (Presente) ando

vivo

parto

andas

vives

partes

anda

vive

parte

andamos

vivemos

partimos

andades ou andais

vivedes ou viveis

partides ou partis

andam

vivem

partem

andei

vivim

partim

andaste ou andache

viveste ou viveche

partiste ou partiche

andou

viveu

partiu

andamos

vivemos

partimos

andastes

vivestes

partistes

andárom

vivêrom

partírom

andarei

viverei

partirei

andarás

viverás

partirás

andará

viverá

partirá

andaremos

viveremos

partiremos

andaredes ou andareis

viveredes ou vivereis

partiredes ou partireis

andarám

viverám

partirám

Pretérito Perfeito (Pretérito)

Futuro do Presente (Futuro)

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Morfologia IX. O VERBO

Pretérito Imperfeito (Co-pretérito) andava

vivia

partia

andavas

vivias

partias

andava

vivia

partia

andávamos

vivíamos

partíamos

andávades ou andávais

vivíades ou vivíais

partíades ou partíais

andavam

viviam

partiam

Pretérito Mais-que-Perfeito (Ante-pretérito) andara

vivera

partira

andaras

viveras

partiras

andara

vivera

partira

andáramos

vivêramos

partíramos

andárades ou andárais

vivêrades ou vivêrais

partírades ou partírais

andaram

viveram

partiram

Futuro do Pretérito (Pós-pretérito) andaria

viveria

partiria

andarias

viverias

partirias

andaria

viveria

partiria

andaríamos

viveríamos

partiríamos

andaríades ou andaríais

viveríades ou viveríais

partiríades ou partiríais

andariam

viveriam

partiriam

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

Conjuntivo (= Subjuntivo) Presente ande

viva

parta

andes

vivas

partas

ande

viva

parta

andemos

vivamos

partamos

andedes ou andeis

vivades ou vivais

partades ou partais

andem

vivam

partam

andasse

vivesse

partisse

andasses

vivesses

partisses

andasse

vivesse

partisse

andássemos

vivêssemos

partíssemos

andássedes ou andásseis

vivêssedes ou vivêsseis

partíssedes ou partísseis

andassem

vivessem

partissem

andar

viver

partir

andares

viveres

partires

andar

viver

partir

andarmos

vivermos

partirmos

andardes

viverdes

partirdes

andarem

viverem

partirem

Pretérito

Futuro

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Morfologia IX. O VERBO

Imperativo anda, vive, parte .........................................................................................................tu nom andes, vivas, partas............................................................................................tu ande, viva, parta ....................................................................................................você andemos, vivamos, partamos ..............................................................................nós andade, vivede, partide ou andai, vivei, parti .................................................... vós nom andedes, vivades, partades ou andeis, vivais, partais ........................... vós andem, vivam, partam .......................................................................................vocês

Infinitivo

Gerúndio

Particípio

andar

viver

partir

andando

andado

andares

viveres

partires

vivendo

vivido

andar

viver

partir

partindo

partido

andarmos

vivermos

partirmos

andardes

viverdes

partirdes

andarem

viverem

partirem

Nos verbos que indicamos a partir de aqui só pomos aqueles tempos que tenham algumha irregularidade ou particularidade, de maneira que aqueles que nom figuram se conjugam como os modelos regulares. Contodo, pode consultar-se a conjugaçom completa deles no Guia Prático de Verbos Galegos Conjugados (CL-AEG, em preparaçom).

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

3. Verbos com raiz finda em vogal À parte dos verbos acabados em -oar e vogal + iar que som totalmente regulares (perdoar: perdoo, perdoas, perdoa...; perdoe, perdoes, perdoe...; ensaiar: ensaio, ensaias, ensaia...; ensaie, ensaies, ensaie...; apoiar: apoio, apoias, apoia...; apoie, apoies, apoie...; conluiar: conluio, conluias, conluia...; conluie, conluies, conluie...), o resto dos verbos com raiz finda em vogal apresentam as seguintes particularidades: a) -ear (cear). Embora admitam a possibilidade de conjugaçom regular, é de preferência o uso de um i epentético ou eufónico entre o e tónico e a vogal a, e, o nas seguintes pessoas dos Presentes do Indicativo e do Conjuntivo e nas formas do Imperativo coincidentes com as destes: Presente do Indicativo

Presente do Conjuntivo

ceio

ceie

ceias

ceies

ceia

ceie

ceamos

ceemos

ceades ou ceais

ceedes ou ceeis

ceiam

ceiem

Como cear, conjugam-se todos os verbos acabados em -ear: apear, bambear, nomear, nortear, semear, etc.

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Morfologia IX. O VERBO

b) -iar (odiar, copiar). É de preferência a conjugaçom regular, sendo tónica a vogal radical, isto é, o i (odio, odias, odia, odiam, odies, etc.; copio, copias, copiam, copiem, etc.), havendo a possibilidade de um grupo reduzido de verbos, entre os quais se acha odiar, se conjugarem com cruzamento com os verbos acabados em -ear, nos mesmos tempos antes vistos: Presente do Indicativo

Presente do Conjuntivo

odio ou odeio

odie ou odeie

odias ou odeias

odies ou odeies

odia ou odeia

odie ou odeie

odiamos

odiemos

odiades ou odiais

odiedes ou odieis

odiam ou odeiam

odiem ou odeiem

Presente do Indicativo

Presente do Conjuntivo

copio

copie

copias

copies

copia

copie

copiamos

copiemos

copiades ou copiais

copiedes ou opieis

copiam

copiem

Como odiar, conjugam-se: agenciar, ansiar, cambiar, comerciar, incendiar, licenciar, negociar, obsequiar, premiar, presenciar e remediar. Como copiar, conjugam-se o resto dos verbos acabados em -iar: adiar, afiar, principiar, pronunciar, viciar, etc.

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

c) -uar (averiguar). É de preferência a conjugaçom regular, sendo tónica a vogal radical, quer dizer, o u, nos mesmos tempos que os vistos acima: Presente do Indicativo

Presente do Conjuntivo

averiguo

averigüe

averiguas

averigües

averigua

averigüe

averiguamos

averigüemos

averiguades ou averiguais

averigüedes ou averigüeis

averiguam

averigüem

Como averiguar conjugam-se todos os verbos acabados em -uar: atuar, apaziguar, enxaguar, minguar, santiguar, suar, etc. d) -oer (doer). Ainda que admitam um i epentético ou eufónico na 1.ª pessoa do Presente do Indicativo e em todo o Presente do Conjuntivo (doio, doia, doias, doia, doiamos, doiades, doiam), conjugam-se preferentemente sem el, sendo a vogal temática da 2.ª e 3.ª pessoas do singular do Presente do Indicativo irregular, assim como as formas coincidentes do Imperativo: Presente do Indicativo

Presente do Conjuntivo

doo

doa

dóis

doas

dói

doa

doemos

doamos

doedes ou doeis

doades ou doais

doem

doam

Como doer conjugam-se moer, roer, soer e derivados.

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Morfologia IX. O VERBO

e) -air (cair). Apresentam um i epentético na 1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo e em todo o Presente do Conjuntivo, assim como vogal temática irregular na 2.ª e 3.ª pessoas do Presente do Indicativo e formas coincidentes do Imperativo: Presente do Indicativo

Presente do Conjuntivo

caio

caia

cais

caias

cai

caia

caímos

caiamos

caídes ou caís

caiades ou caiais

caem

caiam

Como cair, conjugam-se todos os verbos acabados em -air: esvair, sair (e derivados), trair ‘atraiçoar’ e os acabados em -trair (abstrair, atrair, contrair, detrair, distrair, extrair, protrair, retrair, retrotrair, subtrair). f) -uir (atribuir). Apresentam vogal temática irregular na 2.ª e 3.ª pessoas do singular do Presente do Indicativo e formas coincidentes do Imperativo. O Presente do Conjuntivo é regular: Presente do Indicativo

Presente do Conjuntivo

atribuo

atribua

atribuis

atribuas

atribui

atribua

atribuímos

atribuamos

atribuídes ou atribuís

atribuades ou atribuais

atribuem

atribuam

Como atribuir, conjugam-se todos os verbos acabados em -uir: contribuir, excluir, diluir, pruir, restituir, substituir, etc. Os acabados em -truir admitem alternáncia vocálica segundo o modelo de subir que depois veremos.

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4. Verbos acabados em vogal + zer, vogal + zir, vogal + cer e vogal + scer Salvo os verbos irregulares, que mais adiante veremos, os verbos acabados em -azer (jazer) ou -uzir (conduzir) apresentam a particularidade de carecerem de vogal temática na 3.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo (e na coincidente do Imperativo): conduz, jaz, que a mantenhem, no entanto, quando levam um pronome átono posposto, sobretodo o, a, os, as (conduze-o): Presente do Indicativo

Presente do Conjuntivo (regular)

conduzo

conduza

conduzes

conduzas

conduz (conduze)

conduza

conduzimos

conduzamos

conduzides ou conduzis

conduzades ou conduzais

conduzem

conduzam

Jazer e prazer som os únicos acabados em -azer que se conjugam seguindo estas pautas, e como conduzir conjugam-se todos os acabados em -uzir: os acabados em -duzir (aduzir, deduzir, induzir, introduzir, etc.) e luzir (e derivados). A raiz de Perfeito destes últimos é regular: conduzim, conduziche, conduzira, conduzisses, etc. O resto dos verbos desta alínea conservam o -e da vogal temática, com outras particularidades. Assim, os verbos nascer, pascer, aquecer e esquecer apresentam alternáncias puramente gráficas, nom fónicas, entre c e ç: nasço, nasces, nasce, nasça, etc.; esqueço /Ɛ´/, esqueces /Ɛ´/, esquecemos /Ɛ/, esqueça /Ɛ´/, etc. O verbo cozer apresenta alternáncia fónica que nom se reflete na escrita: cozo /ó/, cozes /ɔ´/, coze /ɔ´/, cozem /ɔ´/, coza /ó/, etc. O resto dos acabados em -ecer e os que terminam em -escer/-ecer tenhem alternáncias gráficas e igualmente fónicas (de preferência) do mesmo tipo: ofereço /é/, ofereces /Ɛ´/, oferece /Ɛ´/, oferecem /Ɛ´/, ofereça /é/, etc.; cresço /é/, cresces /Ɛ´/, cresce /Ɛ´/, crescem /Ɛ´/, cresça /é/, etc. As alternáncias gráficas de outro tipo temo-las em certos casos como g/j (eleger: elejo, eleges, eleja, elegim, etc.; dirigir: dirijo, diriges, dirija, dirigim, etc.; pugem, pugeche, pujo, pugera, pugéssemos, etc.), g/gu (mastigar: mastigo, mastigas, mastiguei, etc.; erguer: ergo, ergues, erga, erguim, etc.), c/qu (ficar: fico, ficas, fiquei, fiquemos, ficou, etc.). Porém, o j e o z mantenhem-se diante de qualquer vogal (viajar: viajo, viajas, viajei, viajemos, etc.; utilizar: utilizo, utilizas, utilizei, utilize, etc.).

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Morfologia IX. O VERBO

5. Verbos com alternáncias vocálicas (gráfico-fónicas) na raiz Há alguns verbos em que as alternáncias vocálicas só se refletem a nível fónico e nom na escrita: verbos da primeira com e ou o na vogal radical (levar: levo / Ɛ´/, levas / Ɛ´/, leva /Ɛ´/, levamos /e/, levades /e/, levam /Ɛ´/, leve /Ɛ´/, leves /Ɛ´/, leve /Ɛ´/, levemos /e/, levedes /e/, levem /Ɛ´/, etc.; jogar: jogo /ɔ´/, jogas /ɔ´/, joga /ɔ´/, jogamos /o/, jogades /o/, jogam /ɔ´/, jogue /ɔ´/, jogues /ɔ´/, jogue /ɔ´/, joguemos /o/, joguedes /o/, joguem /ɔ´/, etc.) e da segunda com as mesmas vogais radicais (beber: bebo /é/, bebes /Ɛ´/, bebe /Ɛ´/, bebemos /e/, bebedes /e/, bebem /Ɛ´/, beba /é/, etc.; mover: movo /ó/, moves /ɔ´/, move /ɔ´/, movemos /o/, movedes /o/, movem /ɔ´/, mova /ó/, movas /ó/, etc.). Os verbos da terceira conjugaçom, com vogais radicais e, i, o e u no Infinitivo apresentam alternáncias fónicas que também se refletem na escrita, que se podem constatar no Presente do Indicativo (e formas comuns do Imperativo), com permanência da vogal fechada no Presente do Conjuntivo (e formas coincidentes do Imperativo): a) Alternáncia i/e e permanência de i: Presente do Indicativo Pedir

