Ano XXIV – N° 1.432 JORNAL DA COMUNIDADE BRASÍLIA, 23 A 29 DE JULHO DE 2016
Reforma trabalhista vai para o Congresso O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que o governo Temer vai encaminhar ao Congresso Nacional, até o fim do ano, proposta de reforma trabalhista e de terceirização. A5
Candidatos já sabem quanto poderão gastar
Brasil é homofóbico para 70% dos internautas
O TSE divulgou os limites de gastos de campanha para candidatos a prefeito e a vereador este ano. A4
Mas os mesmos 70% não se consideram homofóbicos, apontando que é um problema dos outros. A6
Prisão de grileiros aumenta 94% Para combater as ocupações irregulares em Brasília e conter a ação dos grileiros, a polícia endureceu com os invasores e 109 pessoas suspeitas de parcelamento clandestino de terras foram detidas. A3
Gabriel Jabour/Agência Brasília
OPINIÃO A2 RICARDO CALLADO
A saúde pública e a disputa política
MARCO ANTONIO PONTES Terrorismo, racismo ... só a pau!
ARTIGO
Reprodução da Internet
Terrorismo à brasileira
PAÍS PRODUZ PARA 204 MILHÕES, MAS AINDA HÁ FOME O desperdício ainda faz com que 7,2 milhões de pessoas sejam afetadas pelo problema da fome no país. A7
Cresce número de crimes contra o patrimônio Foram 189 registros a mais do que no mesmo período de 2015. O número de estupros também aumentou. A3
MAIS DA METADE ESTÁ SEM O LICENCIAMENTO Faltam menos de três meses para o início da cobrança do licenciamento de 2016, e apenas 46,6% dos veículos em Brasília estão licenciados. Quem for apanhado sem o documento pagará multa gravíssima e terá sete pontos na carteira. A3
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Caderno A
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Opinião
A saúde pública e a disputa política Por Ricardo Callado
Reclamações e irregularidades na saúde pública do Distrito Federal são recorrentes. O atual e governos anteriores têm na saúde um dos principais calos. Podemos dividir o assunto em três vertentes: disputa política e sindical, disputa empresarial, e má gestão. Foi assim ontem e está sendo assim hoje. A atual crise tem um pano de fundo político. Mas não deixa de ser uma oportunidade de colocar a saúde pública nos eixos, no caminho que o setor merece. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde é, sim, um palco onde se atacam mutuamente oposição e governo e representa uma oportunidade para se iniciar um debate sério. Não se pode desmoralizar uma CPI. É preciso, apenas, separar o midiático do que realmente merece ser discutido e investigado. Essa é a sua função. A CPI é um instrumento institucional presente no Poder Legislativo desde a Constituição de 1934. Através dela, parlamentares agem em nome da respectiva instituição, investigando e fiscalizando a gestão do bem público, e tomando as medidas necessárias para punição dos culpados, caso algo esteja realmente errado. Fala-se em pagamento de propina na saúde, e não é de hoje. O vice-governador Renato Santana disse que sim. A presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde, Marli Rodrigues, afirma o mesmo. O ex-secretário Fábio Gondim também cita a prática usando outros termos. O Judiciário precisa ser acionado. Basta uma simples pesquisa ou consulta no Tribunal de Justiça do Distrito Federal para ver a quantidade de processos sobre irregularidade na Secretaria de Saúde, e em muitos governos. O ex-governador Agnelo Queiroz (PT), por exemplo, se enrolou em vários casos. Empresas terceirizadas se perpetuam nos serviços prestados ao setor, mesmo com mudanças de governos. São interesses poderosos e milionários. Sindicalistas e gestores se misturam na administração da área, cada um favorecendo o seu lado. É um saco de gatos e é preciso passar isso a limpo, cada um respondendo pela a sua responsabilidade. Se o caso veio à tona nesse momento, foi devido a uma disputa política forte. A eterna briga pelo poder ou por interesses contrariados. O Palácio do Buriti decidiu bancar uma guerra com a Câmara Legislativa desde os primeiros dias de governo. O governo tomou posse e comprou a ideia burra de não fazer política, de se enclausurar e tratar a Câmara como se fosse o que de pior existe. Não foi uma boa estratégia. A estratégia da discórdia é sempre a pior escolha. O diálogo, principalmente em um momento de crise o qual assumiu o Executivo, seria a melhor opção que o governador Rodrigo Rollemberg poderia ter tomado. O problema é de origem e as pessoas que colocaram o Buriti nessa enrascada acabam de voltando contra o governador. Depois disso, os ânimos só se acirraram. O governo faz de conta que respeita a Câmara, que por sua vez perde a credibilidade no Executivo por acordos não cumpridos ou cumpridos pela metade. Enquanto isso, os deputados dificultam de forma aberta a vida do Buriti, e quem perde é sempre a sociedade. Soma-se a isso uma relação complicada entre o governador e seu vice, Renato Santana. Existe cordialidade, mas falta sintonia. Santana tem vida própria, seu projeto político não é esse governo, mas o próximo, seja com ele hoje ou com o seu líder político, Rogério Rosso, em 2018. Acrescenta-se, ainda, a presidente do sindicato, Marli Rodrigues, que saiu gravando tudo e todos, e um conjunto de gravações que saiu do computador da entidade sindical de forma estranha. Não ficou claro se as gravações foram entregues ao Ministério Público antes ou após serem divulgadas pela imprensa, e que tipo de uso seria feito delas, caso não tivessem se tornado públicas. Até porque algumas delas foram gravadas há meses, ainda na gestão do ex-secretário Gondim. Não se pode comprovar que existe uma conspiração entre distritais, sindicato e o vice-governador, nem que o conteúdo das conversas gravadas possa gerar provas. O importante é que seja feita uma investigação séria e isenta. Na Câmara Legislativa tem gente séria para fazer isso. É hora de deixar a política de lado e pensar no cidadão humilde que precisa de atendimento em hospitais e postos. No Ministério Público, tem gente competente que pode fazer isso e com experiência em investigações na área de saúde em governos anteriores. Vamos passar a saúde a limpo e o que for podre que se desintegre. Câmara e MP têm a missão de colocar a saúde no rumo. O governo colaborando com um modelo de gestão que se diferencie dos anteriores, enfrentando as máfias que se perpetuam na Secretaria de Saúde, e o sindicato defendendo o servidor. Se não cumprirem a sua missão, todos perdem. Mas quem perde ainda mais é a sociedade que continuará com problemas no atendimento na rede pública e viverá com a descrença em suas instituições.
