Manual Bolsa de Sementes - 3ª edição

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APRESENTAÇÃO As sementes, independentemente a que planta pertence, têm importância fundamental no processo de desenvolvimento e evolução da vida do Planeta Terra. Elas se propagam pelos diferentes cantos do Planeta: na água, nos desertos, nos trópicos ou nos pólos, lá estão as sementes. Porém, muitas delas, não têm como se propagar, por isso a importância da relação das plantas com os animais. Segundo Lutzenberger, as plantas para se reproduzirem usam de artifícios para conquistar seu território. O fruto, por exemplo, é um deles, que precisa ser bonito e saboroso. Este é o preço que a planta paga para o animal transportar sua semente: ele come seu fruto. A Afubra, através do Verde é Vida, desenvolve desde 2002, a Bolsa de Sementes. O propósito é prover o desenvolvimento ambiental e a preservação das espécies floristicas da mata atlântica, pois é através da Bolsa de Sementes que o Verde é Vida, em parceria com escolas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, coletam sementes de espécies nativas para serem armazenadas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com o objetivo de distribuir, gratuitamente, para aqueles que estiverem interessados em produzirem mudas a partir das sementes coletadas pelas escolas. Com base nisso é que a AFUBRA apresenta a terceira edição do manual da Bolsa de Sementes. Com uma proposta técnica, pedagógica e operacional, proporciona aos professores subsídios para a coleta, beneficiamento e armazenamento de sementes, dando a escola, condições para a realização da coleta de sementes da forma mais adequada possível, e que através desta atividade o professor possa orientar e proporcionar a seus alunos o interesse dos mesmos pelo conhecimento da floresta, pelo estudo da botânica e, principalmente, para a pesquisa científica.

Benício Albano Werner, Presidente da AFUBRA.



“A ti, dou a primeira semente para que tenhas a honra de plantá-la. Para cada semente que plantares, mais outro milhão de sementes se multiplicará em suas mãos. Não terás tempo de ver a semente crescer, pois tudo o que plantares criará cada vez mais e mais para ser plantado. Tu serás o primeiro a penetrar o solo da mente humana levando minha idéia. Mas não cabe a ti alimentar e cuidar dessa idéia, nem questioná-la. Tua vida é ação, e a única ação que te atribuo é a de dar o passo inicial para tornar os homens conscientes da criação. Por este trabalho eu te concedo a virtude do respeito por si mesmo”. 3



ORIENTAÇÕES TÉCNICO-OPERACIONAIS


CAPITULO I* COLETA, BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES Cada uma das espécies arbóreas que constituem uma floresta nativa é responsável pelo equilíbrio e manutenção de cada ecossistema, seja ele uma floresta densa, ou serrado ou a catinga. Cada elemento de uma floresta é fundamental para a harmonia e preservação deste ecossistema. Um exemplo bem característico explica Lutzenberger quando diz “... Por que muitas plantas fazem frutos gostosos? A eficiência na fotossíntese proíbe às plantas viajar. Mas elas têm que conquistar território. O fruto é o preço que elas pagam ao animal que o come pelo transporte da semente...”. Portanto, preservar estas espécies é estar preservando a vida como um todo em um ecossistema. A Lei Federal nº 10.711 de agosto de 2003, que dispõe sobre o Sistema de Sementes e Mudas, objetiva garantir a identidade e a qualidade do material de multiplicação e de reprodução vegetal produzido, comercializado e utilizado em todo o território nacional. Com base nesta lei, o Verde é Vida apresenta este manual de forma a organizar a coleta e o beneficiamento de sementes nativas da Mata Atlântica, com o objetivo de dar uma melhor qualidade às sementes coletadas para a Bolsa de Sementes. As escolas coletarão sementes de árvores porta-sementes, conforme as orientações que seguem. Árvore Porta-Semente: São espécies floristicas que se caracterizam pela sua qualidade fisiológica, fenótipica e genética e, portanto, são especiais e importantes no processo de produção de mudas. Estrutura das sementes As sementes, quando maduras, apresentam uma estrutura que garante a sua estabilidade durante o período de inatividade. Assim, todos os órgãos que compõem uma planta estão representados na semente, com exceção da flor, sendo constituída pelos elementos que tiveram origem no ovário da flor, por * As orientações técnicas deste capítulo têm base no Manual da Bolsa de Sementes da Afubra, citado na referência bibliográfica deste manual.

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ocasião da fecundação dos óvulos. Basicamente, a semente é constituída pelo: Tegumento: é a casca da semente e compõe-se de duas camadas: a testa e a tegma. Amêndoa: é constituída pelo: embrião ou germe; e endosperma ou albúmen.

Sementes de boa qualidade são aquelas produzidas por árvores sadias, colhidas com cuidados para não serem danificadas, livres do ataque de insetos ou fungos, com capacidade para germinar e ser de procedência conhecida. A obtenção de sementes de boa qualidade depende do conhecimento das espécies florestais desejadas, saber como se reproduzem, como é seu fruto, como extrair a semente sem prejudicar o embrião e como mantê-lo em condições de germinação. Outros aspectos devem ser observados como, por exemplo, a qualidade da semente, seu aspecto e seu manejo. Germinação das sementes Germinação é o recomeçar do crescimento, pelo embrião, resultando no rompimento da casca da semente e no seu desenvolvimento até o momento em que a planta pode manter-se por sua própria conta. Durante a germinação, o embrião da semente depende dos carboidratos que estão em forma de substâncias de reserva, armazenados no endosperma. Em condições favoráveis de germinação (água, temperatura, oxigênio e luz) as sementes 7


germinam passando pelas seguintes etapas: 1) Absorção de água que atravessa o tegumento e penetra no interior da semente. Com a hidratação a semente incha e torna o tegumento permeável para as trocas gasosas, especialmente carbono e oxigênio. 2) Rompimento do tegumento que ocorre quando do surgimento da raiz primária. 3) Durante essas duas primeiras etapas ocorrem atividades enzimáticas que, acompanhadas de digestão e absorção das substâncias de reserva, são responsáveis pelo crescimento.

Colheita de sementes florestais Para realizar a colheita de sementes florestais, deve ser observado: conhecimento da época de maturação, tipo de dispersão das sementes, condições climáticas, condições físicas do terreno, análise das características das árvores porta sementes (ver capítulo II). 8


Ao realizar a colheita de sementes é importante observar questões como: Existem espécies que tem seus frutos ou sementes leves, que são levados pelo vento. Geralmente soltam suas sementes durante os meses mais secos e com mais vento. A colheita destas espécies deve ser planejada para que os frutos sejam coletados antes deles se abrirem, para que as sementes não sejam levadas pelo vento. As espécies que tem frutos carnosos e que caem no solo, se ficarem muito tempo no chão podem ser comido por animais ou apodrecerem, prejudicando a semente. Procure não demorar muito para colhê-los.

Maturação e colheita de sementes O processo de maturação das sementes ocorre em épocas diferentes devido às variações climáticas e às características ecológicas das espécies. 9


Com isso, a viabilidade (capacidade de germinação) das sementes é afetada pela época da colheita. Para colher as sementes de determinadas espécies é importante esperar que os frutos amadureçam. Para avaliar o seu amadurecimento devem-se observar os frutos verificando o seu tamanho, a cor, a forma, a textura e os sinais de abertura. Muitos frutos e sementes que servem como alimentação de aves e outros animais apresentam-se com cores vistosas como amarela, laranja e vermelho, ou seja, sua coloração varia do verde para o vermelho indicando seu amadurecimento. A colheita deve ser efetuada quando a maioria dos frutos da árvore estiverem maduros. Para isso é preciso fazer visitas periódicas para saber a época ideal de colheita. Nestes casos, é importante não colher todos os frutos e deixar uma quantidade para os animais, pois eles também têm uma função muito importante na propagação de sementes. O ponto de maturação fisiológica1 varia de espécie para espécie, com o local e com o ano. Sementes coletadas maduras apresentam maior viabilidade. Por outro lado, as coletadas verdes não demonstram resistência ao armazenamento, além de apresentar baixa viabilidade, ocasionada por vários fatores, entre eles a formação insuficiente das substâncias de reserva. Métodos de colheita de sementes florestais A maneira de coletar as sementes depende da forma e altura das árvores, e das características dos frutos. É importante também considerar a disponibilidade e habilidade do pessoal de coleta, além de conhecer as características dos frutos, o tipo de dispersão e as características da árvore porta sementes. A colheita de sementes sempre é feita nas árvores sadias e previamente selecionadas para garantir a qualidade das sementes. Para muitos tipos de sementes florestais, a definição da época de colheita é muito importante, uma vez que grande número de espécies produz frutos deiscentes, os quais abremse, ainda na árvore, para a dispersão natural. A coleta das sementes pode ser feita das seguintes formas: a) Colheita diretamente da árvore em pé - Os frutos e/ou as sementes são coletados diretamente da copa. Esse é o melhor meio, pois assegura a continuidade da vida da planta, além de se conhecer com certeza as sementes 1

Fisiologia é a ciência biológica que estuda a função dos seres vivos.

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que estão sendo coletadas. A coleta pode feita com o auxílio de ferramentas e equipamentos especiais ou escalando a árvore. O uso de ferramentas é o mais indicado, pois ao se escalar as árvores, corre um risco desnecessário.

b) Colheita em árvores abatidas - Este método destrói a árvore, por isso, só deve ser usado em caso de extrema necessidade e para aproveitar as sementes 11


das árvores que estão sendo derrubadas. Quando aplicado, deve ser feito no momento em que ocorra a maturação completa dos frutos.

c) Colheita do chão - Neste método, a colheita dos frutos ou sementes é realizada no chão próximo à árvore, após a queda natural dos frutos. Neste caso tem-se a garantia da total maturidade das sementes. No entanto podem 12


aumentar a possibilidade de ataque de fungos, carunchos e roedores aos frutos e sementes. Outro aspecto importante a ser observado neste tipo de coleta é a certeza de que está colhendo a semente da árvore correta.

Equipamentos para colheita de sementes de espécies florestais Para que a eficiência da coleta seja alcançada é importante que as pessoas que vão coletar as sementes (coletores) carreguem consigo cordas, luvas, podões, tesoura de poda, facão, ganchos (de vários tamanhos), machado, tesoura, escada, lona plástica para estender embaixo da árvore e recipientes para armazenar os frutos ou as sementes coletadas. 13


Também é indispensável dispor de material de anotações para identificar a árvore porta sementes, o local, o proprietário da área, a quantidade de frutos ou sementes colhida e a data da coleta.

Dicas para a coleta de sementes florestais a) Não colha todas as sementes de uma árvore. Lembre-se que elas são fonte de alimento para os animais da floresta. b) Colha sempre de várias árvores misture as sementes, pois estará promovendo a diversificação genética. Neste caso, colher frutos ou sementes de árvores distantes uma das outras também é importante para a diversificação. c) Identifique e anote cuidadosamente as árvores e os locais de coleta garantindo que no próximo ano você possa voltar ao mesmo local e fazer novas coletas. 14


d) Trate as árvores porta-sementes com carinho, evite danos às árvores, como corte radical, diminuição da copa pelo corte severo dos galhos e ramos e ferimentos no tronco pelo uso de material cortante ou pontiagudo. Isso pode comprometer a sua produção para o ano seguinte, pois afinal elas também são seres vivos. e) Ao manusear as sementes coletadas deve se ter o cuidado para não misturá-las com sementes de outras espécies, o que dificultará a separação posterior, bem como para evitar a contaminação por agentes causadores de doenças. Beneficiamento de sementes florestais O beneficiamento de sementes é um conjunto de ações que se estendem desde a colheita até o armazenamento e que visam separar as sementes do fruto, retirando suas impurezas, deixando-as puras para a semeadura e/ou armazenamento. Beneficiar sementes florestais requer um conjunto de atividades que vão desde a escolha da árvore de coleta, a retirada dos frutos, seu processamento para obter sementes, a secagem e o armazenamento e posterior distribuição. Após serem colhidos, os frutos e/ou as sementes são transportados em sacos ou em outros recipientes, até o local de beneficiamento, onde são submetidos a um processo de secagem para facilitar a abertura dos frutos e a liberação das sementes e também para reduzir o conteúdo de umidade até o teor adequado para seu armazenamento.

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O processo mais usado para a secagem natural de sementes é um local bem arejado, longe da luz do Sol, livre da presença de insetos, com o ar natural como ventilação. Para os frutos secos que liberam as sementes aéreas, os frutos coletados devem ser colocados sobre lonas, áreas cimentadas ou bandejas. Durante o dia os frutos devem ser expostos ao ar livre e à noite recolhidos para evitar que apanhem novamente umidade, deve-se esperar o amadurecimento dos frutos para a liberação das sementes aéreas.

