Revista Linguagem Visual

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Revista Universidade l a ci L

e l p s a u E s i V m e g a u ing


Introdução Os touros duelando representam a energia que a bebida dá.

O termo Linguagem Visual refere-se aos elementos e técnicas que possibilitam a criação de uma comunicação visual, ou seja, a distribuição de uma mensagem através de imagens. Qualquer tipo de imagem, seja ela uma fotografia, um desenho, um logotipo, ou uma imagem da web, pode apresentar uma comunicação e todas são criadas a partir de elementos básicos como linha e ponto, por exemplo. Entretanto, os teóricos não possuem definições idênticas para estes elementos, variando-as em pequenos aspectos.

Imagem represente que alguns países ainda punem as mulheres por buscar a liberdade de opinião.

Comunicação e Arte

Para se transmitir uma mensagem através de comunicação visual, é necessário que o designer reconheça o público alvo que ele deseja atingir e os possíveis ruídos ou filtros que a mensagem projetada deverá ultrapassar até chegar ao seu destino. Estas informações são colhidas junto com o cliente para que seja elaborada a melhor forma de comunicação para um determinado meio, conseguindo assim o retorno desejado. Elaborando um plano percorrido pela mensagem temos

no ponto de partida o emissor, aquele que deseja atingir o público alvo com sua ideia. Após sua saída, a mensagem percorre o meio, local onde ela será veiculada, e nele existem alguns ruídos que podem atrasar ou até mesmo impedir que ideia chegue ao receptor, ou seja, o público alvo. Passando os ruídos, a mensagem se vê obrigada a atravessar três filtros antes de finalmente atingir seu objetivo, são eles: operacional, sensorial e cultural.

Atribui-se ao filtro operacional, como o nome mesmo já diz, a operacionalidade da mensagem. Supomos que desejo distribuir uma ideia por panfletagem, é importante que o material apresentado seja dinâmico, simples e conciso, caso contrário as pessoas não darão atenção. Já em um anúncio de revista, trabalhamos com muitos recursos que embelezam e dão destaque a mensagem. O filtro sensorial referese aos cinco sentidos fundamentais: visão, audição, tato, olfato e paladar. Então, se meu receptor, por exemplo, tem deficiência visual é preciso apresentar um material que se qualifique para ele. E por último temos o filtro cultural, nele é avaliado ideias de comportamento. Se desejamos atingir um público jovem, nossa linguagem visual deve ser apresentada de uma forma que eles entendam.


Níveis de significação da mensagem visual As mensagens visuais apresentam também três formas de significação que já estão enraizadas em nosso cotidiano, mas que ao analisa-las nos permite identifica-las com melhor precisão e fazer uso delas em trabalhos futuros. Elas seriam as formas de comunicar informações pela imagem. Representatividade – tudo aquilo que conseguimos reconhecer e identificar dentro da mensagem visual.

Simbolismo – a ideia que aquela imagem está nos passando.

Exemplo 1: representatividade -> mulher simbolismo -> mulher = feminilidade, suavidade abstrato -> trajetória da leitura guiada pelas faixa rosa sobre uma imagem preta e branca

Exemplo 2: representatividade -> bife, garfo, faca, prato simbolismo -> bife = churrasco, comida de qualidade abstrato -> trajetória da leitura é feita verticalmente, tendo a logo do restaurante no ponto perceptivo

Abstrato – a trajetória da leitura, a cor utilizada na mensagem ou o uso das formas.


Trabalhando no Plano Básico Plano básico é o espaço abstrato da mensagem visual, o plano compositivo. Nele apresentamos a estrutura da mensagem que desejamos veicular. Dentro do plano básico podemos identificar o centro geométrico e o centro perceptivo. O centro geométrico encontra-se exatamente no centro do plano básico, onde as linhas que ligam as pontas do plano se cruzariam caso traçássemos elas. Já o perceptivo é localizado um pouco acima dele e seria o primeiro local captado por nossa visão. O posicionamento de uma ideia abaixo do ponto perceptivo dá a noção de peso para aquela mensagem, já aquela que é colocada acima deste ponto tem a noção de leveza. Também quando temos uma ideia trabalhada a favor do sentido da leitura ela apresenta uma noção de velocidade e ao contrário de esforço ou potência.

