Apostila vertical espeleosocorrismo iv parte i

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ESPELEO VERTICAL AUTO-RESGATE e RESGATE VERTICAL COM MACA

PARTE I

Iporanga - SP 04 a 07 – 12 - 2007 ________________________________________________________________________ IV Jornada de Cursos Brasil-Espanha - 2007

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Introdução

Por meio do convênio que a Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) mantém com a Federação Espanhola de Espeleologia (FEE) está sendo realizada neste ano de 2007 a IV Jornada de Cursos Brasil – Espanha, com o tema Espeleo Vertical: Auto-Resgate e Espeleo Resgate com Maca. Esta jornada realizada no estado de São Paulo, iniciou-se na cidade de Ribeirão Grande nas instalações do Parque Estadual de Intervales durante o IV módulo de formação de resgatistas do Grupamento Voluntário de Busca e Salvamento (GVBS), com a palestra e apresentação do vídeo sobre o abismo Krúbera – Voronya que é o maior abismo do mundo com 2.191 metros de profundidade, e em seguida o curso na cidade de Iporanga na Região do Vale do Ribeira de Iguape. Este evento tem o apoio do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira -

PETAR, do Parque Estadual de

Intervales – PEI, da prefeitura Municipal de Iporanga e da Prefeitura Municipal de Apiaí, Brazilian Ropes e Consejo Superior de Desportes da Espanha.

Como suporte didático foi elaborada a presente apostila, cujo conteúdo apresenta as principais técnicas e instrumentos desenvolvidos no programa formativo, referente às atividades verticais espeleológicas de resgate, bem como a análise dos riscos inerentes e os procedimentos aplicáveis em situações de busca e salvamento vertical.

O

programa

apresentado

mostra-se

em

concordância

com

as

recomendações da Escola Espanhola de Espeleologia – EEE e Comunidade Européia.

Ao contemplar o Vale do Ribeira com esta etapa de cursos, a SBE segue cumprindo sua missão de disseminar o ensinamento da espeleologia pelo Brasil, capacitando espeleólogos e, sobretudo, formando multiplicadores para a preservação do patrimônio espeleológico brasileiro.

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ÍNDICE

1. Técnicas de progressão vertical...............................................................................1 1.1 Vencendo fracionamentos difíceis .........................................................................2 1.1.1 Fracionamentos com pouca corda......................................................................2 1.1.2 Fracionamentos aéreos.......................................................................................2 1.1.3 Pêndulos..............................................................................................................2 1.2 Desvios...................................................................................................................4 1.3 Passando nós.........................................................................................................5 1.4 Mudando o sentido.................................................................................................6 1.5 Progressão horizontal.............................................................................................7 2. Teleféricos (progressão guiada)...............................................................................8 2.1 Tirolesas.................................................................................................................9 2.2 Descenção por cordas grossas............................................................................10 2.3 Terceiro bloqueador (sistema ded alternativo ).....................................................10 2.4 Uso de segurança na descenção.........................................................................11 2.5 Técnicas de instalação e equipamento................................................................12 2.6. Preparando uma exploração...............................................................................12 2.7 Fixações (base da ancoragem)............................................................................13 2.7.1 Fixações ou ancoragens naturais.....................................................................13 2.7.2 Fixações ou ancoragens artificiais....................................................................14 2.7.3 Fixações especiais............................................................................................14 2.7.4 Metodologia da instalação................................................................................15 3 Fator De Queda......................................................................................................16 3.1 Força de frenagem...............................................................................................17 3.2 Nós.......................................................................................................................17 3.3 Triangulações.......................................................................................................20 3.4 Cabeceiras de abismos........................................................................................21 5. Aviso de resgate - espeleosocorro .......................................................................23 6. Técnicas de emergência ( técnicas de fortuna ).....................................................24 7. Bibliografia..............................................................................................................27

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Ficha Técnica

Título original: Técnica y Información en Espeleología, Escola Espanhola de Espeleologia. CD Rom 2000. Tradução e adaptação: Emerson Gomes Pedro (BEC/SBE) Diagramação e revisão de texto: Elvira Maria Antunes Branco (UPE/SBE)

Apostila produzida com autorização da Federação Espanhola de Espeleologia e da Escola Espanhola de Espeleologia, através do Convênio SBE/FEE/EEE. É expressamente proibida sua reprodução. ________________________________________________________________________ IV Jornada de Cursos Brasil-Espanha - 2007

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1. TÉCNICAS DE PROGRESSÃO VERTICAL

1.1.

