Apresentação
O jardim é um local único, pois ele faz parte da personalidade da pessoa que o idealizou e o construiu. Ele faz parte da vida das pessoas, seja um jardim pessoal na casa de cada um, ou um jardim público em uma praça. O jardim pode ser convencional, ecológico, exótico, etc. Pode ter diferentes formas ou utilidades. Mas, um jardim é, e sempre será, importante para a preservação ambiental, para o desenvolvimento da coletividade e da qualidade de vida das populações que usufruem deste espaço. O Verde é Vida traz nesta Cartilha orientações e idéias para a construção de novos espaços, bem como propostas para a melhoria daqueles já existentes, e contribui com os anseios das comunidades onde a AFUBRA atua. A proposta desta Cartilha é de subsidiar as escolas parcerias com informações sobre a prática do paisagismo, da arborização e da jardinagem, de forma que este seja tema de debate na escola e com a comunidade. Com isso, a AFUBRA, através do Verde é Vida, traz uma nova proposta de ação da escola em parceria com a comunidade de forma a promover melhorias no ambiente social da população e, principalmente, na preservação ambiental e na definição de novas áreas de lazer para a comunidade local. Novamente a escola passa a ser referência na promoção e execução de ações para a melhoria da qualidade de vida local. Benício Albano Werner Presidente da AFUBRA
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Índice Umolharsobrea paisagemdojardim
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A históriados povose sua relaçãocomo jardim
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Comoé o jardimdecadaum
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- Qual é o jardim que eu tenho - Qual é o jardim que eu quero Os diferentesjardins - Jardim Convencional - Jardim Misto - Jardim Ecológico - Jardim Zen - Jardim Sombreado - Jardim Verde - Jardim Holístico - Jardim Exótico A naturezadojardim
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- O papel da fauna em um jardim
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Comoprojetare construirumjardim
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- O papel da flora em um jardim
- Planejamento do jardim - Área mínima para o jardim - Cobertura verde - Projete o fluxo de tráfego - Canteiros e decorações - Áreas de interesse Créditos 4
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Um olhar sobre a paisagem do jardim Pensar em um espaço onde se pode relaxar num entardecer de verão leva as pessoas direto para o quintal, para a área externa da casa de cada um. O quintal que se apresenta com uma grama viçosa e bem cortada, cercada por canteiros de flores, plantas onde se destacam as folhas verdes e árvores de sombra que se movem com a brisa do vento. Esta é a descrição de um jardim, um lugar que se apresenta conforme a vontade e o gosto de seu dono, pois este espaço foi cuidadosamente planejado e executado com trabalho e dedicação. O jardim constitui-se de um espaço de relaxamento e de rompimento com a rotina das atividades do dia-a-dia, e faz com que as pessoas aproveitem o espaço para qual o jardim foi criado. Portanto, um jardim deve ter cheiros, sons, cores, calor e dar aos olhos uma boa visão do ambiente que oferece. Construir um jardim não é apenas realizar um plantio desordenado de algumas plantas ornamentais. É muito mais do que isso. Consiste na técnica e na arte que, aliada à sensibilidade, procura formar a paisagem perfeita, conforme a proposta do seu idealizador, seja para uma paisagem natural ou construída. Isso requer a interação, o envolvimento e o dialogo com o ambiente a ser trabalhado; um olhar pessoal de cada um e da sua relação com o meio. A partir deste contexto, resulta a base para a idealização de um projeto harmônico entre homem e paisagem. O paisagismo tem a finalidade de integrar o homem com a natureza facultandolhe melhores condições de vida pelo equilíbrio do meio ambiente. A construção de um jardim resulta da aliança de elementos naturais e culturais, tornando inegável a influência benéfica das áreas verdes na vida de qualquer comunidade. Seus efeitos são essencialmente notados no equilíbrio do ecossistema e resultam na melhoria da qualidade do ar, controle natural da temperatura ambiental, manutenção equilibrada das chuvas, controle do nível de ruídos, da poluição do ar, do visual e, conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida.
