Florestas integradas e rentávei
Tabaco
As resoluções da COP 7
Assistência O auxílio dos técnicos aos produtores
uma realidade crescente na agricultura familiar
Expoagro Afubra
A maior feira do Brasil voltada à agricultura familiar.
21, 22 ema2rç3o de
Informações: (51) 3713-7715 www.afubra.com.br
2017
ENTRADA GRATUITA
A rentabilidade da sua lavoura comeรงa pela escolha de bons parceiros.
Afubra e produtor rural: Hรก mais de 60 anos colhendo bons resultados. www.afubra.com.br
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As definições da COP 7 6
PALAVRA DO COORDENADOR COMEMORAÇÃO
A Floresta na Expoagro Afubra
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Fumicultores se reúnem na Bahia
SISTEMA SILVIPASTORIL Foto: Cristina Severgnini
Foto: Divulgação/Afubra
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PALAVRA DO PRESIDENTE
BOLSA DE SEMENTES 18
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União entre estudantes, universidade e viveiros Foto: Heloísa Poll/Afubra
Foto: Divulgação/Afubra
ÍNDICE
Pastoreio e produção de madeira unidos 40
BRACATINGA
Nativa de Santa Catarina ganha força CADASTRO AMBIENTAL RURAL
Prazo até fim do ano de 2017 Foto: Heloísa Poll/Afubra
Floresta: opção de diversificação e renda
Monitoramento por satélite 50
Foto: Juarez Pedroso/Afubra
TECNOLOGIA
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NOVIDADE
A integração que vem dando certo
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Clones de eucalipto são nova opção
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MATA ATLÂNTICA
Espaço Cultural conta com a Mostra Científica
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NASCENTES
O resgate de pequenos paraísos
EDUCAÇÃO ILPF
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Foto: Divulgação/Afubra
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AGROINDÚSTRIAS
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Incentivo, valorização e diversificação Foto: Heloísa Poll/Afubra
AGEFLOR
Açaí de palmeira juçara 69
PRÊMIO
Inventores recebem premiação 73
ANIMAIS
Pecuária de corte na pequena propriedade rural
ASSISTÊNCIA
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Técnicos auxiliam proprietários rurais
EXPEDIENTE Revista Expoagro Afubra 2017 - 12ª edição Publicação da Associação dos Fumicultores do Brasil – Afubra Rua Júlio de Castilhos, 1031 96810-156 – Santa Cruz do Sul – RS Telefone: 51 3713-7700 – Fax: 51 3713-7715 Website: www.afubra.com.br E-mail: expoagro@afubra.com.br Expoagro Afubra BR 471 – Km 161 – Rincão Del Rey – Rio Pardo – RS
Coordenação Geral: Eng. Agr. Marco Antonio Dornelles Coordenação Editorial: Luciana Jost Radtke / Márcio Almeida Coordenação Gráfica: Cristian Bischoff Coordenação Publicitária: Sílvio Clovis Genehr Textos: Cristina Severgnini (MTb/RS 9.231), Heloísa Letícia Poll (MTb/RS 16.224) e Luciana Jost Radtke (MTb/RS 13.507) Diagramação: Cristiano Henrique Schindler Colaboração: Josiane Aline Goetze/Sabine Hentschke Impressão: Tiragem: 40 mil exemplares Distribuição gratuita
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PALAVRA DO PRESIDENTE
“Para haver diversificação, é preciso que ela seja viável” Depois de encerrada a 7ª Seção da Conferência das Partes (COP 7) da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT), em novembro de 2016, na Índia, permanecem apreensões sobre assuntos referentes à fumicultura. Conforme o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, as questões dos artigos 17 e 18 da CQCT (que tratam de alternativas econômicas à produção de tabaco) já estavam bastante claras e definidas. Mas, há dificuldades em tornar viável essa diversificação, especialmente no que se refere a logística e mercado. “Se for feita a diversificação com 5% de produtores de uma localidade, ela será sustentável”, diz. “Porém não é simplesmente incentivar o produtor a diversificar, as alternativas precisam funcionar como funciona a cadeia do leite, de aves, de suínos e do próprio tabaco. Aí o produtor vai se sentir confortável em mudar de produção ou de atividade”, explica. Além disso, a recomendação da COP 7 de os governos oferecerem custeio para os produtores de tabaco que queiram diversificar está tendo tratamento contrário no Brasil, pois os financiamentos são dificultados em vez de facilitados. “Não sei dizer exatamente qual é o órgão do governo ou instituição financeira brasileira que não estão interpretando o que a Organização Mundial da Saúde quer, pois há restrição a financiamento ao produtor de tabaco, principalmente no acesso ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar)”, salienta Werner. Uma das questões do documento final da COP 7 trata sobre a proibição de que países que não produzem tabaco venham a iniciar a atividade. Na opinião do presidente da Afubra, falta clareza a
Fotos: Luciana Jost Radtke/Afubra
Para a Afubra, produtor só investe em outra atividade se sentir segurança para isso
Benício Werner: dizer que redução do consumo não tem ligação com a produção é desconhecer oferta e demanda
“O que realmente está causando prejuízos aos fumicultores são as restrições e o aumento de preços, pois os consumidores estão diminuindo ou indo para os produtos contrabandeados” essa questão, que foi apresentada como benéfica para a produção brasileira. “Se os outros países não iniciaram o cultivo do tabaco em outro momento, por que iniciariam agora que o produto está sendo tão combatido?”, questiona. “Eu não vejo lógica nessa ‘boa ação’ que a OMS (Organização Mundial da Saúde) está propondo”, declara. “Também não está claro se, nos países produtores de tabaco, os agricultores que não estão na atividade neste
momento vão ou não sofrer a restrição que está sendo colocada”, alerta. “Acho que, com isso, foi aberto um caminho para não deixar que aquele produtor que não está produzindo tabaco possa vir a produzir”, salienta. Além disso, segundo o presidente da Afubra, as afirmações de que há combate ao cigarro sem atingir o produtor é jogo de cena. “O que realmente está causando prejuízos aos fumicultores são as restrições e o aumento de preços, pois os consumidores estão diminuindo ou indo para os produtos contrabandeados” diz. “O tabaco é produzido para ser consumido. Então, dizer que combatendo o cigarro não terá reflexo na produção é desconhecer oferta e demanda”, ressalta. Na avaliação de Benício Werner, a COP 7 não foi, dentro da pauta de trabalho, decisiva. “Houve recomendação de que os governos tratem as decisões observando as suas legislações e particularidades e levando em conta algumas observações e ressalvas que os países fizeram ao ratificar a ConvençãoQuadro”, diz. Levando em conta o docu-
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mento final da Conferência (ver principais pontos no box ao lado/abaixo), a partir de agora a diretoria da Afubra pretende ficar atenta para evitar que o setor seja surpreendido com decisões altamente prejudicais, como ocorreu na COP 4, no Uruguai. “Precisamos estar muito alertas para que não venha a acontecer novamente o que aconteceu em 2010, no Uruguai, onde o governo decretou uma série de medidas de restrições ao consumo de cigarros, inclusive com aumento de tributos que incentivaram o contrabando e a sonegação”, finaliza.
Werner: diversificação depende de vários fatores, principalmente, mercado e logística
Principais decisões da COP7 Artigos 17 e 18 – Recomendação de que os governos incentivem, através de oferta de crédito, os produtores de tabaco a investirem em outras atividades. Comércio – Envolver a Organização Mundial de Saúde nas relações comerciais entre os países. Atualmente esses acordos bilaterais são de competência apenas da Organização Mundial do Comércio. Mercado ilegal – Foi criado o protocolo de combate ao mercado ilegal e na COP 8, deverá ocorrer a primeira reunião específica sobre o tema.
Saiba Mais A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco é um tratado internacional da OMS que determina a adoção de medidas nas áreas de publicidade, advertências sanitárias, tabagismo, comércio ilegal e preços e impostos. O Brasil assinou o documento em maio de 2003 e ratificou a adesão em outubro de 2005. No Brasil, a Conicq articula a organização da agenda governamental para o cumprimento das recomendações do tratado. A Conferência das Partes é a instância deliberativa da Convenção-Quadro e reúne os Estados Partes a cada dois anos. Durante as sessões da COP, ocorre análise do tratado e são aprovadas diretrizes para orientar os países na adoção de medidas nacionais.
Linha do tempo COP 1 (2006, Suíça) - Criou um secretariado permanente dentro da OMS. COP 2 (2007, Tailândia) Aprovou diretrizes para a implementação do artigo 8 da Convenção-Quadro, com restrição à liberdade de fumar em ambientes fechados. COP 3 (2008, África do Sul) Aprovou diretrizes para a implementação dos artigos 5, 11 e 13 da CQCT, com decisões sobre as embalagens e restrições na publicidade. COP 4 (2010, Uruguai) Aprovou diretrizes para os artigos 9 e 10 (conteúdo e divulgação de informações), 12 (educação e comunicação) e 14, sobre tratamento da dependência do tabaco. COP 5 (2012, Coreia) Recomendou políticas para implementação dos artigos 17 e 18, que tratam de alternativas econômicas à produção de tabaco. COP 6 (2014, Rússia) Aprovou a implementação dos artigos 17 e 18 e diretrizes para implementação do artigo 6, sobre políticas nacionais de preços e impostos.
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PALAVRA DO COORDENADOR
A Floresta na Expoagro Afubra A determinação dos produtores rurais e sua capacidade de superar os mais diversos desafios, tem sido uma luta constante, e é necessário que os agricultores se mantenham firmes e fortes, principalmente pelo momento político e econômico conturbado que nosso país atravessa. O setor agropecuário brasileiro tem mostrado nos últimos anos que é o caminho para o desenvolvimento não somente para as famílias rurais, mas também para os municípios, estados e federação. Em nossa região não é diferente, principalmente pelas diversas atividades produtivas do meio rural: da produção de tabaco à produção de alimentos. É neste contexto que a Expoagro Afubra preparou para 2017, mais uma edição com muitas atrações, começando pelo tema definido que coloca a “Floresta” em evidência pela visão econômica, social e ambiental. Destacamos a participação da Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas Florestais) no lançamento e durante a feira, que vai mostrar o panorama do setor no Rio Grande do Sul, o que representa e quanto pode crescer através da produção de energia, celulose, resinas, móveis, alimentos e outros. A atividade florestal tem gerado muitos empregos e renda à muitas famílias, oportunizando a participação de pequenos e médios produtores rurais. Gera impostos aos cofres públicos e proporciona benefício ambiental incontestável, tanto pela conservação e cobertura do solo como também a contribuição à redução de emissão de gases causadores do efeito estufa. A floresta nativa tem importância para a manutenção da biodiversidade de pode ser explorada racional-
mente e gerar renda. Deve-se ter cuidado com as florestas, independente de ser reserva legal. Destacamos na feira o Espaço Cultural que, além da Mostra Científica do Projeto Verde é Vida da Afubra, onde as 14 escolas premiadas estarão apresentando seus trabalhos, terá como tema a “Floresta e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável”, contando a história, a importância econômica, ambiental, social e cultural. Também, diversos projetos ambientais de entidades parceiras estarão presentes. A programação também terá em diversas áreas do parque tecnologias com o tema Florestal - como os Sistemas de Integração Lavoura, Pecuária e Florestas (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs) - serão apresentados, assim como o lançamento do Programa Gaúcho para a Qualificação e Valorização da Erva Mate, Programa Agroflorestal da Afubra e outros. A principal razão da escolha deste tema para a feira foi baseada na busca da sustentabilidade, que tem na produção agropecuária integrada com a Floresta, o grande caminho a ser desenvolvido para realmente continuarmos produzindo e reduzindo impactos ao ambiente. A programação terá vários encontros e fóruns discutindo temas de importância como o Fórum de Diversificação de Atividades Produtivas Rurais, seminários e reuniões com entidades regionais e órgãos governamentais. Destacamos também a dinâmica de máquinas, setor de Exposição de animais, o dia do arroz, as agroindústrias familiares – em conjunto com a Fetag/RS e Secretaria de Desenvolvimento Rural Pesca e Cooperativismo (SDR)
Foto: Arquivo/Afubra
Tema central mostrará oportunidades ao setor
Engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles, coordenador da Expoagro Afubra Emater/RS Ascar -, além dos estandes do Farsul/Senar-RS, Irga, Emater, Embrapa e as Universidades e todos os demais expositores de lavouras demonstrativas, de insumos agrícolas, ferramentas, implementos e máquinas agrícolas, bem como empresas prestadoras de serviços. Para finalizar, agradecemos a presença mais importante, que são todos os Produtores Rurais Visitantes da feira que anualmente tem vindo verificar as novidades, buscando suprir suas necessidades, sendo a presença destes agricultores o nosso grande objetivo. Uma boa feira a todos.
SERVIÇO/17ª EXPOAGRO AFUBRA Quando: 21, 22 e 23 de março de 2017 Onde: Parque da Expoagro Afubra – BR 471, km 161, Rincão del Rey, Rio Pardo/RS Horário: 8 às 18 horas, com entrada franca Ônibus grátis: de hora em hora, a partir das 8h, fazendo o trajeto de ida e volta, da matriz da Afubra (Rua Carlos Trein Filho, Santa Cruz do Sul) até o Parque da Expoagro Afubra. De Rio Pardo, um horário na parte da manhã, com saída em frente ao escritório da Emater. Expositores: mais de 400, entre empresas, instituições e entidades. Alimentação: três restaurantes com buffet e quatro lancherias Estacionamento interno: 6 mil veículos Informações: Site: www.afubra.com.br / E-mail: expoagro@afubra.com.br Atrações: Exposição de máquinas e equipamentos, lavouras demonstrativas, Dinâmica de Máquinas, Dia do Arroz, Piscicultura, Animais (ovinos, gado de corte e de leite, aves), Seminário de Turismo Rural, Fórum de Diversificação, palestras técnicas, avicultura colonial, Usina de Biodiesel, Quintais Orgânicos, Agroindústrias, Espaço Cultural, Hortaliças, Área Florestal, entre outras.
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DIA DO PRODUTOR DE TABACO
Na Bahia também tem produtor de tabaco Depois de três eventos no Sul do Brasil – região que concentra a maior produção de tabaco do País –, Cruz das Almas, na Bahia, sediou em 2016 as comemorações do Dia do Produtor de Tabaco. Organizado pelo Sindicato da Indústria do Tabaco no Estado da Bahia (SindiTabaco/BA) e pela Câmara Setorial do Charuto Baiano, o evento reuniu cerca de 450 pessoas, em sua maioria, produtores de tabaco. A programação contou com palestras, pronunciamentos de autoridades e depoimentos de fumicultores da região. O secretário da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Romeu Comemoração foi realizada na Bahia, em 2016 Schneider, ao fazer uso da palavra, lembrou aos presentes da história da entidade e também como surgiu a ideia de comemorar, mundialmente, o Dia do Produtor de Tabaco. “O tabaco tem uma história longa que se mistura à história de nosso país, fortalecendo a economia de municípios e estados produtores. Os números da cadeia produtiva do tabaco não deixam dúvidas sobre a importância da mesma para o desenvolvimento social e econômico de todo o País”, disse Schneider. Ele ainda apontou os inúmeros ataques que o setor vem sofrendo por parte de grupos anti-tabagistas e enfatizou a importância da participação na 7ª Conferência das Partes, realizada em novembro de 2016, na Índia. “Mesmo que não tenhamos voz ativa, precisamos estar lá e acompanhar de perto o que será decidido”, destacou Produtor de tabaco deram seu depoimento Romeu.
PARA LEMBRAR O produtor de tabaco tem um dia dedicado a ele: 28 de outubro. A data foi definida na assembleia da Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (Itga), em outubro de 2012. A escolha do dia deve-se à história. Em 1492, Cristóvão Colombo navega em direção às Américas. No dia 28 de outubro, dois tripulantes da embarcação visitam o interior do que viria a ser a ilha de Cuba. Eles encontram nativos e testemunham um estranho ritual em que a fumaça de folhas queimadas é inalada através de um tubo. Assim aconteceu a apresentação das folhas conhecidas pelos nativos como Cohiba e que mais tarde seria chamada de tabaco. Desde então, manifestações e homenagens são realizadas em diferentes países. No Brasil, as comemorações ocorre-
ram em 2013, em Santa Cruz do Sul/RS, e reuniram 1.500 pessoas; 2014, em Canoinhas/SC, reunindo 800 pessoas; 2015, em Rio Azul/PR, reunindo 450 pessoas; e em 2016, em Cruz das Almas/BA, com cerca de 450 pessoas. Todos os encontros reuniram fumicultores e autoridades e contaram com uma ampla programação, com destaque para depoimentos de produtores de tabaco. Oficialmente, a data foi instalada pelas Assembleias Legislativas do Rio Grande do Sul (Lei 14.208, de março/2013, de autoria do deputado estadual Heitor Schuch), de Santa Catarina (Lei 16.114, de setembro/2013, de autoria do deputado estadual Mauro de Nadal), e do Paraná (Lei 17.729, de 2013, de autoria do deputado estadual Anibelli Neto.
Fotos: Divulgação
Evento em Cruz das Almas comemorou dia do fumicultor
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AGEFLOR
Tentando acertar o passo da oferta e procura O cultivo florestal pode ser uma ótima opção de renda para o produtor rural. E muita gente já se deu conta disso, pois o Brasil possui 7,8 milhões de hectares com florestas cultivadas, sendo que 8% desse total está no Rio Grande do Sul. Segundo dados da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), o setor representa 2% da área total do Estado, com área de florestas plantadas de 593 mil hectares, sendo 309 mil hectares de eucaliptos, 185 mil hectares de pinus e 100 mil hectares de acácia negra. Conforme o presidente da Ageflor, Diogo Carlos Leuck, o produtor deve avaliar para quem ou que tipo de mercado vai vender sua floresta, isso para poder fazer a escolha correta da espécie e ter um produto final de alto valor. “As parcerias com empresas consumidoras são uma boa forma de se fazer este planejamento, principalmente para quem não tem experiência no assunto, pois muitas empresas dão orientação técnica, subsídios, insumos e até mesmo garantem a compra futura dos produtos” diz o executivo. “A floresta é a poupança do produtor rural, pois ele pode consorciar outras culturas, como melancia, gado, ou até fumo; desde que planeje isto no início, deixando o espaçamento correto, por exemplo”, explica. Para Leuck, outra vantagem de ter uma floresta é que o produtor pode esperar mais para colher, caso ele queira aguardar melhores preços, ou colher antes, caso precise de recursos. “Uma floresta tem em média sete anos de tempo para corte, no caso de celulose ou energia, isto significa que ela também pode ser colhida com cinco ou até 12 anos”, comenta. “No caso de
Fotos: Divulgação
RS conta com 593 mil hectares de florestas cultivadas e 2,3 mil empresas do setor
Diogo Leuck: presidente da Ageflor
“Curva do excesso de oferta deverá se inverter nos próximos anos, podendo levar à escassez de matéria-prima” madeira para serraria o tempo é maior, 15 a 20 anos, mas nada impede de conduzir a floresta até 30 ou 40 anos”, lembra. Porém, o executivo alerta que a oferta e demanda por madeira não tem tido um bom equilíbrio no Rio Grande do Sul, principalmente nos últimos anos. “Estes ciclos de altas e baixas na demanda, contrários à oferta, se devem basicamente a dois fatores: falta de política de incentivo florestal e insegurança jurídica para os investidores”, lamenta. Quanto à política para o setor, o presidente da Ageflor explica que em alguns anos há linhas de crédito fáceis e
baratas para produção e em outros anos há escassez de linhas de crédito. Na opinião do presidente da Ageflor, o fator política de incentivo devia ir além da questão dos financiamentos, e oferecer análise de oferta e demanda e orientação para que o produtor avalie se os clientes estão em distância viável da área a ser plantada, por exemplo. “Também deveríamos ter orientação técnica para que a floresta, além de ser da espécie de interesse do mercado, tenha qualidade para ser vendida a bons preços”, diz. “A segurança jurídica, fundamental em uma política de incentivos, deve ter regras claras, principalmente na questão ambiental”. Além disso, Leuck conta que há alguns anos havia bons preços e baixa oferta, sem política de orientação nem restrição aos plantios, o que expandiu muito a silvicultura, mais do que a demanda. “Essa oferta excessiva fez com que os preços caíssem, principalmente no mercado de energia (lenha), em que o consumo caiu muito devido à crise econômica e redução na produção empresarial”, explica. A equação que leva em conta oferta e demanda para definir o preço ocorre em qualquer mercado, mas na silvicultura os resultados - bons ou ruins - tendem a perdurar mais por causa do ciclo mais longo da produção. “Em vista disso, estamos visualizando uma inversão das curvas de oferta e demanda, pois a área plantada nos últimos anos é menor do que a perspectiva futura de consumo, o que irá gerar valorização das florestas, mas também poderá gerar falta de matéria-prima para as empresas que não tiverem bons estoques florestais ou planos de fomento vinculados aos seus
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planejamentos”, projeta. “Estamos observando uma retomada muito forte pelos produtos de base florestal, os acordos internacionais por energia limpa e o uso de produtos ecologicamente corretos estão indicando que a demanda por florestas vai crescer, e muito”, salienta. Meio ambiente Na proteção de habitats naturais, o setor florestal contribui significativamente para a preservação de áreas naturais e a recuperação de áreas degradadas. No RS, segundo dados da Ageflor, as empresas do setor mantêm mais de 525 mil hectares de áreas protegidas na forma de Reserva Legal, Áreas de Preservação Permanente e Reservas Particulares de Patrimônio Natural, além das áreas de Alto Valor para a Conservação nas unidades de manejo de empresas. Do total de 1,1 milhões de hectares de áreas protegidas no Estado, 50,5% são unidades de conservação e 49,5% são áreas protegidas pelo setor de base florestal. Perspectivas Diante das tendências mundiais em relação ao consumo crescente de madeira serrada, MDF, aumento da participação das madeiras cultivadas e aumento da demanda por produtos oriundos de fontes renováveis como a floresta, o Rio Grande do Sul se destaca como uma das regiões mais promissoras do hemisfério sul para a atividade florestal. O Estado possui vocação florestal graças às suas condições edafoclimáticas, disponibilidade de terras e avançada tecnologia florestal. O setor florestal gaúcho pode se tornar um grande polo florestal, aparelhado para exercer a política florestal com bases legais definidas, atraindo novos investimentos e fortalecendo a cadeia produtiva.
Legislação RS Aprovadas no final de 2016, as novas normas da legislação gaúcha vão servir de base para a construção de uma política de governo para o setor de produção de florestas comerciais. A lei traz segurança jurídica para o setor, ou seja, toca justamente nos dois pontos que trarão maior estabilidade ao setor e equilíbrio na oferta e demanda. De acordo com Diego Leuck, a aprovação do PL 145 foi um passo fundamental, mas não o único necessário. “É preciso implementar o cadastro florestal e criar um órgão que reúna os entes envolvidos, para definir as políticas e planejar o setor”, diz. “Precisamos também revisar o ZAS (Zoneamento Ambiental da Silvicultura), o que já deveria ter ocorrido em 2014, e acompanhar o ZEE (Zoneamento Econômico e Ecológico) para colocar as florestas comerciais onde elas devem estar social, econômica e ambientalmente”, enfatiza o presidente da Ageflor.
Para saber mais sobre o setor florestal No Rio Grande do Sul há 2,3 mil empresas que integram a cadeia produtiva de base florestal, sendo as maiores uma indústria de celulose, quatro de papel, três de painéis reconstituídos, três de processamento de cavacos, duas de extração de tanino e várias serrarias e indústrias de móveis distribuídas em 11 polos moveleiros e 10 polos de serrarias. 95% das empresas são do segmento móveis de madeira, localizadas nos polos moveleiros de Bento Gonçalves e de Lagoa Vermelha. O RS tem destaque na produção nacional de cavacos, representando 60% da produção total do país, com 900 mil toneladas por ano. No Brasil, a lenha responde por 20% da oferta bruta de fontes primárias de energia renovável, enquanto no RS esta proporção chega a 31%, com um consumo de lenha de 7,2 milhões de m³. O segmento agropecuário é o maior consumidor de lenha, seguido do residencial, do industrial e do comercial. Dos produtos florestais não madeireiros, os taninos extraídos da casca de acácia-negra são largamente utilizados na indústria coureira e na produção de adesivos e floculantes para tratamento de água e de efluentes. A produção de casca está concentrada no RS, que representa 100% da produção do País. Já a resina é obtida do pinus, sendo coletada de árvores vivas em processo semelhante à extração do látex da borracha. No RS a espécie mais utilizada é o Pinus elliottii. A resina é composta por breu e terebintina. O breu é usado na fabricação de tintas, vernizes, colas, adesivos, esmaltes, borracha sintética, isolantes térmicos, etc. A terebintina é usada na indústria química e farmacêutica, em produtos de limpeza, desinfetantes, inseticidas, fixadores de perfume, desodorantes. A erva-mate é a principal cultura florestal nativa do sul do Brasil. A cadeia produtiva da erva-mate gera 700 mil empregos, envolvendo mais de 725 empresas beneficiadoras, que produzem 355 mil toneladas de erva-mate por ano, sendo alternativa de renda para 180 mil produtores familiares no sul do Brasil. No RS a cadeia produtiva é típica da pequena propriedade familiar, com mais de 250 indústrias e baseada em plantios de 30 mil hectares, que abrangem 13 mil propriedades.
