Manual do professor - A Pequena Gilda no Museu

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• Manu a l Di g i ta l do Profe ssor •

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Manual do professor O professor-mediador é uma figura fundamental, sobretudo nos primeiros anos de contato com a leitura, porque multiplica as chances de letramento, amplia a capacidade de compreensão dos textos e compartilha com seus alunos a paixão pelas leituras, abrindo espaço para a autonomia futura, o protagonismo e a interação entre crianças e livros. Recursos de apoio são bem-vindos quando se pautam na expansão de conhecimentos, motivação interpessoal e elaboração de rotinas pedagógicas adequadas às diversidades nacionais. O Manual do Professor correlaciona tais argumentos às obras literárias, destaca gêneros e temáticas, organiza propostas, atividades e orientações capazes de potencializar habilidades e competências, assim como de suprir dificuldades detectadas.


Sumário

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Síntese da obra

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Sobre os autores

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Adequação e desenvolvimento de competências

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Temática

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Como utilizar em sala de aula A pequena Gilda no museu

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Orientações para a aula de língua portuguesa

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Atividades propostas #1

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Atividades propostas #2

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Atividades propostas #3

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Atividades propostas #4

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Atividade interdisciplinar

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Interlocuções 5


Síntese da obra Todos os dias, no caminho para a escola, uma grande construção provoca a admiração da pequena Gilda, uma menina bastante curiosa e perguntadeira que, no passado, ganhou algo especial em amostra de diversidade e beleza da arte brasileira. No enredo do livro, os espaços que servem de cenário à ação são ora familiares, íntimos – entre Gilda, o pai e a memória da mãe –, ora urbanos, abrangentes e de convivência coletiva. A visita ao museu faz um convite à interação, a experiências novas, a temas sociais expressivos... Também coloca em jogo o respeito a crenças e tradições, a apreciação pela inventividade artística, a aventura por imagens, formas, cores, estruturas, movimentos, relatos históricos e danças. Trata-se de uma narrativa sensível, comovente, entusiasta à arte e culturalmente rica por seus passeios a tantos “jeitos de ser e se expressar” no mundo.

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Sobre os autores Flávia Azevedo, a escritora dessa história, atua como curadora independente e é certificada em Art Business pela New York University (NYU). A ideia do livro nasceu, sobretudo, de sua paixão entusiasta pela arte brasileira e de seu trabalho na organização de exposições artísticas. Participa de grupos de estudo relacionados à arte e atualmente sua pesquisa abrange a poética da arte popular brasileira.

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Bruno Nunes se inspirou em sua própria vontade de descobrir o universo da arte para criar e ilustrar a pequena Gilda. Formado pela Escola de Design de Minas Gerais, trabalha no estúdio Caixa Amarela, desenvolvendo projetos editoriais, fachadas e briefings especiais. É músico na banda Constantina.

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Adequação e desenvolvimento de competências

▶ Ativa interesses cognitivos, comunicativos e sociais no processo de leitura. ▶ Ilustra relações e experiências interpessoais, o que é positivo para o diálogo e reflexão.

Ensino Fundamental 1

▶ Estimula a apreciação estética e tem potencial atrativo para provocar a aproximação leitora.

Competências gerais: exercitar a curiosidade no ato de leitura; elaborar hipóteses; expressar-se e partilhar sentimentos; produzir sentidos que tragam entendimento mútuo; desenvolver a apre-

▶ Cria identificação por meio de suas abordagens sensíveis, práticas e cotidianas. ▶ Estimula a imaginação e a criatividade.

ciação estética com consciência crítica. O livro A pequena Gilda no museu: ▶ Abre a percepção de que podemos ser artistas nas mais variadas circunstâncias. ▶ Vale-se da dinamicidade narrativa verbo-visual para motivar a apreciação leitora. ▶ Contextualiza a partir de situações cotidianas: relações familiares, perdas e motivações pessoais. 10


TEMÁTICA Temas abordados: Autoconhecimento, sentimento e emoções • Família, amigos e escola • O mundo natural e social • Encontros com a diferença Temas transversais: perda, saudade, apreciação estética, receptividade, conhecimento do mundo, espaços de convivência lúdicos, relações interpessoais, interação multicultural e a importância dos combinados. Os temas propiciam alcance à diversidade, ao que é diferente e diferenciado; de forma contextual, as obras tocam na questão da conjuntura social brasileira (eventos interligados que afetam a imagem do país). Por isso, a obra instiga também diálogos com a história (movimentos e expressões da arte brasileira).

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Gênero: narrativo Nesta obra o uso estético da linguagem escrita é marcado pela presença de narrador, tempo, espaço, enredo e personagens.

