Novos Talentos Revista fevereiro nº 2 2012

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Ano I Nº 2 fevereiro de 2012 3,50 euros (IVA incluído)

Revista cultural de novos autores

Noémia Costa quando 1 + 1 são 3 Ricardo Passos o pintor voador Vitor Zapa a contestação do surrealismo Luiz Morgadinho de Paris com amor Rogério do Carmo a arte da palavra Anna Veiga Luisa Real a subtileza das formas quando as estórias se misturam Rita Melo a escultura de Santos Carvalho quando a vida é a arte

e muito mais...



Revista

Carta do editor Propriedade/Edição Meiostextos,Edições, Lda.

Quero começar por agradecer a todos aqueles que se deslocaram de todo o país, para celebrar connosco o lançamento da Novos Talentos – Revista cultural de novos autores e a inauguração da NT - Galeria de Arte. Após esta fase de inauguração e apresentação da nossa estrutura, passamos à fase seguinte, que será a implementação da revista nos circuitos nacionais e posteriormente nos circuitos internacionais, nomeadamente em Angola e Estados Unidos da América, dois mercados promissores, pela quantidade de portugueses presentes nos seus territórios e proximidade linguística. No caso de Angola, pretendemos mesmo aproximar de forma a aproveitar os laços que unem as nossas nações e divulgar artistas de ambos os países. Para isso, estão a ser feitos uma série de esforços, no sentido de estreitar estes mesmos laços que nos permitam crescer culturalmente, sendo certo que muito terá de ser feito para atingirmos os nossos objetivos, mas não nos vergaremos à apatia generalizada. Neste momento o nosso país encontra-se estavelmente no “dolce fare niente” que é este marasmo, pantanoso oceano, em que se transformou a nossa cultura. Artistas existem que se entregaram ao sistema e são bem conhecidos, felizmente são poucos, porque para trás ficaram mais de cento e cinquenta mil que Portugal pura e simplesmente ignora. A minha passagem pela revista Novos Talentos como editor, irá por certo marcar a contestação enquanto o respeito pela nossa cultura não imperar. A cultura assume-se naturalmente em qualquer panorama, vencendo sempre a imposição de quem acha que a pode manipular. A história tem sido madrasta e os homens de memória curta; mas teremos de continuar a luta dos homens da cultura que já não expõem connosco, Mario Cesariny, o escritor Luís Pacheco, o ator Mário Viegas, o génio Almada Negreiros, o filósofo Agostinho da Silva e tantos outros que me apetece dizer... A luta continua! Não pretendo com isto iniciar uma guerra ou luta ou mesmo tornar-me num ícone cultural, quero apenas que os nossos filhos vivam e cresçam numa harmonia cultural superior à que nos encontramos. Façamos todos um esforço para o equilibro do sistema, e já agora uma palavra de apoio e orgulho para Braga – Capital Europeia da Juventude, só com estes reconhecimentos é que traçamos o caminho certo e a meta alcançável que todos pretendemos. Viva a cultura!

Publicação Mensal NPC nº 510028810 Capital social 5.000€ Diretor Executivo e Financeiro Lina Conceição Editor / Designer Gráfico Luís Fernando Graça Deptº Comercial Andreia Campante Fotografia Paula Cardoso Graça Colaboradores Carlos Almeida Sónia Pessoa Vitor Lages Jorge Alves Web Design Ana Martelo

Administração, Redação e Publicidade R. D. Augusto Pereira Coutinho, 15 2870-309 Montijo Telef. 210 886 287 Fax. 210 880 898 E-mail: revistanovostalentos@gmail.com ERC nº (aguarda) Depósito legal nº33542/11 ISSN nº 2182-4029 Tiragem 10.000 ex. Impressão: PERES - SocTIP,SA Estrada Nacional nº 10, Km 108.3 Porto Alto, 2135-114 Samora Correia Distribuição: Logista Portugal - Distribuição de Publicações, S.A. Expansão da Área Industrial do Passil, Edifício Logista Lote 1A, Palhavã, 2890-132 Alcochete

É expressamente proibida a reprodução da revista em qualquer língua, no todo ou em parte, sem a prévia autorização escrita da REVISTA NOVOS TALENTOS. Todas as opiniões expressas são da inteira responsabilidade dos autores.

Capa: Pormenor de uma obra de Ricardo Passos - Artista Plástico

Luís Fernando Graça editor 1


índice

UTOPIA AZUL

ÍNDICE

Surge de um processo criativo, de uma necessidade intrínseca ao homem, da procura de evolução humana. Apresentar a cor azul como suporte cromático dos conceitos abstractos, símbolo de quebra de fronteiras e reforço dos elos constituintes da cadeia Humanidade. Daqui emerge um novo conceito, o da UNIVERSALIDADE, outro dos valores inerentes à condição humana, mensurados pela arte e pela ciência.

1 – Carta do editor… Luís Fernando Graça

2 – Índice

3 – 8 - Ricardo Passos - entrevista

9 – A opinião de... Victor Lages - Artista Plástico

O projecto possibilita aos intervenientes a oportunidade de participar na construção e reflexão sobre uma identidade contemporânea e artística, baseada na cooperação e quebra de fronteiras, necessária e premente. Os artistas propiciam nas suas intervenções, aos destinatários, pontos de meditação e interpretação.

10 – 12 – Luiz Morgadinho

13 – 15 – Vitor Zapa - O pintor Voador

17 . 19 – Arte dos Palcos - Noémia Costa - Quando a vida é a arte!

A UTOPIA AZUL teve a sua primeira aparição em público em 2006, no Certame de cerâmica de Salvatierra de los Barros, Espanha, concretizada pela mentora do projecto, a artista plástica Mathilde Amberger (Mathi), com a instalação intitulada Fome.

20 - Luísa Real - A subtileza das Formas

21 – Pontos de Vista… Carlos Almeida - Artista Plástico

22 . 23 - Santos Carvalho - Escultor

Desde então realizaram-se intervenções, em torno da cor azul e da sua simbologia, tais como: happenings; workshops; intervenções pedagógicas; degustações; apresentação da instalação All in one blue, no congresso internacional COLOURS 2008 – Bridging Science with Art, Universidade de Évora; exposições colectivas, das quais se destaca, a mostra com o mesmo nome do projecto, realizada em Novembro 2010, no Palácio de D. Manuel, em Évora, que contou com a participação de 100 artistas.

24 . 25 – Reportagem da Inauguração da Galeria de Arte NT

26 . 27 – Anonymous Urban Art - Maria João Rodrigues Fotos

28 - Façamos diferente... Luís Fernando Graça

29 . 30 - Teatro - Grupo de Animação e Teatro Espelho Mágico

A UTOPIA AZUL terá a sua próximo evento expositivo, intitulado O olhar da criança voltado para o futuro, de 4 a 25 de Fevereiro, a decorrer no foyer do Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, no qual estarão patentes diversos estilos e expressões artísticas, entre as quais pintura, escultura, fotografia e instalação.

31 - Refletir a fotografia... Jorge Alves Fotografo

32 . 34 - Anna Viegas - A arte da palavra . 37 . 38 - Rita Melo - Quando as estórias se misturam.

O projecto tem agora como base de suporte a Utopia Verus, pessoa colectiva de direito privado sem fins lucrativos, materializada na forma de associação. Esta estrutura nasce em Setembro de 2011, com um enquadramento e objectivos distintos, tais como promover e divulgar um vasto conjunto de actividades ligadas à arte, ciência e cultura bem como a sua interligação multidisciplinar, assim como contribuir para a sustentabilidade de projectos idealizados no âmbito da sua intervenção.

39 - A escrever é que a gente se entende... Sónia Pessoa

40 . 42 - Rogério do Carmo... de París com amor...

43 . 44 - Círculo Artístico e Cultural Artur Bual

45 . 47 - Portofólio... Jorge Alves - Fotografia

48 - Agenda - Nossa escolhas

Mathilde Amberger 2


Artes Plásticas

Ricardo Passos

Quando 1+1 são 3

Nasceu em 1963 em Lisboa, e desde muito cedo se apaixonou pelas artes plásticas em geral. Efectuou até à actualidade, cerca de duas centenas de exposições, individuais e colectivas, no país e no estrangeiro (Espanha, França, Suiça, Finlândia, Itália, Malta, Eslovénia, Inglaterra, Dubai, China, Japão, Tailândia, EUA e Brasil). FILMOGRAFIA “ O Artista no Seu Atelier” - Um filme documental sobre a obra de Ricardo Passos, realizado no seu atelier, faz parte do acervo da Cinemateca Portuguesa ANIM – Arquivo Nacional das Imagens em Movimento. “Art & Mente de Ricardo Passos” - Filme documental realizado no atelier de Ricardo Passos, pelo filósofo José Neto.

A sua actividade profissional desenvolve-se essencialmente na área da Pintura e do Design Gráfico, o que lhe permite exercitar quotidianamente noções de equilíbrio formal e conceptual, apurando assim a sua expressividade e sensibilidade artística. Distinguido por várias vezes nas diversas áreas de expressão artística – Pintura, design gráfico, joalharia, cerâmica, cenografia – está representado em várias colecções particulares e institucionais.

BIBLIOGRAFIA “Lisboa Mulher” (2000); “Loures, Terra de Gente Generosa” (2005); “Menos Solidão” 2008; “Mitos da Arte” (2009). “Anuário Luso-Brasileiro de Arte Contemporânea” (2010/11)REPRESENTAÇÕES INSTITUCIONAIS Acervo Real Britânico - Londres - Inglaterra Museo GB Design Forenza - Itália Museo delle Arti dell'Unita d'Italia - Itália Herdade “Monte dos Seis Reis” - Estremoz Instituto Superior Politécnico - Viseu Câmara Municipal de Loures - Museu Quinta do Conventinho Câmara Municipal de Alter do Chão Consulado Geral de Portugal em Boston Consulado Geral de Portugal em Newark

A Loba 3


Artes Plásticas

CRÍTICAS De, por e com a obra de Ricardo Passos....Tangentes, secantes, vértices, parábolas ou hipérboles, na espécie, do corpo e da alma. Anarquia esquizofrénica, sublimação da realidade e do comportamento, vertentes ditas por conjugação, estética de formas e desejo, a sensualidade plástica que não deixa prevalecer a indiferença da análise atenta e lentamente, levam ao derreter em pedra filosofal. Num lume brando, paradoxo sem promiscuidade, pleno de emoção, um quase orgasmo silencioso. Envolto num véu permissivo de uma visão própria, diferente, apocalipticamente presente na feminilidade jogada e inebriante.Ricardo Passos tal como no cinema Nagasi Oshima, traz-nos na sua obra emergente, um Império de Sentidos na Pintura, plenitude de criatividade que não o deterá, antes sustentará a sua imaginação e criatividade. A cada dia pinte-nos pois o próximo e deixe-nos a magia e a expectativa de como abordar e recriar o Amanhã.

A caraça

El artista portugués Ricardo Passos se aleja de la representación convencional en busca de un universo de emociones. En su obra la figura femenina cobra protagonismo, como guía de la energía creativa de Passos, y se presenta al mismo tiempo poderosa, romántica, cruel, triste, soñadora y exhuberante. La mujer como guía de la energía creadora de Passos y la plasticidad, los volúmenes dominan su obra con dimensiones exageradas que eliminan el concepto físico. Oscar Garcia Garcia Galeria O+O Valência

Manuel Martins Barata Tempra Academy for Contemporary Art Vice-President for all Lusophonic Countries Art Curator London/UK

E não há contos de fadas sem rainhas, «Com o rei na barriga», mulheres ardentes que guardam o mar no coração. Mulheres livres, que nunca tocaram a liberdade, mulheres – rainhas, as de Passos, que têm bem definido os limites dos seus castelos, abrem portas de quartos desconhecidos, salões de baile onde o desejo dança com a intimidade violada, segredos que evocam lágrimas, dores contidas no amor eterno jurado a quem bateu àquela porta, a quem foi envolvido no abraço da razão. Antonella Iozzo Crítica de Arte A coerência visual é tão importante como a coerência conceptual no trabalho de Ricardo Passos. Á semelhança do que já nos habituou em series anteriores, na série “DITOS”, o artista deixa patente a ironia, o humor e a crítica social que caracterizam todo o seu trabalho. Portugal tem uma longa tradição de ditos e provérbios populares. Passos não é indiferente a esse aspecto. Transportando os provérbios para os seus significados literais, despe-os das suas metáforas originais mas carrega-os de novos significados. Passos fala-nos com as suas telas sempre com um sorriso no olhar e com questões à sociedade contemporânea. Luísa Santos Crítica de Arte

Lingua de trapos

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Artes Plásticas

NT – Ainda te lembras como tudo começou? RP – O apelo pelas questões relacionadas com a criatividade e a arte em geral, acompanham-se desde criança, mas à medida que fui crescendo, fui tomando consciência de que criar é uma necessidade impreterível. Sem essa vertente, a vida para mim não fazia sentido, pois sendo a arte uma forma de me expressar, sem ela, sentirme-ia aprisionado. Assim, eu diria que esta aventura começou quando eu comecei; inicialmente como um instrumento lúdico, que aos poucos se foi tornando em algo muito sério que, não vejo como uma profissão, mas sim uma forma de estar na vida. Estar na arte é estar atento ao que nos rodeia e ao nosso interior ininterruptamente, chegando a ser obsessivo.

