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leandro Karnal ProFessor e HistoriaDor Fala eM entreVista eXClusiVa soBre liDeranÇa, Crise e PolariZaÇÃo De oPiniÕes
desafios da logÍstica a GreVe Dos CaMinHoneiros aPontou a DePenDÊnCia Por roDoVias no PaÍs. quais as soluÇÕes Para MelHorar a loGÍstiCa De transPorte?
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ASSESSORIA ORGANIZACIONAL Treinamentos Recrutamento e Seleção Desenvolvimento Empresarial
Nossa missão é tornar pessoas e empresas mais humanizadas E O SEU RECURSO, É HUMANO?
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editorial A oportunidade de viver o associativismo e o cooperativismo nos permite um crescimento de conhecimento e possibilidades, que estão indisponíveis em qualquer curso regular. Atualmente, para a micro e pequena empresa, isso pode ser um fator decisivo para a continuidade e prosperidade do negócio. É nesta vivência que aprendemos com outras pessoas, que já trilharam o mesmo caminho, a oportunidade de nos aperfeiçoar e trazer ao nosso negócio experiências assertivas. Além da vivência habitual, ter a oportunidade de acessar um portal que trata do mundo da micro e pequena empresa, proporciona a tratativa de assuntos cotidianos e a inovação nas ações. É com este objetivo que a revista Mundo MPE traz para você assuntos selecionados. Damos início neste meio físico e continuamos as relevantes discussões no ambiente virtual. Abordamos temas como a importância da saúde mental no mercado de trabalho, pois sabemos que os colaboradores são um ponto importante para o sucesso. Você já parou para pensar o que faria se fosse iniciar novamente? Nesta edição, temos a experiência de dois empresários que relatam seus acertos que seriam repetidos e seus desafios que deixariam de lado. E a liderança de um ponto de vista de um filósofo, será a mesma que a sua? Continuando o bate-papo que iniciado no Connect 2018, Leandro Karnal fala um pouco mais sobre o assunto. Também vamos lhe apresentar detalhes da nossa esperada reforma, pensada para melhor receber nossos associados e parceiros em nossa sede. Ganhe um pouco mais de conhecimento através das próximas páginas e acesse nosso portal para a atualização dos temas. Desejo uma excelente leitura e aguardo sua interação no portal Mundo MPE.
expediente: associação de Joinville e região da Pequena, Micro e Média empresa. rua urussanga, 292, Bucarein, 89202-400, Joinville/sC. Fone: (47) 2101.4100 site: www.ajorpeme.com.br e-mail: karoline.lopes@ajorpeme.com.br Jornalista responsável: Karoline lopes textos: Karoline lopes revisão: Daniela Hobold e Karoline lopes Conselho editorial: Karoline lopes, Victor Kochella, Daniel Henrique Moreira, Fábio santana Corrêa, luciana assad rupp, Valmir santhiago Jr., Mayara Coelho rotermel, luiz lopes e renã santos. Projeto Gráfico: agência de conexão (47) 3029.4014 Diagramação: renã santos Fotos: Depositphotos, Pexels, divulgação, arquivos ajorpeme e Jean Caê impressão: Tipotil Indústria Gráfica tiragem: 4.000 exemplares As matérias da Revista Mundo MPE podem ser reproduzidas à vontade, desde que citados a fonte e o autor. Os textos assinados não são de responsabilidade da Ajorpeme. A AJORPEME É CERTIFICADA COMO ENTIDADE DE UTILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL. Publicação:
Victor Kochella Presidente Ajorpeme Gestão 2018 Quer anunciar na Mundo MPE? ou mundompe@ajorpeme.com.br
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Pequena notável o doce gosto do sucesso Gestão se você fosse começar de novo, por onde começaria?
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5 Dicas por que investir em marketing digital? Artigo você ainda usa agenda de papel? Capacitação Ensino a distância ganha força Vitrine Leandro Karnal Artigo como chegar onde realmente desejamos? Capa cuidados com a mente no mercado de trabalho Representatividade diversidade na publicidade brasileira Tendência Os desafios da logística no Brasil Empreendedorismo ajorpeme inicia nova etapa Empreendedorismo e cultura Literatura como negócio Na tela | Para ler
leandro Karnal ProFessor e HistoriaDor Fala eM entreVista eXClusiVa soBre liDeranÇa, Crise e PolariZaÇÃo De oPiniÕes
desafios da logÍstica a GreVe Dos CaMinHoneiros aPontou a DePenDÊnCia Por roDoVias no PaÍs. quais as soluÇÕes Para MelHorar a loGÍstiCa De transPorte?
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Dedicação e bom atendimento são o segredo da La Paglia Doceria Pequena Notável Ser o próprio chefe é o sonho de muitos brasileiros. De acordo com o relatório executivo Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado no Brasil pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), já são 15,7 milhões de jovens que estão levantando informações para ter um negócio ou que já têm empresa com até três anos e meio de atividade. A pesquisa mostrou que um em cada três adultos brasileiros (entre 18 e 64 anos) é empreendedor. Um dos modelos mais procurados é o das franquias, que apresentam diversas vantagens em relação a uma empresa que começa do zero e são a alternativa perfeita para quem não quer correr riscos desnecessários. Leandro Galvão Pereira, proprietário da La Paglia Doceria, colocou na ponta do lápis os riscos que teria ao investir em uma franquia. Para ele, um dos segredos
Os próximos passos da La Paglia Doceria em Joinville seguem o caminho da inovação. Leandro conta que o objetivo é ampliar o número de sabores oferecidos e novos pontos de venda: “Queremos entrar nos grandes bairros de Joinville, em que ainda não estamos. E, quando tiver a oportunidade, abrir uma segunda loja da La Paglia em um dos centros urbanos próximo à Joinville”.
do sucesso é planejamento: “Vim para Joinville trabalhar em uma grande empresa como engenheiro, mas um dos meus objetivos sempre foi ter o meu próprio negócio. Decidi sair por conta própria e tinha algumas ideias do que gostaria de fazer. No meu último dia, passando pelo portão para ir embora, um amigo me ligou e apresentou a La Paglia”. Após um mês, Leandro viajou para Palmas, no Tocantins, para conhecer a sede da empresa. Com as informações coletadas, voltou para Joinville com uma centena de palhas. “Realizei uma pesquisa mercadológica com pessoas mais próximas e pedi para que eles me fizessem perguntas e críticas sobre o que poderia dar errado. Após essa análise, voltei para Palmas e fechei o negócio”, lembra. A segunda etapa da criação da unidade de Joinville, consistiu na busca pelo local de funcionamento, compra de equipamentos e contratação da equipe: “Começamos com três pessoas e hoje, nove meses depois, somos em sete”. Segundo ele, são produzidas cerca de 14 mil palhas italianas por mês. Esse volume é dividido entre a loja física - localizada na Rua Blumenau, 2003 - e os mais de 200 pontos de venda de Joinville e região. “Além disso, estamos investindo na parte de eventos, como casamentos, chá de bebê e corporativos com as nossas palhas italianas personalizadas”, explica.
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O doce gosto do sucesso
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se você fosse começar de novo, Por onde começaria? gestão “Há 22 anos, minha mãe foi fazer um curso em São Paulo, voltou para Joinville e abriu uma empresa que trabalhava com jardinagem. Após um ano, ela decidiu abrir a floricultura. Depois de um período conciliando as duas empresas, ela vendeu a loja para a minha tia. Somos um negócio bastante familiar. A maioria dos nossos clientes são fixos e já são amigos. Nunca pensei em trabalhar com flores, mas hoje não me vejo fazendo outra coisa. Cheguei a prestar vestibular para direito e passei, mas não segui em frente. Acabei me formando em eventos.
Hoje, com mais de duas décadas de história, nosso maior desafio é conseguir mão de obra qualificada. Os cursos de qualificação são muito caros e os profissionais que aprendem as técnicas exigem salários mais altos. Se fossemos começar de novo, investiria em cursos de capacitação na área administrativa. Sempre fiquei na parte de criação e há um ano assumi esse setor da empresa. Sinto bastante dificuldade por não ter desenvoltura e conhecimento. Nosso atendimento é ótimo, mas essa área precisa de investimentos.”
