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Camila Farani

ENTREVISTA

CAMILA FARANI EMPRESÁRIA

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DIVULGAÇÃO virar investidora, eu não via outras mulheres na área. Hoje, representamos cerca de 7% a 12% do total. A representatividade é importante, pois ter um exemplo de sucesso faz toda a diferença para mostrar que, sim, o seu sonho é possível. Até hoje, vivo cada dia com o mesmo lema: desistir não é opção. Se não abrem espaço para a gente, precisamos ter a coragem de ocupá-lo mesmo assim.

Diálogo: Quais os maiores desafios do início e como eles te fortaleceram?

Camila: Pessoalmente, nunca fui uma pessoa de me deixar abater nos momentos de dificuldade. Já duvidei da minha capacidade (algo que acontece com muita gente), mas, me motivo por desafios. Já encontrei empreendedores que nem cogitam tirar a ideia do papel simplesmente por medo de fracassar. Esquecemos que o erro é natural do ser humano. A cada erro, vem um novo conhecimento. É nesse sentido que costumo dizer às lideranças do meu ecossistema que é fundamental pensar na gestão com um olhar de crescimento, aprendizagem e resiliência, sempre atento à inclusão. É um aprendizado constante.

Diálogo: Sobre a plataforma “Ela Vence”, como surgiu a ideia e como se dá a atuação da ferramenta?

Camila: A representatividade feminina no empreendedorismo vem evoluindo bastante nos últimos anos. Um estudo do Sebrae diz que, hoje, as mulheres representam 24 milhões de empreendedoras no país, um pouco menos do que os homens — eles somam 25,4 milhões. Porém, só porque elas se fizeram presentes não quer dizer que os diferentes gêneros percorrem caminhos igualitários. Mulheres ainda enfrentam muitas dores ao empreender. Sofrem principalmente com falta de referências femininas, redes de apoio, capacitação e fortalecimento dos argumentos para negociação. Tudo isso leva a um ecossistema onde há menos oportunidades. Foi por isso que criei o Ela Vence, um hub de conteúdo para o desenvolvimento de lideranças femininas. Queremos estar perto, apoiando as empreendedoras e também nos unindo a outros hubs para, juntas, ganharmos força a partir das conexões criadas, e impactarmos mais mulheres.

“O CAMINHO MAIS RÁPIDO ENTRE A IDEIA E OS RESULTADOS SE CHAMA EXECUÇÃO”. A frase do livro de Camila Farani diz muito sobre a empreendedora, que tem seu nome associado a 40 investimentos , que movimentam R$ 3,7 bilhões por ano. Presidente da G2 Capital, ela integra conselhos de empresas como PicPay, Tem Saúde e NuvemShop. Ainda encontra tempo para fazer palestra e ser investidora-anjo do ecossistema de inovação startup-awards.

Empreender, educar e investir são os trinômios de sua vida atual. E a experiência é dividida com outras mulheres na plataforma para o desenvolvimento de lideranças "Ela Vence". Recentemente, Camila recebeu da Alerj a Medalha Tiradentes e contou para a Diálogo os desafios que venceu nesse caminho para o sucesso.

Diálogo: Como foi o início da sua trajetória?

Camila Farani: Comecei minha jornada por necessidade. Minha mãe decidiu usar quase todo o dinheiro que tinha para abrir um negócio e sustentar a nossa família. Nem ela, nem eu, sabíamos direito o que de fato era necessário para administrar uma empresa. Mas, ainda assim, nasceu o Tabaco Café — e precisávamos fazer com que ele vigorasse. Foi daí que tirei um dos mais importantes aprendizados da minha vida, que é não ter medo de errar. Nesse meio, é preciso olhar para os nossos esforços com gentileza, aprendendo com os erros e celebrando toda e qualquer vitória, por menor que ela seja.

Diálogo: Como foi adentrar em um mercado que é dominado por homens?

Camila: Não tem como negar que é, sim, desafiador. Quando eu decidi

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