7 Inimigos da Família é um presente para seu casamento e família e vem do coração de um pastor e conselheiro com vários anos de experiência. Este livro aponta sete inimigos mortais da família, e oferece ferramentas simples, poderosas e eficazes para vencê-los. Através do uso de linguagem clara e humor, o Pastor Hernández nos ajuda a lutar contra inimigos comuns como a falta de comunicação, ciúmes, e má gestão das finanças, e equipa-nos para construir lares mais felizes. Projetado para aqueles que já são casados, assim como para aqueles prestes a embarcar nessa nova jornada juntos, este livro oferece exemplos práticos e actividades no fim de cada capítulo para melhorar relacionamentos. Por que lutar contra esses inimigos sozinho? Conquisteos com a ajuda de Deus e com a assistência especializada oferecida nesses guias do mundo real.
7 INIMIGOS DA FAMÍLIA E COMO CONQUISTÁ-LOS
Ninguém se casa a imaginar que vai acabar por se divorciar. Quando somos jovens apaixonados acreditamos que nosso amor é invencível, mas não precisamos ir muito longe para ver vidas próximas a nós que foram tocadas pela dor de relacionamentos quebrados.
ROGER HERNÁNDEZ
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INIMIGOS DA
FAMÍLIA E COMO CONQUISTÁ-LOS
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PUBLISHING CO.
7 INIMIGOS DA FAMÍLIA E COMO CONQUISTÁ-LOS Roger Hernández Copyright © Africa Publishing Company 2012
AFRICA PUBLISHING COMPANY PO Box 111, Somerset Mall, 7137, África do Sul Tel: +27 (0)21 8527656 Cell: +27 (0)83 5704585 Fax: +27 (0)86 5022980 Email: info@africacopublishing.com Distribuição Exclusiva em Angola pela Casa Publicadora Angolana Teixeira da Silva, Cidade Alta, Huambo, Angola +24424120417 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A menos que indicado, todas as passagens da Bíblia Sagrada estão na versão João Ferreira de Almeida Atualizada. Todos os direitos reservados. Usado com permissão. Reprodução total ou parcial, por qualquer forma ou meio, é proibida. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pelo Código Penal. ISBN: 978-1-920579-26-5 Editoração: Marcos Cruz Edição: Cindy Hurlow & Deborah Calixto Traduzido por: Caroline Santos & Lidia Akal Diagramação e projeto gráfico: Kelly Ndiku, Gill Howard & Talene van Wyk Selecção de imagens: Sue Neumann Publicado na África do Sul
Dedico este livro a: Minha querida esposa, Kathy
Por causa de seu amor, sou quem sou.
Meus queridos filhos
Vanessa, Jonathan, Yessenia e Deisy. Por me trazerem a maior alegria que um ser humano jamais poderia experimentar.
Minhas fiéis igrejas
Capital, Central, Silver Spring, Lawrence, Viena, Rosehill, Herndon, Annandale, Leesburg, The Rock, Hillsboro, Beaverton e todas aquelas que Deus desejar me conceder. Ao meu querido rebanho e membros das igrejas que fazem de meu ministério o que hoje é.
Meus três amigos mais chegados
José Cortés Jr., José Javier Colón e Walter Pintos. Assim como o amor de Deus, o amor de vocês tem sido incondicional.
Meus queridos pais
Pascual e Ana Obrigado por me ensinarem os caminhos do Senhor e Seu ministério.
Meu Deus e Salvador, Jesus
O que seria de mim se não tivesse me alcançado? Graças a Deus, porque não sei a resposta a essa pergunta.
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ROGER HERNÁNDEZ
INIMIGOS DA
FAMÍLIA E COMO CONQUISTÁ-LOS
ÍNDICE Introdução: Os inimigos de João e Belinda
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INIMIGO UM Negligência aos aspectos espirituais de sua vida
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INIMIGO DOIS Falhas de comunicação
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INIMIGO TRÊS Conflito com os sogros
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INIMIGO QUATRO Crianças negligenciadas
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INIMIGO CINCO Ciúme
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INIMIGO SEIS Instabilidade financeira
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INIMIGO SETE Não entender as necessidades do outro
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Conclusão 121
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INTRODUÇÃO OS INIMIGOS DE JOÃO E BELINDA
João e Belinda estavam a caminho do escritório de um advogado para assinar os papéis de divórcio. Com os olhos cheios de lágrimas, de ódio e amargura, estavam determinados a acabar com o que havia começado cheio de carinho e promessas de amor. A caminho de seu compromisso com o "destino", uma onda de lembranças do que havia acontecido em seus quatro anos de casamento veio às suas mentes. Não havia nenhuma dúvida sobre isso: a magia havia terminado. João nasceu em uma família pobre, e, junto com seus cinco irmãos, tinha aprendido desde cedo a apreciar a refeição de cada dia, já que ninguém sabia se haveria alguma coisa para comer no dia seguinte. Seu pai não era o melhor exemplo. Gostava de tomar uma ou duas bebidas por dia, e era responsável por desperdiçar o dinheiro da compra de alimentos. Além disso, não era muito afetuoso com João. Raramente o parabenizava por suas realizações acadêmicas ou por seu desempenho nos esportes. Às vezes, até abusava fisicamente de João. Muitos dos desentendimentos que aconteciam em casa terminavam em insultos e golpes destinados à mãe de João. A mãe nunca falava muito. João a via sofrer em silêncio. Muitas vezes via seu pai sair de casa, gritando e batendo a porta. João prometeu a si mesmo que quando fosse um adulto com sua própria família, as coisas seriam diferentes. Não seria como seu pai. Eventualmente, à medida que João atingia a adolescência, a escassa comunicação que mantinha com seu pai, desapareceu. Cada vez que o via, João sentia uma estranha sensação no estômago; às vezes começava
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a pensar que realmente odiava seu próprio pai. A formatura da escola e a ida para a universidade foram um alívio para João – uma oportunidade para esquecer. Foi na faculdade, na idade de apenas 20 anos, que conheceu Belinda. Belinda veio de uma família de classe média alta, onde todos eram muito próximos. Seus pais não eram os mais ricos do bairro, mas não passavam necessidades. Mantinha as fotos e vídeos de todas as férias que passaram juntos em família. Algumas de suas lembranças mais especiais da infância foram à mesa de jantar. Seu pai reunia todos em volta da mesa. Belinda, seu irmão, sua mãe e sua avó, que morava com eles, oravam antes de comer. A hora do jantar era um tempo de compartilhar com a família. Como Belinda se sentia feliz depois do jantar, quando a família limpava a mesa, levava os pratos para a cozinha e continuava a conversar na sala de estar. Belinda se deleitava em saber que seus pais eram seus amigos e que poderia compartilhar-lhes qualquer coisa que acontecesse em sua vida, boa ou ruim. Belinda os amava muito, e o fato de saber que a amavam também, e de que não tinham medo ou vergonha de expressar o seu amor um pelo outro, mesmo em público, lhe dava segurança. Seu pai era tão carinhoso e amoroso que às vezes constrangia sua esposa na frente de seus amigos quando dizia que a amava. A família era dona de uma loja de sapatos onde o pai de Belinda lhe havia ensinado tudo o que sabia sobre o negócio. Também disse à Belinda que ela e seu irmão assumiriam os negócios da família quando eles tivessem idade o suficiente. Embora Belinda estivesse interessada em estudar Medicina Veterinária, não queria decepcionar seus pais, assim escolheu estudar Administração de Empresas na universidade. Foi lá que conheceu João. Foi amor à primeira vista. João ficou impressionado com as confiantes contribuições de Belinda nas discussões em classe. Belinda, por sua vez, tinha sido atraída ao espírito independente de João. Quando João perguntou se Belinda gostaria de sair pela primeira vez, Belinda não hesitou. A partir de então,
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as portas de um novo mundo se abriram. Belinda ficou surpresa com a maneira em que João planejava de um momento para o outro estar com ela, enquanto João admirava a maneira sistemática em que Belinda organizava sua vida. E, apesar das notas de Belinda serem muito melhores que as suas, João não se sentia incomodado, a coisa mais importante era que estavam juntos. Em uma noite estrelada, João perguntou se Belinda gostaria de ser sua namorada. Belinda aceitou, mas estava preocupada com o que seus pais diriam. Ela havia conversado com seus pais sobre João e a reação não tinha sido positiva. O fato de que os pais de João haviam se separado e que não havia falado com seu pai há anos foram motivos suficientes para que os pais de Belinda se preocupassem. Por outro lado, quando a mãe de João havia descoberto sobre o romance de seu filho, ficou encantada, sentindo-se certa de que Belinda seria uma boa companheira para seu filho.
