Revista Expoagro 2011

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Índice PARQUE

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FLORESTAS PALAVRA DO COORDENADOR ____ 4 Novidades para a Expoagro Afubra 2011

BENÍCIO ALBANO WERNER ______ 6 O desafio de sanar a fome Afubra objetiva diversificação dos produtores rurais

DESTAQUE

Serraria móvel leva benefícios ao produtor rural

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ROMEU SCHNEIDER ___________ 8 Fumicultura, obra do acaso

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PESQUISA

PRONAF __________________ 28 Linha de crédito beneficia interior

AGRO-COMERCIAL AFUBRA ____ 29 Exposição, venda e julgamento de gado leiteiro

AGROINDÚSTRIA

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Vantagens aos associados

Verde é Vida apresenta II Mostra Científica

DIVERSIFICAÇÃO ____________ 36

QUINTAIS ORGÂNICOS

Produtores mostram caminho de sucesso

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HORTALIÇAS _______________ 39 Leis garantem compra de produção para merenda escolar

ESTÁGIOS _________________ 47

Legalização é fundamental

BIOENERGIA

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Estágios oportunizam aprendizado técnico

Espaço demonstra possibilidades para a propriedade rural

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PRÊMIO

CULTURA _________________ 59 Espaço cultural reunirá talentos na Expoagro Afubra 2011

Seguem estudos com girassol e óleo saturado

Trator otimiza trabalho de família produtora

Expediente Revista Expoagro Afubra 2011 Publicação da Associação dos Fumicultores do Brasil - Afubra Rua Júlio de Castilhos, 1031 96810-156 - Santa Cruz do Sul - RS Telefone: 51 3713-7700 - Fax: 51 3713-7715 Website: www.afubra.com.br E-mail: expoagro@afubra.com.br

Expoagro Afubra 2011 Parque de Exposições Presidente Hainsi Gralow BR 471 - Km 143 - Rincão Del Rey - Rio Pardo - RS

Coordenação Geral: Eng. Agr. Marco Antonio Dornelles Coordenação Editorial: Cristian Bischoff / Luciana Jost Coordenação Publicitária: Silvio Clóvis Genehr Produção Gráfica/Diagramação: Ricardo Patta Colaboração: Carla Inês Conrad / Josiane Aline Goetze Impressão: Gráfica e Editora Pallotti Tiragem: 40.000 exemplares Distribuição gratuita

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Palavra do Coordenador

Programação de 2011 foca desenvolvimento da família rural Foto: Luciana Jost

Marco Antonio Dornelles: coordenador geral da Expoagro Afubra

Buscar alternativas de renda para a manutenção da família produtora no meio rural. Com esse objetivo, a Associação dos Fumicultores do Brasil, realiza, pela 11ª vez consecutiva, a Expoagro Afubra. E não estamos sozinhos nessa promoção. Para conseguirmos oferecer aos nossos visitantes, especialmente aos produtores rurais, novas técnicas, equipamentos, culturas e alternativas, contamos com o apoio e parceria de diversas empresas, órgãos, entidades, instituições, lideranças e autoridades. Estamos todos juntos, unidos pelo mesmo ideal: de proporcionar um local onde a pequena e média propriedade agrícola possam se espelhar.

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A cada ano procuramos trazer o que há de mais novo para a nossa Feira. No que finda uma edição, nossa equipe já inicia o planejamento da próxima, ao analisar a pesquisa, onde aparecem os anseios do público. E é com grande satisfação que anunciamos, para a Expoagro Afubra 2011, um dos desejos manifestados nas pesquisas de alguns anos: a presença de gado leiteiro. A próxima edição da feira irá contar com exposição, leilão e julgamento de vacas da raça holandês, numa parceria com a Gadolando, associação gaúcha de criadores. Também teremos um espaço novo voltado à cultura. O Espaço Cultural

irá reunir a II Mostra Científica SulBrasileira Verde é Vida, já conhecida do público, mas contará ainda com apresentações artísticas como teatros, músicas, cantos e danças. Ao mesmo tempo em que trazemos essas novidades, aumentamos e incrementamos outros espaços. Na área da agroindústria, uma importante alternativa para a agricultura familiar, ampliamos os espaços de 64 para 100. Dinâmica de máquinas, animais, palestras técnicas, áreas demonstrativas, estandes externos e internos; tudo está sendo melhorado para atingir as expectativas do público. Esperamos você e sua família na Expoagro Afubra 2011! 


SERVIÇO EXPOAGRO AFUBRA 2011 Quando 1º, 2 e 3 de março de 2011

Estacionamento interno 6 mil veículos

Onde Parque de Exposições Presidente Hainsi Gralow BR 471, km 143, Rincão del Rey, Rio Pardo/RS

Ônibus grátis De hora em hora, a partir das 8h, fazendo o trajeto de ida e volta, da matriz da Afubra (Rua Júlio de Castilhos, 1031, Santa Cruz do Sul) até o Parque da Expoagro.

Horário 8 às 18 horas, com entrada franca Expositores Mais de 300, entre empresas, instituições e entidades. Alimentação Dois restaurantes com Buffet e três lancherias

Informações Site www.afubra.com.br E-mail expoagro@afubra.com.br

Atrações Dinâmica de Máquinas, Dia do Arroz, Piscicultura, Animais (ovinos, caprinos, gado de corte e de leite, suínos, aves), Seminário de Turismo Rural, Fórum de Diversificação, palestras técnicas, horta orgânica, meliponicultura, frango colonial, Usina de Biodiesel, Microdestilaria de Álcool, Quintais Orgânicos, Agroindústrias, Espaço Cultural, Hortaliças, Área Florestal, entre outras.

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Benício Albano Werner

O desafio de concretizar o direito à alimentação Mário André Poll

Divulgados em novembro do ano passado, os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sobre segurança alimentar, realizada em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, mesmo diante dos avanços do novo século nos campos econômico e social, ainda há milhões de brasileiros que sofrem para colocar alimentos à mesa. O levantamento do IBGE diz

11,2 milhões de pessoas. A pesquisa mostra ainda que as cinco regiões brasileiras apresentam proporções com diferentes magnitudes. Enquanto na Norte e na Nordeste, 40,3% e 46,1% dos domicílios, respectivamente, se encontram em insegurança alimentar, na Sudeste o índice é de 23,3%, e, na Sul, 18,7%. Considerando o quesito grave, o panorama de desigualdade regional permanece. No Norte e Nordeste, as proFoto: Luciana Jost

Presidente da Afubra: “Constituição Federal rege direito à alimentação” que 5,8% da população brasileira passaram fome em 2009 e que 30,2% dos domicílios brasileiros convivem com a insegurança alimentar. Isso significa que, no referido ano, 65,6 milhões de pessoas apresentavam alguma restrição alimentar ou preocupação com a possibilidade de falta de recursos para comprar alimentos. Do total de domicílios, 5,0% (2,9 milhões) foram classificados como insegurança alimentar grave. Essa situação atinge

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porções atingem 9,2% e 9,3%, respectivamente, enquanto que na Sudeste é de 2,9% e, na Sul, 2,1%. As diferenças regionais se confirmam também quanto aos domicílios. Nas regiões Sul e CentroOeste, a proporção de residências com moradores em situação de segurança alimentar na área rural era superior à verificada na zona urbana. Já no Sul rural do país, 85,8% dos domicílios sequer se preocupam com


a possibilidade de que os alimentos acabem antes de nova compra. Na região Nordeste, que apresenta os mais elevados percentuais de domicílios em situação de insegurança alimentar moderada ou grave (20,4% na área urbana e 24,0% na área rural), se registra a maior diferença entre elas, ou seja, 3,6%. No tocante às unidades da federação, Santa Catarina continua com o maior percentual (85,2%) de domicílios em situação de segurança alimentar. O Rio Grande do Sul vem em segundo, com 80,8%, seguido pelo Paraná, com 79,6%. Os estados do Nordeste, todavia, registram proporções inferiores à média nacional (69,8%), sendo que o Maranhão (35,4%) e o Piauí (41,4%) sequer chegam à metade dos domicílios com alimentação saudável e em quantidade suficiente assegurada. A região Norte também apresenta proporções de segurança alimentar inferior à média brasileira, assim como o estado de Goiás, na Centro-Oeste.

Para o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, a pesquisa mostra que o direito à alimentação, conforme rege a Constituição Federal, ainda está longe de se tornar realidade. Mesmo ciente da existência de outros fatores, o dirigente entende que a definição de uma ampla política agrícola, elaborada entre governo e entidades ligadas ao meio rural, poderia minimizar o problema da fome no País. “A situação é paradoxal. De um lado, vemos os produtores clamando por custos menores, preços mínimos e garantia de mercado. No outro, temos milhões de pessoas sem poder aquisitivo para comprar os alimentos produzidos, mesmo eles sendo baratos”, sintetiza. No Sul: a pesquisa do IBGE mostra que a questão da insegurança alimentar nos três estados sulinos (coincidência ou não, são os que concentram a produção de tabaco no país) é bem menor na comparação

com outras regiões do País. “Na parte rural, por exemplo, o percentual de domicílios que sequer se preocupam com a possibilidade de que os alimentos acabem antes de nova compra é motivo de alegria”, ressalta Werner. O dirigente teme, no entanto, a possibilidade de abalos num futuro próximo. “Com a proliferação das campanhas contra o tabaco e as dificuldades de apontar alternativas viáveis, as áreas fumageiras, que englobam um vasto território, podem gerar um decréscimo nos índices apurados em 2009”. Diante disso, enfatiza Werner, é necessário intensificar o trabalho de identificar atividades que possam garantir a qualidade de vida que atualmente se presencia nas comunidades envolvidas com a produção de tabaco. “A promoção e realização da Expoagro Afubra é um exemplo de atividade que busca alternativas, mas, para auxiliar e proteger os fumicultores, precisamos de muito mais”, finaliza.  * com informações da área de Comunicação Social do IBGE

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Romeu Schneider

A fumicultura que se inseriu como alternativa viável de diversificação Mário André Poll

O crescimento econômico, social e cultural de Santa Cruz do Sul, berço do cultivo de tabaco no Sul do Brasil, está ligado diretamente à fumicultura. Mas a história mostra que foi obra do acaso, oriunda da visão dos próprios colonizadores, que sentiram, já naquela época, há quase dois séculos, a necessidade de diversificar. De acordo com o secretário da Associação dos Fumicultores do

espaço e trabalho para terem uma vida melhor. Segundo o dirigente, o principal propósito era cultivar a terra para produzir alimentos, destinados à subsistência da família e à venda do volume excedente. “O problema é que, levada ao porto de Rio Pardo, a produção excedente - milho, feijão, batata, banha e outros -, não encontrava comprador. Para os poucos que conseguiam vender, o preço

Romeu Schneider: a receita bruta dos fumicultores chegou a R$ 28,3 bilhões Brasil e presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, Romeu Schneider, o Brasil incentivava a vinda de imigrantes no século XIX, oferecendo, como atrativo, a distribuição gratuita de lotes de terra. “Um desses grupos se estabeleceu em Santa Cruz do Sul, em 1849”, lembra. Diante das dificuldades enfrentadas em seu país de origem, os imigrantes alemães buscaram fora um 8 | Revista Expoagro 2011

oferecido não cobria nem o custo do transporte”, frisa. Com a descapitalização, os colonizadores buscaram uma nova atividade agrícola. Começou, aí, a produção de tabaco, em 1851, dois anos depois da data de chegada. “As primeiras sementes de tabaco vieram de Cuba”, recorda Schneider. Mais dois anos se passaram. E, para surpresa geral, principalmente dos que

comandavam a então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, a atividade que se inseriu como alternativa passou a ser destaque entre os produtos agrícolas cultivados no município e na região. “Nesse mesmo ano (1853), a Colônia de Santa Cruz exportou, pela primeira vez, parte de sua produção de tabaco”, ressalta. O progresso da nova colônia se acentuava. Em 1913, se iniciou a ins-


talação das primeiras empresas do ramo. Quatro anos depois, a Souza Cruz trouxe a primeira usina de processamento de fumo. Junto com ela, veio o sistema integrado de produção, trazendo consigo os insumos e a assistência técnica, processo criado para atender às exigências do mercado externo. A consolidação veio em 1967, com a entrada de empresas multinacionais, que intensificaram o processo de exportação. Em 1993, o Brasil conquistou o primeiro lugar na venda de tabaco ao exterior, posição que mantém até hoje. Inserida como alternativa na geração de renda no meio rural, a atividade fumageira acabou também influenciando fortemente o meio urbano, destaca o dirigente da Afubra. “Surgiram postos de trabalho, o comércio e o setor de serviços se intensificaram, surgiram profissionais liberais em diferentes áreas. Isso tudo elevou o município e a região a um cenário de progresso e desenvolvimento”, diz. Para traçar o atual retrato do ta-

baco, Schneider cita números da produção, desde o início do século XXI, que demonstram a importância da cultura. “Na última década, os fumicultores colheram 7.309.170 toneladas do produto, proporcionando a eles uma receita bruta de R$ 28,3 bilhões”, destaca. No mesmo período, prossegue o dirigente, foram exporta-

das 5.629.240 toneladas, o que gerou mais de U$ 19 bilhões em divisas para o país. “Nesses dez anos, o faturamento do setor chegou a R$ 132,7 bilhões. Desse valor, mais de R$ 65 bilhões foram arrecadados pelos cofres públicos em forma de tributos”, complementa. 

CENÁRIO DA FUMICULTURA BRASILEIRA SAFRA

FAMÍLIAS

PRODUÇÃO

Valor

EXPORTAÇÃO

Faturamento

Tributos

Produtoras

ton

R$

ton

US$

R$

R$

2000

174.850

577.110

1.078.080.000

353.020

751.073.215

8.010.299.280

4.458.944.860

01

171.180

544.780

1.247.319.500

443.850

943.107.582

9.843.338.300

5.041.039.680

02

188.750

669.950

1.810.063.500

474.470

1.083.228.274

11.607.903.160

5.362.232.840

03

208.110

635.820

2.294.062.800

477.550

1.148.507.750

11.953.701.100

5.589.683.980

04

226.650

882.650

3.608.494.400

592.850

1.606.623.500

13.909.653.420

6.457.504.330

05

236.870

876.430

3.650.146.700

629.630

1.897.075.190

14.245.030.540

6.714.521.510

06

229.770

803.540

3.194.089.000

581.380

1.852.276.680

14.090.597.660

6.999.945.050

07

219.890

792.390

3.224.305.000

710.150

2.825.686.850

15.288.568.650

7.860.526.560

08

217.370

747.680

3.862.036.700

691.610

3.121.927.540

16.805.528.600

8.496.834.730

09

223.640

778.820

4.391.252.000

674.730

3.844.611.540

16.944.577.900

8.426.265.260

TOTAL

2.097.080

7.309.170

28.359.849.600 5.629.240 19.074.118.121

132.699.198.610

65.407.498.800

Fonte: Afubra / Secex / Receita Federal

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Parque

Estrutura do parque melhorada a cada edição Objetivo da feira é incentivar a diversificação das propriedades Cristina Severgnini foto: L. F. Bertuol

A cada edição da Expoagro Afubra, os visitantes e expositores percebem melhorias na infraestrutura fixa do parque. São novidades que, além de dar mais conforto ao público, têm o objetivo de fazer com que os produtores rurais possam aproveitar o máximo possível da programação e das exposições oferecidas. Segundo o tesoureiro da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcilio Laurindo Drescher, a feira busca promover a diversificação de culturas, principalmente para os agricultores familiares. “Sabemos que a monocultura não é positiva e queremos mostrar isto através das palestras e ações que são feitas no evento”, diz. Para que a Expoagro Afubra continue cumprindo seu papel, Drescher lembra que é preciso investir sempre em melhorias no parque. A cada ano são feitos investimentos gerais, em especial nos restaurantes, em locais para palestras e seminários e para acolher o público. “São estruturas para o bom desempenho da feira”, salienta. Além do calçamento, feito ano a

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Expoagro Afubra: 20 hectares com infraestrutura para receber expositores e visitantes

ano e que já cobre quase todas as ruas e caminhos dos 20 hectares do parque de exposições, muitas outras obras foram feitas ao longo dos 10 anos de feira. Por exemplo, para a edição de 2007, houve a construção de novos sanitários e da Casa da Emater. Em 2008 foi edificado um pavilhão de 450 m² para abrigar a exposição de caprinos e ovinos e de um prédio com 11 novos sanitários. Para a edição de 2009, foi implantado um pavilhão no parque para abrigar a usina de biodiesel. E na feira de 2010, as palestras passaram a ocorrer num auditório climatizado. Drescher lembra também que, com a es-


foto: Luciana Jost

Marcílio Drescher: parque adequado para abrigar atividades da feira

trutura montada, o parque pode ser aproveitado em eventos técnicos durante o ano todo e vem sendo usado inclusive por parceiros, como a Emater, Embrapa, expositores e até sindicatos e outras entidades que queiram usar o local para eventos. “Quanto mais o parque for usado para o bem dos nossos agricultores, mais contribui com os objetivos da Afubra”, salienta. Para a Expoagro Afubra 2011, o parque recebe melhorias gerais, reparos na estrutura existente e instalação de espaços para as atividades. “São iniciativas para que a estrutura se torne ideal para a realização de uma boa feira”, explica Marcilio Drescher. As instalações para animais foram ampliadas gradativamente. E, conforme o tesoureiro da Afubra, neste ano o espaço da pecuária vai receber incremento da exposição de gado leiteiro, inclusive com leilão de matrizes. 