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INFORME ESPECIAL - EMATER
Sistemas Agroflorestais: produção e sustentabilidade Racionalizar o uso dos recursos naturais, da mão de obra disponível na propriedade e planejar os sistemas de produção como estratégia de conservação da biodiversidade são alguns dos benefícios esperados com a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAF). Os Sistemas Agroflorestais podem ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas, em vista da capacidade das árvores para a recuperação da fertilidade e conservação do solo, além de a maior biodiversidade proporcionar condições adequadas para a recuperação ambiental. Além dos Sistemas Agroflorestais, deve-se destacar outros sistemas de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), como os Sistemas Agrossilvipastoris, em que são cultivados de forma concomitante árvores madeiráveis, em espaçamentos mais abertos, com culturas anuais, e produção pecuária quando o desenvolvimento florestal inviabilizar as culturas anuais, pelo efeito do sombreamento. Estes sistemas, em geral, apresentam menor diversidade de espécies e um arranjo espacial mais regular, facilitando a mecanização das áreas e uma produção mais intensiva, porém menos diversificada que os Sistemas Agroflorestais. Segundo o assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar da área de florestas e sistemas agroflorestais, Antonio Carlos Leite de Borba, a dificuldade de manejo dos Sistemas Agroflorestais depende da complexidade estrutural e da diversidade de espécies do sistema implantado. Já os sistemas de ILPF, apresentam menor diversidade de espécies, normalmente formado com o plantio de grãos como o milho, feijão ou soja, e um componente arbóreo como o eucalipto, pinus ou acácia negra, juntamente com uma espécie exótica e de rápido crescimento, possibilitando maior facilidade de mecanização de implantação, manejo e exploração. Para a implantação de Sistemas Agroflorestais é recomendado o uso de espécies nativas como o angico, o cedro e a canjerana, entre outras espécies, ou espécies exóticas como o eucalipto, o pinus e a acácia negra, dependendo do objetivo que o agricultor tem. Nos sistemas
Kátia Marcon/ Emater/RS-Ascar
Sistema possibilita melhor aproveitamento dos recursos existentes na propriedade rural
Agrofloresta e a produção de citros pode gerar bons resultados de integração com pecuária, recomenda-se a entrada dos animais após os três anos de implantação florestal, para que as árvores não sejam danificadas por eles. “Além disso, no caso de entrada do gado, a orientação é de que seja de terneiros e não vacas de maior porte, inicialmente. Depois do quarto ano de desenvolvimento florestal, pode-se entrar com rebanho de maior porte”, orienta Borba. Para esclarecer e orientar os agricultores sobre a utilização dos Sistemas Agroflorestais nas propriedades rurais, foi realizada a implantação de um exemplar deste sistema na parcela de Fruticultura, no espaço destinado à Emater/RS-Ascar durante a Expoagro Afubra. O planejamento e implantação foi realizado em parceria entre a Emater/RS-Ascar, a Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema/RS) e a Embrapa Clima Temperado, de forma a definir as melhores espécies a serem plantadas e seu arranjo. “Nessa edição, o público poderá visualizar o primeiro ano de plantio de diversas espécies arbóreas, que cumprem funções como o aumento da biodiversidade, que confere maior estabilidade contra pragas e doenças; sombreamento; quebra-vento, que oferece maior resistência e resiliência a eventos climáticos extremos como vendavais e geadas, entre outras. Também será possível observar diferentes espécies cultivadas, como plantas de cobertura nas entrelinhas do pomar”, explica o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar e
coordenador da parcela de fruticultura, Wagner Soares. Certificado de Implantação de Sistema Agroflorestal de Base Ecológica Para incentivar a produção em Sistemas Agroflorestais, Agroecológicos e Biodiversos, a Sema/RS, por meio do Departamento de Biodiversidade (DBio), fornece o Certificado de Implantação de Sistema Agroflorestal de Base Ecológica. A certificação agroflorestal é um procedimento administrativo, adaptado às necessidades dos agricultores familiares, através de procedimento simplificado, que pode ser encaminhado nas agências regionais da Sema/RS, nas diferentes regiões do Estado. A certificação agroflorestal tem validade de dois anos e garante que o agricultor possa realizar as ações de manejo agroflorestal, podas e corte de árvores, para garantir a entrada de luz e a manutenção da produção das culturas anuais e frutíferas, além de obtenção de madeira para uso na propriedade. Outro incentivo oferecido pelo Estado é a possibilidade de financiamento por meio do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), através de projetos elaborados pela Emater/RS-Ascar e via Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). Jornalista Carina Venzo Cavalheiro Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar - Regional Soledade
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LAVOURA/PECUÁRIA/FLORESTA LAVOURA/PECUÁRIA/FLORESTA
NOZ temos a força Na lista de bons motivos para visitar Anta Gorda, distante 200 quilômetros de Porto Alegre, no nordeste do Rio Grande do Sul, provavelmente as belas paisagens estão entre seus itens principais. Do alto da estrada, o verde exuberante das pequenas florestas brinda os visitantes. Hortênsias na beira do asfalto, entre outras flores, dão o toque especial às montanhas que constituem um retrato ainda mais inspirador. E, por falar nisso, se a razão da visita for a busca por inspiração para a vida no campo, o município de seis mil habitantes tem muito mais a oferecer. Um bom observador vai notar, logo na entrada da cidade, que há uma árvore soberana nos campos das propriedades. É a nogueira pecã, responsável pela renda de dezenas de produtores anta-gordenses. Por meio da comercialização da noz, muitas famílias têm encontrado alternativa de renda bastante animadora e garantido à Anta Gorda a liderança na produção no Estado, ao lado de Cachoeira do Sul/RS. No município, onde uma das principais atividades econômicas é a produção leiteira, a noz pecã possibilita que esses mesmos produtores cultivem árvores em suas propriedades, integrando lavoura e pecuária. Conforme o engenheiro agrônomo Fernando Selaravan, da Emater/RS-Ascar de Anta Gorda, hoje são 470 hectares destinados ao cultivo das nozes, divididos entre 285 produtores. O incentivo para o cultivo da nogueira se deu no fim dos anos 1960 e início da década de 70, quando mais de 300 moradores implantaram nogueiras. Com isso, hoje os primeiros pomares completam mais de 40 anos, sendo a Mahan a primeira cultivar plantada, conta Selaravan (80% dos pomares, no entanto, foram implantados nos últimos 15 anos). Além da produção, em si, o município também conta com diversos viveiros e uma agroindústria, onde são comercializadas nozes in natura, caramelizadas, chás, casca moída, rapadura, entre outros produtos.
Fotos: Heloísa Poll/Afubra
Plantio de nogueiras pecã possibilita nova fonte de renda aos produtores
Elmir e Fernando na nogueira de 40 anos que rendeu 20 quilos de nozes com casca Pomar de esperança – Optar pela noz pecã como alternativa de renda, no entanto, requer planejamento. A colheita é recomendável a partir dos seis anos de idade da planta, quando pode render de quatro a cinco quilos. Mais tarde, aos oito anos, pode-se colher em torno de doze quilos por árvore e, aos dez em diante, 20 quilos. Na Linha Doutor Felizardo Junior, por exemplo, com 500 árvores de noz pecã em produção, o produtor Elmir José Lampert, 46 anos, colheu mais de cinco mil quilos do fruto em 2016. Com a venda a R$ 20/Kg, com casca, o morador faz jus ao nome da localidade onde vive. A colheita, quem sabe, seja maior daqui a alguns anos, pois no total são de 900 a 1 mil pés plantados na propriedade, sendo 300 dos tempos em que tudo começou por lá. A colheita mecanizada leva em torno de 20 minutos por árvore. Caso a comercialização do produto seja sem casca, o agricultor tem facilidade em contratar mão de obra. Para o serviço, senhores e senhoras aposentados encontram uma atividade extra na lida com as
nozes, que são comercializadas para diversas cidades, como Caxias do Sul, Passo Fundo, Porto Alegre e até mesmo de Santa Catarina. Por falar nisso, Elmir adquiriu as terras onde foram, justamente, plantadas as primeiras árvores da espécie. No caminho até a sua casa, no alto de um morro, distante a menos de cinco minutos do centro de Anta Gorda, as nogueiras são as guardiãs da estrada. Desenham nos céus a história de muita gente que vê na diversificação a chance para prosperar ainda mais. Os planos de abrir, futuramente, uma agroindústria, onde a filha Andressa Lampert, 15 anos, também possa atuar, são indícios de que o amanhã tem tudo para ser ainda mais farto. Agenda cheia – Quando o assunto é diversificação, Elmir poderia dar uma aula a muitas pessoas. A propriedade dele, onde vive com a esposa Liamara Rigoni Lampert, 40 anos, e a filha já viu passar diversas atividades por suas terras. Natural de Anta Gorda, quando chegou à localidade, em 1994, tudo era apenas mato, com as nogueiras desativadas ao redor. No início de tudo cultivava apenas
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milho, feijão e melancia. Há 26 anos, no entanto, também é produtor de tabaco. Já chegou a plantar de 60 a 70 mil pés, mas hoje cultiva apenas 20 mil. Atualmente, possui 33 vacas, mas 27 em ordenha, o que garante uma produção diária de 600/700 litros de leite. Ele, Liamara e mais um diarista, contratado esporadicamente, ainda cuidam de 60 hectares de milho, 8ha destinados à pastagem, 3 a 4ha de erva-mate, 15 mil pés de eucalipto, pomar com melão, melancia, ameixa, animais para consumo próprio, horta e demais culturas de subsistência. Em meio a essa agenda apertada, onde sobra apenas os domingos para descansar, o produtor também encontra tempo para produzir vinho, destinado apenas ao próprio consumo. Do montante de terras, apenas 15ha são de Elmir, que já chegou a criar suínos, mas hoje prefere não lidar com animais de corte. “Aqui todos os espaços da proprie-
dade são aproveitados. Não se perde nada”. Elmir se empenha para levar a afirmação adiante. A prova disso é de que, há dez anos, começou a trabalhar com viveiro de mudas de nogueiras, com a produção anual de 150/200 mil mudas das variedades Melhorada, Imperial, Sucess, Barton e Importada. Por meio dele, também é realizada a prestação de assistência técnica para os três estados do Sul do Brasil, sendo especialistas em poda. “Onde tem noz, nós vamos”, conta Elmir, orgulhoso.
SAIBA MAIS
Planos da filha é de permanecer na propriedade, atuando em uma futura agroindústria
Com a escolha adequada das mudas e uma assessoria quanto ao manejo e à implantação da cultura é possível produzir nozes em qualquer lugar do Estado, afirma Fernando Selaravan, engenheiro agrônomo. Outro benefício da cultura é, justamente, a possibilidade de consorciar cultivos, como soja e milho, e ainda desenvolver a pecuária. As nogueiras oportunizam boa rentabilidade e são de fácil manejo, se transformando em uma interessante alternativa de renda para a propriedade agrícola.
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LAVOURA/PECUÁRIA/FLORESTA LAVOURA/PECUÁRIA/FLORESTA COP 7
A vaca foi para a sombra Muita sombra e água fresca, com vista para a Argentina. É nesse cenário que vivem as vacas na propriedade de Elmo Müller, 64 anos, morador de Linha Conceição, em Itapiranga, no oeste de Santa Catarina. Os animais são, para ele e sua família, uma das principais fontes de renda, ao lado do tabaco. No total são 55 animais, mas são as 25 cabeças em lactação que resultam em uma produção diária de 360 litros de leite. Na área de 25 hectares, as “moças” passam a maior parte do tempo descansando e pastando em meio aos eucaliptos. Essa, por sua vez, passou a ser cultivada como alternativa de renda extra. O reflorestamento começou em 2002, com o incentivo da prefeitura, que realizou a doação de mudas. No total, as florestas na casa de Müller ocupam oito hectares, sendo cinco de eucalipto e três de espécies nativas. Todo esse berço de produção não é cuidado apenas por Elmo. Há 40 anos residindo na localidade, exerce as atividades com a ajuda da esposa Leonida Müller, 62, e dos filhos Neimar Müller, 32, e Anelise Anschau, 37, e do genro Sergio Anschau, 43. Os netos William Anschau, 13, e Kéli Anschau, 5, ajudam a tornar o dia a dia mais leve, com a alegria da infância. De todos os filhos, apenas um alçou voo para morar em Brasília, onde é professor. A família reside na mesma propriedade, dividida em duas casas. Além das principais fontes de renda, mantém porcos e galinhas para o consumo próprio, além de plantios, como feijão, milho e hortaliças. “Tudo o que precisamos tem aqui”, afirma Leonida. Além disso, também possuem três açudes e produzem conservas, consumidas nas refeições da casa. Inovação – A simplicidade da morada dos Müller contrasta com a riqueza dos bens naturais e da força de
Fotos: Heloísa Poll/Afubra
Floresta possibilita qualidade de vida ao rebanho e renda extra
Integração de floresta e vacas leiteiras também permite melhor aproveitamento da propriedade
Elmo Müller com a esposa, os filhos e o neto: união da família faz a diferença no campo
vontade para sempre fazer o melhor. Inserida numa região bordada pelo verde das árvores, a propriedade, nos seus primeiros anos, viu crescer apenas de 10 a 15 mil pés de tabaco, além de lavouras de soja e milho. Hoje, enxerga muito mais. “Todo dia é um serviço diferente”, contam os irmãos Neimar e Anelise. Em julho de 2015, o genro Sergio Anschau decidiu adquirir uma serra móvel, após conhecer a ferramenta numa feira agrícola. Por meio dela, a família e seu sócio encontraram mais uma fonte de renda, visto que prestam trabalho para outros produtores da localidade. O trabalho, que conta com um trator acoplado, ocorre por meio de agendamento. E a demanda tem sido bastante satisfatória. Ao trabalhar oito horas por dia é possível beneficiar 6 m³ de eucalipto, esclarecem os Müller. Essa busca pela diversificação, felizmente não é realidade apenas na vida dos Müller. De acordo com o tesoureiro da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Laurindo Drescher, “no oeste catarinense, bem
como no oeste do Paraná, onde se cultivam tabaco Burley e Comum, a produção diversificada de renda proveniente de várias produções e criações são constatadas na maioria das propriedades onde se cultiva tabaco”. Em muitos casos, a fumicultura passa a ser um complemento na renda, ao contrário do que ocorre em outras regiões. Essa mudança, contudo, pode ser observada nas últimas décadas, quando também se fortaleceram os sistemas integrados (pecuária de leite, aves e suínos). Deve-se levar em conta que as variedades de tabaco cultivadas nessas áreas requerem menos mão de obra, se comprado ao Virgina, o que permite às famílias exercerem outras atividades ao mesmo tempo, explica Drescher. De qualquer forma, “o tabaco faz parte desta boa diversificação e continua sendo de muita importância na renda destas famílias, pois a área pequena de suas propriedades inviabiliza outras culturas com renda semelhantes a do fumo”, acrescenta Drescher.
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7 LAVOURA/PECUÁRIA/FLORESTA SISTEMA COP SILVIPASTORIL
Pastoreio e produção de madeira na mesma área O sistema silvipastoril, de desenvolvimento de duas ou mais atividades ao mesmo tempo e no mesmo espaço, se mostra uma ótima opção para os produtores rurais. Além de permitir a geração de rendas múltiplas na mesma área, traz diversas outras vantagens. Algumas são o baixo custo de implantação, o fácil manejo e a qualidade da pastagem. Outras se relacionam aos benefícios para o meio ambiente e ao conforto dos animais, possibilitando melhor desenvolvimento da pecuária. Segundo o supervisor do Escritório Regional da Emater de Santa Maria, engenheiro florestal Gilmar Deponti, o produtor não precisa deixar de ocupar parte da sua propriedade para plantar árvores, pois pode usar os locais que antes serviam apenas para o pastoreio de bovinos, ovinos ou equinos para também produzir madeira. “Além do melhor aproveitamento do espaço rural, o produtor consegue aumentar suas fontes de renda, tendo, além das safras normais resultantes dos produtos animais, um importante acréscimo de renda nos anos em que faz a colheita da madeira acumulada”, explica. Porém, é na pecuária que os resultados têm se mostrado ainda mais animadores e o sistema silvipastoril pode se tornar uma importante estratégia de produção. “Comparado com a pecuária desenvolvida em campo aberto, o sistema possibilita praticamente a mesma lotação por hectare, porém com maior conforto para os animais, pois áreas sombreadas garantem a manutenção da produção no verão e podem servir como refúgio e reserva de pasto nos meses de inverno”, diz. “Os bovinos não ficam em estresse térmico com o calor excessivo do verão”, acrescenta. Por causa dessas vantagens, Daniel Pedro Comassetto, militar da
Fotos: Cristina Severgnini
Sistema deve ter planejamento e manejo adequado
Gilmar Deponti: melhor aproveitamento do espaço rural e aumento nas fontes de renda
Daniel Comassetto: campo bem manejado mostra a qualidade superior das gramíneas nativas reserva e produtor rural, optou pelo sistema. Ele adquiriu uma propriedade de 28 hectares no município de Dilermando de Aguiar/RS para pecuária e passou a pesquisar alternativas de plantio florestal. Orientado pelos técnicos da Emater, implantou o sistema silvipastoril com linhas em curva de nível para conservação do solo. “Os animais tendem a caminhar na sombra e o plantio em curvas evita erosão”, explica. Há três anos, ele plantou 2,2 mil mudas de Corymbia citriodora (Eucalipto-cheiroso) e 200 mudas de Cedro-australiano em uma área de oito hectares. Seguiu a orientação de plantar em linhas com 16 metros de distanciamento e 2,5 metros entre as plantas. No ano seguinte, nas falhas, inseriu mudas de ipê-roxo e canjerana. Comassetto usa cerca eletrificada
para proteção das plantas e faz pastoreio rotativo de 25 animais. Com as árvores em desenvolvimento, é possível ver a qualidade da pastagem macia por causa do sombreamento adequado. No próximo ano o produtor deverá efetuar o primeiro desbaste dos eucaliptos para venda de varas de madeira usadas especialmente em construções. O segundo raleamento ocorrerá aos oito anos, com plantas mais grossas, pois nessa idade já será possível colher algumas das árvores para processamento em serraria. “O ideal é que fiquem de 80 a 100 plantas por hectare para a colheita final, que deve ser feita aos 18 ou 20 anos (já que esta espécie tem crescimento lento), quando será possível obter grandes toras de madeira”, explica o engenheiro florestal da Emater.
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Opção para produtores diversificados Por possibilitar mais de uma fonte de renda na mesma área, o sistema silvipastoril é uma forma de diversificação na propriedade de Norberto Antônio Deponti, da localidade de Rincão do Ouro, no município de Nova Esperança do Sul/RS. A plantação de eucaliptos e a criação de bovinos são duas das diversas atividades da família, que também cultiva 30 mil pés de tabaco burley, 15 hectares de soja, 2 hectares de milho e culturas de subsistência, como horticultura, fruticultura, feijão, batatas e aves. Há seis anos, eles plantaram 800 mudas de Eucalyptus grandis (de crescimento rápido) em uma área de 1,2 hectare. Norberto conta que, nos dois primeiros anos, foi plantado milho entre as fileiras de eucaliptos. Depois foi semeada braquiária (gramínea) para o pastoreio animal. Como passou da época adequada para fazer o desbaste e manter a pastagem (seria aos três ou quatro anos), Norberto promove agora
Norberto Deponti: madeira e animais são duas das diversas fontes de renda da propriedade (entre seis e oito anos) a derrubada de plantas para que haja recuperação de gramíneas nativas. A venda de varas para a construção civil e da lenha vai render em torno de R$ 11 mil. E as 120 árvores restantes, que ficarão para a colheita final, deverão render 240
metros cúbicos, o que, pelo preço atual valeria mais de R$ 25 mil. Norberto também está realizando a desrama, que é uma técnica que favorece a maior entrada de insolação na área e possibilita obter madeira de mais qualidade e mais valorizada.
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Foto: Cristina Severgnini
Para o produtor Antônio Vanderlei Pieszak, de Rincão dos Lopes, interior de Nova Esperança do Sul/RS, há 21 anos o cultivo florestal é uma das atividades lucrativas da propriedade da família, que também trabalha com produção de peixes, alface hidropônica e pecuária. Dos 27 hectares, 12 são cobertos de eucaliptos em diversos estágios de desenvolvimento para que haja a possibilidade de colheita todos os anos. No entanto, em 2016, incentivado por técnicos da Emater, ele resolveu inovar e está apostando no sistema silvipastoril. Plantou mil mudas de eucalyptus grandis, em quatro hectares, em curvas de nível com 16 metros de distanciamento entre as linhas e 2,5 metros entre as plantas. A intenção é semear gramíneas entre as linhas e usar cerca elétrica para proteger as mudas de eucaliptos até que as árvores atinjam altura para não serem pisoteadas pelos animais, quando atingirem a idade de um ano e meio. Nos negócios da família Pieszak, a madeira é bem representativa. A maior parte é vendida em varas roliças descascadas, para construtoras e lojas de materiais de construção do próprio município e do município vizinho de
Foto: Márcio Guimarães
Novidade inserida no já tradicional cultivo florestal
Sistema sendo implantado com técnica de curvas de nível Santiago. Até então, ele costuma vender eucaliptos em varas - não deixa chegar ao estágio de toras -, o que lhe rende de R$ 15 mil a R$ 20 mil a cada ano. Mas, com o sistema silvipastoril deverá promover as desramas e os desbastes indicados aos quatro e oito anos e deixar as plantas maiores para derrubada aos 16 anos, obtendo grandes toras de madeira de alto valor.
Antônio Pieszak: aposta no sistema silvipastoril
Orientações para um bom sistema silvipastoril Conforme o engenheiro florestal Gilmar Deponti, a quantidade de árvores por hectare deve ser adequada, não pode interceptar a luz a ponto de comprometer o desenvolvimento do pasto. Ele orienta também que haja uma quantidade mínima de árvores por hectare, para que seja possível o aproveitamento pelos animais dos efeitos de sombra e redução da temperatura no verão, bem como redução da velocidade do vento para que os animais sintam
menos frio no inverno. “Para as raças europeias de bovinos adultos, estudos comprovam que a temperatura confortável varia de -1°C até 21 °C, e que acima de 24°C estes animais diminuem o consumo de alimentos devido ao calor excessivo, reduzindo a produção de carne e leite”, explica. Um grupo de árvores distanciadas entre si, além de oferecer sombra aos animais, faz com que parte da luz solar seja refletida no alto das copas,
diminuindo a temperatura junto ao solo. “No inverno, as copas e troncos das árvores reduzem a velocidade do vento frio, diminuindo a perda de calor pelos animais”, lembra Deponti. “E nas noites de geada as copas altas das árvores funcionam como um cobertor, assim o pasto suporta muitas geadas sem ser queimado, ficando verde por quase todos os meses do inverno e nutrindo os animais, embora em menor quantidade”.
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COMO FAZER A melhor forma de se obter os efeitos favoráveis do sistema em pouco tempo é implantar entre 250 e 600 árvores por hectare para que já com pequeno porte proporcionem o efeito protetivo. Neste caso é necessário planejar intervenções de desrama e desbaste para uma abertura gradual de espaços. Quando se usa espécies de árvores de rápido crescimento, já dos três anos de idade em diante há necessidade de serem feitos cortes sucessivos, até que se reduza para uma quantidade de aproximadamente 100 árvores por hectare. Controle de formigas – Deve haver controle preventivo de formigas, preferencialmente com isca granulada. O período em que é mais fácil controlar as formigas é no final do verão e no outono. Depois de plantadas as mudas, também há necessidade de vigilância constante. Pode também ser aplicado nas plantas produtos que repelem as formigas. Dessecação da faixa de plantio – Definido o alinhamento das mudas, deve-se fazer dessecação de apenas uma pequena faixa de um metro de largura, para eliminar plantas rasteiras e arbustivas que poderiam atrapalhar o desenvolvimento das mudas a serem plantadas. Preparo do solo – Mesmo em terreno pedregoso e inclinado é recomendável a abertura de sulcos na linha de plantio para facilitar as demais etapas. As covas devem ser abertas com enxadões, em profundidade suficiente para acomodar todo o sistema radicular das mudas a serem implantadas. Escolha da espécie de árvores – Podem ser usados diversos tipos de espécies, sejam exóticas ou nativas, mas são melhores as plantas de rápido crescimento, tronco ereto e copa alta. Adubação – A adubação e calagem devem ser dosadas de
NO RIO GRANDE DO SUL No caso do Rio Grande do Sul, que tem espécies forrageiras nativas do Bioma Pampa, é aconselhável manter o campo nativo para a implantação do sistema silvipastoril, bastando fazer um bom manejo. Para o caso de transformar uma área de lavoura, também é possível implantar as mudas de árvores e fazer apenas um cultivo anual intercalar e nos anos seguintes manter apenas a área roçada, permitindo que ressurjam as espécies gramíneas nativas. Porém, em áreas de lavoura, com solo muito degradado e com um banco de sementes de gramíneas já enfraquecido, a implantação de sistema requer também semear pastagem.
acordo com a interpretação de resultado de análise de solo. Pode-se utilizar adubo químico, adubo organo-mineral, adubo orgânico ou composto orgânico. Na primavera e verão após o plantio das árvores é recomendável fazer adubações de cobertura a cada dois meses aproximadamente. Controle de plantas invasoras – Até cerca de um ano de idade é necessário fazer coroamento, capinando e roçando ao redor das árvores plantadas para evitar a concorrência dos inços. Árvores – Quanto mais cedo se iniciarem as desramas melhor, pois isto possibilita mais entrada de luz para o crescimento do pasto. Quando as árvores atingem cerca de três metros de altura já é possível iniciar a desrama, que deve ser feita de baixo para cima, eliminando os galhos até a altura de um terço da altura total da árvore. As desramas seguintes devem ser feitas até uma altura em que o tronco das árvores atinja o diâmetro mínimo de seis centímetros, deixando assim sempre uma reserva satisfatória de galhos e folhas para não comprometer o crescimento das árvores. Mesmo com a realização de desramas, havendo constatação de que haja excesso de sombra, é necessário fazer desbastes, ou seja, o corte de parte das árvores. Animais – Para a maioria das espécies de árvores, é possível fazer a introdução de bovinos na área quando as árvores atingem cerca de quatro metros de altura e pelo menos 10 centímetros de diâmetro do tronco, desde que previamente desramadas. A entrada de animais com plantas menores que isso só é possível se existir proteção com cercas elétricas. Outras culturas agrícolas – Nos dois primeiros anos após o plantio das mudas de árvores, o produtor pode fazer o plantio agrícola entre as fileiras. Podem ser cultivados milho, feijão ou quaisquer outras culturas anuais.
CONVERTER SILVICULTURA EM SILVIPASTORIL Nas áreas em que já existe silvicultura implantada, com grande número de árvores por hectare, é possível manejar para transformá-la em um sistema silvipastoril, aproveitando a época de realização da colheita das árvores. As árvores selecionadas permanecerão na área após o corte das restantes, sendo as responsáveis pelo sombreamento da área, proteção ao frio e produção de madeira de alto valor para ser futuramente processada em serraria. Dependendo do banco de sementes de espécies gramíneas no solo, a simples abertura de espaço para a entrada de luz solar e a manutenção da área roçada pode, em poucos meses, ocasionar o ressurgimento de espécies nativas de pasto. Porém, se for necessário a implantação de pastagem, o sistema ficará estabelecido normalmente em menos de meio ano.
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TECNOLOGIA
Clonar para plantar Se a meta é trazer alternativas de diversificação aos produtores dos três estados do Sul do País, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) trabalha incansavelmente para atingi-la. Atenta às necessidades no campo, e às novidades que surgem, a associação está formalizando mais uma parceria comercial, que promete animar aqueles que planejam investir em silvicultura. Após a legalização de todo o processo, a entidade será uma representante da Planflora Mudas Florestais, de Concórdia/SC. Mas, o que isso quer dizer? Com mais de 30 anos de experiência, a Planflora tem como campo de atuação viveiros, plantações florestais e manejo em vários estados brasileiros. Em janeiro de 2004, teve início um projeto de inovação tecnológica, pioneiro na área de melhoramento florestal, conduzido pelo engenheiro florestal Laurindo Salante, também proprietário da empresa. “Como resultado ocorreu a seleção de um clone de Eucalyptus grandis denominado Planflora GPC23 (RNC 26418), com o objetivo de atender os segmentos de indústria moveleira, serrarias, usos na construção civil e usinas de preservação de madeira”, explica do engenheiro florestal da Afubra, Juarez Pedroso. Para o seu desenvolvimento, matrizes de Eucalyptus grandis foram selecionadas em reflorestamentos comercias nos municípios de Concórdia, Chapecó/SC e Erval Grande/RS. Como características elas possuíam idade de 14 e 19 anos, altura total de 43 e 56 metros e volume comercial acima de 3,5 m³. “A seleção criteriosa das matrizes foi executada por profissionais com muita experiência na área de florestamento de Eucalyptus. Para a seleção propriamente dita das melhores árvores, de acordo com o objetivo, foram realizados diversos ensaios em Laboratórios de Tecnologia da Madeira, rigorosamente dentro das normas da Associação Brasileira de Normas Técni-
Fotos: Juarez Pedroso/Afubra
Parceria entre Afubra e Planflora possibilita nova opção de eucalipto
Clone pode ser nova alternativa de renda para produtores cas (ABNT), para determinação das propriedades e características da madeira das árvores selecionadas”, conta Pedroso. De acordo com o engenheiro florestal Laurindo Salante, o desenvolvimento do clone ocorreu em parceria com a Embrapa Florestas, no Paraná, e, também, com o apoio acadêmico da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), de Lages/SC, por meio do curso de Engenharia Madeireira. “Já a parceria com a Afubra se deu devido à seriedade da associação, do respeito e da relação de comprometimento com outras entidades conceituadas”, conta. Com a representação da Planflora, a Afubra poderá desenvolver mudas do clone em locais próximos ao produtor, o que tornará o atendimento ainda mais acessível. Para isso, conforme Laurindo, foram fornecidas 20 mil mudas de Eucalyptus grandis GPC23, com o intuito formar minicepas em jardim clonal. Delas serão coletados brotos para formação de mudas. Diante disso, a Afubra habilita-se a produzir mudas clonais do GPC23 em seu Viveiro já na safra 2017. Encomendas já podem ser feitas à equipe do Viveiro, localizado em Rincão del Rey, Rio Pardo/RS. “Esse clone é voltado à indústria moveleira. Até hoje, no Brasil, havia apenas aqueles específicos para produ-
ção de carvão, papel e celulose, com foco em regiões tropicais. Agora teremos algo que corresponda às necessidades do Sul do País, por exemplo”, afirma Laurindo. Segundo ele, alguns plantios realizados com o clone já surpreendem pelo ponto de vista de adaptação. Diferencial – Selecionado para atender a indústria moveleria, serrarias, construção civil e usinas de preservação de madeira, o Eucalyptus grandis GPC23 apresenta diversas vantagens. Homogeneidade das propriedades físico-mecânicas (veja no quadro Saiba mais), com destaque para a boa estabilidade dimensional, boa resistência à rachaduras e, consequentemente, produtos com maior valor agregado e menos perdas de matéria-prima nos processos produtivos, são algumas delas, explica Juarez Pedroso, engenheiro florestal da Afubra. A Planflora já comercializou, desde 2007, milhões de mudas do GPC 23. “Já são três safras que o viveiro florestal comercializa mudas deste clone para clientes do Vale do Rio Pardo, basicamente, e teve uma grande aceitação, adaptação e apresenta desenvolvimento bastante promissor. Inclusive, temos aqueles que já realizaram plantios nos três anos e estão convencidos e entusiasmados com o novo material genético”, pontua Pedroso.
