Delírios
da cozinh a
do Beto
Madaloss
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co mc , r arn só ezar eiro on ep a s s ea r om s a n i p M o r e Hab ! emu s Ad r ià
Ano 2 - No 10 - abril/maio 2014
tutano
s a r t i e e c Re Com o t n a s De
issn 2319–0051
R$ 9,90 10 >
9 772319 005007
editorial
o f a t b u a t s an e d o É uma pena, mas é preciso dizer: o Baixo São Francisco, esse bairro boêmio onde pessoas de bem se divertem, também é palco da criminalidade. Durante a produção da matéria especial desta edição, muitos entrevistados reclamaram do descaso das autoridades por conta da falta de segurança. Eis que, coincidente e INFELIZMENTE, um crime violento, com duas vítimas sequestradas e espancadas, ocorreu por ali.
O fato foi publicado em forma de protesto, no Facebook, pelo namorado da vítima, que sem saber o que fazer, gritou nas redes sociais. Post que teve mais de 3 MIL compartilhamentos e ecoou com mais revolta, de mais vítimas que se sentem ameaçadas todos os dias neste país, neste estado, nesta cidade de Curitiba. Não, não foi um ato isolado. Sabe-se que acontecem vários crimes como esse, TODOS OS DIAS, na capital paranaense. E a justificativa? A eterna falta de efetivo. Então, já que estamos em ano de eleição, se algum candidato aparecer fazendo campanha por aí, pergunte sobre o “efetivo policial”. Talvez ajude...
Escrevo este editorial assombrado pelo medo nosso de cada dia. Escrevo para protestar contra a violência, por ver um bairro tão legal sendo ameaçado pela criminalidade. Escrevo por solidariedade, ciente de que poderia estar escrevendo como vítima. Escrevo pra perguntar “ATÉ QUANDO?” – certo de que essa resposta eu nunca terei.
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tutano Colaboradores. . . . . . . . . . . . . . . . 6
Happy hour. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
• Só dá gente boa na Tutano
• I shot the sherif!
novos restaurantes. . . . . . . . . 7
Lobetomia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
• Fresquinhos
Comida com sotaque. . . . . . . . . 8
• Habemus Adrià
COMER E BEBER. . . . . . . . . . . . . . . . 12
• Per brindare un incontro
pequenos detalhes. . . . . . . . . 14
• O rei da cocada preta
sessão coruja. . . . . . . . . . . . . . . . . 15
• Parece mentira...
On the road. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
• Comer, passear e rezar em Minas Gerais
especial do dia. . . . . . . . . . . . . . 22 • De santo, só o nome
modus operandi. . . . . . . . . . . . . 30
• Melou geral na gastronomia
Chá de Cozinha. . . . . . . . . . . . . . 32
• Manual dos chefs de primeira viagem
Gastroglobalização. . . . . . 34
• Cozinha que transforma
• Ovo frito com preço de caviar
Você é o que você come. . . . 42
• Se você fosse um pão, qual seria?
culinária punk. . . . . . . . . . . . . . 43
• Classic punk
Comida pra quê?. . . . . . . . . . . . 44
• Enroladinho erótico de bacon com bacon
menu du jour. . . . . . . . . . . . . . . . . 46
• Carneirinho, carneirão, neirão, neirão
anota aí . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
• Risoto de abóbora com crispy de carne seca e Espetinho de mignon com teryaki
etílicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
• Wine Brothers’ Tips e Dicas do Sommelier de Cerveja
@revistatutano. . . . . . . . . . . . . 56
• Tutaneando
sweet dreams . . . . . . . . . . . . . . . 58
• Não adianta vir com guaraná pra mim
A gente meteu a colher na tecnologia!
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Expediente
Edição Beto Madalosso Projeto Pulp Edições Diretora de Redação Fernanda Ávila Ferreira - drt 3884 Redação Priscila Seixas, Luiza Garmendia Diretora de Criação Patricia Papp Diretor de Conteúdo Vicente Frare Direção de Arte July schneider assistente de arte Carolina Rodrigues Colaboração Wellington Almeida, Tiago Vidal Dutra, Ricardo Moreno, Eva dom santos, clovis junior, michele micheletto, jomar brustolin, jackson brustolin, Daniel wolff e guilherme alves foto da capa guilherme alves revisão mônica ludvich Impressão comunicare Tiragem 6.000 A Revista tutano é uma publicação dos restaurantes Madalosso, Famiglia Fadanelli e Forneria Copacabana não contém Glúten.
facebook.com/revistatutano @revistatutano
5
colaboradores
a D SÓ G
BOA na E T EN
tutano
Quem é? Chef de cozinha do Bistrô do Victor. O: FOT
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Be
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Quem é? Jornalista. O que fez na Tutano #10... A entrevista com Ferran Adrià e a matéria Cozinha que transforma. Para Ricardo, o tempero da vida é… descobrir coisas novas o tempo inteiro, derrubar certezas, se reinventar sem parar.
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A última descoberta gastronômica dela foi... a centolla, uma espécie de caranguejo gigante. Para ela, momentos especiais devem ser comemorados com... uma boa cerveja artesanal ou com champanhe.
DOS SAN A TO EV
pr as isc x i ila se Quem é? Jornalista da equipe da Tutano desde a edição #01. O que fez na Tutano #10... As matérias Não adianta vir com guaraná pra mim..., Melou geral na gastronomia e O rei da cocada preta. Para a Pri, o tempero da vida é... rir muito, inclusive de si mesmo. A última descoberta gastronômica dela foi... avocado, aquele abacate pequenininho. “Nunca dei bola, mas virei fã. Combina com tudo!”
N O: FOT
Para ele, momentos especiais devem ser comemorados com... amigos, amores e família. Felicidade só existe se compartilhada.
Para Eva, o tempero da vida... Amor.
S
A última descoberta gastronômica dele foi... a cerveja! “Parece estranho, mas nunca tinha dado bola para os tipos de cerveja. Hoje já tenho as minhas prediletas. E faz toda a diferença.”
O que fez na Tutano #10... A matéria Comer, passear e rezar em Minas Gerais.
IL O
BIA ZZ ETT O
Para ela, momentos especiais devem ser comemorados com... “quem importa e, claro, algumas boas taças de vinho.”
NOVOS RESTAURANTES
Fresquinhos
e #e m b rev
#new in
#No vo
Novidades recém-saídas do forno para incrementar sua rotina gastronômica
RANGRI
BARISTA COFFEE BAR
João e Maria Comfort Food
Não é restaurante, não é bar e não é café, mas essa novidade é tão legal que a gente resolveu colocar aqui também. O Rangri é um site de delivery diferente porque une a atividade a uma ação social. Funciona assim: cada vez que você pede comida pelo site, uma parte da receita da plataforma é destinada a organizações que combatem a fome e a desnutrição no Brasil. Mas você não paga a mais por isso, na verdade os restaurantes cadastrados é que pagam uma comissão de 10% sobre cada pedido. E é a partir dessa receita que saem as contribuições. O serviço foi lançado exclusivamente em Curitiba, em parceria com a Unicef e a Associação de Agricultura Orgânica (AAO). Na lista dos restaurantes, já constam lugares como Sushiyama Água Verde, La Polenteria, Giotto e Armazém Dom Carmino, mas torcemos para ver mais, em breve.
Léo Moço é um especialista em café que criou sua própria torrefação em 2012, o Café do Moço. Entre cursos, palestras e prêmios, o carioca radicado em Curitiba resolveu que era hora de abrir seu próprio cantinho. Assim surgiu o Barista Coffee Bar. A proposta não poderia ser mais objetiva: café bom, de qualidade e a um preço justo. Quem não quer?
Taí uma nova e deliciosa opção para quem circula pelo centro da cidade durante a semana. O João e Maria é um bistrozinho com opções para um almoço leve, rápido e saudável. Quem é do time dos doces pode também se acabar nas tortas e bolos, todos feitos lá mesmo. Não deixe de experimentar o de banana!
WWW.RANGRI.COM.BR DESDE DEZEMBRO
txapela A turma chegada nos shots agora tem mais um ponto de encontro na cidade. O bar Txapela abriu em fevereiro uma filial no Batel. O cardápio tem o mesmo conceito do original, localizado no Centro, com pratos ao estilo tapas inspirados na culinária basca e, claro, os famosos chupitos.
R. BISPO DOM JOSÉ, 2481 (41) 3233-6810 desde FEVEREIRO
Rua Moyses Marcondes, 357 (41) 3501-7461 Desde JANEIRO
R. Des. Ermelino de Leão, 95 (41) 3079-5200 Desde novembro
Kurtos Kalacs Brooklyn Coffee Shop O charmoso Brooklyn Coffee Shop ganhou mais um endereço – o terceiro! – na cidade. Além da seleção especial de cafés e do cardápio já conhecido, assinado pela chef Adriana Sala, no Brooklyn da São Francisco os famosos Eggs Benedict ganharam versão com salmão defumado e os almoços têm sempre um prato especial do dia.
Rua São Francisco, 57 (41) 3010-3344 DESDE DEZEMBRO
O novo food truck promete agitar as feiras gastronômicas com os kurtos kalacs, um tipo de pão doce em formato de tubo que se desenrola, novidade recém-chegada do Leste Europeu.
Terça-feira - feira do Batel Quarta-feira - feira do Hugo Lange Quinta-feira - feirada Praça da Ucrânia
Casablanca Café Café, cerveja ou vinho, você vai de quê? No Casablanca Café, ali pertinho do MON, tem para todos os gostos. O local foi reinaugurado sob o comando do jornalista João Alceu Ribeiro, com a proposta de agradar aos apreciadores de cafés especiais, cervejas gourmets e bons vinhos; ou simplesmente quem procura um cantinho para se descontrair.