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A história dos povos e sua relação com o jardim Segundo a Bíblia, o pecado original de Adão e Eva foi consumado num jardim, definido como o Paraíso ou Jardim do Éden, repleto de animais, flores e fontes. Na verdade, a palavra jardim vem da união do termo hebraico "gan" (proteger) e da palavra "éden" (prazer, delícia) que nos remete para o imaginário de um local isolado, pacífico e prazeroso, onde cada um pode descansar e se deliciar em harmonia com a natureza. As civilizações egípcia e persa foram as primeiras a cultivar flores com propósitos decorativos. Já no Oriente, os espaços verdes adquiriram um outro significado, mais espiritual, com os modelos de jardim muçulmano, japonês e chinês a serem entendidos como lugares de reflexão e de comunhão com a natureza. O mais famoso dos jardins foram os célebres Jardins Suspensos da Babilônia. Construídos pelo Rei Nabucodonosor no século VI a.C. para agradar à esposa, Amytis, os jardins tinham uma área de 15 mil m² e com cerca de 100 metros de altura, com terraços construídos uns sobre os outros e jardins com flora exótica, regados pelas águas do rio Eufrates. Assim se apresentava os Jardins Suspensos da Babilônia, considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Atualmente, nada resta deste espetáculo fabricado pelo homem, pois a região da Babilônia é, hoje, um dos muitos territórios destruídos do Iraque. Depois de uma Idade Média, em que as populações pareciam mais preocupadas com a construção de castelos e cidades fortificadas, renasce na Europa, nos séculos XVII e XVIII, o culto aos jardins como sinal de luxo. No reino de Luís XIV criou-se os estilos franceses, marcados pelas suas perspectivas geométricas, com uma clara simetria entre os diversos espaços verdes. Nesta época, ficaram também famosos os estilos ingleses, com pequenos bosques, caminhos ligeiramente curvos e árvores isoladas, e o estilo italiano, onde prevalecem os jardins com lagos e pontes, dando um destaque para a importância da água. Atualmente, os jardins são construídos visando o valor paisagístico e imitam o ambiente natural, o que mostra a preocupação das pessoas com o meio ambiente. Em quase todos os jardins existem atividades de interação das pessoas com o ambiente,o que caracteriza um sinal dos tempos modernos.
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Como é o jardim de cada um Qual é o jardim que eu tenho É bem provável que a maioria das pessoas que querem construir um jardim já possuam uma área que gostariam de transformar em local diferente do já existente ou até mesmo mudar ou inovar o seu jardim. Mas nada de arrasar tudo, pois se parte do princípio que o que já existe está ali por que alguém quis. Portanto, se há algum interesse de mudança, é muito mais inteligente e barato promover uma avaliação do que se tem. Verificar o que é utilizado no espaço pelos seus usuários (pessoas e fauna), o que tem de vegetação e quais os espaços disponíveis que podem ser modificados ou adaptados conforme as novas necessidades. Daí para frente basta conservar e incrementar o seu jardim, seguindo o planejamento da nova proposta.
Qual é o jardim que eu quero Definir qual é o jardim que queremos para nós ou para beneficiar nossa comunidade está ligado diretamente ao perfil de cada um e aos interesses da localidade. Seja este um jardim convencional, ecológico ou exótico, é necessária uma definição em conjunto na família ou com as pessoas da comunidade. O jardim que queremos deve atender às necessidades da comunidade e do meio ambiente; deve ser um local para tirar o maior proveito possível do espaço e do acompanhamento da vida no mesmo. Cuidados devem ser tomados tanto na escolha do local como dos vegetais a fim de evitar futuros “conflitos” com instalações humanas já existentes ou projetadas (redes elétricas, muros, etc.). Portanto, o planejamento de um jardim é fundamental como primeiro passo para o sucesso do mesmo.