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© Syngenta, 2010.

Menos doenças, menos preocupações.

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Destaque

Gado leiteiro holandês: exposição, venda e julgamento na Expoagro Afubra 2011 Produtores poderão adquirir animais com qualidade genética Luciana Jost

Se você já tinha bons motivos para visitar a 11º Expoagro Afubra, nos dias 1ª, 2 e 3 de março de 2011, agora tem mais um. Numa parceria da Associação dos Fumicultores do Brasil e a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) os visitantes da maior feira agrícola do Brasil voltada à agricultura familiar poderão apreciar e adquirir animais com qualidade genética comprovada. A ideia de incrementar o espaço do gado leiteiro na Expoagro Afubra

surgiu depois de vários anos em que a pesquisa realizada com o público da feira apontou para esse interesse. Com a intenção de proporcionar sempre o melhor para os pequenos e médios produtores, uma equipe da Afubra entrou em contato com a Gadolando, associação acostumada a participar de feiras e eventos com a exposição, leilão e julgamento dos animais de seus associados. “Não queríamos apenas expor animais leiteiros mas sim, dar a oportunidade aos nossos produtores para incrementarem a renda da sua propriedade com qualidade, por isso o incremento no espaço”, explica o engenheiro agrônomo

Marco Antonio Dornelles, coordenador geral da Expoagro Afubra. Após o primeiro contato, uma equipe da Gadolando visitou o Parque da Expoagro Afubra e analisou o local, estabelecendo as necessidades para a realização da parceria, como locais para a ordenha, para o preparo dos animais, uma pista para o julgamento e para a exposição. “Neste primeiro ano iremos organizar estes locais com pirâmides, sem construir. Para os próximos anos, após analisarmos os erros e acertos desta primeira atividade, faremos investimentos em locais fixos”, diz Dornelles, revelando que a parceria veio para ficar e será Foto: Divulgação

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Programação: 01/03/2011 - 08h - Identificação e Exame de Admissão – visitação do público durante o dia 02/03/2011 - 10h - Leilão da Raça Holandesa 03/03/2011 - 09h - Julgamento de Classificação - Animais Jovens - 14h – Continuação Julgamento de Classificação - Vacas e Grande Campeonato

- 17h – Entrega de Prêmios

atração rotineira da feira. Um espaço com 900 metros quadrados será disponibilizado para a exposição dos cerca de 100 animais da raça que participarão, 90% destes, fêmeas. Outro espaço, com 400 metros quadrados, será destinado ao leilão e julgamento. Os locais ficarão próxi-

mo ao Pavilhão de Animais já existente no Parque. Segundo Dornelles, a exposição dos diversos animais, inclusive gado de corte, permanecerá. “A inclusão do gado holandês é apenas mais um incremento na programação da feira”, enfatiza. Todos os animais expostos

pela Gadolando estarão à venda identificados na sua procedência e valores afixados nos box de cada um deles. O Leilão irá acontecer no segundo dia da feira, dia 02 de março, e o Julgamento de Classificação da raça será no dia 03 de março, último dia do evento. Todos os animais partici-

Para saber: Como funciona o leilão? Quem pode participar? É aberto a todos os interessados nos animais da raça. Para quem quiser financiar as aquisições, é importante que, com antecedência, encaminhem solicitação das cartas de créditos no banco de sua preferência. Os remates ou leilões, como se denominam, contam com um leiloeiro oficial e seus ajudantes que buscam os lances dos interessados, os denominados pisteiros. Os interessados terão oportunidade de ver cada um dos animais ofertados acompanhados de dados como idade, produção, filiação, etc.. O maior preço lançado será o do comprador. Aos compradores será dada nota de venda no valor estipulado. O animal será entregue ao comprador, às 18 horas do dia 3 de março. Ao entrar no Parque todos os animais terão passado por testes sanitários e garantia de fertilidade. Os animais também estarão disponíveis aos negócios desde o dia 1º de março com acerto direto entre as partes. No 2º dia haverá o leilão e no 3º dia, se ainda houver, o saldo remanescente estará à disposição dos interessados para negócios diretos com os criadores. Qual a média de preços? A Expoagro sediará pela primeira vez um leilão da raça Holandês. Os preços básicos serão estipulados pelos vendedores. Haverá variações entre os preços praticados entre compradores e vendedores. Os preços praticados deverão ficar entre R$ 3,5 a R$ 5 mil para as fêmeas. Como comprar os animais? É recomendado que os interessados procurem suas agências bancárias e tenham em mãos a carta de crédito aprovada. Desta forma o comprador poderá desfrutar de financiamento oficial com juros compatíveis e interessantes. Se não houver carta de crédito será preciso recursos próprios ou fazer cadastro junto ao escritório de remates que estará instalado no local. Como funciona o julgamento? No julgamento, o jurado busca os animais mais próximos do ideal da raça. Os animais entram na pista de julgamento pelas categorias divididas pelas idades. O jurado observa os animais e ordena as filas em ordem decrescente de qualidade sendo o primeiro, o campeão da categoria. Os campeões e reservados da categoria concorrem entre si à campeã fêmea jovem, reservada e terceira melhor fêmea jovem. E o mesmo acontece aos animais em lactação: as campeãs e reservadas concorrem à grande campeã, reservada e terceira melhor vaca. O jurado é um técnico qualificado para esse trabalho e membro do Conselho Brasileiro de Jurados de Pista. Ele observa para tomar sua decisão, as principais características da raça como força, capacidade, característica leiteira, pernas e patas, garupa e sistema mamário.

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Porque registrar o rebanho: 01. Assegura a perfeita identificação dos animais; 02. Acasalamento programado (evita ou identifica consanguinidade); 03. Controle de genealogia conforme Ministério da Agricultura; 04. Proporciona legitimidade e autenticidade dos documentos; 05. Assegura a pureza e seleção da raça; 06. Dá uniformidade do rebanho conforme o padrão da raça; 07. Aprimora o melhoramento genético da raça, com utilização de animais melhorados com base nas provas de produção e tipo; 08. Mantém o acervo técnico e histórico da raça; 09. Valorização comercial dos animais registrados; 10. Através das informações consegue-se evolução de animais PC (puros por cruza) para PO (puros de origem); 11. Divulgação e promoção do rebanho registrado; 12. Possibilita a participação em exposições e eventos.

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pantes deverão ir a Pista de Julgamento, mesmo que já tenham sido comercializados no primeiro dia do evento. “Abrimos a possibilidade do visitante não precisar esperar o Leilão para adquirir o animal de seu interesse, pois muitas pessoas visitam a feira somente num dia. Mesmo já vendido, o animal participa do Julgamento e o comprador tem a chance de levar um animal premiado”, explica Marco Dornelles, ao revelar que o Leilão será coordenado por um leiloeiro oficial. CALENDÁRIO OFICIAL O Termo de Cooperação Técnica assinado entre a Afubra e a Gadolando, na tarde do dia 08 de dezembro, em Porto Alegre, oficializou a parceria para a realização das atividades durante a Expoagro Afubra 2011, colocando a feira no calendário oficial de leilões de gado de leite. “Nossa feira procura sempre a diversificação e entendemos que o leite é uma ótima alternativa para a pequena propriedade”, declara o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, ao afirmar que a parceria com a Gadolando fortifica o setor leite na feira. Para o presidente da Gadolando, o médico-veterinário José Ernesto Wunderlich Ferreira, “o casamento entre as duas associações é de interesse mútuo e em benefício dos produtores”. 


Agroindústrias

Produtor de leite instala agroindústria e legaliza produção Entidades incentivam agregação de valor ao produto primário Luciana Jost crédito: Luciana Jost

Agroindústria familiar rural é o espaço físico, uma construção civil, empregado para o beneficiamento e/ou processamento de matérias-primas agropecuárias em que o destino final da produção é a comercialização. A mão de obra deverá ser da família e sua localização no meio rural. A agroindústria é uma forma de agregar valor aos produtos primários e garantir uma nova fonte de renda à propriedade. A criação destes espaços e a sua legalização é um trabalho realizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FetagRS) e pela Emater/RS-Ascar. Para o casal João Carlos e Márcia Teresinha Sehn, de Linha João Alves, interior de Santa Cruz do Sul/ RS, a implantação de uma agroindústria de leite foi a solução para manterem-se na atividade rural. Vendedores de leite in natura, com a intensificação na fiscalização da Lei 1283, de 1950, o casal teve que se adaptar. “Já embalávamos o leite em saquinhos, mas natural. Depois que começaram a fiscalizar e apreender o leite não pasteurizado, resolvemos investir e montar uma agroindústria”, explica João Carlos. Em junho de 2010 o casal ampliou o espaço físico para a instalação dos novos equipamentos, tudo com recursos próprios. Com a aquisição do pasteurizador e do resfriador de leite, o produto antes vendido ao natural passou a ser comercializado dentro das normas da vigilância sanitária, inclusive com rótulo. “Vendíamos o leite natural, ensacado, com um rótulo. Quando começamos com a agroindústria tivemos que trocar o rótulo, também por força de lei, e criamos a nossa própria marca”, conta Márcia. O leite é vendido na feira rural e, o excedente, para a indústria

João Carlos: pasteurizador juntou-se à embaladora e produção de leite agora é legalizada de escala. A intenção é, no futuro, comercializar para supermercados, mas o casal pretende primeiro ganhar mais experiência e ampliar a produção que, atualmente, está em 200 litros/dia, com um plantel de 18 vacas. Além da agroindústria de leite, o casal Sehn é produtor de verduras, que também são comercializados, há mais de 30 anos, na feira rural de Santa Cruz do Sul. João Carlos conta que quem iniciou a tradição da família com verduras foi o seu pai Armindo Pedro que hoje, junto com a esposa Ilse Maria, já aposentados, auxiliam nas atividades do filho e da nora. “Já encaminhamos o pedido para sermos fornecedores para a merenda escolar do município”, revela João Carlos, ao destacar que precisam ter cuidado para não sobrecarregar os trabalhos. João Carlos e Márcia Teresinha tem um casal de filhos: a moça trabalha na cidade e estuda Engenharia Ambiental e o rapaz está concluindo o Ensino Médio. Sobre a criação da agroindústria e a legalização de sua produção de leite, os Sehn dizem que estão

convictos da decisão ser acertada. “Podemos continuar no nosso ramo de produção e, o que é o melhor, dentro da lei”, garante João Carlos, que já planeja a instalação de uma câmara fria e de um ar condicionado. A única ressalva que fazem é referente à outros produtores que ainda não se adequaram às leis. “Nossa venda poderia ser maior, mas perdemos clientela para outros que ainda comercializam o produto in natura”, lamenta o casal Sehn. Para o assessor de Política Agrícola e Agroindústria da Fetag-RS, Jocimar Rabaioli, a legalização das agroindústria é fundamental. “Quando a produção não é destinada ao autoconsumo, mas à comercialização, ela passa a ser de interesse público, das administrações no aspecto tributário, sanitário, ambiental e previdenciário. Portanto, existe a necessidade de buscar o enquadramento à legislação vigente”, explica. Rabaioli ainda lembra que “uma Agroindústria Familiar Legalizada poderá participar de eventos, programas, feiras, licitações, chamadas públicas, mercados Revista Expoagro 2011 | 17


Como legalizar uma agroindústria: 1º - Quando for edificação nova, escolher o local onde será construída; 2º - Solicitar a certidão de uso/ocupação do solo expedida pelo município (orienta o licenciamento ambiental quanto a impedimentos constantes no plano diretor); 3º - Encaminhar a legislação tributária; 4º - Elaborar projeto técnico, sanitário e ambiental; 5º - As aprovações dos projetos no órgão sanitário e ambiental indicam a permissão para o início da construção ou adequação; 6º - Finalizada a construção ou reforma é solicitada a vistoria do órgão sanitário e fiscal; 7º - Dado o parecer favorável do órgão ambiental, este emite a Licença de Operação (LO) ou Licença Única de Instalação e Operação (LIO); 8º - Na Saúde (produtos de origem vegetal) solicitar o alvará de funcionamento; 9º - Na Agricultura (produtos de origem animal) solicitar o registro de estabelecimento; 10º - Na Agricultura (bebidas) solicitar o registro de estabelecimento.

Fiscalização do leite e seus derivados: A produção e comercialização de leite precisam obedecer algumas normas que estabelecem critérios de produção, acondicionamento, embalagem e comercialização. A Lei nº 1283, de 18 de dezembro de 1950, que dispõe sobre a inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal, prevê normas e procedimentos gerais a serem obedecidos. Uma de suas principais regras é a proibição da venda direta de leite in natura ao consumidor final sem a devida pasteurização. Já a Instrução Normativa nº 51, de 20 de setembro de 2002, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelece, enfim, como complemento à Lei 1283/50, os critérios que tornam a produção e comercialização do leite segura, sem nenhum risco ao consumidor. Desta forma, aprova os regulamentos técnicos de produção, identidade e qualidade do leite tipo A, do leite tipo B, do leite tipo C, do leite pasteurizado e do leite cru refrigerado e o Regulamento Técnico da coleta de leite cru refrigerado e seu transporte a granel.

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institucionais e, ao mesmo tempo, esta formalidade lhe propiciará receber maior incentivos e acessar políticas públicas”. Um exemplo de participação em feira é a Expoagro Afubra que, desde a edição 2007 amplia os espaços para as agroindústrias familiares. Sob a coordenação da FetagRS, e assistência técnica da Emater/ RS- Ascar, para 2011 serão disponibilizados 100 espaços. Para expor seus produtos, a agroindústria deve estar legalizada e oferecer produtos ligados à Agricultura Familiar. Também durante a Expoagro Afubra 2011, o 4º Seminário Regional de Turismo Rural, que será promovido pela Associação de Turismo do Vale do Rio Pardo (Aturvarp), irá promover a palestra Legislação na produção e comercialização de produtos de origem vegetal e animal na agricultura familiar, ministrada pela Emater/RS-Ascar. A palestra será no dia 2 de março, às 9 horas. 