Rua Manuel Eufrásio, 1350 (41) 3010-2640 Desde dezembro
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comida com sotaque
Habemus
Adrià! Você não leu errado, é isto mesmo: uma entrevista com o papa Ferran Adrià, em que ele fala de projetos futuros, tendências na gastronomia, comida peruana e Alex Atala. Delicie-se com as palavras do mestre!
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Texto Ricardo Moreno fotos: divulgação
comida com sotaque Depois de quase três décadas à frente do El Bulli, o restaurante na Costa Brava, Catalunha, que encerrou suas atividades em 2011 e lhe rendeu fama, dinheiro e dor de cabeça em igual proporção, o chef catalão Ferran Adrià, de 51 anos, prepara-se para a mais inspiradora e libertadora aposta de sua carreira: a El Bulli Foundation. Uma parte do ousado empreendimento que, muito resumidamente, será um centro de investigação, criação e inovação gastronômica sem fins lucrativos, tem previsão de abertura para este ano. Mas 100% do espaço, que também contará com um restaurante que abrirá apenas 20 noites por ano, só deve ficar pronto em 2016. Na conversa a seguir, Ferran fala, com exclusividade, sobre seus restaurantes prediletos no mundo, Alex Atala, novos empreendimentos e de onde virá o próximo hit da gastronomia mundial.
Quais são os melhores restaurantes no mundo hoje? Você me causa um problema perguntando isso, pois meu irmão acabou de abrir alguns novos lugares em Barcelona e acabo indo muito lá. Mas vamos lá: eu diria que o Bodega 1900, em Barcelona; o Mibu, no distrito de Ginza, em Tóquio, é imbatível; e qualquer lugar em Tenerife, nas Ilhas Canárias. Há muitos lugares ótimos pelo mundo, mas encontrar um extraordinário é difícil. E qual será o próximo grande hit na gastronomia mundial? Eu não tenho dúvidas de que o futuro pertencerá à cozinha libanesa. A sua gastronomia existe há muitos séculos e pouco mudou. Em cinco anos os chefs libaneses estarão no topo, você vai ver.
Quando fui ao Peru, descobri que a cozinha era uma arma social
Além da inauguração da El Bulli Foundation, quais são os planos para este ano? Há um novo empreendimento do meu irmão, Albert, mas no qual eu também estou envolvido, trabalhando nos bastidores: chama-se Yauarcan e é focado em comida mexicana. E também vamos renovar o 41º Experience, ambos em Barcelona.
Você ajudou muito o chef Gastón Acurio a divulgar a comida do Peru em todo o mundo. Como foi isso? Quando fui ao Peru, descobri que a cozinha era uma arma social. Que o país poderia ser transformado pela comida. E meus amigos viviam perguntando: quanto o governo te pagou? E não foi nada disso, eu fiz porque acreditava no que o Gastón estava (e ainda está) fazendo.
Eu não tenho dúvidas de que o futuro pertencerá à cozinha libanesa
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comida com sotaque
A Bolívia está tentando seguir um caminho parecido com a inauguração do Gustu, que é de um dos donos do premiado Noma, na Dinamarca… Não, não, não. Sabe qual é o problema? Não há que mimetizar o Peru. E as circunstâncias do Peru sempre foram muito especiais: havia a cozinha chifa, a cozinha nikkei… e um personagem como o Gastón, que é um aglutinador e conseguiu coisas incríveis que pareciam impossíveis. Isso acontece uma vez e demora muito para ocorrer novamente. Gastón Acurio é um só.
Pouca gente sabe, mas sou um dos maiores embaixadores da gastronomia brasileira no exterior E a gastronomia que se faz no Brasil, qual é a sua opinião? Pouca gente sabe, mas sou um dos maiores embaixadores da gastronomia brasileira no exterior. E isso há dez, quinze anos, quando ninguém ainda falava do país ou conhecia o Alex Atala. E hoje em dia, em âmbito cultural, não creio que exista um brasileiro tão importante quanto ele no resto do planeta. E, sinto dizer, vocês não dão o valor necessário: continuam preferindo falar bem e endeusar os cozinheiros estrangeiros. Atala é um personagem importantíssimo para o Brasil. Para finalizar, qual é o melhor lugar para tomar uma cerveja em Barcelona? O balcão do restaurante Coure e o Bar Cañete são lugares onde você sempre vai me encontrar.
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criações do chef •Margarita•
•Caviar sférico de melon•
•Sushi - for dessert•
comer e beber
Perbrindare un un
incontro
Londres está cheia de restaurantes da moda. Paris está revolucionando os bistrôs. A Dinamarca é o mais hype destino gastronômico do momento. Mas não tem jeito, é na Itália que a cultura da boa mesa está mais arraigada. Selecionamos 5 lugares que sozinhos já fazem uma viagem até lá valer a pena! BUCA MARIO, em Florença Piazza degli Ottaviani, 16r Santa Maria Novella 055 214 179 www.bucamario.com
Aberto apenas para o jantar há mais de 100 anos, pode ser um pouco turístico, mas na hora em que você der a primeira garfada na bistecca alla fiorentina, suculenta e saborosa, vai entender por que tem gente que viaja meio mundo para jantar ali.
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DA ABELE, em Milão Via Temperanza, 5 Loreto 02 261 3855 www.trattoriadaabele.it
Essa despretensiosa trattoria, favorita dos milaneses, é especializada em risotos. A cada dia servem três tipos, a 9 euros o prato. Pera com gorgonzola ou camarões com porcini e açafrão são alguns exemplos. Aberto para almoço e jantar.
comer e beber GINO SORBILLO, em Nápoles Via dei Tribunali, 32 Centro Storico 081 446 643 www.sorbillo.it
A pizza nasceu em Nápoles e Gino Sorbillo é uma das mais antigas pizzarias da cidade. A fila é grande, mas o ambiente é animado e os 3,30 euros cobrados por cada fatia serão o melhor investimento gastronômico da viagem. Experimente a marguerita. Fina, crocante e deliciosa.
LINEA D’OMBRA, em Veneza Dorsoduro, 19 041 241 1881 www.ristorantelineadombra.com
Considerado um dos melhores restaurantes da cidade, com cozinha veneziana clássica, focada em frutos do mar. Reserve uma mesa no moderno deck e não deixe de experimentar o mil-folhas de scampi com cebola e maçã-verde.
GUSTO, em Roma Piazza Augusto Imperatore, 9 Campo Marzio 06 322 6273
Em frente ao novíssimo museu Ara Pacis, esse complexo da alimentação vai agradar a todos, pois tem desde padaria a bar, passando por um restaurante e loja de queijos. É uma quadra inteira dedicada aos prazeres da boa comida. Viva Roma!
*Os 5 endereços foram selecionados do guia Itália Sempre Itália, lançado neste mês pela Pulp Edições.
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pequenos detalhes
O Rei da
coc ada preta A sua árvore é majestosa, ele está no tabuleiro da baiana e faz um bem danado pra todo mundo. Senhoras e senhores, aplausos para o coco Já reparou como as prateleiras dos supermercados estão cheias de produtos meio mitológicos? Explicamos: aqueles produtos que você nem para e pensa de onde vêm ou como são feitos, porque simplesmente não são feitos, apenas brotam prontos. Tipo o chester, o tender, o leite de soja e o leite de coco. Fiquemos com este último: como assim, leite de coco? Tirou como e de onde? Bem, é que na verdade está mais para um suco – extrato, em termos técnicos – do que para leite, afinal nem lactose tem. Esse carboidrato existe somente no leite de origem animal. Mas a gente já conta mais sobre como é feito o leite de coco. A grande estrela desta edição é o próprio coco. Ô, fruto que rende, não? A polpa, a casca e o óleo, do coco tudo se aproveita! Não à toa, tem gente investindo pesado e ganhando muito com ele. A maior plantação de coco fica no Brasil e tem mais de 900 mil coqueiros. Para ficar só na culinária, vamos falar sobre alguns subprodutos do fruto. Mas a versatilidade do coco
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na gastronomia é enorme e casa muito bem com paladares doces (hummmm, manjar de coco) ou salgados (alô, moqueca!). Água de coco Geladinha, natural, vai com tudo e com todos. Cerca de 46% do coco é feito dessa água, altamente nutritiva. Aliás, fica a dica: se um dia você se perder numa ilha deserta, essa água pode salvar sua vida, então aconselhamos a aprender com o Tom Hanks e seu amigo Wilson como abrir um coco na raça. Leite de coco Como já falamos, está mais para extrato do que para leite. Na indústria, o processo de extração da polpa é bastante manual e o leite é feito a partir da prensagem dos flocos dessa polpa. Para quem prefere fazer em casa, existem algumas receitas que envolvem bater os pedaços da polpa no liquidificar com água quente, coar, bater de novo, coar de novo e assim por diante. Óleo de coco De uns anos para cá, esse aí caiu na boca do povo e virou milagre de
emagrecimento. A coisa não é bem por aí, afinal ele tem sim gordura saturada, mas que o óleo de coco virgem é muito mais saudável do que a gordura animal, isso não há dúvida. A gordura do coco pode ainda ser aproveitada na forma de manteiga, com consistência mais firme e cremosa. Açúcar de coco Esta é talvez uma das formas menos conhecidas de se aproveitar o coco. Mas em alguns países, como Filipinas, o açúcar de coco é comumente usado há algum tempo. O produto é feito a partir da seiva dos botões das flores do coco. Tem um sabor doce mais leve, como o açúcar mascavo, com a vantagem de ser ainda mais “magro”.
sessão coruja
Parece mentira… Acredite se quiser, mas o Beto Madalosso nunca tinha ido ao Bar Palácio. E não é que o cara ainda colocou camisa e sapatos para ir lá?