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LAVOURA/PECUÁRIA/FLORESTA FLORESTAS DEMONSTRATIVAS
Uma floresta para encher os olhos Ao chegar na morada de Adilson Hermes, 44 anos, a imagem cristã entre as árvores sinaliza a fé presente nos nove hectares de terras. É justamente a crença por dias prósperos que dá o tom do dia a dia, compartilhado com a esposa Vera Cristina Hermes, 42, os filhos Diego Hermes, 19, e Ana Cristina Hermes, 7, e a mãe Sônia Geni Hermes, 67. Mas por lá, na localidade de Boa Vista, no município de Segredo/RS, as árvores também parecem alcançar os céus e agradecer pela oportunidade de dar mais cor à vida de tantos produtores. Ao chegar no recanto dos Hermes, as árvores à esquerda da pequena estrada de chão refletem, em um dos dois açudes, recheado de carpas, o resultado de uma parceria que deu certo. Os pés de eucalipto são reflexo do Programa de Florestas Demonstrativas, desenvolvido pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) desde o início dos anos 90. Por meio da iniciativa, Adilson foi convidado a ceder uma parte de sua propriedade (0,5 hectare) para uma nova ideia. “Tudo o que é novo é bem recebido aqui”, afirma. No ano de 2007, com a doação de mudas e a assistência técnica prestada pela Afubra, ocorreu o plantio de 600 árvores. A partir desse momento, Adilson teve a chance de conhecer um novo formato de produção. Conforme o engenheiro florestal Juarez Pedroso, as principais atividades desenvolvidas junto ao produtor, dentro da iniciativa, são assistência técnica, orientação para plantio, ofertas de mudas de qualidade, escolha do espaçamento adequado para a finalidade desejada, tratos culturais e silviculturais, manejo florestal e sistemas agroflorestais. Além disso, por meio da realização de dias de campo, a comunidade tem a chance de observar de que forma a atividade pode agregar valor à produção, com a utilização da serraria móvel, por exemplo. Ao falar em aspectos financeiros,
Fotos: Heloísa Poll/Afubra
Áreas demonstrativas visam incentivar a implantação correta
Após a experiência, família planeja ampliar a área plantada com eucalipto no entanto, a proposta apresenta outros benefícios. De acordo com Adilson, após o corte de grande parte do montante (restaram apenas 70 árvores) obteve-se de 80 a 90m³ de lenha. “A madeira é utilizada em toda a propriedade. A economia se torna bastante significativa”, comenta. A satisfação é tanta que o fumicultor planeja ampliar a área com a espécie. “Nesse ano não foi o suficiente. Tem que ter madeira”, afirma. Para ele, implantar uma nova floresta será ainda mais fácil após o conhecimento oportunizado pela experiência. “Antes eu já plantava, mas fazia errado. Não cuidava o espaçamento, nem a adubação”, relembra. Agora, diante dos resultados positivos obtidos percebe a diferença de poder contar com apoio técnico. “No início eu não acreditava que isso poderia dar certo. Meus vizinhos também não. Agora todo mundo percebe, mas ainda há alguns que resistem. Dizem que se perde muita terra”. Frente às certezas, aos números, à qualidade da madeira e à possibilidade de reaproveitar todos os “cantos” da propriedade, Adilson e a família se sentem orgulhosos por ter sido um dos berços dessa ideia. Inspiração – A propriedade dos Hermes também é conhecida como modelo na região. Por lá, a diversificação é recebida de braços abertos. Embora a
atividade principal seja o plantio de tabaco (hoje são 130 mil pés, 100 mil a mais, em comparação ao período que começou a plantar, há vinte anos), a família sempre está atenta a novas oportunidades. Além da área de nove hectares, possui outra com quatro, além de arrendar outros dois. Enquanto a filha cursa os primeiros anos do ensino fundamental, o filho já representa a certeza da sucessão no campo. Uma paixão que passa de geração para geração, visto que seu avô paterno também foi agricultor. A horta, os pomares, os porcos, as galinhas e os plantios de milho e feijão surgem no time da subsistência. Já os peixes representam um reforço no orçamento, sendo comercializados no próprio local. “Aqui a gente faz o que pode”, conta a esposa Vera Cristina. Nos planos para o futuro, na roda de conversa animada, enquanto o beija-flor se diverte pelo jardim, percebe-se que, por lá, há uma floresta de otimismo e sonhos brotando dentro de cada um. Para a vida - Na localidade de Sanga Funda, em Sobradinho/RS, a estrada de chão divide as principais ocupações que Armênio Vicente Faller, 59 anos, encontra no campo. De um lado, a lavoura de tabaco, com seus 12 mil pés. Do outro, a vistosa floresta de eucalipto acomodada
sobre quatro tipos de pastagem, plantados no segundo semestre de 2015. É esse o chamado sistema silvipastoril, que une produção de madeira e pecuária em uma mesma unidade de terra. A área de 0,5 hectare nasceu por meio do Programa de Florestas Demonstrativas. Após o plantio, que contou com toda a assistência da Afubra, o momento agora é de avaliar a melhor espécie para fazer companhia às árvores. Em breve, se tudo ocorrer dentro do planejado, no início de 2017 em torno de dez cabeças de gado de corte serão convidadas a passar o dia por ali, em meio à sombra e ao banquete de pasto. Quando isso acontecer, Armênio conta, também, que precisará isolar uma parte da área, já que aposta na apicultura e mantém quatro caixas de abelhas por lá. Se depender do trabalho realizado, muito em breve os vizinhos e visitantes, que surgem curiosos de diversas cidades, terão mais um motivo para se espelhar na aposta feita pelo agricultor e comerciante aposentado. Dedicação – Na realidade ou nos planos, a dedicação de Armênio é notória. Toda e qualquer visita de um colaborador da Afubra é recebida com entusiasmo. Afinal, ali ele encontra a oportunidade para sanar dúvidas e aprender ainda mais. Características, aliás, fundamentais para que fosse um dos nomes entre os produtores convidados. “Quando eu ouvi as explicações do engenheiro Juarez sobre a possibilidade de realizar essa atividade como alternativa de renda, eu me encantei pelo projeto”, relembra. O interesse vai além. Em casa, por exemplo, dedica-se à produção de mudas de pastagem. No campo realiza a maior parte do trabalho sozinho. “De vez em quando eu contrato um diarista”, comenta. Interessado em aprimorar o plantio, lembra que antes do projeto, quando já plantava eucalipto, não se dedicava tanto à atividade. “O acompanhamento diferenciado e acessível oportunizou isso”, explica. Para que o Programa de Florestas Demonstrativas pudesse ocorrer da melhor forma possível, houve um acordo
entre as partes envolvidas: a Afubra disponibiliza assistência técnica e os insumos necessários para o plantio. Em contrapartida, o agricultor fornece toda a mão de obra para plantio e condução da floresta, além de disponibilizar o local para a realização de encontros focados na socialização das experiências e difusão tecnológica à comunidade, explica Pedroso. Conforme o engenheiro florestal, para os próximos anos os planos são de intensificar ações relacionadas à implantação de florestas de alto rendimento, utilizando tecnologia adequada e acessível a pequenos agricultores. Além disso, também espera-se demonstrar o uso de materiais genéticos superiores para produção de matéria-prima de maior valor agregado, e a integração com atividades agropecuárias, como o sistema silvipastoril, o caso de Armênio. Aqueles produtores interessados em desenvolver a mesma atividade, podem participar dos dias de campo, realizados nessas áreas experimentais. Na comunidade onde Armênio mantém o plantio, a curiosidade é grande. “Assim, a partir do exemplo e de um modelo, o agricultor pode interagir nas tardes de campo e verificar em uma condição muito próximo
Fotos: Juarez Pedroso/Afubra
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A cada visita da Afubra, Armênio vê a oportunidade de aprender algo novo de sua realidade a tecnologia mais adequada”, esclarece Pedroso. Enquanto circula pelas 133 árvores restantes, de um plantio de 840 (o corte ocorreu no inverno de 2015 para a comercialização da lenha), o produtor “modelo” também coleciona questionamentos, uma vez que pretende, no futuro, adquirir uma serra móvel com o intuito de agregar renda. E, por falar em planos, ser um dos visitantes da Expoagro Afubra 2017 está entre eles.
SAIBA MAIS O Programa de Florestas Demonstrativas visa a participação de agricultores familiares, em especial os produtores de tabaco. “Na década de 90, quando surgiu, o cenário era de uma silvicultura bastante rudimentar, onde predominava plantios florestais, especialmente com Eucalyptus, empregando tecnologia inadequada, mesmo para a época”, explica o engenheiro florestal da Afubra, Juareza Pedroso. O cenário era de genética de baixa qualidade, mudas em quantidade e qualidade insuficientes, espaçamento da cultura inadequado para a formação de florestas energéticas, entre outros aspectos. Para tentar reverter esse quadro, a Afubra, juntamente com os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR’s), Sindicato Rural (SR) e escritórios municipais da Emater/RS-Ascar criou o Programa de Florestas Demonstrativas. A ideia, a partir de então, seria mobilizar e convencer os produtores a adotar práticas adequadas para implantação de florestas energéticas de alto rendimento a um custo aceitável, conta Pedroso. Por isso, entre as áreas demonstrativas, distribuídas em 21 municípios gaúchos, existem distintos modelos: para mostrar o espaçamento adequado; manejada para produção de lenha e de varas de construção, lenha e tora para serraria; com implantação de pastagens ( sistemas silvipastoril); e com apicultura. Além das 22 áreas assistidas pela Afubra, 67 foram implantadas com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio do projeto de incentivo à diversificação do tabaco.
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LAVOURA/PECUÁRIA/FLORESTA INFORME COP ESPECIAL 7 - FMC
Warrant 700 WG é o mais recente lançamento FMC investe na família “Aliados da Produtividade” A FMC sempre investe em pesquisa e desenvolvimento de produtos e manejos que buscam aumentar a produtividade e a rentabilidade do produtor de tabaco. Começando com o manejo de plantas daninhas, o herbicida Gamit 360 CS foi o primeiro da família “Aliados da Produtividade”. Visando o controle de gramíneas, como milhã (Digitaria horizontalis) e papuã (Brachiaria plantaginea), além de outras invasoras, na linha e entrelinha do tabaco, o Gamit 360 CS trouxe uma alternativa para o manejo e alavancou ganhos de produtividade com a redução da matocompetição e de impurezas na hora da entrega dos fardos de tabaco à indústria. Devido ao aumento de problemas envolvendo tiririca e ervas de folhas largas, a FMC lançou o herbicida Boral 500 SC,
outro grande aliado da produtividade que, com o Gamit 360 CS, praticamente solucionou o problema de invasoras na cultura do tabaco, aumentando a produtividade e reduzindo os gastos com mão de obra, principal componente do custo de produção. Em outro grande passo, a FMC entra mais forte no mercado de inseticidas do tabaco com Talstar 100 EC, que visa o manejo de insetos e é mais uma opção para o produtor e o mercado no controle de pragas importantes, como broca-do-fumo (Faustinus cubae), lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) e pulga-do-fumo (Epitrix fasciata). Mas ainda faltava um fungicida na família. Assim, a FMC comprou o ativo do Rovral WP, produto já amplamente utiliza-
do pelo produtor e que, devido à FMC, continuou a fazer parte do manejo da cultura no combate a doenças como a Sclerotinia sclerotiorun. Por fim, a FMC revoluciona mais uma vez e, mostrando seu grande interesse na cultura, lança o Warrant 700 WG, o mais novo aliado da produtividade, uma alternativa para o manejo do pulgão-verde (Myzus persicae) e da broca-do-fumo (Faustinus cubae). Com Warrant 700 WG e Talstar 100 EC, manejamos, praticamente, todas as pragas, oferecendo alternativas economicamente viáveis e tecnicamente eficientes. E as novidades não param por aí! Em breve, novos integrantes da família “Aliados da Produtividade” estarão em campo. Aguarde!
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COP 7 LAVOURA/PECUÁRIA/FLORESTA BOLSA DE SEMENTES
Um ano para investir na bolsa Se você acompanha o trabalho desenvolvido pelo Projeto Verde é Vida, da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), provavelmente já ouviu falar em Bolsa de Sementes. Na Expoagro Afubra, por exemplo, ela está sempre exposta por lá, no Espaço Cultural, para que os visitantes possam esclarecer suas dúvidas e obter mais informações. A relação da iniciativa vai além da Associação. Ela encontra amparo e força também no campo acadêmico. Desde 2002, quando foi implantado, o Verde é Vida tem como parceira a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. De acordo com a engenheira florestal, e docente da instituição, Maristela Araújo, essa relação é importante por diferentes aspectos. “O trabalho da Afubra em relação às questões socioambientais, por meio da Bolsa de Sementes e Verde é Vida, é real, ou seja, apoia os associados e suas comunidades com o único interesse de proporcionar a sustentabilidade, o que é fundamental para uma instituição como a nossa, que tem o compromisso de contribuir com a sociedade”, afirma. Além disso, Maristela salienta a participação do professor Juarez Hoppe, já falecido, na idealização e coordenação do subprograma. Por meio da ação, aliás, o Verde é Vida apoia o Laboratório de Silvicultura e Viveiro Florestal, da UFSM, na viabilização de ações de Educação Ambiental, com a participação de alunos de pós-graduação e graduação. Com isso, permite-se a formação dos participantes como educadores ambientais, já que focam suas palestras e minicursos no contexto da conservação. Da universidade, participam professores, acadêmicos da pós-graduação e graduação em Engenharia Flores-
Foto: Arquivo/Afubra
Iniciativa permite que florestas renasçam a cada ano no Sul do Brasil
Sementes coletadas têm como destino diversas cidades do Sul do Brasil tal, técnicos e auxiliares da instituição. Cada grupo, no entanto, é responsável por determinada atividade. Os professores, por exemplo, realizam a concepção e/ou análise, discussão e condução dos trabalhos, além da execução. Já os acadêmicos de pós-graduação ajudam na construção, execução e registro das atividades, enquanto que aos alunos de graduação cabe acompanhar e auxiliar os pós-graduandos e professores. Ainda na UFSM, os técnicos e auxiliares são responsáveis pelo suporte logístico, explica Maristela. Mas, de acordo com a professora, a relação de trabalho com o Projeto Verde é Vida e a Afubra vai além do profissionalismo. “Essa parceria é especial, pois nós da UFSM passamos a fazer parte dessa grande família que é a Afubra. (...) Estou com o Verde é Vida desde 2006. Há uma seriedade e comprometimento com a questão ambiental em nome de seus associados e comunidades. Esse investimento é feito sem que suas ações sejam utilizadas exclusivamente em marketing institucional, mas pelo bem
de seus associados”, afirma Maristela. Boas sementes - A Bolsa de Sementes do Verde é Vida não engloba apenas escolas, alunos e professores. Entidades também encontram, na iniciativa, suporte para manter a preservação da natureza. Conforme Marcelo Delpizzo Caneschi, coordenador de Utilidades e Meio Ambiente, Geração e Comercialização de Energia, da ENGIE Brasil, a maior companhia privada geradora de energia do Brasil, “é importante manter o projeto, pois possibilita a diversificação de espécies nativas produzidas, com a distribuição gratuita de mudas, posteriormente”. A parceria com o Verde é Vida passou a ser uma realidade há, mais ou menos, oito anos. Por meio dela, o horto solicita as sementes de espécies nativas necessárias. “Temos certa dificuldade em encontrar sementes de algumas espécies nativas e através da parceria podemos encontrá-las”, afirma Caneschi. O horto florestal da ENGIE Brasil está localizado no Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de
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Baixo/SC. Existe há mais de 25 anos e já distribuiu mais de 2 milhões de mudas de árvores, contando com, aproximadamente, 30 espécies de árvores nativas. Atualmente possui três colaboradores terceirizados sob a supervisão de um engenheiro agrônomo. Por lá são desenvolvidas diversas atividades, como produção de mudas e atendimento a visitas (escolas, comunidade, técnicos, pesquisa, entre outros). Em 2015, em torno de 11 mil visitantes estiveram no horto. Hoje, no local, são produzidas somente mudas de espécies nativas. “Nossa recomendação é para que plantem somente nativas, principalmente em caso de recuperação de áreas. Temos uma procura muito grande de espécies com flores, como os Ipê amarelo, roxo e rosa, e frutíferas nativas, como Ingá e Gabiroba, entre outras”, explica Caneschi.
SAIBA MAIS Criada em 2002, a Bolsa de Sementes é desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), de Santa Maria/RS. Trata-se de um subprograma das ações socioambientes da Afubra, e conta com a participação de dezenas de municípios e centenas de escolas dos três estados do Sul do Brasil – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ao longo do ano, as escolas-pólo, das 14 Regiões de Atuação (RA’s) do Verde é Vida enviam as sementes de árvores nativas coletadas à Afubra. Após reunir as amostras, ocorre o envio das mesmas à UFSM. Por lá, no laboratório, são armazenadas por região, no banco de sementes numa câmara fria. Assim, preserva-se cada espécie conforme a delimitação territorial e se promove a diversificação genética. A distribuição das sementes ocorre de forma gratuita, para várias entidades e demais grupos, como a ENGIE Brasil. Caso haja interesse em adquiri-las, é preciso preencher um formulário de solicitação, que pode ser acessado no link http://www.afubra.com.br/bolsasementes.html.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Reflorestar para crescer Na cerca, apoiado sobre um poste madeira, o joão-de-barro observa, atentamente, as explicações do técnico agrícola Alex Finkler, também professor da Escola Municipal de Ensino Fundamental Emanuel, de São José da Reserva, no interior de Santa Cruz do Sul/RS. Enquanto ele caminha entre os pés de eucalipto, plantados em uma área de um hectare, o pássaro parece agradecer pelo futuro de suas gerações. Mas o reflorestamento com a espécie, realizado no educandário, não beneficia apenas a fauna e a flora. São os pequenos alunos, seus pais e professores que ganham a oportunidade de deixar o seu legado e fazer a diferença. É a comunidade que abraça uma nova chance de colher prosperidade e, quem sabe, novas oportunidades de renda. A ação, desenvolvida em parceria com o Projeto Verde é Vida, da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), teve início em 2015. O resultado, hoje, pode ser visto, exuberante, na área localizada nos fundos da escola, onde também é mantida uma horta. De acordo com Finkler, coordenador do projeto na escola, após o preparo do solo foram plantadas seis carreiras de cada uma das espécies grandis, saligna, dunni, robusta, pronpinqua e camadulensis. Desde o plantio até o seu desenvolvimento, as mudas, doadas por meio do Verde é Vida, foram cuidadas por toda a comunidade escolar, inclusive por pais de alunos. No início formigas atacaram algumas plantas e o replante de 30¨% delas se fez necessário. Agora a meta é realizar uma avaliação sobre o melhor desempenho de cada uma delas. “Nosso trabalho é poder encontrar a melhor planta, dentro de nossa realidade e necessidades. No futuro, quem sabe, ela possa vir a ser uma fonte de renda para muitas famílias daqui e
Foto: Heloísa Poll/Afubra
Projeto em comunidade escolar visa alternativa de renda, entre outros objetivos
Sementes coletadas têm como destino diversas cidades do Sul do Brasil para a escola”, pontua Finkler. Nas redondezas, por exemplo, a lenha pode ser utilizada para a secagem do tabaco, nas estufas, e na confecção de cercas e galpões. Consciência – Instrutor de oficinas de cultura agrícola da EMEF Emanuel, Alex Finkler cresceu em meio à realidade do campo. Filho de agricultores, passou a nutrir, desde a infância, um interesse especial pelas coisas da terra. É essa preocupação e dedicação, justamente, que procura transmitir aos 94 alunos da escola. Além do projeto de reflorestamento, outras atividades também são desenvolvidas em áreas divididas pelos quatro hectares da escola. Aproveitar cada pedaço e fazer dele algo produtivo é realidade por lá. Por isso, os alunos também participam da produção de mudas de árvores nativas e de adubo orgânico. Da mesma forma, os 20 alunos participantes dessas atividades, desenvolvidas no turno inverso às aulas, também encontram tempo para auxiliar
nos cuidados do Projeto Quintal Orgânico, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), implantado em 2012. O envolvimento da escola com projetos ambientais é notório quando se tem conhecimento do número de atividades desenvolvidas, que vão além da produção de mudas, do reflorestamento com eucalipto e da horta. Com o apoio da direção e do Círculo de Pais e Mestres (CPM) todos ficam à vontade para apresentar novas ideias. O reaproveitamento de caixas de leite para a produção de mudas, o recolhimento de óleo de cozinha saturado e a coleta de garrafas pet e de alumínio são realidade na escola. Para os próximos anos, aliás, pode ser que outra floresta passe a figurar entre as espécies já existentes. Professores começam a pensar num trabalho com a nogueira pecã. Iniciativas que visam futuros prósperos, integrados ao meio ambiente, e que se resumem na afirmação de Finkler: “Amanhã não sei se ainda estarei aqui, mas a semente ficou”.
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PROJETO NASCENTES
Um broto de água faz nascer uma árvore Adelar Germano Lied, 59 anos, vive em Boqueirão do Leão, município de aproximadamente oito mil habitantes, no estado do Rio Grande do Sul. No quintal de casa, o agricultor tem, nada mais, nada menos, do que uma pequena cascata, envolta por uma paisagem apaixonante. Basta atravessar a estrada de chão, em frente ao casarão centenário, onde vive com a esposa Dalva Angelina Lied, 59, o filho único Fábio Germano Lied, 32, a nora Bruna Borelli, 25, e a neta Érica Borelli Lied, 5, para chegar ao refúgio da natureza. Como se não bastasse, muito em breve ele também terá mais uma “floresta particular”, próxima ao recurso hídrico, que ampliará as fontes de vida e de esperança do local. A propriedade dos Lied, de 17 hectares, é apenas uma das participantes do Projeto Nascentes, desenvolvido pelo Verde é Vida, da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), por meio do curso de Engenharia Florestal, e da Escola Estadual de Ensino Fundamental Adolfo Mânica, de Boqueirão do Leão. Por meio da iniciativa, o grupo de
Foto: Heloísa Poll/Afubra
Preservação de recursos hídricos e de todo o meio ambiente
Adelar e família começam a perceber o valor do entorno onde nasceram e vivem até hoje profissionais convida produtores a investir na preservação e conservação das nascentes. Para Adelar, é a chance de ver o mundo com outros olhos. “Para nós que nascemos aqui, tudo é normal. Crescemos com tudo isso à nossa volta”, conta. Aos poucos, contudo, a cada visita dos integrantes do projeto, o agricultor, cuja
Professores e direção da Escola Adolfo Mânica trabalham para que a boa relação com o meio ambiente seja constante na comunidade
família é responsável pelo plantio de 50 mil pés de tabaco e pela produção mensal de mil litros de leite, começa a perceber que há algo muito especial na região onde vive há 30 anos. Hoje, nos 1,5 mil metros quadrados, destinados ao projeto, a paisagem começa a mudar. Mas essa mudança também acontece na mente das crianças envolvidas no Projeto Nascentes. “Elas já crescem pensando em preservar a água e o meio ambiente”, reforça Adelar. Essa consciência ambiental, por sua vez, segue de família para família, dando forma a uma grande ação. Um exemplo disso é o próprio Adelar, incentivado a fazer parte da ação pelo sobrinho Leonardo Fernandes. Ele, por sinal, é supervisor escolar e coordenador pedagógico da Escola Adolfo Mânica, uma das grandes responsáveis por fazer, de Boqueirão do Leão, um berço de boas ideias. Na sala de aula – O Projeto Nascentes teve seu início no ano de 2015. Apesar disso, na Escola Adolfo Mânica a preservação da natureza é assunto que já vem de longa data. Conforme o diretor
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João Batista Lenhard e o professor Leonardo Fernandes, por lá o trabalho com as nascentes começou nos anos 2000, quando o aquecimento global e a escassez de águas já eram temas bastante debatidos. “Naquela época nossa comunidade tinha água, mas a qualidade não era boa”, explicam. Após debater a temática em sala de aula, os alunos foram convidados a ir a campo, com a meta de desenvolver uma pesquisa sócio-antropológica, envolver pais e toda a comunidade. Com os dados em mãos, o educandário, localizado em Linha Araçá, no meio rural, começou a pensar em outras ações para melhorar o cotidiano das redondezas e de todo o município. “Nossa ideia era proporcionar uma visão de mundo, País, Estado e comunidade. Com isso, conseguimos até solucionar o problema da qualidade da água”, contam os professores. Ao longo desses 16 anos, a escola desenvolveu várias atividades, com o apoio da Prefeitura de Boqueirão do Leão, da Associação Hídrica de Linha Araçá e do Verde é Vida, entre outras entidades. Em torno de 80 alunos, do 1º ao 9º ano, oriundos de cinco comunidades vizinhas, são convidados a fazer parte desse cenário animador. Por meio do Projeto Nascentes, por exemplo, detectaram 16 pontos nas propriedades locais. Além disso, realizaram o recolhimento de lixo, campanhas de conscientização com moradores, por meio da realização de reuniões, e orientaram sobre o descarte de resíduos e a presença de animais. Tudo isso, por sinal, sempre realizado com o amparo de profissionais. Aos poucos, as ações sugeridas pela escola começaram a motivar toda comunidade. “É um trabalho que exige dedicação e persistência. Os resultados somente são possíveis a logo prazo”, pontuam João e Leonardo. Por isso, também, os dois acreditam ser fundamental o envolvimento de todo corpo docente e, se possível, que o mesmo esteja inserido na própria comunidade. “A identidade com o local é fundamental. Isso faz a diferença
Gisliane e Luiz Paulino sempre acompanham, com ânimo, os acadêmicos a cada visita realizada à propriedade na sala de aula. Nós já temos ex-alunos que estão seguindo carreira na área ambiental”, contam os professores. Mais verde – Para que o trabalho desenvolvido pela Escola Adolfo Mânica alcançasse sucesso, as parcerias foram fundamentais. Uma delas, aliás, é com o Verde é Vida, do qual fazem parte desde o ano de 2002. Segundo o coordenador pedagógico do projeto mantido pela Afubra, José Leon Macedo Fernandes, uma ação apenas dá certo se todos os lados envolvidos compreenderem sua importância e estiverem dispostos a fazer a diferença. “Toda escola e comunidade estão envolvidas no projeto. Além disso, o diferencial aqui é o envolvimento dos produtores”, reforça Leon. A mesma opinião é compartilhada pela professora e coordenadora do Laboratório de Silvicultura e Viveiro Florestal da UFSM, Maristela Machado Araújo. Ela e alunos bolsistas, que variam de seis a oito pessoas, desenvolvem atividades de educação ambiental, em sala de aula, e de apoio técnico a produtores, em suas áreas. “A escola é maravilhosa. Realizam trabalhos multidisciplinares, motivam os jovens e a comunidade”, comenta a também engenheira florestal, após lançar uma gincana para identifica-
ção botânica entre os alunos. O trabalho desenvolvido pelo grupo acadêmico visa, justamente, levar informação aos estudantes. A fauna e a flora se mesclam aos cadernos e livros na sala de aula. Sempre com apoio técnico e o foco nas atividades lúdicas, o time procura despertar, nos alunos, o gosto pelo meio ambiente e suas possibilidades. Foi assim, por exemplo, com a engenheira florestal Adriana Maria Griebeler, de 22 anos, que encerrou o curso na UFSM em 2016. Ela, que pretende seguir o mestrado na área, é uma das bolsistas que acompanham Maristela. “Eu nasci no meio rural e criei gosto pela floresta, meio ambiente, produção, conservação”, conta. Ela, por sinal, é responsável por sanar dúvidas e incentivar crianças e adolescentes. Maria Luiza Koch Cassuli, de 12 anos, é uma das alunas da Adolfo Mânica que participa ativamente das atividades. “É legal participar do Projeto Nascentes porque a gente aprende várias coisas”, afirma. Ela e os colegas, por exemplo, já sabem, agora, realizar plantios, utilizar alguns equipamentos e a valorizar o meio ambiente no qual vivem, uma das principais metas da iniciativa. Ao mesmo tempo têm a chance de levar, para casa, os
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ensinamentos adquiridos em sala de aula . Na porta de casa – Moradora de Linha Araçá, Gisliane Lúcia Pífer, 40 anos, é o entusiasmo em pessoa quando recebe o grupo de estudantes e a professora Maristela Araújo, da UFSM, em sua propriedade. “Aqui a gente não vê muita coisa. A visita deles é nossa oportunidade de aprender mais”, afirma. Moradora na propriedade há 20 anos, é casada com Luiz Paulino Pífer, 42, e mãe de Luan Pífer, 9, estudante da Escola Adolfo Mânica, e de Lucas Pífer, 17 anos, estudante do Ensino Médio. Este último, por sinal, era um dos alunos mais engajados na coleta de unidades para a Bolsa de Sementes, outra ação desenvolvida pelo Projeto Verde é Vida, em parceria com a universidade. Os 30 mil pés de tabaco, plantados em 2016, correspondem à principal renda da família. Eles se dividem, ao mesmo tempo, entre as culturas de subsistência e, a partir do Projeto Nascentes, com os mil metros quadrados destinados ao plantio de mudas de árvores. A ideia agradou tanto que o casal planeja, futuramente, ampliar a área, onde já se encontram, ao redor, plantios de pitanga e erva-mate plantados há, aproximadamente, 20 anos. “Nós somos de um tempo que só se pensava em derrubar, não plantar. Quando viemos morar aqui era tudo ‘pelado’”, lembra Luiz Paulino que hoje recebe com alegria as mudas que o caçula traz da escola. A partir do trabalho desenvolvido na comunidade, contudo, começaram a se dedicar e a aprender, todos os dias, com os filhos, vizinhos, escola e universidade. “Hoje, enquanto as nascentes da região secam, nós tomamos água da nossa. É preciso preservar”, comenta o casal. Em dias de visita do grupo acadêmico, aliás, a dupla observa atentamente o trabalho realizado, com ânsia por querer fazer dar certo. É quando a natureza agradece e não se ouve mais nada, apenas o barulho das enxadas.
