Como criar roteiros de estudos personalizados

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Como criar

Roteiros de Estudos Personalizados Caminhos para a construção de sentidos

ALEXSANDRO SUNAGA


Vamos passear?

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Conheça seus estudantes

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Escolha o destino

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Valorize o caminho

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O tempo e o custo

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O mapa da viagem

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Divirta-se!

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ReferĂŞncias

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Sobre o autor

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Como criar roteiros de estudos personalizados


Quando vamos a uma agência de viagens, uma das primeiras perguntas do agente é aonde gostaríamos de ir, parece óbvio, não é mesmo? Por quê essa mesma curiosidade não acontece em nossa sala de aula? Quando

adultos,

exercemos

nossa

autonomia para planejarmos os caminhos que vamos tomar para realizarmos nossos sonhos e sanar nossas necessidades. Quando crianças, porém, somos tolidos com frequência e nossa curiosidade vai aos poucos diminuindo, assim como nosso desejo de aprender e aventurar-se. Certamente a maioria das vezes que um adulto nos proibiu de mexermos em algo foi para a nossa própria segurança. Porém o modo como foi dito nem sempre foi amigável ou seguido de uma explicação cogniscível. No caso do agente de viagens, ele já possui um esboço de roteiro no qual estão equilibradas segurança e qualidade, basta adaptá-lo às características de seus clientes. Pode-se assim aumentar as chances de uma viagem de sucesso na qual todos vivenciam momentos felizes visitando lugares incríveis. Como

professores,

podemos

também

trabalhar como agentes de viagens em nossas aulas, adaptando nosso roteiro predefinido de acordo com as caraterísticas e necesidades de nossos alunos. As crianças são naturalmente curiosas e inquietas, vívidas para explorar e conhecer. Quando adultas, muitas vezes também percebem-se motivadas quando estão interessadas por algo novo e passam a direcionar suas ações para conhecer mais e sanar sua curiosidade. Com é possível despertar esse interesse em nossos alunos e direcioná-los nesta viagem ao conhecimento? “Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando” (Freire, 2007)

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Conheça seus estudantes Os tipos de avaliação mais comuns

No início de cada ano é muito frequente o uso de avaliações diagnósticas para verificar as habilidades dos seus estudantes. Os professores preparam uma prova com questões de nível básico, médio e

Diagnóstica

alto, muitas vezes baseadas nos conteúdos abordados no ano anterior.

Acontece no início do ciclo letivo, não vale

Ao corrigir estas provas, os professores muitas vezes percebem que

nota, mas serve para detectar deficiências

precisam retomar alguns pontos, pois muitos alunos da turma

e planejar atividades futuras.

apresentaram dificuldades. O próximo passo do professsor é a elaboração de aulas de revisão que retomam estes pontos com

Formativa Acontece durante ou após as atividades didáticas, normalmente não vale nota,

dificuldades e a partir daí as aulas normais acontecem. O problema desta abordagem é que ela não respeita os alunos

mas serve para verificar se os alunos

que demonstraram domínio sobre aqueles tópicos. Para eles, a aula de

atingiram algum objetivo pedagógico. Ex:

revisão não permitiu um avanço em seus conhecimentos.

Tarefa de casa, elaboração de um texto sobre o que aprendeu com um filme, etc.

Somativa Acontece após um conjunto de atividades didáticas, vale uma nota que é utilizada

Uma abordagem mais adequada seria a elaboração de atividades diferenciadas aos estudantes de acordo com o resultado da avaliação diagnóstica. Outra sugestão é organizar grupos de estudos, nos quais os alunos que demonstaram sufiência nos temas são os tutores responsáveis por ajudar os alunos com dificuldades.

como instrumento de aprovação ou não do aluno junto aos órgãos educacionais.

“Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender” (Freire, 2007)

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Escolha o destino A Base Nacional Comum Curricular é um documento elaborado pelo MEC em parceria com representantes das secretarias de educação de todos os estados, com as aprendizagens esenciais requeridas a todos os alunos ao longo da educação básica. Ela destaca 10 competências gerais que ao serem estimuladas nos alunos, contribuirão para a formação de uma sociedade mais justa e voltada à preservação da natureza. Este documento tem mobilizado entidades e educadores de todo o país para a reelaboração dos currículos de suas escolas voltados ao desenvolvimento destas competências gradualmente desde o início da vida escolar do aluno. Os currículos de cada estado e município podem ser adaptados de acordo com suas características regionais, porém, o núcleo deve ser obrigatoriamente comum. A BNCC estabelece o que deve ser aprendido ano a ano, porém ela não especifica como se dará a aprendizagem. Sendo assim, vemos que mais importante que o currículo escolar são os princípios que levaram à sua elaboração. Muitas vezes o professor não tem noção do porque se ensina tal conteúdo e assim não avalia adequadamente se sua finalidade foi atingida. Ao conhecer bem estes princípios, também fica mais fácil elaborar atividades didáticas que focam no desenvolvimento de habilidades e competências e não em avançar no conteúdo curricular pura e simplesmente.

Dimensões e Desenvolvimento das Competências Gerais da BNCC

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Va l o r i ze o c a m i n h o Quando eu saio de férias seguindo um roteiro de viagens, não estou interessado somente em chegar ao destino final, mas vivenciar cada etapa da aventura, conhecendo

lugares

e

pessoas,

cultura,

história,

gastronomia, etc. Assim também é a aprendizagem. Não estou interessado somente em atingir um objetivo final, mas alcançá-lo valorizando

múltiplos objetivos e suas

interações. Assim como existem diversas formas de aprender, também há diversas formas de ensinar. Como professor devo libertar-me do simples uso do giz e da louza e explorar métodos mais eficazes de ensino. Quando o aluno passa a ser elemento ativo em nossas aulas, ganhamos tempo para dedicar-se aos alunos com mais dificuldades, enquanto os outros estão se desenvolvendo cada um em seu próprio ritmo. Diferenciar os métodos de ensino é respeitar os Na aprendizagem mão na massa os alunos desenvolvem seus

métodos de aprender de seus alunos.

conhecimentos através da elaboração de projetos colaborativos que requerem a criatividade, habilidades sociais, manuais, estéticas…

O pensamento adaptativo

leitura

Ensino tradicional

Metodologias ativas

Geralmente é composto por aulas expositivas,

As metodologias ativas de aprendizagens

de

textos,

e

consideram a diversidade das formas de aprender e

de

colocam o aluno no centro do processo. O professor

experiementos. O aluno é um elemento passivo que

passa a ser um tutor, facilitador, curador de

atesta a aquisição de informações através de

conteúdos. Atuando como um designer educacional, o

exercícios e provas no final dos ciclos.

professor

demonstração

de

visualização fenômenos

de

vídeos

através

elabora

e

promove

atividades

que

desenvolvem nos alunos a autonomia necessária para se tornar o ser o responsável pela construção do seu conhecimento.

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Assim como há liberdade para a elaboração dos

Ensino Híbrido

currículos na BNCC, o professor também tem liberdade para preparar atividades que abordem os conteúdos curriculares

e

promovam

habilidades

desejadas.

as

Cabe

competências a

cada

e

professor

estabelecer as melhores estratégias de acordo com seu

Design Thinking

Problem a-tização

tempo e recursos disponíveis. A aplicação de certos métodos envolvem

Metodologias ativas

necessariamente certos recursos. Por exemplo, para a aplicação eficaz do ensino híbrido, os alunos precisam ter acesso à internet de alguma forma, seja na escola através de qualquer dispositivo ou em casa. Esta disponilidade pode habilitar ou não o uso de certos

Mão na massa

Projeto s

modelos deste método. A aprendizagem baseada em projetos também

Times

pode ser facilitada com o uso de tecnologias da informação e comunicação, visto que é necessário realizar pesquisas online que enriquecerão a qualidade e aplicabilidade do produto final.

Exemplos de metodologias ativas

Porém, muitos professores deixam de inovar devido ao tempo para capacitação e preparo das aula, mas será que é este mesmo o problema?