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Bioenergia

Pesquisa do biodiesel de girassol entra em fase final Trabalho em parceria com MDA envolve produtores rurais Cristina Severgnini

O Projeto de Produção de Biodiesel, iniciado há cinco anos pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), entra em sua última fase, rumo às conclusões do estudo. A pesquisa busca verificar a viabilidade do cultivo de girassol nas pequenas propriedades produtoras de tabaco. Vários avanços já foram demonstrados nas etapas anteriores, como o uso da torta do girassol no trato animal e a utilização do biocombustível para mover equipamentos agrícolas e veículos automotores. Segundo o vice-presidente da Afubra e coordenador do projeto de biodiesel, Heitor Álvaro Petry, está prevista ainda uma etapa de estudos sobre o uso do óleo de girassol na alimentação humana. Neste ano, ocorre a implementação de um novo conjunto de lavouras experimentais, que envolve, aproximadamente, 15 produtores rurais do Vale do Rio Pardo. “Na sequência, será elaborado um relatório sobre as conclusões, aprendizados e conhecimentos adquiridos, bem como demonstrada a evolução do processo de pesquisa com a aquisição e instalação da usina e seus processos de beneficiamento, que inicialmente não estavam previstos no projeto”, conta. A equipe envolvida na pesquisa - que inclui também a Universidade de Santa Cruz do Sul, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Emater, sindicatos rurais, sindicatos dos trabalhadores rurais, municípios e produtores parceiros - vai trabalhar por, pelo menos, mais um ano na conclusão de estudos. Porém, conforme o vice-presidente da Afubra, o projeto está em permanente construção. “Vai se moldando em confor20 | Revista Expoagro 2011

foto: Lula Helfer

Usina está instalada no Parque da Expoagro e tem capacidade de processamento de 3 mil litros por dia midade com a própria evolução do aprendizado e as circunstâncias em torno da atividade de produção de biocombustíveis”, explica. Usina - Um dos avanços mais significativos da pesquisa ocor-

reu com a instalação da Usina de Biodiesel, localizada no Parque da Expoagro, onde é feita a prensagem das sementes de girassol para retirada do óleo e transformação em combustível. Os equipamentos ainda foto: Nataniél Sampaio

Petry: Agregando valor à produção integrada de Biodiesel com alimentos


não estão sendo utilizados em toda a sua capacidade, que é de produção de 3 mil litros por dia. “O biodiesel proveniente do girassol volta para os produtores parceiros utilizarem nos seus equipamentos da propriedade”, explica Petry. Além de cumprir a finalidade de processamento do girassol produzido pelas lavouras experimentais para estudo da viabilidade econômica do biodiesel integrado à produção de alimentos, a usina ficava parte do ano ociosa. Para aproveitar a capacidade de processamento e manter atividades permanentes, a Afubra implementou o programa de coleta de óleos saturados, que já alcançou aceitação extraordinária junto às escolas e entidades parceiras. A coleta de óleo por estudantes dos três estados do Sul do Brasil têm viés de responsabilidade ambiental e procura alertar as pessoas sobre os riscos de descartar óleos de fritura de forma incorreta no meio ambiente. Além de orientar o programa oferece uma forma de destino ambientalmente correto. A usina de biodiesel recebe o óleo e o transforma em combustível. “O programa de coleta contribui com o fortalecimento da pesquisa, pois podemos usar a usi-

na com mais intensidade”, diz. E este biocombustível produzido movimenta máquinas e veículos da Afubra. Conforme Heitor Petry, o biodiesel B100 já vinha abastecendo 13 veículos e máquinas, como tratores, utilitário-S10, serraria móvel, caminhão e microtrator. Porém, em 2009, mais quatro caminhões de grande porte e que fazem viagens longas, per-

correndo as distâncias até as filiais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, passaram a ser movidos com o produto. “Os veículos de carga estão usando combustível B50 e mostrando resultados muito bons e sem problemas decorrentes do uso”, comenta. “Até agora já utilizamos 27,2 mil litros e a previsão é consumir 48 mil litros por ano com esta frota”.

Como funciona - A fabricação de biodiesel é feita em um pavilhão de 600 metros quadrados, onde ocorre o processamento do grão do girassol e a transformação em combustível. No processo, o grão do girassol, depois de passar pela secagem, entra na usina que extrai o óleo e a torta de girassol, esta utilizada na alimentação animal. Em seguida, o óleo passa pela etapa de transesterificação, onde a glicerina é retirada e o óleo se transforma no biodiesel. Todo este processo pode ser visto durante a Expoagro 2011. Modelo - A unidade de processamento em Rincão Del Rey está servindo de base para o desenvolvimento de aulas práticas de cursos oficiais na formação de tecnólogos em biocombustíveis. Algumas das instituições que se valem da estrutura da Afubra para formação de seus alunos são o Instituto Federal SulRiograndense, o Campus Visconde da Graça/Pelotas e o Instituto Farroupilha de Campus de São Vicente do Sul. Além disso, a usina tem recebido um grande número de comitivas de vários estados, inclusive da Petrobrás, buscando informações e referências sobre a experiência e seus resultados.

foto: Nataniél Sampaio

Produtor aponta vantagens com o uso de óleo e torta na propriedade

Participando do projeto desde a safra 2008/2009 o produtor Elizeu Antônio Alba, 29 anos, morador da localidade de Cristo Rey, município de Relvado/RS, está na sua terceira safra de cultivo de lavouras experimentais de girassol. Ele e a esposa Mairi Demozzi Alba, 27 anos, já aprovaram o cultivo do girassol e atestam os benefícios dentro da propriedade, que tem atividade leiteira, plantio de 80 mil pés de tabaco Burley, soja, milho, girassol e pastagens. Como resultado das duas safras já concluídas, o produtor contou com 611 litros de biodiesel, o qual está sendo usado no trator da propriedade, e 2.395 quilos de torta de girassol, que é utilizada como matériaprima na formulação da ração para o gado leiteiro. “Além da economia

Torta de girassol: economia no trato dos bovinos com a aquisição de ração e de diesel, tivemos incremento na produção de leite”, conta.

Conforme Elizeu Alba, as sete vacas em lactação - das 12 existentes na propriedade - estão produzindo Revista Expoagro 2011 | 21


2,4 mil litros por mês, quantidade superior à obtida com o uso da ração tradicional. Ele explica também que o composto formulado com a torta de girassol juntamente com farelo de arroz, trigo, soja e sal mineral, resultou em economia de 40% na compra de farelo de soja, que é o ingrediente mais caro da ração. Girassol já foi cultivado em 89 lavouras experimentais

O projeto de biodiesel a partir do girassol, com foco na produção de energia + alimento, já teve acompanhamento de 89 lavouras - de um hectare cada - em 36 municípios dos vales do Rio Pardo e Taquari. Quatro safras já foram alvo de pesquisa: 2006/07, 2007/08, 2008/09 e 2009/10. E, na safra 2010/2011 encontram-se em desenvolvimento 15 lavouras em 15 municípios dos vales do Rio Pardo, Taquari e Centro Serra. Os produtores que participam da pesquisa recebem gratuitamente os insumos e a assistência técnica para a constituição das lavouras. Depois de colhidos os grãos, eles são processados na unidade de bioenergia da Afubra e os coprodutos retornam para os produtores. O biodiesel é usado em motores diesel da propriedade, a torta de girassol

Atividade leiteira: incremento na produção vai para uso na alimentação animal e a glicerina é destinada à fabricação de sabão. Segundo o técnico agrícola Nataniél Sampaio, o projeto tem como objetivo estudar a viabilidade da cultura para a pequena propriedade, testar equipamentos e processos, o uso do biodiesel em motores, bem como a utilização da torta do girassol na alimentação animal. 

Histórico do projeto de pesquisa Safra 2006/2007: Produtores: 24 Grão: 26.796 kg Torta: 16.077 hg Biodiesel: 9.325 l Produtividade: 1.512 kg/ha

Crédito: Nataniél Sampaio

Produção safra 2007/2008: Produtores: 22 Grão: 23.391 kg Torta: 14.034 kg Biodiesel: 8.420 l Produtividade: 1.435 kg/ha Produção safra 2008/2009: Produtores: 23 Grão: 22.875 kg Torta: 16.013 kg Biodiesel: 6.176 l Produtividade: 1.357 kg/ha Produção safra 2009/2010:

Elizeu: biodiesel de girassol é usado para abastecer o trator da propriedade 22 | Revista Expoagro 2011

Produtores: 20 Grão: 16.040 kg Torta: 12.030 kg Biodiesel: 4.010 l Produtividade: 1.300 kg/ha


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VONDER

INFORME ESPECIAL

Ferramentas e acessórios: ótimos resultados para a agricultura o ano todo

Para garantir a produtividade e sobrevivência em áreas de cultivo é indispensável o planejamento de como serão realizadas as regas. A água, quando bem utilizada, pode ser decisiva para o desenvolvimento das plantas, fazendo do uso de irrigadores uma técnica fundamental. De fácil instalação e manuseio, esses acessórios proporcionam muitos benefícios, além de serem mais ágeis e eficientes, pois distribuem a água de forma uniforme, no raio desejado e com intensidade adequada. Os irrigadores imitam a ação da chuva, por isso, são menos agressivos que outras formas de irrigação. Antes de escolher o irrigador observe se o equipamento é indicado para o tamanho da área onde será utilizado, e se a base irá suportar a pressão da água sem tombar. A VONDER, tradicional marca de ferramentas, disponibiliza ao mercado diversos modelos com excelente design, funcionalidade e resistência: SETORIAL TIPO ESPIGA: Além de controlar a distância do jato, o equipamento possibilita limitar o ângulo de dispersão da água entre 90, 180, 270 e 360 graus, ampliando as possibilidades de uso. O braço antirrespingo elimina o gotejamento lateral, comum nesses produtos, reduzindo assim o desperdício. Além disso, possui dispositivo de reversão do jato e saída auxiliar que permite a ligação em paralelo com outros irrigadores. TIPO ESPIGA GIRATÓRIO: Possui 3 jatos com ajuste individual, base giratória e saída auxiliar que permite a ligação em série com outros irrigadores.

TIPO DISCO GIRATÓRIO (3 jatos) e MÚLTIPLO (8 jatos): A base em forma de disco favorece a estabilidade e sustentação do equipamento, evitando o tombamento. É uma ótima solução para ambientes que não permitem a perfuração do solo para ancoragem. TIPO SETORIAL METÁLICO e BASE COM RODAS: A grande vantagem dos irrigadores setoriais é que eles permitem definir o ângulo de dispersão ou o setor que será irrigado, reduzindo consideravelmente o desperdício de água. OSCILANTE: Esse modelo alterna o jato de água de um lado para outro num movimento de até 180º. Seus 17 bicos de esguichos oferecem um amplo alcance lateral, principalmente em gramados e jardins com formato retangular. Outra solução prática e eficiente são os Pulverizadores. Indicados para a aplicação de agroquímicos, fertilizantes e pesticidas em jardins, chácaras, estufas, pomares e hortas ou na dedetização de ambientes e na simples rega de plantas domésticas, os Pulverizadores Manuais são indispensáveis. Eles oferecem múltiplos usos, tanto no âmbito profissional como doméstico, além de praticidade no transporte e operacionalização. A VONDER aposta no segmento de pulverização dispondo ao mercado mais de dez modelos de PULVERIZADORES que atendem diferentes aplicações. Entre os modelos que comercializa estão os PULVERIZADO-

RES AGRÍCOLAS COSTAIS MANUAIS, com compressão prévia e com cerca de 95% da estrutura em plástico de alta resistência, são mais leves que os tradicionais proporcionando mais conforto para o operador e custo de aquisição e manutenção reduzido. Todas as peças podem ser encontradas separadamente para reposição. Conheça outros modelos: PULVERIZADORES LATERAIS MANUAIS: possuem compressão prévia e são utilizados para aplicações de pesticidas, fungicidas e outros em espaços ou áreas reduzidas. PULVERIZADORES MANUAIS SIMPLES: são ideais para aplicação de produtos de jardinagem, desodorizantes de ambientes, umidificação de roupas, limpeza de vidros, veículos, cabeleireiros e muito mais. PULVERIZADOR ADAPTÁVEL EM GARRAFA PET: uma solução sustentável, que além de resolver a questão da pulverização de forma econômica, reaproveita materiais e contribui com o bem estar do planeta. PULVERIZADOR MANUAL TIPO TROMBONE: possui alças para fixação do aparelho nas costas do operador, e a facilidade operacional de ter a lança de acionamento acoplada à haste de pulverização. Grupo OVD

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Florestas

Serraria móvel junto à floresta Projeto do MDA desenvolve pesquisas para a diversificação Cristina Severgnini

O beneficiamento de árvores de reflorestamento agora pode ser feita na propriedade rural, inclusive dentro da floresta. A facilidade é oferecida pela serraria móvel da Afubra, que é levada até o local junto com um operador e instalada no lugar mais apropriado para facilitar o serviço. A vantagem para o produtor é que ele pode beneficiar madeira em sua propriedade, tanto para seu uso quanto para a venda, o que lhe

rende valores maiores do que se houvesse o repasse de toras para serraria ou para lenha. Um dos produtores que tem se beneficiado da facilidade é Aderi Campiol, da Localidade de São Roque, no município de Boqueirão do Leão/RS. Ele contratou a serraria, que foi levada por mais de 70 quilômetros, até chegar à propriedade. Depois de 140 horas de trabalho na serragem de 90 árvores, em outubro de

2010 ele vendeu 160 dúzias de tábuas e teve rendimento muito superior se fosse apenas vender as toras. O lucro, de aproximadamente R$ 25 mil, foi aplicado na compra de um trator para a propriedade. “O lucro é bem bom, se eu fosse vender em toras, não ganharia a mesma coisa”, diz. Ele comenta que vendeu logo as tábuas, principalmente para outros produtores rurais. “É vantajoso porque é uma cultura que dá pouco trabalho e ainda tem as sobras, pontas foto: Cristina Severgnini

Aderi Campiol: lucro com contratação da serraria móvel 26 | Revista Expoagro 2011


Foto: Lula Helfer

e galhos, que servem para consumo como lenha nas estufas de fumo”, comenta Campiol. A propriedade tem renda anual com a produção média de 150 mil pés de tabaco. E a produção florestal gera recursos extras com espaçamento maior de tempo, pois os eucaliptos devem ter idade entre 15 e 20 anos para transformação em madeira de construção. Como o produtor possui área de florestas com 10 anos de idade, nos próximos cinco anos, deverá contar novamente com a renda extra da venda de madeira beneficiada. O técnico agrícola da Afubra, Cleiton Calheiro, lembra que, ao contratar os serviços da serraria móvel, o produtor paga um valor por hora de operação. “E os associados da Afubra são beneficiados

com preço especial”, acrescenta. A máquina tem operação simplificada e, se contar com o auxílio de pessoas da família, demanda o trabalho de apenas um operador. A serraria móvel, com motor diesel, funciona com B-100, ou seja, 100% de biodiesel vindo do projeto de pesquisa que a Afubra mantém. Valor agregado - As possibilidades de agregar valor ao plantio de florestas é a principal vantagem da serraria móvel. É compacta, possui facilidade de transporte e pode ser usada para que o agricultor consiga melhor remuneração por seu produto oriundo das áreas reflorestadas. Para o engenheiro florestal Jorge Farias, o trabalho visa valorizar a atividade florestal como uma alternativa para complementação de renda das famí-

lias rurais. Mais informações poderão ser obtidas durante a Expoagro, quando a serraria estará sendo apresentada e em funcionamento. Programa com apoio do MDA

A serraria móvel é uma das ações da Afubra, dentro do Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), implantados com a ratificação do Brasil à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. As atividades incluem o apoio técnico e financeiro a projetos de assistência técnica e extensão rural, capacitação e pesquisa e busca apoiar as famílias a desenvolverem atividades alternativas geradoras de renda. 