Juliane Cristine Leal Floricultura Olhar Verde
“A empresa existe há quatro anos. A Dose Animal surgiu da ideia de duas amigas farmacêuticas que trabalharam juntas por 15 anos, saíram do mercado de trabalho para serem mães e tinham o desejo de empreender. Sempre gostamos muito de animais. Fizemos um curso voltado para a área e vimos uma oportunidade de negócio. Nessa trajetória, nosso maior desafio foi viabilizar a empresa. Ao contrário do que muitos pensam, ser o
dono do negócio não significa trabalhar menos. Empreender exige muita energia. Ser mãe e profissional é desafiador. Se fôssemos começar novamente, não mudaríamos nada. O início foi como conseguimos viabilizar através de muito planejamento, com o apoio do Sebrae. Foi como idealizamos. Evidentemente, construir a relação com o público leva tempo. Costumamos dizer que estamos caminhando para o futuro.”
Graziela Sunamita Cani de França e Jaqueline de Almeida Mombach Dose Animal
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Por que investir em marKeting digital? Grande, média ou pequena empresa. Independente do porte, se você quer alavancar o seu negócio, uma das ferramentas essenciais é o marketing digital. Para alcançar os potenciais clientes, é preciso pensar no posicionamento online.
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atração de clientes
O marketing digital é uma excelente ferramenta para atrair novos clientes. Com estratégias bem realizadas, você conseguirá conquistar a atenção de cada vez mais pessoas. Elas se educarão com base nos conteúdos disponibilizados pela sua empresa, aumentando as chances de que se tornem clientes!
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baixo custo
Por focar as ações no público que quer atingir, os custos do marketing digital são muito mais baixos do que os do marketing tradicional. Em vez de produzir uma grande campanha, por exemplo, é possível direcionar as ações para o público-alvo do seu serviço ou produto.
5 dicas
Pensando nisso, listamos cinco dicas da cartilha “Marketing digital - O guia completo”, desenvolvida pela Rock Content, uma das maiores empresas especializadas no assunto.
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relacionamento
A comunicação bilateral é uma das características mais marcantes da presença online. Ao se comunicar de forma mais simples, você conquista a chance de se relacionar melhor. Mas, cuidado! Além dos comentários positivos, as críticas também chegam rápido. Nunca deixe de respondê-las e jamais apague comentários negativos.
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segmentação
Definir o público-alvo é essencial para alcançar bons resultados. Com o marketing digital, essa segmentação é feita de forma mais efetiva. Por meio de informações coletadas na internet, é possível selecionar o público por idade cidade onde mora, hábitos de consumo etc.
diferentes Plataformas
BÔNUS
As redes sociais se multiplicam a cada dia. Para entender em qual você precisa estar, é fundamental conhecer o seu público. Ele gosta de vídeos? Prefere imagens ou está disposto a ler um grande volume de informações? Para cada uma dessas características, há uma rede social específica.
Para que sua estratégia funcione, é preciso avaliar os resultados. Aprender com os erros e com os acertos é fundamental para crescer. Por isso, acompanhe as métricas das suas páginas, pesquise e acompanhe tendências.
erros e acertos
você já parou para pensar em como o Whatsapp pode aumentar as vendas da sua empresa? no portal mundo mpE listamos 5 dicas para você utilizar o aplicativo e impulsionar o seu negócio. BIT.LY/2MDGU3T
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Você ainda usa a agenda de papel? Modelos de trabalho e de organização ficaram desatualizados nos dias de hoje e a tecnologia veio para nos ajudar com isso. O que ganhamos? Mais praticidade, produtividade e bem estar. artigo Esbarrei com um grande empresário e amigo nos corredores da ExpoGestão 2018. Ficamos ali conversando sobre alguns assuntos, todos sem muita profundidade porque em poucos minutos iria começar uma nova palestra. Meu amigo falou: “Precisamos continuar essa conversa, Marcelo. Vamos agendar?”. Foi aí que tirei o celular do bolso e com duas passadas de dedo no aparelho eu já estava com a minha agenda da semana aberta e respondi: “Vamos, quando você pode?”. Ele ficou surpreso com a minha reação! Não são todos que tem a sua agenda assim de bate pronto. Ele não estava com a sua agenda em mãos, é daquelas de papel, pesadas e que deve ser ruim levar para alguns lugares.
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O Google Agenda é dinâmico, funciona em seu aparelho celular, tablet e até mesmo através do computador. Não importa onde você esteja, sua agenda está contigo.
Em nosso encontro, dois dias depois, ele voltou no assunto: “Me fala mais de como você organiza a sua rotina?” Mostrei a ele a primeira tela do meu celular. É toda direcionada para a minha agenda. É a primeira coisa que aparece quando ligo meu celular. Ele ficou impressionado e perguntou que ferramenta era aquela. – “Google Agenda!” respondi. Nós, empreendedores, precisamos cada dia mais usar essas ferramentas para nos ajudar. Meus coachees e amigos mais próximos sabem como prezo pela organização da rotina e como isso influencia em uma pessoa mais organizada, responsável e produtiva (características de todo empreendedor que quer o sucesso).
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Em segundos você consegue inserir um novo compromisso.
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Você pode visualizar os seus compromissos por dia, semana ou mês. É um sistema que se adapta à sua vida. Não é a sua vida refém de uma agenda.
Existem muitos itens a favor dessa ferramenta, mas os que eu destaco são os que fazem da nossa vida mais prática:
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Ele lembra de seus compromissos agendados, você não precisa guardar tanta informação na mente ou ter que ficar olhando para as agendas de papel. Guarde sua energia para ideias!
Claro que, se você for mais a fundo, ficará impressionado com a quantidade de recursos que essa ferramenta nos dá. Mas o que importa é começar. Organize-se. Empreender também é respeitar o seu tempo e o tempo dos outros. Use a tecnologia ao seu favor!
Você pode usar cores para remeter a assuntos/compromissos específicos, assim sua mente é treinada para entender um compromisso apenas com uma passada de olho.
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Marcelo Kobe
Coach formado pela Sociedade Latino Americana de Coaching marcelo@marcelokobe.com
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ensino a distÂncia ganha força cursos onLinE aprEsEntam vantaGEns para os aLunos quE procuram quaLidadE na EducaÇão
caPacitação Outro ponto relevante, é a autonomia do aluno. Seja na sala de aula, acompanhado dos professores e colegas, ou em casa, sozinho, em frente ao computador, a qualidade do ensino reflete o interesse da pessoa. “Não usar todos os recursos disponíveis é o mesmo que ir para a sala de aula e cochilar durante todo o tempo. Não é a modalidade que vai determinar o aprendizado”, frisa Wagner. matrÍculas em cursos livres, em nÚmeros absolutos, Por tiPo de curso 709.853 643.409 9.716
452.903
297,472 97,974
Aprerfeiçoamento Treinamento operacional
181,636 210,230
Atualização 439 Extensão Universitária
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no portal mundo mpE, listamos alguns cursos online gratuitos para você capacitar a sua equipe. acesse www.mundompe.com.br. BIT.LY/2NQKPDP
Iniciação profissional
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46,119 758 38,951
Treinamentos em habilidades sociais/ comportamentais Idiomas
Cursos coorporativos Cursos livres não coorporativos
Fonte: abed
A educação a distância (EAD) está abrindo caminho no Brasil. De acordo com relatório da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), 2,9 milhões de pessoas participaram de cursos livres online no país, em 2016. Segundo a Abed, “os números são expressivos e revelam o potencial da área para atender demandas regulamentadas de educação e formação continuada”. Embora esteja se popularizando, a EAD ainda levanta dúvidas em quem precisa escolher um curso, seja de capacitação ou graduação. Para Wagner Oliveira, fundador e presidente da Woli - empresa de tecnologia em gestão de RH, com mais de 580 mil alunos corporativos na plataforma online -, é preciso desmistificar esta modalidade de ensino. “Os cursos online não propõem a substituição da sala de aula e sim, o repensar do processo de aprendizado”, afirma. A reformulação desse processo está diretamente ligada à tecnologia. Se hoje conseguimos acessar e-mails e falar com pessoas de todo o mundo com um aparelho que cabe na palma da mão, por que não aproveitar essas vantagens e aplicá-las no sistema de ensino? Dentre as mudanças provocadas pela internet, Mari Batista, diretora da Universidade Corporativa Ajorpeme (Uniajo), destaca as que mais beneficiam os cursos online. “O aluno tem mais flexibilidade para escolher o melhor momento em sua rotina para ver as aulas e a variedade de temas é maior, pois não há limitação física ou número mínimo de participantes para fechar turma. Além disso, os cursos disponíveis são geralmente mais baratos, não agregam custos de alimentação e transporte e só é preciso ter acesso à internet para finalizá-los”, aponta.