A perfumista

PRÉMIOS

Paíssaros sem asas

Distinção Especial - Bienal Internacional Malta 2009 Prémio Destaque - Bienal de Arte Madeira 2008 Medalha Prata - Inst. Século e Arte - Brasil 2008 Prémio “Artista Destaque” - Galeria ArtPortugal 2007 Prémio Série “Com o Rei na Barriga” - Bienal Internacional de Arte - Malta 2007 Prémio Aquisição - Galeria “Lugar do Vinho” 2007 Medalha de Ouro - Instituto Século e Arte/Gov. Brasileiro/Japonês - Brasil 2007 Menção Honrosa - Inst. Século e Arte - Brasil 2006 NT – Como foi a 1ª exposição? Ainda te lembras?

RP – Existem diversas intenções ao expor. Existem diversas primeiras exposições, cada uma delas em patamares diferentes, com atitudes distintas, com responsabilidades acrescidas. Cada primeira exposição é como que um alcançar de uma meta, na medida em que o tempo que antecede a apresentação, é um tempo de pesquisa, introspecção, criatividade, mas acima de tudo, de muito trabalho. Assim sendo, cada exposição é uma primeira exposição dado que os trabalhos, os espaços e os visitantes são outros. Nas exposições, que são todas elas as primeiras, não experimento sensações de nervosismo nem de ansiedade, mas sim uma grande tranquilidade, pois sinto o dever cumprido. Há uns anos atrás não sentia esses sentimentos, por ingenuidade, por não haver intenção de ser observado através do meu trabalho e, hoje em dia, continuo a não senti-los porque cada obra que apresento é feita com a certeza de que fiz o que me propus fazer, sentindo-me seguro em relação ao meu trabalho, embora não fique de braços cruzados a contemplá-lo, pois é a constante insatisfação perante o que se crio, que me faz avançar, no sentido de procurar novas situações.

o berço

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Artes Plásticas

NT – Qual foi a obra que mais te marcou? RP - Cada obra é parte de mim, como se de um filho se tratasse. E nesse sentido é-me difícil dizer qual mais me marcou, pois tal como os filhos, por serem concebidos em fases diferentes da nossa vida, e por terem temperamentos diferentes, faz com que a interacção com cada um deles seja necessariamente distinta, embora isso não seja sinónimo de gostar mais deste ou daquele, também com as obras isso se passa.

NT – Uma vez que desde designer gráfico a designer de jóias, fazes de tudo um pouco, qual é a área da arte em que mais te realizas?

Nesse sentido, não tenho nenhuma obra que seja mais marcante que outra, ou seja, não poderei dizer que gosto m a i s d e s t a o u d a q u e l a . Mas se falarmos em termos de obras que, de alguma forma me projectaram mais, dando mais notoriedade/visibilidade ao meu trabalho, aí sim, há umas que são mais marcantes que outras, mas isso tem a ver com aquilo que é visto no meu trabalho, e da forma como é visto, da mensagem que é descodificada e de quem a descodifica.

RP - A área em que mais me realizo é, sem sombra de dúvidas a pintura. O design gráfico tem certos condicionalismos e gostos dos clientes, a que muitas vezes temos de atender, acabando por ser uma área que me deixa um pouco preso em termos de liberdade criativa. As peças de joalharia que tenho criado são actos isolados, que acontecem muito pontualmente, embora seja uma área onde a criatividade e a conceptualidade estão sempre presentes. Vindo eu de uma família de joalheiros, o tirar o curso de Design de Joalharia começou por ser um capricho meu, pois por uma questão um pouco de irreverência e rebeldia, nos meus tempos mais jovens não quis seguir a tradição familiar mas, após os 40 anos, achei que era chegada a altura de conhecer um pouco mais sobre esta tão nobre arte.

Posso dar como exemplo a obra “O Rei”. Essa é uma obra marcante. Representa um rei, grávido, desnudado, que sobre um chaise longue dá a boa nova ao reino, anunciando o estado de graça em que se encontra. Essa obra, que da primeira vez que a quis expor numa galeria, me foi recusada, tendo o galerista alegado que poderia ferir a susceptibilidade do público por conter uma nudez explícita e, como se não bastasse, é homem e está grávido! Posteriormente, com esta mesma obra, participei na Biennalle International of Art, em Malta, e a mesma foi premiada, com honras e grande destaque no Sunday Times. Esse aspecto levou-me a criar uma série de trabalhos (rainhas grávidas) que expus no Palácio Nacional de Mafra, onde “O Rei” foi o rei da exposição.

A pintura, preenche-me plenamente, pois é nela que encontro a versatilidade dos materiais e é nela também que encontro a minha forma de expressar o que me move. NT – Como vê o caminho da Cultura em Portugal? RP – A Cultura em Portugal está viva, e a prova disso é por exemplo o surgimento da “Novos Talentos”. Existe espaço para uma revista dedicada à Cultura, quando essa mesma cultura fervilha. Além do mais, é em momentos mais conturbados que as manifestações artísticas podem ter um papel mais activo, funcionando como um grito dado pelo artista mas sentido por muitas outras pessoas.

Tenho depois outra obra, que por fazer parte do acervo real britânico, do Palácio de Buckingam, me enche de orgulho, e algumas outras que, por estarem integradas em colecções institucionais ou particulares, onde estão grandes nomes das artes, as tornam mais “especiais”, mas, e volto a dizer, esse aspecto não faz com que para mim sejam mais marcantes, em termos afectivos.

Em termos mediáticos e consequentemente económicos, é mais fácil, e é de retorno mais imediato, a venda do sensacionalismo, a divulgação do oco, mas é a cultura que alicerça toda uma sociedade, permitindo que a mesma se dignifique, aumentando assim a auto-estima de todos nós. Temos como exemplo o recente reconhecimento do nosso Fado, ao ter sido reconhecido como Património IMATERIAL da Humanidade.

Simbiose

Muitas vezes esquecemo-nos que o imaterial é a base de sustentação de tudo o que nos move. Por todo o país foram construídos inúmeros Centros Culturais, o que proporciona uma maior divulgação da nossa cultura, e também por todo o país, a cada dia surgem novos valores artísticos nas mais diversas áreas, que são reconhecidos internacionalmente. Vejamos Braga como a Capital Europeia da Juventude, ou Guimarães como a Capital Europeia da Cultura. 6


Artes Plásticas publicidade

NT – O que achas do apoio que o Estado presta à nossa cultura.

Silêncios

RP – Fruto do que se vive nos dias de hoje, o apoio estatal é menor do que seria expectável. Áreas como a saúde e o emprego (ou falta dele) são mais urgentes de tratar mas, talvez com uma maior criatividade por parte dos dirigentes políticos, se conseguissem parcerias onde a cultura interagisse com outras áreas, criando cinergias proveitosas para diversos sectores. Existe divulgação cultural, muitas vezes onde se sabe à partida que essa mesma divulgação vai trazer benefícios financeiros. Este aspecto deveria ser encarado no sentido oposto, pensando que é graças à cultura que se podem colher benefícios financeiros. Além do mais, a cultura é uma riqueza que faz parte da identidade de um povo e nesse sentido, dever-se-ia não descorar esta realidade.

NT – Sabes que tens uma série de admiradores e os teus trabalhos alimentam os sonhos dos novos aspirantes, o que é que lhes dirias, que conselhos lhes darias, para que as suas carreiras edificassem, tal como a tua, a nossa cultura e identidade?

NT – Estiveste à pouco tempo nos Estados Unidos da América junto à nossa comunidade de emigrantes, conta-me como foste recebido?

RP – O acto criativo, é para mim algo de muito íntimo e isolado, mas uma vez concebidas as obras, é no apresentálas ao mundo que se completa o ciclo. Ao conceber uma obra, não tenho em conta o que poderá ser descodificado, que leituras poderão ser feitas, pois só desta forma sou fiel a mim mesmo, e todo o raciocínio intelectual flui para a tela sem interferências. Quando acontece experimentar o agrado/reconhecimento por parte de terceiros perante o meu trabalho, a sensação de dever cumprido é amplificada. Eu arriscaria dizer que o mais importante é sermos fiéis a nós próprios, estarmos convictos de que o que fazemos é a nossa verdade. Mas para que tal aconteça é necessário que se esteja de corpo e alma desde a conceptualização da obra até ao momento em que a assinamos. É um processo árduo mas gratificante, e quem pensar que pintar é um acto que transmite calma, tranquilidade, e que é até um prazer, pois desengane-se. Trata-se de algo muito sério, muitas vezes obsessivo, que só com muita determinação se consegue. Em três palavras: Alma, Convicção e Trabalho.

RP – É verdade, a Convite do Consulado Geral de Portugal em Boston, e posteriormente do Consulado Geral de Portugal em Newark, realizei duas exposições nos Estados Unidos que foram extremamente gratificantes. Abordei a temática da portugalidade, com o duplo objectivo de, por um lado, levar um pouco de nós aos portugueses que vivem nos Estados Unidos, por outro lado, dar a conhecer a nossa Alma Lusa aos americanos. Foram duas exposições que tiveram uma grande divulgação em termos de comunicação social e das quais faço um balanço muito positivo, constituindo ambas mais um degrau neste meu percurso.

NT – Como lidas com a sua popularidade? RP – Eu diria que esta pergunta é difícil, ou a resposta é que o será. Não sinto que o termo “popularidade” se encaixe em mim, pois não sinto que tenha feito algo por aí além para merecer tal “rótulo”. E espero assim continuar, pois muitas vezes a popularidade pode levar-nos a ter uma visão destorcida dos outros, e de nós próprios. Vejo-me como uma pessoa recatada, e até algo reservada, embora reconheça que o meu trabalho me expõe, contrariando assim o que a c a b e i d e d i z e r . Como é óbvio, é reconfortante sentirmos o reconhecimento mas, eu não sei lidar com elogios. Fico sem jeito. Dá-me mais luta quando me dizem que não gostam ou não entendem determinado trabalho meu, pois assim tenho motivo para falar, para debater, para contrapor, e é do confronto de ideias que nasce a luz.

Maria, dai-me aigua! 7


Artes Plásticas

O amante real

exposição de artes plásticas Victor Lages Paula Cardoso Graça Vitor Loureiro Té Salvado Luiz Morgadinho Vitor Zapa Anna Veiga Vitor Moinhos Jorge Rebelo Xico Fran Jorge Bandeira Luís Fernando Graça Adália Alberto Silvia Marieta Carlos Almeida Manuela Leal Armando Magno Gabriel Rito Cláudia Graça Noémia Travassos Carlos Godinho Aucta Duarte

NT – Projetos futuros? RP – Projectos, felizmente há-os sempre. Tivesse a hora um dia e mais projectos se concretizariam, mas compassadamente, vão-se tornando realidade. Por agora trabalho para as próximas exposições, sendo a primeira no Palácio Nacional de Mafra, integrada na iniciativa “Noite dos Museus” a inaugurar a 18 de maio. A que se seguirá uma outra no Instituto Camões, no Luxemburgo, em junho, e uma outra em agosto na Galeria Municipal de Sintra. NT – A questão que não te coloquei e que gostarias de ter respondido? RP – Não sei… talvez saber se o que me leva a pintar tem objectivos comerciais. Ao que eu responderia que não. Pois a comercialização das obras tem de ser uma consequência do meu trabalho, e não um objectivo. Só desta forma consigo ser fiel ao que crio, sem ruídos externos. NT – Como deves calcular essa pergunta jamais te faria. NT – Deixa-nos uma frase tua e que queiras partilhar? RP – A Arte, para o ser, tem de nos fazer dilatar as pupilas, tem de nos provocar emoções, quer elas sejam positivas o u n e g a t i v a s . Por vezes ouvimos frases do tipo “Eu não punha uma coisa destas em minha casa!”. Devemos ter uma mente aberta e tentar descodificar intenções, ou encontrar as nossas próprias leituras, em vez do simples “Não Gosto”, imediato, é mais prudente e ponderado o “Não Entendo”. Pois perante uma postura destas consegue-se ir mais além. Alguém poria o Coliseu de Roma dentro de casa? Certamente que não. No entanto é indiscutivelmente uma Obra de Arte. NT – Obrigado pela disponibilidade!

até 24 de fevereiro de 2012

RP – Eu é que agradeço e me sinto muito honrado por ter tido a oportunidade de dar a conhecer um pouco do meu trabalho aos leitores da NOVOS TALENTOS. Aproveito para desejar o maior dos sucessos a esta nova publicação que nasceu com o intuito de divulgar a Cultura.

NT - Galeria de Arte Rua Dom Joaquim Pereira Coutinho, 15 2870-309 Montijo

Luís Fernando Graça

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Vitor Lages

Revista

Arte Fantástica e a Utopia

por Victor Lages

Desde 2008 que tenho vindo a promover e a desenvolver a arte fantástica em Portugal, com exposições, prémios e palestras, através do projecto Utopia. Como não existe propriamente um estilo de arte fantástica, tentei juntar no projecto, todas as expressões artísticas que se caracterizam com a arte fantástica. Historicamente é atribuído a Hieronymus Bosch como o primeiro artista do fantástico, no entanto em toda a história da civilização, a arte teve sempre uma vertente fantástica. Assim e depois do renascimento, aparece mais tarde o maneirismo, em seguida a arte romântica e o simbolismo, sendo que estes estilos estão todos ligados com o fantástico.