Frigir

Agredir

pido /í/

frijo /í/

agrido /í/

pedes /Ɛ´/

freges /Ɛ´/

agrides /í/

pede /Ɛ´/

frege /Ɛ´/

agride /í/

pedimos /e/

frigimos /i/

agredimos /e/

pedides ou pedis /e/

frigides ou frigis /i/

agredides ou agredis /e/

pedem /Ɛ´/

fregem /Ɛ´/

agridem /í/

Presente do Conjuntivo pida /í/

frija /í/

agrida /í/

pidas /í/

frijas /í/

agridas /í/

pida /í/

frija /í/

agrida /í/

pidamos /i/

frijamos /i/

agridamos /i/

pidades ou pidais /i/

frijades ou frijais /i/

agridades ou agridais /i/

pidam /í/

frijam /í/

agridam /í/

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

Como pedir conjuga-se a prática totalidade dos verbos da terceira com vogal radical e (salvo os que se conjugam como agredir): aderir, ferir, medir, mentir, preferir, seguir, sentir, servir, vestir, etc. Como agredir só se conjugam: outros verbos acabados em -gredir (progredir, regredir, transgredir), denegrir e prevenir. Como frigir só se conjuga este verbo. O resto dos verbos da terceira com i na vogal radical (admitir, exigir, fingir, permitir, etc.) som regulares. b) Alternáncia u/o e permanência de u: Presente do Indicativo Dormir

Subir

Polir

durmo /ú/

subo /ú/

pulo /ú/

dormes /ɔ´/

sobes /ɔ´/

pules /ú/

dorme /ɔ´/

sobe /ɔ´/

pule /ú/

dormimos /o/

subimos /u/

polimos /o/

dormides ou dormis /o/

subides ou subis /u/

polides ou polis /o/

dormem /ɔ´/

sobem /ɔ´/

pulem /ú/

Presente do Conjuntivo durma /ú/

suba /ú/

pula /ú/

durmas /ú/

subas /ú/

pulas /ú/

durma /ú/

suba /ú/

pula /ú/

durmamos /u/

subamos /u/

pulamos /u/

durmades ou durmais /u/

subades ou subais /u/

pulades ou pulais /u/

durmam /ú/

subam /ú/

pulam /ú/

Como dormir conjuga-se a prática totalidade dos verbos da terceira com vogal radical o (salvo o que se conjuga como polir): abolir, cobrir, colorir, demolir, engolir, espavorir, explodir, extorquir, tossir. Como polir só se conjuga sortir ‘prover’. Como subir conjugam-se os seguintes verbos da terceira com vogal radical u: bulir, -cudir (acudir, sacudir), cuspir, fugir e sumir (consumir). O verbo entupir e os acabados em -truir 121

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Morfologia IX. O VERBO

admitem esta conjugaçom ou a regular: entupo, entupes/entopes, entupe/entope, etc.; construo, contruis/constróis, construi/constrói, etc. O resto dos verbos com a vogal radical u som regulares (aturdir, brunir, confundir, fundir, rugir, unir, etc.).

6. Verbos irregulares a) Caber Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-que-Perfeito

caibo

coubem

coubera

cabes

coubeste ou coubeche

couberas

cabe

coubo

coubera

cabemos

coubemos

coubérmanos

cabedes ou cabeis

coubestes

coubérades ou coubérais

cabem

coubérom

couberam

Presente

Pretérito

Futuro

caiba

coubesse

couber

caibas

coubesses

couberes

cabe / nom caibas

caiba

coubesse

couber

caiba

caibamos

coubéssemos

coubermos

caibamos

caibades ou caibais

coubéssedes ou coubésseis

couberdes

cabede ou cabei / nom caibades ou caibais

caibam

coubessem

couberem

caibam

Conjuntivo

Imperativo Presente

122

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

b) Crer e Ler Indicativo

Conjuntivo

Imperativo

Presente

Presente

Presente

creio

creia

crês

creias

crê / nom creias

crê

creia

creia

cremos

creiamos

creiamos

credes

creiades ou creiais

crede / nom creiades ou creiais

creem ou crem

creiam

creiam

Indic

c) Dar

Pres

Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-que-Perfeito

dou

dei

dera

dás

deste ou deche

deras

deu

dera

damos

demos

déramos

dades ou dais

destes

dérades ou dérais

dam

dérom

deram

Conjuntivo

Con

Pres

Imperativo

Presente

Pretérito

Futuro

desse

der

Presente

dês

desses

deres

dá / nom dês

desse

der

demos

déssemos

dermos

demos

dedes ou deis

déssedes ou désseis

derdes

dade ou dai / nom dedes ou deis

dem ou deem

dessem

derem

dem

ou

123

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Morfologia IX. O VERBO

d) Dizer Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Futuro Presente

Pretérito Maisque-Perfeito

Futuro Pretérito

digo

dixem

direi

dixera

diria

dizes ou dis

dixeste ou dixeche

dirás

dixeras

dirias

diz(e) ou di

dixo

dirá

dixera

diria

dizemos

dixemos

diremos

dixéramos

diríamos

dizedes ou dizeis

dixestes

diredes ou direis

dixérades ou dixérais

diríades ou diríais

dizem ou dim

dixérom

dirám

dixeram

diriam

Conjuntivo

Imperativo

Presente

Pretérito

Futuro

Presente

diga

dixesse

dixer

digas

dixesses

dixeres

diz(e) ou di / nom digas

diga

dixesse

dixer

diga

digamos

dixéssemos

dixermos

digamos

digades ou digais

dixéssedes ou dixésseis

dixerdes

dizede ou dizei / nom digades ou digais

digam

dixessem

dixerem

digam

Particípio dito

Como este verbo conjugam-se os seus derivados: antedizer, bendizer, condizer, contradizer, desdizer, interdizer, maldizer, predizer, redizer.

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

e) Estar Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-que-Perfeito

estou

estivem

estivera

estás

estiveste ou estiveche

estiveras

estamos

estivo

estivera

damos

estivemos

estivéramos

estades ou estais

estivestes

estivérades ou estivérais

estám

estivérom

estiveram

Conjuntivo

Imperativo

Presente

Pretérito

Futuro

esteja

estivesse

estiver

estejas

estivesses

estiveres

Presente está / nom estejas

esteja

estivesse

estiver

esteja

estejamos

estivéssemos

estivermos

estejamos

estejades ou estejais

estivéssedes ou estivésseis

estiverdes

estade ou estai / nom estejades ou estejais

estejam

estivessem

estiverem

estejam

125

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Morfologia IX. O VERBO

f) Fazer Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Futuro Presente

Pretérito Maisque-Perfeito

Futuro Pretérito

fago

fizem ou figem

farei

fizera ou figera

faria

fás

fizeste/fizeche ou figeste/ figeche

farás

fizeras ou figeras

farias

fai

fizo ou fijo

fará

fizera ou figera

faria

fazemos

fizemos ou figemos

faremos

fizéramos ou figéramos

faríamos

fazedes ou fazeis

fizestes ou figestes

faredes ou fareis

fizérades/ fizérais ou figérades/ figérais

faríades ou faríais

fam

fizérom ou figérom

farám

fizeram ou figeram

fariam

Conjuntivo

Imperativo

Presente

Pretérito

Futuro

faga

fizesse ou figesse

Presente

fizer ou figer

fagas

fizesses ou figesses

fizeres ou figeres

faz(e) ou fai / nom fagas

faga

fizesse ou figesse

fizer ou figer

faga

fagamos

fizéssemos ou figéssemos

fizermos ou figermos

fagamos

fagades ou fagais

fizéssedes/ fizésseis ou figéssedes/ figésseis

fizerdes ou figerdes

fazede ou fazei / nom fagades ou fagais

fagam

fizessem ou figessem

fizerem ou figerem

fagam

Particípio feito

126

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

g) Haver Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-que-Perfeito

hei

houvem

houvera

hás

houveste ou houveche

houveras

houvo

houvera

havemos

houvemos

houvéramos

havedes ou haveis

houvestes

houvérades ou houvérais

ham

houvérom

houveram

Presente

Pretérito

Futuro

haja

houvesse

houver

hajas

houvesses

houveres

há / nom hajas

haja

houvesse

houver

haja

hajamos

houvéssemos

houvermos

hajamos

hajades ou hajais

houvéssedes ou houvésseis

houverdes

havede ou havei / nom hajades ou hajais

hajam

houvessem

houverem

hajam

Conjuntivo

Imperativo Presente

Como este verbo conjuga-se o seu derivado reaver. Admite-se para terceira pessoa do singular do Prsente do Indicativo em usos impessoais a variante hai.

127

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Morfologia IX. O VERBO

h) Ir Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-que-Perfeito

vou

fum

fora

vás

foste ou foche

foras

vai

foi

fora

imos ou vamos

fomos

fôramos

ides

fostes

fôrades ou fôrais

vam

fôrom

foram

Presente

Pretérito

Futuro

vaia

fosse

for

vaias

fosses

fores

vai / nom vás ou vaias

vaia

fosse

for

vá ou vaia

vaiamos

fôssemos

formos

vamos ou vaiamos

vaiades ou vaiais

fôssedes ou fôsseis

fordes

ide / nom vades ou vaides/vaiais

vaiam

fossem

forem

vam ou vaiam

Conjuntivo

Imperativo Presente

128

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

i) Ouvir Indicativo

Conjuntivo

Imperativo Presente

Presente

Presente

ouço

ouça

ouves

ouças

ouve / nom ouças

ouve

ouça

ouça

ouvimos

ouçamos

ouçamos

ouvides ou ouvis

ouçades ou ouçais

ouvide ou ouvi / nom ouçades ou ouçais

ouvem

ouçam

ouçam

129

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Morfologia IX. O VERBO

j) Poder Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-que-Perfeito

podo

pudem

pudera

podes /ɔ´/

pudeste ou pudeche

puderas

pode /ɔ´/

pudo

pudera

podemos /o/

pudemos

pudéramos

podedes ou podeis /o/

pudestes

pudérades ou pudérais

podem /ɔ´/

pudérom

puderam

Conjuntivo

Imperativo

Presente

Pretérito

Futuro

poda /ɔ´/

pudesse

puder

Presente

podas /ɔ´/

pudesses

puderes

pode /ɔ´/ / nom podas /ɔ´/

poda /ɔ´/

pudesse

puder

poda /ɔ´/

podamos /o/

pudéssemos

pudermos

podamos /o/

podades ou podais /o/

pudéssedes ou pudésseis

puderdes

podede ou podei /o/ / nom podades ou podais /o/

podam /ɔ´/

pudessem

puderem

podam /ɔ´/

130

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

l) Pôr Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-quePerfeito

Pretérito Imperfeito

ponho

pugem

pugera

punha

pós

pugeste ou pugeche

pugeras

punhas

pom

pujo

pugera

punha

pomos

pugemos

pugéramos

púnhamos

pondes

pugestes

pugérades ou pugérais

púnhades ou púnhais

póm ou ponhem

pugérom

pugeram

punham

Conjuntivo

Imperativo

Presente

Pretérito

Futuro

ponha

pugesse

puger

Presente

ponhas

pugesses

pugeres

pom / nom ponhas

ponha

pugesse

puger

ponha

ponhamos

pugéssemos

pugermos

ponhamos

ponhades ou ponhais

pugéssedes ou pugésseis

pugerdes

ponde / nom ponhades ou ponhais

ponham

pugessem

pugerem

ponham /ɔ´/

Particípio

posto Como este verbo conjugam-se os seus derivados: antepor, apor, compor, contrapor, depor, desapor, decompor e descompor, dispor, expor, impor, indispor, interpor, justapor, opor, pospor, predispor, prepor, pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, sotopor, subpor, supor, transpor.

131

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Morfologia IX. O VERBO

m) Prazer Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-que-Perfeito

prazo

prouvem

prouvera

prazes

prouveste ou prouveche

prouveras

praz

prouvo

prouvera

prazemos

prouvemos

prouvéramos

prazedes ou prazeis

prouvestes

prouvérades ou prouvérais

prazem

prouvérom

prouveram

Conjuntivo

Imperativo

Pretérito

Futuro

Presente

prouvesse

prouver

prouvesses

prouveres

praz / nom prazas

prouvesse

prouver

praza

prouvéssemos

prouvermos

prazamos

prouvéssedes ou prouvésseis

prouveres

prazede ou prazei / nom prazades ou prazais

prouvessem

prouverem

prazam

Como este verbo conjugam-se os seus derivados: aprazer, comprazer, desaprazer, descomprazer, desprazer, reprazer.

132

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

n) Querer Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-que-Perfeito

quero

quigem

quigera

queres

quigeste ou quigeche

quigeras

quer / quere

quijo

quigera

queremos

quigemos

quigéramos

queredes ou quereis

quigestes

quigérades ou quigérais

querem

quigérom

quigeram

Presente

Pretérito

Futuro

queira

quigesse

quiger

queiras

quigesses

quigeres

quer ou quere / nom queiras

queira

quigesse

quiger

queira

queiramos

quigéssemos

quigermos

queiramos

queirades ou queirais

quigéssedes ou quigésseis

quigerdes

querede ou querei / nom queirades ou queirais

queiram

quigessem

quigerem

queiram

Conjuntivo

Imperativo Presente

Como este verbo conjugam-se os seus derivados: bem-querer, desquerer, mal-querer. O verbo requerer conjuga-se igual, exceto na primeira pessoa do singular do Presente do Indicativo (requeiro) e em todos os tempos de tema de Pretérito Perfeito, que som regulares (requerim, requereche, requereu, etc.; requeresse, requeresses, etc.; requerer, requereres, etc.). A forma quere emprega-se só com o pronome pessoal o, a, os, as posposto (quere-o).