O tempo e o custo A evolução da sociedade está atrelada à evolução tecnológica. Através do aprimoramento de técnicas e dispositivos pode-se economizar tempo e dinheiro. Como exemplo, o deslocamento de pessoas e objetos são mais rápidos, a comunicação entre pessoas e computadores é instantânea e a baixo custo através do telefone ou internet, a automação das fábricas permite o funcionamento contínuo e eficaz das linhas de produção com economia de energia, mão de obra e tempo. Nas escolas o surgimento dos livros permitiu a aprendizagem sem a presença do professor, a impressão de provas e listas de exercícios economizou tempo de escrita em lousa e cópia dos alunos, o uso da TV permitiu a gravação de aulas e sua retransmissão a milhares de estudantes. A internet, por sua vez, nos permite gerenciar a aprendizagem através da distribuição de conteúdos próprios ou de outras fontes, realizar avaliações, comunicações, promoção de trabalhos em grupo, demonstração de experimentos, jogos, etc. Certamente que leva-se algum tempo para que as novidades tecnológicas sejam adotadas pelas escolas. Em geral elas são introduzidas inicialmente por professores inovadores que buscam sempre o aprimoramento de sua prática. A partir deles outros são inspirados e convencidos de suas vantagens.

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O Mapa da viagem Todo roteiro de viagem é acompanhado por mapas que destacam os pontos mais importantes. Eles alimentam nossas expectativas e diminuem as chances de nos desviarmos e perdermos tempo. No caso da educação, temos os chamados

MAPAS MENTAL E CONCEITUAL No mapa mental pode-se fazer relação entre diferentes tipos de objetos, já no mapa conceitual faz-se relação somente entre conceitos.

mapas conceituais, que são diagramas indicando a relação entre conceitos. Seu uso correto ajuda a estruturar o pensamento, pois permite mostrar como o conhecimento sobre determinado assunto está organizado dentro da estrutura de pensamento do autor do mapa. David Ausubel (Ausubel, 2003) , um psicólogo da educação americano, destacou que o conhecimento é composto por conceitos organizados hierarquicamente. Assim, para que a aprendizagem seja significativa e correta, é importante que esta estrutura seja bem planejada e assimilada pelo professor e pelo aluno. Seu início deve sempre basear-se nos conhecimentos prévios dos alunos, segue-se então com uma seleção dos conceitos relacionados a um tema principal. Cada conceito pode também estar relacionado a mais de um conceito o número de interrelações demonstra a familiaridade do professor com o tema.

Construindo mapas conceituais com alunos Forneça um conjunto de conceitos chave que são fundamentais para compreender um tema principal. Peça aos estudantes que construam um mapa conceitual formando relações entre eles e acrescentem conceitos adicionais relevantes. Com esta atividade os alunos podem perceber suas relações e engajar-se melhor na sua aprendizagem, pois seu sentido estará mais claro.

Mapas conceituais com o Lucidchart

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Divirta-se! Agora que está tudo muito bem planejado, resta-nos embarcar e seguir para esta grande aventura! Siga junto com seus alunos vibrando a cada novidade e parabenizando-os pelas conquistas. O melhor método de ensino é aquele no qual aprendemos juntos com nossos alunos. A cada momento em que nos relacionamos com pessoas e objetos somos transformados, ou seja, somos novos professores a cada aula que ministramos e eles são novos alunos. Se conhecemos bem o caminho que vamos trilhar, saberemos melhor o tipo de pessoas que queremos ser. Podemos assim melhorar a sociedade influenciando positivamente a vida de nossos alunos e ensinandoos a alcançar seus sonhos traçando os melhores caminhos.

Como construir caminhos de aprendizagem

Os pontos de inflexão da educação

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Referências

AUSUBEL, D.P. (2003). Aquisição e Retenção de Conhecimentos: Uma Perspectiva Cognitiva. Lisboa: Plátano Edições Técnicas. DAVIES, Dan et al. Creative learning environments in education—A systematic literature review. Thinking Skills and Creativity, v. 8, p. 80-91, 2013. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35ª. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. TAVARES, Romero. Construindo mapas conceituais. Ciências & Cognição, v. 12, p. 72-85, 2007.

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Sobre o autor

Alexsandro Sunaga Autor e formador de professores na área de Metodologias Ativas. Trabalha como consultor em inovação tecnológica do Colégio Objetivo, professor de Matemática na ESAMC, de jogos no Colégio Objetivo de Sorocaba e robótica no Colégio Progresso de Campinas. Co-autor do livro Ensino Híbrido: Personalização e tecnologia na educação. Autor de cursos online de formação de professores na UDEMY.

Facebook: https://www.facebook.com/alesunaga/ Site pessoal: https://www.alexsandrosunaga.com/ Cursos online: https://www.udemy.com/user/alexsandrosunaga/

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