Relatório - Revista Quasar

Page 1

Relat贸rio

1



Universidade Federal do Ceará Instituto de Cultura e Arte Curso de Comunicação Social (Jornalismo)

Amanda Gonçalves Alboino

Quasar: Revista de divulgação científica da Astronomia

Fortaleza, 2015



Amanda Gonçalves Alboino Quasar: Revista de divulgação científica da Astronomia

Relatório de preparação do Trabalho de Conclusão de Curso (revista impressa) apresentada ao curso de Comunicação Social (Jornalismo) do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social. Orientador: Professor Doutor Ricardo Jorge de Lucena Lucas

Fortaleza, 2015



Amanda Gonçalves Alboino Quasar: Revista de divulgação científica da Astronomia

Relatório de preparação do Trabalho de Conclusão de Curso (revista impressa) apresentada ao curso de Comunicação Social (Jornalismo) do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtençãodo título de Bacharel em Comunicação Social.

Orientador: Professor Doutor Ricardo Jorge Aprovada em _____/_____/________

Banca Examinadora

_____________________________________________________________________________ Prof. Dr. Ricardo Jorge de Lucena Lucas (orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC)

_____________________________________________________________________________ Prof. Dra. Maria Aparecida de Sousa Universidade Federal do Ceará (UFC)

_____________________________________________________________________________ Prof. Dr. José Evangelista de Carvalho Moreira Universidade Federal do Ceará (UFC)



DEDICATÓRIA

Há seis anos, enquanto me despedia dos meus amigos do Clube de Astronomia, eu disse: “Vou fazer Jornalismo e concretizar a Revista Quasar”. Hoje cumpro essa promessa. Dedico esse trabalho a todos que acreditaram em mim e apostaram que esse dia chegaria.



AGRADECIMENTOS Uma vez eu li em algum lugar que, quando lemos um livro, um pedacinho do autor fica conosco e as histórias que lemos se tornam parte da nossa história. O mesmo acontece com as pessoas que conhecemos. Uma conversa nos corredores depois da aula, um abraço, um bilhetinho carregando um segredo e passado sob a mesa pode redirecionar o curso da história da humanidade. Isso aconteceu várias vezes comigo. Se não fosse o incentivo da minha mãe, Ana, talvez eu nunca tivesse me entusiasmado tanto pela leitura e pela boa escrita. Se não fosse o senso de responsabilidade e ética do meu pai, Alboino Junior, talvez eu não tivesse tanta preocupação com a prática da minha profissão, assim como não compreenderia a importância de partilhar, se não fosse minha irmã, Rachel. Se não fosse o apoio do meu avô, Alboino, que sempre fazia questão de ir muito bem arrumado entregar no palco as minhas premiações de olimpíadas e concursos, talvez eu desse menos valor a esses momentos. Tenho certeza que de onde ele estiver, vai estar torcendo por mim. Se eu não tivesse me mudado, em 2004, para um apartamento que ficava a três quarteirões do colégio, muito provavelmente eu não teria oportunidade de frequentar o clube de Astronomia do Colégio 7 de Setembro, onde eu conheci o sábio professor Heliomárzio, o Rubinho, o sempre prestativo Saulo (que teve um importante papel no desenvolvimento das minhas pesquisas) e meus amigos Jáder Soares, Janailson Rodrigues, Ítalo Aragão, Gabrielle Caminha, Victor Alencar, Ygor Bezerra e Bruna Guilherme, ex-integrantes da Associação Astronômica Quasar. Se não fosse a Quasar, nunca teria pensado em ser jornalista. Foi com os ouvidos abertos e os olhos brilhando que escutava tudo sobre esse curso do Yuri Leonardo, quando eventualmente pegávamos o mesmo ônibus para casa (que me foi apresentado pela Gabi, do clube). Se nada disso tivesse acontecido (nem mesmo as coincidências), talvez eu nunca tivesse conhecido a profissão pela qual me apaixonei. Também não teria me apaixonado pelo Pedro Brandão (ou talvez sim). Encontrei nele um apoio, um amigo, um cúmplice e um companheiro que me fez amadurecer e me ajudou a ter mais confiança em mim mesma. Foi ele que me apresentou parte das pessoas que me ajudaram e colaboraram para que esse projeto desse certo. Muito obrigada aos queridos Luís Carlos Souza, Aline Moura, Karol de Souza, Gabriela Alencar, Nina Ribeiro, Andressa Bittencourt e Alissa Carvalho. Levarei vocês para sempre no meu coração. Agradeço especialmente ao Márcio Moreira, que topou entrar nesse projeto e o tornou ainda mais especial. Na faculdade, conheci o Ricardo Jorge, amigo e orientador paciente nas horas mais difíceis desse TCC. Muito obrigada por compartilhar comigo a sua 11


experiência. Agradeço também a todos os meus companheiros da turma de Comunicação Social 2009.2. Aprendi mais na convivência com vocês do que qualquer graduação pode ensinar. Também agradeço à minha amiga Leticia Freitas por todas as cartas que trocamos, pelo apoio e pelas palavras que sempre vêm em boa hora. Também agradeço as dicas e a prestatividade do designer Bruno Ribeiro que topou de cara ajudar uma desconhecida, ao professor Chico Neto, às fontes, aos articulistas, aos colaboradores da revista, aos revisores Thaís Fernandes e Luís Carlos Sousa e a todos os voluntários do Conselho de Leitores da Revista Quasar. Obrigada, também, à professora Cida, ao professor Marcus Vale, ao professor Evangelista Moreira, ao Ilde Guedes e a todos os que fazem a Seara da Ciência. O trabalho de vocês é incrível. Se não fossem pedacinhos das histórias de todas as pessoas que passaram pela minha vida, eu não seria quem sou hoje. Muito obrigada.


“Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Porque todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada.” (Eduardo Galeano)



RESUMO Em comparação a outros países do mundo, ainda são poucos os recursos destinados ao desenvolvimento da Astronomia em terras brasileiras. Por causa disso (ou em consequência disso), ainda temos poucas faculdades de Astronomia no País. Também temos poucas revistas mercadológicas e institucionais nacionais que tem como objetivo a popularização da Astronomia e, quando existem, duram pouco tempo e logo desaparecem. Apesar disso, é bem visível o interesse de astrônomos amadores em consumir publicações sobre o assunto. Observando o interesse desse nicho e a escassez de publicações jornalísticas confiáveis para atender a esse mercado, decidimos criar uma revista de divulgação científica da Astronomia, voltada para jovens de 14-18 anos que participam ou sejam potenciais participantes da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA). A revista busca trazer uma nova proposta para as revistas deste nicho, assim como uma nova abordagem para tratar de assuntos essenciais dessa ciência. O intuito da revista, portanto, é incentivar o interesse dos jovens em relação à Astronomia e, a longo prazo, estimular esse público a levar esse assunto para dentro das universidades, desenvolvendo pesquisas na área e, enfim, mobilizar o governo a investir mais recursos nesse ramo, que tem grande potencial de crescimento no Brasil.



