Tutano 20

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Ano 3 - No 20 - dezembro 2015/janeiro 2016

tutano

Delírios da cozinha do Beto Madalosso

Gabriela Carvalho Entrevista com a chef organicamente revolucionária

on the road

La nueva cocina cubana

guia verão

os melhores restaurantes do litoral do paraná e santa catarina


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Editorial

eu elas d ó S A entrevista com a Gabriela Carvalho soa como uma música do Chico Buarque. Ou melhor, como um poema de Mario Quintana: não tem o que tirar nem por. É irretocável. Fico extremamente feliz ao receber na Tutano pessoas desse calibre. A Gabriela é sustentavelmente inovadora. É organicamente revolucionária. Ela faz a diferença sem perceber que faz. Sem se dar conta, ela é uma dessas pessoas que abrem caminho pra um novo mundo; pra uma sociedade mais consciente e certamente mais feliz. Ela ultrapassa longe as paredes de seu restaurante, mesmo estando ali mexendo com a terra, com suas abelhas, ou com as panelas. Sua história e seu estilo de vida são a representação do futuro em tempo presente. E, falando em presente, obrigado por esse presente, Gabriela.

E não deu só Gabriela por aqui, não. A mulherada tomou conta desta edição. O texto “On the Road”, da Giovana Ruaro, é tão bom que você vai acabar trocando as passagens que comprou pra Itália e vai partir pra Cuba depois de ler seu delicioso roteiro. Sem falar da magia de Quinderé, Miss Lia Quinderé, que conta seus segredos de liquidificador e fecha a revista com uma receita de rapadura pra acompanhar seu café durante a leitura. É, esta edição tá bem florida!

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tutano Colaboradores. . . . . . . . . . . . . . . . 6

Menu du Jour . . . . . . . . . . . . . . . . 32

• Gente que ajuda a gente aqui na Tutano

• Receitas com molho de ostras

novidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

chá de cozinha. . . . . . . . . . . . . . 36

• Fresquinhos

• Manual dos chefs de primeira viagem

Comida com sotaque. . . . . . . 10

anota aí . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

• Entrevista com Gabriela Carvalho

Culinária punk.. . . . . . . . . . . . . . 17

• Bruschetta com tomate e queijo pecorino

On the road. . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

• Salada Fábrica e Pizza Gjelina

Sweet dreams. . . . . . . . . . . . . . . . 42 • Muito além da rapadura

etílicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

• La nueva cocina cubana

• Par perfeito

lobetomia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

guia tutano. . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

• Querem meu sangue

• Restaurantes da edição

especial do dia. . . . . . . . . . . . . . . . 26

Happy hour . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

• 450 km de ostentação gastronômica

• Moscow Mule

comida pra quê?. . . . . . . . . . . . . 30

• Vichyssoise de los amis fresquè

A gente meteu a colher na tecnologia!

APP Tutano: dicas de lugares para fazer uma boquinha assinadas pelo Beto e equipe Tutano.

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Expediente

Edição Beto Madalosso Projeto Pulp Edições Diretora de Redação Fernanda Ávila Ferreira - drt 3884 Redação Mariana Leodoro, danusa patel e Julia Bufrem assistente de redação Luiza guimarães Diretora de Criação Patricia Papp Diretor de Conteúdo Vicente Frare Direção de Arte July schneider assistentes de arte Carolina Rodrigues e alana plantes Colaboração Wellington Almeida, Tiago Vidal Dutra, nuno papp, Daniel wolff, Giovana Ruaro, Daniel lane e guilherme alves foto da capa Nuno Papp revisão mônica ludvich Impressão comunicare Tiragem 7.000 A Revista tutano é uma publicação dos restaurantes Madalosso, Famiglia Fadanelli e Forneria Copacabana não contém Glúten.

Apoio:

facebook.com/revistatutano

@revistatutano

tutano@pulpedicoes.com.br

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colaboradores

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Que ajuDa e t n e g i Na u Q a e t n ge ta n

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Quem é? Jornalista, trabalha com estratégia digital, sócia da Pacote, em Londres. O que fez na Tutano #20? O texto da matéria “On the road”.

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Quem é? Jornalista da equipe da Pulp Edições. O que fez na Tutano #20? A editoria “Especial do dia”.

Iria até a lua para comer… a picanha que meu pai faz. Me irrito em um restaurante quando… tiram o prato de alguém da mesa quando ainda estou comendo. Se fosse abrir um restaurante, seria especializado em... comida caseira pra quem mora longe de casa.

Me irrito em um restaurante quando... crianças não são bemvindas. Se fosse abrir um restaurante, seria especializado em... pratos criativos, orgânicos e vegetarianos. Com um espaço kids incrível, é claro!

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Iria até a lua para comer... natas do céu. Mas só vale para a receita da minha cunhada, que tem um pezinho em Portugal. <3

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A V O

NA RUA RO

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Quem é? Fotógrafo, sócio da Pacote, em Londres. O que fez na Tutano #20? As fotos da matéria “On the road”. Iria até a lua para comer… as ostras de Cabaraquara. Me irrito em um restaurante quando… levam o parmesão ralado embora. Se fosse abrir um restaurante, ele seria especializado em... English Sunday roast.


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NOVIDADES

Fresquinhos

e #em brev

#Novo #

#new in

Só falta a vista para o mar

Encorparam a saladinha

Hora de criar raízes

Diretamente de Fortaleza, o Coco Bambu, restaurante especializado em frutos do mar, abre as portas no Shopping Crystal. E não é pouca coisa não! Serão 500 lugares no último piso do shopping com direito à vista para a Avenida do Batel. Os 200 pratos do cardápio, todos grandes o suficiente para serem divididos com até 6 pessoas, agradam do mais exigente ao mais morto de fome.

Na onda do sucesso que foi a primeira Tasty Salad Shop, o restaurante abriu sua segunda loja, agora no Juvevê. E para quem não quer ficar só na saladinha, a Tasty está com um novo cardápio de sopas, bolinhos e pão de queijo. Mas não pense que a loja deixou de ser natureba só por acrescentar um pouco de farinha no cardápio. O pão de queijo, por exemplo, é feito com tapioca.

coco bambu R. Comendador Araújo, 731 - Batel Shopping Crystal - Piso L4

Tasty Salad Shop R. Moysés Marcondes, 405 - Cabral Alameda Prudente de Moraes, 1.195 - Centro (41) 3264-1212

A franquia alemã Eismann, já famosa por seus caminhõezinhos vermelhos e brancos que levam o melhor dos ultracongelados até a porta da sua casa, escolheu Curitiba para abrir sua primeira loja fixa no mundo. O espaço vende produtos da Europa e do Brasil sem aditivos, corantes artificiais ou ingredientes transgênicos. Mesmo assim, a empresa não perdeu sua alma de viajante e até mesmo a nova loja tem serviço de delivery.

Das massas ao bolinho

Mãozinha na massa

Mercado três em um

A Ragu Rotisseria é uma mistura de empório e restaurante. Comandada pela chef Fernanda Zacarias, ganhadora do Desafio do Chef do Bom Gourmet de 2011, e sua irmã Flávia, tem um clima aconchegante, daqueles que fazem você se sentir em casa! O cardápio varia entre massas, carnes e até bolos e tortas, tudo disponível também para levar para casa.

Hora de brincar de Master Chef! No Carollinha Pizza Kids, que fica dentro da Carolla Pizzaria, são as crianças que preparam as próprias pizzas! A massa, os ingredientes e as bebidas estão incluídos no preço de 20 reais por hora que a criança passar no Carollinha. É sossego para os pais e diversão para os minichefs!

Empório, bistrô e até centro cultural. Na prática, o que todos esses nomes querem dizer é que o lugar é um ambiente com opções gastronômicas que vão do café da manhã ao happy hour. Além dos restaurantes, a Mercadoteca também é um mercado com produtos selecionados para quem prefere cozinhar em casa. No mínimo, fica aí a curiosidade para ver com os próprios olhos.

Ragu Rotisseria R. Francisco Rocha, 533 - Batel (41) 3019-0711

Carollinha Pizza Kids Rua Itupava, 1.709 - Alto da Glória (41) 3264-1212

eismann Av. República Argentina, 414 - Água Verde

mercadoteca R. Paulo Gorski, 1.309 - Mossunguê Praça de Alimentação (41) 3205-3901

filé de brontossauro

Fast food gourmet

para o pessoal da academia!

A T-Bone Steak House é a primeira loja em Curitiba da franquia que serve o famoso T-Bone com acompanhamentos variados. E quando bate aquela fome de comer um dinossauro bem no dia em que tem reunião no escritório, a T-Bone resolve com o delivery. Tudo muito tecnológico através do aplicativo Hello Food.

Um pedacinho do tradicional bistrô e confeitaria Bella Banoffi acabou de chegar ao Shopping Mueller. O restaurante trouxe consigo suas panquecas artesanais e a tradicional torta Banoffi. Tudo produzido com o cuidado do restaurante original, mas na versão express!

O novo cardápio fit do Madero traz opções com menos sal e mais salada sem abrir mão do tradicional hambúrguer. Agora dá até pra incluir aqueles amigos que não saem da academia. O hambúrguer vegetariano de queijo coalho foi substituído pela opção vegana feita com quinoa, cenoura, alho-poró, aveia, cebola e cebolinha.