Vencendo fracionamentos difíceis

Este tópico pretende abordar aqueles fracionamentos mais complexos que por circunstâncias da cavidade ou da instalação, podem dificultar a progressão normal por corda. 1.1.1. Fracionamentos com pouca corda

Podem ser em geral difíceis de passar, ainda mais

quando

apenas

uma corda

para

manobrar, por isso esta situação deve ser evitada procedendo com a correta instalação. A técnica a ser utilizada para ultrapassar fracionamentos deste tipo é a mesma que se usa para passar nós.

Quando chegamos a um fracionamento onde não há corda suficiente para desmontar o descensor, nos aproximamos do nó do fracionamento, deixando

espaço

necessário

para

abrir

o

descensor. Em seguida, colocamos o bloqueador de mão sobre o descensor a uma distância mínima para folgar-mos a corda.

Depois colocaremos o bloqueador de mão por cima do descensor a uma distância mínima para arquearmos a corda por cima do bloqueador com a lounge curta para poder desmontar o descensor. Feito isto e antes de retirar o descensor, ancoramos a lounge longa no fracionamento. Para estas manobras é necessária a ajuda do pedal do blocante de mão. Para desmontar as lounge nos ergueremos sobre o bloqueador de mão e sacaremos em primeiro a lounge curta, em segundo a lounge longa, por último o bloqueador de mão. ________________________________________________________________________ IV Jornada de Cursos Brasil-Espanha - 2007

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Para a subida e devido a ausência de arqueamento, passaremos em primeiro lugar o bloqueador de mão e não o ventral como seria o correto, manteremos duas ancoragens em todo o momento com uma lounge no fracionamento. 1.1.2. Fracionamentos aéreos

Podemos encontrá-los na beira de uma plataforma ou em um trecho a ser vencido. Características comuns a este tipo de fracionamento é que o arqueamento está aéreo e em consequência não existe possibilidade de apoiarmos em uma parede para evitar o pêndulo. Os problemas surgirão durante a descida; ancorando nosso pedal em um

mosquetão

no

fracionamento

superaremos

as

dificuldades sem problemas. Durante a subida estes tipos de fracionamentos não apresentam problemas e são vencidos sem dificuldade.

1.1.3. Pêndulos

Quando nos aproximamos de um fracionamento que se encontra na vertical, o espeleólogo será obrigado a executar diversas manobras tanto durante a subida quanto na descida.

Para a descida, deixaremos o fracionamento um pouco acima do descensor e nunca no final da corda, pois complicaríamos a manobra. Usa-se o Stop (auto-blocante) ou o simple sendo a chave de bloqueio uma opção para evitar o deslizamento.

Logo depois, com auxílio do bloqueador de mão, recolhemos a corda que sobra e nos aproximamos do fracionamento, calculando sempre a altura do descensor. Feito isso chaveamos a lounge curta no fracionamento e procedemos normalmente.

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Para a subida faremos da maneira habitual, ancoramos uma lounge no fracionamento, passando o bloqueador ventral à outra corda, passando por último o blocante de mão. Agora passamos toda a corda que for possível pelos dois bloqueadores, evitando que ao soltar as lounges o arqueamento fique tensionado com o bloqueador ventral formando um ângulo fechado no fracionamento. Assim, depois de ter recuperado toda a corda e o ângulo estiver fechado, recomenda-se que, tendo em vista que o espeleólogo esteja na vertical, passe uma perna sobre a corda, a direita ou a esquerda dependendo de onde se encontre o fracionamento, para suavizar o ângulo de entrada da mesma no bloqueador ventral, auxiliando para que trabalhe corretamente.