SUMÁRIO 1 Introdução ................................................................................................ 19 2 Justificativa ............................................................................................... 20 3 Reflexões teóricas...................................................................................... 22 4 Sobre a OBA .............................................................................................. 26 5 Um breve olhar sobre as publicações de divulgação científica de Astronomia 5.1 Astronomy Brasil .............................................................................. 27 5.2 Macrocosmo.com .............................................................................. 28 5.3 Revista Espaço Brasileiro .................................................................. 28 5.4 Revista Zodíaco .................................................................................. 29 5.5 Outras publicações ............................................................................ 29 5.6 Considerações .................................................................................... 30 6 Jornalismo Científico ................................................................................ 30 7 Especificações da Revista Quasar 7.1 Arquétipos da revista ........................................................................ 33 7.2 Plataformas ....................................................................................... 34 7.3 Atuação nas Mídias Sociais ............................................................... 34 7.4 Equipe Editorial ................................................................................. 34 7.5 Viabilidade e a continuidade do projeto .......................................... 35 8 Metodologia 8.1 Pesquisa ............................................................................................. 36 8.2 Perfis de leitores ................................................................................ 36 8.3 Construção da revista ....................................................................... 37 8.4 Conselho de leitores .......................................................................... 37 8.4.1 Metodologia utilizada no Conselho ........................................... 37 8.5 Fases do projeto ................................................................................. 38 9 Conclusão .................................................................................................. 39 Anexos .......................................................................................................... 40 Referências Bibliográficas ........................................................................... 43



1 INTRODUÇÃO Histórico da relação entre o pesquisador e o produto A ideia da revista Quasar foi concebida em 2004, quando comecei a frequentar as aulas do Clube de Astronomia do Colégio 7 de Setembro. O clube tinha por objetivo preparar os estudantes para a prova da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), que em 2014 completou 17 anos de existência. À época, os estudantes, como eu, tinham certa dificuldade para encontrar materiais de estudo de baixo custo para estudar para a prova. Apesar da Internet existir desde o começo da década de 1990, em 2004 e 2005 alguns estudantes, como eu, ainda encontravam certa dificuldade em acessar materiais online durante a semana, além de ter poucas publicações impressas que pudessem nos auxiliar nesse sentido. Assim, ao final de 2004, eu e alguns colegas do Clube de Astronomia decidimos criar a nossa própria publicação de divulgação científica da Astronomia. Intitulamos nosso grupo de Associação Astronômica Quasar. A ideia era vantajosa em dois sentidos: estaríamos contribuindo para divulgação científica da Astronomia entre astrônomos amadores como nós e, ao mesmo tempo, estudando matérias para a OBA. O grupo se reunia especialmente nas férias. Juntávamos o pouco dinheiro que tínhamos para pagar lan houses para elaborar conteúdos para a revista. Entretanto, três anos depois o projeto ainda não tinha vingado. O insussesso deveu-se principalmente pela imaturidade do grupo, mas aquela experiência me marcaria para sempre. Na faculdade, todos os meus esforços foram direcionados no sentido de me envolver em disciplinas e projetos de extensão relacionados à confecção de uma publicação periódica, tais como: redação jornalística, editoração, design gráfico, ilustração, fotografia, dentre outras competências necessárias para a realização de uma revista. Com a apresentação deste TCC, meu objetivo foi enfim alcançado. Este trabalho é, portanto, uma forma de retorno à sociedade que me levou escolher a profissão que hoje me realiza como um todo. Espero ainda que este projeto inspire a criação de outras “Associações Astronômicas Quasares”, tocadas por outros amadores apaixonados por essa ciência.

19


2 JUSTIFICATIVA Dez anos depois do início do projeto da Revista Quasar, ainda existe escassez de publicações no Brasil que tratem exclusivamente sobre Astronomia. Atualmente, as publicações mercadológicas que mais se esforçam nesse sentido é a Scientific American Brasil e a Ciência Hoje. Este trabalho não tem por objetivo analisar essas publicações, mas é pertinente entender o contexto entre as duas revistas para o desenvolvimento da divulgação científica no Brasil. Segundo GONÇALVES (2008): Scientific American, objeto desta pesquisa, é um dos mais antigos periódicos específicos de Divulgação Científica para um público não-cientista. Fundado em 1845 e editado no formato de jornal, era voltado a aspectos econômicos da Ciência e da Tecnologia, destinando-se, em especial, a um público de grandes industriais, comerciantes e fazendeiros, potencialmente interessados por inovações tecnológicas. (MACEDO apud GONÇALVES, 2008, p.2)

Mais adiante, a autora prossegue. (...) revista norte-americana tem um histórico de mais de 150 anos, divulgando resultados de pesquisas e inovações tecnológicas responsáveis por mudanças significativas na vida do homem moderno, o que lhe garante credibilidade, de tal forma que o saber ali veiculado incorpora esse valor e destacase dos demais (GONÇALVES, 2008, p.10)

No caso da revista Ciência Hoje, o arquivo do Instituto Ciência Hoje contextualiza o surgimento da publicação na década de 1970, quando as reuniões semanais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) ganharam repercussões na sociedade, motivadas pela situação política do Brasil na época. Em 1976, foi assinado um acordo entre Brasil e Alemanha para iniciar o programa nuclear brasileiro, que motivou a comunidade científica. A retomada democrática era a oportunidade de discutir novas ideias e propostas para a ciência, com a inclusão de parcelas maiores da sociedade no debate das políticas científicas. Havia uma influência típica dos movimentos europeus de 1968 na busca por alternativas ao cumprimento da função social da ciência, influenciadas por novas formas de expressão e popularização do tema. Segundo a instituição, “a revista Ciência Hoje foi pioneira no ramo das publicações periódicas dedicadas exclusivamente à ciência (...). A partir dela, 20


surgiram outras revistas de divulgação científica (...), como Globo Ciência/Galileu e Superinteressante”.¹ Apesar de em muitas edições as revistas CH e Scientific American Brasil publicarem temas ligados à Astronomia e Astronáutica, nenhuma delas possui o tema como foco. A experiência de publicação impressa mais significativa para este nicho foi a revista Astronomy Brasil, que circulou no País entre os anos de 2006 e 2007. A revista era a versão brasileira da americana Astronomy Magazine, que permanece até hoje em circulação. À época do lançamento da versão brasileira, em abril de 2006, o astrônomo Nelson Travnik publicou no site do Observatório Municipal de Campinas Jean Nicolini: Com a presença de astrônomos, físicos e educadores dos estados de São Paulo, Rio e Minas Gerais, foi lançada oficialmente na última quarta-feira, 12, no salão de eventos do SESC Pompéia na capital, a edição brasileira da revista norte-americana Astronomy, uma das mais lidas no mundo. É a primeira vez que surge no País uma publicação especializada de alta qualidade técnico-científica e ao mesmo tempo acessível ao grande público. A partir deste mês, professores, estudantes e amadores de Astronomia em todos os níveis terão um guia seguro de informações fidedignas ao conhecimento do céu e espaço bem como indicações para a aquisição de equipamentos do básico a binóculos e telescópios médios e mais sofisticados. Instrumental pedagógico extremamente necessário para as escolas, universidades e órgãos ligados a difusão do conhecimento científico, estarão sendo anunciados na revista. A edição de Astronomy Brasil foi uma iniciativa da Editora Andrômeda de São Paulo, empresa criada pelo conhecido jornalista, escritor e mestre em ciências pela Universidade de São Paulo, Ulisses Capozzoli. Além dele, a revista conta também como editor associado o astrofísico, escritor e doutor em Astronomia Oscar Matsuura, um dos mais conceituados cientista brasileiro e de renome internacional. Já a partir da primeira edição haverá uma seção de ‘Astronomia para iniciantes’ produzida no Brasil, específica para leitores brasileiros interessados em saber por onde começar este aprendizado (...) O conjunto desses conhecimentos é de tal importância que hoje é sobejamente conhecido de que não há futuro para um país que não investir em tecnologia espacial, esta por 2 sua vez sob os pilares da Astronomia. (TRAVNIK, 2006) ¹ Embora tenham importante papel no estímulo da curiosidade de jovens pela ciência, existem controvérsias em relação às revistas Superinteressante e Galileu em considerá-las exemplos de revistas de divulgação científica, já que, diferentes autores e as opiniões de astrônomos amadores consultados para a confecção da Revista Quasar entendem que os conteúdos das duas revistas são considerados “superficiais, apelativos e pouco qualificados”, estabelecendo com a divulgação científica mais uma relação de provocação da curiosidade do que a divulgação dos resultados de pesquisas científicas. 21