T-bone Steak House Av. Iguaçu, 3.417 - Água Verde (41) 3077-3731

Bella Banoffi Av. Cândido de Abreu, 127 - Centro Cívico Praça de Alimentação (41) 3074-1000

A partir de outubro em todos os restaurantes Madero

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comida com sotaque

Texto: Julia bufrem Fotos: Nuno Papp

Pé no chão e mão na massa 1010


comida com sotaque

Quando chegamos para fazer as fotos e a

entrevista desta edição, a chef Gabriela Carvalho foi logo mostrando todos os detalhes das hortas, plantas, minhocas e colmeias que moram atrás do Restaurante Quintana. Tomamos chá, suco detox de tangerina e clorofila (saímos orgulhosos da nossa hidratação e com esse lance de diuréticos em dia), aprendemos mais sobre a importância das abelhas, técnicas de compostagem e, em pouco tempo, ficou muito claro que estávamos sendo recebidos não apenas num microcosmo aninhado entre uma selva de prédios no meio da cidade, mas também no fantástico mundo da chef Gabriela, que já rodou o planeta, mas descobriu que o seu coração queria mesmo era ficar aqui. Ela tem respeito e intimidade com a terra, vai cavando, se agacha na horta sem cerimônia, abre o tanque de compostagem para ver como estão as minhocas, rasga folhinhas pelo jardim e vai experimentando e comemorando tudo que nasceu desde a última vez que ela passou por ali – provavelmente poucos minutos antes. Durante as três horas de conversa, descobrimos que andar de moto é só uma das várias coisas legais que Gabriela faz e nem todo mundo sabe. Ela soltou o verbo sobre sustentabilidade, desperdício de alimentos, carne, viagens, amigos, mudança de hábitos, sobre ficar de pé no chão na terra com tribos indígenas e sobre a importância do trabalho em equipe. Assim como a gente depois deste papo, vai ser bem difícil você ler a entrevista e não ficar um pouco pensativo sobre suas atitudes rumo a um mundo melhor. Pois pense, leitor. Pense. E depois faça. Gabriela, conta um pouco da sua trajetória. Quando você começou a se interessar por gastronomia? Quando eu tinha 15 anos fui fazer intercâmbio no Oregon, nos Estados Unidos, que é um Estado “superverde”. Fiz vários cursos lá, e o curso de Home Economics (economia doméstica) tinha jardinagem, costura… e tinha gastronomia. Eu gostei de todos, mas gastronomia foi “uau!”. Naquela época eu queria conhecer o mundo, tinha acabado de sair de Curitiba, era muito nova. Eu pensava em todo esse mundo lá fora, e no que eu estava fazendo aqui. E Curitiba naquela época ainda era muito “pequena”. Então quando voltei desse intercâmbio, há 20 e tantos anos, ainda não tinha muita profissionalização no ramo de hotelaria, que era o que eu queria fazer. Mas nesse meio tempo fiz vestibular de agronomia, turismo... Aí quando meu pai viu que eu estava inquieta com essas escolhas, que eu queria descobrir o mundo e que eu não encontrava ele aqui, me mandou para fora.

“Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não haverá raça humana.” Albert Einstein. A-L-B-E-R-T-E-I-N-S-T-E-I-N, ok, pessoal? Veja mais em www.semabelhasemalimento.com.br

E também não era um mundo muito globalizado. Não, não era. E eu queria o curso de hotelaria porque não estava procurando exatamente gastronomia. Sempre gostei muito da parte de serviço, de recepção, de estar na frente. Aí eu acabei indo para a Suíça fazer o curso de hotelaria. De lá fui para a China e trabalhei um pouco em cozinha, mas, para mim, a cozinha era sempre aliada com a frente do salão e lá tive um conhecimento técnico riquíssimo. Com essa experiência fui para os Estados Unidos dar aula numa faculdade em Boston e, paralelamente, trabalhava como chef, fazia eventos e tinha chance de colocar o conhecimento em prática nessas ocasiões. Depois fui para São Francisco trabalhar com gerenciamento de restaurante para a Omni (grande rede de hotéis), mas isso que eu fazia em paralelo que era a minha paixão. Então voltei para o Brasil em 2003, após nove anos no exterior, e fui morar em Itacaré, na Bahia, e depois em Fortaleza, no Ceará. Fui lá para ficar três meses e montar um cardápio. Mas conheci a região e percebi uma realidade muito diferente da que eu trabalhava. O pessoal lá não tinha muito conhecimento das especiarias e ervas e a minha assinatura é esta: cozinha brasileira com toques de ervas. Eu acabei me aproximando bastante daquelas pessoas, colocando a mão na massa e acabei ficando três anos em Fortaleza. Foi lá que eu me apaixonei por estar dentro da cozinha daquela forma, porque antes eu não pensava tanto nisso. Depois, um projeto para uma consultoria ainda me levou a Sorocaba (SP) e, finalmente, quando voltei para Curitiba, comecei a me sentir em casa de novo.

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comida com sotaque E em que momento você percebeu que era preciso abraçar a causa da sustentabilidade? A dona do negócio que fui ajudar a abrir em Fortaleza é irmã de um grande amigo que estudou comigo na Suíça, o Rafael Rosa. Ele foi uma das pessoas que me mostraram mais o mundo orgânico, do crudivorismo, de uma cozinha mais saudável. E cada lugar que passei foi semeando essa vontade dentro de mim, mas, quando voltei para Curitiba, eu ia nas feiras de orgânicos e percebia que não encontrava restaurantes que tivessem esses alimentos bons. E eu via a Feira do Passeio Público como um recurso fantástico. Eu conversava muito com os produtores sobre os grandes desafios da agricultura, como esta questão de os filhos não voltarem à terra, de se completar um ciclo. Até porque sustentabilidade é fazer existir o retorno, é fazer com que ciclos sejam completos. Então nasceu a vontade de abrir um restaurante-escola, para que este ciclo pudesse ser encerrado e que os filhos dos produtores pudessem ter contato com a terra e aprender. Isso ainda é um projeto.

Confira o circuito das Feiras Orgânicas em Curitiba no site da Prefeitura e monte sua rota: www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/feiras-feirasorganicas/265

Você já rodou o mundo. Em comparação a outros países, como você vê a relação do brasileiro e do curitibano com a comida? A alimentação brasileira ainda é bastante limitada por conta dessa visão supercarnívora e bem patriarcal que fecha os olhos para outros horizontes. E também existe a dificuldade de a gente reconhecer o que é nosso de origem e valorizar raízes. O universo vegetal é muito mais amplo e tem um ciclo de vida muito mais rápido do que o animal, que deveria ser nossa segunda fonte de energia. Hoje a gastronomia até tem conseguido resgatar um pouco das PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais) e isso é muito bom, mas nossa cultura já perdeu muitos alimentos por conta de hábitos. A gente se fecha e diz: “Eu só como isso porque eu só conheço isso”. Abrir nossos horizontes é um dos pontos positivos dessa evolução. Então eu vejo mui-

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É uma vertente mais restrita do veganismo que prega os benefícios do consumo restrito de vegetais crus, também conhecida como “alimentação viva”

ta coisa boa, muita prosperidade para o nosso futuro. Não precisa eliminar totalmente a carne se não quiser, mas é necessário equilibrar. Por exemplo, eu acho fantástico o trabalho do chef Lênin (Palhano). Ele sempre tem o equilíbrio entre vegetais e carnes. Isso também vai fazendo com que o cliente conheça novas formas de se alimentar. O Claudinei (Oliveira) também já consegue trazer vegetais orgânicos da estação para a mesa. Eu falava muito para ele substituir os clássicos arroz branco e salada de batata no Bar do Victor, e hoje o cliente já aceita melhor essas mudanças. Acho que Curitiba já evoluiu muito nesse sentido, por ter muita gente de fora, de outras culturas. Eu lembro que há sete, oito anos, quando contava o projeto do Quintana, as pessoas me diziam: “Nãããão, o curitibano não quer isso”. Mas se fosse para fazer algo igual ao que já existia, então eu nem teria aberto o meu negócio. Mas, além disso, conhecemos muito pouco do que está sendo feito em nossas proximidades, e aí temos dificuldades para entender nossas raízes. Tem uma questão que é muito delicada que eu tenho tentado fomentar, que é sobre os índios. A gente não fala sobre os índios. Pois é, conta um pouco sobre esse projeto que você tem desenvolvido com os índios e como tem sido isso. Há algum tempo eu venho tentando conhecer o que é nosso. Me aproximei um pouco da tribo Fulni-ô, de Pernambuco, através de uma amiga artista que é dinamarquesa, a Birgitte Tümmler. É uma realidade diferente quando você chega na tribo. É um cheiro diferente, tudo diferente. Mas bastou um pouquinho da convivência pra eu ver o quanto é incrível e como eles cooperam entre si. Eu tenho aprendido muito com a colmeia das abelhas porque elas vivem em uma sociedade fantástica e os índios também são assim. Mas o que acontece hoje é que os índios normalmente vivem em reservas florestais e os grandes centros estão entrando nessas reservas. É como se eles só tivessem inimigos ao redor, e é sempre uma luta. O povo da cidade quer crescer, a cidade quer avançar. Tem uma tribo em