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Os diferentes jardins Jardim Convencional Qualquer pessoa que visitar um jardim convencional seja em uma casa ou em uma praça, vai perceber o seu formato, pois este é um jardim com canteiros uniformes e cheios de flores, com uma grama aparada e árvores de sombra, apresenta também arbustos densos que acompanham os passeios e as calçadas que são preenchidas com bancos e floreiras previamente planejadas. O jardim convencional apresenta passeios amplos e uniformes, o que caracteriza geralmente o jardim de uma praça pública.
Jardim Misto Ao pensarmos em um jardim misto, nos recordamos dos jardins à moda antiga dos nossos avós ou outros parentes e vizinhos. Geralmente estes jardins eram formados por plantas anuais e perenes (árvores e arbustos), bem como muita variedade de flores e até mesmo pequenas frutas como amoras, framboesas ou groselhas, todas misturadas em harmonia que fazia bem aos olhos e ao ambiente. Este tipo de jardim é um local que, ao invés de ser planejado, é feito naturalmente. Muito provavelmente ele evolui à medida que o jardineiro imagina algo novo ou ganha uma planta de um amigo, e esta é inserida em um local disponível. O jardim misto combina com tudo que se tem a mão. O resultado final geralmente tem um charme individual inegável e encantador. Construir um jardim misto representa especialmente bom senso e permite que tenhamos algumas das nossas plantas favoritas, independente da sua origem (nativa ou exótica). Este jardim é algo muito pessoal que, verdadeiramente, reflete o gosto dos proprietários. Em vez de ser um jardim para exibir, é um jardim projetado para o prazer daqueles que o possuem e daqueles que visitam.
Jardim Ecológico Dois aspectos são importantes para se identificar um jardim ecológico: o primeiro e mais básico é o dialogo do construtor do jardim com a natureza e a sua relação com o meio, e o segundo e não menos importante, é a vontade de fazer algo que seja ao mesmo tempo bonito e benéfico para o meio ambiente e para fauna silvestre. Estes dois critérios são fundamentais para definição de um jardim ecologicamente correto. Para construir um jardim ecológico é importante usar sempre espécies nativas. 8
Quanto mais plantas diferentes forem utilizadas e colocadas de forma harmônica em um jardim, maior serão as chances de mantê-lo atrativo para a fauna. Outro aspecto a ser levado em consideração é o abrigo, a alimentação e água, necessidades estas fundamentais para atrair os animais silvestres. Qualquer local que oferecer estes requisitos básicos será um pólo de atração preferencial para a fauna. O jardim ecológico torna-se especial em um ambiente, pois ele pode ser fonte de estudo e de pesquisa por parte de alunos e professores. Contribui, dessa forma, com um conhecimento mais profundo do ambiente natural, seja um jardim de banhado, um jardim de terreno árido, um jardim de floresta, etc.
Jardim Zen O jardim Zen, como o conhecemos hoje, tem as suas raízes no século XIII. Este jardim constitui-se de um espaço tranqüilo e agradável e promove uma harmonia com a paz, a meditação e com a contemplação à natureza. O mais importante de um jardim como este é que ele pode ser construído em uma área de pouco espaço, seja no pátio da casa ou no interior da mesma, pois o mais importante não é o seu tamanho, mas sim os elementos que o compõem. Para construir um jardim Zen, alguns aspectos devem ser levados em consideração como, por exemplo: a iluminação (luzes e sombras), a presença de animais silvestres (pássaros e borboletas) e os elementos da natureza (madeira, pedra, água, plantas, areia, etc).