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1.2. Desvios

Como o próprio nome diz serve para desviar a corda de sua trajetória. No nosso caso utilizaremos os desvios com a intenção de evitar o roçamento, para alcançarmos uma galeria, ou uma parede ou desviar de uma cachoeira. Na descida, quando estamos acima do desvio, pegamos a corda e a passamos de volta por cima do descensor, procurando não soltar o desvio durante a manobra.

Para subir procedemos da mesma forma, subimos a altura do desvio até o mosquetão, chegando a forçá-lo um pouco para cima, o abrimos, retiramos a corda, subimos mais um pouco e voltamos a introduzir a corda no mosquetão do desvio por baixo do bloqueador ventral, procurando não soltar o desvio durante a manobra.

1.3. Passando nós

Encontramos nós inevitáveis na corda de progressão por ter de dividí- la, isto pode atrapalhar a progressão da exploração, assim como deteriorar a corda.

Para descer, baixamos até o nó de trava da polia e baixamos até o nó para que não enrosque na polia superior do descensor.

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Colocamos os dois bloqueadores por cima do descensor e nos ancoramos ao nó com a Lounge curta. Desmontamos o descensor e o montamos abaixo do nó, o mais próximo possível, bloqueando-o com uma chave de segurança. Depois retiramos a Lounge do nó, ergueremos com o pedal e retiramos o bloqueador ventral, suspendendo e retirando o descensor. Por último, retiramos o bloqueador de mão, desbloqueamos o descensor e continuamos a descida.

Devemos manter os bloqueadores o mais próximos possíveis do nó. Uma forma mais simples será realizar os mesmos passos sem colocar o bloqueador ventral. Nos asseguramos com a Lounge longa no nó e clipamos diretamente a Lounge curta na corda, por cima do bloqueador de mão, cuidado para não subi-lo muito, e continuaremos a manobra.

Para ascender ancoramos a Lounge na base do nó. Minimizamos a distância entre os bloqueadores, passando o bloqueador de mão acima do nó, subimos um pouco mais com o bloqueador ventral. Em seguida, apoiando sobre o pedal, desmonte o bloqueador ventral e recoloque acima do nó . Retiramos a Lounge e continuamos a ascenção.

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1.4. Mudando o sentido

Por

qualquer

motivo,

durante a progressão por corda, podemos nos ver obrigados a mudar de sentido.

De

descenção

a

ascenção: bloqueamos o descensor e colocamos o bloqueador de mão na corda, calculando o quanto podemos elevar-nos na hora de passar nós. Uma vez passados, colocamos o bloqueador ventral na corda entre o bloqueador de mão e o descensor, depois desmontamos o descensor e começamos a ascenção. Não soltaremos a Lounge de segurança do bloqueador de mão.

De ascenção a descenção: o primeiro passo é montar o descensor por baixo do bloqueador ventral, bloqueando-o; depois colocamos o pedal no bloqueador de mão e retiramos o bloqueador ventral; neste momento estamos seguros ao descensor, assim podemos retirar o bloqueador de mão; é importante ter em conta que a distância entre o bloqueador ventral e o descensor seja mínima, pois ao desmontar, o bloqueador ventral irá descer até o descensor rapidamente e poderemos deixar a Lounge do bloqueador de mão tensionada.

1.5. Progressão horizontal

Este tipo de instalação se utiliza para progredir horizontalmente por uma parede compostos por distintos pontos de ancoragem, unidos por elos de corda. Podemos

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encontrar os longos e os escalonados. As manobras para progressão são as seguintes: Na descenção: no primeiro ponto de ancoragem

que

passamos,

desmontamos o descensor como se estivéssemos em um fracionamento. Uma vez seguros na ancoragem podemos seguir a progressão usando a Lounge. As duas lounges irão se alternando ao longo das passadas nas ancoragens. Se por características da fenda, precisar usar o bloqueador de mão para progredir, introduziremos um mosquetão em um dos buracos superiores; desta forma conseguiremos trabalhar corretamente. Para ancorar o bloqueador pode se utilizar um par de mosquetões intercalados nas Lounges

Na ascenção : desbloqueamos as ferragens, quando seguros a uma Lounge, em um fracionamento. Para a progressão nos fracionamentos procedemos como explicado no item anterior.