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Pronaf

Cultivo florestal: alternativa viável para a pequena propriedade Linha de crédito especial auxilia diversificação Cristina Severgnini

O plantio florestal é, cada vez mais, visto como uma possibilidade real de renda a médio e longo prazo nas propriedades familiares. O casal Euclides Miguel e Marta Mueller, de Linha Almeida, em Sinimbu/RS, têm a prática já tradicional de cultivar eucaliptos em pequenas áreas da propriedade de 30 hectares. Os usos mais comuns são na construção de benfeitorias e como lenha nas estufas de fumo, além da venda dos excedentes. Com florestas em vários estágios de crescimento, eles têm garantida uma pequena colheita todos os anos. Porém agora, Euclides Mueller resolveu aproveitar as facilidades do Programa de Fortalecimento da

Agricultura Familiar (Pronaf Florestal), obtido com encaminhamento junto ao Departamento Agroflorestal da Afubra, para incrementar a atividade. Ele plantou quatro hectares de eucalipto e um hectare de acácia. O casal está confiante nas receitas a médio prazo, pois são necessários cuidados especiais apenas no primeiro ano, pois após esse período a floresta já está estabelecida, requerendo cuidados mas com menores riscos. “É uma aposentadoria, pois é um dinheiro garantido para o futuro”, lembra. Mueller pretende vender a maior parte da madeira e usar um pouco para consumo na propriedade. Com a venda de toras e lenha de um hectare de eucalipto com 15 anos de idade, neste último ano ele

obteve rendimento maior do que qualquer outro cultivo agrícola ou pecuário. “Hoje cada árvore rende, em média, R$ 90,00 em toras e lenha”, explica. O produtor ficou sabendo das facilidades do Pronaf Florestal através da Afubra. “Fui me informar e vi que era viável, pois, além de ter bastante carência e juros baixos, vou pagar com a própria lenha, quando for colhida, e ainda conto com a assistência técnica da Afubra”, diz. Ele também lembra que a madeira tem mercado garantido. “Vendo a lenha direto para os produtores da localidade e as toras vão para serrarias da região”, comenta. “O Pronaf é muito bom para o produtor rural, especialmente para a pequena propriedade”, acrescenta. 

foto: Luciana Jost

Como funciona o Pronaf Florestal: - Disponibiliza linha de crédito especial para a implantação de florestas, através do Plano Safra da Agricultura Familiar. - Podem se habilitar todos os agricultores enquadrados no Pronaf. - O valor máximo disponível é de R$ 10 mil por beneficiário, independente dos limites de outros investimentos pelo Pronaf. - Os juros são de 1% ao ano. - O prazo de pagamento é de até 12 anos, com carência de até oito anos. A carência varia conforme a idade em que a espécie poderá ser colhida. - Não é permitido o corte de plantas nativas para plantar outras espécies em seu lugar. Também não financia plantio em áreas de preservação permanente. - Os encaminhamentos podem ser feitos através da Afubra, que tem convênio com o Banco do Brasil para avaliação das propostas e liberação dos recursos. - Os documentos necessários são: Carta de Aptidão (fornecida por sindicatos ou MPA); cópia CPF e Carteira de Identidade; cópia do Bloco de Produtor; e cópia da escritura da propriedade. - Quem não for proprietário de terra deve apresentar documento de arrendamento com validade mínima de 12 anos.

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Agro-Comercial Afubra

Vantagens especiais para os associados Linha de produtos e assistência técnica aos produtores rurais Cristina Severgnini

A presença da Afubra nas comunidades vai muito além de lojas para o fornecimento de produtos. Atuando com seriedade e responsabilidade desde o seu surgimento, a organização busca ser parceira das comunidades. As vantagens oferecidas pelo Sistema Mutualista se completam com diversos outros benefícios, como auxílio técnico e descontos nos produtos. Sendo uma empresa local, a Afubra participa de todas as atividades nas comunidades onde está inserida. A missão de proporcionar bem-estar aos associados, clientes e comunidades através dos produtos e serviços está muito viva e presente em todos os dias do trabalho dos funcionários e diretores. Os associados, além do socorro mútuo contra intempéries nas lavouras e queima de estufas, recebem nas lojas os tradicionais descontos e juros pela metade nas compras a prazo. O gerente comercial da AgroComercial Afubra, Ricardo Senger Michel, lembra que os associados sempre contaram com um plano de descontos, porém, alguns segmentos não eram contemplados. “De julho de 2007 para cá as vantagens aumentaram, e hoje os descontos vão de 2,5% a 10% nas compras à vista”, conta. “Os benefícios estão estendidos a todos os produtos, o que gera economia para o bolso do associado”, diz. Com suas lojas sempre próximas dos produtores, a Afubra busca adaptar-se às necessidades e à cultura local. Por isso, oferece assistência técnica para diversas culturas. “Temos forte trabalho nas culturas do milho, feijão, trigo, soja, arroz, batata e cebola”, explica Michel. A orientação técnica gratuita em culturas complementares ao tabaco é uma ação de fomento à diversificação de culturas, ideia que acom-

foto: Luciana Jost

Para agricultura: equipamentos, insumos e sementes nas filiais da Afubra panha a entidade desde sua fundação, em 1955. A entidade também é parceira em atividades junto às comunidades e escolas de interior, com o objetivo principal de formar pessoas que convivam harmoniosamente com o meio ambiente e respeitam a natureza. Além dos descontos, assistência técnica e diversidade de produtos de qualidade, o diretor presidente da Agro-Comercial Afubra, Romeu Schneider, acrescenta que a preocupação com a satisfação total do cliente é uma constante. Para isto, o pós-venda recebe cuidado especial. “Nós nos preocupamos quando o associado ou cliente tem algum problema com a mercadoria comprada na Afubra para que seja resolvido o mais rapidamente possível”, explica Schneider. E os clientes não associados também têm vantagens. “Como a Afubra busca sempre participar ativamente nas comunidades, as regiões não ganham apenas uma loja, mas sim, uma parceira que trabalha pelo desenvolvimento regional, valorizando a mão de obra local”, diz Michel. As lojas disponibilizam produtos de qualidade com preços muito competitivos e ótimo atendimento. “No ramo de som e imagem, bazar e eletrodométicos, por exemplo, temos como concorrentes redes nacionais e internacionais com mais de 400 lojas,

o que não é nada fácil, devido à agressividade e margens reduzidas”, explica o gerente comercial. Outra vantagem que os associados da Afubra têm é fazer parte de uma instituição forte e comprometida com o bem-estar dos fumicultores. Para o diretor-presidente da Agro-Comercial, Romeu Schneider, o trabalho de defesa dos agricultores vai muito além dos produtores de tabaco. “A grande preocupação que sempre norteou a política da entidade, desde sua fundação, foi a questão da diversificação das culturas para evitar que o produtor se tornasse um monocultor”, salienta. “E, com certeza, conseguimos isto com uma atuação ativa, positiva, responsável e focada no bem-estar dos agricultores, fazendo com que eles percebessem a importância da diversificação, que já é uma prática comum entre os produtores de tabaco”. Para combater a monocultura do tabaco, inicialmente a Afubra criou o Departamento de Fomento Agropecuário, que oferecia sementes, insumos e implementos agrícolas, bem como orientação técnica gratuita através de engenheiros agrônomos e florestal e técnicos agrícolas. A atuação cresceu e em 1º de janeiro de 1994, foi criada a Agro-Comercial. Atualmente, são 20 lojas e dois postos de vendas (lojas virtuais).  Revista Expoagro 2011 | 29


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BIOGENE

INFORME ESPECIAL

A semente da inovação

No limiar dos tempos, o homem obtinha os alimentos aproveitando os recursos que a natureza lhe fornecia. Há 10 mil anos, quando começou a substituir a coleta pelo cultivo, aprendeu a selecionar as plantas mais produtivas. Com esta seleção, as poucas alterações possíveis eram quase sempre lentas e casuais. Depois, durante milhares de anos fomos descobrindo as técnicas dos cruzamentos para aumentar o rendimento das plantações. O milho é um bom exemplo desta evolução. Seu cultivo remonta a milhares de anos, no entanto, a cultura hoje é extremamente moderna, impulsionada pela inovação genética, novas tecnologias e ideias em nutrição, novos usos e mercados, dando forma à cultura que atualmente desenvolvemos e plantamos. O nosso planeta está na casa de 6 bilhões de pessoas. A ONU estima que a população mundial passará de 8 bilhões no ano de 2030. Hoje, por meio da biotecnologia, tornou-se possível semear em laboratório as plantas mais convenientes para a alimentação, ajudando a aumentar a produtividade, reduzindo a necessidade de insumos, como água e fertilizantes. Ela vem ampliando e melhorando os métodos de controle de pragas que sejam ambientalmente sustentáveis, incluindo reduções drásticas na necessidade

de pesticidas. De fato, a biotecnologia vem proporcionando aos agricultores uma maior variedade de opções de produção agrícola que são mais seguras para os seres humanos, animais e o meio ambiente do que os métodos convencionais. Hoje, enfrentamos novos desafios, nosso mercado é o mundo e a concorrência é global. Temos a tecnologia para produzir mais do que nunca. No entanto, o crescimento das áreas cultivadas está limitado, a oferta e demanda sempre se alternando em busca do equilíbrio, os preços que se comprimem frente aos custos que se elevam, movimentos que fazem o mercado buscar cada vez mais soluções eficientes. Ninguém entende estes fatos melhor do que o produtor rural. No Brasil existem hoje cerca de 4 milhões de pequenas propriedades agrícolas. Elas empregam 80% da mão de obra do campo e produzem 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira. Do total do PIB gerado pela agricultura no país, 32% provêm do trabalho realizado nas pequenas propriedades. Presente em 730 municípios da região Sul, a cultura do fumo possui importância sócio-econômica indiscutível para a região. Aproximadamente 870 mil pessoas participam desse ciclo produtivo no meio rural, que dá origem a 30 mil empregos diretos nas indústrias de beneficiamento, com uma receita anual bruta de R$ 4,4 bilhões (Fonte: Afubra, 2010). O plantio de milho pós-fumo nestas áreas, tem se tornado prática cada vez mais utilizada pelos agricultores. Ela propicia aumento da rentabilidade e a diversificação da propriedade, incentivando o uso racional do solo e dos recursos ali disponíveis. Com aproveitamento da adubação residual do tabaco, a utilização do plantio direto e do cultivo mínimo, além da redução no custo de produção de proteína animal, o plantio do milho proporciona maior segurança alimentar na pequena propriedade. Frente a estes desafios e mudanças que se apresentam, a BioGene tem desenvolvido soluções para levar aos

agricultores os melhores híbridos de milho com qualidade e custos acessíveis para as diferentes situações na sua região, permitindo com isso obter todos os benefícios deste plantio, através da tecnologia de sementes híbridas. A BioGene proporcionou um exemplo de sucesso recente no pós fumo com o lançamento em 2009 do hibrido de milho BG7049Y. Híbrido triplo, precoce, recomendado para plantio no período tardio do verão na região sul, com a tecnologia YieldGard®, que confere tolerância aos insetos da ordem Lepidóptera. Em 2010, foram lançados quatro novos híbridos de milho no mercado, com destaque para o BG7049H que vem reforçar as opções para o plantio pós fumo, com a tecnologia Herculex® I, que oferece proteção contra as principais pragas do milho. Focada em aumentar a rentabilidade do produtor, a Biogene é a única empresa do segmento que oferece todas as opções de Bt que agregada à melhor genética do mercado e à opção de TSI confere excelente desempenho com custo acessível. E os negócios continuarão a impulsionar este crescimento, com novos produtos em 2011. BioGene Revista Expoagro 2011 | 31


Para os campos de arroz no Rio Grande do Sul. Para os canteiros de obras em Minas. Para os desfiles de moda em São Paulo.

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Revista Expoagro 2011 | 33


Discussão

Fórum de Diversificação chega à terceira edição Apresentação de trabalhos marcará encontro Cristina Severgnini

O Fórum de Diversificação de Culturas e Atividades Rurais, criado durante a Expoagro Afubra 2009, terá sua terceira edição durante a próxima feira, no início de março de 2011. As discussões em busca de políticas públicas para a sustentabilidade e melhorias da qualidade de vida nas pequenas propriedades rurais envolvem entidades do setor e se tornaram permanentes. Com a criação de um comitê para discutir e implementar ações na área de diversificação da agricultura familiar, o grupo está permanentemente em discussão. O III Fórum de Diversificação deverá reunir os representantes do comitê em uma grande plenária, que terá também a participação de lideranças rurais e do público visitante

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da feira. A programação terá relatos curtos de projetos e programas. Deverão expor seus trabalhos entidades como a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), a Emater/RS-Ascar, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), entre outras. Além disso, haverá explanação sobre a Conferência das Partes (COP 4) e as ações do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Os debates serão seguidos de elaboração da carta de encaminhamentos. O coordenador geral da Expoagro Afubra, Marco Antonio Dornelles, lembra que, como a feira é um local onde são apresentados produtos e propostas que atraem os produtores, é preciso que haja também infraestrutura de assistência técnica, polí-

ticas agrícolas e, principalmente, de mercado voltadas para a agricultura familiar. “A cada edição, é importante as entidades se reunirem para discutir o mercado e a política agrícola”, explica. “Nestes três anos de discussões, ficou claro que as dificuldades da diversificação da agricultura familiar são grandes e, não apenas do setor do tabaco, sendo isto um desafio no Brasil inteiro”, salienta. A respeito da evolução do Fórum, Dornelles comenta que as entidades têm debatido e estudado vários projetos que visam a diversificação das pequenas propriedades. “Já existem boas políticas públicas criadas neste período, como a da merenda escolar”, lembra. “Mas, nas discussões do fórum permanente se vê que são necessárias muitas outras políticas que dêem garantia de mercado”, acrescenta. 


BAYER

INFORME ESPECIAL

Solução da Bayer CropScience eleva produtividade dos orizicultores Áreas tratadas com o fungicida Nativo no Rio Grande do Sul apresentaram melhor produtividade e rendimento Na última safra de arroz, os produtores que fizeram o manejo das lavouras da maneira correta puderam usufruir dos benefícios. “As áreas comerciais tratadas com Nativo apresentaram melhor produtividade, qualidade e quantidade de grãos inteiros, devido à eficiência proporcionada pelo produto no manejo do complexo de doenças que causam as perdas de rendimento, como a brusone e as manchas foliares. Além de ser uma solução completa contra as doenças, Nativo ainda entrega um maior residual, protegendo por muito mais tempo as lavouras de arroz”, afirma Mário Rissi, gerente de cultura arroz da Bayer CropScience. O fungicida Nativo é composto por uma combinação de dois importantes ingredientes e amplia a proteção de toda a planta do arroz

graças ao seu amplo espectro de controle. A solução possui ação preventiva contra as doenças e maior efeito residual (permanece mais tempo nas plantas, o que possibilita maior período de proteção). Alguns locais apresentaram queda de produtividade principalmente devido a fatores como mudanças climáticas e chuvas intensas, que favorecem o aparecimento de doenças, entre elas, a brusone, que causa danos significativos às plantas de arroz. Segundo a Embrapa Arroz e Feijão, a brusone pode causar perdas de até 100%, dependendo da região onde está a lavoura e das condições climáticas. “Felizmente, muitos produtores estavam atentos a esses fatores de risco e utilizaram adotaram uma tecnologia de ponta. Com isso, puderam evitar a instalação destas

doenças e asseguraram os níveis de produtividade”, conclui Rissi. A brusone é causada pelo fungo Pyricularia grisea e ocorre desde o estágio de plântula até a fase de maturação das plantas. Afeta as folhas e as panículas, com a formação de pequenas lesões de coloração marrom. Algumas medidas podem ajudar o orizicultor a evitar o aparecimento da doença, entre elas a semeadura na época recomendada (entre setembro e outubro), o uso de sementes certificadas e de cultivares resistentes; a adubação equilibrada e o manejo de plantas daninhas e da água de irrigação; e finalmente o uso preventivo de fungicidas. Bayer CropScience

A Bayer CropScience ocupa posição de destaque no

stewardship, a empresa oferece o que há de mais moderno

agronegócio brasileiro, fornecendo soluções inovadoras que

para o manejo das lavouras, contribuindo assim para o

colaboram para que os agricultores produzam mais e melhor.

desenvolvimento sustentável do agronegócio no Brasil.

