AKN
agosto nº2 2012
L A T I G I D
NUSUNE
revista digital de promoção da cultura e das artes
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Carta do editor Finalmente está pronta e acabada a AKN-Online nº 2 de agosto de 2012. Esta demora deveu-se ao aperfeiçoamento em curso por parte da nossa equipa, em primeiro lugar frequentámos um curso de fotografia digital com o nosso colaborador Jorge Alves, fotógrafo e formador. Neste momento, finalizámos um curso de design gráfico em Coreldraw, Photoshop, Indesign, além da revista ter mais quatro páginas, daí esta demora e este atraso pelo qual desde já peço desculpas, ainda são quatro horas de atraso, uma vez que são neste momento quatro horas do dia 4 de agosto.
Ficha Técnica Propriedade/Edição AKN - Artéknusune - Grupo de Artistas Plásticos para a Promoção das Artes
Diretor Executivo
Colaboradores por ordem alfabética
Paula Cardoso Graça Editor / Designer Gráfico Luís Fernando Graça Deptº Comercial Maria João Rodrigues
Ana Isabel André - escritora/pintora Fernando Girão - músico/poeta Gabriel Rito - artista plástico Jorge Alves - fotografo/formador Luís Fernando Graça - artista plástico Maria João Rodrigues - fotografia Ogayr Dorfenan - filósofo Paula Cardoso Graça - fotografia Ricardo Coxixo - artista plástico Rogério do Carmo - poeta/escritor Sónia Pessoa - jornalista
Administração, Redação e Publicidade Rua Gomes Eanes de Azurara,54 r/c Dtº 2870-419 Montijo Telef. 21 408 06 78 E-mail: aknusune@gmail.com É expressamente proibida a reprodução da revista em qualquer língua, no todo ou em parte, sem a prévia autorização escrita da AKN - On Line. Todas as opiniões expressas são da inteira responsabilidade dos autores.
Congratulamo-nos por fazermos mais três parcerias que muito poderão ajudar este projeto, são elas, o site artista.pt a Gallery daVinci.net, Zarpante e a First Class Radio do nosso grande e velho amigo Paulo Pinto Ribeiro experiente locutor e DJ. Foi criada uma participação especial para todos os artistas que quiserem apoiar a nossa revista e não saibam como o fazer, criámos uma plataforma de interajuda que consiste na publicidade das exposições de todos os artistas, individual ou coletivamente. Podem ver a partir do dia 6 de agosto n o n o s s o b l o g w w w. a k n online.blogspot.com como podem colaborar com esta revista que é de todos nós. Resta-me aproveitar para desejar umas excelentes férias a quem está ou vai de férias e dizer-vos que cá a nossa revista não tem férias, se quem não respeita a arte não dá tréguas como é que nós podemos parar. Abraços a todos e o agradecimento de todos os nossos colaboradores a todos vós, porque sabemos que estão aí à nossa espera, à espera do nosso trabalho, da vossa revista, muita paz. Luís Fernando Graça editor
José João Dutra
artes plásticas
José João Dutra, nasceu a 30 de Novembro de 1970 em Angra do Heroísmo. Vive no Porto Judeu no concelho de Angra do Heroísmo, onde tem o seu atelier e desenvolve o seu trabalho artístico, assumindo-se como um surrealista e hiper realista .
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Autodidacta, despertou desde muito jovem para as artes plásticas, começando por aprender com alguns mestres de pintura e foi adquirindo o conhecimento pelas técnicas e materiais continuando a desenvolver a sua própria técnica e estilo que amadureceu ao longo do seu percurso artístico, que conta cerca de 20 anos. Formador de artes plásticas, promove diversos workshops de pintura e escultura, nomeadamente através da Oficina d´Angra e da Posada da Juventude da Ilha Terceira, recentemente ligou-se á Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira como formador na área das artes plásticas, desenho e pintura.
Gosta de trabalhar com diversos materiais e expressões plásticas, mas tem preferência pelo óleo, o qual predomina na maioria dos seus trabalhos, constando já no seu curriculum desde desenho de ilustração, estando o seu trabalho editado em dois livros lançados pela Direcção Regional do Ambiente. Destaca-se igualmente como cenógrafo elaborando cenários para vários grupos de teatro locais, passando pela vertente da decoração de espaços comerciais e eventos públicos. Dutra é também escultor e conta já com um vasto trabalho escultórico em carros alegóricos para várias festividades da Ilha Terceira, nomeadamente nas Festas do Porto Judeu onde começou a desenvolver a sua técnica como escultor sendo o responsável por grande partes dos desfiles, dando também o seu contributo artístico ás Festas Sanjoaninas tendo sido colaborador assíduo como artista plástico tendo sido responsável pela concepção de diversos cortejos, executando esculturas de grandes dimensões tendo como base a esferovite. Recentemente tem utilizado a fibra de vidro e as resinas na concepção das suas peças. As suas esculturas estão também representadas em alguns espaços públicos e colecções particulares.
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Desenvolve também a arte do scrimshaw (gravação em dente de cachalote) embora a matéria prima (o dente) seja cada vez mais escassa. Esta vertente da sua obra está representada em diversas colecções internacionais, pois é um das últimos artistas a desenvolver esta arte nos Açores. Está representado num livro sobre a arte de gravar em dente de baleia editado pela Secretaria Regional da Cultura.
Conta já com diversas exposições individuais e colectivas principalmente na ilha Terceira a onde expõe com frequência, em 2011 faz a sua incursão pelas artes plásticas ao nível nacional participando em várias exposições colectivas e individuais, o que lhe abriu portas para algumas exposições a nível i n t e r n a c i o n a l nomeadamente em França a onde está representado com um quadro numa Galeria Jean-Paul Vilant. A sua obra está representada em variadas colecções particulares ao nível Açores, continente Português França e Estados Unidos da América, está também representado em alguns espaços públicos.
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Galeria daVinci De Portugal para o Mundo A Galeria daVinci é uma galeria de arte na Internet, com endereço http://daVinciGallery.net. É uma galeria internacional, traduzida em português, inglês e espanhol, cujo objetivo é a divulgação das Artes Plásticas e dos seus intervenientes. Criada em 2005 por Rui Anastácio, engenheiro de Software e autor deste artigo, tem vindo a crescer e a amadurecer. Várias têm sido as transformações ao longo do tempo, não só na aparência mas também no modelo de funcionamento. Atualmente é uma galeria que conta com a presença de cerca de 700 artistas de 20 nacionalidades, expondo no total mais de 20 mil obras. Dadas as suas raízes a maior parte dos artistas são portugueses e brasileiros. Diariamente é visitada por mais de 600 pessoas de todos os continentes, correspondendo a mais de 5 mil páginas vistas todos os dias. Junte-se a nós, divulgue a sua obra
Ricardo Coxixo artista plástico/professor
O ensino do desenho e o modelo vivo
O Ensino do Desenho em Portugal começou-se a estruturar a partir da segunda metade do século XVIII. Ate ao final do século XVII existiam as oficinas onde a relação mestre - aprendiz era essencial no que diz respeito ao ensino artístico. D. João V contribui para uma “renovação” deste ensino, fundando uma Academia (Academia de Portugal em Roma) com artistas estrangeiros que permitiram a formação de alguns artistas portugueses como é o caso de Vieira Lusitano, Inácio de Oliveira Bernardes ou José de Almeida. Dos artistas estrangeiros vindos para Portugal, destaca-se ainda um italiano que colaborou na montagem da Capela de S. João Baptista em S. Roque, e que se estabeleceu em Mafra, contribuindo para a formação de artistas como é o caso de Joaquim Machado Castro. Em 1781, Joaquim Carneiro da Silva criou a Aula Régia de Desenho, onde se ensinava Desenho Histórico ou de Figura e Desenho de Arquitectura Civil.