Atenção: Em todo o momento estamos ancorados na corda por uma Lounge, utilizando a outra para realizar a troca de um lance para outro. Para a descenção usaremos o modo alavanca sobre a parte superior do descensor.

2.6. TELEFÉRICOS (PROGRESSÃO GUIADA)

Utilizaremos este tipo de instalação quando nosso objetivo for vencer um importante desvio na trajetória vertical, como para evitar lagos ao final de um poço ou para acessar galerias sobre um poço. Os teleféricos são constituídos por duas cordas, um na corda de progressão (sem fracionar) e outra no teleférico

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em si; esta segunda corda está ancorada e com baixa tensão entre o ponto de partida e de chegada.

Tanto na subida quanto na descida, faremos o uso habitual de nossos equipamentos e da corda de progressão, lembrando de ancorar uma Lounge na corda do teleférico; nossa progressão se dará na corda sob tensão. A ascenção por este tipo de instalação resulta em algo mais fatigante que a ascenção em condições normais.

2.7. Tirolesas

São instalações constituídas por uma corda ancorada por um dos extremos. Existem várias utilizações para as tirolesas, desde evitar um lago ou um poço, até para transportar materiais por locais difíceis.

A progressão por tirolesas é totalmente aérea. Avançamos perfeitamente com um par de mosquetões ancorados diretamente ao maillón da cintura, ainda assim temos a polia que pode ser usada para reduzir o esforço. Se a tirolesa tiver inclinação na ascenção podemos usar o bloqueador de mão para ajudar a subida, bem como evitar a descida. Fazemos colocando o bloqueador na corda e ancorando no buraco superior do bloqueador. Se usarmos bloqueador de pé, a ascenção será mais fácil, se não tivermos bloqueador de pé, podemos usar o descensor como bloqueador, introduzindo a corda entre as polias e usando o pedal ancorado como descensor e desviando-o com um mosquetão ancorado ao mosquetão da cintura, para aproveitar ao máximo o esforço realizado. Se na descenção a tirolesa for inclinada atuaremos como descrito anteriormente com o descensor entre as polias, nos ancoramos com uma Lounge e avançaremos com um mosquetão.

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2.8. Descenção por cordas grossas

Para cordas grossas, de tamanho superior ao normal, usa-se o descensor em ´´C´´. Este método baseia-se em utilizar o descensor de maneira que a corda entre pela direita na polia inferior, suba até a superior diretamente, saindo pela direita da polia do descensor, podendo se utilizar um mosquetão como freio ou um nó. Se a pessoa for canhota deve-se inverter o sistema de montagem. Em cordas largas a utilização deste método pode ser perigosa, pois a medida que descemos a corda fica mais leve, dificultando o freio.

Atenção: Deve-se ressaltar que a tração forte desde baixo até um fracionamento inferior pode romper o descensor, visto optar por usar este método desejamos o mínimo de fracionamentos aos espeleólogos.

2.9. Terceiro bloqueador (SISTEMA DED ALTERNATIVO) O uso do bloqueador de mão e ventral para a progressão por corda, exige sempre a utilização de uma Lounge de segurança entre o bloqueador de mão e a cadeirinha, na falta do bloqueador ventral, supondo que deslize da corda ou outra situação, o ________________________________________________________________________ 13 IV Jornada de Cursos Brasil-Espanha - 2007

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sistema DED alternativo é uma modalidade de ascenção por corda que difere do sistema de bloqueador de pé que pode ser esquerdo ou direito, de acordo com a preferência. Algumas pessoas escolhem o pé direito alegando este ser mais forte, outros usam o esquerdo, sendo o direito para pequenos ressaltos e como tração principal, utilizando a esquerda quando o esforço exige. As pessoas canhotas devem inverter estes passos. Alguns bloqueadores dão a possibilidade de trabalhar com ambos os pés, graças a uma cinta acessória que os une. Este sistema facilita algumas manobras (ascenção em fendas estreitas, passagem de fracionamentos, melhora o rendimento e permite uma alternância de esforços entre os ascensores.)

