Revista Expoagro 2016

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Tabaco

Grupo conhece produção na China

Incentivo

Agroindústrias familiares completam 10 anos na feira

EXPOAGRO AFUBRA 2016 A maior feira do Brasil voltada à agricultura familiar.

www.afubra.com.br

Novidade

Cabritos estarão na feira


A rentabilidade da sua lavoura comeรงa pela escolha de bons parceiros.

Afubra e produtor rural: Hรก mais de 60 anos colhendo bons resultados. www.afubra.com.br


Índice

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05 FÓRUM

ANÁLISE

Novas formas de uso incrementam a produção

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Recuperação da economia virá pela agricultura

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Qualidade de vida no campo

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Foto: Cristina Severgnini

Foto: Multimidia/Josiane K. Bovorozneck

VALORIZAÇÃO

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PALAVRA DO PRESIDENTE

Os desafios da Expoagro Afubra

ERVA-MATE

Foto: Otto Tesche/Gazeta do Sul

Foto: Cristina Severgnini

PALAVRA DO COORDENADOR

A responsabilidade das entidades

DIVERSIFICAÇÃO

Programa Milho e Feijão no RS, SC e PR

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LEGISLAÇÃO

A importância de ter o CAR

Fumicultores do Paraná se unem no Dia do Produtor

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NOVIDADE

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Cabritos voltam para a Expoagro Afubra Foto: Arquivo/Afubra

Foto: Divulgação/Afubra

OVINOS

Possibilidade de diversificação de renda

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AVES

CONHECIMENTO

Incremento na exposição deverá atrair os olhares

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A cultura do tabaco na China

PRÊMIO

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Incremento na premiação Afubra/Nimeq

GADO LEITEIRO

Gir deverá ser atração

Foto: Arquivo/Afubra

Foto: Luciana Jost Radtke/Afubra

SUCESSÃO

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ARROZ

Cultivares adaptadas e melhoradas

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Diversificação une pai e filho em propriedade rural

58 AGROINDÚSTRIAS

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Espaço na Expoagro Afubra completa 10 anos

Expediente Revista Expoagro Afubra 2016 Publicação da Associação dos Fumicultores do Brasil – Afubra Rua Júlio de Castilhos, 1031 96810-156 – Santa Cruz do Sul – RS Telefone: 51 3713-7700 – Fax: 51 3713-7715 Website: www.afubra.com.br E-mail: expoagro@afubra.com.br

Expoagro Afubra BR 471 – Km 161 – Rincão Del Rey – Rio Pardo – RS

Coordenação Geral: Eng. Agr. Marco Antonio Dornelles Coordenação Editorial: Luciana Jost Radtke / Márcio Almeida Coordenação Gráfica: Cristian Bischoff Coordenação Publicitária: Sílvio Clovis Genehr Textos: Cristina Severgnini (MTb/RS 9.231), Heloísa Letícia Poll (MTb/RS 16.224) e Luciana Jost Radtke (MTb/RS 13.507) Foto da Capa: Marcio Guimarães Diagramação: Cristiano Henrique Schindler Colaboração: Josiane Aline Goetze/Sabine Hentschke Impressão: Gráfica Pallotti Tiragem: 40 mil exemplares Distribuição gratuita


Palavra do Coordenador

Desafios e oportunidades

Foto: Arquivo/Afubra

Responsabilidade dos produtores rurais e entidades

Engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles, coordenador da Expoagro Afubra

A agropecuária, pujante em nossa economia nos últimos anos, tem seus desafios. E que se diga, não são poucos. Na região do Vale do Rio Pardo, estes desafios estão muito presentes, principalmente, por sermos uma das regiões do Estado do Rio Grande do Sul, com maior número de pessoas vivendo do e no meio rural, em pequenas propriedades. Por esta razão é preciso que os produtores se organizem em cooperativas, associações e integrações, essencialmente, os pequenos produtores. É preciso que os agricultores se apropriem de conhecimento através de cursos, treinamentos técnicos; façam gerenciamento da propriedade; participem de feiras, façam visitas técnicas e diversifiquem as atividades. As instituições têm papel fundamental nesta organização dos produtores, pois elas também precisam se organizar e trabalharem juntas com o que tem em comum e pelo bem comum e, juntas, ampliar o atendimento às necessidades dos agricultores. Desta forma, descrevemos um cenário onde os pequenos produtores tecnificados e organizados, possam atender o mercado de alimentos de sua região e consolidar também a sua atividade aos seus sucessores. Podemos dizer que os desafios por maiores que sejam, trazem novas oportunidades. Este é o ambiente da 16ª edição da EXPOAGRO AFUBRA: a interação de produtores rurais com instituições governamentais e não governamentais; empresas de serviços, máquinas, ferramentas e insumos. Neste contexto, o COREDE/ VRP (Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo) vai coordenar e liderar a discussão do 8º Fórum de Diversificação e Atividades Rurais, pelo protagonismo, pela representatividade regional e pelo desafio que vivemos em nossa região, de mostrar e direcionar ações que contribuam para o desenvolvimento da região do Vale do Rio Pardo, baseado nas atividades agropecuárias. A programação da feira também integra a exposição de 150 agroindústrias familiares; exposição de animais; demonstração de máquinas; 3ª edição do Prêmio Afubra/NIMEQ; Espaço cultural com o tema da Erva-mate; Seminário de Turismo Rural; o Dia do Arroz; entre outros. Registro o agradecimento aos patrocinadores, entidades apoiadoras, aos prestadores de serviços, em especial, aos de saúde e segurança; e a todos os expositores desta edição que são responsáveis pela organização da programação e de toda infra-estrutura para que mais uma edição da feira seja realizada. Aguardamos a sua visita.

SERVIÇO/EXPOAGRO AFUBRA 2016 Quando: 21, 22 e 23 de março de 2016 Onde: Parque da Expoagro Afubra – BR 471, km 161, Rincão del Rey, Rio Pardo/RS Horário: 8 às 18 horas, com entrada franca Ônibus grátis: de hora em hora, a partir das 8h, fazendo o trajeto de ida e volta, da matriz da Afubra (Rua Carlos Trein Filho, Santa Cruz do Sul) até o Parque da Expoagro Afubra. De Rio Pardo, um horário na parte da manhã, com saída em frente ao escritório da Emater. Expositores: mais de 400, entre empresas, instituições e entidades. Alimentação: três restaurantes com buffet e quatro lancherias Estacionamento interno: 6 mil veículos Informações: Site: www.afubra.com.br / E-mail: expoagro@afubra.com.br Atrações: Exposição de máquinas e equipamentos, lavouras demonstrativas, Dinâmica de Máquinas, Dia do Arroz, Piscicultura, Animais (ovinos, caprinos, gado de corte e de leite, aves), Seminário de Turismo Rural, Fórum de Diversificação, palestras técnicas, avicultura colonial, Usina de Biodiesel, Microdestilaria de Álcool, Quintais Orgânicos, Agroindústrias, Espaço Cultural, Hortaliças, Área Florestal, entre outras.

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Palavra do Presidente Foto: Arquivo/Afubra

Desafios da Expoagro Afubra Programação em conjunto visa o desenvolvimento da propriedade A Expoagro Afubra é realizada pela Associação dos Fumicultores do Brasil, mas depende de inúmeras instituições, como órgãos de pesquisa, de difusão de tecnologias, de expositores de mercadorias, desde insumos a implementos agrícolas, de órgãos de segurança e de saúde, de instituições representativas de classe, entre outras. Ela tem suporte financeiro de patrocinadores e apoiadores, sem os quais sua realização seria difícil, senão inviável. Cabe à Afubra montar e coordenar toda a infraestrutura do local onde ocorre a feira. Os técnicos da entidade acompanham, inclusive, o desenvolvimento das lavouras demonstrativas lá cultivadas, juntamente com os respectivos expositores. A próxima edição tem seu primeiro desafio: ajudar o produtor rural, associado da Afubra, a fazer a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que tem o prazo de encerramento das inscrições previsto para 5 de maio de 2016. Precisamos todos divulgar essa data junto ao produtor, alertando-o da importância do respectivo cadastramento. Outro desafio diz respeito à conscientização da necessidade de se evitar o êxodo rural, que se acentua cada vez mais. Para que isso não aconteça, precisa haver uma parceria público-privada, tendo, como objetivo, as seguintes premissas: a) tornar a propriedade autossustentável e lucrativa. Para conseguir isso, precisamos levar o produtor a aceitar e acreditar na implantação de inovações, tais como: - investimento tecnológico, ou seja, ele precisa modernizar o seu negócio, objetivando o aumento de produtividade de sua lavoura. Nesse particular, deve ter facilitado o acesso a financiamento de baixo custo para aquisição de máquinas e equipamentos, um dos instrumentos para realização desse feito . O jovem, para permanecer na atividade rural, não vai aceitar trabalhar com ferramentas de uso de seus antepassados, muitas vezes ultrapassadas, tampouco vai querer utilizar práticas agrícolas daquela época,

sucumbidas por novas técnicas e/ou tecnologias; - realização de treinamentos. Temos muitas instituições não só preocupadas com a situação, mas, inclusive, já oferecendo treinamentos aos produtores. Porém, corremos um grande risco de o governo diminuir as verbas previstas para esse fim. Por outro lado, o próprio poder público deveria ter uma participação mais significativa na questão de orientar sobre as adequadas técnicas de produção, com vistas a que o produtor obtivesse um melhor resultado econômico e financeiro. b) organizar as entidades de classes, associações e cooperativas de forma que elas sejam instrumento de agregação ao desenvolvimento da agricultura. No Sul do Brasil, região que se destaca das demais, o trabalho que está sendo realizado é excelente. Contudo, nenhuma ação é finita e plena. Sempre há o que melhorar e expandir. Uma atividade que merece atenção é a que chamamos de “agricultura de precisão”, que seria o aperfeiçoamento de gerência da propriedade com o uso da tecnologia da informação, da geoestatística e da automação na lavoura, com vistas a aumentar a produtividade e diminuir o impacto sobre o meio ambiente, aproveitando melhor a água, o solo e a biodiversidade. Ao falarmos de meio ambiente, lembramos que já existem estudos convincentes de que nossas atividades nessa área têm crédito e repercussão positiva, pois toda a atividade, no seu período de crescimento, capta carbono. A França destacou o Brasil como modelo em ações ecológicas, enfatizando o cultivo mínimo e o plantio direto como práticas que, ao reduzir o uso do arado, contribuem para a incorporação da matéria orgânica ao solo. Esses e outros assuntos serão pauta de discussão e análise na Expoagro Afubra. Queremos aproveitar a oportunidade e convidar a todos para prestigiar a 16ª edição da feira, programada para os dias 21, 22 e 23 de março de 2016.

Benício Albano Werner, Presidente da Afubra

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Análise

Foto: Luciana Jost Radtke/Afubra

O ano de 2015 não foi fácil para ninguém. Do campo à cidade, todos sofreram com mudanças climáticas e mudanças econômicas e políticas. Mas, entre todos estes, o setor rural, apesar de ser, talvez, o mais esquecido nas esferas governamentais, é o que caminha de maneira mais concreta e firme rumo ao sucesso. E será o caminho para a recuperação econômica de todos. Esta é a análise feita por Romeu Schneider, diretor-presidente da Agro-Comercial Afubra Ltda. e secretário da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Para ele, a salvação da economia brasileira está no campo, com quem lida diariamente no setor agropecuário. “O setor rural é o esteio de todos. Tomando por exemplo nossas lojas, enquanto que o varejo urbano recuou, por causa da recessão econômica, o varejo agrícola avançou, trazendo um crescimento no setor. Isso aconteceu porque o produtor rural sabe que é o caminho para a recuperação econômica, não somente sua, mas também do Brasil”, destaca Schneider. Mas, para que o produtor rural possa trabalhar com segurança e eficiência no campo, ele precisa de apoio. E este apoio ele encontra nas casas da Agro-Comercial Afubra. “Ele não pode fazer tudo sozinho. E a nossa parte, estamos fazendo, com orientação técnica, informações e o fornecimento de produtos com tecnologia

Romeu Schneider: “setor rural é o caminho para a recuperação econômica” avançada, para que o produtor rural possa obter o maior rendimento possível da sua propriedade”, explica Romeu. Ele ainda enfatiza a necessidade de mais incentivos para que a matéria-prima produzida pela agricultura sofra uma transformação, ou seja industrializada, para gerar maior valor agregado. “Não é simplesmente exportar in natura o que é produzido. Precisamos incentivar a industrialização para não deixarmos os principais ganhos para outros países, e muitas vezes, importar um artigo fabricado com matérias-primas brasileiras”, finaliza Romeu.

SAIBA MAIS: Desde a criação da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em 1955, a entidade percebeu os riscos da monocultura e, orientou os produtores de tabaco a aproveitar a terra e a mão de obra, durante o ano. Com essa visão, a entidade criou o departamento de fomento agropecuário, em 1960, a partir dali trabalhando fortemente a diversificação – isto está no DNA da Afubra nos últimos 60 anos. A prova disso é oferecendo sementes certificadas, insumos, implementos agrícolas e orientação técnica gratuita, por engenheiros agrônomos e florestal e técnicos agrícolas. Já no dia 1º de janeiro de 1994, o departamento deu origem à Agro-Comercial Afubra Ltda. Essa estratégia

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possibilitou aumentar a linha de produtos e serviços, além de ampliar a atuação da entidade. Atualmente, possui 22 lojas e dois postos de venda, localizados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná; e duas centrais de distribuição estabelecidas em Mafra/SC e Santa Cruz do Sul/RS. Abrange mais de 22 mil itens disponíveis para a venda, divididos em adubos, fertilizantes, agroquímicos, sementes fiscalizadas, rações, veterinária, mercadorias de proteção, ferragem, ferramentas, implementos agrícolas, máquinas, bazar e utilidades, camping, lazer, fitness, eletrodomésticos, eletroportáteis, móveis, som, imagem, informática, tintas e acessórios.


Erva-mate

Mesmo com manejo considerado fácil, pois não há necessidade de controle permanente de pragas nem de plantio e adubação frequentes, a cultura ainda apresenta rendimento financeiro aquém do que gostariam os mateicultores. Porém, todos os indicadores apontam para o crescimento da atividade como alternativa de produção e renda nas propriedades rurais. Com a certeza de que a erva-mate é benéfica para a saúde e não serve só para o chimarrão, entidades representativas e prefeituras dos municípios produtores se empenham em aumentar a divulgação das propriedades fitoterápicas e das outras finalidades da planta, usada em cosméticos, refrigerantes, cervejas, chás, medicamentos e na gastronomia. Segundo o diretor executivo do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), o engenheiro florestal Roberto Magnos Ferron, o mercado é promissor, pois a cada dia são descobertas mais propriedades medicinais e novos usos para o produto. A erva-mate cancheada (folhas secas em processo

Foto: Cristina Severgnini

Cultivada em cerca de 33 mil propriedades rurais brasileiras, com mais de 71 mil hectares de área e produção anual de mais de 440 mil toneladas. São expressivos os números que envolvem a erva-mate no Brasil, pois a produção da bebida símbolo dos gaúchos conta com mais de 400 indústrias - 230 no Rio Grande do Sul - e gera cerca de 700 mil empregos. Os três estados sul-brasileiros são os grandes produtores. No Rio Grande do Sul são produzidas 270 mil toneladas por ano, com cultivo em 30 mil hectares, em 318 municípios, envolvendo 13 mil famílias produtoras. No Paraná, são cerca de 27 mil hectares. Em Santa Catarina há pouco mais de 8 mil hectares e o Mato Grosso do Sul conta com 300 hectares de ervais.

Fabiano Zenere e Ferron: folhas de cultivo sombreado são as mais valorizadas no Rio Grande do Sul pré-pronto) é exportada para 30 países, onde serve para os mais diferentes fins. O principal mercado é o Uruguai, seguido pelo Chile, Estados Unidos e Alemanha. “Por exemplo, a Alemanha é o 4º maior importador de erva-mate e o 4º maior exportador e não tem uma erveira plantada”, conta. “Lá são feitos os extratos para a produção de medicamentos, cosméticos, cerveja e refrigerante”, explica. Outros mercados são Bolívia, Espanha, França, Argentina, Coréia do Sul, México, Cingapura, Turquia, Canadá, Rússia, Japão, Marrocos, Polônia, Holanda e Itália. “A perspectiva é muito boa, mas tudo depende de buscarmos os novos consumidores e os novos produtos”, diz. Enquanto as novas utilizações da erva-mate se tornam mais conhecidas, as entidades e órgãos ligados à cadeia produtiva trabalham pela profissionalização do setor e para conferir cada vez mais qualidade à matéria-prima. Com a instituição do Ibramate em 2013, a primeira medida foi compilar informações sobre a produção e os merca-

dos. Para promover o monitoramento da atividade, o Instituto fez um acordo de cooperação técnica com o Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para elaboração de um aplicativo para cadastramento dos atores da Cadeia Produtiva da Erva-Mate. Também foi feito um convênio de prestação de serviço especializado com a Emater para levantar dados e informações com base nestes aplicativos, cujo projeto piloto está sendo executado no munícipio de Doutor Ricardo. O trabalho consiste em levantar dados e informações sobre o número de produtores, propriedades, viveiros, indústrias e plantas superiores, com potencial de servir para a produção de mudas. Depois deste projeto piloto, o Ibramate pretende ampliar o Convênio com a Emater para toda a área produtiva do Rio Grande do Sul. “Teremos um inventário real da cadeia produtiva da erva-mate e, com base nestes dados reais e oficiais, pretendemos elaborar políticas públicas consistentes e duradouras”, explica

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Foto: Cristina Severgnini

Roberto Ferron. Além disso, com a constatação de que a melhor qualidade da erva-mate para o chimarrão dos gaúchos é originária das plantas nativas formadas na mata também nativa, está sendo feito um trabalho de incentivo ao sombreamento dos ervais plantados a céu aberto, pelo qual são plantadas árvores nativas de copa mais alta para sombrearem as erveiras. Além disso, alguns produtores cultivam plantas anuais consorciadas para diversificar e aumentar a rentabilidade das propriedades. Como a erva-mate é planta nativa, não é em qualquer região que ela produz com eficiência. “Na época das indígenas, só era encontrada em altitudes acima de 400 metros, sendo uma planta companheira das araucárias e das canelas”, conta Ferron. “Por isso, nos pampas do Sul e na beira-mar, não se encontra erva-mate. A planta até dá em 200 metros de altitude, mas se adapta melhor em altitudes maiores”, explica. O engenheiro florestal conta que uma variedade, que aqui denominou-se “argentininha”, trazida da Argentina se misturou com a nativa do Sul do Brasil e é produzida principalmente na região de Venâncio Aires/RS, em altitudes menores, mas tem sabor mais forte, e serve para fazer chá ou para a exportação, já que o chimarrão do gaúcho é produzido com a erva nativa ou plantada, mas de sabor mais suave. Outro órgão que busca a profissionalização do setor é a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Erva-Mate, ligada ao governo gaúcho e composta por representantes de instituições públicas e privadas. “O objetivo é avançar continuamente, em todas as etapas, desde a qualidade genética de produção até a qualidade final do produto, com ações de pesquisa, desenvolvimento e qualificação de seus agentes”, explica o coordenador técnico da Câmara Setorial, o engenheiro Florestal, Tiago Antonio Fick. Segundo ele, o Rio Grande do Sul

Produtos industrializados que tem a erva-mate como matéria-prima enfrenta um cenário de excesso de matéria-prima, o que tem diminuído os preços pagos aos produtores. Contudo, ele concorda que há espaço para o crescimento do mercado da erva-mate, por meio da diversificação de produtos. “O uso da planta vai além de nossa bebida oficial e observa-se expansão do uso de produtos diferenciados, como a cerveja de erva-mate, chá-mate, cosméticos e medicamentos”, lembra. “E a conquista de novos mercados, como o europeu e asiático certamente se dá por meio destes produtos”, acrescenta. “Uma curiosidade é que o Rio de Janeiro rivaliza com o Rio Grande do Sul em volume consumido de erva-mate, graças aos chá-mate, uma bebida que no Rio Grande do Sul ainda é pouco conhecida. Tal exemplo evidencia o grande potencial dos demais produtos da erva-mate”. Polos Gaúchos de Produção – O Rio Grande do Sul conta com cinco polos ervateiros: dos Vales, na região de Venâncio Aires; o Alto Uruguai, na região de Erechim; o Planalto e Missões, na grande região de Palmeira das Missões; a região Noroeste, de Machadinho; e Alto Vale do Taquari, na região de Ilópolis e Arvorezinha. De todas as

regiões, a que mais está se desenvolvendo é a do Alto Vale do Taquari. Em Ilópolis, onde a erva-mate é a principal atividade econômica, no ano de 2001 tinha 2.600 hectares de cultivo de erva-mate e atualmente passa de 7 mil hectares. São 40 empresas na região e mais 16 se instalando. Das novas empresas, 11 são em Ilópolis, constituindo-se de novos empreendimentos, a maioria de produtores que estão passando a fabricar suas próprias marcas. Das 800 propriedades rurais de Ilópolis, apenas três não possuem ervais e o município conta atualmente com 19 indústrias de erva-mate. Conforme Fabiano Zenere, extensionista do escritório da Emater em Ilópolis, a erva-mate está inserida na diversificação das propriedades rurais da região. “Os mateicultores, em geral, têm a erva-mate como uma das atividades da propriedade”, conta. Mesmo com rendimentos inferiores a outras culturas, as plantas são muito resistentes às intempéries e, quando há secas, vendavais, enxurradas ou pragas que atingem outras culturas, o rendimento dos ervais é garantido.


Mais qualidade na silagem de milho, mais quantidade na produção de leite. Mais produtividade com o melhor manejo de pragas. É qualidade e volume de grão na silagem proporcionando maior conversão alimentar ao rebanho. Produtores

Cidade

Produtividade (kgmv/ha)

FND

%MS

NDT

PB

Mário Luiz Simon

Nova Boa Vista - RS

80.000

56.96

37.21

68.41

9.12

Rogério Villa

Constantina - RS

87.500

52.36

38.71

72.79 11.56

Valdocir Costella

Vila Lângero - RS

84.714

50.51

38.08

72.99

9.63

É estabilidade e sanidade foliar. Ideal para uma silagem de qualidade. Produtores

Cidade

Produtividade (kgmv/ha)

FND

%MS

NDT

PB 8.29

Adriano Mattge

Vitor Graeff - RS

71.525

46.07

35.25

70.32

Cleiton Shnur

Chapada - RS

72.400

48.02

38.34

72.72 10.74

Norimar Fracasso

Vargeão - SC

86.667

60.56

25.51

63.25

9.5

É segurança e melhor custo-benefício para o produtor. Produtores

Cidade

FND

%MS

NDT

PB

Leandro Bassani

Concórdia - SC

68.000

69.03

24.75

62.85

6.73

Leonir Bringhenti

Chapecó - SC

68.711

48.74

35.53

72.39

9.36

Cleiton Shnur

Chapada - RS

74.000

51.3

40.22

73.12

10.76

Silagem é Syngenta.