Maristela acredita que educação ambiental de qualidade é a chave para um futuro promissor
SAIBA MAIS O Projeto Nascentes, como já diz o nome, tem o foco na recuperação de nascentes localizadas em propriedades agrícolas. O trabalho, contudo, não acontece somente em Boqueirão do Leão. Ele ainda é realizado em Sobradinho e São João do Polêsine, também no Rio Grande do Sul. Nestes dois últimos, porém, não há atividades em escolas. Conforme Maristela Machado Araújo, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o projeto engloba a educação ambiental como forma de sensibilização à recuperação de nascentes e a valorização das espécies arbóreas nativas. O reconhecimento de cada uma delas, e o entendimento sobre a necessidade de preservá-las, é fundamental. Por ano, nas propriedades participantes, são realizadas quatro medições. Em Boqueirão do Leão, na escola, são três visitas ao longo dos doze meses. A pesquisa e a educação ambiental, a sala de aula e o campo constituem os principais alicerces da ação. Além disso, o grupo também recebe escolas no viveiro e no laboratório, em Santa Maria, e trabalham com a Bolsa de Sementes. Com as áreas de plantio, a equipe analisa, no momento, o comportamento, a formação e o potencial das plantas para a recuperação das áreas, visto que apresentam tratamentos culturais diferentes. Todas elas, aliás, possuem isolamento, com cerca, para que a ação de animais, como o gado, não prejudique as plantas. É realizado todo um planejamento para que as mudas de araçá vermelho, guajuvira, aroeira vermelha e açoita cavalo, por exemplo, se desenvolvam plenamente. Quando os acadêmicos não estão, fica a cargo dos proprietários cuidarem dos espaços, dentro das recomendações estabelecidas. Os insumos são fornecidos pela Afubra, enquanto que os equipamentos utilizados ficam sob a responsabilidade da universidade. “Nós nos preocupamos para que as atividades estejam de acordo com a realidade do produtor”, reforça Maristela. O projeto, que ainda é considerado piloto, tem previsão para ser realizado até 2018. Até lá, Boqueirão do Leão, onde nasce, o rio Pardinho, por exemplo, será palco para um divisor de águas na vida de muitas pessoas.
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LAVOURA/PECUÁRIA/FLORESTA SANTACOP CATARINA 7
Bracatinga, a nativa de múltiplos usos A bracatinga, árvore nativa brasileira das regiões de clima ameno, já foi importante. Mas a chegada do eucalipto e do pinus, exóticas de rápido crescimento, reduziu sua notoriedade. Principalmente nas regiões da encosta da serra e noroeste de Santa Catarina, no Centro-Sul paranaense e na região de Curitiba, os bracatingais ainda existem e são alternativas que oferecem os mesmos produtos das espécies exóticas, porém com diversas vantagens para a biodiversidade. Proporcionam a preservação de organismos associados às florestas nativas e são importantes para a recuperação do solo. Por suas qualidades, pesquisadores catarinenses estão tentando resgatar a Bracatinga, promovendo o seu plantio para exploração econômica. Conforme o doutor Tássio Dresch Rech, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a bracatinga é pouco exigente em nutrientes, característica que faz da espécie uma importante ferramenta na recuperação de solos degradados, inclusive em áreas que receberam rejeitos de mineração. “A associação simbiótica com bactérias diazotróficas e fungos micorrízicos permite incorporar nitrogênio e acessar outros nutrientes em condições de pouca disponibilidade”, explica. “Além disso, oferece condições de estabelecimento de outras espécies nativas e as flores fornecem alimento não apenas para abelhas, mas até para mamíferos como o bugio”, acrescenta. Diferente do pinus e do eucalipto que se tornam invasoras, ocupam áreas e substituem a vegetação nativa e não apresentam cadeias de organismos nativos associados a elas -, a bracatinga é uma nativa que oferece condições às espécies arbóreas mais exigentes de se estabelecerem nestes locais, junto com todos os organismos, sejam fungos, bactérias, insetos, aves, répteis e mamífe-
Foto: Luciana Jost Radtke/Afubra
Benefícios para a recuperação de solos e opção de diversificação econômica
Bracatingas são comumente encontradas em Santa Catarina ros. E a sua abundante floração, que ocorre ainda no final do inverno, quando a disponibilidade de alimentos para as abelhas é escassa, é importante para a apicultura. “Além disso, na ocorrência da cochonilha da bracatinga, há uma excreção açucarada que garante, não apenas alimentação para as abelhas nos períodos de escassez de flores, como também a produção de melato, um mel escuro de excelente valor no mercado europeu, especialmente na Alemanha”, explica o pesquisador. Como fonte de renda, o principal destaque produtivo da bracatinga é o potencial madeireiro, tradicionalmente associado à produção de lenha, carvão e escoras para a construção civil. Mas, a madeira se presta também para fins mais nobres. “É utilizada, no estado de São Paulo, na produção de assoalho e parquete, e exportada para os Estados Unidos e a Europa, com a denominação de amêndola”, conta Tássio Rech. Além disso, a madeira se presta também para produção de celulose e papel, tábuas e móveis. “Essas características fazem da
espécie uma importante ferramenta no equilíbrio entre produção econômica e conservação ambiental”, assegura. Um dos entraves para que o plantio de bracatingais se expanda é a baixa produtividade, pois, num ciclo de sete anos, a produção varia entre 150 e 200 metros cúbicos (m³) de madeira por hectare. Isso poderia ser solucionado com melhoramento genético para disponibilizar sementes qualificadas para a produção de madeira de uso industrial. “Pois a bracatinga possui diversidade genética superior a outras espécies tropicais, oferecendo assim excelente perspectiva de incrementos”, salienta o pesquisador. Além disso, a lógica do não usar como forma de preservar tem levado à erosão genética e à substituição do nativo pelo exótico. “O agricultor/reflorestador precisa continuar produzindo e acaba por abater os melhores exemplares da espécie e introduzindo espécies exóticas como alternativa de produção”, lamenta. LEGISLAÇÃO - Tássio Rech explica que a bracatinga é importante
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fonte de renda e madeira em muitas propriedades rurais catarinenses, mas realizada sem o adequado enquadramento legal. “Isso não quer dizer que esteja em desacordo com as premissas legais, mas que é realizada sem o atendimento da burocracia de legalização da atividade”, alerta. Ele aponta as dificuldades legais e a falta de clareza dos órgãos ambientais na aplicação das leis como motivadores da substituição da espécie. “A falta de conhecimento por parte dos serviços de fiscalização ambiental quanto à biologia da espécie e do emaranhado legal tem levado à crença generalizada que, sendo nativo não podem cortar”, diz. “A própria lei da Mata Atlântica prevê o plantio de espécies florestais nativas (Lei 11.428, Art.10) e o Decreto 6.660/2008 (Art. 12) regulamenta esse artigo determinando que o plantio independa de autorização”, esclarece. CORTE - A Instrução Normativa nº
73/2016 da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) viabiliza o uso econômico dos bracatingais tradicionalmente cultivados por agricultores familiares, o que, consequentemente, deve fomentar o cultivo da espécie. Conforme a analista ambiental Cíntia Uller Gómez, engenheira agrônoma da Fatma, a IN trata do cadastro de plantio de espécies nativas e da comunicação de exploração de plantios cadastrados. “Os plantios de espécies nativas que forem cadastrados poderão ser colhidos”, resume. “A bracatinga, como qualquer outra espécie florestal nativa, poderá ser cultivada e o seu plantio deverá ser cadastrado na Fatma para posterior colheita”, orienta. Para cadastrar, o interessado deverá especificar o sistema de plantio adotado. E o cultivo tradicional de bracatingais, que historicamente é realizado por agricultores familiares, é um dos tipos de
sistemas de plantios possíveis de serem cadastrados. “Os bracatingais, por serem resultado de intervenções humanas, passam a ser adequadamente tratados como cultivos”, explica a pesquisadora. “Os bracatingais só existem e se perpetuam porque os agricultores realizam práticas silviculturais. Sem a intervenção dos agricultores, essas formações florestais deixam de existir”, constata. “São formações florestais diferentes da floresta nativa em processo natural de regeneração. Então, é correto tratá-los como cultivos florestais. Sendo cultivos, podem ser cadastrados e colhidos”, salienta. Segundo Cíntia Uller, antes da Instrução Normativa, os bracatingais eram considerados como floresta em processo de regeneração natural e isso trazia uma série de implicações para o uso tradicional que os agricultores fazem. A principal era o impedimento do corte raso, que agora será permitido. “Outro
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aspecto importante é que o uso do fogo como trato cultural será autorizado, mas isso exclusivamente na área do bracatingal cadastrado”, alerta. “É importante deixar claro que o uso do fogo fora das áreas cadastradas implicará em infração ambiental sujeita à autuação”, ressalta. Os cadastros de bracatingais serão autodeclaratórios, o que facilitará o processo. “Mas estarão sujeitos à fiscalização”, explica Cíntia. Ela comenta também que a inclusão dos bracatingais cultivados na IN 73 da FATMA só foi possível porque desde 2014 há previsão no Código Ambiental Catarinense de exploração dos bracatingais cultivados mediante identificação dos limites da área de plantio e da caracterização do sistema de plantio adotado. “Já para transportar do material lenhoso, será necessário o Documento de Origem Florestal (DOF), exigido para o transporte de todos os produtos florestais nativos”, acrescenta a engenheira agrônoma. IMPLANTAÇÃO - A aplicação da IN 73 ainda está em fase de implantação. Para ser implementada, necessita de um sistema on-line, que ainda está sendo desenvolvido. “Enquanto isso, o que temos orientado é que os interessados em cadastrar seus cultivos (de quaisquer espécies), façam registros com fotos, coordenadas dos vértices dos cultivos ou outras formas de demonstrar o plantio”, explica a pesquisadora. “Assim, quando o sistema estiver em funcionamento, será fácil comprovar o plantio para fins de cadastro”, finaliza. MADEIRA - Mesmo com produtividade menor do que o eucalipto, por exemplo, a bracatinga tem potencial econômico na cadeia produtiva da madeira. Segundo o doutor Luiz Toresan, engenheiro agrônomo da Epagri, há diversos estudos que avaliam o potencial dos bracatingais e os resultados mostram muita variabilidade nos níveis de produtividade. “A comparação direta é inapropriada, pois os bracatingais geralmente estão instalados nas piores áreas, utilizam muito pouca mão de obra, têm baixo
custo de implantação e manutenção e pouco risco na produção, variáveis, comumente não mensuradas”, explica. Além disso, os bracatingais possuem vantagens socioambientais que geralmente não são dimensionadas. “Se considerarmos os níveis atuais de produtividade dos bracatingais, seus potenciais usos madeireiros e energéticos e as possibilidades de desenvolvimento tecnológico – considerando que houve pouca melhoria genético – a espécie tem potencial de ocupar espaço importante, em especial no segmento de produção de biomassa energética”, salienta. Toresan conta que, no inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC), concluído em 2011, foram entrevistados 777 agricultores sobre o uso socioeconômico dos recursos florestais nativos. “Desses, 150 informaram fazer uso regularmente da bracatinga, com destaque para o aproveitamento da madeira e do mel”, lembra. “Isso é muita coisa, se considerarmos que apenas cerca de 500 viviam nas áreas de ocorrência natural da bracatinga. Também ficou constatado que cerca de 30% dos agricultores que vivem nas regiões de ocorrência de bracatinga fazem uso regular da espécie”, acrescenta. Para o pesquisador, além do uso como recurso material direto, a bracatinga
é bastante indicada como planta apícola, para compor sistemas agroflorestais, como planta forrageira, para sombrear outras culturas como cafezais e ervais e para recuperar áreas degradadas. Mas, desde os tempos da colonização, o principal uso da bracatinga sempre foi no fornecimento de energia, principalmente sob a forma de lenha. “No entanto, ela já foi utilizada e possui boas possibilidades de uso como madeira, seja para estruturas de construções, seja para móveis, pisos ou aglomerados”, explica Toresan. “A madeira roliça da bracatinga tem sido empregada e tem amplo potencial de uso, quando tratada, em estruturas de construções civis e moirões de cerca”, acrescenta. Atualmente seu maior uso é como fonte energética, tanto na produção de carvão vegetal, como sob a forma de lenha ou pellets para uso industrial ou residencial. POLÍTICAS PÚBLICAS – De acordo com Luiz Toresan, praticamente inexistem políticas públicas de incentivo ao plantio e uso da espécie. “Em Santa Catarina, o Comitê de Gestão Florestal (CGFlorestal), criado para coordenar a gestão das políticas voltadas à conservação e uso das florestas nativas, está trabalhando para implementar políticas de manejo e incentivo ao plantio de espécies florestais nativas e a bracatinga é uma das espécies alvo”, comenta.
SAIBA MAIS Identificada como Mimosa scabrella Bentham, a bracatinga pertence à família Leguminosae e subfamília Mimosoideae. É uma árvore perenifólia pioneira, característica da vegetação secundária da Floresta Ombrófila Mista (floresta com araucária), nas formações montana e alto-montana. Pode apresentar altura superior a 20 metros e Diâmetro a Altura do Peito (DAP) maior que 40 centímetros. A copa é arredondada e seu diâmetro varia de acordo com a localização da árvore: na mata, o diâmetro da copa é, em média, de 1,5 metro e, em árvores isoladas, pode atingir 10 metros. Em 1903, a bracatinga foi a escolhida na região de Curitiba (PR) para fazer frente à demanda de lenha. Em Santa Catarina, no município de Biguaçu, desde 1940 os agricultores usam a espécie para lenha. Em ambos os casos os agricultores desenvolveram sistemas apropriados às suas necessidades. Esses sistemas ainda persistem em propriedades onde o transporte é limitado e o acesso a crédito incompatível com a condição ou cultura dos agricultores.
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INFORME ESPECIAL - UPL
Prevenção protetiva Ferrugem na mira dos pesquisadores Evitar a ocorrência de doenças como a ferrugem asiática nas lavouras de soja é uma missão quase impossível atualmente. Contudo, impedir uma alta incidência e prejuízos no rendimento depende de medidas que estão ao alcance do agricultor brasileiro. A aplicação de fungicidas durante a fase inicial do período vegetativo da cultura é indispensável à preservação do potencial produtivo das lavouras. A preocupação com a manutenção dos fungicidas com sítio de ação específico e suas combinações para o controle da ferrugem ficou evidente ao constatar-se que houve redução da eficiência em função da adaptação do fungo através de um processo de seleção natural. O número de opções de moléculas também vem reduzindo, comprometendo desta forma o controle
efetivo da ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi), que é uma das doenças mais severas que incide nessa cultura. Os danos podem variar de 10% a 90% nas diversas regiões geográficas onde foi relatada (Sinclair; Hartman, 1999; Yorinori et al, 2005). As misturas prontas devidamente registradas ou em fase de registro, que combinam modos de ação diferentes e complementares, como triazóis e estrobilurinas, carboxamidas (que também interferem em diferentes processos na respiração do fungo) e estrobilurinas, e mesmo as tríplices misturas, tem tido sua eficiência comprometida ao longo das safras. É importante ressaltar que os fungicidas sistêmicos e sítio específico tem ainda sua contribuição, sendo indispensáveis no
controle de doenças, mas que seu uso intensivo pode ter como consequência a seleção de isolados de fungos menos sensíveis a estes modos de ação. Porém os fungicidas protetores melhoram o controle e podem atrasar a seleção de indivíduos menos sensíveis a esses modos de ação puramente específicos. Com o objetivo de ajudar a proteger o potencial produtivo das lavouras de soja no Brasil e contribuir para o devido manejo da resistência do fungo causador da ferrugem asiática, a empresa UPL lançou a combinação exclusiva de um fungicida multissítio com um fungicida de sítio específico para o controle de doenças em soja, UNIZEB GLORY. Rafael Pereira, Marcelo Figueira, Killer Abreu, UPL do Brasil
O FUNGICIDA PROTETOR MULTISSITIO DE VERDADE. FORMULAÇÃO
WG
unizeb.com.br Proteção indispensável para a sua lavoura, com ganhos de produtividade comprovados, UNIZEB GOLD é fundamental para o manejo de resistência de fungos de difícil controle.
EFEITO
VERDE
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ACADEMIA
Conhecimento acadêmico a serviço dos produtores Novas técnicas e tecnologias geralmente chegam para facilitar o trabalho do produtor rural, agregar valor à produção e aumentar a rentabilidade. Por isso, os conhecimentos produzidos em universidades e instituições de pesquisa devem ser colocados a serviço do produtor rural. E essa disposição de procurar soluções para problemas rege a atuação dos pesquisadores do Centro de Pesquisas Florestais da Universidade Federal de Santa Maria (Cepef/UFSM). “Trabalhamos com o objetivo de fazer a integração entre empresas, universidade e comunidade”, explica o professor-doutor Jorge Antonio de Farias. “É fundamental a existência desse tipo de parceria, pois os recursos públicos, da universidade pública, devem resultar em benefício da sociedade, na geração de emprego e renda”, acrescenta. Atualmente, boa parte das pesquisas são realizadas em parceria com empresas de base florestal ou com atividades e interesses na área florestal, como a Associação dos Fumicultores do Brasil e indústrias, como as de tabaco. Os estudos buscam soluções para problemas apresentados por esses parceiros no que se refere à produção florestal, serviços ambientais e produtos florestais não madeireiros. Segundo Farias, o Cepef também realiza cursos de capacitação para compartilhar com a sociedade toda a sua produção científica. “Dentro da universidade temos a sensação de que a comunidade não aproveita tudo que a academia produz, temos a convicção que essa produção científica pode auxiliar o desenvolvimento regional, tornando a atividade florestal um eixo de desenvolvimento florestal”, acrescenta. EXEMPLOS – Em relação a agricultura familiar, muitas pesquisas desenvolvidas pela Universidade hoje
Foto: Cristina Severgnini
Centro de Pesquisas da UFSM estuda soluções para problemas florestais
Farias: integração entre empresas, universidade e comunidade são de uso comum entre os produtores. Uma delas é o espaçamento usado para plantios de eucalipto com o objetivo de produzir lenha. Outra pesquisa importante é o desenvolvimento dos sistemas silvipastoris (cultivo florestal consorciado com pastagem) para atender aos diferentes objetivos dos produtores. Para que o pasto cresça e possa alimentar os animais, não pode haver exagero de sombra. Por isso, foram feitas pesquisas para definir a distância ideal de plantio das árvores, bem como as épocas para o desbaste de acordo com cada espécie florestal. Outro estudo colocado a serviço da comunidade se
relaciona com o controle correto de formigas cortadeiras, um problema que, sem o manejo correto, impede o desenvolvimento dos reflorestamentos. NA EXPOAGRO – O Centro de Pesquisas Florestais da UFSM estará novamente na Expoagro Afubra. Pesquisadores e estudantes do curso de Engenharia Florestal vão divulgar trabalhos realizados e o que a Engenharia Florestal pode fazer em benefícios dos produtores rurais. “Dentro do contexto da agricultura familiar, o Cepef trabalha atualmente os sistemas silvipastoris e agroflorestais, de florestas com pecuária, agricultura e frutas”, explica Farias.
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LEGISLAÇÃO
Retardatários do CAR têm prazo até o final do ano Rio Grande do Sul é o estado do Sul do País com mais cadastros em atraso Os produtores que ainda não fizeram Cadastro Ambiental Rural (CAR) têm uma nova chance. Poderão fazer a declaração até o dia 31 de dezembro de 2017 pelo site www.car.gov.br, onde devem ser informados os dados pessoais e as informações da propriedade. Na região Sul, a Afubra auxilia os produtores a fazerem o cadastro, mas o gerente de produção agroflorestal Juarez Jensen Pedroso Filho alerta que os agricultores façam a declaração o quanto antes, para não correrem o risco de deixar para a última hora e novamente ficarem fora do prazo. O CAR é um registro eletrônico obrigatório que serve como base de dados para que o governo faça o monitoramento e o controle do desmatamento de florestas. O registro também é importante para que os produtores tenham acesso a crédito agrícola e a outros subsídios do governo. Caso sejam detectados problemas ambien-
tais, os proprietários devem aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), assumindo o compromisso de recuperar as áreas de preservação permanente e de reserva legal. Conforme os dados oficiais do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) Até 31 de novembro de 2016, haviam sido cadastrados, mais de 3.886.333 milhões de imóveis rurais, totalizando uma área de 396.956.801 hectares. No País, 99,78% da área rural já foi cadastrada, enquanto que na região Sul, o porcentual é de 92,30%. No Paraná, foram cadastrados 14.753.074 hectares, do total de 15.391.782 hectares de área rural, com cadastramento de 95,85% do total. No Rio Grande do Sul, que é um dos estados mais atrasados, foram cadastrados 17.235.313 hectares, do total de 20.326.355 hectares, o que significa 84,79% do total de território rural. E Santa Catarina já atingiu 100%, com 6.540.656 hectares cadastrados.
PARA LEMBRAR O Cadastro Ambiental Rural consiste no levantamento de informações georreferenciadas do imóvel, com delimitação das Áreas de Proteção Permanente (APP), Reserva Legal (RL), remanescentes de vegetação nativa, área rural consolidada, áreas de interesse social e de utilidade pública, com o objetivo de traçar um mapa digital a partir do qual são calculados os valores das áreas para diagnóstico ambiental. Ferramenta importante para auxiliar no planejamento do imóvel rural e na recuperação de áreas degradadas, o CAR fomenta a formação de corredores ecológicos e a conservação dos demais recursos naturais, contribuindo para a melhoria da qualidade ambiental. No governo federal, a política de apoio à regularização ambiental é executada de acordo com a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que criou o CAR em âmbito nacional, e de sua regulamentação por meio do Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012, que criou o Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), que integra o CAR de todas as unidades da Federação.
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MATA ATLÂNTICA
Satélites observam florestas Desde 2011, satélites capazes de captar imagens em alta resolução monitoram parte da Mata Atlântica para verificar onde há recomposição da vegetação nativa e onde há desmatamento. A ação é resultado de um acordo inédito assinado entre o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério do Meio Ambiente. O monitoramento automatizado é realizado por meio de parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e iniciou com uma área de 6.899,47 quilômetros quadrados (km²) abrangendo o território de 29 municípios gaúchos. Conforme o assessor da Diretoria do Sinditabaco, Carlos Alberto Sehn, no período inicial, de 2011 a 2013, foi observado equilíbrio entre a expansão florestal e o desmatamento. Renovado em 2013 para o monitoramento de 273.865,14 hectares até 2018, atualmente o acordo abrange duas áreas (ver mapas). O Bloco 1 totaliza 137.663,50 hectares nos municípios de Estrela Velha, Salto do Jacuí, Arroio do Tigre, Tunas, Lagoão, Segredo, Passa Sete, Sobradinho, Ibarama, Agudo e
Pereira: geração de mapas de alterações da cobertura florestal
Lagoa Bonita do Sul. E o Bloco 2 inclui os municípios de Júlio de Castilhos, Nova Palma, Pinhal Grande, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Santa Maria, Silveira Martins, São João do Polêsine, Restinga Seca e Agudo, com 136.201,64 hectares. O uso da tecnologia da constelação de satélites RapidEye permite a detecção, por exemplo, de um veículo em solo a partir de um satélite que está a 800 quilômetros de altitude. O sensor utilizado, com Banda Red Edge, possibilita discriminar a vegetação, captando alterações em áreas a partir de 25 metros quadrados. “Qualquer alteração com dimensões iguais ou superiores a vinte e cinco metros quadrados pode ser identificada, ou seja, se alguém suprimir duas árvores de porte em meio a uma floresta, este espaço certamente será detectado nas imagens”, explica Carlos Sehn. O último relatório, apresentado no final de novembro de 2016, evidencia equilíbrio na evolução do uso e cobertura da terra nos dois blocos monitorados. “No Bloco 1, são 41,88% de cobertura com floresta nativa e 1,49% de floresta plantada, ao passo que no Bloco 2 esses índices são de 37,49% e 0,58%, respectivamente”, conta Sehn. “Quanto à dinâmica da cobertura florestal nos dois blocos entre os anos de 2013 a 2016, os resultados indicam desmatamento de 0,75% e expansão florestal de 0,59% no Bloco 1, enquanto no Bloco 2 estes índices são de 0,18% e 0,32%, respectivamente”, diz. Portanto, as conclusões técnicas foram de que no Bloco 1 a supressão dos remanescentes florestais foi ligeiramente superior à expansão florestal, enquanto no Bloco 2 as florestas nativas apresentaram expansão superior ao desmatamento. Carlos Sehn observa que a conscientização dos agricultores e das
Fotos: Divulgação
Tecnologia permite detectar a supressão de duas árvores grandes no meio da mata
Sehn: dados poderão servir como base para o planejamento ambiental e econômico comunidades em geral sobre a importância da preservação da Mata Atlântica se constitui em desafio de ordem cultural que demanda amplo esforço dos agentes envolvidos para ser superado. “Nesse sentido, o acordo junto ao Ibama prevê outros compromissos que estão sendo rigorosamente cumpridos”, lembra. Um deles é a exigência contratual com os agricultores de que a
Isaía: pela recuperação da flora
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produção e a comercialização de tabaco estejam em conformidade com as normas ambientais vigentes. Outro compromisso é o de não adquirir tabaco cultivado em áreas desflorestadas ilegalmente nem curado com lenha de mata nativa. As empresas de tabaco também oferecem orientação aos produtores sobre a importância da proteção da vegetação nativa do bioma Mata Atlântica e o setor promoveu a distribuição de 200 mil cartilhas sobre manejo sustentável das propriedades rurais e respeito ao meio ambiente. De acordo com Sehn, toda a população se beneficia do projeto, pois a Mata Atlântica é um dos mais importantes biomas brasileiros. “Sua preservação proporciona vantagens e condições irreparáveis para a manutenção da fauna e flora, preservação do solo e dos recursos hídricos, assim como benefícios diretos às comunidades a ela ligadas”, constata. “Além disso, os resultados do programa de monitoramento por satélite poderão servir como base para o planejamento ambiental e
econômico da região de abrangência”, finaliza. Resultados - Segundo o engenheiro florestal e chefe do Escritório Regional do Ibama de Santa Maria, Tarso Isaía, há um satisfatório processo de recuperação da flora na maioria das áreas sob execução dos Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs). Nos locais em que foi tolerado o uso temporário das áreas em recuperação para o uso concomitante com cultivos agrícolas de subsistência, este processo ocorre de maneira lenta e gradativa, porém contínua. No entanto, as áreas de agricultura deverão ser gradativamente abandonadas na medida em que há avanço da regeneração da floresta. Já o engenheiro florestal e coordenador da pesquisa, Rudiney Soares Pereira, da UFSM, explica que o monitoramento consiste em mapear em mais de uma época os recursos naturais, principalmente o uso e ocupação da terra. “Esses dados passam por uma preparação, e após, mediante o proces-
SAIBA MAIS - O estudo realizado pela UFSM conta com uma equipe técnica formada por diversos pesquisadores que criaram um banco de dados georreferenciado, com classificação dos conjuntos de imagens digitais, classificando-as como florestas nativas, plantadas, de agricultura, campo, solo exposto e água. - O desmatamento das florestas nativas já era motivo de preocupação do setor do tabaco na década de 70, quando as indústrias começaram a incentivar os produtores a reflorestarem áreas ociosas, tornando-os autossustentáveis em energia utilizada na cura/secagem do tabaco. - A Mata Atlântica é considerada um dos mais importantes biomas do País, envolvendo 17 estados brasileiros e parte da Argentina e Paraguai. Com grande biodiversidade, o bioma sofreu ação de desmatamento expressivo pela colonização brasileira. Estudos apontam que após 500 anos de colonização europeia, a Mata Atlântica passou por mudanças drásticas que o reduziram a menos de 10% de sua cobertura original.
samento digital em software de geoprocessamento, geramos as informações de áreas e a espacialização dessas em produtos temáticos que denominamos de mapas temáticos florestais”, explica. “Essas atividades, são repetidas para que possamos realizar as comparações entre épocas distintas e, assim, utilizando técnicas de análises espaciais, são gerados mapas de alterações do uso e da cobertura florestal”, acrescenta. Conforme Pereira, os dados obtidos são comparados entre pares de períodos, ou seja, na última avaliação, comparativa aos períodos 2013 e 2016, mostrou que a diferença entre as áreas de desmatamento e de expansão florestal se mantém em índices muito pequenos. “Assim, ainda que tenhamos uma área levemente superior de florestas no Bloco 2, não podemos dizer que ele é o menos desflorestado que o Bloco 1. Entendemos que existe equilíbrio nas categorias manutenção de florestas, expansão e desmatamento”, diz.