Dicas para beneficiamento de sementes florestais a) Enquanto se processa a secagem, os frutos e/ou sementes devem ser periodicamente revolvidos para homogeneizar o calor em toda a expansão do lote. O tempo de permanência no processo de secagem varia de acordo com as condições climáticas e com o conteúdo de umidade dos frutos e/ou sementes. Normalmente, em dias quentes, esse tempo varia entre 3 a 5 dias, ou de 8 a 10 dias em períodos chuvosos. b) A exposição ao sol pode ocasionar um superaquecimento. A secagem deve ser realizada, de preferência, à sombra, sempre controlando o tempo de secagem dos frutos e/ou sementes até a adequada perda de umidade. Na prática, uma semente é considerada seca quando externamente não apresentar sinal de umidade. Contudo, o teor de umidade para o armazenamento deverá ser determinado em laboratório. c) É importante lembrar que espécies como canafístula, timbaúva, pauferro, açoita-cavalo e outras que são de difícil liberação das sementes, 16


necessitam de processos manuais, com utilização de tesouras, alicates, martelos ou das próprias mãos, além de processos mecânicos como trilhadeiras para separar as sementes dos frutos. Eliminação das impurezas Esta é uma etapa muito importante no beneficiamento das sementes, pois quanto menor for a quantidade de elementos chamados de impurezas, maior será a quantidade de sementes por quilograma. Impureza é conhecida também como material inerte. São substâncias indesejadas que acompanham as sementes que estão sendo tratadas. A separação de impurezas e de sementes de má qualidade evita o aumento do volume e facilita a semeadura das sementes boas. Para a limpeza das sementes podem ser utilizadas peneiras que separam as sementes pelo tamanho e auxiliam na retirada das impurezas. Com um trabalho de beneficiamento bem executado consegue-se uma boa uniformização dos lotes de semente, o que proporciona um aumento da qualidade para seu uso e comercialização.

Beneficiamento de sementes de frutos carnosos Para o beneficiamento de sementes de espécie nativas que produzem frutos carnosos, como cereja, pitanga, guabiju e outras, a separação das sementes dos frutos se faz friccionando os mesmos dentro de um recipiente com 17


água. Logo após, deixar em maceração2 , onde ocorre a separação da polpa e da semente. Os resíduos dos frutos flutuarão, enquanto as sementes irão depositarse no fundo do recipiente. Através do escorrimento da água e repetição do processo, vai-se obtendo a limpeza. Após a separação, as sementes deverão ser colocadas para secar, conforme já descrito, para que ocorra a perda da umidade até o ponto de armazenamento.

Armazenamento de sementes florestais Sementes de espécies que têm os embriões protegidos pela sua própria morfologia, pela sua casca dura, lisa, impermeável, ou com endosperma mais duro, permanecerão viáveis por um período maior. No entanto, é importante ressaltar que sementes totalmente maduras podem manter sua viabilidade por um longo tempo, devido à total maturação de seu embrião e à estabilidade das substâncias de reserva que terão condições de oferecer suprimento para suportar os ambientes durante o armazenamento. Armazenamento consiste em preservar as sementes desde a época da colheita até o momento em que se deseja sua germinação. Isso ocorre através de um conjunto de condições que procuram diminuir a velocidade de deterioração das sementes, utilizando-se embalagens que regulam a troca de umidade da semente com o ar e ambientes especiais com temperatura e 2 Maceração é o processo onde a substância vegetal (fruto) é colocada em contato com um líquido (água) usado para amolecer as partes moles e liberar a semente.

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umidade relativa controladas. Portanto, o armazenamento de sementes florestais tem a finalidade de conservar a viabilidade (capacidade de germinação) das sementes por um período maior do que aquele obtido em condições naturais, baseando-se no princípio da respiração, com isso diminuindo a deterioração das sementes. As diferentes condições de armazenamento têm a finalidade de conservar a viabilidade inicial das sementes pelo maior período de tempo possível. As condições fundamentais para o armazenamento de sementes florestais são a umidade relativa e a temperatura do ambiente. A grande maioria das sementes das espécies florestais conserva-se em ambientes secos e a baixas temperaturas. Dessa maneira, a escolha correta do ambiente vai determinar o sucesso ou o fracasso na conservação das sementes. É importante lembrar ainda que o processo de armazenamento pode aumentar o custo de produção de mudas, pela diminuição da germinação, quando mal conduzido. Assim têm-se as seguintes possibilidades de armazenamento de sementes florestais: a) Armazenamento em ambiente seco e a baixa temperatura: a condição de baixa temperatura e umidade é obtida através do uso de câmaras frias. A temperatura utilizada nessa condição de um armazenamento provisório está em torno de 10 a 20 °C e a umidade relativa em torno de 45%.

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b) Armazenamento em ambiente úmido e a baixa temperatura: esta condição é obtida através do uso de câmaras frigoríficas e/ou refrigeradores comuns (gaveta de verduras), os quais podem ser utilizados para conservar as sementes chamadas recalcitrantes, ou seja, aquelas que se conservam em ambiente úmido, como é o caso da Araucária. Nesse tipo de armazenamento a temperatura indicada varia entre 2 e 5 °C e a umidade relativa em torno de 90%.

c) Armazenamento em ambiente com temperatura normal: este ambiente é encontrado em todas as situações, inclusive em laboratórios. Quando não se tem câmaras frias secas ou úmidas, pode-se, por um período de tempo curto, armazenar as sementes em ambientes naturais e bem arejados. Nessa situação, podem-se guardar sementes de espécies que apresentem casca ou tegumento duro, como é o caso da bracatinga, guapuruvu, timbauva e outras, utilizando embalagens apropriadas.

BRACATINGA

GUAPURUVU

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TIMBAUVA


Embalagem para o armazenamento de sementes florestais De maneira geral, as embalagens destinadas ao condicionamento das sementes, durante o período de armazenamento, são classificadas de acordo com a sua permeabilidade ao vapor de água, em três categorias: a) Embalagens porosas ou permeáveis: são as que permitem a troca de umidade entre as sementes e o ambiente. Quando as sementes são armazenadas em condições de alta umidade relativa do ar, o teor de umidade das sementes será aumentado, acelerando o processo de deterioração. Essas embalagens são utilizadas para armazenamento em câmaras secas, em função de as sementes apresentarem baixo teor de umidade. Exemplo: sacos de pano. b) Embalagens semiporosas: também denominadas semipermeáveis ou resistentes à penetração de umidade, não impedem completamente a passagem de umidade, mas permite menor troca de umidade do que as embalagens porosas. Essas embalagens são confeccionadas com materiais como polietileno, papel ou papelão, revestidos com papel ceroso ou outro material. Os sacos plásticos são confeccionados com películas de polietileno, de diferentes densidades e espessuras, que determinam o comportamento em relação à penetração da umidade. Como exemplo pode-se citar os sacos plásticos transparentes comuns. c) Embalagens impermeáveis: São as embalagens que não permitem a troca de umidade entre as sementes e o meio ambiente. São normalmente latas, plásticos de alta densidade e espessura, vidros e recipientes de alumínio. Com essas embalagens podem-se armazenar sementes que exigem ambientes secos e baixa temperatura em câmaras frigoríficas ou geladeiras domiciliares.

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CAPITULO II SELEÇÃO DE ÁRVORE PORTA-SEMENTE* Para a produção de sementes de boa qualidade deve-se ter cuidado em três fatores importantes, os que fazem referência à qualidade fisiológica, 3 genética e a procedência das sementes, para que se tenha sucesso no plantio, assim como, para a manutenção e conservação dos recursos genéticos. Uma ferramenta para elevar a qualidade tanto fisiológica como genética é utilizar um sistema de seleção de árvores para a coleta de sementes. Estas árvores podem ser definidas, classicamente, como sendo aquelas árvores chamadas de dominantes, frequentes na cobertura da floresta, com copas bem formadas, preferencialmente livres de doenças, pragas e com troncos retos e cilíndricos.

BOM

REGULAR

INFERIOR

Cabe fazer referência ao conceito de qualidade aplicado às sementes de espécies nativas, dando um enfoque diferenciado à abordagem tradicional. Quando se define o critério de qualidade para eleger uma árvore porta-sementes 4 busca-se nestas árvores características fenotípicas superiores. Porém, isto não deve ser o único objeto de procura. O principal objetivo da coleta de sementes é a recuperação ambiental, como a diversificação da base genética das espécies componentes da floresta e o resgate da biodiversidade. Assim, pode-se lançar mão de parâmetros * As orientações técnicas deste capítulo têm base no Manual da Bolsa de Sementes da Afubra, citado na referência bibliográfica deste manual. 3

Genética e a ciência biológica que estuda as características hereditárias dos seres vivos.

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Fenótipo corresponde ao aspecto físico dos seres vivos dentro de uma determinada espécie.

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ecológicos, como por exemplo, a sanidade, a procedência (diversidade 5 biológica), posição fitossociológica e, por último, os aspectos relacionados ao fenótipo da planta como tronco perfeito, por exemplo.

BOM

REGULAR

INFERIOR

Fica clara a necessidade de se coletar sementes de árvores portasementes, pois, desta forma, é possível conhecer o material que se está trabalhando e, com isso, maximizar a produção e a qualidade das sementes florestais nativas. Para obtenção de sementes com qualidade genética, entende6 se como sendo sementes com alta variabilidade genética . Além das boas características fisiológicas, é necessário que se tenha alguns cuidados para proceder à escolha das árvores devido ao sistema reprodutivo das espécies. Para amostrar uma população de indivíduos se devem tomar alguns cuidados, principalmente aos relacionados com a maneira de ocorrência das espécies em condições naturais, ou seja, se as árvores ocorrem em baixa densidade populacional, as ditas dispersas, ou se as árvores ocorrem juntas, denominadas de agregadas.

1. ILUMINAÇÃO TOTAL

2. ILUMINAÇÃO PARCIAL

3. SOMBRAL

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Fitossociologia é a parte da botânica que estuda a coletividade dos vegetais e suas inter-relações.

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Variabilidade genética é a quantidade de variação genética existente em uma determinada espécie.

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Local para coleta de sementes As árvores crescem de forma diferenciada em cada local de desenvolvimento devido às diferentes características climáticas, do tipo de solo e da relação e a adaptação com as demais espécies existentes no mesmo sítio; estes fatores influenciarão diretamente na produção e na qualidade das sementes. A arborização urbana torna-se uma alternativa para a colheita de sementes nativas. Porém, não se pode esperar qualidade de sementes obtidas de árvores plantadas neste tipo de local, pois, devido ao pouco número de indivíduos da mesma espécie, poderá resultar em uma baixa variabilidade genética. Por outro lado, a seleção de árvores porta-sementes realizada em ambientes naturais oferece uma maior probabilidade de obtenção de variabilidade genética suficiente para obtenção de sementes de qualidade superior. Áreas Permanentes de Coleta de Sementes (APCS) As APCS podem ser definidas como locais adequados para a coleta de sementes. Podem ser nas propriedades dos alunos ou próximo da escola (Laboratório da Bolsa de Sementes), o que torna este um local especial para coleta de sementes de boa qualidade genética. Portanto, podem existir várias APCS, desde que estas sejam monitoradas pela escola e que as pessoas envolvidas na coleta sejam capacitadas para coordenar cada uma das APCS. A implantação de APCS são mais práticas, pois possibilitam a instalação de infraestrutura local para a colheita de sementes, proporcionam um menor tempo para colheita, dão condição de um manejo especial (adubação) das árvores porta-sementes selecionadas de modo a otimizar a produção de sementes. Implantar várias APCS favorece um ganho em variabilidade genética devido à diversificação existente nas diferentes áreas escolhidas e são mais práticas devido à facilidade de acesso e de locomoção na mata nativa. Seleção de árvores porta-sementes Como já foi destacado, deve-se dar preferência para a seleção de árvores porta-sementes em povoamentos naturais, ou remanescentes da floresta nativa, de acordo com a finalidade a que se destinam as sementes. Portanto, alguns fatores devem ser observados para a seleção das árvores porta-sementes:

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a) Vigor: refere-se a características como tamanho de copa e da árvore, 7 área foliar, resistência a pragas e doenças, bem como aos fatores abióticos . b) Forma do tronco: deve ser dada preferência para as árvores com troncos retos e cilíndricos, evitar árvores tortuosas ou bifurcadas; esta característica deve ter atenção, principalmente, se tem interesse comercial (exploração de madeira). c) Ramificação: selecionar árvores com copa frondosa e bem ramificada; d) Porte: este critério diz respeito à altura e diâmetro da árvore; deve ser dada preferência por árvores dominantes da floresta. e) Floração e frutificação: critério bastante importante para a coleta de sementes, pois a árvore selecionada deve apresentar abundante floração e frutificação. Aspectos práticos para a seleção de árvores porta-sementes Para a seleção de árvores porta-sementes com quantidade e qualidade genética, deve-se valer dos seguintes aspectos: a) As árvores devem ser com copas bem formadas, preferencialmente, livres de doenças, pragas, troncos retos e cilíndricos, além de boas características fenotípicas. b) As árvores devem ter uma boa sanidade, estar em um local com uma boa diversidade biológica e com uma posição fitossociológica. c) Para ter sementes de boa qualidade a árvore deve ter boas características fisiológicas. d) A ocorrência das espécies deve se dar de forma natural (mata nativa), seja dispersas ou agregadas.

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Abióticos são os elementos não vivos que fazem parte de um ecossistema.