© Syngenta, 2015.

Produtividade (kgmv/ha)


Na propriedade de 48 hectares - 30% coberta por mata nativa - o casal Leo e Isabel Tomasi e os filhos Leonardo e Leandro, têm, entre as principais atividades, o cultivo da erva-mate. Avicultura, tabaco, suinocultura, laranjas, lenha, soja, mel, milho e uvas são outros produtos que saem da propriedade. Tradicionais produtores de erva-mate da região, eles tiveram como precursor Pascoal Tomasi, avô de Leo, que plantou 50 pés há mais de 60 anos. Angelo Tomasi, pai de Leo, conta que sempre trabalhou com erva-mate e que a família produzia para o próprio chimarrão até os anos 1990. Ele lembra que as podas eram a cada três anos. Agora, com os tratos culturais, a colheita ocorre a cada 18 meses. Dos primeiros 50 pés, que ainda existem e continuam sendo podados periodicamente, a família aumentou o plantio para 30 mil pés de erva-mate nativa cultivada em nove hectares. Parte do cultivo é feito no sistema por sombreamento com araucárias e outras espécies nativa e outra parte é no sistema convencional. Também é feito consórcio com milho, feijão e soja, mas só nos primeiros três anos, quando as erveiras estão em formação. Sucessão - Na propriedade de Leo e

Foto: Cristina Severgnini

Há quatro gerações eles cuidam de ervais

Angelo, Leo, Isabel, Leandro e Leonardo: sucessão na propriedade Isabel Tomasi, os dois filhos vão dar continuidade aos negócios da família. Leonardo, com 29 anos e já casado, adquiriu terras lindeiras e continua trabalhando com o pai. E Leandro, de 24 anos, também pretende continuar na propriedade. Para garantir a excelência das diversas atividades, Leo e os filhos participam frequentemente de capacitações técnicas. Conforme Leo Tomasi, a intenção é tornar a propriedade toda orgânica. Os primeiros passos já foram dados com as técnicas de

conservação do solo, adubação verde e plantio direto. “Hoje não se vê mais erosão. Não tem nada como a prática para a gente aprender as coisas”, diz. Arvorezinha – Segundo o extensionista da Emater de Arvorezinha, Júlio César Marcon, a erva-mate é uma das principais atividades econômicas do município. “Das 1,3 mil propriedades rurais, cerca de 1 mil produzem erva-mate, somando uma área de 7.270 hectares”, conta.

Na região de Venâncio Aires, consórcio de culturas

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municípios produtores: Mato Leitão, Boqueirão do Leão, Herveiras, Santa Cruz do Sul, Vale do Sol, Sério, Cruzeiro do Sul, Sinimbu e Santa Clara. Venâncio Aires tem 550 produtores e, juntos, os demais municípios da região somam aproximadamente 380. Conforme Vicente João Finn, engenheiro agrônomo, chefe do escritório da Emater de Venâncio Aires e presidente do Polo Ervateiro dos Vales, do total da região, 85% da erva-mate é do tipo argentino e 15% é do tipo nativa. “Parte da nossa erva, em torno de 45% é produzida entremeada com outras culturas, como milho, aipim, hortaliças, feijão, moranga cabotiá e tabaco”, conta. Enquanto monocultura de erva-mate, o número é inferior a 2% das propriedades. O plantio em consórcio ocorreu porque a erva-mate tinha

Foto: Cristina Severgnini

Enquanto no Alto Vale do Taquari, a produção prima por agradar o paladar do chimarrão gaúcho, com plantas nativas e sombreadas, no Polo Ervateiro dos Vales, na região de Venâncio Aires/RS, a produção apresenta outras características. Com plantas que são resultado do cruzamento da erva-mate nativa local com uma espécie argentina, a produção é direcionada especialmente à exportação. O sistema de cultivo é feito em consórcio com outras culturas, geralmente anuais e rasteiras, ou com a criação de animais. Segundo números da Emater, no Polo dos Vales são 2.500 hectares com cultivo de erva-mate e produção média com 6.750 quilos por hectare (450 arrobas). Destes 2.500 hectares, 1.550 são ervais venâncio-airense e o restante fica nos demais

Vicente Finn: diversificação faz parte nas propriedades rurais de Venâncio Aires


Foto: Cristina Severgnini

valor muito baixo e a medida foi adotada para agregar valor às áreas e pelo fato de as terras permitirem mecanização, diferente da região de morros do Alto Vale do Taquari. Finn também concorda que, mesmo com pouco rendimento em relação a outras culturas, a produção de erva-mate é estável e corre menos risco em casos de sinistros. “Entre 2004 e 2006 as áreas de milho tiveram grandes perdas e a erva-mate foi a cultura que bancou as propriedades”, lembra. Porém, o engenheiro agrônomo reconhece que ainda falta qualificação no setor. Conforme ele, a criação de associações de produtores para se fazerem representar junto ao Ibramate deu um papel importante aos agricultores. Por exemplo, a Associação dos Produtores de Erva-Mate do Polo Ervateiro dos Vales (Aspemva) - criada há três anos e aberta para produtores de outros municípios do polo – já conseguiu, junto à prefeitura de Venâncio Aires, a cedência de 50 mil mudas para replantio dentro dos remanescentes onde haviam muitas falhas. Os produtores também puderam começar a se candidatar a recursos de programas federais, pois estão constituídos juridicamente. Um dos projetos encaminhados é para aquisição de tesouras elétricas de poda. Segundo o presidente da Aspemva, Paulo Valino Schuck, as tesouras facilitarão muito o trabalho na colheita e a intenção é conseguir os equipamentos para uso comum, com equipes de poda entre os associados. “Funcionam com bateria recarregável e o serviço fica muito mais fácil”, explica. Na sua propriedade em Linha Palanque, interior de Venâncio Aires, Schuck cuida do erval que foi inicialmente plantado pelo seu pai Pedro Valdemar Schuck, há mais

Paulo Valino Schuck: associação de produtores facilita acesso a incentivos

SAIBA MAIS Quanto aos preços recebidos pelos produtores, a erva-mate nativa, sombreada e orgânica, é mais valorizada. Produtores de Ilópolis e Arvorezinha relatam que ganham, de R$ 13,00 a mais de R$ 17,00 por arroba. Enquanto na região onde houve cruza com erva-mate argentina e as plantas ficam ao sol, os produtores ganham o preço mínimo de R$ 10,00 por arroba do produto. de 60 anos. Atualmente, Paulo Valino e a esposa Neiva, possuem 4 mil pés de erva-mate na propriedade de 12 hectares, com rendimento médio de 3 mil arrobas a cada poda. A planta cultivada é do tipo argentino e a produção é vendia para uma ervateira local, que faz o processo de cancheamento e destina o produto à exportação. O presidente da Aspemva conta que os negócios com erva-mate têm altos e baixos. Os anos de 1981 e 1982 foram ótimos para a

cultura. “Meu pai comprou um carro zero e um trator novo”, conta. “E há uns 10 anos, teve uma safra que não conseguimos vender”, lamenta, contando que, na época, mandou arrancar mil pés para usar a área com culturas anuais. Porém, a diversificação não torna o produtor refém de apenas uma cultura. Aipim e milho são plantados entre as carreiras de erva-mate. O casal colhe em torno de 20 mil quilos de aipim anualmente, além de milho, feijão e outras culturas de subsistência.

Milho com erva-mate: para aumentar rentabilidade da lavoura

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O amargo que faz bem Que o revigorante e confortante chimarrão faz bem à alma e ao corpo todos os gaúchos já sabem. E as pesquisas científicas apontam cada vez mais benefícios para a saúde e o bom funcionamento do organismo humano. Vem dos laboratórios das universidades a comprovação da presença de propriedades medicinais. Por exemplo, uma das mais recentes é a pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina, onde foram estudados os efeitos da erva-mate durante três anos com 250 voluntários com problemas de colesterol e diabetes. Todos beberam diariamente um litro de chá feito com mate tostado. E a descoberta foi de

que a infusão inibia a absorção do colesterol. Segundo Roberto Ferron, diretor executivo do Ibramate, já são conhecidas em torno de 190 propriedades benéficas, que vêm das folhas da planta. Conforme ele, a erva-mate faz bem ao estomago, aos rins, ao intestino, às veias e artérias, ao coração (ajuda a regular o ritmo cardíaco), faz bem ao cérebro (tonifica e ativa), faz bem à pele (renova e revigora as células), faz bem a autoestima (fornece teobromina, o hormônio da alegria), ativa a libido, combate os radicais livres, é revigorante, estimulante, energética e rica em minerais, proteínas e flavonóides.

Muito além do chimarrão

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Foto: Cristina Severgnini

Embora 99% da erva-mate consumida no Sul do Brasil ainda tenha como destino as rodas de chimarrão, o vegetal dá origem a diversos outros produtos. As propriedades existentes na erva-mate permitem sua aplicação em diferentes produtos industrializados, como bebidas e cosméticos. Nos países vizinhos e em outros estados brasileiros, os principais destinos da planta são para o seu consumo na forma de chás ou tererê. No ramo de bebidas, existem algumas marcas de cerveja de erva-mate, que vêm, ao lado de energéticos, sucos e licores, conquistando o paladar dos apreciadores. Há ainda a presença de extratos da planta em produtos não comestíveis da linha de cosméticos, como shampoo, sabonete, creme hidratante e outros, todos com alto valor agregado. Segundo a secretária municipal de Turismo de Ilópolis/RS, Ariana Helena Maia Cittolin - uma carioca radicada no município -, além do chimarrão, existe toda uma gastronomia que está se abrindo com a erva-mate. Na culinária, a erva tem participação em extensa lista de receitas, cuja aplicação vem sendo facilitada com a chegada ao mercado da Farimate, composto de farinha de trigo enriquecida com erva-mate, especialmente desenvolvido para receitas de pães, massas, doces e salgados e já disponível no mercado gaúcho. “Na gastronomia, cada prato tem suas peculiaridades e segredos. A erva-mate serve mais aos pratos para serem consumidos logo após o preparo, pois o sabor pode ser alterado com o tempo”, conta Ariana. “Por exemplo, o suco é muito bom, mas não se

Ariana Cittolin: diversas formas de consumir erva-mate pode colocar o talo porque amarga”, revela. E a administração municipal de Ilópolis empenha esforços em divulgar a erva-mate na culinária. “Em 2013, fizemos uma coletânea de 50 receitas com erva-mate”, conta Ariana Cittolin. São pratos preparados pelas famílias locais e pela culinarista Ludmila Alves Gallon, que ensina desde o preparo do pó de erva-mate, que é a erva-mate comum peneirada e mantida em local escuro, até a aplicação nas receitas. A diversidade é grande, com cupcakes, bolos, pães, grostolis, patês, panquecas, cucas, massas de esfihas e pastéis, pizzas, biscoitos, bolachas, trufas, balas, sucos e licores, grisini, panetone, tortas, pudins, sorvete, e chocolate quente com mate. Com a chegada da farinha enriquecida com erva-mate, o preparo das receitas ficou mais

fácil (não é mais necessário peneirar a erva) e a intenção dos idealizadores e que a erva-mate se torne um ingrediente presente em cada vez mais lares brasileiros. Na ração animal - Pesquisas recentes apontam para um novo mercado da erva-mate: a ração animal. Cientistas brasileiros (da USP, de São Carlos) e dinamarqueses realizaram experimentos adicionando erva-mate à ração de bovinos e há indícios de que o mate proporciona mais o sabor à carne e mais durabilidade nas prateleiras. Os animais que receberam extrato de erva-mate em sua ração tiveram alterações significativas em seu metabolismo, com o aumento da presença de moléculas que são benéficas para quem consome a carne e aumentam seu prazo de validade.


Foto: Divulgação

A melhora na carne foi demonstrada por diversos métodos. Em um teste cego com cerca de cem pessoas, houve preferência pela carne dos animais que receberam o mate. No teste de força de cisalhamento (máquina determina a dificuldade de cortar a carne), os bifes dos animais que receberam mate se mostraram mais macios. Em ressonância magnética, os pesquisadores investigaram ainda a composição molecular da carne bovina, verificando a presença aumentada de compostos que pode ajudar a diminuir o colesterol ruim e tem efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes. O próximo passo dos pesquisadores é tentar replicar os resultados em uma escala comercial, com uso da folha de mate in natura.

Na culinária, pão de erva-mate é uma das receitas

Foto: Cristina Severgnini

Como fazer um bom chimarrão Água filtrada ou mineral na temperatura de 70 graus, bomba de inox, boa cuia, e erva nova na quantidade correta. Estas são as principais recomendações de Pedro José Schwengber, que já transmitiu seus ensinamentos para cerca de 3 milhões de pessoas. Capitaneando a Escola do Chimarrão, de Venâncio Aires, ele já esteve em diversos estados brasileiros e em cinco países europeus. E onde passa, ele impressiona, seja por mostrar os segredos para fazer o melhor mate amargo ou pelo ineditismo das vestes e da bebida, como ocorre fora do país. “Na praça de São Pedro, no Vaticano, foi a maior aglomeração de pessoas já tida pela Escola do Chimarrão”, lembra. E a programação da Escola do Chimarrão não para. São três veículos equipados e uma equipe de mais de 20 pessoas, sempre requisitados para eventos populares e para locais como o litoral gaúcho. A cada verão, a Escola passa por 10 praias, atingindo perto de 1 milhão de pessoas por temporada. Além da palestra sobre a tradição do chimarrão, as propriedades fitoterápicas da erva-mate, ele ensina a fazer 36 modelos de chimarrão, com destaque para o mate feito em 11 segundos. “Ao longo da nossa jornada percebemos que muitas pessoas não sabiam fazer o chimarrão, talvez mais de 80% das pessoas tem dificuldade em manusear com o chimarrão”, diz. “Os principais problemas são bomba ruim ou entupida, erva demais na cuia e água quente demais”, constata. Entre os conselhos de Schwengber estão primar pela qualidade, quantidade e temperatura da água que deve ser de 70 graus. “Quem não tem um termômetro pode prestar atenção em quando a chaleira chia. Como as chaleiras são diferentes, é bom usar sempre a mesma chaleira”, explica. Mas salienta que é importante ter um termômetro para mate, pois é única maneira de ter certeza que a temperatura está correta. “No chimarrão, um grau de diferença já dá uma diferença grande”, acrescenta. Outra recomendação de Schwengber é escolher a erva-mate pela data de fabricação e nunca pela data de validade. “Quanto mais nova

Pedro Schwengber: Escola do Chimarrão já atingiu 3 milhões de pessoas melhor, e a erva deve ser armazenada em freezer, que mantém por mais de dois anos a cor, odor e sabor”, explica. “Muito importante também é escolher bem a cuia, que deve ser lavada somente com água e secar deitada, após a água escorrer, nem de pé, nem com a boca para baixo”, salienta. “E a bomba, recomendo de aço inoxidável, é mais higiênica e tem mais vantagens no custo-benefício”. INSTITUTO - A Escola do Chimarrão, nascida em 1998 como projeto cultural de uma indústria ervateira, foi transformada em Organização Não-Governamental (ONG) em 2004, com a criação do Instituto Escola do Chimarrão. “Nosso objetivo é fazer um resgate da cultura da erva e divulgar as propriedades medicinais da planta”, diz. “Os antioxidantes da erva-mate são duas vezes mais potentes do que os encontrados no vinho. Estudos recentes descobriram que também ajuda na recomposição óssea. Além disso, é anti-inflamatória, nivela colesterol, triglicerídeos, ácido úrico, glicemia, ajuda na visão, é cicatrizante, ajuda no fluxo sanguíneo e faz as vezes de aspirina para os cardíacos como anticoagulante”, cita Schwengber.

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Erva-mate também é atração turística Dez municípios do Vale do Taquari se reuniram para constituir a Rota da Erva-Mate: Anta Gorda, Arvorezinha, Coqueiro Baixo, Doutor Ricardo, Encantado, Ilópolis, Itapuca, Nova Bréscia, Putinga e Relvado. Além dos ervais e indústrias ervateiras, os visitantes encontram a gastronomia da colonização italiana e a hospitalidade interiorana. A primeira parada da rota fica em Encantado, onde estão a Igreja Matriz São Pedro, com o Memorial do Santo Sudário, e a Lagoa da Garibaldi, local de natureza exuberante. A seguir, vem Doutor Ricardo, onde é possível degustar queijos e seus derivados e acompanhar todo o processo de produção da erva-mate. Chegando ao município de Relvado, o visitante pode conhecer a Igreja Santo Antônio e as casas típicas italianas. Em Anta Gorda, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes é conhecida como a maior caverna de basalto da América Latina e os visitantes podem adquirir produtos coloniais e conhecer empresa de beneficiamento de nozes. Em Ilópolis é possível ver ervais na mata nativa e conhecer os serões, filós e o patrimônio preservado. Também dá para ver de perto o processo de fabricação da erva-mate em uma indústria e a Reconstrução do Processo Histórico

da Erva-Mate no Parque do Ibama, onde estão réplicas de equipamentos, imóveis e instrumentos utilizados no processo de produção. O próximo município é conhecido por ser a terra do meteorito. Em Putinga, a queda de um grande meteorito na metade do século passado tornou a cidade conhecida no mundo científico. Outra atração é a ervateira Putinguense, que além de ser utilizada para o chimarrão tem destinado matéria-prima para a produção de cosméticos. Na cidade vizinha, Arvorezinha, o visitante saboreia o chimarrão e diversas indústrias mostram o processo de fabricação do produto. Um diferencial local é a industrialização de cosméticos naturais de erva-mate. A última parada da Rota é na pequena Itapuca, com seus ervais e paisagens naturais. Rota do Chimarrão - Em Venâncio Aires, na Região do Vale do Rio Pardo, está a Rota do Chimarrão. É um passeio típico da cultura gaúcha, que preserva a colonização alemã, com arquitetura antiga e gastronomia colonial. Constituída por belas paisagens compostas por vales, monte, ervais e uma cascata de 20 metros de queda, também conta com floriculturas, agroindústria, restaurante, pousada, balneários e o museu agrícola com peças antigas.

História da erva-mate A erva-mate era elemento básico na alimentação dos Guaranis, tribo espalhada pelo vasto território, banhado pelos rios Paraná, Uruguai e Paraguai. O hábito era tomar a bebida feita com folhas fragmentadas, em um pequeno porongo, através de um canudo de taquara, que chamavam de “Caá-i” (água de erva saborosa). Com a chegada dos colonizadores, o hábito dos índios contagiou os conquistadores espanhóis por causa do sabor e da sensação de bem-estar ao organismo que a erva proporcionava. Entretanto, nos tempos da Inquisição, a Igreja condenou o consumo da bebida porque os índios lhe atribuíam poderes mágicos que apontavam suas origens a deuses pagãos. Porém, a proibição não impediu que o hábito se disseminasse e alguns séculos depois a rude e amarga bebida dos nativos fosse batizada de chimarrão. Saint-Hilaire - A espécie vegetal recebeu o nome de Ilex paraguariensis, pelo naturalista e viajante francês Auguste de Saint-Hilaire, em 1820. Ele teve contato com a árvore primeiramente no Paraguai, mas depois se retratou em um livro, hoje

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guardado em uma biblioteca de Paris, reconhecendo que seria mais adequado tê-la chamado de Ilex brasiliensis, pois descobriu, posteriormente, que era no Brasil que a erva-mate existia em maior quantidade e melhor qualidade. A lenda - Conta a lenda que um idoso não podia mais acompanhar a sua tribo e sua filha Yari havia recusado pedidos de casamento para cuidar dele. Um dia, chegou ao rancho do velho guarani, um viajante estranho, que foi acolhido com amizade. Antes de partir, o viajante disse: “Eu sou um mensageiro de Tupã, espírito do bem. Pede o que quiseres e eu lhe darei”. O velho índio disse que gostaria de um companheiro para a velhice, para que sua filha pudesse casar e formar sua própria família. E o mensageiro de Tupã lhe deu uma planta e recomendou que deixasse crescer e bebesse de suas folhas. Assim surgiu a erva que traria conforto para os homens da tribo, tornaria menos cansativas as caminhadas de guerra e mais felizes os dias de descanso. Hoje Yari é senhora dos ervais e deusa dos ervateiros.

Recomendações de cultivo As sementes devem ser colhidas de árvores de qualidade superior, para que as mudas tenham boas características genéticas. Para instalação de ervais, é aconselhado escolher terrenos com solos profundos, soltos, bem drenados e com boa quantidade de matéria orgânica. Ervais em terrenos declivosos devem receber práticas para minimizar a erosão. O plantio das mudas deve ocorrer nos meses do outono e inverno, em período com bastante umidade no solo. Realizar adubação com base na análise de solo. Fazer cobertura de solo com plantas forrageiras.


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Educação

Sabor de tradição no Espaço Cultural

Erva-mate e os 25 anos do projeto Verde é Vida serão as principais atrações Fotos: Arquivo Afubra

É comum encontrar nos estandes ou entre os visitantes, durante os dias de realização da Expoagro Afubra, o chimarrão. Passando de mão em mão durante conversas de negócios ou, simplesmente, em momentos de descanso ele é companheiro fiel de milhares de pessoas, principalmente dos gaúchos. Na edição de 2016, nos dias 21, 22 e 23 de março, o Espaço Cultural vai homenagear, justamente, a matéria-prima dessa bebida típica: a erva-mate. Em uma parceria com os municípios de Ilópolis e Arvorezinha, produtores da planta no Rio Grande do Sul, por meio de suas secretarias de cultura, educação e turismo, e do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), também de Ilópolis, o objetivo é destacar a cultura agrícola e suas potencialidades. De acordo com o coordenador pedagógico do projeto Verde é Vida, José Leon Macedo Fernandes, além de apresentar a história da planta, o ambiente também deverá mostrar um pouco de gastronomia, utilizando-a como ingrediente principal, e demais segmentos onde pode ser empregada. “Nossa ideia é abrir espaço e apresentar as muitas possibilidade de uso da erva”, afirma Fernandes. Parceiros em outras edições da Expoagro Afubra, a ervateira Valério, de Arvorezinha, e a Escola do Chimarrão, de Venâncio Aires, também serão atrações do Espaço Cultural. As atrações artísticas, que também têm tido boa aceitação pelo público da feira, serão confirmadas somente semanas antes da realização da feira, mas devem se adequar à temática proposta. Junto ao espaço, de 600 metros

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Espaço Cultural é uma das atrações da Feira quadrados, serão apresentadas as pesquisas científicas selecionadas para 7ª Mostra Científica Sul Brasileira Verde é Vida (veja no box). O Departamento de Mutualidade da Afubra também estará presente para receber visitantes e associados da entidade. Em 2015, o Espaço Cultural abordou a exposição Afubra, há 60 anos em defesa do fumicultor, em comemoração às seis décadas de atuação da associação. Um quarto de século - Já que a proposta é abordar a tradição, na Expoagro Afubra 2016 o Verde é Vida também realizará uma mostra institucional pelos 25 anos do Projeto, criado em 1991. Com atuação nos três estados do Sul do Brasil, o programa desenvolve ações com o intuito de promover a educação ambiental, sendo considerado o responsável pela formação de uma nova consciência nas relações dos agricultores com a sociedade e o meio ambiente.