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Leandro Karnal VITRINE
Leandro Karnal está careca de saber que divide opiniões. Há quem goste e quem não queira ouvir falar no nome do professor e historiador. Nas redes sociais, ele acumula milhões de seguidores e seus vídeos no Youtube fazem sucesso instantâneo. Professor na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), também é autor de diversos livros, como “História dos Estados Unidos”, “Conversas com um Jovem Professor” e “Todos Contra Todos: O Ódio Nosso de Cada Dia”
No mês de agosto, Karnal esteve em Joinville para palestrar no Connect - Ideias e Negócios 2018. Antes de subir ao palco e falar com a plateia que lotou a Expoville, o professor conversou com a revista Mundo MPE sobre liderança, crise e polarização de opiniões.
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Jean Caê
Em suas palestras e entrevistas, você comenta que estamos vivendo a maior era de individualismo. Ao mesmo tempo, somos bombardeados com a ideia de que o empreendedorismo é a solução para muitos dos nossos problemas. Como é possível empreender em uma sociedade tão individualista? Karnal: A rigor o empreendedorismo é individualista, na medida em que é alguém que sai do grupo e pensa sozinho. Eu sempre defendi o empreendedorismo como uma possibilidade de crescimento e realização. Sempre chamei atenção para a “teologia” do empreendedorismo. A minha crítica é àqueles que acham que o empreendedorismo é um sistema onde você entra e consegue tudo, que você deve comprar livros como “10 passos para o empreendedorismo”, que você deve fazer o curso “Empreendedorismo para iniciantes”. Nós temos que distinguir, em primeiro lugar, que existe vestir a camisa da empresa, ter iniciativa e pensar do ponto de vista autônomo. O empreendedorismo como liderança, capacidade de transformação, sair da caixinha e fugir do controle estatal, não é coletivo e não é para todas as pessoas. Se todos fossem líderes, não existiria liderança. No Brasil, é fundamental empreender e superar a dependência do estado. É fundamental que as pessoas se empoderem e acreditem no protagonismo da sua ação. Mas é importante advertir que o empreendedorismo não é para todos. Há pessoas que serão perfeitamente felizes fazendo um concurso público, vivendo e morrendo com um trabalho estável. E há pessoas que querem sair da sua zona de conforto. O empreendedor é alguém inquieto, sempre em plena capacidade disruptiva do seu cérebro. Nem todo mundo pode ser pintor, nem todo mundo pode ser músico e nem todo mundo pode ser empreendedor.
O Brasil enfrenta uma crise econômica, política e social. Considerando esse cenário, quais os desafios dos líderes? Karnal: Mais do que nunca, precisamos de líderes. O que é totalmente diferente de pessoas que mandam. Assim como políticos são diferentes de estadistas. Políticos são aqueles que fazem o seu trabalho, elegem seu sucessor e ficam fora da cadeia ao final do processo. Enquanto os estadistas planejam os próximos 30 ou 50 anos com políticas educacionais, logísticas e estratégicas para o país. Estamos muito carentes de estadistas e muito irritados, com toda a razão, com os políticos. Precisamos muito de lideranças sociais, políticas e empresariais. Pessoas que não apenas mandam enquanto estão em um cargo, mas que consigam, com clareza, indicar rumos estratégicos. O líder é alguém que pensa estrategicamente, que enxerga além. Ser alguém que faz o que se espera, torna alguém um funcionário capaz. Abrir mão dos caminhos, torna alguém um líder. Líder não é alguém que manda o outro fazer. É quem diz “vamos juntos, que não vai na frente, mas que caminha ao lado. Líder é o general que cava a trincheira junto, porque ele tem o que nenhum liderado tem: a visão do todo. Líder é aquele capaz de ver o que cada um dos seus liderados enxerga individualmente. O líder tem a visão do macro e o colaborador tem a visão do micro. Nós precisamos muito de lideranças, pois falta ao Brasil e às empresas capacidade de visão ampla. Hoje, qualquer comerciante, por menor que seja a sua loja, precisa pensar no mercado chinês, na importação e exportação e na logística de contêineres. Ou seja, não é mais possível uma empresa nascer, crescer e se desenvolver dentro de uma linearidade constante. Precisamos quebrar barreiras e ir além da moldura.
16 As interações sociais se estabelecem de acordo com os atores e expectativas estabelecidas entre eles. Por exemplo, a forma como falamos com o chefe é diferente da maneira que conversamos com os amigos. Podemos afirmar que líderes são papéis sociais? Alguém “nasce” líder? Karnal: Ninguém nasce nada. Participo da teoria filosófica que nós somos uma tábula rasa, uma folha de papel em branco. Não concordo com a ideia de que nascemos bons ou maus. Acredito que nascemos como uma máquina de ingerir e expelir, que é todo bebê. O que vai provocar o nosso crescimento é uma série de fatores complexos, relacionados com o ambiente e com a formação. Algumas pessoas, mais naturalmente, desenvolvem a capacidade de liderar e indicar caminhos. Mesmo que eu não seja assim, posso aperfeiçoar minhas habilidades. As pessoas têm uma série de questões com as quais se identificam ao longo da sua trajetória e, se eu acredito nisso, posso aperfeiçoar. Tem gente que pensa diferente, mas eu acredito que nós podemos, não criar, mas aperfeiçoar a liderança. No momento em que vivemos, de polarização de opiniões, as pessoas não escutam as outras. Isso é um reflexo da nossa sociedade? Karnal: Capacidade de ouvir é fundamental. O líder antigo era alguém que mandava. Agora, cada vez mais, o líder é alguém que avança junto. Ele deve ouvir a todos, essa é uma grande virtude. Mas ele não é o denominador comum de uma opinião. O fato de eu ser líder não significa ouvir a opinião de todos e fazer uma média para definir a melhor decisão. O líder contraria opiniões ao tomar decisões. Mas ele não pode ser isolado do grupo que lidera. Precisa ouvir e perceber como são as pessoas para delegar tarefas e aperfeiçoá-las. Não existem garantias de que as decisões dos líderes serão corretas. Por isso existem bons e maus líderes. A crise, o erro e a situação inconveniente são excelentes elementos para testar a liderança.Todo mundo é bom administrador de uma empresa sólida num mercado em expansão. Só líderes são bons administradores num cenário de instabilidade. É a dificuldade que separa o amador do profissional.
Hoje, você, Mario Sergio Cortella, Clóvis de Barros Filho, entre outros, são responsáveis pela popularização do pensamento filosófico e histórico. Qual a importância de disseminar esses conceitos para uma população que quase não lê? Karnal: Em uma população geral que quase não lê, é fundamental que intelectuais com formação sejam a ponte e façam com que pessoas sem o hábito da leitura, possam atingir o conhecimento. Dezenas de pessoas me dizem que só leram Hamlet, por causa da minha defesa em vídeos e palestras. Talvez, pessoas como eu não façam sentido na França, Inglaterra ou Alemanha. Em um país em que o analfabetismo funcional é muito grande, mais do que nunca, é preciso construir pontes. Em primeiro lugar, para a população. Há 20 anos, o líder era aquela pessoa com conhecimento no departamento de RH, que sabia as regras da CLT e regras de contratação e demissão. Hoje, qualquer líder precisa ter noções de psicologia, sociologia e história. Para o grande público, os intelectuais são uma ponte para o conhecimento que transforma. E para a liderança empresarial, é fundamental entender que o conhecimento precisa ser amplo. Pessoas só capazes de tomar decisões técnicas, são grandes chefes de almoxarifados.
