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Porquê “Jheronimus” Bosch? Paulo Martins Oliveira ___________________________________________________________ Apesar da comum latinização dos nomes próprios dos artistas, no caso de Bosch deverá ser preferida a versão local “Jheronimus” para o designar. De facto, o próprio pintor assim o demonstra em todos os seus trípticos, nos quais o respectivo nome surge por extenso ou, em alternativa, através de um monograma que combina um “J” e um “B” (Jheronimus Bosch), formando ainda um “M”, sinalizando-o como membro da Confraria de Nossa Senhora.
J/B, M
Jheronimus Bosch O Jardim das Delícias (det.)
Este tipo de exercícios com letras era relativamente comum à época, e é possível encontrar vários outros exemplos nas obras do mesmo pintor neerlandês, como por exemplo na sarcástica representação de Filipe o Belo, integrado numa falsa e demoníaca Sagrada Família que governa a “Veneza” que os Habsburgos na verdade não conseguiam subjugar.
F/S (Filips de Schone)
Filipe o Belo (Filips de Schone, em neerlandês)
Filipe como o fruto do pecado (o casamento entre Maria de Borgonha e Maximiliano Habsburgo)
Jheronimus Bosch As Tentações de Santo Antão (det.)
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