Durante o decorrer de cada ano, alunos, professores e comunidades rurais são estimulados a promover trabalhos científicos com foco na inovação, preservação ambiental e na diversificação. Para tanto, são realizadas palestras, reuniões e eventos com foco no meio ambiente e na sucessão rural. Hoje o Verde é Vida conta com o Programa de Sensibilização Ambiental (PSA) e o Programa de Ação Socioambiental (PASA). Desde o seu início, contabiliza, também, a distribuição de quatro milhões de mudas de árvores nativas; entrega de 85 mil livros da Série Ecologia, lançada em 1997, em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); disponibilização de 550 mil cadernos, réguas e cartilhas de exercícios; atendimento anual de 170 mil alunos e professores e 600 municípios do Sul do Brasil.


Enquanto a edição de 2015 da Expoagro Afubra se encerrava, em salas de aula de diferentes Regiões de Atuação (RA’s) do Verde é Vida, professores e alunos já começavam a pensar na edição de 2016, mais especificamente na Mostra Científica Sul-Brasileira Verde é Vida, realizada todos os anos no Parque de Exposições. Ao longo do ano foram realizadas pesquisas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nas mostras, realizadas em cada uma das RA’s, foram selecionados entre quatro e cinco trabalhos científicos para reapresentação. Desses, apenas um foi escolhido para participar da sétima edição da Mostra Científica, realizada durante a maior feira do Brasil voltada à agricultura familiar. Na Expoagro Afubra serão 14 projetos. Todos eles poderão ser vistos, de perto, no Espaço Cultural (à esquerda do pórtico principal), onde jovens apresentam, orgulhosos, suas ideias. Onde se pode sentir a esperança de um futuro promissor para o campo.

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Foto: Arquivo Afubra

O futuro do campo

Pesquisas Científicas recebem visitação de estudantes e público em geral

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Trabalhos selecionados

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1) RA Cachoeira do Sul e Candelária

2) RA Rio do Sul e Ituporanga

Pesquisa: Novo Código Florestal: Mata Ciliar e CAR Alunas: Bruna de Franceschi e Évelin Gabrieli dos Santos Balbiano Instituição: Escola Carlos Altermann, de Paraíso do Sul (RS) Professora orientadora: Lisiane Weber

Pesquisa: Adotando um córrego: memórias do nosso ribeirão Alunas: : Iohana Steinheuser e Júlia Fernanda Sens Instituição: Escola Ribeirão Matilde, de Atalanta (SC) Professora orientadora: Rosane Jochem Herbst

3) RA Rio Negro e Mafra

4) RA Herval d’Oeste

Pesquisa: Quem disse que coisa boa não cai do céu? Alunos: Luís Fernando Rodrigues de Oliveira e Leonardo Diocono Ptaszek Instituição: Escola Marciano de Carvalho, de Piên (PR) Professora orientadora: Kassuza Maria Peckos

Pesquisa: Economize água economizando luz Alunos: Pedro Henrique F. Velho de Castro e Thaís Regina B. Tonial Instituição: Escola Frei Silvano, de Água Doce (SC) Professora orientadora: Evandra Regina Macagnan

5) RA Irati

6) RA São Miguel d’Oeste

Pesquisa: Projeto Reciclar Alunas: Ana Carolina Bronislawski e Treicy Raiane Borges Instituição: Escola Padre Ladislau Maibuk, de Teixeira Soares (PR) Professora orientadora: Marinês Sander Mendes

Pesquisa: Abelhas nativas na polinização e produção de mel Alunas: Tainara Knob e Bruna Pereira Instituição: Escola Padre Réus, de São José do Cedro (SC) Professora orientadora: Eliane dos Santos Lermen

7) RA Camaquã

8) RA Araranguá

Pesquisa: Horta escolar: cultura protegida e integração, por gotejamento Alunos: Erecles Vinícius Miritz e Lucas Lempek Strzykolski Instituição: Escola Padre Vieira, de Dom Feliciano (RS) Professora orientadora: Dulce Karine Kuczynski Azambuja

Pesquisa: Queimadas Rurais Alunos: João Pedro Mondardo Ugioni e Amanda Nola Alexandre Instituição: Inês Tonelli Nápole, de Meleiro (SC) Professora orientadora: Lucilena Zavariz

9) RA São Lourenço do Sul e Canguçu

10) RA Tubarão e Braço do Norte

Pesquisa: Educação ambiental: O despertar de uma proposta Alunos: Robson Schulz e Gabriela Podewils Kunde Instituição: Escola Germano Hübner, de São Lourenço do Sul (RS) Professora orientadora: Olívia Westphal Tessmann

Pesquisa: Os caminhos da água Alunas: Vitória de Souza André e Kaylaine dos Santos Vieira Instituição: Escola José Cardoso de Aguiar, de Gravatal (SC) Professora orientadora: Salete Zanelato Mendes

11) RA Santa Cruz do Sul

12) RA Sobradinho e Arroio do Tigre

Pesquisa: Canteiros sustentáveis, qualidade de vida Alunas: Júlia Beatriz Konrath e Cíntia Rafael Martin Instituição: Escola São João Batista, de Formosa, município de Vale do Sol (RS) Professora orientadora: Delci Clair Mans

Pesquisa: Aproveitamento da água para gerar energia Alunas: Tauana Schneider e Dienifer Amanda Henker Instituição: Escola Ervino Alberto Guilherme Konrad, de Arroio do Tigre (RS) Professora orientadora: Fabiana Schneider Wagner

13) RA Venâncio Aires

14) RA Imbituva

Pesquisa: Levando a preservação e a economia a Sério Alunas: Eduardo José Delazari e Vanessa Cristina Limsen Instituição: Escola Adélia Corbeline, de Sério (RS) Professora orientadora: Adriana Cristina Masseroni

A pesquisa, e seus respectivos alunos e professores envolvidos, será definida somente em fevereiro de 2016.


Dia do Produtor de Tabaco

Um dia para celebrar décadas de conquistas

No terceiro ano de comemorações, produtores do Paraná celebram suas conquistas como fumicultores Quem não gosta de ouvir uma boa história, daquelas que ensinam, incentivam e semeiam esperanças de dias melhores? Há três anos, famílias produtoras de tabaco do Sul do Brasil têm tido a oportunidade de contar suas vivências a centenas de pessoas, durante as comemorações pelo Dia do Produtor de Tabaco. No dia 28 de outubro de 2015, o estado do Paraná foi contemplado com o evento cujo objetivo principal é o de valorizar e ressaltar a importância do fumicultor.

Na ocasião, seis famílias foram convidadas a relatar suas histórias a convida-

dos e autoridades. Subiram ao palco do Centro de Eventos Martins, no município de Rio Azul, para deixar que as palavras ecoassem e ganhassem força a cada instante. Com suas peculiaridades reforçaram, mais uma vez, a força de uma das cadeias produtivas mais importantes do País. No primeiro momento Lúcia e Paulo Sérgio Denkwiski, de Irati; Rita e Afonso Dziedzic, de Piên; e Noeli e Evaldo Gross, de Palmeira apresentaram seu cotidiano aos 450 fumicultores reunidos. Após foi a vez de Roseli e Gilmar Lavarda, de Pérola

do Oeste; os irmãos Rafael e Juliano Maier, de São João do Triunfo; e de Terezinha e Osvaldo Telmann, de Rio Negro. Mesmo diferentes em detalhes, todos os relatos deixaram explícita a importância da organização do trabalho em família para o bom desempenho da propriedade. Ali, à disposição para quem quisesse se inspirar, uma pequena parcela das 29.600 famílias fumicultoras em solo paranaense. Apesar de o tabaco ser o carro-chefe, a diversificação também é outro fator de predomina entre todos.


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Fotos: Multimidia/Josiane K. Bovorozneck

Durante as explanações, o pavilhão ficou repleto de exemplos. Heranças que ultrapassam gerações; sucessão garantida; filhos com diplomas universitários e que trazem conhecimento às lavouras; pessoas que tentaram a sorte em outras cidades, mas que voltaram para apostar na fumicultura; forte envolvimento com a comunidade; e a aquisição de bens materiais. Aspectos que desenham seus cotidianos, mas, mais do que isso, revelam os prazeres de colher frutos ao lado de toda a família. Além dos relatos, a programação contou ainda com a participação de autoridades e lideranças do setor fumageiro. A saudação inicial foi dada pelo tesoureiro da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Laurindo Drescher, seguida pelo representante da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Mesaque Kecot Veres, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaep), Marcos Júnior Brambilla, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schüncke, chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, Igor Felipe Zampier,

Marcílio Laurindo Drescher: grande forma de reconhecimento e de valorização presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (AmproTabaco) e prefeito de São João do Triunfo (PR), Marcelo Distefano, deputado estadual Anibelli Neto, proponente do Dia do Produtor de Tabaco no Paraná, prefeito de Rio Azul, Silvio Paulo Girardi, e presidente da Afubra, Benício Albano Werner. Em seus discursos, destacaram a importância econômica e social da cultura

do tabaco para o Brasil, em especial aos três estados do Sul. O evento também contou com a apresentação artística do Grupo de Dança Gaúcha da Escola Rural Municipal José Bonifácio, de Rio Azul, e com o show da dupla Osvaldir e Carlos Magrão. A programação teve como organizadores Afubra, Fetaep, Faep e SindiTabaco, com o apoio da Prefeitura de Rio Azul.

Gilmar e Roseli Lavarda, de Pérola do Oeste

Noe li e Evaldo Gross, de Palmeira

Osvaldo e Terezinha Telmann, de Rio Negro

Lúcia e Paulo Sérgio Denkwiski, de Irati



Juliano e Rafael Maier, de São João do Triunfo

Afonso e Rita Dziedzic, de Piên

Fazendo história No Paraná, o tesoureiro da Afubra, Marcílio Drescher, abriu a série de discursos com satisfação. Para ele, poder homenagear os produtores, com um dia especial, é uma grande forma de reconhecimento e de valorização. O relato dos produtores, ponto alto de todos os eventos realizados até o momento, permite que famílias tragam à tona a relação que têm com o tabaco. Por meio das histórias contadas diante do público, os fumicultores têm a chance de mostrar o real significado da cultura em suas vidas. Com isso, a sociedade também pode conhecer a realidade da vida no campo e a sua importância para a manutenção de aspectos fundamentais em diversas cidades brasileiras. Por isso, ressalta a participação de autoridades políticas e lideranças que debatem assuntos em defesa do agricultor. Para muitas cidades, a cultura do tabaco é fundamental para a economia. Segundo dados da Secretaria do Estado da Fazenda do Paraná, na safra 2014/2015, o faturamento do tabaco no município de

São João do Triunfo representou 60,6% do seu movimento econômico. Já em Rio Azul, onde foi realizado o evento, representou 52,3%. Em território paranaense são 143 municípios que contam com a renda oriunda do tabaco. Eles representam uma parcela dos 619 municípios produtores nos três estados do Sul do Brasil. No total, são 29.600 famílias fumicultoras, com produção de 143 mil toneladas, em 60.950 hectares, e um faturamento de R$ 983 milhões. Hoje, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul contam com 153.730 famílias fumicultoras, responsáveis pela produção de 698 mil toneladas, com faturamento bruto de quase R$ 5 bilhões. Na safra 2014/15, os três estados somaram 308.260 hectares de área plantada com tabaco, com uma média de 15,3 hectares por propriedade. Dessa produção, o Brasil exporta 86% do seu tabaco. Os 14% que permanecem no mercado interno, por sua vez, são transformados em cigarros. A agregação de valor gera R$ 12,8 bilhões em impostos, com um faturamento de mais de R$ 25 bilhões.

O Dia do Produtor de Tabaco Em 2015 o Dia do Produtor de Tabaco foi comemorado pela terceira vez. O primeiro evento ocorreu em Santa Cruz do Sul (RS), em 2013. A ideia de criá-lo, no entanto, surgiu no ano de 2012, na assembleia da Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA), realizada na Argentina, em outubro. No Brasil, a Afubra e as Federações da Agricultura e dos Trabalhadores Rurais do Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul deram andamento ao projeto. No estado gaúcho, a Lei 14.208, promulgada em março de 2013 pela Assembleia Legislativa, teve o deputado Heitor Schuch como proponen-

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te. No mesmo ano, Santa Catarina e Paraná também instituíram a data oficialmente, sendo as leis propostas pelos deputados estaduais Mauro de Nadal e Anibelli Neto, respectivamente. A escolha da data se justifica por fatores históricos. Em 1492, dois tripulantes da embarcação de Cristóvão Colombo, durante navegação às Américas, testemunharam um ritual diferente. Nativos de uma ilha (que viria ser a de Cuba) queimavam plantas e inalavam a fumaça por meio de um tubo. As folhas, chamadas de Cohiba, mais tarde ganhariam a denominação de tabaco.


Conhecimento

O tabaco no outro lado do mundo

Viagem à China oportunizou ampliar visões de produção e de mercado para o tabaco brasileiro Foto: Divulgação/Afubra

Morador de Linha Hansel, interior de Venâncio Aires/RS, o produtor de tabaco Gilberto José Baierle jamais havia saído do País até o dia 14 de setembro de 2015, quando embarcou em uma viagem à China. Na companhia do também fumicultor Edes Senomar Grasel, de Alto Paredão, interior de Santa Cruz do Sul/RS, e de profissionais ligados ao setor, aos 38 anos o venâncio-airense teve a oportunidade de ampliar os horizontes de conhecimento sobre a cultura da qual plantou 90 mil pés em 2015. O convite surgiu do presidente da China Tabaco Internacional do Brasil Ltda. (CTIB), Miao Guosheng, com o objetivo de apresentar, de perto, a realidade do país asiático, considerado o maior produtor mundial de tabaco e o maior mercado consumidor de cigarros. Na China, nas cidades de Beijing, Shanghai, Kunming e Chuxiong, o grupo pode visitar, durante 13 dias (o retorno ocorreu em 27 de setembro), fábricas de cigarro, unidades de compra e processamento de tabaco e o Museu do Tabaco Chinês, onde conheceram detalhes sobre a história do tabaco no país e da empresa China Tobacco. Conforme Miao, a proposta teve como objetivo aumentar o intercâmbio de negócios e mostrar aos visitantes requisitos de qualidade da folha de tabaco importada pela China. Hoje, o Brasil é líder em exportação de fumo em folha no mundo, e o país asiático o maior importador do produto do Brasil. “O maior conhecimento entre os dois países é muito importante para ambos em cooperações futuras”, afirma o idealizador da ação. “Esperamos que a visita possa ter desempenhado um papel importante na melhoria da qualidade do tabaco produzido no Brasil e, além disso, reforçado a cooperação bilateral entre China (como o maior mercado consumidor) e Brasil (com importante potencial de produção de tabaco)”, reforça Miao.

Além de conhecer aspectos sobre o tabaco chinês, grupo brasileiro aproveitou para apreciar a cultura do país Na bagagem - Além de Miao Guosheng e dos produtores, também participaram da viagem a secretária executiva da CTIB, Eduarda Dummer; Samuel Streck, gerente de produção de tabaco, Sérgio Arthur Tiggemann, supervisor agrícola e Célio Ricardo Jantsch, orientador agrícola, todos da CBT, de Venâncio Aires; o assessor da diretoria do Sindicato Interestadual das Indústrias do Tabaco (SindiTabaco) Carlos Alberto Sehn; o professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) Jair Putzke, e o engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles, da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). De acordo com Putzke, do departamento de Biologia e Farmácia da Unisc, "conhecer a realidade da produção do tabaco na China foi uma experiência sem precedentes, em especial por verificar que nosso tabaco é muito bem visto pelos chineses e faz parte de vários de seus produtos”. Para ele, a visita aos estágios do beneficiamento, além do histórico, à disposição no Museu do Tabaco Chinês, permitiu trazer algumas tecnologias para tornar o tabaco produzido na região de qualidade superior. Com isso, busca-se que o produto verde e amarelo continue sendo bem

aceito pelos chineses. A qualidade do produto cultivado no Brasil, por sinal, foi bastante destacada durante a viagem. Segundo Dornelles, da Afubra, “em todas as reuniões os chineses fizeram questão de falar sobre a importância do tabaco brasileiro, além de mencionar a Argentina, Zimbabwe e os Estados Unidos. Na fabricação de cigarros na China, o fumo do Brasil tem o aroma e o sabor principais, trazendo, principalmente, a composição de cigarros Premium”, pontua. Nos encontros, os asiáticos também evidenciaram a tendência de mercado de cigarros, que é de se manter nos patamares atuais. Na viagem, o produtor Gilberto Baierle teve a chance de conhecer os processos chineses de classificação do tabaco e de visitar, pela primeira vez, uma indústria cigarreira. Da experiência, ele também destacou a oportunidade de conhecer o país asiático, com mais de 5 mil anos de existência, como um todo, com peculiaridades da cultura e destaque para a gastronomia. Uma realidade que, mesmo do outro lado do mundo, convive próxima de muitos aspectos das propriedades fumicultoras brasileiras.

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Diversificação

De pai para filho

Família de Grão Pará/SC investe na diversificação da propriedade Foto: Hilário Boing/Afubra

Ao chegar na casa da família Alberton, em Grão Pará/SC, todos são recebidos de braços abertos e com um bom bate-papo. Quando seu Ivo fica sabendo que a visita quer falar sobre a sua propriedade, os olhos brilham, o sorriso fica mais aberto e ele logo chama o filho Isaías para participar da conversa. Afinal, ali as decisões são tomadas em conjunto.

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Família: união e trabalho para garantir a sustentabilidade da propriedade rural de Ivo e Hirma está garantida. O filho Isaías e a nora Cleimara trabalham lado a lado com o casal. Aliás, o interesse de Isaías pela propriedade começou aos 10 anos de idade quando “se meteu” num negócio que o pai estava fazendo com os animais. A lembrança é do orgulhoso pai que destaca que, desde ali, sem deixar os estudos de lado, Isaías sempre esteve ao seu lado. “Temos que incentivar e dar oportunidade aos jovens para que eles se interessem e permaneçam no campo”, diz Ivo. Por isso, todas as definições e decisões do que fazer e de como deixar a propriedade sustentável são tomadas em conjunto, entre os dois casais. E as responsabilidades, ao mesmo tempo que divididas, são assumidas conjuntamente. Dona Hirma, por exemplo, gosta das lidas no tabaco. Já a nora é a grande responsável pelo gado leiteiro. Seu Ivo e Isaías tomam conta de todo o resto da propriedade. Os planos para o futuro são um pouco diferentes para os casais. Seu Ivo comprou terreno na cidade e pretende construir uma casa para quando “a velhice chegar”. Ele só precisa convencer a dona Hirma que, por enquanto, reluta deixar o trabalho na propriedade. Já Isaías e Cleimara querem manter e

aprimorar a propriedade. Para isso, investem em cursos de qualificação e na melhoria genética do plantel de gado leiteiro. Se depender destes dois casais, a propriedade continuará crescendo para a pequena Taís, que nasceu no início de novembro, para a alegria dos pais Isaías e Cleimara e dos avós Ivo e Hirma. Foto: Luciana Jost Radtke/Afubra

Vindo de uma família de 10 irmãos, com poucas condições financeiras, Ivo Ascari Alberton casou em 1978, aos 19 anos, com a dona Hirma. Tiveram dois filhos, Ivani e Isaías. Trabalhou como meeiro, recebeu, como herança 7 hectares de terra e, no segundo ano, colocou a sua primeira estufa de tabaco na propriedade. Hoje, a propriedade de Ivo conta com 100 hectares, com reserva legal de 20% e Cadastro Ambiental Rural realizado. Com orgulho, ele conta que cuida com carinho de uma nascente, com mata ciliar onde, inclusive, colégios trazem seus alunos para estudos e estágios. Outro motivo que faz o sorriso do produtor se abrir ainda mais é o corredor de mata nativa que ele e a família estão organizando nas divisas da propriedade. “Nossa intenção é cercar toda a propriedade com mata. Vai ficar muito bonito e bom, para nós e para o meio ambiente”, garante. Plantador de tabaco “a vida toda”, seu Ivo garante que sempre foi diversificado, com a agricultura de subsistência. Com o crescimento do filho Isaías – a filha é casada e saiu da propriedade -, incrementou a propriedade, há 16 anos, com a produção de leite. Atualmente são 150 animais, 68 deles na produção, tudo mecanizado. Além disso, continua com o tabaco, a agricultura de subsistência, milho para silagem, peixes e eucalipto. “Tudo o que temos, é pelo tabaco que sempre produzimos cuidando da qualidade”, enfatiza Ivo. Sucessão – A sucessão na propriedade

Diversificação é marca de propriedade em Grão Pará


Diversificação

Ficar plantado? Só se for na lavoura

Programa Plante Milho e Feijão passa a incentivar Integração Lavoura Pecuária Nas propriedades agrícolas familiares do Sul do Brasil a regra é clara: pode-se plantar de tudo, mas não vale ficar plantado apenas em uma opção de renda. Com o intuito de incentivar a diversificação nas lavouras, o Programa Plante Milho e Feijão após a Colheita do Tabaco procura estimular as boas práticas nas propriedades produtoras de tabaco.

