Catedral das sombras

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D A N I E L I S A B E L A

M A S T R A L M A S T R A L

CATEDRAL

das

S OMBRA S

S達o Paulo, 2015

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Catedral das sombras Copyright © 2015 by Daniel Mastral – Isabela Mastral Copyright © 2015 by Novo Século Editora Ltda. gerente editorial

gerente de aquisições

Lindsay Gois

Renata de Mello do Vale

editorial

assistente de aquisições

João Paulo Putini Nair Ferraz Rebeca Lacerda Vitor Donofrio

Acácio Alves

produção editorial

revisão

SSegovia Editorial

Rosa Maria Ferreira

preparação

capa

Julio Talhari

Dimitry Uziel

auxiliar de produção

Luís Pereira

diagramação

Abreu’s System

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 1o de janeiro de 2009. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) (Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil) Mastral, Daniel Catedral das sombras / Daniel Mastral, Isabela Mastral. Barueri, SP: Ágape, 2014. 1. Igreja 2. Vida cristã I. Mastral, Isabela. II. Título 14-10226

CDD-262

Índice para catálogo sistemático: 1. Eclesiologia: Cristianismo  262 2. Igreja: Cristianismo  262

novo século editora ltda. Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11º andar – Conjunto 1111 cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323 www.novoseculo.com.br | atendimento@novoseculo.com.br

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Esta é uma história baseada em fatos reais. Nomes de: pessoas, empresas, escolas e cidades foram modificadas.

O autor assina suas obras com o nome de Eduardo Daniel Mastral ou Daniel Mastral; assim como a grafia do nome do personagem poderá sofrer variações entre o nome Eduardo e Daniel.

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Para M.

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Esta história conta como um jovem satanista deixou a irmandade satânica, adentrou as portas da Igreja e revelou a ela as estratégias do inimigo.

Passados mais de vinte anos, esse missionário, juntamente com sua esposa, faz o caminho inverso: sai de dentro da Igreja e revela ao mundo as sombras da que se nomeia falsamente como Noiva de Cristo.

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Sumário Introdução ..................................................................................... 15

Vislumbre no espelho............................................... 19 Capítulo 2 – Um pastor arrependido .......................................... 25 Capítulo 3 – “São Paulo é do Senhor Jesus”................................. 47 Capítulo 4 – E era Ágape?............................................................. 77 Capítulo 5 – Traição..................................................................... 93 Capítulo 6 – Luz em meio às trevas............................................ 117 Capítulo 7 – Sol da meia-noite................................................... 137 Capítulo 8 – Despedidas............................................................. 155 Capítulo 9 – A chave da sala do trono....................................... 161 Capítulo 10 – Flor no deserto...................................................... 165 Capítulo 1 –

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“Aqui a ação simplifica-se Derrubei a paisagem inexplicável da mentira Derrubei os gestos sem luz e os dias impotentes Lancei por terra os propósitos lidos e ouvidos Ponho-me a gritar Todos falavam demasiado baixo falavam e escreviam Demasiado baixo (...). Com um grito Tantas coisas desapareceram Que nunca mais voltará a desaparecer Nada do que merece viver”

Trechos de “Gritar”, de Paul Eluard, em “Algumas das Palavras”.

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I n trodução “Aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!” (1 Coríntios 10:12, NVI).

T

oda história tem que ter um começo. Essa história é o começo do fim. Mostra como a irrevogável vontade suprema do ser humano determina seu cami-

nho, se é vencedor ou não. “Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal” (Deuteronômio 30:15). Durante a narrativa da trilogia alguns personagens trilharam

o caminho da vitória. Seria injusto com os leitores e com a Igreja deixar de contar se esse estado de vitória foi permanente, ou, se não foi, o porquê da derrota. Não basta estar em pé, é preciso se manter em pé! Essa é a questão.