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CAPITULO III ESPÉCIES FLORESTAIS DA BOLSA DE SEMENTES Neste capitulo apresentaremos algumas espécies florestais, da Bolsa de Sementes, encontradas na maioria das regiões de atuação do Programa de Ação Socioambiental, desenvolvido pelo Projeto Verde é Vida. A proposta é de subsidiar as escolas-pólo com informações sobre essas espécies, sua descrição botânica, a obtenção e beneficiamento de sementes e seu uso ecológico (arborização, paisagismo, recuperação de áreas degradadas, etc.). Açoita-cavalo - Família Tiliaceae Nome popular: Açoita-cavalo, açoita-cavalo-miúdo, açoita-cavalovermelho, soita cavalo, ibatingui, ivatingui, ivatingi, caiboti, mutamba-preta, paude-canga. Nome científico: Luehea divaricata Mart. et Zucc. Descrição botânica: Altura de 8 a 12 m, com 30 a 50 cm de diâmetro, floresce nos meses de novembro e dezembro, a maturação dos frutos inicia-se no mês de julho até final de agosto. Uso ecológico: Sendo uma espécie rústica e de crescimento rápido é indicada para o reflorestamento de áreas degradadas permanentes, recuperação da mata ciliar e de voçorocas. Na arborização urbana é indicado para uso em canteiros centrais. Obtenção e beneficiamento de sementes: O invólucro da semente é muito duro, para abrir é necessário processo mecânico. A semente é pequena e dispersa facilmente com o vento. O ideal é colher os frutos quando iniciarem a abertura espontânea e liberação das sementes. A semeadura pode ser feita em sementeira, pois resiste bem ao repique. Semear antes de um mês após a coleta. Um kg contém aproximadamente 172.000 sementes. Aguaí-da-serra – Família Sapotaceae Nome popular: Aguaí, aguaí-da-serra, peroba-branca, guatambu-desapo, caxeta, caxeta-amarela, coerana, aguaizeiro, mata-ôlho. 26


Nome Científico: Chrysophylum gonocarpum (Mart &Eichl.) Engl. Descrição botânica: Altura de 6 a 12 metros, com tronco de 30 – 40 cm de diâmetro, floresce a partir de meados de setembro, prolongando-se até novembro. Os frutos amadurecem no período agosto-outubro. Uso ecológico: Planta pioneira, indicada na regeneração de áreas degradas ou vegetação secundária em áreas de preservação permanente, árvore frutífera de atração aos pássaros, pode ser usada na arborização urbana, principalmente de ruas estreitas. Obtenção e beneficiamento de sementes: Coletar os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda ou recolhê-los do chão. As sementes podem ser retiradas através de da abertura manual dos frutos. As sementes devem ser colocadas para germinar logo que colhidas e ocorre de maneira moderada em torno de 20-30 dias, sendo que seu desenvolvimento no campo é lento. Angico-vermelho - Família Leguminosae-Mimosoideae Nome popular : Angico, angico-vermalho, angico-da-mata, angico-verdadeiro, angico-amarelo, angico-cedro, angico-rosa, angico-de-curtume, angicodos-montes, angico-do-banhado, angico-sujo, angico-branco, angico-caá, gurucaia, brincos-de-saguim, brincos-de-sauí, paricá . Nome científico: Parapiptadenia rigida (benth.) Brenan Descrição botânica: Altura de 20 a 30 m, com 60 a 110 cm de diâmetro, floresce nos meses de novembro a janeiro, a maturação dos frutos inicia-se nos meses de junho e julho. Uso ecológico: Árvore pioneira, indicada para recuperação de áreas degradadas e de preservação permanente. Para a arborização é indicado o uso em canteiros centrais e largos sem fiação aérea pois produz excelente sombra. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos quando iniciarem a abertura espontânea, colocar a sombra para que liberação as sementes, sendo que um kg contém aproximadamente 38.600 sementes. Araçá – Família Myrtaceae Nome popular : Araçá, araçá-do-campo, araçá-amarelo, araçá-vermelho, araçá-da-praia, araça-doce, araçazeiro, araçá-de-comer, araçá-vermelho, araçá-manteiga, araçá-de-coroa, araçá-rosa, araçá-pera. 27


Nome cientifico: Psidium cattleianum Sabine Descrição botânica: Altura de 3 a 6 m, 15 a 25 cm de diâmetro, Floresce durante os meses de junho a dezembro, seus frutos amadurecem de setembro a março. Uso ecológico: Indicada para pomares domésticos é um componente indispensável para bosques mistos destinados a recomposição de áreas degradadas de preservação permanentes, seus frutos são comestíveis e muito saborosos para o consumo ao natural, sendo seus frutos procurados por várias espécies de pássaros. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore, deixá-los amontoados durante alguns dias na sombra e longe de insetos, após, retirar a polpa em água corrente dentro de uma peneira, um kg contem aproximadamente 65.000 sementes. Araticum - Família Annonaceae Nome popular: Araticum, araticum-falso, araticum-alvadio, araticum-amarelo, araticum-de-santa-catarina, araticum-folha-de-salgueiro, cortiça, quaresma, quaresmeira, ariticum, embira-vermelha. Nome científico: Rollinia salicifolia schltdl. Descrição botânica: Altura de 10-20 m, com folhagem caducifólia e tronco revestido por casca fibrosa. Folhas de 9-13 cm de cumprimento, frutos do tipo sincarpo comestível. Floresce durante os meses de outubro a dezembro. Os frutos amadurecem de fevereiro a abril. Uso ecológico: Árvore de média frequência e de distribuição irregular ao longo de sua área de ocorrência, possui uma madeira leve e de baixa resistência ao ataque de insetos. Seus frutos são saborosos e apreciados pela cultura local. A árvore é recomendada para cultivo na arborização urbana. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos podem ser colhidos da árvore ou do chão, em ambos os casos, as sementes devem ter sua polpa removida através de água corrente. Um kg de sementes contém cerca de 1.600 unidades. Aroeira Salsa – Família Anacardiaceae Nome popular: Aroeira, aroeira-salsa, aroeira-mansa, aroeira-piriquita, 28


aroeira-mole, aroeira-salso, corneiba, corneita, fruto-de-sabiá, pimenteiro, terebinto, anacuita. Nome científico: Schinus molle l. Descrição botânica: Altura de 4-8 m, com tronco de 25-35 cm de diâmetro. Floresce abundantemente durante os meses de agosto a novembro. A maturação dos frutos verifica-se nos meses de dezembro e janeiro, permanecendo na árvore até os meses de fevereiro e março. Uso ecológico: Árvore pioneira importante na recuperação de mata ciliar e de áreas degradadas pois desenvolvem-se em solos muito degradados. Seus frutos atraem a fauna. Na arborização de vias públicas, suas ramificações dificultam o trânsito de pedestres nas calçadas e pode ser cultivada como ornamental. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore após sua maturação. Após separados dos pendúculos deve-se fazer a secagem e posteriormente tirar a semente através de esfregaço, um kg contém aproximadamente 29.200 sementes. Aroeira Vermelha - Família Anacardiaceae Nome popular: Aroeira, aroeira-mansa, aroeira-vermelha, aroeira-branca, aroeira-precoce, aroeira-pimenteira e aroeira-do-campo, aroeira-da-praia, aroeira do bejo, aroeira-negra, aroeira-do-sertão, aroeira-do-paraná, fruto-deraposa, fruto-de-sabiá, coração-de-bugre, aguaraiba, cambuí. Nome científico: Schinus terebinthifolius raddi Descrição botânica: Altura de 5 a 10m, com 30 a 60 cm de diâmetro, Floresce nos meses de setembro a janeiro e a maturação dos frutos inicia-se nos meses de janeiro a julho. Uso ecológico: Árvore pioneira e agressiva, que ocupa rapidamente capoeiras ou outros espaços disponíveis pela ampla dispersão de seus frutos que atraem pássaros e formigas, indicada para a recuperação de mata ciliar. Para arborização de vias públicas, seu uso em calçadas poderá ser comprometido por apresentar ramificações baixas que não permite o trânsito de pedestres e o estacionamento de carros junto ao meio fio. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore após sua maturação. Após separados dos pendúculos 29


deve-se fazer a secagem e posteriormente tirar a semente através de esfregaço, um kg contém aproximadamente 44.000 sementes. Bacopari - Família Clusiaceae Nome popular : Bacupari, bacopari Nome científico: Garcinia gardneriana(Planch.et Triana) Descrição botânica: Árvore pequena, perenifólia, com até 15 m de altura, com o diâmetro de no máximo 25 cm. A casca é amarelo-esverdeada, folhas opostas, simples com 10 cm de cumprimento e 4 cm de largura. Frutos do tipo baga, amarelos. Uso ecológico: Árvore cultivada como frutífera, apesar de sua forma ornamental, ela se desenvolve muito bem em ambientes urbanos sombrios. Os frutos são consumidos por aracuãs e outros animais Obtenção e beneficiamento de sementes: As sementes devem ser retiradas logo após a colheita e lavadas para a retirada da polpa. Desenvolvimento lento. Batinga – Família Myrtaceae Nome popular: Batinga, batinga-vermelha, guapi, ybira-tinga. Nome científico: Eugenia rostrifloia Legr. Descrição botânica: Floresce de agosto a janeiro, e frutifica de setembro a dezembro. Uso ecológico: Indicada para o reflorestamento em áreas em vegetação secundária de lugares secos. Seus frutos comestíveis atraem a fauna e com boas possibilidades paisagísticas. Obtenção e beneficiamento de sementes: Deve-se coletar os frutos quando maduros e separar as sementes manualmente em água corrente, após secar na sombra. Bracatinga – Família Leguminosae (Mimosaceae) Nome popular: Bracatinga, abracatinga, bracatinho, paracaatinga, ybiracaá-tinga. Nome científico: Mimosa scabrella Benth. 30


Descrição botânica: Altura de 5-15 m, com tronco de 30-40 cm de diâmetro. Floresce durante longo período do ano, porem com maior intensidade a partir do mês de junho, prolongando-se até agosto. Os frutos amadurecem principalmente de novembro a janeiro. Uso ecológico: Espécie pioneira apresenta pouca exigência quanto as condições do solo. Indicada para recuperação de áreas degradadas sem vegetação ou em vegetação secundária. Importante fonte de néctar para insetos, pois floresce no inverno. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciar a queda espontânea, fazer a secagem que vai facilitar a abertura e retirada das sementes. Um kg contem aproximadamente 66.000 sementes. Butiá – Família Palmae Nome popular: Butiá, butiazeiro, butiá-azedo, butiá-da-praia, butiá-docéu, butiá-miúdo, butiá-pequeno. Nome científico: Butia capitata (Mart.) Becc. Descrição botânica: Altura de 3-5 m, com tronco de 30-50 cm de diâmetro. Floresce de setembro a janeiro e a maturação dos frutos ocorre de dezembro a março. Uso ecológico: Árvore pioneira, indicada para florestamento sem vegetação ou em vegetação secundária, e seus frutos comestíveis atraem a fauna. Muito usada como paisagismo, e na arborização da vias públicas onde recomenda-se apenas para canteiros centrais, devido a forma e folhagem. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher o fruto diretamente da árvore quando iniciar a queda espontânea, tirar a polpa e colocar para secar na sombra. Para o plantio deve-se quebrar o invólucro da semente e semear imediatamente. Um kg contem aproximadamente 450 sementes. Cabriúva - Família Leguminosae-Papilionoideae Nome popular : Cabreúva-parda, cabreúva-amarela, bálsamo, pau-bálsamo,pau-de-óleo-verdadeiro, caburé, caboreíba. Nome científico: Myrocarpus frondosus, Allemao Descrição botânica: Altura de 20 a 30 m, tronco com 60 a 90 cm de 31


diâmetro, Floresce nos meses de setembro a outubro e a maturação dos frutos no mês de novembro a dezembro. Uso ecológico: Indicada para regeneração de áreas degradadas e ocorre tanto no interior da mata primária como secundária. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos quando iniciarem a abertura espontânea e liberação das sementes ou colher do chão após a queda. A semeadura é normal, sendo que os frutos podem ser plantados diretamente, como se fossem sementes, a semente dura até 4 meses. Um kg de fruto contém cerca de 5.100 sementes. Camboatá Vermelho – Família Sapindaceae Nome popular: Camboatá, camboatá-vermelho, cuvantã, arco-depeneira, camboatã, cubantã, gragoatã, guavatã, miguel-pintado, arco-de-pipa, pau-de-cantil, jagua-rataí. Nome científico: Cupania vernalis Camb. Descrição botânica: Altura de 10-22 m, com tronco de 50-70 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de março a maio, sendo que sua maturação ocorre de setembro até novembro. Uso ecológico: Indicado para recomposição e enriquecimento de áreas degradadas e para o plantio de vegetação primária ou secundária. Seus frutos são muito procurados por pela fauna o que ressalta seu potencial ecológico. Obtenção e beneficiamento de sementes: Deve-se coletar os frutos diretamente da árvore, quando iniciarem a abertura espontânea ou quando cai no chão, fazer a secagem ao natural que contribuirá com a liberação das sementes. A semeadura deve ser feita normal em canteiros e a semente resiste até 6 meses. Um kg contem aproximadamente 2.580 sementes. Canafístula – Família Leguminosae ( fabaceae ) Nome popular: Canafístula, farinha-seca, sobrasil, faveiro, Tamborilbravo, amendoim, guarucaia, ibirá-puitá. Nome científico: Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Descrição botânica: Árvore de grande porte atingindo até 25 m de altura e o tronco com 50-70 cm de diâmetro. Floresce abundantemente de dezembro a 32