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Durante o namoro, tudo parecia como num sonho. Claro, tiveram alguns pequenos problemas. Foi Belinda que os identificou primeiro. Belinda percebeu que João, às vezes, ficava chateado se saísse sem lhe dizer para onde estava indo. João sempre se defendia com um sorriso dizendo: “Aquele que ama, sente ciúmes”. Para João, alguns dos hábitos de Belinda, como as conversas diárias no telefone com os seus pais, pareciam estranhos. Às vezes, queria surpreendê-la com um jantar espontâneo, mas Belinda cancelaria devido a compromissos familiares. Isso irritava João, assim como as frequentes reuniões de família que tinham de comparecer. Quando a acompanhava, era só para agradá-la. João começou a inventar desculpas para não comparecer e deliberadamente planejava outras atividades no mesmo dia, fazendo-a escolher entre ele e sua família. Essa situação levou a mais de um desentendimento. Foi durante uma briga que João ficou tão furioso que abusou verbalmente de Belinda. Ninguém nunca havia gritado com Belinda de tal maneira – a experiência a abalou. Belinda sentiu que seria melhor se terminassem o seu relacionamento. No entanto, algumas horas mais tarde, João a presenteou com um lindo buquê de flores e um chocolate em forma de coração. Devido à essa demonstração de arrependimento, Belinda o perdoou. Uma semana depois, no Dia dos Namorados, o dia do amor e romance, João a pediu em casamento e Belinda aceitou. O casamento seria um evento deslumbrante. No entanto, como é de comum
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costume, havia muita tensão. Para começar, a família de Belinda se encarregou de planejar o casamento. João se incomodava com o fato de que suas ideias não eram bem recebidas e de que o pai de Belinda havia feito todos os preparativos, assim como a compra das passagens para a lua de mel. João gostaria de ir para o Havaí, mas os seus sogros insistiram em uma viagem a bordo de um cruzeiro assim como fizeram quando se casaram. Outro ponto de atrito foi a recepção. Embora ambos fossem cristãos e frequentassem os cultos da igreja, Belinda era muito mais comprometida do que João. Quando criança, João nunca tinha tido um culto familiar. Sua família participava dos cultos da igreja ocasionalmente, mas sempre chegavam tarde e saíam mais cedo. Belinda tinha se envolvido em atividades da igreja desde pequena. Cantava, participava dos programas de teatro de jovens, e liderava um estudo bíblico de universitários cristãos. Na sua opinião, não deveria haver dança ou bebidas alcoólicas na recepção. João discordava. Tinha muitos amigos não-cristãos com quem gostava de beber uma cerveja de tempos em tempos. “Uma cerveja de vez em quando não é uma coisa ruim”, argumentava João. No entanto, após uma longa discussão, concordaram que não haveria álcool na recepção, mas que a dança seria permitida depois das dez horas. Quando o dia do casamento finalmente chegou, um lamentável
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desentendimento ocorreu. Alguém havia secretamente adicionado rum ao suco que seria servido na recepção. Nenhum dos parentes de Belinda ficou até o final da recepção. Quando estavam de saída, os olhos de Belinda se encheram de lágrimas e o estômago de João se embrulhou de raiva. Ninguém falou sobre o incidente. Os problemas mais graves começaram imediatamente após o casamento. Belinda começou a ver mudanças em seu marido. As fraquezas que Belinda havia percebido em seu caráter se tornaram mais evidentes. As frequentes mudanças de planos de João e incapacidade de terminar o que iniciava começou a incomodá-la. Belinda também se sentia mais e mais frustrada porque João não visitava seus pais com ela e, às vezes, falava indelicadamente sobre eles. Quando a mãe de Belinda telefonava para a casa para falar-com ela, João dizia que sua esposa não estava, apesar de não ser verdade. As brigas se tornaram mais e mais frequentes e as frustrações cresciam a cada dia que se passava. Não conseguiam chegar a um consenso. Quando se desentendiam, João ficava tão enfurecido que jogava objetos pela casa e batia a porta quando saía. Uma vez, Belinda disse-lhe que se arrependia de ter se casado com ele. João perdeu a paciência. Agarroulhe pela garganta, quase sufocando-a. Claro, algumas horas mais tarde, retornou, com um forte cheiro de álcool, mas carregando duas dúzias de rosas. Belinda permitiu que entrasse, mas sentiu que seu amor estava se transformando em um sentimento de pena. Assim como Belinda, João também se sentia inquieto. Por exemplo, queria passar os finais de semana juntos, mas Belinda não perderia os cultos da igreja. João também notou que Belinda havia mudado quando se tratava de intimidade. Não faziam sexo regularmente, e quando faziam, era monótono e sem paixão. Na mesma época, uma das colegas de trabalho de João começou a mostrar-lhe interesse, e, pela primeira vez, se sentiu atraído por alguém que não fosse sua esposa. Contra seus princípios, João se tornou amigo dessa mulher, motivado pela forma como ela o fazia se sentir. A mulher
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o aceitava como era. Em uma tarde, antes de sair do escritório, João a beijou e foi imediatamente consumido por culpa. João prometeu a si mesmo que nunca mais faria isso. A chegada de João em casa era uma constante fonte de conflito e tensão. Belinda estava frustrada com a sua irresponsabilidade e sempre lhe dizia isso. Para João, parecia que nada que fazia a agradava, e começou a passar longas horas no trabalho. Semanas se passaram sem nenhum contato pessoal íntimo entre João e Belinda, com exceção de alguns breves encontros sexuais. Uma tarde quente de agosto, a bomba que haviam criado explodiu. João recebeu um telefonema de sua sogra, durante o qual a sogra o repreendeu por maltratar sua filha. João estava furioso! Atirou o telefone e qualquer outro objeto ao seu alcance para longe. Belinda o encontrou bêbado ao chegar em casa, tentou fazê-lo se assentar e acalmá-lo para compartilhar a notícia que mudaria suas vidas. “João, estou grávida!”