Jean Caê
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As mídias sociais se tornaram um lugar de polarização de ideias em que as pessoas têm menos paciência e demonstram menos pensamentos complexos. Qual o risco para nós, enquanto sociedade, dessa segregação?
o connect - ideias e negócios 2018 também recebeu robinson shiba, fundador da China In Box. Em um vídeo exclusivo para a mundo mpE, shiba deu dicas que vão contribuir com o seu negócio. www.mundompe.com.br
Karnal: Em primeiro lugar, a internet faz crer que estamos divididos em dois grupos radicais. Ninguém que está lendo é um militante cego de esquerda ou um defensor incontestável da extrema direita. A maioria da população brasileira é de centro, equilibrada e não pressupõem soluções radicais. A internet deu voz a grupos que fazem crer que o Brasil está inteiramente dividido. Consulte sua família, seu círculo de pessoas, independente da opção política, a maioria não é radical. Agora, em época de polarização, o conselho é: política deve ser discutida, política é fundamental para o país, o voto deve ser consciente, mas não faça disso o seu projeto de vida. A solução para o Brasil não está na extrema esquerda e não está na extrema direita. A solução está na moderação de centro, estratégica, com líderes cada vez mais administradores que saibam que não são, mas estão prefeitos, deputados, senadores, vereadores, governadores e presidentes. É preciso fazer o estado servir ao povo. Que o governo tenha medo dos seus patrões, que são os eleitores.
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Como chegar onde realmente desejamos? artigo Quando olhamos a história dos modelos de gestão, podemos verificar diversas “ondas” de metodologias e ferramentas que sinalizaram garantir os resultados desejados: qualidade (Programa 5 ‘S – Kaizen), gestão de processos, balanced scorecard (BSC), total quality management, diagrama de pareto, brainstorming, diagrama de causa e efeito, benchmarking, PDCA, planejamento estratégico, análise swot, design thinking, entre outros.
E qual delas escolher? Ficamos cheios de dúvidas neste universo tão imenso. E, como se não bastasse, agora somos atingidos fortemente pela era digital, mas dessa não há como fugir.
Existe uma “fórmula” comum a qualquer negócio que não podemos esquecer:
estratégia + pessoas + processos Gostaria de focar nossa reflexão no pilar “pessoas”. Quando estamos na direção de um negócio, conforme vamos crescendo, a agenda de pessoas cada vez fica mais “espremida”. Falar, refletir, analisar e repensar as relações organizacionais passa a ser um assunto final da agenda. Por exemplo, numa reunião de análise de DRE, o quanto “mergulhamos” nos números para compreender o verdadeira impacto que as pessoas causam nestes indicadores? Precisamos de um sonho (visão, missão, objetivos), precisamos de processos e tecnologia, mas sem pessoas não conseguiremos chegar aonde queremos chegar. Parece filosofia, não? Pense quantos negócios fracassaram por falta de alinhamento e engajamento das pessoas. Ou, quantos negócios falharam por ter no comando pessoas que não trataram de pessoas? Como exemplo, cito aqui a teoria dos cinco desafios das equipes, de Patrick Lencioni. A falta de atenção aos resultados pode estar intimamente relacionada com a ausência de confiança. E, com certeza, a confiança é a base da pirâmide!
Mariane Nicoloso
Palestrante, facilitadora do Crer-Sendo, psicóloga, coach e mentora mariane.nicoloso@somosglobal.com.br
Reflita como está o nível de confiança entre suas principais lideranças e com seus pares. Quantas conversas verdadeiras você tem por semana? Que tal acrescentar em sua agenda um tempo para falar sobre pessoas, clima e cultura organizacional? Anteriormente, os modelos repetitivos garantiam a gestão. Entretanto, com a aceleração do tempo, o repetitivo passa a ser realizado pelo robô e, necessariamente, precisaremos repensar as empresas como um sistema vivo, aberto e interativo. Neste aspecto, as pessoas passam a ser ativos estratégicos e as organizações passam a ser mais humanas. Sendo assim, antes de buscar qualquer metodologia/ferramenta para gestão, inicie de forma simples: defina expectativas, estabeleça contratos, ouça, observe, crie espaços coletivos e colaborativos e promova o autoconhecimento com os membros da sua equipe.
Informe Publicitário
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DA IMPORTÂNCIA DO REGULAMENTO INTERNO PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Quando o empreendedor resolve abrir a sua empresa e contrata mão de obra, muitas vezes não sabe os direitos que possui como empregador, já que a mídia somente divulga os direitos dos trabalhadores. Mas, eu, empresário, que direitos possuo como empregador? Diversos são os seus direitos. Aqui elencaremos somente alguns deles: - Direito de exigir o cumprimento do horário de trabalho, sob pena de demissão por justa causa, inclusive das funcionarias grávidas e dos integrantes da CIPA. - Direito de proibir que o colaborador utilize celular e internet durante o horário de trabalho, a não ser em casos em que sua função exija. - Direito de exigir a utilização de uniforme. - Direito de abonar a falta somente com a apresentação de atestado médico, e não somente com a apresentação de declaração de comparecimento em posto de saúde. Como se pode verificar, diversos são os direitos dos empregadores. Porém, muitas vezes o mesmo não sabe como cobrá-lo e aplicá-lo. Daí nasce a importância da existência, dentro da empresa, do Regulamento Interno. Apesar da maior parte das normas trabalhistas estarem contidas na CLT, o cotidiano das empresas faz surgir inúmeras situações que seriam impossíveis de estarem previstas em uma única norma, o que gera diversas lacunas jurídicas. Exatamente para preencher estas lacunas que é criado o Regulamento Interno das empresas, o instrumento pelo qual o empregador pode se valer para estabelecer regras (direitos e obrigações) aos empregados que a ela prestam serviços.
Muitas empresas se utilizam deste instituto para ditar normas complementares às já previstas na legislação trabalhista ou no contrato de trabalho, já que por mais abrangente que possa ser, a norma trabalhista não é suficiente para satisfazer as necessidades peculiares apresentadas nas mais diversas empresas e seus respectivos ramos de atividade. De forma geral o regulamento interno, que deve ser criado inclusive para as micro e pequenas empresas, disporá sobre os direitos e deveres tanto dos colaboradores como os da empresa, e com isto, a relação entre as partes estará regida documentalmente. Ali estarão dispostas as regras de vestimenta e conduta dentro da empresa, se é permitido ou não a utilização de celulares, e diversos outros assuntos necessários ao relacionamento entre empregador e colaborador. Cada empresa deve providenciar seu regulamento interno próprio, através do advogado de sua confiança, com regras especificas para seu funcionamento, e assim, ficará mais claro para o colaborador as normas de conduta que devem ser aplicadas em seu local de trabalho. Com a criação de tal Regulamento Interno, a empresa poderá evitar atritos e futuras demandas trabalhistas.
Ana Carolina Kroeff, advogada, sócia do escritório Kroeff Advogados & Associados, pós graduada em Direito Tributário pela FGV-RJ, Pós Graduanda em Direito Processual Penal pela Damásio Educacional, Pós Graduanda em Direito Penal pela Damásio Educacional, membro do Núcleo de Advogados da Ajorpeme e membro da Comissão da Assuntos Judiciários da OAB Joinville.