fevereiro e frutifica de março a abril. Uso ecológico: Planta pioneira, indicada para recuperação de áreas degradadas com função de preservação permanente, para matas ciliares e paisagismo em geral. Na arborização de vias públicas o porte da árvore inviabiliza seu uso em calçadas, mas poderá ser usada em canteiros centrais, preferencialmente sem a presença de redes elétricas, porém o seu sistema radicular pode comprometer o pavimento. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos na árvore ou no chão quando iniciar a queda expontânea em seguida fazer a secagem. A retirada das sementes pode ser manual, sua semeadura é normal em canteiros e sua semente resiste mais de um ano. Um kg contém aproximadamente 21.000 sementes. Canela Amarela – Família Lauraceae Nome popular: Canela-amarela, canela-branca, canela-da-várzea, canela-louro, canela-fedorenta, canela-sassafráz, canela-nhoçara, espora-degalo, canela-do-brejo. Nome científico: Nectandra lanceolata Nees & Mart. ex Nees Descrição botânica: Altura de 15-25 m, com tronco de 40-80 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de setembro a dezembro, sua frutificação e maturação ocorrem de janeiro a março. Uso ecológico: Indicada para recuperação de mata ciliar e também na associação de plantas pioneiras e secundárias, seus frutos são muito apreciados pela fauna, o que destaca sua importância ecológica. Pode ser usada no paisagismo de rodovias e parques. Obtenção e beneficiamento de sementes: Coletar os frutos diretamente da árvore ou do chão quando iniciarem a queda espontânea, após alguns dias despolpá-los em água corrente, colocando as sementes para secar a sombra. A semeadura pode ser feita normal em canteiros. Um kg contém aproximadamente 980 sementes. Canela-do-brejo - Família Leguminosae-Papilionoideae(Fabaceae) Nome popular : Sapuvinha, sapuva, sapuvuçu, pau-de-malho, jacarandároxo, canela-do-brejo, farinha-seca, marmeleira-do-mato. 33


Nome científico: Machaerium stipitatum(DC.)Vogel Descrição botânica: Altura de 10 a 20 m, com tronco canelado de 40 a 50 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de fevereiro a abril. A maturação dos frutos verifica-se nos meses de setembro a outubro. Uso ecológico: Planta pioneira e rústica é útil para plantios mistos em áreas de preservação permanente e também por ser extremamente ornamental, pode ser usada no paisagismo em geral. Possui preferência por solos férteis, situados em baixadas úmidas e em terrenos pedregosos. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea. Os frutos podem ser utilizados como sementes, uma vez que a sua retirada de sementes é praticamente impossível. Um kg de frutos contém cerca de 6.300 sementes. Canela-preta - Família Lauraceae Nome popular: Canelinha, canela-imbuia, canela-preta, canela-ferrugem, canela-louro, canela-cheirosa, canela-fedorenta, canela-merda. Nome científico: Nectandra megapotamica (Spreng.)Mez Descrição botânica: Altura de 15 a 25 m, com tronco de 40 a 60 cm de diâmetro. Floresce a partir de junho a setembro. Os frutos amadurecem nos meses de novembro a janeiro. Uso ecológico: É uma árvore ornamental, possui uma copa arredondada, por isso muito utilizada em arborização urbana e em reflorestamento de áreas de preservação. Seus frutos são apreciados pela fauna. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore, quando iniciarem a queda espontânea, em seguida despolpá-los em água corrente caso se deseja armazená-las. Um kg de sementes contém cerca de 3.500 unidades. Canela-sassafrás - Família Lauraceae Nome popular: Canela-sassafrás, sassafrás, sassafrás-amarelo, canelafuncho, sassafrás-preto, sassafrás-rajado, canela-parda, canela-cheirosa, louro-cheiroso, casca-cheirosa. Nome científico: Ocotea odorifera(Vell.) Rohwer 34


Descrição botânica: Altura de 15 a 25 m, com tronco de 50 a 70 cm de diâmetro. Floresce em diferentes épocas do ano, predominando, contudo nos meses de agosto e setembro; em conseqüência a maturação dos frutos também é variável, com maior intensidade de abril a junho. Uso ecológico: A árvore proporciona boa sombra e ótimas qualidades para o paisagismo, principalmente para arborização urbana. Todas as partes da planta apresentam um cheiro característico devido a presença do óleo essencial “safrol”. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore, assim que começar a queda espontânea. Em seguida deixá-los ao sol para secar a pequena camada de polpa suculenta que envolve a semente. Um kg de frutos assim preparados contém cerca de 3.500 unidades. Canjerana – Família Meliaceae Nome popular: Canjerana, cangerana, cacharana, pau-de-santo, canjarana, canjerana-de-prego, canjarana, cedro-canjerana, caierana, canjarana-do-litoral, cajá-espúrio, cayarana. Nome científico: Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Descrição botânica: Altura de 20-30 m, com tronco de 70-120 cm de diâmetro. Floresce em mais de uma época do ano, porém com maior intensidade nos meses setembro e outubro. O amadurecimento dos frutos predomina nos meses de agosto a novembro. Uso ecológico: É indicada para reflorestamento de áreas de preservação, para recuperação de encostas e da a mata ciliar, pois suporta inundações, atrai a fauna, pode ser usada na arborização de culturas ou de pastos. Obtenção e beneficiamento de sementes: A fruta deve ser colhida do chão, a separação do fruto e da semente é manual. É importante não deixar que a semente seque muito rápido, pois perde as germinação. A semeadura é normal em canteiros, sendo sua germinação muito difícil e a semente dura 10 dias. Um kg contem aproximadamente 1.200 sementes. Capororoca - Família Myrsinaceae Nome popular: Capororoca, capororoca-de-folhas-miúdas, capororoquinha. 35


Nome científico: Myrsine ferruginea(Sw.) R. Br. Descrição botânica: Árvore de pequeno porte podendo chegar no máximo a 12 m de altura e 40 cm de diâmetro. A floração varia conforme a região entre maio a outubro. O amadurecimento dos frutos é entre os meses de outubro a dezembro. Uso ecológico: É uma das espécies mais importantes da flora sul brasileira, tanto em fauna-flora, como em reprodução natural para a regeneração de áreas degradadas. Seus frutos são consumidos pela fauna. Caroba - Família Sinonímia Botânica Nome Popular: caroba, caroba-rosa, caroba-roxa, carobão, paraparaí, carova, jacarandá-caroba, caá-yroba. Nome Científico: Jacaranda micrantha Cham. Descrição botânica: Árvore de grande porte atingindo ate 20 metros de altura e 100cm de diâmetro. Floresce de outubro a dezembro e frutifica de julho a setembro. Uso ecológico: Indicada para recuperação de áreas degradados e também na arborização de cursos d’água, usada no paisagismo em geral, pela beleza de suas flores, muito freqüente em parques, avenidas e arborização de rodovias. Obtenção e beneficiamento de sementes: colher os frutos na árvore quando iniciarem a abertura expontânea, maduros ( de cor marrom ), antes de cair no chão (quando isso ocorre já foi liberada a semente que é levada pelo vento) os frutos se abrem quando maduros, liberando as sementes aladas. A semeadura é normal em sementeiras e sua germinação ocorre entre 15 a 20 dias. A semente se conservada em local seco pode durar até um ano, um kg contem aproximadamente 100.000 sementes. Catiguá - Família Meliaceae Nome popular: Catiguá, catiguá-guaçu, cataguá, angelim-rosa, cedrinho, mangaltô-catinga Nome científico: Trichilia catingua A . Juss Descrição botânica: Altura de 3 a 6 m, possui copa alongada e densa, com tronco muito curto. O seu diâmetro é de 15 a 20 cm. Floresce de dezembro a 36


fevereiro. A maturação dos frutos ocorre de março a maio. Uso ecológico: A árvore pequena, de porte elegante e produtora de alimento para a avifauna, tem potencial para cultivo na arborização urbana e para reflorestamentos mistos. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, quando iniciarem a abertura espontânea, corta-se os ramos e deixe os frutos secarem à sombra para completar a abertura e libaração das sementes e deixe-as secar. Um kg de sementes assim preparados possui cerca de 7.300 unidades. Cedro - Família meliaceae Nome popular: cedro, cedro-rosa, cedro-vermelho, cedro-branco, cedrobatata, cedro-amerelo, cedro-cetim, cedro-da-várzea, acaiacá, ygaribá. Nome científico: cedrela fissilis Vell. Descrição botânica: Altura de 25 a 35 m, com 60 a 90 cm de diâmetro. Floresce nos meses de agosto a setembro a maturação dos frutos inicia-se no mês de junho a agosto. O crescimento é rápido exceto em locais sujeitos a geadas. Uso ecológico: Indicada para recuperação de áreas degradadas pode ser encontrada com espécie pioneira na floresta secundária. Utilizada no paisagismo de parques, em função do porte e por ser uma árvore ornamental. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos quando maduros e antes que se abra, sua semente é alçada e facilmente levada pelo vento. Sua semeadura é normal e canteiro e a semente dura até seis meses. Um kg contém aproximadamente 21.000 sementes. Cerejeira – Família Myrtaceae Nome popular: Cereja, cerejeira, cerejeira-do-mato, cerejeira-da-terra, cereja-do-rio-grande, araçazeiro, ibaibá, ivaí. Nome cientifico: Eugenia involucrata DC. Descrição botânica: Altura de 5 a 15m, 30 a 40 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de setembro a novembro e seus frutos amadurecem em outubro a dezembro. 37


Uso ecológico: Indicada para plantio em áreas de regeneração com função de preservação permanente atrai a fauna, pois seu fruto é muito apreciado. É usada na ornamentação paisagística, inclusive na arborização de ruas estreitas. Seus frutos são comestíveis e muito saborosos, aproveitados para a confecção de doces, geléias, licores e também para o consumo inatura. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando estiverem maduros ou recolher do chão logo após a sua queda expontânea, em seguida despolpar em água corrente dentro de uma peneira, deixar secar a sombra, um kg contem aproximadamente 7.500 sementes. Cocão - Família Erythroxylaceae Nome popular: Cocão, cocon, fruta-de-pomba, baga-de-pomba. Nome científico: Erythroxylum argentinum Descrição botânica: Altura de 5 a 7 m, possui copa arredondada e rala, tronco curto, tendo de 25 a 35 cm de diâmetro. Floresce de setembro a novembro. Os frutos amadurecem de dezembro a março. Uso ecológico: Planta pioneira, que se adapta a vários tipos de solo, tanto arenosos, como rochosos. A árvore por possuir qualidades ornamentais é muito utilizada em paisagismo. Os frutos são apreciados por várias espécies de pássaros. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, balançando os ramos sobre uma lona; em seguida devem ser deixados amontoados para o apodrecimento parcial, para facilitar a retirada da semente através da lavagem em água corrente dentro de uma peneira. Um kg contém cerca de 16.500 sementes. Corticeira-da-serra - Família Leguminosae-Papilionoideae(Fabaceae) Nome popular: Corticeira-da-serra, mulungu, bico-de-papagaio, canivete, ceibo, sanandu, sananduí, sapatinho-de-judeu, suinã, corticeira, corticeira-domato, sinhanduva, sinandu. Nome científico: Erythrina falcata Benth. Descrição botânica: Altura de 20 a 30 m, com tronco de 50 a 90 cm de diâmetro, é considerada uma planta muito espinhenta. Floresce em junho, prolongando-se até novembro quando aparecem novas folhas. Os frutos 38


(vagem) amadurecem de setembro a novembro. Uso ecológico: A árvore quando florida torna-se uma planta extremamente ornamental. Também é interessante o seu plantio em encostas e em áreas ciliares degradadas. Seus frutos são muito apreciados pela avifauna. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando adquirirem coloração preta e iniciarem a queda espontânea. Deixar ao sol para secar onde facilita a abertura manual para a retirada da semente. Um kg contém cerca de 6.000 sementes. Corticeira-do-banhado-Família Leguminosae-Papilionoideae ........(Fabaceae) Nome popular: Sananduva, corticeira, coticeira-do-banhado, crista-degalo, samauveiro, seibo, flor-de-coral, mulungu, suinã. Nome científico: Erythrina crista-galli L. Descrição botânica: Planta espinhenta de 6 a 10 m de altura, com tronco tortuoso e suberoso de 30 a 40 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de setembro a dezembro. Os frutos amadurecem nos meses de janeiro e fevereiro. Uso ecológico: É uma planta característica de terrenos brejosos e muito úmidos existentes ao longo de rios e estuários, mas também é uma árvore bastante ornamental quando em flor, muito utilizada em parques e jardins, por também se adaptar em solos secos. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore ou recolhê-los no chão após a queda. Secá-los ao sol onde facilita a abertura manual para a retirada das sementes. Um kg contém cerca de 3.800 sementes. Erva-mate – Família Aquifoliacea (Árvore símbolo do Estado do Rio ........Grande do Sul) Nome popular: Erva-mate, mate, erva, erveira, congonha, ervaverdadeira, erva-congonha, caá. Nome científico: Ilex paraguariensis A. St. Hil. Descrição botânica: Altura de 4 a 8 m, seu tronco curto de 30 a 40 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de outubro a dezembro e os frutos amadurecem de janeiro a março. 39