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EDUCAÇÃO
Sob uma floresta de conhecimento O Projeto Verde é Vida, desenvolvido pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), respira florestas. São elas a razão de existir dessa iniciativa conhecida pelo comprometimento e pelo trabalho sério com o meio ambiente. Na edição de 2017 da Expoagro Afubra será a vez, então, de homenagear essa imensidão verde que não só embeleza as cidades e o campo, como fornece matérias-primas para uma vida ainda melhor. O Espaço Cultural já é tradição dentro da maior feira do Brasil voltada à agricultura familiar. Por lá, no ambiente localizado à esquerda do pórtico principal, visitantes encontram conhecimento, compartilham experiências e se deslumbram com as apresentações artísticas. É onde o riso brota, os olhos brilham e as pernas se preparam, nas áreas de descanso, para mais uma maratona entre as dezenas de estandes. Possibilidades - De acordo com o coordenador pedagógico do Verde é Vida, professor José Leon Macedo Fernandes, a proposta deste ano será apresentar as possibilidades que a floresta oferece, seja na produção de celulose, na alimentação, na indústria moveleira, entre tantas outras finalidades. Além disso, a organização pretende trazer ao público as histórias das
Fotos: Divulgação
Tema da Feira 2017, a floresta também será a anfitriã do Espaço Cultural
Integração e boas ideias são alguns dos principais elementos que estarão presentes na floresta do Espaço Cultural espécies nativas e exóticas, fornecendo informação de qualidade aos visitantes. Em 2016, aliás, a principal personagem do Espaço foi uma delas, a erva-mate. A preocupação é poder mostrar o papel de cada uma delas. Com isso, espera-se despertar e reforçar ainda mais a importância da preservação e manutenção das florestas, sem falar no plantio constante de novas áreas. “Queremos mostrar, assim como nos outros anos, o papel que o meio ambiente tem
para o desenvolvimento da agricultura familiar”, afirma Leon. Além das apresentações artísticas, e de estandes tradicionais no ambiente, como o do Departamento de Mutualidade da Afubra, e das escolas participantes da 8ª Mostra Científica Sul-Brasileira, outras novidades estão sendo pensadas para cativar os participantes da Expoagro Afubra 2017. “Estamos trabalhando para trazer aspectos que agradem nosso público”, conta Leon.
Cientistas do futuro Vida no campo rima com pesquisa em sala de aula. Seja no âmbito escolar, acadêmico ou profissional, os trabalhos científicos, aliados à prática, são responsáveis por levar mais conforto e qualidade de vida a agricultores de todo o mundo. No Vale do Rio Pardo, mais especificamente no mês de março, um berço de boas ideias se abre ao público.
Assim como nas outras edições, na Expoagro Afubra 2017 jovens das 14 Regiões de Atuação (RA’s) do projeto Verde é Vida, distribuídas pelo Rio Grande do Sul, Santa Catariana e Paraná, terão seu espaço garantido na 8ª Mostra Científica Sul-Brasileira para mostrar os trabalhos selecionados, desenvolvidos ao longo do ano.
Cada grupo de alunos, e seus professores, estará à disposição para apresentar suas ideias e esclarecer dúvidas no Espaço Cultural, localizado à esquerda do pórtico principal do Parque de Exposições, em Rincão Del Rey, no município de Rio Pardo (RS). Veja, a seguir, os projetos selecionados.
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TRABALHOS CIENTÍFICOS NA EXPOAGRO AFUBRA 2017 1 RA Irati Pesquisa: A importância das florestas para o meio ambiente Alunos: Gustavo Markoski e Dieison Pelepeka Instituição: Escola Urquiz Cordeiro, de Rio Azul (PR) Professora orientadora: Angela Maria Chimikuviski
3 RA Rio Negro e Mafra Pesquisa: Construindo o futuro replantando Alunas: Maria Tamires Colaço e Ana Caroline Artner Instituição: Escola Maria Izabel de Lima Cubas, de Canoinhas (SC) Professora orientadora: Nair Maciel Cuja
5 RA Tubarão e Braço do Norte Pesquisa: A criação de galinhas caipiras contribuindo na renda familiar e na qualidade de vida Alunos: Henrique Monteiro Vargas e Alex Vieira de Souza Instituição: Escola Geraldina Maria Tavares, de Gravatal (SC) Professor orientador: Sidinei Goulart dos Santos
7 RA Araranguá Pesquisa: Desperdício zero na alimentação Alunas: Isabella Pasini Martinello e Emily Frezza Ronchi Instituição: Escola Inês Tonelli Napole, de Meleiro (SC) Professora orientadora: Rosângela Ramos Pereira
9 RA São Miguel d’Oeste Pesquisa: O uso do alecrim como estimulante das funções orgânicas do corpo Alunas: Raquel Vanessa Favero e Cristiane Pedretti Instituição: Casa Familiar Rural Esperança, de Iporã d’Oeste (SC) Professora orientadora: Fabiane Rambo
11 RA Sobradinho e Arroio do Tigre Pesquisa: Apicultura: sustentabilidade da vida Alunas: Tauana Brixner Schneider e Dienifer Amanda Henker Instituição: Escola Ervino Konrad, de Arroio do Tigre (RS) Professora orientadora: Fabiana Schneider Wagner
13 RA Venâncio Aires Pesquisa: Ciranda do Envenenamento Alunas: Estefane Kauane Schmitz e Pamela Eloiza Schulz Instituição: Escola Adélia Corbellini, de Sério (RS) Professora orientadora: Ilone Martens de Abreu
2 RA Imbituva Pesquisa: Cultivo de uva na nossa região – Guamiranga e Prudentópolis Alunos: Eduardo Beledeli e Maisa Bail Instituição: Escola Izélia Santina Prates, de Guamiranga (PR) Professora orientadora: Kiara Aparecida Fila
4 RA Rio do Sul e Ituporanga Pesquisa: Sustentabilidade: frutas todos os dias Alunos: Juliano Ferreira Costa e Kauan Pereira Thiwes Instituição: Escola Joaquim Muniz da Costa, de Agrolândia (SC) Professora orientadora: Silvani Mayer Marangoni
6 RA Camaquã Pesquisa: Compostagem Alunos: Erecles Miritz e Michele Wainer Stachlewski Instituição: Escola Padre Vieira, de Dom Feliciano (RS) Professor orientador: Marcelo Bednarski
8 RA São Lourenço do Sul e Canguçu Pesquisa: Abelhas, um tesouro da natureza Alunas: Alice Scmalfuss Kohler e Cristiane Kohler Buttow Instituição: Escola Heitor Soares Ribeiro, de Canguçu (RS) Professora orientadora: Carla Mantovani Furtado
10 RA Cachoeira do Sul e Candelária Pesquisa: Mel Alunos: Cibeli da Rosa e Luan Uiws Fritz Instituição: Escola Professor Fábio Nackpar dos Santos, de Candelária (RS) Professora orientadora: Josiane Pereira Paranhos
12 RA Herval d’Oeste Pesquisa: Horto Medicinal: relógio do corpo humano Alunas: Katia Elaine da Silva Cidade e Letícia de Almeida Schaly Instituição: Escola Cruz e Sousa, de Herval d’Oeste (SC) Professora orientadora: Geiza Müller Michelon
14 RA Santa Cruz do Sul Pesquisa: Pneus descartados, onde estão? Alunos: Gustavo Waechter Pranke e Amanda Luisa Schultz Instituição: Escola Carlos Boettcher Filho, de Sinimbu (RS) Professora orientadora: Viviane Henn
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AGROINDÚSTRIAS COP 7
Delícias coloniais na Expoagro Afubra Atração importante da programação da Expoagro Afubra, o Pavilhão das Agroindústrias deve, novamente, ser a sensação para os apreciadores dos alimentos e artigos coloniais. A edição de 2017, que será realizada de 21 a 23 de março, terá produtos produzidos por 150 empreendimentos de agroindustrialização. E os segmentos presentes na feira serão os mais variados, com diversos tipos de queijos, linguiças, salames, copas, pães, biscoitos, salgadinhos, cucas, frutas cristalizadas e desidratadas, doces, conservas salgadas e doces, vinhos, sucos, espumantes, cachaças, licores, erva-mate, mel, melado, açúcar mascavo, rapaduras, artesanatos, flores e plantas, entre outros. De acordo com o assessor de Política Agrícola e Agroindústrias da Federação dos Trabalhadores na Agricul-
Foto: Arquivo/Afubra
Oportunidade para quem vende e compra
Pavilhão das agroindústrias é sucesso a cada edição da Expoagro
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tura no Rio Grande do Sul (Fetag), Jocimar Rabaioli, o desenvolvimento das atividades comerciais das agroindústrias nas feiras é fundamental para compra e venda de mercadorias. “As feiras exercem o intercâmbio entre os diferentes lugares dos municípios, Estado e União”, explica. “Uma das formas mais eficaz de comercializar ou promover um produto tem sido o contato direto. É preciso mostrar a cara para ser lembrado, e as feiras têm permitido este acesso
a um maior número de pessoas, tornando uma combinação perfeita de vantagens, ao concentrar no mesmo local grande número de compradores e vendedores, proporcionando a oportunidade de falar das particularidades dos produtos e ter o contato com o consumidor”, acrescenta. Para Rabaioli, participar da Expoagro Afubra, que é a maior feira da agricultura familiar do Brasil, é sempre muito positivo para as agroindústrias. “A feira, a cada ano,
tem se tornado referência não somente para as agroindústrias que participam, mas também para todos os visitantes, pois é uma feira completa e que apresenta tecnologias e serviços para realidades atuais da agricultura familiar”, comenta. Porém, segundo ele, a edição de 2016 não teve o público esperado e as vendas obtidas pelas agroindústrias foram de R$ 501.050,00. “Acredito que isso ocorreu devido aos fatores econômico e climático, que prejudicaram”, lamenta.
Os produtos coloniais fazem a felicidade em torno de qualquer mesa. E no Rio Grande do Sul, agora a qualidade é confirmada por um certificado na embalagem: o selo Sabor Gaúcho. A comprovação de que a produção é feita atendendo a todas as normas de higiene, respeito ao meio ambiente e com produtos de ótima procedência é resultado de um esforço conjunto que inclui os produtores e profissionais de órgão de apoio e fiscalização. Para incentivar a agroindustrialização, o governo gaúcho possui o Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF), que, até o final de 2016, havia expedido 772 autorizações de uso do selo Sabor Gaúcho, com validade de até cinco anos. O diretor de Agricultura Familiar e Agroindústria da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo (SDR), Dionatan Tavares da Silva, explica que o programa é dividido em duas etapas. Primeiramente o beneficiário faz seu cadastro e, na etapa seguinte, faz a inclusão. “O Cadastro do beneficiário no PEAF gera o atestado de cadastramento que se constitui no documento que reconhece o agricultor familiar ou pescador artesanal profissional como público do Programa, podendo o vinculado acessar os serviços para formalização da sua agroindústria familiar”, diz. Os produtores cadastrados recebem, através da SDR e da Emater, diversos serviços de apoio na implantação e legalização, além de financiamento para investimentos, formação técnica, adequação ambiental e elaboração de layouts e rótulos. Depois (após a legalização sanitária, ambiental e tributária), na fase de inclusão,
são oferecidos serviços de apoio à promoção e à comercialização dos produtos, vinculação da agroindústria no sistema de cadastro de contribuintes da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul e autorização para uso da marca “Sabor Gaúcho” nos rótulos dos produtos. Segundo Tavares, até o final do ano passado, o PEAF contava com 2.819 agroindústrias cadastradas e destas, 950 inclusas, sendo que 750 já estão autorizadas a usar o selo Sabor Gaúcho. “A concepção do selo partiu da necessidade de traduzir graficamente uma marca mista nominativo-figurativa que denomina a procedência do produto, alicerçada na produção artesanal rural, cumprindo com as exigências sanitárias, ambientais e com responsabilidade social”, explica o diretor de Agricultura Familiar. “Para que a agroindústria possa fazer uso do selo, é necessário demostrar interesse encaminhando via Escritório Municipal da Emater a solicitação, que posteriormente será assinada pelo secretário da SDR e publicada no diário oficial”, lembra. “O seu uso será permitido em rótulos e material de divulgação da agroindústria, desde que devidamente autorizado e respeitando os critérios estabelecidos no Manual de Identidade Visual”. Para os produtores rurais que investem na agroindustrialização de seus produtos, o governo estadual está disponível para auxiliá-lo na caminhada para legalizar a sua atividade, fornecendo gratuitamente uma série de serviços para atingir seu objetivo. “Já na etapa da comercialização, onde o selo está inserido, o produto possui melhor aceitação pelos consumido-
Foto: Itamar Pelizzaro/SDR
Selo Sabor Gaúcho para mais de 770 agroindústrias
Dionatan Tavares: produção legalizada e cumprimento das exigências sanitárias, ambientais e de responsabilidade social res, visto que é um produto legalizado, conseguindo atender mercados formais que antes não era possível devido à informalidade”, explica Dionatan Tavares. “Com a ampliação e qualificação do mercado, sua atividade tende a crescer também” acrescenta. E para os consumidores, o selo representa garantia de procedência. “Como o selo é fornecido para aquelas agroindústrias que apresentaram o licenciamento sanitário e ambiental, o consumidor tem a segurança de adquirir produtos que cumprem a legislação”, conta. “Outra vantagem para o consumidor é que ele está adquirindo um produto feito pela agricultura familiar, com nível de industrialização reduzido, através de métodos artesanais e em pequena escala. Isso confere característica única aos produtos, por muitas vezes utilizar receitas de família, promovendo o desenvolvimento local”.
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Para os pequenos produtores familiares que buscam produzir e industrializar alimentos para comercialização, a Emater/RS-Ascar é uma instituição de apoio para a criação e consolidação das agroindústrias. A atuação do órgão se direciona especialmente às questões ligadas às boas práticas de fabricação (BPF) e à adequação da produção à legislação vigente, possibilitando às famílias rurais explorar plenamente o mercado. Conforme o engenheiro agrônomo Márcio Luiz Miranda Dalbem, assistente técnico estadual para a área de agroindústrias, a Emater operacionaliza o Programa Estadual da Agroindústria Familiar do Estado do Rio Grande do Sul (PEAF), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do RS (SDR). O trabalho dos técnicos e extensionistas é feito junto aos agricultores familiares interessados em desenvolver a transformação de alimentos, incentiva a implantação e legalização de agroindústrias e busca seu fortalecimento como forma de melhoria de renda e qualidade de vida no meio rural. “Isso está fundamentado na capacidade das agroindústrias em agregar valor à produção primária, ampliar oportunidades de mercado e de se constituir como uma atividade que vem se consolidando como uma concreta alternativa de trabalho e renda para os jovens rurais, fundamental para o processo de sucessão das pequenas propriedades rurais do nosso Estado”, explica Dalbem. Na sua atuação junto aos produtores e suas famílias, a Emater participa da discussão da agroindústria como alternativa, além de importante atuação na assistência técnica e nas capacitações em processamento, boas práticas de fabricação e em gestão das agroindústrias. “Essas capacitações se dão diretamente junto às propriedades e comunidades rurais ou em centros de treinamento da instituição, em unidades especialmente estruturadas para este fim, dando aos agricultores familiares maior segurança e melhores condições para a tomada de decisão e para o desenvolvimento de seu empreendimento agroindustrial”, conta o engenheiro agrônomo da Emater. “As capacitações para as agroindústrias familiares são incentivadas e de livre adesão dos agricultores familiares”, acrescenta. Outras ações importantes da Emater dentro do PEAF se referem à elaboração de projetos, tanto os de caráter técnico para a legalização dos empreendimentos quanto os de
crédito para a implantação e adequação de agroindústrias. “No licenciamento ambiental das agroindústrias, a instituição atua apresentando aos agricultores familiares a possibilidade de obter cadastramento junto à Licença Ambiental do PEAF, concedida pela Fepam, facilitando e desonerando seu processo de legalização”, explica. “Também auxilia no encaminhamento da documentação necessária e participa junto com a SDR da elaboração dos projetos para tratamento dos efluentes gerados pelas agroindústrias”. A Emater desempenha ainda papel fundamental na organização das agroindústrias familiares para comercialização de seus produtos, tanto em feiras locais quanto em eventos maiores. “Com a atuação do PEAF, o caminho para implantação e legalização das agroindústrias da agricultura familiar tem sido facilitado e se tornado menos oneroso”, comenta Márcio Dalbem. Assim, os interessados em desenvolver esta atividade estão melhor informados sobre os passos necessários e etapas a serem vencidas até conquistarem a oportunidade de explorar
Foto: Divulgação
Emater auxilia na criação das agroindústrias
Márcio Dalbem: agroindústria pode ser importante alternativa para a agricultura familiar legalmente o mercado”, explica. “A Emater acredita que a agroindústria pode ser uma importante alternativa para a agricultura familiar, colaborando para a melhoria das condições de vida das famílias rurais e como oportunidade de desenvolvimento local”, finaliza.
SERVIÇOS OFERECIDOS PELA SDR E EMATER Apoio na implantação e legalização das Agroindústrias Familiares e das Agroindústrias Familiare s de Pequeno Porte de Processamento Artesanal: assistência técnica na elaboração e no encaminhamento de projetos de crédito, sanitário e ambiental e da legalização tributária. Financiamento para investimento: disponibilização de recursos para construção, reforma ou aquisição de equipamentos através do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper). Formação técnica dos beneficiários cadastrados do Programa Estadual de Agroindústria Familiar: cursos de formação técnica nas áreas de Boas Práticas de Fabricação, Gestão, Processamento dos Alimentos e outras de interesse do Programa. Adequação Ambiental: confecção de projetos para adequação ambiental, objetivando o enquadramento do estabelecimento na Licença Ambiental do PEAF para as agroindústrias familiares de pequeno porte e baixo potencial de impacto ambiental e que tenham até 250m² de área útil construída e atendam as tipologias descritas na Licença do Programa. Elaboração e adequação de layout de rótulos: apoio na elaboração e adequação de layout de rótulos dos produtos de agricultores familiares ou pescadores artesanais e suporte técnico tanto no âmbito de design gráfico, como no atendimento aos requisitos legais previstos para rotulagem de produtos de origem vegetal ou animal. Apoio à promoção e comercialização dos produtos das agroindústrias familiares: locação e disponibilização de espaços públicos ou privados em feiras, eventos e pontos de comercialização, assim como, da inserção de seus produtos nas compras governamentais. Vinculação da agroindústria familiar junto ao sistema de cadastro de contribuintes da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul: quando a produção da matéria-prima for própria, os micro produtores rurais que tiverem sua agroindústria familiar vinculada no sistema de cadastro de contribuintes estarão autorizados a comercializar os produtos constantes na Instrução Normativa DRP 45/98 e alterações, com a Nota Fiscal de Produtor Rural com isenção de ICMS. Uso da marca mista nominativa/figurativa “Sabor Gaúcho” nos rótulos dos produtos da agroindústria familiar: a SDR autorizará mediante termo de autorização de uso do selo, assinado entre as partes, a utilização do selo Sabor Gaúcho nos rótulos dos produtos das agroindústrias familiares.
SEMEAR A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NO LUGAR CERTO É COMPROMISSO DA SOUZA CRUZ. Preservar os recursos naturais em propriedades rurais, contribuindo para a sustentabilidade ambiental, é mais do que uma preocupação da Souza Cruz. É um compromisso assumido desde sua fundação. Assim, através de uma parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a empresa lançou, neste ano, o Programa Gestor de Recursos Florestais, que tem como objetivo estimular os seus produtores integrados a adotarem iniciativas voltadas à minimização dos impactos ambientais. Uma atitude que, mais do que semear conhecimento e contribuir para a sustentabilidade, é motivo de orgulho e demonstra respeito com o meio ambiente.
www.souzacruz.com.br
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O suco de butiá fabricado na agroindústria da família Sobucki, no município de Sete de Setembro/RS, localidade de Linha Chinita, está ficando famoso no Sul do Brasil por seu sabor peculiar. A fruta nativa da América do Sul e abundante na região é usada para produzir polpas concentradas 100% naturais. O casal Miguel e Eli Nair, os filhos Dionatan Rafael e Leticia Rita, a nora Angélica Cristina Jaskulski e Carola Gurski constituem a equipe que trabalha em uma das mais firmes agroindústrias familiares do Rio Grande do Sul. A marca Sobucki, dos produtos produzidos com matéria-prima cultivadas pela família, é presença constante nas maiores feiras gaúchas. Mas o caminho até consolidar sua agroindústria não foi fácil. No final dos anos 1990, Miguel e Eli trabalhavam como diaristas e possuíam gado leiteiro, o que, segundo eles, mal dava para pagar as contas. Como no pomar da propriedade eram cultivados tomates, Miguel decidiu vendê-los na cidade de Guarani das Missões. A boa comercialização foi incentivo para que investisse em estufas onde, além dos tomateiros, começaram a cultivar também repolho, alface, rúcula, couve-flor, cenoura e beterraba. No ano de 2000, com apoio da Emater de Guarani das Missões, eles plantaram 200 pés de laranjas, 250 de bergamotas, 200 de pêssego, 400 de figo e 50 de caqui. Na época, a família também plantava pepinos e vendia para uma cooperativa. Como a venda dos produtos in natura acabava em desperdício de frutas e verduras, Eli Sobucki fez alguns cursos de produção de compotas, conservas e schmier. Até então, a produção era comercializada nas quitandas que Miguel fazia em Guarani das Missões. Dois anos depois, eles começaram a participar de feiras da agricultura familiar, incentivados pela Emater e pelo Sindicato Rural local. Conforme Dionatan Sobucki, filho do casal, nas feiras surgiram novas oportunidades e a ideia de criar algo diferente, que as pessoas não estavam habituadas a ver todos os dias. “Então experimentamos fazer suco de Butiá que levamos para a primeira feira na cidade de Não Me Toque e foi um sucesso de comercialização”, comemora. “Aí veio a nós mais uma oportunidade de começarmos um novo negócio, que foi a produção de polpas de frutas, sucos e néctar 100% naturais utilizando frutas nativas e convencionais”, explica. Assim surgiu a segunda agroindústria da família, a Produtos Coloniais Setembrense, essa de propriedade de Dionatan.
Fotos: Divulgação
Suco de butiá, o sabor que caiu no gosto popular
Maior parte dos alimentos são cultivados pela família
Agroindustrialização de conservas de pepinos Com as agroindústrias em expansão, em 2008 e 2009 eles construíram nova infraestrutura, que atende todos os padrões estabelecidos pela Vigilância Sanitária e Ministério da Agricultura. Trata-se de um prédio amplo e bem equipado, construído com R$ 80 mil de recursos próprios e R$ 50 mil de financiamento do Banco do Brasil. “Já, quanto aos equipamentos, a grande maioria foi conquistada por meio de projetos da Emater e do município de Sete de Setembro”, explica Dionatan. Atualmente, com apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) e Emater, eles participam de feiras em diversas regiões gaúchas e até fora do Estado. “Agora estamos buscando colocar nossos produtos em supermercados”, conta Dionatan, pois atualmente eles atendem mercados e fruteiras e merenda
escolar dos municipais da região. “Pessoas de outros estados que provaram nossos produtos em algum evento, nos procuram para saber onde podem consegui-los e alguns vêm até nossa propriedade fazer a aquisição”, conta. DIVERSIDADE DE SABORES – Na agroindústria Produtos Coloniais Sobucki são produzidos schmier de butiá, morango, uva, pêssego, jabuticaba, figo, pitanga, gabirova e uvaia; doces em calda de pêssego, figo, abóbora e casca de laranja; e conservas de pepino, cebola, poronguinho e pimenta. E na Produtos Coloniais Setembrense são produzidas polpas concentradas de morango, abacaxi, pêssego, uva e maracujá; polpas de fruta nativas concentradas de butiá, pitanga, guavirova, jabuticaba e uvaia; e suco integral de uva, laranja, bergamota, maracujá e abacaxi
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INFORME ESPECIAL - OURO FINO
Terra Forte é a nova solução da Ourofino Recomendado para o controle das pragas iniciais do solo, proporciona melhor germinação e uniformidade Diante da necessidade do produtor e do crescente mercado de tratamento de sementes, a Ourofino Agrociência oferece o inseticida Terra Forte. De contato e ingestão à base de Fipronil, a nova solução é recomendada para as culturas de soja, milho, algodão, feijão e também para pastagem, e age no controle das principais pragas de solo e as de parte aérea em fase inicial, como broca, lagartas, vaquinha, coró em estágio larval e cupins. “A base de qualquer cultura é a germinação. Quando o produtor investe em sementes de qualidade e as protege, ele evita perdas e garante melhor germinação e estande adequado, o que reflete em mais produtividade”, orienta Antônio Nucci, Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Ourofino Agrociência. Produzido na fábrica da empresa em
Terra Forte
Uberaba (MG), uma das mais modernas no segmento do mundo, o Terra Forte possui densidade compatível com os equipamentos de tratamento de semente industrial, proporcionando a utilização em diferentes calibrações. “Trata-se de um produto com formulação líquida, com melhor homogeneização da calda e densidade adequada. Além disso, oferece mais facilidade na limpeza dos equipamentos industriais”, explica Marco Antonio Cunha, Gerente de Produtos (Inseticida). Para o homem do campo, que investe em qualidade e busca produtos de alta tecnologia, o Terra Forte traz confiança em função do seu amplo espectro de controle e residual prolongado, que protege a lavoura de pragas que atacam as sementes e auxilia o aumento de produtividade. “A escolha do produto é fator preponderante no sucesso da
Mais tecnologia na proteção da sua lavoura.
prática”, indica o engenheiro agrônomo e consultor Silvestre Bellettini. O Gerente de Produtos da Ourofino Agrociência ainda alerta que a exposição às pragas de solo de uma semente sem tratamento, inclusive na pastagem, pode trazer grandes prejuízos. Dependendo da infestação, as perdas podem ser significativas, chegando a 20% da lavoura. “O ataque em sementes não tratadas ocasiona uma demora na formação da pastagem e gera problemas para a produtividade”, diz Marco Antonio. O Terra Forte complementa o portfólio de 21 produtos em comercialização da Ourofino Agrociência e comprova a tecnologia de ponta aplicada pela empresa em todos inseticidas, herbicidas e fungicidas. ComTexto Comunicação Corporativa Ingrid Ribeiro e Thaís Campos
Terra Forte Inseticida Fipronil que apresenta amplo espectro de controle. Sua formulação líquida, com micropartículas e baixa densidade, proporciona maior uniformidade no recobrimento das sementes. Isso resulta em melhor controle das pragas iniciais e, consequentemente, melhor germinação e estandes adequados, protegendo o seu investimento desde o início. Terra Forte é produzido em uma das mais modernas fábricas de defensivos agrícolas do mundo. Com automação e equipamentos de alta tecnologia, seus produtos atendem os mais altos padrões de qualidade.
