Vale a pena carregar minha cruz? by Ã gape Editora

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Erick Franรงa

v a l e a p e n a carregar minha

cruz? Sรฃo Paulo, 2016

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Vale a pena carregar a minha cruz?

PREPARAÇÃO

CAPA

REVISÃO

Rebeca Lacerda Dimitry Uziel DIAGRAMAÇÃO

Fernanda Guerriero Antunes Patrícia Murari Vânia Valente

Rebeca Lacerda COORDENADOR EDITORIAL

EDITORIAL

Vitor Donofrio

Giovanna Petrólio João Paulo Putini Nair Ferraz Rebeca Lacerda

AQUISIÇÕES

Cleber Vasconcelos

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 1o de janeiro de 2009. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) França, Erick. Vale a pena carregar a minha cruz? / Erick França. -Barueri, SP : Editora Ágape, 2016. 1. Ficção brasileira 2. Ficção cristã

I. Título.

15-09482 Índice para catálogo sistemático: 1. Ficção cristã : Literatura brasileira

CDD-869.93 869.93

editora ágape ltda. Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1112 cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323 www.editoraagape.com.br | atendimento@agape.com.br

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Dedico este livro primeiramente a Deus, minha inspiração; a todos que amam a Mensagem da Cruz e que anseiam por proclamá-la até os últimos dias de vida e àqueles que desejam colocar a sua cruz nos ombros e, independentemente das circunstâncias, carregá-la até que um dia, no céu, possam trocá-la por uma coroa.

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agraDecimenTOS Eu Te agradeço, Deus Por se lembrar de mim, e pelo Teu favor E o que me faz crescer Eu vivo pela fé, e não vacilo Eu não paro, eu não desisto Eu sou de Deus, eu sou de Cristo (Te agradeço, de Kleber Lucas) Agradeço a Deus, que me amou primeiro e acreditou em mim quando tudo parecia estar perdido, que me tirou do império das trevas e me transportou para o Reino do Filho do Seu amor. A Ele toda honra, toda glória e todo louvor para todo o sempre, amém! A Silvana, minha esposa, que sempre acreditou na realização deste sonho. Com muito entusiasmo, era a primeira a ler os trechos deste livro e a me motivar a escrever. Minha maior incentivadora e inspiração. Sem ela não sei se conseguiria chegar aonde cheguei. Agradeço a Deus por me presentear com essa maravilhosa esposa, que sempre esteve ao meu lado, minha melhor amiga. Muito obrigado, querida, eu amo você! Ao bispo Moacyr de Oliveira, que apoiou o projeto e me deu várias orientações. Ele é um referencial não apenas para mim, mas para muitos que o conheceram. Um grande mestre que não hesitou em abençoar-me nesta empreitada. Agradeço à Igreja de Nova Vida, da qual sou membro, que patrocinou parte desta obra, bem como a produção dos exemplares. 7

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Ao Cleber Vasconcelos, que acreditou neste trabalho, orientando‑me no processo editorial. Muito obrigado por tudo. A coordenadora editorial Rebeca Lacerda, que fez um excelente trabalho de diagramação, cuidando de todos os detalhes editoriais para que este livro chegasse às suas mãos com esta ótima qualidade. A equipe da Editora Ágape, que participou da produção destas páginas. Fizeram um trabalho excepcional. Parabéns a todos! Obrigado aos que contribuíram direta ou indiretamente na construção e elaboração da obra Vale a pena carregar a minha cruz?. Deus abençoe vocês!

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preFÁciO Sinto-me honrado em prefaciar o livro escrito por um jovem comprometido com o reino de Deus. O conheço desde 11 de junho de 1999, quando comecei a pastoreá-lo; músico, servindo ao Senhor com seu talento musical, e surpreendo-me ao constatar mais um talento na vida deste jovem: o de escritor. Usando a linguagem jovem, explorando sua área de atuação musical, usa a figura de músicos que participam de uma banda de música para enriquecer a Mensagem da Cruz, que os jovens tanto precisam. Sob o título Vale a pena carregar a minha cruz?, com fulcro no texto de Lucas 9:23, seu livro discorre que vale a pena envolver-se com a cruz de Cristo e ainda reforça a conclusão com três passos em que devemos andar para carregarmos a nossa cruz. Este livro é uma verdadeira mensagem de despertamento para todos os cristãos e um ensino profundo sobre como devemos carregar a nossa cruz: negando-nos a nós mesmos. Jesus, em sua agonia na cruz, deixou-nos sete frases que serão verdadeiros ensinos de como devemos caminhar conduzindo a nossa cruz: 1a frase: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Ensina-nos a perdoar os que nos ferem; 2a frase: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:43). Garante-nos salvação quando carregamos a nossa cruz; 9

