AHEAD
mag
ARTE VIVA NAS PAREDES DE MELBOURNE LIVING ART IN THE WALLS OF MELBOURNE MCLAREN DESEMBARCA NO BRASIL MCLAREN ARRIVES IN BRAZIL
ESTILISTA DA EGREY CRIA MODA ATEMPORAL STYLIST OF EGREY CREATES TIMELESS FASHION Nยบ. 4/ 2018
P OWE RE D BY AV I A N CA BR AS I L
DETALHE DE UMA SUCULENTA DO Gร NERO ECHEVERIA PAG. 70 // DETAIL OF A SUCCULENT OF THE GENUS ECHEVERIA P. 70
QUANDO O DESIGN FALA, ATÉ O TEM
2018 | S ÃO PAU LO - E N T R E G A D O P R I M E I RO E D I F Í C
46 A 94M² | 1 OU 2 VAGAS | VISITA SOB A
11 3181.6280 | cyrela.com.br
CONCEPÇÃO DO PROJETO E DESIGN: PININFARINA. CYRELA BRAZIL REALTY. CRECI CYRELA: J-17.592. MEMORIAL DE INCORPORAÇÃO REGISTRADO EM 24/6/2014 SOB O R.4, NA MATRÍCULA Nº 184.642 DO 4º CARTÓRIO DE REG EQUIPAMENTOS ENTREGUES CONFORME MEMORIAL DESCRITIVO.
MPO FICA EM SILÊNCIO PARA OUVIR.
C I O COM A RQ U I T E T U R A P I N I N FA R I N A D O MU N D O
AGENDAMENTO - RUA FIANDEIRAS, 705
GISTRO DE IMÓVEIS DE SÃO PAULO-SP. ACABAMENTOS, QUANTIDADE DE MOBILIÁRIO E
REALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO:
APAIXONE-SE PELO
Confor to O nosso maior espaço entre poltronas existe para que o seu conforto esteja garantido em todas as aeronaves. Trabalhando durante o voo ou apenas relaxando com nosso sistema de entretenimento você vai se apaixonar pela Avianca. Boa viagem!
/AviancaBrasil avianca.com.br
sumário SUMMARY
Galeria de arte expõe nova fase de Virgilio Neves
Art gallery exhibits Virgilio Neves’ new phase
LIFESTYLE
16
Boas novidades ao redor do mundo
38
Roteiro pelas melhores boulangeries de Paris
46
Trio de sucesso: vinho, queijo e ghee
48
A moda atemporal de Eduardo Toldi
54
Inspirações do designer Jader Almeida
60
Mobiliário contemporâneo e autoral
68
Produtos inspirados na arte
18
Good novelties from around the world Museus com vistas imperdíveis
Museums with superb views
22
Lançamentos da temporada com curadoria
30
Trilhas sonoras que transformam o cinema
Season launches with curatorship Soundtracks that transform the movies
A guide of the best Parisian boulangeries Successful trio: wine, cheese and ghee The timeless fashion of Eduardo Toldi Inspirations of designer Jader Almeida Contemporary auteur furniture Products inspired by art
72 McLaren finalmente chega ao Brasil // McLaren finally arrives in Brazil
fotos/photos: Divulgação e Benjamin Ashton
14
62 A beleza dos grafites de Melbourne // The beauty of Melbourne’s graffiti
expediente CONTRIBUTORS Diretor Executivo Carlos Koga c.koga@mediaonboard.com.br Editora Camila Balthazar camila@mediaonboard.com.br Marketing Priscila Soares priscila@mediaonboard.com.br Produção Guiomar Barbuto guiomar@mediaonboard.com.br Gerente de Publicidade Marcelo Simões marcelo@mediaonboard.com.br Executiva de Conta Valéria Alves valeria@mediaonboard.com.br Financeiro Jane Elaine jane@mediaonboard.com.br Assistente de Direção George Tebet george@mediaonboard.com.br Projeto Gráfico Leandro Guima Designer Ana Carol Abreu anacarolina@mediaonboard.com.br Revisão TGA Idiomas Tradução Ricardo Moura Assessoria Jurídica Savatore Morello Advogados contato@savatoremorello.com.br Colaboradores Caio Vilela, Carla Lencastre, Dolores Orosco, Dunia Schneider, Edison Veiga, Felipe Seffrin, Marilia Marasciulo, Raphael Calles, Rodrigo Mora ahead.mag
PARA ANUNCIAR comercial@mediaonboard.com.br (55 11) 5505-0078 Distribuição: Avianca Brasil Business Class, Lounge VIP Star Alliance e hotéis Fasano São Paulo, Hyatt São Paulo, Palácio Tangará São Paulo, Tivoli Mofarrej São Paulo e Yoo2 Rio de Janeiro
POTENCY
82
Os carros clássicos leiloados mais caros
88
A cultura do futebol pelas ruas do mundo
96
Fabio Coelho indica seu livro preferido
98
Matérias inspiram novas descobertas
The most expensive auctioned classic cars Football culture around the streets of the world Fabio Coelho points out his favorite book Articles that inspire new discoveries
20 Onde encontrar clássicos de Van Gogh
// Where to find Van Gogh classics
Almond Blossom, 1890, Vincent van Gogh Van Gogh Museum, Amsterdam (Vincent van Gogh Foundation) Oil on canvas, 73.3 cm x 92.4 cm
Impressão: Nywgraf Tiragem: 10.000 exemplares Periodicidade: Bimestral Todos os direitos reservados
A AHEAD é uma publicação da Media Onboard. As pessoas que não constam do expediente da revista não têm autorização para falar em nome da revista. É necessário uma carta de autorização, atualizada e datada em papel timbrado assinada pelos editores. Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos colunistas e fica expressamente proibido a reprodução total ou parcial sem autorização prévia. Media Onboard (55 11) 5505-0078 Rua Pensilvânia, 1126 Brooklin São Paulo - SP CEP: 04564 003
LETTER
O QUE NOS INSPIRA? WHAT INSPIRES US? Essa é uma pergunta que sempre traz boas respostas. E não existe certo ou errado. O estilista Eduardo Toldi, um dos entrevistados desta edição, disse que até a Leroy Merlin o inspira. Não poderia existir resposta melhor. Quando pensamos no conteúdo desta revista, esse é o sentimento que guia nossas escolhas – mesmo sabendo que inspirações são subjetivas e dependem muito do nosso momento, das nossas prioridades, dos nossos sonhos. Mas alguns clássicos têm chances altas de reverberar no nosso imaginário. Trilhas sonoras de filmes são um bom exemplo. Como disse o repórter, cinéfilo e DJ nas horas vagas, Felipe Seffrin, é difícil imaginar clássicos como “Tubarão” sem aquela alternância aterrorizante de apenas duas notas na tuba, ou “Psicose” sem o ruído estridente dos violinos na cena do chuveiro. Uns dias depois de ler essa matéria, percebi que eu prestava mais atenção às músicas do que antes – e até escolhi a dedo a trilha sonora para escrever este texto. Um roteiro por boulangeries e pâtisseries de Paris também tem esse poder. Cada lugar traz a sua própria versão dos coloridos macarons e das baguetes. Cada padeiro apresenta invenções inusitadas e carrega uma história por trás de uma fachada fofa na capital francesa. É só pensar no cheiro de um pain au chocolat para nos transportarmos para lá. E daí em diante cada um de nós pode trazer suas próprias memórias e criar novas ideias. O grafite colore Melbourne, na Austrália. A McLaren abre as portas no Brasil – e lá vamos nós nos lembrar da vinheta “pam-pam-paaam”, que tocou tantas vezes na Globo quando Ayrton Senna ganhava uma corrida de Fórmula 1. O designer Jader Almeida cria peças atemporais. O fotógrafo Caio Vilela viaja o mundo eternizando partidas de futebol de rua. Há muitas motivações por trás dessas histórias que contamos nesta edição. E todas nos tocam de um jeito diferente. Depende de quem somos e do que buscamos.
// That question always brings interesting answers. Moreover, there is no right or wrong. Stylist Eduardo Toldi, one of this edition’s interviewees, says that even Leroy Merlin inspires him. You could not hope for a better answer. When we reflect about the content of this magazine, this is the feeling guiding our choices – even knowing that inspiration is so subjective and depends a lot on our moment, our priorities and our dreams. However, some classics have high chances of reverberating in our imaginary. Movie soundtracks are a good example. As says reporter, movie buff and part-time DJ Felipe Seffrin, it is hard to imagine classics like “Jaws” without that frightening alternation of a mere two notes on the tuba, or “Psycho” without the strident sound of the violins in the shower scene. A few days after reading this piece, I noticed that I was paying more attention to the music than before – and even handpicked the soundtrack to write this text. A tour of Parisian boulangeries and patisseries also has that power. Each place brings its own version of the colorful macarons and baguettes. Each boulanger presents unique inventions and carries a history behind the cute façades of the Parisian capital. All we have to do is imagine the aroma of a pain au chocolat and we are carried over there. From there on, each one of us can bring his/her own recollections and concoct new ideas. Graffiti paints Melbourne, in Australia. McLaren opens its doors in Brazil – and there we go remembering the “pam-pam-paaam” vignette that was played so many times when Ayrton Senna won a F1 race. Designer Jader Almeida creates timeless pieces. Photographer Caio Vilela travels the world turning street football games into something eternal. There are many motivations behind the stories we tell in this edition. All of them touch us in a different way. It all depends on who we are and what we are searching for.
Camila Balthazar EDITORA/ EDITOR
12 | AHEAD mag
REFERÊNCIAS DO PASSADO, TENDÊNCIAS DO FUTURO.
Gerardo Andriello visitou o Espaço Cardeal, em São Paulo. andriello.com.br gerardoandriello gerardo_andriello
A TRADIÇÃO NOS INSPIRA
PORTRAIT
Formas submersas SUNKEN FORMS por/by Camila
Balthazar
Uma série de pinturas em acrílica sobre papel, batizada de SUB. Como explica o artista plástico Virgilio Neves, são imagens até então submersas no plano subconsciente. São fluidas, suaves. Expostas na Galeria VilaNova, essas linhas, formas e cores buscam a superfície, a visibilidade. “Vejo em suas peças a força e sofisticação dos traços que marcaram sua carreira”, conta a curadora e proprietária da galeria, Bianca Boeckel. “Essa nova fase do Virgilio retrata um artista maduro, consciente e em busca de mudanças positivas para ele e para sua obra.”
// A series of paintings in acrylic on paper called SUB. As the artist Virgilio Neves explains, these are images until then submerged in the plane of the subconscious. They are fluid, soft. Exhibited in Galeria VilaNova, these lines, forms and colors search for the surface, for visibility. “I see in his pieces the strength and sophistication of traces that have marked his career,” explains curator and gallery owner Bianca Boeckel. “In this new phase, Virgilio shows maturity, consciousness and a search for positive changes for him as well as for his work.”
Virgilio Neves Sub, 2017 Acrílica sobre papel / Acrylic on paper 33 x 25cm
Galeria VilaNova
foto/photo: Divulgação
Rua Domingos Leme, 73 – Vila Nova Conceição – São Paulo galeriavilanova.com.br
14 | AHEAD mag
EXPLORE
NOVIDADES por/by Marília
Marasciulo
NATUREZA NO PRATO
Estilo praiano
Nature on the plate
Beach style
O restaurante vegano Planta mal chegou a Miami e já virou queridinho da cidade. O menu é todo baseado em plantas e inclui ceviches, saladas, pizzas, sushi e sobremesas. Os drinks são inspirados no jardim do restaurante. // Vegan restaurant Planta has just arrived in Miami and already became the darling of the town. The menu is all plant-based and includes ceviches, salads, pizzas, sushi and desserts. The drinks take their inspiration from the restaurant’s garden.
Porto Rico ganhou um novo e luxuoso empreendimento: o Serafina Beach Hotel. Os quartos com um quê dos anos 1960 e decorados em tons de azul e branco têm vista para o mar caribenho de San Juan.
plantarestaurants.com
// Puerto Rico gained a new and luxurious endeavor: Serafina Beach Hotel. The 1960s-style rooms are decorated in tones of white and blue and have a view to San Juan’s Caribbean Sea. serafinabeachhotel.com
16 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
NOVELTIES
Jogos em Dubai Games in Dubai Do alto do 31º andar do Sofitel Dubai Downtown, com janelas de vidro do teto ao chão, o Player Sports Bar quebra o estereótipo de bares de esporte escuros e enfumaçados. Além dos telões com jogos, há mesas de sinuca e pebolim para quem gosta de uma ação. // From the heights of the 31st floor of Sofitel Dubai Downtown, with glass walls from floor to ceiling, Player Sports Bar breaks with the stereotype of dark and smoky sports bars. Besides the big screens showing games, there are pool tables and table football for those in search of some action. sofitel-dubai-downtown.com
Da Índia para Londres From India to London O Chokhi Dhani, restaurante indiano da luxuosa cadeia de hotéis de mesmo nome, inaugurou sua primeira unidade em Londres. Uma escultura em bronze de um elefante em tamanho real dá o tom ao ambiente. // Chokhi Dhani, Indian restaurant of the luxurious hotel chain of the same name, inaugurated its first unit in London. A lifesize bronze sculpture of an elephant sets the ambiance tone. chokhidhani.co.uk
DRINKS BOTÂNICOS Botanical drinks O Le Bar Botaniste recém completou um ano, mas já é referência na coquetelaria de Paris. Em abril, o bar do hotel Shangri-La lançou uma nova carta com 20 coquetéis, inspirados no herbalismo. A apresentação das bebidas impressiona: o Néktar é servido em um copo com formato de abelha, e o Nautilus é decorado com conchas. // Le Bar Botaniste has just celebrated its first anniversary, but is already a reference in Parisian cocktails. In April, the Shangri-La hotel bar launched a new list with 20 herbalism-inspired cocktails. The presentation of the beverages is impressive: Néktar is served in a bee-shaped glass and Nautilus is decorated with seashells. shangri-la.com
17 | AHEAD mag
EXPLORE
MUSEUS COM VISTA por/by Marília
Marasciulo
ARTE À BEIRA-RIO Riverside art Uma antiga central elétrica às margens do rio Tâmisa, em Londres, foi transformada em galeria de arte moderna. O Tate Modern promove mostras temporárias e tem artistas como Picasso e Matisse em sua coleção, além de uma bela vista para a Catedral de St. Paul e os prédios de Bank. // An old power station by the Thames River, in London, was transformed into a modern art gallery. Tate Modern has temporary exhibits and artists like Picasso and Matisse in its collection, as well as a gorgeous view to St Paul’s Cathedral and the Bank buildings. tate.org.uk
Na cratera do vulcão On the volcano’s crater O prédio do Auckland War Memorial Museum, um dos mais importantes da Nova Zelândia, fica em um parque no topo de um vulcão inativo, com vista para o skyline da cidade. // One of the New Zealand’s most important museum, The Auckland War Memorial building is set on a park at the top of an inactive volcano, with a view to the city’s skyline. aucklandmuseum.com
18 | AHEAD mag
fotos/photos: Shutterstock, C.Koga e divulgação
MUSEUMS WITH A VIEW
TOPO DA MONTANHA Top of the mountain Na zona oeste de Los Angeles, o museu Getty Center combina arte, arquitetura e uma vista de tirar o fôlego. Em dias de céu limpo é possível avistar desde as montanhas até o mar. Suas galerias contam a história desde os tempos medievais até os dias de hoje. // Located in Los Angeles’ Westside, Getty Center museum combines art, architecture and a breathtaking view. On a clear day, it is possible to see from the mountains to the sea. Its galleries narrate history from medieval to contemporary times. getty.edu
Luz natural Natural light O novo edifício do Whitney Museum of American Art fica entre a High Line e o Rio Hudson, em Nova York. Vá para ver as mais de 23 mil obras da coleção de arte moderna, fique para o pôr do sol no terraço e emende um jantar em algum dos restaurantes do bairro Meatpacking. // The new Whitney Museum of American Art building is located between the High Line and the Hudson River, in New York. There you can see 23 thousand works from the modern art collection and stay to witness the sunset at the terrace, following it with dinner at one of the Meatpacking District restaurants. whitney.org
19 | AHEAD mag
EXPLORE
Gênio holandês DUTCH GENIUS
por/by Felipe
Seffrin
Três museus para admirar Vincent Willem Van Gogh, um dos artistas mais influentes da história da arte, conhecido pela impulsividade dramática nas pinceladas e na vida real: foi em um ataque de raiva que ele cortou a própria orelha. Three museums to admire Vincent Willem Van Gogh, one of the most influent painters in art history, renowned for the dramatic impulsiveness in his brushstrokes as well as in real life: during a temper tantrum, he severed his own ear.