Uso ecológico: Cresce em densos agrupamentos uniformes, seus frutos atraem a avifauna, que é responsável pela disseminação de sementes. Usada como árvore ornamental e paisagística. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colha a fruta quando cai no chão, colocar em um recipiente com água por aproximadamente 20 dias. Depois deve ser esmagada em uma peneira e lavada em água corrente, posteriormente fazer a secagem. As sementes podem ser semeadas em sementeiras e feita a estratificação (camadas de areia, grossa, fina e terra). Um kg contem aproximadamente 90.000 sementes. Falso-barbatimão - Família Caesalpinaceae Nome popular: Falso-barbatimão Nome científico: Cassia leptophylla Vogel Descrição botânica: Altura de 8 a 10 m, com tronco de 30 a 40 cm de diâmetro. Flores amareladas e fruto legume cilíndrico e lenhoso. Floresce nos meses de novembro a janeiro. Os frutos amadurecem nos meses de junho e julho. Uso ecológico: A árvore é excelente para o paisagismo e arborização de ruas em geral, devido a forma de sua copa e a floração amarelada. Como planta rústica não pode faltar nos reflorestamentos mistos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore ou do chão logo após a queda. Deixá-los secar ao sol, para facilitar o quebramento com martelo e liberação das sementes. Pode ser armazenada por até 10 meses, porém caruncha com facilidade em temperatura ambiente. Um kg contém cerca de 5.700 sementes. Figueira - Família Moraceae Nome popular: Gameleira, gameleira-brava, mata-pau, figueira, figueirada-folha-miúda, figueira-branca. Nome científico: Ficus Cestrifolia Chodat Descrição botânica: Altura de 10 a 25 m, copa rala de tronco curto e canelado, possui de 60 a 90 cm de diâmetro. Floresce e frutifica quase o ano inteiro, contudo mais abundantemente durante o período do inverno. 40


Uso ecológico: A árvore, fornecedora de boa sombra e alimentos para a fauna, é indicada para reflorestamento de áreas de preservação e paisagismo rural. Seus frutos são consumidos pela avifauna. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, quando iniciar a queda espontânea, deixando-os amontoados em saco plástico até sua decomposição parcial, para facilitar sua maceração em água e preparo de uma suspensão de sementes e polpa para a semeadura. Um kg de sementes limpas e secas contém cerca de 5 milhões de unidades. Grandiuva - Família Ulmaceae Nome popular: Grandiúva, pau-pólvora, crindiúva, periquiteira, orindeúva, coatidiba, orinduíba, orindiba, gurindiba, candiúba, taleira, motamba, seriúva. Nome científico: Trema micrantha (L.) Blume Descrição botânica: Altura de 5 a 12 m, com tronco de 20 a 40 cm de diâmetro. Face superior áspera e inferior pubescente. Floresce durante os meses de setembro a janeiro. Os frutos amadurecem em janeiro a maio. Uso ecológico: A árvore é pioneira e de fácil crescimento, não pode faltar em qualquer reflorestamento heterogêneo destinado à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente. Seus frutos são consumidos por várias espécies de pássaros. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos devem ser colhidos direto da árvore, devem secá-los sem despolpá-los, deixando-os ao sol. Um kg de frutos assim obtidos contém cerca de 135.000 sementes. Grápia – Família Leguminosae (Caesalpinoideae) Nome popular: Grápia, garapa, muirajuba, amarelinho, grapiapunha, amarelão, jitaí, jataí, jutaí, grapiá, garapa-branca, garapa-amarela, barapibo, cumarurana, muratuá, gurapiapunha. Nome científico: Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Descrição botânica: Altura de 25 a 40 m, com tronco de 60 a 90 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de agosto e setembro e os frutos amadurecem nos meses de janeiro e fevereiro. Uso ecológico: Planta pioneira e agressiva, indicada para o refloresta41


mento e regeneração florestal, ocorre em formações secundárias abertas, atrai a fauna silvestre. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando maduros, uma vez que as vagens não se abrem espontaneamente, portanto a semente deve ser retirada manualmente. Para a semeadura em canteiros as sementes devem ser escarificadas para aumentar a germinação. Um kg contem aproximadamente 20.800 sementes. Guabiju – Família Myrtaceae Nome popular: Guabiju, guabijueiro, guabiroba-açu, guabiju-guaçu, guabira-guaçu, guajaraí-da-várzea, guavira-guaçu, ygus-pi-ju, ibá-viyú. Nome científico: Myrcianthes pungens ( Berg ) Lerg. Descrição botânica: Altura de 15 a 20 metros, 40 a 60 cm de diâmetro. Floresce em outubro e novembro e os frutos amadurecem em janeiro e fevereiro. Uso ecológico: Indicada para arborização urbana e rural, seus frutos são comestíveis e saborosos, muito apreciados por pássaros, cultivada em pomares domésticos, recomendada para plantio misto em áreas degradadas de preservação permanente. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciar a queda expontânea, deixar amontoados por alguns dias, despolpa-los manualmente em água corrente dentro de uma peneira para posteriormente fazer a secagem na sombra. Semeadura normal em canteiros, suas sementes duram até 15 dias. Um kg contem aproximadamente 4.000 sementes. Guabirobeira – Família Myrtaceae Nome popular: Guabiroba, guabirova, guabirobeira-do-mato, gabirobeira, guariba, gabirobeira, guabira-roba, yb-bem-yrob. Nome cientifico: Campomanesia xanthocarpa O. Berg. Descrição botânica: Altura de 10 a 20 m, tronco de 30 a 50 cm de diâmetro. Floresce nos meses de setembro a novembro, os frutos amadurecem nos meses de novembro e dezembro. Uso ecológico: Indicada para plantio em áreas degradada de preservação 42


permanente, usada em paisagismo de forma geral, seus frutos são comestíveis e muito saborosos e com alto teor vitamínico, tendo como inconveniente para logradouros públicos a sujeira com a queda dos frutos. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore deixá-los amontoados por alguns dias e despolpar em água corrente, dentro de uma peneira e fazer a secagem a sombra, sua semeadura deve ser feita normal em canteiros com cobertura leve. Um km contem aproximadamente 13.000 sementes. Guapuruvú – Família Leguminosae (Caesalpinaceae) Nome popular: Guapuruvú, guarapuvu, guapurubu, ficheira, bacurubu, birosca, guapiruvu, pataqueira, pau-de-vintém, bacuruva, bandarra, faveira. Nome científico: Schizolobium parahyba (Vee.) Blake Descrição botânica: Altura de 20 a 30 m, com tronco de 60 a 80 cm de diâmetro. Floresce de agosto a outubro com a planta totalmente despida de folhas e os frutos amadurecem de abril a julho. Uso ecológico: Planta pioneira, indicada para a recuperação de degradadas com vegetação secundária, trata-se de uma das espécies nativas de mais rápido crescimento, recomendado para recuperação de matas ciliares em locais não sujeitos a inundação. Árvore usada no paisagismo urbano, por ser muito ornamental, porém não pode ser usada em calçadas pois suas raízes provoca danos a calçada e ao pavimento. Seus ramos quebram com facilidade e produz pouco sombreamento. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos do chão após sua queda espontânea retirando a semente de forma manual. Para melhor germinação é indicado fazer escarificação da semente ou coloca-la em água fervente e deixar a água esfriar com a semente dentro. A semente dura mais de dois anos, um kg contem aproximadamente 500 sementes. Guatambú – Família Rutaceae Nome popular: Guatambú, pau-marfim, pequiá-mamão, pquiá-mamona, guataia, farinha seca, marfim, gramixinga, pau-liso, pau-cetim, guarataia, guamuxinga. Nome científico: Balforodendron riedelianum (Engler) Engler 43


Descrição botânica: Altura de 20 a 30 metros, com tronco retilíneo de 40 a 90 cm de diâmetro. Floresce de agosto a abril e a maturação do dos frutos de maio a dezembro. Uso ecológico: Árvore pioneira comum em clareiras de matas primárias, secundárias ou capoeirões, indicado para a recuperação de mata ciliar. Utilizada na arborização de parques, praças e jardins. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos devem ser coletados no solo, quando passam da coloração verde para amarelo-cinza, para retirada da semente deve ser feita a secagem do fruto e posteriormente esfregalos com a mão em uma peneira para retirar suas asas, o que dá uma melhor qualidade para semeadura. Um kg tem aproximadamente 2.460 frutos. Imbuia – Família Lauraceae (Árvore símbolo do Estado de Santa ........Catarina) Nome popular: Canela-imbuia, imbuia, embuia, imbuia-clara, imbuiaparda, imbuia-preta, imbuia-amarela, imbuia-rajada, imbuia-lisa, imbuiabrasina, imbuia-revessa, imbuia-zebrina, umbuia. Nome científico: Ocotea porosa (Nees et Mart. ex Nees) L. Barbosa Descrição botânica: Altura de 15 a 30 m, com tronco de 50 a 150 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de outubro e novembro e os frutos amadurecem de janeiro a março. Uso ecológico: Árvore pioneira indicada para plantio em áreas de preservação permanente e em florestas secundárias, seus frutos são apreciados pela fauna e pode ser recomendada para a recuperação de mata ciliar em locais sem inundação. Planta ornamental usada com sucesso no paisagismo e na arborização urbana. Obtenção e beneficiamento de sementes: Deve-se coletar os frutos diretamente da árvore ou do chão, quando estes iniciarem a queda espontânea, recomenda-se despolpa-los em água corrente e fazer a secagem. O plantio pode ser feito ao natural em canteiros e a germinação ocorre de 15 a 120 dias. Um kg contem aproximadamente 780 sementes. Inga-feijão – Família Leguminosae-Mimosoideae Nome popular: Ingá, ingá-feijão, ingá-dedo, ingá-mirim, angá, ingaí. 44


Nome científico: Inga marginata Willd. Descrição botânica: Altura entre 5 e 15 metros, 25 a 45 cm de diâmetro. Floresce entre janeiro e fevereiro e os frutos amadurecem em agosto e setembro. Uso ecológico: Muito utilizada para sombreamentos, paisagismo em vias públicas em especial para canteiros centrais, pois seu sistema radicular é superficial. É importante na composição de matas ciliares e recomposição de áreas degradadas por ser uma pioneira. Seus frutos são comestíveis e muito apreciados pela fauna. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente na árvore quando iniciar a queda expontânea, em seguida abrir manualmente e retirar as sementes, as sementes perdem o poder de germinação rápido, cada km de sementes com arilo contém aproximadamente 480 unidades. Ipê-amarelo - Família Bignoniaceae Nome popular: Ipê-amarelo, ipê-do-morro, pau-d’arco-amarelo. Nome científico: Tabebuia chrysotricha (Mart. Sx DC.) Standl. Descrição botânica: Árvore de pequeno porte, de até 10 m de altura, com fustes levemente tortuosos, de até 40 cm de diâmetro. Floresce nos meses de agosto a novembro. Os frutos tem sua maturação nos meses de setembro e outubro. Uso ecológico: A árvore é bastante utilizada em pequenos espaços como canteiros, calçadas, jardins e também para ornamentações. É uma árvore pioneira não muito agressiva, indicada para regeneração de áreas com preservação permanente. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida deixá-los ao sol para completarem a abertura e liberação das sementes. Ipê-da-serra - Família Bignoniaceae Nome popular: Ipê-Amarelo, ipê-amarelo-da-serra, ipê-mandioca, ipêouro, ipê-branco, ipê-tabaco, ipê-mamona, igpe. Nome científico: Tabebuia alba (Cham.) Sandw. 45