Isto é um pequeno resumo da história da arte fantástica do mundo ocidental, até aos dias de hoje. Muitos outros grupos e artista fizeram e fazem parte desta história, do fantástico do surreal e do imaginário. Além de Hieronymus Bosch outros artistas estão também referenciados como artistas de arte fantástica: Bruegel o Velho, Francisco de Goya, Gustave Moreau, William Blake, Salvador Dali, René Magritte, Ferida Kahlo, Ernest Fuchs, Hr Giger, Maurizio Cattelan, entre muitos outros.

No princípio do século XX, surgiu o surrealismo que foi um movimento artístico e literário que primeiramente apareceu em Paris nos anos 20 e inserido no contexto das vanguardas, que viriam a definir o modernismo, no período entre as duas grandes guerras mundiais. Saído do dadaísmo (um movimento que propunha a oposição por qualquer tipo de equilíbrio nas obras de arte), o surrealismo impunha por seu lado, o chamado automatismo psíquico, “estado puro mediante o qual se propunha transmitir verbalmente, por escrito, ou por qualquer outro meio, o funcionamento do pensamento; ditado do pensamento, suspenso qualquer controle exercido pela razão, alheio a qualquer preocupação estética ou moral”. O dadaísmo ganhou dimensão internacional, por ser influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, enquanto o surrealismo enfatizava o papel do inconsciente na actividade criativa. Um dos seus objectivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, esta, estava a ser destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico André Breton foi o seu principal líder e também mentor do movimento surrealista.

A arte fantástica no entanto, não deve ser confundida com a arte de fantasia, sendo que esta está no domínio da ilustração, da banda desenhada e mais recentemente dos vídeo jogos de ficção científica e fantasia. Artistas de fantasia são por exemplo: Boris Vallejo e Frank Frazetta, mas existem artistas que dominam as duas expressões, a fantástica e a fantasia. A diferença mais marcante que existe entre a arte fantástica e a arte de fantasia, é o facto de em arte fantástica cada obra é só por si o princípio, o meio e o fim, como em qualquer obra de arte, enquanto que na arte de fantasia, são criadas personagens ou situações para ilustrar ou personagens que são utilizadas depois em histórias normalmente de lendas e ficção. Com esta explicação sobre arte fantástica, talvez possa trazer uma prestectiva diferente do que é a arte Fantástica e a razão porque tenho vindo a desenvolver este projecto. Também quero salientar que a minha visão sobre arte nos dias de hoje e mesmo de amanhã, devido às mudanças rápidas, que se estão a verificar a cada momento na tecnologia e na sociedade, é no sentido de a arte ser mais comunicativa, expressando cada vez mais o que o artista pensa, provocando no admirador da obra, um sentimento de provocação que não o deixe indiferente, perante a mensagem que a obra transmite.

É também neste período, vindo do Japão, surge na Europa e EUA, a tendência para uma arte mágica tântrica, onde as obras informais são influenciadas pelo pensamento e arte zen. Depois, em 1946 é formado um grupo da Escola de Viena, o Realismo Fantástico, constituído por seis alunos e o Professor Albert Paris Gütersloh na Academia de Belas Artes de Viena. Mais tarde o Centro de Arte Fantástica que é um projecto de pesquisa sem fins lucrativos, fundado por Christian De Boeck, em 1977, sendo o seu Patrono Honorário o Professor Ernst Fuchs. Este projecto, o Centro de Arte Fantástica, está ligado a vários museus e organismos de arte fantástica de todo o mundo.

Todas as expressões de arte fantástica têm esse mérito, o de transmitirem mais facilmente a comunicação entre criador e observador. Através do projecto Utopia, a arte fantástica em Portugal, começou a ser vista de modo diferente, haver um novo alento, sendo muito mais procurada, tanto por artistas que têm realizado obras com sentido do Fantástico, por ser uma expressão mais criativa, como pelo público que admira as obras pela sua criatividade e comunicação que elas transmitem.

Por sua vez nos Estados Unidos na década de 1930, um grupo de artistas de Wisconsin inspirado no movimento surrealista da Europa criou a sua própria marca de arte fantástica. Após a Segunda Guerra Mundial apareceu um outro importante movimento de arte, Chicago Imagismo, que produziram muitas pinturas fantásticas e grotescas. 9


Artes Plásticas

Luiz Morgadinho Em conjunto com seis jovens artistas do panorama nacional decora a discoteca “Trigoalvor”, Alvor, Portimão, (1995). Concepção de adereços e Décor em Acção de Imobilidade na Mãe de Água, Lisboa. Em colaboração com diversos artista de rua, funda a Associação de Artistas Plásticos S.Jorge, em Lisboa, (1996). Diversas mostras de pintura com café, em colaboração com o pintor Mané do Café, em; Évora, Olivenza (Espanha), S.Brás de Alportel, Oeiras, Lisboa, Torres Novas, Castelo de Vide, Marvão, Nisa, Crato. Sócio fundador da Associação de Arte e Imagem de Seia, (1999). Sócio fundador e presidente da assembleia-geral do Clube de Montanhismo de Seia, (2008). Convidado a integrar a Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism, com intensa colaboração com os poetas João Rasteiro, Miguel de Carvalho, com os pintores, Marta Perez, Pedro Prata, Rik Lina e Seixas Peixoto, (2009). Funda e integra o grupo de performance, teatro e multimédia, Mãos em Bolso Alheio, misto de Seia e Oliveira do Hospital, (2010), com o qual se estreia na Casa da Cultura de Seia, actuações na Associação D. Dinis em Coimbra, Atelier Sérgio Amaral em Mangualde, Homenagem ao “transcendente sátrapa” Fernando Arrabal, no Centro de Artes e espectáculos da Figueira da Foz. É eleito presidente da Associação de Arte e Imagem de Seia – ARTIS, (2011)

A contestação do surrealismo! Nasceu em 1964, sob o signo de Balança, na cidade do Mondego, Coimbra. Frequenta o Circulo de Artes Plásticas de Coimbra,(1978/80). Curso de Artes e Técnicas do Fogo na Escola Avelar Brotero, Coimbra, (1981-83). Frequenta na mesma escola o curso de Artes e Técnicas dos Tecidos , (1983-85). Fez algumas incursões no mundo da cerâmica, (1985/90). Performer e berrador da Banda de Punck Rock “Bastardos do Cardeal” de Viseu,(1985/90).Participação em diversos ateliers com o pintor Jorge Marcel, (1989/91).

Por Mais Que Nos Decapitem. A Verdadeira Memória Será Perpe

Cenografia, Décor e body Arte em Acção de Imobilidade na Discoteca Sunset, Alcobaça. Performance “Executivo Executado”, em Pisões. Performance “A Maquina”, em Johnny Guitar, Lisboa, (1991). Concepção de Adereços e Body Arte na Discoteca Crocodile, em Guimarães. Cenografia, Décor e Body Art em acção de Imobilidade na Discoteca Mina, paredes de Victória, (1992). Começa as pesquisas da pintura a café, influenciado pelos desenhos com café de Stuart de Carvalhais, (1993).Adereços e Body Art no lançamento do relógio em cerâmica: “ Omegarado”, Sintra, Penha Longa, (1994).

Depois do homem partir (leve)

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Artes Plásticas

Chirico e Picasso espreitam neste ou naquele pormenor. Na sensibilidade do traço deste autor, que neles foi beber boas influências para criar o seu próprio caminho, plasticamente envolvente. Luiz fala-nos da Natureza perdida, na sua incessante procura; remota, inacessível, jaz a pureza... A cada passo de desgoverno

Obsessiva, suicidarias, a tenebrosa realidade de quotidianos lamacentos explode em Esgotos.

LUIZ MORGADINHO - A RESISTÊNCIA CONTRA A INCOMPREENSÃO OU ENTRE O GRITO DE SIQUEIROS E O ONÍRICO DE DALI (UMA INTERPRETAÇÃO DE LUÍS FILIPE MAÇARICO)

Entre os pesadelos de Siqueiros e os cenários oníricos de Dali, a pintura de Luiz Morgadinho reinventa a face do real, para lá do que vemos, no reverso do espelho. A criatividade é para Morgadinho resistência contra a incompreensão, sentida quando sonhamos com paraísos, que afinal são inóspitos, porque vazios de significado, onde a escala humana se perdeu... Os Não - Lugares de Marc Augé, as paisagens irreconhecíveis, sugadas pela massificação, podem ser alguns exemplos desse mal de viver da nossa civilização, magistralmente abordados pelo pincel e pela paleta do Luiz.

A Marcha dos Homens de Pensamento Empalhado

Contudo, em Depois do Homem Partir guarda ainda o sabor poético de um coração, que não desistiu de sonhar e teimosamente expõe a ternura, a beleza, a pele das emoções - raiva e ingenuidade, voo e pegada. Há um humor cáustico na imagética destes quadros. Luiz Morgadinho embala-nos com a inquietude que denuncia o rumo sem nexo da cavalgada colectiva para o abismo, da cultura ocidental, dita democrática... "Algo está podre no Reino da Dinamarca!" Séculos depois, Shakeaspeare permanece actual no seu olhar sobre a condição humana.

A calçada

O país dos lambe-botas

Os ovos vegetais falam-nos desses horizontes, tão sedutores quanto perturbantes, da existência grávida de absurdos, de ancestrais determinações e de um cortejo de aberrações. Sortilégio no Mondego e O Sono do Abandonado inserem-se na visão sarcástica deste pintor. Como não nascemos sozinhos, isto dizia amiúde o grande gestualista Artur Bual, no seu atelier da Amadora, sentimos a passagem dos mestres na pintura de Luiz Morgadinho. 11


Artes Plásticas

O Homem é a sua circunstância e o tempo que foi dado viver a este criador deixou marca em cada tela. Este incómodo de ser testemunha de tanto descalabro... O contexto é a chave para dissecar a obra, para contemplarmos o drama vegetativo, da perda identitária face à globalização. Todavia, as tonalidades suaves fazem o contraponto, com o arrepio provocado por cada quadro. O azul luminoso contrasta com as caveiras/lajes e os ovos do susto. Não obstante a desarmonia dos assuntos abordados, a distribuição cromática gera tons amenos. Eis a Arte em Estado Puro, desafiando-nos. Não é possível a indiferença, perante a força surrealizante, mágica e arrasadora da pintura de Luiz Morgadinho igualmente exímio quando pinta com café, uma técnica na qual Stuart Carvalhais foi príncipe. Luiz Morgadinho afirma-se nesta mostra como um caso sério no panorama das artes plásticas em Portugal. A sabedoria deste homem, alicerçada numa aprendizagem incessante, que lhe confere experiência e um saber fazer fulgurantes, exprime-se numa peculiar forma de partilhar o conhecimento: A sua singular Pintura, que podemos sintetizar como um desesperado Amor à Terra, aonde naturalmente voltaremos.

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Andreia Campante Telef.:919 304 217

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Artes Plásticas

o pintor voador Já fez varias exposições em Portugal e em Espanha...Esteve algum tempo no centro do país, mas nos dias de hoje, é o Norte que mais usufrui dos seus trabalhos. Zapa está assim nesta vida...Pintando como um louco....!!!! E assim, em poucas palavras está apresentado o meu grande Amigo, Vitor Zapa...Mas seriam precisas muitas mais palavras para descrever o meu amigo Vitor Zapa... Desfrutem da sua Pintura... Inês Núncio Vitor Zapa, nasceu em Angola-Luanda, em 1958. Fez o 6º ano de escolaridade em Angola, mostrando sempre tendência para o desenho e trabalhos manuais. Em 1974 dá-se a revolução de 25 de Abril, e vem para Lisboa com 15 anos de idade. Opta por não seguir os estudos e começa a trabalhar a servir caracóis e imperiais num típico estabelecimento da grande Lisboa... e desenhando em todos os papeis sempre que surje um momento... Em 1982 compra material de pintura pela primeira vez e entra nesse mundo. Avançou da aguarela que pintava na escola para a pintura a pastel...de seguida veio a pintura a óleo, e por fim, foi ao acrílico que se rendeu...E não mais parou...até aos dias de hoje em que tem 52 anos de idade... Sempre pinta...em telas, em cerâmicas, madeiras, discos, pedras...e todo o material que mereça uma pintura sua... Em 1984 começa a trabalhar na montagem das luzes de grandes espétaculos de boa música portuguesa acontecidos em terras lusas nos anos 80. Acompanhou de perto as famosas digressões de bandas como os Xutos e pontapés, Jorge Palma... Sempre dedicando o devido tempo à sua pintura, que foi o que sempre realmente o realizou...