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A vitória não pode ser apenas momentânea! Quando Deus abençoa Seu povo com a terra Prometida, admoesta-o a viver em vitória, a manter-se numa condição vitoriosa. Não basta conquistar a terra, é preciso permanecer nela. A condição sine qua non para usufruir da continuidade da bênção é a obediência. Isto é, uma vida de obediência é a chave para conquistar e não perder o que se conquistou; uma vida de obediência conduz à vitória, que não se limita ao ato de entrar na terra, mas se traduz em um processo contínuo de vitórias dentro da terra. O mau uso do livre-arbítrio – a desobediência – gera uma condição funesta de maldição, e as bênçãos conquistadas podem ser perdidas. Saul, por exemplo, perdeu a unção, o poder e a vida, assim que se afastou dos caminhos de Deus. Isso aconteceu com muitas pessoas mencionadas nos relatos de Daniel e Isabela Mastral, mas muitas delas ainda não se deram conta disso porque preferem apostar no orgulho e na ostentação de títulos. É a matéria-prima mais saborosa ao adversário. Judas cursou a melhor escola teológica de todos os tempos. Andou com o Mestre. Comeu com ele, viu os milagres, ouviu as pregações. No entanto, de que valeria a ele apresentar seu “título” de apóstolo de Cristo? O mundo espiritual o respeitaria? Não basta aprender, é preciso praticar o aprendizado, caso contrário torna-se um fim em si mesmo. Falar de amor, perdão, unidade, fica lindo nos discursos. Porém, sem vida prática daquilo que proferimos, tornamo-nos apenas como o metal que soa. Daniel e Isabela sabem que o julgamento de todos os seres, inclusive o deles, a Deus cabe. Se essa história é um relato de 16

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sombras, cada um que avalie por si mesmo, e que Deus julgue a todos no final. Afinal, cada árvore se dá a conhecer por seus frutos. “Ah, ornamento de Israel. Nos teus altos foi ferido, como caíram os poderosos! (...) Como caíram os poderosos, e pereceram as armas de guerra!” (2 Samuel 1:19, 27).

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C a p í t ulo

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Vislumbre no espelho

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alomão recebeu o reino de Israel numa bandeja de prosperidade. Davi, seu pai – o rei guerreiro –, a despeito de suas muitas lutas e sofrimentos pessoais, realizou uma grande expansão territorial e a unificação das doze tribos no reino de Israel. Sua vida foi repleta de feitos nobres e de muitas conquistas. Como general, derrotou os muitos inimigos de seu povo, incluindo os filisteus, e anexou diversas cidades dos cananeus, dentre outras vitórias, tornando-se bastante respeitado. Baniu a idolatria do reino, consultando sempre o Senhor em todas as decisões. Quando cometeu o pecado contra Urias, Davi foi pronto em se arrepender. Ele foi um dos personagens mais proeminentes da História, e também o antepassado mais famoso de Jesus Cristo.

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Após a morte de Davi, Salomão – o rei sábio – dedicou-se a tornar o reino ainda maior. Sem rivais à altura, introduziu inovações militares que o tornaram invencível. Foi durante o seu reinado que o território dominado por Israel chegou mais próximo do que fora prometido no Pacto abraâmico. Nunca – nem antes e nem depois – o território do Povo escolhido foi tão extenso. Salomão foi ímpar também em suas realizações culturais e incentivo ao comércio: estimulou expedições marítimas em direção à arábia e África Ocidental e deteve o controle sobre muitas rotas comerciais terrestres, o que o enriqueceram ainda mais. Envolveu-se em um amplo trabalho para erguer todo tipo de construções no reino, o que incluiu o seu próprio palácio, um edifício para a rainha egípcia, sua mulher, o muro de Jerusalém e várias cidades, como Megido, Hazor, Gezer e Milo. A grande realização de Salomão, contudo, foi a edificação do primeiro templo de Jerusalém, dedicado a Deus. Quando concluído, o templo foi consagrado e a arca da aliança, colocada em seu lugar, no Santo dos Santos. Salomão levou Israel a uma espécie de “era do Ouro”, atingindo o apogeu de sua grandeza e vivendo tempos de muita paz. Foi o maior rei da monarquia hebraica, tornando-se famoso pela grandiosidade e riqueza de seu reino, e também por sua sabedoria. Ele compôs 3000 provérbios e 1005 cânticos, sendo o autor dos livros de Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos. Segundo o costume dos monarcas orientais, Salomão procurava manter as boas relações de vizinhança por meio de inúmeros casamentos. Contudo, por influência de suas muitas mulheres e concubinas, muitas delas princesas, e para agradá-las, o coração de Salomão se perverteu. Passou a servir Deuses falsos e construir templos para adorá-los. 20