Em meados do século XVIII, André Gonçalves e Vieira Lusitano tentaram fundar uma Academia do nu, que acabou por não funcionar devido a oposição popular, mas que mais tarde em 1780 veio a ser concretizado por Cirilo Volkmar Machado, onde funcionou nas salas do Palácio de Gregório de Barros e Vasconcelos e que mais tarde passaram para o Palácio do Intendente Pia Manique, no qual, para além dos professores da Aula de Desenho da Casa Pia juntaram-se Machado Castro e Pedro Alexandrino. A aula régia era dirigida por Joaquim Manuel da Rocha o qual estabeleceu exercícios que passavam pela representação de figuras humanas mas também pelo desenho de objectos diversos da natureza e a cópia de modelos de relevo. Em 1823, o ensino de arquitectura, escultura e pintura foi integrado na Aula Régia de Desenho e assim se manteve até à fundação da Academia de Belas Artes, em 1836. Em 1780, a Companhia dos Vinhos do Alto Douro criou a Aula de Desenho e Debuxo que mais tarde em 1803 na Academia Real da Marinha e Comércio. Em 1836 é instaurada a Academia de Belas Artes no Porto.
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Ricardo Coxixo
O ensino do desenho e o modelo vivo
Das metodologias praticadas pelos mestres do século XVIII destacam-se as cópias de gravura, o estudo da figura humana era também ele essencial à formação dos pintores e escultores. No que dizia respeito à teoria, a base para o estudo do corpo humano era a teoria das proporções, ou simetria, que se encontram na tratadistica desde Filipe Nunes (século XVIII) ao Padre Inácio da Piedade Vasconcelos (século XVIII) tendo por base Vitrúvio. Vieira Portuense, professor na Aula de Desenho da Companhia das Vinhas em 1802, defendia o ensino a partir de exemplos recorrendo na sua prática a livros e estampas que os alunos deveriam copiar, excluindo a cópia do natural ou do modelo vivo. Na Academia de Belas Artes, o professor de Desenho deveria fazer observar as dimensões e proporções regulares das figuras e dar noções de anatomia aplicada ao Desenho, onde para isso era necessário o Estudo das Estátuas e Baixos-relevos Clássicos, o Estudo dos Gessos tirados sobre os melhores originais e o Estudo de Modelos Vivos. Os modelos Clássicos eram fundamentais assim como a comparação entre a observação do natural e os modelos antigos a fim de emendar os defeitos dos antigos e melhorar o Natural.
Francisco de Assis Rodrigues, escultor, teórico, discípulo de Machado Castro aquando director da Academia referia a importância do estudo do ser humano, pois era um estudo vasto e difícil que permitia conhecer a forma, a proporção, a harmonia e o efeito que produz, era importante estudar a variada figura e grandeza dos ossos, pois são estes que o sustentam por meio de articulações, era necessário distinguir o numero de músculos, veias e órgãos, que lhe dão vida e movimento. Em 1879, o pintor e professor proprietário da Aula de pintura Histórica, Miguel Ângelo Lupi, publicava um plano geral de reforma do ensino da Academia, em que propunha uma estrutura de três graus, sendo o segundo uma Escola de Aplicação da arte à indústria e a diversas profissões, onde se incluía numa primeira classe, Desenho de Figura Humana, pelo Antigo e Modelo Vivo. A Reforma de 1881, que consagrou a separação entre a Escola de belas Artes e a Academia, preconizava o ensino distribuído por treze cadeiras, das quais a segunda compreendia três partes distribuídas pelo Desenho de Figura por Estampa; elementos de desenho antigo, onde se destacavam: Proporções do Corpo Humano e Desenho Anatómico e Desenho de Figura do Antigo e Natural que incluía desenho de panejamentos.
A nova Reforma de 1901, acentua o facto de se dirigir os esforços pedagógicos do ensino do desenho para o estudo do natural, que de acordo com o naturalismo característico dos pintores da época, acaba por orientar-se para o estudo dos modelos e não da paisagem. A nova reforma do Ensino viria com a República, em 1911, ignorando o trabalho de uma comissão constituída por Columbano, Carlos Reis, Henrique Lopes de Mendonça, Luciano Freire e Veloso Salgado, levou ao protesto dos membros do Conselho Escolar, que entregaram na Assembleia Constituinte e no Ministério do Interior o projecto elaborado pela escola, sem obterem qualquer resposta. Esta Reforma continuava a contemplar o desenho de figura distribuído pelo desenho de figura do relevo, onde eram realizados exercícios elementares de desenho do relevo, o desenho de cabeças, torsos e do natural. A outra cadeira contemplava o desenho de figura onde os exercícios consistiam na cópia de estátua e na cópia de modelo vivo.
O desenho de figura do antigo, ou o desenho de estátua, e o desenho de modelo vivo continuarão a estar presentes na estrutura do ensino da escola de Belas Artes, em qualquer das reformas, quer na de 1932, quer na de 1957. O desenho de estátua era exigido no exame de aptidão às Escolas de Belas Artes. Bibliografia: -França, José-Augusto; “A Arte em Portugal no séc. XIX, 2vols.; Livraria Bertrand; Lisboa 1967; -Calado, Margarida; “Desenho” in Dicionário da Arte barroca em Portugal, Editorial Presença, Lisboa 1989; -“Permanência do Corpo, Academias da Escola de Lisboa”; Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa; Lisboa, 1999.
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Eleitão
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De seu nome Eduardo Soares Pereira Leitão, nasce na Figueira da Foz, na freguesia de S. Julião. Entra na Casa Pia de Lisboa (Belém) em 1944 onde faz o Curso de Formação Industrial de "Artes Gráficas".
Sempre teve gosto pelo Desenho, o que sempre foi fazendo nas empresas onde trabalhou por compromisso, por prazer ou por ambos, embora exercendo a profissão de Tipógrafo Impressor.
Na sua formação a par de outros tem como professores de Desenho e Modelação, Raul Xavier, Álvaro Perdigão e Martins Correia.
Por um acaso descobre a pintura em 1968 e por ser impressor e manipular tintas talvez o conhecimento da cor se tenha tornado mais fácil.
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Como autodidacta, na pintura, é nas obras de referência académica que faz a sua escola, não deixando no entanto de executar trabalhos originais. Entra na Casa da Moeda e torna-se Desenhador Maquetista participando na execução de Títulos do Estado (Fip e outros) maquetes e desenhos vários, Imposto de Circulação, estudos de Notas para Macau, retrato para gravação Talhe Doce. Fez um Curso de Gravura na Galeria Quadrum e, na Romeira em Alenquer, um Curso de Pintura. Dedica-se à fotografia, à caricatura e retrata a carvão, desenha e pinta a pastel e a esferográfica sua grande paixão, também executa serigrafia, sendo no entanto, o desenho a essência da sua expressão, embora seja no óleo e na aguarela que a sua criatividade e alegria se expande. Citado no Anuário de Artes Plásticas de 1998Estar, Artes 2001 - Directório Artes Plásticas em Portugal, nos 220 Anos dos Artistas Casapianos, no Magazine de Artes Plásticas 2002, O Figurativo nas Artes Plásticas em Portugal no Século XXI, MITOS da ARTE (antologia de pintores portugueses contemporâneos) e também em vários jornais e revistas. Membro do GART - Grupo de Artistas e Amigos da Arte e também do Círculo Artístico e Cultural Artur Bual, na Amadora. Participou em mais de centena e meia de exposições individuais e colectivas, onde obteve alguns prémios. Os seus trabalhos estão representados no País em várias Organizações Públicas e Privadas e no Estrangeiro. É após a sua aposentação, que se dedica às Artes a tempo alargado e começa a expor.
Instalação artística por Victor Lages A instalação é uma forma de manifestação artística, onde a obra é composta de elementos organizados num determinado ambiente, com o objectivo de criar emoções estéticas e outras sensações como, som, odores, calor e frio ou coisas que simplesmente chamem a atenção do observador, além deste ter uma relação directa e ou mesmo interactiva com a obra. Foi em 1923 que o artista plástico Kurt Schwitters fez a primeira instalação considerada como tal, a que chamou “Casa Merz”, que não era nada mais, nada menos, do que o seu próprio apartamento, transformado em obra de arte e isto aconteceu na cidade alemã de Hannover. Normalmente uma instalação, é uma obra de arte que só "existe" na hora da exposição, depois é desmontada e só fica a lembrança da mesma, em fotos, imagens ou em recordações. A instalação tem sido um dos fazeres artísticos mais relevantes do panorama das artes plásticas do século XX e XXI. Sendo uma boa parte da produção artística contemporânea, a instalação é de difícil definição. No entanto é o conceito e a intenção, que o artista faz do seu trabalho, que são a essência da própria obra, visto que a instalação, nasce no contexto da arte conceptual.