Por meio de pesquisa e desenvolvimento, serviços e ações de

www.bayercropscience.com.br Revista Expoagro 2011 | 35


Diversificação

Inclusão de culturas e atividades garante sucesso das propriedades rurais Alternativas e uso de assistência técnica dão garantias de sucesso Luciana Jost

A necessidade de tornar a pequena propriedade rural o mais rentável possível faz com que os produtores invistam, cada vez mais, na diversificação. O incremento de atividades, a inclusão de novas culturas e alternativas, a valorização da agricultura e pecuária de subsistência e o uso da assistência técnica de órgãos, empresas e entidades são exemplos de caminhos que levam a propriedade rural ao sucesso. Uma multa aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-

veis (Ibama) após um desmatamento de área nativa, em sua propriedade, levou o produtor rural Orivaldo Turossi a mudar de vida. Ele não saiu da propriedade, pelo contrário, resolveu dar a volta por cima e hoje tem uma propriedade exemplar que, inclusive, recebe a visita de escolas, universidades e empresas. Localizada em Estação Cocal, município de Morro da Fumaça/SC, a propriedade de 20 hectares conta com 12 ha de mata nativa, 50 mil pés de tabaco, 7 mil pés de copo de leite, 3 mil pés de frutíferas (60 variedades) e 1 ha de palmito com eucalipto. “Quando cheguei aqui, levei esta multa, cujo

valor era o da propriedade. Depois disso procurei a Epagri (1) e decide trabalhar direito”, lembra Turossi, ao afirmar que, em 15 anos, saiu da miséria e hoje se considera um produtor rural de sucesso. Sob a assistência técnica da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e com o apoio de outras parcerias, Turossi e sua esposa Brígida tornaram a pequena propriedade rentável. “Os hortifrutigranjeiros são comercializados nos mercados locais e via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); a produção de copos de leite não vence a foto: Luciana Jost

Propriedade de Orivaldo e Brígida Turossi é considerada modelo em Santa Catarina 36 | Revista Expoagro 2011


demanda nas floriculturas da região; o palmito licenciado e o eucalipto são fonte de renda certa; e o tabaco nos garante um considerável lucro”, explica Turossi, que conta com estufa elétrica e diz que o fumicultor precisa aprender a diversificar a sua propriedade. “Dá trabalho manter todas as atividades, mas vale à pena”, garante o produtor. A única preocupação do casal Turossi é com a sucessão na bela propriedade. Os quatro filhos seguiram vida própria e somente uma continua no meio rural, numa propriedade vizinha à dos pais. “Já recebi oferta para vender as terras mas, por enquanto não vendo. Enquanto nós pudermos trabalhar, não venderemos”, garantem Orivaldo e Brígida Turossi, que consideram o trabalho um lazer. A sucessão não é a preocupação do casal Eri e Maria Lucila Dallavechia, da localidade de Água Vermelha, município de Francisco Beltrão/ PR. O filho Diego José, de 22 anos, não pretende ir para o meio urbano. A propriedade de 19,4 hectares conta

foto: Luciana Jost

Turossi com a lenha que lhe rendeu multa do Ibama com reflorestamento, soja, milho, 70 mil pés de tabaco da variedade Burley, agricultura e pecuária de subsistência, apicultura e produção de leite – as 15 vacas leiteiras rendem uma produção de 6 mil litros/mês. Segundo os Dallavechia, diversificar uma

propriedade não é difícil. “O maior problema, ao menos no nosso caso, é a mão de obra que, quando encontramos alguém para trabalhar, o custo da hora é muito caro”, lamenta Eri, ao afirmar que ninguém mais quer trabalhar no interior.

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foto: Luciana Jost

Produção de leite é uma das fontes de renda da família Dallavechia, no Paraná O investimento na propriedade é contínuo. A bela pastagem garante leite de qualidade que é tratado dentro das normas sanitárias, com instalações e equipamentos adequados. A irrigação das lavouras de tabaco também está nos planos

de Eri e o filho Diego. “Uma parte já mantemos irrigados. A cada ano investimos mais um pouco”, explica Diego, que já faz planos para cursar uma faculdade. O estudo do filho André Leandro, de 21 anos, é uma das priorifoto: Luciana Jost

Tornar a propriedade orgânica está no planejamento da família Nunes

dades de Antonio Valdir e Zanete do Carmo Nunes. Sem a oportunidade de estudar, o casal incentiva o jovem que frequenta o Cedejor (2) e, ao concluir o Ensino Médio, pretender cursar uma faculdade voltada à área rural ou então administrativa, mas para aplicar na propriedade da família, onde pretende permanecer. Além do estudo do filho, a diversificação da propriedade, localizada em Lagoão/RS, é constantemente assunto das conversas familiares. Fumicultores, o casal lembra que, há 10 anos, resolveram plantar somente tabaco e comprar o restante. “Achei que, plantando somente tabaco poderia comprar o restante. Mas, fiz isso somente um ano e vi que não daria certo. Aí, comecei a diversificação da propriedade”, conta Nunes, ao completar que um agricultor precisa plantar de tudo. Hoje, a propriedade de 25 hectares conta com 23 produtos que rendem lucro, além de toda a agricultura, pecuária, piscicultura e reflorestamento de subsistência. A produção de verduras, toda de forma ecológica, é repassada às escolas do município, dentro da Lei da Merenda Escolar. “Começamos a produzir as verduras em agosto e tem sido uma ótima fonte de diversificação”, garante Nunes. Aliás, o objetivo da família é transformar a propriedade em orgânica já que, além das verduras, metade dos 48 mil pés de tabaco Virgínia também é orgânico. “Hoje em dia, o cuidado com a saúde e com o meio ambiente são fundamentais para todos, não só no meio urbano, mas no rural também”, afirmam pai e filho, que já pensam em outras possibilidades de renda. 

(1) Epagri: vinculada ao Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, a Epagri tem como objetivo promover a preservação, recuperação, conservação e utilização sustentável dos recursos naturais, buscar a competitividade da agricultura catarinense frente a mercados globalizados, adequando os produtos às exigências dos consumidores e promover a qualidade de vida do meio rural e pesqueiro. (2) Cedejor: o Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural é uma associação civil, sem fins lucrativos presente nos três estados do Sul do Brasil, atingindo 45 municípios. Conta com centros de formação em Rio Pardo/RS, Lauro Müller/SC e Guamiranga/PR. Seu público alvo são jovens da agricultura familiar que possuem a intenção de permanência, desenvolvimento e sustentabilidade do meio rural.

38 | Revista Expoagro 2011


Hortaliças

Verduras e legumes fresquinhos para a merenda escolar Expositores da Expoagro Afubra levam tecnologias aos visitantes Cristina Severgnini

Implantado em agosto de 2010 em Santa Cruz do Sul, o projeto de aquisição de hortaliças e frutas dos agricultores familiares para o abastecimento da merenda escolar está sendo vantajoso para todos os envolvidos. Os agricultores têm venda certa de seus produtos sem passar por intermediários. Já os estudantes recebem frutas, verduras e legumes frescos e nutritivos na merenda escolar. Os produtos são cultivados pelos agricultores associados à Cooperativa Regional de Alimentos Santa Cruz (Coopersanta), numa ação integrada com as secretarias municipais de Agricultura e Educação e apoio da Emater/RS-Ascar. Para que as hortaliças cheguem às escolas com todos os nutrientes, o trabalho no espaço da Coopersanta no prédio de Ceasa Regional começa cedo nas segundas-feiras, antes das 6 horas. Os produtores che-

Almiro Wendland: fornecimento está aumentando

foto: Cristina Severgnini

Coopersanta: hortaliças saem da lavoura e vão direto para as escolas gam com os vegetais recém-colhidos e inicia o processo de pesagem, separação e preparo das porções para envio às escolas. Atualmente são beneficiadas 55 escolas, entre estabelecimentos municipais de educação infantil e ensino fundamental e escolas estaduais localizadas no município. O volume entregue nas escolas todas as segundas-feiras fica entre 4 e 5 toneladas. O conjunto de hortigranjeiros envolve variedades como espinafre, alface, temperos verdes, repolho, couve-flor, couve, brócolis, cenoura, beterraba, abóbora, moranga, batata-doce, aipim e frutas. O técnico agrícola da Emater, Paulo Zampieri, que auxilia os produtores na organização e assistência técnica, lembra das vantagens para os produtores. “Este é um programa realmente voltado para a agricultura familiar”, salienta. E Almiro Wendland, presi-

dente em exercício da Coopersanta, explica que, tão logo a cooperativa foi constituída oficialmente, apare-

Rojane Etges: cultivo de hortaliças em Linha Pinheiral Revista Expoagro 2011 | 39


Rogério Heringer: bons negócios e diversificação ceu a possibilidade de fornecimento para as escolas, com a aplicação da Lei da Alimentação Escolar (11.947/09). A legislação diz que, no mínimo, 30% da merenda deve ter origem na agricultura familiar. “Começamos a fornecer para as escolas e creches municipais e agora estamos abastecendo também as escolas estaduais e temos outros negócios já encaminhados”, explica. Com perspectivas de novos negócios, o número de agricultores associados vem aumentando. “A cooperativa foi constituída com 24 produtores e já são mais de 30”, comenta. “Os negócios são realmente

vantajosos porque eliminam intermediários”, salienta. E agora a Coopersanta está passando a fornecer alimentos também para a merenda das escolas de Sinimbu. Já os outros municípios da região, como Vera Cruz e Venâncio Aires, criaram seus sistemas próprios de fornecimento de produtos da agricultura familiar para a merenda escolar. Os produtores rurais estão satisfeitos com o progresso dos negócios. Um dos associados da Coopersanta é Rogério Paulo Heringer, 27 anos, do distrito de São José da Reserva. A propriedade familiar de 41 hectares serve ao cultivo de 55 mil pés de fumo, à produção de suínos e ao plantio de hortigranjeiros. Aipim batata-doce, abacate e temperos são alguns dos produtos que vão para a merenda escolar. Para Heringer, o comércio dos produtos apresenta boas perspectivas e a ideia é aumentar a produção gradativamente. “O programa de distribuição para as escolas é bem organizado”, diz. “A tendência é aumentarmos cada vez mais porque o negócio está sendo lucrativo”. Boas expectativas - Rojane Maria e o marido Blásio Etges estão entre os maiores produtores de verduras de Santa Cruz do Sul e tradicionalmente abastecem supermercados e restaurantes. Agora a propriedade de 22 hectares em Linha Pinheiral - mais de 50% coberta por mata - passou a fornecer também para a meren-

Lei da Alimentação Escolar (11.947/09) Determina a utilização mínima de 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a alimentação escolar na aquisição de produtos de empreendedores familiares rurais. A legislação diz ainda que os preços pagos aos agricultores devem ser compatíveis com o mercado, calculados pela média dos preços praticados por três mercados varejistas locais. E os alimentos fornecidos devem atender exigências sanitárias e de controle de qualidade estabelecidas pelas normas e legislações relacionadas.

da escolar. O cultivo de hortaliças é feito com uso de modernas técnicas de produção. “O que mais produzimos são folhosas, como alface, alface americana, couve, espinafre, brócolis, tomate cereja, pepino para conservas e beterraba”, explica Rojane. “O fornecimento para a merenda escolar já está bom e esperamos que aumente ainda mais”.

Tecnologia de ponta para cultivo de hortaliças A exposição de hortaliças tem sido um dos locais mais visitados da Expoagro Afubra nos últimos anos. O sucesso da iniciativa se deve ao fato de apresentar o que existe de mais avançado em tecnologias para o cultivo de hortifrutigranjeiros. E, na edição de 2011, os visitantes poderão novamente atualizar os conhecimentos, pois a empresa Bella Horta vai reunir no mesmo local uma empresa de sementes e fornecedores de substratos, adubos, plásticos slabs e sistemas de irrigação. E o resultado será uma exposição completa, com

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demonstração prática e mostra dos resultados obtidos. O espaço de 2,4 mil metros quadrados terá local com mostra sobre o plantio em estufas, exposições do cultivo de tomate cereja tipo coquetel, pimentões de cor, melões, pepino holandês sem sementes e pepinos tipo conserva, entre outras hortaliças. E nos canteiros externos haverá mostra de tomates, alfaces, melões e minimelancias sem sementes, couve-flor, brócolis, feijão-devagem e abobrinhas, entre outros produtos.

Holler: sistema integrado para produção de tomates será uma das novidades


Além disso, segundo o engenheiro agrônomo, Heini Cesar Holler, diretor da Bella Horta, a edição de 2011 terá o lançamento do Programa de Produção Integrada para o Cultivo de Tomates tipo Coquetel. O funcionamento será de forma semelhante ao sistema integrado do tabaco, pelo qual o agricultor tem garantia de venda da sua produção. Na Expoagro será feito o cadastro de produtores interessados e fornecidas informações técnicas e administrativas. O programa de cultivo integrado será desenvolvido por empresas e é inédito no Rio Grande do Sul no cultivo de tomates. Palestras - Para fornecer informações de qualidade aos visitantes da feira, as empresas expositoras do espaço Bella Horta irão organizar minipalestras com recursos visuais para apresentar a pequenos grupos de produtores. Além disso, as equipes de técnicos de cada empresa estarão à disposição do público para prestar informações e tirar dúvidas durante todo o período da feira. Tecnologias - A técnica do uso de slabs – plantio em sacos de plástico horizontais semelhantes a salsichas - lançada na Expoagro de 2010 foi uma das sensações e constará da exposição novamente. “Chegamos até a fazer algumas palestras em São Paulo depois da apresentação na feira”, explica Heini Holler. Ele lembra ainda que outro destaque do espaço da Bella Horta é o treinamento da Seminis, que reúne no Parque da Expoagro profissionais, revendas e distribuidores da marca de sementes de todo o Brasil. 