133

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Morfologia IX. O VERBO

o) Rir Indicativo

Conjuntivo

Imperativo Presente

Presente

Presente

rio

ria

ris

rias

ri / nom rias

ri

ria

ria

rimos

riamos

riamos

rides

riades ou riais

ride / nom riades ou riais

riem ou rim

riam

riam

Como este verbo conjuga-se o seu derivado sorrir.

134

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

p) Saber Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-que-Perfeito

sei

soubem

soubera

sabes

soubeste ou soubeche

souberas

sabe

soubo

soubera

sabemos

soubemos

soubéramos

sabedes ou sabeis

soubestes

soubérades ou soubérais

sabem

soubérom

souberam

Presente

Pretérito

Futuro

saiba

soubesse

souber

saibas

soubesses

souberes

sabe / nom saibas

saiba

soubesse

souber

saiba

saibamos

soubéssemos

soubermos

saibamos

saibades ou saibais

soubéssedes ou soubésseis

souberdes

sabede ou sabei / nom saibades ou saibais

saibam

soubessem

souberem

saibam

Conjuntivo

Imperativo Presente

135

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Morfologia IX. O VERBO

q) Ser Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-quePerfeito

Pretérito Imperfeito

som ou sou

fum

fora

era

és

foste ou foche

foras

eras

é

foi

fora

era

somos

fomos

fôramos

éramos

sodes ou sois

fostes

fôrades ou fôrais

érades ou érais

som

fôrom

foram

eram

Presente

Pretérito

Futuro

Presente

seja

fosse

for

sejas

fosses

fores

sê / nom sejas

seja

fosse

for

seja

sejamos

fôssemos

formos

sejamos

sejades ou sejais

fôssedes ou fôsseis

fordes

sede / nom sejades ou sejais

sejam

fossem

forem

sejam

Conjuntivo

Imperativo

136

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

r) Ter Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-quePerfeito

Pretérito Imperfeito

tenho

tivem

tivera

tinha

tés

tiveste ou tiveche

tiveras

tinhas

tem

tivo

tivera

tinha

temos

tivemos

tivéramos

tínhamos

tendes

tivestes

tivérades ou tivérais

tínhades ou tínhais

tém ou tenhem

tivérom

tiveram

tinham

Conjuntivo

Imperativo

Presente

Pretérito

Futuro

tenha

tivesse

tiver

Presente

tenhas

tivesses

tiveres

tem / nom tenhas

tenha

tivesse

tiver

tenha

tenhamos

tivéssemos

tivermos

tenhamos

tenhades ou tenhais

tivéssedes ou tivésseis

tiverdes

tende / nom tenhades ou tenhais

tenham

tivessem

tiverem

tenham

Como este verbo conjugam-se os seus derivados: abster, ater, conter, deter, entreter, manter, obter, reter, suster.

137

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Morfologia IX. O VERBO

s) Traguer (tb. trazer) Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Futuro Presente

Pretérito Maisque-Perfeito

Futuro Pretérito

trago

trouxem

traguerei ou trarei

trouxera

tragueria ou traria

tragues ou trazes

trouxeste/ trouxeche

traguerás ou trarás

trouxeras

traguerias ou trarias

trague ou traz

trouxo

traguerá ou trará

trouxera

tragueria ou traria

traguemos ou trazemos

trouxemos

tragueremos ou traremos

trouxéramos

tragueríamos ou traríamos

traguedes/ tragueis ou trazedes/ trazeis

trouxestes

tragueredes/ traguereis ou traredes/ trareis

trouxérades / trouxérais

tragueríades/ tragueríais ou traríades/ traríais

traguem ou trazem

trouxérom

traguerám ou trarám

trouxeram

tragueriam ou trariam

Conjuntivo

Imperativo

Presente

Pretérito

Futuro

Presente

traga

trouxesse

trouxer

tragas

trouxesses

trouxeres

trague ou traz / nom tragas

traga

trouxesse

trouxer

traga

tragamos

trouxéssemos

trouxermos

tragamos

tragades ou tragais

trouxéssedes /trouxésseis

trouxerdes

traguede/traguei ou trazede/trazei / nom tragades ou tragais

tragam

trouxessem

trouxerem

tragam

138

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

t) Valer Indicativo

Conjuntivo

Imperativo Presente

Presente

Presente

valho

valha

vales

valhas

vale / nom valhas

vale

valha

valha

valemos

valhamos

valhamos

valedes

valhades ou valhais

valede ou valei / nom valhades ou valhais

valem

valham

valham

Como este verbo conjugam-se os seus derivados desvaler e equivaler.

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Morfologia IX. O VERBO

u) Ver Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-que-Perfeito

vejo

vim

vira

vês

viste ou viche

viras

viu

vira

vemos

vimos

víramos

vedes

vistes

vírades ou vírais

vem

vírom

viram

Presente

Pretérito

Futuro

veja

visse

vir

vejas

visses

vires

vê / nom vejas

veja

visse

vir

veja

vejamos

víssemos

virmos

vejamos

vejades ou vejais

víssedes ou vísseis

virdes

vede / nom vejades ou vejais

vejam

vissem

virem

vejam

Conjuntivo

Imperativo Presente

Particípio visto

Como este verbo conjugam-se os seus derivados: antever, entrever, prever, rever. O verbo prover (desprover) segue a mesma conjugaçom, salvo nos tempos de tema de Pretérito Perfeito, que som regulares (provim, proveste ou proveche, proveu, etc.; provera, proveras, etc.; prover, proveres, etc.) e o Particípio, que também o é (provido).

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

v) Vir Indicativo Presente

Pretérito Perfeito

Mais-que-Perfeito

Pretérito Imperfeito

venho

vim

vinhera

vinha

vés

vinheste ou vinheche

vinheras

vinhas

vem

véu

vinhera

vinha

vimos

vinhemos

vinhéramos

vínhamos

vindes

vinhestes

vinhérades ou vinhérais

vínhades ou vínhais

vém ou venhem

vinhérom

vinheram

vinham

Conjuntivo

Imperativo

Presente

Pretérito

Futuro

venha

vinhesse

vinher

venhas

vinhesses

vinheres

vem / nom venhas

venha

vinhesse

vinher

venha

venhamos

vinhéssemos

vinhermos

venhamos

venhades ou venhais

vinhéssedes ou vinhésseis

vinherdes

vinde / nom venhades ou venhais

venham

vinhessem

vinherem

venham

Particípio vindo ou vido

Como este verbo conjugam-se os seus derivados: advir, avir, contravir, convir, desavir, desconvir, devir, intervir, provir, reconvir, sobrevir.

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Morfologia IX. O VERBO

7. Particípios duplos Além do grupo mais numeroso de verbos que tenhem Particípio regular (cf. andar: andado, viver: vivido, partir: partido, etc.) e um conjunto reduzido de seis verbos com os seus derivados, que só o tenhem irregular (dizer: dito, escrever: escrito, fazer: feito, pôr: posto, ver: visto, vir: vindo ou vido), há um grupo considerável que tem um regular e outro irregular (afeiçoar: afeiçoado e afeto, frigir: frigido e frito, limpar: limpado e limpo, sujeitar: sujeitado e sujeito, etc.). Contodo, as formas irregulares, antes do que verdadeiras formas verbais, devem ser consideradas formas nominais adjetivas, pola sua funçom, significado e uso. Assim, como norma geral, os particípios irregulares som utilizados como adjetivos ou fazendo parte de construçons verbais com ser (passiva), e as formas regulares nos restantes casos (perífrases e tempos compostos com ter). A seguir, oferecemos umha lista de verbos com particípios duplos interessantes, quer pola forma regular, quer pola irregular: Verbo abrir

Particípio Regular abrido

Particípio Irregular aberto

aceitar

aceitado

aceito/aceite

acender

acendido

aceso

avolver (devolver, envolver, revolver, volver) benzer

avolvido (devolvido, envolvido, revolvido, volvido) benzido

avolto (devolto, envolto, revolto, volto) bento

calmar

calmado

calmo

cansar

cansado

canso

ceivar

ceivado

ceivo/ceive

cobrir

cobrido

coberto

colher colhido (encolher, escolher, recolher) (encolhido, escolhido, recolhido) comer comido

colheito (encolheito, escoheito, recolheito) comesto

defender

defendido

defeso

dissolver (resolver, solver)

dissolvido (resolvido, solvido)

eleger

elegido

dissolto (resolto, solto) / dissoluto (resoluto, soluto) eleito

142

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

empregar

empregado

empregue

entregar

entregado

entregue

erguer

erguido

ergueito

escorrer

escorrido

escorreito

expulsar

expulsado

expulso

extremar

extremado

extreme

findar

findado

findo

ganhar

ganhado

ganho

gastar

gastado

gasto

matar

matado

morto

moer

moído

mudo

morrer

morrido

morto

nascer

nascido

nado

pagar

pagado

pago

romper

rompido

roto

submergir

submergido

submerso

supeitar

suspeitado

suspeito

tingir

tingido

tinto

tolher

tolhido

tolheito

torcer

torcido

torto

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Morfologia X. O ADVÉRBIO

X. O ADVÉRBIO 1. Advérbios de lugar a) Formas: abaixo

alá / lá

arriba

diante

acá / cá10

além

atrás

eis

acarom [dialetal]

algures

cerca [raro]

fora

acima

ali

debaixo

longe

acolá

aquém

defronte

nengures / nenhures

adiante

aqui

dentro

onde11

arredor

detrás

perto

b) Contraçons: É optativa a contraçom da preposiçom de com a maior parte dos advérbios de lugar começados por vogal (acá, acô, acolá, aí, alá, além, algures, ali, alô, aquém, onde):

de

acá

acolá

alá

além

algures

ali

aquém

dacá

dacolá

daí

dalá

dalém

dalgures

dali

daquém

de acá

de acolá

de aí

de alá

de além

de algures

de ali

de aquém

aqui

onde

daqui

donde

de aqui de onde

10 As variantes acô (frente a acá/cá) e alô (frente a alá/lá) som dialetais. 11 Na língua dialetal (e literária), também existe o advérbio interrogativo de lugar arcaizante u, sempre usado, em enunciados sem verbo, seguido do artigo («Ulas chaves?») ou do pronome pessoal átono de terceira pessoa («As chaves, u-las?»).

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

c) Locuçons: à beira

à direita

à distáncia

à esquerda

ao carom [dialetal]

ao lado

ao redor

ao rés

a par

a rente

à roda

em baixo

em cima

em frente

em riba

em torno

em volta

por baixo

por cima

por frente

por riba, etc.

2. Advérbios de tempo a) Formas: aginha [= logo]

antonte /anteonte

hogano

onte

agora

cedo

hoje

outrora

ainda

dantes

quando

manhá ou manhã (tb. amanhá ou amanhã)

daquela [popular]

jamais

sempre

amiúde

decontado

logo

tarde

antano

depois /despois

nunca

trás-antonte /-anteonte

antes

entom

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Morfologia X. O ADVÉRBIO

b) Locuçons: a cotio

de cote

em seguida

a desora

de longe em longe

hoje em dia

a meados

depois/despois de manhá/amanhá

por agora

às vezes

de tempos a tempos

por enquanto

de contínuo

de vez em quando

à noite à tarde de manhá, etc.

3. Advérbios de quantidade e de limitaçom a) Formas: algo

demasiado

pouco

tanto (tam)

apenas

mais

quanto (quam)

todo

assaz

mamente

quase

unicamente

avondo

meio

sequer

bastante

menos

simplesmente

bem

mui/muito

demais

nada

somente

a meias

ao menos

aos montons

ao todo

de muito

de pouco

de todo

polo menos, etc.

b) Locuçons:

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

4. Advérbios de modo a) Formas: adrede

assim/assi

debalde

deveras

afeito

atreu

depressa

grátis

amodo

bem

devagar

mal

arreu

como

Som também advérbios de modo a maioria dos acabados em -mente (boamente, felizmente, etc.) e formas coincidentes com as de certos nomes adjetivos na forma invariável ou masculina (alto, forte, melhor, pior, etc.). b) Locuçons: a jeito

ao contrário

ao fim

ao léu

a olhos vistos

aos poucos

às apalpadelas

às avessas

às carreiras

às direitas

às escuras

a sós

às pressas

à toa

à vontade

com gosto

de bom grado

de contínuo

de cor

de esguelha

de joelhos

de má vontade

de regra

de socate

de soslaio

de súbito

em geral

em vao

pouco a pouco, etc.

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Morfologia X. O ADVÉRBIO

5. Advérbios de afirmaçom a) Formas: abofé

certamente

indubitavelmente

realmente

decerto

efetivamente si

na realidade

b) Locuçons: com certeza

com efeito

com segurança

na verdade

por certo

sem dúvida, etc.