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3a frase: “Mulher, eis aí teu filho” (João 19:26). Preocupa‑se, até na hora da sua morte, com a família e ensina que não devemos viver sozinhos; 4a frase: “Deus meu, Deus meu por que me desamparaste?” (Mateus 27:46). Ensina‑nos que nas horas de angústia devemos clamar ao Pai; 5a frase: “Tenho sede” (João 19:28). Prova‑nos que como Deus‑homem, passou pelas mesmas necessidades que nós temos; 6a frase: “Está consumado” (João 19:30). Nesse momento Jesus passa‑nos a lição de que tudo se consuma na cruz, ou seja, completa‑se nela; 7a frase: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lucas 23:46). A frase mais importante para nossa vida espiritual, ensinando‑nos que devemos entregar nas mãos do Pai nosso corpo, nossa alma e nosso espírito. Quem caminha neste mundo cumprindo essas sete lições ditas por Jesus na cruz, verá que é compensador carregarmos a nossa cruz porque ela garante‑nos vida eterna. Bispo Moacyr de Oliveira Igreja de Nova Vida em Belford Roxo (RJ)

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apreSenTaÇÃO Sim, eu amo a mensagem da cruz ‘Té morrer eu a vou proclamar Levarei eu também minha cruz ‘Té por uma coroa trocar (Rude cruz, de George Bennard) Dor, sofrimento, vergonha, humilhação, castigo, maldição, morte, ressurreição, fé, esperança. Hoje a cruz possui vários significados que levam ao triunfo de Cristo sobre a morte, mas, no tempo de Jesus, os significados da cruz levavam a um único resultado: morte. A cruz é um símbolo cercado de mistérios e dúvidas. Objeto de adoração para alguns, mas motivo de escândalo para outros; orgulho para uns, vergonha para outros. Antes de Jesus a cruz representava a morte; hoje, contudo, exprime a vida eterna. Quantos mistérios em torno desse objeto de madeira. No entanto, não existe mistério maior sobre a cruz do que o paradoxo exposto por Jesus ao dizer que, para segui-lo, devemos negar a nós mesmos e carregar a nossa cruz. Do contrário, não seremos dignos de ser Seus discípulos. O que Ele quis dizer ao povo daquela época? Qual impressão essa declaração causou naquela ocasião? E hoje, o que Jesus espera de nós? Qual impacto essa afirmação causa em nossa vida? Afinal de contas, vale a pena carregar essa cruz? Valeu a pena para quem já a carregou? O conteúdo deste livro foi usado como instrumento de Deus para transformar a minha vida a fim de que eu pudesse viver o 11

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verdadeiro Evangelho. Peço a Deus em oração que o mesmo aconteça com você, caro leitor. Que esta história também seja um instrumento Dele para transformar sua vida de forma sobrenatural: que, de um cristão morno, com os ombros vazios, você se torne um grande servo do Senhor e evangelista da Mensagem da Cruz. Conjuro‑te diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino; prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. (2Tm 4:1‑5)

Deus abençoe a todos!

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DeFiniÇÕeS Estava tudo pronto: instrumentos afinados, orquestra preparada e som devidamente regulado. A casa de espetáculos estava lotada. A noite estava linda, e o céu incrivelmente estrelado naquele verão na Grande São Paulo. Como de costume, estávamos reunidos no camarim nos preparando para o show, quando fui surpreendido com duas visitas ilustres: minha esposa, Cintia, e minha pequena filha, Maria Catarina, que entraram no camarim, entusiasmadas. – Marcos, nós viemos aqui primeiramente parabenizá-lo e desejar a você boa sorte na gravação deste DVD. Cremos que será uma bênção! Em segundo lugar, queremos fazer um comunicado a todos, em primeira mão – Cintia anunciou. Naquele momento, todos da banda ficaram atentos e ansiosos para ouvir o que ela tinha a nos falar. – Gostaria de dizer que Deus presenteará a banda com mais um músico. – Mais um músico? Mas a banda está completa, querida – eu a lembrei, sem entender aonde ela queria chegar. – Então, acho melhor providenciarem uma vaga, pois em breve ele estará conosco! – Cintia sorriu com as duas mãos sobre a barriga. – Você está grávida? – perguntei, indo ao encontro dela com os braços abertos. A alegria tomou conta do ambiente. Aquela foi uma noite inesquecível. Eu estava no auge da minha carreira de cantor gospel e naquela noite gravaria meu primeiro DVD ao vivo. Eu tinha tudo o 13