2.10. Uso de segurança na descenção

Quando não se utilizam descensores autoblocantes, o uso de equipamentos de segurança na descenção é aconselhado. As manobras com este tipo de descensores são mais lentas e trabalhosas, além do mais usa-se um equipamento a mais. Os fabricantes não recomendam sua utilização com cordas de baixo diâmetro.

A segurança vai sempre acima do descensor e estará preso ao maillón da cadeirinha de espeleo através da Lounge longa. Durante a descenção o conduziremos desbloqueado, preso a um cordin de disparo, sobre tensão aperta-se o gatilho. No caso de termos um descensor auto-blocante não necessitamos de equipamento adicional. Para isso devemos utilizá-lo corretamente e saber que um descensor auto-blocante nem sempre freia (corda nova, fina ou com barro). Devemos sempre apertar o gatilho de destrava para descer, evitando assim ________________________________________________________________________ 14 IV Jornada de Cursos Brasil-Espanha - 2007

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deteriorar o equipamento e a corda. Se necessário faremos uma chave de bloqueio para permanecer estático em um ponto - com experiência escolheremos entre uma ou outra técnica. 3. Técnicas de instalação e equipamento

As técnicas de instalação são um conjunto de conhecimentos e materiais que tem por objetivo levar a campo um equipamento rápido, cômodo e seguro para nós e nossos companheiros. 3.1. Preparação de uma exploração

Antes ou depois de equipar uma cavidade, conhecida ou não, temos de realizar um ritual tão detalhado que demonstra sua complexidade.

Antes de uma exploração deve-se : •

Revisar minuciosamente a ficha técnica e a topografia da caverna (se existirem);

Buscar informações sobre seu funcionamento hídrico, assim como das previsões meteorológicas a curto prazo;

Revisar as cordas, observando o estado da capa e comprovando a continuidade da alma, passando os dedos por ela;

Colocar sempre nós no final da corda da instalação, assim como nos pedaços;

Organizar o material por função e ficha técnica, numerando as sacolas e detalhando seu conteúdo;

Se não conhecemos a caverna, devemos alternar entre pedaços longos e curtos de corda;

Revisar a bolsa de instalação: batedor, pinos, etc...;

Preparar placas e mosquetões variados;

Levar chaves de instalação;

Colocar os cordins e fitas separados das cordas de progressão;

Limpar restos de barro e engraxar os mosquetões, de preferência com trava.

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Em algumas instalações por exemplo, desviadores, é conveniente a utilização de mosquetões sem trava;

Depois da instalação deve-se: •

Lavar as cordas com água abundante, a frio, sem lavadora e sem sabão;

Secar as cordas, cordins e fitas em local ventilado e na sombra;

Lavar as ferragens para arrancar o barro e o óxido, secando e engraxando-o;

Revisar, uma vez seco, os possíveis defeitos do material, descartando tudo aquilo que ofereça duvidas;

3.2. Fixações (base da ancoragem)

As fixações são os elementos naturais ou artificiais nos quais instalaremos a corda, através de elementos auxiliares (chapeletas, mosque tões, etc...). Podemos distinguir claramente os grupos de fixações em naturais e artificiais. 3.2.1.