Subcategoria do gênero: conto Narrativa de ficção, em prosa, com número restrito de personagens, estruturada em começo, meio e fim. A pequena Gilda no museu revela uma história que combina elementos realísticos e fantasia, a partir de um núcleo centrado em um relato referente a determinado acontecimento. 12


Como utilizar em sala de aula A PEQUENA GILDA NO MUSEU

Desenvolvimento da imaginação e expressão Gilda se depara com obras belas, mirabolantes e com muitos outros tipos de arte (pintura, escultura, fotografia, vídeo, ins-

Formação humana – iniciação mediada pelo professor

talação). Diante do quadro de Guignard, a menina se sente leve e desembaraçada de seus conflitos, como num voo.

Leitura da obra observando conflitos e resoluções intra e interpessoais.

Atividade: Fechar os olhos e imaginar algo que propicie

Gilda, a protagonista da história, descobre na visita pelo

ou inicie uma sensação de bem-estar, alívio ou liberdade. Per-

museu um “cuidador”, figura do curador do museu. Nele encon-

manecer assim alguns minutos. Deixar à disposição dos alunos

tra companhia, o que a tira da solidão momentânea. Ao lado do

papel, lápis de colorir, tesoura, cola, imagens para recorte, giz,

Sr. Manoel, pelos corredores do grande museu, a pequena Gilda

massinha, blocos. Representar por meio da linguagem gráfica,

sente bem-estar, empatia e se alegra.

sonora, tridimensional ou multimodal o que pode provocar em você a sensação de leveza e liberdade. Apresentar.

Atividade: Exercitar oralmente a empatia no grupo, promovendo um diálogo acerca do que apreenderam sobre arte brasileira. Gerar espaço para a fala e opinião do outro.

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Orientaçoes para a aula de língua portuguesa Antes da leitura Enriquecer a chegada dessa leitura com a seguinte proposta: Vocês já ouviram falar em arte brincante ou em instalação de arte? Sabem que existe arte com a qual podemos interagir? Mexer, brincar, reconstruir. ▶ Será que podemos dar (nova) vida a uma obra? Ou descobrir versões possíveis a partir de algo original? Que tal trocar o papel de mero espectador da arte para o de agente? Mediar conhecimento acerca de nuances da arte contemplativa e da arte que afeta comportamentos. Usando a internet, apresentar aos alunos, por exemplo, a exposição A Experiência da Arte (Sesc Santo André, 2015), tematizando abordagens e estratégias de alcance ao público. Instigar curiosidade pela arte interativa. ▶ Exemplificar com Bichos e Parangolés, respectivamente de Ligia Clark e Helio Oiticica. Descrever “vanguarda brasileira” no campo das Artes, 14


situando-se no livro. A obra se confunde com o espectador que,

da internet, importantes espaços culturais do Brasil, como o MASP

antes, tão só observava a obra de arte; pois agora a veste, bambo-

(Museu de Arte de São Paulo) e o Museu do Amanhã, no Rio de Ja-

leia, dobra, diverte-se com cores e texturas!

neiro.

▶ Destacar alguns artistas, movimentos e tipos de arte (escultura, pintura, desenho, colagem, instalação etc.) referentes a ações inventivas brasileiras que nos ensinam sobre a cultura, a diversidade e a vida. Dialogar.

Trabalhar com os alunos o conceito de “arte para todos”, ou seja, para além de um círculo de iniciados. Criar um momento de interação com a turma, de modo a mediar observações e contribuições dos alunos sobre o apreen-

Objetivo: Preparar a sensibilidade das crianças para as pro-

dido, percebendo identificações e estranhamentos diante das

vocações do livro no que tange à abordagem “dar vida à obra”.

obras de arte. Diálogo: Mostrar aos alunos imagens dos bonecos

Apresentação de obras lúdicas associadas a movimentos artís-

de Olinda (tradição e arte popular). Diante da diversidade brasi-

ticos brasileiros. Interagir com as ideias e questões dos alunos,

leira, pedir que comentem oralmente: “existe arte para todos?”.

de modo a motivar o saber, o refletir, o aplicar e o imaginar.

Atividade coletiva e oral: Descrever o que é inclusor e abrangente, bem como o que é exclusor e para poucos. Motivar novas leituras na classe que apresentem, em linguagem acessível à fai-

Após a leitura

xa etária, acessibilidade a outros universos (artísticos, sociais, culturais) de recepção estética e apreensão coletiva.