Após 16 edições, entretanto, a publicação foi descontinuada. O motivo teria sido a insuficiência de leitores assinantes e o pouco interesse de agências de publicidade em anunciar na revista. Os eventos que levaram ao cancelamento da publicação da Astronomy Brasil renderiam um interessante trabalho que analisaria os fatores políticos, sociais, econômicos e culturais em torno da Astronomia no Brasil da última década. 3 REFLEXÕES TEÓRICAS A Astronomia é, por muitos astrônomos, considerada a mãe de todas as ciências. Foi observando primeiramente os padrões que surgiam nos céus que o homem passou a observar as estações do ano, a se localizar durante uma caçada ou viagem, a formular seu calendário, desenvolver a matemática e a prever quando haveria cheias ou escassez. A Astronomia também inspirou o surgimento do cálculo diferencial e integral utilizado hoje em meios tão diversos quanto a Medicina, Engenharia e Economia (COSTA, 1999) 3. Segundo a jornalista e pesquisadora Fabíola de Oliveira, a ciência e o jornalismo sempre estiveram de mãos dadas, desde a criação da imprensa de Gutemberg, por volta do século XV. O jornalismo científico, se for possível a analogia, mal saiu da fase romântica, resvala muitas vezes no denuncismo e no alarmismo sem fundamento e é incapaz de análises e exposição de contrapontos (tão necessários ao bom jornalismo), como de resto já é corrente na prática do jornalismo econômico e político. (OLIVEIRA, 2002, p. 39)

Devido à escassez de incentivos governamentais à essa ciência, a grande questão do projeto é: como se inserir nesse nicho ainda tão limitado em relação ao profissionalismo e à formação acadêmica? Uma saída encontrada para a concepção da revista é que ela sirva como primeira base ou uma referência, no sentido de estimular estudos de Astronomia em alunos dos ensinos fundamental e médio, astrônomos amadores e participantes da Olimpíada Brasileira de Astronomia. Da mesma forma, o projeto também pretente servir como inicia2

Disponível em: <http://observatorio.campinas.sp.gov.br/detalhes.php?id=13229&page=manchete_dir>.

3

Disponível em: < http://www.zenite.nu/para-que-serve-a-astronomia/ >.

22


tiva para novas publicações que tenham como foco a divulgação científica da Astronomia. Outra questão relevante quanto a viabilidade do projeto consiste em considerar que o público para esse tipo de material seja, pelas razões apontadas anteriormente, considerado restrito. Entretanto, Chris Anderson expõe uma série de exemplos e dados empíricos de que o mercado não é sustentado apenas por best-sellers, mas principalmente por produtos cuja vendagem é menor, porém constante e, a longo prazo, arrecada mais do que produtos considerados “sucesso de vendas”: O verdadeiramente espantoso sobre a Cauda Longa é seu tamanho. Mais uma vez, quando se combina quantidade suficiente de nãohits, se está de fato criando um mercado que rivaliza com o dos hits. Veja o caso dos livros: em média, as lojas da Borders mantêm em estoque cerca de 100 mil títulos. No entanto, mais ou menos um quarto das vendas de livros da Amazon se situa fora de seus 100 mil principais títulos. Reflita sobre as implicações: se as estatísticas da Amazon de fato representarem algum parâmetro, o mercado de livros que nem mesmo são vendidos na maioria das livrarias já corresponde a um terço do mercado principal - e, o mais importante, está crescendo com rapidez. Caso se mantenha essa tendência de crescimento, o mercado potencial de livros talvez seja o dobro do que parece ser, bastando para isso que se explore a economia da escassez. Kevin Laws, capitalista de risco e ex-consultor da indústria de música, assim se manifesta: “O dinheiro de verdade está nas menores vendas.” O mesmo se aplica a outros mercados de Cauda Longa. (ANDERSON, 2007, p.21)

Apesar de considerar a viabilidade da revista mais real por meio de projetos de extensão das universidades, institutos e órgãos de incentivo à ciência, o projeto da revista Quasar é, antes de tudo, fomentador de mercado, na medida em que alcançando as escolas e incentivando desde cedo jovens a se interessarem por Astronomia, abre-se precedentes para um nicho de leitores crescentes, motivados e interessados pela ciência. Em consequência e em paralelo a isso, novos estímulos são gerados dentro da academia e mercado de trabalho desse segmento, criando um ciclo de conhecimento benéfico para o desenvolvimento País. Oliveira (2002) já expunha essa ideia em seu livro Jornalismo Científico, depois de falar sobre a carência que o Brasil tem de publicações mercadológicas voltadas para a divulgação científica de Ciência e Tecnologia (C&T), embora um estudo de 1987, encomendado pelo CNPq e intitulado “O que o brasileiro pensa 23


da Ciência e Tecnologia”, tivesse apontado que 70% da população urbana brasileira tinha interesse no assunto. Mesmo assim, segundo a autora, “não foram enviados esforços significativos para a melhoria da quantidade e da qualidade da divulgação científica para o público” (OLIVEIRA, 2002, p.12). Assim, a autora justifica: A divulgação de C&T, portanto, deve partir inicialmente de suas fontes primárias, que são os responsáveis pelo planejamento e pela distribuição dos recursos - os órgãos governamentais - e sobretudo da comunidade científica concentrada nas universidades e instituições de pesquisa, responsáveis pela produção de C&T. Os governos em todos os níveis e os pesquisadores de modo geral têm o dever de prestar contas à sociedade sobre as realizações na área, contribuindo para a evolução educacional e cultural da população. (OLIVEIRA, 2002, p.13 e p.14)

Ainda sobre a pesquisa “O que o brasileiro pensa da Ciência e da Tecnologia”, outro dado salta aos olhos: quando perguntados em quais atividades científicas o governo deveria gastar menos do que gasta atualmente, 62% dos entrevistados, em particular das classes médias e baixas (64% das classes B,C e D), responderam “programas espaciais”. Para Oliveira, seria necessário outra pesquisa para entender o que representam as atividades e os programas espaciais no imaginário popular. Segundo a autora, tais investimentos são “uma aparente imensidão de gastos públicos que, além do fascínio que a conquista espacial representa, parece ter pouca relação com o dia-a-dia das pessoas”. Entretanto, é preciso lembrar que à época em que foi realizada a pesquisa, as trocas de informação e os meios de comunicação alternativos, como a Internet, ainda eram bastante limitados. A autora também questiona até que ponto a divulgação científica das iniciativas aeroespaciais está contribuindo para “o esclarecimento da opinião pública quanto à importância e aos reais benefícios que as atividades espaciais podem ou não trazer ao país”. E chega à conclusão de que a cobertura jornalística nessa área não oferece informações que orientem como participar de decisões políticas sobre investimentos desse tipo (OLIVEIRA, p. 67). Oliveira também ressalta a dicotomia entre o trabalho do jornalista e do cientista. Se por um lado o cientista produz para um grupo especializado e específico, por outro o jornalista visa produzir para o grande público. A redação dos trabalhos do cientista segue uma série de regras e não raro é resultado de 24


anos de trabalho e pesquisa. Enquanto isso, a produção do jornalista deve ser 4 atraente, simples e rápida . O trabalho científico normalmente encontra amplos espaços para publicação nas revistas especializadas, permitindo linguagem prolixa, enquanto o texto jornalístico esbarra em espaços cada vez mais restritos, e portanto deve ser enxuto, sintético. (OLIVEIRA, 2002, P. 43)