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Mato Grosso, os Guarani-Kaiowá, que perdeu a delimitação de terra e faz dois anos que eles vêm tendo conflitos muito fortes com os fazendeiros da região, porque são terras muito valorizadas, e é um massacre mesmo. Eles estão num ponto tão crítico que mataram o cacique e o ancião da tribo fez um apelo ao governo, porque eles estão perdendo tudo e estão sem acesso a alimentos também. Ele disse: “Mate a todos nós juntos e nos enterre aqui, que é a nossa terra sagrada, para que pelo menos possamos levar embora com a gente a nossa cultura”. Porque da forma como eles estão sendo mortos, não existe investigação nem controle. Nem a Funai tem acesso. E são os originais desta terra que a gente foi invadindo. Eu digo “a gente” porque eu também faço parte dessa mistura. E é uma complicação, porque daí, claro, fora a questão da natureza, eles também têm a perda da cultura, e do território, eles não têm mais a autonomia de sobrevivência que tinham antes. Um dos maiores recursos dos índios hoje é o ar-

O Quintana é um dos pontos de arrecadação de roupas, alimentos e cobertores para a tribo Guarani-Kaiowá. Saiba mais em www.quintanacafe.com.br

tesanato. E quando eu soube que eles (a tribo Fulni-ô) estavam aqui em Curitiba, abri o Quintana para poder ajudar na venda do artesanato deles. E o mais engraçado é que eles estavam aqui, em trajes de índio e tal, e a maioria das pessoas desviava o olhar, poucos se aproximavam. Muito interessante, talvez triste. Agora a Birgitte me chamou para participar de um projeto cultural e eu vou fazer um coquetel indígena. Vai ser um desafio, porque a cozinha deles é muito simples. Eu acho que uma das coisas que fazem os índios viverem mais tempo é justamente a simplicidade.

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comida com sotaque Ser sustentável na cozinha pode parecer algo difícil. Cozinhar é visto muitas vezes como um hobby caro e orgânicos como luxo. O que você acha disso? A minha visão é que ser sustentável na cozinha é superpossível e viável. Uma vez que você conhece quem produz, como produz e o que acontece, sua referência de valor muda um pouco. Aumentar o seu leque de fornecedores também faz você conseguir preços mais interessantes. Além disso, você pode usar 100% desses produtos como caules, cascas e folhas. Então o que eu venho percebendo é que o que parece mais caro vai ser mais caro se você não considerar o todo daquilo que está sendo consumido e o bem que esse produto vai fazer para você. Os princípios do movimento Gastronomia Responsável são muito aplicados aqui. Por exemplo, a gente pode usar a casca da banana, que é supernutritiva, para muitas coisas. E assim um novo problema é evitado, que tem tudo a ver com a sustentabilidade, que é a questão dos resíduos. Porque hoje isso é um problema seríssimo. Eu vou visitar aterros e fico chocada com o espaço que a gente contamina e todo o potencial que jogamos fora, literalmente, além do custo do alimento que já foi produzido. Mas é um trabalho construtivo de mudança de mentalidade, que já é difícil, e mudança de comportamento, que é mais difícil ainda. E qual ingrediente você mais transforma na sua cozinha? Hoje a casca da laranja, com certeza, porque é um dos nossos maiores desafios. Os biólogos dizem que o suco de laranja vai “entrar em extinção” por causa do resíduo que gera. A casca da laranja é muito volumosa e acidifica o solo. Aqui nós preparamos a compota de laranja, que é feita só da casca. Todo dia tem ao menos um prato no Quintana com essa compota e a gente também a comercializa como geleia. Tem um dado da ONU que mostra que um terço de todos os alimentos produzidos no mundo, todos os anos, que é mais ou menos 300 milhões de toneladas, é desperdiçado e o consumo global é 1,5 maior que a capacidade do planeta. Mesmo assim, os padrões de consumo das massas não parecem mudar. Como você acredita ser possível sensibilizar a mudança nas pessoas? Ah, para mim é muito fácil. A gente começa por nós mesmos. Eu me policio para comer tudo o que está no prato, fazer escolhas na hora de comprar, não só comida, mas roupas também, faço doações. Eu penso na hora de comprar um biscoito, ou um produto embalado. Se

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Gabriela é embaixadora do movimento Gastronomia Responsável. Os 4 princípios fundamentais são: - Utilização de ingredientes orgânicos - Utilização de produtos regionais - Não utilização de espécies ameaçadas de extinção - Aproveitamento integral dos alimentos Conheça mais em: www.gastronomiaresponsavel.com.br tiver muita embalagem, talvez eu prefira um que tenha menos. Então o primeiro passo é através da nossa consciência, e depois isso vai influenciando outros. Faço muito isso aqui no Quintana com a minha equipe no dia a dia. Porque trabalho em equipe é fundamental quando se fala de sustentabilidade. Ao meu ver, é como aquela história que eu gosto muito, do senhorzinho que saía na praia, no amanhecer, quando o sol estava quase raiando. Aí ele se abaixava e jogava a estrela-do-mar de volta na água. Então vem um menino e pergunta: “Mas por que o senhor está fazendo isso? Tem milhares de estrelas aqui nesta praia, uma não vai fazer a diferença”. Daí o senhorzinho falou: “Para esta estrela, eu fiz a diferença, ela vai estar na água quando o sol nascer, então ela não vai secar e vai sobreviver”. E é nesse “de pouquinho em pouquinho” que a gente vai conhecendo mundos muito legais, forças maiores e pessoas diferentes.


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comida com sotaque

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travelBoxBrazil

DE EnCHEr oS oLHoS.

p r o g r a m a ç ã o

Há muito para se ver na nova programação do travel Box Brazil. turismo,

culinária,

arte,

aventura,

comportamento,

esportes

radicais e muito mais. tudo pra sua vida ser uma viagem, inclusive dentro de casa.

TravEL boX braZIL. a vida é uma viagem.

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culinária punk

ETA, ETA, ETA, HOJE É DIA DE BRUSCHETTA! PREPARE-SE PARA APrENDER A RECEITA MAIS FÁCIL DA SUA VIDA: UMA VERDADEIRA CAFAjESTAGEM CULINÁRIA!

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Fala a verdade: você segura o ímpeto bobo de fazer trocadilho com a palavra toda vez que a ouve? Não se preocupe, segundo o Instituto Tutano de Pesquisas Avançadas em Comportamento Humano Diante da Comida, 9 a cada 10 pessoas fazem isso. Assim como 9 a cada 10 pessoas gostam da receita italiana e 8 a cada 10 a preparam em casa quando não têm quase mais nada na geladeira. Bruschetta é, na verdade, a mais pura cafajestagem culinária: você passa 5 minutos na cozinha e sai se achando a última bolacha do pacote com os elogios. Segue uma receita básica para preparar quando não estiver a fim de dar tudo de si na cozinha, mas, mesmo assim, mangiare felice!

Ingredientes: 4 fatias de 2 cm de pão italiano 2 tomates 1 dente de alho Folhas de manjericão picado Queijo pecorino romano Modo de preparo: Corte os tomates ao meio e tire as sementes. Rale os tomates grosseiramente. Pique o dente de alho e o manjericão bem finos e misture com os tomates.Acrescente 6 colheres de sopa cheias de queijo pecorino romano ralado. Reserve. Passe as fatias de pão no azeite de oliva e frite dos dois lados em uma frigideira quente. Tire as fatias da frigideira e cubra com a mistura do tomate. Leve ao forno para gratinar e sirva em seguida.

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on the road

La nueva cocina cubana A jornalista curitibana Giovana Ruaro e seu marido, o fotógrafo inglês Daniel Lane, resolveram visitar Cuba antes que o McDonald’s finque bandeira por lá. Entre ropas viejas e mojitos, eles descobriram uma nova cozinha cubana. La revolución pós-Fidel!

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on the road

“Temos que ir antes que tudo mude”,

eu e meu marido dissemos um ao outro. Se os noticiários estavam certos, Cuba estava prestes a ter sua maior transformação desde a Revolução Cubana. O embargo americano ia acabar logo e tínhamos que aproveitar a última oportunidade de conhecer uma Cuba autêntica, antes da invasão turística e capitalista. Eu já conhecia Havana, fui com meus pais em 2004. Na época, a experiência gastronômica no país era inexistente. Havia apenas três restaurantes particulares na capital – chamados paladares, por causa da novela “Vale Tudo” (eles amam nossas novelas). O resto eram bandejões do governo. Na época, tive a impressão que Fidel era hipertenso, porque a comida não tinha sal. Ou sabor. Ou nada de interessante ou memorável.

Desde que o irmão de Fidel, Raúl Castro, assumiu o poder, em 2008, ele começou a introduzir aos poucos novas políticas de abertura do comércio particular em Cuba, incluindo mais paladares. A restrição de produtos de luxo – como lagosta, camarão e ostras – foi abolida e finalmente cubanos podiam cozinhar o que tinham no jardim de casa. Os cubanos, um povo extremamente criativo e alegre, começaram a experimentar novas receitas. Nasceu então a nueva cocina cubana. Chegamos em Havana e logo de cara tive minha primeira grande surpresa. No centro histórico, chamado de Habana Vieja, agora tem um paladar a cada esquina. É incrível! Cada um com seu estilo de comida diferente, a maioria com preços acessíveis e comandados por uma família.