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João ficou chocado. “Grávida? Como posso ser pai?” – pensou João. Sem uma palavra, foi para a casa de seu amigo Manoel, e não retornou até o dia seguinte. Belinda tinha esperança de que a chegada do novo membro da família melhoraria as coisas, mas não foi bem assim. O que era para ser uma boa notícia, desencadeou mais problemas. Desde o início, o casal havia lutado para administrar as suas finanças, e a chegada do bebê colocava um novo peso sobra a sua instabilidade financeira. Belinda repreendeu João por não ganhar o suficiente para sustentar a família. João pensou que seria melhor pedir a falência. Estavam cansados dos constantes telefonemas de seus credores, e, entre os cinco cartões de crédito, deviam mais do que o equivalente a três meses de salário. Seus problemas financeiros eram o resultado direto de má administração, uma vez que tinham perspectivas muito diferentes sobre dinheiro. João desperdiçava seu salário em álcool e equipamentos eletrônicos, como rádios e computadores. Todo mês, comprava um novo item para sua coleção no cartão de crédito. “Quando era criança, não tinha muito. Agora que tenho dinheiro, vou apreciá-lo”, argumentava. Essa atitude dispendiosa irritava Belinda, que havia aprendido a viver com um orçamento e entendia a importância de poupar no caso de uma emergência. A situação entre João e Belinda havia piorado tanto ao ponto que João já não dormia mais em casa. Além disso, o incomodava que Belinda havia ganhado muito peso com a gravidez. João não fazia comentários a respeito, mas seu descontentamento era evidente. Belinda não era mais a mesma, e João começou a passar mais tempo com sua colega de trabalho. Pouco tempo depois estava a Justificando as suas ações e procurava desculpas para estar com a colega, porque agora havia se tornado sua amante. Quando o bebê nasceu, seus problemas atingiram um ponto culminante. João passava a maior parte de seu tempo longe de casa, e gradualmente menos tempo com sua esposa e filho recém-nascido.
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Bebia muito para tentar escapar da realidade, mesmo que por um período curto, das responsabilidades que haviam se tornado um fardo. A pressão financeira era enorme. As conversas com sua esposa, inevitavelmente, terminavam em insultos. Os sogros se intrometiam em assuntos particulares do casal e a autoestima de João havia atingido o fundo do poço. João sabia que tinha sido um mau pai e marido. Para completar a situação, nas poucas vezes em que acompanhava sua família à igreja se sentia como um hipócrita, já que não conseguia deixar de lado seus sentimentos de culpa ou apagar os problemas que tinham em casa de sua mente. Tinha que fugir! Precisava recuperar a sua saúde mental. Será que deveria se divorciar? A primeira vez que pensou nisso, se sentiu mal. Nunca tinha considerado a ideia do divórcio antes. O que não sabia era que sua esposa estava pensando a mesma coisa.
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Em uma das reuniões de família de Belinda, João foi apresentado a um advogado com quem marcou uma reunião. E é aqui que encontramos João e Belinda, à caminho da reunião com o advogado para assinar os papéis do divórcio. Com lágrimas nos olhos e sentimentos confusos, estão determinados a acabar o que um dia começou tão cheio de esperança e promessas de amor. Será que a história de João e Belinda lhe soa familiar? A verdade é que, estatisticamente, três em cada cinco casamentos acabam em divórcio. Ninguém se casa pensando que irá se divorciar um dia. Nos últimos 50 anos, mais de 30.000 livros foram escritos sobre o assunto de casamento, mas, ainda assim, as taxas de divórcio continuam aumentando. Por quê? Porque existe um inimigo que quer destruir os nossos lares. Esse inimigo tem tentado fazê-lo desde o Jardim do Éden. Por esta razão, este livro foi escrito para ajudá-lo a ser vitorioso sobre este inimigo mortal. Vejamos o seguinte exemplo. Se fosse um general conduzindo seus soldados para a batalha, precisaria estar certo de duas coisas: em primeiro lugar, que seus soldados estejam bem treinados, e em segundo lugar, se reuniu todas as informações possíveis sobre o seu inimigo e suas estratégias. Se deixou de lado esses dois aspectos, suas chances de vitória seriam significativamente menores. O mesmo se aplica ao casamento. Aqueles que se casam enfrentam inimigos que querem destruir os seus lares – inimigos como a falta de comunicação, o ciúme, relações tensas com os sogros, e má administração das finanças. Neste livro vamos analisar alguns dos inimigos mais comuns do casamento e, acima de tudo, como obter a vitória. O conhecimento que compartilharei com vocês vem através da experiência que ganhei servindo como um pastor evangélico. Durante os doze anos de meu serviço ministerial, cheguei à conclusão de que não há nenhum elemento mais importante para o bem-estar da igreja, da sociedade e do mundo, do que uma família feliz e saudável. Não tenho a pretensão de estar familiarizado com todas as perguntas ou saber todas as respostas,
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apenas gostaria de compartilhar algumas ‘armas’ ou estratégias com as quais você poderá derrotar esses inimigos conjugais. Ao mesmo tempo, vou lhes oferecer ferramentas para construir um lar melhor com a ajuda de Deus. Para aqueles que estão se preparando para o casamento, para aqueles que são recém-casados e para os veteranos de casamento, este é o meu humilde presente. Meu querido amigo, o que encontrar aqui vem do coração de um pastor que tem visto mais casos de divórcio que você pode imaginar. Vamos começar a destruir os inimigos que atacam os nossos lares. Vamos dizer como o apóstolo Paulo: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31). Vamos conquistar esses inimigos, em nome de Jesus!