6. Advérbios de negaçom a) Formas: nem

nom

b) Locuçons: de forma algumha

de maneira algumha

de nengum jeito

de forma nengumha

de maneira nengumha

de nengum modo

de jeito algum

de modo algum

de nengumha forma

de jeito nengum

de modo nengum

de nengumha maneira

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

7. Advérbios de dúvida a) Formas: acaso

porventura

provavelmente

seica

dizque

possivelmente

quiçá

talvez

se calhar

se quadra, etc.

b) Locuçons: por acaso

8. Advérbios de inclusom a) Formas: ademais

até

mesmo

tampouco (= também nom)

ainda

mesmamente

também/tamém

igualmente

assim/assi também/tamém, etc.

b) Locuçons: além disso a mais

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Morfologia XI. A PREPOSIÇOM

XI. A PREPOSIÇOM 1. Formas nom coincidentes com outras classes de palavras a

contra

entre

sem

ante

de

para

sob

após

desde

perante

sobre

até

em

por

trás

com

2. Formas coincidentes com outras classes de palavras afora

consoante

fora

salvo

baixo

durante

mediante

segundo

conforme

exceto

menos

tirante, etc.

abaixo de

acarom de

acerca de

acima de

a despeito de

adiante de

a fim de

além de

ao lado de

ao redor de

ao rés de

a par de

apesar de

a poder de

aquém de

(a) rente de

arredor de

a respeito de

à roda de

através de

cara a

cerca de

com respeito a

de acordo com

de aqui a

debaixo de

de cima de

defronte de

dentro de

depois/despois de

diante de

em baixo de

em cima de

em frente de

em lugar de

em meio de

em prol de

em redor de

em riba de

em torno de

3. Locuçons

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

em troca de

em vez de

em volta de

face a

graças a

junto a

junto de

longe de

mercê de

para baixo de

para cima de

perto de

por baixo de

por causa de

por cima de

por meio de

por mor de

quanto a, etc.

XII. A CONJUNÇOM 1. Conjunçons copulativas e

nem

que

2. Conjunçons disjuntivas ou

ora ... ora

já ... já

quando ... quando

quer ... quer

seja ... seja

3. Conjunçons completivas que

se

4. Conjunçons temporais a) Formas: apenas

entanto

entretanto

mentres [dialetal]

enquanto

entrementes

mal

quando

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Morfologia XII. A CONJUNÇOM

b) Locuçons: aginha que [dialetal]

antes que

depois/despois que

sempre que

agora que

ao passo que

em seguida que

todas as vezes que

ainda bem nom

assim/assi que

logo que

umha vez que

(ainda) nom bem

cada vez que

no momento em que

à medida que

decontado que

primeiro que

5. Conjunçons locativas onde

6. Conjunçons modais a) Formas: como

conforme

consoante

segundo

de (tal) jeito que

de (tal) modo que

de (tal) forma que

porque

que

b) Locuçons: como se

de (tal) maneira que de (tal) sorte que

7. Conjunçons causais a) Formas: como

porquanto

pois

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

b) Locuçons: por causa de que

pois que

por mor de que

dado que

por culpa de que

suposto que

devido a que

por isso que

visto que

já que

visto como

8. Conjunçons adversativas a) Formas: contodo

mas

ora

todavia

porém

entretanto

b) Locuçons: ainda assim/assi

antes

apesar de que

mas si

no entanto

nom obstante

ora bem

ora que

polo contrário

9. Conjunçons condicionais a) Formas: se

b) Locuçons: a menos que

em caso de

salvo que

a nom ser que

no caso de [+ inf.]

no caso que

sempre que

como se

contanto que

caso [+ conj.]

sem que

nom sendo que

desde que

suposto que

tirando que

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Morfologia XII. A CONJUNÇOM

10. Conjunçons concessivas a) Formas: conquanto

embora

b) Locuçons: ainda quando

ainda que

apesar de que

bem que

mal que

mesmo quando

mesmo que

nem que

nom obstante

por mais que

por menos que

posto que

se bem (que)

11. Conjunçons consecutivas a) Formas: conseguintemente

conseqüentemente daquela [popular]

entom

logo

pois

portanto

que

assim/assi (que)

com que

de forma que

de modo que

de maneira que

de sorte que

em conseqüência

por conseguinte

b) Locuçons:

por conseqüência

12. Conjunçons comparativas a) Formas: como

qual

que

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

b) Locuçons: do que

nem que

que nem

As formas populares coma e ca podem ser utilizadas, num contexto adequado, em vez de como e que/do que quando o segundo termo da comparaçom é um pronome pessoal que leva elíptico o verbo (Fala tanto coma ti / Fala tanto como tu, Fala mais ca mim / Fala mais que ou do que eu).

13. Conjunçons proporcionais a) Formas: conforme

consoante

enquanto

ao passo que

à proporçom que

quanto

segundo

b) Locuçons: à medida que

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Morfologia XIII. A INTERJEIÇOM

XIII. A INTERJEIÇOM 1. Interjeiçons de alegria ah! (riso: ah, ah!), oh!, magnífico!, estupendo!, ótimo! 2. Interjeiçons de animaçom avante!, coragem!, ei!, eia!, força!, vamos! 3. Interjeiçons de aplauso bem!, bravo!, viva! 4. Interjeiçons de cansaço ah!, uf! 5. Interjeiçons de desejo Canté!, Oxalá!, Tomara! 6. Interjeiçons de desprezo boh!, foh! 7. Interjeiçons de dor ai!, ui!, ah!, oh! 8. Interjeiçons de espanto ou surpresa ah!, oh!, oi!, ou!, ui! 9. Interjeiçons de invocaçom á!, ai!, e!, ei!, ó!, olá!, pst! 10. Interjeiçons de silêncio psiu!, xiu!

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ASPETOS MORFOLEXICAIS

I. ADAPTAÇOM DE GRUPOS CONSONÁNTICOS 1. Grupos cc, ct (v. supra Ortografia: I.10b) a) Simplificaçom das seqüências etimológicas cc (cç), ct Os casos em que o grupo se simplifica som, de longe, os mais numerosos:

afeçom (diferente de afeiçom), afetar; afeto (diferente de afeito); arquitetar, arquiteto, arquitetónico, arquitetura; aspeto, aspetual; correçom, correto, corretor; direçom, direto (diferente de direito), diretor; inseticida, insetívoro, inseto; objeçom, objetar, objetivo; predileçom, predileto; prospeçom, prospeto; projeçom, projetar, projeto; reta, reto; setor (mas secçom); trajeto, trajetória, etc.

b) Conservaçom das seqüências etimológicas cc (cç), ct Som comparativamente pouco numerosos estes casos: contacto, convicçom; facto (diferente de fato ‘traje’), factual; ficçom, ficcional; intelecto, intelectual, intelectivo; pacto, pactuar; secçom, etc. c) Vocalizaçom da primeira consoante: ic (iç), it, ut afeiçoar e afeiçom (afeiçoado) confeitaria (confeitado, confeitar, confeiteiro, confeito) defeito (defeituoso; mas: defetível, defetibilidade, defetividade, defetivo) efeito (mas: efetivaçom, efetível, efetivizar, efetividade, efetivo, efetuaçom, efetuador, efetuar)

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Aspetos morfolexicais I. ADAPTAÇOM DE GRUPOS CONSONÁNTICOS

eleiçom e eleitoral (eleito, eleitor, eleitorado) feitoria (feitor) feiçom ‘feitio, traço do rosto’ (diferente de façom ‘partido’) Heitor insurreiçom (mas: insurrecional, insurrecionar, insurreto) interjeiçom (mas: interjecional, interjetivo) leitor, leitura, liçom (leitorado; mas: lecionador, lecionar, lecionário, lecionista, letivo) perfeiçom e perfeito (aperfeiçoador, aperfeiçoamento, aperfeiçoar, imperfeiçoar, imperfeiçom, imperfeito, mais-que-perfeito; mas: imperfectibilidade, imperfectibilizar, perfectível, perfectivo) prefeito e prefeitura (prefeitoral) refeiçom, refeitório reitor (reitorado, reitoral, reitoria) respeito e respeitar (desrespeitador, desrespeitar, desrespeito, desrespeitoso; respeitabilidade, respeitado, respeitador, respeitante, respeitável, respeitoso; mas: respetivo) ressurreiçom (mas: ressurrecional, ressurreto) seita (mas: sectário, sectarismo) sujeiçom, sujeitar e sujeito (sujeitador, sujeitável) oitava e oitavo (oitavar, oitavário; mas: octaedro, octano, octogenário, octogonal, etc.) douto e doutor (doutorado, doutoral, doutoramento, doutorando, doutorar; mas: doctíloquo) doutrina (doutrinaçom, doutrinador, doutrinal, doutrinamento, doutrinando, doutrinante, doutrinar, doutrinário, doutrinarismo, doutrinarista, doutrinável, doutrineiro) outubro

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2. Grupos pc (pç), pt (v. supra Ortografia: I.10g) a) Simplificaçom das seqüências etimológicas pc (pç), pt Os casos em que o grupo se simplifica som bastante numerosos:

aceçom, adotar, adoçom, ceticismo, cético, deceçom, exceçom, exceto, excetuar, interceçom, intercetar, perceçom, percetível, receçom, recetor, suscetível, etc.

b) Conservaçom das seqüências etimológicas pc (pç), pt Estas seqüências conservam-se em palavras de índole erudita: adaptar, adaptaçom, adepto, cataléptico, epiléptico, inepto, réptil, repto, etc. c) Vocalizaçom: ic (iç), it Há uns poucos casos de vocalizaçom do p em i, quando precedido de e: aceitar (aceitabilidade, aceitaçom, aceitável, inaceitável). conceito e Conceiçom (conceituar, conceituado, conceituoso, preconceito; mas: conceçom, conceptismo, conceptista, conceptual, conceptualismo, conceptualista) preceito (preceituoso, preceitura; mas: preceptivo, preceptor, preceptoria) receita (receitar, receituário)

3. Grupo gm a) Conservaçom: é o mais habitual: diafragma, dogma, dogmático, estigma, fragmento, magma, pigmentaçom, pigmentar, pigmento, pigmeu, pragmático, segmentaçom, segmento, etc. b) Vocalizaçom: im, um fleimom fleuma (fleumático)

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Aspetos morfolexicais I. ADAPTAÇOM DE GRUPOS CONSONÁNTICOS

4. Perda da primeira consoante nos grupos gn e sc a) gn: sinal (assinalamento/sinalamento, assinalar/sinalar, sinalizar, sinalizaçom); assinar e assinatura (assinante); ensinar e ensino (ensinável); sino (diferente de signo). b) sc: Nas palavras cultas que em latim começam polo grupo sc (sce-, sci-) elimina-se o sinicial para as adaptar: sceptru > cetro, scientia > ciência, scisma > cisma e derivados: cena (cenário, cénico, cenografia, cenográfico; encenaçom, encenar) ceticismo e cético ciática cindir, cissom e cissura (cindível) cintilar (cintilaçom, cintilador, cintilante)

5. Grupos bl, cl, fl, gl, pl a) Conservaçom A conservaçom dos grupos consonánticos constituídos por consoante oclusiva ou fricativa mais líquida, bl, cl, fl, gl e pl é a tónica mais geral e abundante:

blasfémia, bloco, problema, publicar, público, etc.;

aclarar, claridade, claro, clero, clima, incluir, proclamar, etc.;

afligir, flamante, flanela, flauta, flecha, flor, influir, reflexom, etc.;

glándula, globo, glosar, etc.;

aplanar, exemplo, exemplificar, plano, planta, plantar, pluma, templo, etc.

b) Casos de vozes semicultas em que o l passa para r: br:

branco (abrancaçado, brancura, branqueaçom, branqueamento, branquear, esbranquiçado, esbranquiçar); brandir; brando (abrandar, brandura, embrandecer); brasom (brasonar); Bras (e Brais).

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

diabrete, diabrura e endiabrar (endiabrado); dobra, dobrar e dobro (desdobrar, dobrada, dobradiça, dobradiço, dobrado, dobragem, dobrável; mas: doble ‘duplicado; hipócrita; pedra do dominó’, doblete, doblez ‘hipocrisia’; dobrom; nobre (enobrecer, nobreza); obrigar (obriga, obrigaçom, obrigador); obreia; sabre (sabrada, sabrista). cr:

cravar e cravo (cravaçom, cravadeira, cravadura, cravaria; craveira, cravejar).

escravo (escravaria, escravatura, escravidom, escravitude, escravizaçom, escravizador, escravizar); recruta (recrutamento, recrutar). fr:

fraco (enfraquecer, enfraquecimento, fraqueira, fraqueiro, fraquejar, fraqueza, fraquinho); fretar e frete (fretador, fretagem, fretamento); froco ‘tufo de fios num tecido’ (com o significado de ‘massa pouco densa’ é mais freqüente floco); frota; frouxo (afrouxamento, afrouxar, frouxeza, frouxidade, frouxidom). gr:

igreja (igrejário, igrejeiro); regra (regrado, regrante, regrar); singrar e singradura (singradoiro, singrante). pr:

prazer (aprazer, aprazibilidade, aprazimento, aprazível, comprazedor, comprazer, comprazimento, desprazer, desprazimento, desprazível, prazentear, prazenteio, prazenteiro; mas: complacência, complacente, placidez, plácido); praga (praguejador, praguejamento, praguejar); praia e espraiar; prancha e pranchar; pranto (prantear); prata (prataria, prateaçom, prateador, pratear, pratejar; mas: platina, platino ou platense); prato (pratada, pratel, prateleira); praça (pracear, pracinha, pracista); prazo (aprazamento, aprazar, emprazamento, emprazar); preia-mar; pregar (prega, prego); prumo e aprumo.

cumprir e cumprimentar (cumpridor, cumprimentador, cumprimenteiro, cumprimento); empregar e emprego (desempregar, desemprego, empregado); escopro; soprar e sopro; suprir (supridor, suprimento, suprível; mas: suplência, suplente, supletivo).