La Habana A grande atração gastronômica de Havana é o paladar La Guarida. É também o mais famoso internacionalmente por ter sido cenário do filme “Morango e Chocolate”, indicado ao Oscar em 1994. Fizemos a reserva com um dia de antecedência, pois é impossível conseguir mesa sem reservar antes. O paladar fica em uma antiga casa de barões de café do século 19, transformada em cortiço e com várias famílias morando em cada andar. Subindo as escadas de mármore, você pode ver cada família assistindo novela ou cozinhando. Quando fui em 2004, o paladar era pequeno, com apenas uma sala. Hoje ocupa quase todo o andar. Enquanto esperávamos pela nossa mesa na sacada (melhor lugar da casa), tomamos uma marguerita com Lily Cole e vimos o Burt de Mad Men reclamando que não tinha uma mesa pra ele. Em Havana, ninguém dá bola para celebridades.

Cuba havana Guantánamo 19


on the road A comida da La Guarida é a melhor da nueva cocina. Entre os pratos de destaque estão a lasanha de mamão, bonito com cana-de-açúcar e a lagosta com molho de limão. Terminamos a noite com uma torta de chocolate maravilhosa. Os daiquiris são perfeitos para esticar a visita por mais uma hora e aproveitar a vista de La Habana à noite.

Os melhores achados são por indicação de amigos, viajantes que você esbarra na viagem ou os donos das casas particulares. Também gostamos muito da 5Esquinas Trattoria (massas com charme local, como o molho delicioso de caranguejo), o Café Laurent e o paladar La Mulata del Sabor.

Os melhores achados são por indicacão de amigos, viajantes que você esbarra na viagem

Em Cuba, existem duas opções de estadia: hotéis, normalmente resorts ou redes internacionais, ou casas particulares, quartos dentro de casas de famílias cubanas. Como resort tem no mundo inteiro, resolvemos ficar somente em casas de cubanos. Além de ter um contato mais perto com o dia a dia deles, há uma outra grande vantagem de ficar em casas particulares: a comida caseira.

O prato típico cubano é chamado ropa vieja. É tipo um barreado com molho de tomate, servido com moros y cristianos (arroz e feijão) e plátano frito. O paladar Hanoi (que de asiático só tinha o nome) serve generosas porções por meros US$ 3 e você pode acompanhar o campeonato de beisebol enquanto come. Nada mais cubano. Para beber, uma cerveja bem gelada ou suco natural. Em Cuba, eles não são muito fãs de refrigerante. Até tem a Ku-Cola (versão comunista da CocaCola), mas não é grande coisa.

Casas Particulares

Todas as casas oferecem refeições à parte, normalmente são a especialidade da casa. Peixe, frango e legumes são os pratos mais populares, mas nós também comemos crocodilo, camarão e variações de malanga, o aipim deles. Duas casas particulares foram o destaque da viagem em comida caseira: a Casa Colonial El Patio, em Trinidad, preparou um jantar especial de aniversário para meu marido no topo do terraço com peixe, camarão, bolinhos de malanga, bolo de chocolate e uma vista de tirar o fôlego. Além de tudo, Manuel, dono da casa, faz as melhores piñas coladas do mundo. O pátio interno tem duas mangueiras que tinham milhares de mangas penduradas. Um lugar incrível. A outra foi a casa da Danay, em Playa Larga, ao lado da Baía dos Porcos. A casa fica em frente ao mar e a cozinheira preparou crocodilo com molho de alho e limão para mim, pescado do dia com ervas para meu marido. Muitos mojitos acompanharam o pôr do sol na praia.

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on the road

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Café da Manhã

Hotéis

Os donos das casas particulares sempre achavam que nós íamos tomar café da manhã em casa. O preço é à parte, normalmente US$ 5 por pessoa. Nós achamos meio caro pela oferta – normalmente tinha ovo, pão, geleia, um bolinho e frutas. Depois de nos acostumarmos com o estilo cubano, resolvemos explorar as opções de café da manhã que os locais tomam: as cafeterias.

Na nossa viagem de três semanas, ficamos apenas em dois hotéis, o Maria La Gorda, na ponta oeste da ilha, e o Colony, na Ilha da Juventude. Ambos eram do governo e não faziam parte de redes. Tivemos que ficar porque eram a única opção em lugares tão isolados do mundo. Descobrimos esses lugares porque eram paraísos de mergulhadores no meio de reservas naturais.

As cafeterias são, na verdade, uma porta ou janela da casa de alguém com o menu do dia pendurado e vários potinhos com as ofertas do dia. Aqui, você só pode comprar com peso cubano, que na época era 25 para cada dólar. O cafezinho custa um peso cubano. Tem pão francês com requeijão cremoso, goiabada, geleias caseiras, tortas, biscoitinho doce, frutas e o que a dona da casa gostar de fazer. Cada cafeteria é diferente, mas os sucos sempre são frescos e deliciosos. Goiaba e manga eram sempre os nossos favoritos.

A comida do Maria La Gorda era correta. Já a do Colony… apelidamos de “estilo soviético tropical”. Era ruim demais. Como não havia nenhuma vila, casa ou cafeteria num raio de 50 quilômetros, tínhamos que comer lá mesmo.

Com apenas um dólar, dá pra fazer a festa. Tomávamos café da manhã e levávamos doces de amendoim, biscoito salgado, frutas em compota e outras receitas caseiras para o piquenique da tarde Com apenas um dólar, dá pra fazer a festa. Tomávamos café da manhã e levávamos doces de amendoim, biscoito salgado, frutas em compota e outras receitas caseiras para o piquenique da tarde. Além de tudo, você podia conversar com famílias que paravam na mesma cafeteria antes de ir para o trabalho e pegar mais dicas de lugares para comer e visitar. Melhor que qualquer dica do TripAdvisor. Éramos os únicos turistas que comiam em cafeterias. Os outros, por receio ou falta de informação, preferiam ficar com a opção mais fácil das casas ou hotéis. Para nós, as cafeterias eram a melhor parte do dia. Saíamos das casas cedinho, antes das oito da manhã, e ficávamos caminhando pela região até achar uma. Ou duas. Ou até não aguentarmos comer mais.

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Quando estávamos no Colony, descobrimos que os barqueiros que nos levavam para mergulhar na Ponta do Francês também cozinhavam. Por meros US$ 8, fizeram a melhor e maior lagosta que eu já comi. Era do tamanho de um frango assado. O capitão pescou enquanto mergulhávamos e estava prontinha, acompanhada de arroz e legumes, quando saímos do mar. Tinha que comer com a mão, rasgando pedaços suculentos de carne e, heresia, não consegui terminar, de tão grande que era. Os restos voltaram para o mar.


on the road Dizem que um dos motivos pelos quais Cuba tem a maior concentração de pessoas com mais de cem anos do mundo é a sua comida sem conservantes. Depois de passar três semanas só comendo comidas naturais, orgânicas e sem nada industrializado, eu me senti mais saudável. Quando foi a última vez que você ficou três semanas sem comer nada do supermercado? Uma experiência única.

A invasão americana vai trazer muitas coisas boas e ruins também. Um pouco da autenticidade do país vai infelizmente se perder A criatividade dos cubanos vem também da necessidade. Enquanto estávamos lá, não havia manteiga ou queijo para vender. O barco que ia trazer esse carregamento foi banido pelo embargo e o país inteiro teve que se virar com o que tinha armazenado.

Um rapaz de uns 20 anos que nos atendeu na cafeteria dele em Habana Vieja disse que assim que o embargo acabasse, ele queria abrir o próprio café e servir panquecas com receitas da mãe. Outra moça de uma casa particular disse que só estava esperando as mudanças para abrir uma pousada e restaurante em Playa Larga. A invasão americana vai trazer muitas coisas boas e ruins também. Um pouco da autenticidade do país vai infelizmente se perder. Para quem quiser aproveitar Cuba antes de tudo mudar, ainda dá tempo e vale muito a pena.

Giovana Ruaro Lane é jorn alista e trabalha com estratég ia digital em Londres há sete anos. Sóc ia do marido na Pacote (pa cote.co), adora viajar e explorar o mu ndo.