Desenvolvido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), o programa tem o apoio dos governos estaduais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do Paraná, e de diversas entidades ligadas à agricultura, como a Afubra. A renovação da atividade ocorreu no último trimestre de 2015. “Entendemos que o produtor deve ter opções de renda e, por isso, incentiva-

mos o cultivo de grãos para consumo próprio, venda ou para que sirvam como insumos para outras culturas ou criação de animais”, afirma o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke. Ele também destaca que o plantio das culturas, na mesma lavoura onde foi colhido o tabaco, significa custo menor de produção e de mão de obra, considerando que são utilizados os mesmos fertilizantes que serviram à produção do tabaco. “O objetivo do programa é que haja maior plantio, maior colheita e mais renda nas pequenas propriedades rurais”, salienta. Ao assinar convênios com os governos estaduais e com entidades ligadas ao setor agropecuário, o programa une esforços para promover a divulgação das

vantagens da produção de grãos com custos reduzidos. “Além da estrutura de campo das empresas associadas ao SindiTabaco, técnicos das entidades parceiras também atuam na promoção do plantio da safrinha e oferecem assistência técnica e capacitação aos produtores”, explica Schünke. Por isso, o presidente acredita que o trabalho conjunto seja essencial para difundir o programa e seus benefícios na proteção do solo, na otimização de recursos e no estimulo à sustentabilidade. “Em 2016, uma das atividades de difusão das vantagens do programa será um dia de campo em cada estado Sul-brasileiro, eventos que deverão acontecer no primeiro trimestre”, revela. De acordo com o engenheiro

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Fotos: Arquivo/SindiTabaco

agrônomo da Afubra, Marco Antonio Dornelles, o Programa dá um incentivo importante para a produção de alimentos não só para as famílias produtoras de tabaco. “Temos que lembrar que estes produtores têm como atividade de renda complementar das suas propriedades a produção de leite, carne, hortaliças e frutas, sendo o milho fundamental para a produção animal e também à mesa das comunidades, juntamente com o feijão”. Em cada canto - Nos três estados do Sul do Brasil a importância em participar do Programa Milho e Feijão fica evidente a cada fala de suas Secretarias de Agricultura. Para seus representantes, a ação é suporte para o desenvolvimento do campo. Opção de renda que proporciona economia próspera e mesa farta às milhares de famílias de agricultores. De acordo com secretário Moacir Sopelsa, da Secretaria da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, o programa “é uma oportunidade importante para os fumicultores, que podem aproveitar melhor a terra e obter uma renda extra. Com o plantio de pastagem e o sistema de Integração Lavoura Pecuária, os produtores de tabaco podem se tornar, também, grandes produtores de leite.” Já o responsável técnico da conjuntura econômica do tabaco, Methodio Groxko, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná, também acredita que a diversificação nas pequenas propriedades, ou na agricultura familiar, tem proporcionado melhores rendas, além de criar mais condições para a permanência no campo. De acordo com ele, a Secretaria entende que o programa está inserido dentro de várias alternativas de diversificação, pois aproveita o residual da adubação que o produtor já realizou com a lavoura do fumo. “Esta prática se justifica em função do reduzido custo de produção e, ao mesmo tempo, complementa a renda do fumicultor”, afirma. Atualmente, os paranaenses são responsáveis por cerca de 17% da produção brasileira de fumo, sendo que na safra de 2014/15 foram cultivados 78 mil hectares, com uma produção de 184 mil toneladas de fumo em folha. “O Paraná tem aproximadacomo potencial o aumento de aproximada mente 60 mil hectares com a implantação

Assinatura do Programa no Rio Grande do Sul

Assinatura do Programa em Santa Catarina

Assinatura do Programa no Paraná


da cultura do feijão após a colheita do tabaco”, reforça Methodio. No Rio Grande do Sul, o secretário Ernani Polo, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, além de salientar as alternativas de renda, destaca a união necessária para que os melhores resultados sejam colhidos. “Precisamos unir os órgãos, entidades e instituições em nome do fortalecimento do setor, em busca de constituir e fomentar o desenvolvimento de uma agricultura forte”, afirma. De acordo com Polo, o papel do poder público é incentivar e fomentar a implantação das culturas. “O Rio Grande do Sul tem uma diversidade infinita de culturas. O plantio de milho e feijão após a colheita do tabaco permite, acima de tudo, a diversificação de atividades dos produtores, e com isso, a proteção do solo da erosão, o aproveitamento dos resíduos da adubação do tabaco, a economia na alimentação dos animais, a uma maior colheita de alimentos, acarretando uma maior geração de renda na propriedade", destaca.

O programa Criado em 1985 pela Souza Cruz, o Programa Plante Milho e Feijão após a Colheita do Tabaco passou a ser desenvolvido pelo SindiTabaco, em 2014. Com o apoio de entidades ligadas ao setor e dos governos estaduais, a ação é uma das mais importantes realizadas em prol da diversificação da agricultura familiar. Com o envolvimento de produtores gaúchos, catarinenses e paranaenses, o programa conta com a estrutura de campo das empresas associadas ao SindiTabaco. Os técnicos das entidades parceiras também atuam na divulgação das vantagens do plantio da safrinha, assistência técnica e capacitação de produtores, incentivo a diversificação da propriedade, redução dos custos de produção de proteína animal (carne, leite e ovos), uso de práticas conservacionistas, como plantio direto e cultivo mínimo, Manejo Integrado de Pragas e Doenças e alternativa de renda. Com a adoção do programa, as principais vantagens para o produtor são: diversificar suas atividades; proteger o solo da erosão; aproveitar o residual da adubação do tabaco; evitar a proliferação de pragas e ervas daninhas; colher mais alimentos para a sua família; economizar na alimentação dos animais; e gerar renda extra na propriedade.

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Fórum

Um encontro para discutir

Em 2016, Fórum de Diversificação será realizado pela Afubra, Unisc e Corede Foto: Otto Tesche/Gazeta do Sul

Mais do que ser considerada a maior feira agrícola voltada à agricultura familiar, a Expoagro Afubra também já é conhecida como um grande berço de ideias, projetos, parcerias e iniciativas em prol da qualidade na vida do campo. Em 2016, a feira deve realizar, pela oitava vez, o Fórum de Diversificação de Culturas e Atividades Rurais. Como um dos destaques da programação, o momento, programado para a tarde do dia 21 de março, segunda-feira, deve reunir entidades para um debate que merece sempre, e cada vez mais, atenção de todos os envolvidos na agricultura familiar: encontrar e incentivar a produção e a complementação de renda nas propriedades agrícolas. A cada encontro, contudo, estatísticas revelam que o setor trilha caminhos certos, pois a redução na dependência do tabaco já é realidade. Em 2016, com o tema Integração Regional no Vale do Rio Pardo, o fórum será realizado, pela primeira vez, numa parceria entre Afubra, Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede) e Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Segundo o coordenador geral da Expoagro Afubra 2016, “a temática, por ser constante desafio da região, será realizada muito mais pelo protagonismo dos municípios e entidades do Vale do Rio Pardo em se organizar regionalmente para produzir e comercializar a produção agropecuária, pois o Vale do Rio Pardo é uma região de pequenos produtores que não terão chance de sobreviverem isolados; é preciso estarem organizados e unidos em todas etapas do processo produtivo”. De acordo com a presidente do Corede, Mariza Christoff, a diversificação já é um aspecto debatido há tempo no Conselho. “No seu primeiro Plano Estratégico de Desenvolvimento, elaborado em 1997 e publicado em 1998, com a participação da comunidade regional, já surge, tanto no seu diagnóstico quanto nas propostas de projetos, uma preocupação com a extrema dependência econômica da região em relação à produção do tabaco”, afirma. Conforme Mariza, naquela época, por

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Visitas técnicas em Israel exemplo, se discutia a necessidade de uma Central de Comercialização de Produtos Hortifrutigranjeiros (Ce asa), com o objetivo de oferecer ao produtor rural estabilidade econômica e, à região, maior estabilidade social. Para exemplificar a busca constante por melhorias, a presidente também cita a Agenda 21 Regional, onde surgiram diversos projetos, com o Vitamina (2012). Com a participação de municípios gaúchos, trouxe reflexo em toda a região referente à produção leiteira e à fruticultura orgânica. “Mais recentemente, no último Plano Estratégico e na própria Consulta Popular, foram direcionados recursos significativos para a área da agricultura, sempre com o mesmo objetivo de proporcionar ao homem do campo outra atividade produtiva que pudesse lhe dar segurança econômica necessária para o sustento de sua família”, sinaliza. Somada à viagem a Israel, realizada em 2015, as iniciativas resultaram na proposta de unir grandes parceiros na organização do Fórum de Diversificação, em 2016, “que possibilitasse, além de uma discussão sobre o assunto diversificação, a troca de experiências e o conhecimento de outras iniciativas no mesmo sentido”, pontua Mariza. Pelo Mundo - Frente à necessidade de buscar novas tecnologias na área da agricultura para a região, em 2014 o Corede deu início a um projeto especial. Em uma parceria com Afubra, Unisc e Sistema de Cooperativas de

Crédito (Sicredi) começou a ser planejada uma missão oficial, constituída de gestores municipais e de produtores rurais, à 19ª Conferência e Exposição Internacional de Agricultura (Agritech), em Israel, considerada uma das mais importantes exposições agrícolas do mundo. A viagem ao Oriente Médio ocorreu de 25 de abril a 4 de maio de 2015 e contou com a participação de diversos representantes de municípios do Vale do Rio Pardo. Durante a missão, a proposta foi conhecer experiências tecnológicas para estimular a diversificação nas propriedades rurais e outros setores da cadeia produtiva. Na oportunidade, o grupo também participou de visitas técnicas a áreas de produção para observar modelos de organização, uso da tecnologia, metodologias de trabalho, entre outros aspectos. “Este projeto foi coroado com êxito pela parceria e já se observa iniciativas nos diferentes municípios, com relação às tecnologias observadas naquele país”, diz Mariza Christoff, presidente do Corede. Ao lado dela, na comitiva de 22 pessoas que seguiu viagem a Israel, estavam Angelo Hoff, Pró-Reitor de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc; Heitor Álvaro Petry, presidente da Cooperativa Sicredi Vale do Rio Pardo; Marco Antonio Dornelles, gerente de assuntos corporativos da Afubra; prefeitos, produtores, jornalistas, técnicos agrícolas e muitos outros representantes de entidades ligadas à área rural.



Lei

Para ficar registrado

Com prazo prorrogado, produtores têm até 2016 para realizar o cadastro Ao acessar o endereço www.car.gov.br, na internet, produtores agrícolas de todo o Brasil podem buscar informações e esclarecer dúvidas sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro eletrônico de dados, obrigatório para todos os imóveis rurais. Criado pela Lei 12.651/2012 no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima), tem como objetivo principal controlar, monitorar e combater o desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil.

De acordo com o engenheiro florestal da Afubra, Juarez Pedroso Filho, “a partir deste registro almeja-se integrar as informações ambientais referente às Áreas de Preservação Permanente (APP’s), Reserva Legal, das florestas, remanescentes de vegetação nativa, áreas consolidadas e demais usos do solo”, explica. O CAR também

pode ser uma ferramenta para planejar aspectos ambientais e econômicos das propriedades rurais. Os benefícios do cadastro, no entanto, vão além de possibilitar planejamento ambiental e econômico. Por meio dele, haverá a possibilidade de regularização das APP e/ou Reserva Legal; obtenção de crédito agrícola com taxas de juros menores, bem como limites e prazos maiores que o praticado no mercado; contratação do seguro agrícola em condições melhores que as praticadas no mercado; isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos; entre muitas outras. Agora é a hora - Conforme Juarez Pedroso, o prazo para inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi prorrogado em um ano, prazo final em maio de 2016. “É fundamental providenciar o CAR o mais breve possível para evitar filas, restrições administrativas ou ainda ser impedido de obter crédito agrícola”, alerta o engenheiro. As inscrições podem ser realizadas junto ao órgão municipal competente. À disposição, para

atender a demanda, estão associações, federações, sindicatos, cooperativas e outras instituições voltadas ao meio agrícola. Quanto à cobrança de taxa para a realização, o fator depende das regras estabelecidas pela entidade em questão. Para realizar o cadastro, é necessário estar munido com os seguintes documentos: Cadastro de Pessoa Física (CPF) do proprietário; documento de comprovação da propriedade do imóvel ou posse rural; croqui do imóvel para a pequena propriedade ou posse rural familiar, elaborado no momento do cadastramento. “Na planta ou croqui deverão ser desenhadas as nascentes de água, rios, as áreas de preservação permanente, vegetação nativa, áreas de reserva legal, áreas de uso restrito e áreas de uso consolidado, conforme a Lei 12.651/2012”, explica Pedroso. Durante a Expoagro Afubra 2016 os visitantes também poderão aproveitar o momento para tirar dúvidas com diversos representantes e profissionais do setor.


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Cabritos

Com qualidade superior, caprinocultura tem mercado garantido Exposição de cabritos volta a fazer parte da Expoagro Afubra

Foto: Cristina Severgnini

Desde que começou a trabalhar com a caprinocultura, em 2011, Gilmar José Teixeira tem percebido a grande procura pelo produto e as possibilidades de mercado. Na Cabanha São Bernardo, no distrito de Palma, interior de Santa Maria/RS, ele não consegue atender toda a demanda. Isto ocorreu depois que ele fez um trabalho de divulgação da qualidade superior da carne de cabritos. “Na caprinocultura em geral, há uma falta de informação sobre a excelência da carne caprina e dos demais derivados”, explica. Segundo o pecuarista, o agricultor que cria caprinos tem um produto de alta qualidade, pois a carne é comparada à carne de salmão, tanto no preparo, quanto nas vitaminas. “Quando a pessoa consome pela primeira vez, não deixa mais de consumir a carne, pois é leve, saborosa e tem a vantagem das propriedades nutricionais superiores”, diz. É também dos caprinos que sai a pelica, couro fino, leve e resistente, bastante cobiçado pelas grifes da moda internacional. “E o leite de cabra é rico em proteínas e não tem contraindicação de uso por crianças com intolerância ao leite materno ou de vaca”, lembra Gilmar Teixeira. A cabanha de Teixeira produz matrizes e reprodutores da raça Boer e também vende carne, abatida por um frigorífico de Santa Maria. Quanto à reprodução, cada cabra dá, em média, três crias a cada dois anos, sendo geralmente dois cabritos por gestação. A vida útil de uma cabra vai de 6 a 8 anos, dependendo da sanidade do animal, o que soma cerca de 18 filhotes durante a vida reprodutiva. As crias mamam de 80 a 90 dias e os abates ocorrem dos três aos seis meses de idade, quando atingem de 12 a 16 quilos por carcaça. Como inconveniente da caprinocultura está a dificuldade de manejo, pois a sanidade é um problema que faz com que alguns criadores

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Gilmar Teixeira: carne com qualidade nutricional superior desistam da produção. “Os animais de raça Boer são sensíveis e é preciso ter um bom conhecimento técnico ou veterinário próximo”, conta Teixeira. “Os caprinos têm dez doenças pré-existentes, o que torna difícil manter a sanidade. São problemas com verminoses, bactérias e protozoários que precisam ser controlados”, diz. Além disso, o caprino pode apresentar problemas de cascos, pneumonia e broncopneumonia se não viver em ambiente quente e seco. “Nós passamos por períodos de muita umidade e isto fez com que perdêssemos alguns animais”, acrescenta. Como opção para a diversificação da propriedade rural, Teixeira aconselha raças mais rústicas, pois a Boer exige cuidados e dedicação quase exclusiva. “As raças rústicas são mais resistentes”, explica. Porém, a carne de cabritos criados em terras íngremes e que comem de tudo é musculosa e a qualidade não é comparável aos animais criados em confinamento ou semiconfinamento, com pastagem adequada e

ração balanceada. Na cabanha de Gilmar Teixeira também existem animais mestiços, que ficam em campo durante o dia e são recolhidos à noite. Já os animais puros Boer, são criados confinados. Ele cria em média 150 animais, sendo a grande maioria destinada para abate, além de alguns se tornarem matrizes e reprodutores. A produção é feita com orientação da Emater e apoio da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Uma das recentes inovações foi a implantação do sistema silvopastoril, levando em conta a média de 1,5 metros quadrados de pastagem ao dia por animal, pois cada animal come até um terço do seu peso por dia. “Em 1.250 metros quadrados cabem 800 animais diários”, diz. São 45 piquetes e os animais ficam um dia em cada espaço fazendo o rodízio para que a pastagem cresça e haja o controle de vermes. Além do pasto, é feita suplementação com ração e sal mineral orgânico. Rebanho - No Brasil, 96% do rebanho



caprino está no Nordeste e Norte do Centro-Oeste, onde a criação de cabritos está inserida na cultura popular. Os outros 6% estão no restante do país, sendo que no Rio Grande do Sul está apenas 0,06% do rebanho nacional. No estado gaúcho não existem programas governamentais de incentivo à caprinocultura. Mas, conforme Teixeira, mesmo assim, a produção é rentável porque a procura é enorme. No Nordeste brasileiro há incentivos do governo e a criação de cabritos faz parte da cultura

regional, inclusive com consumo até dos bodes velhos. De acordo com o caprinocultor, no Paraná, existe um programa pelo qual o governo mantém um capril e vende matrizes e reprodutores por preços muito baixos para quem quer começar a criação ou incrementar o rebanho. “Se o governo gaúcho investisse mais em subsidiar quem produz os alimentos, a situação poderia ser outra”, comenta. Na feira - Depois de alguns anos ausente, a exposição de caprinos volta a fazer

parte da programação da Expoagro Afubra. Segundo o assessor de Eventos Agropecuários da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcio Fernando de Almeida, a caprinocultura e mais uma alternativa de diversificação de atividades nas propriedades rurais que os visitantes da Expoagro Afubra 2016 poderão conhecer. “Por se tratar de produtos com alto valor agregado, com carne nobre e couro de alta qualidade, a caprinocultura pode ser uma opção bem rentável”, explica.

Foto: Cristina Severgnini

Boer Os caprinos da raça Boer apresentam rápida taxa de crescimento, tipo e pelagem uniformes e fertilidade e fecundidade altas. Trata-se de uma raça originária da África e melhorada por muitos anos com alguma infusão de sangue dos caprinos Angorá, europeus e indianos. Os machos podem pesar até 135 quilos e as fêmeas até 100 quilos. As fêmeas podem atingir a puberdade aos sete meses e estudos comprovam que os cabritos podem acasalar com sucesso aos 180 dias. O Boer produz a mais alta porcentagem de rendimento de carcaça entre todas as pequenas criações e o abate deve ocorrer antes dos nove meses, quando apresentam carne saborosa e macia.

Boer: sensíveis ao frio e umidade, produzem melhor em confinamento

Carne caprina E um alimento light, de baixo colesterol. A vantagem nutricional está associada ao baixo teor de calorias, gorduras e colesterol, a alta digestibilidade, além de elevados níveis de proteína e ferro. Os baixos índices de colesterol e gorduras,

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aliado aos altos índices de nutrientes tornam a carne de cabrito recomendável para pessoas que querem manter a estética, cardíacos, obesos e diabéticos. Além dos tradicionais assados, a versatilidade da carne permite diversos outros preparos. Conside-

rada a mais saudável das carnes vermelhas, em cada 100 gramas de carne de cabrito, há apenas 2,76 gramas de gordura, enquanto que na mesma quantidade de carne de ovinos e de bovinos os índices são de 17,14 gramas de gordura.


Ovinos

As boas ovelhas da família

Ovinocultura de excelência poderá ser conferida durante a Expoagro Afubra Números sempre acompanharam a trajetória do venâncio-airense Jorge Cavalcante. Por 30 anos conviveu, diariamente, com a rotina da agência bancária onde trabalhava. Após se aposentar, no entanto, encontrou na ovinocultura uma forma diferente de contar. Trocou os extratos e as conferências por cabeças de ovelhas. Nos quatro hectares, onde cria os animais junto à filha Cyntia Cavalcante, de 39 anos, subtrai o pessimismo, adiciona muito trabalho, divide conhecimento e multiplica os bons frutos de um negócio que começou a prosperar há dez anos, quando decidiu investir no ramo.