Tomates: tecnologia de ponta favorece qualidade e alta produção

Expoagro mostra o que existe de mais avançado no cultivo de verduras e legumes

Revista Expoagro 2011 | 41


Pesquisa

Pesquisa científica é pauta nas escolas do Sul do Brasil Verde é Vida aposta na investigação para estimular estudantes

Luciana Jost

Pelo segundo ano consecutivo o Projeto Verde é Vida, da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), irá participar da Expoagro Afubra com seus alunos e professores. A II Mostra Científica Sul-Brasileira Verde é Vida terá um espaço especial para a apresentação dos 15 trabalhos das 15 Regiões de Atuação (RAs) do Projeto. O objetivo da Mostra é que os alunos desenvolvam pesquisas que foquem o desenvolvimento sustentável da sua comunidade escolar. Os trabalhos apresentados devem levar em conta aspectos ambientais, culturais, sociais, econômicos, religiosos ou outros, referentes ao local onde vivem. “A ideia é incentivar as crianças e adolescentes a serem curiosos, mas de uma forma que os

levem a contribuir com o desenvolvimento da sua comunidade”, explica o coordenador pedagógico do Projeto Verde é Vida, biólogo José Leon Macedo Fernandes, ao enfatizar a importância da participação de professores, pais e comunidade em geral que podem apoiar e auxiliar os alunos nas pesquisas. Para esta II Mostra, 1.258 trabalhos foram desenvolvidos. Destes, 148 foram apresentados durante as Reuniões Pedagógicas Especiais (RPEs) realizadas em maio e junho de 2010, nas 15 RAs do Projeto, sendo escolhido um trabalho por região. “Os alunos e professores responsáveis pelo trabalho escolhido em cada região virão até Rio Pardo para apresentarem os temas para os visitantes da Feira”, diz Adalberto Sidnei Huve, coordenador geral do Verde é Vida. Excursões de esco-

las também são programadas para visitar a Mostra que, nesta edição da Expoagro Afubra, estará localizada à esquerda do Pórtico de Entrada do Parque. traBalHos:

RA Santa Cruz do Sul: Criação de Patos e Marrecos, da Emef Cardeal Leme, de Santa Cruz do Sul; aluno William Henrique Ertel, de 13 anos, da 8ª série; professora Juliana Margarete Behling; RA Venâncio Aires: Escolha sustentável, vida saudável?, da escola Passo de Estrela, de Cruzeiro do Sul; alunas Larissa dos Santos, de 8 anos, e Pabliane Fischer Ody, de 9 anos, estudantes do 4º ano; professora Patrícia Krug; RA Cachoeira do Sul: SOS Rio Pardo, da EEEF Percílio Joaquim da foto: Luciana Jost

Alunos e professores de cada RA vão expor trabalhos durante a Exoagro Afubra 2011 42 | Revista Expoagro 2011


Silveira, de Candelária; alunas Juliana Caroline de Oliveira e Karen Laiana Moraes Goulart, ambas de 13 anos, estudantes da 7ª série; professora Andréa Dórea Schneiders Huwe; RA Sobradinho e Arroio do Tigre: Identificação de Elementos Naturais para Realização de Trilhas, da Emef Germinio Rubert, de Segredo; alunas Gabriela Bernardi, de 11 anos, e Patrícia Marion, de 12 anos, estudantes da 6ª série; professora Lisandra Mergen; RA São Miguel d’Oeste: As Plantas Medicinais como Alternativa de Cura de Pequenas Enfermidades no Município de Iporã do Oeste, da Cief Iporã do Oeste; alunas Thaíse Paula Brugnerotto e Gabriela Wendling, ambas de 11 anos, estudantes da 6ª série; professora Fabiane Rambo; RA Herval d’Oeste: Patrimônios Históricos: da Pré-História à Nossa História, do CEM Frei Silvano, de Água Doce; alunas Beatriz Moura Ramos e Sandriane Macagnan da Silva, ambas de 9 anos, estudantes do 4º Ano; professora Gissele Brezolin Ghidorsi;

foto: Lula Helfer

Em 2010, a I Mostra Científica reuniu 14 trabalhos científicos RA Imbituva: Fossa Séptica, da escola Rural São Braz, de Ipiranga; alunas Eliandra Travenssolli e Estefani Monfron, ambas de 9 anos e estudantes da 4ª série; professora Adriana Cardoso; RA Irati: Lágrimas da Preservação, da escola João Negrão Júnior; alunos Leonardo Luiz Müller e Bruna Flávia

Oliveira, ambos de 15 anos e estudantes do 2º ano Ensino Médio; professora Janete Aparecida Luft; RA Rio Negro e Mafra: Lixo e Recuperação de Área Degradada, da EEB Paulo Cristiano Heyse, de Itaiópolis; alunas Daniela Pereira, de 16 anos, e Adriana Lima, de 19 anos, estudantes do 3º Ano Ensino Médio;

Revista Expoagro 2011 | 43


professora Maria Salete Kunicki Zwarzerski; RA Rio do Sul e Ituporanga: Água: o Tesouro que Escorre em Nossas Mãos, do CE Pedro Júlio Müller, de Ituporanga; alunos Mateus Amaral Klaumann, de 12 anos, e Mônica Camila Zunino, de 13 anos, estudantes da 7ª série; professora Márcia Aparecida Melscher; RA de Tubarão e Braço do Norte: Lixo Eletrônico: uma preocupação ambiental que merece ser pensada, da EEF Vicenzo de Villa, de Urussanga; alunos Ana Lia Talamini Bonetti e Guilherme Baesso, ambos de 11 anos, estudantes da 5ª série; professora Janaína Concer; RA Araranguá: Como Eliminar Junca, da EBM João Matias, de Araranguá; aluno William Caetano, de 8 anos, estudante da 3ª série; professora Beli Chaquete; RA Camaquã: Consequência do Manejo Inadequado do Solo, da Emef Arlindo Bonifácio Pires, de Chuvisca; alunas Graziele do Espírito Santo de Jesus, de 14 anos, e Kelen Giovana Subda de Jesus, de 15 anos, estudantes da 8ª série; professora Solange Cristina Miritz Bueno; RA São Lourenço do Sul e Canguçu: Fadas Madrinhas, da Emef Francisco Frömming, de São Lourenço do Sul; alunas Letícia Berwaldt e Roberta Venzke, ambas de 12 anos e estudantes do 7º Ano; professora Marcia Regina Bierhals; foto: Luciana Jost

R A F r a n c i s c o B e l t r ã o : Apicultura: um gesto de amor, da ERM Souza Naves, de Marmeleiro;

foto: Luciana Jost

Trabalhos são escolhidos durante as Reuniões Pedagógicas Especiais foto: Luciana Jost

José Leon: “despertar a curiosidade dos alunos” Municípios de cada RA:

RA Araranguá/SC Araranguá, São João do Sul e Sombrio RA Cachoeira do Sul/RS Agudo, Cachoeira do Sul, Candelária, Novo Cabrais e Paraíso do Sul RA Camaquã/RS Amaral Ferrador, Camaquã, Chuvisca, Cristal e Dom Feliciano RA Francisco Beltrão/PR Ampéri, Dois Vizinhos, Flor da Serra, Marmeleiro e Salgado Filho RA Herval d’Oeste/SC Água Doce, Erval Velho, Herval d’Oeste, Joaçaba, Luzerna e Treze Tílias RA Imbituva/PR Guamiranga, Imbituva, Ipiranga e Prudentópolis RA Irati/PR

Irati, Mallet, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares

Adalberto Huve: “trabalhos serão apresentados pelos alunos e professores” 44 | Revista Expoagro 2011

aluno Andriel Bruno Kunzler, de 8 anos, estudante do 3º ano; professora Delir Aparecida Cazuni. 

RA Rio do Sul e Ituporanga/SC Agronômica, Dona Emma, Ituporanga, Petrolândia, Rio do Sul e Vidal Ramos

RA Rio Negro/PR e Mafra/SC Quitandinha, Canoinhas, Itaiópolis, Mafra, Piên e Rio Negro RA Santa Cruz do Sul/RS Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Vera Cruz RA São Lourenço do Sul e Canguçu/RS Arroio do Padre, Canguçu, Morro Redondo, São Lourenço do Sul e Turuçu RA São Miguel d’Oeste/SC Bandeirante, Barra Bonita, Iporã d’Oeste, São Miguel d’Oeste e São José do Cedro RA Sobradinho e Arroio do Tigre/RS Arroio do Tigre, Ibarama, Estrela Velha, Segredo, Sobradinho e Passa Sete RA Tubarão e Braço do Norte/SC Armazém, Braço do Norte, Gravatal, Orleans, Tubarão e Urussanga RA Venâncio Aires/RS Arroio do Meio, Boqueirão do Leão, Cruzeiro do Sul, Doutor Ricardo, Mato Leitão, Sério e Venâncio Aires


Quintais Orgânicos

Implantado modelo de quintal orgânico de frutas no Parque da Expoagro Embrapa investe em pesquisas na produção e na segurança alimentar Cristina Severgnini

O projeto Quintais Orgânicos de Frutas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Pelotas, terá um pomar implantado para demonstração na Expoagro Afubra 2011. O modelo é igual aos 910 já existentes no Sul do Brasil e Uruguai. Será composto por 16 espécies frutíferas com cinco mudas por espécie, totalizando 80 plantas. Além do quintal para exposição no parque da feira, técnicos da Embrapa estarão presentes para prestar esclarecimentos e distribuir material informativo. Uma das principais vantagens dos quintais orgânicos é ter frutas nutritivas e saudáveis disponíveis para consumo durante os 12 meses do ano. A ação também contribui com o meio ambiente e busca capacitar os interessados em fruticultura de clima temperado. Segundo o coordenador técnico do projeto, engenheiro agrônomo Fernando Rogério Costa Gomes, o projeto foi criado em 2004 e, até 2010, mais de 33 mil pessoas já foram beneficiadas diretamente. A Embrapa oferece cursos de capacitação e orienta nas tecnologias a serem empregadas. O projeto privilegia os princípios da produção orgânica e busca contribuir para a segurança alimentar e qualidade ambiental de comunidades em áreas rurais e urbanas. É voltado principalmente para agricultores familiares, comunidades quilombolas, indígenas e escolas do campo e cidade. Conforme Costa Gomes, os quintais resgatam a tradição dos pomares caseiros e auxiliam na preservação de espécies frutíferas nativas e animais silvestres. Fornecem frutas e seus subprodutos durante os 12 meses do ano

Onde estão os quintais orgânicos: - O projeto abrange 96 municípios, nos três estados do Sul do Brasil e Uruguai. - Santa Catarina: Rio das Antas, Fraiburgo, Ipumirim, Rio Negrinho e São Bento do Sul. - Paraná: São Mateus, Foz do Iguaçu e Bituruna. - Uruguai: Artigas e Rivera. - Rio Grande do Sul: Aceguá, Arroio Grande, Bagé, Butiá, Caçapava, Camaquã, Candiota, Canguçu, Cerrito, Charqueadas, Charrua, Cristal, Dom Pedrito, Eldorado do Sul, Encruzilhada do Sul, Erebango, Erechin, Farroupilha, Frederico Westphalen, Gravatai, Guaíba, Herval, Hulha Negra, Irai, Itaqui, Jaguarão, Liberato Salzano, Morro Redondo, Muitos Capões, Nonoai, Novo Hamburgo, Palmares, Passo Fundo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Porto Alegre, Quarai, Quevedos, Rio Grande, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santa Vitória do Palmar, Santana do Livramento, São Gabriel, São José do Norte, Sinimbu, Tapes, Tenente Portela, Uruguaiana, Vacaria, Vera Cruz e Viamão, entre outros.

e têm papel econômico importante, pois a produção excedente é transformada em sucos concentrados, geleias, doces ou comercializadas in natura, possibilitando geração de renda. Além disso, as frutas cumprem função nutricional e medicinal, pois podem ser utilizadas na prevenção ou combate de algumas enfermidades e garantem o consumo de alimentos seguros pela produção própria e em sistema orgânico. Nos quintais, são utilizadas espécies como: pêssego, figo, laranja, amora-preta, cereja do Rio Grande, araçá, goiaba, caqui, pitanga, romã, tangerina, limão, guabiju, araticum, uvaia, jabuticaba e guabiroba. Até 2009, haviam sido plantadas 63.700 árvores frutíferas. A execução do Projeto Quintais Orgânicos conta com o apoio da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), Sistema Eletrobrás, Fundação de Apoio a Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário Edmundo Gastal (Fapeg), escritórios municipais da Emater/RS-Ascar e secretarias municipais de Agricultura e Educação. Já foram recebidas premia-

ções como: Certificação de Tecnologia Social 2007, pela Fundação Banco do Brasil; Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema), na categoria Tecnologia Ambiental; Prêmio Expressão de Ecologia, na categoria Tecnologias Socioambientais Setor Público; e Prêmios Finep de Inovação 2009, na categoria Tecnologia Social, na região e Nacional. foto: Divulgação

Costa Gomes: produção orgânica de frutas, com benefícios nutricionais e medicinais Revista Expoagro 2011 | 45


As espécies: • Amora-preta - Apresenta atividade antioxidante, anti-inflamatória e previne e ameniza os sintomas de alguns tipos de cânceres como o de útero, cólon, boca, mama, próstata e pulmão. Evita a formação de novos tumores. • Araçá - Fruta adstringente e nutritiva. Rica em vitamina C e antioxidantes, é indicada no tratamento de prisão de ventre, gripes, resfriados e infecções. • Araticum - Apresenta vitaminas C e do complexo B, sendo também rica em carotenoides. É antioxidante, antimicrobiana e indicada no tratamento de diarreias. Pode prevenir alguns tipos de cânceres, como garganta e pele. • Caqui - Rico em fibra dietética, é uma fruta antioxidante. Pode ser eficaz no combate a leucemia, diabetes, colesterol e aterosclerose. É anti-inflamatória e pode prevenir doenças associadas ao envelhecimento. • Cereja-do-Rio-Grande - Apresenta fósforo e potássio, altos teores de carotenoides. Apresenta alta atividade antioxidante e é indicada no combate a diarreia e, também, como digestiva. • Figo - Possui vitaminas B1 e B2. Previne derrames, é laxativo, anti-inflamatório, antio-

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xidante e tem ação contra o vírus da herpes. Reduz açúcar no sangue e colesterol e combate doenças respiratórias. O chá da folha da figueira reduz diabetes e colesterol. • Goiaba - Se mostra efetiva no tratamento de diarreia, desinteria e diabetes. É antioxidante, protege o fígado, antialergênica, antimicrobiana, antidiabética e anti-inflamatória. • Guabiju - Possui diversas vitaminas que auxiliam no combate a anemias. As folhas são popularmente utilizadas no tratamento a diarreias. • Guabiroba - Apresenta alto teor de compostos fenólicos e atividade antioxidante. As folhas são usadas para tratar diarreia, reumatismo, reduzir colesterol. Também auxiliam no tratamento da obesidade. • Jabuticaba - Apresenta vitamina C e B, potássio, magnésio, cálcio, ferro, fósforo e pectina. A casca protege contra doenças cardíacas e podem ser utilizadas no preparo de sucos e geleias. Tem alto poder antioxidante. • Laranja - Rica em fibras solúveis, é antioxidante, reduz o colesterol ruim e aumenta o bom, reduz triglicerídeos e gordura no fígado e previne aterosclerose e disfunções da tireoide.

• Limão - Excelente fonte de vitamina C. É antioxidante, analgésico, antianêmico, antisséptico, antiesclerótico e remineralizador. • Pêssego - Fonte de minerais, como fósforo, magnésio, potássio, manganês, cobre, iodo, ferro e selênio. É rico em fibras, carboidratos e vitaminas A, C e do complexo B. Ajuda no funcionamento intestinal e previne doenças degenerativas. • Mirtilo - Apresenta alta atividade antioxidante, é anti-inflamatória, melhora a memória, reduz a proliferação de células de câncer de figado e próstata, reduz colesterol e previne infecções urinárias. • Pitanga - As folhas podem ser usadas no tratamento de doenças estomacais, hipertensão e obesidade. As frutas reduzem a proliferação de alguns tipos de câncer. • Romã - Fruta antioxidante, tem na casca o maior potencial e pode ser usada para fazer chá. O suco pode ser usado como vermífugo, no combate a diarreia, aftas, diabetes, alergias e doenças cardiovasculares. Pode ser coadjuvante em reposição hormonal. • Uvaia - Esta fruta apresenta carotenóides e compostos fenólicos. As folhas podem ser utilizadas no tratamento da gota. A fruta é antioxidante. 


Estágio

Jovens adquirem experiência no Centro de Pesquisa da Afubra Estudantes participam das atividades e assumem responsabilidades Cristina Severgnini

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Diversificação da Agricultura Familiar da Afubra, em Rio Pardo/RS, vem sendo local de aprendizado para jovens estudantes de vários cantos do país. As múltiplas atividades e tecnologias desenvolvidas para favorecer as pequenas propriedades servem aos estágios curriculares de escolas técnicas de nível médio e universidades. São contemplados os cursos nas áreas agrícola, florestal, ambiental e agropecuária, e os estágios permitem vivenciar, na prática, atividades que possibilitam ampliação de conhecimentos.