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lobetomia

e u g n a S u e M m e Quer to p or b e

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O carneiro que você saboreia num delicioso jantar entre amigos está morto. Sim, morto. Eu sei que você não gosta de saber que bichinhos bonitinhos têm que dar a vida para você viver melhor. Tem coisas que é melhor não saber. Eu concordo. Mas uma das melhores apresentações do Mesa SP deste ano foi trazida por um grupo de gaúchos que tirou a pele da carne e a carne do osso de um carneiro diante de um público massivo que assistia fascinado sem piscar os olhos. Só se falava nisso. A classe de cozinheiros adora quando isso acontece! “Temos que mostrar para todo mundo como se mata e desossa um bicho!” Talvez por ter que mexer com carne fresca todos os dias cozinheiros tenham perdido um pouco do romantismo pela vida dos animais – assim como médicos veteranos perdem o romantismo por seus pacientes. Tem gente que ainda acha que hambúrguer dá em árvore e, quando descobre que ele vem de uma vaquinha malhada que pasta feliz, vira vegetariano. O homem é um bicho desequilibrado. Afinal, o homem é o único ser capaz de desequilibrar a natureza. Até pouco tempo o homem tinha a industrialização e a produção em escala como verdade absoluta e todos seguiam essa tendência – lembro que há uns 20 anos todo o jet set de Curitiba fazia fila na porta do primeiro McDonald’s da cidade. Hoje vemos que a industrialização da comida foi uma escolha errada. Não pelo propósito em si, mas pelo exagero. Por ser desequilibrado, o homem está exagerando de novo. Para se redimir dos erros acarretados pela produção em

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escala, o homem começa a remar para o lado oposto e a negar tudo o que é industrializado. Sustentabilidade, produção artesanal, orgânicos etc. são as novas – e exageradas – palavras de ordem. Ordem mesmo: ai de você se não pensar assim ou ousar fazer uma selfie dentro do McDonald’s. Deixar de ir ao shopping center nos fins de semana para ir assistir ao abate de um carneiro numa chácara orgânica talvez vire um programa cult que os moderninhos (antigos enochatos) escolham para educar melhor seus filhos. Perceberemos, em breve, que o ideal seria o equilíbrio entre um e outro: industrial e artesanal. Equilíbrio? Não dá! O homem é um ser desequilibrado.


lobetomia Não fui eu quem matou o carneiro, mas fui eu quem pagou o pato. Publiquei esse texto no meu Facebook dois dias depois de ter participado do Mesa SP. A gente acha que para bom entendedor meia palavra basta. Nem sempre. Ou nem todos são bons entendedores, ou eu me expressei mal. Um dos comentários que recebi debaixo da minha publicação foi: “Ser desequilibrado é você seu boçal nojento! Tomara que morra com requinte de crueldade!”. Outro, um pouco mais moderado, sugeria que por eu ser “pessoa pública” não deveria me manifestar sobre alguns assuntos, quando, na minha opinião, devo fazer justamente o contrário. Não vou negar que fiquei um pouco chocado. Reli meu texto duas ou três vezes para tentar entender onde, no meio daquilo tudo, havia motivo para alguém querer a minha morte. Percebi que algumas pessoas são contra a morte de animais em detrimento da alimentação humana. Ou seja: eu devo ser cruelmente sacrificado por comer carne. Para elas isso seria “pagar com a mesma moeda”. Eu entendo.

Mas eu nasci homem; não nasci vaca. Nasci aprendendo a comer carne. Um onívoro pecador. A intenção dos meus textos não é pertencer a esse ou àquele grupo; mas gerar reflexão. Muitas das críticas que eu faço quando escrevo são pra mim mesmo. Dizer que o homem é um ser desequilibrado, exagerado, que gosta de McDonald’s mas que busca novas formas de alimentação, que tem pena dos animais mas que também admira a ousadia de quem desossa um bicho em público no meio de um congresso, é falar tudo sobre mim. Sou um cara como outro qualquer, suscetível às coisas que acontecem no mundo. Eu também ficaria feliz se nossa alimentação não dependesse da morte de animais. Nenhuma pessoa com um pingo de decência gosta de ver bicho sofrer. Eu também não. Mas o mundo não é tão cor de rosa como algumas pessoas gostariam que fosse e, por isso, sentem vergonha de serem seres humanos. É verdade! A humanidade nos causa constrangimentos. Mas eu ainda sinto mais vergonha daqueles que querem ver um homem morto do que daqueles que comem carne. E se eles querem meu sangue, terão o meu sangue só no fim.

O homem é um bicho desequilibrado. Afinal, o homem é o único ser capaz de desequilibrar a natureza 25


especial do dia

450 km de ostentaç ão gastronômica

Comer no litoral é, por natureza, delicioso. Fato é que com tantas opções, também é fácil cair em roubadas, mesmo na era de TripAdvisor. Desfrutar das melhores experiências gastronômicas muitas vezes requer sorte ou bons amigos. Por isso, como a amizade aqui é forte, compartilhamos a nossa seleção dos imperdíveis do litoral paranaense e catarinense para você desfrutar sem medo e passar para a frente, é claro! Se joga nos nossos eleitos que é prazer garantido do Fim da Trilha ao Ponto G!

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especial do dia

ANTONINA CAÇAROLA DO JOCA Ambiente bem leve, familiar. Decoração toda bonitinha. A casquinha de siri e o linguado à primavera são servidos há três décadas. Rua Dr. Romildo Gonçalves Pereira, 42, Centro (41) 3432-1286

MORRETES ENGENHO DA SERRA Restaurante e cachaçaria. Lugar lindo, de família tradicional. Só a estradinha para chegar já é um programa. A cachaça de mexerica feita lá é fantástica.

RESTAURANTE MAR E SOL Ambiente superfamiliar e agradável. A moqueca é indescritível! www.restaurantemaresol.com.br Praça Felipe Valentim, s/nº, Farol das Conchas (41) 3426-8021

MATINHOS EMPÓRIO SÃO PEDRO Ambiente aconchegante, com deck astral. Cardápio variado: tem carnes, frutos do mar, petiscos, macarrão tailandês, barreado. www.saopedropub.com.br Avenida Guarapuava, 200, Praia de Caiobá (41) 3473-4491 / 9740-0026

www.engenhodaserra.tur.br Prolongamento da Rua Marcos Maluceli, s/nº (41) 3462-4043 / 9615-2230

PONTAL DO PARANÁ BURGHEZIA BAR E RESTAURANTE Custo-benefício maravilhoso. Pratos bem-servidos, tudo fresquinho e arrumado. Sem frescura. Alameda Chuva de Ouro, 350, Pontal do Sul (41) 3455-1583

ILHA DO MEL FIM DA TRILHA Só vendo mesmo. A turistada fica de cara! Foi eleito pelo Guia Quatro Rodas como o nº 1 da Ilha. www.fimdatrilha.com.br Praia de Encantadas, s/nº (41) 3426-9017 / 3426-9106

ASTRAL DA ILHA Atendimento maravilhoso, ambiente alto-astral, sempre tem umas festinhas e o café da manhã é incrível, com direito a pãozinho e geleia da vovó! www.astraldailha.com.br Praia de Fora, s/nº (41) 3426-8196 / 9872-6469

CORAÇÃO VEG Culinária vegana com diversas opções de porções, saladas, sanduíches, hambúrguer e pizzas gourmet. Ingredientes orgânicos e integrais. www.coracaoveg.com.br Av. José Nicolau Abagge, 1.008 (41) 3442-2808

OSTRA VIVA www.projetoostraviva.com.br Primeiro cultivo de ostras do Paraná, onde são servidas as melhores ostras. O cenário é a exuberante natureza local. Estrada do Cabaraquara, s/nº, Cabaraquara (41) 3458-5592

SÍTIO SAMBAQUI Fica em meio à Mata Atlântica e na beira da Baía de Guaratuba. Serve 20 diferentes preparos de ostra. Dá para visitar a área de cultivo e o manguezal e fazer stand up paddle. www.sitiosambaqui.com.br Prolongamento da Estrada do Iate Clube de Caiobá, Cabaraquara (41) 8434-7171 / 9222-5942

PORTO CAMPELO RESTAURANTE Além de frutos do mar, massas e carnes como javali e carneiro. Um dos mais pedidos é o Pappardelle Nero di Sépia. Ambiente show! www.portocampelo.com.br Rua Waldir Muller, 334, Centro (41) 3473-3347

CLAYTON Não tem erro! Democrático, sabe? Café da manhã e da tarde deliciosos. Almoço por quilo com muitas opções. www.facebook.com/ClaytonGourmetEDelicias Rua Léa Viale Cury, 232 (41) 9242-5925

GUARATUBA

ITAPEMA INDAIÁ Chique, moderno. Cardápio variado e, para completar, a vista panorâmica. www.restauranteindaia.com.br Rua 900, 1.300, Alto São Bento (47) 3368-2745

PRAIA BRAVA - ITAJAÍ

BISTRÔ VIVERE PARVO Maravilhas de frutos do mar e um jardim em meio à Mata Atlântica. Vale passar o dia.

BAOBÁ Na avenida de frente para a praia. Nos fins de semana tem fila, é bom reservar. O Camarão à Brava Beach é imperdível.

www.vivereparvo.com Estrada do Cabaraquara, s/nº (41) 9998-1278

www.baobapraiabrava.com.br Av. José Medeiros Vieira, 1.008, Praia Brava (47) 3349-1917

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especial do dia NA BRASA HAMBURGUERIA GOURMET Pequeno e simpático. Também serve batatas rústicas deliciosas. www.nabrasaburger.com Rua Delfim de Pádua Peixoto, esquina c/ Rua Julio Kumm, Praia Brava (47) 3398-4887

CAMBORIÚ BISTROT LA TABLE Francês. Elegante e despojado, com vista para a praia. Av. Atlântica, 5.020, Barra Sul (47) 3366-0027

L’ASSIETTE Chique. Francês.

