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KEILA VILAS BÔAS
Adoração Luz à
Bíblia
da
São Paulo, 2017
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Adoração à luz da Bíblia
Copyright © 2017 by Keila de Souza Vilas Bôas Copyright © 2017 by Editora Ágape Ltda. COORDENAÇÃO EDITORIAL
PREPARAÇÃO
CAPA
REVISÃO
Rebeca Lacerda Dimitry Uziel DIAGRAMAÇÃO
Rebeca Lacerda
Fernanda Guerriero Antunes Patrícia Murari Ana Neiva Vânia Valente
COORDENADOR EDITORIAL
EDITORIAL
Vitor Donofrio
Giovanna Petrólio João Paulo Putini Nair Ferraz Rebeca Lacerda
AQUISIÇÕES
Renata Mello do Vale
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 1o de janeiro de 2009.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) Bôas, Keila Vilas Adoração à luz da Bíblia / Keila Vilas Bôas -- São Paulo : Ágape, 2016. 1. Literatura devocional 2. Adoração (Religião) 3. Vida cristã I. Título 16-1540
CDD-248-3
Índice para catálogo sistemático: 1. Adoração (Religião)
editora ágape ltda. Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1112 cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323 www.editoraagape.com.br | atendimento@agape.com.br
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Carinhosamente, dedico este livro a Ricardo, Júlia, Víctor, papai e mamãe. Que o nosso amor por Deus seja cada dia maior e que a chama que arde em nós ajude a diminuir a frieza do mundo, incendiando a vida dos que ti‑ verem contato conosco, e a iluminar a muitos de forma que se movam em direção àquele que é puro amor! Cristo em nós, a esperança da glória!
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Agradecimentos A Deus, meu Salvador, por me receber em Sua família e me permitir chamá‑Lo de meu Pai. A Jesus, por me amar a ponto de morrer por mim e me fazer – a mim, que estava morta – com Ele ressuscitar e desfrutar de uma nova vida. A meu doce Amigo Espírito Santo, que pacientemente percor‑ reu comigo cada linha, guiando‑me no trabalho. Ao meu marido, Ricardo, que bondosamente me assistia trabalhar sem reclamar e me ouvia compartilhar as novida‑ des, e aos meus queridos filhos, Júlia e Víctor, adoradores po‑ derosos. Amo vocês profundamente! A meus pais, que, como ninguém, alegram‑se com meus feitos e me incentivam a ir mais e mais longe. Jamais poderei agradecê‑los como merecem! A todos os meus familiares: irmãos, sogros, cunhados, cunhadas, sobrinhos, tios, primos – a lista é grande… Amo vocês! A toda a equipe do Ministério Verbo da Vida, em es‑ pecial ao Pastor Joselito e à Ana Helena Barbosa, fonte de estímulo e inspiração, e também aos amados irmãos da igreja, que celebram conjuntamente as conquistas de cada parte do corpo. Que igreja maravilhosa! A todo o corpo pedagógico do Centro de Treinamento Bíblico Rhema. Este trabalho é por vocês e para vocês. Foi com muito amor que desejei ajudar, de alguma maneira, a dar subsídios, sobretudo, à matéria Vida de Louvor. Com certeza, vocês influenciaram grandemente este trabalho. A todo o corpo pedagógico da Escola de Ministros Rhe‑ ma. Que inspiração vocês são! E como influenciaram a mim e a meu marido! Muito obrigada. 7
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À Coordenação Doutrinária da Igreja Verbo da Vida, na pessoa da Professora e Coordenadora Luciléia Toledo. Obri‑ gada, amiga, por todas as preciosas observações, por acreditar na obra e lê‑la com esmero, fazendo suas anotações, as quais enriqueceram a minha visão e corrigiram erros crassos. Preci‑ sarei de você outras vezes! À Igreja Batista Filadélfia de Taguatinga, em especial ao Pastor Keison e à Pastora Laudjane Veloso, que me permi‑ tiram aprender muito sobre adoração na prática ministerial. À cunhada e amiga Adriana Alves Barbosa, que carre‑ gava meus filhos para lá e para cá enquanto eu me demorava desejando escrever mais uma linha, e à amiga Débora Tuboi‑ ti, minha primeira leitora e grande incentivadora. Obrigada, meninas! Vocês são especiais. A todos os amigos que celebram comigo esta vitória, agradeço de todo o meu coração.