Até mesmo quem passa um tanto despercebido pela RST 453 - Km 10, rodovia que liga Venâncio Aires a Lajeado, no Rio Grande do Sul, consegue reparar na cerca de madeira que delimita a Cabanha Chanfro Negro, em Linha Travessa São José. Para os entendedores, o próprio nome sinaliza quem habita os campos sobre as árvores. É que a denominação faz referência à face negra das ovelhas, no caso da raça Hampshire Down (Puros de Origem - PO), criada pelos Cavalcante. A escolha por esses animais, aliás,

ocorreu com base nas visitas realizadas a diversas edições da Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), em Esteio/RS. O número de premiações e as características (qualidade da carne, velocidade de ganho de peso, fácil manejo, entre outras) do animal foram determinantes para que Jorge optasse pela criação. Com isso, a busca pelo diferencial se tornou uma constante, após a compra das primeiras cabeças, realizada na própria feira. Para quem havia pensado em produzir


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Foto: Heloisa Poll

orquídeas, diante da aposentadoria, hoje Jorge conta, orgulhoso, a trajetória da cabanha, pioneira na região com a raça Hampshire Down. Atualmente a Chanfro Negro conta com 26 matrizes fêmeas, 10 reprodutores e 17 cordeiros. A venda dos animais é realizada para municípios como Anta Gorda, Ilópolis, Estrela, Encantado, Rio Pardo, Encruzilhada do Sul e Guaíba. De acordo com o ovinocultor, conhecimento é a base para um bom trabalho. A necessidade de um manejo adequado é essencial para a satisfação dos clientes. “Os cruzamentos devem atender as exigências do mercado consumidor. Sem genética não há qualidade”, afirma Jorge. Além disso, também almeja a valorização da ovinocultura que, além de carne à mesa, pode render matéria-prima para artesanato (no caso da lã), na produção de queijo, produtos de beleza e de leite. Com residência no centro de Venâncio Aires, Jorge também salienta: “diante da mesa farta, agradeça ao produtor”. Ao reforçar o ensinamento que procura passar a todos, inclusive aos três filhos (a outra filha reside na China e o filho em Garopaba), o ovinocultor destaca, também, a importância da Expoagro Afubra. Para ele, por meio da feira busca-se ofertar melhores condições de vida aos pequenos agricultores. Em 2016, contudo, espera ser fonte de inspiração para quem quer que seja. Melhor ainda se for um futuro ovinocultor. De pai para filha - O desenho rabiscado com lápis de cor, fixado na varanda da casa junto à cabanha, com o dizer “não entre, porco-espinho” (se referindo a um episódio onde o animal atacou a cachorrinha da estimação), sinaliza que há um pequeno ser a crescer no local. A “obra de arte” é de Lívia, quatro anos, filha de Cyntia com o marido Diego Konrad. Dia a dia, o passarinho (como gosta de ser chamada) acompanha a mãe nas tarefas diárias com os ovinos. Assim, de domingo a domingo, a terceira filha de Jorge divide as horas entre a maternidade e a paixão pela lida agropecuária. Com formação acadêmica em Computação - Licenciatura e Mestrado em Novas Tecnologias, hoje Cyntia é a responsável por manter viva a Cabanha Chanfro Negro. Entre as tarefas, exerce cuidados que vão das documentações necessárias ao manejo com

Jorge Cavalcante: da rotina da agência bancária à rotina das ovelhas os ovinos (casqueamento, tosquia, preparação dos animais, medicações). Para ela, que interrompeu o Doutorado em Educação, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e deixou o trabalho como Coordenadora Institucional e de Projetos para o CEITEC S.A (primeira fábrica de chip da América Latina), a cabanha possibilitou investir na paixão pelos animais e no sonho de construir, ao lado do pai, o recanto. Com planos de ainda cursar Medicina Veterinária (uma de suas brincadeiras favoritas na infância), Cyntia conta ter encontrado sua realização pessoal e profissional na Chanfro Negro. “Posso dizer que sou uma mulher realizada com o que faço, pois o faço com o coração”, afirma. Questionada sobre possíveis dificuldades quanto a trabalhar em um meio predominantemente masculino, Cyntia diz não

sentir qualquer preconceito. “Não vejo e não sinto preconceito algum em ser mulher e trabalhar em um meio onde sua maioria é formada por homens. Acredito que quando se faz o que se gosta, a realização é completa de forma e que não há espaços para preconceitos, mas, sim, para amizades, trocas de experiências, aprendizado”, pontua. Para dar andamento ao trabalho realizado na cabanha, Cyntia e Jorge trabalham juntos, buscando estreitar laços de amizade, fechando parcerias e procurando oferecer, aos amigos e clientes, conhecimento e qualidade. Exemplo disso é a realização de cursos sobre ovinocultura, realizados a partir de 2015. Em parceria com o Sindicato Rural de Venâncio Aires e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), objetivam difundir a atividade na região e propiciar boa qualificação aos interessados (confira mais informações no box)


Ao conversar com os Cavalcante fica evidente a grande bagagem de conhecimento da dupla. Para Jorge, aliás, ele é a chave para o sucesso em qualquer ramo profissional. Em 2015, na Cabanha Chanfro Negro, vários aprendizes tiveram a chance de ampliar seus leques de aprendizado. No local, as cercas de madeira abrigam os ovinos da raça Hampshire Down (Puros de Origem - PO), de linhagens do Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra e Argentina. Jorge e Cyntia trabalham com o foco no melhoramento genético e na venda de matrizes e reprodutores. Na busca incansável do melhoramento de seu plantel de ovinos, em 2015 a cabanha conquistou o certificado de Propriedade Livre de Epididimite Ovina, sendo a sexta do Estado e a primeira de ovinos da raça Hampshire Down. Neste berço, rodeado de prosperidade, foram realizados os cursos de Manejo de Ovinos e Manejo Reprodutivo de Ovinos, em parceria com Sindicato Rural de Venâncio Aires e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Para 2016 a cabanha deve sediar aulas de Manejo de Recursos Forrageiros para Ovinos, com turmas em fevereiro e março; e de Adestramento de Cães para Pastoreio em Rebanho Ovino, também no mês de fevereiro. No local, os Cavalcante ainda pretendem iniciar o cultivo de noz pecã. Outras informações podem ser consultadas no site da Chanfro Negro: www.cabanhachanfronegro.com.br.

Foto: Divulgação/Afubra

Bons exemplos

Cynthia com a filha Livia e um exemplar da cabanha: amor que reúne gerações da família


Aves

Foto: Divulgação/Afubra

Aves novamente estarão na Expoagro Afubra

O segredo é desejar voar alto

Em 2016 visitantes poderão encontrar o dobro de aves expostas na feira Aos que pretendem alçar novos voos, e encontrar alternativas para diversificar a propriedade rural, as aves expostas na Expoagro Afubra podem ser uma boa inspiração. A cada edição, a beleza e as características dos animais têm cativado um público que cresce ano a ano.

Para 2016, a Associação Brasileira de Preservadores e Criadores de Aves de Raças Puras e Ornamentais (APCA) prevê a participação de novos sócios e, também, o aumento do número de animais e de variedades, entre espécies comuns e exóticas. A exemplo dos outros anos, o julgamento e a premiação dos exemplares expostos deverá atrair atenção de milhares de visitantes. Conforme explica a Associação, podem ir a julgamento todas as aves de

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criadores sócios, que tenham as mesmas anilhadas, conforme regulamento. Por meio disso, a entidade procura preservar a criação de animais de raças puras e ornamentais, dentro de padrões de cor, formato e função estabelecidos para cada uma das espécies. Para a Associação, a Expoagro Afubra pode ser vista como peça-chave na divulgação e comercialização de variedades de aves ornamentais, que têm importância como banco genético para a produção de animais industriais e como hobby. É campeão - Nos dias 21, 22 e 23 de março, no Parque de Exposições, em Rincão Del Rey, no município de Rio Pardo/RS, a presidente da Associação de Criadores de Preservadores de Aves de Raça Pura (APCA) Maria Helena Noschang espera cumprir a promessa feita na edição de 2015: “a gente vai se empenhar para fazer uma exposição cada

vez melhor”, disse em matéria publicada no site da feira. Assim como Maria Helena, demais criadores estão na expectativa para colher bons frutos dos julgamentos, além de compartilhar conhecimento com todos os envolvidos. Em 2015, o campeão da Bantan de Origem foi o criador Lucas Perez, de Arroio do Sal. Na categoria Miniaturas, a própria Maria Helena Noschang, de São Sebastião do Caí, conquistou a primeira colocação. Também conquistaram o prêmio máximo Jônatas Breunig, de Dois Irmãos (Orientais), Cláudio Noschang, de São Sebastião do Caí (Palmípedes), Ademar Biguelini, de Venâncio Aires (Produção – Plymouth Rock Barrado) e Lucas Perez, de Arroio do Sal (Ornamentais), todos do Rio Grande do Sul.



Gir Leiteiro

Apostar no novo para viver um sonho

Criador de gado descobre nova opção de renda com a raça Gir Leiteiro Fotos: Heloísa Letícia Poll

A expressão “Vai sonhando, menino, vai sonhando” jamais poderia ter feito mais sentido quanto fez para Iliseu Pressler. Hoje recebe com alegria e entusiasmo visitantes no seu sítio, o Sonho de Menino. Ao abrir as porteiras da propriedade, o produtor permite que pessoas de diversas origens compreendam o real valor da concretização de um ideal. Nesse caso, o de poder admirar, estufar o peito e clamar orgulhoso: “aqui estão as minhas cabeças de gado zebu”. Na Linha São José, município de Estrela /RS, no Vale do Taquari, o capricho e a dedicação da morada de Iliseu chamam a atenção. No local, no entanto, onde também reside Inácio Berwanger, sua mãe Wilma e a esposa Lourdes, outro fator merece destaque: a organização. A própria beleza inspiradora é a prova disso. Na entrada, flores, objetos da lida campeira, chafariz e a casa principal, com data de 1808, sinalizam que lá, entre os 35 hectares, há muitas coisas boas para se ver. Parte da rota turística Delícias da Colônia, une o passado e o presente de forma harmoniosa. Logo adiante, nos potreiros e nas estrebarias, as mais de cinquenta cabeças de Gir Leiteiro também deixam explícito que boas e novas ideias são bem-vindas, assim como os visitantes que passam apenas para conhecer o Alambique Berwanger. Hoje, a fabricação de licores e cachaças e a criação de zebuínos são as principais fontes de renda dos Berwanger e Pressler, mas os animais são os responsáveis pelo brilho no olhar do “menino”. Natural de Venâncio Aires/RS, Iliseu começou a trabalhar na propriedade em janeiro de 1981, como funcionário de Inácio Berwanger. Mais tarde, em 2009, se tornou seu sócio-proprietário. No ano de 2003, em

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Iliseu Pressler com um exemplar da raça gir leiteiro

Animais com qualidade genética busca de novas alternativas, começou a criar gado zebu. Os primeiros animais vieram dos estados do Paraná e de Minas Gerais. Após, passou a reproduzi-los por conta própria. Apesar de o foco inicial ser a comercialização da carne, após a indicação de um técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), há sete anos Iliseu

adotou o Gir Leiteiro. Com a nova aposta, passou a investir em genética e a criar animais para reprodução. O resultado pode ser visto nas fotografias (inclusive no pôster do primeiro touro registrado, que rendeu 500Kg de carne), faixas, troféus e nas dezenas de rosetas conquistadas em feira agropecuárias.


Em 2015, por exemplo, Iliseu participou, pela sexta vez, da Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), realizada em agosto, em Esteio/RS. No ano de 2011, aliás, foi onde recebeu o prêmio de Melhor Fêmea Jovem, na categoria Gir Leiteiro. Também contabiliza participações em outras feiras, como a Expoleite Fenasul, também em Esteio, onde recebeu, em 2014, os prêmios de Campeã Vaca Jovem e Grande Campeã da Raça Gir Leiteiro. Já na Expoagro Afubra, onde participará pela sétima vez, em 2016, deve registrar a primeira participação com julgamento da raça de Gir Leiteiro. Marcar presença na maior feira do Brasil voltada à agricultura familiar, por sinal, tem sido motivo de otimismo para Iliseu. “As expectativas para a Expoagro Afubra 2016 são muitas. Será um espaço de grande valia para divulgar a raça, ainda pouco conhecida”, destaca confiante. Para o homem, que ainda sonha como um menino, quem sabe os

acontecimentos no Parque de Exposições possam render outros motivos para continuar sonhando. Diferencial - Diante da correria do dia a dia, na residência de Iliseu Pressler estar com a família é coisa séria. Na área de circulação, a cozinha construída com tijolos à vista quase fica pequena para acomodar tantas histórias. A mesa, com capacidade para mais de dez pessoas, fica repleta de vida a cada encontro. Costume para eles, mas um dos diferenciais mais prazerosos que a vida nas propriedades agrícolas familiares proporciona. Ali, durante as refeições, as conversas se misturam, mas a atividade agropecuária ganha as discussões na maior parte do tempo. Enquanto o barulho dos talheres preenche o ambiente, o Gir Leiteiro também está presente, seja no som emitido pelos animais, logo adiante, seja pelas fotos e troféus expostos no local. Além do Gir Leiteiro, a família mantém dois aviários e algumas cabeças de gado de corte. Entre os mais de 30 hectares, um é

destinado à pastagem permanente. Também são cultivados aveia, milho e azevém destinados à silagem, e outras culturas para subsistência. A cana-de-açúcar, utilizada na cachaçaria, ocupa doze hectares e fica aos cuidados de um casal de funcionários, responsável pelo cultivo. Na propriedade, Iliseu reside com a esposa Cledi Pressler, os sogros, a filha, a neta, o genro, três funcionários e os sócios proprietários Berwanger. Com exceção da menina, todos se revezam nas atividades, inclusive no alambique de 64 anos, onde são produzidas as cachaças envelhecidas, brancas e temperadas, licores e caldo de cana. A venda dos produtos, cuja produção gira em torno de 40 a 50 mil litros por ano, é realizada de forma direta. Além de conferir de perto os barris de carvalho, de mais de cem anos, os turistas ainda têm a chance de acompanhar o processo de destilação da cachaça, vivenciando as instalações e participando da degustação. Uma realidade para aproveitar sem moderação.


Expoagro Afubra 2016 vai sediar, pela primeira vez, julgamento de Gir Leiteiro O nome de Iliseu Pressler ficará registrado na história do Gir Leiteiro por um motivo que vai além das premiações em julgamentos. Foi em sua propriedade que ocorreu a fundação do Núcleo Gaúcho de Criadores de Gir Leiteiro (NGCGL), em dezembro de 2009. Enquanto que a primeira reunião registrou participação de sete pessoas, hoje são quase 30 criadores cadastrados em diferentes regiões do Rio Grande do Sul. De acordo com Nathã Carvalho, gerente executivo do NGCGL, o número de selecionadores e de associados cresce ano a ano. Entre as atividades realizadas, o Núcleo promove reuniões nas fazendas dos associados, a cada dois meses. Nos encontros são discutidas ações e planejamentos sobre a participação nas exposições que constituem o ranking gaúcho do Gir Leiteiro, com o objetivo de fomentar a raça. Em 2016, por exemplo, a associação deve promover, pela primeira vez, uma mostra oficial durante a Expoagro Afubra. Conforme Carvalho, serão em torno de 20 a 30 animais. Nos três dias, também deve ocorrer o primeiro julgamento dos exemplares na feira, que deverá contar pontos para o ranking gaúcho do Gir Leiteiro. Com isso, o evento fará parte do calendário oficial de mostras da raça no Estado. As expectativas e aspirações, quanto à participação na maior feira do Brasil voltada à agricultura familiar, são muitos. “O objetivo é apresentar a raça num evento de considerável expressão para a região do Vale do Taquari, onde temos um considerável volume de criadores. O evento possui uma significativa repercussão e por isso acreditamos em seu potencial como vitrine para mostrarmos como a genética do Gir Leiteiro evoluiu nos últimos 30 anos”, pontua Carvalho. No Parque de Exposições, o NGCGL pretende mostrar animais destaques de alguns criatórios, originados de genética

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Mostra e Julgamento Oficial da raça Gir Leiteiro são novidades da Expoagro Afubra 2016 provada para leite, a partir das principais provas zootécnicas e programas de melhoramento que a raça participa. Dessa forma, os visitantes poderão conhecer, de perto, de que forma os animais podem vir a ser uma alternativa moderna e produtiva para a produção de leite em suas propriedades. “O Gir Leiteiro é uma raça de origem indiana selecionada e melhorada para a produção de leite no Brasil. O Programa de Melhoramento Genético do Gir Leiteiro, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), trouxe uma evolução zootécnica significativa e, por conta disso, acreditamos ser fundamental estarmos na Expoagro Afubra, junto às demais raças leiteiras”, afirma Carvalho. Rebanho de primeira - Não é para menos que o Gir Leiteiro tem conquistado criadores, ano após ano. Suas características atraem aqueles que buscam alternativas para a propriedade ou, até mesmo, pelo negócio no qual irão depositar toda a

atenção. Conforme Nathã Carvalho, a raça se destaca por sua rusticidade, longevidade produtiva e reprodutiva, docilidade, baixo custo de mantença, facilidade de parto, produção de leite a pasto (excelente conversão alimentar) e versatilidade nos cruzamentos. “O Gir Leiteiro reduz os custos nos aspectos de alimentação, uso de antiparasitários, assistência veterinária e mão de obra exigida para condução e cuidados com os animais do rebanho. A raça expressa seu potencial produtivo com menos alimento e sofre menos com a restrição alimentar, pois sua exigência, seu índice de metabolismo e de ingestão é mais baixo em relação às raças taurinas. Além de suas características produtivas, o Gir Leiteiro é um zebu que se destaca por sua nobreza e beleza racial, além das diferentes pelagens que constituem seu padrão zootécnico”, salienta o gerente executivo. Um animal pode chegar a produzir 17Kg de leite por dia (1,1Kg corresponde a 1litro)


Informe Especial - UPL

Ferrugem na safra de soja 2016 O melhor manejo é estar preparado

A constatação da ferrugem em lavouras comerciais de soja no Rio Grande do Sul geralmente ocorria no mês de janeiro. Na safra 2014-15 ela foi detectada um mês antes, já no início de dezembro. As principais razões para isso foi a semeadura mais cedo da soja, as condições de chuva e calor na primavera/verão e a maior

quantidade de soja guaxa com ferrugem remanescente do inverno, pela ausência de frio intenso. Todas estas condições se repetem nesta safra. Em 2014, a primeira soja guaxa com ferrugem no RS foi encontrada em 18/09; em 2015 ocorreu em 27/07. Um problema sério que afeta o controle da ferrugem na atualidade é a resistência de Phakopsoraa muitos fungicidas disponíveis no mercado. Os primeiros a sofrerem com este problema foram os fungicidas triazóis (safra 2007-08); em 2014 surgiu a resistência também às estrobilurinas, cuja característica é ser irreversível. Por isso muitos fungicidas tradicionais na cultura da soja hoje pouco controlam a ferrugem. As alternativas para este problema é a substituição de parte dos tratamentos por novos produtos à base de carboxamidas e a utilização de reforços com fungicidas protetores. Os fungicidas protetores são também conhecidos como multi-sítios, ou seja, atuam sobre várias enzimas, tornando quase impossível o surgimento de resistência eles, como já demonstrado de culturas de frutíferas e hortaliças. Os fungicidas protetores são usados em conjunto com

as misturas comerciais de triazol + estrobilurina ou estrobilurina + carboxamida. A adição dos protetores controla melhor a ferrugem, protege os fungicidas da resistência e resulta em diferenças de produtividade que variam de 2 a 10 sacos/ha, dependendo do fungicida suplementado. O melhor posicionamento dos fungicidas protetores é nas três primeiras aplicações. Atualmente há maior número de trabalhos, informações e resultados positivos com o fungicida mancozebe. Como cuidado final deve-se destacar a necessidade de boa tecnologia de aplicação. Os fungicidas são produtos pouco móveis na planta, portanto precisam ser bem distribuídos sobre a área foliar durante a aplicação. O tempo de absorção dos fungicidas pela planta varia de duas a três horas. Se ocorrer chuva em menos tempo, o intervalo até a aplicação seguinte deve ser encurtado. É fundamental utilizar o adjuvante indicado para cada fungicida. Prof. Carlos Alberto Forcelini, Eng.Agr., Doutor, Universidade de Passo Fundo

DUAS

A ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsorapachyrizzi, apareceu no Brasil em 2001, e logo se tornou a doença mais importante na cultura da soja. A intensidade da doença, medida pelo acompanhamento das lavouras e das áreas experimentais, aumentou significativamente nas três últimas safras. Em 2013, a severidade máxima da doença nos trabalhos conduzidos na UPF atingiu 37%. Em 2014 esse nível passou para 68% e em 2015 para acima de 80%. Quanto ele será em 2016? Certamente alto novamente. As diferenças em rendimento de grãos, entre áreas testemunhas (sem aplicação de fungicida) e aquelas com uma média de quatro tratamentos, atingiram até 21 sacos/ha em 2013, 27 sacos em 2014 e 34 sacos em 2015.


Prêmio

Nimeq/Afubra: produtores de ideias

Edição de 2016 traz novidades na premiação para a categoria Inventor Fotos: Arquivo/Afubra

Professor Pardal, dos quadrinhos Disney, ficaria entusiasmado ao visitar a Expoagro Afubra. Realizado desde 2014, o Prêmio Afubra/Nimeq de Inovação Tecnológica em Máquinas Agrícolas para Agricultura Familiar já soma uma série de criações que deixariam admirados muitos aspirantes a inventores. Assim como nos outros anos, em 2016 os visitantes poderão conferir, de perto, máquina para semeadura de milho e feijão, com tração humana em sistema de plantio direto; máquina para semeadura de milho e feijão, com tração animal e/ou mecânica, em sistema de plantio direto, para agricultores agroecológicos; máquina para semeadura e adubação de milho e feijão, com tração mecânica, em sistema de plantio direto, com mecanismo sulcador rotativo; e máquina debulhadora de milho verde, com acionamento manual, desenvolvidas pelo Núcleo de Inovação em Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Universidade Federal de Pelotas (Nimeq/UfPel), baseadas em demandas de agricultores familiares. Durante o evento, no entanto, não serão apenas os visitantes que terão acesso às novidades da universidade e dos inscritos. “Além de troféu e certificado, os participantes do Prêmio Afubra/Nimeq, na categoria Inventor, também serão agraciados com vales-compras nas lojas da Agrocomercial Afubra, nos valores de R$ 1.250,00, R$ 750,00 e R$ 500,00, respectivamente”, explica o professor e pesquisador Roberto Lilles Tavares Machado, do Nimeq/UfPel. De acordo com Lilles, em 2016 a expectativa é de aumento no número de participantes em ambas as categorias, Empresa e Inventor (no ano anterior foram dez participantes). Durante a feira, o Nimeq/UfPel também espera trocar mais experiências e saberes com os agricultores, além de realizar contatos com empresas. Com isso, a equipe visa divulgar as atividades, principalmente de pesquisa e desenvolvi desenvolvi-

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Tramontini conquistou o primeiro lugar na categoria Empresa mento, realizadas pelo núcleo. “A Expoagro Afubra é importante na divulgação do que o Nimeq desenvolve em máquinas e equipamentos agrícolas, a fim de auxiliar o agricultor familiar a suprir suas necessidades. Além disso, possibilita o contato direto de seus pesquisadores com agricultores familiares de diversas regiões, ampliando a troca de informações”, pontua o pesquisador. Ao mesmo tempo, a participação na feira visa incentivar a inovação, a excelência e a criatividade no setor de máquinas agrícolas do Brasil, destinadas a facilitar o dia a dia da agricultura familiar. Diferencial - Numa parceria entre Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e Núcleo de Inovação em Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Universidade Federal de Pelotas (Nimeq/Ufpel), o Prêmio Afubra/Nimeq ocorreu pela primeira vez em 2014, somente com a categoria Inventor. No ano seguinte, em 2015, foi lançada a categoria Empresa. A comissão julgadora, formada pelos professores-doutores Antônio Lilles Tavares

Machado e Roberto Lilles Tavares Machado, do Nimeq/UfPel, e pelo professor-mestre Maurício Henrique Lenz, do curso de Engenharia Agrícola da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), realizará a avaliação dos equipamentos inscritos na categoria Inventor, por meio das fichas de inscrição, respostas às entrevistas e de fotografias. De todas as máquinas ou equipamentos inscritos serão avaliados diferentes aspectos, como critérios técnicos, inovação ergonômica, segurança, simplicidade, princípio de solução diferenciado e originalidade. A comissão julgadora poderá selecionar até três concorrentes para expor seus inventos durante a Expoagro Afubra (21 a 23 de março) e, posteriormente, receber premiação. Já na categoria Empresa, os equipamentos serão avaliados nos estandes, no dia que antecede a abertura da Expoagro, sendo conhecidos os selecionados no dia 21 de março. As máquinas da categoria Inventor serão avaliadas desde o início das inscrições até a primeira semana de março,


sendo conhecidas na metade do mês. A solenidade de premiação, por sua vez, será realizada no último dia do evento. As inscrições para a categoria Empresa se encerram em 11 de março de 2016. O prazo para a categoria Inventor, no entanto, termina antes, no dia 29 de fevereiro. Em 2015, a Plantadeira de Mandioca, desenvolvida por Samuel Adolfo Zart, de Venâncio Aires, foi agraciada com o primeiro lugar. O produtor Marcio Dionísio Baierle, de Vera Cruz, conquistou a segunda posição com o Separador de Impurezas. Já a terceira colocação ficou com Marcílio Renato Block, de Pantano Grande, que desenvolveu o Adaptador para Rotativa. Entre os inscritos na categoria Empresa, a Tramontini conquistou o primeiro lugar com o Trator 1640 Super Compacto, projetado especialmente para os pequenos agricultores que trabalham no cultivo da uva e do café. O Aplicador Granulado, da Guarany, conquistou o segundo lugar. A terceira colocação foi destinada à Ensacadora de Silagem, da Rovler.