A instalação artística permite uma grande variedade de suportes e uma gama variedade de possibilidades na sua realização. De modo que se pode utilizar tudo o que se queira, vídeos, filmes, esculturas, performances, computação gráfica e todo o universo virtual, fazendo com que o público seja surpreendido, não fique indiferente e até participe, porque ele, público, é o objecto último da própria obra, sem ele, a obra não existiria na sua plenitude. Esta abertura a todos os meios e formatos para a realização de uma instalação artística está totalmente inserida na produção artística contemporânea, que tem como característica o questionamento do próprio espaço e do tempo. Sendo uma obra volátil e efémera, ela absorve e constrói o espaço à sua volta e ao mesmo tempo o destrói. É nesta construção e desconstrução de espaços, de conceitos e de ideias, que a instalação se inventa e se afirma como obra de arte. Foi com Duchamp e o seu conceito em elevar um objecto comum a “objecto artístico” ou ready-made (objecto do quotidiano declarado obra de arte pelo artista e exposto como tal sem alterações notórias) e também os ambientes surrealistas, que levaram artistas a percorrer um caminho até chegarem à transmutação do objecto em instalação.
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White Cube" é o termo que designa a sala de exposição branca, neutra que, na arte moderna, substitui as formas mais antigas de apresentação, como por exemplo, pendurar os quadros muito perto uns dos outros sobre papel de parede colorido. O White Cube propõe uma percepção concentrada e sem distracção da obra de arte. Assim o White Cube é a referência fundamental para a concretização deste projecto artístico contemporâneo, a instalação. De modo que ao entrar numa galeria, o espectador dirige o seu olhar em primeiro lugar para o espaço em si e só depois, é que olha e vê a obra exposta. O objectivo é isolar o trabalho artístico seja ele instalação ou outra expressão artística sem distrair o olhar do público. Muitos são os artistas plástico e um pouco por todo o mundo, que realizam como obra de arte a Instalação, por exemplo: Marina Abramovic, Artur Barrio, Vanessa Beecroft, Lee Bul, Christo e Jeanne-Claude, Maurizio Collini, Wim Delvoye, Norman Dilworth, Gary Hill, Ruediger John, Anish Kapoor, Barbara Kruger, Misha Kuball, Ange Leccia, Sol LeWitt, Massimo Ta c c o n , S p e n c e r Tu n i c k , J o a n a Vasconcelos, Frans Krajcberg, W o l f Vostell, e Chen Zhen. Christo e Jeanne-Claude, são marido e mulher, ele búlgaro e ela marroquina, um casal de artistas conhecidos pelas instalações de arte ambiental, como seja o embrulhar ou empacotar, edifícios e monumentos com tecido e corda, são disso o trabalho no Reichstag, o Parlamento alemão, em Berlim e na Pont Neuf, ponte em Paris, e mais recentemente The Gates no Central Park de Nova Iorque.
Trabalham em parceria desde 1935 e os seus projectos, envolvem normalmente um vasto processo burocrático e elevados meios logísticos que dificultam e retardam a sua concretização, chegando alguns a levar muitos anos de negociações. Depois de concluídos, estes projectos são obras de grande espectacularidade, que sem duvida marcaram a arte pública efémera, da segunda metade do século XX. Também em Portugal, temos uma jovem artista bem posicionada no circuito internacional da arte contemporânea, Joana Vasconcelos. Entre muitas obras podemos estacar a instalação “Contaminação” que abriu a importante exposição colectiva The World Belongs to You, no Palazzo Grassi e que inaugurou em Junho de 2011. Em 2012, participa na magna exposição anual de arte contemporânea no Palácio de Versalhes, sendo a primeira mulher e a mais jovem artista contemporânea a expor nesse local. Segundo diz, a natureza do seu processo criativo assenta na apropriação, descontextualização e subversão de objectos pré-existentes e realidades do quotidiano. Também o seu trabalho, resulta de uma estratégia, de um discurso atento às idiossincrasias contemporâneas, onde as dicotomias artesanal/industrial,
Victor Lages
Nossos parceiros
Financiamento Coletivo e Criação Colaborativa O projeto “Zarpante” nasceu de um encontro em Paris entre o brasileiro, Henrique Moretzsohn de Andrade e a portuguesa Anne-Charlotte Louis. Quando dois lusófonos – um amante das artes e uma analista financeira – se encontram em terras estrangeiras, constatam que entre eles e seus países existem vários pontos em comum. Com a língua portuguesa como nosso maior laço e a cultura artística e histórica como tema de diálogo, tivemos a ideia original do Zarpante. Os lusófonos estão espalhados pelo mundo representados em múltiplos países nos diferentes continentes. A pergunta é a seguinte: como possibilitar que os artistas desses vários países enriqueçam o patrimônio cultural lusófono através de um intercâmbio e de uma interatividade maior? Aproveitar os novos meios de comunicação e as novas tecnologias para ir além das barreiras geográficas. Criar assim uma plataforma de financiamento coletivo e criação colaborativa dedicada aos profissionais ligados a área cultural ou artística. O financiamento coletivo (crowdfunding) é o ato de arrecadar dinheiro para a realização de projetos através da agregação de múltiplas fontes de financiamento: pessoas, empresas, ONGs, etc… em troca de recompensas. A criação colaborativa (crowdsourcing) é um modelo de produção que utiliza a inteligência, a criatividade e os conhecimentos coletivos de voluntários espalhados pela Internet para a confecção de novos projetos. Dessa forma, através do Zarpante, apreciadores de arte poderão incentivar financeiramente projetos lusófonos espalhados pelo mundo e dialogar direitamente com seus artistas preferidos. Por outro lado, artistas que de outra forma nunca se teriam encontrado poderão compartilhar seus trabalhos e colaborar para diversificar a arte de nossos países e aperfeiçoar os diálogos. Afinal de contas é através da união que a comunidade lusófona se pode tornar mais imponente do que cada nação em sua simples individualidade. Podemos ser de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe ou Timor Leste, mas, acima de tudo, somos a língua que falamos. Zarpante é uma empresa domiciliada em Portugal. O site estará online desde o dia 1 de Setembro 2011. Enquanto isso, vocês podem seguir nos via twitter: @zarpantelda ou pelo blog: http://www.zarpante.wordpress.com
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escritora
Ana Mascarenhas
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por: Luís Fernando Graça Artista Plástico editor/director administrativo da Revista AKN-Online
Quando tive a honra de ser convidado a ler estes textos antes de serem editados, deparei-me com a dificuldade que todos temos de encarar/enfrentar estas realidades, que de tão grosseiras, são incompreensíveis.
Nenhum destes temas que Ana Mascarenhas nos trás é de fácil leitura, muito menos compreensão, mas é um sério alerta para que não deixemos que continue a acontecer em qualquer parte do planeta escondida por uma falsa justificação religiosa ou tradicional, está na hora de todos os seres humanos se unirem a favor de uma erradicação deste tipo de comportamentos que em nada dignificam o ser humano.
As crenças são sem dúvida a alma de um povo e por conseguinte do ser humano, o que só por si pode ser elucidativo e pode de alguma forma explicar as atrocidades que ainda se cometem contra as mulheres, contudo não podem nem devem ser justificação para tais atos.
A t r o c i d a d e s , q u e incompreensivelmente continuam a fazer parte de algumas culturas e que deveriam ser erradicadas, não com atos evasivos ou violentos ou ainda condenativos, mas reeducando alguns item's destas culturas, nomeadamente no respeito a ter pela mulher. As tradições a meu ver são a forma de perpetuar, os erros dos nossos avós sem questionarmos o porquê dos mesmos. Na geração dos meus pais, algumas mulheres não tinham voto na matéria sendo por vezes agredidas sempre que algo não corria como o “chefe de família” queria, não foi há tanto tempo assim e ainda hoje muitos adolescentes pensam desta forma pelos exemplos que vêem e que lhe são transmitidos.