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Artes Plásticas

“Vitor Zapa é um artista plástico com mais de uma década de exposições, autodidata de formação é no surrealismo que se reencontra. As deformações de personagens e de conceitos pictóricos, são a sua viagem no mundo das cores com África no sangue, analogias, criticas sociais e uma irreverência sem limites são a mistura que este artista tem para nos oferecer nas suas telas. Com uma observação leve, sentimos que Vitor Zapa saiu de África, mas a Mãe África não saiu dele.” Luis Fernando Graça

Na pintura de Vitor Zapa, entro numa espiral vertiginosa de cor, onde o inconformismo da actualidade se mistura com o desejo de viver o passado. A ausência das leis da proporção e gravidade produzem a existência de um vórtice desalinhado e retorcido, uma orgia burlesca e musical. Esta incongruência é um universo alternativo ao quotidiano, onde se mesclam: paixões e medos. Neste turbilhão surreal, transbordante de ironia e narrativas oníricas, encontro um mundo fantástico. Nota: nenhuma obra do artista tem título

Luiz Morgadinho

Escola de Dança e Arte Performativas Ensino da dança e artes do espetáculo

Rua Nova da Estação nº154 e 164 4700-234 Braga Tel: 929 262 416

Painel de Vitor Zapa na Escola de Dança e Arte Performativas

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Artes Plรกsticas

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Arte dos Palcos

NOÉMIA COSTA Quando a vida é a Arte! Seguem-se as participações em: Telenovela Passarelle, como secretária do cantor/actor Tony de Matos; O Leitinho do Néné, no Teatro Villaret, peça adaptada por Henrique Santana e dirigida por Francisco Nicholson; Actriz do elenco fixo da Série televisiva O Cacilheiro do amor e O Posto, na RTP1. Em 1989, grava dois Lp's e ganha o Festival da canção de Lisboa, transmitido em directo pela RTP1. Em 1993 é convidada a participar na Revista do Parque Mayer, Quem tem ECU, tem medo! Como actriz, tem várias participações televisivas.

Em 1980, Noémia Costa estreia-se como actriz e cantora. Depois de várias tournées aos Estados Unidos e Canadá, de Revista à Portuguesa, é convidada a integrar o elenco do Musical Annie. Pouco depois, a convite do actor Nicolau Breyner, integrou o elenco da série televisiva Eu Show Nico no papel de Lãzinha.

A Mulher do Sr. Ministro; Desculpem qualquer coisinha; Desencontros; Marina, marina; Nico D'Obra; Queridas e Maduras; Zéquinha e Lélé; Inspector Max Saber Amar Camilo, o Pendura Cuidado com as Aparências; Capitão Roby; Jornalistas; Entre Marido e Mulher; Não Há Duas Sem Três; Pequenos e terríveis; Lições do menino Tonecas; Reformado e mal pago. Fez parte também como elenco fixo:

Seguidamente gravou para a série Os homens da Segurança, no papel de telefonista/Repórter Irene Espiga. Fez também parte da série 7º Direito da autoria de Henrique Santana. 17

das séries Esquadra de Polícia, de Moita Flores e Ballet Rose; e da telenovela A grande Aposta.


Arte dos Palcos

NOÉMIA COSTA Quando a vida é a Arte!

NT – Qual é a parte no papel de atriz que mais a fascina? Tentar encontrar o personagem, depois de o achar é mais fácil trabalhar, sobre ele. NT – Que papel ficou gravado na sua pele? TOINE, sem dúvida.

NT – Noémia Costa, em 1980 não era fácil, como começou esta aventura?

NT – Pergunta obvia mas que quero saber por sí. Teatro ou Cinema?

Não era fácil, não. Fui a uma audição para um concurso promovido pelo sindicato SIARTE, sediado no Parque Mayer, por brincadeira… o júri era composto por grandes nomes do espectáculo na época, fui avaliada também pelo maestro Jorge Machado como cantora e passei. A final foi no Coliseu dos Recreios, no dia 24 de Abril de 1980, não ganhei o concurso, mas fui convidada pela actriz/ cantora Verónica a fazer parte de uma companhia, para ir aos E.U.A e Canadá e aí comecei então a cantar e a representar.

Teatro a mãe de todas as artes. Cinema gostava de fazer mais… NT – Como vê o apoio que o Estado presta à nossa cultura. O apoio do estado à cultura é nenhum, na sua maioria, ou então muito elitista. A cultura em Portugal, é o parente mais pobre do Estado, dá muita chatice, obriga as pessoas a pensarem. Mas um país sem cultura é uma espécie de país.

NT – A reação dos nossos pais às nossas opções são sempre engraçadas. Como foi consigo?

NT – Como vê a chegada de tantos e tão bons actores ao pequeno ecrã?

Bom o meu pai foi cantor, no inicio achou graça eu ter sido escolhida para a final no Coliseu, agora deixar-me ir aos USA e Canadá já não fazia parte dos planos dele para mim, aí, a minha mãe foi “solidária” comigo, era para ser só por esse tempo, mas os convites foram surgindo e por cá fiquei, pelas artes. Hoje eles são os meus maiores fãs.

Os novos actores, são a certeza da continuação da arte, seja ela qual for. Recebo todos os bons actores, com o maior carinho.

NT – Como foi a 1ª vez no palco? Ainda se lembra? A minha estreia no Coliseu, foi assustadora. Quando entrei no palco, a minha boca ficou completamente seca, tremia imenso, lembro-me que pensei, agora canta, não podes fugir, mas correu muito bem. NT – Qual foi o personagem que mais gostou de “encarnar”? Já foram tantas, tenho por todas um “carinho especial”, mas existe uma que fiz não há muito tempo que foi a TOINE, a melhor amiga de Piaf, esse personagem é para mim especialíssimo se o quiser chamar assim.

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Arte dos Palcos

NOÉMIA COSTA Quando a vida é a Arte!

NT – Como lida com a sua popularidade? Bem, gosto de ver o meu trabalho reconhecido, nada mais. De resto sou uma mulher, perfeitamente normal. NT – Projetos futuros? Trabalho, muito trabalho. NT – A questão que não lhe pus e que gostaria de ter respondido? Como vivem maior parte dos actores em Portugal? Responderia, mal. NT – Deixe-nos uma frase sua e que queira partilhar? “É pela experiência, que a ciência e a arte progridem.”

Noémia Costa e Joana França - Ausenda e Manuela da Banca

NT – Muito obrigado pela sua disponibilidade t ão genuína e esse lindo sorriso que tanto a caracteriza. Obrigada eu pelo seu convite, NT – São atrizes como a Noémia Costa que alimentam os sonhos dos novos aspirantes, o que é que lhes diria, que conselhos lhes daria, para que as suas carreiras edificassem, tal como a sua, a nossa cultura e identidade? Alimento o sonho dos que têm valor, dou-lhes força, ânimo, ensino-lhes se me pedem ajuda, com o maior prazer, digo-lhes que a estrada é longa, a escada é difícil de subir, mas já têm talento, o resto é trabalho muito trabalho e que não tenham pressa, mas sim determinação. 19


Artes Plásticas publicidade

Luisa Real A subtileza das formas

Luísa Real, natural de Lisboa, onde vive. Desenvolveu sua vida profissional na área de Saúde Publica (Microbiologia e Micologia). Presentemente dedica-se exclusivamente á pintura. De formação autodidacta, desde muito cedo evidenciou o seu fascínio pelas Artes. Durante vários anos foi coleccionando no pensamento, figuras, sensações, cores, todo um mundo de arte, tendo efectuado o curso de “ História de Arte “ ministrado pelo Professor Dr. José Carlos Pereira (Docente na Faculdade de Belas Artes da Faculdade de Lisboa) de modo a que, perante uma obra de arte, consigamos melhor com ela “ dialogar “, seja ao nível de luz, das relações simbólicas, do espaço, da composição, do cromatismo, etc., enquadrando-a no tempo e no espírito que lhe pertencem.

Mais tarde o seu percurso artístico, foi enriquecido pela frequência nos ateliês de pintores Portugueses de renome, com os quais trabalhou durante alguns anos. Luísa Real é uma pintora marcada pelo seu campo de tensão pessoal, personificando nas suas telas um sentimento de tempo e espaço – tempo para a meditação – espaço para o essencial. A cor, a linha, o espaço, transformam-se em algo de novo na arquitectura reguladora da composição.

Está referenciada em diversas publicações, obteve uma menção honrosa e participou em eventos de pintura ao vivo. As suas obras estão em colecções particulares tanto a nível Nacional como Internacional. A sua pintura é habitável e é no fundo, um tempo de ontem, de hoje e para sempre. 20


Ponto de vista... carlos Almeida

PONTO DE VISTA Carlos Almeida

A questão da “mensagem” na obra de arte. A arte, em todas as suas vertentes, sendo a actividade humana que mais nos diferencia da mais pura animalidade, é, simultaneamente a que, no conjunto das atividades humanas, a que mais se presta a uma enormidade de interpretações e definições sem limite. Toda a arte no meu entender, independentemente das suas características e da sua qualidade, pode transformarse num produto cultural quando consegue comunicar com alguém. Arte é sobretudo comunicação; não uma comunicação qualquer, mas um tipo de comunicação que, pelas suas especificidades tão distintas das restantes, desperta dentro de nós, a consciência de outras paisagens estéticoemocionais, que, ainda que momentaneamente, poderão eclodir no nosso espírito, ou projetar-nos para um estado anímico mais ou menos envolvente que nos chega através dos sentidos, e é depois digerido de forma diversa pela vertente estética da nossa estrutura intelectual.

Quando ouvimos por exemplo uma partitura de bach, por mais que tentemos, não conseguimos descortinar qualquer tipo de mensagem racional que possa estar colada a essa peça musical. O que sentimos, e sentimos todos de maneiras diferentes, é que aquela música pela sua própria natureza, nos convida a viajar por mundos oníricos insondáveis que de repente começam a vaguear dentro de nós e nos enchem de prazer, quase até à plenitude! publicidade

O exemplo de Bach é ilustrativo do que é considerado de música pura, isto é; sem que a sua criação esteja de algum modo subordinada a uma mensagem de qualquer tipo, mas simplesmente ser o que ela é: música, e mais nada para além disso.

A “mensagem” abordada como um elemento fundamental de identificação qualitativa da obra de arte, que alguns artistas e críticos advogam, é respeitável, porém, demasiado restritiva para ser tomada como um dos únicos atributos fundamentais da obra de arte. A “mensagem” entendida no plano da pintura, tem como base a tentativa de transformação dos pensamentos e das ideias do autor numa obra pictórica. Deste conceito resulta um problema insolúvel ( e ainda bem que o é!) que é o facto de que aquilo que o autor aponta como mensagem, poder ser “lido” de uma forma diametralmente oposta à sua, e de forma igualmente válida, por alguém que veja nessa mesma mensagem, outros horizontes que o próprio autor não vislumbra. Qualquer mensagem inserida no plano imagético para ser universal tem de ser tão óbvia que do ponto de vista intelectual tem toda a tendência para perder o interesse, e se não é assim tão óbvia, presta-se a todo o tipo de interpretações tornando a mensagem original desprovida do seu conteúdo genérico, ou pelo menos com os seus contornos bastante adulterados.

Na pintura temos um número incontável de exemplos de grandes artistas para os quais a “mensagem” em arte não tem lugar para além da mensagem subliminar que resulta da sua intrínseca natureza, que é ser pintura pura, como kandinsky, Paul klee, Nadir Afonso, Vasarely, Vieira da Silva, Miró, Mondrian, só para citar alguns exemplos. “A arte é uma floresta de enganos” Dizia Lobo Antunes numa entrevista, e eu estou plenamente de acordo! A arte não pode ser encarada de modo estanque e cerceada por limites exógenos à sua própria condição, a arte não é taxativamente isto, ou aquilo, ou aqueloutro, a arte pode ser tudo isso junto e muito mais, mas creio que o verdadeiro sentido da arte reside sobretudo no eterno questionamento sobre os mistérios do mundo, e sobretudo sobre os grandes mistérios do espírito humano na sua eterna busca da transcendência, e para perseguir esse objectivo todos os caminhos são válidos. #

Há mensagens sem serem arte, e arte sem necessidade de ter mensagens no seu conteúdo.

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Artes Plásticas

A escultura de

A lenda de joão Tição- Trancoso

Santos Carvalho Nasceu em 1967, Luanda.

Trabalhou com o Mestre Anjos Teixeira e o canteiro Mestre Olímpio Pires. Frequentou a Sociedade das Belas Artes no curso de pintura. Pertenceu ao Júri Internacional de Formação Profissional na área de cantaria artística em Lisboa-2000.

Cursou a Escola António Arroio na área de Artes do fogo. Cursou o Ensino de Técnico de Restauro na Escola Profissional de Recuperação do Património na área de Escultura Artística - Sintra.

Caminho da Liberdade

Desenvolve trabalho artístico individual desde 1990.

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Artes Plásticas

Revista

PRÉMIOS 2007 - 1º Prémio do concurso Internacional de Escultura " 30 anos do poder local e democrático " - Castro Verde

Fuga

Ninfa dos corvos

2011 - “ Lenda João Tição “ -Trancoso “ Busto de Coelho Mariano “Fátima 2010 - “ Northern Winds – Hjelmeland Noruega “ Conjunto Megalitico “ em Parceria com Grupo Angulo - Mealhada 2009 - “ Guardiã d´água “ Parque Salgueiro Maia- Massamá- Sintra 2008 - “ Ninfa dos Corvos “ – Cabo Carvoeiro- Peniche “ Saper” – I.S.C.A.C. - Coimbra 2007 - " Caminho da Liberdade " Conjunto Escultórico situado em Rotunda Castro Verde 2005 – “ Busto do Dr. Manuel Guerreiro “ – Querença – Loulé “ Arcanjo “ – Sernancelhe - Viseu 2004 – “ Renascer “ -I.P.O. de Coimbra 2003 - “ Anjo “- Biblioteca Municipal de Sintra (Casa Montero) 2001 - “ Envolvência ” Conjunto Escultórico situado em Rotunda – Algueirão, Sintra 2000 - “ Aldeia Global ” Escultura no edifício José Malhoa Lisboa.