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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS

II. SUFIXOS E TERMINAÇONS 1. -cio / -zio, -cia / -zia e -ço / -zo, -ça / -za a) -cio / -zio, -cia / -zia Muito mais freqüentes som (e às vezes únicas) as terminaçons -cio / -zio, -cia / -zia em palavras acabadas em -ácia, -ácio/-ázio, -écia, -écio/-ézio, -ícia, -ício/-ízio, -ócia, -ócio, -úcia/-úzia, -úcio:

acácia, audácia, suspicácia; Horácio, palácio, prefácio, topázio; Grécia, peripécia, Suécia; helvécio, trapézio; carícia, delícia, malícia, notícia; comício, início, rodízio, vício, vitalício; Capadócia, Escócia; bócio, negócio, ócio; argúcia, dúzia, minúcia; búzio, lúcio, etc. E também nas acabadas em -áncia, -áncio, -ência, -êncio, -ôncia, -ôncio, -úncia, -úncio:

abundáncia, beligeráncia, concordáncia, distáncia, elegáncia, fragráncia, ignoráncia, jactáncia, observáncia, predomináncia, substáncia, vigiláncia, etc.

aderência, decência, essência, gerência, iminência, ocorrência, recorrência, sonolência, veemência, etc. As acabadas em -iência e -uência conservam sempre as seqüências -ie-, -ue- e a terminaçom -cia: audiência, ciência, consciência, conveniência, deficiência, eficiência, obediência, paciência, proveniência, suficiência, conseqüência, delinqüência, eloqüência, freqüência, influência, seqüência, vaniloqüência, etc. Contodo, aparência (do latim apparentia).

Bizáncio, Florêncio, silêncio; estrôncio, Leôncio; denúncia, pronúncia, renúncia; abrenúncio, anúncio, núncio, etc. E igualmente nas acabadas em -árcia, -ércia, -ércio, -órcia, -órcio, -úrcio:

enxárcia, inércia; comércio, sestércio; consórcio, divórcio; Tibúrcio, etc.

b) -ço / -zo, -ça / -za

Acabam em -ço/-zo e -ça/-za as vozes consoante a evoluçom patrimonial:

-aça: graça (Graça; desgraça; desgraçado, desgraçar; mas agraciar). -aço: andaço, cansaço, espaço (espaçar, espacejar, espaçoso; mas espacial e espaciotemporal) e paço. -eza: avareza e Veneza (mas: veneciano).

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

-eço/-ezo: preço, apreço; desprezo (desprezar, desprezível, desprezável, desprezativo), menosprezo (menosprezar, menosprezível, menosprezativo), prezar (mas: apreciar, apreciaçom, apreciável, apreciativo, depreciar). -iça/-iza: cobiça (cobiçar, cobiçoso), justiça (justiçar, justiceiro; injustiça); Galiza. -iço/-izo: noviço (noviça; mas: noviciado, noviciar, etc.), serviço (serviçal); juízo e prejuízo. -uço: ruço. -ança: França, militança ‘conjunto de pessoas militantes’ (mas: militáncia ‘açom de militar’), perseverança e temperança (intemperança). O derivado de finança é financeiro. -anço: ranço (rançoso). -ença: avença (avençal, avençar), convalescença, crença (descrença), diferença (indiferença; mas: diferenciar, diferenciável, diferencial, diferenciaçom, indiferenciar), doença, Florença, licença (mas: licenciado, licenciar, licenciatura, licencioso), mantença, nascença (renascença), pertença, presença (mas: presencial, presenciar), querença (querençoso; benquerença; malquerença; mas: querenciar), sentença (mas: sentenciar, sentencioso) e tença. -erça e -erço: terço (terça, terça-feira, terçar; mas: terciário, Terciário).

2. -çom, -som, -tom, -xom Estas som as soluçons próprias e genuínas do galego:

aceitaçom, adivinhaçom, afeiçom, bifurcaçom, cançom, conceçom, dentiçom, ediçom, eleiçom, feiçom, gestaçom, gradaçom, instruçom, interjeiçom, locuçom, liçom, naçom, oraçom, petiçom, refeiçom, ressurreiçom, rotaçom, sensaçom, sujeiçom, tradiçom, traduçom, usurpaçom, vibraçom, etc.

admissom, colisom, defensom, emissom, fusom, ilusom, pressom, visom, etc.

combustom, digestom, gestom, ingestom, questom, etc.

conexom, flexom, reflexom, etc. Contodo, há umha palavra em -siom que admite como única soluçom a forma com i:

ocasiom

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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS

As palavras derivadas dos verbos acabados em -uir terminam em -uiçom:

atribuiçom, constituiçom, destituiçom, destruiçom, diminuiçom, distribuiçom, instituiçom, prostituiçom, restituiçom, retribuiçom, substituiçom, etc. Contodo, os verbos abluir e evoluir e os acabados em -truir (exceto destruir) tenhem os seus derivados em -uçom:

abluçom, construçom, evoluçom, instruçom, obstruçom

3. -ente, -inte a) -ente Temos a terminaçom -ente em todos os deverbais da segunda conjugaçom e na maioria dos da terceira:

ardente (aguardente), condescendente, convalescente, corrente (concorrente, discorrente, etc.), crescente, crente, doente, escrevente, fervente, florescente, nascente (renascente), padecente, pendente, pertencente, rompente, tenente, vertente, vivente (sobrevivente), etc. E também nos deverbais de verbos latinos ou históricos da segunda: complacente, dolente (condolente), poente (depoente, expoente, opoente) ou ponente (deponente, exponente, oponente, proponente).

adquirente, atraente, concernente, conferente, contraente, discernente, dormente, luzente (reluzente, transluzente, tremeluzente), repetente, servente, etc. Também os de proveniência culta: concludente e ridente (sorridente). A terminaçom -uente é própria dos deverbais de verbos em -uir ou na mesma família lexical de nomes acabados em -uência já vistos:

afluente, confluente, conseqüente, delinqüente, diluente, diminuente, eloqüente, freqüente, grandiloqüente, influente, seqüente, etc. Temos a terminaçom -iente:

— Nos nomes que nom som deverbais diretos e em muitos casos que há, na mesma família, nomes em -iência, também vistos:

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compêndio atualizado das normas ortográficas e Morfológicas do galego-Português da Galiza

aliciente, ambiente, ciente, cliente, coeficiente, consciente, deficiente, eficiente, estupefaciente, experiente, incipiente, ingrediente, obediente, omnisciente, oriente, paciente, parturiente, quociente, recipiente, sapiente, suficiente, etc.

— Nos seguintes derivados cultos de verbos da terceira:

conveniente (inconveniente), interveniente, proveniente, expediente e nutriente.

b) -inte Acabam em -inte (além de requinte ou vinte) uns quantos deverbais da terceira: De verbos acabados em -buir e -tuir:

contribuinte, constituinte (reconstituinte), substituinte. Outros:

ouvinte, seguinte.

c) -ente / -inte Temos -(i)ente e -inte nos derivados do verbo sair e do seu correlato latino:

saliente ‘que sobressai’, sainte ‘que sai’, sobressaliente/sobresselente/sobressalente ‘que sobressai, que excede; suplente’.

4. -eira, -eiro e -era, -ero a) -eira, -eiro -eira:

azeiteira, cafeteira, chocolateira, coelheira, eira, enredadeira, fosforeira, jardineira, liteira, maneira, mangueira, orelheira, palmeira, papeira, ratoeira, soleira, trincheira, vinagreira, xaboeira, etc. -eiro (-a):

agoireiro (-a), açucareiro (-a), braseiro, brasileiro (-a), cinzeiro, cordeiro, estrangeiro (-a), financeiro (-a), grosseiro (-a), inteiro (-a), justiceiro (-a), ligeiro (-a), mensageiro (-a), passageiro (-a), ponteiro, rasteiro (-a), sendeiro, traseiro (-a), viageiro (-a), etc.

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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS

b) -era, -ero Contodo, temos, -era, -ero só em: -era:

antera, cera, cratera, era, esfera e -sfera (atmosfera, batisfera, biosfera, cromosfera, litosfera, fotosfera, hidrosfera, oosfera, orosfera, etc.), espera, filoxera, galera, pantera, pera, primavera, quimera e venera. -ero (a):

bolero, clero, desespero, esmero, exagero, ibero (-a), mero (-a), pêro, salero, severo (-a), sincero (-a), tempero, vero (-a) e zero.

5. -doiro, -doira, -ouro, -oura e -deiro, -deira, -oro, -ora a) -deiro, -deira é algo mais abundante que -doiro, -doira: abrideiro, andadeiro, bombardeiro, caldeiro, desordeiro, escudeiro, fraldeiro, hospedeiro, ladeira, leiteiro, mandadeiro, namoradeira, padeiro, paradeiro, queimadeiro, rodeiro, sendeiro, torpedeiro, videira, etc. b) Convém notar que acabam em -doiro, -doira, entre outras: abrigadoiro, aliviadoiro, amarradoiro, ancoradoiro, batedoiro, bebedoiro, calcadoiro, casadoiro, cevadoiro, cingidoiro, comedoiro, corredoira, defumadoiro, degoladoiro, desaguadoiro, desembarcadoiro, dobadoira, duradoiro, embarcadoiro, enxugadoiro, esborralhadoiro, escorregadoiro, espojadoiro, estendedoiro, fervedoiro, lavadoiro, malhadoiro, mangedoira, matadoiro, miradoiro, perecedoiro, poedoiro, rapadoira, resfolegadoiro, respiradoiro, resvaladoiro, sangradoiro, suadoiro, sumidoiro, tapadoira, varadoiro, varredoira, varredoiro, vertedoiro, vindoiro. c) Admitem terminaçons dúplices em -oiro (-a) / -ouro (-a): agoiro/agouro, besoiro/besouro, cenoira/cenoura, coiro/couro, Doiro/Douro, loiro/louro, rasoira/rasoura, salmoira/salmoura, tesoira/tesoura, vassoira/vassoura. d) -ouro, -oura só, além das anteriores: desdouro, estouro, laboura, mouro (-a), ouro, pelouro, tesouro, touro.

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e) -oro, -ora é terminaçom mais abundante que -ouro, -oura (além dos femininos de nomes em -or: autora, doutora, leitora, etc.): agora, amora, aurora, bifloro (-a), cantimplora, choro, cloro, coro, decoro, demora, desaforo, embora, escora, espora, esporo, flora, fora, foro, hora, inodoro, locomotora, loro, melhora, meteoro, namoro, hora, ora, outrora, penhora, piloro, poro, sonoro (-a), soro, toro; Isadora, Isidoro (-a), Pandora, Samora, Teodoro (-a).

6. -ear e -ejar a) -ear: afear, assenhorear, bambear, basear, bloquear, bombardear, bronzear, canhonear, cartear, chasquear, clarear, esbofetear, espernear, formosear, fraquear, fundear, marear, ondear, parafrasear, pentear, pernear, rarear, romancear, titubear, tutorear, vagabundear, etc. b) -ejar É de uso considerável. Encontramo-la (à parte de em certos casos nom problemáticos: bosquejar, cortejar, cotejar, despejar, festejar, gracejar, mejar, motejar, sobejar, etc.) em:

alvorejar, amarelejar, apedrejar, arejar, bocejar, bracejar, branquejar, cacarejar, chamejar, dardejar, desejar, fraquejar, gotejar, invejar, lagrimejar, lampadejar, lampejar, latejar, louquejar, martelejar (e martelar), negrejar, padejar (derivado de pá), pelejar, pestanejar, quartejar, rastejar, rumorejar, solfejar, trastejar, varejar, velejar, verdejar, versejar.

7. -izar e -isar a) -izar: agonizar, alcoolizar, banalizar, batizar, brutalizar, canalizar, catequizar, democratizar, dogmatizar, eletrizar, encolerizar, fiscalizar, galvanizar, generalizar, humanizar, imortalizar, indemnizar, inimizar, judaizar, legalizar, monopolizar, nacionalizar, neutralizar, parcializar, personalizar, subtilizar, tranqüilizar, vigorizar, etc. b) -isar:

adonisar, alisar, anisar, avisar, bisar, encamisar, guisar, irisar, pesquisar, precisar e poucos mais. 167

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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS

Também -isar nos derivados de nomes acabados em -ise (-álise e -ólise): analisar, catalisar, dialisar, paralisar; eletrolisar, espetrolisar, hidrolisar.