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Desde 2010, quando iniciou suas atividades, a Meus Pedidos mantém a mesma filosofia: promover um ambiente de trabalho com clima agradável, em que as pessoas se sintam felizes e realizadas. É o que afirma Sirlaine Branco, gerente de RH da empresa de software de automação e gestão de força de vendas. A preocupação com o bem-estar dos colaboradores está refletida nos ambientes da startup. Na sala de reuniões, mesas e cadeiras foram trocadas por puffs que, no horário de almoço, transformam o espaço em um local de descanso.
A caminho da cozinha, há uma sala com video games, instrumentos musicais, mesas de pebolim e ping pong. “Nosso ritmo é muito alucinado. É uma característica nossa, as coisas acontecem muito rápido. Por isso, investimos e incentivamos ações que promovem a qualidade de vida. Temos duas funcionárias, por exemplo, que gostam de praticar exercícios juntas, mas não querem pagar academia. Diariamente elas chegam aqui duas horas antes do expediente e utilizam as dependências da empresa”, conta Sirlaine.
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De acordo com ela, um dos compromissos da Meus Pedidos com os colaboradores é manter as pessoas satisfeitas com as suas atividades. E isso não significa descartar frustrações e cansaços: “Existe pressão, mas não é exagerada. Se a gente puder rir no final, vamos rir. Se puder fazer uma piada no meio do caminho, vamos fazer. Nem por isso a equipe deixa de entregar tudo o que é preciso”. O designer de experiência do usuário Rodrigo Silva aponta um dos fatores que contribuem com a qualidade de vida no dia a dia é a possibilidade de trabalhar com o que você acredita em um ambiente que lhe dá autonomia. “Toda sexta-feira temos uma reunião de alinhamento com os funcionários da empresa. Também desenvolvemos ações que possibilitam o crescimento profissional e pessoal e deixamos as pessoas à vontade para comentar ideias, até mesmo das startups que estão criando, tornando o ambiente de trabalho mais agradável”, comenta.
“existe Pressão, mas não é exagerada
sirlaine Branco, gerente de rH da Meus Pedidos
Qualidade de vida dos funcionários pode refletir nos resultados das empresas
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) o conceito de saúde vai além da ausência de doenças: só é possível ter saúde quando há completo bem-estar físico, mental e social. Segundo a OMS, diversos fatores podem colocar em risco a saúde mental dos indivíduos, como rápidas mudanças sociais, condições de trabalho estressantes e discriminação. Por isso, criar um ambiente de trabalho saudável, que contribui com a saúde mental dos colaboradores de uma empresa. Marciane Cleuri Pereira Santos, coordenadora do curso de psicologia da Univille, observa que, independente do tamanho, os donos dos negócios precisam pensar em qualidade de vida como uma estratégia de mercado: “Um funcionário satisfeito com seu trabalho é a peça-chave também para a satisfação do cliente”. E os resultados dos investimentos no bem-estar dos colaboradores podem ser observados. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo grupo Sodexo, com mil empresários donos de pequenas empresas brasileiras. Entre os entrevistados que já investiram em pelo menos uma ação para promover a saúde e a qualidade de vida dos funcionários, 90% registraram um aumento na produtividade. Dentre os desafios apontados pelo estudo, 61% afirmaram ter problemas na atração de talentos, 44% enfrentam dificuldades para reter as pessoas na equipe e 48% sofrem com faltas excessivas. “O clima organizacional é o sistema imunológico de uma empresa. Se ele é bom, as pessoas estão felizes. Se ele não é bom, as pessoas saem muito mais rápido, ficam doentes com muito mais frequência. O bem-estar das pessoas influencia diretamente no resultado da empresa”, frisa Sirlaine. Ela revela que o turnover da Meus Pedidos é de 2.1%, quando a média brasileira é de 3,5% - segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. “Todas as ações que desenvolvemos contribuem para que as pessoas fiquem aqui. Para outras empresas parece utopia, mas pra gente é uma realidade”, comenta.
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Colaboradores da Meus Pedidos participam de ações que desenvolvem a qualidade de vida
Quando falamos em saúde mental, a depressão é a doença que mais chama atenção. A OMS alerta que mais de 300 milhões de pessoas vivem com o transtorno em todo mundo. Segundo o organismo das Nações Unidas, a patologia já é considerada a principal causa de problemas de saúde e incapacidade, gerando perdas anuais de um trilhão de dólares. Além da depressão, transtornos mentais como ansiedade e síndrome de burnout provocam mudanças comportamentais. “Esses transtornos causam afastamento do trabalho e afetam a produtividade dos trabalhadores. Os sintomas e tratamentos também podem influenciar no relacionamento interpessoal”, explica a coordenadora do curso de psicologia da Univille.
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Para auxiliar os gestores, a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) desenvolve programas de monitoramento de indicadores de saúde, o que permite que líderes possam traçar ações de prevenção ou reabilitação. Marciane afirma que as empresas precisam ter clareza em sua política de gestão de pessoas e em como são tratadas as situações de adoecimento: “Isso se faz necessário para que os funcionários se sintam confortáveis para falar e buscar tratamentos”. Dentre as ações que podem ser desenvolvidas, Roberta S. Schwartz, consultora no desenvolvimento de equipes e pessoas, aponta algumas sugestões com baixo custo. “Há muitas possibilidades de parcerias a serem feitas, com universidades e instituições do município em que se encontram. As empresas podem investir em ginástica laboral, homenagens em datas comemorativas, lanches saudáveis compartilhados, momentos coletivos de relaxamento, entre tantos outros”, diz. Ela ratifica que, se corretamente implantadas, as ações podem impactar positivamente o resultado das empresas: “Proporcionar momentos que permitam o controle do estresse é uma forma de contribuir com o clima organizacional e diminuição de doenças psicológicas. O relacionamento saudável permite que os colaboradores desenvolvam a empatia, descubram como serem complementares nas atividades profissionais e melhorem o sentimento de pertencimento”.
Ginástica laboral e lanches saudáveis compartilhados são algumas ações que melhoram o bem-estar dos colaboradores
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Problemas de sono
fique atento! Preste atenção aos sinais que Podem indicar que seu funcionário Precisa de ajuda
“ProPorcionar momentos que Permitam o controle do estresse é uma forma de contribuir com o clima organizacional e diminuição de doenças Psicológicas”
Ficar noites sem dormir direito ou dormir horas demais pode indicar problemas como depressão, ansiedade ou, até mesmo, abuso de substâncias.
ansiedade e tensão É comum ficar ansioso antes de uma prova ou de algum evento muito esperado. Porém, quando isso passa a atrapalhar o modo de viver, trazendo preocupações excessivas, é um sinal de que passou dos limites de normal e saudável.
humor alterado Repare na dificuldade em superar os momentos de tristeza. O humor desregulado é aquele que se altera sem motivo aparente ou que muda com frequência como, por exemplo, reagir de forma exagerada, ficar triste ou frustrado com facilidade.
esquecimento frequente O esquecimento pode ter causas neurológicas, mas também pode ser decorrente de uma dificuldade de se concentrar e de tomar decisões. Alguns dos transtornos mentais atrapalham os processos cognitivos, fazendo com que a pessoa se esqueça mais facilmente.
além do cuidado com a qualidade de vida e o bem-estar dos funcionários, é preciso estar atento também à forma com que a equipe se comunica. os conceitos da comunicação não-violenta podem ajudar os colaboradores a melhorarem relações interpessoais. Confira no portal Mundo MPE. www.mundompe.com.br
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DIVERSIDADE na publicidade brasileira Quais riscos as empresas correm ao abraçar bandeiras que não apoiam na prática? Representatividade
72%
DAS PESSOAS NÃo acreditam na autenticidade das marcas quando falam sobre diversidade
53%
Afirmam não consumir produtos e serviços de marcas com “comportamentos preconceituosos”
A palavra “diversidade” está cada vez mais presente na publicidade brasileira. Porém, de acordo com o estudo Oldiversity, realizado pela empresa de consultoria Croma, as marcas ainda precisam trabalhar muito para convencer o público de que essa preocupação é real. De acordo com a pesquisa, entre os 1.814 entrevistados, 72% não acreditam na autenticidade das marcas quando falam sobre o tema. E 53% afirmaram não consumir produtos e serviços de marcas com “comportamentos preconceituosos“. Se antes, com as mídias tradicionais, as empresas podiam apenas veicular suas campanhas sem se preocupar com o retorno dos clientes, hoje, o cenário é diferente. As redes sociais mudaram a forma como as pessoas estão se comunicando e o público tem cada vez mais espaço para reivindicar e cobrar valores das marcas que consomem. A publicitária Téssia Mendes Lucena aponta que os donos dos negócios precisam se adaptar e acompanhar essas mudanças: “O elogio vem rápido e a crítica também! Nós, comunicadores, publicitários e profissionais de marketing, devemos estar preparados para recebê-los, transformando essas interações em informações que podem reforçar a comunicação que deu certo e corrigir o que precisa se corrigido”.