Eu sei que é absurdo, mas eu nunca tinha ido ao Bar Palácio. Eu, um curitibano totalmente leite quente, nunca tinha ido lá. Shame on me! De qualquer maneira, o Bar Palácio sempre foi um lugar que cobicei conhecer, de tanto ouvir falar de seu filé grise e das historinhas “fim de noite” depois do filé. Admito: eu nem sabia onde ficava. Dentro da minha cabeça, eu tinha uma imagem construída: um bar classicão, da boemia endinheirada dos anos 50, com espelhos nas paredes, dourados no bar, cortinas de veludo, lustres de cristal, sofás no lugar das cadeiras, garçons de smoking e uma carta com os melhores uísques e conhaques do mundo..... tudo no melhor estilo Ile de France. Cheguei a vestir uma camisa e calçar sapatos (coisa rara pra mim) pra poder entrar fazendo pose. Não sei por que, mas eu tinha essa fantasia. Acredito que pelo nome: P A L Á C I O. Pela tradição também... Eis que o bar é tudo isso do avesso. Não tem lustre, não tem cortina nem dourados no bar. E é bem isso que o torna tão convidativo: um lugar pra todos, democrático, com cerveja gelada e mais de 80 anos de tradição. Com garçons contadores de história, daquela leva que “não se faz mais hoje em dia”. Um lugar onde se vive a história de Curitiba através do ar que você respira. E a comida? Sensacional. Também, pra quem pratica o mesmo prato há várias décadas, impossível ser mais ou menos... Muito prazer em conhecê-lo.
tradiç ã o
BAR PALÁCIO Rua ANDRÉ DE BARROS, 500 Curitiba - PR (41) 3222-3626
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on the road
Comer, passear e rezar
em Minas Gerais
Eva dos Santos, chef do Bistr么 do Victor, foi fisgada pela simpatia dos mineiros em uma viagem gastron么mica pelo estado mais acolhedor do Brasil
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on the road Sempre acalentei um desejo de conhecer Minas Gerais, mas, diante do tempo escasso de quem administra uma cozinha profissional, de segunda a segunda, esse destino nunca foi prioridade. Até que um belo dia, em novembro de 2013, recebi um convite muito especial, da Fundação Grupo Boticário de Preservação à Natureza, para participar da V edição do Brumadinho Gourmet, o mais importante festival de arte, cultura e gastronomia da região metropolitana de Belo Horizonte, que teve como tema a cozinha quilombola. E o fato é que, uma vez lá, fui fisgada pela simpatia e generosidade dos mineiros, sem contar, é claro, por uma das culinárias mais acolhedoras do Brasil.
O que definiu o meu retorno para a capital de Minas foram as amizades que fiz ali e a vontade de absorver mais daquela cultura e daquela paisagem que me transmite muita paz. Com as passagens compradas, tracei um roteiro de como imaginei aproveitar minha semana de folga do Bistrô do Victor. No entanto, os planos ganharam novos contornos quando soube que não teria acesso ao Quilombo do Sapé – comunidade de negros que se formou após o regime escravista e até hoje mantém fidelidade às suas tradições –, onde pretendia desvendar alguns segredos da cozinha que tem origem na gastronomia africana.
humm mm !!!!!!!!
Minas Gerais Bom, vamos aos fatos. Levei de Curitiba uma quantidade generosa de frutos do mar (polvo, siri e camarão) a fim de receber meus amigos com uma verdadeira orgia gastronômica. Cheguei a Belo Horizonte na sexta-feira, ao meio-dia, e depois de me organizar no hotel fui direto a um hipermercado comprar cervejas artesanais. Aliás, a casa onde organizei o jantar é cenário de bons jantares, pelo menos uma vez por semana. O anfitrião, Daniel Coli, é amigo de um amigo meu e os dois atuam na Oficina do Espresso. Meu jantar, harmonizado com inúmeras cervejas, foi interpretado pelos meus novos amigos – um grupo de quinze pessoas – como uma adorável bruxaria. Meu jantar foi interpretado pelos meus novos amigos como uma adorável bruxaria No sábado acordei cedo e fui desbravar o Savassi, bairro nobre que concentra comércio e entretenimento na medida, e também onde me hospedei, a 100 metros do shopping Pátio Savassi. Depois almocei, sozinha, na Cervejaria Devassa, que fica localizada na tradicional esquina entre a Avenida Getúlio Vargas e a Rua Professor Morais. Já por volta das 16h, no bairro de Lourdes, fui a um bar chamado Mercearia, onde petisquei mignon com vários molhos e bebi chope. Mais tarde jantei na companhia de uma amiga que, por sinal, é professora da PUC de Minas Gerais e também do SENAC, na disciplina de Turismo. Escolhemos o Trindade Bar & Restaurante, comandado pelo chef Felipe Rameh. A culinária brasileira com ênfase em ingredientes típicos de cada região é a proposta da casa. Eu comi leitão à pururuca. No entanto, infelizmente o chef não estava no estabelecimento e fiquei um pouco frustrada.
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on the road Domingo foi dia de saborear comida de fazenda num restaurante bem tradicional chamado Xapuri, na Pampulha, que fica próximo à Toca da Raposa. O lugar é maravilhoso e a refeição típica mineira é embalada por moda de viola. Lá eu degustei uma linguiça artesanal feita na chapa com cebola e pimentão. Adorei o fato de ter uma variedade de pimentas à mesa. Uma delas, inclusive, ostentava o rótulo de “a mais forte do mundo.” Também provei e aprovei a galinha caipira com quiabo, servida em panela de ferro. Pena que era só pra mim e sobrou muito. O Xapuri é, sem dúvida, uma parada obrigatória para qualquer turista. E como comer nunca é demais, à noite jantei na Casa dos Contos, que fica também no bairro de Savassi. O restaurante existe desde 1974 e é famoso por reunir todas as gastronomias dentro dele. Ali eu comi tutu à mineira, mexidão e feijão tropeiro.
Segunda-feira foi dia de pegar a estrada. Aluguei um táxi e segui rumo a Ouro Preto para um dia de reflexão. Cheguei às 9h, conheci muitas igrejas, rezei muito, admirei o trabalho de Aleijadinho – escultor, entalhador e arquiteto do Brasil Colonial – e subi muitas ladeiras. Acho que paguei todos os meus pecados e, melhor do que isso, eu me senti muito próxima de Deus. Nessa visita também tive a oportunidade de validar a informação de que a cidade de Ouro Preto é um verdadeiro queijo suíço em virtude das inúmeras minas (2.800 catalogadas) e túneis que cruzam o subsolo. Eu visitei duas minas com a orientação do meu taxista, mas, para quem preferir, existe um guia na frente de cada uma delas. Visitei ainda uma pedreira de sabão e uma feira de rua com inúmeras peças que representam o artesanato típico da terra. Comprei muitos souvenirs.
Acho que paguei todos os meus pecados e, melhor do que isso, eu me senti muito próxima de Deus Na hora de almoçar não pensei duas vezes para entrar no restaurante Bené da Flauta, que fica num sobrado colonial no Centro Histórico de Ouro Preto. Além das delícias do cardápio, é comum dizer que seu principal tempero está no entorno, com uma vista panorâmica
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espetacular para a cidade (ladeiras, Igreja de Santa Efigênia, Pico do Itacolomi, entre outros). Degustei um maravilhoso feijão tropeiro preparado com um toque de sofisticação. Para se ter uma ideia da delicadeza, os ovos eram de codorna. De sobremesa me deliciei com uma seleção de doces mineiros como: doce de leite, mamão, figo e goiabada. Depois de um dia maravilhoso só restava retornar ao hotel e descansar para o jantar. E, por falar em jantar, posso me gabar de ter tido a honra e o privilégio de ter sido recebida pelo chef Ivo Faria, proprietário do restaurante Vecchio Sogno. Quando eu cheguei ele estava ministrando uma aula na cozinha, que por sinal é um show, e fui conduzida ao salão para aguardá-lo, bem acompanhada de uma taça de champanhe. O restaurante é finíssimo e estava bem cheio para uma segunda-feira. Achei muito chique a “coreografia” dos garçons ao servir uma mesa de oito pessoas e simultaneamente retirarem as cloches. Foi um espetáculo. Na sequência, o chef Ivo se juntou a mim na mesa e serviu um menu degustação que estava divino. No entanto, ao ouvir o que eu gostaria de conhecer de seu menu, prontamente solicitou um novo menu degustação que comi com muito gosto. Fui a última a deixar o restaurante e, de quebra, ganhei uma carona do anfitrião até o hotel.
on the road
FOTO: RESTAURANTE VECCIO SOGNO
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on the road
Fui a última a deixar o restaurante e, de quebra, ganhei uma carona do anfitrião até o hotel Na terça-feira aproveitei o dia para fazer turismo, onde destaco a visita ao Mirante das Mangabeiras e ao Mercado Central, que com certeza é o melhor de todos que já tive oportunidade de conhecer. Comprei muitos queijos, farinhas, especiarias, um polvilho especial para fazer pão de queijo, tapioca, bastante pimenta e queijos da Serra de Araxá e da Serra do Cipó.
À noite fui com um amigo para o Mercearia 130, um bar, localizado na Serra, onde as pessoas podem comer como se estivessem num restaurante, que por sinal tem uma decoração de boteco divina. As luminárias são feitas de escorredor de macarrão. O dono do restaurante nos tratou muitíssimo bem e serviu as melhores coisas na nossa mesa. Comemos ostra gratinada com molho de alho-poró, ceviche de polvo com tilápia e risoto de parmesão com contrafilé. Tomei todas as cervejas da Bacchi e a minha preferida foi a versão com casca de laranja.