As atrocidades cometidas vão desde a simples expulsão da família ao apedrejamento, queimadura com ácido, corte do clítoris, desfiguração do rosto, escravatura e assédio sexual, como se de um ser amorfo se tratasse, sem dor e sem sentimentos, como se não fosse um ser humano, como se o homem fosse dono e senhor da sua existência. Este livro trás à luz tudo o que de pior existe no nosso íntimo e nos afasta dos outros animais. Somos os únicos animais que odeiam outros da mesma espécie e razões não faltam, odiamos seres humanos de outros lados do planeta, odiamos seres humanos de outras cores, odiamos seres humanos de outras religiões, odiamos seres humanos que não pensam como nós, como se nós fossemos a essência da sabedoria universal. Inventámos religiões e a guerras, conseguimos ser o melhor e o pior do planeta. Está na hora de nos unirmos para dizer “já chega”, “basta”, sejamos apenas… humanos. “Silêncio denunciado” é uma homenagem a todas as mulheres que padeceram e padecem perante a ignorância, o ódio e a insensibilidade.
NOITES COM A FOTOGRAFIA
Técnica Teoria Prática Iniciação de fotografia de retrato e estudio
Saiba quando é o próximo curso pós laboral
Em 2010 o número de denúncias de violência doméstica contra as mulheres era de 31.235, sendo que em 2008 o número de mulheres mortas por violência doméstica era de 40 e em 2011 quase que duplicaram.
Curso de fotografia e Photoshop
42 horas
As tradições a meu ver são a forma de perpetuar, os erros dos nossos avós sem questionarmos o porquê dos mesmos. Na geração dos meus pais, algumas mulheres não tinham voto na matéria sendo por vezes agredidas sempre que algo não corria como o “chefe de família” queria, não foi há tanto tempo assim e ainda hoje muitos adolescentes pensam desta forma pelos exemplos que vêem e que lhe são transmitidos.
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Margarida Santos
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ENTREVISTA
Margarida Santos nasceu na freguesia de Canelas,Vila Nova de Gaia,no dia 27 de novembro de 1946. Na sua juventude estudou na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, transferindose, depois,para a Escola Superior de Belas Artes do Porto. Durante o curso de Escultura, que concluiu em 1968 com a classificação de 19 valores, foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e obteve o " Prémio Ventura Terra".
Após finalização da licenciatura, conciliou a produção artística com uma carreira no ensino, no decurso da qual frequentou e concluiu o curso de Ciências Pedagógicas na Universidade de Coimbra (1970). Durante o estágio pedagógico, em 1972, apresentou a tese "A criatividade na Educação Artística", classificada com 18 valores e publicada mais tarde.
Dirigiu cursos de orientação de professores – foi orientadora Pedagógica da Direção Geral do Ensino Básico e orientadora da equipa Pedagógica de Educação Visual da Telescola – e foi responsável por filmes pedagógicos e didáticos e por diaporamas. Entre 1972 e 1974 recebeu um subsídio da Fundação Calouste Gulbenkian para desenvolver o tema "MulherFertilidade", tema este que veio a tornar-se recorrente no seu repertório, e, a partir de 1973, começou, individualmente, a expor obras de pintura, desenho e escultura, quer em Portugal, quer no estrangeiro. Obras suas integram coleções particulares e de instituições privadas e públicas, tendo sido merecedoras de vários prémios e distinções, como o prémio de Desenho do Governo Espanhol, o "Prémio Especial do Júri", em PuyenVelay, em França e a Medalha de Mérito Cultural e Científico, classe de ouro, da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia (2002). De entre as suas esculturas de figuração moderna, por norma realizadas em bronze e repartidas por bustos, retratos, relevos, troféus, múltiplos e medalhas, podem realçar-se o "Busto do Dr. Aristides de Sousa Mendes" (Bordéus, França), descerrado por Mário Soares em 1994, o " Monumento ao Pedreiro", em Canelas, a escultura para o jardim junto à Biblioteca Municipal de Vila Nova
de Gaia, sete medalhas de mérito da Câmara Municipal de Gaia, o "Monumento ao Dador de Sangue" e o Monumento de S. António Maria Claret, inaugurado nas comemorações do centenário do Colégio Internato dos Carvalhos (2007), ambos em Vila Nova de Gaia. Margarida Santos esculpiu uma estátua de Aristides de Sousa Mendes (2008), destinada a Santarém, o Troféu de Homenagem ao Futebol Clube do Porto,os monumentos dedicados ao Dr. " David Alves"e ao " Major Mota", na Póvoa de Varzim, o Monumento ao Jovem em Formação, no Colégio Internato dos Carvalhos, e "Serenidade", uma escultura feminina
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exposta na III Mostra de Escultura ao Ar Livre na Amadora. Margarida Santos tem exibido a sua arte em centenas de mostras coletivas. Entre outras atividades, colabora com a imprensa (escrita e falada), escreve textos para catálogos de exposições e dedica-se à produção de obra gráfica e à ilustração de poesia. É sócia-fundadora da "Cooperativa Cultural Artistas de Gaia", da Associação Nacional dos Artistas Plásticos Portugueses e, ainda, membro da Sociedade Nacional de Belas Artes, de Lisboa, e da Cooperativa de Atividades Artísticas Árvore, no Porto. Vive em Vilar de Andorinho e trabalha em Canelas, onde tem o seu atelier.
Como nasce esta aptidão para a igualmente fabulosos em pintura? Fiz as academias todas, desde o curso de pintura decorativa e o curso de aptidão às Belas Artes na Soares dos Reis, onde aprendi as tecnologias da pintura, fiz inclusive o primeiro ano da Escola Superior de Belas Artes matriculada em pintura. Durante esse ano e (nos dois posteriores) tínhamos uma cadeira d e n o m i n a d a «Conjugação das três Artes» que juntava os alunos das turmas de pintura, escultura e arquitectura da Faculdade, aí aprendi outras matérias novas, aí surgiu a Escultura. No momento da escolha do curso a seguir, obrigatória no início do 2º ano, percebi que me tinha apaixonado pela luz. Foi essa descoberta da luz enquanto elemento a r t í s t i c o d e deslumbramento, de como ela descobre o mais ínfimo detalhe numa o b r a d e a r t e tridimensional, valorizando-a ou anulando-a, que me ditou o percurso. Rapidamente esqueci o meu sonho de infância «quero ser artista», que só se cumpriria, através da pintura, pensava eu até então.
escultura, tendo trabalhos
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Depois, suponho que por carácter gosto de enfrentar desafios e de superar dificuldades, e nesses particulares o exercício activo da escultura supera de longe o da pintura. Só um pormenor para exemplificar: para a pintura um compartimento num andar de habitação pode ser o atelier do pintor com cavaletes, telas, tintas, para a escultura tal seria impossível, são precisos espaços planos à cota do chão, amplos, com luz directa e equipamentos complexos. Comigo e escultura impôs-se-me e eu aceitei-lhe as duras regras. Considero a minha obra escultórica com uma importância bem superior à pictórica, talvez porque na escultura tenha investido sempre mais de mim. Pinto sim e muito, tal como desenho e escrevo, porém a escultura tem sido mais
Como consegue fazer escultura publica de encomenda ao longo dos anos, tendo um estilo próprio indiscutível? As esculturas de encomenda, da chamada Arte Pública ou outras, têm sustentado em termos económico-financeiros os gastos altos a que ficam sujeitas as minhas obras de autor (tenho que pagar às equipas do gesso e do bronze as obras que crio em barro). De outro modo eu jamais me teria afirmado como autora com um estilo que não conhece escola anterior (obviamente que sofri influências, viajei muito, conheci muito, absorvi bases que me permitiram o exercício sem rede da minha própria criatividade). Nessas obras eu trabalho com total liberdade, mergulhando no fundo das minhas emoções e transportando-as para a matéria que elegi, o bronze. Nas encomendas procuro aliar traços da minha obra (humanismo, leveza, força) com aquilo que me é solicitado. Quem me pede um busto sabe que eu o vou trabalhar até lhe incutir a personalidade intrínseca do retratado (jamais faria um «mono»). Faço muito trabalho de casa, de pesquisa, até de estudo psicológico. Nos monumentos sigo rigorosamente o mesmo plano de conduta estética. Gosto de fazer retrato histórico, há um certo pendor clássico nessas obras públicas.