Mulher d'água

Coexistencia

ARTE PÚBLICA

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Inauguração

LANÇAMENTO DA Revista cultural de novos autores

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INAUGURAÇÃO DA !

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A Meiostextos - Edições, Lda, numa primeira fase, avançará ainda este ano de 2012, com o livro Artes Plásticas – A primeira década do Sec. XXI, bem como livros de autor, quer no campo da ficção, quer no campo dos livros de apresentação de artistas plásticos, sempre com preços acessíveis e de forma a promover a cultura e os artistas. A linha da Revista Novos Talentos é já conhecida e pretende promover artistas de diversas áreas da cultura, cujo o trabalho se encontre à altura do reconhecimento geral, o que poderá parecer uma situação subjectiva, mas que terá de ter em conta a qualidade dos trabalhos apresentados na revista e seus conteúdos. A Galeria de Arte NT, funcionará diariamente das 9h às 17h, sendo que nos fins de semana, só abrirá com marcações prévias. A agenda será anual, estando já a ser elaborada a época 2012/13. Foi lançada no dia 7 de janeiro de 2012, a Revista Novos Talentos e inaugurada a Galeria de Arte NT, estiveram presentes dezenas de convidados que se juntaram a nós para celebrar uma pequena vitória no sentido de elevar a Cultura ao patamar que pertence. Com o patrocínio do Restaurante Moinho da Praia no Samouco e a música a cargo de Camané (percursionista) e Mario Dias (saxofonista), presenças já indispensáveis em aberturas ou inaugurações de âmbito cultural, celebrou-se uma homenagem à cultura. Lina Conceição, diretora executiva e financeira do grupo Meiostextos, Edições, Lda e Luís Fernando Graça, editor e diretor administrativo, fizeram as honras apresentando o grupo com a abertura cultural com que foi criado. Nasce assim no Montijo, o Grupo Meiostextos, Edições,Lda, composto pela Meiostextos, Edições, Lda, editora de livros de arte e livros de autor, a Revista Novos Talentos que visa promover novos autores das diferentes áreas da cultura e a Galeria de Arte NT, que apoiará estas duas com exposições e apresentações culturais que os artistas solicitavam hà muito.

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Anonymous urban art

Maria João Rodrigues Fotografia

Maria João Rodrigues nasceu em Lisboa e sempre teve uma paixão pela fotografia, a qual herdou do seu avô materno. Autodidacta, tem para a fotografia uma grande sensibilidade que a faz ver o Mundo com “outros olhos”, tornando-o de uma rara beleza. A sua maneira de “olhar e ver” transporta-a assim para uma viagem constante, diferente e apaixonada, onde a técnica é sempre genuína. Na fotografia o seu olhar alia-se de uma maneira singular à sua Alma e levam-na a ver a perfeição interior. Como um poeta um dia escreveu “OS OLHOS DA NOSSA MEMÓRIA VÊEM MELHOR DO QUE OS NOSSOS”, assim ela sente a grandeza da Alma da fotografia.

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Inauguração

Revista

Este grupo de empresas espera assim, chegar ao mercado que neste momento carece de actividade por se encontrar desacreditado, pouco apoiado e necessitado de um impulso no sentido de elevar os nossos artistas em geral e a nossa cultura em particular aos lugares que um dia já esteve e que por falta de visão de políticos e analistas chegou ao ridículo de nem um ministério possuir. O tratamento que a cultura tem tido em Portugal nos últimos dez anos terá de ser um caso de estudo para as gerações vindouras, pois não há memória de um tão grande desprezo por parte das entidades oficiais, esperamos assim fazer a nossa parte, depois, cabe aos artistas fazer o resto e cabe a nós todos, elevarmos o nome de Portugal nos anais da cultura universal. RNT

Lina Conceição fez questão de salientar o esforço financeiro que um projeto desta envergadura e completamente independente empreende, solicitando aos artistas que adquiram a revista pois a mesma é feita por artistas, para artistas, sem a influência de nenhum sistema ou lobby conhecido, sendo apenas sustentada pelos leitores, assinantes e alguma publicidade.

Lilith - sinopse Miguel Lages é um escritor isolado numa casa de praia em plena crise criativa e a um mês da entrega do seu romance seguinte, para o qual não tem ainda, sequer, um título. Inesperadamente recebe a visita de uma jovem de extraordinário porte e beleza que afirma chamarse Lilith e que lhe dará a história da sua vida.

Esta independência é garantida por Luís Fernando Graça, também ele artista plástico e conhecedor das diversas influências usadas no mundo da arte e que muito deixam a desejar para a cultura em geral, prejudicando por vezes, alguns artistas em prole de uma “elite” de caráter algo duvidoso.

Insta-o a procurar informação acerca dela e Miguel, com a sua curiosidade espicaçada, vem a descobrir as referências à primeira mulher de Adão, que se rebelou e saiu do paraíso, mas também descobre uma figura transversal a quase todas as antigas civilizações. Incrédulo, Miguel dá-lhe uma hipótese de contar a sua história e acaba arrebatado por um misto de lendas e das realidades que estiveram na origem das mesmas. Mas se a principio tem apenas uma curiosidade académica, acaba por dar por si a respeitar e amar aquela mulher, embora tenha uma enorme dificuldade em percebê-la. Mas ao mesmo tempo Lilith, sem que ele se dê conta, leva-o numa viagem de auto-conhecimento… Cláudio Gil Nasce um Lisboa a 22 de Março de 1971. Cedo se interessa por informática, tendo feito o seu percurso escolar nessa área. Aprende a tocar guitarra aos 14 anos, fazendo dai um caminho através de algumas bandas de originais e bandas de bares, tendo percorrido o país a tocar. Desde muito cedo começa a escrever letras para as suas músicas. Aos 35 anos começa a interessar-se pela escrita, usando-a, por vezes, para organizar as suas próprias ideias. “Lilith” é a primeira ficção que escreve num formato de romance.

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Maria JoĂŁo Rodrigues

Anonymous urban art

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Luís Fernando Graça

Façamos diferente... Um homem caminhava numa praia, ao pôr do sol e à distancia via um nativo, ao aproximar-se ainda mais, o nosso homem reparou que o nativo inclinando-se, mandava á água, uma a uma, pequenas estrelas-do-mar.

Luís Fernando Graça

O homem intrigado aproximou-se do nativo e disse:

Artista Plástico Formador em C.P. Editor da NT

“Boa tarde amigo, estava a tentar perceber o que o meu amigo estava a fazer”. O nativo olhou-o com um sorriso e respondeu ”Estou a devolver estrelas-do-mar ao oceano. Sabe, a maré está muito baixa e todas as estrelas-do-mar foram trazidas para a praia. Se eu não as devolver ao oceano, elas morrem por falta do oxigénio”

Por vezes evitamos fazer coisas, achando que a mesmas, não farão qualquer diferença. Passamos a vida a achar que os nossos atos não têm qualquer sentido, quando o errado, é não termos atitude. Arranjamos sempre uma desculpa para evitar fazer seja o que for. Se alguém cai no chão e se estivermos a alguma distância, a tendência é para ver se está alguém mais perto, se estiver, melhor. Quando nos cai algo das mãos, se alguém ao lado se prontificar a apanhar, menos um gesto, menos uma iniciativa. Este ciclo, tolda-nos o cérebro e passamos a ter esta atitude perante tudo o que a vida nos proporciona, achando que não vale a pena, porque não vai fazer diferença.

O homem com ar de gozo respondeu-lhe “Entendo, mas vaime desculpar, estão aqui milhares de estrelas-do-mar, provavelmente não será capaz de as apanhar todas. você acha que o seu trabalho vai fazer a diferença? São muitas, compreende que isto estará a acontecer em centenas de praias, acima e abaixo desta costa, acha que fará alguma diferença a sua atitude?” O nativo baixou-se novamente e pegou numa outra estrelado-mar e sorrindo mostrou-lha respondendo “Fará a diferença, para esta!”, e lançou-a ao mar. Se cada um agir com objetivo de mudança e com assertividade, de certeza que isso irá refletir-se na sua vida pessoal e social, elevando o seu patamar de qualidade.

E se, de repente, você percebesse que as suas atitudes valem a pena?

Nunca pense que as suas atitudes não fazem a diferença, fazem sempre.

E se, você percebesse que tudo o que você faz, tem importância e a sua atitude, faz efetivamente a diferença. Já imaginou se um cirurgião, por não poder salvar todos os seus pacientes, o que é impossível, desistisse de operar alguns salvando-lhes a vida. Ter iniciativa é mudar a vida, mesmo que se pense que não vai fazer diferença, faz sempre. A mudança de atitude para uma atitude mais assertiva é o primeiro passo para mudar tudo à nossa volta.

Tome atitudes, sempre! Atue, não fique parado. Faça! Seja Feliz, á sua maneira!

As pessoas suficientemente loucas para acharem que podem mudar o mundo, são as que o mudam

Vamos falhar muitas vezes, vamos acertar outras tantas e vamos fazer a diferença sempre, quer se acerte quer se erre. Começamos pelas atitudes e de repente ganhamos uma nova forma de ver o mundo que nos rodeia e as pessoas que povoam o nosso espaço.

Steve Jobs Fundador da APPLE

Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio.

Gostava de vos oferecer uma pequena história que representa bem a atitude de quem toma atitudes assertivas, não se preocupando com o quão ridículo os outros possam achar, afinal, o mal às vezes é preocuparmo-nos com o que os outros pensam das nossas atitudes, como se tivéssemos de lhes dar satisfações.

Mahatma Gandhi 28


Teatro

Revista

No GATEM Acreditamos num teatro povoado pela música, pela cor, pelo movimento e pela fantasia. Um teatro onde habitam sonhos, desafios e realizações. Um teatro simples e profundo onde reine a Poesia. Um teatro que procura o equilíbrio do lúdico, do mágico e do real. O gatem faz teatro musicado desde a primeira produção. O grupo desenvolveu ao longo dos anos, uma linguagem própria com imensas preocupações estéticas ao nível da cenografia e figurinos em conjugação perfeita com a imagem do espectáculo e ao mesmo tempo pedagógicas, o que confere aos trabalhos uma característica própria e inédita. Evolução, claro que existe, fruto do trabalho e do perfeccionismo com que preparamos cada peça.

Pinóquio

Demos os primeiros passos com a estreia da opereta “Cinderela” em 1996, seguiram-se os musicais “O Feiticeiro de Oz”(1997),”Pinóquio” (1998),”A Bela e o Monstro”(1999),”Era uma vez... Uma menina”(2000),”Os Aristogatos ou a Pousada da Amizade”(2001),”Meu Querido Príncipe”(2002),”As aventuras de Rom Rom e Fofoca”(2003), “Era uma vez...na floresta”(2004),”O Mundo Mágico de Oz “ (2005), “O quarto dos brinquedos”(2006),”O segredo de Rafael” (2007), “Um sonho de Natal”(2008),“O Beco dos Viralatas” (2009),”Magia das cores” (2009),“A Feiticeira de OZ”(2010)Peça vencedora do Concurso nacional de Teatro da Fundação Inatel e “Pinóquio, (2010).”Em Abril,cravos mil” (2011).A estrear brevemente: “O feitiço da lua”.

Somos um dos poucos grupos de teatro (no distrito de Setúbal) que dedica toda a sua programação à infância e juventude. Demos os primeiros passos com a estreia da opereta “Cinderela” em 1996, seguiram-se os musicais “O Feiticeiro de Oz”(1997),”Pinóquio” (1998),”A Bela e o Monstro”(1999),”Era uma vez... Uma menina”(2000),”Os Aristogatos ou a Pousada da Amizade”(2001),”Meu Querido Príncipe”(2002),”As aventuras de Rom Rom e Fofoca”(2003), “Era uma vez...na floresta”(2004),”O Mundo Mágico de Oz “ (2005), “O quarto dos brinquedos”(2006),”O segredo de Rafael” (2007), “Um sonho de Natal”(2008),“O Beco dos Viralatas” (2009),”Magia das cores” (2009),“A Feiticeira de OZ”(2010)Peça vencedora do Concurso nacional de Teatro da Fundação Inatel e “Pinóquio, (2010).”Em Abril,cravos mil” (2011).A estrear brevemente: “O feitiço da lua”.

O GRUPO DE ANIMAÇÃO E TEATRO ESPELHO MÁGICO organiza desde 1996 o Festival da Canção Infanto-juvenil de Palmela através dos programas da Popular Fm – Arestas de Vento (artes e ideias) e Espelho Mágico (infantil), os programas de rádio mais antigos do país (24 anos de emissões) no género. O seu principal objectivo é a criação e promoção de novas canções de natureza infantil e de novos intérpretes, num ambiente diferente e prestigiado pela fantasia do “ faz de conta “ através da estreia absoluta de uma peça de teatro musicado. É objectivo primordial do GATEM “desenvolver e promover o Teatro e Actividades com ele relacionadas que visem a formação de públicos, o gosto e o estímulo pelo conhecimento das Artes e Culturas”. Temos 15 anos de actividade e existimos como associação Juvenil, desde 2004. Para além de desenvolver várias actividades culturais ligadas à comunicação, o GATEM faz teatro para crianças . Um dos poucos grupos de teatro que dedica toda a sua programação à infância e juventude.