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Quarta-feira foi dia de cachoeira em Brumadinho, dentro de um condomínio fechado, com amigos. Almoçamos na casa da minha amiga, uma refeição simples, porém perfeita. O arroz, feijão e a galinha com quiabo, harmonizados com Pinot Noir, em frente à piscina, com vista para a montanha, fizeram da nossa tarde um momento inesquecível.
Tomei todas as cervejas da Bacchi e a minha preferida foi a versão com casca de laranja
on the road
Logo mais, à noite, consegui surpreender meus amigos com um camarote no Mineirão, graças ao meu noivo, Fernando Iatzaki, que trabalha com a esposa do preparador físico do Cruzeiro, Tico dos Santos. Assistimos à partida contra o Vila Nova, enquanto devorávamos uma marmitinha do tradicional feijão tropeiro do Mineirão e o placar só nos deu alegria: 3x1 para o Cruzeiro. Foi um momento único.
Reencontrei vários amigos e fiz novos contatos que abriram várias oportunidades Minha quinta-feira começou embalada por um lanchinho no Mercado Central: empadinhas de camarão com jiló e frango com ora-pro-nóbis. Já no período da tarde fui conferir os sorvetes da Alessa Gelato & Caffè, que tem pâtisserie e chocolateria comandadas por uma amiga, a chef Nina Guedes. Depois do sorvete fui conhecer a Oficina do Espresso e às 19h encarei uma proposta diferente: ministrei uma aula na PUC sobre Gastronomia Responsável para uma turma do curso de Turismo, composta por cerca de 20 alunos. Acabei ocupando dois horários de aula e interagi com muitos alunos de países diferentes como Peru, Chile, Bilbau, Venezuela e México.
Sexta-feira: reta final da viagem. Reencontrei vários amigos e fiz novos contatos que abriram várias oportunidades. Acho que voltarei muitas vezes para Minas Gerais e espero que na próxima vez eu possa compartilhar com você minha experiência no Quilombo. Mal posso esperar!
Eva dos Santos é che f de coz carismática e queri inha do Bistrô do Victor. Figura da por muitos curit ibanos.
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especial do dia
De santo, s贸 o nome foto:
MICHELE
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MICHELETTO
especial do dia
Bairro com vocação boêmio-turístico-histórico-cultural, o Baixo São Francisco nada mais é do que uma parte do centro velho da cidade. A parte “de baixo” do Largo da Ordem. Uma região que já fez parte da juventude de várias gerações de curitibanos, que já teve seus momentos de queda e ascensão, que vira e mexe é alvo de discussões acaloradas – Quadra Cultural e pré-carnaval, por exemplo. Mas a discussão maior é sempre em torno da segurança. Durante a produção desta matéria, a maioria dos nossos entrevistados afirmou que houve uma melhora na segurança do bairro nos últimos anos, apesar de, infelizmente, estar longe do ideal. A fotógrafa e produtora cultural Michele Micheletto acredita que a mudança está acontecendo por causa da iniciativa do comércio local, que se uniu, colocou mais câmeras e deixou as ruas mais iluminadas. “Só nos sentimos seguras quando os bares estão abertos. Depois que fecham, não é legal andar por aqui”, completa a ilustradora e designer Cyla Costa, que trabalha ali pertinho, na Rua Portugal. Ou seja, como acontece em grande parte das regiões da cidade, são os empresários que acabam garantido a (pouca) segurança em torno dos seus negócios. uras timos seg n e s s o n ertos. “Só s estão ab e r a b s l o quando , não é lega m ha c e f e Depois qu r aqui” andar po
Muita gente reclama – e com razão – do descaso dos órgãos competentes e da falta de investimento público na região. Por sorte, há quem prefira arregaçar as
Uma região qu e já fez parte d a juventude de várias geraçõ es de curitibanos, q ue já teve seu s momentos de queda e ascen são, que vira e mex e é alvo de discussões ac aloradas
FOTO: LUIZA GARMENDIA
Ok, o bairro se chama São Francisco, mas de santo não tem nada. O pessoal vai lá mesmo é para beber e se divertir. A Tutano prometeu e cumpriu: escolha o seu lugar na calçada e aproveite com a gente o melhor da vizinhança mais boêmia da cidade
mangas e trabalhar para ajudar o vizinhança a prosperar. É o caso de Arlindo Ventura, o Magrão, talvez a figura mais conhecida por ali. O cara é um agitador: criou a Quadra Cultural e faz parte do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança). Recentemente foi manchete na imprensa nacional por doar uma Brasília para a família paulistana que teve seu Fusca queimado em um protesto. Ele é dono do O Torto, uma instituição do bairro. O bar, que homenageia Garrincha, lota as calçadas. Segundo o proprietário, a clientela vai “do gari ao executivo”. Governador, ministro, jornalistas, empresários... Muita gente passa por ali, seja para fazer networking ou comer o famoso bolinho de carne, “uma receita de família que eu aprimorei”, conta Arlindo.
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especial do dia
Do bolinho de
carne à trufa O bolinho de carne é um clássico da comida de boteco (o do Bar do Pudim, ali pertinho, também é uma ótima pedida), mas os frequentadores da região têm muito mais opções: a comida mexicana do La Santa, o BBQ do Rock’a Burger, os ovos benedict do Brooklyn, o frango do Chicken House, as batatas rústicas do Fidel, a pizza da Pizza. Além de toda essa variedade low cost, quem quiser ainda pode chutar o balde em alguns dos restaurantes mais sofisticados da cidade, como o Durski e o Salumeria, que fazem o contraponto.
muito irro tem a b o d “A escolha lifestyle. Aqui a urte o a ver com ome. Um c s n o c e s ma galera utro, é u o o d o h ” trabal e amigos reunião d
Os cafés e restauran completa tes m a rotina do pessoa que mora l ou trabal ha por l á
Aliás, parando para pensar, a graça do bairro está nessa miscelânia. Nos prédios antigos, jovens artistas transformam apartamentos grandes e antigos em lofts e ateliês descolados, dividindo andares com velhinhos tão velhinhos que já estão quase virando patrimônio histórico também. Um fenômeno orgânico que acontece em várias metrópoles do mundo, que leva designers, arquitetos, artistas plásticos, músicos, DJs, estilistas, escritores e criativos de forma geral a habitar bairros onde o aluguel ainda é mais barato e a mobilidade urbana é mais fácil. Onde é possível se retroalimentar. “A escolha do bairro tem muito a ver com lifestyle. Aqui a galera se consome. Um curte o trabalho do outro, é uma reunião de amigos”, afirma o artista visual e muralista Celestino Dimas, que montou seu ateliê em cima do 351, espaço do amigo Thiago Yamada, DJ e produtor de festas famosas nas redondezas como a I Love CW Beats (que acontece às sextas, de 15 em 15 dias) e a bimestral This is Afrobeat.
E já que o assunto é balada, vale lembrar que é na Trajano Reis que fica o Wonka, o atual bar da Ieda (quem frequenta a noite há mais de 20 anos deve lembrar do Poeta Maldito, do Dolores Nervosa, Dromedário... todos dela). Duas quadras para baixo tem ainda o Empório São Francisco, onde 9 entre 10 bandas curitibanas já subiram ao palco.
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especial do dia
O bar, que homenageia Garrincha , lota as calçadas. Segundo o proprietário vai “do gari , a clientela ao executivo ”
Mas não é só a vida noturna que faz a fama do Baixo São Francisco. Os cafés e restaurantes completam a rotina do pessoal que mora ou trabalha por lá. Alguns dos preferidos são os vegetarianos Natural da Ordem e Semente de Girassol (vegano), o Mikado (esse fica na Rua São Francisco, um pouquinho fora do nosso circuito, mas tivemos que citar porque o povo adora) e o Missê Maria, na 13 de Maio. E tem o Brooklyn também, com um cardápio completo do café da manhã ao jantar.
FOTO: LUIZA GARMENDIA
FOTO: LUIZA GARMENDIA
Para fechar o nosso tour gastronômico, que tal uma parada na centenária Padaria América? Em 1914* ela instalou-se ali mesmo, no cruzamento da Paula Gomes com a Trajano Reis, onde começamos esta matéria. Visionários mesmo eram estes caras da família Engelhard, que não só foram alguns dos primeiros a vender comida na região como abriram a primeira cervejaria a vapor da cidade (as cervejas artesanais, inclusive, estão em todos os cantos por ali também: do boteco mais furreba ao restaurante mais bacana). Vida longa ao bairro!