Descrição botânica: Altura de 20 a 30 m, com 40 a 60 cm de diâmetro. Floresce nos meses de julho a setembro a maturação dos frutos inicia-se no mês de outubro até final de novembro. Uso ecológico: Árvore pioneira não muito agressiva, indicada para regeneração de áreas com finalidade de preservação permanente, ocorre no interior de florestas primárias como em formação abertas e secundárias. Para a arborização urbana, sua copa permite compatibilizar com a fiação, mesmo em caso de podas necessárias, indicada para calçadas largas. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos quando iniciarem a abertura espontânea e liberação das sementes. A planta tem um período de germinação muito curto, portanto deve ser semeada em canteiros até sete dias após a colheita das sementes. Um kg contém aproximadamente 85.400 sementes. Ipê-Roxo - Família Bignoniaceae Nome popular: Ipê-roxo, ipê-de-flor-roxa, ipê-roxo-da-mata, pau-d’arcoroxo, ipê preto, ipê- rosa, ipê-comum, ipê-cavatã, lapacho, lapacho-negro, cabroé, peúva, piúva. Nome científico: Tabebuia Avellanedae Lor. ex Griseb. Descrição botânica: Altura de 20 a 35 m, com tronco de 60 a 80 cm de diâmetro. Floresce nos meses de junho a agosto e a maturação dos frutos iniciase no mês de agosto até final de novembro. Uso ecológico: Árvore pioneira indicada para recuperação de áreas degradadas com grande importância na evolução dos ecossistemas. Para a arborização urbana, sua copa permite compatibilizar com a fiação, mesmo em caso de podas necessárias, indicada para calçadas largas. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos quando iniciarem a abertura espontânea e liberação das sementes. A planta tem um período de germinação muito curto, portanto deve ser semeada em canteiros até sete dias após a colheita das sementes. Um kg contém aproximadamente 35.000 sementes. Jabuticabeira – Família Myrtaceae Nome popular: Jabuticaba, jaboticaba, jabuticabeira, jabuticabeira-preta, 46


jabuticabeira-rajada, jabuticabeira-rósea, jabuticabeira-vermelho-brancadentre outros. Nome Cientifico: Myrciaria trunciflora Berg Descrição botânica: Altura de 8 a 15 m, com 30 a 40 cm de diâmetro. Floresce duas vezes por ano, normalmente em julho e agosto e novembro e dezembro, os frutos amadurecem em agosto e setembro e janeiro e fevereiro. Uso ecológico: Árvore ornamental podendo ser empregada no paisagismo de forma geral, muito utilizada em pomares, seus frutos são comestíveis e muito saborosos, para o consumo ao natural ou na forma de doces, licores, geléias, sendo desta forma uma das frutíferas mais cultivadas em pomares domésticos do Brasil, e é muito procurada pela fauna silvestre. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore, despolpa-los em água corrente com a utilização de uma peneira e secar a sombra, sua semente resiste até 15 dias. Um kg de sementes contem aproximadamente 3.900 unidades. Jerivá - Família Palmae (Arecaceae) Nome popular: Jerivá, coqueiro-gerivá, coqueiro, coco-de-cachorro, babade-boi, coco catarro. Nome científico: Syagrus romanzoffiana(Cham.) Glassman Descrição botânica: Altura de 10 a 15 m, com tronco único de 30 a 50 cm de diâmetro. Frutos globosos, com polpa fibrosa e carnosa de cor amarela. Floresce quase o ano inteiro, porém com maior intensidade de setembro a março. Os frutos amadurecem em fevereiro e agosto. Uso ecológico: A planta é altamente decorativa, tornando-se a palmeira mais empregada na arborização de ruas e avenidas de todo o país. Os frutos são avidamente procurados por várias espécies de animais, que a torna recomendável para o plantio em agrupamentos mistos de áreas degradadas de preservação. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore ou recolhê-los do chão após a queda. Os frutos assim obtidos podem ser diretamente utilizados para semeadura, não havendo necessidade de despolpá-los. Um kg de frutos assim obtidos contém cerca de 140 unidades.

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Mamica-de-cadela - Família Rutaceae Nome popular: Tembetari, mamica-de-porca, mamiqueira, mamica-decadela, juva, juvevê, teta-de-cadela, espinho-de-vintém, tembetaru, Tinguaciba, guarita e tamanqueira. Nome científico: Zanthoxylum rhoifolium Lam. Descrição botânica: Planta aculeada com altura de 6 a 12 m de altura, com tronco de 30 a 40 cm de diâmetro, com copa densa e arredondada. Floresce durante os meses de outubro e novembro. A maturação de seus frutos ocorre durante os meses de março a junho. Uso ecológico: A árvore é muito ornamental, principalmente pela forma e densidade da copa, que proporciona boa sombra; pode ser empregada no paisagismo, principalmente para a arborização urbana. Suas flores são melíferas. A planta é recomendada para a composição de reflorestamentos de áreas degradadas de preservação. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida levá-los ao sol para completar a abertura e liberação de sementes. Um kg contém aproximadamente 84.700 sementes. Maria-Preta – Família Ebenaceae Nome popular: Maria-preta, fruto-de-jacu-macho, marmelinho, marmelinho-do-mato, cinzeiro, fruta-de-jacu-do-mato, granadsilo. Nome científico: Diospyros inconstans Jacq. Descrição botânica: Árvore de pequeno e médio porte pode atingir até 12 m de altura e com fustes de até 50 cm de diâmetro, com casca cinzenta e fissurada. Floração varia conforme a região entre (setembro-maio) setembro e novembro. Frutificação de janeiro a maio. Uso ecológico: Indicada para recuperação de mata ciliar atrai a fauna silvestre. É uma árvore ornamental indicada para arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas devido ao seu pequeno porte. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore logo que iniciarem a queda espontânea. Para se beneficiar as sementes deve-se amassar os frutos em uma peneira e em água 48


corrente. O tempo de germinação das sementes é de 30 dias. Maricá - Família Leguminosae-Mimosoideae Nome popular: Maricá, silva, espinheiro, espinheiro-de-maricá, espinheiro-de-cerca. Nome científico: Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Descrição botânica: Planta espinhenta e muito ramificada, possui de 4 a 8 m de altura, dotada de copa arredondada e baixa. Tronco mede de 20 a 30 cm de diâmetro, geralmente tortuoso com casca rugosa e clara. Floresce durante os meses de janeiro a março. Os frutos amadurecem em abril e junho. Uso ecológico: A planta é muito cultivada no sul do país como cerca viva, defensiva em divisas de propriedades, principalmente em terrenos brejosos. Muito florífera e ornamental, com flores perfumadas e apícolas. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher as vagens diretamente da planta logo que iniciarem a separação e queda de seus segmentos. Em seguida, deixá-los ao sol para completar a separação. Estes segmentos, contendo uma semente cada, já podem ser considerados como “sementes” para efeito de semeadura, uma vez que a retirada da verdadeira semente do seu interior é muito trabalhosa. Um kg de sementes verdadeiras contém cerca de 105 mil unidades. Palmiteiro - Família Palmae(Arecaceae) Nome popular: Içara, juçara, palmito-juçara, palmito-doce, ensarova, palmiteiro, ripa, ripeira, palmiteiro-doce. Nome científico: Euterpe Edulis Mart. Descrição botânica: Altura de 8 a 15 m, com tronco de 10 a 20 cm de diâmetro. Frutos esféricos quase sem polpa. Floresce durante um longo tempo, iniciando em setembro e prolongando-se até dezembro. A maturação dos frutos se prolonga por todo outono e inverno de abril a agosto. Uso ecológico: Árvore que apresenta distribuição bastante regular em floresta, vales e encostas. Muito utilizada para o paisagismo, mas o principal produto dessa árvore, está na cabeça do estipe, conhecido como palmito, um alimento requintado feito em conserva e muito consumido no país e no exterior.

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Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore ou recolhê-los do chão logo após a queda. Os frutos assim obtidos podem ser utilizados diretamente para semeadura, não havendo necessidade de despolpá-los. Um kg de frutos assim obtidos contém cerca de 770 unidades. Sua viabilidade de armazenamento é inferior a 3 meses. Pata de Vaca – Família Leguminosae (Caesalpinoideae) Nome popular: Pata-de-vaca, pata-de-boi, unha-de-vaca, unha-de-boi, casco-de-vaca, mororó. Nome científico: Bauhinia forficata Link Descrição botânica: Planta espinhenta, com altura de 5 a 9 m, seu tronco é tortuoso e tem de 30 a 40 com de diâmetro. Floresce de outubro a janeiro a maturação ocorre de julho a agosto. Uso ecológico: Árvore pioneira, compõe a vegetação secundária, indicada para a recuperação de áreas degradadas e reposição da mata ciliar. Espécie ornamental bastante usada no paisagismo e na arborização de ruas estreitas e sob a rede elétrica, apenas deve-se levar em conta o cuidado com os acúleos (espinhos) da árvore. Obtenção e beneficiamento de sementes: Os frutos devem ser colhidos da árvore logo que iniciar a abertura espontânea, se faz a secagem da vagem para a liberação das sementes. A semeadura é feita normal em canteiros com cobertura leve, a semente dura até 60 dias. Um kg contém 15.100 sementes. Pau-ferro-do-sul - Família Anacardiaceae Nome popular: pau-ferro, aroeirão, urunday Nome científico: Myracrodruon balansae (Engl.) Santin Descrição botânica: Árvore de 12 a 25 m de altura, com tronco um tanto tortuoso de 60 a 120 cm de diâmetro, revestida por casca escura, rugosa e com fissura acinzentada. Floresce durante os meses de novembro a janeiro e frutifica em janeiro e fevereiro. Uso ecológico: Planta que pode ser considerada rara, pela pequena população existente. A árvore é extremamente ornamental durante o período chuvoso pela folhagem graciosa e no inverno pelo tronco e ramos negros com a planta despida de sua folhagem. 50


Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore, quando iniciarem a queda espontânea, em dias sem vento, estendendo uma lona embaixo e balançando-se os ramos. Deixar secar ao sol e esfregá-los manualmente para remoção da sépalas; usar assim para semeadura como se fosse semente. Um kg contém cerca de 58.000 sementes. Peroba-vermelha - Família Apocynaceae Nome popular: Guatambu-oliva, guatambu-branco, guatambu-legítimo, guatambu-amarelo,amarelão, peroba, tambu, peroba-vermelha, pequiá-branco, pau-de-tanho-branco, pequiá-marfim. Nome científico: Aspidosperma olivaceum Müll. Arg. Descrição botânica: Altura de 10 a15 m, com tronco de 40 a 60 cm de diâmetro. Floresce a partir do mês de agosto junto com o surgimento de nova folhagem, prolongando-se até inicio de novembro. Os frutos amadurecem em julho e agosto. Uso ecológico: Planta característica da floresta pluvial da encosta atlântica. A árvore é bastante ornamental, podendo ser usada com sucesso no paisagismo em geral. Produz grande quantidade de sementes viáveis amplamente disseminadas pelo vento.Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente das árvores, quando os primeiros abrirem espontaneamente. Em seguida levá-los ao sol para completarem a abertura e liberação de sementes. Um kg contém cerca de 5.000 sementes. Sua viabilidade de armazenamento é superior a 4 meses. Pinheiro Brasileiro - Família Araucariaceae (Árvore símbolo do Estado ........do Paraná) Nome popular: Pinheiro, pinho, pinho-brasileiro, pinheiro-do-paraná, parana-pine, curi, curiúva, cori, pinheiro, pinho-brasileiro, pinheiro-são-josé, pinheiro-macaco, pinheiro-caiová, pinheiro-das-missões, araucaria, curiy. Nome científico: Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze Descrição botânica: Árvore de 20 a 50 m de altura com 90 a 180 cm de diâmetro. Floresce nos meses de setembro e outubro e a maturação dos frutos acontece nos meses de abril e maio, vinte meses após a floração. Uso ecológico: Árvore ornamental, podendo ser empregada no 51


paisagismo, sua semente "pinhão" é comestível e muito apreciado no sul do país. As sementes são avidamente procurados e consumidos por várias espécies da fauna. Obtenção e beneficiamento de sementes: Recolher as sementes do chão após a sua queda das árvores femininas. Semeia-se com um cm d profundidade em sementeira ou diretamente na embalagem, sua semente dura até 20 dias após a colheita. Um kg contem aproximadamente 150 sementes. Pitanga – Família Myrtaceae Nome popular: Pitanga, pitangueira, pitanga-do-mato, pitanga-vermelha, pitanga-roxa, pitanga-branca, pitanga-rósea, pitanga-do mato, yba-pitanga. Nome científico: Eugenia uniflora l. Descrição botânica: Altura de 6 a 12m, e 30-50cm de diâmetro. Floresce em agosto a novembro e os frutos amadurecem de outubro a janeiro. Uso ecológico: É planta altamente cultivada em pomares domésticos para a produção de frutos que são consumidos ao natural ou na forma de sucos, doces, geleias e licores, é indicada para reflorestamento de áreas degradadas e de mata ciliar, atai a fauna silvestre. Indicada para arborização urbana pois não é exigente quanto ao solo e suas raízes são profundas. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando maduros, dispolpá-los em água corrente e fazer a secagem na sombra. A semeadura deve ser feita com 2 cm de profundidade e sua semente dura até 20 dias. Um kg contem aproximadamente 2.350 sementes. Sobrasil - Família Rhamnaceae Nome popular: Sobrasil, saguaraji, saguaraji-vermelho, sobraji, sobraju, socorujuva, falso-pau-brasil, sucurujuva, saguari, guaxambu, jucuruju, sabiá-damata, caçoca, socrujuva. Nome científico: Colubrina glandulosa Perkins Descrição botânica: Altura de 10 a 15 m, com tronco de 40 a 60 cm de diâmetro, com folhas esparsas e ferrugínea na face inferior. Floresce quase o ano todo, porém com maior intensidade de outubro a dezembro. Os frutos amadurecem em dezembro a fevereiro. Uso ecológico: A árvore possui qualidades ornamentais e pode ser 52