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que um profissional almejava. Minha banda, incrivelmente talentosa, contava com músicos profissionais e experientes, além de uma competente equipe de trabalho que cuidava de todos os detalhes para o início dos shows. Se no lado profissional eu havia chegado ao topo, meu lado familiar estava perfeito. Casado havia doze anos com Cintia, agora estávamos à espera do nosso segundo filho. Nós nos conhecemos na igreja onde ainda hoje congregamos. Minha esposa nasceu em um lar cristão, diferentemente de mim, que desde cedo cantava secularmente nas noites. Amor à primeira vista foi o que senti quando a vi cantar no coral da igreja que visitei. Não tinha muita técnica vocal, mas cantava com uma paixão incrível. Chamou minha atenção a ponto de me fazer retornar outras vezes apenas para vê‑la cantar novamente. Quando me dei conta, já era membro daquela igreja, corista, e estava apaixonado por aquela mulher. Começamos a namorar, em seguida noivamos e logo casamos. A minha vida mudou de direção radicalmente: de cantor secular, tornei‑me um cantor cristão. Em pouco tempo, já estava familiarizado com músicas do estilo gospel e as cantava na igreja com frequência. Eu me destacava no ministério de louvor com minhas técnicas vocais e habilidades de canto, já que naquela igreja poucos eram os que estudavam música para cantar ou até mesmo tocar algum instrumento. Quando tivemos nossa primeira filha, eu já fazia minhas composições, cantava em nossa igreja e frequentemente era convidado para cantar em outras igrejas. Era o início de uma jornada de sucesso musical. A poucos minutos de entrar no palco para início do show da gravação do meu primeiro DVD, passava por minha cabeça um filme de tudo o que aguentei para chegar aonde cheguei. A gravação foi um sucesso. O show teve uma abertura digna de Oscar, com um instrumental incrível, composto pelos integrantes da minha banda. O tema foi emocionante e empolgante. Na primeira parte, um solo de guitarra foi muito bem executado pelo nosso experiente guitarrista Sidnei Cruz, finalizando com 14

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lindas participações de violinos e violoncelos da orquestra contratada exclusivamente para a gravação do DVD. A harmonia do tema era um pouco complexa, mas, quando tocada com as melodias da guitarra, ficava esplêndida. Cantamos doze músicas que já tinham uma boa aceitação na mídia, mas que ainda não tinham sido gravadas e foi um sucesso. Não havia motivo para reclamar da minha vida, pois eu tinha tudo o que alguém gostaria de ter: dinheiro, fama, sucesso, família saudável e um ministério próspero. Pelo menos essa era a minha ótica, meu ponto de vista para o momento que eu estava vivendo. Aliás, essa era a imagem que eu passava para meus fãs e para todos à minha volta. Entretanto, dentro de mim ainda havia algumas mazelas e alguns hábitos que me acompanharam durante toda a minha vida, os quais ninguém sabia. Eu conheci muitas pessoas na igreja, mas nunca conheci o Dono da igreja; relacionei‑me com inúmeras pessoas ao longo da minha vida cristã, mas jamais me relacionei com o Autor da nossa fé; encontrei‑me com muitas celebridades e músicos famosos que influenciaram minha carreira, mas nunca com Aquele que poderia transformar a minha vida e a minha história. Na verdade, eu havia me convertido a uma religião, e nunca ao Senhor Jesus. Mesmo cantando e falando do Seu amor, não compreendia a fundo aquilo que eu cantava. Conhecia muitos cantores, mas nunca conheci a pessoa do Espírito Santo. Li dezenas de livros de música, louvor e adoração, mas quase nunca lia a Bíblia. Na realidade eu era como um sepulcro: bonito por fora, mas morto por dentro. Mas, afinal, ninguém precisava saber nem conhecer minha vida pessoal, já que o que importava era que eu trabalhava arduamente na obra de Deus por meio da música. Deus, apenas Ele sabia como eu era por dentro. Se a Bíblia diz que as misericórdias Dele duram para sempre, logo, nada precisava de mudança, porque eu já fazia o bastante para promover Seu reino. Quem sabe Ele não levaria em consideração todas as minhas obras musicais naquele Grande dia? Eu já tinha feito vários shows em igrejas sem 15

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cobrar nenhum cachê. Acredito que se colocarmos em uma balança minhas obras sociais de um lado e, de outro, meus pecados, Deus irá perceber que sempre tive boa intenção. Creio que seja o suficiente. Ou não? Talvez. De vez em quando essas crises de consciência me perturbavam durante a noite, mas, como diz o ditado: “Em time que está ganhando não se mexe”. Como tudo estava indo muito bem na minha vida, para que mudar? Era melhor deixar tudo como estava. Eu não sabia, mas tudo estava muito perto de mudar.

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