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INIMIGO UM NEGLIGÊNCIA AOS ASPECTOS ESPIRITUAIS DE SUA VIDA
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem” (Salmo 127:1) O casamento em si já é difícil o suficiente e as coisas se complicam ainda mais quando Jesus é deixado de fora da equação da família. Ilustrarei isso da seguinte forma. Vivemos em um mundo ‘instantâneo’ e ‘descartável’. As coisas são feitas para serem apreciadas no momento e jogadas fora se não gostamos mais delas, ou se elas saem de moda. É possível ir a um restaurante como McDonald's, comprar um hambúrguer, batatas fritas e uma bebida em menos de cinco minutos. Mesmo o nosso vocabulário contém expressões que descrevem esse estilo de vida: fast food, café instantâneo, pratos de papel. Parece que essas frases fazem parte do nosso cotidiano. O problema surge quando queremos uma família instantânea, ou, pior ainda, “fast food” espiritual. Queremos poder apertar um botão e, automaticamente termos filhos bem-comportados que gostam de ir à igreja! Aperte outro botão, e você terá um relacionamento verdadeiro com Jesus. Lamento desapontá-lo, mas não funciona dessa maneira. O evangelho é melhor 'digerido' devagar e ‘bem preparado’, ao invés de rápido e ‘meio cru’. Em outras palavras, o evangelho não é fast food! Pesquisas mostram que a quantidade média de tempo gasto pelos casais em conversas de qualidade é apenas dez minutos por dia. Sim, você leu corretamente! Dez minutos! E não estamos nos referindo à expressões como: “Luíz, você pode por favor tirar o lixo?” Ou “Carolina, pode por favor se servir?” Estamos falando de dez minutos de comunicação real
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entre um marido e mulher. Considere esta interessante questão: se gastamos apenas dez minutos por dia nos comunicando com nossos parceiros, a quem podemos ver e tocar, quanto tempo passamos por dia com um Deus que não podemos ver? Hoje existem mais divórcios, mais relações adúlteras, mais casais que não são casados, menos comunicação e menos tempo gasto com os filhos, e, consequentemente, menos respeito pela instituição do casamento que foi criada e abençoada por Deus. Por quê? Talvez porque, em nossa avidez de ganhar mais dinheiro, nos esquecemos quem é o dono de todo o ouro e prata. A falta de espiritualidade tem permitido que muitos desses inimigos conjugais causem estragos em nossos lares. Nas páginas seguintes, apresentarei várias sugestões para ajudá-lo a desenvolver e fortalecer o seu relacionamento com Deus em sua casa. Estas sugestões estão divididas em três seções. Por favor, não comece com a segunda ou terceira seção, mas comece com a seção A.
A. MEU DEUS E EU É impossível dar aquilo que você não tem. Antes de levar sua família a uma relação mais próxima com Deus, você precisa ter certeza de uma experiência pessoal mais profunda com Ele. Isso começa com o estudo da Palavra de Deus e a oração. Vamos considerar cinco maneiras práticas de estudar a Bíblia. Seja você um cristão por um longo tempo que está simplesmente tentando métodos diferentes, ou um cristão que foi recentemente batizado, estas sugestões lhe serão úteis.
1. Como ler a Bíblia (sem cair no sono) a. Ouça a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo escreveu: “Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo” (Romanos 10:17). Assim, a sua fé aumenta pelo ouvir da Palavra de Deus! Você pode fazer isso através de vídeos cristãos, escolas Bíblicas, seminários ou estudos como
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este, sermões, CDs, DVDs e através da Internet. De fato, as possibilidades são infinitas! Se ouvir a Bíblia em CD no carro enquanto dirige para o trabalho todas as manhãs, você ouviria a Bíblia inteira em 40 dias. Se você tem que dirigir, por que não fazer uso do tempo que gasta no carro para melhorar seu caráter e aumentar sua fé? b. Estude a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo disse isso a respeito dos cristãos de Beréia “ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, e examinavam diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim” (Atos 17:11, ênfase adicionada). A palavra chave aqui não é “ler”, mas “examinavam”. É melhor ler uma curta passagem da Bíblia e estudá-la minuciosamente do que ler com rapidez cinco ou seis capítulos. c. Memorize uma porção da Palavra de Deus. Siga o conselho de Deus para o seu povo: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Guarda-te, que não te esqueças do Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Deuteronômio 6: 6-7, 12). Mesmo se memorizar apenas um versículo por dia, logo vais começar a incluir textos bíblicos em suas conversas diárias. Quando os problemas ou tentações surgirem em seu caminho, serás capaz de enfrentá-los não sozinho, mas com o poder de Deus.
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d. Medite na Palavra de Deus. Bem-aventurado o homem “cujo prazer está na lei do Senhor, e nela medita de dia e de noite” (Salmo 1:2). Meditar não é se sentar de pernas cruzadas com os olhos fechados, como se estivesse em outro planeta. Meditar é parar e se perguntar: “Como hoje podem esses versículos, se aplicados, me ajudarem a mudar a minha vida?” Em outras palavras: “Que mudanças deveria fazer hoje na minha vida se fosse aplicar o que li?” e. Pratique o que lê. Existe um ditado que diz: “Pratique o que prega.” Da mesma forma, você precisa tentar colocar em prática o que lê. Essa é possivelmente a parte mais importante da leitura bíblica. Ler apenas por ler, ou memorizar centenas de versos, é inútil se não praticarmos o que lemos. Cada vez que lemos uma passagem da Escritura, devemos aplicála às nossas vidas, independentemente de quão difícil possa parecer. Deus prometeu dar-nos a força para fazê-lo. Lembre-se deste versículo: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha” (Mateus 7:24). É bom ouvir, conhecer, meditar e estudar, mas é mais importante praticar.
2. Orar é mais do que fazer pedidos
Petição Gratidão Confissão Adoração A Escada de Oração
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Muitas vezes nossas orações se parecem com listas de pedidos escritos por crianças para o Papai Noel na época do Natal. Mas a oração é muito mais do que isso. Orar é conversar com Deus. Como Ellen White disse: “A oração é o abrir do coração para Deus como a um amigo” (O Privilégio da Oração, 93). Uma maneira fácil de fazer isso é usar “A Escada da Oração”, que lhes apresento a seguir:
a. Adoração. Comece a sua oração se concentrando em todos os atributos de Deus. Você pode querer começar com uma das seguintes frases: • “Deus, te louvarei, porque és bom, tremendo, me perdoas, santo, justo...” • “Jesus, te louvo porque tu és o meu salvador, meu pastor, meu Senhor, minha rocha, meu protetor.” • “Espírito Santo, te louvo, porque tu és o meu consolo, meu guia, o que me convence.” A Bíblia está repleta de nomes e atributos para o nosso Criador. Quando você começa sua oração exaltando as características de Deus e se prepara para orar segundo a Sua vontade, qualquer senso de auto-importância é abandonado, e você quebra o hábito de usar a oração simplesmente como uma ferramenta de solicitação. b. Confissão. Depois de louvar e adorar a Deus, confesse seus pecados. Não basta dizer: “Senhor, perdoa-me todos os meus pecados.” Você deve ser específico! Por exemplo, se olhou para outra mulher ou homem com desejos impuros, diga ao Senhor. Se falou mal do seu vizinho,
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peça perdão por quebrar um dos mandamentos. Se mentiu, confesse. Lembre-se: “A oração não traz-nos Deus, mas leva-nos até ele.” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, 93). c. Gratidão. Essa parte é muito importante. Recomendo que anote tudo o que pediu a Deus para que possa ver o quanto tens a agradecer. Muitas vezes somos como os dez leprosos na história da Bíblia. Aproximamonos de Deus com dez problemas que gostaríamos que resolvesse, mas voltamos para agradecê-Lo por apenas um. d. Petição. Essa parte da oração deve ser composta de duas partes: súplica pessoal e súplica intercessória. Você deve orar por seus pedidos pessoais, necessidades e problemas que ainda não foram resolvidos, mas também deve orar pelas necessidades dos outros. Podes fazer uma lista de pessoas por quem orar diariamente. A oração intercessória muda situações e libera o poder de Deus sobre os problemas que podem parecer impossíveis de resolver. Não termine a sua oração intercessória antes de se lembrar de sua família. Ore diariamente por aqueles a quem ama. Na próxima seção,
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vamos estudar uma oração da Bíblia que nos ajudará a reconhecer a vontade de Deus para nossas famílias e as bênçãos que receberemos se a aceitarmos.