Outro ponto problemático apontado por Oliveira e por outros autores que escrevem sobre jornalismo científico (Silveira e Lübeck, Bueno, Guimarães 5 etc) é a falta de visão crítica na hora de abordar pautas de C&T e uma certa “subserviência em relação aos porta-vozes da ciência” (OLIVEIRA, 2002, p. 48), dando a entender que a palavra de um cientista é indiscutível. (...) O bom jornalismo reza que sempre devemos ouvir dois ou mais lados da história, mas acontece que no domínio político da ciência, muitas vezes nem sequer existe outro lado para ouvir. É possível que em alguns casos não haja muito o que fazer, mas o bom jornalista científico, que vive “antenado” tem hoje à disposição inúmeras fontes alternativas de informação nas organizações não-governamentais, associações científicas, universidades e no mundo aberto da internet. (OLIVEIRA, 2002, p 50)

Na confecção da Revista Quasar foi discutido logo na primeira reunião de pauta todas essas reflexões e indicações de leitura, para confeccionar matérias críticas, que atentassem para esses problemas na hora de elaborar notícias que se destinam à divulgação científica. Quanto à elaboração das pautas, elas foram pensadas a fim de aproximar o público da Astronomia, mesmo aqueles que não são alvo da revista. Assim, a Quasar buscou por em prática também a proposta de modelo sistêmico de comunicação com o público, sugerido por Oliveira. Ele permite aos profissionais responsáveis pela execução das estratégias e ações de comunicação com o público relacionar as atividades espaciais a diversos campos da atividade humana (...) Com isso é possível “mostrar a diversos públicos como a atividade espacial está muito mais presente no dia-a-dia das pessoas do que elas se dão conta. (OLIVEIRA, 2002, p.69) 4

Artigos reunidos no livro Divulgação científica e tecnologias de informação e comunicação, 2003, organizado por Silveira.

5

Ver as diferenças entre difusão científica, disseminação científica e divulgação científica no tópico 5 deste trabalho. 25


Abaixo, o sistema proposto:

A leitura de diversos autores da bibliografia deste trabalho nortearam a elaboração de pautas para a revista (ver tópico de Metodologia). 4 SOBRE A OBA Todos os anos, desde 1998, a Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) realiza a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), evento nacional para testar o conhecimento de Astronomia de alunos de escolas públicas e privadas, da zona urbana ou rural, previamente cadastradas. Em 2005, a Agência Espacial Brasileira (AEB) passou a organizar a prova junto da SAB, e a partir desse ano o teste passou a incluir questões de astronáutica. A prova possui quatro níveis, que incluem estudantes do primeiro ano do Ensino Fundamental até os do último ano do Ensino Médio. Atualmente a Eletrobras Furnas também faz parte da comissão organizadora do evento. Normalmente as provas são realizadas durante o mês de maio, nas próprias escolas participantes. Depois de vencida a primeira etapa nacional, os alunos 26


do ensino médio que tirarem os primeiros lugares são convidados a competir na Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), organizada no país em que ela será realizada. Em 2009 e 2011 a OLAA foi realizada no Brasil, em 2010 e 2012 na Colômbia, em 2013 na Bolívia e em 2014 a prova aconteceu no Uruguai. A Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (International Olympiad on Astronomy and Astrophysics ou IOAA) também é voltada para estudantes do ensino médio que passaram por todas as etapas da prova. A primeira edição da IOAA foi realizada em 2007, na Tailândia e a última, de 2014, na Romênia. A Olimpíada Brasileira de Astronomia, assim como outras olimpíadas nacionais, proporcionam aos estudantes e aos professores a oportunidade de entrar em contato com novas ideias, técnicas e conhecimentos. Essas competições buscam estimular o interesse dos alunos pela ciência e a escolha profissional deles, assim como incentivam o intercâmbio entre escolas e instituições de ensino superior. 5 UM BREVE OLHAR SOBRE AS PUBLICAÇÕES DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DE ASTRONOMIA (VER ANEXO I) A necessidade é a mãe das invenções. Ao encontrar a escassez de publicações confiáveis em português para que as informações sobre Astronomia circulassem, astrônomos amadores começaram a criar suas próprias revistas. É importante salientar que não é objetivo dessa pesquisa debruçar-se sobre a análise de todas as revistas de Astronomia que precederam este trabalho, mas fornecer um contexto para deixar clara a relevância de mais iniciativas editoriais brasileiras especializadas em Astronomia. 5.1 Revista Astronomy Brasil Entre os anos de 2006 e 2007 surgiu no País a revista Astronomy Brasil,

6

Disponível em: <http://www.medgeek.com.br/2011/09/download-todas-edicoes-revista.html>

7

Oficialmente só podem ser considerados astrônomos pessoas que tenham graduação no curso de Astronomia (oferecido apenas na UFRJ, USP e UFS), embora alguns astrônomos tenham conseguido se aposentar com esse título após cursarem uma pós graduação na área ou por meio de contribuições significativas para a Astronomia. 27


versão brasileira da revista Astronomy, publicação americana vigente até hoje. A versão tupiniquim, no entanto, teve que enfrentar o desinteresse da publicidade e a baixa adesão de assinaturas. Apesar disso, a Revista Astronomy Brasil foi uma das publicações impressas com foco na Astronomia mais bem sucedidas que circulou no Brasil até hoje. Muitas outras publicações on-line com o tema apareceram antes e depois da Astronomy Brasil, a exemplo da revista Macrocosmo, criada por astrônomos amadores para astrônomos amadores, sem necessariamente ter o acompanhamento de um profissional jornalista responsável pela publicação. 5.2 Revista Macrocosmo.com Publicada entre os anos de 2003 e 2007, com 41 edições, a revista Macrocosmo era uma revista auto-intitulada “primeira revista eletrônica brasileira 6 exclusiva de Astronomia” . As edições eram disponibilizadas gratuitamente em formato PDF e o expediente contava com astrônomos amadores e profission7 ais . Entre os assuntos abordados nas edições estão “Efemérides”, “Galeria”, “Guias”, “Dicas”, “Astronáutica” etc. 5.3 Revista Espaço Brasileiro Criada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), a revista Espaço Brasileiro teve início em 2007, com a proposta de ser uma publicação trimestral. Pelas palavras do editor da revista e presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi, no editorial da primeira edição, a revista Espaço Brasileiro foi pensada “visando participar, também, da popularização da Ciência e da Tecnologia, mediante a divulgação permanente da gestão do programa espacial Brasileiro. Trata-se, assim, de uma revista para que os brasileiros entendam e desvendem os horizontes que se abrem, através do programa espacial, e que ela seja capaz de despertar atenção e inspirar os jovens do Brasil para as carreiras voltadas às Ciências, à alta tecnologia e suas consequentes aplicações”. Com o passar do tempo, no entanto, a revista foi sendo publicada em intervalos irregulares de três meses até que, em 2012, na 13ª edição, a revista ganhou caráter semestral. Até o final desta pesquisa, o último número disponível no site da AEB, data de janeiro de 2013, na 15ª edição. 5.4 Revista Zodíaco A revista “ZODIACO” era produzida pela Sociedade Brasileira dos Amigos 28