Como um produto, a diversidade pode ser bem lucrativa, mas, muitas vezes, esses valores não refletem a realidade. É ótimo ver um comercial com um casal LGBT, por exemplo, mas de nada adianta se, na prática, o dono do negócio se recusa a contratar alguém que se identifica como tal. Para Téssia, esse tipo de prática diminui a credibilidade da empresa. “Se apropriar de algo que não faz parte da linguagem, valores e até mesmo histórico da marca, sem contexto algum para embarcar em uma tendência ou falso ativismo, é preocupante. Diversidade não deveria ser considerado um produto lucrativo, apenas um fato”, afirma.
Reinaldo Bulgarelli, autor do livro “Diversos somos todos – valorização, promoção e gestão da diversidade nas organizações” e secretário executivo do
25 Fórum de Empresas e Direitos LGBT+, explica que os valores das empresas devem transparecer em suas ações, seja para o seu público-alvo ou para sua equipe interna: “Valor é aquilo que pesa na hora de realizar escolhas. Se algo é valor para a empresa, deve refletir nas suas escolhas, maneira de ser, pensar, agir e se relacionar. Quando não há nenhuma ou pouca sintonia entre o que é dito e o que é vivenciado na empresa, todos percebem”. Além do maior poder do público, os movimentos LGBT, feminista, negro e muitos outros ampliaram a sua voz na internet e passaram a cobrar posições mais assertivas de marcas e influenciadores digitais. “Os movimentos não são blocos monolíticos e há uma pluralidade de posições em relação ao que se espera das empresas. Há críticas ou formas de realizá-las bastante plurais. As empresas mais sintonizadas já estão considerando essa realidade em sua comunicação e marketing”, observa Bulgarelli. Para ajudar nessa transição, as agências de comunicação precisam orientar as marcas a se expressarem de maneira a promover a diversidade dentro da realidade das empresas. “As pautas devem ser trabalhadas de dentro para fora, prezando primordialmente pelo diálogo aberto. Ainda é preciso preparar os interlocutores e estudar os movimentos de inclusão, para assim criar empatia e ações coerentes”, destaca Téssia. Bulgarelli complementa: “Com isso, ajudarão a sociedade a participar da melhor maneira possível do diálogo sobre essas escolhas, projetos de vida, de sociedade e de humanidade que estamos construindo constantemente”.
livres & iguais Para promover o respeito à diversidade no mercado de trabalho, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou a campanha Livres & Iguais. Com a iniciativa, a ONU listou cinco compromissos básicos que as empresas devem assumir para combater o preconceito e apoiar a diversidade:
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Respeitar os direitos humanos de funcionários, clientes e membros da comunidade LGBT em suas operações e relações comerciais. Desenvolver políticas e mecanismos para monitorar e comunicar o cumprimento das normas de direitos humanos.
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Acabar com a discriminação contra funcionários LGBT. As empresas devem garantir que não haja discriminação no recrutamento, na contratação, nas condições de trabalho, nos benefícios, no respeito à privacidade ou no tratamento de situações de assédio.
Apoiar. Indivíduos LGBT são funcionários, gerentes, empresários, clientes e membros da comunidade, entre outros, porém, muitos deles ainda enfrentam enormes obstáculos para serem aceitos e incluídos no ambiente de trabalho. Espera-se que as empresas proporcionem um ambiente positivo e afirmativo para que funcionários LGBT possam trabalhar com dignidade e sem estigma.
Prevenir outras violações de direitos humanos. As empresas devem garantir que fornecedores, distribuidores ou clientes LGBT não sejam discriminados no acesso aos seus produtos e/ou serviços. Em suas relações comerciais, as empresas também devem garantir que seus parceiros comerciais não pratiquem discriminação.
Agir na esfera pública e defender os direitos humanos de pessoas LGBT nas comunidades onde realizam seus negócios. As empresas são incentivadas a usar sua influência para contribuir com o fim dos abusos contra direitos humanos nos países onde atuam. Ao fazer isso, elas devem consultar de perto as comunidades e organizações locais para identificar que abordagens construtivas elas podem aplicar.
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você sabia que apenas 20% dos times de criação são formados por mulheres? Para dar mais visibilidade às profissionais criativas, uma iniciativa criou um banco de talentos femininos. Confira no portal Mundo MPE. www.mundompe.com.br
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Os desafios da logística no Brasil Como micro e pequenas empresas podem planejar o transporte de produtos tendência
Marcelo Pinto-APlateia
Em maio de 2018, o Brasil parou com a greve dos caminhoneiros. Protestando contra os reajustes frequentes e sem previsibilidade mínima nos preços dos combustíveis, a paralisação apontou a força dos motoristas e a dependência por rodovias no país. A greve mostrou os inúmeros problemas que cerceiam a logística de transporte no Brasil. Luiz Fernando Gripp, diretor comercial da OTM Logística, aponta que desenvolver um bom planejamento na área é vital para as empresas: “Sem isso, é complicado fazer com que o seu produto chegue ao local destinado. A estratégia adotada vai influenciar no resultado de uma empresa. Hoje, o custo logístico para qualquer negócio varia entre 8% e 12% do total da companhia”. Na prática, a logística é dividida em duas partes: a interna e a externa. A primeira tem como objetivo organizar a matéria-prima para a linha de produção, por exemplo. Já a segunda corresponde ao transporte do produto da fábrica até o consumidor final. Para que essa cadeia de ações seja executada sem interferências, contar com profissionais que tenham o conhecimento necessário é essencial para a realização das operações.
E este desafio é ainda maior para empresas de micro e pequeno porte. “Grandes empresas têm departamentos específicos de logística. Enquanto a pequena e a média têm uma pessoa responsável por várias áreas”, afirma Thiago Fiuza, gerente geral da Schryver do Brasil. De acordo com ele, o impacto pode ser visto no valor final do produto: “Se você tem uma boa preparação de logística, consegue organizar sua venda e formular o seu preço”. Num mercado tão competitivo, um bom desempenho na área de logística é um dos pilares para o sucesso perante os concorrentes. Porém, além de implementar um processo eficiente, os empreendedores precisam enfrentar adversidades como falta de investimento em infraestrutura, más condições nas rodovias e problemas relacionados à segurança das mercadorias e dos motoristas. Em um cenário tão difícil, por qual caminho seguir? Gripp observa que é preciso otimizar os recursos disponíveis: “Temos poucos caminhões e estradas. Precisamos avaliar se a quantidade enviada é necessária. Se não for, podemos, por exemplo, colocar dois produtos diferentes em um único veículo. Quando tratamos a logística de forma inovadora e com tecnologia associada, os ganhos são inúmeros e o desperdício diminui”.