8. -imento Em nomes como: cimento, experimento, moimento, pavimento, pimento, sedimento, etc. Propriamente como sufixo nalguns deverbais da terceira conjugaçom: assentimento, compartimento, cumprimento, descobrimento, discernimento, divertimento, fingimento, impedimento, luzimento, polimento, ressurdimento/rexurdimento, ressurgimento, revestimento, seguimento, sentimento e os seus derivados. Especialmente produtivo nos deverbais da segunda conjugaçom: abatimento, aborrecimento, acontecimento, apercebimento, arrependimento, atrevimento, conhecimento, crescimento, depoimento, desenvolvimento, desfalecimento, desvanecimento, entendimento, entretenimento, envilecimento, escurecimento, esmorecimento, estremecimento, falecimento, florescimento, fornecimento, mantimento, nascimento, obscurecimento, oferecimento, preenchimento, recebimento, requerimento, sofrimento, etc.

9. -se, -xe a) -se: Como fam a maioria das línguas romances modernas, acomodam-se todas as palavras acabadas em -sis e -xis de proveniência grega nas terminaçons -se e -xe, sendo todas elas femininas salvo o Apocalipse, o eclipse, o êxtase e o parêntese:

análise, antítese, apoteose, catequese, cirrose, crase, crise, diagnose, diálise, diocese, dose, eletroforese, ênfase, esclerose, hidrólise, hipnose, hipótese, metamorfose, mimese, narcose, neurose, osmose, paráfrase, perífrase, prótese, psicose, simbiose, síntese, tese, tuberculose, etc.

Cumpre diferenciar: a génese e o Génesis. b) -xe: axe (também áxis), paralaxe, praxe, sintaxe. 168

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c) Por nom provirem do grego, acabam em -sis e -xi: oásis (do latim) e táxi (do francês).

10. -ite, -te, -pole e outras As terminaçons gregas -itis, -tis, -polis e outras em -is acomodam-se em: a) -ite:

amigdalite, apendicite, bronquite, conjuntivite, faringite, flebite, gastrite, hepatite, laringite, meningite, poliomielite, etc.

b) -te:

glote (a terminaçom etimológica é diferente em diabetes ou diabete)

c) -pole:

acrópole, metrópole, necrópole.

d) Outras acomodadas em -e:

derme (epiderme, hipoderme), psique.

e) Alternáncia -e / -is:

bile/bílis, cute/cútis, pelve/pélvis, pube/púbis (mas só pénis).

f) Só -is, entre outras:

Cádis, grátis, íris, lápis, sífilis, ténis, etc.

11. -vel Da terminaçom latina -bilem, temos em galego -vel, especialmente rendível em palavras acabadas em -ável e -ível:

aceitável, atingível, bebível, componível, crível, delével (indelével), digerível, estimável, exigível, fusível, ganhável, generalizável, igualável, justificável, legível, manejável, móvel (automóvel, imóvel), movível, observável, questionável, razoável, resumível, solúvel, submergível, terminável, transferível, utilizável, visível, volúvel, etc.

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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS

Acabam em -bre, a partir da antedita terminaçom latina:

nobre e condestabre.

12. -au; -eu e -eio; -eia e -é a) -au Salvo as que se verám no ponto 16, que acabam em -ao, o resto das palavras acabam em -au (nalguns casos pola perda de -l- e -d- intervocálicos):

bacalhau, berimbau, cacau, calhau, degrau, grau, lacrau, mau, nau, pau, sarau; Bilbau, Calhau, Estanislau, Ladislau, Laus, Manaus, Menelau, Mindanau, Nicolau, Venceslau, etc.

b) -eu Contamos com um número considerável de vocábulos masculinos findos em -eu:

androceu, apogeu, arameu (tb. aramaico), ateu, boleu, caldeu, camafeu, cananeu, chapéu, cireneu, coliseu, corifeu, eritreu, escarcéu, europeu, fariseu, fidéu, filisteu, galileu, gineceu, hebreu (tb. hebraico), himeneu, jacobeu, jubileu, judeu, liceu, manteu, mausoléu, museu, peritoneu (tb. peritónio), pigmeu, plebeu, réu, saduceu, trofeu, bem como duas vozes que perdêrom o -l- intervocálico: céu, véu (excetuam-se: esteio, deste último caso, e correio e feio, dos anteriores) e os nomes próprios Alceu, Alfeu, Amadeu, Bartolomeu, Bordéus, Bornéu, Borromeu, Clodoveu, Doroteu, Egeu, Eliseu, Eu, Galileu, Lineu, Macabeu, Mateus, Montevideu, Morfeu, Orfeu, Perseu, Pirenéus, Pireu, Pompeu, Prometeu, Ptolomeu, Ribadeu, Romeu, Tadeu, Teseu, Zaqueu, Zebedeu, etc.

c) -eio É algo inferior o número das acabadas em -eio, que, em todo o caso, além das três vistas acima, som: relacionadas com verbos acabados em -ear:

arqueio, arreio, asseio, bloqueio, galanteio, gorjeio, meneio, orneio, passeio, receio, recreio, rodeio, sorteio, tiroteio, torneio, toureio, vozeio, etc. e anseio (de ansiar). vocábulos que perdêrom o -n- intervocálico:

alheio, centeio, cheio, freio, seio, terreio, veio.

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d) -eia Som praticamente únicos os femininos em -eia. Temos esta terminaçom em: A maioria dos femininos de -eu e de -eio:

alheia, arameia, caldeia, cananeia, cheia, cireneia, corifeia, europeia, fariseia, feia, hebreia, jacobeia, pigmeia, plebeia, etc. Palavras que perdêrom o -n- intervocálico:

ameia, areia, aveia, baleia, cadeia, ceia, colmeia, estreia, moreia, preia(-mar), sereia, veia. Palavras que perdêrom o -l- intervocálico:

candeia, teia. Outras:

aldeia, azoteia, bateia, blenorreia, boleia, cefaleia, colcheia, correia, diarreia, farmacopeia, ideia, lampreia, melopeia, obreia, odisseia, panaceia, plateia, preia, ureia, verborreia, etc.; Andreia, Arimateia, Basileia, Caldeia, Coreia, Crimeia, Doroteia, Dulcineia, Eneias, Eritreia, Galateia, Galileia, Judeia, Medeia, etc.

e) -é Femininos em -é só temos: chaminé, libré, maré, polé, ralé, ré (feminino de réu); Guiné.

13. -inha, -inho, -inhar e -ina, -ino, -inar a) -inha, -inho, -inhar As terminaçons com nh som menos freqüentes: inha:

andorinha, baínha, cozinha, escrivaninha, espinha, farinha, galinha, ladaínha, libelinha, linha, madrinha, mezinha, raínha, sardinha, etc. (além de outros casos nom problemáticos). -inho (-a):

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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS

adivinho (-a), biscaínho (-a), caminho, capuchinho (-a), cebolinho, cominho, daninho (-a), espinho, estorninho, focinho, linho, marinho (-a), meirinho (-a), mesquinho (-a), moínho (re(de)moínho), padrinho, pergaminho, sete-mesinho (-a), sobrinho (-a), torvelinho, toucinho, vinho, vizinho (-a) (além de outros casos nom problemáticos). -inhar é normalmente terminaçom dos verbos formados a partir de nomes acabados em -inha e -inho:

acarinhar, afocinhar, cozinhar, embainhar, sublinhar, etc.

Como sufixo derivativo: cuspinhar e endemoninhar.

b) -ina, -ino, -inar As terminaçons com n som muito mais abundantes: -ina:

aspirina, buzina, campina, cortina, disciplina, esquina, gasolina, gelatina, medicina, neblina, paulina, penicilina, rapina, ruína, serpentina, turbina, urina, vitrina, etc. -ino (-a):

assassino (-a), bovino, canino (-a), campesino (-a), cristalino (-a), destino, divino (-a), ensino, feminino (-a), genebrino (-a), henriquino (-a), ovino (-a), peregrino (-a), submarino (-a), taurino (-a), ultramarino (-a), etc. -inar (derivados de -ina, -ino e a prática totalidade dos verbos nom derivados):

afinar, arruinar, assassinar, contaminar, destinar, determinar, dominar, doutrinar, examinar, peregrinar, rapinar, etc.

14. -gem / -ge ou -je É de uso preferível a primeira terminaçom nos acabados em -agem, -igem, -ugem e -rgem:

aterragem, engrenagem, selvagem, origem, vertigem, etc.; felugem, ferrugem, lanugem, pelugem, etc.; margem, virgem.

Preferem-se em -je:

laje, paje, traje, ultraje/aldraje.

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E adaptam-se em -ene:

aborígene, gene.

15. -m / -n (-ene) [v. supra 3a] Nas palavras nom agudas, a terminaçom -m ocorre em palavras patrimoniais ou em cultismos nom greco-latinos, às vezes com alternáncia com Ø ou com -eme:

jovem, nuvem/nuve, ordem, tandem, totem/tóteme.

Nas palvras nom agudas, a terminaçom -n ocorre em cultismos greco-latinos, nalguns casos em concorrência com Ø:

éden, glúten, líquen, pólen, etc.; abdómen/abdome, albúmen/albume, etc.

Além de aborígene e gene, vistos acima, acaba em -ene: iene.

16. -ao, -á e -ano, -ana a) -ao, -á: Para as palavras patrimoniais procedentes do sufixo latino -anum e -anam, a soluçom galega supradialetal é -ao e -á: aldeao (tb. aldeão; dialetal: aldeám) – aldeá (tb. aldeã), anao (tb. anão; dialetal: anám) – aná (tb. anã), anciao (tb. ancião; dialetal: anciám) – anciá (tb. anciã), artesao (tb. artesão; dialetal: artesám) – artesá (tb. artesã), castelao (tb. castelão; dialetal: castelám) – castelá (tb. castelã), chao (tb. chão; dialetal: cham) – chá (tb. chã), cidadao (tb. cidadão; dialetal: cidadám) – cidadá (tb. cidadã), cirugiao (tb. cirurgião; dialetal: cirurgiám) – cirurgiá (tb. cirurgiã), coirmao (tb. coirmão; dialetal: coirmám) – coirmá (tb. coirmã) / curmao (tb. curmão; dialetal: curmám) – curmá (tb. curmã), cortesao (tb. cortesão; dialetal: cortesám) – cortesá (tb. cortesã), cristao (tb. cristão; dialetal: cristám) – cristá (tb. cristã), ermitao (tb. ermitão; dialetal: ermitám) – ermitá (tb. ermitã), escrivao (tb. escrivão; dialetal: escrivám) – escrivá (tb. escrivã), grao (tb. grão; dialetal: gram) – grá (tb. grã), hortelao (tb. hortelão; dialetal: hortelám) – hortelá (tb. hortelã), irmao (tb. irmão; dialetal: irmám) – irmá (tb. irmã), louçao (tb. loução; dialetal: louçám) – louçá (tb. louçã), marrao (tb. marrão; dialetal: marrám) – marrá (tb. marrã), meao (tb. meão; dialetal: meám) – meá (tb. meã), nugalhao (tb. nugalhão; dialetal: nugalhám) –

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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS

nugalhá (tb. nugalhã), pagao (tb. pagão; dialetal: pagám) – pagá (tb. pagã), sacristao (tb. sacristão; dialetal: sacristám) – sacristá (tb. sacristã), sao (tb. são; dialetal: sam) – sá (tb. sã), tecelao (tb. tecelão; dialetal: tecelám) – tecelá (tb. tecelã), temporao (tb. temporão; dialetal: temporám) – temporá (tb. temporã), vao (tb. vão; dialetal: vam) – vá (tb. vã), vilao (tb. vilão; dialetal: vilám) – vilá (tb. vilã). Também nas seguintes palavras, que só tenhem umha forma masculina ou feminina:

mao (tb. mão), porao (tb. porão), tavao (tb. tavão), verao (tb. verão); avelá (tb. avelã), cá (tb. cã), lá (tb. lã), manhá (tb. manhã), maçá (tb. maçã), rá (tb. rã).

E formas femininas de masculinos em -ám (salvo sultana e nomes próprios: Joana, etc.):

afegá (tb. afegã), alemá (tb. alemã), barregá (tb. barregã), capelá (tb. capelã), capitá (tb. capitã), catalá (tb. catalã), charlatá (tb. charlatã), folgazá (tb. folgazã), guardiá (tb. guardiã), rufiá (tb. rufiã), etc.