BOMBINHAS BERRO D’ÁGUA Tradicional daqueles que todo mundo gosta. A especialidade é frutos do mar, mas servem outras opções. www.facebook.com/BerroDaguaZimbros Rio Juquiá, 578, Zimbros (47) 3393-3666

MESTRE DAS ÁGUAS Roots, restaurante pé na areia. Comida delícia, carta de vinhos bons, cadeiras e bancos de praia. Para completar, luz de velas e boa música. www.facebook.com/mestredasaguas Rua Vereador Manoel José dos Santos e Rua Salema (47) 3264-1574

CAPITÃO FORTALEZA No canal da Barra da Lagoa. Comida simples e benfeita. Não tem quem não goste. A localização é simplesmente maravilhosa. Rua Laurindo José de Souza, 205, Valença (48) 3232-3147

PONTO G Superpremiado, o chef Vitor Gomes dá um show de culinária fusion. Ambiente cool para mais descolados. www.chefvitorgomes.com.br Rua Padre Rohr, 1.717 Santo Antônio de Lisboa (48) 8815-0608 / 8827-1911

www.facebook.com/ LassietteCozinhadeAutor?_rdr=p Rua 4.100, 21, esquina com a Avenida Atlântica, Barra Sul

(47) 3363-9818

PORTO BELO PIZZARIA REFÚGIO Fica anexa ao Hotel Resort Refúgio do Estaleiro, no alto do morro, construído em pedras naturais. Nem precisa falar da vista, né? www.refugiodoestaleiro.com.br Rua Flavia V. Martelinni, 400, Araçá (47) 3369-8282

GOVERNADOR CELSO RAMOS RESTAURANTE RAÍZES Frutos do mar e pizza. Bem tradicional e turístico. Quem visita a cidade para lá. www.restauranteraizes.com.br Rua Rosendo Joaquim Sagas, 1.301, Palmas (48) 3262-8025

FLORIANÓPOLIS

Ilha de Pirão Frutos do mar, pé na areia, atendimento excelente e comida deliciosa. Av. Gov. Celso Ramos, 2.207 - Centro (47) 3369-4941

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MERCADO SÃO JORGE (Restaurante Lila e Café Uma Origem) Almoço vegetariano, café, livros e comprinhas orgânicas. Não precisa de mais nada para sair feliz. Os doces são de comer rezando. www.saojorgeorganicos.com.br Rua Brejaúna, 43, Itacorubi (48) 3238-5809

PITANGUEIRAS Culinária caseira típica. O cliente chega de barco e se delicia no deck de madeira à beira-mar com vista para a Hercílio Luz. www.restaurantepitangueiras.com.br Rod. Rafael da Rocha Pires, 2.861, Sambaqui (48) 3335-0398 / 3304-0086

PIZZARIA DO CICA Pioneira em massa integral: desde 1982. As pizzas têm nomes de manobras de surfistas: “Série ao fundo”, “O melhor da série”. Eles adoram! www.pizzariadocica.com.br Rodovia Dr. Antonio Luiz Moura Gonzaga, 577, Rio Tavares, Campeche (48) 3232-8638

MAR MASSAS Cozinha internacional e frutos do mar. Lugar todo bonitinho e muito bom! www.marmassas.com.br Rua Laurindo Januário da Silveira, 3.843, Morro do Badejo (48) 3232-6109


especial do dia COISAS DE MARIA JOÃO Risoteria muito fofa com espaço cultural. Tem artesanato, livros e roupas. Tudo de produção local. Rua Cônego Serpa, 57, Santo Antônio de Lisboa (48) 3338-1937

BOOKS & BEERS Bem descontraído na beira da Lagoa. Tem cervejas artesanais, comidinhas, livros e música. Superacolhedor! Rua Senador Ivo D’Aquino, 103, Lagoa da Conceição (48) 3206-6654

BLACK SHEEP Chique. Culinária fusion com base na cozinha japonesa. Decoração top e vista da beira-mar do roof top do Hotel Majestic.

TEQUILAVILLE Mexicano muito interessante. O ambiente é muito legal e a comida, ótima. www.facebook.com/ Tequilaville-822415961140185/ Rua Desembargador Pedro Silva, 2.019, Coqueiros (48) 9647-0004

DONNA JURERÊ Dining club: boa comida em ritmo de baladinha. É no Jurerê Internacional, então já sabe. Tem clássicos 100% peruanos de arrasar!

www.goentemaki.com.br Centrinho Praia do Rosa, ao lado da Quinta do Bucaneiro (48) 3355-7256

www.donnajurere.com.br

Avenida dos Pampos, Jurerê Internacional (48) 3282-1816

www.theroof.com.br/blacksheep Av. Beira Mar, 2.746 (48) 9189-1005

LUA MARINHA Rústico, muito charmoso. Para ir a dois é perfeito. Fica bem na beira da lagoa. A vista de dia é demais.

RED DINNING CLUB Esse é bacana. Cardápio fusion e culinária peruana. O Le Bar serve drinques exclusivos e sofisticados. Inaugurado em 2014, onde já foi Café Cancun e El Divino, do mesmo grupo. www.reddinningclub.com.br Almirante Lamego, 1.147, Centro (48) 3225-1266

GOEN TEMAKI Culinária japonesa bem no centrinho do Rosa. Ambiente descolado que reúne diferentes “tribos”. Delícias fora do tradicional: Temaki Kinoko (salmão, cream cheese, shimeji e amêndoas) e Koshox (salmão, gengibre, pepino, couve frita e pimenta togarashi).

www.luamarinha.com.br Estrada Geral de Ibiraquera. Praia do Rosa (48) 3354-0613

GUARDA DO EMBAÚ BIG BAMBOO Aconchegante e bem central. É para família, casal, galera. Tem ótima variedade de pratos.

URUCUM Melhor vista do Rosa. Culinária capixaba. Tem vários prêmios, muuito astralll!!!! www.restauranteurucum.com.br Av. Porto Novo, s/n°, Praia do Rosa (48) 3355-7330

www.bigbamboo.com.br Rua Candida Maria dos Santos, 48 (48) 3283-2814

GAROPABA GUNA MADE Hamburgueria da modinha. Muito fofo, pequenininho e muito aconchegante. Tem opções veggie que até os carnívoros adoram! www.facebook.com/gunamadehamburgueria Rua Rio Grande do Sul, 15, sala 5 (48) 3254-3939

BISTRÔ PEDRA DA VIGIA Delícia, decoração romântica, luz baixa, aconchegante. Caminho do Alto do Morro, s/nº (48) 3355-6247

* Muitos restaurantes e praias incríveis ficaram de fora. Faltaram páginas para tanta coisa boa. Mas a vida é feita de escolhas e estas são as nossas!

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comida pra quĂŞ?

Texto e fotos: Tiago Vidal

Vichyssoise de los amis fresquè

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comida pra quê?

Você aí,

que reclamou tanto do inverno nas redes sociais, como anda a vida com a cueca colada na virilha ou todo esse pó facial derretendo na sua testa como manteiga na frigideira? Pois é, o calor não é só praia e corpos à mostra, mas também uma eterna briga na firma por conta do ar-condicionado. Enquanto uns só querem se refrescar, outros ficam cheios de frescura. Para atender a ambos os mundos, vamos cozinhar um prato bem fresco, a começar pelo nome. A vichyssoise é uma sopa fria de batata com alho-poró, perfeita para ser degustada bem gelada. Apesar do nome afetadinho, é ótima para quem mora sozinho, pois fica melhor com o tempo em que é guardada na geladeira. Por isso, amiguinho do coque-samurai, não se acanhe em passar na feirinha de orgânicos e comprar estes ingredientes simples, lembrando sempre de levar sua ecobag de fibra de cipó reciclável para poupar o meio ambiente das temidas sacolinhas. Claro, sem esquecer daquele design esperto de frutas e legumes desenhados pelo Romero Britto. Não esquente, fique frio, abra suas asas e solte suas feras: com este calor a frescura está mais que liberada.

Ingredientes:

• 1 batata • 1 alho-poró • 1 colher de sopa de manteiga • 400 ml de caldo de galinha (1 cubo dissolvido na

água fervendo) 1 ovo 2 colheres de sopa de nata Cebolinha Sal e noz-moscada

• • • •

Modo de preparo: Lave bem as mãozinhas, tome um banho de álcool gel e embrulhe-se em filme plástico para manter tudo sem germes na cozinha. Descasque e pique a batata, cuidando para não fazer nenhum corte nesse dedinho macio que nunca viu um rejunte. Corte a parte branca do alho-poró, fatie transversalmente e lave bem – a não ser que você curta comer terra, essa parte é realmente necessária. Fatie o cebolão bem fino. Derreta a manteiga e cozinhe o alho-poró por uns 10 minutos, ou até ficar tão macio quanto seu cabelo lavado com Aussie. Junte as batatas, o caldo fervendo e cozinhe por mais ou menos meia hora, ou até estar quase seco. Passe tudo em um liquidificador junto com a nata, o sal e a noz-moscada. Ponha na geladeira e deixe esfriar. Quando estiver mais fresco que a sua barba de R$ 50,00, sirva com meio ovo cozido e cebolinha picada.

a gangsta cuisine, Tiago Vidal Dutra praticacom o que tem em a feit s, rua das a a cozinh a, e acredita que ir casa e sem muita frescur l para todo mundo. síve pos é jo® Mio do além f, publica as Após suas tentativas de cheria.wordpress.com ma ave azia g blo no receitas

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menu du jour

Molho de ostras

é feito de...

pasmem, ostras! Pois é, mesmo quem torce o nariz para esse delicioso molusco de corpo mole e aparência esquisita já deve ter experimentado o dito em um prato qualquer da culinária oriental. O molho pode ser preparado em

casa (preguiça, né?) ou comprado pronto. E é ele o ingrediente da vez nesta editoria, que tem a participação ilustre dos chefs Edo Rotava e Régis Shiguematsu. Duas receitinhas ótimas para estrear o verão!