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Apresentação Este livro nasceu de um desejo plantado por Deus em meu coração desde muito tempo. Há alguns anos, desejosa de escrever sobre o assunto adoração, iniciei o trabalho, re‑ digindo páginas e páginas do que eu pensava a respeito, re‑ latando minhas experiências como ministra e líder de louvor juntamente com o meu marido. A obra até fluía bem, mas, no íntimo, eu sabia que não era exatamente aquilo que eu deve‑ ria abordar. O Espírito Santo testemunhava em meu interior que o foco estava errado. Almejando conhecer mais o Senhor – minha busca in‑ cansável –, matriculei‑me no Centro de Treinamento Bíblico Rhema de Taguatinga. A cada matéria eu me apaixonava mais pela Palavra, pelo que Deus diz. Conforme as aulas se desen‑ rolavam, percebi quão inútil seria escrever minhas impressões acerca do tema se estas não fossem baseadas nos princípios da Palavra. Enfim, pouca importância tem o que eu penso; im‑ prescindível é o que a Palavra diz. Assim, joguei fora todos os antigos manuscritos. Nem os reli. Agora, sim, era a hora de mergulhar no que vem de Deus, buscar a revelação do Espírito Santo, pesquisar, ler, entender. E nasceram estas páginas. Aqui estão quase dois anos de pesquisa sobre adoração. De tudo o que está escrito, o fundamento é a Bíblia Sagrada. Espero que muitos sejam abençoados pela leitura, que dúvidas sejam esclarecidas, e que eu possa ajudá‑los a com‑ preender como a adoração é uma prática intrínseca a todo homem, a linguagem de Deus, o dialeto do amor, a mais po‑ derosa arma de guerra, o mais poderoso espelho transforma‑ dor… Nascemos para adorar! 9
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Sumário PARTE I CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................... 15 1 A importância do assunto adoração..................................... 17 2 Adoração na essência da criação........................................... 23 3 Adoração na essência do homem......................................... 31 4 O que é adoração?................................................................ 34 I – Adoração na Velha Aliança e na Nova Aliança............. 37 5 Adoração: a linguagem do amor.......................................... 44 6 A quem adorar?.................................................................... 55 7 Benefícios da adoração......................................................... 69 I – Faz o adorador se tornar semelhante ao que ou a quem adora................................................................. 70 II – É um meio de se encher do Espírito Santo................. 72 III – Livra o homem do mais nocivo de todos os pecados: a idolatria do eu (ou soberba, orgulho, arrogância).......................................................................... 75 IV – Traz a atmosfera do céu à terra e faz os espíritos malignos baterem em retirada............................................ 76 V – Prepara a atmosfera espiritual para que o Espírito da profecia possa se mover e haja revelação....... 78 VI – É uma poderosa arma de guerra................................. 81 VII – Firma conceitos, fundamenta convicções.................. 82 VIII – Liberta..................................................................... 83
8 O perigo da idolatria....................................................87
I – O que é idolatria?.......................................................... 87 II – Idolatria: um pecado abominável e perigoso................ 89
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III – Como Deus vê a idolatria?......................................... 97 IV – Origem da idolatria na Igreja Cristã........................ 100 V – Tipos de idolatria....................................................... 107 PARTE II HISTÓRIA DA ADORAÇÃO............................................. 129
9 Adoração antes do princípio......................................131
I – A queda de Satanás..................................................... 138
10 Adoração no Éden...................................................143 11 Primeiras iniciativas humanas de adoração..............152
I – Adoração por meio de oferta....................................... 153 II – O nome do Senhor é invocado.................................. 157 III – Adoração perfeita: andar com Deus......................... 158
12 Efeitos de um tempo sem adoração..........................160 13 O que pode fazer um adorador?...............................165 14 Adoração dos patriarcas...........................................171 15 Adoração revelada e regulamentada.........................180
I – A necessidade de um modelo de adoração.................. 188 II – A escolha do mediador e da tribo sacerdotal............. 194 III – A instituição de um modelo de adoração................. 199 IV – A excelência do modelo e seu significado................. 203 V – A manutenção do modelo.......................................... 209 VI – A corrupção do modelo............................................ 211
16 Adoração agradável..................................................219
I – Breve histórico de Davi............................................... 224 II – Mudança completa de paradigma.............................. 228 III – O modelo de Moisés e o modelo de Davi................ 241 IV – O que fez da Tenda de Davi um lugar tão especial?.......245 V – Tenda de Davi: uma sombra do que haveria de vir..........247