Jardim Sombreado Para a construção da maioria dos jardins é levada em consideração a incidência de luz. Considera-se que um local ensolarado recebe seis ou mais horas ininterruptas de luz do sol direta por dia; três a seis horas de sol é considerado parcialmente ensolarado e menos de três horas de sol é considerado levemente sombreado. Para um jardim sombreado a incidência de luz deve estar próxima ao que se define como levemente sombreado, pois este jardim mesmo considerado sombreado, é necessário receber luz suficiente para que algumas plantas que precisam de sol sobrevivam. Portanto, um jardim sombreado é aquele que recebe pouca luz, sendo que o grau de sombra provavelmente vai mudar de um local para outro e de estação para estação. Ao construir um jardim sombreado, descobrirá o que pode e o que não pode crescer adequadamente em cada lugar. Nenhuma planta crescerá em escuridão completa, mas muitas precisam apenas de um fraco vislumbre de luz natural. Essas plantas são aquelas que você deve escolher para o jardim sombreado. 9
Jardim Verde Um jardim feito somente de folhagens em tons de verdes pode ser muito bonito quando colocadas plantas de tamanhos e folhas diferentes, formas arredondadas ou colunares. São jardins de lugares onde o inverno é mais frio. Com base nisso, existem algumas plantas com folha verde prateado, verde azulado e branco prata que fazem um contraste entre as cores e formam com isso um jardim diferenciado. A cor prata no jardim reflete a luz do sol e mesmo em dias cinzentos ajuda a iluminar o espaço, substituindo dessa forma as planta coloridas e mais vibrantes, o que contribui com o desenvolvimento de um jardim verde. A cor prateada das plantas torna-se uma transição entre cores mais amenas para jardins de flores em tons de azuis e rosa, cores consideradas mais suaves.
Jardim Holístico Segundo a visão holística, a natureza é um elemento vital para a vida dos seres vivos, pois o alimento que ingerimos, o ar que respiramos e a água que bebemos são frutos das energias provindas do sol, do ar, da terra e da água. Portanto, não basta apenas alimentar o corpo, mas também a alma, pois aquele que não alimenta a alma faz adoecer o corpo. 10
Um jardim holístico consiste em um espaço de harmonização de ambientes e visa o bem-estar dos seres vivos. Ter um jardim como este estimula a intuição e a criatividade e promove a sincronia com a natureza. Portanto, o jardim holístico foi criado para que toda e qualquer pessoa se recomponha como um todo, ou seja, física e emocionalmente. Ele é provido de cores, aromas, formas, plantas e sons que, no conjunto, procuram imitar a natureza.
Jardim Exótico São jardins diferentes, jardins que fogem aos padrões tidos como convencionais. Apresentam características diferentes dos jardins conhecidos, como é o caso de um jardim de pedras ou de natureza morta. Este tipo de jardim está ligado à percepção de cada um e ao olhar que se tem sobre determinada paisagem, paisagem esta que pode passar várias interpretações, dependendo da forma como este é visto. Um jardim exótico é aquele que, num primeiro momento, mostra-se extravagante, como por exemplo, um jardim de plantas de banhado, um jardim de cactáceas ou de plantas carnívoras. Este é um jardim que também se caracteriza pelo uso de espécies exóticas (fauna e flora) oriundas de diferentes locais do planeta, como é caso de um jardim tropical na Escandinávia. Na verdade, como se define, um jardim exótico é diferente e por natureza curioso.
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A natureza do jardim O papel da flora em um jardim Nenhum jardim se faz sem plantas, pois são elas que determinam o tipo do jardim, sejam elas plantas nativas ou exóticas. A dimensão e a beleza estética dos vegetais é que irão definir para que o jardim foi construído. A cobertura vegetal, principalmente a arbórea, é fator determinante da qualidade do jardim, da manutenção da fertilidade do solo, da proteção e estabilidade e constância dos ciclos das águas e da estabilização climática. As árvores, em especial as nativas, são muito importantes em um jardim, pois elas fornecem para a fauna abrigo, alimentação direta (frutos e flores) e indireta (outros animais). Um tronco de árvore pode abrigar um grande número de seres vivos e reunir em sua estrutura diferentes ecossistemas. Além das árvores, outros vegetais são importantes para a estrutura de um jardim, como é o caso dos arbustos que, embora de menor porte, também oferecem atrativos para a fauna, principalmente aves que podem construir seus ninhos com segurança, e de pequenas plantas com flores que atraem borboletas e outros insetos. As orquídeas e bromélias (plantas epífitas) que não são parasitas, ou seja, não prejudicam nem se alimentam da árvore na qual se instalam, são plantas que acumulam água e que servem como fonte de alimento para inúmeras espécies. Já os musgos e os liquens são importantes em um jardim, pois sua coloração verde escuro contribui com a beleza do jardim, além do fato deles serem considerados bioindicadores de ar puro.