O Centro de Pesquisa tem como principais atividades o viveiro florestal, a ovinocultura, apicultura, fruticultura, olericultura, cultivo de grãos, além das diversas pesquisas, que têm como destaque atual os biocombustíveis e os clones vegetais. O engenheiro florestal Jorge Antonio de Farias, que é o coordenador de estágios, lembra que o programa é voltado aos filhos de associados da Afubra, mas também permite o acesso de outros estudantes, caso haja disponibilidade de vagas. Podem se candidatar estudantes que estão finalizando cursos de nível médio como técnicos agrícolas, técnicos agropecuários e técnicos

florestais, cujos estágios duram quatro meses. Já para os formandos de cursos de nível superior de Engenharia Agrícola, Engenharia Ambiental, Engenharia Florestal e Engenharia Agronômica, o período do estágio é de seis meses. A cada ano, são 14 jovens que têm oportunidade de fazer o estágio no Centro de Pesquisa. Segundo Farias, como o estágio obrigatoriamente tem que ser curricular, para a inscrição é solicitada uma carta de recomendação da instituição onde o estudante está concluindo o curso. A Afubra disponibiliza alimentação, alojamento, bolsa-auxílio e acompanhamento dos supervisores

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foto: Cristina Severgnini

Anderson Alberton: comprometimento com os resultados de cada atividade de estágio da Afubra, que inclui engenheiros florestais, engenheiro agrônomo e técnicos agrícolas. Uma característica importante do estágio é o caráter interativo e os alunos participam ativamente das atividades e assumem responsabilidades. “Independente do curso que o aluno faça, durante o estágio ele passa por todas as atividades que o Centro de Pesquisa realiza”, explica o engenheiro florestal. “Por exemplo, mesmo sendo técnico em agropecuária, ele tem contato com apicultura, viveiro florestal, olericultura, fruticultura, cultivo protegido e lavouras”, diz. A engenheira agrícola formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Simone Elisa Waechter, realizou seu estágio no Centro de Pesquisa no período de março a dezembro de 2009. Atualmente ela faz parte da equipe de uma empresa de licenciamentos e consultorias. Após sua formação, ela passou a prestar assessoria para a Afubra e teve a oportunidade de apresentar na Expoagro o projeto que desenvolveu durante o estágio. “Além dos conhecimentos, o estágio resultou na indicação para meu atual emprego”. Segundo Simone, ela acompanhou e adquiriu conhecimentos sobre as atividades desenvolvidas no viveiro florestal, criação de ovelhas, produção de biodiesel e álcool, experimentos com aves, suínos, canade-açúcar e mandioca, entre outros. “É uma oportunidade ótima para futuros profissionais, onde podem aplicar conhecimentos na prática e aprender para aplicar na vida profissional, além de adquirir experiência de vida”, acrescenta. Para Anderson Alberton, 48 | Revista Expoagro 2011

hoje supervisor de Vendas da Husqvarna do Brasil, o programa de estágios da Afubra contribuiu muito para sua carreira profissional, que iniciou após terminar o curso na Escola Técnica de Agricultura (ETA) de Viamão/ RS. “No estágio, o estudante sai de um mundo teórico, cheio de sonhos e expectativas, e passa pela adaptação prática”, comenta. “Pra mim, foi um excelente aprendizado e o pontapé inicial da minha vida profissional, pois nesta época tive a certeza de ter feito a escolha certa”. Ele elogia o estágio supervisionado na Afubra, realizado em 1998, dizendo que foi a grande oportunidade de atuar com excelente estrutura e profissionais capacitados para auxiliar no aprimoramento técnico, profissional e até pessoal. Entre os muitos aprendizados durante as 800 horas de estágio,Alberton diz que o principal foi o comprometimento com o trabalho, pois foi incentivado a participar de todas as atividades. “Por ser uma propriedade modelo, autossustentável e com diversas atividades, participávamos do desenvolvimento do viveiro florestal, das lavouras e pastagens, reflorestamento, pecuária de corte, piscicultura, fruticultura, atividades externas de coleta de sementes e avaliações de lavouras”, explica. O fato de ter sido sempre incentivado a dar opiniões e participar das atividades, conforme Alberton, lhe deu motivação para desenvolver aquilo que estudou, verificando a eficiência na prática. “Além disso, tive oportunidade de continuar a trabalhar na Afubra e comprovar que isto não era particularidade do Centro de Pesquisa e sim de toda entidade”, acrescenta. Ele trabalhou quase 10 anos na Afubra, passando por diversos setores foto: Cristina Severgnini

Iara Koeppe: aplicação dos conhecimentos na orientação aos clientes da loja Afubra

foto: Cristina Severgnini

Simone Waechter: aquisição de conhecimentos em diversas áreas principalmente na Agro-Comercial. Ao término do estágio, encerrado em abril de 2005, a técnica agrícola Iara Koeppe foi admitida pela Afubra, onde atua na assistência técnica. Sempre requisitada pelos clientes, ela presta atendimento e orientações aos produtores rurais. “O estágio é ferramenta indispensável para quem pretende ingressar no mercado de trabalho”, salienta. Segundo a técnica agrícola, durante o estágio foi possível aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo dos anos de estudo e foi um exercício das relações sociais e reafirmação da vocação profissional. “A matéria-prima de toda tecnologia é o conhecimento e, portanto, ela avança na medida em que também avança o processo de construção do conhecimento, tendo, como marco teórico, o referencial da sustentabilidade e estar atento a todas as alternativas tecnicamente viáveis”, diz. Iara lembra também da importância da profissionalização para o desenvolvimento rural. “A agricultura é sustentável quando atende a requisitos de ser ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa, humana e adaptável”, enfatiza. “Os pequenos agricultores podem produzir muito do alimento que necessitam, através de nichos de mercados e da organização da categoria”, explica. Para isto, conforme a técnica agrícola, é necessário que sejam desenvolvidas oportunidades, com ênfase no comércio justo e em outros mecanismos que aproximem e relacionem os agricultores e os consumidores. 


Prêmio

Trator garante maior agilidade nos trabalhos da propriedade Produtor ganhou o prêmio da 10ª edição da Expoagro Afubra Luciana Jost foto: Luciana Jost

O dia 20 de março de 2010 é inesquecível para o produtor rural José Lourenço da Luz, da localidade de Alto Paredão, interior de Santa Cruz do Sul/RS. Foi o dia que, por telefone, avisado pelo presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, soube que havia sido sorteado com o trator comemorativo à 10ª Expoagro Afubra, numa parceria da entidade com a Massey Ferguson. Após alguns meses, José Lourenço e a esposa Hedi lembram, com detalhes, de, quando viram o trator exposto no Parque da Expoagro, pensaram que podia ser deles. “Foi a primeira vez que participamos da Feira. Quando chegamos lá e olhamos aquele trator, ficamos com vontade dele ser nosso, já que não tínhamos e estávamos pensando em comprar”, lembra Hedi. “Quando minha filha, que recebeu a ligação, me avisou que o trator era nosso, não quis acreditar. Foi uma felicidade só”, garante José. Com uma propriedade de 33,5 hectares, a família – José Lourenço e a esposa Hedi e o filho Luís José (a filha e genro moram em outra propriedade) - é fumicultora, mas diversifica a propriedade com milho, gado leiteiro e suínos, além da agricultura e pecuária de subsistência. O próximo passo para incrementar a renda é a construção de estufas para a produção de hortaliças. “Sempre pensamos em melhorar a propriedade para

garantir o nosso futuro”, enfatiza o produtor rural. Sobre o trator – um Massey Ferguson, modelo MF 250/4XE, série Advanced, ano 2010 – José Lourenço diz que trabalha sem problemas. “São cerca de 50 horas trabalhadas com ele e nunca deu problemas”, garante o produtor, ao enfatizar a assistência técnica recebida da empresa Samaq, de Santa Cruz do Sul. Além da propriedade do ganhador, o trator é usado para trabalhos nas terras da filha e do genro. “Compensa o trabalho de muitas pessoas. Nos deu agilidade”, garante José Lourenço. Ele finaliza afirmando que vão ir na próxima edição da feira. “Vai que ganhamos mais um prêmio”, diz esperançoso.

José Lourenço: “trator agiliza os trabalhos na propriedade”

PrÊmios 2011

Durante a Expoagro Afubra 2011 – 1º, 2 e 3 de março – uma série de sorteios estão sendo programados. Segundo o engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles, coordenador geral da feira, os três dias do evento contarão com sorteios dos mais diversos prêmios. 

Ourocard Platinum Agronegócio. Mais modernidade para sua produção.

Central de Atendimento BB Capitais e Regiões Metropolitanas 4004 0001 Demais Localidades 0800 729 0001 Revista Expoagro 2011 | 49 SAC 0800 729 0722 Ouvidoria BB 0800 729 5678 ou acesse bb.com.br


Arroz

Um dia para discussão sobre a cultura Arroz orgânico é novidade da Expoagro Afubra 2011 Cristina Severgnini

Um dia inteiro de discussão e apresentação de novas técnicas para a cultura do arroz faz parte da programação da Expoagro Afubra 2011. As atividades vão ser coordenadas pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Cooperativa Agroindustrial Rio Pardo (Coparroz) e Afubra e terão início às 10 horas do dia 1º de março. Os visitantes serão recebidos em estruturas montadas junto às lavouras demonstrativas, à esquerda do pórtico de entrada do parque, próximo ao Restaurante 1. Os temas principais serão

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“Controle de Pragas e Doenças, Manejo, Gestão e Adequação Ambiental”, pelo Irga; “Armazenamento”, pela Coparroz; e “Arroz Orgânico”, pela Embrapa, com sugestões sobre o combate de pragas de grãos armazenados, controle de insetos e recomendações técnicas da colheita e pós-colheita. Também serão abordados termometria, profilaxia de silos e armazéns, cultivo do arroz orgânico e o Projeto 10, do Irga. O engenheiro agrônomo e coordenador da Expoagro Afubra, Marco Dornelles, lembra que o Dia do Arroz é um espaço já tradicional dentro da feira e mostra sugestões e tecnologias da cultura. Cada uma das entidades terá um espaço individual onde estarão seus especialistas para prestar escla-

recimentos e tirar dúvidas do público. Além disso, os visitantes serão divididos em pequenos grupos para poderem visitar todos os espaços e terem contato direto com os técnicos das três entidades. Segundo o assessor administrativo da Expoagro, Márcio Almeida, os profissionais permanecerão no local para receberem o público também nos dias 2 e 3 de março. Arroz orgânico – O sistema de produção de arroz orgânico será tratado pela Embrapa Clima Temperado, de Pelotas/RS, que cultivou lavouras experimentais no parque para que os produtores possam conferir as técnicas e os resultados. O cultivo orgânico é uma sugestão voltada a atender novos nichos de mercado diferenciado. 


EMATER

Diversificação agrícola inclui horta ecológica Com a proposta de demonstrar uma alternativa de diversificação da produção agrícola que possa ser facilmente reproduzida pelos agricultores familiares em suas propriedades rurais, a Emater/RS-Ascar, durante a Expoagro Afubra 2011, vai expor práticas, dados e resultados das hortas implantadas em Passo do Sobrado, no Vale do Rio Pardo, através do Projeto Municipal de Diversificação de Culturas, iniciado em 2005. O projeto, resultado de uma parceria entre Emater/RS-Ascar, Prefeitura Municipal, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e agricultores, reúne quatro grupos de cultivo ecológico e um convencional, envolvendo no total 33 famílias no plantio de repolho, couve-flor, cenoura, tempero verde, rúcula, alface, beterraba e pepino, entre outras variedades olerícolas. O cultivo ecológico tem sido adotado principalmente entre aqueles agricultores que vivem do plantio do

foto: Edu Rickes

Agricultora Izoldi Ferreira investe na produção orgânica como alternativa de produção e de vida tabaco. “Eu já consigo um bom ganho com a horta ecológica, o marido até já me ajuda, mas no começo era contra.

Estou pensando em não plantar mais fumo”, declara a agricultora Izoldi Ferreira, do Grupo Novo Horizonte. Conforme a chefe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Passo do Sobrado, engenheira agrônoma Marines Bock, a produção ecológica sempre necessita de análise do contexto da propriedade rural. “Mas, queremos demonstrar ao produtor como ela pode ser feita, quais são as técnicas utilizadas e como adequá-las à sua realidade sem grandes investimentos e com grande viabilidade econômica”, ressalta a extensionista. A comercialização dos produtos é feita na feira ecológica municipal, para a merenda escolar e nos mercados local e regional, além de serem utilizados pelo Grupo Mulheres Guerreiras, de Rincão de Nossa Senhora, numa agroindústria local envolvida no Projeto. Emater/RS-Ascar

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EMATER

INFORME ESPECIAL

Abelhas sem ferrão ajudam na preservação ambiental Preservar o meio ambiente é uma das principais preocupações do apicultor Jacó Klein, de Imigrante/RS. Produtor aposentado, pelo terceiro ano trabalha com 11 espécies de abelhas sem ferrão. Também chamadas de nativas, indígenas ou melíponas, elas contribuem para a preservação das espécies vegetais e para aumentar a produção agrícola de diversas culturas. Klein mantém, aproximadamente, 80 caixas com abelha sem ferrão e das 15 com as melíferas. Essas abelhas já existiam antes da chegada das com ferrão, mas estavam em processo de extinção devido à ação do homem, como desmatamentos, queimadas, lavração do solo e utilização de agrotóxicos. Atualmente, com a conscientização ambiental e a dedicação dos meliponicultores, várias espécies podem ser encontradas na natureza ou em cria-

foto: Divulgação Emater/RS-Ascar

Abelhas já existiam antes da chegada das com ferrão tórios particulares. “Para trabalhar com essas abelhas tem que gostar. É um animal muito querido que dá para criar dentro de casa, mas que pede cuidados. Eu visito cinco, seis vezes por dia as caixas e observo como estão, se tem teia de aranha e formigas”, comenta Klein. Para o agrônomo da Emater/RS-Ascar, Paulo Conrad, a importância das abelhas sem

ferrão consiste na preservação das espécies nativas, na polinização de espécies vegetais, especialmente das plantas da nossa flora nativa, na produção de mel de excelente qualidade e também na possibilidade de se transformar em atividade de lazer aos criadores. As principais espécies de abelhas nativas sem ferrão, encontradas na região dos Vales do Caí, Taquari e Rio Pardo, são a Jataí, a Tubuna, diversas espécies de Mirim, Irapuá e Iratim. As abelhas sem ferrão produzem um mel de excelente qualidade, que é um alimento de alto valor nutricional, rico em energia e que atua como sedativo, cicatrizante, digestivo e laxativo, além de ser um excelente expectorante, combatendo a tosse. Emater/RS-Ascar

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EMATER

INFORME ESPECIAL

Floricultura é opção para aumento de renda e qualidade de vida A Emater/RS-Ascar, entre as suas atividades, orienta e assiste produtores que pensam em diversificar suas culturas para auxiliar na renda da família. José Hendkes, sua esposa Inês e a filha Patrícia, da Linha 22 de Novembro, formam uma das famílias assistidas pela Instituição no município de Cruzeiro do Sul que resolveram mudar para aumentar a renda e melhorar a qualidade de vida. Há pouco mais de dez anos, os Hendkes trocaram as culturas do aipim e milho por mudas de flores depois que a esposa fez um curso promovido pela Emater/RS-Ascar na área. No início, começaram com uma pequena estrutura de 70 metros quadrados de estufa, e hoje chegaram aos aproximadamente 2 mil metros quadrados de produção dentro dos 6 hectares e meio de propriedade.