B. MEU DEUS, MEU CÔNJUGE E EU Sem dúvida já ouviu a expressão: “O casal que ora unido permanece unido.” Isso é tão verdadeiro hoje como era antes! Todas as manhãs, como casal, é nosso dever pedir a Deus que faça quatro coisas por nós e nossos entes queridos: • mantenha-nos perto Dele • proteja-nos do mal
• guie-nos nas nossas decisões • conceda-nos sucesso em tudo o que fizermos
Uma maneira fácil e eficaz de fazer isso é repetir a Oração de Jabes, que diz: “Oh, que possas me abençoar e ampliar meu território! Que sua mão esteja comigo, e mantenha-me do mal para que eu possa estar livre da dor “(1 Crônicas 4:10). Essa oração resume o que Deus quer para a sua família hoje. Tenho visto as bênçãos de Deus através de resultados tangíveis em minha casa e na minha igreja quando fazemos essa oração. Desafio-te a usar essa oração todos os dias durante um mês, e observar cuidadosamente as mudanças em sua vida e na vida de sua família.
C. MEU DEUS, MEU CÔNJUGE, MEUS FILHOS E EU Uma vez que tenha cuidado de sua própria condição espiritual, e orado juntos como casal, estão prontos para se concentrarem na vida espiritual de sua família.
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1. Cinco sugestões para um excelente culto familiar a. Seja breve. O evangelho é eterno, mas o culto familiar não deve ser! Quinze minutos é um bom começo. A menos que haja circunstâncias fora do comum, não deve passar de trinta minutos para o culto familiar. b. Torne-o interessante. A monotonia e a rotina são os piores inimigos do culto familiar. Tente encontrar ideias para fazê-lo mais interessante e significativo, comece na livraria cristã mais próxima. c. Torne-o relevante. Use histórias modernas, que serão relevantes para os seus filhos. Vocês também podem olhar a natureza, ver vídeos animados ou ferramentas que podem servir como lições ou ilustrações para o estudo da Palavra. Vivemos em um mundo visual. As pessoas se lembram mais quando podem recriar a história em suas mentes ou participar dela, ao invés de se limitarem a ouvi-la. Se usar os cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) ao mesmo tempo, conseguirá resultados ainda mais eficazes.
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d. Torne-o participativo. Dê aos seus filhos a oportunidade de pensar em novas ideias e inovações para o culto familiar como teatro, jogos bíblicos, músicas que aprenderam na escola Bíblica, etc. Certamente, não terão as maneiras sofisticadas de um adulto, mas podem te surpreender. Não os critique se confundirem os fatos, como misturar os nomes de Jonas e Noé. Se sentirem-se parte do culto familiar, os filhos vão desfrutar de tudo ainda mais. e. Basta fazê-lo! Se espera planejar o culto familiar perfeito antes mesmo de tentá-lo, você nunca vai fazê-lo. Como o slogan da Nike disse: Just do it! (Simplesmente faça!) Comece hoje!
2. Quatro sugestões para desenvolver a espiritualidade de seus filhos a. Leve-os para todas as atividades da igreja, especialmente à escola Bíblica, desde novos. Isso é especialmente importante nos primeiros sete anos de vida da criança, quando sua mente absorve tudo como uma esponja. É triste ver como alguns pais chegam tarde à igreja e sem qualquer compromisso, mas depois ficam chocados de ver que seus filhos são indiferentes ao culto. Pais, não roubem seus filhos da bênção de uma educação espiritual! Leve-os à igreja desde cedo! b. Não fale mal de seu irmão, irmã ou pastor na frente de seus filhos. As crianças são muito observadoras. Seu filho vai notar como parece cumprimentar o irmão na igreja com amor, apenas para criticá-lo no caminho de casa. Isso ensinará seu filho a ser um hipócrita. c. Nunca use a igreja como punição. Não discipline seu filho através da remoção de privilégios tais como as reuniões semanais de jovens ou qualquer outra atividade social da igreja para as crianças. Restrinja o acesso ao telefone, ao X-Box ou Nintendo, mas não proíba as atividades que nutrirão a sua apreciação da bondade de Deus.
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d. Apresente-os a um Jesus amoroso. Não mostre a seus filhos um Deus vingativo que está sempre à procura de uma oportunidade para punir. Não use frases como: “Deus não gosta de crianças que estão sempre atrasadas”, ou pior: “Deus não ama as crianças que se comportam mal na igreja.” Ele as ama a todo o tempo. Ele não é um policial, Ele é um Pai amoroso. Seus filhos podem não ver a Deus, mas vão conhecê-Lo através de ti e suas atitudes em relação a Ele. Vejamos esta declaração de Ellen White: “Grande é a honra e a responsabilidade colocada sobre pais e mães, desta forma devem representar Deus para seus filhos. Seu caráter, sua vida diária, os seus métodos de treinamento, irão interpretar Suas palavras aos pequeninos. Sua influência vai ganhar ou repelir a confiança da criança no Senhor “(A Ciência do Bom Viver, 375).