O papel da fauna em um jardim A presença de animais silvestres no jardim demonstra a importância do local para o desenvolvimento da paisagem. A presença de animais denota um equilíbrio ambiental, o que proporciona uma melhor qualidade do jardim. A existência de rãs em um jardim, por exemplo, evidencia com clareza um ambiente saudável em termos ambientais, pois elas são sensíveis a ambientes em desequilíbrio, tornando-se dessa forma um bom indicador. Ao proporcionar em seu jardim condições para o desenvolvimento de animais é sempre importante tomar algumas precauções como: Proteja os animais nativos dos domésticos. Se você tem um gato, ponha uma coleira com sino nele para alertar pássaros e outros bichos de sua aproximação. Gatos e cães devem ser mantidos longe do jardim, principalmente à noite. 12
Plante arbustos e flores de forma a atrair insetos como borboletas, libélulas, pássaros, seja durante o dia ou à noite. O uso de flores coloridas (vermelhas, amarelas, etc.) anuncia a existência de néctar e pólen e atrai pássaros e insetos. Construa comedouros e banheiras para pássaros, pois, ao atrair pássaros nativos para seu jardim, principalmente quando estão alimentando os filhotes, você contribuirá com o aumento da fauna. Ao dedicar apenas um cantinho de seu jardim a um santuário ecológico, você obterá resultados, além de grande satisfação.
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Como projetar e construir um jardim Ao projetar e construir um jardim, deve-se começar com uma avaliação das necessidades pessoais. Faça um desenho (croqui) e liste o que quer incorporar no projeto. Defina as funções e as áreas que pretende implantar. Depois, confira os passos que seguem para a construção de seu jardim.
Planejamento do jardim Ao planejar o seu projeto paisagístico, pense no tipo de jardim que quer ter e quais as plantas que vai colocar. Pense na forma e nos espaços que quer, seja um arbusto redondo ou em forma de vaso, veja qual se adequa melhor as necessidades do seu jardim. Pense no tamanho da área e no tamanho das árvores que vai ter, seja para sombra ou para ornamentação. Leve sempre em consideração os hábitos de crescimento e o que se ajusta melhor ao projeto. O planejamento do seu jardim é fundamental para o sucesso do seu projeto. Portanto, é necessário desenhar um croqui que vai determinar a cobertura verde, os passeios, os locais de descanso e lazer, bem como a funcionalidade do seu projeto paisagístico. Quando planejar a construção do seu jardim deve levar em conta aspectos como o estacionamento, a entrada da casa, o público e a fauna que vai usufruir o espaço do seu jardim. A partir disso, defina o espaço para acomodar cada função definida no croqui do seu projeto paisagístico.
Área mínima para o jardim Não há uma área mínima ou máxima para se construir um jardim. O que precisa ser definido é o que se quer e qual é a área que se tem. Um jardim pode ser trabalhado no todo em uma área ampla da propriedade como também em um pequeno quintal de uma casa. Mesmo a beira de janela de uma casa ou de um apartamento pode receber uma floreira ou uma casinha com comedouro para pássaros. Portanto, a área a ser utilizada depende fundamentalmente do espaço disponível de sua propriedade.