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foto: Edu Rickes

Mãe e filha trabalham juntas na produção de flores em Cruzeiro do Sul José, Inês, Patrícia e eventuais diaristas cultivam na estufa 160 mil mudas de diversos tipos de flores de cada estação do ano, totalizando cerca de 600 mil mudas por ano. Além das flores, a família começou recentemente a cultivar um pequeno número de folhagens e arbustos. Segundo a chefe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar em Cruzeiro do Sul, engenheira agrônoma Carmem Dora Porto Fransozi, a tendência

hoje é cultivar jardins que dêem menos trabalho, e as plantas perenes são ideais para isso. Segundo José, a qualidade de vida da família aumentou bastante, pois a vida na lavoura antes era mais árdua, e hoje, apesar de também ser cansativo, o trabalho com as flores recompensa mais. Com a aquisição recente de um caminhão, a distribuição em outros municípios ficou mais fácil, e com isso Hendkes pretende aumentar a produção. Atualmente, as mudas são levadas para Lajeado, Santa Clara do Sul, Mato Leitão, Estrela e Santa Cruz do Sul. Além da venda, o excedente da produção é usado na casa da família, onde realizam um trabalho de paisagismo no próprio jardim. Emater/RS-Ascar


EMATER

INFORME ESPECIAL

Agroindústria: uma alternativa de renda para agricultores familiares Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Estrela, existem hoje 172 agroindústrias, das quais 150 estão em plena operação, 18 em construção, três aguardando aprovação de órgãos fiscalizadores e uma em fase de elaboração do projeto. São 330 famílias envolvidas, que geram 645 empregos diretos, e uma média de duas famílias e/ou quatro empregados diretos por agroindústria. Iniciado em 1999, o Programa de Agroindústria Familiar se propunha a agregar valor à matéria-prima produzida por agricultores familiares. Um exemplo de que investir em agroindústria pode dar certo é o da família Wünsch, da Linha Imhorr, em Imigrante, que há cinco anos produz salame, linguiça, copa e salsichão, mas só consegue comercializar no município e em feiras. “Optamos pela agroindústria em uma época em que não estava mais dando para

foto: Divulgação Emater/RS-Ascar

A agroindústria de embutidos se tornou uma boa alternativa de renda para a família de Adriano Wünsch. trabalhar só com suínos”, comenta Adriano Wünsch, que, com o irmão, administra a produção e a venda de 800 quilos de embutidos por semana. O mercado para os produtos da agroindústria familiar está aberto. E, se caem no gosto do consumidor, surgem oportunidades de vendas em feiras e eventos, no mercado local e agora também para a alimentação

escolar. “É o consumidor quem determina o que quer, por isso os produtos fabricados devem ter qualidade e responder a essas exigências. Por outro lado, se isso não ocorrer, não conquistará o mercado e não haverá venda”, avalia o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Nilo Kern Cortez. Os recursos envolvidos na instalação das agroindústrias, sem considerar juros e outros encargos, foram na ordem de R$ 5.400.000,00, o que representa cerca de R$ 31.000,00 por agroindústria, ou ainda R$ 8.500,00 por cada emprego direto gerado. “Isso é criação de empreendedorismo, além de fixação de muitos jovens na propriedade rural, que hoje atuam nessas agroindústrias, bem como geram impostos que ficam no município”, comenta Cortez. Emater/RS- Ascar

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NORTOX & LBE

Nortox e LBE se unem em parceria inédita para criar programa “Agricultura Inteligente” Visando ganhos ao agricultor, a Nortox S/A, empresa com 56 anos de mercado, e a LBE, com larga tradição em nutrição vegetal, uniram suas forças. A partir de 2011, a comercialização dos produtos LBE estará a cargo da Nortox, ficando a LBE com a parte de pesquisas e desenvolvimento de novos projetos para nutrição vegetal e outros produtos. Nutrição vegetal

Os aminoácidos possuem um papel fundamental na síntese, ativação e estimulação de enzimas vegetais que catalisam reações celulares e síntese de fito-hormônios nas plantas. São através destes processos que a planta obtém reservas enérgicas que são utilizadas em situações adversas, principalmente de clima como deficiências hídricas, baixas temperaturas, geadas, ataque de pragas e intoxicações por defensivos agrícolas, entre outras. Para a cultura do fumo, uma destas grandes adversidades é o granizo que todo ano acomete milhares de lavouras de fumo nas mais diversas regiões produtoras. Pensando nestas adversidades, foi desenvolvido o produto Alpha-X, um produto orgânico com alta concentração de carbono de baixo peso molecular, o que lhe fornece grande mobilidade e que, acima de tudo, está prontamente disponível para planta, ativando a nutrição de forma rápida nas células e proporcionando energia para acelerar o crescimento. Podemos chamar este processo de uma injeção de nutrientes altamente disponíveis e que neces-

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sitam apenas de área foliar para fotossintetizar, mesmo quando a planta já sofreu o desponte, multiplicando células vegetais e restabelecendo áreas atingidas. O produto pode ser utilizado logo após a incidência do granizo ou após alguns dias, caso a área foliar tenha ficado muito reduzida. A utilização se resume em um processo bastante simples, são duas aplicações, com intervalo de 15 dias totalizando 5 litros de Alpha-X por hectare, ou seja, 2,5 litros em cada aplicação, que devem ser diluídos na respectiva quantidade de água utilizada para fazer a cobertura foliar deste hectare. Exemplo: se o produtor utilizar 250 litros de água/calda significa que serão 12,5 pulverizadores costais de 20 litros onde cada pulverizador deve conter a dose de 200 ml de Alpha-X). Destaca-se também a eficiência deste produto no milho safrinha. Como é de conhecimento, nesta época muitas vezes enfrentamos situações de estresse da planta e, com o Alpha-X, podemos manter uma planta mais saudável, estruturada e uma grande reserva enérgica. Como conseqüência, com maior capacidade de expor seu potencial produtivo. Para a cultura do milho, podemos utilizar a dose de 2 lt/há, sendo que a aplicação deve ser feita quando a planta possuir de quatro a seis folhas definitivas e maximizar ganhos de produtividade que na propriedade pode ser traduzida em maior renda/lucratividade. Já quando pensamos em culturas que ocupam grandes extensões territoriais, como soja e arroz, que utilizam os mais variados defensivos

agrícolas, chegamos a um produto de translocação de princípios ativos na planta, o Ave-O, cuja finalidade é carrear, ou seja, transportar mais facilmente compostos no interior das plantas. Quando falamos na cultura da soja, logo pensamos nas aplicações de glifosato e que geram uma fitotoxidade oculta, uma certa supressão de desenvolvimento da planta. As moléculas que compõem o Ave-O fornecem à planta de soja um aporte fisiológico fazendo com que o estresse provocado pelo glifosato aplicado na pós emergência seja nulo, desta forma planta expressa todo seu potencial produtivo. Já no caso das ervas daninhas invasoras, que não possuem seletividade/resistência ao principio ativo glifosato, quando recebem a dose do herbicida misturado ao Ave-O recebem também uma carga de controle ¨mascarada¨ e com circulação muito rápida, por conseqüência o aumento na rapidez de absorção do herbicida, melhorando significativamente o controle das invasoras, sobre as quais o glifosato atua. Esta tecnologia é recomendada para ser feita na primeira aplicação de glifosato na pós-emergência da cultura da soja, nas seguintes proporções: 2 litros de Glifosato/ha + 2 litros de Ave-O/ha. Em um mercado cada vez mais disputado e mais tecnológico, temos a biotecnologia fornecendo alternativas para as mais diversas culturas e com a garantia de um meio ambiente mais saudável e plantas bem nutridas. Nortox e LBE


irga

INFORME ESPECIAL

Arroz de qualidade e com origem A primeira safra de arroz com registro de denominação de origem será colhida em fevereiro e deve chegar ao mercado consumidor em poucos anos. A novidade veio com o reconhecimento do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) depois de cinco anos de estudos. O órgão comprovou que a área de cultivo localizada entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico garante melhor formação dos grãos e maior rendimento para a cultura do arroz irrigado. Com o selo, o cereal produzido no litoral norte do Estado passa a ser considerado o melhor do Brasil. “O fato é importante para o país, pois o mercado exigirá e valorizará o diferencial do produto”, diz o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Maurício Fischer. Em conjunto com entidades como Sebrae, o Irga dá suporte à iniciativa. Essa denominação exige o cumprimento de pré-requisitos como

foto: Divulgação

boas práticas agrícolas, uso de sementes qualificadas, defensivos autorizados de acordo com a legislação

vigente, licenciamento ambiental, rastreabilidade, controle e registro, produção, colheita e armazenagem na

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Tradição e qualidade

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propriedade, transporte cadastrado, beneficiamento na indústria e distribuição para venda. De acordo com o agrônomo e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Nabinger, estudos mostram que o enchimento de grãos do arroz em regiões onde a amplitude térmica é pequena traz como resultado final um grão com características diferenciadas. É o caso do litoral norte. “A formação tem um comportamento diferenciado em áreas com condições climáticas mais amenas, como a do litoral, que está situado entre grandes massas de água, com a Lagoa dos Patos e pequenas lagoas costeiras de um lado e o Atlântico de outro”, afirma. Um estudo realizado com o apoio da Cooperativa Palmares revelou que a região do litoral norte detém um rendimento de grãos inteiros de arroz entre 8% a 10% superior à média estadual, tomando como base dados de cooperativas de outras regiões. A denominação de origem

do litoral norte contempla 12 municípios, envolvendo a área total de Balneário Pinhal, Capivari do Sul, Cidreira, Mostardas, Palmares do Sul, São José do Norte, Tavares, Tramandaí e áreas parciais dos municípios de Viamão, Santo Antônio da Patrulha, Osório e Imbé. São cerca de 1.400 potenciais produtores localizados na região de denominação de origem, com uma área de aproximadamente 130 mil hectares. Outro ponto interessante na denominação é que ela é reconhecida pela Organização Mundial do Comércio, determinando um esforço dos produtores na preservação ambiental, servindo também como um instrumento de desenvolvimento regional para mostrar a imagem da região como desenvolvedora da fauna e flora, por estar localizada próxima de lagoas e áreas migratórias de aves. O arroz do Litoral Norte é a primeira nominação de origem brasileira que entra para o grupo das denominações mundiais, como o Champagne francês.

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Para o presidente da Associação dos Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho (Aproarroz), Clovis Terra Machado dos Santos, a denominação enobrece o arroz produzido na região. “Haverá produtos muito semelhantes em outros locais, mas esse produto único será obtido apenas na nossa região”, explica. “Sabemos que temos um material diferente e comprovamos isso”, analisa. De acordo com o consultor do Sebrae, Fernando Henrique Schwanke, com a conquista do certificado de denominação de origem, os produtores precisarão seguir as regras para garantir a continuidade do processo. “O interessante é que, diferente de um registro de marcas e patentes, que é válido por um tempo delimitado, a denominação de origem é vitalícia, passando de pai para filho, por ser uma concessão pública, desde que as normas sejam cumpridas. Dessa forma quem fiscaliza é o próprio produtor, pois o interessado no processo é ele próprio”, explica.


Cultura

Espaço cultural reunirá atrações locais e regionais Local será novidade da Expoagro Afubra 2011 Luciana Jost

O público da Expoagro Afubra terá muitas novidades nesta 11ª edição da maior feira do Brasil voltada à agricultura familiar. Nos dias 1º, 2 e 3 de março de 2011, à esquerda de quem entra pelo Pórtico de Entrada do parque, estará localizado o Espaço Cultural. Além do pavilhão da II Mostra Científica Sul-Brasileira Verde é Vida,

o Espaço Cultural contará com um Museu, que será organizado dentro da Casa de Eucalipto. O Museu irá expor ferramentas, equipamentos e vestuário usados pelos produtores rurais para mostrar a evolução dos trabalhos da família rural. Da programação ainda farão parte teatros, apresentações de danças e música e exposição de Sementes Crioulas. Segundo o coordenador geral da Expoagro

Afubra, engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles, o objetivo do Espaço Cultural é criar mais um local atrativo ao produtor. “A programação ainda está sendo elaborada, mas podemos garantir que será uma grande atração com a participação dos agricultores, valorizando-os como agente principal da diversificação da agricultura familiar”, garante Dornelles. 

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SENAR

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Senar promove a diferença na vida das famílias rurais Com 17 anos de atividade no RS e mais de 3 milhões de pessoas atendidas por meio de cursos, treinamentos e programas sociais, o SenarRS é hoje um dos maiores parceiros dos produtores e trabalhadores rurais em promover a qualidade de vida das famílias e no conhecimento para aumentar a renda e a produtividade no campo. Hoje o Senar-RS oferece mais de 170 cursos de formação profissional, todos voltados para atividades no meio rural, e 10 programas, entre os quais são voltados para crianças, jovens, mulheres, analfabetos ou empreendedores, capazes de levar inovação e mudanças para as atividades no meio rural. “Somos um agente de mudanças positivas na vida de milhares de produtores e trabalhadores rurais que além de exemplos vivos desta mudança, são multiplicadores desta oportunida-

de que é o Senar-RS”, afirma o su- riormente, descobriu a tecelagem de perintendente do Senar-RS, Carlos lã. Ela especializou-se na produção Alberto Schütz. de xergões, e iniciou a comercialiDentre alguns destes diversos zação do produto. Aprendeu nos exemplos de produtores e trabalha- treinamentos do Senar-RS, a prodores rurais que usaram o Senar duzir ovinos de qualidade, obter o para promover seu negócio e sua melhor rendimento na colheita da vida no meio rural, está o casal De- lã e a respeitar o bem estar animal. nise e Marco, que exploram todas as possibilidades de produtos que possam ser gerados a partir da criação de ovinos, no município de Dilermando de Aguiar. Denise nunca havia atuado neste setor, quando teve que cuidar da proAugustinho Neumann aumentou a renda e a produção de dução de carne leite após participar de cursos ovina, e postefoto: Émerson Foguinho

ferramentas tramontina. a maior variedade de produtos para o jardim em um só lugar.

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Hoje faz na propriedade a comercialização de cortes de cordeiro até o tingimento e confecção de peças em lã que produz e vende. “Minha base de aprendizagem para tocar o negócio foi adquirida nos treinamentos com o Senar”, afirma Denise. Outro exemplo é do produtor de leite Augustinho Neumann. Ele aumentou consideravelmente a renda e a produção de leite em sua propriedade, em Pinheirinho do Vale,

depois de participar de oito cursos do Senar-RS. Augustinho iniciou os treinamentos no Senar-RS em 2002 e anterior há este ano, ele produzia 20 litros de leite por dia, com um rebanho estimado em cinco vacas. Atualmente, sua propriedade possui um rebanho de 20 vacas e a produção chega a 11 mil litros por mês. Em um ano, no período de 2009 até hoje, a produção de Neumann aumentou 3 mil litros/ mês graças ao aprendizado de como se dá o melhoramento genético do animal e a mudança na alimentação de criação de terneiras e novilhas. Na fumicultura, o Senar-RS vem promovendo programas especiais de preparação de técnicos das fuMarco e Denise investiram na qualificação para ter mageiras, sobre a sucesso na ovinocultura Normativa Regula-

mentadora 31. Em 2010 foram 554 técnicos de campo multiplicadores certificados com o curso de Aplicação Correta e Segura em Agrotóxicos, que atualizaram informações sobre a aplicação correta de agrotóxicos nas lavouras, tecnologias de operação e manutenção de equipamentos de aplicação, além do uso correto e seguro do EPI (Equipamento de Proteção Individual). Com a Souza Cruz, o Senar realiza o programa SOL Rural - segurança, organização e limpeza da propriedade. Por meio dele, o produtor de fumo recebe orientações, organizadas em duas etapas, divididas em 56 horas, de como proceder no planejamento, na execução dos processos de produção visando o negócio e a segurança do trabalhador também como promover a organização de sua propriedade para um melhor aproveitamento, analisando o antes e o depois na propriedade rural. Alessandra Bergmann Senar-RS

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