Pinóquio

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Teatro

GRELHA DE ESPECTÁCULOS CONCURSO NACIONAL DE TEATRO – PÓVOA DE LANHOSO 2012 3 de Fevereiro [sexta-feira] Teatro Casca de Nós - Ermesinde “O dia em que me Queres – viagem pelo país da poesia” A partir de vários textos de poesia.

A feiticeira de OZ

4 de Fevereiro [sábado] Associação Sorriso do Atlântico - Funchal “Salvo-conduto” de João Ricardo Aguiar 10 de Fevereiro [sexta-feira] Teatro de Ensaio Raul Brandão - Guimarães "O Assassinato de Agra, Estória de Cordel” de Elvira Oliveira 11 de Fevereiro [sábado] Teatro Nova Morada – Oeiras “A hora zero” de Cleiber Andrade

Foi divulgada, em Guimarães,no passado dia 15 de Janeiro, durante o IX Fórum Permanente de Teatro, a grelha de espectáculos do Concurso Nacional de Teatro 2012, que terá lugar de 3 de Fevereiro a 4 de Março em Póvoa de Lanhoso, numa organização da Federação Portuguesa de Teatro, em parceria com a autarquia local e com a Fundação INATEL.

17 de Fevereiro [sexta-feira] Agaiarte – Associação Gaia Arte Estúdio – Vila Nova de Gaia "O Dia Seguinte” de Luí zFrancisco Rebello 18 de Fevereiro [sábado] Grupo de Animação e Teatro “Espelho Mágico” - Setúbal “Pinóquio” Adaptação livre de Céu Campos da obra de Carllo Colodi Poemas de Luís Filipe Estrela e músicas de António Carlos Coimbra Encenação de Fernando Guerreiro

Ao longo de cinco semanas, à sexta e sábado, o centenário Theatro Club recebe produções oriundas de diversos pontos do país, competindo por prémios nas seguintes categorias: . Melhor desenho de luz . Melhor cenografia . Melhor guarda-roupa . Melhor interpretação feminina . Melhor interpretação masculina . Melhor encenação . Melhor produção [Prémio Ruy de Carvalho]

24 de Fevereiro [sexta-feira] Contacto – Companhia de Teatro Água Corrente - Ovar "Gradim à Janela da Ausência” de Manuel Ramos Costa 25 de Fevereiro [sábado] GETAS Centro Cultural - Sardoal “A Casa das Alba” A partir do texto de Federico Garcia Lorca

A par destes, a organização atribuirá, ainda, o Prémio Prestigio Personalidade Fundação INATEL, distinguindo uma figura cujo percurso no teatro associativo seja digno de nota.

2 de Março [sexta-feira] Grupo de Teatro Vitrine - Fafe “Bolingbrook” Adaptação do texto de Martins Pena

Esta edição culminará, como já vem sendo hábito, com a apresentação da produção vencedora do ano transacto, “Terror e Miséria”, pelo Blábláblá – Teatro Jovem de Campo Maior, seguida da Cerimónia de Encerramento, a qual contará com a presença do actor Ruy de Carvalho, patrono do evento.

03 de Março [sábado] CERIMÓNIA DE ENCERRAMENTO Blábláblá Teatro Jovem de Campo Maior – Campo Maior “Terror e miséria” Adaptação do texto de Bertold Brecht 30


Jorge Alves

Refletir a fotografia Jorge Alves

“O sonho representa a realização de um desejo.” Sigmund Freud

Fotografo

Quando nos idos anos da década de 70 percorri o estuário do Tejo, dando uso à “Halifax” que um amigo me emprestou, nunca imaginei o que esta forma de expressão iria tornar-se numa verdadeira e fascinante companhia ao longo da minha vida. A fotografia de casamento já não é desprestigiante como era antigamente. Há bons ou maus fotógrafos assim como há, ou não, competentes em qualquer outra profissão. A dignificação passa pela maneira com fazemos bem o nosso trabalho. E temos a obrigação de dar sempre o nosso melhor.

A Fotografia, para além de paixão, tornou-se a minha profissão. Com ela pude concretizar sonhos, ganhar a vida, matar o tempo, viajar e apaixonar-me. A Fotografia é o meu pensar quotidiano, a minha forma de enquadrar o que me vai na alma. Através dela organizo o mundo à minha maneira. Ponho de parte o que não quero e elevo o que para mim é importante.

Até há pouco tempo só nas grandes capitais da moda e da arte havia menos preconceito em relação ao fotógrafo que tinha que fazer fotografia comercial e dedicava-se também, com empenho e talento, à fotografia, como arte, sem haver confusão na mente das pessoas de boa fé.

A Fotografia é um vício que foi adoptada pela minha mente. É nela que reflito a minha vida e tento exorcizar os meus fantasmas, as minhas dúvidas, os meus medos, os meus desejos.

Na Arte, e no que respeita à Fotografia, houve uma evolução gigantesca. A Arte deixou de ser de uma elite e cada vez se valoriza mais quem tem valor, independentemente dos nomes que alguém consagrou.

Faço percursos imaginários pela paisagens de Ansel Adams, tenho estados de alma com fotogramas de David Lynch, penso a Europa em conflito com Frank Capa e os Europeu com Cartier Bresson, percorro a ruas de Paris com Robert Doisneau, olho os percursos, gentes e ruelas de Lisboa com Gerard Castello Lopes e Victor Palla, amo as mulheres de Richard Avedon e fico inseguro com as modelos de Helmut Newton. çou por perder o provincianismo dos anos anteriores, as mentes estão mais abertas (obrigado globalização!), o país e as pessoas evoluíram. Há menos estereótipos intelectualizados, há menos preconceitos porque se democratizou.

Experimentem ir ao portal “Olhares” e vejam alguns fotógrafos portugueses, amadores ou profissionais, que ninguém fala e que têm um trabalho verdadeiramente excepcional. Em Portugal, como em tudo, há excelentes artistas que devem ser acarinhados e motivados a fazer mais e melhor. Agora, devido ao facebook, aos blogs, aos sites e a revistas com esta, o nosso trabalho pode ser divulgado. Cabe ao Estado e à iniciativa privada dar o devido acompanhamento, pois a evolução do país passa por isso, pois "É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente”.

O fotógrafo profissional de hoje começou a não ser aquele indivíduo que foi para a Fotografia com poderia ter ido para qualquer outra qualquer profissão. Porque, se não, está fora do mercado. Para se fazer algo deve-se fazer com paixão e entrega, temos que tentar estar acima das expectativas.

Programa de cultura livre!

Arestas de Vento MAIS DE DUAS DÉCADAS AO SERVIÇO DA CULTURA!

Ricardo Cardoso , Céu Campos, Ricardo Pita

BREVEMENTE

Jorge Alves Fotógrafo http://jorgealvesfotografia.blogspot.com/ http://www.facebook.com/home.php

O raio de um programa onde a polémica e as palavras andam sem algemas e mordaças saudavelmente à solta , mas com ameaça de mandado de captura… RICARDO CARDOSO e CÉU CAMPOS chefiam um bando de colaboradores e convidados , brutos no falar, intemeratos, atrevidos e sem topetas... é a polémica a bater forte nos idiotas , nos colaboracionistas , nos que se julgam únicos e insubstituíveis , na sacanagem que vegeta nas franjas ocultas do poder , de qualquer poder ... é a boa cultura a fazer das suas - e das nossas !

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Sonhei um dia ser... poeta O MEU DESENHO

Anna Veiga

Agora quero continuar a sonhar, contigo no meu mundo, Vou desenhar a minha expressão de desejo, em tuas mãos, Para que quando as passes no teu corpo, sintas as minhas carícias. Vou desenhar o meu prazer nas tuas mãos, para que possas senti-lo Em todos os momentos do teu dia. Vou desenhar a minha pele nas tuas mãos, Para que elas sintam os meus desejos secretos.

A arte da palavra

Vou desenhar os teus lábios nas minhas mãos, Para cola-los nos meus, Para sentir sempre a desfloração dos teus beijos. Que nada me desperte deste sonho lindo, Vou continuar de mão dada contigo, até outras vidas Anna

Nasceu em Lisboa e desde os quatro anos de idade que os seus desenhos decoravam as paredes do infantário que frequentava enquanto a sua mãe trabalhava. Aos 12 anos já tinha ganho dois prémios de artes, um de desenho e outro de colagens. Mais tarde na Faculdade de Belas Artes teve a oportunidade de aprofundar e desenvolver os seus projectos, entre exposições colectivas e individuais é referenciada em vários livros de arte.

SONHOS LILAZES

Fundou um jornal de informação informática, na era do sepctrum. Deu formação de Artes Decorativas a um grupo de alunas fantásticas. Por criar bijutarias para uso próprio, foi convidada a fazê-lo para várias lojas em Espanha, com muito sucesso.

Sobre as estradas da noite volto para casa, Deslizo em sonhos lilases, no limiar da cegueira negra, sinto os cheiros doces da escuridão real. Rios estrelados vão derretendo as temporadas antigas. A minha mente reflecte-se em galáxias, hipnotizada, fascinada, Como o vento da noite que suavemente flui, com um som sobrenatural, Em tons cintilantes de sombras, na brisa de jasmim selvagem. Mentiras de uma cena pastoral tira luz às estrelas, através de um místico balançar das árvores. A minha jornada é marcada em cores, em passagens de amor, numa presença suave, o homem doce dos meus sonhos, O seu rosto reflectido, nas alturas do vento do céu, O seu sorriso guia-me até a casa, dentro do meu coração, Até à noite em que o seu doce amor me encontra.

Colunista em vários jornais semanais, sempre dedicada à cultura, dança, teatro, musica, literatura, e em algumas revistas de decoração. Nunca deixou de escrever poesia, participar em tertúlias no “Martinho da Arcada” e do “Teatro Nac. Dª Maria II”, participando em muitas Antologias, e prefaciando alguns livros (romances). Programas de rádio semanais, em rádios locais, da Moita e Arremesso. Com formação em Organização de Eventos, organizou desde sempre festas, reuniões temáticas, encontros poéticos, tertúlias, debates e estudo de alguns Poetas, mencionados em vários jornais. Organiza mensalmente jantares poéticos no Barreiro e encontros temáticos ligados à cultura, em vários locais. A Cruz Vermelha cativou-a e dedicou-se ao voluntariado, conversando, lendo, rindo a pessoas em fase difícil de doenças cancerosas. Actualmente faz voluntariado dando aulas de espanhol na Universidade da 3ª idade na Moita, por ter preparação para tal. Define-se como uma Seguidora das Artes, uma sonhadora apaixonada pela criatividade. Anna Veiga embora realizada; continua com a ilusão de que há um sonho a perseguir.

Anna 32


Sonhei um dia ser... poeta

Anna Veiga A arte da palavra

SECA AS LÁGRIMAS Somos almas divididas, com sulcos profundos, inundados de memórias, Escondidas nos escombros de mentes obstinadas, em produzir guerras e trovões, enquanto lágrimas relâmpago, rasgam laços carnais barbaramente, nesta tempestade aparentemente interminável.

SEDUZ-ME Seduz-me! Sem pensar Sem indecisão e sem medo. Traz-me flores, Dá-me estrelas Que escolhes-te especialmente para mim! Seduz-me! Inventa uma canção Escreve-me alguns versos Que falem da paixão. Ri comigo, Faz-me rir Toca-me sem me tocar. Surpreende-me Leva-me! Conta-me sobre ti, Da tua vida. Olha-me nos olhos. Faz-me sentir Alguém especial.

Tu! Seca as lágrimas, desperta para a necessidade de reclamar os sonhos enterrados. Expurga o assombro de ontem, chama-lhe passado. Levanta os olhos e estende as mãos ao abraço. Anna

Seduz-me! Fala-me de Amor E do paraíso. Vem com beijos, Velas e vinho tinto, Se for necessário... Leve-me em teus braços E eu juro Se tu vieres Eu não sei como resistir-te... Anna

O VENTO DE PRATA O vento sacode as cortinas de prata, do grande luar. Lentamente, ondulando, ao longo das encostas brilhantes. Na minha caminhada, meio às escuras, subindo a serra, avisto, as passagens estreitas, que dão abertura, para as montanhas da eternidade, onde vivem os anjos. No brilho prateado de névoas, podia banhar-me no seu esplendor.