NOVA YORK MOMA PEARL
Em cartas para o pintor Émile Bernard, Van Gogh classificou o quadro “Noite Estrelada” como um “fracasso”. O holandês pintou a obra em 1889, durante sua internação voluntária em um hospício, após a automutilação da orelha. O quadro é uma das principais peças do MoMa, que também exibe as pinturas “Retrato de Joseph Roulin” e “Olive Trees”.
// In letters to painter Émile Bernard, Van Gogh categorized his painting “Starry Night” as “a failure”. The Dutch artist painted the work in 1889, during his voluntary internment in an insane asylum, after the self-mutilation of his ear. The painting is one of the main pieces at MoMa, which also exhibits the paintings “Portrait of Joseph Roulin” and “Olive Trees”.
MoMa - 11 West 53 Street - moma.org
20 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
Pérola do MoMa
AMSTERDÃ
Todas as faces de Van Gogh THE MANY FACES OF VAN GOGH Uma fila gigantesca se forma em frente ao Museu Van Gogh todas as manhãs – e permanece longa o dia inteiro. Mais de 200 obras estão expostas em ordem cronológica, permitindo um mergulho em todas as fases do gênio holandês. Os destaques são as obras-primas “Os comedores de batatas”, “Girassóis”, “Amendoeira em flor” e “O semeador”. O museu também exibe objetos pessoais do artista. // A huge line forms in front of Van Gogh Museum every morning – and stays there the whole day. More than 200 works are exhibited in chronological order, allowing for an immersion into all the phases of the Dutch genius. Highlights go to the masterpieces “The Potato Eaters”, “Sunflowers”, “Almond Blossom” and “The Sower”. The museum also exhibits personal objects that belonged to the artist. Van Gogh Museum - Museumplein 6 vangoghmuseum.nl
MOSCOU
Tesouro comunista COMMUNIST TREASURE O Museu Pushkin tem um acervo com mais de 700 mil obras, entre as quais “A Vinha Encarnada”, um dos poucos quadros vendidos por Van Gogh em vida. A obra foi adquirida por uma colecionadora belga em 1890, e depois comprada por um empresário russo. Após a revolução de 1917, ficou na mão dos bolcheviques, até parar no museu. // Pushkin Museum has a collection of over 700 thousand works, among which “The Red Vineyard”, one of the few paintings sold by Van Gogh during his lifetime. A Belgian collector purchased the painting in 1890 and afterwards sold it to a Russian entrepreneur. After the 1917 Revolution, it fell into the hands of the Bolsheviks before making it to the walls of the museum. Museu Pushkin - Ulitsa Volkhonka, 12 - pushkinmuseum.art
21 | AHEAD mag
PREVIEW
COLEÇÃO DE MOMENTOS
Cor mais quente THE HOTTEST COLOR
por/by Raphael
Calles
MOCHILA CHRISTIAN LOUBOUTIN BACKLOUBI Estampada e cheia de atitude, a mochila acompanha homens e mulheres. São dois bolsos externos com zíper e uma alças revestidas em couro com inserção de rebites. // CHRISTIAN LOUBOUTIN BACKLOUBI BACKPACK Printed and full of attitude, this backpack accompanies men and women. It has two external pockets with zipper and grain leather-reinforced studded shoulder straps.
ÓCULOS DE SOL PRADA TAPESTRY COLLECTION O modelo tem veludo colorido aplicado em quase toda a armação. O material é trabalhado com a técnica trompe-l’oeil, que cria ilusão de ótica tridimensional.
R$ 5.990 - christianlouboutin.com
// PRADA TAPESTRY COLLECTION SUNGLASSES The model has colorful velvet applied to nearly the whole frame. The material is worked with the trompe-l’oeil technique, which creates a 3-D optical illusion. R$ 2.040 - sunglasshut.com/br
PERFUME MISS DIOR ROLLER-PEARL Frasco em miniatura e aplicador roll-on com esfera de cristal evitam desperdício. O formato e o tamanho também o tornam ideal para uma viagem, pois pode ser carregado na bagagem de mão.
Desenvolvida por Claudia Jatahy, a nova linha de joias Animale destaca as pedras. Neste caso, rubelita e turmalinas. // ISTANBUL COLOR ANIMALE ICONS COLLECTION RING Designed by Claudia Jatahy, the highlight of the new line of Animale jewelry are the stones. In this case, rubelites and tourmalines. R$ 21.390 - animale.com.br
JOGO DE SOMBRAS SOLAR GLOW TIMES NINE MAC O compacto estojo traz nove sombras em tons metálicos, permitindo uma vasta combinação de cores. // SOLAR GLOW TIMES NINE MAC EYE SHADOW PALETTE This compact case brings nine shadows in metallic tones, allowing for a vast combination of colors. R$ 159 - maccosmetics.com.br
22 | AHEAD mag
// MISS DIOR ROLLER-PEARL PERFUME Miniature vial and roll-on applier with crystal sphere to avoid wastage. The format and size also make it ideal for travelling, since it can be carried in hand luggage. R$ 159 - dior.com
fotos/photos: Divulgação
ANEL ISTAMBUL COLOR ANIMALE ICONS COLLECTION
calvinklein.com.br
PREVIEW
COLEÇÃO DE MOMENTOS
Estilo na medida STYLE IN THE RIGHT MEASURE
por/by Raphael
Calles
UÍSQUE THE MACALLAN FINE OAK Este single malt visitou três tipos de barris antes de ir para a garrafa: carvalho americano que recebeu vinho de Jerez antes do uísque, carvalho europeu também com Jerez e carvalho americano com Bourbon. No Brasil, está disponível na versão 12 anos. // THE MACALLAN FINE OAK WHISKEY This single malt visited three types of barrels before being bottled: American oak that received sherry wine before the whiskey, European oak also with sherry and American oak with Bourbon. In Brazil, it is available in its 12-year version. R$ 290 - aurora.com.br
ABOTOADURA TIFFANY AIRPLANE As abotoaduras feitas em prata retratam pequenos aviões cheios de detalhes, inclusive com perfurações para representar as janelas. // TIFFANY AIRPLANE CUFFLINKS The silver cufflinks depict small aircraft full of details, including holes to represent the windows.
OXFORD HUGO BOSS Este modelo é confortável e mistura couro de bezerro e tecido, transitando bem em ocasiões dia e noite.
R$ 1.620 - tiffany.com.br
// OXFORD HUGO BOSS This model is comfortable and mixes calfskin and fabric, making a good transition between daytime and nighttime occasions. Preço sob consulta / Price upon request hugoboss.com
CANETA MONTBLANC MEISTERSTÜCK LE PETIT PRINCE SOLITAIRE
A armação de receituário tem clipes que transformam a peça em óculos de sol. O posicionamento invisível dos ímãs para a haste solar deixa a peça discreta e moderna. // EMPORIO ARMANI SPECIAL PROJECT EYEGLASSES The prescription frames have clips that transform the piece into sunglasses. The invisible positioning of the magnets for the solar rod leaves the piece discreet and modern.
// MONTBLANC MEISTERSTÜCK LE PETIT PRINCE SOLITAIRE PEN Sketches of the fox from the book “Le Petit Prince” are engraved in the body of this pen. The tip has a gold engraving of the characters, and the cap presents words from the works of Antoine de Saint-Exupéry. R$ 7.200 - montblanc.com
R$ 550 - sunglasshut.com/br
24 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
Traços da raposa do livro “O Pequeno Príncipe” estão gravados no corpo desta caneta. A pena tem uma gravação em ouro dos personagens, e a tampa apresenta palavras da obra de Antoine de Saint-Exupéry.
ÓCULOS EMPORIO ARMANI SPECIAL PROJECT
Viva com mais emoção. Porsche Macan. A partir de R$ 315.000,00*
Respeite a sinalização de trânsito.
*Condições válidas para o modelo Macan 2.0 (18/18) até durar nosso estoque. Pintura metálica e frete não inclusos.
São Paulo (Matriz) (11) 5644-6700 Campinas (19) 2122-9900 Ribeirão Preto (16) 3516-8300 Porto Alegre (51) 3083-6100 Florianópolis (48) 2107-4070 Curitiba (41) 3333-3113 Rio de Janeiro (21) 2495-5959 Recife (81) 3312-0950
stuttgartporsche.com.br
stuttgartporsche
PROMO
COLEÇÃO DE MOMENTOS
Conforto urbano URBAN COMFORT
por/by Aramis
Menswear
JAQUETA DUPLA FACE Peça curinga para as composições de inverno, esta jaqueta com duas faces completa qualquer combinação e transita entre looks dia e noite. // DOUBLE-FACED JACKET A garment for all winter compositions, this double-faced jacket will match any style, being a sure bet for your look during the day or at night. R$ 869,00 - aramis.com.br
POLO QUADRICULADO FLORAL Uma peça com atitude que expressa jovialidade na padronagem, perfeita para combinar com jeans em ocasiões informais. // FLORAL CHECKERED POLO A garment with attitude, expressing joviality in its pattern, offering a perfect match with jeans on casual occasions.
JAQUETA MATELASSÊ Feita em nylon com acabamento impecável, esta jaqueta chega com diferentes opções de cores e segue em alta nesta temporada. // MATELASSE JACKET Made out of nylon and with impeccable finishing, this jacket comes in different color options and will be very popular this season.
R$ 279,00 - aramis.com.br
R$ 529,00 - aramis.com.br
R$ 599,00 - aramis.com.br
26 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
BOTA COURO DETALHE MALHA Este modelo coturno combina com jeans escuro e camisa xadrez para compor um look atual e urbano. // LEATHER BOOT WITH KNIT DETAIL This combat boot model matches with dark jeans and a plaid shirt to compose a contemporary urban look.
L A N Ç A M E N T O
PERSPECTIVA ILUSTRADA DA FACHADA
1 E 2 DORMITÓRIOS | LOFTS RUA JOSÉ MARIA LISBOA, 757 W WW. L U M I N U S JARDINS.COM.BR I N T ER M ED I AÇ ÃO :
11 3 616-0106 C O N S T R U Ç ÃO :
G E S TÃO :
R E A L IZ AÇ ÃO :
G E S TÃO E R E A L IZ AÇ ÃO :
Memorial registrado sob no 04, na matrícula no 194.802 do 4o Cartório de Registro de Imóveis, em 4/4/2018. O projeto encontra-se aprovado conforme Alvará de Aprovação de Edificação Nova n o 2018/02473-00, de 22/2/2018, da Prefeitura de São Paulo. Bem Imobiliária: Av. Dr. Cardoso de Melo, 1.340 – Vila Olímpia – São Paulo – Tel.: (11) 3841-1333 – Creci: 20197-J. Abyara – Central de Atendimento: Av. República do Líbano, 1.110 – Ibirapuera – São Paulo – Tel.: (11) 3888-9100 – Creci: 20.363-J. Fernandez Mera: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4.910 – São Paulo – Tel.: (11) 3966-1005 Creci: 22.061-J. A vegetação que compõe o paisagismo retratado nas perspectivas é meramente ilustrativa e apresenta porte adulto de referência. Na entrega do empreendimento, essa vegetação poderá apresentar diferenças de tamanho e porte, mas estará de acordo com o projeto paisagístico. A vista apresentada na imagem ilustrativa é meramente elucidativa, não sendo a fotografia exata do local.
PREVIEW
COLEÇÃO DE MOMENTOS
Clássicos pioneiros PIONEER CLASSICS
por/by Raphael
Calles
01 1 - ROLEX GMT-MASTER II Criado para a extinta companhia aérea PanAm, este Rolex ganhou o apelido de “Pepsi” por conta das cores na moldura. Agora, 63 anos depois, o modelo é relançado em aço inoxidável e com uma pulseira inédita, a “jubileu”. // ROLEX GMT-MASTER II Created for the extinct air carrier PanAm, this Rolex was nicknamed “Pepsi” due to the frame colors. Now, 63 years later, the model is reedited in stainless steel and with a new wristband, the “jubilee”. US$ 10 mil rolex.com
2 - PATEK PHILIPPE AQUANAUT CHRONOGRAPH Uma das mais tradicionais marcas de relógio do mundo entrega seu primeiro cronógrafo – função que permite a marcação do tempo decorrido – na linha Aquanaut, que tem apenas 21 anos de existência. // PATEK PHILIPPE AQUANAUT CHRONOGRAPH One of the world’s most traditional watch brands delivers its first chronograph – function that permits registering time elapsed – in the Aquanaut line, which is only 21 years old.