da Astronomia (SBAA), desde os anos 1950 no Ceará. O editorial é de 1986 (ver ANEXO I), época da passagem do cometa de Halley pela Terra, mostra a aquisição do Observatório Giordano Bruno, para o Colégio Christhus, com o apoio, comando e supervisão dos Membros da SBAA. O primeiro diretor, segundo a fonte, foi o Prof. Dermeval Carneiro, ajudado pelos professores Rubens de Azevedo e Cláudio Pamplona. Nessa época os dois faziam funcionar o Observatório Otto de Alencar, da Universidade Estadual do Ceará (UECE). 5.5 Outras publicações Outras revistas brasileiras de divulgação científica de Astronomia surgiram e desapareceram entre o final da década de 1990 e 2014, mas não foram expressivas o suficiente para constarem na pesquisa. Entretanto algumas outras iniciativas mais recentes devem ser mencionadas, como a revista eletrônica Astronova, iniciada em março de 2014, com caráter trimestral (seguindo as estações do ano) pelo Clube de Astronomia Edmond Halley (CAEH), no Paraná. A publicação possui colaboração de estudantes, professores, astrônomos amadores e profissionais. No editorial do primeiro número, escrito por um dos editores da revista, Maico Zorzan, mais uma vez é constatada a percepção de que os astrônomos amadores não se sentem contemplados por publicações exclusivas sobre a divulgação científica da Astronomia, realizando por eles mesmos a própria publicação, na intenção de compartilhar os conhecimentos com a comunidade de astrônomos amadores e entusiastas dessa ciência. Abaixo segue um trecho do editorial dessa edição: O Clube de Astronomia Edmond Halley (CAEH) foi forjado tendo como objetivo a necessidade de aproximar pessoas do conhecimento, e para isso tínhamos como ferramentas somente nossa boa vontade e dois pequenos telescópios. (...) A revista AstroNova surgiu desse anseio de popularizar a Astronomia, atingindo pessoas que não seriam atendidas pelo nosso trabalho formiguinha, focando assuntos cotidianos. E conseguir colocar em prática essa revista é um sonho que o CAEH realiza. Um dos muitos que ainda temos. E digo mais: se não fossem nossos amigos, esse projeto talvez não saísse. Esse é mais um ensinamento que a Astronomia amadora nos traz, um ensinamento 8

Disponível em: <http://caeh.com.br/AN2014ED1.pdf>.

9

Outras edições podem ser encontradas no Grupo Centauro, disponível em: <http://www.grupocentauro.org/astronova/> ou na página do Facebook da revista, disponível em: < https:// www.facebook.com/AstroNovaBrasil?fref=ts> 29


de amizade e cooperativismo. Foram amigos que cederam seus mo8 mentos para escrever as matérias da AstroNova .

Até o fim desta pesquisa a revista Astronova tinha publicado cinco 9 edições, sendo a última publicada em fevereiro de 2015 . Por se tratar de um periódico que depende da disponibilidade e do engajamento voluntário dos membros, não é possível ter certeza quanto a continuidade da revista. Todos esses exemplos já provam que existe sim grande interesse do nicho em consumir esses tipos de periódicos, embora atualmente não haja grandes avanços ou iniciativas editoriais mercadológicas no sentido de viabilizar revistas de Astronomia para esse público. 5.6 Considerações Muitas das revistas brasileiras de divulgação científica da Astronomia mais expressivas e aqui pesquisadas possuem tempo de circulação médio de 2 anos e/ou com poucos exemplares, normalmente tratando de conceitos introdutórios sobre a ciência. Entre as matérias mais recorrentes nesses tipos de periódico estão as que ensinam a como observar o céu noturno e como fabricar seu próprio telescópio, assim como esclarecem termos utilizados com frequência no meio (nebulosas, estrelas, meteoritos, meteoro etc). Essas revistas online de Astronomia normalmente são gratuitas e seu design gráfico é limitado, muitas vezes estruturado em recursos fornecidos pelo próprio Microsoft Word (programa de edição de texto do software Windows). O assunto renderia um interessante trabalho sobre a disponibilidade, interesse e iniciativas de amadores para realizar publicações editoriais. Tal trabalho poderia muito bem ser analisado à luz de livros como Cauda Longa, de Chris Anderson, O Culto ao amador, de Andrew Keen, e Wikinomics de Tapscott e DonWilliams. 6 JORNALISMO CIENTÍFICO O projeto procura por em prática o conceito de jornalismo científico, no que tange à preocupação com as relações de poder e influencias sociais, culturais, políticas e econômicas que envolvem a divulgação científica de determinados assuntos para o público.

30


Ciência e poder caminham juntos. Prova disso é que a aplicação da ciência tem sido foco de publicações generosas nos meios de comunicação em todo o mundo. Mas nem sempre essa divulgação mostra o caráter emancipador da ciência e, sim, alimenta suspeitas contra empresas, universidades e cientistas acerca do suposto – e muita vezes comprovado – privilégio, na produção e divulgação de pesquisas, de interesses políticos, comerciais ou mesmo pessoais. (CUNHA, 2007)10

Para Bueno (apud Lübeck e Silveira, 2003), a difusão científica é um termo que faz referência a qualquer processo ou recurso utilizado para a veiculação de informações cientificas ou tecnológicas e está subdividido em dois níveis: Disseminação científica, informações em códigos ou termos técnicos que tem como alvo especialistas ou um grupo seleto de pessoas; e a Divulgação científica que pressupõe a utilização de recursos linguísticos e visuais para a transmissão de informações científicas para o público leigo. “Portanto, é função essencial do jornalismo científico descobrir a ciência e a tecnologia geradas no país e divulgá-las” (LÜBECK , 2002)11 . O jornalismo científico é, antes de tudo, jornalismo. Assim como outras modalidades de jornalismo, como o esportivo, o de moda e o literário, ele possui também suas particularidades. Para SIMÕES apud LUIZ (2004), o jornalismo científico é uma forma de divulgação científica que busca comunicar fatos e princípos da ciência ao público em linguagem acessível. Bueno, (apud Lübeck e Silveira, 2003) também diz que o jornalismo científico desempenha seis funções: informativa, educativa, social, cultural, econômica e político ideológica. Entre essas funções, a função social talvez seja a mais significativa e de maior impacto na realidade. Na explicação de Bueno a função social é representada pela preocupação em situar a informação de Ciência e Tecnologia em um contexto mais amplo, relacionando as informações às necessidades da população. É a responsável pela aproximação entre cientistas e sociedade e promove a humanização da ciência. Tal função é abordada por Ulisses Capazolli (2001) no artigo “Guerra de patentes: Jornalismo científico e alienação social”, ao falar do caso da quebra de patentes para medicamentos destinados ao tratamento da Aids. À epoca, 10

Disponível em: <http://www.museudavida.fiocruz.br/brasiliana/media/dissertacao_cintiacerqueira.pdf>

11

Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2002/congresso2002_ anais/2002_COMUNICACOES_LUBECK.pdf> 31


toda imprensa publicou a promoção da indústria farmacêutica de um processo que visava intimidar o governo da África do Sul a não importar medicamentos genéricos produzidos pelo Brasil e pela Índia para o tratamento da Aids, justamente em um país cuja população tinha (e ainda tem) o maior índice de pessoas contaminadas pelo vírus HIV. Seria, portanto, a demonstração de que o lucro estaria acima de vidas humanas. “A imprensa noticia, mas não interpreta acontecimentos como este. Por quê? Uma resposta sintética poderia ser: mediocridade” (CAPAZZOLI, 2001). O autor prossegue criticando as formas de manipulação dos acontecimentos como reduzir ou tirar determinados assuntos de destaque, muitas vezes em submissão a interesses neoliberais. O jornalismo científico deve contribuir para uma alfabetização crescente da sociedade para que ela tome consciência de que abusos desse tipo, cometidos em nome de um pretenso conhecimento exclusivo, levam a desastres sociais que podem e devem ser evitados. Caso contrário, a arbitrariedade, arrogância e ganância não terão limites. Em termos sociais, o princípio da ação/reação mostra que a conseqüência direta dessas atitudes é o crescimento da violência. E, aí, não basta construir presídios (CAPAZZOLI, 2001)