Cobertura Verde A cobertura verde, como gramíneas, por exemplo, podem ser de diferentes tipos, cobrindo toda a superfície do solo ou parcialmente. Algumas podem ficar altas, florescerem e produzirem sementes. Já outras podem ser cortadas, mantendo-se na forma de tapetes e toleram ser pisada. As gramas são as mais duráveis e são as mais 14
comumente usadas. As gramíneas ornamentais podem servir como forrações duráveis. Planeje o formato do gramado de seu jardim, pois este, geralmente é o maior espaço de um jardim. Sua forma é tão importante quanto a forma dos canteiros. Se for projetado com linhas retas ou gradualmente curvas, terá uma aparência muito boa e será fácil de cortar. Evite curvas estreitas, margens onduladas e cantos irregulares, que acabam dando trabalho ao cortar. Para a arborização do seu jardim é preciso definir o que plantar e o que quer com estas árvores em seu projeto paisagístico. Já os arbustos proporcionam privacidade e proteção e as trepadeiras servem para preencher muros ou cercas, definindo e delimitando a área do seu jardim. Ao definir qual a árvore que vai plantar no seu jardim deve ser levado em consideração a colocação da mesma e sua função no jardim, pois uma árvore mal projetada pode tornar-se um problema, principalmente depois de ter crescido. Cada variedade de árvore tem seu próprio hábito de crescimento: algumas são altas, largas e crescem lentamente; outras crescem rapidamente formando copas frondosas.
Projete o fluxo de tráfego Definir os caminhos, as calçadas e entradas para carros são de fundamental importância para o funcionamento do seu projeto paisagístico. Portanto, o planejamento do fluxo e do tráfico em seu jardim deve ser muito bem pensado. Faça as calçadas de acesso, as entradas e os caminhos de forma que os visitantes sintam-se confortáveis ao dar uma volta por ele. A escolha do material a ser usado para construir os caminhos é importante e devem fazer parte do projeto estético do jardim, sejam caminhos de pedras, lajotas ou cobertos com grama ou vegetais secos. O mais importante é que os caminhos devem ser nivelados com o solo e bem iluminados.
Canteiros e decorações Para definir os canteiros e a decoração do jardim é necessário promover a harmonia da natureza com a proposta para qual o jardim foi projetado. Em um projeto paisagístico podem ser criadas ilhas de canteiros que darão características diferenciadas para o jardim, promovendo um visual diferente para pontos estratégicos, sejam estes pontos situados em áreas de destaque como o centro do jardim, onde podem ser vistos de todos os lados, ou áreas menos nobres como um canto do jardim, sem expressão, mas que pode tornar-se destaque na paisagem do jardim. Não importa o lugar onde você as coloca, as ilhas de canteiros precisam atender as necessidades 15
do projeto paisagístico, devem ser funcionais e práticas, pois elas podem ser o diferencial do jardim.
Áreas de interesse Ao projetar um jardim devem ser previstas na composição deste as áreas de interesse, áreas que servirão para atrair a fauna silvestre e compor a estrutura do jardim. Estas áreas contribuirão com a paisagem do local, promovendo a preservação e o equilíbrio ambiental, bem como promover atrativos para o jardim. A água é um dos maiores atrativos da fauna. Portanto, é importante a implantação de um pequeno lago ou um bebedouro com o objetivo de atrair os animais silvestres. O lago pode ser construído em uma das ilhas de canteiros ou em local específico para esse fim, porém as fontes devem estar próximas à vegetação densa (árvores ou arbustos), que possam dar aos usuários segurança e proteção. Já o bebedouro pode ser feito de forma simples, em qualquer recipiente que acumule água. Este recipiente deve ser limpo e a água trocada periodicamente. O lago em um jardim pode ser construído conforme o projeto paisagístico e deve ser funcional, ou seja, de uso prático para atender a fauna. Nesta fonte devem-se usar 16
plantas aquáticas, ter um local adequado para que pequenos pássaros possam se banhar. Isto dará ao local um caráter de beleza e utilidade para o jardim.