03
38.600 Francos Suíços patek.com
04
3 - OMEGA SEAMASTER PLANET OCEAN 600M O preto da cerâmica da caixa contrasta com as inserções alaranjadas. Os detalhes são ideais para ver a hora até 600 metros de profundidade debaixo d’água. //OMEGA SEAMASTER PLANET OCEAN 600M The black of the ceramics box contrasts with the orange insertions. The details are ideal for seeing the time up to 1,968 feet underwater. R$ 46.100 omegawatches.com
4 - MIDO BARONCELLI 2118 Para celebrar os cem anos da marca suíça, este relógio representa como deve ser o futuro dos modelos da Mido. Com caixa em aço com revestimento preto, o mostrador cinza antracite tem efeito de raios solares. //MIDO BARONCELLI 2118 To celebrate the centenary of the Swiss brand, this watch represents what the future of Mido models should look like. With steel case and black lining, the anthracite gray dial has solar ray effects. R$ 7.100 mido.ch
28 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
02
PLAY
SINFONIA DE CINEMA CINEMA SYMPHONY Não é coincidência: clássicos do cinema quase sempre são acompanhados por uma música marcante, com orquestras ou instrumentos específicos It is not a coincidence: movie classics are usually accompanied by striking music, from orchestras or specific instruments
Na abertura de “Taxi Driver”, de Martin Scorsese, um naipe de metais graves cria uma atmosfera dramática enquanto o carro do personagem de Robert De Niro e os primeiros créditos aparecem na tela. Logo em seguida, a música perturbadora se transforma em um leve solo de sax, numa cadência romântica de jazz, e a câmera foca o olhar solitário de Trevor. A trilha sonora de Bernard Herrmann pode não vir tão fácil à memória, mas é um exemplo perfeito da importância da música no cinema, criando uma metáfora perfeita da bipolaridade do protagonista. De certa maneira, a sétima arte pode até dispensar uma grande trilha sonora, mas se transforma em uma experiência muito mais complexa quando acompanhada de composições geniais. É difícil imaginar clássicos como “Tubarão” sem aquela alternância aterrorizante de apenas duas notas na tuba, “Psicose” sem o ruído estridente dos violinos na cena do chuveiro, ou mesmo “Titanic” sem aquela triste (e pegajosa) melodia em flauta que quase nos obriga a chorar. “Quando a música tem essa capacidade de força, de se associar à história ou aos personagens, empresta para o filme uma profundidade e um alcance muito maiores”, comenta o compositor Alexandre Guerra, autor das trilhas sonoras de filmes nacionais, como “O Tempo e o Vento” e “O Vendedor de Sonhos”. “Eu realmente acho que um filme com uma boa trilha provoca uma experiência quase sem paralelos no espectador.” Guerra lembra que, no início, a música se limitava a repli-
Seffrin
// In the first scene of Martin Scorsese’s “Taxi Driver”, a series of bass horn instruments sets a dramatic atmosphere as Robert De Niro’s car and the opening credits roll onscreen. In a few seconds, the disturbing music turns into a light sax solo, in a romantic jazz cadence, and the camera focuses on Travis’s lonely look. Bernard Herrmann’s soundtrack may not come easily to mind, but it is a perfect example of the importance of music in the movies, creating the perfect metaphor for the protagonist’s bipolarity. In a way, the Seventh Art may very well do without an incredible soundtrack, but becomes a much more complex experience when accompanied by brilliant compositions. It is difficult to imagine classics like “Jaws” without that frightful alternation of only two notes on the tuba; “Psycho” without the squeaky noise of the violins on the shower scene; or even “Titanic” without that sad (and corny) flute melody that almost forces us to cry. “When the music has this strong capacity of associating with the story or the characters, it lends the movie a much greater depth and reach,” comments composer Alexandre Guerra, author of soundtracks for Brazilian movies like “Time and the Wind” and “O Vendedor de Sonhos”. “I really think that a movie with a good soundtrack provokes an unparalleled experience for the spectator.” Guerra remembers that, in the beginning, music was limited to reproducing what appeared onscreen, like a romantic melody in a love scene, for example – something particularly necessary in silent film. However, beginning with the experiences of Soviet di-
30 | AHEAD mag
fotos/photos: Foto Reprodução: Columbia Pictures do Brasil
por/by Felipe
A brilhante composição musical de Bernard Herrmann dramatizou as cenas de Robert De Niro em “Taxi Driver”, de 1976 // Bernard Herrmann’s brilliant musical theme dramatized Robert De Niro’s scenes in 1976’s “Taxi Driver”
31 | AHEAD mag
PLAY
// Those unforgettable scenes: Uma Thurman and John Travolta dancing to Chuck Berry’s “You Never Can Tell” during a twist competition in 1994’s “Pulp Fiction”
32 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
Das cenas inesquecíveis: Uma Thurman e John Travolta dançando “You Never Can Tell”, de Chuck Berry, durante uma competição de twist no filme “Pulp Fiction”, de 1994
fotos/photos: Reprodução: Imagem Filmes e Getty Images
car o que havia em cena, como melodia romântica numa cena de amor, por exemplo – algo particularmente necessário no cinema mudo. Mas a partir das experiências do diretor soviético Sergei Eisenstein nos anos 1920 e 1930 e da evolução tecnológica que sincronizou som e imagem, a música deixou de ser redundante para ganhar protagonismo. E os pianistas nas salas de cinema deram lugar a orquestras nos estúdios. Foi só na sétima edição, em 1935, que trilha sonora e canção originais passaram a ser reconhecidas como categorias do Oscar pela Academia, em Los Angeles. A partir dali as produções passaram a investir cada vez mais em composições próprias e orquestras de mais de 100 componentes que ajudaram a transformar em clássicos obras como “As aventuras de Robin Hood” (1938), “E o Vento Levou” (1939), “Mágico de Oz” (1939) e “Casablanca” (1944). “A música definitivamente faz parte do cinema”, afirma Beto Villares, compositor de “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” e “Bingo: O Rei das Manhãs”. “Uma boa trilha consegue imprimir sonoridades próprias para cada filme. A história dita o ritmo da música, mas o enredo precisa da trilha para se desenvolver.” Desligue o som em um filme qualquer de terror e a tensão desaparece. O que falar dos musicais? Gene Kelly seria apenas um maluco tomando chuva. Essa força das composições no cinema é tão grande que podemos esquecer o nome dos diretores, atores e personagens, mas é fácil recordar temas de filmes, como “Superman”, “Indiana Jones”, “Star Wars”, “Jurassic Park” e “E.T”, todos do gênio John Williams. Se o assunto é faroeste, o assovio criado pelo maestro Ennio Morricone para “Três Homens e um Conflito”, há distantes cinco décadas, logo vem à mente – até para quem nunca viu o filme. E nada é tão associado à máfia quanto a música-tema solene criada por Nino Rota em “O Poderoso Chefão”. Enquanto a trilha sonora nos conduz de maneira subliminar, músicas-tema criam uma conexão que vai além das salas de cinema. Mas nem sempre é preciso uma grande orquestra. Quentin Tarantino é mestre em utilizar músicas existentes, vide a icônica dança de John Travolta e Uma Thurman em “Pulp Fiction”. “Forrest Gump” traz Bob Dylan, Elvis Presley, Simon & Garfunkel e outros hits. E na obra-prima “2001: Uma Odisseia no Espaço”, Stanley Kubrick usa composições clássicas do século 19. O cinema até poderia existir sem música, mas fica muito melhor com ela.
O compositor John Williams à frente da Orquestra Filarmônica Real durante a apresentação de “Star Wars: In Concert”, tour que roda o mundo desde 2009 // Composer John Williams in front of the Royal Philharmonic Orchestra during the presentation of “Star Wars: In Concert”that has toured the world since 2009
rector Sergei Eisenstein in the 1920s and 1930s, and the technological evolution that synchronized sound and image, music stopped being redundant and started gaining the status of protagonist. That was when movie hall pianists gave way to studio orchestras. It was only in its seventh edition, in 1935, that soundtrack and original song were recognized as Oscar categories by the Academy of Motion Picture Arts and Sciences of Los Angeles. That was when productions began to invest increasingly in original compositions and orchestras with more than 100 components, which helped to make classics out of works like “The Adventures of Robin Hood” (1938), “Gone with the Wind” (1939), “The Wizard of Oz” (1939) and “Casablanca” (1942). “Music is definitely a part of cinema,” says Beto Villares, composer of “The Year My Parents Went on Vacations” and “Bingo: The King of the Mornings”. “A good soundtrack can imprint each film with its own sounds. The story dictates the rhythm of the music, but the plot needs a soundtrack to develop.” Turn down the volume in any horror movie and the tension is gone. How about musicals? Gene Kelly would be only a lunatic getting drenched in the rain. This strength of movie music is so great that we can forget the name of directors, actors and characters, but it is easy to remember themes from movies like “Superman”, “Indiana Jones”, “Star Wars”, “Jurassic Park” and “E.T.”, all by the genius John Williams. If we are talking about westerns, the whistle created by maestro Ennio Morricone for “The Good, the Bad and the Ugly”, a distant five decades ago, comes immediately to mind – even for those who have never seen the film. And nothing is as associated with the mafia as the solemn theme created by Nino Rota for “The Godfather”. While the soundtrack conducts us subliminally, theme songs create a connection that goes beyond the movie theater. Moreover, a big orchestra is not always needed. Quentin Tarantino is a master at using pre-existing music, like in John Travolta and Uma Thurman’s iconic dance scene in “Pulp Fiction”. “Forrest Gump” has Bob Dylan, Elvis Presley, Simon & Garfunkel and other hits. And in the masterpiece “2001: A Space Odyssey”, Stanley Kubrick uses classical compositions from the 19th century. Movies do not need music to exist, but they are a lot better with it.
33 | AHEAD mag
QUATRO TRILHAS CLÁSSICAS:
FOUR CLASSIC SOUNDTRACKS:
“Psicose” (1960) / Bernard Herrmann Todo mundo se lembra da cena clássica no banheiro, com o rangido estridente de violinos. Mas a trilha de “Psicose” vai além, mantendo uma tensão ininterrupta dos créditos iniciais às aparições de Norma Bates. O curioso é que Alfred Hitchcock queria uma orquestra sinfônica de jazz completa. Mas, diante do orçamento limitado, o compositor Bernard Herrmann preferiu apostar em instrumentos de corda em um mesmo tom, criando uma atmosfera sombria e aterrorizante.
“Psycho” (1960) / Bernard Herrmann Everyone remembers the classic shower scene, with the shrill creak of the violins. However, the “Psycho” soundtrack goes way beyond that, keeping continuous tension from the title sequence to Norman Bates’ first on-screen appearances. Curiously, Alfred Hitchcock wanted a full symphonic jazz orchestra. Moreover, faced with a small budget, composer Bernard Herrmann preferred a choice of string instruments in the same tone, creating a somber and frightful atmosphere.
“Três Homens e um Conflito” (1966) / Ennio Morricone Morricone já produziu mais de 500 trilhas, entre obras-primas, como “Cinema Paradiso” e “Era uma vez no Oeste”. A trilha sonora composta para o clássico do diretor Sergio Leone é tão icônica que até quem não assistiu ao filme de faroeste sabe cantarolar um trechinho. O assovio seguido por ruídos de instrumentos de corda e sopro remete imediatamente à paisagem árida do oeste americano, com bolas de feno rolando e cowboys prontos para um confronto.
“The Good, the Bad and the Ugly” (1966) / Ennio Morricone Morricone has produced over 500 soundtracks, among them masterpieces like “Cinema Paradiso” and “Once Upon a Time in the West”. The soundtrack composed for director Sergio Leone’s classic is so iconic that even those who have never seen this western can sing a bit of it. The whistle followed by the noise of string and horn instruments immediately sends us to the arid landscape of the American West, with tumbleweeds rolling and cowboys ready for a gunfight.
34 | AHEAD mag
fotos/photos: Reprodução
PLAY
10 MELHORES TRILHAS DE TODOS OS TEMPOS, PELO AMERICAN FILM INSTITUTE // THE 10 GREATEST SOUNDTRACKS OF ALL TIME, ACCORDING TO THE AMERICAN FILM INSTITUTE 1- STAR WARS (1977) Compositor/ Composer: John Williams 2- E O VENTO LEVOU... (1939) // GONE WITH THE WIND
Compositor/ Composer: Max Steiner 3- LAWRENCE DA ARÁBIA (1962) // LAWRENCE OF ARABIA Compositor/ Composer:
Maurice Jarre 4- PSICOSE (1960) // PSYCHO
Compositor/ Composer: Bernard Herrmann 5- O PODEROSO CHEFÃO (1972) // THE GODFATHER Compositor/ Composer:
Nino Rota 6- TUBARÃO (1975) // JAWS
“2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968) / Trilha sonora pré-existente A obra-prima de Stanley Kubrick poderia ser bem diferente. O diretor sondou até a banda Pink Floyd para o trabalho e encomendou uma trilha sonora original ao compositor Alex North, mas, no fim, decidiu usar músicas préexistentes. Ao que tudo indica, foi uma boa escolha. A cena de abertura é um marco do cinema ao som épico de “Assim Falou Zaratustra”, de Richard Strauss, enquanto satélites dançam no espaço com a valsa “Danúbio Azul”, de Johann Strauss II.
“2001: A Space Odyssey” (1968) / Pre-existing material Stanley Kubrick’s masterpiece could be a lot different. The director even contacted English band Pink Floyd for the work and commissioned an original soundtrack from composer Alex North, but in the end decided to use pre-existing material. As it turned out, it was a good choice. The opening scene is a landmark of moviemaking to the epic sound of Richard Strauss’s “Also Sprach Zarathustra”, while satellites dance in space to Johann Strauss II’s “Blue Danube” waltz.
“Star Wars” (1977) / John Williams George Lucas pretendia usar músicas clássicas, como Kubrick fez em “2001”. Mas o diretor viu “Tubarão” e contratou John Williams. Em “Star Wars”, a música contribui diretamente no desenvolvimento da história: cada cenário e personagem possuem um tema marcante. Williams se inspirou em Gustav Holst, Igor Stravinsky e Richard Wagner para criar uma música de abertura empolgante e a inesquecível “Marcha Imperial”, que antecede Darth Vader em cena.
“Star Wars” (1977) / John Williams George Lucas wanted to use classical music as Kubrick did in “2001”. However, the director saw “Jaws” and immediately hired John Williams. In “Star Wars”, the music contributes directly to story development: each setting and character has a striking theme. Williams was inspired by Gustav Holst, Igor Stravinsky and Richard Wagner to create the exciting opening theme and the unforgettable “Imperial March”, which precedes Darth Vader’s entrance.