17 Adoração no Templo de Salomão............................255
I – Breve histórico de Salomão......................................... 256 II – O Templo de Salomão............................................... 258
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III – Adoração no Templo de Salomão............................ 259 IV – O declínio da adoração no Templo........................... 262
18 Adoração nas sinagogas............................................265
I – História da sinagoga................................................... 266 II – Estrutura física da sinagoga ...................................... 270 III – Culto na sinagoga.................................................... 272 IV – Separação entre a sinagoga e a Igreja........................ 273
19 A restauração da adoração........................................275
I – Deus entra em cena para restaurar a adoração na pessoa de Seu Filho..................................................... 279 II – Resolvendo os equívocos acerca da adoração............. 282 III – A quem adorar?........................................................ 287 IV – Como adorar?........................................................... 290 V – Quem deve adorar?.................................................... 294
Referências.............................................................................. 301
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PARTE I Considerações Gerais
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1 A importância do assunto adoração Adoração é o tema central da Bíblia. Pode parecer uma afirmação chocante para aqueles que desconhecem o assun‑ to; afinal, não seria Jesus o tema central? O filho de Deus é, sim, o personagem principal das Escrituras, e a forma como nos relacionamos com Ele é por meio da adoração. Por isso, pode‑se dizer, sem medo de errar, que adoração não é mais um tópico, e não diz respeito a poucos ou a um tipo especial de crente denominado “levita”. Adoração é para todo ho‑ mem, para todos os tempos, para todo lugar. Ao falar sobre isso, a ideia que muitos têm é a de que o assunto concerne diretamente apenas àqueles que lidam com arte na igreja. Em um seminário de louvor e adoração, por exemplo, na maioria das vezes, quem não se ocupa da área artística demonstra um interesse bastante reduzido. E por que isso acontece? Por desconhecimento. Certamente, se as pessoas soubessem que da nossa adoração dependem a nossa vida, a nossa saúde, a nossa salvação, procurariam entender melhor essa questão. Podemos ver a importância de qualquer tópico pela rele‑ vância que a Bíblia Sagrada dá a ele. Quem examina as Escri‑ turas pode facilmente perceber que a poucos assuntos elas dão tamanha importância. São inúmeros os versículos que tratam do tema, e há um livro inteiro – Salmos, o maior da Bíblia – total‑ mente dedicado a ele. Os detalhes a respeito de como o Senhor 17
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fez todas as coisas são muito inferiores ao que Ele decide nos in‑ formar acerca de como se processa a adoração no céu, por exem‑ plo. Deus não é muito específico ao descrever as atividades dos anjos, mas informou em muitos detalhes como eles adoram, o que dizem, o que cantam, o que proclamam diante de Seu trono. Adoração é mais do que música, do que atitude. É uma linguagem e, portanto, permeia toda a Bíblia. Desde a pri‑ meira até a última página das Escrituras, o assunto está pre‑ sente. O primeiro capítulo do livro de Gênesis traz o relato da criação, e o livro de Jó cita o pano de fundo, como reagiam os que assistiam ao espetáculo que se processava diante deles: Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? […] Sobre que estão fundadas as suas ba‑ ses, ou quem lhe assentou a pedra angular, quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus? ( Jó 38:4‑7) Quem lê o livro de Salmos ou o primeiro capítulo de Romanos é informado de que não só o homem adora, mas a própria natureza. No último capítulo do livro de Apocalip‑ se, fala‑se de um lugar onde haverá adoração constante e da atitude de seu escritor, o apóstolo João, diante das revelações que recebeu: prostrar‑se para adorar. Não há sequer um livro bíblico em que o assunto não seja abordado, em que não se informe como se processava a adoração naquele tempo, na‑ quele lugar, para determinada pessoa. Adoração é um tema para todos os tempos. Antes de o homem existir, havia adoração no céu; quando o homem foi criado, a criação rejubilava em adoração; quando esta terra for transformada, no novo céu e na nova terra, a adoração continu‑ ará a ser uma prática. Não sabemos muito sobre o que faremos 18