* 24 anos depois, a Padaria América subiu uma quadra e se instalou na Carlos Cavalcanti com a Trajano Reis, onde permanece até hoje. foto: MICHELE MICHELETTO
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especial do dia
Os Personagens A galera que nos ajudou a fazer esta matéria
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FOTOS: LUIZA GARMENDIA
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especial do dia
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do rente ta e ge is ix a b , e Guedes nquilo Duarte ais tra m é e Acácio o, qu a! s oming de folg Lolita ea dia: d rimeiro dia u b urger m Melhoré o meu p illa Ba do Rock’a B V : m també preferidoBQ Burger u Bamb :B Lugar prato o Villa de d l e u io m b MelhorVilla Bam pinga com : O Contrár : do pizza bebida do bairro Melhorsonora utantes TrilhaNada - Os M É Nada arts. ed He Cheat
Gabi G arcez Duarte Design H , estilista its e proprie Melhor tária da dia Album : pra que dia aind m quer e a está cla ncontrar ro é dom Lugar gente leg ingo. Já preferido al quand curtindo oo : gosto d à noite é quinta um som e ou sexta fi car aqui na calçad no Missê na frente a ou no Mariá e da lo ate no Mika do O To do. Pra to liê Garage, adoro ja rto mar uma almoçar Melhor e do Old’s cervejin ha, gosto Mariá ac prato: PF com ompanh p ado de su anqueca de cha Melhor mpig co d na Jaime bebida: caipira e laranja, deu até non do Missê Reis do Outr o Bar, bo fome agora Trilha teco estil sonora o carioca Sabotage do bairro : Um Bo m Lugar, do mestre
Amanda Melhor Longo, b arista dia: q começa ndo, m uinta e sexta a q s a rua Lugar ainda n uando o mov preferido imento ão está Pizza, C está tão che : costum h ia o Burger, icken House, La Santa transitar pelo Lado B s ... gosto , Cu de Melhor bares. m Fo Melhor prato: piz esmo é de fica ra, Rock’a r z a n de vege a bebida da Pizz tais, da rua : cerv a, Trilha às vezes do fr eja, às vezes d Pizza an o La Sa nta, às música sonora do go vezes que com bairro banda b : garage curitiba ina com o B r o c a k na Cav ixo São , o estilo ernoso Viñon Francisco, com de oa
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especial do dia
Os preferidos As escolhas do pessoal que nos ajudou a fazer esta matéria
c o f f e e s h o p
br ook l yn
coffee shop
351
Brooklyn Coffee Shop Trajano Reis, 389
351 Trajano Reis, 351
Burger R$ 18,00
Peito de frango frito R$ 15,90
Cervejas especiais
Festas com DJs
wonka
veggie ONION RING
trash movie
BEER
Soft Drink
bacon
BURGUER MILKSHAKE
Wonka Rua Trajano Reis, 326 Bruschettas R$ 13,50 Música ao vivo
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dessert hot dog
french fire
Rock’ague r Bur
whiskey
rock’n
Rock’a’Burger Trajano Reis, 310 Rock’a burger R$ 14,00 Esquenta
roll
ice cream
pizza Trajano Reis, 289 Fatia de pizza - R$ 5,00 Fim de noite
especial do dia
ch icke ho n us e
LA
S A
N
T
LA SA NT
A
chicke chickenn
A
house
Chicken House Paula Gomes, 481
La Santa Paula Gomes, 485
Peito de frango frito R$ 15,90 Agito na calçada
Burritos - R$ 11,00 Mais agito na calçada
BAR
old
s
O Torto Rua Paula Gomes, 354
old’s Paula Gomes, 481 Old’s Burger - R$ 9,00
Bolinho de carne R$ 3,00
Mesa de pebolim
Pai de todos
DEVASSA
palpite o grafite e o limite
Villa Bambu Trajano Reis, 100
Fidel Jaime Reis, 320
Sanduíches - R$ 6,50
Sanduíche Copan R$ 13,00
Cachaça artesanal
Para hacer la revolución
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modus operandi
MELOU GERAL NA GASTRONOMIA O aceto balsâmico reduzido já desbancou muitos molhos nos cardápios mundo afora. Mas a redução não para por aí. tem muita coisa a se explorar nessa técnica Diz a verdade, depois que você se entregou àquele mignon com redução de balsâmico, nunca mais chegou a um restaurante determinado a pedir o tradicional molho madeira, não é? Tudo bem, você não é o único. O coitado do molho está lá, abandonado, esquecido, esperando o seu momento revival na gastronomia moderninha, enquanto o povo tasca o tal do balsâmico reduzido em tudo. Da carne à salada e, para os mais ousados, até na sobremesa. Sim, a redução do aceto balsâmico is the new black!
trigo nos cardápios dos restaurantes mais afinados com a gastronomia contemporânea. Como o sabor fica realçado, os reduzidos são perfeitos na hora de dar contraste de sabores em um prato. Mas não se engane: a redução não é nenhuma novidade. As caldas de frutas estão aí para comprovar: jogue algumas frutas vermelhas, com água e açúcar na panela e o que você terá? Na mosca, o processo é o mesmo.
Mas estamos aqui para expandir seus horizontes e contarmos uma coisa boa. Em primeiro lugar, não é só o aceto balsâmico que pode ser reduzido. É possível reduzir molhos em geral, caldos, vinhos, uísques, vinagre e até sucos. O processo nada mais é do que evaporar o líquido, deixando-o com uma consistência mais densa e espessa. Já a notícia boa é que você pode fazer isso tranquilamente em casa. Quem nos contou muita coisa e mostrou direitinho como fazer foi o chef e sommelier Marcos Fábio, do La Mia Cucina.
Processo? Qual processo? Ok, chega de história e vamos logo ao modus operandi da coisa. De acordo com Marcos Fábio, seja na redução do aceto balsâmico, de um vinho ou um suco, o procedimento será sempre o mesmo. O que difere é o tempo em que o líquido ficará reduzindo e quais outros ingredientes serão colocados junto. Tudo isso quem determina é você. Se o objetivo é obter uma consistência mais melada, tipo um xarope, o tempo de redução é maior. Já se você reduz um vinho tinto, por exemplo, apenas para retirar o sabor do álcool antes de juntá-lo a um molho, é bem mais rápido.
O que faz com que a redução seja tão legal é que, ao evaporar o líquido, os demais ingredientes ganham corpo e, consequentemente, o sabor se sobressai. Então você tem uma opção de molho com uma textura incrível e um sabor ainda melhor. É... estava na cara que os molhos reduzidos iam logo desbancar aqueles velhos espessados à base de manteiga e farinha de
O grande segredo, explica Marcos, está na temperatura da redução: use sempre fogo bem baixo. Você não quer que o líquido fique lá fervendo e borbulhando loucamente, o objetivo é esquentar lentamente para ir evaporando aos poucos. Apenas deixe a panela – de preferência, frigideira ou caçarola – destampada. No caso do aceto balsâmico, por exemplo, o pro-
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cedimento pode durar até 40 minutos. Ainda que você não precise ficar plantado do lado do fogão, mexendo até o resultado final, é bom ficar de olho: logo que o líquido começar a ficar mais melado, já pode ser retirado, pois, depois de esfriar, engrossa ainda mais. Normalmente, explica o chef, o processo reduz em 30% o líquido. Saia da mesmice Você deve estar pensando: mas então é só isso, jogar na panela, ligar o fogo baixo e esperar? Depende se você quer ficar só no básico ou subir para o próximo nível. (Sentiu a pressão?) Mesclar outros ingredientes à redução é a grande sacada. O açúcar – esse cretino! – é o mais usado, fundamental para garantir o sabor agridoce no aceto balsâmico reduzido. Mas, segundo Marcos, os italianos já saíram da mesmice há tempos, misturando ao próprio aceto frutas, manjericão e outros ingredientes que resultam não apenas em molhos, mas também caldas para sobremesas e até sorvetes. São as chamadas cremas. Quer mais? Saindo do aceto e indo para os sucos: que tal uma redução de suco de uva com anis e cardamomo (misturada depois a um azeitinho de oliva) para jogar em cima da salada? E a redução de um vinho do porto, já pensou que sabor sai dali? Feito, objetivos atingidos: expandir seus horizontes de sabores e convencê-lo a testar em casa. Em 3, 2, 1...
modus operandi
O que temos aqui? Carpaccio de abobrinha com queijo de cabra e aceto balsâmico reduzido.
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d aceto balsâmico re
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Como faz? O aceto foi reduzido com açúcar (1 colher para 250 ml) para dar o contraste do agridoce com o queijo de cabra.
Dica plus? Sim, temos: sirva com um Sauvignon Blanc.
Ei, você aí, tem alguma técnica ou modus operandi da culinária que gostaria de ver por aqui? Escreva pra gente: tutano@pulpedicoes.com.br. fotos: Clovis Junior
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chá de cozinha
Manual dos
CHEFS
DE PRIMEIRA VIAGEM A tecnologia já invadiu a cozinha. Ou seria ao contrário? Com a onda hightech gastronômica, o seu smartphone é quem sai ganhando. São diversos apps deliciosos dedicados aos amantes da boa comida. Tudo na palma da sua mão.
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gastroglobalização
e u q a h n i z o C a m r o f s n a tr Texto e fotos: Ricardo Moreno
num stado u r –ea c n ção, i r a cozinha a z i l ma iona r reg e transfor e p i h pod o de nceit a Bolívia, de um país o c o Como ontanha d imagem – em pico d
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gastroglobalização
Em abril do ano passado, quando o estrelado chef e empresário dinamarquês Claus Meyer, de 50 anos, resolveu replicar toda a sua ousadia e expertise na paupérrima La Paz, capital da Bolívia encarapitada a brutais 3.600 metros de altitude, ninguém entendeu muito bem a razão. Não havia sentido algum em abrir um restaurante num lugar onde até mesmo o oxigênio é artigo de luxo.
ano no Madrid Fusión, um dos maiores encontros de gastronomia da atualidade, um dos dez chefs do mundo (homens e mulheres) em que devemos ficar de olho em 2014. Foi a primeira vez na história do evento que um restaurante boliviano esteve na lista de convidados.
Trata-se
de um país com uma riqueza gastronômica impressionante e ainda muito pouco explorada
carnes até as bebidas – no caso da Bolívia, uma variedade quase infinita de grãos, as tenras e saborosas carnes de alpaca e lhama e uma carta de vinhos locais que ultrapassa os cem rótulos. “Trata-se de um país com uma riqueza gastronômica impressionante e ainda muito pouco explorada”, afirma Kamilla, uma das poucas coisas importadas por Meyer, assim como o também chef ítalo-venezuelano Michelângelo Cestari e o sommelier dinamarquês Jonas Andersen.