Produtos à base de Fipronil são tóxicos para abelhas. A aplicação aérea NÃO É PERMITIDA. Não aplique este produto em época de floração, nem imediatamente antes do florescimento ou quando for observada visitação de abelhas na cultura. O descumprimento dessas determinações constitui crime ambiental, sujeito a penalidades. Comunicado do IBAMA, Diário Oficial da União, Seção 3, página 112 de 19/07/2012.
IMPORTANTE Denuncie. Não arrisque sua liberdade. Diga não aos agrotóxicos ilegais. Para sua proteção, respeito à saúde pública, ao meio ambiente e à segurança no trabalho, nunca use produtos falsificados e contrabandeados, é crime. Disque Denúncia Agrotóxicos Ilegais: 0800 940 7030
ADVERTÊNCIAS Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e na receita, e faça-o a quem não souber ler. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.
Informe-se sobre e realize o manejo integrado de pragas e o de resistência a doenças e plantas daninhas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos.
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NOVIDADE
O nome dela é Juçara Diversificar, definitivamente, não é mais um verbo novo para produtores dos três estados do Sul do Brasil. Independente da destinação do produto e do tamanho da propriedade, agricultores de diversas regiões têm investido em novas linhas de produção para incrementar a renda familiar. Em Candelária/RS, na localidade de Passa Sete, não tem sido diferente. Por lá, os nove associados da Associação dos Produtores de Banana Ecológica (Aprobanana), fundada em 2001, decidiram apostar em um novo produto: o açaí de palmeira juçara. O grupo, onde alguns integrantes também são produtores de tabaco, visa a diversificação, o diferencial no campo, a alternativa de renda e, o principal, trabalhar em harmonia com o meio ambiente. O grupo comunitário, tradicional também por realizar o Dia da Coleta do Pinhão, encontra, na floresta, mais um motivo para sonhar alto. De acordo com o engenheiro agrônomo Luiz Rogério Boemeke, do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa), a magnitude do projeto ainda não são os números de produção, mas o pioneirismo em colocar a ideia em prática. Com base no exemplo dado por produtores do município do litoral gaúcho Três Cachoeiras, o grupo passou realizar o plantio das primeiras sementes em 2012. “Eles já possuíam exemplares, mas não conheciam a espécie”, conta Luiz Rogério. Em abril do ano seguinte, 2013, o grupo seguiu ao município de Morrinhos do Sul para conhecer a realidade de uma agroindústria que trabalha com o produto. A troca de conhecimento e a experiência motivou a busca por uma agroindústria familiar, em Passa Sete. Hoje, ela já começa a ser instalada e conta com freezer, balança, despolpa-
Fotos: Heloísa Letícia Poll/Afubra
Inspiração para produtores, açaí da palmeira juçara é a nova possibilidade para agregar renda
Grupo está integrado à Rede Ecoforte deira e seladora, adquiridos por meio do Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica – Rede Ecoforte. A preocupação, de acordo com Luiz Rogério, é de trabalhar todos os aspectos legais para a miniempresa funcionar. Legislação sanitária e ambiental e outros detalhes burocráticos são fundamentais para garantir um trabalho sério e comprometido com a sociedade. Para que tudo ocorra bem, o grupo está amparado por um time de peso. Além do Capa, participam da iniciativa a Emater/RS-Ascar de Candelária, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Prefeitura e Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente (Sema), de Candelária. Futuro – Enquanto as palmeiras e bananeiras continuam a crescer em harmonia, fornecendo sombra e resíduo orgânico uma a outra, os produtores tralham para manter as boas projeções de futuro. Conforme Sanderlei Pereira, extensionista rural da Emater de Candelária, profissionais
amparam os produtores para o licenciamento dos plantios agroecológicos, além de prestar toda a assistência para as “coisas da floresta”. Apesar do palmito já estar presente há centenas de anos no dia a dia dessas famílias é agora que ele passa a ter um valor ainda mais especial. “Vamos explorar o que existe para tornar a ideia possível”, afirma. Hoje a comercialização do açaí de palmeira juçara ocorre na feira rural de Candelária, em eventos e na comunidade, no formato de suco ou polpa. A demanda tem sido tão grande que o desafio é garantir a oferta. “O produto já está consolidado”, afirma Luiz Rogério, engenheiro agrônomo do Capa. Mas, além da fruta, a ideia também é passar a comercializar conservas de palmito daqui a alguns anos. Para isso, no entanto, visam a exploração legal e responsável. O agricultor Nelson Reis, de 61 anos, também sonha com dias melhores. Ao lado da família se prepara para terceira safra de açaí. A média de colheita tem sido de 80 quilos por ciclo, com a intenção de ampliar a produção. E de
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cultivos, por sinal, ele entende bastante. O produtor trabalha desde os anos 90 como feirante, onde comercializa hortaliças, frutas (banana, bergamota e laranja) e leite orgânico. Além disso, também planta 100 mil pés de tabaco, a primeira atividade que exerceu na propriedade que hoje soma 20 hectares (no início era apenas um). “A ideia agora é diminuir um pouco o tabaco. Por isso apostamos no açaí”, esclarece.
SAIBA MAIS
Produtores e profissionais conversam sobre os trabalhos desenvolvidos com a palmeira juçara
O palmito juçara é uma planta nativa da região onde ocorre o projeto de implantação da agroindústria. O juçara é considerado primo-irmão daquele encontrado no Norte do País. Alguns consumidores, inclusive, apontam como o gaúcho sendo mais saboroso. O açaí da Mata Atlântica, como também é conhecido, tem alto valor nutricional. A cor roxa escura dos frutos, por exemplo, se dá devido à presença de antocianinas, que apresentam grande potencial farmacológico, que incluem propriedades antioxidantes,
anti-inflamatórias, inibição da oxidação do colesterol LDL, diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares e de câncer. Conhecida cientificamente como Euterpe edulis é uma planta tolerante à sombra. Os pássaros e pequenos mamíferos também são considerados plantadores da espécie, pois espalham as sementes pelo solo. A exploração de seus frutos possibilita uma fonte de renda ainda mais interessante, se comparada com a comercialização do palmito.
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INFORME ESPECIAL - DIVINUT
Diversificação com alta rentabilidade Plantar Nogueira-pecã hoje e colher os frutos por séculos A Divinut é pioneira mundial na produção de mudas de nogueiras-pecã com raiz coberta e no sistema de implantação e manejo denominado SDP (Sistema Divinut de Produção). O pioneirismo mundial está também na relação com seus parceiros, onde oferecemos um formato de produção com orientação técnica com base de 27 anos de experiência. Além da tecnologia que desenvolvemos e da experiência que acumulamos acompanhando mais de 2.000 pomares dos nossos produtores parceiros, superando 500 municípios na região Sul do Brasil, buscamos base tecnológica nos EUA, México, Israel, Chile e Argentina. O repasse dessas informações, se dá por meio do portal na internet com acesso exclusivo, consultas agendadas, e-mails, WhatsApp, SMS, Facebook, telefone fixo ou celular, cursos, dias-de-campo, palestras técnicas, interpretação de análise de solo, com recomendações de adubação, calagem e distribuição de polinizadoras. Como necessitamos de matéria-prima, temos o máximo interesse que sua produção seja maior, mais rápida possível e com a melhor qualidade. Queremos comprar toda sua produção.
SAIBA MAIS Enxertadas com variedades híbridas norte-americanas de alta produtividade; Testadas em condições brasileiras, por mais de 40 anos; Produção de alta precocidade, com início entre o 2º e o 4º ano; Resistência as principais doenças, dispensando tratamentos químicos; Comportamento floral – somente a Divinut possui conhecimento da florada na condição de clima e de solo do Sul do Brasil, possibilitando total segurança do planejamento; Produção em raiz coberta, o que possibilita o plantio o ano todo, sem estresse de transplante, baixo índice de mortalidade, acentuando a precocidade produtiva; As variedades produzem nozes com características ideais para industrialização, frutos graúdos e uniformes com casca e baixa alternância de produção; Longevidade que pode durar 200 anos de produção; Sistema de manejo agrossilvipastoril; Alta lucratividade, podendo superar R$ 100.000,00 há/ano; Baixo custo de implantação e manutenção; Várias linhas de financiamento; Valorização da propriedade; Herança: um negócio em que os bisnetos lembrarão e se beneficiarão; Produção de saúde – as nozes estão entre os alimentos que melhor fazem bem para a saúde, prevenindo problemas cardíacos e câncer.
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AGRO-COMERCIAL
A Liga das Lavouras Gesiele Cristiane Marques, 22 anos, bem que tentou levar uma vida na cidade, mas não conseguiu se acostumar. Além do barulho e do movimento, os R$ 30 que recebia, por dia, após uma jornada de trabalho de doze horas, em um mercado de Imbituva/PR, fez com que sentisse saudades de casa. E foi para lá que voltou, na certeza de que viver ao lado dos pais Gabriel Guzzo Marques, 47, e Cirlene Marques, 46, e da irmã Jeciane Marques, 15, era o melhor negócio. Mas o dia a dia na propriedade de 18 hectares, localizada em Faxinal dos Galvões, também no município de Imbituva, tem se tornado ainda mais farto com a ajuda de outro “familiar”. É assim como os Marques consideram o técnico agrícola da loja da Afubra de Imbituva, Gilcinei Rodrigues dos Santos, responsável pelo atendimento técnico na propriedade desde 2008. Com as visitas do profissional, a família tem a chance de colher prosperidade e vibrar com o crescimento das atividades desenvolvidas. “Sem Afubra não tem safra”, comenta Gabriel. Para ele, tocar as lavouras sem o acompanhamento de Gilcinei seria complicado. Isso tudo, pois é por meio da Afubra que o produtor conhece as melhores variedades de sementes para plantio, tem acesso a produtos de qualidade, realiza adubação e planejamento de forma organizada, além de contar com análise de solo. “Às vezes alguma doença surge nas plantas e eles já procuram saber o que é”, explica Gabriel. A agilidade e a rapidez no atendimento também são aspectos que agradam a família, associada à Afubra desde 1990. Hoje, além da fumicultura, ainda produzem 2.700 árvores de eucalipto, milho, feijão, soja, trigo, porcos,
Pai e filhos discutem o futuro da propriedade com o apoio de Carlos
frangos, galinhas caipiras e a horta “com um pouco de tudo”, segundo Cirlene. Enquanto o filho Fernando Marques, 25, toca a vida na cidade, trabalhando numa fábrica de calçados, e residindo com a mulher e uma filha, Gabriel, Cirlene, Gesiele e Jeciane, estudante do Ensino Médio, continuam a projetar o futuro e a dividir momentos de alegria, em meio à labuta diária. “Nosso lugar é abençoado. Aqui não falta nada”, resume Gabriel. Terra santa – Na localidade de São Lourenço, no município de Mafra/SC, Aristeu Witt, 55, e a mulher Cacilda Witt, 56, se consideram pais abençoados. Dos quatro filhos que tiveram, três decidiram permanecer no campo e apostar no desenvolvimento das atividades agrícolas. Diante de toda a liberdade para escolher o caminho que quisessem trilhar, Alexandre Witt, 26, Rodrigo Witt, 35, e Zenon Witt, 32, decidiram trabalhar juntos. Hoje a família está entre os maiores produtores de leite da cidade catarinense, com uma produção diária de 1.100 litros, em média. Do rebanho de cem cabeças de gado, 55 vacas, entre as raças Holandesa, Jersey e Parda Suíça, estão em lactação. “Faz 25 anos que começamos a produzir. No início era apenas uma vaca, com a produção de dois litros de leite por dia”, relembra Rodrigo. Dessa história de sucesso também faz parte o técnico agrícola da Afubra de Mafra, Carlos Ivan Pscheidt, que acompanha o dia a dia dos Witt. Com a assistência dele, os homens e as mulheres da família conseguem levar as atividades adiante com mais segurança. Afinal, além das vacas também plantam tabaco, soja, milho, repolho, couve-flor e brócolis, criam animais, como porcos, coelhos e galinhas, e ainda mantêm áreas de pastagem e com eucalipto. O trabalho na propriedade não para, além do investimento contínuo, necessário para que tudo ocorra como o esperado. É por isso, mais uma vez, que a presença do colaborador da Afubra se torna fundamental. “Às vezes estamos muito ocupados. Aí ligamos para o Carlos. Ele sempre está no local e na hora que precisamos”, pontua Aristeu. Para eles, a Afubra é a única que presta esse serviço de assessoria ao produtor, nas proximidades. “Eles não querem apenas vender, mas acompanhar tudo o que é feito aqui e o seu desenvolvimento. Sem o apoio o dia a dia seria mais difícil. Às vezes pode surgir algo novo, que não conhecemos. Se a gente não cuidar de todos
Fotos: Heloísa Poll/Afubra
Profissionais da Agro-Comercial Afubra prestam assistência a produtores
Gilcinei já é considerado membro da família pelos Marques os detalhes, podemos perder um ano todo de trabalho”, reforça Rodrigo. Do lado de cá – No Rio Grande do Sul a relação da Afubra com os produtores não é diferente. Na localidade de Canguçu Velho, em Canguçu, Patrique Pagel Strelow cuida dos 60 hectares de terras com a ajuda da esposa Tamara Bierhals Maquardt, 19, da avó Helena Lüdke Strelow, 63, e do técnico agrícola José Carlos Bastos Nunes, conhecido como o Zé da Afubra. Aos 22 anos, Patrique encontra suporte no entendimento técnico do Zé. A troca de experiências, de acordo com ele, é fundamental para tocar as atividades herdadas do pai e do avô, já falecidos. Associado à Afubra há quatro anos, hoje planta 35 mil pés de tabaco. Em 2016, aliás, o plantio conta com sistema de irrigação, implantado com a ajuda da equipe da Afubra. Também divide o tempo com os dez hectares de pêssego - que correspondem a uma colheita de 50 mil quilos por ano, em média – com as 20 cabeças de gado de corte, as quais começou a criar em 2015, caixas de abelha (são 20 no total) e os quatro açudes, sendo dois deles destinados à criação de trairão, carpa capim e jundiá. Não bastasse o montante de atividades, Patrique quer ir além. Com o suporte da Afubra, inicia o plantio de abóboras, visando mais uma alternativa de renda para a família. É justamente nessas iniciativas que o produtor se vê amparado pelo trabalho desenvolvido pelo técnico Zé. “Ele alerta sobre os produtos que a gente pode usar, os cuidados no manejo, a abertura de novas tecnologias. Tudo o que a gente precisa, qualquer dúvida ele esclarece. Está sempre à
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disposição”, afirma o jovem. De dentro para fora – O foco das equipes técnicas da Afubra é, justamente, auxiliar no desenvolvimento da propriedade agrícola e na promoção de sua diversificação. De acordo com o gerente do Departamento Agrícola da loja matriz, em Santa Cruz do Sul/RS, Elias Birnfeld, hoje a Afubra conta com o portfólio mais amplo do mercado para atender diferentes culturas. Assim como nas propriedades visitadas, em todo o Sul do Brasil agricultores podem contar com os serviços prestados pelos mais de 90 profissionais externos, entre técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos. Além deles, entre os mais de 700 colaboradores da rede de lojas da Afubra, há cerca de 40 profissionais responsáveis pelos atendimentos internos aos agricultores nas lojas. De acordo com Elias, a preocupação é de poder oferecer todo o suporte necessário aos produtores, dentro da realidade de cada região. Por isso, procuram estar preparados para atender demandas de diferentes plantios, como cebola, arroz, soja, milho, frutas, hortaliças, entre outras culturas. “Nós trabalhamos para que haja o crescimento do agricultor e, consequentemente, da região na qual reside”, explica o gerente.
Suporte técnico da Agro-Comercial Afubra, por meio de José Carlos, é essencial para a manutenção da propriedade dos Strelow Para tanto, há a busca por capacitação profissional, além do fornecimento de produtos de qualidade, trabalhando com as principais empresas do mercado. “Todos os insumos disponíveis no mercado têm particularidades e detalhes que olhamos com muito rigor. Na linha de sementes, por exemplo, buscamos fornecedores idôneos e que tenham procedência e qualidade diferenciada”, afirma Iara Koeppe, gestora de mercadorias do setor agrícola. “A semente é a base da lavoura e temos que iniciar bem, para conduzir bem até o final, com um custo benefício bem ajustado”, reforça Elias.
Os serviços de análise do solo, avaliação da propriedade, comercialização e manejo técnico, por exemplo, estão à disposição de toda a comunidade. As visitas externas, por sua vez, ocorrem por meio de agendamento. “O trabalho realizado em conjunto com os produtores, essa interação toda permite que a Afubra construa um trabalho sério e um reconhecimento importante por parte deles. Isso, aliás, é nossa principal motivação”, afirma o gerente. Atualmente a Afubra conta com 22 lojas – no RS, são 10, em SC são oito e no PR, são 4 – e mais dois postos de vendas no RS.
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INICIATIVA COP 7
O melhor combustível é a educação Se um litro de óleo for jogado em um milhão de litros de água, faz com que o líquido seja impróprio para o consumo. Se essa mesma quantidade for despejada em 25 mil litros, a vida aquática está em risco. Mas, dependendo do óleo, se a destinação for correta, ele pode se transformar em biocombustível e poluir 80% a menos a atmosfera, se comparado com o tradicional. Diante dos números, não resta dúvidas quanto aos benefícios que a reciclagem pode proporcionar. É justamente com essa ideia que o Programa de Recolhimento de Óleo Saturado, desenvolvido pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), que mais de 500 escolas e entidades filantrópicas, localizadas nos três estados do Sul do Brasil, têm trabalhado. Mais do que preservar os recursos hídricos e, consequentemente, todo o ecossistema, essas instituições também têm a chance de “engordar o porquinho” todos os anos. A cada litro de óleo coletado, a Afubra gratifica os grupos participantes com R$ 0,50. A entrega da premiação aos dez primeiros colocados ocorre todos os anos, durante a Expoagro Afubra. A soma é revertida em cheque-presente, que pode ser trocado em qualquer uma das lojas da Agro-Comercial Afubra. No ano de 2015, por exemplo, a Associação de Pais e Professores da Escola Municipal São Francisco, de Luzerna, em Santa Catarina, conquistou o primeiro lugar com 4 mil litros arrecadados. A segunda e terceira posições deram destinação correta a 3.504 litros e 3.014 litros, respectivamente. No total foram coletados 127.556 litros de óleo saturado (no primeiro ano o projeto somou 14.249 litros). De acordo com o técnico agrícola Nataniél Sampaio, para 2016 a estimativa é contabilizar 125 mil litros coletados. Para ele, que coordena as atividades desde o início, há um aumento constante no número de participantes, o que comprova o sucesso da iniciativa. “Apesar disso, nós
Fotos: Nataniél Sampaio/Afubra
Programa conta com a participação de mais de 500 entidades
Programa de recolhimento de óleo saturado se consolida como uma das principais atividades de educação ambiental desenvolvida pela Afubra entendemos que ainda há muito campo para explorar”, afirma Sampaio. As entidades de ensino e filantrópicas interessadas em fazer parte da ação podem entrar em contato com a Afubra e realizar o seu cadastro. De carrinho – “Um projeto leva a outro projeto”. A afirmação de Nataniél Sampaio fica ainda mais clara a partir do exemplo da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora da Glória, de Sinimbu/RS, que já tem tradição no programa. Em 2015, arrecadou 2.481 litros, alcançando o sexto lugar. Por lá, eles criaram um carrinho adaptado que realiza a coleta em estabelecimentos e residências, conta Sampaio. “Eles realizam, praticamente, um trabalho de limpeza da cidade”. De acordo com a vice-diretora do educandário, Tânia Molz, “o programa é interessante, pois em primeiro lugar estamos contribuindo para que este óleo saturado não seja jogado em qualquer lugar da natureza. Em segundo lugar, é muito gratificante ver as pessoas da comunidade local colaborando, trazendo ou nos chamando para buscarmos. Em terceiro, é muito bom, no final das contas, recebermos
aquele valor que sempre ajuda nas despesas da escola”. Além de oportunizar a destinação correta ao óleo saturado de cozinha e mais uma fonte de renda às escolas, Sampaio destaca que o principal objetivo do programa é, justamente, a educação ambiental trabalhada nas salas de aula e nas comunidades. “Somente esse engajamento já tem grande reflexo no meio ambiente”, afirma. Todas as instituições participantes recebem, no início do ano letivo, palestras educativas e material informativo e didático para a realização de atividades em sala de aula. Na unidade de beneficiamento, localizada junto ao Parque de Exposições da Expoagro Afubra, em Rincão Del Rey, no município de Rio Pardo (RS), além do processo de reciclagem, também ocorrem atividades didáticas. Além de abrir as portas aos visitantes, durante a realização da feira, ao longo do ano estagiários de cursos, como Química Industrial, Engenharia Ambiental e Técnico em Biocombustível utilizam o espaço. Outras instituições de ensino também promovem aulas práticas no espaço.
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NÚMEROS DO PROGRAMA EM 2016 Municípios: 95 Escolas cadastradas: 517 Professores e servidores: 18.521 Alunos: 142.970 Estimativa de volume coletado: 125.000 litros
NÚMEROS DO PROGRAMA DESDE O SEU INÍCIO, EM 2009 Mais de 675 mil litros de óleo coletado e destinados corretamente Mais de 143 mil alunos atingidos Em torno de 250 palestras em eventos, escolas, universidades Mais de 200 visitas na usina de beneficiamento (alunos, professores, investidores, pesquisadores), além do público das últimas seis edições da Expoagro Afubra 10 estágios 18 aulas práticas para técnicos em Biocombustíveis (aproximadamente 1.600 alunos)
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COP 7 ORGÂNICO
Minha casa, meu adubo, minha horta A realidade nos municípios onde prevalece a agricultura familiar faz com que muitos saudosistas da vida no campo brotem em todos os lugares. Às vezes, quando o assunto é qualidade dos alimentos um que outro suspira “saudades da horta do meu avô”. Hoje, ter uma produção orgânica em casa já pode ser considerada um “luxo”. Felizmente, muitos produtores têm essa regalia por aí. No Centro de Pesquisa da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), localizada em Rincão Del Rey, no município de Rio Pardo/RS, há uma área destinada à produção de hortaliças – folhosas, legumes, tubérculos – por meio de técnicas alternativas de produção. Conforme o técnico agrícola Nataniél Sampaio, em setembro de 2015 a horta foi reativada, com o intuito de atender a demanda da propriedade, onde trabalham em torno de 20 pessoas, entre colaboradores e estagiários. Com o intuito de também atender os funcionários da matriz, no Centro de Santa Cruz do Sul/RS, foi retomada a tradicional feira interna, com a oferta de alimentos saudáveis, produzidos em uma pequena parte dos 85 hectares da propriedade. “Nós precisamos dar o exemplo”, reforça Sampaio. De acordo com ele, aliás, as vantagens da horta vão além, pois têm cunho didático, uma vez que oportunizam ensinamentos a estagiários e técnicos agrícolas que desenvolvem suas atividades no local. Além disso, durante a realização da Expoagro Afubra, os visitantes também têm a chance de conhecer as técnicas alternativas de cultivo, que fogem do convencional, como adubação, sistema de produção, manejo, utilização de composto orgânico oriundo de composteira,
Fotos: Nataniél Sampaio/Afubra
Por meio de atividades próprias, Afubra procura semear bons exemplos
Composteiras podem variar de tamanho e formato conforme a realidade na qual será inserida entre outros. Sem falar na água utilizada para a irrigação, que provém de captação, através de uma cisterna com capacidade para armazenar 10 mil litros. Formiguinhas – No ambiente no qual trabalha, você e seus colegas são acostumados a destinar todos os resíduos orgânicos à lixeira. Quando alguém surge com a ideia de montar um jardim, por exemplo, lá vai alguém comprar insumos para garantir o crescimento saudável das plantas. Mas já imaginou se eles fossem produzidos no próprio local de trabalho? E se isso ainda representasse, praticamente, lixo zero? O parágrafo acima não é de uma história de ficção, muito menos significa investimentos de milhares de reais. Calma, muita calma. Esse é justamente o trabalho desenvolvido pelos colaboradores da Afubra, há quatro anos na matriz, e no Centro de Pesquisa. Após a elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos, em 2014, várias ações foram previstas,
conta o técnico agrícola Nataniél Sampaio. Uma delas foi a composteira. Tanto na unidade urbana, que engloba quase 400 colaboradores, quanto na propriedade rural, os resíduos orgânicos encontram o mesmo destino. Chimarrão, borra de café, resto de frutas são apenas alguns dos materiais destinados à composteira. “Qualquer resíduo que se decompõe pode ser depositado nela”, explica Sampaio. O insumo produzido, por sua vez, é utilizado na horta, na produção de mudas e até mesmo na manutenção do jardim que ornamenta a megaloja da Afubra, no Centro de Santa Cruz do Sul. Para se ter uma ideia mais ampla, por ano são tratadas em torno de 3,5 toneladas de resíduos. Conforme Sampaio, uma composteira pode dar certo em qualquer lugar, seja na empresa, nas escolas, em casa, desde que manejada adequadamente. No condomínio onde mora, por exemplo, a transfor-
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mação dos resíduos orgânicos chega a 20 toneladas de adubo por ano, gerando adubo de ótima qualidade. A ideia, aliás, é de, gradativamente, expandir o trabalho para as filiais da Afubra, instaladas em municípios do Sul do Brasil. Na Afubra, o tamanho de uma delas é de 20x6 metros, formada por quatro boxes, um destinado a cada fase (material pronto, intermediário e novo). Sampaio salienta, contudo, que ela pode ter vários formatos. O manejo é simples e requer apenas revolvimento para o controle de temperatura e aeração, e controle de umidade, o que pode ser feito por qualquer um. O investimento também é baixo. Ou seja, não tem desculpa. Para fazer a diferença, basta querer e colher. “Compostar os resíduos é uma questão de responsabilidade e sustentabilidade”, pontua Sampaio.
Horta com técnicas alternativas de cultivo estará aberta à visitação na Expoagro Afubra 2017
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DINÂMICA DE MÁQUINAS
Máquinas para o produtor ver se vale investir Antes da aquisição de máquinas para a propriedade, o ideal é investigar qual o modelo mais adequado para as necessidades. Nessa busca, nada melhor do que ver o desempenho dos equipamentos em atividade na lavoura. Por isso, a Dinâmica de Máquinas, onde as máquinas são colocadas em funcionamento diante do público, é uma das grandes atrações da Expoagro Afubra. A atividade tradicional na feira é realizada duas vezes ao dia, uma na metade da manhã e outra à tarde, e é organizada em parceria com o curso de Engenharia Agrícola da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Na edição de 2017 o espaço para a Dinâmica de Máquinas terá uma área maior do que nas edições anteriores. Assim, segundo o coordenador do curso de Engenharia Agrícola da Unisc Maurício Henrique Lenz, as empresas que demonstram seus maquinários poderão disponibilizar um número maior de tratores e implementos para a dinâmica. Em mais de cinco hectares, as máquinas são colocadas em atividades em trabalhos como preparo do solo, o plantio e a colheita. Além de sanar dúvidas e acompanhar a prática, alguns dos interessados também podem realizar o test drive. Em 2016, mesmo com a crise que também afetou o setor de vendas de máquinas e equipamentos, Maurício Lenz avalia positivamente as demonstrações, “pois atraiu um grande público de agricultores e curiosos para observar o funcionamento dos tratores”, conta. “A dinâmica de máquinas durante a feira também auxilia no número de negócios para o setor de maquinas e equipamentos, pois os produtores avaliam o desempenho das mesmas para, após, fechar negó-
Fotos: Arquivo/Afubra
Demonstrações possibilitam que o público acompanhe as atividades na lavoura
Espaço para as demonstrações ocupa mais de 5 hectares no parque da feira cios nos estandes das empresas”, acrescenta. O assessor de Eventos Agropecuários da Afubra, Márcio Fernando de Almeida, lembra que a área para as demonstrações é preparada pela Afubra e inclui plantações de milho para silagem. “Além de servir para a Dinâmica de Máquinas, também utilizamos o milho que é colhido durante a feira através das demonstrações das ensiladeiras para trato dos animais no pavilhão do gado”, explica. A dinâmica na feira é importante também para os estudantes de Engenharia Agrícola e chega a haver fila de espera para participação. “Eles fazem
praticamente todo o trabalho de organização durante os três dias, desde a marcação do local e organização das máquinas que participam, até a descrição para o público das informações do maquinário”, diz Maurício Lenz. Entre os pré-requisitos para o aluno participar, estão o de já ter cursado ou estar cursando a disciplina de Máquinas Agrícolas I, pois assim, já tem uma base de como funciona um trator, por exemplo. Além do mais, a atividade confere ao aluno um atestado que pode ser utilizado como horas no seu núcleo flexível, exigido na formação dos mesmos.