35 | AHEAD mag
Compositor/ Composer: John Williams 7- LAURA (1944) Compositor/ Composer: David Raksin 8- SETE HOMENS E UM DESTINO (1960) // THE MAGNIFICENT SEVEN Compositor/ Composer:
Elmer Bernstein 9- CHINATOWN (1974) Compositor/ Composer: Jerry Goldsmith 10- MATAR OU MORRER (1952) // HIGH NOON
Compositor/ Composer: Dimitri Tiomkin
MUSTgo por/by Camila
Art gardens
O artista impressionista Claude Monet viveu 43 anos em uma casa-ateliê na pequena vila Giverny, a 75 km de Paris. Monet projetou cada pedaço da paisagem que segue intacta até hoje. São cerejeiras, rosas, tulipas, peônias, salgueiros chorões, bambus e ninfeias. Tudo inspirou cor e arte. “Além da pintura e da jardinagem, não sou bom em nada”, disse ele na época. // Impressionist artist Claude Monet lived for 43 years in a studio house in the small village of Giverny, 46 miles from Paris. Monet designed each piece of the landscape, which remains intact until the present. There are cherry trees, roses, tulips, peonies, weeping willows, bamboos and lily pads. Everything inspired color and art. “Besides painting and gardening, I’m worthless at everything else,” he once said. 84 rue Claude Monet – Giverny – França fondation-monet.com
36 | AHEAD mag
fotos/photos: Luke Hayes
Jardins de arte
Balthazar
LIFESTYLE
PAG. 38 A ARTE DAS BOULANGERIES PARISIENSES THE ART OF PARISIAN BOULANGERIES PAG. 54 INSPIRAÇÕES DE UM DESIGNER AUTORAL INSPIRATIONS OF AN AUTEUR OF DESIGN PAG. 62 ARTE URBANA TRANSFORMA MELBOURNE URBAN ART TRANSFORMS MELBOURNE EGREY 37 | AHEAD mag
APPETITE
38 | AHEAD mag
AROMA DE PARIS THE AROMA OF PARIS Boulangeries e pâtisseries garantem a aura da capital francesa: uma vez lá, deixe-se conquistar pelo estômago Boulangeries and pâtisseries guarantee the aura of the French capital: once there, you will be conquered by your stomach por/by Edison
Veiga
fotos/photos: Divulgação
Baguetes da Maison Landemaine, boulangerie e pâtisserie fundada em 2006, que já conta com 14 estabelecimentos em Paris e dois em Tóquio // Baguettes from Maison Landemaine, boulangerie and patisserie founded in 2006, which already has 14 branches in Paris and two in Tokyo
39 | AHEAD mag
É
praticamente impossível andar um quarteirão em Paris sem se deparar com ao menos uma apetitosa (e cheirosa) padaria – no total, são 1217 na cidade. E a boa notícia é que, muito além das clássicas e irresistíveis baguetes, uma safra de criativos padeiros tem reinventado a arte e a delícia do pãozinho diário. Mas antes da imersão total, é preciso reconhecer a supremacia da baguete clássica francesa. Para isso, nada melhor do que uma paradinha na Brun, boulangerie que ganhou, na última edição da Chambre Professionnelle des Artisans Boulangers-Pâtissiers, o título de “melhor baguete francesa”. Por conta do prêmio, a Brun tornou-se a fornecedora oficial de baguetes para o presidente da França. Feito com fermentação natural – o levain –, o pão ostenta casca crocante com sabor levemente tostado, miolo suave e acidez na medida certa. A perfeição da fermentação está à vista, na beleza dos alvéolos. Paris, como toda bela cidade que se preze, é daquelas que merecem ser conhecidas a pé – com a ajuda do metrô apenas para chegar de um bairro a outro. Paris é para ser esquadrinhada com solas de sapato. Aí as padarias são
// It is almost impossible to walk down a block in Paris without coming across at least one savory (and sweet smelling) bakery – all in all, there are 1,217 in the city. The good news is that, way beyond the classic and irresistible baguettes, a new wave of creative bakers is reinventing the art and pleasure of our daily bread. But before we dig deeper, it is important to recognize the supremacy of the classic French baguette. In order to do this, nothing better than a quick stop at Brun, the boulangerie that won, on the last edition of the Chambre Professionnelle des Artisans Boulangers-Pâtissiers, the title of “best French baguette”. Due to this award, Brun became the official supplier of baguettes for the French President. Made with natural fermentation – the levain –, the bread boasts a crispy crust with a slightly toasted flavor, soft crumb and just the right acidity. The perfection of the process of fermentation is there for everyone to see in the beauty of its cavities. Paris, as any beautiful city that deserves the title, should be explored by foot – with the aid of the subway only to travel from one district to another. Paris was made to be scoured by the soles of our shoes. Then, the bakeries are decoys to open our appetite. Baker Gontran Cherrier exhibits, on the shop windows of the boulangeries bearing his name, the pinnacle of creativity.
“Tenho viajado o mundo para isto: encontrar outras culturas, outras maneiras de comer, outros sabores”, diz o padeiro Gontran Cherrier // “I have traveled the world for this: to get to know other cultures, other ways of eating, other flavors,” says baker Gontran Cherrier
40 | AHEAD mag
fotos/photos: Thierry Samuel, @leshabitues e divulgação
APPETITE
chamarizes para abrir apetites. O padeiro Gontran Cherrier exibe, nas vitrines das boulangeries que levam seu nome, o suprassumo da criatividade. Gontran é pop: tem programa de TV, filiais em outros países, lança livros e vive viajando. Entre suas melhores inventividades estão um pão preto, de tinta de lula – na versão sanduíche, com salmão defumado. “Gosto de pão porque ele fala sobre nós, sobre você, sobre todo mundo, sobre todos os lugares e sobre o para sempre”, diz. Outro entusiasta da fermentação natural é Eric Kayser. O padeiro virou grife. Virou rede. Vinte e uma lojas apenas em Paris. Unidades em dez cidades francesas. Vinte e três países além da França: México, Japão, Costa do Marfim, Arábia Saudita, Congo, Bélgica, Estados Unidos, Chile, entre outros. Todas com as palavras “artisan boulanger” na fachada – o que pode parecer um contrassenso, afinal, como ser artesanal e uma rede ao mesmo tempo? Quando confrontado com isto, Eric recorre a uma história quase mística. Diz que sempre teve visões e, quando criança, com três ou quatro anos, enxergou que sua missão de vida seria “levar pão a todo o mundo”. Em cada uma das unidades, a certeza de que as baguetes, os croissants e outras especialidades são feitas e assadas no local. Mas não nos esqueçamos dos doces. Porque a esta altura, o viajante apaixonado por pães já deve querer contrastar o paladar e saciar-se dos produtos
Gontran is pop: he has a TV show, branches in other countries, releases books and is always travelling. Among his best inventions are a dark bread made of squid ink – in the sandwich version with smoked salmon. “I like bread because it speaks of us, of you, of everybody, of all places and of eternity,” he says. Another enthusiast of natural fermentation is Eric Kayser. The baker became a brand and then a chain. Twenty-one stores only in Paris. Units in ten French cities. Twenty-three countries besides France: Mexico, Japan, Ivory Coast, Saudi Arabia, Congo, Belgium, USA, Chile, etc. All bearing the words “artisan boulanger” on the façade – which might seem like a contradiction: after all, how can something artisanal be a chain at the same time? When confronted with that, Eric resorts to an almost mystical story. He says he always had visions and, as a child of three or four, he envisioned that his mission in life would be to “take bread to everyone”. In each one of the units, there is a certainty that the baguettes, croissants and other specialties are made and baked on the spot. However, let us not forget the sweets. Because, by now, the bread-loving traveler probably wants to Na página ao lado, os sanduíches da Gontran Cherrier, que também já se espalhou pelo mundo, com unidades no Japão, Coreia do Sul, Austrália, Taiwan e, em breve, Arábia Saudita // Opposite, the sandwiches of Gontran Cherrier, which has also already spread around the world, with branches in Japan, South Korea, Australia, Taiwan and soon Saudi Arabia À esquerda e acima, pães e croissants do padeiro Eric Kayser, que leva suas criações para as mais de 140 Maison Kaysers em todo o mundo // To the left and above, breads and croissants by baker Eric Kayser, who takes his creations to the over 140 Maison Kaysers around the world
JOURNEY APPETITE
contrast the palate and quench his desire for the products of another French specialty: the patisseries, i.e., the irresistible French sweets stores. Arnaud Larher is an icon of Montmartre. He has two stores there – the third is located next to the Seine River. His truffles with impeccable texture guarantee sensorial ecstasy. His chocolate pralines are faultless. And there is the famous tarte citron – a vanilla paste with lemon cream filling, covered with lemon merengue. Moreover, between one macaron and another, there is Dalloyau. “It is the oldest French gastronomy house. Our history began in 1682, during the reign of Louis XIV,” boasts pastry chef Jérémy Del Val. “Our know-how is, therefore, ancient. And we are always inventing novelties – we usually have three annual collections: the spring-summer menu, the fall-winter one and the one for the Christmas period.” Besides the macarons, another must is the Opéra, classic cake created in 1955. “Its creator, Cyriaque Gavillon, wanted to make a new cake with visible layers. And also that one single bite could reveal the complete flavor of the cake,” says Jérémy. Is Paris the Eiffel Tower? Is Paris the Seine River? Is Paris Notre Dame? Yes, Paris is all that. However, the city contradicts the saying: it is living proof that looks are, indeed, everything. To walk through Parisian streets is to feel the smell of bread, to be charmed by the colors of the macarons. Paris is a place to be gobbled. Paris is a place to be digested.
42 | AHEAD mag
Com mais de três séculos de história, a Dalloyau se reinventa a cada estação. Ao lado, o macaron ice, novidade para o verão do Hemisfério Norte // With a history spanning over three centuries, Dalloyau reinvents itself each season. Opposite, macaron ice, a novelty for summer in the Northern Hemisphere
fotos/photos: Divulgação
de outra especialidade francesa: as pâtisseries, ou seja, as irresistíveis docerias parisienses. Arnaud Larher é um ícone de Montmartre. Ele tem duas lojas lá – a terceira fica próxima do Rio Sena. Suas trufas de textura impecável garantem êxtases sensoriais. Seus pralinês com chocolate não permitem botar defeito. E tem a famosa tarte au citron – uma pasta de baunilha recheada com creme de limão coberta com merengue de limão. Mas entre um macaron e outro, eis a Dalloyau. “É a mais antiga casa de gastronomia francesa. Nossa história começou em 1682, no reinado de Luís 14”, orgulha-se o chef-confeiteiro Jérémy Del Val. “Nosso know-how é, portanto, ancestral. E também estamos sempre inventando novidades – costumamos ter três coleções por ano: o cardápio primavera-verão, o outono-inverno e o do período natalino.” Além dos macarons, ali vale degustar Opéra, clássico bolo criado em 1955. “Seu criador, Cyriaque Gavillon, queria fazer um novo bolo com camadas visíveis. E que uma única mordida pudesse proporcionar o sabor completo do bolo”, conta Jérémy. Paris é a Torre Eiffel? Paris é o Rio Sena? Paris é a Notre-Dame? Sim, Paris é tudo isso. Mas a cidade contraria o ditado; é a prova de que beleza põe, sim, a mesa. Caminhar pelas ruas parisienses é sentir o cheiro do pão, é encantar-se com as cores dos macarons. Paris é para ser salivada. Paris precisa ser digerida.
43 | AHEAD mag
fotos/photos: @brittsullivan, @apuntodecomer, @ solovelyhk, @nikojlaine e divulgação
JOURNEY APPETITE
44 | AHEAD mag
PARA SABOREAR
A lista completa das padarias e docerias visitadas – e aprovadas: // TO SAVOR The full list of bakeries and patisseries visited – and approved:
Dominique Saibron Eric Kayser Gontran Cherrier Le Grenier à Pain Maison Arnaud Delmontel Maison Landemaine Des Gâteaux et Du Pain Poilâne Josephine Dalloyau Brun Arnaud Larher Du Pain et des Idées
Acima, a textura do croissant da Maison Landemaine. À esquerda, o mil-folhas da Maison Arnaud Delmontel, que tem quatro unidades em Paris // Above, the texture of the Maison Landemaine croissant. To the left, the Napoleon of Maison Arnaud Delmontel, which has four branches in Paris À direita, algumas invenções doces e salgadas de grandes boulangeries. Em sentido horário a partir da foto superior à esquerda: Dominique Saibron, Le Grenier à Pain, Du Pain et des Idées e Poilâne // To the right, some sweet and salty inventions of the great boulangeries. Clockwise from top left: Dominique Saibron, Le Grenier à Pain, Du Pain et des Idées and Poilâne
45 | AHEAD mag
UPGRADE
BOM ENCONTRO GOOD MIX
por/by Raphael
Calles
01
03
02
01
02
03
Manteiga Ghee Aromatizada de Cúrcuma, Ghee Banqueteria
Queijo Grana di Bufala, Búfalo Dourado
Vinho Dal 1947 Magnum
O produto é resultado do lento aquecimento da manteiga comum, no qual toda água, toxinas da gordura do leite e lactose são removidas. Edição especial aromatizada com raiz de cúrcuma.
O típico queijo italiano segue a receita daquele país ao pé da letra, mas feito 100% com leite de búfala. Harmoniza com mel, frutas secas, figo, presunto cru, entre outros. // Grana di Bufala Cheese, Golden Buffalo The typical Italian cheese follows that country’s recipe closely, but is made with 100% buffalo milk. Harmonizes with honey, dried fruits, fig, prosciutto, among other things.
350 gramas custam cerca de R$ 50,00 R$ 35,00 ghee.com.br
// 0.11 lb. cost around R$ 50,00
facebook.com/fazendasesmaria
46 | AHEAD mag
// Dal 1947 Magnum Wine Grapes from vineyards dating back to the 1940s give birth to this label, which is in the Top 10 wines of app Vivino, dedicated to wine lovers. Now the Dal 1947 red gets this 50.7 oz. version.
R$ 495,00 lapastina.com
fotos/photos: Divulgação
// Turmeric-flavored Ghee butter, Ghee Banqueteria The product arises from the slow heating of common butter, during which all the water, milk fat toxins and lactose are removed. Special edition flavored with turmeric root.