Fixações

ou

ancoragens naturais São as árvores, ressaltos, pontas

de

formações

rocha,

gretas,

estalagmíticas,

etc.; ou seja, todo aquele elemento natural que pode se tornar uma ancoragem através de cordins, fitas, chapeletas, etc...; tendo em vista que estejam em local adequado e ofereçam segurança e solidez, seu uso se justifica para economizarmos tempo e material. Os cuidados a tomar são muitos: no caso da ancoragem em árvore, temos que fazêla o mais próximo possível do solo para evitar que aconteça deslocamento desta. Temos de estar certos de que nossa ancoragem é segura, que seja uma árvore robusta e forte. Quantos aos pontos de rocha, fissuras ou saliências, temos de comprovar o estado da rocha e a possibilidade de existirem fraturas. Nas formações estalagmíticas, temos que nos assegurar que a base seja sólida (ausência de barro ________________________________________________________________________ 16 IV Jornada de Cursos Brasil-Espanha - 2007

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ou sinais de decomposição). O uso deste tipo de fixação é algo que se aprende com a experiência e, em caso de dúvidas devemos optar por fixações artificiais. 3.2.2. Fixações ou ancoragens artificiais

Diversas são as opções que existem no mercado, chapeletas, buchas, químicos, etc., é impossível que haja uma situação que não possa usar algum tipo de fixação.

3.2.3. Fixações especiais

Damos este nome devido a especificidade da fixação ou do tipo de estrutura que ancoramos. A maioria das instalações são feitas em carbonato, mas devemos conhecer as instalações em o utro tipo de rocha. Gesso e salitre: normalmente, neste tipo de material será necessário equipar a montanha com chapeletas largas de montanhismo, tipo universal, o mesmo utilizado em cumes e maciços. Existem também no mercado buchas expansivas de corpo duplo, parabolts y químicos, especiais para materiais moles, não sendo 100% eficazes. Para instalá-los é necessário usar a broca. Faremos sempre instalações duplas ou triplas de acordo com o necessário.

As ancoragens naturais também são um recurso neste tipo de rocha: grandes blocos, pontas de rocha e formações, etc.

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Glacial: utilizaremos material específico para gelo.

Rocha vulcânica: Fixações normais. ]3.2.4.

Metodología da instalação:

Para as instalações levam-se em conta : •

As irregularidades da rocha não devem formar calombos nem na chapeleta, nem no mosquetão, o encaixe deve ser correto e uniforme em toda a superfície.

Deve se evitar sempre que o nó fique roçando na rocha.

Os acessos devem ser cômodos a operação, buscando trechos entre 25 a 30 metros.

• •

Evitar a queda de pedras e água.

Na utilização de chapeletas, estas devem ser colocadas de acordo com o ângulo de tração.

Guardar distância mínima de 30 a 40 cm entre os fixadores instalados.

Ao ancorar com fitas em fixadores naturais devemos sempre assegurar que a corda ficará sobre ele.

3.3. FATOR DE QUEDA Compreendemos este conceito claramente, assim como a sua aplicação apropriada. O fator de queda é o valor resultante da distância da queda em relação ao ponto de ancoragem, por exemplo entre o comprimento da corda e seu ponto de travamento.

Fator de queda Fc = Distância da queda / Comprimento do cabo que absorve o choque Este valor teórico varia entre 0 e 2. ________________________________________________________________________ 18 IV Jornada de Cursos Brasil-Espanha - 2007

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Fator de queda 1

Quando caímos da mesma altura em que se encontra a ancoragem e nós somos parados por ela, nós estamos produzindo uma queda do fator 1. As cordas semi-estáticas em espeleologia podem suportar fator de queda 1 no máximo. Em ensaios de resistência de cordas a choques no ponto de ancoragem e peso sobre os nós, estas cordas podem resistir a várias quedas fator 1. Quando um espeleólogo sofre esta queda usando um bloqueador, provoca danos na corda. Por tanto recomenda-se sempre que qualquer instalação tenha um fator de queda o mais próximo possível de 0. Fator de queda 2 Quando a queda ocorre de uma altura maior que a ancoragem e igual a longitude da corda que nos une, produzimos um fator de queda 2; por exemplo um escalador que sai de sua base para progressão e cai sobre ela. 3.4. Força de frenagem

Quando se cai, a energia ciné tica da queda é absorvida por todos os elementos ancorados (corda, chapeletas, mosquetões e massa muscular e óssea do espeleólogo, transformando-se em calor e deformação.