Samuel Adolfo Zart com a sua Plantadeira de Mandioca


Dinâmica de Máquinas

Fotos: : Arquivo/Afubra

Máquinas para colher o futuro

Dinâmica de Máquinas é considerada uma das principais atrações da Expoagro Afubra Fotos: Arquivo/Afubra

Em determinados momentos do dia, ano após ano, uma cena se repete no Parque de Exposições da Expoagro Afubra. Basta o anúncio no sistema de som ou o ruído dos motores para que dezenas de visitantes se dirijam à área destinada à Dinâmica de Máquinas. Diante das apresentações, olhares admirados e planos para o futuro se multiplicam. É comum, entre agricultores de diversos cantos do País, encontrar aqueles que suspiram e se imaginam na direção de tratores, colheitadeiras e de muitos outros atrativos

No espaço, onde sonhos desfilam junto às máquinas, 35 alunos do curso de Engenharia Agrícola da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), junto a professores, estarão envolvidos na organização do cronograma de apresentações. Nas lavouras experimentais, as mostras serão realizadas na segunda-feira, 21 de março, à tarde; terça-feira (22), pela manhã e à tarde; e na quarta-feira (23), turnos da manhã e tarde. Na edição de 2016 a área destinada à Dinâmica de Máquinas deverá ocupar o mesmo espaço do ano passado, sem aumento de tamanho.

Dinâmica de máquinas é atração da Expoagro Afubra Quanto às atrações, as mesmas serão conhecidas somente na semana da feira, explica o Coordenador do Curso de Engenharia Agrícola da Unisc, Maurício Henrique Lenz. De acordo com ele, a parceria com a Afubra é muito importante e pode ser vista como mais um canal de divulgação do próprio curso para a comunidade. Em 2016, ao participar pela 14ª vez da feira, a Engenharia Agrícola oportunizará, outra vez, que os acadêmicos vejam, na prática, o que é discutido em

Você pensa em div ar sua lavoura? Sim, nós lhe ajudamos com informações precisas e matérias atualizadas

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sala de aula. Além disso, o momento de demonstrações é a chance que muitos têm de conhecer as novidades para o campo e avaliar seus desempenhos. “A Dinâmica de Máquinas é uma das maiores atrações da Expoagro Afubra, pois todo agricultor e visitante tem muito interesse em ver as máquinas e implementos agrícolas em funcionamento”, afirma Lenz. Oportunidade para adquirir conhecimento, planejar e fazer acontecer em lavouras de todo o País.


Informe Especial - DIVINUT

Alternativa à cultura do tabaco Nogueira-pecã

A Divinut Indústria de Nozes Ltda, possui sede com 31.500m², com 1.500 m² de área construída, processando nozes-pecã para exigentes e grandes empresas do setor alimentício, que usam ou revendem em todo Brasil. Já no departamento agrícola, a empresa possui 400.000 mudas em todas as fases, acomodadas em canteiros sombreados e estufas, totalmente equipadas com fertirrigação e adubação foliar. São mais de 1.200 matrizeiras próprias, com rastreabilidade até os EUA, o que garante confiabilidade genética ao seu futuro pomar.

A Divinut é pioneira mundial na produção de nogueiras-pecã com raiz coberta e no sistema de implantação e manejo denominado SDP (Sistema Divinut de Produção). O pioneirismo mundial está também na relação com seus parceiros, onde oferecemos um formato de produção com orientação técnica com base de 25 anos de experiência facilitando a entrada de novos

produtores nessa rentável cadeia produtiva. Além da tecnologia que desenvolvemos e da experiência que acumulamos acompanhando mais de 2.000 pomares dos nossos produtores parceiros, superando 500 municípios na região Sul do Brasil, buscamos base tecnológica nos EUA, México, Israel, Chile e Argentina. O repasse dessas informações, se dá por meio do portal na internet com acesso exclusivo, consultas agendadas, e-mails, WhatsApp, SMS, Facebook, telefone fixo ou celular, cursos, dias-de-campo, palestras técnicas, interpretação de análise de solo, com recomendações de adubação, calagem e distribuição de polinizadoras. Como necessitamos de matéria-prima, temos o máximo interesse que sua produção seja maior, mais rápida possível e com a melhor qualidade. Venha conhecer o nosso viveiro de nogueiras-pecã, com raiz coberta. Aproveite a sua visita para conhecer nossas instalações industriais, com descascamento e seleção mecanizados.

Mudas Divinut Enxertadas com variedades híbridas norte-americanas de alta produtividade; Testadas em condições brasileiras, por mais de 40 anos; Produção de alta precocidade, com início entre o 2º e o 4º ano; Resistência as principais doenças, dispensando tratamentos químicos, (pulverizações); Comportamento floral – somente a Divinut possui conhecimento da florada na nossa condição de clima e de solo do Sul do Brasil, possibilitando total segurança do planejamento do seu pomar com polinizadoras adequadas e produtivas; Produção em raiz coberta, o que possibilita o plantio o ano todo, sem estresse de transplante, baixo índice de mortalidade, acentuando a precocidade produtiva; Características ideais para industrialização, frutos graúdos e uniformes; Sistema de manejo agrossilvipastoril para produção de nozes e madeira integrado à pecuária; Alta lucratividade, podendo R$ 80.000,00 há/ano; Baixo custo de implantação e manutenção; Várias linhas de financiamento (PRONAF, PROGER, etc.); Convênio nacional com SICREDI.


Energias Alternativas

Para renovar as energias

Colégio Politécnico de Santa Maria promete apresentar benefícios das energias alternativas Fotos: Divulgação/Afubra

No parque da Expoagro Afubra, em Rincão Del Rey, no município de Rio Pardo/RS, agricultores e suas famílias aproveitam os dias da maior feira do Brasil, voltada à agricultura familiar, para se encher de novas energias. Em 2016, por exemplo, o Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), de Santa Maria/RS, levará ao Parque de Exposições uma mostra de tecnologias de produção de energia fotovoltaica (solar), que pode atender às necessidades básicas de pequenas propriedades rurais ou de projetos de irrigação de pomares e hortifrutigranjeiros. Com coordenação do professor Cícero Urbanetto Nogueira, o projeto das Energias Alternativas promete atrair atenções no estande do colégio, que será montado nas proximidades da casa da Emater, à esquerda do pórtico principal. Na feira, ele e seus alunos bolsistas apresentarão suas tecnologias de captação de energia solar e transformação em energia elétrica, que pode ser utilizada para abastecimento de unidades de produção familiar no meio rural. Por meio do Sistema de Bombeamento de Água, utilizando energia solar fotovoltaica, o grupo espera mostrar que o uso de energia, proveniente de fontes naturais e renováveis, torna-se uma ótima alternativa para a pequena propriedade, devido à facilidade de instalação, manutenção e baixo custo dos equipamentos se comparados aos sistemas convencionais. “Um sistema de bombeamento de água aplicado em pequenas propriedades rurais, através do uso de energia proveniente da luz solar, convertidas em energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas, irá trazer vários benefícios ao proprietário, assegurando uma garantia de demanda de água para inúmeras finalidades”, pontua Nogueira. Conforme o professor doutor Alessandro Miola, diretor adjunto de Pesquisa e Extensão e chefe do gabinete de projetos do Colégio Politécnico da UFSM, “em sua terceira participação na Expoagro Afubra, espera-se reproduzir, novamente, o sucesso alcançado em 2015, implantando um estande amplo e

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Energia solar é alternativa para sustentabilidade na propriedade rural diversificado, repleto de informações interessantes aos visitantes”. Ao mesmo tempo em que deve ocorrer a troca de informações, quem passar pela área do colégio poderá degustar produtos elaborados pelo curso de Técnico em Alimentos, frutas da estação produzidas no Setor de Fruticultura do Colégio ou receber brindes de mudas de flores e árvores produzidas no Setor de Floricultura. Também está prevista a realização de minipalestras e demonstrações técnicas na área de energias alternativas, como as provenientes de luz solar. Polioportunidades - Durante a Expoagro Afubra 2016, os visitantes terão a chance de conhecer outros assuntos, além do projeto de energia solar. De acordo com Alessandro Miola, do Colégio Politécnico da UFSM, na edição da feira “o colégio levará uma amostra dos seus cursos técnicos e de graduação, voltados à atividade agropecuária e à tecnologia do meio rural”. No estande, públicos diversos poderão conhecer um pouco do trabalho realizado pelos cursos técnicos em Agropecuária, em Zootecnia, em Alimentos, em Meio Ambiente, em Paisagismo; e pelos de graduação em Gestão de Cooperativas e em Geoprocessamento.

No decorrer dos três dias, serão apresentados, também, projetos e ações desenvolvidas pelo colégio nas áreas de fruticultura, olericultura, floricultura, paisagismo, agroindustrialização de produtos coloniais e mostra de equipamentos utilizados nas atividades desses projetos. Segundo Miola, “a relação estabelecida entre o público e os alunos e professores envolvidos com o estande tem sido muito produtiva. Nas conversas, os visitantes recebem informações sobre o Politécnico, sobre os meios de ingressar nos cursos e, principalmente, sobre questões e dúvidas técnicas, trazidas de seus lugares de origem”. Além de solicitar esclarecimentos, os visitantes também relatam aos alunos e professores as práticas de produção que adotam em suas propriedades, o que oportuniza um enriquecimento mútuo no conhecimento sobre as lidas do campo. “Para os alunos do Politécnico, a experiência adquirida no atendimento ao público confere-lhes um aprendizado à parte daquilo que é assimilado no mundo acadêmico, isto é, a capacidade de interagir com as pessoas, a relação interpessoal e a desenvoltura de falar em público, algo que só a prática pode desenvolver e consolidar”, explica Miola.


O colégio Com mais de 1500 alunos, em torno de 85 professores e 32 servidores técnicos administrativos, o Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), coleciona anos de trabalhos realizados com responsabilidade e seriedade. Criado por meio da Lei Federal nº 3864, de 24 de janeiro de 1961, era chamado de Escola Agrotécnica de Santa Maria. Anos mais tarde, em 25 de janeiro de 1968, foi transferido para a UFSM, onde permanece até hoje. No total, o educandário dispõe de uma área de 192,87 hectares, totalizando 10.972,62 m² em edificações entre aviários, galpões para máquinas, oficinas, apiários, estábulos, depósitos, salas ambientes, salas de aula, laboratórios de ciências físicas, químicas, biológicas, informática; biblioteca, área de lazer e de circulação, sanitários, salas de professores, anfiteatro, almoxarifado, sala da Cooperativa-Escola, salas administrativas, cozinha, agroindústria, entre outros. O colégio é uma unidade de Ensino Médio, Técnico e Tecnológico da UFSM, que tem por finalidade ministrar a Educação Básica, a Formação Inicial e Continuada, a Educação Profissional Técnica de Nível Médio (cursos Técnico em

Administração, Técnico em Alimentos, Técnico em Agropecuária, Técnico em Contabilidade, Técnico em Farmácia, Técnico em Geoprocessamento, Técnico em Informática, Técnico em Meio Ambiente, Técnico em Paisagismo, Técnico em Secretariado e Técnico em Zootecnia, todos na modalidade Pós-Ensino Médio) e a Educação Profissional Tecnológica de Graduação (cursos Geoprocessamento, Gestão de Cooperativas e Sistemas para Internet). A partir do segundo semestre de 2011, foi ofertado, na instituição, o Mestrado Profissional em Agricultura de Precisão. Além dos cursos tradicionais, o colégio oferta, esporadicamente, cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), como Auxiliar Administrativo, Auxiliar Técnico em Agropecuária, Fruticultor, Operador de Computador, Padeiro e Confeiteiro e Viveirista de Plantas e Flores. Em 2014, o politécnico passou a ofertar, também, cursos técnicos na modalidade à distância. Fruticultura, Manutenção e Suporte em Informática e Cooperativismo são os cursos ofertados no momento pela Rede e-Tec Brasil.


Informe Especial - YARA

YaraLiva TABACO, a evolução da adubação E a garantia de benefícios logísticos A cultura do tabaco é capaz de viabilizar, como poucas, a produção de pequenas propriedades familiares. Ela possibilita a integração com outras culturas e atividades. Entretanto, é importante ressaltar que a cultura é, também, altamente complexa, desde a produção de sementes, até a industrialização, passando – é claro – pela definição de quais insumos usar.

Os fertilizantes para o tabaco devem ter algumas características específicas, que afetam de maneira significativa a cultura. Além de sua composição, as diferenças entre doses e períodos de aplicação têm grande impacto na produtividade e na qualidade das folhas, o que, consequentemente, implica

em uma maior rentabilidade para o agricultor. Apesar deste impacto direto, nos últimos anos, percebemos que evolução genética, os defensivos e as práticas de manejo apresentaram uma evolução muito mais significativa que os fertilizantes. Para atender às rígidas demandas agronômicas da cultura do tabaco e garantir maior rendimento ao produtor, a Yara apresenta aos fumicultores o YaraLiva TABACO. O produto é totalmente inovador e conta, em sua fórmula, com cálcio e boro totalmente solúveis, que conferem mais qualidade às folhas – além dos já tradicionais nitrogênio e potássio. Outro ponto que diferencia o YaraLiva TABACO é que ele não contém sódio, o que ajuda a preservar a

estrutura física do solo. O YaraLiva TABACO garante ainda benefícios logísticos. Seus grânulos recebem o exclusivo tratamento antiempedrante da Yara, que facilita o armazenamento e o manuseio na indústria e nas propriedades rurais. Os também exclusivos métodos de embalagem em pallets e sacarias com vedação por solda trazem mais agilidade e segurança à indústria, e a certeza da qualidade física do produto na lavoura. Além disso, ao contrário de outros fertilizantes nitrogenados para tabaco disponíveis no mercado, o produto da Yara não é considerado “carga perigosa”, portanto não apresenta riscos de incêndio. É mais segurança e rentabilidade para o produtor!


JTI


Agroindústrias

Para crescer, mãos na massa

Em 2016, Pavilhão das Agroindústrias completa dez anos de Expoagro Afubra Fotos: Heloísa Letícia Poll

Na casa onde Geci Fátima Degrandis mora, em Monte Castelo, no município de Pantano Grande/RS, tudo parece ter um colorido diferente. Até mesmo o asfalto, aparentemente sem graça, que leva até a sua morada, ganha cor diferente. Ao passar pelo portão, não há visitante que consiga passar despercebido pelas dezenas de flores (o xodó da dona da casa) nos canteiros ao redor. É que ao conhecer a história dessa agro-empreendedora tudo passa a ser visto com outros olhos e, por sinal, com mais cor. Ou seria, sabor? Os aventais pendurados no varal, rodeados pelo verde das árvores da propriedade de dez hectares, revelam a principal vestimenta de Geci, 59 anos, do companheiro Erni Nicolau Rosa Machado, 65, e de uma funcionária (contratada há mais de um ano), dia após dia. Munidos dela e da touca de proteção, o casal toca as atividades da Agroindústria Gênios: padaria colonial de panificados e pastificados, hoje sua principal fonte de renda. O nome, aliás, surgiu da união da sigla “Ge”, de Geci, e de “nio”, de Plínio, seu ex-marido, falecido há mais de oito anos. Na prateleira cinza, de metal, no cômodo entre o espaço de produção e a cozinha da casa, bandejas de bolachas natalinas, saquinhos de biscoitos amanteigados, cupcakes, cucas coloniais e pães, tanto integrais quanto brancos, constituem o leque de produtos fabricados por Geci. Por mês são produzidas, em média, 500 unidades, comercializadas em mercados e feira rural (primeiro lugar onde começou a vender os comes). Além disso, Geci produz pãezinhos para cachorro-quente e bolachas, destinadas à merenda de algumas escolas do município, e participa do Programa Sabor Gaúcho. Quando deixou o município de Marau, para se aventurar em Pantano Grande, Geci não poderia imaginar o curso que a vida tomaria. De início, ela e o marido, pais de três filhos, adquiriram a área, onde reside até hoje, para o plantio de soja e de arroz (hoje apenas o genro planta soja e trigo em oito hectares). Devido às intempéries do clima e às condições de preço no

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Padaria Gênios participa da Expoagro Afubra desde 2007 mercado, os planos começaram a mudar. Com incentivo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar), do apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS), conhecimento adquirido em reuniões da Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e a ajuda incansável da família, Geci deu início à Gênios, em 2001. Ao conseguir financiamento, adquiriu o primeiro forno, cilindro e mesa. A venda dos quitutes começou a resultar em estabilidade econômica. Assim, a empresa começou a prosperar. Dia de Feira - A Padaria Gênios é apenas uma das centenas de agroindústrias familiares que participam há dez anos da Expoagro Afubra. São as delícias e belezas preparadas por eles que atraem milhares de visitantes a cada edição. Parte dessa década, consta numa pasta preta, de plástico, organizada por uma das filhas de Geci. Lá, entre diversas informações, estão imagens registradas durante a maior feira do Brasil voltada à agricultura familiar. Da primeira participação na Expoagro, em 2007, Geci lembra ter superado as expectativas. Assim como nas demais edições que se seguiram, filas de espera para a compra dos produtos e a fidelização de clientes são marcas registradas, ao longo dessa década. Em termos de vendas, por sinal, o montante representa,

praticamente, todo o volume comercializado durante um mês de trabalho. Muitas vezes é preciso contratar alguém para auxiliar no período. “É trabalhoso, mas vale muito a pena. Sem falar no auxílio que as entidades organizadoras prestam. Pode parecer pouco para muitos, mas para quem é pequeno ajuda muito”, conta a empresária. Para ela, que já participou de várias edições da Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), em Esteio/RS, todo o investimento resulta em reconhecimento. Participar de eventos como esses também são de grande valia, pois oportuniza ampliar o leque de relações e de colocar na vitrine as suas especialidades. Por falar em exposição, os filhos que residem em Porto Alegre e Minas do Leão, e a filha, que trabalha em Rio Pardo, também são responsáveis, muitas vezes, por levar encomendas para amigos e conhecidos. Diante da rotina diária de doze horas de trabalho (preparo dos produtos pela manhã e à noite, entregas e limpeza à tarde), Geci já pensou, inúmeras vezes, em parar. Diante das análises, ela ainda concorda com a fala de um dos seus filhos: “quero ver a mãe sem esses pães”. Para a pequena empreendedora, que sempre procurou ser exemplo como mãe, é preciso fazer escolhas e dar continuidade ao trabalho,


acima de tudo. “Hoje o sentimento é de gratidão. Aos que estão começando, é preciso gostar daquilo que se faz e persistir, pois não é fácil”, aconselha. Os planos para o futuro não param. Em 2010 adquiriu novo veículo para realizar as entregas. Recentemente comprou uma fatiadeira. Para os próximos anos, pretende colocar novo piso na área de produção. “É preciso planejamento, organização, investimento, capricho e boa qualidade para que o negócio possa prosperar”, afirma Geci. Entre tanto trabalho, ainda encontra tempo para cultivar frutas e hortaliças (destinadas ao próprio consumo), produzir compotas de doces de figo e de abóbora e ainda participar, às quintas-feiras, de uma oficina de danças em um Centro de Tradição Gaúcha (CTG) de Pantano Grande, com o companheiro Erni, juntos há mais de dois anos. Uma pequena prova de que preguiça e sucesso não rimam de jeito nenhum.

Receitas de sucesso

O primeiro Pavilhão das Agroindústrias, durante a Expoagro Afubra 2007 No ano de 2007 o Pavilhão das Agroindústrias foi novidade na Expoagro Afubra, com 25 empreendimentos participantes. Em 2016, ao completar dez anos, se consolida como uma das principais atrações da feira, realizada no Parque de Exposições, em Rincão Del Rey, no município de Rio Pardo/RS. Em 2016 serão disponibilizados 150 espaços (mesmo número da edição anterior) para as agroindústrias familiares. Com organização da Afubra, Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Empresa de

Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar) e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), procura-se oportunizar uma vitrine para o trabalho desenvolvido, além de incentivar a diversificação no campo. Entre as pequenas empresas, a edição de 2015 registrou movimentação financeira de R$ 547,4mil, o que representou acréscimo de 9% nas vendas. O número foi superior à edição de 2014, quando somou R$ 502 mil. As agroindústrias também puderam ser conferidas pelas 84 mil pessoas que passaram pelo parque.


ARROZ

Mil motivos para apostar nos grãos

Dia do Arroz promete atrair, mais uma vez, milhares de visitantes ao estande do Irga Fotos: Arquivo/Afubra

Engana-se quem pensa que apenas o feijão faz boa dupla com o arroz. No estande do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), na Expoagro Afubra 2016, os visitantes terão a chance de ver que a soja também pode ser uma grande companhia nas propriedades orizícolas do Estado. De acordo com o coordenador regional da Depressão Central do Irga, Pedro Hamann, durante os três dias de evento, realizado no Parque de Exposições, em Rincão Del Rey, no município de Rio Pardo/RS, os destaques da programação ficarão a cargo dos projetos Soja 6000 e Projeto 10, voltado à alta produtividade do arroz. Lançado pelo Irga em 2015, o Soja 6000 surge com o intuito de aumentar a produtividade de soja em várzea, com uma meta de seis mil quilos por hectare. Durante o evento, os profissionais pretendem abordar a escolha de cultivares, plantabilidade, fertilidade, irrigação e drenagem e controle de pragas e de doenças invasoras. Outro destaque da programação deve ser o Projeto 10, com foco na alta produtividade. Lançado em meados dos anos 2002/2003, a ação é considerada um marco para o Rio Grande do Sul, pois elevou a produtividade para 7,5 mil quilos de arroz por hectare. Na safra atual, no entanto, o projeto volta à tona para ganhar as discussões entre produtores de diversos municípios gaúchos. Ainda na Expoagro Afubra, os agrônomos, técnicos e especialistas do Irga devem abordar peculiaridades de manejo

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Entidades trazem as novidades do setor arrozeiro e apresentar as características das duas cultivares com maior potencial produtivo para a região: a Irga 424 RI e a Irga 429. De 21 a 23 de março, também poderão ser conhecidas as cultivares Irga 425, Irga 426, Irga 427, Irga 428 e a Irga 430. Esta última apresenta como diferenciais um ciclo precoce e alto potencial produtivo. Em 2016 o Irga também deve trazer outra novidade à Expoagro Afubra. Junto à área do instituto deve ser montado um estande que irá abordar aspectos sobre adequação ambiental na propriedade, conta Hamann. No local, os agricultores poderão esclarecer dúvidas e colher informações sobre diferentes pontos, como descarte de embalagens de produtos químicos.