empregada na arborização de ruas largas e parques. Planta rústica e de fácil cultivo, não pode faltar na composição de florestas heterogêneas destinadas à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore, em seguida levá-los ao sol para completar a abertura e liberação de sementes. Caso não saem espontaneamente do fruto, deve-se bater manualmente a massa de frutos e posteriormente separar das sementes por abanação. Um kg contém cerca de 47.600 sementes. Tarumã – Família Verbenaceae Nome popular: Tarumã, azeitona-do-mato, tarumã-preto, tapinhoan, tarumã-do-mato, tarumã-de-montevidéu, tarumã-azeitona, azeitona-brava, azeitona-da-terra, tarumã-romã, sombra-de-touro, taumã. Nome científico: Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke Descrição botânica: Altura de 5 a 12 m, com tronco de 40 a 60 cm de diâmetro. Floresce de outubro a dezembro e suas frutas amadurecem de janeiro a março. Uso ecológico: Planta rústica adequada para o plantio em áreas de florestas degradadas ou em vegetação secundária, é indicada também para a recuperação de mata ciliar. Árvore ornamental bem aproveitada no paisagismo e na arborização urbana. Obtenção e beneficiamento de sementes: O fruto deve ser colhido do chão já maduro (cor preta), logo após deve despolpá-los manualmente em uma peneira com água corrente e posteriormente colocar para secar na sombra, sua semente dura até 20 dias. Um kg contem aproximadamente 4.000 sementes. Timbaúva – Família Leguminosae-Mimosoideae Nome Popular: Timbaúva, tambuve, timbo, timburí, timbaíba, timbo-úba, orelha-de–macaco, orelha-de-negro. Nome científico: Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Descrição botânica: Árvore caducifólia de grande porte atingindo 20 a 35 m de altura, apresenta o tronco de 80 a 160 cm de diâmetro. Floresce nos meses de setembro e outubro, os frutos amadurecem em junho e julho. Uso ecológico: Indicada para paisagismo rural, arborização de pastagens 53


fornecendo ótima sombra, planta de rápido crescimento, rústica e por ser uma leguminosa é recomendada para a recuperação de áreas degradas em solo fracos. Não é indicada para arborização urbana em vias publicas pelo fato de ser caducifólia e incompatível com os espaços de calçadas e canteiros centrais, devido as raízes serem superficiais. Obtenção de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando maduros ou recolher do chão logo após a queda, a retirada da semente deve ser manual ou mecânica (quebrando o fruto). Antes de fazer a semeadura deve-se colocar a semente em água fria ou escarificá-la, sua semente dura até um ano. Um kg contem aproximadamente 3.600 sementes. Tucaneira - Família Verbenaceae Nome popular: Tucaneiro, pau-de-viola, tucaneira, jacareúba, baga-detucano, pombeiro, tarumã, Tarumã-branco, pau-viola. Nome científico: Citharexylum myrianthum Cham Descrição botânica: Altura de 8 a 20 m, com tronco de 40 a 60 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de outubro a dezembro, junto com o surgimento de novas folhas. Os frutos amadurecem em janeiro a março. Uso ecológico: Planta pioneira de rápido crescimento e adaptadas a terrenos muito úmidos e brejosos. É indispensável nos plantios mistos destinados à recomposição de áreas ciliares degradadas. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore, em seguida deixá-los amontoados alguns dias para iniciar sua decomposição e despolpá-los manualmente em peneira sob água corrente, deixando as sementes ao sol para secagem. Um kg de contém cerca de 19.000 sementes. Umbu - Família Phytolaccaceae Nome popular: Cebolão, umbu, umbuzeiro, ceboleiro, bela-sombra, imbu, ombu, maria-mole, peúdo, figueira. Nome científico: Phytolacca dioica L. Descrição botânica: Altura de 15 a 25 m, com tronco intumescido na base, de 80 a 160 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de setembro a novembro. Os frutos amadurecem nos meses de janeiro a fevereiro. 54


Uso ecológico: A árvore é ótima para sombra e apresenta características ornamentais que a recomendam para o paisagismo. Os frutos são muito apreciados por pássaros e por pessoas da zona rural. Planta pioneira de rápido crescimento, serve para plantio mistos em áreas degradadas de preservação permanente. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da árvore após iniciar a queda espontânea ou recolher do chão, em seguida deixá-los em repouso por alguns dias, até começar a decomposição que facilita despolpá-la e retirar as sementes. Isso pode ser efetuado em água corrente dentro de uma peneira, após deixá-la ao sol para uma rápida secagem. Um kg contém cerca de 285.700 sementes. A viabilidade em armazenamento é superior a um ano. Uvaia - Família Myrtaceae Nome popular: Uvaia, uvaieira, uvalha, uvalha-do-campo. Nome científico: Eugenia pyriformis Cambess. Descrição botânica: Altura de 6 a 13 m, dotada de copa arredondada. Tronco geralmente ereto, de 30 a 50 cm de diâmetro. Floresce durante os meses de agosto a setembro e no extremo sul em novembro e dezembro. Os frutos iniciam a maturação em setembro, prolongando-se até o final de janeiro. Uso ecológico: A árvore apresenta características ornamentais, graças a beleza de sua copa. Seus frutos são comestíveis e muito apreciados em forma de sucos, razão pela qual é muito cultivada em pomares. Também é consumida por várias espécies de pássaros, o que a torna recomendável para reflorestamentos de áreas degradadas. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente das árvores ou recolhê-los do chão após a queda. Em seguida despolpá-lo manualmente em água corrente dentro de uma peneira. Após a separação das sementes deixá-las secar à sombra. Um kg de sementes contém cerca de 1.170 unidades. Vassoura-vermelha - Família Sapindaceae Nome popular: Vassoura-vermelha, vassourão-vermelho, faxinavermelha, erva-de-veado, vassoura-do-campo. 55


Nome científico: Dodonea viscosa (L.) Jacq. Descrição botânica: Altura de 4 a 8 m dotada de copa arredondada e rala, tronco curto e canelado de 15 a 25 cm de diâmetro. Floresce anualmente com predominância durante os meses de maio a agosto. Os frutos amadurecem nos meses de setembro a novembro. Uso ecológico: A árvore por ser de pequeno porte, possui potencial para arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas. Planta pioneira e de rápido crescimento, é recomendada para a composição de reflorestamento heterogêneos com objetivos ecológicos. Obtenção e beneficiamento de sementes: Colher os frutos diretamente da planta quando as sementes adquirirem a cor preta. Em seguida, deixá-las secar ao sol para facilitar a remoção das sementes, através de seu esfregamento manual dentro de uma peneira fina. Um kg contém cerca de 115 mil sementes.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS


CAPITULO IV ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NA ESCOLA E NA COMUNIDADE Segundo a Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB) cabe à escola desenvolver uma educação voltada para a realidade do educando e da comunidade onde a escola está inserida, proporcionando ao aluno oportunidades que visem o seu crescimento e, principalmente, o seu conhecimento da realidade e da situação da sua localidade, dando a ele condições de construir o seu conhecimento e preparar-se para a vida em sociedade. Neste contexto, a Bolsa de Sementes passa a ser um instrumento de educação voltada para o conhecimento da flora local e para o desenvolvimento de uma consciência ambiental de alunos, professores e comunidade em geral. Seguem algumas atividades que podem ser desenvolvidas na escola e na comunidade, tendo a Bolsa de Sementes como instrumento. Laboratório da Bolsa de Sementes O Laboratório da Bolsa de Sementes é um local escolhido pela escola (Área Permanente de Coleta de Sementes) que tem como principal objetivo a coleta de sementes especiais de árvores porta-sementes, que serão armazenadas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Para a realização desta coleta de sementes, as árvores porta-sementes serão cadastradas pela escola e/ou pela equipe técnica do Verde é Vida. A escola poderá coletar sementes destas espécies e enviar para a Bolsa de Sementes do Verde é Vida na condição de sementes especiais, conforme determina o regulamento da Bolsa de Sementes. Visando dar outra utilidade para o Laboratório da Bolsa de Sementes, o Verde é Vida propõe que este local torne-se uma sala de aula ambiental, onde o professor possa trabalhar uma maneira diferente de passar o conteúdo, independente da disciplina, proporcionando ao educando uma nova forma de compreender os conteúdos trabalhados na disciplina. Ao planejar a sala de aula ambiental no Laboratório da Bolsa de Sementes, devem ser levados em conta, aspectos como: local para acomodar a turma 58


(bancos rústicos, pedras, grama, etc.), ser um local confortável, arejado, limpo e com sombra. Este local deve ser diferente e, principalmente, atrativo, para que os alunos sintam-se a vontade. Desenvolver um projeto paisagístico neste local é fundamental para o sucesso da sala ambiental. Esta sala pode ser construída na forma de um anfiteatro circular ou em meia lua, de modo a proporcionar uma melhor visão de quem assiste e de quem ministra a palestra ou a aula. Para projetar a Sala de Aula Ambiental, deve-se começar com uma avaliação das necessidades pessoais (de alunos e professore). Faça um estudo do local, consulte as pessoas interessadas e faça um desenho do local (croqui), listando o que quer incorporar no projeto da sala. Defina a função da sala e o que pretende implantar. Ao planejar a sala de aula ambiental, pense no tipo de sala que quer ter (consulte os professores e os alunos), colha idéias, pois, afinal todos irão usar a sala. Pense na forma e nos espaços que quer, veja qual se adequa melhor as necessidades do seu público. Portanto, ao desenhar o croqui, é necessário determinar a cobertura verde e a funcionalidade da sala. Ao planejar a construção da Sala Ambiental devem levar em conta aspectos como o tamanho da sala, a acessibilidade, acomodação, a sombra, a posição do Sol, o público que vai usufruir o espaço da sala. A partir disso, deve ser definido o espaço de acomodação, áreas verdes, jardim e assim definir a função de cada espaço da sala no croqui. A cobertura verde, como gramíneas, por exemplo, podem ser de diferentes tipos, cobrindo toda a superfície da sala ou parcialmente. O anfiteatro deve ter um local organizado com grama aparada na forma de tapete que tolera ser pisada ou com acentos adequados. Outras áreas da sala podem ficar com vegetação alta permitindo a produção de flores e sementes naturais. A sala pode ter canteiros, floreiras dando um aspecto de jardim sem, claro, descaracterizar o papel floristico do local (paisagem natural). Ao projetar a Sala de Aula Ambiental devem ser previstas as áreas de interesse que servirão para atrair a fauna silvestre, o que contribuirá com a paisagem do local, promovendo a observação dos alunos para fins de estudo, a preservação e o equilíbrio ambiental, bem como promover atrativos para a sala. A água é um dos maiores atrativos da fauna. Portanto, é importante a implantação de um bebedouro e um comedouro com o objetivo de atrair os 59


animais silvestres, ser um local onde a fauna possa se desenvolver, se alimentar e proteger seus filhotes.

Segundo a LDB (Lei 9.394 de 12 de 1996) é assegurado aos docentes a tarefa de ministrar aula, dentro ou fora dos estabelecimentos de ensino, sendo que, neste caso, com a presença obrigatória dos alunos. Projetos complementares da escola O desenvolvimento de projetos complementares pela escola tem como objetivo a aproximação com a comunidade, de forma a integrar, através de atividades e de parcerias, os interesses comuns entre escola e comunidade. Estes projetos devem buscar, por meio de ações sociais e culturais, propostas de aproximação com a família do educando e com a comunidade em geral e proporcionar com isso, uma boa relação que vise o crescimento local. É falando o que a comunidade quer ouvir e indo até ela que a escola poderá quebrar 60


barreiras que as separam. Neste caso, a Bolsa de Sementes torna-se um instrumento para buscar esta relação com a comunidade, pois desenvolver um projeto de coleta de sementes em parceria com pais e ou pessoas da comunidade, valorizando o conhecimento empírico das pessoas sobre a floresta, pode contribuir e muito para com o crescimento do educando enquanto cidadão. Os projetos complementares são muito importantes para o relacionamento escola/comunidade, contribuindo fortemente para o desenvolvimento de projetos. O envolvimento de pais e da comunidade é fundamental para que ocorra uma integração da comunidade com a escola, proporcionando com isso uma nova visão do papel da escola na comunidade. Adaptação das disciplinas Desenvolver na escola a adaptação das disciplinas, em todas as séries, constitui um método de ensino importante para o desenvolvimento do educando, de forma a colocar o conteúdo dentro da realidade diária da aprendizagem e valorização da educação. Ao usar exemplos que identifiquem o aluno com sua comunidade local, o professor conseguirá prender sua atenção com um assunto de seu interesse. A Bolsa de Sementes pode ser um destes instrumentos, pois o professor, ao usar em sua disciplina exemplos relacionados às espécies da Bolsa de Sementes, poderá dar ao conteúdo da sua disciplina uma visão prática no desenvolvimento de sua aula, tornando-a mais atrativa para o aluno, como é o caso da matemática que pode usar este tema na realização de problemas e exercícios ou no português que pode fazer produções textuais a partir do conhecimento dos alunos sobre determinadas espécies, etc. Para desenvolver a Bolsa de Sementes e alcançar o objetivo na adaptação das disciplinas é necessário que todos os professores trabalhem este tema em todas as disciplinas e em todos os níveis, claro que levando em conta a possibilidade ou não de adaptar cada conteúdo da disciplina. Atividades disciplinares de adaptação com a Bolsa de Sementes: Disciplina Português Matemática

Exemplos de adaptação Trabalhar com produção textual, oralidade, alfabeto, ortografia. Problemas matemáticos, exercícios, geometria, estudo de área, medir árvores, estatística. 61


Ciências

Artes

Geografica Edução Física

História

Aulas de Botânica, coleções botânicas, aulas de campo, experimentos com produção de mudas, trilhas ecológicas, relações com outros seres vivos, montagem de um museu de botânica na escola. Produção de tintas a partir dos vegetais (folha, casca, raiz, fruto, semente), produção de artesanato com natureza morta. Pontos cardeais, estudo das árvores exóticas e de seus paises de origem, estudo das árvores nativas e suas regiões de origem. Trilhas ecológicas, esportes radicais, adaptação de modalidades esportivas à floresta. Estudo da madeira de lei, conhecer a história da comunidade e sua relação com a floresta, curiosidades históricas da comunidade sobre a floresta ou produção de determinada espécie nativa ou exótica, desenvolver a memória viva com pessoas que conhecem a floresta e a história da região.