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Ou então opto pela simbologia, que também é uma forma de procedimento habitual no meu trabalho, não raramente simultânea. Costumo respeitar o público alvo da fruição dos espaços públicos. Se é o povo a pagar, o povo deve ser instruído a ver os objectos artísticos e a entender o que vê e frui, essa a minha postura.
Porque não faz escultura de autor para a praça pública? Seria uma boa pergunta a pôr àqueles que detêm o poder das decisões, aos que não me propõem isso ou quando propõem aproveitam os modelos para os colocar, beneficiar dessa mais valia e depois...desistem de fazer os bronzes alegando razões de preço, nunca de qualidade (ex: a obra de grandes dimensões que fiz propositadamente e esteve exposta todo o Verão aquando da abertura do Cais de Gaia). Tenho duas peças de autor, apenas, em espaços públicos abertos e no entanto cansei-me de fazer propostas e vê-las rejeitadas. Os políticos, os administradores, os empresários portugueses raramente (salvo raras excepções, que felizmente conheço) sabem o que é a escultura de autor, mas sempre alegam que é muito cara. Quando querem investir ou embelezar um espaço Informam-se através do partido, do banco, da seguradora, da galeria, dos média, do compadre,... que por sua vez tem as suas redes de influência bem montadas. Ora eu, tendo sido sempre rigorosamente independente desse tipo de colagem manipuladora da sociedade, tenho sido excluída dessas redes de poder. É pena, porém continuo a insistir, a remar contra esta maré medíocre reinante. Creio que a História da Arte vingará aqueles que, como eu, artistas livres fieis ao seu talento, não se colam nem se vergam e vão deixar uma obra que os envergonhará por não terem reconhecido devidamente, como aliás tinham a obrigação de fazer. Num país civilizado isto não aconteceria, penso. O que me vale são os coleccionadores, os peritos, os amantes da escultura, os que me compram as obras mais pequenas, para interior ou para jardins particulares. A esses curvo-me porque são sensíveis.
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Nas suas obras, os homens e as mulheres não têm braços, mas conseguem demonstrar com o corpo, os abraços e as carícias, como foi chegar a este “efeito visionista” de fazer sentir uma coisa que não vemos? Quando defendi tese com uma obra composta por duas figuras, homem/mulher, de três metros e tal em 1968, o júri composto por um leque de ilustres professores catedráticos artistas fizeram-me exactamente essa pergunta. Hoje respondo como então, que foi mais ou menos assim...«os braços são extensões do corpo, de certo modo representam o sentido da posse, «és meu, és minha», ora eu não quero expressar o objecto do amor mas o amor e a completude do ser-se pessoa a inter-agir com o outro, quero expressar o humano, mas de uma humanidade que não seja pertença física do outro, mas doação ao outro». As obras não têm braços, são o resultado dum sofrimento de incompletude, mas os corpos não se vêem decepados, os braços parecem incorporados no movimento, dão a sensação de andarem por dentro dos corpos, também eles moventes, deve ser isto a que chama efeito visionista. Eu parto para a obra com o único projecto que tenho em mente, algo que me marcou em algo que vi e sobre o qual meditei, numa dança, na rua, numa peça de teatro, num banco de jardim, no metro à hora de ponta, numa leitura, .. Nunca faço desenhos prévios, a fonte está dentro de mim, se quero que flutuem, que voem, se abracem, se fundam um no outro ou se enrolem em vertigem, eu vou trabalhar no barro até capturar essa imagem que a mente guardou...Pretendo produzir nos outros um conhecimento mais profundo de si mesmos e costuma resultar. Agora se me pergunta como é que uma tecnologia tão complexa e antiga (vem da idade do bronze!) como aquela que utilizo, no produto final em bronze se mantém intacta, isso já é um mistério, até para mim.
Qual o trabalho que mais a marcou? Marcou?! Um trabalho é um facto. A tese de final de curso, que deitaram abaixo (desfizeram o barro) para não me darem tempo para a passar a gesso (por causa do eventual recurso da nota na pauta, pois a maior parte dos jurados a classificaram com vinte valores e atribuíram-lhe dezanove), a cuja linguagem pessoal estética me mantenho fiel. Esse foi um dos motivos pelos quais não aceitei ser professora assistente nas Belas Artes, talvez esse começo de carreira tenha determinado o meu futuro artístico de rebeldia e demarcação.
Estudou numa altura em que a arte e a cultura tinham um papel preponderante na nossa vida, como compara esses com estes tempos? Não tenho a certeza disso, a cultura nunca ocupou um lugar preponderante, nem nesse tempo nem agora. A minha geração lutou muito com os velhos costumes enraizados e não foi fácil impor uma certa vanguarda que alguns colegas meus adoptaram. Fomos sempre muito dependentes do que se fazia fora do país, pois se pressupunha que o que era de fora era melhor. Para singrar na arte, nesse tempo como agora ou se têm bons «padrinhos» ou se vai para Paris Londres, ou outra cidade de referência. Conhecemos muitos casos desses. Somos um país de mentalidade tacanha e de génios, que no seu tempo foram ou ignorados ou esmagados pelos medíocres. Eu não me queixo, optei por um caminho vertical, não horizontal, e até tenho sido recompensada por isso, mas da minha obra nem 1/10 é conhecido. Hoje como ontem somos um povo que não investiu na educação pela e para a arte, tão pouco na cultura como património comum de todos e isso por via do mau desempenho dos agentes político-culturais, que acham que os votos vêm dos fogos de artifício e dos festivais populares, dando pouca importância às artes.
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Como é trabalhar o bronze? O trabalho do bronze é executado pelas fundições de bronze artístico, que têm técnicos especializados em moldagem na areia, fundidores, serralheiros, cinzeladores, patinadores. A esses compete transcrever pela técnica de bronze fundido os modelos criados pelo escultor, e a este compete saber todo o processo de fundição e acompanhar na fundição a obra desde o início até ao fim (o que na maior parte dos casos sei que não acontece). Só assim se pode garantir que o trabalho final corresponda à obra original de gesso que é fornecido à fundição pelo escultor. Muitos artistas trabalham a par com os técnicos e dão-lhes instruções, quando assim é o trabalho fica bom.
Como se sente ao passear ao lado das suas obras ou entrar numa igreja e observar o seu trabalho? Penso como alguém que vem de fora e observo como se estivesse a visitar um parente próximo. A escultora que sou olha com sentido crítico (se fosse agora fazia assim, fazia assado...) Tenho uma relação de afectividade profunda enquanto estou em processo de gestação e de execução, depois da colocação no espaço a obra é de todos, minha também, claro. Mas gosto de ser camaleão e ouvir opiniões de quem não sabe que o autor sou eu. Costumo ser entendida e bem aceite, é bom saber fazer o que aos outros parece impossível de ser feito.
A sua obra comunica connosco, e consigo, o que lhe diz? Diz-me que estou lá inteira, que tenho muitas facetas sendo apenas uma, que criei uma fronteira que interliga a expressão clássica e a expressão contemporânea, que fala dum humanismo universal. Comunica movimento, leveza, força, sofrimento, amor, uma enormíssima capacidade de perseverança, empenho, crença e sobretudo determinação. Dá-me a esperança de que um dia alguém há-de ver que no meio de tanta «arte menor» havia um criativo inteiro nos objectos deixados. Uma pergunta que eu não fiz e que gostasse de responder? Nunca mais daqui saíamos. Eu questiono sempre tudo, a transformação é contínua. Gosto de conversar sobre arte, de comunicar com os outros... Que gostaria de dizer a quem se está a aventurar agora na Arte? Diz bem, aventurar...Perguntava-lhe logo se tem capacidade para aguentar o sofrimento que fazer arte em Portugal traz. Dizia-lhe que sendo pessoa honesta a arte não lhe dá o ganha pão garantido e que é difícil viver exclusivamente da arte por muito bom que se seja. Sem modéstia falsa pedia-lhe que estudasse o percurso dos grandes artistas, começando por Camões ou Pessoa nas letras ou Van Gogh nas artes. «Quem vai ao mar avia-se em terra», dir-lhe-ia com toda a minha experiência pessoal acumulada. Mas acrescentaria que é um erro desistir dos nossos sonhos e que precisamos de ter asas (meios) para os concretizar. Ah, dizia-lhe também que é preciso ter capacidade para ignorar todos quantos fazem tudo o que está ao seu alcance para nos impedir de avançar e de crescer! PS: A direção da revista AKN-Online recebeu algumas criticas de inúmeras jornais, livros e revistas, sobre a obra de Margarida Santos, pedimos desculpa por não as mencionar neste especial carreira mas a verdade é que precisaríamos de seis revistas para as publicar. As nossas desculpas.