As uvas de vinhas datadas da década de 1940 dão origem a este rótulo, que está nos Top 10 vinhos do aplicativo Vivino, voltado para apreciadores da bebida. Agora, o tinto Dal 1947 ganha esta versão de 1,5 litro.
47 | AHEAD mag
FRONT ROW
REINVENTOR DE CLÁSSICOS REINVENTING CLASSICS
por/by Dolores
Orosco
48 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
Estilista da grife Egrey, Eduardo Toldi recria peças atemporais, sem abrir mão da modernidade Stylist of Egrey label, Eduardo Toldi recreates timeless pieces without forgoing modernity
O
estilista paulistano Eduardo Toldi fala sobre arquitetura com a mesma paixão com que fala sobre moda. Em suas viagens, conta que dedica 40% do tempo só para observar casas e edifícios locais. Tudo isso vira inspiração para as coleções da Egrey, grife lançada por ele há sete anos. “A missão do arquiteto é projetar algo que não seja efêmero, que se mantenha belo por um longo período e seja funcional para as pessoas”, diz. “É isso o que procuro fazer no meu trabalho: roupas atemporais, bonitas e que facilitem a vida de quem as veste.” A grande inspiração de Toldi é a avó, Elena Kalil Mahfuz, de 85 anos. Ex-manequim do estilista Denner (1937-1978), citada pela revista americana Time como uma das mulheres mais elegantes do mundo na década de 1950, ela segue como grande referência fashion do neto. “A primeira imagem de moda que me recordo é a
// São Paulo stylist Eduardo Toldi talks about architecture with the same passion that he talks about fashion. During his trips, he says he dedicates 40% of the time to observing local houses and buildings. This becomes an inspiration for the collections of Egrey, label launched by him seven years ago. “The architect’s mission is to design something that is not ephemeral, that stays beautiful for a long time and is functional for people,” he says. “This is what I try to do in my work: beautiful, timeless clothes that facilitate the life of those who wear them.” Toldi’s great inspiration is his grandmother, 85-year old Elena Kalil Mahfuz. Former model for stylist Denner (1937-1978), regarded by Time Magazine as one of the world’s most elegant women in the 1950s, she is still her grandson’s great fashion reference. “The first fashion image I can recall is of a picture frame with a picture of Mrs. Elena, very classic, but at the same time very glamourous. She has clothes from 40 years ago that she still wears today.” The matriarch of the Lebanese and Italian family was not the only one responsible for defining
49 | AHEAD mag
FRONT ROW
50 | AHEAD mag
Com três lojas – duas em São Paulo e uma no Rio de Janeiro –, a Egrey tem peças femininas e masculinas atemporais com caimento impecável
fotos/photos: Divulgação
// With three stores – two in São Paulo and one in Rio de Janeiro -, Egrey has timeless female and male pieces with impeccable fit
de um porta-retratos com a foto da dona Elena, muito clássica, mas ao mesmo tempo glamorosa. Ela tem roupas de 40 anos que usa até hoje”. Não foi apenas a matriarca da família de libaneses e italianos que ajudou a definir o caminho do estilista de 32 anos. “Meu bisavô tinha uma tecelagem e meu padrinho, José Kalil, foi quem trouxe a Fiorucci para o Brasil, nos anos 1980. Também tem minha mãe, que teve uma confecção de tricô por mais de 30 anos”, conta. Com laços de sangue tão atrelados à moda, não causou espanto quando o então economista recém-formado pela FAAP abandonou um estágio promissor em um grande banco para abrir a própria grife. “A economia nada mais é do que tentar prever o futuro e as expectativas. Consigo ver paralelo com a moda aí: ela se altera o tempo inteiro, criando novos desejos e atendendo a novas necessidades”. Toldi garante que a rápida passagem pelo mercado financeiro o ajudou na administração da Egrey, que hoje tem mais de 70 pontos de venda. Um êxito e tanto em tempos de recessão econômica. “A marca nasceu em 2011, com um Brasil que já estava em crise. Trabalho com uma equipe enxuta e meus funcionários têm um perfil dinâmico. Cada um consegue desempenhar a função do outro”, afirma. “Além disso, sou um otimista. Tenho uma visão de médio e longo prazos e sempre acho que o pior já passou”. Quem fica? Só os clássicos.
the path of the 32-year old stylist. “My great-grandfather had a textile factory and my godfather, José Kalil, was the person who brought Fiorucci to Brazil in the 1980s. There was also my mother, who had a knitting manufacture for over 30 years,” he explains. With a bloodline so closely related to fashion, it came as no surprise when the economist who had recently graduated from FAAP abandoned a promising internship in a big bank to launch his own label. “Economy is nothing more than trying to predict the future and expectations. I can see a parallel with fashion in that: it changes all the time, creating new desires and catering to new needs.” Toldi guarantees that his rapid sojourn in the financial market helped him to manage Egrey, currently with over 70 points of sale. A huge success in times of economic recession. “The label was born in 2011, when Brazil was already in a crisis. I work with a lean team and my employees have a dynamic profile. Each one can perform the other’s functions,” he affirms. “Besides, I am an optimist. I have a medium to long-range vision and always think that the worst is over.” Who remains? Only the classics.
51 | AHEAD mag
“Quero que daqui a 20 anos olhem uma peça da Egrey e pensem: ‘isso é superatual’”
QUEM (E O QUE) INSPIRA EDUARDO TOLDI
WHO (AND WHAT) INSPIRES EDUARDO TOLDI
Quem são os estilistas que você admira? Gosto daqueles que souberam traduzir as ruas e os desejos de moda de sua época. Quem faz isso genialmente hoje é Raf Simons, na Calvin Klein. Nos anos 1990, teve o Helmut Lang. O Yves Saint Laurent entendeu muito a década 1960, principalmente no prêt-à-porter.
Who are the stylists that you admire? I like those who knew how to translate the streets and fashion desires of their time. Someone who does this brilliantly today is Raf Simons, at Calvin Klein. In the 1990s there was Helmut Lang. Yves Saint Laurent understood perfectly the 1960s, especially in terms of ready-to-wear.
Quais são seus destinos favoritos para se inspirar? Paris é a cidade que mais amo e vou todo ano. Também gosto de Firenze. Já fui mais de dez vezes – pela comida, por ser uma cidade calma e fácil de andar, pelas feiras de moda que tem lá, como a Pitti.
What are your favorite destinations in search of inspiration? Paris is the city I love the most, where I go every year. I also like Firenze, I’ve been there over ten times – for the food, because it is a tranquil city, easy to walk, and for the fashion fairs they have there, like Pitti.
E em São Paulo? Que lugares costuma frequentar? As galerias de arte, que são efervescentes e sempre trazem exposições com novos artistas. Adoro a Casa Triângulo, a Millan e a Mendes Wood. Também gosto de passar pelos antiquários da rua João Moura, em Pinheiros, como o Varuzza, o Galpão Teo e o Apartamento 61, que têm uma seleção ótima de mobiliário das décadas de 1950, 1960 e 1970. Acho que tudo me inspira, até a Leroy Merlin.
What about São Paulo? Where do you usually go? The art galleries, which are ebullient and always have exhibits from new artists. I love Casa Triângulo, Millan and Mendes Wood. I also like to stroll through the antique shops of rua João Moura, in Pinheiros, like Varuzza, Galpão Teo and Apartamento 61, which have a great selection of furniture from the 1950s, 1960s and 1970s. I think everything inspires me, even Leroy Merlin.
52 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
// “I want people to look at an Egrey piece in 20 years and think: ‘this is so contemporary’.”
53 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
LIVING
54 | AHEAD mag
LEVEZA DE SER LIGHTNESS OF BEING Dono de uma estética limpa que impressiona nos detalhes, Jader Almeida é um dos jovens designers autorais brasileiros que chama a atenção por suas criações atemporais Master of a clean aesthetic that impresses by the details, Jader Almeida is one of the young Brazilian auteur designers that calls attention due to his timeless creations por/by Dunia
Schneider
“Sabe aquela sensação de aconchego, de vontade de tocar ou usar?”, questiona o designer catarinense Jader Almeida. “Isso é algo que conduz meus pensamentos e resulta naquele produto silencioso que cumpre todas as suas funções, sejam elas prosaicas ou poéticas.” Aos 36 anos, o profissional virou referência no mercado mundial, lançou mais de 300 peças, ganhou cerca de 50 prêmios e está sempre participando de eventos internacionais de arquitetura e design. A estética e a função dos objetos criados por Jader se fundem de maneira brilhante. Formas fluidas, traços leves e linhas suaves criam uma atmosfera calma. “Algo silencioso que remeta à memória afetiva”, comenta. Seu trabalho não está sujeito a modismo. É feito para durar, viajar no tempo e permanecer elegante. “Gosto de pensar que um produto que leva a minha assinatura será atual daqui a 50 anos”, diz o designer e diretor criativo da Sollos, que está nesse caminho há duas décadas.
// “You know that cozy feeling, that willingness to touch or to use something?”, asks Santa Catarina native designer Jader Almeida. “This is something that drives my thoughts and results in that silent product that fulfills all its functions, whether prosaic or poetic.” At 36, the professional has become a reference in the global market, has launched over 300 pieces, won around 50 prizes and is a constant presence in international architecture and design events. The aesthetics and function of the objects created by Jader merge brilliantly. Fluid forms, light traces and soft lines create a cool atmosphere. “Something silent that speaks to our affective memory,” he says. His work is not open to fads. It is made to last, to travel in time and to remain elegant. “I like to think that a product with my signature will still be contemporary 50 years from now,” says the designer and creative director of Sollos, who has been going down this road for two decades. The Bossa Chair is a good example of this balance between “yesterday” and “today”. Inspired
55 | AHEAD mag
LIVING
by Bossa Nova, the piece is made out of wood and straw that remind us of the chairs that were popular among Brazilians in the 1950s. In the MAD armchair, the straw also shows up on the backrest, but what surfaces is a mixture of ergonomics, lightness and comfort. “When we think of an armchair, what comes to mind a lot of times is the act of sitting down. However, we also think of the subjective functions of the product, how it communicates with its surroundings and with those observing it,” he explains. The Phillips Bench, by its turn, besides creating a direct connection with the universe of pianists, also reminds us of another well-known object: the screw with a crossed slot top of the same name. The Memory Lamp, made out of walnut and brass, is light and delicate. “The role of design is to make the daily routine easier. Whether by primary use or poetic.” In the new collection, launched last March, 30 timeless products manufactured by Sollos bring different materials: wood, metal, marble and glass of many kinds and trims. A good example is the revisited Windsor chair. The light fixtures also gain more space in the product portfolio and a separate brand: Jader Almeida Lighting. The Pinn Lamp is a highlight since, from seven different connections, it allows for a series of configurations. In every case, some prerequisites must be considered in order to create a designer product. “If it is a chair, it must cater to the expectations of product use: ergonomics, resistance, durability, etc. It also needs to be elegant, to create something in people’s imagination.” For Jader, this is what makes objects desirable. “It’s something that awakens something good, something we cannot always identify. It may be a paper clip, a fountain pen, a cheese grater.”
“Muitas vezes me pego observando a dobradiça de um par de óculos, não apenas pela estética, mas pela solução construtiva” // “I sometimes catch myself observing the hinge of a pair of glasses, not only aesthetically, but also due to the constructive solution”
56 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
A cadeira Bossa é um bom exemplo desse equilíbrio entre o “ontem” e o “hoje”. Inspirada na Bossa Nova, a peça é feita de madeiras e palhinhas que lembram as cadeiras populares entre os brasileiros da década de 1950. Na poltrona MAD, a palhinha também surge no encosto, mas vem à tona o misto de ergonomia, leveza e conforto. “Ao pensar em uma poltrona, muitas vezes vem a imagem do ato de sentar. No entanto, pensamos também nas funções subjetivas do produto, como ele se comunica com seu entorno e com quem o observa”, explica. O banco Phillips, por sua vez, além de criar uma conexão direta com o universo dos pianistas, também remete a outro objeto bem conhecido: o parafuso de fenda cruzada de mesmo nome. Já a luminária Memory, feita de Nogueira e latão, tem leveza e delicadeza. “O papel do design está em tornar o cotidiano mais fácil. Seja pelo uso primário ou função poética.” Na nova coleção, lançada em março deste ano, 30 produtos atemporais fabricados pela Sollos trazem diferentes materiais: madeira, metal, mármore e vidro de diversos tipos e acabamentos. Um bom exemplo é a revisitada cadeira Windsor. As luminárias também ganharam mais espaço no portfólio de produtos e uma marca própria: a Jader Almeida Lighting. A luminária Pinn se destaca, já que, a partir de seis tipos de conexões, permite inúmeras configurações. Em todos os casos, alguns pré-requisitos devem ser considerados para criar um produto de design. “Se for uma cadeira, deve atender às expectativas de uso do produto: ergonomia, resistência, durabilidade etc. Também precisa ter elegância, criar algo na imaginação das pessoas.” Para Jader, é isso que torna os objetos desejáveis. “É o que desperta algo bom, que muitas vezes não sabemos identificar. Pode ser um clipe de papel, uma caneta Bic, um ralador de queijo.”
fotos/photos: Divulgação
LIVING
58 | AHEAD mag
Inspirações de um jovem designer Quais são as suas referências? Tenho muitas. Mas, em especial, os profissionais Marc Newson, John Pawson, Isay Weinfeld, Paul Smith, Issey Miyake e Rei Kawakubo. Que estilo você mais gosta? Coisas sem excessos, que sejam bem construídas, proporcionais. Não apenas no sentido material, mas também no abstrato. O que você sonha desenvolver? Como designer e arquiteto, sempre observo inúmeras coisas e imagino desenhar e projetar coisas distintas, o que é inerente da minha profissão/paixão. No entanto, para ser mais específico, tenho muita curiosidade por barcos a vela.
// Inspirations of a young designer What are your references? There are many. But especially professionals like Marc Newson, John Pawson, Isay Weinfeld, Paul Smith, Issey Miyake and Rei Kwakubo. Which style do you prefer? Objects without excesses, well built, proportionate. Not only in material, but also in abstract terms. What is your designing dream? As a designer and architect, I always observe a number of things and imagine designing and projecting different things, something inherent to my profession/passion. However, to be more specific, I am very curious about sailboats.
59 | AHEAD mag
UPGRADE
DESIGN VIVO LIVING DESIGN
por/by Raphael
Calles
01
02
01
02
03
Mesa de jantar Legg, de Jader Almeida
Escultura de parede Litosfera Nero, de Veronica Einloft
Luminária Tomiko Madeira, de Mel Kawahara
A mesa de design premiado tem base de metal fundido pintado e tampo elaborado em diversas opções de materiais.