Propor a visita a um museu ou espaço de arte. Se sua cidade não tiver museus ou galerias, apresentar aos alunos, por meio 15


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Atividades propostas #1 Artes Desenvolvendo habilidades e conhecimentos compartilhados: formar grupos na classe representando povos indĂ­genas brasileiros; pintar/desenhar no colega padronagens (grafismos indĂ­genas) simbĂłlicas Ă s culturas. Exemplos:

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Atividades propostas #2 Português Ampliar o conhecimento sobre a origem das palavras e seus desdobramentos de uso socioculturais. Abordagem: listar palavras e significados – mingau (comida que gruda); pororoca (estrondo); tamanduá (caçador de formigas) etc. Objetivo: descrever sentidos e contextualizações por trás de conteúdos/vocábulos originalmente indígenas e a adaptação associativa ou relacional dos mesmos à Língua Portuguesa.

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Atividades propostas #3 Matemática 1. Formular junto aos alunos, com base na Etnomatemática, uma reflexão sobre o ensino da geometria básica e a geometria das pinturas corporais indígenas. Objetivo: refletir o conhecimento aplicado e usar as próprias habilidades para criar padrões esteticamente atrativos. Motivar os alunos a utilizarem suas habilidades mentais, cognitivas e motoras. Identificar o nível de conhecimento dos alunos sobre os conceitos de ponto, reta, plano, ângulos, polígonos e circunferências. Pedir que comentem que decisões tomaram para chegar a tais padrões de cor, forma e desenho ou pintura.

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2. Compreender a utilização das formas geométricas na apresentação visual das obras. A partir do livro A pequena Gilda no museu, estimular a capacidade de raciocinar um conhecimento aplicado (matemática - simetria e noção de perspectiva – e arte). Atividade: habilitar-se, por exemplo, a decompor imagens – como as de Alfredo Volpi – em semicírculos e triângulos. Operar o conhecimento em noções básicas de (sub)divisão do espaço (todo e partes). Após apreciação das obras de Lygia Clark, usar desenhos de origami em figuras planas para demonstrar o efeito de uma montagem em dobradura tridimensional. Atividade: aplicar o saber adquirido na construção de objetos (simples) tridimensionais.

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Atividades propostas #4 História e Geografia Portinari pintou importantes temas sociais. Retratou a fome, a seca, a miséria, o êxodo. O artista também registrou reminiscências da infância. Atividade: Escolha um dos quadros de Portinari no livro A pequena Gilda no museu. Desenhe uma cena que tenha relação com a sua interpretação da obra de Portinari.

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Atividades interdisciplinares

▶ Observar na arte indígena o uso de cores (neutras e vibrantes), o uso de formas geométricas e de adereços. Desenhar algumas padronagens com os alunos.

Repertório cultural: grafismo indígena

▶ Uma das formas de pintar a face e o corpo inclui o uso de corantes naturais. Os índios aprenderam a usar jenipapo, barro,

Objetivo: Valorizar aspectos socioculturais do nosso povo

pó de carvão e urucum, dentre outros recursos. A pintura ca-

e nação. Observar formas de expressão e identidade em corres-

racterística serve para rituais, festejos, para diferenciar as tribos,

pondências e contrastes.

determinar a função de cada um na aldeia e até para mostrar o estado civil. Como expressão cultural, é uma manifestação que

▶ Mapear, nos primórdios, a presença indígena na costa

revela sentidos, simbologia e práticas sociais.

brasileira. Observar as regiões geográficas e nomear os povos. Desenhar, ilustrar livremente o aprendizado. ▶ Organizar alguns agrupamentos: povo indígena e expressão sociocultural (artesanato, grafismo e tradições – por exemplo, cerâmica Tupi-guarani, plumárias Karajá, máscaras Tikuna, adereços Kisêdjê, pinturas corporais indígenas variadas e seus signi-

Que tal descobrir uma cor misturando água a algum elemento da natureza?

ficados etc.). Aprender a identificar no território brasileiro traços da arte indígena, de modo a aumentar o repertório cultural. 22


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Interlocuçoes Moda: uma história para crianças, de Kátia Canton e Luciana Schiller, apresenta ao leitor momentos históricos representativos que nos levam a compreender os avanços criativos desde as primeiras peças em tecido até os precursores da alta-costura. Em estrutura harmônica, moderna e atrativa, a obra integra à sua narrativa o universo da arte, revelando curiosidades e detalhes que envolvem a criação de modelos famosos, grandes costureiros e estilistas. Um belo passeio e convite: tudo bem costurado num livro criativamente ilustrado.

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Autora deste manual: Ana Paula Mathias de Paiva Doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Projeto gráfico: Thiago Amormino Supervisão: Jéssica Tolentino Coordenação-geral: Rosana de Mont'Alverne Neto

Praça Comendador Negrão de Lima, 81 D – Floresta CEP 31015 310 – Belo Horizonte – MG | Brasil Tel: +55 31 3296 7903 www.aletria.com.br


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