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quando passarmos a habitar eternamente com Jesus, mas fomos informados de que viveremos, mais ainda, para adorar. Não há empecilho maior a uma vida próspera, feliz, útil e cheia de esperança do que o desconhecimento. É responsabili‑ dade de cada um buscá‑lo, pois sem ele o prejuízo é certo: O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o co‑ nhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueces‑ te da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. (Os 4:6) Depreende‑se do texto anteriormente transcrito que bus‑ car conhecer é um dever, e não fazê‑lo impede o ofício sacer‑ dotal e até mesmo implica prejuízo para as próximas gerações. No Velho Testamento, sacerdotes eram alguns; na Nova Aliança, sacerdotes somos todos, e isso é, ao mesmo tempo, privilégio e responsabilidade. O que quer dizer ser sacerdote, senão ser alguém habilitado nos assuntos espirituais? Assim sendo, deve ser alguém que entende o que quer dizer adorar. Não seria demais lembrar alguns dos prejuízos advindos da concepção errada ou simplista do tema. Por conta disso, ao longo do tempo, tem havido acalorados debates acerca de questões periféricas que nem de longe acrescentam aos cris‑ tãos e às igrejas. Durante muito tempo discutiu‑se, por exem‑ plo, quais instrumentos podem ser utilizados no culto. Ainda hoje tratados a esse respeito são encontrados. Alguns argu‑ mentam que só poderiam ser utilizados os instrumentos que constam das Escrituras, desconsiderando‑se os benefícios ad‑ vindos do desenvolvimento, da tecnologia nas mais variadas áreas. Hoje é possível pregar por rádio e televisão, ensinar nas 19
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igrejas por meio e com o auxílio de aparelhos eletrônicos, algo antes inimaginável. O mundo está a se desenvolver e as coisas em si mesmas nada tiram e nada acrescentam. É periférica a discussão sobre ser permitido ou não tocar bateria no culto. A questão principal é: por que tocar, como tocar, quem vai tocar. Analisando os livros que tratam do assunto, verificamos que há uma predileção em abordar o tema adoração a partir da conceituação e diferenciação de adoração e louvor. Afirmam que adorar é exaltar a Deus pelo que Ele é e louvar, exaltá‑Lo pelo que faz. Ocorre, entretanto, que adoração é isso e muito mais, e o modo de fazê‑lo pode mudar ao longo dos anos – e veremos pela Bíblia que mudou. Davi, por exemplo, foi um dos que inovaram ao adorar, pois não só inseriu elementos no culto, mas também sistematizou uma forma de culto. Adorar não é apenas exaltar a Deus e não significa re‑ petir frases ou melodias diante dEle. Aqueles que têm em mente apenas esse conceito chegam a se arrepiar ao saber que o homem passará a eternidade adorando, porque imaginam que ficarão repetindo exaustivamente que Deus é Santo, jus‑ to, bom. Isso os leva a pensar que estar no céu será cansativo e monótono. Como se animar a ir a um lugar onde faremos a mesma coisa vez após vez? Não pode um Deus tão extraordinariamente criativo ter resumido a eternidade a uma única ação repetitiva. Se a terra, mesmo depois do pecado – ou seja, corrompida –, é um lugar tão instigante, como pode a vida eterna ao lado de Deus ser diferente? Se adorar é só isso e é tudo o que faremos eterna‑ mente, temos de convir: realmente não parece algo desejável. Quem aguentará repetir milhões de vezes a mesma frase? Será mesmo que é isso o que Deus quer do homem? Se as‑ sim é, por que Adão não foi colocado no céu como os seres celestiais? 20
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Se tudo o que Deus tinha para nós era que O adorás‑ semos cantando ou repetindo frases, por que nos fez como somos, sujeitos ativos, pensantes, falantes, comunicativos, criativos? Por que nos deu uma terra maravilhosa, cheia de trabalho para realizar e de coisas para descobrir, em vez de nos colocar no céu? Será que o conceito que temos de adora‑ ção não está errado? O desconhecimento do assunto é tão prejudicial que, por considerarem adoração apenas cantar, tocar, levantar as mãos, representar, dançar, dar gritos de júbilo, passaram a entregar um horário do culto – o chamado “período de louvor e ado‑ ração” – a pessoas despreparadas até mesmo para estarem à frente da congregação, as quais entendem adoração como um conceito visceralmente ligado à arte. Como não há mui‑ tos habilidosos, que têm dom para tal, aceitam que recém ‑convertidos, neófitos, gente que ainda não foi ensinada e não está firme na vida cristã possa liderar parte do culto. E o resultado são escândalos de toda sorte. Adoração não é música. Aliás, a música foi inserida no culto apenas a partir de Davi. Como adoravam os antigos até então? Ou eles não adoravam? Muitas das nossas definições têm como base o conheci‑ mento popular, e não o exame acurado das Escrituras. E isso é um problema. A concepção correta do termo não pode se fundamentar no conhecimento popular, no hábito, na práti‑ ca, mas na Palavra. Veremos por ela que adoração não é um momento do culto, não são espetáculos, mas relacionamento. Adorar não é apenas cantar, celebrar, dar gritos de júbilo, fa‑ zer uma apresentação especial para Deus, envolver‑se com música. É muito mais que isso. Apesar de fazer tudo isso, é possível não estar adorando; em contrapartida, pode‑se ado‑ rar sem adotar nenhuma dessas práticas. 21
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Na verdade, com o estudo bíblico, descobre‑se que, em relação à adoração, a questão se relaciona muito mais à in‑ tenção do que ao ato em si. A forma é secundária. Adorador não é necessariamente quem toca, canta, dança, sapateia, mas quem adora em espírito e em verdade. A esses o Senhor está buscando: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” ( Jo 4:23). Adoração não é, pois, assunto periférico; é vital.
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