A escolha das espécies florestais frutíferas em seu jardim (árvores ou arbustos) é fundamental para atrair os animais silvestres. Criar uma área de interesse para a alimentação da fauna pode contribuir com a qualidade do jardim e ser um atrativo para animais que poderão proporcionar beleza ao local. Os abrigos e os comedouros correspondem ao complemento das áreas de interesse, pois é neles que a fauna pode se desenvolver, se alimentar e proteger seus filhotes. Os pássaros correspondem aos principais hóspedes destes locais, assim como os insetos, morcegos, mamíferos e outros. Estes animais usam locais como galhos, ocos de árvores e buracos no solo para proteger-se e criar seus filhotes. Construir abrigos e comedouros no seu jardim é promover mais um atrativo para o local.
ABRIGO
COMEDOURO
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Créditos Entidade responsável AFUBRA
Associação dos Fumicultores do Brasil
Concepção e execução Projeto Verde é Vida
Texto: José Leon Macedo Fernandes Ilustração e diagramação:Márcio
Leal Silveira R evisão ortográfica:Luciana Jost Impressão: Qualigraf
Diretoria daAfubra Benício Albano Werner (Presidente), Heitor Álvaro Petry (Vice-Presidente), Romeu Schneider (Secretário), Sílvio Clovis Genehr (2º Secretário), Marcilio Laurindo Drescher (Tesoureiro), José Sebold (2º Tesoureiro).
Projeto Verde é Vida Coordenação geral Adalberto Sidnei Huve (Coordenador-Geral), Iara Koeppe (Apoio Técnico), Jorge Antônio de Farias (Coordenador Técnico), José Leon Macedo Fernandes (Coordenador Pedagógico), Márcio Castro Guimarães (Assessor Administrativo), Marco Antonio Dornelles (Coordenador Técnico).
Coordenação regional Região deAraranguá:Leandro Richard da Silva, Lédio Mota Bento; Região de Cachoeirado Sul, Sobradinhoe Arroio do Tigre: Carlos Alberto Loewe, Fabio Renato da Silva, Diego Nunes Pereira; João Paulo Porscher, Deivid Diecson Redel; Região de Camaquãe São Lourençodo Sul: Cristiano Kruger Altenburg, Gilson Peglow, Jader Alex Agne, Marcelo Adriano da Silva, Margarida Bubols,Valdir Mundstock; Região de Herval D'Oeste: Alceu Hofmann, Claiton Copini, José Carlos Kucher; Região de Imbituva:Eder Guilherme Muller, Pedro Darkascz Neto, Vilson Kapp; Região de Irati:Ireno Fillos, João Paulo Perussolo, Silvino Antônio Müller, Vladislau José Jeferson Golovich; Regiãode Rio do Sul e Ituporanga:Adilson Kurtz, Cláudio Schera, Danilo Fernando Becker, João Paulo Roberti, Odilon da Silva; Região de Rio Negroe Mafra: Carlos Ivan Gularte, Edemar Pedro Konkel, Vilmar Niser; Região de São Miguel do Oeste: Atacir Nicolodi, Cleuze Fachin Martins Pinto, Jandir Stock, Lizandro José Sulczinski; Região de Tubarãoe Braço do Norte: Célio Buss, Jaime Paladini, Márcio Ronchi, Zaneide de Souza Oliveira; Região de Venâncio Aires: André Luiz Fagundes, Lovane Barbara Ammon Heck, Osvaldo José Boursheitt, Romeu Christmann.
Bibliografia: - PALAZZO JÚNIOR, José Truda. A Natureza do Jardim. Ed. Sagra. Porto Alegre. 1989. 144p. - SANTOS, Nara Rejane Zamberlan; TEIXEIRA, Ítalo Filippi. Arborização de Vias Públicas. Instituto Souza Cruz, Clube da Árvre. Ed. Pallotti. Santa Cruz do Sul. 2001. 135 p. - BACKES, Paulo. Lutzenberger e a paisagem. SantZero Hora. Caderno Ambiente nº 04 e 09. Porto Alegre. 2004. Ed. Paisagens do Sul. Porto Alegre. 2005. 208 p.
É permitida a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, desde que citada a fonte. AFUBRA, Associação dos Fumicultores do Brasil. 1ª Edição. 5.000 exemplares – 2008.
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