Muitas dessas reflexões permearam a confecção da revista Quasar desde o início dos trabalhos. A divulgação científica, ou popularização da ciência, conceito utilizado na produção da revista Quasar, obedece a essa preocupação com a produção jornalística. Apesar de ser voltada para o público iniciante em Astronomia, o conteúdo procura familiarizar o leitor à linguagem técnica e aborda os assuntos com uma certa profundidade a fim de estimular o leitor a discutir, a pensar sobre a Ciência, não apenas como uma disciplina, mas como fruto de uma sociedade em desenvolvimento. Ela também se preocupa em levar em conta, na produção das matérias, as seis funções do jornalismo descritas por Bueno (1988). 7 ESPECIFICAÇÕES DA REVISTA QUASAR A revista Quasar possui periodicidade trimestral (seguindo as estações do ano) é voltada para estudantes entre 14 a 18 anos, potenciais participantes da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). O objetivo dela é dar as informações necessárias para: 1) Cativar e cultivar o interesse de estudantes pela Astronomia e Astronáutica; 2) Ser uma fonte confiável de indicações e leituras sobre o tema; 3) Atrair astrônomos amadores 32


para além do público alvo da revista; 4) Preparar os participantes da OBA para a prova. Dessa forma, a linguagem utilizada na revista busca ser fluida e leve, sem cair em superficialismos nem estereotipações de qualquer espécie. Todo o conteúdo foi pensado para um público interessado e iniciante no assunto, de forma que a abordagem procura referir-se a conceitos fundamentais, mas não totalmente introdutórios. Para tornar o assunto menos obscuro foram utilizadas técnicas de linguagem e ilustrações que buscam construir metáforas e analogias que deixem as matérias mais claras e agradáveis de ler. 7.1 Arquétipos da Revista Foi Jung, discípulo de Freud, que introduziu a o conceito de arquétipos à Psicicologia, embora também seja adotado em outras áreas como Filosofia, Narratologia e Comunicação Social. Arquétipos seriam “conjuntos de ‘imagens primordiais’ originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo”. Jung desenvolveu 12 principais arquétipos, mais observados na literatura e até mesmo no cotidiano, seriam eles: Inocente, Pessoa Comum, Herói, Explorador, Rebelde, Amante, Criador, Tolo, Sábio, Mago, Soberano e Protetor. Esses arquétipos são utilizados no marketing para desenvolver uma personalidade de marca que possa tornar a experiência com as marcas, empresas e publicações mais reais e coerentes para seus consumidores. Tal definição ajuda inclusive no planejamento de comportamento da marca, assim como auxilia na linguagem utilizada por ela. Devido a natureza da revista Quasar de instigar a curiosidade e interesse de astrônomos amadores e torná-los agentes de divulgação científica, foram adotados dois arquétipos combinados: O Explorador e o Mago12 . Para o Explorador o maior desejo é ter liberdade para viver sua descoberta mundo afora e tem medo do tédio e do comodismo. Ele é inquieto e possui autonomia e ambição. É um perfil que vive em movimento e não tolera amarras, regras ou rotina, fazendo dele um aventureiro. O Mago deseja conhecer e dominar as leis que regem o universo, mas teme consequências negativas. Tem talento em encontrar resultados e utiliza conhec12

Disponível em <http://holistikbrands.com/blog/arquetipos-para-a-construcao-de-marcas-com-significado> 33


imentos que não necessariamente podem ser explicado em fórmulas ou números. Assim, faz uso da ciência, religião e tecnologia para entender como funcionam as pessoas e as coisas do universo. O Mago se interessa por produtos que possam catalizar mudanças e seu lado sombrio (a ser evitado) é a capacidade de manipular pessoas e informações, com armadilhas mentais e subliminares. A combinação entre esses dois arquétipos dá a medida certa da personalidade da revista, que pretende encarar a Astronomia como algo prático, encontrada no dia-a-dia, ao mesmo tempo que convida os leitores a conhecerem o lado teórico e hipotético das teorias físicas que regem o universo. 7.2 Plataformas A revista Quasar foi projetada para ser uma publicação impressa, de distribuição gratuita. Entretanto seu conteúdo pode ser disponibilizado em plataformas compartilhamento de documentos digitais como PDF e o site ISSUU, ou ainda ter suas matérias postadas na íntegra em site que abrigue o projeto. 7.3 Atuação nas Mídias Sociais Em um mundo cada vez mais rodeado por conexões entre pessoas através da Internet, a Revista Quasar também precisa encontrar seu espaço nas redes sociais, por isso foi elaborado um pequeno briefing de atuação do periódico nas principais redes do momento: o Instagram e o Facebook (ver Manual Gráfico e Editorial da revista). A atuação das revistas nesses sites busca dar voz à revista, aproximá-la de seu público, de instigar a curiosidade dos internautas e, enfim, atrair ainda mais pessoas para conhecer mais sobre a Astronomia, estabelecendo uma relação de marketing e promoção da revista. Os arquétipos utilizados na construção da personalidade da revista nesses meios deve também ser o do Explorador e do Mago, explanados no manual gráfico e editorial da Quasar. 7.4 Equipe Editorial Para a equipe editorial da revista é necessário que ela seja composta por jornalistas, um diagramador, ilustradores, cientistas conselheiros que auxiliem na confecção e dúvidas que surgem na confecção de matérias (ver subitem sobre Conselho de Leitores no tópico Metodologia), revisores e pedagogos que possam avaliar o nível do conteúdo das matérias, em acordo com a faixa-etária do público 34


alvo da revista. Para a confecção da revista Quasar foi contactado um revisor e pedagogo na figura do colaborador Luís Carlos Oliveira Sousa, que avaliou o conteúdo da revista como “acessível e atraente”. Também é interessante que a revista seja acompanhada por integrantes e organizadores da Olimpíada Brasileira de Astronomia, já que a revista se destina diretamente aos participantes do evento. 7.5 Viabilidade e a continuidade do projeto Depois de refletir sobre as leituras feitas para esse projeto, associado às pesquisas sobre a Astronomy Brasil, a autora deste trabalho chegou a conclusão de que a forma mais viável de manter essa revista seria publicar por meio de agentes de divulgação científica, órgãos e institutos de incentivo e fomento à Ciência, à respeito do argumento utilizado por Oliveira (2002), já citado anteriormente (ver p. 24). É preciso que a Universidade procure estender seus braços para além dos limites dos seus departamentos e entre nas escolas, dialogue com a comunidade e ofereça espaço para que grupos de pesquisa cearenses e nacionais possam divulgar suas pesquisas para a população. Isso significa um retorno à sociedade e uma inclusão da comunidade dentro da Universidade, extremamente necessários para o ciclo de construção do conhecimento, que resultam no desenvolvimento de vários campos da sociedade brasileira, sejam eles educacionais, econômicos ou políticos. Nessas reflexões, verifico que a Seara da Ciência, órgão de divulgação científica da Universidade Federal do Ceará, tem papel chave nesse processo. Além de trabalhar diretamente com escolas públicas e privadas, a Seara da Ciência tem histórico em oferecer cursos de Astronomia, além de sessões de observação gratuitos e abertos à comunidade em seu novo observatório recém-inaugurado, o primeiro da UFC. Para maior visibilidade e projeção da revista, seria interessante, portanto, uma maior integração da Seara da Ciência com os departamentos de Física, associações de astrônomos amadores do Ceará, o Planetário Rubens de Azevedo e o Grupo de Estudo e Pesquisa em Astronomia e Cosmologia (Gepac), ligado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).