Toda a atenção - Apesar de contar com ampla programação durante os dias de Expoagro Afubra, o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) destaca o Dia do Arroz, que em 2016 será realizado em 22 de março. Durante a terça-feira são esperadas em torno de 40 excursões, num total de 1,5 mil pessoas. No Dia do Arroz os visitantes têm um acompanhamento especial e dirigido, com pequenas palestras durante as visitas nas lavouras experimentais, junto ao estande. Além disso, estudantes, famílias e produtores podem apreciar e aprender um pouco mais sobre a gastronomia com base no arroz, sempre com novas receitas e dicas para tornar o alimento ainda mais saboroso.


Sabor asiático No dia a dia das propriedades rurais, durante as refeições há um prato que não pode faltar na mesa de muitos. Seja na sobremesa, acompanhado do feijão ou em outros pratos, o arroz ocupa lugar especial entre as panelas. Mas, antes de chegar à mesa, os grãos percorrem longos caminhos. Muitas vezes, eles se iniciam nos laboratórios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Presença confirmada nas edições da Expoagro Afubra, em 2016 a instituição pretende dar destaque à BRS 358, cultivar de arroz irrigado para culinária japonesa. A ideia é colocá-la na área em plantio pré-germinado e apresentá-la aos milhares de visitantes que procu-

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ram por novidades durante os três dias de realização da feira. Introduzida no Brasil pela Embrapa, em 1999, por meio do International Irrigated Rice Observational Nursery (IIRON), a cultivar tem como principal característica os grãos com baixo teor de amilose (< 22%), típicos para a culinária proveniente do Japão. Sua avaliação ocorreu nos anos agrícolas 2002, 2003 e 2004 em sete ensaios de rendimento no Rio Grande do Sul. Nesse período, destacou-se por apresentar produtividade média de 8.614 kg ha-1 e outras características agronômicas favoráveis. Nos anos de 2011 e 2012, participou dos Ensaios de Valor de Cultivo e

Uso (VCU) nos estados de Roraima, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, onde apresentou, também, produtividade de grãos superior à testemunha IAS 12-9 Formosa, na maioria dos locais de avaliação. Entre diversas características, as plantas da BRS 358 possuem estatura média de 81 cm e ciclo de 115 dias no Rio Grande do Sul, podendo variar em função do manejo cultural e das condições ambientais encontradas nos demais estados do Brasil. Além disso, apresenta elevado perfilhamento e resistência ao acamamento de plantas.


Turismo Rural

Caminhos da Forqueta é sucesso no Rio Grande do Sul

Seminário de Turismo Rural terá participação do roteiro de Arroio do Meio, no dia 22 de março Um dos embriões do projeto Verde é Vida, desenvolvido pela Afubra, vai apresentar seu case de turismo rural durante o Seminário de Turismo Rural, promovido pela Aturvarp, no dia 22 de março de 2016, durante a Expoagro Afubra, em Rincão Del Rey, Rio Pardo/RS. Trata-se do Roteiro Caminhos da Forqueta, que há cerca de dois anos recebe visitantes em seus mais variados atrativos em Arroio do Meio, no Vale do Taquari. Segundo o presidente da Associação Caminhos da Forqueta, Paulo Reichert, a procura dos turistas aos atrativos tem sido muito grande. O projeto de implantação do roteiro iniciou em 2011 a partir da atuação do projeto Verde é Vida, junto à escola Arlindo Back, na comunidade de Forqueta, quando houve o despertar dos agricultores da

localidade para o turismo. A partir disso, as famílias passaram por capacitações junto ao programa de turismo rural do Senar, nas áreas da identificação e seleção de oportunidades de negócio, planejamento e implantação de pousadas e restaurantes rurais, acolhida no meio rural, roteiros, trilhas e caminhadas ecológicas, implantação de pontos de venda de produtos agroalimentares típicos e de artesanato e segredos da boa culinária rural. Também foram realizadas visitas técnicas em outras regiões, como, por exemplo, Ubirici/SC, Jundiaí/SP, Dois Irmãos e Caxias do Sul no RS, para que conhecessem outras realidades. Atualmente, o Sebrae e o Senar, através do programa Juntos para Competir, estão prestando consultoria nas áreas jurídica e de marketing para qualificar

ainda mais os empreendedores. O lançamento do roteiro ocorreu em novembro de 2013, sendo que atualmente colhe os resultados iniciais pelo desenvolvimento dos seus atrativos. Entre outros, os turistas encontram atrações como o Camping do Erineu, Café Colonial Reichert, Agroecologia Ferrari/Sistema Colhe-Pague, Alambique Maders, Apiário Gisch, Trilha de Pedra e Agroecologia Helena, Sítio Leite Verde, Relógio de Chás junto à Escola Arlindo Back, Alambique Maders, além das belas igrejas da comunidade e do artesanato. Aposta: A Agroecologia Ferrari é um dos empreendimentos que integra o Caminhos da Forqueta. Ela iniciou suas atividades 2003, já tendo mercado para comercialização dos produtos, em supermercados e feiras do produtor. Em


Café Colonial Reichert é o atrativo gastronômico do roteiro

Fotos: Jacson Miguel Stülp/CaseMKT

2013, como parte do roteiro, passou a se diferenciar com a oferta do serviço de horta no conceito “colhe e pague” aos visitantes. Assim, direcionou o mercado para a venda direta na propriedade e segundo a proprietária Márcia Ferrari, as pessoas adoram a ideia de colher os produtos diretos da horta. Outro empreendimento que surgiu a partir da implantação do roteiro foi o Café Colonial Reichert. Nele os turistas podem se deliciar com as guloseimas da gastronomia típica alemã e sentir um pouco do gostinho das iguarias do Vale do Taquari. Seminário: Esta será a 9ª edição do Seminário de Turismo Rural, promovido pela Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp), em conjunto com a Emater/RS e Afubra, durante a Expoagro Afubra. Segundo o presidente da entidade, Carlos Corrêa da Rosa, o objetivo é o de discutir alternativas para os agricultores familiares na área de turismo. “Estamos trazendo o pessoal do roteiro Caminhos da Forqueta, de Arroio do Meio, justamente para nos dar este depoimento de ações implementadas para a atração de turistas e a caminhada que vem tendo enquanto grupo de famílias”, observou.

Agroecologia Ferrari é um dos empreendimentos que integra o Caminhos da Forqueta

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Informe Especial - EMATER

Conservação do solo: indispensável para a agricultura Técnicas corretas de manejo são fundamentais para a sustentabilidade dos sistemas produtivos

Foto: Vagner João Moro

O cuidado com o solo sempre foi uma das principais ações desenvolvidas pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar no decorrer dos seus 60 anos de atuação no Rio Grande do Sul. O manejo do solo é indispensável ao bom desenvolvimento das culturas e compreende um conjunto de técnicas que proporcionam alta produtividade a baixos custos.

No entanto, quando utilizadas de forma incorreta, podem levar rapidamente o solo à degradação, inviabilizando o seu uso para a agricultura. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Vagner João Moro, o atual sistema de exploração agrícola tem induzido o solo a um processo acelerado de degradação, causando desequilíbrio de suas características físicas, químicas e biológicas, afetando progressivamente o seu potencial produtivo. “Fertilizantes, fungicidas, inseticidas e demais insumos estão sendo oferecidos intensivamente na forma de pacotes tecnológicos, muitas vezes sem o respaldo técnico, e geralmente não é dada a devida importância às práticas de manejo do solo”, expõe Moro. Muitos agricultores utilizam a palha oriunda de restos culturais ou de plantas de cobertura para promover a conservação do solo. Contudo, segundo o extensionista, essa técnica não é suficiente. “A palha é de grande importância, pois ela quebra o impacto da gota da chuva. No entanto, essa não é a solução para o aumento da infiltração de água no solo. Se a água não infiltrar, ela vai escorrer por debaixo da palha e isso muitas vezes não é percebido”, frisa o agrônomo, ressaltando que desta forma tudo o que estiver entre a palha e a superfície do solo pode ser perdido. Outro aspecto importante é que a maiorias das culturas são plantadas em linha reta, em função do maior rendimento operacional oferecido por máquinas cada vez inadequa maiores, com o dimensionamento inadequa-

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Simulador de chuva alerta para a importância da conservação do solo

do para a realidade de algumas propriedades. Mas o plantio em linha reta nem sempre é a melhor opção, pois toda vez que não se planta em nível, os sulcos formados pela semeadura acabam se tornando canais preferenciais para o escoamento da água da chuva e ficam à disposição da enxurrada. “É nos sulcos que estão a maioria dos insumos, que podem estar sendo carregados para fora da lavoura, camuflados por debaixo da palha”, explica Moro. Para orientar o público durante a 16ª Expoagro Afubra, será realizada uma demonstração com um simulador de chuva para elucidar aos agricultores as perdas que ocorrem nas plantações e passam despercebidas. O equipamento, desenvolvido pela Embrapa Trigo de Passo Fundo, simula uma chuva intensa em dois sistemas de plantio em caixas coletoras de água instaladas no solo. Um tratamento simula o cultivo em nível e o outro no mesmo sentido da inclinação, ambos cobertos com a mesma quantidade de palha, tipo de solo e declividade. “A ideia é demonstrar que em ambos os tratamentos a água vai escorrer por debaixo da palha. A

diferença é que no tratamento que simula um plantio em nível, a velocidade de escorrimento da água será menor que a do plantado no mesmo sentido da declividade”, explica o técnico. A percepção das perdas ocasionadas no solo demonstradas pelos tratamentos, pretende-se orientar os produtores a utilizarem outras técnicas em conjunto, para diminuírem as perdas nas lavouras. Ainda segundo Moro, uma alternativa para amenizar o escorrimento superficial da água da chuva é a utilização da palhada, ou cobertura vegetal, concomitante com outras técnicas, como o plantio em nível, o sistema de plantio direto com rotação de culturas e tudo isso associado a um terraço. “Com o emprego de todas essas técnicas de manejo do solo se pretende aumentar o tempo que a água permanece na lavoura, deixando ela disponível para as plantas por mais tempo”, conclui o extensionista. Jornalista Carina Venzo Cavalheiro

Assessoria de Imprensa Emater/RS Ascar – Regional de Soledade


Informe Especial - TMF

Tecnologia e inovação em insumos agrícolas

Empresa se destaca no lançamento de produtos para o segmento de fertilizantes especiais O agronegócio vem obtendo cada vez mais relevância no aspecto econômico e social. Diante da demanda crescente por alimentos e a necessidade do aumento contínuo da produção aliado a elevados padrões de qualidade, torna-se fundamental para os produtores utilizarem fertilizantes adequados para a preservação dos solos e o pleno desenvolvimento de suas culturas.

Por isto a TMF Fertilizantes Inteligentes trabalha continuamente para o desenvolvimento de seus produtos e ampliar a capacidade de produção em todas as culturas. Desde a implementação da aplicação de seus produtos, a TMF conta um processo contínuo de coleta, apuração e análise de informações dos produtores o que permite identificar e ampliar técnicas

de plantio e geração de resultados. A empresa atua no segmento de fertilizantes especiais que possuem ação multifuncional e trazem vantagens e benefícios únicos na fertilidade, condicionamento e correção do solo. Os Fertilizantes Inteligentes da TMF trabalham em conjunto com os fertilizantes tradicionais e fazem com que haja liberação contínua e controlada dos nutrientes ao longo do tempo de crescimento da planta. Os produtos da TMF possuem alta concentração de Cálcio e Silício, alta solubilidade e disponibilizam os principais nutrientes, tais como: fósforo, enxofre e potássio, para garantir o sucesso e a alta produtividade a todas as culturas. Toda esta tecnologia está disponível aos produtores especialmente por meio do Fertilizante Inteligente Calsite, utilizado

com o objetivo de proporcionar as culturas maior produção e obter maior qualidade. O Calsite é um produto biodisponível, ou seja, fornece a quantidade de nutrientes que realmente será aproveitada pela planta. Possui também excelente distribuição por ser totalmente solúvel e absorvido rapidamente, além de possuir ação de percolação e expansão no solo o que promove maior equilíbrio em profundidade. Com sua ação imediata pode ser utilizado em qualquer tipo de solo. Outro importante benefício: pode ser empregado em qualquer tipo de cultura e aplicado antes ou durante o plantio sem a necessidade de incorporar. Prof. Carlos Alberto Forcelini, Eng.Agr., Doutor, Universidade de Passo Fundo


Informe Especial - EMATER

Erva-mate: do plantio ao Selo de Qualidade

Emater/RS-Ascar atua desde a orientação aos produtores até a certificação do produto Fotos: Carina Venzo Cavalheiro

Cevar o mate. É assim que começa o dia de muitos gaúchos no Rio Grande do Sul e também fora do Estado. Na família dos agricultores Adelgio e Edila de Lima, do município de Fontoura Xavier, a produção de erva-mate e de tabaco são as principais fontes de renda da propriedade rural há mais de 30 anos, somando uma área cultivada de aproximadamente 10 hectares e 35 mil pés da planta. “Embora atualmente o percentual de lucro seja baixo, pelos custos elevados de produção e transporte, ainda vale a pena investir na atividade”, relata o agricultor.

O manejo da erva-mate é feito pelo casal, que recebe a ajuda do filho mais novo, Rudinei, e de alguns empregados diaristas que auxiliam na limpeza das lavouras. A comercialização da produção é realizada para ervateiras dos municípios de Arvorezinha, Ilópolis e Itapuca. O município de Fontoura Xavier conta com uma ervateira, a Casagrande. Propriedade dos irmãos Guilherme e Vinícius Casagrande Faller, a empresa iniciou há 64 anos com o avô, Fellisberto, quando ele vendia a erva in natura. Além de produzir cerca de 30 mil Kg/mês da folha, o empreendimento ainda conta com 200 agricultores cadastrados como fornecedores, locais e de São José do Herval. “Trabalhamos com esses produtores há quatro ou cinco anos. Sempre visitamos os ervais e ajudamos a cuidar da adubação”, explicou Guilherme. Assim como o cuidado na produção da folha, a localização da ervateira às margens da BR-386 facilita a comercialização. “As pessoas conhecem o produto e reconhecem a marca quando passam pela rodovia. Esse ponto é privilegiado, pois facilita a venda e a divulgação”, expõe Guilherme. A erva-mate processada pela empresa da família abastece, principalmente, supermercados e atacados da região metropolitana. Além da assistência técnica aos produtores, a Emater/RS-Ascar trabalha com a certificação da erva-mate. Por meio do

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Família de Fontoura Xavier investe na produção de erva mate há mais de 30 anos

Núcleo de Certificação de Produtos da Gerência de Classificação e Certificação (GCC), a Instituição audita anualmente as ervateiras que aderem ao processo de certificação, sendo avaliados em torno de 150 itens do Manual de Certificação da Qualidade do Processo de Produção da Erva-mate, e também realiza análises físico-químicas dos produtos certificados semestralmente. Segundo o gerente adjunto da GCC, Gilceu Antônio Cippolat, a avaliação visa garantir a adoção de Boas Práticas Agrícolas e de Fabricação, além de atender a outras normas e legislações para a obtenção de um produto com qualidade diferenciada. Nesse processo os principais aspectos avaliados são relativos à higiene do processo de fabricação, rastreabilidade dos lotes de erva-mate, seleção da matéria prima e condições de transporte e segurança do trabalho. “A certificação prevê auditorias em diversas etapas do processo de fabricação, iniciando

pela colheita, avaliando o transporte da matéria-prima e o processo de beneficiamento, até chegar ao empacotamento do produto final”, explica Cippolat. Após o período de avaliação, cerca de seis meses, as empresas que cumprem com os requisitos estabelecidos recebem um certificado de qualidade e o direito de estampar na embalagem de suas marcas o “Selo de Qualidade” e a descrição “QUALIDADE-EMATER/RS-CERTIFICADA”. “O Selo representa principalmente qualidade no processo de produção, preços diferenciados e a facilidade de uma maior penetração no mercado, já que grandes redes de supermercados e os importadores estão passando a exigir cada vez mais que as ervateiras tenham um selo de garantia de qualidade no produto”, finaliza Cippolat. Jornalista Carina Venzo Cavalheiro

Assessoria de Imprensa Emater/RS Ascar – Regional de Soledade


Informe Especial - OURO FINO

Falsa-medideira preocupa produtores de soja

Desafios surgem a cada safra, mas velhas conhecidas dos sojicultores continuam presentes O agricultor brasileiro está acostumado a superar desafios. Isso porque as safras se diferenciam umas das outras e é preciso se reinventar a cada ano. Mudanças climáticas, por exemplo, tão comuns por aqui, favorecem o surgimento de novas lagartas em lavouras de soja, cultura que chegou ao Brasil em 1882.

O fato dos novos desafios surgirem não significa que velhas conhecidas deixaram de existir. Nomes como o da Falsa medideira (Chrysodeixis includens), da Lagarta das vagens (Spodoptera) e o da Lagarta-da-maçã (Heliothis), são comuns todos os anos. A Falsa medideira, aliás, é a que mais tem crescido nas últimas três safras, segundo apontam os especialistas. A lagarta tem

coloração verde clara, linhas brancas e, tipicamente, apresenta dois pares de pernas abdominais. Ela se alimenta de folhas da parte mediana da planta e ocorre a partir da fase reprodutiva estendendo-se até o fim do ciclo. “De fato é a que predominou nesta última safra, sendo que em algumas regiões a incidência foi maior. Ela traz sérios problemas a lavoura e é mais difícil de ser controlada pelo hábito que mantém”, explica Osmar Conte, pesquisador da Embrapa Soja. Para o engenheiro agrônomo Everton Campos, o uso inadequado de inseticidas (produtos com modo de ação diferente) pode favorecer a criação de certa tolerância das lagartas. Por isso, ele orienta que os produtores procurem profissionais especializados para que seja programada

uma rotação de ativos. “Essa é uma preocupação que nós, da Ourofino Agrociência, temos. Procuramos sempre orientar os produtores sobre quais as formas de aplicação de cada produto, assim como a época e as doses corretas, visando manter a sanidade da sua lavoura sempre em dia”, afirma ele, que é gerente de Marketing da empresa. A Ourofino, aliás, oferece ao mercado o inseticida BrilhanteBR, produto que atua nos três estágios da praga - ovo, lagarta e mariposa - com alta eficiência no combate a insetos de difícil controle. O BrilhanteBR foi testado e aprovado por diversos produtores. "O grande diferencial deste produto é sua ação ovicida, que contribui para um maior período de controle, garantindo a cultura um controle maior”, explica Campos.

O que é do homem a lagarta não come.

O Metomil 215 g/L SL da Ourofino com alta eficiência no controle das lagartas. Um produto brilhante até no nome.

IMPORTANTE Denuncie. Não arrisque sua liberdade. Diga não aos agrotóxicos ilegais. Para sua proteção, respeito à saúde pública, ao meio ambiente e à segurança no trabalho, nunca use produtos falsificados e contrabandeados, é crime. Disque Denúncia Agrotóxicos Ilegais: 0800 940 7030

ADVERTÊNCIAS Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e na receita, e faça-o a quem não souber ler. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.

Informe-se sobre e realize o manejo integrado de pragas e o de resistência a doenças e plantas daninhas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos.

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10/12/15 14:30


Informe Especial - EMBRAPA

Novidades em cultivares, genética e manejo Segurança alimentar e menor dependência econômica ao agricultor

Foto: Luis Suita

As pessoas vivem um momento em que a busca por um mundo mais saudável e sustentável se torna um compromisso. A Agricultura está fazendo também a sua parte. Uma forma de contribuir com isso é apresentar estratégias tecnológicas para garantir segurança alimentar a toda uma sociedade, incluindo os próprios agricultores.

Nesta edição da Expoagro Afubra 2016, na área de exposição das tecnologias da Embrapa, o agricultor familiar vai conhecer possibilidades para diversificação produtiva. As novidades são cultivares, genética e manejo em sistemas de produção envolvendo grãos, leite e solo.

Novas cultivares de batatas e pequenas frutas A cultura da batata-doce ganha duas novas cultivares direcionadas à produção de etanol como uma motivação ao uso de combustíveis renováveis. Segundo o pesquisador Luis Antonio Suita de Castro, a batata-doce privilegia pequenos produtores rurais por não exigir grandes áreas de plantio, apresentar custo baixo, alto rendimento, ser produzida em terras menos férteis e os seus resíduos reaproveitados. A cultivares apresentadas são a BRS Fepagro Viola e BRS Gaita. A primeira é um produto da parceria Embrapa e Fepagro. A duas cultivares são usadas para produção de etanol, devido ao tamanho das raízes de arma-

zenamento e a sua boa concentração de amido. Elas apresentam dupla finalidade, pois podem ser consumidas. As duas cultivares indicam uma produtividade em torno de 75 t/ha. A BRS Fepagro Viola tem cor da casca púrpura e a polpa creme. A BRS Gaita apresenta casca e polpa creme. Outra atração fica por conta da apresentação da cultivar de amoreira-preta BRS Xingu, de maturação mais tardia, produz 800g por planta. As frutas são preto-avermelhadas, de tamanho médio a grande e boa firmeza. O sabor é doce-ácido, precisa de 200 a 300 horas de acúmulo de temperatura abaixo de 7,2ºC e tem muito boa conservação pós-colheita.

Vale do Rio Pardo tem espaço para viticultura Motivo de orgulho na Exposição são os primeiros frutos da parceria entre a Embrapa e a Afubra. O vinhedo, implantado no final de 2012, já está com algumas plantas em produção e esse é um dos objetivos: mostrar que a viticultura na região do Vale do Rio Pardo é tecnicamente viável. Durante a feira, os visitantes podem conhecer o vinhedo demonstrativo e algumas práticas de manejo, como implantação, enxertia e poda de formação. Em

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parceria com a Emater, os técnicos estarão divulgando o Programa de Melhoramento Genético de Uva, com cultivares para processamento – BRS Magna, BRS Violeta, BRS Carmem e Isabel Precoce e cultivares de uva de mesa – BRS Núbia e BRS Vitória, além das variedades Niágara Rosada e do grupo Itália. Há também orientação aos agricultores como usar bons materiais vegetativos e avaliar e identificar mudas de qualidade.