Pesquisa Científica Na proposta de uma educação diferenciada para o meio rural, a Pesquisa Científica torna-se um instrumento importante para o desenvolvimento de uma educação voltada para a realidade local, bem como para incentivar o educando a desenvolver projetos que possam contribuir com o crescimento da sua família, da diversificação da propriedade e com o desenvolvimento da sua comunidade. Com base nesta proposta, a Bolsa de Sementes pode ser um instrumento importante de pesquisa. Ao estudar espécies floristicas o aluno pode conhecer melhor as espécies presentes na relação da Bolsa de Sementes. Ao estudar determinada espécie o educando pode conhecer a importância comercial e ou ambiental da espécie em estudo. Este estudo leva o aluno a conhecer as formas de beneficiamento e aproveitamento da semente, dos frutos, da madeira, etc., contribuindo com caminhos e alternativas de um manejo legal e racional de espécies da mata nativa, quebrando com isso alguns tabus e paradigmas sobre o uso sustentável da floresta. Ao colocar a Bolsa de Sementes como forma de adaptação da disciplina, como alternativa de pesquisa científica e relacionando este tema ao seu conteúdo de aula, o professor promoverá a integração pesquisa e conteúdo, 62


contribuindo com as atividades práticas que o tema oferece e com o exercício prático da pesquisa em sala de aula, na casa do aluno e ou na comunidade, tornando esta relação uma das maneiras de envolver os sujeitos, alunos, professores, pais e pessoas da comunidade num processo de discussão e levantamento de questões, propiciando a construção de novos conceitos e métodos dando ao aluno condições de construir seu próprio conhecimento. Portanto, o que se quer com esta proposta é que a Bolsa de Sementes torne-se para a escola um instrumento de ganho pedagógico, contribuindo desta forma para com o crescimento do educando sua família e sua comunidade. Oficinas Na proposta de uma educação rural, as oficinas podem contribuir com o projeto de execução da escola, que pode contribuir com o desenvolvimento da comunidade onde a escola está inserida. As oficinas complementam as atividades propostas e desenvolvidas nas disciplinas da base curricular, na adaptação das disciplinas e reforçam a pesquisa científica, gerando um instrumento a mais no crescimento do aluno enquanto cidadão. A implantação das oficinas específicas na escola é importante na complementação do processo ensino/aprendizagem, proporcionando ao aluno um conhecimento a mais daquele que é oferecido na educação formal, uma experiência a mais e a aproximação da escola a sua família e a comunidade. Trabalhar estas oficinas na escola pode contribuir com ações de crescimento e desenvolvimento da propriedade do aluno e da comunidade local. As oficinas desenvolvidas na escola, em horário extraclasse, colocam como aspecto importante o desenvolvimento de atividades de jornada ampliada como determina a LDB. Portanto, com base neste contexto, a Bolsa de Semente pode ser um tema a ser trabalhado nas oficinas da escola, promovendo o crescimento do educando e contribuindo com a sua educação, proporcionando-lhe um algo mais na construção do seu conhecimento e no desenvolvimento da sua propriedade e de sua família. Herbário Segundo o dicionário, herbário é uma coleção científica de plantas secas desenvolvida pelas instituições de ensino de forma a fazer uso desta coleção 63


com uma finalidade de pesquisa científica e promoção do conhecimento científico. Como montar o herbário da escola Um herbário pode ser montado com todas as espécies botânicas como algas, briófitas, pteridófitas e outras. A proposta desta atividade, é que a escola possa fazer um herbário que venha auxiliar no desenvolvimento das aulas de ciências ou de projetos botânicos, como as ervas medicinais, a Bolsa de Sementes, etc. Para montar um herbário é importante ter os seguintes passos: a) Toda a pesquisa botânica somente tem validade com material comprobatório depositado em um herbário e, sendo assim possível comprovar a verdadeira identidade da planta em estudo. b) Os herbários são geralmente mantidos por instituições de pesquisa e de ensino que se responsabilizam pela conservação, organização e manejo de suas coleções. c) A organização é a característica essencial dos herbários, que possibilita a utilização de seus acervos como fonte de informações para pesquisa. d) O manejo do acervo consiste em promover seu crescimento, identificar cientificamente suas coleções e mantê-las disponível para consulta. Obtenção do acervo As espécies que compõem o acervo de um herbário são chamadas de exsicatas que é o exemplar de uma espécie botânica (planta) seca e prensada que constitui a coleção botânica ou herbário. As exsicatas podem ser obtidas através da coletas realizadas por alunos e professores nas saídas de campo, durante a coleta para a Bolsa de Sementes, através de doações ou da troca de espécies entre instituições de estudo e pesquisa. Coleta A coleta de exsicatas de um herbário divide-se em: a) Coleta de plantas inteiras: serve para espécies que atingem até 40 cm de altura. É indicado o uso de um desplantador que permitirá a retirada do sistema subterrâneo sem grandes danos, e não arrancá-lo do solo, puxando por qualquer de suas partes. Caso o espécime coletado tenha sua altura superior a 40 cm este 64


deve ser dobrado em V ou em N de forma a caber na cartolina padrão do herbário, caso o tamanho do exemplar ultrapassar as dimensões desejadas, é indicada a divisão do espécime botânico em partes (ramos, folhas, etc.) iguais, que deverão ser cortadas e não rasgadas e guardadas juntas sob o mesmo número do herbário. b) Coleta de partes da planta: indicada para plantas de grande porte (arbustos ou árvores). Nestes casos é importante coletar as partes aéreas da planta (casca, folha, flor, fruto e semente), sem causar prejuízos à mesma. Obs. Sempre que possível deve-se colher um mínimo de cinco exemplares de uma planta em seu estado mais perfeito e completo; evitar colher material muito úmido, pois além de dificultar a secagem, propicia rápido apodrecimento e emboloramento; não se deve colher frutos e sementes que estão no chão. A secagem das exsicatas O tipo mais usual de preservação é a desidratação em que as amostras de plantas são secas sob pressão, entre folhas de papel absorvente (folha de jornal), em pranchas de madeira, mais conhecida como prensas. A secagem de espécies floristicas pode ser feita em estufas ou mesmo ao sol, e se mantidas posteriormente em condições de temperatura e umidade constantes, livre do ataque de insetos, podem ser indefinidamente preservadas.

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Montagem das exsicatas Após a secagem, o material apresenta-se geralmente na forma de partes desidratadas de vegetais que até então estão soltos e separados apenas por folhas de jornal. Recomenda-se que a planta em estudo seja costurada com pontos de agulha e linha ou colada (cola tipo solúvel em água) em uma folha de cartolina branca tamanho padrão de 42 X 28. A essa folha deve ser colada uma etiqueta contendo o número de registro de exsicata e os dados da planta coletada (data e local da coleta, família, nome científico e nome popular). Esse conjunto é inserido numa folha dupla de papel cartolina (chamado de "saia"). A montagem do herbário visa sua preservação, tanto durante o armazenamento quanto durante os estudos.

Armazenamento e Conservação do Material As exsicatas podem ser armazenadas em partes (raiz, caule, folha, flor, fruto e semente) ou no todo, o que nem sempre é possível devido ao tamanho das partes do exemplar botânico. Após secar e montar a exsicata, suas partes devem ser guardadas juntas (em conjunto) e as partes que não podem ser guardadas no herbário devido a 66


sua constituição, tamanho e difícil secagem (sementes, frutos ou cascas do caule) podem ser guardadas em coleções separadas como carpotecas (coleção de frutos), xilotecas (coleção de cascas de caule) ou espermotecas (coleção de sementes) mantendo-se no registro o número da exsicata de herbário à qual se relacionam. Para acondicionar as exsicatas elas devem ser protegidas por papelão, amarradas com barbantes e guardadas em armários de aço ou em latas de metal que podem ser estocadas em estantes de madeira. Para a prevenção e o combate aos insetos que danificam o material, é aconselhável colocar naftalinas no armário ou no fundo de cada lata e periodicamente fazer uma limpeza para eliminar os insetos mortos. Para cada material novo que chega ao herbário, fichado e incorporado à coleção geral, dever ser feito um trabalho de limpeza, eliminando os insetos nocivos. Os frutos secos podem ser armazenados em vidros após a secagem e os frutos carnosos colocados em conserva de álcool etílico 70%. Já as sementes podem ser acondicionadas em vidros após a secagem e as cascas presas em paineis de madeira.

Obs. Antes de colocar os frutos em conserva de álcool é aconselhável fazer uma rápida fervura ou colocá-lo em água fria por um determinado tempo, evitando com isso o descolorimento completo do fruto pelo álcool. 67


Organização O herbário é organizado em ordem alfabética por família e os dados das exsicatas, já montada no herbário, são transcritos para uma ficha padrão com informações relativas: ao local, data e onde foram coletadas, família, nome científico, possíveis nomes populares, informações importantes do seu hábito (árvore, arbusto ou erva), odor, cor das flores e dos frutos, informações sobre a semente (coleta, beneficiamento e armazenamento), seu uso (arborização, recuperação de áreas degradas, atração da fauna, etc.). Essa ficha padrão deve ser incluída num fichário alfabético por família, gênero e espécie (nessa ordem). Taxionomia é o ramo da ciência que se ocupa da classificação natural dos seres vivos. São classificados por reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. As regras de nomenclatura (taxionomia) que determina a classificação de todos os seres vivos foram criadas pelo Botânico Sueco Carl Lineu (17071778), e estão em vigor até hoje. Lineu definiu que os nomes científicos deveriam ser escritos todos em latim e que seria usada a nomenclatura binomial (gênero e espécie). Esse nome identifica o organismo e o grupo que ele pertence. Os nomes científicos descritos dentro das regras de Lineu são aceitos, usados e entendidos por todos os cientistas do Planeta.

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CRÉDITOS Concepção e Execução Projeto Verde é Vida

Entidade Responsável Associação dos Fumicultores do Brasil

Diretoria da Afubra Benício Albano Werner Presidente Heitor Álvaro Petry Vice-Presidente Romeu Schneider Secretário Sílvio Clovis Genehr 2º Secretário Marcílio Laurindo Drescher Tesoureiro José Sebold 2º Tesoureiro

FERNANDES, José Leon Macedo. NARDI, Vivian Padilha. BOLSA DE SEMENTES, manual técnico, pedagógico e operacional. Associação dos Fumicultores do Brasil (AFUBRA). Santa Cruz do Sul. RS. Diagramação e Ilustração: Márcio Leal. Revisão: Luciana Jost. Gráfica: Lupagraf. 3ª Edição. 2011. 3.000 exemplares. 70 p.

Projeto Verde é Vida Adalberto Sidnei Huve Coordenador

1. Ambiente 2. Educação 3. Pesquisa

Bibliografia: BACKES, Paulo; IRGANG, Bruno. Árvores do Sul. Instituto Souza Cruz, Clube da Árvore. Santa Cruz do Sul. 2002. FARIAS, Jorge Antonio. Fernandes J.L.M. FILHO J.I.P. Bolsa de Sementes, manual de coleta, beneficiamento e armazenamento. Associação dos Fumicultores do Brasil. Ed Qualigraf. Santa Cruz do Sul/RS. 2006. 48 p. INSTITUTO DE BOTÂNICA DE SÃO PAULO. Técnicas de coleta, preservação, herborização de material botânico. Coordenador: Oswaldo Fidalgo e Vera Lucia. São Paulo/SP. 1989. 62 p. LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Ed. Plantarum. Nova Odesa/SP. Vol. 1. 4ª Ed. 2002. 384 p. LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Ed. Plantarum. Nova Odesa/SP. Vol. 2. 2ª Ed. 2002. 384 p. LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Ed. Plantarum. Nova Odesa/SP. Vol. 3. 1ª Ed. 2009. 384 p. PIÑA-RODRIGUES, Fátima C. Marques. Guia pratico para colheita e manejo de sementes florestais/tropicais. Instituto de Desenvolvimento e Ação Comunitária. Rio de Janeiro/RJ. 2002. 40 p. REITZ, R.; KLEIN, R.M.; REIS, A. Projeto Madeira do Rio Grande do Sul. Governo do Estado do Rio Grande do Sul. 1988. 525 p. SANTOS, N. R. Z.; TEIXEIRA, I.F. Arborização de vias públicas: ambiente X vegetação. Instituto Souza Cruz. Santa Cruz do Sul/RS. Ed. Pallotti. 2001. 135 p.

É permitida a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, desde que citada a fonte.

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