3. Três coisas que destroem a espiritualidade nos lares a. Pais que estão preocupados em salvar o mundo enquanto estão perdendo a batalha em suas próprias casas. Nossa primeira e mais importante responsabilidade diante de Deus é nosso cônjuge e nossos filhos. Existem pais que farão esforços para ajudar um irmão necessitado à meia-noite se necessário, mas são incapazes de fazer a mais simples das tarefas em suas próprias casas, como tirar o lixo. b. Viver uma vida em casa e outra na igreja. Conheci um líder de igreja que falava e pregava muito bem, mas sua esposa parecia estar sempre doente e, às vezes, chegava à igreja com um olho roxo. A pobre mulher era vítima dos abusos físicos de seu marido. As belas palavras daquele líder de igreja eram totalmente vazias e não tinham qualquer significado em casa. Pela mesma razão, muitos dos nossos filhos saem da igreja, porque ouvem os pais dizerem lindas palavras a respeito de Jesus, mas agem de forma contrária a estas palavras em seus lares. c. Acreditar que ir à igreja é o suficiente para garantir uma família espiritual. É ilógico pensar que algumas horas passadas com Deus a
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cada semana são suficientes para neutralizar as muitas horas passadas em frente à televisão, ouvindo música ou jogando jogos de computador. Ajude seus filhos a desenvolverem uma relação diária e pessoal com Deus. Pode ser que depois de ler este capítulo, você se sinta triste, porque percebe que sua família não é ideal. Não se aflija por isso! Apegue-se a esse pensamento e tome posse todas as vezes que a dúvida ou medo vierem: Não vá a Deus para lhe dizer que tens um grande problema, olhe para o problema e diga que tens um grande Deus!
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Sintonia Conjugal Questões a considerar 1. Como está a minha vida espiritual? Queimando como uma fogueira! Fraca como uma vela Completamente morta 2. Em que área da minha vida preciso de mais ajuda no momento? Preciso de bênçãos
Preciso de direção
Não sei de que preciso
Preciso de proteção
3. O que o impede de passar mais tempo em cultos de família? Grande carga de trabalho
Desilusão espiritual
Não sei como fazê-lo
F aço o culto doméstico regularmente
ESTABELECIMENTO DE METAS Proponho, por meio da graça de Deus, melhorar a minha vida espiritual. Para conseguir isso, começarei fazendo cultos em família ____ vezes por semana e repetindo a oração de Jabes diariamente durante um mês.
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Comece agora, faça o seguinte exercício com o seu cônjuge.
Um pensamento para valorizar
“Não vá a Deus para lhe dizer que tens um grande problema, olhe Meu Deus, Te louvarei porque és para o problema e diga que tens um grande _______________________________________ Deus.” - Anônimo
_______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ Quero confessar meu pecado de
_______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ Te agradeço por _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ Peço que _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ UMA PROMESSA PARA SE LEMBRAR “Jabes invocou o Deus de Israel, Oxalá que me abençoes, e estendas os meus termos; que a tua mão seja comigo e faças que do mal eu não seja afligido! “(1 Crônicas 4:10).
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INIMIGO DOIS FALHAS DE COMUNICAÇÃO
Problemas? Toda família tem. Embora desejemos a paz em nossos lares, essa tão almejada condição não pode ser definida como “uma ausência de problemas”. Se você está esperando pelo dia em que não terá mais problemas em casa, lamento desapontá-lo, mas esse dia nunca chegará. A razão para isso é que somos todos diferentes. Viemos de famílias e culturas diferentes, somos de sexos diferentes, com diversos hábitos e formas de olhar o mundo. Há um livro bem conhecido sobre as diferenças entre homens e mulheres, escrito por John Gray chamado Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus. Título interessante, não é? (Às vezes brinco que alguém deveria escrever um segundo livro para acompanhar chamado, Homens são Marcianos, Mulheres são Lunáticas, mas não acho que ninguém iria publicá-lo.) A verdade é que, devido às dificuldades de comunicação, parece que viemos de planetas diferentes a maior parte das vezes. A maneira em que resolvemos conflitos em nossos lares mostra claramente as nossas diferenças. Neste capítulo, após termos estudado as formas incorretas de resolver conflitos, descobriremos os conselhos da Bíblia para melhorar a comunicação.
1. Maneiras incorretas de resolver conflitos Quando somos confrontados com uma situação de conflito, com frequência - e, na maior parte das vezes, inconscientemente - recorremos aos seguintes fatores ao tentar resolver o conflito:
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• À nossa educação: o que vimos e ouvimos em casa quando éramos crianças • Às nossas personalidades: a maneira que fomos criados • Às nossas experiências pessoais: eventos significativos em nossas vidas Existem várias formas incorretas de resolução de conflitos. Você conseguirá se identificar com pelo menos alguns dos seguintes métodos. a. O esquimó. Esquimós vivem no Alasca e em outros países do Ártico, na neve fria e no gelo. Da mesma forma, o parceiro ‘esquimó’ resolve seu conflito pessoal por meio de frieza física e emocional. Sua reação a um problema é de não falar a respeito do mesmo com seu cônjuge. Algumas pessoas me disseram: “Pastor, já não falo com minha esposa há duas semanas”, e costumo responder: “O que você espera ganhar através disso? Um prêmio? Um Oscar ou um Grammy?” Parceiros esquimós acham que se não falam com os seus parceiros estão a “puni-lo”. Além disso, acreditam que se não discutem sobre o que aconteceu, as coisas vão se corrigir. Ambas estratégias são incorretas. Suas frases preferidas são: “Não me toque” e “não tenho nada a dizer.” Desenham uma linha imaginária no meio da cama e dizem: “Este é o meu lado da cama e aquele é o seu lado. Não venha para o meu lado e não irei para o seu.” Como o parceiro esquimó tem dificuldade em expressar o que está sentindo, o maior desafio para a pessoa casada com um parceiro esquimó é que tem de imaginar ou adivinhar o que poderia estar passando pela mente da outra pessoa. Ninguém pode ler mentes. Seus esforços para
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resolver o indeterminado problema serão infrutíferos. Essa é uma forma incorreta de resolver conflitos. Seu parceiro não tem como saber o que você está sentindo se não compartilhar-lhes. Não há nada mais frustrante em um casamento do que saber que algo está errado sem saber o que é. Se você tem a tendência a ser um parceiro esquimó, quero encorajá-lo a falar! Talvez seja difícil no início, mas com o tempo verás como a comunicação em casa será restaurada. b. O avestruz. Esse parceiro é semelhante ao parceiro esquimó porque também não expressa o problema, mas suas reações são mais extremas. Quando o parceiro avestruz experimenta conflitos, se esconde atrás de algo ou alguém, de modo a evitar o problema. Enterra a cabeça em um buraco para fugir. Às vezes, esse “buraco” é o álcool ou drogas, mas não é limitado a esses. Às vezes, o ‘buraco’ é representado por excesso de tempo de trabalho, muito tempo gasto em passeios com amigos, ou excessiva atenção às responsabilidades da igreja. Tentar ignorar os problemas não é uma boa maneira de resolvê-los. Não importa o quanto enterres a cabeça num buraco como o avestruz faz, a situação que o sobrecarrega não melhorará. Um problema negligenciado não é um problema resolvido. Na verdade, um problema negligenciado é mais provavelmente um problema que pode aumentar. Fingir que os problemas não existem não os fará desaparecer, pelo contrário, na maioria dos casos, os faz multiplicar.