Imagem 1: Utilizando o exemplo anterior, podemos observar que o bife está abaixo do centro perceptivo, o que nos proporciona a sencação de peso, de que a comida oferecida vai te satisfazer

Imagem 2: Já nesta mensagem o veículo encontra-se posicionado no sentido contrário ao da leitura, desta forma, temos a ideia de que o carro é potente


Elementos básicos Como apresentado na introdução, os elementos básicos não possuem definições iguais para todos os teóricos. Desta forma, apresentamos um comparativo entre as ideias de Donis A. Dondis e Wucius Wong. De acordo com Dondis, os elementos básicos seriam: ponto, linha, plano, volume, formato, tamanho, cor e textura. Por outro lado, Wong acredita que estes elementos são divididos em conceituais e visuais. Os conceituais não são visíveis, mas é possível perceber sua existência (ponto, linha, plano e volume). Já os visuais só existem quando os conceituais são percebidos (formato, tamanho, cor e textura).

Ponto

tal forma que é impossível identifica-los individualmente. Isso aumentaria a sensação de direção, diferente do ponto que tem posição fixa, e com isso entenderíamos sua segunda definição para o elemento: a trajetória percorrida por um ponto. A linha, segunda ela, também sugere ritmos, podendo também percorrer diferentes trajetórias.

Dondis acredita que o ponto é o elemento mínimo dentro de uma comunicação visual, não podendo ser reduzido, e que sozinho possui a capacidade de atrair atenção. O ponto para ela teria também precisão de posicionamento. Wong, por outro lado, define ponto com mais detalhes. Além de sua pequenez e do poder de indicar posicionamento, o teórico acrescenta afirmando que o ponto não possui comprimento nem largura, que é o início e o fim de uma linha e estaria contido no momento que elas se cruzam.

podemos criar qualquer coisa, são elas: quadrado, círculo e triângulo equilátero. Na opinião de Wong, a forma seria construída pela trajetória que uma linha percorre fora de sua direção característica. Ela também seria o crescimento infinito de um ponto. A forma, para ele é bi dimensional e não possui espessura. Para ambos é possível criar formas abertas ou fechadas.

Já para Wong, além de a linha ser a trajetória percorrido por um ponto, ela teria também posição, direção e comprimento, porém não teria espessura. A linha seria O volume seria a noção de limitada por pontos e forma- perspectiva que é obtida com ria a borda de um plano. a simulação de dois planos relacionados. E estes planos partiriam de um mesmo ponto de fuga invisível no ho“A linha descreve uma for- rizonte. Já em desenhos ou Este elemento para Dondis ma”, é o que acredita a teópinturas, esta noção é possíseria definido como uma cadeia rica Dondis. Para ela, existem vel ser reproduzida por técde pontos muito próximos de formas básicas com as quais nicas de luz e sombra. Estas,

Linha

Volume

Forma


por sua vez, são representadas a partir de pontos, começando pelo ponto onde a luz é intensa e chegando até as sombras, reflexo e a sombra projetada pelo objeto. Na concepção de Wong, existe também um volume conceitual que é formado pela trajetória de um plano seguindo sua direção característica e este volume teria os limites externos delimitados por este plano.