A força do choque do freio é a força máxima que gera uma massa em queda quando é interceptada por um elemento de segurança e transmitido a todos os outros elementos.

A força de freio varia de acordo com o tipo de corda; isto é, em uma corda estática a força de freio será grande, pois se deforma menos que uma corda dinâmica e absorve menos energia que esta, transmitindo mais energia ao espeleólogo e provocando em consequência mais lesão e mais esforço no restante das ancoragens. As cordas dinâmicas, por seu desenho e confecção dão lugar a valores ________________________________________________________________________ 19 IV Jornada de Cursos Brasil-Espanha - 2007

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menores que a força de freio e a absorção de energia é muito maior que nas semiestáticas.

3.5. Nós

A importância deste capítulo é enorme, pois cada nó retira certa resistência da corda. Quando nós estamos nos equipando e, fazendo nós temos que seguir estes conselhos: •

Usaremos somente nós que tenham sido comprovados por testes de laboratório, conhecidos seu limites de tração e sua resistência residual, que é a sua resistência após ter feito o nó;

A tração limite dos equipamentos que serão utilizados;

Em regra geral, as alças dos nós nos fracionamentos serão pequenas, para que se passe o mosquetão. Os nós mais usados na espeleologia são: o nove, o

oito, o papillón, o as de guia, o ballestrinque, e o pescador duplo e o nó de fita, incluindo suas variantes. Um segundo grupo compõem os nós aplicados nas técnicas de fortuna, como o Prussik e o Machard, nó dinâmico, aplicável a sistemas seguros.

Nos centraremos principalmente nos nós de instalação.

Nó nove: é o que proporciona maior resistência residual (cerca de 70%). Consome 10% mais de corda que o oito. Utilizado em cabeceiras de abismos e fracionamentos. Nó oito: é o mais utilizado, pois sua resistência residual está em torno de 55% e sua confecção é mais fácil do que o nove. Usamos em cabeceiras de abismos, fracionamentos que como nó para unir duas cordas. O oito duplo resulta em um nó extremamente útil quando temos ancoragens próximas.

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Nó oito triplo: utilizado para unir cordas. Fácil de fazer e desfazer, requer pouca corda para confecção e é mais resistente que o oito. Pode ser feito em cordas de 8 a 10 mm de diâmetro.

Papillón: usamos este nó como um amortecedor na ancoragem; sua função é absorver parte da energia que se produz na queda, diminuindo a força de freio. Sua resistência residual está em torno de 54% e usa-se normalmente em progressões horizontais. As de guía o bulin (denominação derivada do inglês bowline): nó clássico, existe ao menos 8 formas de fazê-lo, mas cuidado, tem de conhecer a forma de trabalho. Sua resistência residual é de 52%, com alça dupla alcança resistência de 53%, igual ao 8 duplo, pode ser usado em ancoragens em Y.

Nó de pescador doble: Utilizaremos para unir cordas. Seu inconveniente é que é difícil de desatar. Sua resistência residual é de 56%. ________________________________________________________________________ 21 IV Jornada de Cursos Brasil-Espanha - 2007

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Ballestrinque: É o pior dos nós expostos aqui, tem resistê ncia residual em torno de 50%. Nó de cinta: Nó para fitas planas. Nó de final de corda: Pode ser desfeito por um simples movimento da corda.

3.6. Triangulações

O uso de mais ancoragens para sustentar carga em uma mesma corda, tem o nome de triangulação. Sua utilização é mais vantajosa e segura que as ancoragens simples e está especialmente indicada para aqueles casos em que acha duvida sobre a possibilidade de roçar a corda na rocha.

Para montar uma triangulação podemos utilizar um anel de corda, na mesma corda de progressão. Oito simples, duplo ou as de guia duplo.