NT - Quando é que sentiste necessidade de te expressares em forma poética? Analisando hoje, em retrospectiva, percebo que meu interesse pela poesia surgiu quando eu ainda era criança... Tinha facilidade com redação e sempre gostei de ler. Aos nove anos fazia histórias em quadrinhos que lia para as minhas colegas de turma, cujos personagens eram eu mesma, a cadelinha da minha vizinha e algumas amigas. Era uma sensação fantástica ter o poder de criar fantasias, as colegas adoravam, e as professoras primárias entusiasmavam-se com meus textos na altura, em que o clube dos 5 e dos 7 marcavam a pré-adolescência. Creio que o ensino hoje em dia se ressente desta base, deste incentivo ao hábito da redação, que exigia bastante ao aluno, como o de ter poder de síntese, de relacionar e desenvolver a

A lua, cheia brilho, dançando enfeitiçada, lança-me de um sopro, o homem dos meus sonhos de verão, sob a capa de um anjo, sorrindo, a sua pele brilha na roda do vento, como um fogo, o seu toque, consola-me como as águas de têmpera. Ele conduz-me por reinos e nuvens de fumo, e eu cheia do seu sorriso, voo para prados distantes da lua do Verão.

ideia a apresentar.

Anna 33


Sonhei um dia ser... poeta

Anna Veiga A arte da palavra Na adolescência a inspiração vinha nos mais inesperados momentos, e eu corria a regista-la e a cada momento, inúmeros encantamentos e descobertas. Despretensiosamente organizei numa pasta, uma espécie de arquivo com todas as minhas produções. Escrever é uma arte de inegável valor que age nas emoções e nos estados profundos da alma, tanto do próprio autor como dos seus leitores; ora por meios diretos, ora por meios indiretos, além de nos mostrar uma fusão de imagens, de música e de cor apreendidas pelos sentidos e pelo tempo. Geralmente, apresenta o amor pelos mais variados prismas: o material, o espiritual, o platónico e o sensual.

NT - Promoves imensos eventos de poesia, nomeadamente Jantares Poéticos. Qual é a adesão e a aceitação, por parte dos poetas e de quem assiste? A Poesia também tem o papel de transformação e desenvolvimento social das pessoas. Acredito que a arte é toda actividade humana ligada ás manifestações do homem, com o objetivo de estimular os sentidos, e também transmitir emoções, ideias e conhecimentos. Por isso quis recuperar as antigas Tertúlias, são reuniões de pessoas que gostam ou escrevem poesia e querem partilhala com o grupo, que sempre varia e aumenta a cada reunião, que pode ser Chá Poético, Poesia para Lanchar, ou Jantares Poéticos.

NT - Quem são as tuas inspirações?

À volta de uma boa mesa, uma conversa interessante, juntam-se os cheiros, os sabores, e as cores entram na medida certa para soltarem sorrisos, boas palavras, e quebrar a timidez. Num espaço vivo, em que o diálogo, a arte e a música, trazem de volta as palavras ditas, o som, o silêncio, a emoção da voz, no dizer dos textos dos nossos poetas… uma arte que já se vai esquecendo. Tudo isto numa festa de afectos, de amizade e de respeito. Para minha satisfação a adesão é crescente, e os comentários são sempre positivos e de que existem muitas lacunas aqui desta margem do Tejo, já que tudo se concentra na capital, e a sede de cultura partilhada é demasiada.

O traço da palavra e o traço da imagem. Imagem e palavra num enlace poético. Traços e trilhas que como criativa busco retratar a vida e o tempo. As minhas experiências (desenhos, bordados e intervenções) possuem uma poética que se volta para o tempo, o corpo, o indivíduo, a intimidade e a memória, em trabalhos onde palavra e imagem são entremeados entre cadernos, tintas e tecidos. Ao produzir os meus textos poéticos, sem dúvida, estabeleço fortes relações com a minha história de vida. Sinto-me bastante responsável e comprometida com a realidade, pois, muitas vezes, recupero, na minha obra, a memória de um tempo passado, de sonhos acalentados, reconstruindo retalhos de minha existência e aí não deixo de abraçar a fantasia, tendo voos quiméricos e registando-os em muitas das minhas criações com uma temática de desvaneios e abstrações, nada focadas diretamente na realidade concreta. São textos intimistas, emblemáticos, onde sem dúvida, trespasso-lhes muito de minhas vivências, de meus medos, de minhas dúvidas, de minhas indagações, das minhas saudades e as minhas esperanças, os meus objetivos, para no final, conseguir reunir mulher, filha, mãe, amiga e olhar para o futuro, para a certeza de que é preciso continuar a desafiar-me.

NT - Quais os projectos futuros? Um dos projectos que já está em fase avançada é a edição de um livro de poesia; uma Colectânea, em que todos os participantes destas Tertúlias se reúnem como uma só voz. Claro que penso continuar com estes encontros poéticos, que irão ter novas facetas, mas ainda é cedo para divulgar. NT – Uma nota a quem quer começar a escrever. Gostaria de deixar aqui um conselho para quem escreve e por vezes não dá o devido valor aos pensamentos que regista; Conheça-se a si mesmo, tenha intimidade com suas próprias ideias... Confie nelas. Acredite na sua intuição. É claro que ler deve ser um hábito que é construtivo, dá prazer, mas isso não é tudo. Todos nós estamos a aprender, até mesmo a ortografia está em constante mudança. Erre, se for preciso, mas não deixe nunca de escrever. São as ideias, e não as palavras, que fazem a poesia. Hoje penso que escrever é expor-se de corpo, mente e alma aos olhos do outro, é desnudar-se completamente aos olhos do mundo. Acredito também que escrever é uma grande ferramenta de auto conhecimento, pois é através do olhar do próximo que muitas vezes nos vemos a nós mesmos.

NT - Muito obrigado Anna Veiga pelo teu testemunho.

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Artes Plásticas

Rita Melo Quando as estórias se misturam.

Triptico

Rita Melo, nasceu no Porto e é licenciada em Pintura na Escola Universitária das Artes de Coimbra, pósgraduada pela Universidade de Belas Artes de Lisboa, na mesma variante, a finalizar o mestrado em Artes Visuais na Universidade de Évora.

Fora de emissão

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música

Possue um curriculum bastante variado e rico, desde docente a figurinista/aderecista passando por realizadora de videoclips, Rita Melo dedica a sua vida à criação artista em todas as suas variantes.

Expõe regularmente desde 1999, destacando-se em 2011,Galeria Serpente, o Palácio de Cristal no Porto, em 2010 o livro ilustrado “A Menina de Pedra” com o apoio do Ministério da Cultura, em 2009 na Galeria Jornal de Notícias intitulada “Jovens Promissores”, em 2008 no Museu da Bairrada através da Galeria Nuno Sacramento, em 2007 Galeria Sentieridell´arte em Milão, em 2006 na Galeria Serpente, em 2005 no Museu Municipal Edifício Chiado. Desde 2004 tem participado em Bienais e Feiras internacionais de Arte Contemporanea. #

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Sónia Pessoa

Revista

A forma como construímos as frases, de como usamos as palavras, não poderá nunca ser feita da mesma forma entre Portugal e Brasil, pois não usamos a língua da mesma forma e as nossas culturas são completamente diferentes.

Sónia Pessoa A escrever é que a gente se entende...

A ideia que se faz passar de que este é um passo evolutivo da nossa língua cai por terra quando percebemos que essa evolução caminha apenas num sentido, o de adaptarmos a nossa forma de escrever à usada pelo Brasil. Andamos nós a remar contra a maré lutando pelo direito à diferença, defendendo de forma acérrima que a diversidade nos enriquece enquanto seres humanos, e que a norma nos empobrece retirando lugar de destaque á liberdade de expressão, única e singular, para afinal ceder naquela que é uma das características mais importantes que define e destaca a identidade um país, a sua língua oficial. Faça-se um acordo ortográfico que respeite a diversidade e especificidade de cada país, que respeite a história e herança civilizacional e cultural de cada um, isso sim parece-me o caminho a seguir. Esta ideia de uniformizar a língua portuguesa, entre outros valores que falarão mais alto e que pouco ou nada têm a ver com a herança cultural de cada um, transmite um facilitismo que não abona a favor de uma grande inteligência, como se não fôssemos capazes de assimilar intelectualmente diversas formas de falar e escrever.

Como se escreve, ninguém se entende… Margarida Rebelo Pinto escreveu um dia que “Não Há Coincidências”… eu diria o mesmo, quando há dias escrevi na minha página do Facebook a seguinte frase… “A vida tem-me ensinado ao longo do tempo que podemos ser também cultos, ou incultos, no conhecimento de sentimentos e vivências. Que ao perspectivarmos a mesma situação de diferentes formas nos dá a capacidade de perdoar e compreender melhor os outros e as suas atitudes, bem como desviar o olhar do nosso umbigo, e isso faz de nós pessoas com uma sabedoria de vida, capacidade de amar, compreender, e avançar, ilimitável.” ... e logo a seguir me detive a ler um texto sobre o tão polémico Acordo Ortográfico. Logo conclui que a experiência que descrevi nesta frase vale para tudo… para os sentimentos mais profundos, para as coisas mais práticas da vida, ou as consideradas por nós, não de vida ou morte, mas de uma importância extrema se se reflectir na nossa identidade e nos nossos valores. Por isso continuo, ainda hoje, e muito provavelmente, durante muito tempo, sem entender, e a tentar resistir-lhe, a introdução do Novo Acordo Ortográfico.

Preocupa-me enquanto cidadã a facilidade com que se adoptam práticas que em nada valorizam o nosso património. Não tarda nada temos um acordo a normalizar já agora a linguagem que os mais jovens usam como forma de, por força das novas tecnologias, reduzir o número de letras de uma palavra ao máximo, outro grande atentado á nossa língua, a que os pais de hoje em dia parecem estar indiferentes. Mas esse é assunto para outro dia.

Decidir escrever sobre este documento não foi feito de ânimo leve, até porque não sou especialista no assunto, e mesmo esses não se entendem em relação a esta matéria. Corro, por isso, o risco de parecer ignorante ou irresponsável, mas sendo algo que me incomoda e me afecta naquilo que mais gosto de fazer… escrever em Português, sinto-me pelo menos no direito de dar a minha opinião acerca do assunto. E porque a escrever é que a gente se entende, depois de perspectivado o assunto de um lado e de outro, lá vai…

Aqui reside a minha “revolta”… sou contra estereótipos, ideias pré-concebidas, e ditadas por alguém que não seja o povo. Na diversidade reside a riqueza e o equilíbrio do mundo onde vivemos. Se se eleva o Fado a Património Imaterial da Humanidade, eleve-se a língua portuguesa também, pela sua especificidade, riqueza e abrangência, e já agora pelos séculos e séculos de história que a compõem.

Umpublicidade acordo ortográfico é, por definição, um documento assinado entre países com a mesma língua oficial, e que estabelece normas ortográficas, ou seja, regras de como escrever palavras. Neste caso um acordo assinado entre os sete países de língua oficial portuguesa.

Camões e Pessoa darão voltas no túmulo se dotarmos ao esquecimento, através da aniquilação da nossa língua, o que mais de patriótico temos e devemos defender. E para terminar, não menos importante é ter em conta, atendendo á conjuntura actual, e que infelizmente permanecerá durante os próximos anos, os custos financeiros incalculáveis, e as demais repercussões, que este acordo acarreta para o país. Usem-se essas verbas para promover a cultura portuguesa, cá dentro e lá fora, e seremos de certeza mais ricos do que se andarmos por aí a deixar cair consoantes que nos fazem tanta falta!

A desculpa de que o acordo ortográfico muda apenas a grafia de determinadas palavras não alterando a sua prenuncia, que tem como objectivo reduzir ao máximo as diferenças entre palavras portuguesas e brasileiras, criando assim uma harmonia linguística, não me parece o melhor dos argumentos.

S.P 39


Os de cá, lá!

ROGÉRIO DO CARMO de Paris, com amor... No dia 2 de Outubro de 1960, às seis e meia da manhã, apanhou um comboio em Santa Apolónia, que o levaria à descoberta do mundo. Viveu em 5 países e assim aprendeu 5 línguas e culturas diferentes. Foram 10 anos em Israel, depois foi a Itália, Inglaterra, Áustria, e finalmente França, onde, com alguns amigos, fundou a Rádio Alfa de Paris, onde ainda trabalha!

Rogério do Carmo nasceu no Sobreiro, um pacato povoado entre Mafra e Ericeira, que ficou na história graças ao talento de José Franco e a sua aldeia em miniatura, no Sábado, dia 2 de Fevereiro 1935,quando, na sala no relógio da sala soaram as doze badaladas do meio dia.

Publicou dois livros de poemas, Sombras que, em1991, foi agraciado pelo Prémio Internacional de Poesia Florbela Espanca, em Paris. Mais tarde publicou o seu outro livro de poemas Vagas, do qual ainda restam alguns exemplares, a lembrar ao mundo que a leitura passou de moda!

Rogério viveu em Lisboa e, em 1940, viu a Ponte Duarte Pacheco erguer-se, e foi nessa ponte que ele deu as suas primeiras passadas! Fez a primeira classe na Escola de Campolide, mas seus pais mudaram-se para Mafra, e foi lá, à sombra do Convento, que ele viveu a sua adolescência e o seu primeiro grande amor.

Presentemente anda a escrever as suas memórias, e à procura dum Editor, pois que gostaria que Portugal soubesse que Rogério do Carmo deixou Portugal em1960, mas sempre com Portugal no coração! E gostaria que, eventualmente, Portugal e os portugueses soubessem que ele ainda existe, e que bem gostaria de voltar às suas raízes, e lá acabar os seus dias!

Aos doze anos começou a escrever Poesia e aos 14 anos, como autodidacta, o desenho. Fez o retrato de D. João V, que se encontra actualmente no Museu Regional de Mafra, como Património do Estado.

