Choves ou fazes sol?

ISBN

978-84-17440-41-1

9 788417

Alguma vez olhaste para cima? E como está o céu, chove ou faz sol? Alguma vez olhaste para dentro de ti? E como estás tu, choves ou fazes sol? Agora lê este conto e verás que fala de como tudo o que fazemos tem consequências para os outros. Já podes espalhar o segredo. Mas presta atenção, porque és tu quem escolhe... Choves ou fazes sol?

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Para ti, jovem leitor, que com o teu olhar iluminas este conto. Para a Zoe e o Martín. M. V.

Para o Xavi, que faz sempre que deixe de chover. A. F.

Nasci em Barcelona, no outono de 1972. O meu pai era livreiro e, como o via sempre com um livro à frente do nariz, aguçou-me a vontade de averiguar o que era ler. Gostei tanto que, quando acabava de ler os livros que tinha, inventava as minhas próprias histórias. Já adulta, descobri o cinema e apeteceu-me escrever histórias para o pequeno e grande ecrã. Desde então, passei a ser guionista, ou seja, a escrever guiões para filmes, séries e histórias de animação para crianças. Também ensino outras pessoas a escreverem histórias, mas, no fundo, prefiro que me contem um conto. O que mais me fascina numa história é a possibilidade que tem de ser partilhada, e é por isso que hoje vos conto esta, pensando que, talvez um dia, vocês me contem uma a mim.

Nasci num mês de janeiro em Barcelona, onde continuo a viver. Deve ter chovido muito naquele inverno, mas eu sempre gostei de sol, do verão, da praia e do mar. Quando era pequena, já comunicava através de desenhos, talvez por ser filha de um desenhador e estar sempre rodeada de lápis, cores, bandas desenhadas, livros ilustrados e outros tesouros que davam asas à minha imaginação. Se, para me apresentar, pudesse desenhar em vez de escrever, desenharia uma rapariga alegre, irrequieta e curiosa, a olhar para as nuvens rodeada de pássaros, a ler ou com um lápis na mão. Quando não estou a desenhar, passo muito tempo com os meus dois sóis: a Noa e a pequena Berta, que chegou, radiante e para nos aquecer a todos, enquanto eu ilustrava este livro.

texto

tradução ilustrações

E quando chove, a ĂĄgua entra no armazĂŠm da loja do senhor Wang e molha todas as caixas de sapatos.

O senhor Wang resmunga e, como está mal-humorado, é antipático para a dona Eulália, a cliente que veio comprar umas sapatilhas reluzentes, daquelas de plataforma, como as que a neta usa.

Apanhando-o rapidamente do chão, o Henrique fica pesaroso ao ver o ramo todo molhado. Tenta secar as folhas com a manga da camisa, que tem um desenho da sua banda musical preferida, e sopra para secar a tinta do cartão. Faz hoje cinco anos que começou a namorar. No chão, ficou uma flor. Será que alguém a vai pisar?

Subitamente, aproxima-se uma mão. É da Bianca, que acaba de sair da escola e se ajoelha estendendo os dedinhos para apanhar a flor. É tão bonita. E a Bianca, de tão contente, nem consegue esconder da mãe que hoje lhe fez um desenho. A mãe sorri e pensa que o vai emoldurar e pendurar no seu novo emprego. Começou há pouco tempo, mas está muito satisfeita por trabalhar no mercado e ter tantos clientes.

— Quem é o último? — pergunta o Ernesto, apressado, porque tem de fazer um almoço especial para os vizinhos do novo prédio. O Ernesto instalou-se há pouco tempo na cidade e tem sorte porque a empregada nova é muito simpática e lhe oferece uma receita infalível.

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978-84-17440-41-1

9 788417

Alguma vez olhaste para cima? E como está o céu, chove ou faz sol? Alguma vez olhaste para dentro de ti? E como estás tu, choves ou fazes sol? Agora lê este conto e verás que fala de como tudo o que fazemos tem consequências para os outros. Já podes espalhar o segredo. Mas presta atenção, porque és tu quem escolhe... Choves ou fazes sol?

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