Ao lado de René Redzepi, Mayer já havia colocado Copenhague no centro dos holofotes da gastronomia mundial com o Noma, eleito por três vezes o melhor do mundo pela revista inglesa “Restaurant” e com duas estrelas no Guia Michelin. Quer, agora, fazer da Bolívia uma fusão do que acontece nos fogões do Peru e da Dinamarca. Mas ele sabia o que estava fazendo. E, a despeito do ceticismo de muitos, bastaram doze meses para que o Gustu, um moderno bunker de madeira, cimento e pedra erguido no bairro de Calacoto, começasse a colher os frutos e a chamar a atenção muito além das fronteiras do país. O empreendimento acaba de ser eleito pelo site Como Sur, dedicado a pesquisar a nova gastronomia promovida na América Latina, o melhor da América do Sul; e sua chef, a dinamarquesa Kamilla Seidler, de 30 anos, a cozinheira do ano. Para coroar tamanho sucesso, Kamilla também foi apontada no começo deste
Do país vizinho, buscou inspiração no midiático Gastón Acúrio, o chef que fez da sua cozinha uma arma social e de transformação. Da Dinamarca, reproduziu a proposta de servir apenas produtos locais, de verduras e
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gastroglobalização No começo deste ano, Kamilla e Michelângelo apresentaram no Madrid Fusión o conceito por trás do empreendimento de 1,1 milhão de dólares. A dupla subiu ao palco para discorrer sobre produtos endêmicos e como estão transformando a realidade local – e não só gastronômica, mas também so-
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cial, uma vez que o Gustu (palavra que no dialeto quéchua significa sabor) funciona como um restaurante-escola, com 30 jovens bolivianos em seu staff. “Hoje já somos um modelo de negócio pronto para ser replicado em todas as partes da América Latina”, orgulha-se Michelângelo. Com a vanta-
gem de que em qualquer outro lugar não será preciso se esforçar tanto para encontrar um pouco de oxigênio fresco. “A chef Kamilla Seidler quer fazer da Bolívia uma fusão do que acontece nos fogões do Peru e da Dinamarca”
happy hour
I shot the sherif! Nos anos 1990 a galera curitibana tinha bem menos opções de bares na cidade, mas sair com os amigos para beber nunca precisou de grandes segredos. Na época, o bacana era tomar porradinhas para ficar “azul”. Talvez porque a qualidade do álcool à venda fosse duvidosa, o melhor era virar o copo. Em Santa Felicidade, crianças davam seus primeiros passos experimentando as batidinhas de coco e maracujá nas filas de espera de domingo. Quase 25 anos depois, beber porradinhas está na moda outra vez, só que agora nos repaginados e sofisticados shots. Com bebidas de alta qualidade como tequila, vodca, gim ou rum, acompanhados de licores coloridos, frutas exóticas e até fogo, os shots voltaram para os cardápios. O Cabaret Lounge, no Rio, oferece uma tábua de 7 minicaipirinhas para ninguém botar defeito. Em um gole, foi-se. Já na Shooters, que se autodenomina de drinkeria carioca, tem um shot de suco de maçã, xarope de romã e Jack Daniel’s bótimo (gíria dos anos 1990).
O Txapela, em Curitiba, tem os seus chupitos, que são a versão espanhola do copinho de 30 ml, muitas vezes servidos em uma mesa de 5 metros dedicada a eles. São mais de 200 variações. O cardápio do +55, também em Curitiba, tem nomes hipercriativos para as minibebidas, que estimulam a curiosidade. “Pica das Galáxias” e “Ninguém Merece” são alguns. Beba com moderação e, mais importante ainda, se beber, não dirija, pois, como minha vodca dizia, a vida é Drurys. Cabaret Lounge Rua Voluntários da Pátria, 449 – Botafogo www.cabaretlounge.com.br Shooters Rua Nelson Mandela, 100 – Botafogo www.facebook.com/shooters.cocktailsbar Txapela Av. Bispo Dom José, 2481 – Seminário Trav. Ébano Pereira, 269 – Centro www.txapela.com.br Bar (+55) Av. Vicente Machado, 866 www.cincocinco.com.br
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lobetomia
M CO RITO F O V O R A I V A C E D PREç O o ma p or b et
o da l o s s
Acabo de receber em meu e-mail um projeto de lei que propõe a isenção da cobrança de estacionamento em restaurantes. Fico perplexo. Puto, eu diria. Sob o efeito das minhas angustiantes emoções, eu respondo ao e-mail para a ABRASEL, associação de restaurantes, colocando meu ponto de vista. Mais ou menos assim...
Quem essa lei quer beneficiar? O cliente? A resposta é não. Ela não vai cumprir esse objetivo por uma questão muito simples: os custos dos estacionamentos serão embutidos na conta do consumidor. Ou você acha que os custos com locação de terreno, IPTU, seguro contra furtos e roubos, vigias, manobristas, manutenção do pátio, vão ser pagas por quem? Porque, como todos nós sabemos, se um carro é roubado de dentro do meu estacionamento, quem paga essa conta sou eu. Não é o estado, sou eu. Essa lei pretende tornar público um espaço que é privado. Querem legislar sobre o terreno que eu comprei e pago pra manter. Fácil, não é? Populista, não é? Claro! Sempre! Então eu tenho uma contraproposta: a gente deixa de cobrar o estacionamento e também deixa de pagar IPTU, cancela nossos seguros, demite os
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manobristas, e o estado arca com os riscos de furtos e roubos de veículos. Aí me parece justo. Aí o cliente será beneficiado. Afinal, quem deve prover a segurança da população é o estado. E se querem transformar meu estacionamento em um espaço público, que arquem com o resto das despesas. Mas isso obviamente não vai acontecer, já que eu pago estacionamento até pra ir em repartições públicas. Então vamos ao outro ponto da questão... A partir de amanhã, quando você não pagar pra estacionar seu carro em restaurantes, supermercados e shoppings, você estará sendo enganado. Essa conta vai continuar sendo sua, e pior, de forma invisível, camuflada no preço de pratos, roupas, pastas de dente, etc. Daí, quando o preço daquele filé mignon que você come num restaurante for ainda mais alto do que o preço do filé mignon que você come na sua casa, você vai me perguntar: “por que isso, Beto?”, eu vou te dizer: “porque agora, além de todos aqueles custos que você já conhecia, você também paga pra parar o seu carro”.
lobetomia O consumidor não quer isso, ele quer transparência. Essa lei vai na contramão da transparência. É por isso que outra lei, bem mais inteligente do que essa, obriga que os impostos sejam discriminados nas notas fiscais. O cliente tem que saber tudo aquilo que está pagando, não pode mais ser iludido e achar que todo empresário é ladrão, quando metade daquilo que está na conta é grana que vai pro governo. “Tá, Beto, você diz isso porque é dono de restaurante e está pensando em benefício próprio...”. Errado, meu amigo. Eu não estou pensando no meu próprio bem,
O cliente tem que saber tudo aquilo que está pagando, não pode mais ser iludido e achar que todo empresário é ladrão
ESTACIONAMENTO estou pensando em nós. Quero que você saia jantar fora mais vezes sem ter a sensação de que está sendo roubado. Quero que você saiba claramente quanto paga pelo estacionamento, pelos impostos, pelo serviço de garçom, pelo prato. Tanto não estou pensando em benefício próprio que, na Cantina Fadanelli, um dos meus restaurantes, nós não cobramos estacionamento, pois sabemos que o cliente vê isso como um diferencial. Mas agora que você aprendeu, você já sabe quem paga por esse diferencial, né?
ta: s o p o r p ntra o c a m u Eu tenho ar o r b o c e ixa d e d e t n e ag deixa m é b m e ta o t n e m a estacion IPTU. r a g a p e d 41
você é o que você come
Se você fosse um pão,
Qual seria?
o f r a nc ê s pã
Ci a
Aquele que acorda cedo e vai trabalhar superquentinho. Combina com geleia da avó e patê refinado. Um pão que passa longe da frescura.
a tradici o tt a b Porque remete n
al
às origens familiares italianas. Sou fã de panini e café espresso ou cappuccino. Combinação perfeita! David Mafra, professor da área de hospitalidade Senac
Leo Tramontim, apresentador da Ótv
oissant Cr Porque é o que meu noivo e eu mais gostamos de comer! Livien Ullmann, atriz e maquiadora
gui n h a sna
a
Seria uma bisnaguinha porque lembra muito minha infância. Yannih Tsushima, empresária
Porque em Paris não perco a oportunidade de comer essa delícia introduzida na França pela Maria Antonieta
ncês de pad
a ri
a fr
a
Pã o
Gefferson Bosa, fotógrafo
Daqueles que acompanham tudo. Gosto de estar sempre presente, seja lá onde for! Pedro Mainardes, chef do canal CookVlog e cozinheiro
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pan au cho t c n
ate ol
Cro i ss
Bi
C
culinária punk
Uma das mais clássicas receitas do mundo se destaca por seu perfume fresco de alho, ervas, azeite e limão. É o espaguete ao vongole. Leva poucos ingredientes e parece muito simples de ser preparado, mas o segredo está no equilíbrio entre seus temperos e seus aromas. Qualquer deslize pode acabar com tudo....
U P N C I K S S A L
Ing redientes de espaguete 200 gramas de vongole 150 gramas cha fresco na con ho branco ½ copo de vin dos finamente lho lamina Preparo da 2 dentes de a ha bem pica in ls sa e d Fr ite a p o alho no azeite de 1 colher de so va oliva por um minuto. Azeite de oli Acrescente ão o vongole fresco e o vin Raspas de lim ho branco e eino deixe cozinhar por do Pimenta-do-r is minutos. Acrescente a massa co Sal zida e mexa até o molho incorporar na massa. Enquanto mexe, acrescente a sa lsinha, mais umas lâminas do alho fresco , azeite de oliva, pimenta-do-rein o e uma pitada de raspas de lim ão. Lembre: o important e nesta receita é o perfume.