35


8 METODOLOGIA 8.1 Pesquisa Entre os meses de junho a agosto de 2013 foi realizada uma pesquisa de público alvo da revista, com o objetivo de traçar o perfil dos leitores interessados em consumir uma revista de divulgação científica da Astronomia para entender as demandas e necessidades de informação desse público. A primeira parte da pesquisa foi feita por meio de formulários on-line, em grupos de Facebook,voltados para discussão de Astronomia, por ser a forma mais viável encontrada de realizar uma pesquisa o mais abrangente possível, englobando pessoas de várias regiões do Brasil. Os critérios utilizados para a escolha dos crupos foi: 1) Grupos de Astronomia Brasileiros; 2) Regras e moderação do grupo; 3) Engajamento e nível das discussões dos membros nas postagens; 4) Número e diversidade de membros. Na pesquisa foram coletadas informações dos participantes, tais quais idade, sexo, e-mail, grau de instrução, ocupação, tipos de publicações que costumam consumir e com que frequência. Também foi perguntado na pesquisa que tipos de assuntos os entrevistados gostariam que fossem abordados em uma revista especializada em Astronomia. Foram coletadas as respostas de 100 voluntários, de idades entre 12 a 70 anos, e de várias ocupações diferentes, mostrando que o público amador de astronomia é bastante diverso. O mesmo questionário foi aplicado presencialmente para a turma de Astronomia do Curso de Férias da Seara da Ciência em julho de 2013. Os estudantes possuíam idade entre 16 a 18 anos de escolas públicas. 8.2 Perfis de leitores Além de nortear os assuntos abordados pela revista, a pesquisa permitiu traçar três perfis de leitores fictícios: Artur (13 anos), Bianca (17 anos) e Carlos (21 anos). Eles são uma representação de leitores, ou “leitores-modelo”, que vão orientar os textos dos jornalistas. Apesar do público leitor se concentrar essencialmente na faixa etária de 14-18 anos, correspondente aos níveis III e IV da prova, foi uma medida prudente avaliar os extremos dessa faixa para melhor adequar a linguagem da revista.

36


8.3 Construção da revista Com base nas leituras e reflexões teóricas de autores, junto da conclusão da pesquisa realizada, foi elaborado o primeiro rascunho do Manual de Redação da revista (que posteriormente se integrou ao manual gráfico e editorial da Quasar), o projeto editorial e o projeto gráfico. Posteriormente, viu-se a necessidade de entender com mais profundidade as necessidades de informação do público da revista e o conceito de “valor-notícia” demandados dos leitores de uma publicação de divulgação científica de Astronomia. Para isso, foi montado um Conselho de Leitores da Revista Quasar. 8.4 Conselho de leitores O Conselho de Leitores é uma forma democrática de eleger representantes da sociedade para qual se destina uma publicação que pretende ter relevância social, cultural, política ou científica. Diversos veículos de comunicação, como Folha de São Paulo, A Gazeta e Jornal O Povo, têm adotado um conselho de leitores para entender as necessidades de informação do público-alvo, bem como ouvir as críticas e opiniões sobre a abordagem das matérias, a fim de construir uma relação séria e responsável entre publicação e público. Geografica e culturalmente, o Brasil é privilegiado. Possuímos grande diversidade de pessoas nas várias regiões do país e, por isso, uma grande variedade de ideias que podem contribuir significativamente para essa área. Associações de astrônomos amadores são a faceta mais expressiva da Astronomia no Brasil, justamente por haver poucas faculdades de Astronomia. Dessa forma, foram convocados participantes e ex-participantes da OBA, astrônomos amadores, membros de associações astronômicas e de iniciativas ligadas a essa ciência para formar o grupo conselheiro. A vigência do conselho seria de um ano. Depois disso, novos membros seriam convocados para o conselho. O conselho possui caráter consultivo e deve funcionar de forma proativa e colaborativa sugerindo matérias, emitindo opiniões sobre notícias produzidas, sobre a revista como um todo, indicando fontes, etc. 8.4.1 Metodologia utilizada no Conselho Todo o contato com os membros do conselho foi realizado por e-mail. Foram convidadas pessoas estratégicas para o projeto, como o coordenador da OBA, professor João Canalle, o coordenador do planetério Rubens de Azevedo, Dermeval Carneiro, Émerson Maranhão, coordenador do Museu do Eclipse em Sobral e o 37


próprio Ulisses Capozzoli (ex-editor da Atronomy Brasil, mestre especializado em divulgação científica, mestre e doutor em ciências e editor da Scientific American Brasil), embora sua participação nas atividades do conselho tenha sido mínima, devido à sua apertada agenda. Também foram incluídos no conselho astrofotógrafos, participantes e ex-participantes da OBA, professores de física e Astronomia e historiadores. Para um melhor rendimento do Conselho, foram estabelecidos prazos para a apreciação do material e feedbacks. 8.5 Fases do projeto Inicialmente foi apresentado ao Conselho de Leitores o projeto gráfico e editorial da revista para o conhecimento de todos e pedidas sugestões de notícias e matérias a serem abordadas na edição zero da revista. Também foi sugerido aos membros que emitissem opiniões sinceras sobre o trabalho realizado até então. Na segunda fase, foram analisadas as sugestões de mudança no projeto e avaliadas as pautas sugeridas pelos conselheiros, segundo os seguintes critérios: Relevância, ineditismo, viabilidade, confiabilidade das fontes, amplitude da notícia. Na terceira fase, depois de determinadas os temas de cada seção, editora e repórteres voluntários se encontraram em reunião de pauta para apresentar e contextualizar o projeto da revista Quasar, as reflexões teóricas acerca do jornalismo científico e a conscientização sobre a importância da abordagem responsável da ciência nas matérias que iriam ser produzidas. Na quarta fase os textos produzidos foram recolhidos, previamente revisados, e inseridos da fôrma gráfica da revista. Na quinta fase, a revista completa foi enviada, em primeira mão, ao conselho. Nessa etapa os conselheiros tiveram quatro dias para a apreciação do material e emissão de opiniões sobre a qualidade textual e gráfica da revista, finalizando, assim, o processo. Os feedbacks foram unanimamente positivos, tendo sido a revista considerada “gostosa de ler”, “agradável visualmente”, “atraente”, “inovadora” e “diferente das revistas tradicionais” de Astronomia. Um dos retorno mais relevantes foi o relato do pedagogo e revisor do material da Quasar que considerou a revista “didática e acessível”. Também vale ressaltar o retorno positivo dos próprios colaboradores da revista, que são também colegas de profissão. Mesmo a Astronomia não fazendo parte do hall de interesses recorrentes de uma das repórteres voluntárias, ela considerou a publicação “sóbria”, “coerente” sem que o conteúdo subestime “a capacidade de entendimento do leitor”. 38


9 CONCLUSÃO Da concepção da revista Quasar, em 2004, até sua elaboração final para este projeto, correu um processo de 10 anos. Nessa década, os desafios foram muitos, tanto para o desenvolvimento das atividades aeroespaciais brasileiras e incentivos à Astronomia quanto para iniciativas de publicações sérias que aproximassem essa ciência do público, fazendo-lhe entender a importância da Astronomia para o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias do País. Embora bem intencionados, os esforços dos últimos seis anos da Universidade Federal do Ceará em contemplar disciplinas relacionadas à editoração, jornalismo de revistas e jornalismo especializado ainda deixam muito a desejar na grade de disciplinas ofertadas pelo curso. É necessário que haja uma maior atenção com a formação prática dos estudantes de Jornalismo que vão entrar nas redações. A técnica, é claro, se aprende em poucos meses de vivência diária em um jornal. A teoria e a conscientização política e social da prática jornalística, no que se refere ao jornalismo especializado, em especial o jornalismo científico, no entanto, não pode ser suprida por uma pesquisa apressada em navegadores da Internet. O Jornalismo Científico (assim como o Jornalismo de revistas e a disciplina de editoração) deve ser mais valorizado no espaço da Universidade que pretende formar profissionais de qualidade a atuarem no mercado. Afinal, se comunicar significa “partilhar, tornar comum”, que coisa poderia ser mais necessária para o desenvolvimento da nação do que partilhar e tornar comum o conhecimento técnico cientista e suas implicações sociais, econômicas e políticas? Também está na hora da universidade apostar mais em projetos de extensão que saiam dos muros acadêmicos e abram os portões para acolher a comunidade, refletindo um retorno mais do que necessário. Por isso, como forma de dar retorno a todos os agentes que me levaram a concluir o curso, pretendo doar este projeto para a Seara da Ciência da UFC e ao Curso de Jornalismo da UFC, na esperança de que a revista sirva de laboratório para a prática de Jornalismo Científico, ao mesmo tempo em que promova a interdisciplinaridade entre outros departamentos da universidade. Mas principalmente, que o projeto sirva de inspiração para as associações e grupos de astrônomos que, muitas vezes, puramente pela paixão que têm pelos astros, dedicam suas vidas a visualizar o futuro através das estrelas. 39