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Isso é melhor ilustrado por uma história que ouvi há muito tempo. André tinha muitos problemas em casa. Sua sogra o perseguia, sua esposa sempre mandava nele, seus filhos não o respeitavam e até mesmo seu cão o ignorava. André decidiu ir ao bar para esquecer suas dificuldades. Quando chegou ao seu “buraco de fuga”, ele encontrou Pedro, um velho amigo de infância, na porta. Curiosamente, Pedro lhe perguntou: “O que o traz aqui, meu amigo?” “Vim para afogar minhas mágoas”, respondeu André. E foi isso que tentou fazer. Durante as próximas quatro horas, André bebeu tudo o que poderia tocar com suas mãos: cerveja, uísque, vodka, tequila. Eventualmente, estava extremamente bêbado e pronto para ir para casa. Encostado na porta do bar estava Pedro, que lhe perguntou: “Então, conseguiu afogar as mágoas?” Mal capaz de falar devido à sua embriaguez, André respondeu, “Se você soubesse, Pedro, meus problemas já aprenderam a nadar!” A mesma coisa acontece conosco. Não podemos resolver os nossos problemas ignorando-os, e menos ainda fugindo deles. Temos que enfrentá-los com muita oração e esforço, e a ajuda virá de Deus.
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c. O atirador. Esse método de resolução de conflitos é o oposto do esquimó ou avestruz. Os dois primeiros quase não conversam, o atirador exagera. Para o atirador, cada problema é visto como uma batalha militar. Todo conflito é atacado com projéteis em forma de palavras. O atirador (seja homem ou mulher) usa palavras destinadas a ferir seu parceiro. Toda discussão é pior do que a anterior, e cada situação desafiadora é uma crise durante a qual eles não podem se falar sem se insultarem. Frases como “lamento ter me casado contigo!” e “como gostaria de nunca ter lhe conhecido!” são comuns. O parceiro atirador fala primeiro e pensa depois. As palavras têm poder surpreendente, seja para o bem ou para o mal. Podem fazer a pessoa se sentir como se estivesse no próprio céu, ou experimentar o calor sufocante do inferno. Depois de ser atacado verbalmente dessa forma, alguns disseram-me: “Teria preferido que minha esposa tivesse me atingido, ao invés de me machucar com essas palavras”. Algumas das expressões mais comuns utilizadas pelo atirador incluem: “Se você não gosta, ali está a porta!”; “Se não gosta de mim do jeito que sou, vou embora”, e “Por que não vai embora e me deixa em paz?” Parece patético, não é? Prefiro fazer as coisas de forma diferente, sigo esta afirmação: “devo falar palavras doces, caso algum dia seja obrigado a comê-las”. Deus nos deu dois ouvidos e apenas uma língua, talvez porque quer que ouçamos o dobro do que falemos. Use suas palavras para construir, para incentivar e para impulsionar a auto-estima do seu parceiro! Lembrese: “Ninguém jamais se arrependeu de não haver dito algo errado.” d. O pugilista. Esse parceiro recorre à violência física para lidar com a frustração. Geralmente, os conflitos resultam em agressão: espancamentos, socos, arranhões, empurrões e ações similares. Isso é
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seguido por culpa e tristeza pelo ocorrido, acompanhado por promessas de que nunca acontecerá novamente. Mas essas promessas são como cordas de areia que não tem valor. O próximo conflito conduzirá ao “ringue de boxe" novamente, e o ciclo vicioso de agressão, culpa, promessas, e o conflito continuará. Sem uma intervenção significativa, o parceiro agressivo nunca vai amadurecer até o ponto onde aprenda a expressar suas emoções de forma construtiva. Se você está sofrendo a agressão de seu parceiro, rompa o círculo de violência hoje! Procure ajuda e pare de viver no medo! e. O arqueólogo. A paixão de um arqueólogo está na escavação da história antiga enterrada e na certeza de que nunca esqueceremos o passado. No entanto, há quem faça isso em casa também. Estão constantemente a mergulhar no passado, a reabrir velhas feridas. Não perdem tempo em lembrar seu parceiro de um erro cometido no passado. “Lembra-se?”, é sua frase favorita.
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Se estamos constantemente recordando o passado, isso vai nos impedir de resolver os problemas que enfrentamos no presente. Deixemos os arqueólogos desenterrando o passado. O casamento nunca vai alcançar o ideal que Deus tem se não conseguires perdoar e esquecer. Como se faz isso? Pode começar lembrando o seguinte: • O perdão não é uma emoção, é uma decisão. Se esperas sentir o desejo de perdoar, provavelmente nunca irás senti-lo. • Defina o seguinte objetivo para si mesmo: nunca falar sobre o passado! Não é fácil para aqueles que estão acostumados a fazê-lo, mas é necessário. • Concentre-se no presente. Resolva os problemas de hoje, hoje, deixe os de amanhã para amanhã e o que aconteceu no passado deve ser esquecido. Não podemos dirigir para trás. Com relação ao conflito geral, aprendi a ver as coisas da seguinte maneira: para cada dez situações de conflito que esperas ter, cinco nunca acontecerão, duas não serão tão ruins quanto você esperava que fossem, outras duas serão administradas com algum esforço, e uma, por mais que se esforce, será insolúvel. Então, por que se preocupar?
2. Conselho bíblico para melhorar a comunicação Para continuar, vamos estudar quatro princípios bíblicos e práticos para alcançar uma boa comunicação como um casal. Acredito firmemente que se tivermos a Palavra de Deus como nossa base, estaremos construindo uma base sólida.
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a. Não interrompa. “Responder antes de ouvir, é estultícia e vergonha” (Provérbios 18:13). Não há nada mais frustrante para quem está falando do que ser interrompido constantemente. Permita que a outra pessoa termine de falar antes de dar sua opinião. Ao interromper constantemente o seu parceiro, você transmite a mensagem: “O que você está dizendo não é importante para mim.” Resista ao impulso de interromper e falar antes que seu parceiro tenha terminado de falar. Provavelmente você está pensando: “Pastor, isso é impossível com o meu parceiro. Se permitir que o meu parceiro comece a falar, a conversa nunca acabará!” Se essa for a situação, meu conselho é anotar os pontos relevantes que desejar tratar mais tarde, mas, a todo custo, evite a interrupção para se defender. Experimente! Os resultados podem surpreendê-lo! b. Sempre fale a verdade, sem exagero. “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Colossenses 3:9,10). Frases como “você sempre...” ou “você nunca...” são geralmente chamadas de exageros, mas são, na verdade, mentiras. Devem ser removidas de seu vocabulário e nunca serem pronunciadas. Quando usar expressões como essas, imediatamente você provocará uma reação defensiva em seu parceiro, ainda porque muitas das vezes não é verdade. Como resultado, não mantém o foco no problema, mas sim foca a sua atenção em seu parceiro, a fim de provar que sua teoria está correta. c. Diga “me sinto...” ao invés de “Você é...” Outra frase que é contraprodutiva na comunicação é a expressão: “Você é...”. Quando usamos essa expressão, também estamos mudando o foco para a pessoa ao invés de mantê-lo no problema. Essa expressão tem um tom de acusação e, imediatamente provoca uma reação negativa na outra pessoa, que tenta se defender contra um ataque desprevenido. Suas intenções podem ser
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boas, mas coisas pequenas como essas são exatamente o que fazem o trem da comunicação descarrilar em um casamento. d. O objetivo é o progresso, não perfeição. “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6). O velho ditado diz que, “Roma não foi construída em um dia”. Da mesma forma, não podes esperar ver as mudanças em seu casamento em um curto espaço de tempo. Uma das frustrações em um casamento surge a partir da expectativa, seja de um ou de ambos os parceiros, de perfeição ou mudança total. A maioria dos casais está familiarizado com essa frustração, pensam que com apenas alguns ajustes aqui e ali, poderão transformar o seu parceiro no parceiro “perfeito”. Quando o problema não é tão fácil de resolver, ou pior, quando o velho problema ressurge, todo o processo é abandonado e exclamam: “Isso nunca vai mudar. Ele será sempre o mesmo!”