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Fernando Girão a alma da caneta...
“A nossa forma de amar” Depois de uma noite de amor onde o prazer e a dor tiveram um justo lugar, olho para ti e adormeço pensando que nada é comparável ao fogo da nossa paixão, á nossa forma de amar. A ternura, a malicia, o carinho e o tesão misturaram-se no mesmo momento. Eu aos deuses agradeço quererem que seja teu. Dou-me a ti sem fachadas, sem véus, sem disfarces, dou-te exactamente aquilo que sou. O jogo do amor que jogo contigo é aberto, sem truques, sem mentiras. Eu jogo limpo, pois é assim que quero, pois tanto de ti eu espero que não quero defraudar-te. Tu para mim és a arte, és bondade, és firmeza, só tu me dás a certeza que eu não vejo mais ninguém. É verdade, ninguém antes de ti conseguiu que eu mudasse… Eu conjugava o verbo amar de uma maneira errada, pensava e perguntava se o meu esforço valeria a pena... Agora, eu passo as madrugadas, inventando-te poemas. Fernando Girão
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Clube Privado Por baixo do teu vestido vive o meu raciocínio tento adivinhar a côr da tua roupa interior e penetrar nos teus domínios dona és do meu prazer da entrega da paixão mandas tu no meu querer mando eu no teu tesão e vou descobrindo em ti os mêdos que eu próprio tenho as fantasias e os sonhos que queremos encontrar o sexo é tão importante como é a amizade e eu tenho sempre saudade da noite de ontem à noite eu vou longe, eu viajo eu saio daqui prá fora eu quero levar-te comigo para um lugar discreto uma casa no meio do mato um jardim, um cão quieto em nome da devoção tudo nos é permitido por baixo do teu vestido existe um mundo secreto e outros por inventar existe um clube privado onde só eu posso entrar... em nome da devoção tudo nos é permitido por baixo do teu vestido existe um mundo secreto e outros por inventar existe um clube privado onde só eu posso entrar Fernando Girão
“ o teu nome eu vou levar “ o teu nome eu vou levar marcado na minha carne personagem permanente das histórias que eu invento de quase tudo que eu penso do livro da minha vida na coragem e no medo no mais intimo segredo o teu nome eu vou levar o teu nome eu vou levar gravado na minha alma no brilho branco da lua nos momentos de euforia na minha cama vazia no filme que eu realizo no argumento que eu preciso o teu nome eu vou levar como musa inspiradora da atitude sonhadora que transmite todo o artista que faz da dor a conquista que os outros chamam derrota pois no fundo o que importa é chegar à conclusão que viver sem emoção é como uma noite fria como comida sem sal e é tão fácil ser banal mesmo sendo diferente Fernando Girão
Abilio Marcos
artes plásticas
Natural de Maceira - Sintra. Desde muito cedo que descobriu ter aquele “jeito” para o desenho. Mas foi em França que os país o incentivaram a desenhar e pintar profissionalmente. De regresso a Portugal continuou os seus estudos. Em 1991 um amigo pintor conseguiu-lhe a sua primeira exposição; ficou agendada para inicio do ano seguinte. Entre 2001 e 2003 viajou para os Estados Unidos da América, onde fez diversas exposições.
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Sobre a sua obra, diz Armando Taborda ( Escritor, poeta )
Abílio Marcos, pintor. Os críticos oficiosos têm dele dito coisas muito bonitas, eruditas e por vezes contraditórias: que é impressionista, abstracto lógico, pósexpressionista geométrico, utilizador de metodologia naturalista, sei lá que mais! Bem, se é esse o papel do crítico estou completamente fora da especialidade porquanto, sendo consumidor e apreciador de arte, tento interpretá-la e julgá-la através das sensações e emoções que a sua observação provoca. Quero dizer que o melhor critério para catalogar o artista se aproxima do dilema gostar, ou não gostar. Evidentemente, o conhecimento da história da arte e das influências visíveis numa determinada obra são importantes referências para avaliar da sua técnica e originalidade.
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É altura de afirmar sem mais delongas que a pintura do Abílio é uma pintura de que se gosta…muito! Por variadíssimas razões. Primeiro, o ser humano na sua simplicidade e humildade perante a grandeza da obra criada. Segundo, o trabalhador da pedra com mãos rigorosas e ferramentas precisas que talham as formas convenientes, e são a sua escola de vida e de belas-artes. Terceiro, o viajante de outras geografias, EUA e França, onde os grandes espaços e mentalidades abertas lhe forjaram uma inspiração atípica do país onde nasceu. Abílio Marcos é o pintor das grandes estruturas urbanas, industriais, metafísicas e poéticas, estas últimas exclusivamente abstractas, assim mesmo, sem nada que as justifique ou a que devam comparar-se para se tornarem compreensíveis. Belíssimos gritos no mistério da vida!
As estruturas são sempre projectadas na vertical, ou na horizontal. No primeiro caso vemos as imagens com o olhar tridimensional divagando no visível. No segundo caso vemos os mapas e radiografias de imagens irreconhecíveis pela distância a que se vêem. Não é que o Abílio Marcos se deixe fascinar pelo absurdo abstracto da criação inconsciente, ou subconsciente. Nitidamente, ele prefere as grandes estruturas do conforto ocidental. Os arranha-céus, as redes viárias sobrepostas, os efeitos de luz, o branco ou negro em fundo frequente como se a obra fosse gerada do nada, ou da noite.
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Surpreende ainda na obra do Abílio a paleta da cor. Utiliza o espectro luminoso em toda a sua amplitude e tonalidades, do neutro inefável ao forte provocador com um denominador comum de harmonia e mestria. Atrevo-me a dizer que o Abílio Marcos, detentor de excelente técnica, aliás apoiada por uma invulgar inspiração de longo curso que vai do quase naturalismo ao pleno simbolismo abstracto e poético, corre muito bem o risco de vir a ser considerado um dos maiores pintores portugueses da actualidade.
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Jorge Alves
Fotografo
COMO FOTOGRAFAR A Técnica O JPEG Durante variadíssimos anos fotografei com a minha máquina digital profissional em jpeg. Saliento a “minha máquina digital profissional” porque, verdadeiramente quem fotografa em jpeg não pode levar a fotografia muito a sério. No entanto julga que leva. Como eu julgava… Verdadeiramente fotografar em jpeg é fotografar sem tirar o potencial em cor em informação é “amachucar” uma imagem, é “deitar fora” informação que vai ser essencial para a controlar e torna-la de qualidade. É ter dificuldade em mais tarde de fazer ajustes de cor, densidade e balanço de brancos sem estar a degradar a imagem. Nitidamente o que fizer numa imagem jpeg, em termos de ajustes, é rompê-la irremediavelmente.
O Jpeg é uma extensão muito popular que houve necessidade de ser inventado para comprimir a imagem, e mesmo assim, não comprometer muito a qualidade da mesma. “Jpeg” quer dizer “Joint Photographic Expert Group” e foi um comité formado em 1986 entre o “International Standard Comittee e o ITU Telecommunication Standardization Sector. O Jpeg durante os anos noventa teve mais aperfeiçoamentos de forma a comprimir mais mantendo o mínimo de perda de qualidade. Na verdade o jpeg é um formato de armazenamento que é usado para comprimir uma imagem e obviamente é usada para tornar ligeiro o peso da imagem ao mandarmos por mail ou ocuparmos muito pouco espaço no armazenamento. Mas fotografar em jpeg é fotografar sem os dados de imagem fundamentais para fazermos um boa fotografia.