Nova cultivar de batata-doce para etanol

Arroz especiais são alternativas para fumicultores Uma outra ideia para o agricultor familiar apostar são nichos de mercado especializados, como investir no plantio de arroz de cultivares especiais. A BRS 358, cultivar de arroz irrigado para culinária japonesa é uma dessas especialidades. Ela tem várias características agronômicas favoráveis além de produtividade de grãos. O peso médio de 1000 grãos é de 23 g. O rendimento industrial dos grãos é superior a 65%. Os grãos são do tipo curtos, com baixa amilose, tornando-se pegajosos após cocção, sendo características desejáveis para a culinária japonesa.


Informe Especial - EMBRAPA

A palavra é: Planejamento Com cultivares forrageiras recomendadas pela Embrapa é possível resolver carências de pastagens e produzir leite o ano inteiro A produção de leite é uma atividade que pode ser aliada à produção agrícola na propriedade familiar. Mas, há épocas de escassez de pastagens. Os períodos de outono, entre março e maio, e de primavera, entre outubro e dezembro, apresentam menor oferta de alimentação nativa para o rebanho, com queda da produção leiteira. Os vazios forrageiros surgem no campo e a pesquisa traz como solução o planejamento forrageiro.

O planejamento forrageiro é feito com o manejo de cultivares

recomendadas pela Embrapa, que prolongam as culturas de verão, e outras, que antecipam as de inverno. Elas vão propiciar a oferta de pastagens durante todos os meses do ano. As cultivares que estão em exposição na Feira são os capim elefante BRS Kurumi, capim sudão BRS Estribo, cornichão URSBRS Posteiro e o trevo branco BRSURS Entrevero. O agricultor pode acompanhar o quadro do calendário de cultivares, características de produção de várias espécies e sua produtividade. Também no campo e no estande

são apresentadas opções de forragens à base de cereais de inverno, como trigo e centeio, que podem ser utilizados como duplo propósito. Outras cultivares de cereais são divulgadas: o trigo BRS Tarumã, para integração lavoura-pecuária, centeio BRS Serrano, para cobertura de solo e pastejo, sorgo para grão BRS 332, com maior produtividade; sorgo forrageiro BRS 810, de corte e pastejo, com tecnologia BMR (Brown MidRib); sorgo silageiro BRS 655, para silagem de alta qualidade; milheto BRS 1503, para forragem de verão.


Foto: Gustavo Silva

Raça Jersey em exposição No galpão de animais, dez exemplares da raça jersey que fazem parte do projeto de pesquisa estão à mostra dos agricultores como motivação à produção de genética leiteira. "Os animais desta raça são diferenciados, eles apresentam maior quantidade e qualidade de sólidos no leite", indicou o pesquisador Darcy Bitencourt.

Agricultura conservacionista e disponibilidade de água Na demonstração de tecnologias, os técnicos apresentam o simulador de chuvas, equipamento de caráter didático que permite visualizar o efeito da enxurrada em solo coberto com palha e a comparação com o solo em pousio. "O objetivo é conscientizar para o manejo conservacionista do solo nas lavouras produtoras de grãos da região", explica o analista Jorge Lemains. Todas as tecnologias da Embrapa são mostradas em parceria com a Emater/RS. Estão envolvidas nesta edição as unidades de pesquisa da Embrapa Clima Temperado, Milho e Sorgo, Pecuária Sul, Produtos e Mercado (escritórios de Capão do Leão e Passo Fundo), Trigo e Uva e Vinho.

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Cultivar cornichão que estará em exposição na Feira


Informe Especial - IRGA

Irga participa da 16ª Expoagro Afubra em 2016 Novas variedades e manejo serão demonstrados ao público O projeto Soja 6000, Manejo para Alta Produtividade de Arroz (Projeto 10) com as cultivares Irga 424 RI e Irga 429, além das demais cultivares de arroz Irga serão o foco dos três quadros demonstrativos, que totalizam dois mil metros quadrados, que serão apresentados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz, durante a Expoagro Afubra 2016. A implantação da área ficou por conta da equipe do 5º Núcleo de Assistência Técnica (Nate) de Rio Pardo e pretende apresentar aos produtores as tecnologias mais recentes difundidas pelo Instituto para garantir maior produtividade e redução de custos nas lavouras de arroz e soja na rotação com a cultura do Estado. Lançado em junho de 2015, o Soja 6000 é o projeto de alta produtividade de soja e busca difundir o conhecimento existente para a cultura quando em rotação com o arroz irrigado. A meta é atingir a produtividade de seis mil quilos por hectare, através da transferência de informações e práticas de cultivo para obter altas produtividades. Será usada a mesma metodologia e experiência adquiridos com o projeto

10 em arroz irrigado, explorando a particularidade do Irga de possuir pesquisa e extensão rural. A expectativa é de que sejam conduzidas até dez áreas nesta safra nas seis regiões arrozeiras do Estado. Entre os desafios estão questões como a drenagem, adaptação das terras baixas para receber a cultura da soja, época de semeadura, cultivares melhor adaptadas, qualidade do estabelecimento da lavoura, plantabilidade, fertilidade, plantas daninhas, monitoramento de pragas e doenças e irrigação. O projeto pretende melhorar a produtividade da soja em solos de terras baixas e a difusão da tecnologia que já existe, possibilitando o acesso ao maior número de produtores e, de certa forma, contribuir para o melhor equilíbrio da produtividade. Em 2015, foi realizado, em Porto Alegre, o 1º Encontro de Produção de Soja em Terras Baixas no Sul do Brasil com o lançamento do projeto e, em 2016, o segundo encontro, ocorre de 21 a 22 de junho, em Santa Maria. As variedades Irga 424RI e Irga 429 também serão apresentadas aos produtores, suas características e recomendações de uso. A cultivar Irga 424RI

apresenta como característica principal a resistência aos herbicidas do grupo químico das Imidaxolinonas registrados para a cultura do arroz irrigado. Recomenda-se o uso dessa cultivar em áreas que apresentem infestação com arroz vermelho, onde o controle através de outras técnicas de manejo não esteja sendo eficiente. Pode ser cultivada no sistema com irrigação por inundação, e nos sistemas que utilizam a semeadura em solo seco, como o de preparo do solo convencional, cultivo mínimo e plantio direto. A cultivar Irga 429 é adaptada ao sistema de cultivo de arroz pré-germinado, por apresentar boa resistência ao acamamento de plantas. Entre as suas principais características estão colmos fortes e boa arquitetura, folhas eretas, tolerância à toxidez por excesso de ferro no solo, alto potencial produtivo e moderadamente suscetível à brusone. Os grãos são longos-finos e com boa qualidade industrial e culinária.

Luciara Schneid

Assessoria de Comunicação


Informe Especial - FEPAGRO

Pesquisa de soluções para a agropecuária gaúcha Instituição estará presente na Expoagro Afubra 2016

Na área demonstrativa, serão plantadas parcelas de duas cultivares de sorgo, desenvolvidas pela Fundação: a Fepagro 12, destinada à produção de silagem, corte e pastejo; e a Fepagro 19, que possui alta produção de biomassa, superando o Anúncio Recompra_arte final.pdf 1 14/12/2015 11:59:36 milho, e pode ser utilizada em outros processos, como a produção de álcool. O sorgo é uma gramínea anual de verão. Há

cultivares adaptadas para uso em silagem, pastejo direto, corte verde, feno e produção de grãos - componente básico para as rações de bovinos, suínos e aves. 96 anos de pesquisas - A Fepagro é o órgão oficial de pesquisa agropecuária do Rio Grande do Sul. Conta com 20 centros distribuídos pelo Estado, além da sede, em Porto Alegre. Atua em diversas atividades agropecuárias, em uma perspectiva de diversificação de culturas e de proporcionar soluções para o produtor. Há 96 anos, a Fundação cumpre esse papel, atendendo às demandas do setor produtivo agropecuário do Rio Grande do Sul. Nova cultivar de batata-doce será lançada - A Expoagro Afubra será palco do lançamento de uma nova cultivar de batata-doce pela Fepagro, em conjunto com a Embrapa. A BRS Fepagro Viola -, que se propõe a ser mais uma alternativa aos produtores gaúchos, usada tanto para

Foto: Fernando Dias

Aproximar os agricultores das pesquisas, serviços e tecnologias desenvolvidas pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). Com essa finalidade, a instituição marcará presença na Expoagro Afubra 2016 com um estande em um espaço de 300 metros quadrados. “Nele, estará incluída a área demonstrativa com cultivares próprias de sorgo, divulgação diária de boletins meteorológicos, exposição das cultivares de feijão Garapiá e Triunfo, sempre com a presença de nossos pesquisadores”, afirma o diretor técnico da Fundação, Carlos Alberto Oliveira.

O sorgo é uma gramínea anual de verão alimentação humana e animal, quanto para produção de biocombustível (etanol), por sua alta concentração de amido. Sua produção supera 75 toneladas por hectare, enquanto a média nacional é de 11 toneladas por hectare.


Informe Especial - SEAPA

Governo lança programa de conservação de solos e água Iniciativa busca produtividade com sustentabilidade

A iniciativa tem o objetivo de enfrentar uma realidade atual, de um risco mundial de colapso dos solos, em estágio progressivo, pensando na oportunidade que o Brasil tem de fortalecer as ações em manejo e conservação de solos. Neste sentido, o secretário da agricultura, pecuária e irrigação, Ernani Polo, ressalta a relevância da criação do programa estadual de conservação de solos e água no RS, devido ao potencial de retorno que pode representar. "Estamos realizando um programa de Estado, que seja permanente e que garanta um novo cenário para as novas gerações, fazendo um trabalho focado na importância do cuidado com o solo e a água, atuando com dois eixos muito claros: melhorar a qualidade dos nossos solos, tendo como consequência o aumento da produção de alimentos e a preservação do meio ambiente. Temos um grande potencial agropecuário no RS e precisamos focar no aumento de nossa produtividade, o que é extremamente possível com um programa abrangente e adequado de manejo de solos e água. Para isto colhemos uma série de sugestões que foram incorporadas no grupo de trabalho que estruturou o programa. Pensamos no futuro em uma

ação de Estado", diz o secretário Ernani Polo. O programa também terá caráter educativo, chamando a sociedade para a importância do cuidado com o solo: "A ideia é difundir a cultura do manejo correto do solo e da água nas escolas, nas universidades, junto aos produtores e sociedade em geral. Aproveitamos para lançar o Programa em 2015, declarado pela ONU como, o ano internacional dos solos, para despertar a necessidade destas práticas e aumentar a produtividade com preservação ambiental e consciência", explicou o secretário. O público a ser atingido pela política estadual contempla os agentes da cadeia agropecuária, produtores rurais e suas associações, cooperativas agrícolas, instituições de crédito agrícola, entidades de classe, comitês de bacias, prefeituras municipais, universidades, instituições de pesquisa, ensino e extensão rural, usinas hidrelétricas, entidades privadas e de assistência técnica. O Programa visa recuperar a capacidade de infiltração de água nos solos agrícolas degradados; reduzir a taxa de erosão hídrica no Rio Grande do Sul e reduzir o risco de escassez hídrica a partir da reserva/armazenagem de água no solo. Serão desenvolvidas ações como um

Fotos: Fernando Dias

O Rio Grande do Sul deu o pontapé inicial na construção de uma política permanente de conservação de solos e água. Idealizado e lançado no Palácio Piratini em dezembro de 2015, o Programa Estadual de Gestão de Solos e Água é resultado de um extenso trabalho conjunto entre secretarias, instituições de pesquisa e extensão rural e demais entidades relacionadas com o tema. Foi estruturado por um comitê, composto por Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Secretaria Desenvolvimento Rural e Cooperativismo; Secretaria do Ambiente e desenvolvimento sustentável; Secretaria da Educação; EMATER/RS; EMBRAPA FECOAGRO; FEPAGRO; FETAG; FARSUL; FIERGS; FAMURS; Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Núcleo da Região Sul da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; BNDES, SINTARGS, escolas técnicas agrícolas, universidades e demais instituições afins.

Secretário Ernani Polo Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (ATERS) em Uso, Manejo e Conservação do Solo e da Água, Programa de Reserva/Armazenagem de Água e Programa de Apoio ao Ensino de Solo e de Água na Escola, entre outros. Alexandre Farina

Assessoria de Comunicação

Plantio direto de soja

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Informe Especial - SDR

SDR estimula sustentabilidade na agricultura familiar Tecnologias garantem segurança alimentar ao trabalhar de maneira integral a terra

Foto: Divulgação/Afubra

As agroindústrias familiares terão apoio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) para participar da Feira da Agricultura Familiar na Expoagro Afubra 2016. Para o próximo ano, o secretário da SDR, Tarcisio Minetto, ampliará as políticas de apoio à produção sustentável, estimulando a adoção de práticas que sejam ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente lucrativas. “O agricultor familiar tem a nobre missão de produzir o alimento, e o Estado vai colaborar para que as famílias do campo cumpram sua atividade com as melhores práticas, tendo como meta gerar renda e mantendo as pessoas na atividade”, afirma Minetto. A SDR está comprometida com o governador José Ivo Sartori a fazer uma gestão de resultados, com indicadores como o fortalecimento das cadeias produtivas, o desenvolvimento do cooperativismo gaúcho, o apoio a agroindústrias gaúchas, projetos para abastecimento, armazenamento de água ou irrigação e projetos para fortalecimento etnosustentável. A pasta atua com foco na agricultura familiar, responsável por 70% dos alimentos servidos na mesa dos brasileiros, e no cooperativismo, em seus 13 ramos. O trabalho de Minetto e sua equipe é ancorado em quatro eixos: desenvolvimento rural sustentável, infraestrutura, cooperativismo e educação profissional, assistência técnica e extensão rural. Um tema que tem ganhado cada vez mais força na sociedade é a produção sustentável. “Também trabalhamos para dar apoio à permanência do jovem no campo e à agroindústria familiar, que agrega renda às famílias rurais e incentiva os jovens a continuarem na atividade”, pondera o secretário. Uma das ações importantes da SDR é o apoio às políticas de compras da agricultura familiar pelos mercados institucionais. Além disso, o secretário Minetto apoia o desenvolvimento integrado da pesca artesanal e da aquicultura. Em 2015,

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Secretário destaca a importância da permanência do jovem no campo a secretaria lançou o Programa Integrado de Pesca e Aquicultura, que visa a popularizar o consumo de peixes no Rio Grande do Sul, a partir de iniciativas de incremento da produtividade, produção sustentável, industrialização e comercialização de pescado. Uma tendência que tem ganhado cada vez mais espaço no mercado e conta com apoio da SDR é a produção agroecológica e orgânica. “Nossa missão também promover o desenvolvimento rural sustentável com ações para aumentar o acesso a alimentos saudáveis, para proporcionar melhor qualidade de vida no campo e na cidade”, diz Minetto. Neste sentido, a SDR foi parceira do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e da Embrapa Uva e Vinho para

lançar em 2015 a cartilha “25 recomendações técnicas para o viticultor”, com o intuito de conscientizar o produtor para reduzir uso de agrotóxicos no cultivo da uva. “A agroecologia e a produção orgânica são estratégicas para o desenvolvimento da agricultura familiar”, acredita Minetto. “Essa modalidade traz na sua essência a produção de alimentos saudáveis, o menor uso de recursos externos à propriedade, o respeito ao ambiente e a conservação da agrobiodiversidade, possibilitando uma maior agregação de valor à produção.” Jornalista Itamar Pelizzaro

Assessoria de Comunicação - SDR/RS


Informe Especial - SISTEMA FARSUL

SENAR-RS leva capacitação ao produtor rural Assuntos serão abordados durante oficinas

Fotos: : Emerson Foguinho/Divulgação Senar-RS

Entre 21 a 23 de março, em Rio Pardo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado (SENAR-RS) recepciona os visitantes da Expoagro Afubra no estande do Sistema Farsul. A entidade vai realizar oficinas sobre o Cadastro Ambiental Rural e sobre Normas Regulamentadoras.

Cursos sobre Normas Regulamentadoras Os cursos tratam do trabalho em espaço confinado (NR 33), um para o trabalho em altura (NR 35) e outro para trabalho com inflamáveis (NR 20). A notificação de produtores rurais por conta das três NRs foi o que motivou o SENAR-RS a lançar os quatro cursos em 2015. Todos os novos cursos terão turmas de 5 a 12 alunos, com idade mínima de 18 anos e alfabetizados, e carga horária que varia entre 8h, 16h ou 40h. O espaço confinado é aquele com pouca ventilação, que não é projetado para ocupação humana contínua e tem locais de entrada e saída limitados. No meio rural, pessoas que trabalham em silos, moegas, poços, secadores, tanques e reservatórios, por exemplo, precisam de capacitação para operarem de forma legal. Aos trabalhadores, o SENAR-RS oferece curso de 16h. A entidade também direciona curso semelhante de 40h para supervisores de entrada desses locais - pessoas responsáveis por autorizar o ingresso dos trabalhadores e tutelar o exercício. O terceiro curso trata do trabalho em altura, toda atividade executada acima de dois metros do nível inferior em que exista risco de queda. Serviços comuns no campo, como reparos em telhados, trabalhos em silos e moegas e descarregamento de caminhões, dependendo da altura, podem ser enquadrados na normativa. A manipulação de inflamáveis e combustíveis, assunto da quarta nova capacitação do SENAR-RS, é menos comum no meio rural, ainda que igualmente perigosa se feita sem orientação. O curso deve atender sobretudo funcionários encarregados de abastecer máquinas agrícolas em reservatórios de combustível de fazendas gaúchas. Alessandra Bergmann

Assessoria de Imprensa Senar-RS

Instrutores vão esclarecer dúvidas quanto aos aspectos técnicos do preenchimento do CAR

Oficinas do CAR Instrutores vão esclarecer dúvidas do público quanto aos aspectos técnicos do preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), cujo prazo de inscrição é até maio/16. O espaço do SENAR-RS contará com dois terminais de atendimento para os produtores realizarem o cadastro e painéis com as principais informações do CAR, além de mesas interativas onde são mostradas imagens de satélite de quatro propriedades rurais com diferentes classificações do uso do solo segundo o novo Código Florestal e localizadas tanto no bioma Mata Atlântica, quanto no bioma Pampa. Desde maio de 2014, o SENAR-RS está promovendo palestras de mobilização aos produtores rurais sobre o cadastro. A entidade também está promovendo cursos sobre o CAR, com duração de 16 horas, onde os produtores terão oportunidade de conhecer e aprender a preencher corretamente o cadastro.

O espaço contará com dois terminais de atendimento para os produtores realizarem o cadastro

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Informe Especial - FETAG

Agroindústria incentiva sucessão rural Fetag apoia crescimento do setor

Fotos: Divulgação

A busca por alternativas à cultura fumageira, que nas últimas safras enfrenta preços baixos e as incertezas constantes das intempéries, motivou Elso (53) e Angela Raymundo (43) a abrirem a agroindústria Nossa Casa Produtos Coloniais há dois anos, época em que o filho Éricles estava com 18 anos. Essa nova opção em agregar renda e também incentivar o jovem, que é formado técnico agrícola pela Escola Família Agrícola (EFA), em Santa Cruz do Sul, a permanecer na propriedade de 3 hectares, que fica na localidade de Malhada, em Passo do Sobrado. O projeto foi pensado e desenvolvido por toda família durante a formação na EFA.

Angela e Éricles elaborando doce de goiaba Associado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais desde a sua fundação, Elso conta que a diversificação está dando resultados e colhendo lucros com schmier, geleias, molho de tomate, pepinos em conserva e o carro-chefe: goiabada cascão ou de corte, elaborada com a casca, mas sem as sementes, largamente consumida no doce Romeu e Julieta. Em pouco mais de dois anos de atividade, a agroindústria estará pela terceira vez na Expoagro Afubra 2016 e já participou em duas oportunidades na Expointer (Esteio), Expodireto (Não-Me-Toque), Exposol (Soledade), Expocande (Candelária), Expovale (Lajeado), Expofeira (Estrela), Fenarroz (Cachoeira do Sul), Copa do Mundo (Porto Alegre) e Oktoberfest (Santa Cruz do Sul). Além das feiras, que ele considera fundamentais para dar visibilidade aos produtos e ao próprio negócio, a produção também é destinada a padarias, mercados e supermercados em Santa Cruz do Sul, Pantano Grande, Candelária, Cachoeira do

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Sul e Lajeado. “Todo o nosso trabalho e dedicação estão dando resultados e, principalmente, motivando Éricles a permanecer por aqui, aprendendo a cuidar do seu próprio negócio”, justifica. Há 25 anos, quando Elso e Angela se casaram, eles plantavam 100 mil pés de tabaco em parceria com o sogro, sendo a cultura fumageira a principal renda de todos. Ele lembra que a dependência de mão de obra era grande, inclusive eram obrigados a contratar duas pessoas, além de toda a família, nos períodos de plantio e colheita. “A venda do tabaco pagava as despesas e ainda sobrava alguma coisa”, admite. Em 2010, quando o sogro completou 69 anos e decidiu parar de plantar tabaco, a família começou a reduzir o tamanho da lavoura e hoje cultiva 20 mil pés. Além do tabaco, plantam hortaliças, como pimentão e pepino, cujo excedente é vendido em Arroio do Meio e Venâncio Aires. E para suprir a demanda da agroindústria, na época da safra adquirem de vizinhos uva, amora, e

jaboticaba. O figo, a goiaba, o pimentão, o morango e o pepino são produções próprias. “A boa aceitação no mercado é a garantia que a família tem para seguir neste caminho”, projeta. Fetag apoia: a importância que a Fetag dá para as agroindústrias familiares se insere no Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), que é organizar a produção e, com isso, agregar valor. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, disse que através da agroindústria é possível realizar um trabalho com a família, em especial se constata que a juventude está bastante presente. “Além da Fetag proporcionar um ganho considerável às famílias, ainda faz com que os jovens permaneçam no campo através da agroindústria. Isto por que a atividade faz com que todos os integrantes trabalhem juntos. Inclusive existem casos em que mais de uma família atua numa mesma agroindústria, o que potencializa o trabalho e o resultado”, completa o dirigente.


Elatus

Aplicou,

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© Syngenta, 2015.

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