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comida pra quê?
o h n i ad l o r n E n o c ba de o erótic n o c ba m o c Brinquedos culinários que irão transformar sua noite em uma picardia dos alimentos
? ? ? u E E nroladinha !! ! ! no bacon hummmmm
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comida pra quê?
A vida
foi feita para dividir. Alguns dividem seus bens materiais. Outros, sabe-se lá por que, a mulher. E tem a comida, que todo mundo divide, como num grande swing culinário sobre a mesa da sala de jantar. Nesse caso, nada mais adequado que servir para o casal de amigos que veio assistir ao jogo do Brasil (a-ham) uns quitutes perversos que aticem os sentidos e façam o estômago ter uma gastro-ovulação. O enroladinho tem uma redundância de bacon que chega a ser pornô. Comece picando um pedaço de bacon semelhante a um pacote de camisinhas. Pique também meia cebola e um cogumelo grande, do tamanho de uma daquelas bolas vermelhas sadomasoquistas de colocar na boca. Jogue todo mundo junto com uma bolota de manteiga na frigideira. Deixe a coisa esquentar. Para animar um pouco, coloque quanto conhaque quiser. Bebida na comida é como a música do Cidade Negra, “amor que não se mede”. Flambe. Misture uma colher de farinha, pra ajudar na integração, e 100 ml de leite. Mexa até virar uma pasta. Hora de montar os pequenos brinquedos culinários que irão transformar sua noite em uma picardia dos alimentos. Para isso, escolha seu episódio preferido de “Foursome” e acompanhe toda a luxúria da madrugada enquanto desempenha essa função. Abusando da habilidade com os dedos, faça uma carícia no miolo de um damasco até que se forme uma pequena cova. Preencha com a pasta que você fez. Enrole tudo com uma fatia de bacon, prenda com um palito e frite. Garanto que, depois de tantos estímulos nas suas papilas gustativas, sua boca vai se sentir um verdadeiro glory hole. Aí é só curtir esse orgasmo culinário.
cuisine, a cozinha pratica a gangsta Tiago Vidal Dutra o que tem em casa e sem muita ra das ruas, feita com que ir além do Miojo® é possível pa frescura, e acredita suas tentativas de chef, publica as todo mundo. Após iaavemaria.wordpress.com receitas no blog az
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menu du jour
Carneirinho, carneirão,
n e i rã , ei r ã o o n
Da culinária tropeira às mais requintadas receitas francesas. Da típica comida árabe aos exóticos sabores indianos. O carneiro – sim, aquele bichinho fofo – é uma das carnes mais apreciadas do mundo. Aliás, muita gente se pergunta: qual é a diferença entre carneiro e cordeiro? Simples: o cordeiro é o carneiro jo-
vem, com até 8 meses, recém-desmamado ou em período de aleitamento. Agora os vegetarianos arrepiaram até o último fio de cabelo, né? Desculpa aí, gente, mas só de ver as fotos dos pratos do La Varenne e do Tahine, o pessoal aqui da redação já ficou com água na boca. Alguém aí arrisca repetir a receita em casa?
Arroz de carneiro
Por Ariane El-Khoury (Tahine)
fotos: guilherme alves
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menu du jour Ingredientes 1 pernil de carneiro (pequeno) 2 xícaras de arroz 4 xícaras de água fervendo Azeite de oliva 1 colher de sopa de manteiga ½ cebola média (picada) 1 colher de sopa rasa de sal 1 colher de chá de pimenta-síria 4 folhas de hortelã Modo de preparo Corte o pernil em pedaços de mais ou
menos 4 cm. Aqueça uma panela, forrando o fundo com o azeite de oliva e a manteiga. Coloque os pedaços de carneiro para fritar. Enquanto estiver dourando, junte a cebola, o sal e a pimenta. Termine de dourar, acrescente a água e as folhas de hortelã, deixando cozinhar por mais ou menos 10 minutos. Retire as folhas de hortelã, coloque o arroz e deixe cozinhar por mais ou menos 20 minutos. Se necessário, pode acrescentar mais
água até terminar o cozimento. Salada de folhas verdes é um ótimo acompanhamento. Dica 1: depois de uns 10 minutos de cozimento do arroz, é bom experimentar, se necessário adicione um pouco mais de sal e de pimenta (a gosto). Dica 2: doure 150 gramas de amêndoas filetadas na manteiga e azeite de oliva, jogando por cima do arroz depois de pronto.
Ariane El-Khoury Tahine
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menu du jour
PALETA DE CORDEIRO
Por Ivo Lopes (La Varenne) Ingredientes 1,5 kg de paleta de cordeiro 300 g de cebola 50 g de alho Sal a gosto 100 ml de azeite de oliva Pimenta-do-reino a gosto 1 caldo de legumes 1 folha de louro
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Modo de preparo Pique a cebola, o alho, as ervas e esmague a pimenta. Misture todos os ingredientes picados com azeite e sal, passe esta mistura na paleta e leve à geladeira por 24 horas. Preaqueça o forno. Para levar a paleta ao forno, coloque-a em uma assadeira com a marinada e
acrescente caldo até a metade da carne, cubra com papel-alumínio e leve ao forno por 2h30 em fogo baixo. Quando estiver pronta, sirva com um purê de batata cremoso.
menu du jour
ivo lopes la varenne
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anota aí
Risoto de abóbora com crispy de carne seca
De um lado, risoto bem cremoso. De outro, carne seca bem crocante. Combine os dois e desfrute do melhor que a bipolaridade gastronômica pode oferecer
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Ingredientes 150 g de arroz arbóreo pré-cozido 1/4 de abóbora-cabotiá 50 g de cebola picada 100 g de queijo coalho 200 g de carne seca dessalgada e desfiada 1/2 xícara de vinho branco seco 100 g de parmesão ralado 50 g de manteiga sem sal Sal, pimenta e azeite Modo de preparo Asse a abóbora sem semente e sem casca no forno e depois bata no liquidificador até virar um purê cremoso. Reserve. Em uma frigideira, adicione um fio de azeite e frite a carne seca e o queijo coalho até ficar bem crocante, formando um crispy. Reserve. Em outra frigideira, frite a cebola até dourar. Adicione o arroz e, em seguida, o vinho branco. Cozinhe até que a metade do vinho evapore. Adicione o purê de abóbora, sal e pimenta a gosto. Finalize com manteiga e parmesão para dar cremosidade. Sirva com queijo coalho grelhado e crispy de carne seca sobre o risoto.
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por wellington almeida, chef da forneria copacabana foto: guilherme alves
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experimente este prato na forneria copacabana
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por wellington almeida, chef da forneria copacabana foto: guilherme alves
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anota aí
Espetinho de mignon com teriyaki \
Repita com a gente: carne, tomate, cebola, carne, tomate, cebola. Decorou? Perfeito! Você já está a um passo de preparar um delicioso espetinho de mignon. Fácil de fazer, mais fácil ainda de comer!
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Tomati
Modo de preparo Corte o filé mignon em cubos pequenos e tempere apenas com sal e pimentapreta ainda sem cozinhar. Em cada espeto, intercale pedaços de carne, de cebola-roxa e de tomatinhos. Grelhe em uma frigideira ou grill. Sirva com molho teriyaki e gergelim a gosto.
nãnãnã, segun ã T d a.
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Ingredientes 250 g de filé mignon 1 cebola-roxa Tomates-cereja Gergelim Molho teriyaki Sal e pimenta-preta a gosto
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etílicas
wine brothers’ tips Pisano Río de los Pájaros Torrontés 2013
Marichal Reserve Collection Pinot Noir 2011
Carlos Montes Tannat Crianza 2010
Este Torrontes da Pisano é delicioso. Muito aromático, remetendo a flores e frutas brancas. Seco e refrescante. Companhia ideal para um ceviche. Preço médio: R$ 55
Bom Pinot Noir uruguaio, com agradável nariz de morangos frescos e madeira tostada. Macio e suculento. Perfeito com um risoto de cogumelos. Preço médio: R$ 80
Belo exemplar de Tannat. Frutas vermelhas discretas e notas agradáveis do carvalho aparecem em destaque. Fácil de beber e de gostar, principalmente junto a um belo bife grelhado. Preço médio: R$ 61
Domaine de La Cour du Roy Chablis 2009
Domaine Sigalas Santorini Assyrtiko 2011
Aracuri Collector Cabernet Sauvignon 2009
Cabernet Sauvignon da jovem viníco Delicioso Chablis! Boa fruta, mineral com um toque elegante especiado. Cremosidade e boa estrutura. Graças a sua acidez, pode fazer uma combinação bacana com um risoto de camarão. Preço médio: R$ 300
Sigalas da Ilha de Santorini produz esse branco aromático com a uva Assyrtiko. Ótimo corpo e mineralidade; acompanha com perfeição um tartar de salmão. Preço médio: R$ 160
Os irmãos Jomar e Jackson Brustolin, além de fazerem mais um monte de coisas, são autores do blog QVinho.