Rogério do Carmo

Mais tarde, em Lisboa, a partir de 1955, trabalhou no Tique Taque, na Avenida de Roma, e mais tarde no Aeroporto da Portela. Foi nessa época que ele aprendeu Teatro com a grande actriz do Dona Maria II, Berta de Bívar, e escreveu para a Revista Turismo. Foi um dos pioneiros da RTP, como figurante e assistente de Nuno Fradique. Igualmente começou uma carreira como actor no filme Encontro Com a Vida, de Arthur Duarte, ao lado de Rogério Paulo. 40


Os de cá, Lá!

A PEDRA AMASSADA

ROGÉRIO DO CARMO

Pai! Lembras-te daquele dia Pai? Eu brincava no teu escritório Já a vida te fugia A tua vida era um purgatório Mas da tua boca nunca ouvi um ai! Lembras-te pai?

de Paris, com amor...

A noite se aproximou! Comi com o Adelino Dormi com o Adelino Com o Adelino trabalhei E se com o Adelino não chorei Foi porque ele apenas sabia assobiar E se ele um dia me assobiou Foi porque não sabia quem eu era Quem eu sou! E a criança que nesse dia não chorou Chora ainda o pai que não voltou E é hoje como tu pai e avô E acaba agora mesmo de chorar!

Com o Alberto tuberculoso Eu pequeno e frágil Não podia ficar em casa Porque era contagioso! Tive de abandonar o ninho De alfazema e rosmaninho Onde tu eras a asa! Deste-me a tua mão! Na outra levavas o saco de trapos Onde a mãe metera meus farrapos E fomos a pé De Mafra ao Sobral Visitar um amigo que havia Que eu nem sequer conhecia E que tinha uma loja e um curral!

Rogério do Carmo Paris, 2/2/1990 (faço hoje 55 anos) In – “Vagas” & “Sombras”

Caminhámos caminhámos E num penedo nos sentámos A descançar. Dei-te a minha mão pai Era tudo o que tinha para te dar! Teus olhos evitavam os meus E logo percebi Que algo pairava no ar! Eu busvaca os olhos teus Eles evitavam os meus Pus-me então a cismar!

AS VOZES DOS POETAS

Caminhámos caminhámos E à Barreiralva chegámos Sem uma palavra trocar! Apresentaste-me o Adelino Que tinha um filho pequenino Que também se chamava Rogério! A loja dele era acimentada Ali mesmo à beira da estrada Não longe do cemitério!

Não ouves minha alma triste a suplicar? Não vês minhas mãos abertas e vazias Sequiosas de amor poesia a delirar E das tuas belas brancas frias? Não ouves no asfalto meus passos a bater Seguindo sem destino só pela noite escura? Não vês minha cabeça dolorida cansada de erguer Castelos frágeis vãos de amor e de ternura?

Depois da apresentação Veio o pior: A separação! Te baixaste Um beijo me deste! Teus olhos Continuavam a evitar os meus! As costas me voltaste Teu caminho retomaste Sem me fazeres um adeus! Nem sequer te viraste! Deixaste a minha pequena mão Sòzinha em cima do balcão Mas sei que mais adiante pai Tu choraste!

Não ouves esta música a bailar no arvoredo E no sorriso das estátuas subtis cheios de segredo Não ouves remotas e profundas as vozes dos poetas? Não vês nos meus olhos folhas a caír Nas suas sombras mensagens a surgir Vindas do além da boca dos profetas? Rogério do Carmo Mafra, 2/10/1953

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Projectos vários

“O Círculo Artístico e Cultural Artur Bual, é uma Associação sem fins lucrativos, aberta a "todas" as pessoas, de "todas" idades que queiram participar de alguma forma, num projeto Cultural na área das Artes Plásticas, da Literatura, da Música e em Visitas guiadas contribuindo de alguma forma, no ensino ou aprendizagem para a melhoria da condição Humana. Foi a partir de um Grupo de Amigos de Artur Bual, que se fundou esta Associação, no respeito pela Pessoa deste Artista sempre pronto na generosidade em unir as artes, os amigos a torná-los mais livres com a sua criatividade.”

O Bual deixou-nos em 1999. Depois de jantar calmamente com amigos e família. Depois de telefonar a alguns amigos. Depois de ter pintado um quadro. E disse, e sentiu que iria partir para outras paragens com a tinta, o pincel, a batuta ajudante dos que o rodeavam de forma generosa e cativante, a serem “Pessoas” porque “ a Arte exige” na recusa de se parar o sonho e a autenticidade, mas que estaria presente com a sua PUBLICIDADE memória, a sua obra e o seu carinho rebelde de não conformismo.

Depois de ter estado na Galeria que tem atualmente o seu nome, foi levado para o interior da terra, num dia de tempestade, chuva, frio, trovões e relâmpagos entre aplausos sentidos das centenas de amigos que o admiravam. E foi nesse mesmo dia, que esse grupo de amigos pensou em fundar o Círculo Artur Bual, com esse espírito de gesto largo e espontâneo, do coração para o SER. A partir daí, nos movimentamos entre as burocracias e as exigências legais. E, pouco a pouco, fomos construindo pontes entre as Artes, as letras a música e os afetos. A partir daí, após inúmeras reuniões, se foi construindo este ninho circular de liberdade, criativo sem barreiras, sem preconceitos, um Círculo aberto a todos os que se aproximassem, para dar e receber na proporção dos seus desejos. 43


Projectos

Pouco a pouco nos transformamos numa associação dedicada a essa arte e letras, expondo em Universidades, Escolas, Juntas, em Bilbao, Paris, Lagoa, Vila Nova de Cerveira, Associações culturais de todo o País e entre outras, com música e poesia, com tertúlias e pinturas ao vivo em cafés e restaurantes, deixamos rastos em Montemor o Novo, Montemor o Velho, Porto outras paragens, sempre com a disposição de incentivar a melhoria e aprendizagem das sensibilidades.

Tal como Artur Bual recebia no seu espaço criativo sempre revelando seus segredos de pintor aos que se aproximavam de coração aberto para um caminho mais fecundo de existência. O Círculo com mais de 10 anos tem nos seus alicerces o grande projeto de continuidade em colaborar com aqueles que se aproximam para dar e receber para o seu crescimento na condição humana sem fronteiras, ou manipulações.

Pintamos com milhares de pessoas a maior tela do mundo com a temática da água unindo Povos, raças e credos na vertente da paz e da exaltação do poder da cultura como instrumento de unificação do Homem para a liberdade da realização e do sonho.

Dos cursos de pintura, desenho, fotografia e tapeçaria dados na sua sede poderão sair o futuro de continuidade de todas as gerações e tendências de correntes estéticas. Na organização das Feiras de Artes, nas Exposições coletivas e individuais que organiza, na projeção dos mais importante valores de solidariedade para com a melhoria de um mundo mais confortável. Eis o Circulo Artur Bual aberto á deferência positiva, na memória de Artur Bual, sempre presente no estímulo da positividade mais além. Muito mais além, onde a compreensão nos torna mais fortes para a realização dessas iniciativas que nos dão a razão de não existirmos em vão. Eis O Círculo aberto… Eduardo Nascimento 2012

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Portofólio

Jorge Alves O que a lente vê!

Fotógrafo Profissional Coordenador de Formação - Formador|Monitor Detentor de 40 prémios de fotografia.

Fotografia para Editorial de Moda. Modelo Daniela.Produção. Make Up e Produção Raquel David by MAKE UP ARTIST

Leciona o Curso de Fotografia e Photoshop no Círculo Artístico e Cultural Artur Bual Coordenador do “Curso Profissionalizante de Fotografia” – Curso avançado de fotografia digital, ISLA - Instituto Superior de Línguas e Administração (2009/2010) Formador em Fotografia de Polícia na Escola Prática da GNR (2002 a 2006) Director e fundador do Núcleo de Cinema da Amadora (1980 a 1983) Responsável do Departamento de Fotografia da Divisão de História e Cultura da Guarda (2011) Director da ANIF - Associação Nacional dos Industrias de Fotografia -2008 a 2011 Foi responsável da área Audiovisual da Guarda Nacional Republicana – (2005 a 2010) Foi responsável da área Audiovisual da Escola Prática da GNR – (1993 a 2003) Foi fotógrafo e técnico de laboratório nas Relações Públicas da Guarda Fiscal – (1985 a 1988)

Retrato

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Portofólio

FREQUÊNCIA DE CURSOS | FORMAÇÃO & ESTÁGIOS EXPERIMENTAIS

Fotografia de Estúdio. Modelo Daniela. Make Up e Produção Raquel David by MAKE UP ARTIST

Fluxo de trabalho no Adobe Photoshop Lightroom, com Norbinda Cardoso, na Multicontraste (2011) Workshop de Gestão de Ficheiros com Ângela Rodrigues na Multicontraste (2011) Curso de Formação de Formadores na NHK (2010) Curso de Photoshop Avançado na FLAG (2010) Curso de Adobe Photoshop CS 4 com o formador José Gomes Ferreira (2009) Curso de Adobe Photoshop Lightroom com o formador José Luís Ferreira (2009)

Fotografia "Gueixa" Make Up e Produção Raquel David by MAKE UP ARTIST

Workshop de Reportagem de Casamento e Retrato Infantil. Formador Kake, Fotógrafo Espanhol (2008) Workshop de Fotografia de Moda, com o fotógrafo Alexandre Serra (2008) Workshop de Retrato, com o fotógrafo Paulo Roberto (2008) Workshop de Fotografia Digital – Raw – Lightroom - Photoshop CS3 Formador José Gomes Ferreira (2007) XI Seminário de Fotografia e Vídeo da Associação de Fotógrafos Profissionais – Caldas da Rainha (2007) Curso de Interacção com os Média na vertente Televisão, Rádio e Jornalismo no CENJOR (Centro de Formação de Jornalistas) 2003; Workshop de Fotografia Digital com o Formador Ricardo Dias (2002) Curso de Qualificação em Meios Audiovisuais no Centro de Audiovisuais do Exército (2000) Curso de Pós-Produção Vídeo Mediaform (1997). Curso de Fotografia Profissional-Nível II do Fotógrafo Carlos Marques (1996)

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Portofólio

Jorge Alves - fotografia FOTOGRAFIA TÉCNICA | Fotorreprodução digital de obras de Artes Plásticas: Fotografia do catálogo da “Exposição Adão Rodrigues – 50 anos de pintura” (Museu de Setúbal, 2009); Fotografia para livro da Artista Plástica de Luz Henriques (2008/2009); Fotografia do Catálogo Institucional da Galeria de Arte “First Gallery” (2007-2008) Capa do Catálogo de Ernesto Neves “Sons do Jazz” (2007-2008) Fotografia do livro “Pintura Contemporânea Portuguesa”, Edição Oro Faber (2007-2008) Fotografia e cooperação com o Júri da “I Bienal de Pintura FRP – Fundação Rotária

Fotografia de atrizes para a Nicolau Bryener Produções. NBP

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CLIENTES/ Referências: ANA WILSON, Escola de Modelos ● ANF – Associação Nacional das Farmácias ● APPH – Associação Portuguesa de Homeopatia ● Associação Portuguesa para a Qualidade ● Balingrafic ● CML – Câmara Municipal de Loures ● Casa da Imagem ● CEL-CAT ● Chancela Real - Editora ● CLIMEX, S.A. ● CODIFAR - Cooperativa de Distribuição Farmacêutica, CRL ● Compagnie Générale des Eaux ● Direcção Geral de Saúde ● Embaixada de Andorra ● Embaixada de Austria ● Embaixada da Turquia ● Ernesto Neves (Artista Plástico) ● Farmacoop, CRL ● FS – Festas e Sonhos – Eventos Sociais, Lda. ● Firstgallery ● Fototeca Internacional ● FRP – Fundação Rotária Portuguesa ● Guarda Nacional Republicana ● Impressão SUA – Artes Gráficas, Lda. ● Laboratório Militar ● Museu de Farmácia ● NBP – Nicolau Bryener, Produções ● Ordem dos Farmacêuticos ● Oro Faber ● PIXILART ● PROFIMAGEM, Lda. ● PSIFARMA – Marketing de Saúde ● CML – Serviços Municipalizados de Loures ● TRANE – Air Acondicionado (México) ● UDIFAR – União dos Farmacêuticos de Portugal

Fotografia de um projecto sobre Artistas Plásticos. Fotografia do Artista Plástico Ernesto Neves

jorgealvesfotografia.blogspot.com

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Portofรณlio

Agenda Revista cultural de novos autores

Nossas escolhas Lilith de Claudio Gil

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A NT - Galeria de Arte, nasceu de uma necessidade de promover a arte de uma forma mais assertiva e coerente, apoiando os nossos artistas. O visitante terá sempre o prazer de observar as obras expostas em plena tranquilidade e bem estar. Sempre e quando o desejar, poderá solicitar uma visita guiada, basta para isso, que faça a sua marcação.

Numa época em que os investimentos são quase todos duvidosos,

Invista em Arte, invista nos nossos artistas! NT - Galeria de Arte, porque navegar é preciso.... Rua Dom Augusto Pereira Coutinho, nº 15 2870-309 Montijo Telef.: 938677426



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