Lula Oriental Chef Edo, do La Boca Gastrobar

Receita para 2 pessoas Ingredientes: 500 g de lulas limpas na hora (pois preserva mais seu sabor) 1 cenoura média cortada em batonnet 1 abobrinha-verde pequena cortada em batonnet Cebola julienne e alho picado a gosto Molho de soja Molho de peixe Molho de ostra Cebolinha-verde picada Modo de preparo: Refogue a lula juntamente com a cenoura, a abobrinha, a cebola e o alho na panela wok bem quente, com pouco óleo. Adicione o molho de peixe. Quando evaporar um pouco, adicione o molho de soja. Reduza o caldo e finalize com uma colher de sopa cheia de molho de ostras. Salpique cebolinha-verde picada no prato já pronto. Sirva com fatias de pão torrado ou normal.

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menu duHOUR jour HAPPY

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foto: Guilherme alves

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menu du jour

Tempurá de Pargo com Shisô ao Molho de Ostras Chef Régis Shiguematsu, do Aizu

Receita para 2 pessoas Ingredientes: 1 folha de shisô (você encontra no Mercado Municipal) 80 g de pargo (esta receita também pode ser preparada com robalo) 1 limão-siciliano Ingredientes massa tempurá: 100 g de farinha de trigo 1 ovo 200 ml de água mineral (gelada) Ingredientes molho: 40 g de preparo concentrado de molho de ostras (você encontra no Mercado Municipal) 40 g de creme de leite

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Modo de preparo: Comece o preparo pela massa. Misture farinha, ovo e a água mineral gelada (para garantir a crocância do tempurá) até a massa ficar homogênea. Em seguida, enrole o shisô no peixe, passe na farinha de trigo e depois na massa de tempurá. Leve para o óleo quente e quando começar a dourar retire e reserve até secar. Corte ao meio na diagonal. Faça a montagem com meio limão-siciliano, extraindo o miolo da fruta, e acrescente o molho no “copinho” para ressaltar o sabor.


menu du jour

foto: Guilherme alves

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chá de cozinha

Manual dos

CHEFS

DE PRIMEIRA VIAGEM Pequenos Grandes Chefs Já tá imaginando aquela bagunça na cozinha, certo? Pense mais além. Pense no futuro. Muito em breve você não vai precisar se preocupar com o jantar. Então invista na formação gastronômica da criança (ensine a lavar a louça também, ok?) e torça para o seu pequeno chef se tornar um grande cozinheiro. Para começar, selecionamos alguns utensílios fofinhos!

Kit Cupcakes da regali per la casa www.regaliperlacasa.com.br

R$ 40,00

KIT PARA BISCOITOS MONSTER CHEF TRAMONTINA www.loopday.com.br

R$ 165,90 36


chá de cozinha Kit Acessórios Para Cozinha Piggy Wiggy Joie www.loopday.com.br

R$ 99,90

PRATO CRIATIVO COM ROSTO DA regali per la casa www.regaliperlacasa.com.br

R$ 92,00

Conjunto Infantil DE Talheres www.spicy.com.br

R$ 149,00

Kit Utensílios Monster chef Tramontina www.loopday.com.br

R$ 274,90

KIT CASA DO SUSHI DA REGALI PER LA CASA www.regaliperlacasa.com.br

R$ 61,50 37


anota aí

IZ ON M

AÇãO NA

P

44 INA áG

HA R

Salada Fábrica

experimente este prato na forneria copacabana

wellington Almeida chef do Forneria Copacabana foto: Nilo Biazzetto

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anota aí É, minha gente, projeto verão nos 45 do segundo tempo, hora de aprender a misturar alface com outros ingredientes e dar aquela driblada nas calorias da cerveja gelada que você insiste em tomar no fim do dia. Mas vamos aprender a fazer isso sem perder a dignidade. Nada de engolir qualquer cenoura ralada com tomate picado. O negócio aqui é caprichar na decoração do prato e comer com orgulho!

Ingredientes: 1 cabeça de alface-americana 8 morangos inteiros 50 g de nozes caramelizadas 50 g de gorgonzola Aceto balsâmico Caramelo de aceto balsâmico Azeite de oliva Sal e pimenta

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Modo de fazer: Corte a alface-americana já higienizada em pedaços bem rústicos e tempere com aceto balsâmico, azeite, sal e pimenta. Sirva em uma saladeira, acrescentando os morangos picados em quatro, pedaços de gorgonzola, nozes e finalize com o caramelo de aceto balsâmico.

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anota aĂ­

Pizza Gjelina

experimente este prato na forneria copacabana

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wellington Almeida chef do Forneria Copacabana foto: Nilo Biazzetto


anota aí Pizza é amor. É cafuné para o estômago. É vida pulsando com queijo e manjericão. Quando estiver a fim de agradar alguém (ou se autopresentear) invista seu tempo nesta receitinha abaixo. Uma dica: depois de colocá-la no forno, puxe uma cadeira e sente-se para observar as bolhas douradas da muçarela estourando enquanto a borda vai escurecendo. É um espetáculo emocionante!

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Ingredientes: 180 g de massa de pizza 2 conchas rasas de molho de pizza 100 g de muçarela ralada Tomates-cereja 1 burrata Manjericão e orégano

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Modo de fazer: Em uma bancada plana e enfarinhada, abra a massa de pizza com um rolo e espalhe bem o molho. Em seguida, acrescente a muçarela, a burrata cortada em pedaços e os tomatinhos cortados ao meio. Leve ao forno a 300 graus por 5 ou 6 minutos. Finalize com manjericão fresco e orégano.

pizza! Please , e s a e , pi Pl zz

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sweet dreams

Muito além

da r apadura Você pode se perguntar o que o Ceará e o que a rapadura têm a ver com a receita de caramelo de mel de Jandaíra, farofa de farinha d’água e chocolate que está na página ao lado. Calma, a gente te conta! É que a Tutano foi conversar com uma das melhores chefs pâtissier do país, a cearense Lia Quinderé, dona da Sucré. Lia é formada na Le Cordon Bleu de Paris, mas coloca suas receitas em prática lá no Ceará, a muy lejos de aquí. Para situar você um pouquinho mais, a gente fez um paralelo Paris x Fortaleza e descobriu algumas semelhanças, pasmem, entre as cidades (as diferenças deixemos pra depois). O bom fortalezense é romântico, come pão francês, usa chapéu e pula cedo da cama. O bom parisiense é romântico, come pão (claro que francês também), usa chapéu e pula cedo da cama. Já entre as diferenças, entendemos que framboesa não dá em árvore no Ceará. Nem mirtillo, nem cereja, nem pera. Por lá, a variedade de frutas e ingredientes é tão grande, e tão maior (desculpa aí​, Paris), que a confeiteira decidiu que a França serviria apenas como uma escola de técnicas e não de receitas. “As frutas que tenho aqui são o cajá, umbu, maracujá, o murici, carambola e acerola​. P​or que não explorar toda essa diversidade?”, se perguntou. E, claro, foi o caminho que seguiu. FOTO: Rogério Voltan

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A cearense usa e abusa dos sabores tupiniquins, como por exemplo a rapadura preta, o mel de Jan-


sweet dreams daíra e a farofa de farinha d’água, ingredientes mais do que presentes nos doces da Sucré. Lia também sabe que o cearense, ou o brasileiro em geral (eu e você, você e eu) gosta mesmo é de chocolate e de doces bem docinhos. Em uma das experiências que​ a chef t​eve na França, e​ la ​decidiu servir doce de leite para os gringos,​e​o resultado​não foi lá o que esperava​: eles acharam doce demais. Vê se pode!

A gente também quis saber da Lia como anda a pâtisserie aqui no Brasil. Ela conta que​,​quando abriu a Sucré​,​as pessoas mal sabiam o que era pâtisserie. Mas que​ hoje a coisa é bem diferente. “Os confeiteiros participam dos congressos de gastronomia e, no geral, a confeitaria está muito valorizada.” Que bom saber disso, Lia! Agora chega de papo e vamos à receita da chef ?

Caramelo de mel de Jandaíra, farofa de farinha d’água e chocolate ao leite 33% Belga Rendimento: 30 caramelos Tempo de preparo: 1h30

Caramelo

Modo de preparo

400 ml de creme de leite integral 200 g de açúcar cristal 100 ml de mel de Jandaíra 25 g de glucose ½ fava de baunilha 50 g de manteiga s/ sal

Caramelo – Em uma panela coloque todos os ingredientes, com exceção da manteiga, e mexa até que atinja a temperatura de 125 °C. Acrescente a manteiga e despeje sobre um tapete de silicone com 2 réguas de inox e alise com a espátula para que fique liso. Deixe esfriar e corte em quadrados de 3 cm2.

Farofa 80 g de farinha d’água 20 g de açúcar mascavo 20 g de açúcar cristal 40 g de amêndoas trituradas 2 g de flor de sal 40 g de manteiga s/ sal 20 g de castanha-de-caju

Farofa – Misture todos os ingredientes e espalhe sobre um tapete de silicone. Leve ao forno a 150 °C por 20 minutos ou até que fique dourada. Derreta o chocolate, faça a temperagem, seguindo as temperaturas da embalagem, e cubra os caramelos, polvilhando a farofa por cima. Deixe secar.