A obra mistura o clássico e o contemporâneo: latão, aço inox e mármore Nero Marquina. Considerada uma joia para a casa, leva a assinatura da artista contemporânea e designer de interiores Veronica Einloft.
// Legg dinner table by Jader Almeida The award-winning designer’s table has a cast iron painted base and tabletop elaborated in many options of materials.
// Litosfera Nero wall sculpture by Veronica Einloft The work is a mixture of classic and contemporary: brass stainless steel and Nero Marquina marble. Considered a jewel for the house, it boasts the signature of contemporary artist and interior designer Veronica Einloft.
Com base de madeira cumaru com acabamento de óleo de tungue, a peça tem 41,5 cm de comprimento, 20 cm de largura e 22 cm de altura. A cúpula de polipropileno é resultado dos trabalhos da artista com papel.
Preço sob consulta jaderalmeida.com
Preço sob consulta veronicaeinloft.com
60 | AHEAD mag
// Tomiko Madeira Lamp by Mel Kawahara With wooden cumaru base and tung oil finishing, the piece measures 16.3 inches in length, 7.8 in width and 8.6 in height. The polypropylene shade is the result of the artist’s works with paper.
R$ 1.242 amoreira.com.br
fotos/photos: Renato Navarro e divulgação
03
62 | AHEAD mag
fotos/photos: Linda Xu
PINCELADAS URBANAS URBAN BRUSHSTROKES Segunda maior cidade da Austrália, a litorânea Melbourne mostra como fazer bonito nas ruas Second biggest city of Australia, seaside Melbourne shows how you can make the streets beautiful
// Hosier Lane se destaca como a ruela mais famosa de Melbourne, com grafites que mudam todos os dias e vão de temas políticos a culturais e humorísticos // Hosier Lane is Melbourne’s most famous alley, with graffiti that change daily and broach political, cultural and humorous themes
G
por/by Carla
alerias centenárias com piso em mármore e afrescos no teto abrigam elegantes lojas independentes. Entre uma passagem coberta e outra, vielas e becos até há pouco mais de uma década abandonados são telas para artistas. Nada escapa da tinta: portas, janelas, fachadas, muros, escadas de incêndio, encanamentos, latas de lixo. A improvável combinação de becos grafitados repletos de cafés e bares descontraídos com sofisticadas galerias comerciais transforma o Central Business District (CBD) de Melbourne em um lugar único. A cidade australiana no estado de Victoria, com quase cinco milhões de habitantes em sua região metropolitana, é reconhecida há alguns anos por ter uma das melhores qualidades de vida do planeta. E dá aulas diárias de como a arte pode mudar o cenário urbano e movimentar a economia. As arcades and laneways, como são chamadas suas galerias comerciais e vielas, divertem o olhar, saciam a fome e a sede, estão repletas de locais, todos os dias, o dia todo, e se tornaram o programa turístico mais concorrido da cidade. Dá para percorrer a região central por conta própria ou em tours guiados, como o “Lanes and arcades” da Hidden Secrets. O ponto a favor da visita guiada é que você descobre coisas que talvez não encontrasse sozinho, como uma loja interessante no segundo andar de um prédio ou um
63 | AHEAD mag
Lencastre
// Centenary galleries with marble floors and ceiling frescos house elegant independent stores. Among covered passageways, lanes and alleys until a little over a decade abandoned become canvasses to artists. Nothing escapes from the paint: doors, windows, façades, walls, fire escapes, pipes, trashcans. The improbable combination of graffiti-filled alleys and casual bars with sophisticated shopping galleries transforms Melbourne’s Central Business District (CBD) into a unique place. The Australian city in the state of Victoria, with almost five million inhabitants in its metropolitan region, has been recognized for some years now as having one of the planet’s best standards of living. Moreover, it gives daily lessons about how art can change the urban setting and fuel the economy. The arcades and laneways, as are called its commercial galleries and alleys, are fun to look at, quench our hunger and thirst, are filled with locals, every day, all day round, and have become the most popular tourist attraction of the city. The central region can be visited on one’s own or in guided tours, such as Hidden Secrets’ “Lanes and Arcades”. The point in favor of the
JOURNEY
Neste novo capítulo de Melbourne, uma cidade hoje obcecada por arte, há centenas de belos grafites em muros e fachadas de prédios // In this new chapter of Melbourne, a city currently obsessed by art, there are hundreds of beautiful graffiti on walls and building façades
64 | AHEAD mag
RETRANCA
Howey Place reúne boutiques de designers locais entre as sempre presentes paredes cobertas de arte // Howey Place has a reunion of boutiques of local designers amidst walls perpetually covered with art
fotos/photos: Visit Victoria e Fed Square Pty Ltd
Às margens do Rio Yarra, a Federation Square é um bom ponto de partida para percorrer as cores de Melbourne // On the banks of Yarra River, Federation Square is a good starting place for strolling through the colors of Melbourne
mural na parte superior de uma fachada lateral, que você só vê se souber onde ele está. O passeio começa pela Federation Square, praça inaugurada em 2002 na margem norte do Rio Yarra. É só atravessar a Flinders Street e escolher em qual beco entrar primeiro. Algumas lanes and arcades devem constar em qualquer roteiro, como a ACDC Lane, a Hosier Lane e sua extensão, Rutledge Lane, a Block Arcade e a Royal Arcade. Os dois becos principais quando o assunto é arte de rua são transversais à Flinders Lane, que não chega a ser uma viela. É uma rua estreita com restaurantes, como o asiático Chin Chin, um dos maiores sucessos da cidade. Outro bom restaurante é o peruano moderno Pastuso, no final da ACDC, o beco com bares de rock que mudou de nome em 2004, depois que a banda de rock australiana gravou um videoclipe na região. Um imenso retrato de Malcolm Young quando jovem, guitarrista do grupo que morreu no final do ano passado, ocupa um dos muros e virou uma espécie de memorial, com fila de fãs para tirar foto. Perto dali, a Hosier Lane foi onde tudo começou, ainda na década de 1990. Seus grafites estão sempre mudando. Se você passar por lá duas vezes com um intervalo de alguns dias, verá trabalhos diferentes, outros personagens, formas, cores. Já aconteceu até de um artista pintar a Rutledge Lane toda de azul, cobrindo as obras existentes. Não demorou uma hora para que novos desenhos começassem a surgir pelas paredes. Para comprar produtos locais e tomar um café ou uma taça de vinho ao ar livre, um bom ende-
guided tour is that you discover things that you might otherwise not find by yourself, like an interesting second-floor shop or a mural on the upper portion of an alley façade that you will only see if you know where to find it. The tour begins at Federation Square, which was inaugurated in 2002, on the left bank of Yarra River. You just have to cross Flinders Street and choose which alleyway to enter first. Some lanes and arcades are probably part of any tour, like ACDC Lane, Hosier Lane and its extension, Rutledge Lane, Block Arcade and Royal Arcade. The two main alleys, if the subject is street art, crosscut Flinders Lane, which is not big enough to be considered an alley. It is a narrow lane with restaurants such as Asian Chin Chin, one of the city’s biggest hits. Another good restaurant is modern Peruvian food house Pastuso, at the end of ACDC, the alley with rock bars that changed its name in 2004, after the Australian rock band filmed a music video in the region. A huge picture of a young Malcolm Young, the band’s guitar player who died late last year, occupies one of the walls and has become a sort of memorial, with lines of fans taking pictures. Nearby Hosier Lane was where it all started, still in the 1990s. Its graffiti are in a state of perpetual change. If you go by there twice in an interval of a few days, you will see different works, other characters, forms, colors. An artist even painted Rutledge Lane all in blue, in the past, covering all existing works. It took less than an hour for new drawings to appear on the walls. In order to buy local products and drink some coffee or a glass of wine in open air, a good address is Desgraves Street, a narrow lane filled with pedestrians, also crosscutting Flinders Lane. Check out Clementine’s, where the honey, for example, comes from apiaries from the top of CBD’s buildings. Each pot brings, on the back, the hive’s address.
65 | AHEAD mag
Inspiração asiática do Chin Chin, que agora tem uma filial em Sydney // The Asian inspiration of Chin Chin, which now has a branch in Sydney
JOURNEY
Towards the north, in the direction opposing the river, stands impressive Block Arcade. Do not miss Crabtree & Evelyn, which sells bathing products. The shampoos can be found around the world, but the store ceiling frescos probably only exist in Melbourne. Coming out of the store and into a historical gallery, turn your eyes to the ground to admire the floor mosaic. One of the city’s most famous tea and sweets stores has been here since the beginning, at the end of the 19th century. It is Hopetoun Tea Rooms, always with a line at the door. A little further ahead stands elegant Royal Arcade, the city’s oldest. Here the highlight is Melbourne Shop, with clothes and objects made by local stylists and artists. In the same region, tiny Postal Lane impresses by the amount of cafés and restaurants installed in such a small space. As well as by the variety. You can finish you tour with a Vietnamese lunch at Mama’s Buoi or drinking a glass of wine at Italian restaurant Ca de Vin. Choices as diverse and original as Melbourne itself.
66 | AHEAD mag
Acima, a pequena Degraves Street, uma das primeiras “laneways” a ganhar fama na cidade // Above, tiny Desgraves Street, one of the first laneways to become famous in the city À direita na parte superior, a Block Arcade, inspirada na Galleria Vittorio Emanuele de Milão e construída em 1892. Na parte inferior, a ACDC Lane que, como o próprio nome já diz, homenageia os integrantes da bem-sucedida banda australiana de rock // To the right at the top, Block Arcade, inspired in in Milan’s Galleria Vittorio Emanuele and built in 1892. At the bottom, ACDC Lane which, as the name itself makes clear, pays homage to the members of the renowned Australian rock band
fotos/photos: Shutterstock e Visit Victoria
reço é a Degraves Street, a estreita rua de pedestres também transversal à Flinders Lane. Confira a Clementine’s, onde o mel, por exemplo, vem de apiários nos topos dos prédios do CBD. Cada pote traz no verso o endereço da colmeia. Indo rumo ao norte, na direção oposta ao rio, está a impressionante Block Arcade. Não deixe de entrar na Crabtree & Evelyn, de produtos de banho. Os xampus podem ser encontrados em diferentes lugares do mundo, mas afrescos no teto da loja talvez só haja em Melbourne. Saindo da loja e entrando na galeria histórica, volte os olhos para o chão e admire o piso em mosaico. Uma das casas de chá e lojas de doces mais famosas da cidade está aqui desde o início, no final do século 19. É a Hopetoun Tea Rooms, sempre com fila na porta. Um pouco mais adiante fica a elegante Royal Arcade, a mais antiga da cidade. Aqui o destaque vai para a Melbourne Shop, com roupas e objetos feitos por estilistas e artistas locais. Na mesma região, a minúscula Postal Lane impressiona pela quantidade de cafés e restaurantes instalados em um espaço tão exíguo. E pela variedade. É possível encerrar o passeio com um almoço vietnamita no Mama’s Buoi ou uma taça de vinho no italiano Ca de Vin. Tão diverso e original quanto Melbourne.
67 | AHEAD mag
UPGRADE
ALÉM DA ARTE BEYOND ART
por/by Raphael
Calles
01
02
03
01
02
03
Trench Coat Burberry Doodle
Óculos de sol Armani Exchange
MINI Folding Bike
// Trench Coat Burberry Doodle This Italian-made unisex trench coat is in classic Blueberry beige and totally made out of cotton. Its buckles are made in leather.
R$ 9.495 br.burberry.com
Qualquer sobriedade que o aro em preto destes óculos pode apresentar é quebrada pela lente vermelha e pelas hastes totalmente trabalhadas em arte estilo grafite.
Dobrável, com apenas 11 kg e rodas de 20 polegadas, dá para carregar esta bike nas costas. Guidões e selim feitos em couro marrom e corrente em material antiaderente.
// Armani Exchange sunglasses Any sobriety that the black frame of these sunglasses presents is broken down by the red lenses and rods totally worked out in graffiti-style art.
// MINI Folding Bike Foldable, weighing a mere 24.2 lb. and with 20” wheels, this bike can be carried on the back. Handlebars and seat made in brown leather; chain in nonstick material.
R$ 390 sunglasshut.com/br
R$ 5.907 mini.com.br
68 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
Este sobretudo unissex de fabricação italiana conta com o tom clássico em bege da Burberry e é inteiramente elaborado em algodão. Suas fivelas são feitas em couro.