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Cabernet Sauvignon da jovem vinícola gaúcha Aracuri. Mostra um bom potencial nessa região de altitude do Campos de Cima da Serra (RS). Frutas negras maduras e algumas especiarias, com uma boa estrutura e final delicioso! Harmoniza com uma paleta de cordeiro assada. Preço médio: R$ 70
etílicas
Dicas do Sommelier de cerveja Evil Twin Low Life
Spitfire
Anchor Humming Ale
(Origem: Copenhagem - Dinamarca / Estilo: German Pils / Teor Alc.: 5,5% / Preço: R$ 18 a 22) Cerveja ideal para dias quentes. A dinamarquesa Evil Twin Low Life, do estilo German Pils, tem paladar seco e muito lúpulo! Harmonização: dadinho de tapioca
(Origem: Kent - Inglaterra / Estilo: English Pale Ale / Teor Alc.: 4,5% / Preço: R$ 24 a 28) Agora vai uma clássica: a Spitfire é muito equilibrada, uma cerveja elegante como tantas outras da escola inglesa. Boa para iniciar refeições e com frutos do mar grelhados. Harmonização: peixe grelhado com crosta de amêndoas
(Origem: São Francisco - EUA / Estilo: American Pale Ale / Teor Alc.: 5,9% / Preço: R$ 18 a 22) Sou fã da cervejaria Anchor. E provei recentemente a Anchor Humming, uma American Pale Ale feita somente com uma única variedade de lúpulo, o Nelson Sauvin neozelandês, o que confere um sabor amargo e aromas de maracujá. Harmonização: escondidinho de carne seca
Cabeças/Invicta Saison à Trois
Green Flash Le Freak
Wäls Brut
(Origem: Ribeirão Preto, SP / Estilo: Saison / Alc.: 6,9% / Preço: R$ 22 a 26) Feita de forma colaborativa entre a cervejaria carioca 2Cabeças e a paulista Invicta, essa Saison ficou perfeita. Desde o visual atraente amarelo com boa formação de espuma, passando pelos vivos aromas até o apetitoso final. Harmonização: marisco ao vinagrete
(Origem: Bélgica / Estilo: Tripel / Teor Alc.: 9,2% / Preço: R$ 20 a 26) Esta é outra americana de que sou fã, a Green Flash faz cervejas com muita personalidade e essa Tripel tem que entrar na lista “do que provar” de qualquer cervejeiro. Robusta com presente amargor. Perfeita para acompanhar risotos. Harmonização: risoto de camarão
(Origem: Belo Horizonte, MG / Estilo: Bière Brut / Teor Alc.: 11,0% / Preço: R$ 120 a 200) E para fechar com chave de ouro apresento a mineira Wäls Brut, uma cerveja feita pela méthode champenoise. Desperta aromas herbais, como manjericão, e cítricos. Potente, saborosa e fácil de ser bebida. Harmonização: moqueca capixaba
Daniel Wolff entende tudo de cervejas. Além de sommelier, o cara é proprietário da rede de franquia Mestre-Cervejeiro.com.
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@revistatutano
tutaneando pratos que a @revistatutano curtiu e comentou!
Barolo
› Av. Silva Jardim, 2487 – Curitiba (PR) (41) 3243-3430
As Conchas com Camarões do Barolo são mais conhecidas em Curitiba do que a Ópera de Arame. Recomendar seria repetitivo, pois certamente você já comeu e recomendou.
La Panoteca Slow Bakery
› R. Gastão Câmara, 384 – Curitiba (PR) (41) 3339-8405
Quem quer um pão bem quentinho? A seleção de pães integrais do La Panoteca é boa demais. A promessa por lá é desacelerar o ritmo num ambiente charmosinho.
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Piola
› Al. Dom Pedro II, 105 – Curitiba (PR) (41) 3225-7725
A Piola é a pizzaria que tem alma. Música boa, coquetéis incríveis e, sem dúvida, as pizzas mais excêntricas da cidade.
Santo Grão
› Av. do Batel, 1868 – Curitiba (PR) (41) 3020-3438
Café e livros vão bem igual feijão e arroz. Uma pausa na leitura na Livraria da Vila com um café no Santo Grão do Shopping Pátio Batel. Ótimo jeito de terminar o dia.
Restaurante Rancho Bom
› Estrada da Conceição dos Correias – Campo Magro (PR) (41) 3272-6426
Excelente costela fogo de chão. É tudo self service, lugar sem frescura. O copo é de plástico, mas a carne é de primeira. O passeio entre as chácaras e cafés coloniais da região é pra ficar na memória.
Moranga Sabores do Mundo
› Av. do Batel, 1868 – Shopping Pátio Batel Curitiba (PR)
Um prato bem equilibrado e saudável no Moranga do Shopping Pátio Batel. Um restaurante com o bufê por quilo bem elegante!
@revistatutano Somos muito esfomeados, mas sempre lembramos de eternizar o momento antes da primeira mordida! Dessa vez, comemos por Curitiba e tivemos tempo para um drink na praia do Rosa! Siga a @revistatutano no instagram e acompanhe nossas jornadas gastronômicas.
Forneria Copacabana Iguaçu
› Av. Iguaçu, 2820 – Curitiba (PR) (41) 9897-0505
Salmão Gravlax da Forneria Copacabana Iguaçu. Imperdível pra quem gosta de salmão, assim como eu.
O Torto Bar
› R. Paula Gomes, 354 – Curitiba (PR) (41) 3027-6458
A dica é comer o clássico bolinho de carne no clássico bar do O Torto batendo papo com o dono, o Magrão. Tem coisa mais clássica do que isso?
Restaurante Bauernhaus › BR 376, km 549 – Palmeira (PR) (42) 3254-1112
Uma ótima opção a menos de 500 metros da estrada. Comida caseira gostosa preparada na panela de ferro no fogão à lenha. Se você tiver crianças, ainda pode deixá-las andando de pônei enquanto come sossegado!
Trattoria do Victor
› R. Saldanha Marinho, 1650 – Curitiba (PR) (41) 3076-0720
Entrada de frutos do mar acompanhada de vinho branco só para abrir os trabalhos no Trattoria do Victor. A pedida é continuar com um ravióli e fechar com a sobremesa.
Mahatma Gourmet
› R. Prof. Macedo Filho, 199 – Curitiba (PR) (41) 3022-6875
Bufê de comida vegetariana no almoço do Mahatma. Saladinha, carne de soja, arroz integral. Natureba, mas gostoso.
Coral Restaurante
› Estrada Geral do Rosa, s/nº – Praia do Rosa (SC) (48) 3355-6060
Caipirinha de maracujá do O Coral, restaurante pé na areia para curtir a Praia do Rosa. Só de olhar já dá saudades da vida boa das férias. Dá para voltar no tempo?
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sweet dreams
Não adianta vir com guaraná pra mim... Complete a baladinha clássica mentalmente e delicie-se com esta matéria reveladora sobre o puro e simples chocolate Chocólatras de plantão, preparem-se: a comunidade de vocês está prestes a ganhar novos adeptos. Depois desta matéria vai ficar difícil não sair correndo em desespero atrás de um chocolate. Mas, peraí, dirão os menos entusiastas, o que pode haver de novidade em chocolates? Acompanhe e entenda por que existe uma grande chance de você nunca ter experimentado chocolate de verdade.
T
EI
RE C
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.42 ON
200 g de chocolate ao leite ON.42 100 g de creme de leite UHT (1/2 caixinha) Modo 150 ml de leite de preparo: integral Coloque os ingredientes em uma vasilha plástica (própria para micro-ondas). Aqueça em potência média-baixa por aproximadamente 2 minutos. Mexa com um fouet. Aqueça de 1 em 1 min, mexendo sempre, até que todo o chocolate esteja derretido e a mistura esteja homogênea. Sirva quentinha e desmaie de prazer!
E AT
Você sabia que o cacau é uma commodity, com valor negociado em bolsa? Pois é, cada vez que você entra em dieta e corta o chocolate da sua vida, a demanda dessa matéria-prima cai e os caras lá na bolsa de NY vão à loucura (brincadeirinha, você não é tão importante assim!). Mas enfim, isso é pra explicar que as grandes indústrias compram cacau com base em preço, independente da origem e das diferentes qualidades. Por isso, a produção de chocolate nessas indústrias se utiliza de uma massa de cacau que, mesclada a ouDA DE CHOCO L L CA tros ingredientes A como gordura hidrogenada Ingredientes:
e baunilha, garante o mesmo resultado final no sabor, tenha ele sido feito com massa de cacau da Colômbia ou de Madagascar. Tudo isso quem nos contou foi Bibiana Schneider, da Cuore di Cacao. Bibiana e sua irmã, a chocolatière Carolina, foram a fundo na pesquisa do cacau quando decidiram que era hora de produzir o próprio chocolate. Veja bem, quando falamos em produzir o próprio chocolate, é praticamente vestir a galocha e colher o cacau lá nas fazendas da Bahia. Elas foram a campo e selecionaram a dedo os fornecedores, para poderem certificar-se do cuidado no cultivo e pós-colheita. Quando se trata desse tipo de cacau – chamado cacau “fino” – a variedade de aromas é enorme e pode diferir dentro de uma mesma colheita, explicou Bibiana. É por isso que em alguns chocolates dessa linha você vai sentir notas de caramelo, por exemplo, ou em outros, de frutas cítricas; cada cacau tem um perfil aromático diferente. A qualidade é tão importante que influencia muito mais no sabor do que a porcentagem de cacau utilizada em cada chocolate. Dos melhores frutos são escolhidas as sementes, também chamadas de amêndoas de cacau, que são fermentadas e secas sob condições controladas e aí, então, enviadas para cá, onde são torradas antes de seguirem para as outras etapas de produção. E isso, minha gente, resulta no mais puro e limpo sabor de chocolate. Chamem-nos de puristas, mas queremos ver vocês comerem qualquer outro tipo de chocolate depois de adentrarem ao mundo dos chocolates feitos de cacau de verdade.
Mesmo comendo de tudo seu corpinho pode ser light.
Av. Sete de Setembro, 6490 • Batel • 3026-6164
www.esteticalosangeles.com.br
é o fim do
almocinho sem graça.
A nova forneria Copacabana abre durante o almoço com um menu especial a partir de R$ 19,90.
AvenidA iguAçu, 2820 www.forneriAcopAcAbAnA.com.br