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PRÊMIO
Os inventores que facilitam a vida do produtor Desde a edição de 2014, os inventores criativos têm a oportunidade de expor suas invenções para o público da Expoagro Afubra e de concorrer ao Prêmio Afubra/Nimeq de Inovação Tecnológica em Máquinas Agrícolas para Agricultura Familiar. Em 2016, os inventos que ficaram em primeiro lugar foram a máquina de descascar mandioca (na categoria Empresa) e o recolhedor de pedras das lavouras (na categoria Inventor). A máquina campeã na categoria Empresa foi desenvolvida pela Usitec, de Vera Cruz/RS, sob encomenda para uma agroindústria de Santa Cruz do Sul/RS. Os sócios da empresa, André Luciano de Oliveira e Marcione Brixner, demoraram dois anos entre o desenvolvimento do projeto, a produção e os diversos ajustes até ficarem satisfeitos com o trabalho. O resultado foi uma máquina de inox com capacidade para descascar e lavar 200 quilos de mandioca por hora. “Além da quantidade de material processado por dia, outra vantagem é a questão de higiene, pois não há nenhum contato manual do aipim com as mãos do trabalhador”, comenta André de Oliveira. “E as partes que entram em contato com o alimento são plásticas de poliuretano (não tóxico)”, acrescenta. As raízes são colocadas pré lavadas e uma a uma na máquina. As facas se moldam de acordo com o formato. A mandioca sai limpa e se acumula em um tanque com água, pronta para ser embalada. Atualmente com o processo de patente em andamento, a Usitec está produzindo duas novas máquinas, uma para clientes de Minas Gerais e outra para Chapecó/SC. O custo atual fica em torno de R$ 32 mil. Além disso, outros interessados procuram a empresa solicitando informações sobre a máquina, pois existem semelhantes apenas por importação, o que eleva o custo do produto. E a máquina recolhedora de pedras, criado pelo produtor de soja, Francisco José Defaveri, de Protásio Alves/RS, conquistou o primeiro lugar na categoria Inventor em 2016. Segundo Defaveri, a pesquisa para o
Fotos: Arquivo/Afubra
Demonstrações possibilitam que o público acompanhe as atividades na lavoura
Francisco Defaveri: sistema de esteira recolhe as pedras e as deposita em uma caçamba
André de Oliveira: facas se moldam ao formato da mandioca, que sai limpa e se acumula em um tanque com água desenvolvimento da novidade durou cerca de três anos e sete meses. A grande quantidade de pedras nas terras da família impedia o maquinário de entrar em boa parte das lavouras e, por isso, eles não conseguiam produzir soja. A máquina permite coletar pedras pequenas e médias, de até três quilos, através de um sistema de esteira que separa as pedras da terra e as deposita em uma caçamba basculante para transporte. Segundo Defaveri, a serra gaúcha tem muitos morros e pedras, sendo mecanizável em boa parte. “Por aqui, é preciso utilizar máquinas pesadas para abertura de áreas e posterior limpeza”, explica. E, as pedras que os equipamentos disponíveis no mercado não retiram, a máquina criada por Defaveri pode recolher. Após a utilização da máqui-
na, é possível utilizar o terreno para plantio de qualquer lavoura, inclusive com encanteirador (equipamento usado pelos horticultores para fazerem canteiros de verduras). Atualmente, com o pedido de patente em análise, o inventor tem recebido convites para demonstrações em eventos da agricultura familiar. Posteriormente, Defaveri tentará parcerias para produção e comercialização da máquina recolhedora de pedras. Já foi elaborado um plano de negócios juntamente com o Sebrae para fabricação de um equipamento melhorado em relação ao exibido na Expoagro Afubra. “O plano de negócios e os materiais disponíveis na indústria para fabricação apontaram para um equipamento com dimensões maiores e maior autonomia de transporte”, explica.
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PrĂŞmio Afubra/Nimeq destaca Inventores e Empresas Criado com o objetivo de fomentar a melhoria da produção e produtividade agrĂcola por meio de inventos acessĂveis que facilitem a vida dos produtores rurais, o PrĂŞmio Afubra/Nimeq de Inovação TecnolĂłgica em MĂĄquinas AgrĂcolas para Agricultura Familiar estĂĄ em sua quarta edição. Em 2017, serĂŁo destacados os trĂŞs melhores inventos de cada categoria: Inventor e Empresa, com premiação entregue durante a Expoagro Afubra e equipamentos em exposição nos trĂŞs dias de feira. Na categoria Inventor, o prazo de encerramento das inscriçþes serĂĄ em 28 de fevereiro. E na categoria Empresa, as inscriçþes podem ser feitas atĂŠ 10 de março. Na categoria Inventor, serĂŁo premiadas inovaçþes tecnolĂłgicas em
mĂĄquinas agrĂcolas desenvolvidas por agricultores, inventores ou pequenas oficinas que nĂŁo se caracterizam como empresas nem sejam ligados Ă s instituiçþes de ensino, pesquisa e extensĂŁo. AlĂŠm de trofĂŠus e do selo promocional, os trĂŞs primeiros colocados receberĂŁo vale-compras nas lojas da Agro-Comercial Afubra, sendo R$ 1.250,00 para o primeiro lugar, R$ 750,00 para o segundo colocado e R$ 500,00 para o terceiro lugar. Os equipamentos inscritos serĂŁo avaliados no endereço do inventor no perĂodo anterior Ă Expoagro Afubra e os trĂŞs selecionados serĂŁo convidados para terem seus inventos expostos na feira, onde a comissĂŁo julgadora definirĂĄ o primeiro, segundo e terceiro lugares. Os requisitos avaliados sĂŁo
originalidade e criatividade, praticidade do equipamento em facilitar o trabalho no campo, viabilidade de fabricação em larga escala, menor impacto social e ambiental e relação custo/benefĂcio. E na categoria Empresa, o prĂŞmio ĂŠ direcionado Ă apresentação de inovaçþes para a agricultura familiar desenvolvidas por empresas, desde que produzidos e fabricados no Brasil. O objetivo ĂŠ incentivar, junto Ă indĂşstria de mĂĄquinas e equipamentos agrĂcolas, o aprimoramento e o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos voltados Ă agricultura familiar. Nessa categoria, podem se inscrever expositores da Expoagro Afubra e a premiação se constituirĂĄ, apenas, em trofĂŠus alusivos ao evento,
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OS VENCEDORES O Prêmio Afubra/Nimeq surgiu em 2014. Na primeira edição, o concurso era direcionado a produtores inventores, e, em 2015, passou a incluir a categoria Empresa. Veja os vencedores: Expoagro 2014 – 1º Prêmio Afubra/Nimeq: Fotos: Arquivo/Afubra
não estando prevista premiação em dinheiro. Para a premiação, serão observadas as seguintes características: constituam-se como novidade na fabricação, que sejam capazes de contribuir para a produção agrícola e para a preservação do meio ambiente e sejam voltados para agricultura familiar. O professor-doutor Roberto Lilles, do Núcleo de Inovação em Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Universidade Federal de Pelotas (Nimeq/Ufpel), lembra que o prêmio foi criado com o objetivo de incentivar a inovação, a excelência e a criatividade no setor de máquinas agrícolas do Brasil destinado a agricultura familiar. “Sem dúvida os objetivos estão sendo alcançados. Após cada premiação, recebemos informações dos participantes relatando o quanto o prêmio foi importante para divulgação das suas máquinas e para incentivá-los a desenvolver e inovar cada vez mais, colocando a edição seguinte do prêmio como um novo desafio a eles mesmos na criação de uma máquina que seja mais inovadora que a anterior”, relata. Segundo Lilles, o prêmio proporciona contato direto com os agricultores familiares e indústrias e permite demonstração do que está sendo produzido pelo Nimeq/Ufpel para atender as necessidades de ambos. “E o Prêmio tem permitido, principalmente para aos vencedores da Categoria Inventor, um contato com agricultores e técnicos de outras regiões, o que promove uma troca de informações e conhecimentos importantíssima para esses”, salienta. Na edição 2017, são parceiros na organização a Ufpel, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ascar) e Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Emater/RS).
1º lugar: Descascador de Amendoim, criado por Norberto Guilherme Bock, de Paraíso do Sul/RS;
2º lugar: Máquina para Auxiliar no Cultivo de Tabaco, criado por Fábio Ferreira Faleiro, de Venâncio Aires/RS
3º lugar: Laminador de Cana, de Mauro Gilberto Soares, de Cruzeiro do Sul/RS.
Expoagro 2015 – 2º Prêmio Afubra/Nimeq: Categoria Inventor:
1º lugar: Plantador de Mandioca, desenvolvido por Samuel Adolfo Zart, de Venâncio Aires/RS;
2º lugar: 2º lugar: Separador de Impurezas, criado por Marcio Dionísio Baierle, de Vera Cruz/RS;
3º lugar: Adaptador para Rotativa, projetado por Marcílio Renato Block, de Pantano Grande/RS.
Categoria Empresa:
1º lugar: Trator 1649 Super compacto, da Tramontini.
2º lugar: 2º lugar: Aplicador Granulado, da marca Guarany.
3º lugar: Ensacadora de Silagem, da empresa Rovler.
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OS VENCEDORES
Expoagro 2016 – 3º Prêmio Afubra/Nimeq: Categoria Inventor:
1º lugar: Máquina de Recolher Pedras, de Francisco José Defaveri, de Protásio Alves/RS;
2º lugar: Serraria móvel, criada por Dilson Miguel Wiebbelling, de Gramado Xavier/RS Categoria Empresa:
3º lugar: Canteirador, inventado por Camilo Kuiava, de Casca/RS.
1º lugar: Máquina de Descascar mandioca, desenvolvido pela Usitec.
2º lugar: Secador Graneleiro com Ar Aquecido, da Rovler Indústria de Agroequipamentos.
3º lugar: Eletrificador para Cerca Rural, da empresa Zebu Sistemas Eletrônicos.
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ANIMAIS
Pecuária de corte na pequena propriedade No passado, os pecuaristas eram proprietários de grandes extensões de terra e criavam o gado somente com pastagens nativas. Mas o perfil está mudando e é possível produzir carne de excelente qualidade em pequenas áreas. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Santa Cruz do Sul/RS, Marco Antonio dos Santos, a criação de gado de corte é uma boa opção de diversificação para o pequeno produtor rural, especialmente na criação em confinamento ou no sistema de pastoreio rotativo. E o mercado tem dado preferência para esses produtos, pois o crescimento rápido e o abate precoce conferem muita maciez à carne. No sistema de pastejo rotacional, os animais são colocados em pequenos potreiros com pastagem cultivada, e quando acaba o alimento vão para outro espaço onde há pasto artificial crescido. Isso é feito rotativamente e, na região Sul do Brasil, são usados diversos tipos de pastagens, em especial a braquiária e o milheto. E o confinamento é efeito em espaços menores ainda, que podem ser mangueiras ou galpões. “Uma alimentação recomendável é o uso de silagem, que pode ser produzida com milho na resteva do tabaco, e complementação nutricional para proporcionar ganho de peso aos animais”, conta o presidente do Sindicato Rural. Nesse sistema, é possível criar muitos animais em pequeno espaço. “Dá para colocar até 40 cabeças em 200 metros quadrados”, explica. Na pecuária de corte, os produtores podem optar por trabalhar com apenas uma parte da criação dos bovinos. “Há quem produz terneiros, há aqueles que recriam o terneiro até um certo estágio e há os produtores que engordam os animais”, diz Marco Antonio dos Santos. Com crescimento rápido, o gado confinado vai para o abate antes de completar dois anos. Quanto às raças mais apropriadas
FotoS: Cristina Severgnini
Pastoreio rotativo e confinamento são opções de criação de bovinos em áreas reduzidas
Santos: boa opção para diversificação
Porto: bovinos da raça Brahman são muito procurados
para criação em pequenas propriedades no sul do Brasil estão Red Angus, Aberdeen, Braford e Polled Hereford. “Também são feitos cruzamentos com gado Zebu, mas esse não se adapta bem nas regiões frias”, revela. Além da carne, há produtos comercializáveis como as peles. Mas, conforme Santos, o couro é um mercado que esteve em baixa nos últimos anos e recentemente voltou a se recuperar. Bons negócios na feira - Anualmente, o produtor João Vilmar Porto, de Faxinal de Dentro, Vale do Sol/RS, se prepara para fazer bons negócios como expositor da Expoagro Afubra. E todos os anos, as vendas se confirmam. Há 10 anos participando da feira, ele já levou diversas raças de bovinos, mas nos últimos anos o sucesso maior ficou em torno da raça Brahman. Na edição de 2015, o produtor levou 32 bovinos da raça Brahmann e só dois retornaram para a propriedade, mas foram vendidos no dia seguinte. “E, na feira passada, levei 16 Brahman e 10 Jersey e logo vendi todos”, conta, ao lembrar que, além da venda no parque, os compradores visitam a propriedade nos dias e semanas seguintes para aquisição ou encomenda de exemplares. “Geralmente vendo tudo o que levo
para a Expoagro Afubra e ainda faço ótimos contatos, pois chego a ter fila de espera”, diz João Porto. Conforme o produtor, ele adquire terneiros puros, através de parceria com criadores da fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, e os cria até se tornarem novilhos. “São animais que podem ser usados para tração ou para abate”, explica. Um diferencial é que os animais vendidos por Porto são adaptados às condições regionais, criados em campo aberto com pastagens nativa e cultivada e complementação com silagem de milho. A criação de gado Brahman é uma das diversas atividades na propriedade de 34 hectares, onde também há criação de outras raças de bovinos, além de caprinos, suínos, aves e peixes e lavouras de tabaco e milho. Os negócios - conduzidos juntamente com os filhos Junior Henrique e Willian - são bem diversificados e há projetos de incrementos em algumas atividades, como a piscicultura, pois a propriedade possui 20 açudes e um abatedouro de peixes licenciado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Outros setores que deverão receber incremento são a suinocultura e a bovinocultura, essa última com a inserção de raças europeias como Red Angus e Braford.
Foto: Arquivo Afubra
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PAVILHÃO DOS ANIMAIS No Pavilhão dos Animais da Expoagro Afubra estarão exemplares de diversas raças de bovinos, ovinos, caprinos e aves. Na exposição do gado leiteiro terá exposição e venda, além de julgamento de algumas raças. No espaço destinado aos ovinos haverá exposição com julgamento. A exposição de aves terá mostra, venda e julgamento. E em relação ao gado de corte, terá expositores da região, com exemplares bem adaptados às condições locais, para mostra e venda. Conforme o assessor de eventos agropecuários da Afubra, Márcio Fernando de Almeida, a comercialização dos animais é feita diretamente entre expositor e comprador e os animais adquiridos só são retirados da feira depois do encerramento. “O espaço é cedido gratuitamente aos expositores, inclusive parte da alimentação para os animais”, diz. Porém, ele alerta que há exigências de comprovação de sanidade e só podem participar da exposição os animais que são aprovados conforme inspeção da inspetoria veterinária
Gado de leite e corte são atrações da feira regional”, explica. Já, quem quer adquirir amimais usando linhas de crédito, é aconselhável que façam contato antecipadamente com os bancos, para ter sua carta de crédito aprovada. Também é possível procurar as agências dos bancos instaladas dentro do Parque da Expoagro. Segundo Almeida, em edições anteriores, grande parte dos negócios foram fechados após a feira, pois o evento serve também para contatos iniciais em que os criadores apresentam suas raças e, posteriormente, os compradores decidem sobre a aquisição. Para ser um expositor de animais na
Expoagro Afubra é preciso seguir o regulamento publicado no site afubra.com.br. Por exemplo, é exigido a apresentação do certificado de vacinas e demais documentos pertinentes. Especificamente para os animais bovinos serão exigidos, além da Guia de Trânsito de Animais (GTA), o certificado de vacina antiaftosa, testes de brucelose e tuberculose para as fêmeas, teste andrológico para touros com mais de dois anos e teste de tuberculose para bovinos machos. Para as aves, é exigido atestado das vacinas newcastle, pulorose e tifo e exame negativo da presença de ectoparasitas.
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DIVERSIFICAÇÃO EM ESTUDO
Fruticultura e agroindustrialização de alimentos Em seu quarto ano de participação na Expoagro Afubra, o Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) mostrará diversas sugestões de aprimoramento na propriedade rural. Conforme o diretor do Departamento de Pesquisa e Extensão (Depe/Politécnico), Alessandro Carvalho Miola, será um estande de integração entre a comunidade e a universidade. Como atrações dentro do tema Florestas, assunto geral da 17ª Expoagro Afubra, o Colégio Politécnico também apresentará o que é possível ser desenvolvido em uma propriedade rural familiar. O foco das dinâmicas na feira está na diversidade de atividades que podem ser realizadas com os recursos e mão de obra familiar, como 1fruticultura, e Sem título-2.pdf 14/12/16 floricultura 17:40 agroindustrialização de alimentos, bem
Fotos: Anderson Webler
Laboratório de panificação e alimentos será uma das diversas atividades
Técnicas de fruticultura irrigada serão apresentadas como alternativas para eficientização da produção rural na pequena e média propriedade. Segundo Miola, o Laboratório
de Panificação e Alimentos, sob a responsabilidade da professora-doutora Marlene Lovatto, fará uma oficina de elaboração de
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biscoitos sem glúten e uma palestra sobre a importância da eliminação do glúten da dieta. Além disso, o Laboratório de Frutas e Hortaliças, também coordenado por Marlene Lovatto, fará uma demonstração sobre a elaboração de molhos de hortaliças. E o Núcleo de Fruticultura Irrigada do Politécnico, coordenado pelo professor-doutor Diniz Fronza, realizará diversas oficinas, como: enxertia de nogueira-pecã, colheita e descascamento de nozes, poda de nogueira-pecã, enxertia de videira; cultivo do morango fertirrigado e técnicas de verificação de ponto de colheita de frutos. De acordo com Miola, outros projetos e atividades de cursos técnicos e de graduação do Politécnico farão parte do leque de atividades e dinâmicas. “Os setores de Energias Alternativas e de Floricultura instalarão sistemas de irrigação por aspersão de canteiros de flores, através de sistema alimentado por placas fotovoltaicas”, conta.
Também, serão ensinadas técnicas para elaboração de mandalas de flores e cultivos de ervas para elaboração de chás medicinais. Além disso, alguns cursos do Colégio Politécnico apresentarão soluções úteis para a gestão das propriedades rurais, como as tecnologias de geoprocessamento, com apresentação de equipamentos utilizados no georreferenciamento de áreas de terras, técnica necessária para a elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
SAIBA MAIS
Fruticultura, floricultura e agroindustrialização de alimentos como alternativas
O Colégio Politécnico dispõe de uma área de 192 hectares, onde estão aviários, galpões para máquinas, oficinas, apiários, estábulos, depósitos, salas ambientes, salas de aula, laboratórios de ciências físicas, químicas, biológicas, informática; biblioteca, anfiteatro, almoxarifado, sala da Cooperativa-Escola e agroindústria, entre outros. Ao todo são 101 professores que atuam no ensino-aprendizagem de mais de 1,3 mil estudantes. Para ingressar existem diferentes meios, conforme o nível de ensino: para ensino médio e pós-médio o processo seletivo é composto de prova aplicada no mês de dezembro de cada ano; e para os cursos superiores a seleção é pelo Enem. Mais informações você pode encontrar no site www.politecnico.ufsm.br.
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DIA DO ARROZ
Programação especial será atração em 2017 O tradicional espaço do arroz da Expoagro Afubra terá, na edição de 2017, diversas atrações, especialmente no Dia do Arroz, em 22 de março. Coordenada pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA), a programação terá atividades técnicas para os rizicultores e culinária para o público geral. A estrutura montada no entorno dos quadros de lavouras possibilitará demonstrar as tecnologias de manejo da cultura do arroz irrigado e da soja em várzea. Segundo o coordenador regional do IRGA, engenheiro agrônomo Pedro Trevisan Hamann, serão instaladas quatro estações técnicas que são: Projeto 10+ manejo para alta produtividade do arroz irrigado, cultivares de arroz, época de semeadura e manejo da irrigação e o Projeto Soja 6000. No segundo dia da Expoagro Afubra, em que as excursões de produtores de arroz serão direcionadas ao estande do Instituto, haverá
Foto: Divulgação
Lavouras demonstrativas, estações técnicas, oficinas de culinária e exposição de memorial
Hamann: demonstração das tecnologias de manejo da cultura do arroz irrigado programação especial. Os produtores serão recebidos no espaço das lavouras demonstrativas e estações técnicas com degustação do tradicional carreteiro do IRGA. “Além disso, haverá a exposição do Memorial Nacional do Arroz, com máquinas e equipamentos antigos relacionados à lavoura arrozeira, apresentando
a história do setor”, explica. Também estará na Expoagro Afubra a estrutura do “Provarroz”, projeto do IRGA recentemente lançado, de incentivo ao consumo de produtos orizícolas. Haverá preparo de diversas receitas à base de arroz e o público poderá prová-las. “Além disso, a nutricionista do Instituto fará explanações sobre os benefícios do cereal para a alimentação”, adianta Pedro Hamann. Soja – Será apresentada na Expoagro Afubra a nova cultivar de soja do IRGA em parceria com a Bayer, a BSIRGA 1642 IPRO, que, conforme Hamann, é adaptada aos solos arrozeiros e com alto potencial produtivo. “Possui também tecnologia Intacta e resistência à doença fitóftora”, explica. O lançamento da cultivar de soja faz parte do propósito do Instituto de desenvolvimento de pesquisas com outras culturas em áreas de arroz irrigado.
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COP RURAL 7 TURISMO
A legalidade do Turismo Rural Tema será abordado durante a Expoagro Afubra 2017 "Aspectos Legais Aplicados ao Turismo no Meio Rural" é o tema da palestra da turismóloga da Emater/RS-Ascar, Fernanda Costa da Silva, no 10º Seminário Regional de Turismo Rural que será realizado no dia 22 de março de 2017, na Expoagro Afubra em Rio Pardo/RS. O evento é uma promoção da Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e Emater/RS-Ascar. Terá início às 8h45 com o credenciamento dos participantes e às 9 horas a palestra, encerrando às 10h30. Durante a palestra, serão abordados temas como a Lei Geral do Turismo (11.771/2008, que regulamenta o setor no Brasil), o Cadastur (Sistema de Cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor do turismo), a legislação específica de Turismo Rural, a relação do ponto de vista legal entre agricultor e turismo, o empregado e empregador no meio rural para turismo, seguridade especial e sua relação com atividade turística no meio rural. Segundo Fernanda, uma das principais demandas de esclarecimento quanto à legislação de Turismo Rural é a relação com a seguridade especial. "Esse produtor rural que também trabalha com turismo, cada vez mais, é demandado a expedir comprovante de prestação de serviços turísticos, como na prestação de serviços de alimentação, hospedagem e de eventos. Essa tende a ser uma demanda crescente, para a qual temos que estar preparados e expandir a divulgação dos aspectos legais", explica. “Observa-se haver interpretações diversas no atendimento do INSS, em relação à seguridade especial afeta às atividades de Turismo Rural, o que pode interferir negativamente na concessão do benefício da aposentadoria dos trabalhadores do campo e afins. Nesse sentido, fizemos uma consulta oficial ao Ministério da Previdência e à Receita Federal do Brasil, buscando respostas para esta situação em específico”, destaca a turismóloga. PARECER DO MINISTÉRIO -
Recentemente, a Emater/RS-Ascar encaminhou para o Ministério do Trabalho e Previdência Social um ofício, com o intuito de buscar esclarecimentos sobre a viabilidade do produtor rural efetuar a emissão da Nota Fiscal sem perder a condição de segurado especial junto ao INSS, e solicitou um parecer definitivo sobre o tema, visto já terem sido emitidos outros informes, pareceres e Nota (29/2015). De acordo com Fernanda, atualmente há duas possibilidades para viabilizar a Nota Fiscal para os empreendimentos turísticos do meio rural. A primeira, por meio da matrícula no Cadastro Específico do INSS (CEI), a qual só contempla emissão de documento comprobatório para Pessoa Física, e, a segunda, pelo registro do produtor rural como Microempreendedor Individual (MEI). Acerca desta possibilidade, não há impedimento ou trabalho de turismo que contradiga a condição de segurado especial, seguindo-se o que estabelece a legislação vigente. Tal situação será facilitada a partir de 2018, levando-se em conta que entrará em vigor o que estabelece a Lei Complementar 147. Contudo, o que se verifica é uma variedade muito ampla de interpretação da legislação brasileira a esse respeito, em especial por parte de quem analisa os pedidos de concessão da aposentadoria em regime especial. “Nesse sentido, é importante que o próprio segurado especial tenha entendimento aprofundado e conhecimento sobre a legislação do tema, visto que entraves legais colaboram para agravar dois grandes problemas do segmento: a ilegalidade da atividade de turismo no meio rural; e a impossibilidade de expandir o público atendido com serviços ligados ao Turismo Rural", destaca. A proposta está ligada ao trabalho realizado pela Emater/RS-Ascar em desenvolver ações socioassistenciais no meio rural, com foco no Turismo Rural, também com o objetivo de diversificar e consolidar a oferta turística de qualidade, aumentar os postos de trabalho, diminuir o êxodo no
meio rural, fomentar a valorização da pluralidade e das diferenças regionais, bem como interiorizar a atividade turística no Estado. MORANGUINHOS E TURISMO RURAL - Exemplo de Turismo Rural que se consolida na região é o empreendimento Recanto do Morango. Em Passo do Sobrado, o casal Sílvia Regina Baierle e José Eloir de Azeredo, o Dunga, decidiram mudar da cidade e em 2009 adquiriram uma propriedade de 14 ha na localidade de Potreiro Grande, onde cultivam morangos orgânicos. Com o objetivo de oportunizar aos visitantes uma experiência no meio rural, o casal recebeu a visita da turismóloga Fernanda, que avaliou o empreendimento e, entre as opções discutidas, o casal optou pelo “Colha e Pague”. A propriedade do casal vai integrar uma rota turística, que está sendo planejada para a região, envolvendo empreendimentos também do município vizinho de Vale Verde. O casal iniciou a produção de morangos com 500 pés da fruta, mas sete anos depois são mais de 14 mil pés de morango, superando a média de 100 quilos por semana. A meta, para o próximo ano é chegar aos 20 mil pés de morangos. Com a fruta são elaboradas iguarias, como pasteis e doces. Para a extensionista social da Emater/RS-Ascar em Passo do Sobrado, Ana Cláudia Miotto, o turismo é uma fonte de renda extra para quem gosta da atividade, mas envolve muita dedicação e traz visibilidade para a propriedade. Além de morangos, Sílvia e Dunga mantêm um pomar com árvores frutíferas e cultivam hortaliças, também integrados no Colha e Pague. A partir de setembro deste ano, o Recanto do Morango em Passo do Sobrado começou a receber visitantes, inclusive nos finais de semana. O agendamento pode ser feito pelos telefones 51-99866-8435 e 51-98029-8290, ou através da página no Facebook https://www.facebook.com/morangossilviaedunga. Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar
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INFORME ESPECIAL - EMATER
Energia fotovoltaica é alternativa no meio rural Utilizar os recursos naturais em benefício da gestão econômica e ambiental nos estabelecimentos rurais, de forma sustentável, tem sido alternativa para muitos agricultores nas diferentes atividades realizadas em suas unidades de produção familiar. Neste sentido, a Emater/RS-Ascar irá apresentar, na Expoagro Afubra 2017, algumas das possibilidades de aproveitamento da energia fotovoltaica. O sistema de energia fotovoltaica, cuja fonte é a energia solar, é 100% limpo e oferece benefícios econômicos, ambientais e sociais, como minimizar as quedas de energia, aliviar o sistema elétrico e diminuir os gastos que os agricultores têm com energia elétrica, além de ser uma fonte natural de energia. Existem dois sistemas: o Autônomo e o Conectado, sendo que ambos podem ser instalados nos estabelecimentos rurais. O Sistema Autônomo utiliza baterias para o armazenamento da energia gerada pela luz do sol, que pode ser utilizada para bombear água ou alimentar sistema de resfriamento de leite durante as quedas de energia, por exemplo. Já o Sistema Conectado é ligado na rede elétrica. Nesse caso, é realizada a troca do relógio de leitura convencional e gerado um relatório da energia que entra e sai da rede elétrica da propriedade. Assim, nos meses em que a geração de energia elétrica é maior do que o consumo na propriedade, o sistema injeta o excedente na rede da concessionaria. Já nos meses em que o consumo é maior do que a geração, o sistema retira energia elétrica da rede da concessionária, desde que isto aconteça num período máximo de 60 meses. Desta forma o produtor terá a redução no valor da conta de energia elétrica, além da possibilidade de melhorar a qualidade da energia disponibilizada na localidade onde reside. Para instalar os sistemas é preciso estar atento a algumas especificidades como, por exemplo, um local com boa insolação para o lado norte e sem arborização próxima para que a luz solar possa atingir as placas. O Sistema de Energia
Foto: Kátia Marcon/ Emater/RS-Ascar
Tecnologia estará disponível no Espaço Casa da Emater na Expoagro Afubra 2017
Energia fotovoltaica também é alternativa para o meio rural Fotovoltaica pode ser financiado a juros subsidiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), numa linha denominada Pronaf ECO. No Rio Grande do Sul pode ser financiado pelo Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper). Para tanto, o agricultor precisa de um projeto técnico elaborado por uma empresa regulamentada na área e, na sequência, a Emater/RS-Ascar faz o projeto de crédito. Agricultor já colhe os resultados - A conta de luz ficou um pouco mais barata em Tiradentes do Sul, na casa da família Zimmermann. Em um período de um pouco mais de um mês da instalação de um aquecedor solar, o casal Gilvane e André Zimmermann registrou no mês de
junho de 2016 uma economia de R$ 40 na conta de luz. A Emater/RS-Ascar auxiliou a família na elaboração do projeto de crédito, no qual os agricultores solicitavam financiamento de 80% ao Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), dirigido pela Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). O valor do investimento se aproxima de R$ 2.500. A família aproveita a água quente no chuveiro de casa e na sala de ordenhar as vacas, onde a água quente é extremamente importante para higienizar os equipamentos. Diariamente, 18 vacas passam pela sala de ordenha dos Zimmermann. O leite é a principal fonte de renda do casal e suas duas filhas.