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etílicas

Par Perfeito Daniel Wolff, nosso parceiro nas harmonizações com cerveja, escolheu três opções para acompanhar as receitas da edição Menu du Jour - Lula Oriental Cerveja: Chimay Tripel (8,0% / Belgian Tripel / Chimay - Bélgica) Gosto muito da combinação de frutos do mar com cerveja, e no caso de pratos com sabores mais intensos como este, uma Tripel é uma ótima pedida. É uma cerveja de cor dourada, com aromas condimentados e frutados, remetendo a frutas tropicais amarelas. Esses aromas, junto com a leve acidez da cerveja, complementam os sabores do prato, enquanto o teor alcoólico elevado ajuda a limpar o palato. anota aí - Salada Fábrica Cerveja: Duchesse de Bourgogne (6,2% / Flanders Red Ale / Vichte - Bélgica)

Aqui temos um prato com uma ampla variedade de sabores: a acidez do balsâmico, o dulçor das nozes carameladas, a pungência do gorgonzola, o frutado do morango. E o legal da cerveja é que também é possível encontrar rótulos com essa variedade de sabores. A Duchesse de Bourgogne é uma cerveja que combina todos esses elementos com uma base doce de maltes remetendo a caramelo, aromas de frutas vermelhas provenientes da fermentação e na boca, uma deliciosa acidez vinífica. Culinária Punk - bruschettas Cerveja: Old Speckled Hen (5,2% / English Pale Ale / Suffolk - Inglaterra)

Bruschettas são excelentes opções de entrada para uma boa refeição, e no caso de uma tradicional receita com pão italiano, tomate e manjericão, sugiro esta cerveja tradicional da Inglaterra. Sua base maltada, remetendo à casca de pão e caramelo, combina com o pão italiano tostado no forno e atenua a acidez do tomate. Enquanto isso, os aromas herbais e florais trazidos pelo lúpulo complementam o sabor do manjericão, e o amargor residual equilibra a untuosidade do azeite e do queijo.

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Daniel Wolff entende tudo de cervejas. Além de sommelier, é dono da rede de franquias Mestre-Cervejeiro.com


guia Tutano

restaurantes da ediçã o aizu

Foi-se a época que Curitiba perdia feio para São Paulo em matéria de comida japonesa! O Aizu é um restaurante contemporâneo que aposta em um menu pequeno, porém muito audacioso, com pratos como o polvo trufado e o Ussuzukuri, peixe com corte tão fininho que parece papel. O Aizu é para paladares exigentes, que querem se surpreender com a criatividade dos sushimen e experimentar ouriço, enguia e outras iguarias da culinária oriental. R. Senador Xavier da Silva, 19 – São Francisco (41) 3073-0420 Aberto de terça a sexta, das 11h30 às 14h, e sábados, das 12h às 14h30 para almoço. Para o jantar, de segunda a quinta, das 19h às 23h, e sextas e sábados, das 19h à 0h.

Officina Restô Bar

Você entra agora em uma zona livre de estresse! É com essa frase na parede que o Officina Restô Bar convida todos a entrarem e aproveitarem os coquetéis criativos do bartender Diego Bastos e o cardápio da Jacqueline Schaidt. O clima meio de restaurante e meio de bar aparece no menu com três páginas de drinques, entre autorais, clássicos e até mesmo alguns feitos com chá e o cardápio com mais de 50 opções entre entradas, sanduíches, pratos, saladas e sobremesas. Toda a decoração do ambiente foi pensada para deixar as pessoas à vontade para aproveitar a casa sem pressa. R. Carlos de Carvalho, 1.154 Aberto de terça a quinta, das 18h à 1h Sextas e sábados, das 18h às 2h (41) 3402-0986 / (41) 3402-0984 www.officinarestobar.com.br

Quintana Café e Restaurante

Livros, café, doces e gastronomia responsável. O resultado do cuidado da chef Gabriela Carvalho com a escolha dos ingredientes orgânicos aparece nos pedaços imensos das tortas e nas compotas feitas com cascas de fruta, sucesso de vendas na casa. Os vários livros da biblioteca estão sempre disponíveis para o empréstimo e não tem como não se inspirar com as frases de Mario Quintana espalhadas pelo restaurante. Durante o almoço serve culinária dos quatro cantos do mundo em um bufê que é uma verdadeira viagem. Av. do Batel, 1.440 – Batel (41) 3078-8944 Aberto de segunda a domingo, das 11h30 às 16 horas.

Tiger Cocktails

Fazendo referência aos Tigers Bars da época da Lei Seca nos Estados Unidos, o Tiger Cocktails fica escondidinho em uma sala anexa ao restaurante Lagundri. Mas a discrição acaba por aí, dentro do Tiger Cocktails os bartenders fazem malabarismo e preparam os coquetéis na frente dos clientes. Os drinques clássicos são a aposta da casa, o que não quer dizer que ela não inova nos autorais. Comidinhas de bar ganham novas versões, como as batatas fritas que são feitas com batata-inglesa, mandioca e batata-doce. R. Saldanha Marinho, 1.071 (41) 3232-7758 Aberto de segunda a sábado, das 18h30 às 23h30.

LA BOCA

O bairro La Boca, em Buenos Aires, é inspiração para o nome e o estilo do bar e restaurante. A carta de cervejas conta com rótulos dos hermanos argentinos e os sucessos da casa são o polvo espanhol na chapa e o lombo de lula. Mas preste atenção que o pessoal de lá é criativo! Toda semana tem um cardápio diferente! R. Visconde do Rio Branco, 367 – Mercês (41) 3323-5147 Aberto de segunda a sexta, das 11h30 à 0h30, e sábado, das 11h30 às 15h (fecha entre 14h e 17h30).

Sucré

A chef Lia Quinderé, da Sucré Patisserie, se formou na França pela renomada escola de gastronomia Le Cordon Bleu e voltou para o Brasil cheia de novas ideias. A chef sabe bem como abrasileirar os cremeaux e macarrons com o cajá, a flor de sal e o cacau da Bahia. A Sucré fica lá em Fortaleza e tem uma revendedora no Piauí e outra em São Paulo, mas enquanto as delícias não chegam por aqui, vale encomendar no site! R. Nunes Valente, 1.310 – Aldeota – Fortaleza (85) 3268-2983 www.sucre.com.br/loja

Le Voleur de Vélo

O nome vem do filme “O Ladrão de Bicicletas”, do cineasta italiano Vittorio de Sica, e o bar também é uma loja de bicicletas e seus equipamentos. Mas o público cativo vai lá por causa do ambiente descontraído, da trilha sonora e, é claro, pela carta com mais de 250 drinques e aperitivos inusitados. A caipirinha de blueberry da casa foi eleita pela revista Veja como a melhor de Curitiba e os petiscos são combinações criativas, como o queijo coalho com ganache de café, gel de coco, picles de abóbora e espuma de menta. Para completar a atmosfera alternativa, o bar também aceita cachorros. Al. Presidente Taunay, 543 (41) 3079-6750 Abre de terça a sexta, das 17h30 às 23h30, e sábado, das 16h à 1h www.facebook.com/levoleur.develo

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HAPPY HOUR

M

O W C S O

Na década de 1940, a vodca não era a bebida mais

popular dos EUA. Numa bela noite californiana, um empresário representante da Smirnoff puxou conversa com o dono de um bar que tinha um grande estoque de ginger beer para desovar. Resolveram juntar os dois ingredientes em um drinque refrescante e inovador. Mas o toque de Midas foi quando conheceram uma imigrante russa com mais de duas mil canecas de cobre para vender. Iriam servir o Moscow Mule na caneca, que virou um clássico da coquetelaria. O resto é lenda e serve para sua próxima xavecada na night curitibana. Por aqui, não temos ginger beer, mas alguns barmen usam a receita do Moscow Mule como inspiração. É o caso do Curitiba Mule, do Officina Restô Bar, criado por Diego Bastos. A ideia foi deixar o coquetel mais brasileiro, por isso usou cachaça de jequitibá com tintura artesanal de canela para dar algumas notas de especiarias. O topo é composto de espuma de tangerina e limão. Yes, nós temos Mule!

Três bares curitibanos para pedir seu Mule ou suas releituras made in Brazil Officina Restô Bar Rua Carlos de Carvalho, 1.154 www.officinarestobar.com.br Tiger Cocktails Rua Saldanha Marinho, 1.071 www.lagundri.com.br/tiger Le Voleur de Velo Al. Presidente Taunay, 543 www.fb.com/levoleur.develo

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E MUL


travelboxbrazil

a viDa É UMa viaGeM e ela PoDe Ser DeliCioSaMeNte aPiMeNtaDa, DoCe e SalGaDa. tUDo JUNto, ao MeSMo teMPo. Pra variar CoM beto MaDaloSSo, terÇa ÀS 20H. Um programa de culinária pra todo mundo que gosta de variar. Assista nas operadoras GVT (canal 79), BR Telecom, Cable Bahia, CCS, CTBC, Image Telecom, Sim TV, TV Caratinga, TV Cidade e VSAT.

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