A p r o f u n d i d a d e d a c o r, a s densidades e a informação digital não está lá toda porque o jpeg tem logo os seguintes defeitos à partida: - Perda de qualidade cada vez que guarda uma imagem - Por isso todos e ajustes que fizermos em densidades, cor, temperatura de cor a degradam - Não se consegue corrigir convenientemente todas as cores porque de fato elas não estão lá. Pois quando se fotografou houve cores que foram pura e simplesmente “esquecidas” Mas não se deve usar o Jpeg? Sim., deve-se usar. Mas, única e simplesmente, com formato de armazenamento. A minha dica: Fotografo e faço os ajustes em RAW, depois armazeno uma em Jpeg e outra em Tiff. A Jpeg é para enviar por correio ou para usar na web. O Tiff é um armazenamento de segurança que posso fazer “saves” e enviar para o laboratório ou para as gráficas sem degradar. Imagem 1 Se fotografou em jpeg (imagem à esquerda) não consegue corrigir a fotografia da forma que essa mesma imagem está à direita. A solução está no uso do formato RAW que irei falar da próxima vez. Para fazer este artigo também consultei: “Snowbound Software” Beijos e abraços Jorge Alves Fotógrafo e Formador www.jorgealves.net http://jorgealvesfotografia.blogspot.com/ http://www.facebook.com/jorge alves fotógrafo
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Rogério do Carmo uma vida ao serviço da Cultura... A VIAGEM
ABERTURA Cortina de espeço negrume Sobre minha fria lucidez Rede atirada ao meu cardume Bisturi rasgando minha embriaguez. Amor paixão feitos lume Corpo febril Aguardando a sua vez! Submissão lasciva poros dilatados Braços estendidos porta sempre aberta Íntimos anseios nunca resgatados Ilha virginal nunca descoberta Poemas nunca escritos círculos fechados! Perdido no alto mar açoitado pelo vento Náufrago do meu próprio ser Tudo calei sem um ai um suspiro um lamento Neste meu discreto recolher Prisioneiro do meu impenetrável silêncio Dei à luz um aborto no excremento O filho que tanto quisera ter A trazer no meu deserto oásico alento! De todos os meus efémeros amores Não me ficou uma carícia uma noite de luar Uma árvore um cheiro a maresia Um longínquo eco de fragores Um pouco da minha carne para vos deixar Deixo-vos pois a minha poesia! Rogério do Carmo Villejuif, 18/3/1987
Meu comboio chegou Ao ponto de partida. Entrei na sala de espera Em busca da Primavera Não encontrei a saída! A morte anda lá fora Ela não chegou agora Há muito que me namora Me espreita embevecida! Esperou-me à chegada Seguiu-me pela estrada Ao lngo de uma vida! Acompanhou-me na viagem Parte daquela bagagem Atrás nunca esquecida! Paciente no esperar Na certeza do embarcar Comigo na partida! Lenço branco latente Aguardando tranquilamente A hora da despedida! Rogério do Carmo Paris, 18/6/1989
use e abuse da CULTURA, não provoca overdose!!
Ogayr Dorfenan filósofo Crónicas de raiva e de esperança!
Banhamos as nossas almas em mares de mágoa, esquecidos dos tempos em que fomos felizes, em que sonhávamos com futuros de alegria, de esperança. Agora, os terroristas não precisam usar armas, basta ditarem as suas leis nos parlamentos do fascismo disfarçado com as cores da democracia e nós os escravos da modernidade, cumprimos de cabeça baixa aquilo que não queremos cumprir... A VITÓRIA SÓ SERÁ CONSEGUIDA SE TIVERMOS CORAGEM PARA LUTAR CONTRA A COBARDIA DOS SENHORES DA MALDADE QUE TUDO FAZEM COM A INTENÇÃO DE ESCRAVIZAR CADA VEZ MAIS O POVO. Por mais que custe, terão que ser tomadas medidas eficazes, senão, jamais sairemos desta vida de não viver... Viva o povo que trabalha e só recebe sofrimento, abaixo os políticos corruptos e ladrões que não se importam de não cumprir os seus compromissos SAGRADOS: Darem a todos uma vida honrada e com dignidade. ABAIXO A MALDADE INSTITUÍDA.
Basta pensar um pouco e vemos que tudo é feito com segundas intenções, que nada é feito no sentido de melhorar a vida das camadas trabalhadoras de todas as classes, só a dos políticos, banqueiros e ricos. A fome já não é há muito tempo, uma ameaça. Hoje, uma grande camada da população passa fome mesmo, é a nossa realidade, não a dos senhores da vergonha institucionalizada, a do povo que tudo dá e nada recebe. Até quando vamos esperar para sairmos para a rua todos os dias, até quando vamos deixar que nos pisem sem respeito por tudo o que somos? Nós, o povo, é que somos Portugal, não são esses ladrões eleitos pela nossa boa fé. Se é por nossa culpa que estão onde estão, então chegou a hora de corrigirmos os erros da ingenuidade e da esperança que esses mentirosos nos fingiram dar em todas as campanhas eleitorais, sempre nos disseram que tudo iriam fazer e depois de eleitos, nunca cumpriram as suas promessas, esses mentirosos, ladrões, corruptos e chulos da própria Nação… Se os pusemos no poleiro, vamos derruba-los custe o que custar, isso é que é democracia, isso é que é justiça, isso é que é correcto. Não falo de esquerdas ou direitas, não falo de partidarismos de nenhuma espécie, falo de igualdade para todos os Portugueses Pelo povo trabalhador, até a vitória da verdade por mais impossivel que pareça: CHEGA O amanhã nos espera com melhores dias se assim quisermos. Basta que sejamos Guerreiros Ogayr Dorfenan
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A escrever é que a gente se entende...
Sónia Pessoa
Quando as emoções e a criatividade excedem a racionalidade
Chega de caminhar. Chega de diversão. Chega de nadar. Sessenta e sete. São dezassete anos além dos cinquenta. Dezassete a mais do que eu precisava ou desejava. Chato. Sou sempre desbocado.
Ela falhou, mesmo na segunda vez. Mas Sylvia Plath foi bem sucedida. Meteu a cabeça no forno e morreu intoxicada pelo gás. Anne Sexton também conseguiu, trancando-se na sua garagem com o motor do carro ligado. Não consigo imaginar qualquer dos cenários. O fim de Virgina Wolf é mais fácil de conceber, talvez por ser uma morte algo romântica que não estaria fora de lugar num filme de Hollywood.
Sem diversão — para ninguém. Sessenta e sete. Estás a tornar-te ganancioso. Age a tua velha idade. Relaxa — isto não vai doer“.Acho que as palavras finais de uma pessoa são extremamente reveladoras sobre si e a sua vida. Aldous Huxley escreveu no prefácio do seu livro, Admirável Mundo Novo, que devemos julgar todas as coisas como as vemos no nosso leito de morte e não posso deixar de concordar que é talvez o único momento em que é possível termos uma perspetiva pura da vida e da morte.
Encheu os bolsos de pedras e, lentamente, deixou-se afogar num rio. (Pânico. Terror. Os pulmões inundamse de água. O bater frenético do coração torna-se mais lento. E mais lento. E mais lento. E inexistente. Paz.) Muito mais apropriado a uma senhora do que a morte por bala, “á la” Hemingway, que se suicidou com a sua espingarda favorita.
Porque é que tantos escritores se suicidam? Porque é que tantos artistas escolhem esse fim, é a questão inevitável. Talvez seja porque criar arte, para além de inspirador, é, também, de algum modo, angustiante e martirizante, pois obriga o artista a olhar para a vida sob uma lupa, demasiado de perto, descobrindo mais sobre o mundo, mais sobre nós próprios, do que deveríamos realmente saber.
Mário de Sá Carneiro, Camilo Castelo Branco, Charlotte Perkins Gilman, Florbela Espanca, Antero de Quental, engrossam a lista. Hunter S. Thompson morreu em 2005 com um tiro autoinfligido na cabeça, deixando apenas as seguintes palavras rabiscadas num pedaço de papel: “Chega de jogos. Chega de bombas.
Grande parte do que diferencia os menos talentosos dos mais talentosos é a capacidade que um escritor tem de suportar o peso de uma vida que não é a sua. Ver por olhos que não são seus, sentir emoções que não são suas, fazer coisas que nunca experimentou - ser outra pessoa e dar-lhe uma voz. É muito peso para um par de ombros.