SAIBA MAIS Estará disponível na parcela temática de Energia Fotovoltaica um modelo de Sistema Conectado de geração de energia, formado por placas geradoras de energia, inversor de energia e controlador de carga, ligados a uma bomba d’água de 12 volts que movimentará a irrigação da horta entre a cisterna e uma caixa d’água, além de cercas elétricas fotovoltaicas nas unidades temáticas de Bovinocultura de Leite e Ovinocultura. Na parcela de Piscicultura será instalado um alimentador fotovoltáico. A parcela temática é uma parceria da Emater/RS-Ascar com a empresa santa-cruzense Gazima Material Elétrico. Jornalistas Carina Venzo Cavalheiro e Cleuza Brutti Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar - Regional Soledade
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INFORME ESPECIAL - EMBRAPA
Nova cultivar de feijão preto BRS Intrépido O destaque da Embrapa nesta edição da Expoagro Afubra é uma homenagem ao ano das leguminosas no ano de 2016, através do lançamento da cultivar de feijão BRS Intrépido. Preparada para estar junto ao público visitante da feira, a cultivar vai disponibilizar dados de cultivo e produção, além de área demonstrativa da cultura. É uma cultivar de grão preto, com características fortes por possuir uma produtividade elevada e uma estabilidade de produção, além de demonstrar uma boa resistência às doenças. A BRS Intrépido foi selecionada por meio de melhoramento genético, através de vários cruzamentos, iniciados em 1999, e como linhagem a partir de 2004. E está sendo lançada pelo bom desempenho de produtividade e pela estabilidade demonstrada em testes em todos os estados. Foi testada nos estados da região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Portanto, é adaptada para essa região do país. A nova cultivar tem uma arquitetura de planta adequada para colheita mecanizada e excelente qualidade culinária. O seu plantio se dá na safra (cultura das águas) e na safrinha (cultura da seca). Os seus desempenhos de
Fotos: Irajá Antunes
Boa produtividade aliada a estabilidade e porte ideal
A BRS Intrépido foi selecionada por meio de melhoramento genético produção possuem médias que variam entre 3,400 k/ha e 2,400k/ha. O pesquisador Irajá Ferreira Antunes é responsável pelo trabalho de pesquisa, que conduziu áreas experimentais em cinco localidades do Rio Grande do Sul: os municípios de Pelotas, Maquiné, Santa Maria, Sobradinho e Veranópolis. Testes sensoriais foram realizadas pela Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores (Coopar). A Expoagro Afubra 2017 apresenta uma área de 1/4 de hectare da BRS
Intrépido, onde são apresentadas o seu plantio em três estágios de desenvolvimento: plantio de dezembro com grão colhido; plantio de janeiro na fase de vagem e plantio de fevereiro, em época de floração das plantas. Neste ano, a cultivar passa por multiplicação de sementes e se estabelece no mercado até 2018. As unidades envolvidas no seu desenvolvimento são a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e a Embrapa Produtos e Mercado (Brasília, DF). Jornalista Cristiane Betemps Embrapa Clima Temperado
A Expoagro Afubra 2017 apresenta uma área de 1/4 de hectare da BRS Intrépido
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INFORME ESPECIAL - EMBRAPA
Embrapa traz opções de culturas Parcelas demonstrativas são atração para os produtores Além das leguminosas, a Embrapa participa da Expoagro Afubra 2017, apresentando informações e parcelas demonstrativas de trabalhos de pesquisa que servem como alternativa de cultivo aos agricultores da região de Rio Pardo/RS. Nesta edição em que o tema principal são as Florestas, a pesquisa agropecuária apresenta com destaque a tecnologia de manejo Sistema Agroflorestal (SAF'S), com enfoque na produção de alimentos e manejo das espécies vegetais, com alocação no Parque da Afubra de um pomar agroflorestal, implantado no ano passado, com espécies nativas. O intuito é estimular famílias agricultoras a adotarem estas técnicas de cultivo. O espaço converteu pomares de laranjeiras e bananeiras em SAF'S. Estão em amostra também 22 hortaliças diferentes, entre elas: pimentas, tomates, abóboras, batatas-doces, temperos, alfaces. Para eficiência na produção de hortaliças é feita durante a feira uma prática do uso de húmus líquido em canteiros, com o cultivo de hortaliças, em diferentes aplicações, ou não, de concentração de fertilizantes. Quintal de frutas orgânicas - Em 2012 foi implantado um quintal demonstrativo no Parque da Expoagro Afubra, com o objetivo de contribuir com a sustentabilidade social, econômica e ambiental de públicos em situação de vulnerabilidade e de risco social, econômico e alimentar, principalmente agricultores familiares, assentados da reforma agrária, comunidades indígenas, quilombolas e alunos de escolas rurais e urbanas. Ao sustentar os princípios da produção de base ecológica, cada quintal é composto por 35 alimentos. De 2004 a 2016, foram implantados 2.067 Quintais em 198 municípios do Sul do Brasil e do Uruguai, atingindo mais de 60.000 beneficiários diretos. Ainda, na área de fruticultura são apresentados os maracujás BRS Sol do Cerrado, BRS Pérola do Cerrado, BRS Rubi do Cerrado, BRS Gigante Amarelo, os pêssegos de mesa - BRS Rubimel, BRS Kampai, e os
Em destaque a tecnologia de manejo Sistema Agroflorestal (SAF'S) lançamentos recentes dos pessegueiros BRS RubraMoore e BRS Citrino. Há uma área destinada à produção de morangos fora de solo, uma mini planta de formação de quintais orgânicos, o cultivo de uvas para mesa, com a possibilidade de degustação de sucos da amora-preta BRS Xingu e da fruta in natura. Apresentar uvas destinadas ao consumo in natura e outras que possam ser processadas para elaboração de sucos, vinhos e geleias é o foco do vinhedo demonstrativo de três anos da Embrapa o, mantido em parceria com a Afubra. Neste ano, a partir de técnicas específicas de manejo, especialmente a repoda realizada no final da primavera, os visitantes poderão ver alguns cachos de Niágara rosada e ‘BRS Carmem’ ainda em produção, isso pelo fato da dupla poda atrasar a época de colheita, mesmo na região do Vale do Rio Pardo, que é uma das mais quentes e precoces na produção de uva do estado do Rio Grande do Sul. Quem visitar o vinhedo, vai se deparar com uvas para mesa: Niágara rosada, ‘BRS Vitória’, ‘BRS Isis’ e para processamento: ‘BRS Magna’, Isabel precoce, ‘BRS Carmem’ e ‘BRS Violeta. Durante a feira está em exposição um plantel da raça leiteira Jersey e opções de novas cultivares de leguminosas e gramíneas
forrageiras. Para contribuir com o planejamento forrageiro na pecuária de corte e de leite é possível ver de perto as cultivares de trevo-branco BRS URS Entrevero, de cornichão URS BRS Posteiro e de trevo-vesiculoso BRS Piquete. Também durante a feira, os visitantes poderão conhecer mais detalhes da cultivar de capim-sudão BRS Estribo. O espaço da Embrapa é totalmente interativo com a Emater/RS-Ascar, e vai dar oportunidade dos agricultores também se aproximarem da avicultura colonial, através da exposição das poedeiras BRS 051, das alternativas no manejo produtivo das aves, mostra de equipamentos para classificação de ovos e abate de frangos. E na área da Agronergia, cultivares e manejo de cana-de-açúcar recomendadas para o estado do Rio Grande do Sul são formas de opções oferecidas aos agricultores como diversificação da propriedade rural. As unidades de pesquisa da Embrapa que participam desta edição são: Embrapa Cerrados (Brasília,DF, )Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS), Embrapa Pecuária Sul (Bagé,RS), Embrapa Trigo (Passo Fundo,RS) e Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves, RS). Jornalista Cristiane Betemps Embrapa Clima Temperado
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INFORME ESPECIAL - IRGA
Últimas tecnologias estarão à disposição O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) está organizando sua participação na 17ª edição da Expoagro Afubra, feira que ocorrerá nos dias 21 a 23 de março de 2017 em Rio Pardo. O Instituto vai montar no local quatro estações com vitrines tecnológicas para trabalhar os pontos principais da lavoura de arroz. “Entre os assuntos abordados na próxima Expoagro Afubra estão os Projetos 10+ e Soja 6000, as cultivares de arroz, o manejo de entrada de água, o preparo antecipado, a época de semeadura e o período pós-colheita”, destaca o responsável pelo Nate de Rio Pardo, o engenheiro agrônomo Ricardo Tatsch. Durante os três dias do evento os produtores rurais e agrônomos encontrarão roteiro que será apresentado pela equipe do Irga, mostrando as últimas tecnologias na área. No local também estarão disponíveis para os visitantes os produtos feitos 100% com farinha de arroz para serem degustados. Serão passadas orientações sobre preparo e propriedades nutritivas, dentro do Programa de Incentivo e Valorização do Arroz. O Dia do Arroz está reservado para acontecer na terça-feira (22), que resultará em uma série de atividades do Irga voltadas para o incentivo ao consumo do cereal. É importante destacar que o arroz contém as proteínas mais nobres presentes entre os cereais; é rico em carboidratos, que é uma fonte importante de energia para o organismo; regula o funcionamento do intestino e por isso reduz o risco de câncer; auxilia na prevenção de doenças do sistema digestivo e cardiovasculares; o óleo do arroz - orizanol - reduz o colesterol; arroz integral ou parboilizado integral ajudam a perder peso; e arroz integral contribui para a eliminação do excesso de líquidos no organismo. Entre os temas levados para a Expoagro 2017 estão, conforme Ricardo Tatsch, os cuidados na hora do manejo das entradas de água e a época adequada da semeadura. “Tudo isso garante uma alta produtividade para o empreendimento. O
Fotos: Sérgio Pereira/Irga
Irga prepara quatro vitrines tecnológicas na Expoagro Afubra 2017 para visitantes
Irga é destaque durante a feira atraso na semeadura tem influenciado muito as plantações na região central, por isso a importância de plantar na época certa. Quanto aos programas, o foco está no Projeto 10+ e Soja 6.000”, acrescenta. Lançado em 2015, o projeto Soja 6.000 é um programa de manejo de soja para alta produtividade em áreas de arroz. Foi concebido para promover o cultivo do grão na região 101, que abrange a metade sul do Rio Grande do Sul, mais especificamente nas áreas onde se cultiva arroz. Os trabalhos do Instituto com o cultivo de soja nesses locais mostraram que existe uma oportunidade de se obterem rendimentos elevados, surge então o propósito de fixar, como meta principal, o rendimento de 6.000 kg/ha de grãos. O projeto reúne estratégias de manejo associadas ao conhecimento do solo de cada talhão, de forma a caracterizar e eliminar os fatores limitantes à alta produtividade. Já o Projeto 10+ é um conjunto de ações com dez passos que tem o objetivo
de elevar a produtividade média de arroz no Estado. Visa: aprimorar o sistema de transferência de tecnologia do Irga envolvendo pesquisa, extensão rural e produtores; transferir por meio de lavouras demonstrativas e roteiros técnicos, as tecnologias preconizadas buscando alta produtividade; fomentar o uso de sistemas de produção que utilizem a rotação de culturas no verão, cobertura de solo no inverno e a integração lavoura e pecuária; e reduzir os custos de produção e aumentar a rentabilidade do produtor. A programação para a safra 2016/2017 prevê a instalação de 60 lavouras demonstrativas e a realização de 120 roteiros técnicos para atingir um público de 800 produtores, em 22 municípios de todas as regiões arrozeiras. A meta é, até 2019, alcançar 100 municípios arrozeiros com 240 lavouras demonstrativas e assistir mais de 2 mil produtores. Julie Moresco da Silva Assessoria de Comunicação Irga
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INFORME ESPECIAL - SDR
SDR aprimorando gestão da agricultura familiar Os agricultores familiares gaúchos estão dispostos a melhorar a gestão e tornar suas propriedades mais sustentáveis. O Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, idealizado pela Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), conseguiu a adesão de 5 mil famílias em 2016, e a meta é implantar planos de gestão em 20 mil propriedades rurais familiares até 2019. A Emater/RS, conveniada da SDR, é responsável por operacionalizar o programa. “Vamos promover o desenvolvimento rural em todo o Estado, com incentivo ao protagonismo jovem, à autonomia das mulheres rurais e à geração de renda”, diz o secretário da SDR, Tarcisio Minetto. O programa se iniciou no ano passado, com a capacitação de 1,2 mil técnicos da Emater, que começaram a visitar famílias para sensibilizar os agricultores e elaborar um diagnóstico socioambiental e socioeconômico dos estabelecimentos. “Somente com a gestão sistêmica da produção poderemos avançar”, afirma Minetto. O Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar vai elaborar e implementar 20 mil planos de gestão e 900 unidades de referência técnica, que servirão de modelo. “O programa irá obter indicadores sobre a evolução das condições sociais, econômicas e ambientais dos estabelecimentos assistidos, notadamente no que se refere à utilização dos recursos naturais, à racionalização da mão de obra e do uso de insumos externos à propriedade, qualificação do saneamento básico rural e incorporação de uma mudança comportamental quanto à gestão integral do estabelecimento rural”, detalhe o secretário. Após a capacitação dos técnicos da Emater, iniciou-se a elaboração de um diagnóstico socioeconômico e ambiental dos empreendimentos rurais assistidos. Na vistoria à propriedades, são observadas receitas, os custos e o capital social e ambiental, identificando os pontos positivos e negativos, ameaças e oportunidades. Em cada estabelecimento, verificou-
Fotos: Divulgação/Afubra
Diagnóstico socioeconômico e socioambiental auxilia nos trabalhos
Secretário Tarcisio Minetto
Logo do Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar -se a presença de passivos ambientais, das condições de relevo, solos, águas, benfeitorias, criações, saneamento básico e ambiental. Foi necessária uma sensibilização dos agricultores para o programa, estabelecendo uma relação de confiança com o produtor e sua família, para combinar metas e objetivos. A realidade e as tendências apontadas no estudo, assim como as políticas públicas municipais, estaduais e federais, foram consideradas. A preservação com os fatores ambientais como conservação e preservação das nascentes, matas ciliares e recursos hídricos, foi crucial durante a elaboração do programa. Também houve a análise da oportunidade de comercialização da produção nos mercados locais e regionais, assim como as demandas a serem satisfei-
tas para a qualidade de vida e bem-estar das famílias. À medida que as famílias aderem ao programa, são elaborados indicadores técnicos econômicos, sociais e ambientais de fácil entendimento e aplicação, para monitorar e analisar os resultados, orientando para ajustes quando necessário. “Esperamos que este programa possa contribuir para o desenvolvimento do meio rural e traga mais riqueza, produção e desenvolvimento para o Rio Grande do Sul”, afirma o secretário Minetto. Para a divulgação e avaliação das ações, estão previstos dois seminários estaduais. A meta é ampliar em 20% a renda das famílias atendidas. Nathalie Sulzbach Assessoria de Imprensa – SDR/RS
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INFORME ESPECIAL - SEAPI
A importância do Agro + RS para a sociedade O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, está implementando o Agro + RS, uma iniciativa que visa instituir no Estado este programa que foi gestado nos mesmos moldes do "Plano Agro +, um Brasil mais simples para quem produz, um Brasil mais forte para competir", lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 2016. O objetivo do Agro + é dar mais simplificação em processos, procedimentos e normas praticadas pelo serviço oficial, ou seja, pela secretaria da agricultura, com o intuito de proporcionar mais celeridade e simplificação às demandas solicitadas pelo setor produtivo, com vistas a maior crescimento e desenvolvimento econômico. De acordo com o Ministério da Agricultura, cerca de R$ 1 bilhão deixam de ser arrecadados por ano devido no setor agropecuário devido a burocracia. O Rio Grande do Sul é o primeiro Estado brasileiro a implementar o programa em nível estadual. Para alcançar este objetivo, convocamos as entidades parceiras, ligadas ao setor primário gaúcho, para contribuir com o Plano, apresentando sugestões e suas principais demandas, para que juntos, pudéssemos diagnosticar os gargalos e buscar alterações que facilitem a produção agropecuária no Estado. Reunimos as principais reivindicações e fizemos os encaminhamentos necessários para definir os procedimentos a serem tomados para simplificar procedimentos. O Agro + RS possui um espectro amplo, onde temos a meta de revisar procedimentos e ações para que tenhamos condições de proporcionar mais simplicidade em demandas do cotidiano do agronegócio. Sem deixar de lado a sustentabilidade, podemos sim tornar a produção primária mais ágil e menos burocrática, o que, lá na ponta, representará mais geração de emprego e renda para o Estado. Quem não é a favor da simplificação de processos e procedimentos? Seja para abrir uma empresa ou alugar um imóvel,
Fotos: Fernando Dias
Simplificação em processos, procedimentos e normas
Ernani Polo, secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação cotidianamente enfrentamos entraves que nos prejudicam, provocam atrasos, o que causa uma paralisia de serviços, que repercute na economia e, no meio rural, esta realidade não é diferente. Por isso que queremos agilizar ações, que signifique encurtamento de prazos para fortalecer a economia que vem do campo e ajuda o Estado a crescer e que nos permita competir com mais vigor no mercado, alavancando negócios, para fazer com que mais recursos girem em nossa economia. Atualmente, o Agronegócio representa mais de 40% do Produto Interno Bruto do nosso Estado. Vamos inovar conferindo mais eficiência às demandas propostas pelo setor agropecuário. Algumas legislações em vigor hoje estão ultrapassadas e, somadas com a falta de clareza em determinadas normas, acabam paralisando processos. O serviço público pode ser mais eficaz também para auxiliar o produtor, que precisa de serviços simplificados para crescer. Já tivemos
avanços importantes neste sentido, como o projeto de lei que cria o marco regulatório das Florestas Plantadas, dando mais segurança jurídica para quem é deste setor e no decreto que simplifica regras para irrigação, para dar mais agilidade a estes processos que envolvem o abastecimento de água para a agropecuária. Sempre é preciso ressaltar o apoio do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, que nos incentivou a lançar o Agro + no RS e está estimulando os demais estados a seguirem o exemplo gaúcho. Com o Agro + RS, estamos atuando, com todos os servidores e técnicos da secretaria da agricultura, que realizam um eficiente trabalho, para fazer o campo e o Estado se desenvolverem economicamente. Com o campo, todo o Estado cresce. E o que queremos com o Agro + RS é isto. Simplificar para crescer. Ernani Polo - Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação
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INFORME INFORMEESPECIAL ESPECIAL- FEPAGRO - FETAG
Uma história de luta e perseverança Com 30 anos de idade, Radamés Rodrigo Borchardt, de Três Passos/RS, mora com a mãe Iolanda Maier (58) e a avó Herta Maier (82) na localidade de Floresta, distante 18km da cidade. Numa área de 3,75ha eles dedicam 0,5ha à horticultura, com mais de 20 produtos, entre os quais couve-flor, brócolis, alface, repolho, cenoura, que se transformaram no carro-chefe da família. Com a morte do avô, em 2003, ele se viu obrigado a tocar a propriedade, já que o pai não mora com eles. Em vez de uma sucessão rural, é possível dizer que Radamés assumiu os negócios da família, que eram gerenciados pelos avós e mãe. Assim, aos 16 anos, se viu obrigado a tomar as rédeas e dar sequência à lavoura de tabaco, então a que mantinha a família. Por algumas safras decidiram continuar com a cultura, até que houve um imprevisto, lá em 2006, lembra Radamés: “A safra não poderia ser melhor; o tabaco estava com excelente qualidade. Vendemos inicialmente uma parte, a qual não era das melhores, e a classificação foi excelente. Reservamos o melhor para o final. Aí aparece um vizinho e diz que tem espaço no caminhão e oferece para levar a produção. No meio do caminho, o “amigo” troca as etiquetas da carga e recebe bem mais do que eu. Pedi a nota fiscal e só vi depois de 90 dias, quando constatei o que já desconfiava. Além do dinheiro ainda ficou com o prêmio dado pela indústria pelo melhor lote, que era um conjunto de panelas”. Desiludido com o impacto, eles trocaram o tabaco pela produção leiteira, a qual atingiu em 2012 o auge com 150 litros/dia. Neste meio tempo – 2006/2008-, recebe a visita de um professor, que o convida para ser aluno da Casa Familiar Rural. Ali aprendeu sobre produção leiteira e, ainda, despertou o gosto pela horticultura. No entanto, o elevado custo dos insumos, aliado aos altos e baixos preços praticados pelo mercado leiteiro, colocou em xeque não só a produção, mas a própria continuidade no meio rural. “Tivemos um grande prejuízo em 2014, o que nos obrigou a vender cerca de 6 ha, de
Fotos: Divulgação/Afubra
Pequenos produtores provam que fazem a diferença
Radamés Rodrigo Borchardt, de Três Passos/RS um total de 10ha, para quitar dívidas com a quebra do leite”, lamenta. Ao perceber que a horticultura poderia se tornar rentável e dar a volta por cima, desde 2013 trabalha com a horta, uma vez que na comunidade não havia ninguém que plantasse para vender. Iniciou os negócios com as produções de repolho e alface, vendendo na própria comunidade. De imediato constatou que tinha volume e buscou na Feira do Produtor Rural de Três Passos, onde passou a frequentar duas vezes por semana, que é da Associação dos Horticultores de Três Passos, a saída para abrir mercado. O problema seria como colocar as verduras na cidade – 18km de distância -, já que o único meio de transporte que dispunha era e continua sendo uma bicicleta. Então, o jeito foi pedalar. Pelo menos na primeira vez. Em seguida, passou a ir de ônibus e ultimamente de caminhonete, que é da associação. “Na primeira vez, levei cerca de 20 pés de alface e repolho. Vendi apenas três pés de alface e um repolho. Ninguém me conhecia e vi que as bancas tinham um público fiel. E como só uma mulher vendia verduras, com a minha chegada os fregueses tiveram mais uma opção para escolher os produtos”, disse. Ao frequentar o pavilhão, notou muita sujeira nas bancas e por onde circulam as pessoas. Soube que uma
pessoa era contratada para fazer a limpeza, porém apenas uma vez por semana e aos sábados. Os dias de feira são terças e sextas. “Na terça já estava tudo sujo, empoeirado. Peguei uma vassoura, balde e pano e comecei a limpar meu espaço e nas imediações. Os colegas gostaram e acabei assumindo o serviço. O ganho é pouco, mas, pelo menos, sei que o ambiente fica limpo e acolhedor nos dias de visitação de público, o que é fundamental. Até as bancas receberam pinturas, o que também ajuda”, justifica. Hoje, conta Radamés, a horta se tornou sustentável, não quer mais sair da propriedade e tem projetos de melhorias. Além de sua produção, carrega produtos de outras cinco famílias. “Claro que tenho que ganhar um pouquinho, caso contrário os vizinhos não teriam para quem vender e como vou para a feira”, conta. Na ponta do lápis, Radamés diz que tem faturado bruto R$ 500,00 por feira, isto é, cerca de R$ 4 mil/mês. E quando sobram produtos, para não voltar com eles, vende em restaurantes, lancherias e mercados. Também distribui para diversas entidades, entre elas o Lar Acolhedor, Hospital de Caridade, Asilo São José, Lar Doce Lar e o Projeto Vida Nova. “A bicicleta levo sempre comigo para retornar para casa”, completa. Luiz Fernando Boaz – MTb/RS – 5416
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INFORME ESPECIAL – SISTEMA FARSUL
Produtores de tabaco têm apoio do SENAR-RS Cursos de capacitação oferecem diversificação às propriedades Uma das mais importantes atividades agroindustriais, a produção de tabaco conta com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-RS) para melhorar ainda mais a capacitação e a sustentabilidade nas propriedades. Para tanto, a instituição oferece um portfólio de diferentes atividades voltadas aos produtores de tabaco que inclui cursos promovidos em suas regiões de interesse. O setor presta uma importante contribuição social e a safra brasileira 2015/16 proporcionou um total de 673.478 empregos diretos na lavoura e na indústria. Apenas na Região Sul, são mais de 144 mil famílias produtoras, responsáveis pelo plantio de 271.70 hectares e uma produção de 525.221 toneladas, de acordo com dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
O curso mais demandado é o que orienta sobre a correta aplicação de defensivos agrícolas com base na NR 31, Norma Regulamentadora que estabelece “os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.” Mais de 70% dos diversos cursos oferecidos pelo SENAR-RS sobre a NR 31 são para os produtores da empresa de tabaco. Em 2016 já foram realizados 223 cursos sobre aplicação de defensivos agrícolas. Cresce também a procura por cursos sobre manejo adequado do solo e de gestão rural. Apenas neste ano foram ministrados 68 cursos de manejo
do solo e 32 de gestão rural para famílias de produtoras de tabaco. O SENAR-RS tem ainda um programa específico com a Souza Cruz, chamado SOL Rural – Segurança, Organização e Limpeza. Trata-se de uma iniciativa que visa à organização das propriedades e os cuidados que devem ser tomados para preservação do meio ambiente. O programa é desenvolvido em módulos e em 2016 já ocorreram 13 turmas. Todas as iniciativas são implementadas em parceria com os Sindicatos Rurais e com as empresas de tabaco. A estimativa é de que em 2016 um total de 3.500 produtores participaram das diferentes atividades promovidas pelo SENAR-RS para o setor. Jornalista Angela Caporal Assessoria de Imprensa
A instituição oferece um portfólio de diferentes atividades voltadas aos produtores de tabaco