MUSTgo
por/by Camila
Nature at home
Suculentas, cactos, bromélias e samambaias em vidros tão charmosos quanto um jardim. Os terrários trazem a natureza para dentro de casa – e são a paixão do casal Carol Nóbrega e Antonio Jotta, à frente do FLO Atelier Botânico. Depois de se inspirarem nas floriculturas de Paris, eles abriram um espaço na Vila Madalena para vender arranjos-obras-de-arte e compartilhar tudo o que sabem em workshops. // Succulents, cactus, bromeliads and ferns behind glass panes as charming as a garden. The terrariums bring nature into your home – and are the passion of the couple Carol Nóbrega and Antonio Jotta, responsible for FLO Atelier Botânico. After gathering inspiration in the Parisian flower shops, they opened a store in Vila Madalena to sell work-of-artarrangements and share all their knowledge in workshops. Rua Delfina, 115 – São Paulo atelierbotanico.com
70 | AHEAD mag
foto/photo: Divulgação
Natureza em casa
Balthazar
POTENCY
PAG. 72 MCLAREN CHEGA A SÃO PAULO COM CARROS MILIONÁRIOS MCLAREN ARRIVES IN SÃO PAULO WITH ITS EXPENSIVE CARS PAG. 82 10 CARROS CLÁSSICOS VENDIDOS EM LEILÕES 10 CLASSIC CARS SOLD IN AUCTIONS PAG. 88 BRASILEIRO RODA O MUNDO FOTOGRAFANDO FUTEBOL BRAZILIAN TRAVELZ THE WORLD PHOTOGRAPHING FOOTBALL MCLAREN
ENGINE
72 | AHEAD mag
MCLAREN DO BRASIL
foto/photo: Divulgação
MCLAREN OF BRAZIL
Lendária nas décadas de 1980 e 1990 por levar Ayrton Senna a três títulos de Fórmula 1, marca inglesa chega a São Paulo vendendo carros milionários Legendary in the 1980s and 1990s for leading Ayrton Senna to win three Formula 1 titles, the English brand arrives in São Paulo commercializing its expensive automobiles por/by Rodrigo
73 | AHEAD mag
Mora
ENGINE
"M
cLaren” é um nome tatuado na memória dos brasileiros por razões óbvias: é a equipe pela qual Ayrton Senna conquistou seus três títulos da Fórmula 1 – 1988, 1990 e 1991. Entre o começo na tímida Toleman e o fim na Williams (e com o emblemático Lotus preto no meio do caminho), é aquele carro branco e vermelho que dá carona às memórias ora nostálgicas, ora eletrizantes, da carreira do tricampeão. Desde o mês passado, a McLaren também está na lista de desejos dos paulistanos que gostam de carros. Não como equipe, mas, sim, como fabricante de automóveis superesportivos. Na vitrine da concessionária no bairro Vila Olímpia, os modelos 570 e 720 hipnotizam. O primeiro faz parte da gama Sports Series e
// “McLaren” is a name tattooed in the memory of Brazilians for obvious reasons: it is the team with which Ayrton Senna conquered his three Formula 1 titles – 1988, 1990 and 1991. Between his beginnings in the timid Toleman team and final act in Williams (with the iconic black Lotus in between), it is that white and red car that takes us on a memorable ride, sometimes nostalgic, others electrifying, of the three-time world champion’s career. Since last month, McLaren is also on the wish list of car-loving São Paulo natives. Not as a team, but as a super sports car manufacturer. On the window of the dealership in Vila Olímpia district, models 570 and 720 hypnotize passers-by. The first is part of the Sports Series lineage and was conceived to be versatile – fun on the racetrack in the morning, a quick trip to the supermarket in the afternoon. Its structure is composed by a passenger compartment made out of carbon fiber (named MonoCell II and weighing a mere 80 kg), surrounded by aluminum bodywork. If the client opts
74 | AHEAD mag
foto/photo: Divulgação
foi concebido para ser versátil – pela manhã, diversão na pista; à tarde, uma rápida ida ao supermercado. Sua estrutura é formada por um habitáculo feito em fibra de carbono (batizado de MonoCell II, de apenas 80 kg), envolto por uma carroceria de alumínio. Se o cliente optar por um pacote opcional composto por peças mais leves, seu peso chega a esbeltos 1.406 kg. Quem faz o que se deve com um esportivo – e leva o 570 para uma pista –, se sente piloto. Em boa parte por conta do Brake Steer, recurso que, ao esterçar a roda interna traseira, ajuda a conduzir a frente do carro para o lado de dentro da curva. Traduzindo: dá para frear mais tarde e acelerar mais cedo numa tangente. Dentro do carro, destaca-se a tela de 7 polegadas do sistema de entretenimento IRIS, que conjuga comandos do ar-condicionado, do som, do GPS e da telemetria, que mapeia o
for an additional package composed by lighter parts, its weight can come down to a trim 1,406 kg. Anyone who does what he is supposed to do with a sports car – and takes the 570 to a racetrack -, feels like a pilot. Mainly due to the Brake Steer, feature that, while steering the inner back wheel, helps to manoeuver the front of the car to the inside of the corner. Put simply, the driver can brake later and accelerate earlier in a tangent. In the interior, the highlight is the 7” screen of the IRIS entertainment system, combining commands for AC, sound, GPS and telemetry, which maps the circuit and registers the return times, if the 570 is on a track day. Not enough? Stepping up a notch there is the 720S. Here the use of carbon fiber is expanded (even the ceiling is made out of
Oito anos após a fundação da McLaren Automotive, a fabricante de automóveis superesportivos abre sua primeira concessionária no Brasil // Eight years after the foundation of McLaren Automotive, the super sports car manufacturer opens its first dealership in Brazil
75 | AHEAD mag
Como em todo McLaren de rua, as portas são diedrais, se abrindo para cima // As with every street McLaren, the doors are dihedral and open upwards
76 | AHEAD mag
foto/photo: Divulgação
ENGINE
Coleção Inverno 2018 é inspirada em movimentos artísticos de vanguarda (na foto, o scarpin Baker) // Avant-Guard artistic movements serve as inspiration for the 2018 Winter Collection (in the picture, the Baker kitten heels)
circuito e registra os tempos de volta, caso o 570 esteja em um track day. Não é o bastante? Subindo um degrau está o 720S. Aqui o uso da fibra de carbono é expandido (até o teto é feito do compósito) e há recursos exclusivos, como o ProActive Chassis Control, uma suspensão hidráulica que conecta todos os amortecedores, com a missão de ser mais fiel ao modo de condução escolhido – Comfort, Sport, Track ou Race. Há também um pacote aerodinâmico ativo, que se expande ou retrai automaticamente à medida que o carro acelera ou freia. A cabine mantém boa parte dos elementos do 570, com um diferencial um tanto caprichoso: quando escolhido o modo mais radical de pilotagem, Race, o cluster de instrumentos convencional se escamoteia e no seu lugar surge outro, no qual estão apenas velocímetro, conta-giros e indicador de marchas. Quanto menos informações melhor na hora de rasgar retas a 300 km/h em Silverstone, Spa-Francorchamps ou Nürburgring. E ainda assim não é o último estágio de adrenalina na prateleira da McLaren. Porque há o McLaren Senna, da Ultimate Series.
77 | AHEAD mag
the composite) and there are exclusive features, such as the ProActive Chassis Control, a hydraulic suspension that connects all shock absorbers, with the mission of being more faithful to the chosen driving mode – Comfort, Sport, Track or Race. There is also an active aerodynamic package, which expands or recedes automatically as the car accelerates or breaks. The cabin maintains the majority of the 570’s elements, with a very capricious differential: when you choose the more radical driving mode, Race, the cluster of conventional instruments folds down, giving way to one that displays only speed, tachometer and gears. The less information the better when tearing through straight lines at 300 km/h in Silverstone, Spa-Francorchamps or Nürburgring. Moreover, this is not the last adrenaline stage in McLaren’s shelf. There is still the Ultimate Series McLaren Senna.
ENGINE
A LENDA F1
Das 500 unidades produzidas do modelo McLaren Senna, as duas únicas importadas para o Brasil já foram vendidas // From the 500 manufactured units of the McLaren Senna model, the only two imported to Brazil have already been sold
THE F1 LEGEND The new lineage of McLaren sports cars started with the 12C (2011 to 2014). However, their experience manufacturing super cars for the streets goes back to May 28 1992, when the F1 was presented on the eve of the Monaco Formula 1 GP. The “fathers” of the F1 – Peter Stevens and Gordon Murray, the latter a notorious Formula 1 car builder who designed the basic outlook of Ayrton Senna’s MP4/4 – created a super sports car with places for three people, the driver sitting in a central seat in the front of two back seats. Performance numbers were incredible for the time: 6.1 V12 627 hp engine (originating from BMW), capable of taking the F1 to 100 km/h in 3.2 seconds and maximum speed of 391 km/h – marks that deemed the car as the fastest of its time and that still today are stored away in an Olympus that very few can reach. Gold in the engine bay seems somewhat pompous, but it works as an efficient thermal insulator that protects the bodywork from engine heat. The tools that accompany the car are made of titanium, a lot lighter than the conventional iron ones. The crevices on the wheels? They make them lighter, without losing rigidity. Talking about rigidity, it was the F1 that introduced the use of carbon fiber in street cars.
78 | AHEAD mag
Acima, o McLaren 720S, atualmente a estrela da estirpe Super Series. Na página ao lado, o interior do 570S Spider. Um painel digital de três telas e bancos com salientes abas laterais completam o ambiente minimalista do interior. // Above, the McLaren 720S, currently the star of the Super Series lineage. On the opposite page, the interior of the 570S Spider, with a three-screen digital panel and seats with protruding side flaps that complement the minimalist ambiance of the interior. Ao lado, detalhes do McLaren Senna, batizado em homenagem ao piloto brasileiro. O assinado pela divisão Ultimate Series é extremamente leve – apenas 1.198 kg – e está homologado para rodar nas ruas. // Opposite, details of the McLaren Senna, named as an homage to the Brazilian pilot. The Ultimate Series division one is extremely light – only 1,198 kg – and is certified for street driving.
foto/photo: Divulgação
A nova safra de esportivos da McLaren começou com o 12C (2011 a 2014). Mas sua experiência em produzir supercarros para as ruas remonta a 28 de maio de 1992, quando o F1 foi apresentado na véspera do Grand Prix de Mônaco de Fórmula 1. Os “pais” do F1 – Peter Stevens e Gordon Murray, este um notório projetista de carros da Fórmula 1 e quem desenhou o layout básico do MP4/4 de Ayrton Senna – criaram um superesportivo com lugar para três ocupantes, sendo que o motorista senta em um banco central, à frente dos dois traseiros. Os números de desempenho eram assustadores para a época: motor 6.1 V12 de 627 cv (oriundo da BMW), capaz de levar o F1 aos 100 km/h em 3,2 segundos e velocidade máxima de 391 km/h – marcas que o consagraram o mais veloz do mundo em sua época e que ainda hoje estão guardadas num olimpo que poucos alcançam. Ouro no cofre do motor parece pura ostentação, mas funciona como um eficiente isolante térmico que mantém o calor do motor longe da carroceria. As ferramentas que acompanham o carro são de titânio, bem mais leves do que as convencionais de ferro. As fendas nas rodas? Servem para deixá-las mais leves, sem perder a rigidez. Falando em rigidez, foi o F1 que inaugurou o uso de fibra de carbono em carros de rua.
Famosos que têm ou já tiveram um F1 // Celebrities who owned or still own an F1
Jay Leno Ralph Lauren Gordon Murray Rowan Atkinson Elon Musk
McLaren 570 (S Coupé, S Spider e GT) Motor: 3.8 V8 biturbo, 562 cv e 61,8 kgfm de torque Desempenho: 0 a 200 km/h em 9,5 segundos, velocidade máxima de 328 km/h Preço: de R$ 1,9 milhão a R$ 2,1 milhões
McLaren 720S Motor: 4.0 V8 biturbo, 710 cv e 78,5 kgfm de torque Desempenho: 0 a 200 km/h em 7,8 segundos, velocidade máxima de 341 km/h Preço: de R$ 2,9 milhões a R$ 3,1 milhões
McLaren Senna Motor: 4.0 V8 biturbo, 790 cv e 81,6 kgfm de torque Desempenho: 0 a 200 km/h em 6,8 segundos, velocidade máxima de 340 km/h Preço: aproximadamente R$ 8 milhões // McLaren 570 (S Coupé, S Spider e GT) Engine: Twin-Turbo 3.8 V8, 562 hp and 61.8 kgfm torque Performance: 0 to 200 km/h in 9.5 seconds, maximum speed of 328 km/h Price: from R$ 1.9 to R$ 2.1 million McLaren 720S Engine: Twin-turbo 4.0 V8, 710 hp and 78.5 kgfm torque Performance: 0 to 200 km/h in 7.8 seconds, maximum speed of 341 km/h Price: from R$ 2.9 to R$ 3.1 million McLaren Senna Engine: Twin-turbo 4.0 V8, 790 hp and 81.6 kgfm torque Performance: 0 to 200 km/h in 6.8 seconds, maximum speed of 340 km/h Price: approximately R$ 8 million
79 | AHEAD mag
ENGINE
QUEM DÁ (MUITO) MAIS? WHO BIDS (A LOT) HIGHER? O McLaren que levou Ayrton Senna à sua sexta vitória em Mônaco, em 1993, foi leiloado em maio deste ano. Mas o feito não chegou nem perto do ranking dos 10 clássicos mais caros já vendidos em leilões. The McLaren that led Ayrton Senna to his sixth victory in Monaco, in 1993, was auctioned in May of this year. However, the sale did not come even close to the ranking of the 10 most expensive classics auctioned in the past.
por/by Rodrigo
Mora
82 | AHEAD mag
D
esde 1988 correndo pela McLaren, Ayrton Senna já era tricampeão de Fórmula 1 e vencedor de cinco GPs de Mônaco em 1993, seu último ano como piloto da escuderia inglesa. Ao vencer pela sexta vez no principado – as cinco anteriores foram em 1987, 1989, 1990, 1991 e 1992 –, o brasileiro se consagrou definitivamente como o “Rei de Mônaco”. Em maio, o McLaren-Cosworth Ford MP4/8A guiado por Senna naquela sexta vitória foi arrematado por € 4,2 milhões (R$ 18 milhões) em leilão realizado pela Bonhams, durante o Grand Prix de automóveis clássicos Monaco Historique. No mesmo dia, o Toleman-Hart TG184 da sua primeira corrida em Mônaco, em 3 de junho de 1984, também foi arrematado por € 1,6 milhão (R$ 6,2 milhões). Parte da imprensa internacional cravou que o comprador da McLaren de Senna é Bernie Ecclestone, mas o ex-chefão da Fórmula 1 nega. Mas o ranking dos carros mais caros já leiloados supera estes valores e reforça duas verdades: os clássicos seguem valorizando com o tempo e as Ferraris dominam a lista com seis dos arremates mais altos. McLaren-Cosworth Ford MP4/8A, usado por Ayrton Senna no GP de Mônaco em 1993 // McLaren-Cosworth Ford MP4/8A driven by Ayrton Senna in the 1993 Monaco GP
// Since 1988 racing for McLaren, Ayrton Senna was already three times Formula 1 champion and winner of five Monaco GPs in 1993, his last year as a pilot for the English motor-racing team. When he won for the sixth time in the Principality – the five previous victories had been in 1987, 1989, 1990, 1991 and 1992, - the Brazilian was definitely acclaimed “King of Monaco”. In May, the McLaren-Cosworth Ford MP4/8A driven by Senna on that sixth victory was bought for € 4.2 million in an auction at Bonhams, during the Monaco Historique classic automobiles Grand Prix. On the same day, the Toleman-Hart TG183 of his first race at Monaco, on June 3, 1984, was also acquired for € 1.6 million. Part of the international press guaranteed that the buyer of Senna’s McLaren was Bernie Ecclestone, but the former Formula 1 bigwig denies it. Moreover, the ranking of the most expensive cars bought in auctions goes way above these values and reinforces two truths: the value of classics always go up with time and the Ferraris dominate the list with six of the most expensive acquisitions.