Como terminaçom átona temos -ao / -o, -a:

Cristóvao (tb. Cristóvão) / Cristovo, Estévao (tb. Estévão) / Estevo, órfao (tb. órfão) / orfo – orfa (tb. órfã), órgao (tb. órgão), ourégao (tb. ourégão) / ourego, sótao (tb. sótão), zángao (tb. zángão) – zanga.

b) -ano, -ana: -ana:

americana, caravana, filigrana, juliana, membrana, palangana, persiana, roldana, savana, semana, sultana, etc. -ano (-a):

africano (-a), americano (-a), australiano (-a), compostelano (-a), franciscano (-a), germano (-a), humano (-a), italiano (-a), maometano (-a), mariano (-a), mussulmano (-a), nicaraguano (-a), ourensano (-a) (tb. ourensao (-á)), paisano (-a), paroquiano (-a), pondaliano (-a), provinciano (-a), quotidiano (-a), republicano (-a), romano (-a), rosaliano (-a), soberano (-a), serrano (-a), urbano (-a), veterano (-a), vegetariano (-a), etc.

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17. -oa, -ó e -ola, -ona a) -oa / -ó [ɔ] Temos as variantes -oa/-ó numhas poucas palavras que perdêrom o -l- intervocálico:

avoa/avó, eiroa/eiró, enxoa/enxó, filhoa/filhó, moa/mó, teiroa/teiró. Mas: só e somente.

b) -oa [ó] Temos a terminaçom -oa numhas quantas palavras: que perdêrom o -n- intervocálico: — alguns femininos de -om:

boa, bretoa, campeoa, chamboa, furoa (animal), ladroa (tb. ladra), leitoa, leoa, letoa, patroa, pavoa, peoa, retouçoa, saxoa, tabelioa, varoa.

— e:

broa, coroa, lagoa, pessoa. outras: canoa, ilhoa, proa.

c) -ola, -ona No resto dos casos temos -ola e -ona:

argola, caçarola, corola, rola, viola, etc.

abusona, bandalhona, berrona, burlona, chorona, cinqüentona, fregona, glutona, grandalhona, lambona, mocetona, mulherona, parvalhona, pedinchona, quarentona, sabichona, solteirona, trapalhona, valentona, etc.; acetona, amazona, hormona, intentona, lona, maratona, matrona, poltrona, sanfona, zona, etc.

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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS

18. -ade, -ede, -ide, -ude a) -ade É a mais abundante. Temo-la em: -idade e -iedade:

A maioria das palavras acabadas em -ade apresentam o sufixo -idade:

ambigüidade, antigüidade, brevidade, contigüidade, enfermidade, estanquidade, falsidade, gravidade, lenidade, levidade, mansidade, mocidade, novidade, pouquidade, sujidade, etc.

Como terminaçom, e nom sufixo, temos, entre outras:

cidade, humidade, idade, soidade (variante dialetal de saudade), etc.

-iedade, à parte de em ansiedade e saciedade, temo-la nos vocábulos formados a partir de nomes acabados em -io:

arbitrariedade, ebriedade, hereditariedade, obrigatoriedade, piedade, propriedade, sobriedade, solidariedade, variedade, etc. -dade e -tade:

A terminaçom -dade, além das indicadas acima, em:

-rdade: herdade, liberdade, puberdade, uberdade, verdade (nom há nengumha em -rtade). -ldade: beldade, crueldade, dificuldade, faculdade, fealdade, frialdade, humildade, igualdade, lealdade, maldade (nom existe nengumha em -ltade). -ndade: bondade, cristandade, divindade, irmandade, leviandade, orfandade, mortandade, ruindade, trindade, virgindade. Só temos em -ntade: vontade.

Também acabam em -tade só os seguintes vocábulos:

-stade (majestade, potestade, tempestade, vetustade) e metade.

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b) -ede É muito escassa:

céspede, hóspede, Mamede, parede, rede, sede.

Nom tem essa terminaçom por perder o -d- intervocálico já na formaçom da língua:

mercê, Mercês (e, polo mesmo motivo: você < vossa mercê).

c) -ide É ainda menos freqüente:

áspide, lide, vide.

d) -ude É algo mais habitual: alaúde, aptitude, atitude, beatitude, decrepitude, juventude, latitude, magnitude, plenitude, quietude, saúde, talude, virtude, etc.

19. -idom O sufixo nominal -idom, formador de substantivos de significaçom abstrata, surgido em galego-português na Idade Média por via popular a partir do latino -itudine, deve restaurar-se na língua culta da Galiza, de harmonia com a sua produtividade em lusitano e em brasileiro: amplidom (tb. amplitude), aptidom, certidom1, escravidom (tb. escravatura), escuridom (tb. escuridade), exatidom, frouxidom (tb. frouxidade), laxidom, multidom, solidom ‘isolamento’ (tb. solitude; soedade ou soidade é variante dialetal de saudade), vastidom, vermelhidom, etc.

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Certidom com o sentido de ‘certeza’ é hoje arcaísmo em lusitano e em brasileiro, mas certidom (= certidão) como sinónimo de certificado está plenamente vigente.

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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS

20. -aria a) O sufixo -aria, proveniente por via direta do latim, é o próprio e genuíno do galego: armaria, barbearia, bijutaria, bruxaria, carniçaria, carpintaria, carroçaria, cervejaria, chancelaria, colchoaria, doçaria, drogaria, enfermaria, engenharia, ferraria, infantaria, joalharia, leitaria, livraria, lotaria, massonaria, ourivesaria, padaria, peixaria, queijaria, relojoaria, serraria, tesouraria, vidraria, etc. b) Tenhem a terminaçom -eria: bateria, correria, cristaleria, galeria, grosseria (tb. grossaria) e parceria.

21. Adaptaçom de vozes latinas As terminaçons latinas -um, -us, -u adaptam-se nos vocábulos cultos na prática totalidade dos casos em -o final (clarum > claro, plenum > pleno, templum > templo, etc.). Isso mesmo acontece com vocábulos de entrada algo posterior: -um > -o: currículo, factoto, memorando, referendo, ultimato, etc. -us > -o: cato, humo (tb. húmus), lapso, ricto, etc. -u > -o: espírito, ímpeto, tribo, etc. Contodo, há umhas poucas vozes ainda sem adaptar: ánus, bónus, ónibus, Vénus, vírus; álbum.

22. Adaptaçom de outras vozes Algumhas palavras estrangeiras e onomatopaicas recebem entre nós umha vogal de apoio (normalmente, um e) para evitar grupos consonánticos estranhos e consoantes finais inusitadas: a) -be: clube, esnobe, pube; Magrebe.

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b) -de: fiorde, lorde, recorde; Chade, Plimude, Riade. c) -fe: bife, golfe, pufe, xerife; Cardife, Rife. d) -gue: icebergue, buldogue, dogue, pingue-pongue, ziguezague; Béringue, Danzigue. e) -me: filme f) -que: claque, conhaque, coque, craque, fraque, tique, tiquetaque; Brunsvique, Carnaque, Iorque e Nova Iorque, Iraque, Linguadoque, Munique, Quebeque, Reiquiavique, Utreque, Vladivostoque, Zurique. g) -te: críquete, debute, fagote, iogurte, mamute, soviete, vermute, zenite ou zénite; Beirute, Bucareste, Budapeste, Edite, Evereste, Judite, Monserrate, Rebate, Rute, Tibete (mas: Nazaré). h) -ve: Telavive. i) -xe: Marraquexe. As consoantes finais -c, -t podem admitir, igualmente, um -o: bloco, chuto [Gz+Pt] / chute [Br]. -a final é mais raro, salvo nalguns topónimos, normalmente alemáns, onde é mais habitual: 179

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Aspetos morfolexicais II. SUFIXOS E TERMINAÇONS

champanha (tb. champanhe), valsa; Copenhaga, Estugarda, Heidelberga, Nuremberga, etc. Outras adaptaçons: (h)andebol (< ingl. handball), basebol, basquetebol, brídege, estandardizar, futebol. E topónimos: Afeganistám, Amesterdám, Banguecoque, Francoforte, Vestefália. Terminados em -lándia: Zelándia e Nova Zelándia, Jutlándia. Dusseldórfia, Lípsia (Leipzig). Aquisgrana (Aachen), Cantuária (Canterbury).

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III. OUTRAS PARTICULARIDADES 1. Começos de palavra problemáticos a) ca-, ga- e qua-, coa-, gua ca-, quaTenhem o começo de palavra ca- (provenientes de /kua-/) só: caderna, caderno, catorze (e Torcato em posiçom nom inicial de palavra). Tenhem qua- (as do primeiro grupo, dialetalmente, com ca-): — quadrar ‘coincidir’, quadril, qual, qualidade, qualificar, qualquer, quando, quantidade, quanto, quarto, quatro, quatrocentos. — quadrado, quadragésimo, quadrangular, quadrante, quadrar ‘fazer quadrado’, quadratura, quadrelo, quadrícula, quadrienal, quadriénio, quadriga, quadrilátero, quadrilha, quadrimestre, quadrimotor, quadrissecular, quadrissílabo, quadro, quadrúpede, quádruplo, qualitativo, quantia, quantificar, quantioso, quantitativo, quarenta, quarentena, quarentom, quaresma, quaresmal, quarta, quarteirom, quartel, quartejar, quarteto, quartilho, quarto, quartzo, quaternário, quatríduo. Em posiçom interior de palavra: esquadra, esquadrinhar, esquadro, esquadrom, esquálido, esqualo, esquartejar. coaEm vozes patrimoniais e também de proveniência culta: coalhar e derivados; coagular e derivados. ga-, guaCom ga- (proveniente de /gua-/) de maneira exclusiva em começo de palavra: gadanha e derivados (e no interior de palavra: algarismo). Com gua- (dialetal: ga-): gualdrapa, guardar (guardadeira, guardado, guardador), aguardar.

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Aspetos morfolexicais III. OUTRAS PARTICULARIDADES

gua- só em: guante ‘luva de ferro’, guarecer, guarida, guarita, guarnecer, guarniçom; guarda (a Guarda), guardiám, guarda-civil, guarda-florestal, guarda-noturno, etc.; guarda-costas, guarda-joias, guarda-lama, guarda-pó, guarda-redes, guarda-roupa. b) ante-, de-, des-, es anteante- fai referência a ‘anterioridade’, frente a anti-, que indica oposiçom: antecipar, antecipaçom, antediluviano. de-, des-, es-, di— de- temo-lo, entre outros casos, em: defunto, delapidar (delapidador, delapidaçom), demitir e demissom (demissionário, demissório), deputaçom (deputado, deputar), desenho (desenhador, desenhar, desenhista). Som com de-, e nom com des-: debandada (debandar), decifrar (decifrável, decifrador, decifraçom), decompor ‘separar os componentes, apodrecer’, diferente de descompor ‘desarranjar’ (decomponente, decomponível, decomponibilidade, decomposiçom, decompositor), delir ‘dissolver’, depenar (depenicar) e deplumar, derrabar, degelar (degelo). — des- pode alternar com es-: despir/espir (supradialetal a primeira forma), desvanecer e esvair (com bases lexicais, conjugaçons e significados diferentes). Tenhem des-: desperto ‘que despertou’ (despertador, despertar) / esperto ‘astuto, inteligente’, diferente de experto ‘entendido, erudito, experiente’ (espertar, esperteza). E som com es-: esquartejar (esquartejamento), esmiuçar (esmiuçador), espampanante, esparramar, espavorecer, espavorir, espreguiçar (espreguiçamento, espreguiçadeira), estripar (estripador, estripaçom). Convém salientar que se dam confusons entre des- e dis-

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Começam por des-: desculpar (desculpa, desculpável, desculpador), desfrutar (desfrutável, desfrutador, desfrutaçom, desfrute), desgosto (desgostar, desgostoso) e deslocar (deslocador, deslocamento, deslocaçom). — Tem di-, e nom dis-: diminuir (diminuendo, diminuidor, diminuiçom).

2. Vocalismo átono a) Vogais pretónicas Tenhem a vogal pretónica e, entre outras: cegonha, engaço, melhor, nengum, rebanho; Bebiano. Mantenhem esta vogal: estabelecer, oferecer. Tenhem a vogal i pretónica, entre outras: cimento, criar ‘tirar do nada’, direito, inimigo, inteiro, isento, pior, vindima, vizinho; Filipe, Firmino, Sigismundo. Tenhem a vogal pretónica o, entre outras: andorinha, assobio, cobrir, dormir, engolir, focinho, formoso, moínho, polir, sofrer, tossir. E também: coirmao (tb. coirmão) ou curmao (tb. curmão). Tenhem a vogal pretónica u, entre outras: custar, submeter, subornar, suspeitar, suster. b) Mantenhem o -e final: árvore, cálice, cárcere, controle ou controlo, deslize, face, mármore, messe, prece, tule.