E eu não diria que isto se aplica apenas a escritores, mas a indivíduos que operam a qualquer nível artístico, já que lhes é exigida a expressão de emoções extremas (sejam eles filósofos, músicos, poetas ou pintores), ao contrário de campos como a matemática, em que não existe qualquer emoção ou individualidade no resultado. Podemos pois concluir que a arte, mais do que como um elemento libertador, funciona, como um tornado de emoções que assoberbam de tal maneira o seu criador que o levasse a tais atos de desespero? Fica a pergunta... não tenho resposta.
Ana Rita Pessoa (Nem eu teria escrito melhor. A Ana Rita escreveu e fez-se entender muito bem. Resolvi, neste número, dar-lhe espaço... dar espaço a uma novo talento. Sónia Pessoa)
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“Arte Abstracta – preciso de desafios!...:)” Malta é assim: Se há coisas que “mexem” comigo…, são desafios! Eu, para ser “incentivado” a fazer alguma coisa…, tenho de ser…: “empurrado”! Eheheheheheheh, é mesmo verdade!...:). Ok, é mesmo a sério! Hoje, vou falar-vos de um tema bem polémico e, nos dias que correm, bem ingrato, pois que é “contra-vento”…:). Todos, os que criticam, e os que não, sabem que, CULTURA anda nas ruas da amargura! Isso quer dizer que, muita coisa corre mal, porque não “entendemos” o que olhamos (em vez de “vemos”…:). Hoje, vou falar de ABSTRACTO. Já estou a ver (imaginar) malta que conheço e outros que não, a comentarem: Lá está ele a dizer que arte abstracta é boa…:). Pois é! (quer dizer, é isso que estão a comentar, pensar…:). É assim, quando queremos, por motivos profissionais, ou por gosto, uma coisa profissionalmente “perfeita”, aí, o abstracto não entra (embora possa entrar…:). Temos de procurar perceber que estamos MAIORITÁRIAMENTE INCULTOS em relação a muita coisa, uma delas, a ARTE! ARTE, como já referi há algum tempo, é criatividade, porra! Logo, abstracto, sendo algo que não existe em lado nenhum…, é isso mesmo! Ok, ok…, já sei que “atirar” tinta para aqui e acolá, ou “sujar” telas ou outra coisa qualquer…, não é coisa digna de se emoldurar.., eu sei disso!
Mesmo assim, pensem bem: Se a for bem atirada, com jeito…, pode uma criatividade de se lhe tir chapéu! Sou mesmo “provocador” Imaginem que, os que já são “famos e vendem a preços de luxo dependessem do no “reconhecimento”! Ehehehehehehe fal É assim: O abstracto ou o criatividade qualquer, sendo original… ARTE, quer queiram, quer não! E precisam de gostar Afinal, abstracto, faz pensar (imagin faz “criar cenários” na nossa ment não é nada fácil de fazer… Pelo me aquele abstracto a que a gente gost “tirar o chapéu”…, nã Para aqueles mais “purist autênticos”, a arte perfeita, é uma vertentes da própria arte. Depe apenas de quem gosta de a pratica de a consu Voltando à ARTE ABSTRACTA SEMI-ABSTRACTA, aqui vai uma minhas últimas. Tem o tí “Generatio Como podem verificar, tem o título Inglês. Não por eu querer arma coisa nenhuma. É que, por cá, menos, abstracto…, tendo em con estado da cultura…, é para esque Por isso, resolvi experimentar col num Site internacional. É que, como todas as actividades, também a A precisa de cativar quem go Por cá, (enquanto não conseguir entender mais, porque passam tempo apenas a consumir o que “dão”…:), é mesmo para esque Paciência
tinta e ser rar o ”…:). sos”, o, se osso eheh, liam! outra …, é nem r…:). nar); te…; enos, ta de ão é? tas e a das ende ar ou umir. A, ou a das ítulo: ons”. o em ar em pelo nta o ecer. locar o em ARTE oste! rmos mos o e nos ecer! a…:)
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Gabriel Rito
Ainda a propósito da minha obra: “Generations”, como sabem, tem a ver com GERAÇÔES. Gerações, não são só as que dizem respeito às familiares. Neste caso: Gerações tem a ver com todos os povos do Mundo. Gerações somos todos nós, nas variadíssimas vertentes de CULTURA; tradições; características físicas (não raciais, pois só existe uma raça: Humana). Nós, todos, “amarelos”; “vermelhos”; “escuros”; “pretos”; “brancos”…, somos essa GERAÇÃO. Seria muito bom que pensássemos muito bem nisso! … E, portem-se mal, pois que isso é muito criativo e libertário…:). Eheheheheheheheh. Sou tramado, não sou? Gabriel Rito
artista plástico “Abstracto” Somos um abstracto vivo Que Deus optou por fazer Chamamos-lhe figurativo Para melhor entender.
Façamos diferente... Luís Fernando Graça Artista Plástico Formador Certificado pelo IEFP Motivação e Crescimento Pessoal Editor da revista Akn-Online
www.luisfernandograca.com
O teu sorriso. Recordo o teu sorriso, leve e simples. Nunca foste de grandes sorrisos, aliás, quando sorrias, era de felicidade e, quase sempre, acabavas por chorar. Mesmo assim, recordo o teu sorriso, o que me faz chorar, por me lembrar, ser tão sincero, honesto e por ter tantas saudades dele. O facto de sabê-lo na minha mente, deixa-me feliz, mas, logo me deixo vencer pela melancolia de sabêlo perdido no tempo. Até nos encontrarmo-nos novamente, vou recordando o teu sorriso. Nunca foste de grandes lamúrias, e se sofreste, mas sempre achaste, ser da grande falta de sorte da vida. Tornaste-te vencedor de derrota em derrota, a luta deu-te a taça, mas esqueceu-se do prémio. Nos nove meses antecederam a tua partida e mesmo sozinho, viveste num mundo que não era o teu, imagino a confusão de grande saudade, mas sobretudo, da incompreensão do desabamento do teu mundo. De repente, o tempo não era o teu, já nada era teu, partiste em vida com a antecedência de 9 meses. Diria mais, partiste sem resposta para o desabamento, nem a saudade te traiu, foi coisa que não tiveste tempo de sentir, eras barco sem leme, ao vento, mas ao sabor do destino a que te entregaste. A terra sem o teu mar, era o início do teu cabo das tormentas.
Recordo ainda, com alegria, o contares a “aventura” do meu aparecimento, mas logo perco o meu sorriso ao lembrar-me do teu e o facto de nunca mais o poder ver de olhos abertos. Tudo é eterno até morrer, e só o homem tem noção da morte, nenhum animal mais sofre a sua partida, antecipadamente. Só o homem tem noção, que tem prazo de validade.
Ao lembrar o teu sorriso, observo a tua cidade que te fez homem e te ensinou a vida. Cidade? Esta, já não é a mesma, que te viu nascer. A cidade do fado, dos “marialvas”, das noitadas e da borga, não, esta já não é a mesma cidade. A luz? essa ainda é a mesma, que me ensinaste a respeitar e que exulta poetas, pintores e escultores e outros como eu, que têm a mania que escrevem, e que nem sabem muito bem a quem escrevem, mas escrevem. Quantos quilómetros de escrita foi criada, por causa da luz da tua cidade?
Ao lembrar-me do teu sorriso, tenho pena de não saber qual o “marco” do correio onde deixar este apontamento da minha saudade e sentir-te a lê-lo, olhar para mim e sorrir com o teu sorriso.
Esse sorriso leva-me sempre derrompante à minha infância, quando só te via ao sábado porque saías de madrugada e chegavas já com a noite tombada nos teus ombros, e eu petiz, dormia porque no dia seguinte era a escola que me chamava, achando que só voltarias no próximo fim de semana.
Agora, cada vez que me sento com a minha Clau, e tento explicar as “coisas da vida”, ta como faziamos os dois, sinto-te a sorrir para mim, o que provoca mais saudades e a sensação de que, ainda hoje terias um “mundo” para me ensinar. Tenho saudades dos teu sorriso, mesmo vendo-o por todo lado ,e a toda a hora, mas saudades mesmo… tenho de te chamar ...Pai.
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2012 002 08