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Envolvido pela idolatria, Salomão provoca a ira de Deus e colhe o castigo anunciado: chegam os inimigos e seus últimos dias são sombrios, cheios de questionamentos, repletos de sentimentos que lhe mostram a vaidade por trás de tudo o que fez. Salomão tinha poder, riqueza e sabedoria. Tinha o favor de Deus, era o Seu ungido. Aparentemente nada lhe faltava. Por que fez o que fez? Agiu de maneira terrível, enchendo o reino de templos pagãos, abrindo de par em par as portas para demônios e causando um efeito cascata que terminou – primeiro – com a ruptura do reino por causa de Roboão, seu filho. Séculos depois, a idolatria espalhada pelos dois reinos, sempre perene, culminou com o exílio de Israel na Assíria e, ainda mais tarde, na destruição de Jerusalém e do templo pelos babilônios, que levaram todas as riquezas de Judá e todo o povo, excetuando os pobres da terra. A resposta para isso, talvez, seja simples, e não extravagante: ninguém é grande o suficiente para que possa deixar de vigiar. Por esse motivo a Palavra nos insta a isto; a vigiar e orar sem cessar. Essa atitude de submissão a Deus pode fazer a diferença entre estar em pé e cair, entre ser vitorioso ou derrotado, entre viver e morrer. Aquele que está em pé vigie para que não caia. *** O objetivo deste livro é abordar esse assunto delicado. Às vezes, pessoas deixam subir à cabeça seus títulos e conquistas, e acham que “com elas não acontece”. Que estão imunes à queda. Há pequenas diferenças nas declarações a seguir, mas que revelam onde anda o coração e de que ele está cheio. 21

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“Eu sou guerreiro.” “Eu sou o maior guerreiro.” “Eu recebi revelações importantes.” “Eu recebi revelações que mais ninguém tem.” “Deus tem liderado meu ministério.” “Eu sou o líder do meu ministério.” “Sou um adorador.” “Tenho um show com minha banda gospel numa igreja.” “Fui chamado por Deus para ocupar esta liderança.” “Sou o presidente disto e daquilo. A última palavra é minha.” Quando você acha que “com você não acontece”, que “você não erra”, que “você é a maior sumidade em algum assunto”... Quando você não ouve mais ninguém, quando começa achar que Deus não tem olhos e ouvidos para ver e ouvir você, muito menos boca para falar, e que ninguém pode derrubá-lo... Quando você é sua própria estrela... Isso significa que o orgulho já se alojou profundamente em seu coração. E o orgulho precede a queda. *** Temos visto pessoas caindo à nossa volta. Temos visto líderes que transformam suas igrejas em comércios, em shows, em palanques. Uma onda de devastação está percorrendo rapidamente a Igreja, engolfando mais do que desejaríamos. Um tsunami de corrupção, idolatria, engano e mentiras. Portas estão abertas para o mal. Maldito aquele que faz o cego errar o caminho. Essa, porventura, não é a Palavra de Deus? Mas as ovelhas – feridas, e sem ter quem as apascente –, correm de um lado para o outro, mudam de um ministério a outro, buscan22

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do abrigo, proteção, cuidados e alimento. A maioria tem se contentado com leite ralo; andam raquíticas e sem entendimento; não sabem para onde ir. Outras se afastam do rebanho, repugnadas, esmagadas pelo peso da Igreja carnal e preferem continuar, sozinhas, o seu caminho. Algumas delas jamais voltarão ao aprisco. *** Esse relato é um alerta à Igreja dos últimos dias. Os autores.

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