Tonalidade

O tom relaciona-se com o contraste. Relações tonais são definidas pelas diferentes quantidades de luz que atingem um objeto. Quando vemos branco, isso significa que o objeto recebeu 100% de luz, por outro lado, o preto é 100% a ausência desta iluminação. Já o meio tom seria o cinza, que é 50% de cada uma delas. O contraste criado pelas tonalidades é fundamental para a distinção e diferença de um elemento em relação a outro. Uma destas relações é o Positivo – Negativo, que é a propriedade visual que permite a diferenciação dos

elementos em relação ao es- será. paço. Por exemplo, um quadrado preto sobre um fundo branco, neste caso, estaria Brilho – a cor também em alto contraste (contraste pode mudar sua luminosidade, máximo). Concluímos então misturando branco ou preto. que quanto maior o grau de divergência entre o preenchimento e o espaço, maior será o contraste.

Cor

As cores dão intensa carga emocional ao projeto. Cada uma possui uma dramatização própria (psicologia das cores) e está ligada a um tema específico. As cores são compostas por três dimensões: matiz, saturação e brilho.

Matiz – aspecto cromático, ou seja, é como denominamos as diferentes longitudes de onda responsáveis pela percepção de cor. Exemplo: matiz vermelho, matiz amarelo Saturação – é a pureza da cor. Quanto mais pura, mais saturada ela será (até chegar ao branco). A saturação pode ser diminuída pela mistura dela com o cinza. Quanto mais cinza, menos pura ela


Simbolismo O simbolismo é uma técnica muito presente na comunicação visual e se utiliza da construção social do indivíduo. Neste tipo de composição, o receptor busca dentro de si, no seu subconciente, informações adquiridas durante sua vida em sociedade para “completar” a mensagem que o emissor deseja passar.

Quando pensamos em coração, por exemplo, a imagem que vem em nossa mente não é a imagem verdadeira de um coração humano, mas sim a representação simbólica que temos dele. Os diagramas (tabelas, gráficos e esboços),as plantas (mapas e tabuleiros de jogos) e os sinais simbólicos estão dentro do simbolismo, pois simplificam uma ideia ou uma mensagem ao receptor. A representação de religião ou ideologia, por exemplo, são feitas com sinais simbólicos. Não se pode ver essas ideias, mas quando se vê o símbolo é possível entender seu conceito. Na identidade visual das marcas, o simbolismo também está presente. Nestes casos, além de resumir uma ideia, o símbolo também tem como

objetivo sintetizar os conceitos e valores da marca para a sociedade. É importante que este seja de fácil memorização e que permaneça identificado em qualquer forma de uso, não podendo ser modificado em nenhuma situação.

O logotipo do Mc Donald’s é um belo exemplo de identidade visual que cumpre muito bem seu papel.

Técnicas visuais Dentro das técnicas visuais, o contraste é a mais imporante para o controle de uma mensagem visual. Somente apresentando um contraste é que podemos compreender melhor a informação apresentada em uma peça gráfica. Possuímos vários tipos de contraste: contraste de direção, contraste tonal, contraste de escala, contraste de cor, contraste de linha, contraste de dimensão e contraste de forma. É importante lembrar que certos contrastes funcionam melhor que outros e podem se adaptar melhor a determinados tipos de mensagem.

Contraste de cor

Contraste de escala


EquilĂ­brio x Instabilidade

Simplicidade x Complexidade


Regularidade x Irregularidade

Economia x Profus達o


Previsibilidade x Espontaneidade

ĂŠnfase x Neutralidade


Gestalt do objeto Os 6 princípios da Gestalt, que são as perguntas que o seu cérebro fica fazendo cada vez que você olha para alguma cena são: 01. Semelhança- objetos parecidos tendem a ficar juntos (harmonia) e a anomalia, o diferente que chama a atenção (desarmonia)

02. Continuidade- Faz seus olhos se mexerem na direção. Os seja, como ligar pontos.

03. Clausura- Nosso olho tende a “fechar” imagens que parecem “incompletas” e formam uma imagem. Ou seja, limites bem marcados.


04. Proximidade- partes mais próximas uma das outras tendem a virar um grupo.

05. Experiência Passada- é uma vivência anterior, o que já conhecemos, ou seja, que podemos compreender mais.

06. Pregnância da Formamáximo equilíbrio e clareza, sem muita complicação visual.


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