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3.7. Cabeceiras de abismos

Devem ser instalações sólidas, com o mínimo de pontos de segurança, um principal e um segundo de Backup, para qualquer diâmetro de corda. Recomenda-se que o arco de corda seja o mínimo possível. Em geral, a segunda ancoragem sempre estará acima da primeira, de forma que asseguramos um fator de queda mínimo em caso de falha da ancoragem principal. Se a rocha for de má qualidade utilizaremos ancoragens múltiplas.

Sempre

que

queremos

equipar

um

abismo,

observado previamente, limpa-se o caminho de pedras, busca-se acesso mais cômodo, equipa-se a via por onde existam menos rochas e por onde seja possível um maior trecho vertical. Atentando-se para livrar a instalação de possíveis águas de cheias.

4. Aviso de resgate - Espeleosocorro

É necessário pedir ajuda externa no caso de acidente ou incidente, o companheiro que irá fazer o alerta coleta os dados que serão solicitados para soar o alarme: a) Dados pessoais: Nome do ferido, local de chamada e telefone de contato, dados do acidentado (nome, idade, se é federado e a qual grupo pertence), dia e hora da entrada na caverna e tipo de exploração. b) Dados da caverna: Local do acidente (cidade, povoado), nome da caverna, profundidade, percurso, trechos de dificuldade, sifões, tempo até o acidentado, tipo de instalação de fendas, rios, tempo de chegada na cavidade, coordenadas. c) Dados do acidente: local e hora do acidente, situação atual do ferido.

Esta informação facilitará a atuação dos grupos de resgate.

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5. Técnicas de Emergência ( Técnicas de Fortuna )

Indicaremos diversas técnicas que nos permitirão sair de uma cavidade quando ocorrem imprevistos ou nos falta algum dos elementos do equipamento individual.

Antes de tudo estas técnicas de emergência só devem ser utilizadas em uma eventualidade ou simulações, não devendo ser utilizadas para progressão ou exploração da caverna. Arnés de cintura: é possível sua substituição por um simples cordin ou pedaço de corda da instalação formando um caracol fechado com um nó e colocando-o na cintura. Arnés de peito : pode se dar uma solução similar a proposta anteriormente.

Delta : pode-se substituir um mailón "delta" por um mosquetão com segurança.

Bloqueador de mão: pode ser substituído por um nó auto-blocante. Estes só podem deslizar pela corda tendo seu peso aliviado; por ser mais fácil de afrouxar o machard com mosquetão é o mais recomendável, sempre e quando o temos disponível para isso.

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Bloqueador ventral: Caso o que tenha de ser substituído seja o bloqueador ventral, por segurança e comodidade podemos instalar em seu lugar o bloqueador de mão e substituir este por qualquer um dos nós anteriores.

No caso de faltar ambas as peças, em substituição do bloqueador ventral, utilizaremos um nó auto-blocante com mosquetão que está no desenho a seguir, mesmo que trabalhoso de manusear, oferece uma maior segurança, tendo em vista que estamos na corda de progressão, dispensando o cordin de menor diâmetro.

Descensor: É substituível por um mosquetão, de preferência com trava, sobre o qual faremos um nó italiano e dinâmico, tendo em conta que o cabo que sai do mosquetão nos servirá para regular a velocidade da descida, tendo cuidado com a rosca do mosquetão pelo risco que acarreta no roçar da corda. Podem utilizar-se também para descenção, placas de freio.

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Lounges: Na sua falta pode usar-se dois, três ou quatro mosquetões a partir do delta com segurança em um fracionamento, tiroleza, derivações.

7. BIBLIOGRAFIA

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LUSARRETA FERNÁNDEZ, J. J. y cols.: Descenso deportivo de cañones (Apuntes del I Curso Estatal para monitores e instructores). Federación Española de Espeleología, Barcelona 1993. MARBACH, G.; ROCOURT, J. L.: Téchniques de la Spéléologie Alpine. TSA. Chorance (Francia) 1980. MENJÍBAR, J.L.; PALACIOS PÉREZ, S.: Apuntes sobre técnicas de Espeleosocorro. Federación Española de Espeleología. Barcelona 1995. ROBLES

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