83 | AHEAD mag
A marca de Senna é reconhecida de longe na carroceria revestida pelo patrocínio da Marlboro // The Senna brand is recognizable from a distance in the bodywork painted with the Marlboro sponsorship
ENGINE
10° - FERRARI 250 GT SWB CALIFORNIA SPIDER 1961 Este modelo exposto pela Ferrari no Salão de Paris de 1961 pertenceu ao ator francês Alain Delon. Quanto: US$ 18,64 milhões Data do leilão: fevereiro de 2015 // 10° - Ferrari 250 GT SWB California Spider 1961 This model exhibited by Ferrari in the 1961 Paris Salon belonged to French actor Alain Delon. Price: US$ 18.64 million Auction date: February 2015
9° - ALFA ROMEO 8C 2900B LUNGO SPIDER 1939 Raríssimo hoje, era um dos mais potentes e importantes carros de sua época. Quanto: US$ 19,80 milhões Data do leilão: agosto de 2016 // 9° - Alfa Romeo 8C 2900B Lungo Spider 1939 Extremely rare today, it was one of the most potent and important cars of its time. Price: US$ 19.80 million Auction date: August 2016
8° - JAGUAR D-TYPE 1955 Único D-Type vencedor das 24 Horas de LeMans que sobreviveu intacto. Quanto: US$ 21,78 milhões Data do leilão: agosto de 2016 // 8° - Jaguar D-Type 1955 The only D-Type to win the 24 hours of Le Mans that survived in one piece.
7° - ASTON MARTIN DBR1 1956 Primeiro dos cinco DBR1 construídos entre 1956 e 1958, se tornou o mais valioso automóvel britânico já comercializado. Quanto: US$ 22,55 milhões Data do leilão: agosto de 2017 // 7° - Aston Martin DBR1 1956 The first of the five DBR1 built between 1956 and 1958, it became the most valuable British automobile ever sold. Price: US$ 22.55 million Auction date: August 2017
fotos/photos: Divulgação
Price: US$ 21.78 million Auction date: August 2016
6° - FERRARI 275 GTB/C S PECIALE 1964 Feito em alumínio e com motor 3.2 V12, só existem mais dois iguais a esse. Quanto: US$ 26,40 milhões Data do leilão: agosto de 2014 // 6° - Ferrari 275 GTB/C Speciale 1964 Built in aluminum and with a 3.2 V12 engine, there are only two other units like this one. Price: US$ 26.40 million Auction date: August 2014
5° - FERRARI 275 GTB/4 S N.A.R.T. SPIDER 1967 Considerado o modelo que apresentou a Ferrari aos Estados Unidos. Quanto: US$ 27,50 milhões Data do leilão: agosto de 2013 // 5° - Ferrari 275 GTB/4 S N.A.R.T. Spider 1967 Considered the model that introduced Ferrari to the United States. Price: US$ 27.50 million Auction date: August 2013
4° - FERRARI 290 MM 1956 Guiado pelo pentacampeão de Fórmula 1 Juan Manuel Fangio Fangio, este carro teve apenas quatro unidades construídas. Quanto: US$ 28,05 milhões Data do leilão: dezembro de 2015 // 4° - Ferrari 290 MM 1956 Driven by the Formula 1 champion Juan Manuel Fangio, this car only had four units built. Price: US$ 28.05 million Auction date: December 2015
3° - MERCEDES-BENZ W 196R 1954 Também com esse carro, o argentino Fangio venceu os GPs da Alemanha e da Suíça, de 1954. Quanto: US$ 29,65 milhões Data do leilão: julho de 2013 // 3° - Mercedes-Benz W 196R 1954 Also driving this car, the Argentinian Fangio won the German and Swiss GPs in 1954. Price: US$ 29.65 million Auction date: July 2013
85 | AHEAD mag
ENGINE
2° - FERRARI 335 SPORT SCAGLIETTI 1957 Uma das quatro unidades fabricadas. O britânico Stirling Moss venceu o Grande Prêmio de Cuba de 1958 com este carro. Quanto: US$ 35,71 milhões / Data do leilão: fevereiro de 2016 // 2° - Ferrari 335 Sport Scaglietti 1957 One of the four units made. Brit Stirling Moss won the 1958 Cuban GP driving this car. Price: US$ 35.71 million / Auction date: February 2016
Quanto: US$ 38,11 milhões / Data do leilão: agosto de 2014 // 1° - Ferrari 250 GTO 1962 With its racing ADN, this model has a 3.0 V12 engine and only 39 units were made. Price: US$ 38.11 million / Auction date: August 2014
86 | AHEAD mag
fotos/photos: Divulgação
1° - FERRARI 250 GTO 1962 Com DNA de corrida, este modelo tem motor 3.0 V12 e apenas 39 unidades produzidas.
/AviancaBrasil avianca.com.br
Santiago na palma da sua mão.
Com o aplicativo da Avianca Brasil, você pode: fazer check-in, comprar passagens, acessar seu cartão de embarque e muito mais, tudo na palma da sua mão. Baixe agora mesmo e tenha uma boa viagem!
QUEM VOA, AMA. 87 | AHEAD mag
LANDSCAPE
O ESTÁDIO É A RUA THE STADIUM IS THE STREET A paixão pelo futebol chega a lugares tão remotos como os pés do Everest. Nascido semanas antes da Copa de 1970, o brasileiro Caio Vilela roda o mundo fotografando essas descompromissadas partidas. Autor do projeto Futebol Sem Fronteiras e com cinco livros publicados, ele compartilha suas fotos e relembra a história desses lances. The passion for football reaches places as remote as the foot of the Everest. Born weeks before the 1970 FIFA World Cup, Brazilian Caio Vilela travels around the world photographing these casual games. Author of the project Football Without Borders and having published 5 books, he shares his photos and recalls the history of these matches. por/by Caio
Vilela
PORTO ALEGRE, BRASIL, 2012 Pelada de fim de tarde na periferia de Porto Alegre. Usei esta foto na capa do livro “FutebolArte” por resumir o espírito da coisa: improviso, integração, molecagem, emoção, mistura de etnias, alegria, entre outros valores agregados pelo futebol de rua. // PORTO ALEGRE, BRAZIL, 2012 Late afternoon football game in the outskirts of Porto Alegre. I used this picture on the cover of the book “Futebol-Arte” since it summarized the spirit of the game: improvisation, integration, boyish tricks, emotion, a mixture of races, happiness, among other added values of street football.
88 | AHEAD mag
89 | AHEAD mag
LANDSCAPE
PARIS, FRANÇA, 2015 Estudantes parisienses tomam posse do gramado em um parque onde – teoricamente – é proibido jogar bola. Esse jogo começou por acaso entre alunos de escolas diferentes, enquanto os professores organizavam um piquenique para os estudantes.
// PARIS, FRANCE, 2015 Parisian students take over the lawn in a park where – theoretically – playing football is prohibited. This game started by chance among students of different schools, while the teachers organized a picnic for the pupils.
90 | AHEAD mag
MASCATE, OMÃ, 2010 Fotografei esta pelada dos filhos de pescadores de Mascate. A paisagem rochosa e o relevo acidentado criam um "estádio" natural para as peladas dos nativos no litoral de Mascate.
// MUSCAT, OMAN, 2010 I photographed this casual game played by fishermen’s children in Muscat. The rocky landscape and the rough terrain created a natural “stadium” for the natives of the Muscat seaside.
91 | AHEAD mag
ENGINE LANDSCAPE
92 | AHEAD mag
CORRAN, ESCÓCIA, 2015 Dois irmãos escoceses brincam de driblar sobre a praia de pedras de Corran, a 200 quilômetros da capital da Escócia. A cena me chamou atenção pelo movimento dinâmico em uma paisagem tão bucólica e pacata.
// CORRAN, SCOTLAND, 2015 Two Scottish brothers play dribble on the gravel beach of Corran, over 120 miles from the Scottish capital. The scene caught my attention due to the dynamic moves against such a bucolic and serene landscape.
93 | AHEAD mag
LANDSCAPE
GORAK SHEP, NEPAL, 2014 Aos pés do Monte Everest, xerpas e tibetanos disputam a bola a 5.000 metros de altitude no vilarejo de Gorak Shep, no Nepal. Seguramente a pelada mais "alta" que já flagrei, durante uma viagem de trekking (em que eu era o guia) ao Campo Base do Everest.
// GORAK SHEP, NEPAL, 2014 At the foot of Mount Everest, Sherpas and Tibetans scramble for the ball at a height of 16,400 feet in the village of Gorak Shep, Nepal. Undoubtedly the “highest” football game I ever caught, during a trekking trip (where I was the guide) to Mount Everest’s Base Camp.
94 | AHEAD mag
ALEPPO, SÍRIA, 2010 Garotos sírios jogam bola no centro histórico de Aleppo em abril de 2010, poucos meses antes de a guerra começar na Síria e destruir toda a cidade. Estas construções estão hoje no chão e essas crianças podem não estar vivas.
// ALEPPO, SYRIA, 2010 Syrian boys play football in the historical center of Aleppo in April 2010, a few months before the war began in Syria, destroying the whole city. These constructions are now on the ground and these children may not even be alive.
95 | AHEAD mag
LIBRARY
Próxima leitura NEXT READING
CEOs indicam seus livros de cabeceira e contam por que outras pessoas também deveriam ler // CEOs indicate their favorite book and tells us why other people should also read it por/by Camila
Balthazar
Fabio Coelho é vicepresidente da Google Inc. e presidente do Google Brasil // Fabio Coelho is VicePresident of Google Inc. and President of Google Brazil
“O livro ‘Travessuras da Menina Má’ me marcou muito quando voltei para o Brasil, em 2009”, conta Fabio Coelho. O presidente do Google Brasil se deparou com a obra do peruano Mario Vargas Llosa após uma longa temporada nos Estados Unidos. “O autor visita momentos e lugares marcantes no tempo e no mundo através do originalíssimo relacionamento entre um homem e uma mulher absolutamente diferentes, mas de algum modo conectados por afeto mútuo.” A história começa em Miraflores, bairro aristocrático de Lima, no Peru, nos anos 1950. É lá que o adolescente Ricardo se apaixona pela chilena Lily, a tal menina má. Lily não é peruana, tampouco se chama Lily. Ricardo a pede em namoro três vezes, recebe três ‘nãos’ como resposta, descobre a farsa e seus caminhos se separam. Eles se reencontram em Paris uma década depois. Ela virou uma guerrilheira a caminho de Cuba. Ele, tradutor da Unesco, se apaixona novamente. Vargas Llosa narra os encontros e desencontros dos dois nas décadas seguintes – Inglaterra, Espanha e Japão também entram na história –, ao mesmo tempo em que mostra as transformações culturais e políticas da Europa e da América Latina. “É uma leitura arrebatadora”, garante Fabio, lembrando que o escritor ganhou o Nobel de Literatura em 2010.
“The book ‘The Bad Girl’ left a deep mark in me when I returned to Brazil in 2009,” says Fabio Coelho. The President of Google Brasil met up with the work of Peruvian author Mario Vargas Llosa after a long sojourn in the USA. “The author visits striking moments and places in time and around the world through an extremely original relationship between a man and a woman who are absolutely different, but in some way connected by mutual affection.” The story begins in Miraflores, aristocratic district of Lima, in Peru, in the 1950s. That is where teenager Ricardo falls in love with the young Chilean Lily, the so-called bad girl. Lily is not Peruvian, nor is she called Lily. Ricardo asks her to be his girlfriend three times and is turned down every time, unravels the farce and their ways part. They meet up again in Paris, a decade later. She has become a guerrilla fighter on her way to Cuba. He, a translator for UNESCO, falls in love with her again. Vargas Llosa narrates their encounters and separations over the next two decades – England, Spain and Japan are also part of the story -, as he also depicts the cultural and political transformations in Europe and Latin America. “It is a mind blowing book,” assures Fabio, reminding us that the author won the 2010 Nobel Prize in Literature.
“Os pontos de vista sobre lugares visitados e acontecimentos históricos presenciados (muitos dos quais também visitei e vivi) são muito interessantes.”
Travessuras da Menina Má The Bad Girl
Autor / Author: Mario Vargas Llosa Editora / Editor: Alfaguara Brasil Ano / Year: 2006
96 | AHEAD mag
fotos/photos: @studio_gobbi e divulgação
// “The points of view about places visited and historical events witnessed (many of which I also visited and lived through) are very interesting.”
I N V E R NO 2 018
shop online w w w.mixed.com.br
THE END
Carla Lencastre viajou a Melbourne para se encantar com a arte de rua // Carla Lencastre travelled to Melbourne to fall in love with street art
FAIXA BÔNUS BONUS TRACK
Jornalistas contam as boas descobertas feitas durante a produção das matérias Journalists share good discoveries made while producing their articles
“Considerado o ‘pai’ do McLaren F1, Gordon Murray assina o MP4/4 de Senna. Uma das últimas obras do engenheiro de 72 anos é o T.25, um microcarro feito em fibra de carbono, e sua versão elétrica, o T.27.” // “Considered the ‘father’ of McLaren F1, Gordon Murray signs Senna’s MP4/4. One of the last works of the 72-year old engineer is the T.25, a microcar made out of carbon fiber, and its electric version, the T.27.” Rodrigo Mora descobriu tudo sobre a McLaren para contar sobre a chegada ao Brasil // Rodrigo Mora found out everything about McLaren to tell us about their arrival in Brazil
98 | AHEAD mag
“Quentin Tarantino certamente poderia arriscar uma carreira como DJ. Fanático por música, ele já lançou um disco duplo chamado ‘Tarantino Soundtrack Collection’, com canções selecionadas para clássicos como ‘Cães de Aluguel’, ‘Kill Bill’ e ‘Pulp Fiction’.” // “Quentin Tarantino could certainly take a chance on a career as a DJ. A great music fan, he has released a double album called ‘Tarantino Soundtrack Collection’, with songs selected for classics like ‘Reservoir Dogs’, ‘Kill Bill’ and ‘Pulp Fiction’.” Cinéfilo e DJ nas horas vagas, Felipe Seffrin relembra trilhas sonoras que entraram para a história // Movie buff and DJ in his spare time, Felipe Seffrin remembers soundtracks that went down in history
foto/photo: Carla Lencastre e divulgação
“A praia de St. Kilda fica a 20 minutos de Melbourne CBD, onde estão os mais famosos grafites da cidade australiana. O programa é procurar pinguins entre as pedras ao longo do píer centenário e admirar a vista para os barcos na marina e para os prédios no Centro.” // “The beach of St. Kilda is 20 minutes from Melbourne CBD, where are located the most famous graffiti of the Australian city. The fun is to search for penguins among the rocks of the long, centenary pier and admire the view of the boats in the marina as well as the downtown buildings.”
Reprodução proibida. Os produtos exibidos estão sujeitos a disponibilidade de estoque. VENDAS: www.vivara.com.br ou 0800 77 44 999.
VIVARA.COM.BR
CLÁSSICOS VIVARA Diamantes com diferentes pontuações e lapidações.