Anexo I 1. Revista Astronomy Brasil

2. Revista Macrocosmo.com

3. Revista Espaço Brasileiro

4. Revista ZodĂ­aco

40


4.1 Editorial da Revista ZodĂ­aco

41


5. Revista Astronova

42


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12 arquétipos para a construção de marcas com significado. Disponível em <http://holistikbrands.com/blog/arquetipos-para-a-construcao-de-marcas-comsignificado>. Acesso em fev. 2015. ABC da Bauhaus: a Bauhaus e a teoria do design. São Paulo, SP: Cosac Naify, 2008. 67,[5]p. AIREY, D. W. Design de logotipos que todos amam: um guia para criar identidades visuais. Rio de Janeiro, RJ: Alta Books, 2010. xi,202p. ALBERS, Josef; CAMARGO, Jefferson Luiz. A interação da cor. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes, 2009. 172 p. ALI, Fátima. A arte de editar revistas. Ed. Companhia Editora Nacional. 2009. São Paulo. AMBROSE, Gavin. Formato. Porto Alegre: Bookman, 2009. 175 p. AMBROSE, Gavin. Fundamentos de design criativo. Porto Alegre: Bookman, 2009. 175p. AMBROSE, Gavin. Impressão & acabamento. Porto Alegre: Bookman, 2009. 175 p. AMBROSE, Gavin. Layout. Porto Alegre: Bookman, 2009. 175,[1]p. AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Cor: s. a sensação produzida por raios de luz de diferentes comprimentos de onda, uma variedade particular desta / Gavin Ambrose, Paul Harris ; tradução: Francisco Araújo da Costa. Porto Alegre, RS: Bookman, 2009. 176 p. AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Grids. Porto Alegre, RS: Bookman, 2009. 176 p. AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Imagem. Porto Alegre: Bookman, 2009. 175 p. 43


ANDERSON, Cris. A Cauda Longa: do mercado de massa para o mercado de nicho. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. BARROS, Lilian Ried Miller. A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe. 3.ed. rev. São Paulo, SP: Senac São Paulo, 2009. 336 p CAPOZOLI, Ulisses. Jornalismo científico e alienação Social. Disponível em: <www.observatoriodaimprensa.com.br>. Acesso em: 13 mar. 2001. CLARK, Nick. Como combinar e escolher cores para o design gráfico. Barcelona [Espanha]: Gustavo Gili, 2006. 1v. (sem numeração) COLLARO, Antonio Celso. Projeto gráfico: teoria e prática da diagramação . 3. ed. rev. e ampliada . Sao Paulo: Summus, 1996. 173p. CORACINI, Maria Jose Rodrigues Faria. Um fazer persuasivo: o discurso subjetivo da ciência . Campinas, SP: Pontes; 1991. São Paulo: EDUC, 212p. CUNHA, Cíntia Cerqueira. Jornalismo Científico: compreensão e produção. Disponível em <http://www.museudavida.fiocruz.br/brasiliana/media/ dissertacao_cintiacerqueira.pdf>. Acesso em nov. 2014. ERBOLATO, Mario L. Jornalismo especializado: emissão de textos no jornalismo impresso . Sao Paulo: Atlas, 1981. 158p. FRANÇA, Fábio; FREITAS, Sidinéia Gomes. Manual da qualidade em projetos de comunicação. São Paulo: Pioneira, 2002. 258 p. FRASER, Tom. O guia completo da cor: livro essencial para a consciência das cores. 2. ed. São Paulo, SP: Ed. SENAC São Paulo, 2007. 224 p. GONÇALVES, Elizabeth Moraes. Divulgação científica da pesquisa brasileira: um diagnóstico da revista Scientific American Brasil. Disponível em <http://www.portalseer.ufba.br/index.php/contemporaneaposcom/article/ viewFile/3516/2570>. Acesso em nov. 2014. 44


HAGEN, Rebecca. GOLOMBISKY, Kim. Espaço em Branco não é Seu Inimigo: Guia de Comunicação Visual Para Iniciantes Em Design Gráfico. Ed. Elsevier – Campus. 2012. Rio de Janeiro. LIDWELL, William; HOLDEN, Kritina; BUTLER, Jill. Princípios universais do design: 125 maneiras de aprimorar a usabilidade, influenciar a percepção, aumentar o apelo e ensinar por meio do design. Porto Alegre, RS: Bookman, 2010. LÜBECK, Elisa. As novas tecnologias e a divulgação científica. Disponível em <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2002/congresso2002_ anais/2002_COMUNICACOES_LUBECK.pdf>. Acesso em jan. 2015. LUIZ, Olinda do carmo; AKERMAN, Marco. Jornalismo e comunicação da ciência. São Paulo: Mídia alternativa, 2004. 30 p. NÚÑEZ, Antonio. É melhor contar tudo: o poder da sedução das histórias no mundo empresarial e pessoal. Trad. Marylene Michael. São Paulo: Nobel, 2009. OLIVEIRA, Fabíola de. Jornalismo Científico. SP: Contexto, 2002. ORLANDI, Eni Pulcinelli,. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso . 2. ed. rev. e aum. Sao Paulo: Pontes, 1987. 276p. PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma critica a afirmacao do obvio . Campinas, SP: UNICAMP, 1995. 317p PEDROSA, Israel. O universo da cor. Rio de Janeiro, RJ: SENAC Nacional, 2003. 153 p. PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Guia para a edição jornalística. Petrópolis, RJ: Vozes, c2006. 198 p. PINHO, J.B. Comunicação em marketing: princípios da comunicação mercadológica. 6.ed. Campinas, SP: Papirus, 2002. 287p. 45


RAIMES, Jonathan; BHASKARAN, Lakshmi. Design retrô: 100 anos de design gráfico. São Paulo: Senac São Paulo, 2007. 175 p RONCARELLI, Sarah; ELLICOTT, Candace. Design de embalagem: 100 fundamentos de projeto e aplicação. São Paulo : Blucher, 2010 SAMARA, Timothy. Evolução do design: da teoria à prática : [guia de princípios básicos do design aplicados a projetos contemporâneos]. [Porto Alegre, RS]: [Bookman], [2010]. 272p SAMARA, Timothy. Grid: construção e desconstrução ; escrito, compilado e projetado por Timothy Samara ; tradução Denise Bottmann. São Paulo, SP: Cosac Naify, 2007. 207p. SAMARA, Timothy. Guia de design editorial: manual prático para o design de publicações. [Porto Alegre, RS]: Bookman, 2011. 239p. SCALZO, Marília. Jornalismo de revista. 4ª Ed. São Paulo: Contexto, 2011. SILVEIRA, Ada Cristina Machado da. Divulgação científica e tecnologias de informação e comunicação. Santa Maria, RS: FACOS-UFSM, 2003. 256p. SPIEKERMANN, Erik. A linguagem invisível da tipografia: escolher, combinar e expressar com tipos. [São Paulo, SP]: [Blucher], [2011]. 191p. VILAS BOAS, Sergio. O estilo magazine: o texto em revista . Sao Paulo: Summus, c1996. 129p VILLAS-BOAS, André. Produção gráfica para designers. 3. ed., rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro, RJ: 2AB, 2010. 191 p ZEEGEN, Lawrence; CRUSH (FIRMA). Fundamentos de ilustração: como gerar ideias, interpretar briefings e se promover : uma exploração dos aspectos práticos, filosóficos e profissionais do mundo da ilustração digital e analógica. Porto Alegre, RS: Bookman, 2009. 176 p. 46



48


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.