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Sabe por que isso acontece? Porque o foco está em alcançar a perfeição ao invés de reconhecer o progresso. Pergunte-se a seguinte frase: no ultimo mês, houve qualquer melhoria no meu relacionamento conjugal, embora pequena, em comparação ao mês anterior? Se sua resposta for sim, alegre-se e louve a Deus! Pouco a pouco, dia após dia, semana a semana, você verá como o Senhor está fazendo Seu trabalho em seu lar. Não seja impaciente ou perca as esperanças. Acima de tudo, nunca desista! Deus não o trouxe até aqui só para deixá-lo fracassar. Para terminar este capítulo, gostaria de compartilhar uma história pessoal que ilustra a importância de boa comunicação. Quando minha esposa e eu nos conhecemos, não foi amor à primeira vista. Minha esposa afirma que quando o meu amigo, José Cortes Jr., nos apresentou, pensou: “Quem é este feio, peludo, e velho barbudo?” (Acho que naquela época Kathy tinha sérios problemas visuais!). Mas na próxima vez que me viu, meu cabelo tinha sido cortado, tinha feito a barba e tinha tomado um bom banho. Foi exatamente o que precisava para parecer mais atraente porque, de acordo com Kathy, ficou muito impressionada quando me sentei ao seu lado na igreja naquela sexta-feira à noite. Começamos uma bela amizade e logo comecei a sentir uma forte atração por Kathy. Não sabia como dizer a Kathy o que sentia, mas como estava fazendo meu estágio pastoral, resolvi expressar meu amor por ela através de uma parábola (meu raciocínio era que, se isto funcionava para Jesus, por que não funcionaria para mim?). Então, uma noite enquanto estava lhe dizendo adeus, disse: “Kathy, para mim, és como uma pequena pedra no meu sapato”. Agora, antes de me julgar, deixe-me garantir-vos que as minhas intenções eram boas. Queria que Kathy soubesse que estaria sempre comigo em meus pensamentos para onde fosse. Mas você está perdoado em supor que fui mal-interpretado – Kathy não entendeu minha parábola! Merecidamente, ela pensou que eu estava dizendo que era um incômodo para mim, e chateada se retirou para seu quarto. Um pouco mais tarde sua amiga contatou-me para perguntar o que tinha dito à Kathy que a tinha chateado tanto. Contei à amiga a
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parábola, mas não acho que entendeu também. Finalmente, decidi ter misericórdia de Kathy e simplesmente disse-lhe claramente o que sentia, e Kathy, por sua vez, retribuiu seus sentimentos em relação a mim. Por que complicamos tanto a comunicação entre um homem e uma mulher? Não tem que ser assim! Siga o meu conselho: deixe as parábolas para os teólogos, e quando falar com seu cônjuge seja conciso, claro e direto ao ponto. Que Deus lhe dê a capacidade de comunicar-se bem!
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Sintonia Conjugal Questões a considerar 1. Q ual a abordagem que meus pais usaram para resolverem seus problemas? O esquimó
O pugilista
O avestruz
O arqueólogo
O atirador 2. Que abordagem uso para resolver os problemas com meu cônjuge? O esquimó
O pugilista
O avestruz
O arqueólogo
O atirador 3. Em que aspecto de minha comunicação preciso trabalhar? Não interromper
Evitar acusações
E vitar exageros / mentiras (uso de palavras como ‘sempre’ e ‘nunca’)
Ter mais paciência
ESTABELECIMENTO DE METAS Proponho, pela graça de Deus, melhorar a maneira em que resolvo conflito. Para atingir esta meta, vou pedir a Deus que me mude.
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Comece agora, fazendo essa atividade com o seu cônjuge, usando o “método sanduíche”. 1. Escreva algo positivo sobre seu cônjuge. __________________________________ __________________________________ __________________________________
Um pensamento para valorizar Com relação ao conflito geral, aprendi a ver as coisas da seguinte maneira: para cada dez situações de conflito que você espera ter, cinco nunca acontecerão, duas não serão tão ruins quanto você esperava que fossem, outras duas serão administradas com algum esforço, e uma, por mais que se esforce, será insolúvel. Então, por que se preocupar?
__________________________________ __________________________________ _______________________________________________________ 2. Escreva uma área na qual ele/ela poderia melhorar. _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ 3. Escreva outra característica positiva. _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ UMA PROMESSA PARA SE LEMBRAR Filipenses 1:6: “tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus”.
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7 Inimigos da Família é um presente para seu casamento e família e vem do coração de um pastor e conselheiro com vários anos de experiência. Este livro aponta sete inimigos mortais da família, e oferece ferramentas simples, poderosas e eficazes para vencê-los. Através do uso de linguagem clara e humor, o Pastor Hernández nos ajuda a lutar contra inimigos comuns como a falta de comunicação, ciúmes, e má gestão das finanças, e equipa-nos para construir lares mais felizes. Projetado para aqueles que já são casados, assim como para aqueles prestes a embarcar nessa nova jornada juntos, este livro oferece exemplos práticos e actividades no fim de cada capítulo para melhorar relacionamentos. Por que lutar contra esses inimigos sozinho? Conquisteos com a ajuda de Deus e com a assistência especializada oferecida nesses guias do mundo real.
7 INIMIGOS DA FAMÍLIA E COMO CONQUISTÁ-LOS
Ninguém se casa a imaginar que vai acabar por se divorciar. Quando somos jovens apaixonados acreditamos que nosso amor é invencível, mas não precisamos ir muito longe para ver vidas próximas a nós que foram tocadas pela dor de relacionamentos quebrados.
ROGER HERNÁNDEZ
7 INIMIGOS DA FAMÍLIA E COMO CONQUISTÁ-LOS
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ROGER HERNÁNDEZ
INIMIGOS DA
FAMÍLIA E COMO CONQUISTÁ-LOS