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\Edson Rodrigues_Secom-MT
Segundo a Confederação Nacional de Transporte (CNT), o transporte rodoviário é utilizado por 61,1% das empresas do país. Além deste modal, existem cinco formas de locomover uma carga: pelo modal aéreo, ferroviário, dutoviário e aquaviário. A seguir, conheça os modais de transporte:
Modal dutoviário Transporte realizado por meio de dutos e tubos, que podem ser subterrâneos, submarinos ou aparentes. Vantagens: Capacidade e custo operacional Desvantagens: Investimento inicial, trajeto fixo e acidentes ambientais
Aero Icarus
Modais de transporte
Modal rodoviário Modal aéreo
Transporte feito a partir de caminhões e carretas por meio de vias, como estradas, rodovias e ruas. Vantagens: Acessibilidade Desvantagens: Frete alto, tempo e extravio
Modal ferroviário Transporte realizado por meio de vias férreas. Vantagens: Baixo custo e grande capacidade Desvantagens: Rota fixa e pouco investimento
Ivan Bueno_APPA
Cadu Gomes
Transporte feito por aviões. Vantagens: Trânsito e tempo Desvantagens: Custos e capacidade de carga
Modal aquaviário Transporte que realiza a locomoção de cargas por meio de mares (marítimo), lagos (lacustre) ou rios (fluvial). Vantagens: Longas distâncias e frete baixo Desvantagens: Tempo e burocracia
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nova etaPa Para o associativismo alteraçÕes nas mensalidades e serviços refletem as mudanças da ajorPeme As formas de consumo estão mudando. Se antes você assinava uma TV a cabo para assistir aos lançamentos mais recentes do cinema, hoje, você tem um catálogo que pode acessar quando quiser, a um clique de distância, com os serviços de streaming. As empresas precisam se adaptar a essa realidade e repensar o modelo de serviços, a fim de garantir uma melhor experiência para os clientes. Sobreviver à dinâmica do mundo globalizado, em constante mudança, é um desafio diário para os donos de micro e pequenos negócios. Considerando esse cenário, é dever das associações empresariais estarem na vanguarda dos serviços para elevar a competitividade de seus associados. Para se adequar aos avanços do mercado e colocar o consumidor no centro das estratégias de negócios, a Ajorpeme lidera um movimento pioneiro entre as associações empresariais do Brasil. A partir de agora, empresários e profissionais poderão usufruir dos serviços que mais se encaixam à sua realidade, de acordo com planos de mensalidades. São três opções disponíveis: Sou Ajorpeme, Sou + Ajorpeme e Juntos Somos Mais Fortes. “Vamos oferecer alternativas para quem quer participar da entidade, mas não tem interesse em utilizar todos os serviços.
emPreendedorismo
Os associados poderão usufruir apenas dos serviços que avaliarem necessários e continuar contribuindo com o crescimento das micro e pequenas empresas de Joinville e região”, observa Fábio Santana Corrêa, gestor executivo da entidade. Fábio explica que as mudanças são fruto do planejamento estratégico, que começou a idealizar a nova forma como a Ajorpeme atua, em 2013: “Nos primeiros cinco anos, desenvolvemos, criamos e extinguimos serviços para chegar na cartela que temos hoje. Naquele momento, percebemos que as mensalidades estavam com formato estagnado. Vimos então a oportunidade de propor mudanças”. Segundo Victor Kochella, presidente da gestão 2018, as alterações também têm o objetivo de atrair novas empresas. “Queremos chegar aos cinco mil associados até 2022. Para isso, estamos nos modernizando, investindo na nossa equipe e estabelecendo novos processos”, afirma.
“há 4 anos abrimos a empresa e, desde então, contamos com o apoio da ajorpeme. nascemos de uma ideia de duas pessoas e aqui na associação recebemos o apoio para processos e serviços que não entendíamos ou conhecíamos. o empresário precisa saber que não é só pagar uma mensalidade. ao fazer isso, ele está investindo na sua empresa”. Para marcar uma nova etapa na história da Ajorpeme, além das mudanças de serviços e mensalidades, a associação investiu na reforma da Débora Rieper Bellorini, sócia proprietária da sede. “O objetivo é tornar o prédio mais acessível e modernizar os am- Toque Real, primeira empresa a migrar para o bientes, como as salas de reuniões e espaços de convívio”, conta Fábio. novo modelo de mensalidade.
quer saber mais sobre o novo momento da ajorpeme? Acesse o portal Mundo MPE e fique por dentro das novidades. www.mundompe.com.br BIT.LY/2OO79LI
Informe Publicitário
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mazzolli contabilidade confiança e transParência em serviços contábeis Há mais de quatro décadas, em sua sede própria, localizada no coração de Joinville, a Mazzolli Contabilidade reafirma sua tradição, competência e seriedade, desenvolvendo serviços em contabilidade e consultoria empresarial. Oferecendo serviços de gestão das informações contábeis, com recursos inovadores e profissionais experientes, gerando resultados positivos para a empresa. Reconhecida como uma das maiores empresas de Contabilidade de Joinville e região, trabalha com registro, controle e análise das transações para viabilizar a gestão patrimonial e organizacional das empresas. Com atendimento personalizado, a Mazzolli Contabilidade oferece suporte permanente às empresas, que resultam em eficiência e lucratividade. Na consultoria empresarial atua na área de análise de tributação, levantamento do ativo imobilizado, elaboração de relatórios gerenciais e contábeis, gestão em custo e preço, implementação de controles internos, orçamentos, financiamentos, planos de negócios, além de treinamentos. A Consultoria Jurídica conta com renomados profissionais de advocacia da cidade de Joinville, disponibilizando aos clientes serviços nas áreas preventiva e contenciosa em direito tributário, empresarial e trabalhista. A Mazzolli Contabilidade também valoriza sua equipe de trabalho, por este motivo possui uma série de programas sociais e de desenvolvimento interno. Neste ano de 2018, a empresa conquistou o certificado GPTW 2018 (Melhores empresas para trabalhar), realizado pelo Great Place To
45Anos
Work Institute, pioneiro em conduzir essa pesquisa que existe em todo o mundo, em 53 países, nos seis continentes. Este reconhecimento foi motivo de muito orgulho, pois acontece no ano do 45º aniversário da Mazzolli Contabilidade. “ Nestes 45 anos de caminhada compartilhamos muitas histórias de sucesso, que tivemos o privilégio de participar, aprendemos muito, fizemos grandes amizades, mas também testemunhamos momentos de crises e planos econômicos, dias difíceis que nos fizeram crescer e que também nos inspiraram a sempre procurar dar o máximo para plena satisfação de nossos clientes, que nos deram a honra de sua confiança e parceria. Ao longo dos anos aprendemos o ritmo da caminhada, com passos largos, mas nunca maiores do que sabíamos estar preparados, esse sempre foi o nosso diferencial para sobreviver nessa economia tão competitiva e por vezes tão conturbada. ” ressalta Vilson Holz, Presidente do Conselho de Administração.
Vilson Holz, Presidente do Conselho de Administração da Mazzolli Contabilidade, graduado nos cursos de Contabilidade e Direito
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Literatura como negócio Destacar o trabalho de escritores de Joinville e região é o desafio da editora Micronotas Empreendedorismo e Cultura Trabalhar com literatura no Brasil é uma tarefa desafiadora. Desde 2017, a Editora Micronotas passou a se aventurar no mercado e publica livros de literatura e poesia. Katherine Funke, escritora, jornalista e mestre em literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina é a pessoa à frente do negócio. No ano passado, foi escolhida como a personalidade literária do ano pela Academia Catarinense de Letras e Artes. Para falar dos desafios do empreendedorismo na literatura, Katherine conversou com a revista Mundo MPE e contou os obstáculos que encontrou. Você é jornalista de formação. Quais os maiores desafios que encontrou no mundo do empreendedorismo? Gosto de desafios e de me colocar diante de montanhas novas para conquistar. Sem isso, a vida fica sem sentido. Tenho recebido excelente orientação de empreendedores mais experientes, assim como incentivos de colegas editores, jornalistas e escritores para continuar fazendo a Micronotas crescer. Mas, sem dúvida, me falta dinheiro para investir em autores, publicá-los, promovê-los. Meu desafio, portanto, é fazer acontecer a mágica do encontro, das trocas, da junção de forças, que de algum modo compense a falta de dinheiro e estrutura. Para isso, preciso de tempo para estar presente no mercado e fazer a Micronotas ser conhecida por outros empreendedores capazes de enriquecer e aprimorar o cardápio de serviços oferecido pela editora.