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Aspetos morfolexicais III. OUTRAS PARTICULARIDADES

c) Ditongos A vogal /i/ dos ditongos pode ser resultado de umha metátese: aipo, bairro, coifa, desvairar, feira, gaivota, goiva, raiva, ruivo, taipa. Alternáncia ui/oi, sendo o primeiro ditongo o supradialetal: cuitelo (/ coitelo), enxuito (/ enxoito), luita (/ loita), muito ou mui (/ moito ou moi), truita (/ troita). Variaçom u/ui/oi, sendo a primeira soluçom, sem ditongo, a supradialetal: chuva (/ chuiva [e chúvia] / choiva), fruta (/ fruita / froita), fruto (/ fruito / froito), luto (/ luito / loito). Tenhem só oi (t): coita, noite. d) Reduçom de ditongos: Nom apresentam /i/ em ditongo, pola sua perda já antiga (como nas terminaçons do tipo -çom: perfeiçom ou -za, -ço: Galiza, preço): adro, cristao (cristandade; mas: cristianíssimo, cristianismo, cristianizar), estudar, estudo e estudante (mas: estúdio ‘local’; estudiosidade, estudioso), lidar, limpar e limpo, rijo, soberba, sujo, turvo, vidro, vindima. Outras já nom tinham esse /i/ no próprio latim: amplo (mas: ampliável, ampliaçom, ampliador, ampliar), congro, nervo (nervoso). E algo semelhante acontecia com o /u/: antigo, majestoso, monstro, respeitoso (derivado direto de respeito).

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3. Consoante r Metatizada a respeito do seu étimo: apertar, disfarçar, grinalda, melro, pergunta, perto, precatar, terno ‘afetuoso, meigo’ (ao lado de tenro ‘mole’), trevas.

Noutros casos, a consoante r desapareceu por haver outra na palavra: arrastar, madrasta, padrasto, rasto, registo (mas registro [Br.]), rosto. Mas mantém-se em: fragráncia, próprio, prostrar, Frederico.

Nuns casos aparece umha vogal para evitar o grupo consonántico com r: caravelha, caranguejo, fevereiro. Noutros é preferível a nom utilizaçom da vogal: espargir, espargo.

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Apêndice Distribuiçom dos grafemas ch (fonema /t∫/) e x (/∫/) nos estrangeirismos adotados polo galego-português da Galiza em correspondência com as grafias ch, tch e x do lusitano e do brasileiro

1. Consideraçons introdutórias Este capítulo é problemático porque, por razons de repertório gráfico-fonemático das respetivas variedades, os padrons lusitano e brasileiro utilizam o dígrafo ch ou a letra x para representarem o fonema /∫/, e o trígrafo tch para representarem o fonema /t∫/, enquanto o galego, nesses casos, deve utilizar o dígrafo ch para representar o fonema /t∫/ e a letra x para representar o fonema /∫/. Nas diretrizes que se seguem, procura-se a máxima convergência possível entre galego e luso-brasileiro, mas reservando suficiente autonomia ao galego para este nom contrariar as suas legítimas particularidades gráfico-fonemáticas e para nom se subtrair gratuitamente às normas básicas que regem a adaptaçom de certos estrangeirismos nas modalidades lingüísticas europeias de cultura. Essa autonomia do galego, além de basear-se na coerência interna e na harmonizaçom internacional, também pode apoiar-se na vacilaçom (ex.: chador ~ xador), variaçom ou polimorfismo que, neste capítulo, ainda hoje se aprecia em luso-brasileiro (ex.: Pt. champô / Br. xampu). Tenha-se em conta, por último, que, nalguns casos, deve diferenciar-se entre língua de partida de um estrangeirismo e a correspondente língua original. Assim, por exemplo: Pt.+Br.+Gz.: chucrute, do fr. choucroute (língua de partida do empréstimo), e este, do al. Sauerkraut (língua original).

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Apêndice

2. Casuística e soluçons Na distribuiçom dos grafemas ch (fonema /t∫/) e x (/∫/) nos estrangeirismos adotados polo galego-português da Galiza em correspondência com as grafias ch, tch e x do lusitano e brasileiro, podem distinguir-se os quatro casos seguintes: 2.1. Transliteraçom/transcriçom quando a língua de partida é o russo ou outra língua eslava de alfabeto cirílico Nas línguas europeias ocidentais, procede-se à transliteraçom/transcriçom das correspondentes vozes, quer se trate de nomes próprios (antropónimos, topónimos), quer de nomes comuns (na maior parte dos casos, xenismos). Exemplo: russo Анто́н Па́влович Че́хов → ingl. Anton Pavlovich Chekhov / cast. Antón Pávlovich Chéjov / Pt.+Br. Anton Pávlovitch Tchékhov. Assim, em lusitano e em brasileiro, em geral, o grafema ш, de valor /∫/, das vozes russas passa para ch, e o grafema ч, de valor /t∫/, passa para tch (cf. Pt.+Br. tchetcheno); em correspondência, em galego, o ч passará para ch, e o ш, para x. Exemplos (xenismos em itálico): Elemento da língua de partida

Lusitano e brasileiro

Galego

Черныше́вский

Tchernichevski

Chernixevski1

Че́хов

Tchékhov

Chékhov2

ба́бушка

babuchka

bábuxka3

большевик

bolchevique

bolxevique4

чернозём

tchernozem

chernozem5

да́ча

datcha

dacha6

Кала́шников

kalachnikov

kaláxnikov7

меньшевик

menchevique

menxevique8

1. Cf. al. Tschernyschewski (tsch = /t∫/, sch = /∫/), cast. Chernyshevski (ch = /t∫/, sh [ingl.] = /∫/), cat. Txernixevski (tx = /t∫/, x = /∫/), fr. Tchernychevski (tch = /t∫/, ch = /∫/), ingl. Chernyshevsky (ch = /t∫/, sh = /∫/). 2. Cf. ingl. Chekhov / cast. Chéjov. 3. Babuchka no dic. Houaiss, com indicaçom da prosódia. Cf. ingl. babushka. 188

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4. Cf. al. Bolschewik, cat. bolxevic, fr. bolchevique, ingl. bolshevik, it. bolscevico (sc = /∫/), rom. bolşevic (ş =/∫/). 5. Tb. Pt.+Br. tchernossolo / Gz. chernossolo. No dic. Houaiss, tchernoziom; no dic. Porto Editora, incorretamente, *chernozem. 6. No dicionário Houaiss, datcha. Cf. al. Datsche, ingl. dacha. 7. No dicionário Houaiss, kalachnikov, com indicaçom da prosódia. Em luso-brasileiro, freqüentemente, de modo incorreto, por pressom do inglês, *kalashnikov. 8. Exceçom a esta norma é Pt.+Br. matriosca (do russo матрёшка), em que o s soa /∫/. Em galego, entom, a soluçom deverá ser matrioxka ou matrioxca. Um caso assimilável a este é o de Pt.+Br. (i)ídiche / Gz. (i)ídixe, se tomarmos como língua de partida do estrangeirismo a voz correspondente escrita em carateres hebraicos que essa língua germánica utiliza.

2.2. Transcriçom quando a língua de partida é oriental (árabe, persa, chinês, japonês) Neste caso, em lusitano e em brasileiro, embora com algumha vacilaçom, a norma que tem triunfado historicamente é, em geral, que o fonema /∫/ originário passe para x (nom para ch!) e que o fonema /t∫/ originário passe para ch (nom para tch!)1. Por conseguinte, as grafias luso-brasileiras deste capítulo som perfeitamente válidas também em galego.

1

Esta norma provavelmente se deva a que muitas das palavras deste grupo se naturalizárom em luso-brasileiro antes que, nos padrons dessas variedades do galego-português, o ch deixasse de realizar-se como /t∫/, para adotar o atual valor /∫/, o que só aconteceu a partir do século xvii (assim, som primeiras abonaçons: chá, 1565; paxá, 1563; xá, 1523; xadrez, séc. xiv; xeque, 1327; xerife ou xarife, séc. xv. V., p. ex., Maria Augusta Cavaco Miguel. 2000. «A palatalização e a sibilante [∫] no português europeu». Arquipélago: Línguas e Literaturas, xvi: pág. 128).

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Apêndice

Exemplos: Fonema presente no elemento da língua de partida

Lusitano e brasileiro

Galego

/t∫/

chá, chaleira

chá, chaleira1

/t∫/

chador ~ xador

chador2

/t∫/

chávena

chávena

/∫/

gueixa

gueixa

/∫/

haxemita

haxemita

/∫/

haxixe

haxixe

/∫/

Hiroxima

Hiroxima3

/∫/

paxá

paxá

/∫/

/∫/

xadrez

xadrez

/∫/

xa(i)le

xa(i)le

/∫/

Xangai

Xangai4

/∫/

xeque

xeque5

/∫/

xerife = xarife

xerife = xarife6

/∫/

xógum

xógum

1. É significativo que, em inglês, ainda que, de longe, predomine a forma tea (proveniente do chinês min), como variante (coloquial) também se regista cha ou char (proveniente do chinês mandarino). 2. Cf. al. Tschador, fr. tchador ~ chador, ingl. chador. 3. No entanto, é freqüente a forma *Hiroshima, imposta polo inglês. 4. No entanto, é freqüente a forma *Shanghai, imposta polo inglês. 5. Cf. cheque, de origem inglesa: v. infra 2.3. 6. Este xerife ou xarife é de proveniência árabe, significa ‘denominaçom honorífica adotada por soberanos islámicos descendentes de Maomé’ ou ‘título usado por mussulmano que já realizou três ou mais visitas ao templo de Meca’ e é diferente da voz de proveniência inglesa xerife (< ingl. sheriff): v. infra 2.3.

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2.3. Passagem de ch para ch e de sh para x quando a língua de partida é o inglês Quando a língua de partida de um estrangeirismo é o inglês, como norma geral, impom-se, na adaptaçom para luso-brasileiro de um ch original de valor /t∫/, o aspeto gráfico sobre o fónico, de modo que, nesse caso, em lusitano e em brasileiro se adota um ch (com valor /∫/), proceder que também se deve seguir em galego (no qual o ch corresponde ao valor /t∫/ original!); quando o inglês apresenta o dígrafo sh (de valor /∫/), o lusitano e o brasileiro, reproduzindo a fonética original, utilizam, em geral, o x, norma que também deve adotar o galego2. As únicas exceçons significativas a esse respeito som Pt. chuto / Br. chute (que provenhem de ingl. shoot), exceçom que também deve adotar o galego (com fonema /t∫/), e Pt. champô, caso em que o galego deve alinhar com o brasileiro e seguir a norma geral (portanto, Br.+Gz. xampu). Exemplos: Elemento da língua de partida (< fonema na língua original)

Lusitano e brasileiro

Galego

cheroot /t∫/ (< támil /k/)

charuto /∫/

charuto /t∫/

cheque / check /t∫/

cheque /∫/

cheque /t∫/1

chip /t∫/

chip /∫/

chip /t∫/

lunch /t∫/

lanche /∫/

lanche /t∫/

shaman /∫/ (< russo /∫/ < ...)

xamã /∫/

xamám /∫/

shampoo /∫/ (< hindi /t∫/)

champô /∫/ / xampu /∫/

xampu /∫/

shilling /∫/

xelim /∫/

xelim /∫/

sheriff /∫/

xerife /∫/

xerife /∫/2

sherpa /∫/ (< tibetano /∫/)

xerpa /∫/

xerpa /∫/

(to) shoot /∫/

chuto/chute /∫/, chutar /∫/

chuto /t∫/, chutar /t∫/

1. Cf. xeque (v. supra 2.2) 2. Cf. estrangeirismo de origem árabe xerife = xarife (v. supra 2.2).

2

Assimilável a este caso é a adaptaçom em galego-português do trígrafo sch do alemám e do dígrafo sj do neerlandês, que representam o fonema /∫/. Assim, p. ex., neerl. bosjesman → Gz.+Pt.+Br. boxímane ou boximane (em que o x vale /∫/).

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Apêndice

2.4. Manutençom do ch quando a língua de partida é o francês Quando a língua de partida de um estrangeirismo é o francês, impom-se, na passagem para o galego-português, o aspeto gráfico sobre o fónico, de modo que, quando o elemento francês de partida apresenta ch (hoje, com valor /∫/, mas no francês antigo com /t∫/), o luso-brasileiro adota o correspondente galicismo com ch (e valor /∫/), e o galego também com ch, mas com valor /t∫/ (o que, nalguns casos, de facto pode reproduzir a prosódia do elemento lexical originário: v. infra). Exemplos: Elemento da língua de partida (< língua original)

Lusitano e brasileiro

Galego

chalet /∫/

chalé /∫/

chalé /t∫/

chapel /t∫/ (hoje chapeau /∫/)

chapéu /∫/

chapéu /t∫/

châssis /∫/

chassi(s) /∫/

chassi(s) /t∫/

chef /∫/

chefe, chefiar /∫/

chefe, chefiar /t∫/

chauffeur /∫/

chofer /∫/

chofer /t∫/

choc, choquer /∫/ (antigamente, /t∫/)

choque, chocar /∫/

choque, chocar /t∫/

chauvinisme /∫/

chauvinismo /∫/

chauvinismo /t∫/

choucroute /∫/ (< al. /z/)

chucrute /∫/

chucrute /t∫/

douche /∫/ (< it. /t∫/)

duche / ducha /∫/

duche /t∫/

écharpe /∫/ (antigamente, /t∫/)

echarpe /∫/

echarpe /t∫/

rechacier /t∫/ (hoje rechasser /∫/)

rechaçar /∫/

rechaçar /t∫/

ricochet /∫/

ricochete /∫/

ricochete /t∫/

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ASSOCIAÇOM

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DE

ESTUDOS GALEGOS

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