Você tem alguma dica para quem quer empreender na área da cultura? Vou citar Raul Seixas: “Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz”. É por aí. Coragem, disciplina, trabalho duro, força de vontade. Procurar horizontes, mas também cuidar de cada detalhe. Dar o melhor de si e atenção plena às dinâmicas do momento, “sem esperança nem desespero”, como diria a escritora Karen Blixen. É difícil trabalhar com literatura no Brasil? Não é fácil, lógico. O mercado é competitivo e favorece peixes grandes, como em qualquer outro campo. Mas vou contar um segredo: amo o que faço e acredito que muitas portas podem ser abertas pela vontade e pela criatividade. Não penso em sair do Brasil, por mais difícil que seja estar aqui e conviver com nossas limitações culturais, estruturais e econômicas. Penso em contribuir publicando ótimos livros, incentivando a leitura e colaborando para formar uma cultura exigente quanto à qualidade e excelência em publicações impressas. Como é o seu processo criativo? Não é fixo. Às vezes sei que um tema, uma ideia ou algo me tocou, mas não defino se será um poema ou um conto, ou o quê. Apenas vejo o que sai. Deixo sair palavra após palavra, elas me dominam mais do que eu a elas. Sou poeta e contista, basicamente. Nessas duas vertentes, me lanço desde criança como se fossem parte da minha existência. Não sei dizer de onde veio isso. Mas não posso viver sem escrever. Quantos livros a Micronotas já publicou? Foram dez títulos até agora. Poderiam ter sido mais, mas admito que toco a editora ao mesmo tempo em que sigo os estudos em Literatura na UFSC. Terminei o mestrado e vou entrar no doutorado. Assim, com um dia a dia ocupado com muitas leituras e também muitas escritas da minha parte, não tenho uma pressa absurda em aumentar o catálogo. Ao contrário, tenho como lema de que é devagar e sempre que se constrói uma base sólida para durar por muitos e muitos anos. Quais são os próximos lançamentos? Os dois próximos serão meu livro “Sem Pressa”, um projeto de jornalismo literário que escrevi com a Bolsa Funarte de Criação Literária em 2010, e tem o apoio do Edital Elisabete Anderle 2017. Logo depois, também com apoio do Anderle, sai uma versão de “Juan Darién”, um conto de Horacio Quiroga traduzido por Byron Vélez Escallón (doutor em literatura, professor da UFSM) e ilustrado por Michelli Catarina.
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liçÕes de Westeros Para emPresários na tela
conquiste seu PÚblico Daenerys Targaryen iniciou o programa vendida para os Dothraki e transformou-se numa das mulheres mais poderosas dos sete reinos. Ao longo da história, a mãe dos dragões libertou escravos e formou um exército capaz de tudo por ela. Assim como os clientes que uma marca retém, por exemplo. Com estratégias de marketing, é possível fidelizar pessoas e transformá-las em propagadoras da marca.
caminhos da sustentabilidade Para os negócios Para ler
Game of Thrones, série da HBO, é uma das produções mais assistidas da história da TV. O último episódio da sétima e penúltima temporada, exibido em 2017, alcançou 12,1 milhões de telespectadores em uma única noite - sem contar downloads do episódio, reprises e acesso pela plataforma HBO Go. Daenerys, Jon Snow, Cersei e companhia, só voltam às telas no primeiro semestre de 2019. Porém, nos primeiros anos da jornada da luta pelo trono de ferro, Game of Thrones não só apresentou uma trama que serve para entretenimento, mas também lições que podem ser aproveitadas no mundo dos negócios.
firme Parcerias O filho bastardo de Ned Stark, atual rei do Norte, voltou dos mortos graças aos esforços dos seus companheiros. Como Jon Snow, independente do tamanho da sua empresa, faça parcerias com negócios que podem ajudar você a se posicionar melhor no mercado.
Pense na gestão financeira A família Lannister é um exemplo de como não administrar suas finanças. Com gastos abundantes e desnecessários, eles ameaçam os banqueiros para conseguir financiamentos para entrar em guerra e matam quem não podem pagar. Não cometa os mesmos erros. A gestão financeira é essencial para o funcionamento de uma empresa. Planeje-se.
Empresas sustentáveis são aquelas que, independente do tamanho, adotam posturas e realizam ações em busca do equilíbrio das dimensões econômicas, sociais e ambientais. A empresa que tem como objetivo ser reconhecida como sustentável, precisa trabalhar uma série de valores que se transformem em ações diárias em busca do tripé da sustentabilidade. Listamos dois livros para você começar a tornar seu negócio mais sustentável.
como fazer a emPresa lucrar com sustentabilidade Autor: Bob Willard Editora: Saraiva Sobre o livro: A obra indica como as empresas podem usar o conceito de sustentabilidade para aumentar a receita e a produtividade, ao mesmo tempo em que aumentam seu valor no mercado.
sustentabilidade da liderança Autores:David Ulrich e Norm Smallwood Editora: Hsm Sobre o livro: Os autores apresentam ferramentas de sustentabilidade da liderança que podem ser colocadas em prática. Este livro ajudará você a transformar boas intenções em ações efetivas de um grande líder.
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Encantos da
Europa Pelo mundo
Arquivo pessoal
Viena
Viajar é uma experiência incrível. Um dos destinos mais amados pelos brasileiros é a Europa. O velho continente é um berço de cultura, arte e história. Uma das dicas é aproveitar a oportunidade para passear de carro entre os países europeus. Essa foi a experiência de Valdecio de Oliveira e Zélia Maria de Oliveira. O casal visitou a Polônia, Hungria, Áustria, República Tcheca e Eslováquia. De acordo com ele, o fator histórico foi decisivo para a escolha dos destinos. “Até 1991, alguns desses países ainda pertenciam à extinta União Soviética, o que deixou marcas profundas na arquitetura e no modo de vida de seus moradores. Na Eslováquia, por exemplo, ainda existem os alto-falantes que eram usados pelos soviéticos, e que atualmente transmitem recados sobre os produtos de feiras e gincanas da cidade”, conta.
Budapeste
“Visitamos o Museu de História Natural, onde permanecemos por mais de quatro horas, vimos o planetário e as coleções de pedras preciosas do mundo todo. Também fizemos um passeio de barco pelo rio Danúbio, onde vimos o esplendor da cidade e da força fluvial dos barcos.”
“A capital da Hungria nos encantou. Há muitos turistas e os bares e restaurantes ao lado do rio Danúbio são maravilhosos. Pelo rio, observamos barcos enormes, com cerca de 300 pessoas a bordo, que se assemelham, em termos de serviço, aos cruzeiros. O point da cidade é na Ponte das Correntes, onde tomamos um chopp ao som de bandas locais.
Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
37 polônia Hab: 38 milhões Capital: Varsóvia Idioma: Polonês
dica: “Viajar sempre é
república tcheca Hab: 10,3 milhões Capital: Praga Idioma: Checo
uma experiência enriquecedora e abre os nossos horizontes. Tire tempo para Eslováquia Hab: 5,4 milhões Capital: Bratislava Idioma: Eslovaco
áustria Hab: 8,3 milhões Capital: Viena Idioma: Alemão
aproveitar cada lugar do roteiro, contemple o local, fotografe a paisagem e deguste
Hungria Hab: 9,8 milhões Capital: Budapeste Idioma: Húngaro
um bom vinho.”
cracóvia “A Cracóvia também nos impressionou, pois tem a maior praça aberta da Europa. A vinte e cinco quilômetros dali, fica o complexo Auschwitz-Birkenau, local de campos de concentração durante o holocausto. Recomendo visitar este local por primeiro, pois ele nos faz pensar sobre a indecência humana.”
arquivo pessoal
para você que costuma viajar a trabalho, a mundo mpE separou algumas dicas para você aproveitar o turismo de negócios. Confira! www.mundompe.com.br
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