Espaço do leitor A SAÚDE SÓ PIORA – Realmente a coisa está feia na área da
saúde pública do DF, e não é chover no molhado de reclamar da falta de atendimento. O problema agora são denúncias de irregularidades; ou melhor as propinas denúncia feita pela presidente do SindSaúde envolvimento o suposto conhecimento vice-governador Renato Santana. O brasiliense realmente está nas mãos dos governantes, os mesmo que só pensam em lucrar.
Brasília, 23 a 29 de julho de 2016
Comunicação&Problemas Marco Antônio Pontes – Tributo a Octavio Malta (Última Hora, Rio, circa 1960) marcoantonidp@terra.com.br
Só a pau Algo se esclareceu – se já não o fora, antes – a partir o atentado em Nice, afora detalhes horripilantes: o tal ‘califado’ (ou ‘estado’ islâmico) e outros grupos fundamentalistas, não só muçulmanos nem religiosos, têm de ser combatidos sem tréguas, com uso oportuno e intenso da força legal que o estado democrático legitima e frequentemente se obsta por equivocada interpretação dos direitos das minorias. Cá como lá Julgo perceber insuspeitadas analogias entre as vicissitudes da velha Europa, às voltas com sangrento radicalismo dito religioso, e esta jovem nação formada sob os ideais libertários da Revolução Francesa. Não nos vitima a ojeriza a imigrantes, ao contrário estimulados, acolhidos, assimilados mas ainda precisamos superar outra herança europeia, perversa: a do preconceito que atinge os negros, resquício mal resolvido do passado escravista. ‘Nosso’ fundamentalismo Além do racismo mal camuflado sob o mito de democracia racial, nossa recusa à diferença manifesta-se fortemente nas questões de gênero, recentemente acirradas por um fundamentalismo cristão similar a seu correspondente islâmico e tão pernicioso quanto – embora aqui não se haja manifestado (até agora...) com igual violência. ‘Busheur’ Juan Segura Marquez, meu amigo franco-espanhol, endossa o que escrevi sobre o horror em Nice: – Agradeço seu comentário, penso exatamente como você. Revoltado, ele permite-se um trocadilho: – Para vingar o ataque às torres gêmeas aquele Busheur (boucher = açougueiro, em francês) desencadeou a guerra que sofremos.
Dobrem os sinos A comoção de Juan ante a crueldade (“Morreram crianças!...”) ecoa no Recife, de onde o poeta e desembargador Josué Sena dá-me a honra da leitura e participação ao enviar sentido soneto: “Não é, talvez, pura loucura/e só malvadez extrema (...) Choremos por Nice). Também de lá Bartyra Soares cita-o e bem a propósito remete-nos a outro poeta: – Sim, choremos por Nice e não nos perguntemos ‘por quem os sinos dobram’; como afirmou o poeta John Donne, ‘eles dobram por nós’. Golpe é golpe, porém... Golpe militar não é alternativa que solucione problemas, mesmo prementes. Isso os latino-americanos aprendemos, a duras penas – e os turcos também, eu pensava, desde que Kemal Ataturk, estadista cultuado em seu país e admirado no mundo, modernizou a Turquia e separou estado de religião, no início do século xx. Feita a ressalva, convém examinar o que subjaz à tentativa de golpe militar e à raivosa reação do presidente Recep Erdogan. (Segundo os revoltosos, Erdogan quer subverter o estado de direito, especialmente o laicismo que distingue aquela nação entre as demais de maioria muçulmana.) Caminhos diversos O estado democrático de direito, fundado em conceitos como liberdade de pensamento e sua expressão – o que inclui livre opção entre religiões ou por religião nenhuma – não necessariamente se estabelece de igual modo em diferentes povos e nações. A evolução pode percorrer caminhos oblíquos, tortuosos, quando não equívocos – para o bem e para o mal. Naquele conturbado Oriente Médio há trágicos episódios a mostrar como pode dar errado a aplicação mecâ-
nica dos paradigmas democráticos que costumam funcionar no Ocidente. Vejam-se, por exemplo, os contraditórios resultados da ‘primavera árabe’. Eleição infeliz No Egito, onde tudo começou, as subsequentes eleições presidenciais levaram ao poder a Irmandade Muçulmana, cujas propostas aproximam-se perigosamente do fundamentalismo islâmico. Ela só não prosperou na implantação de ditadura ainda mais obscurantista que a anterior porque foi derrubada... por um golpe militar. Transplante inviável Ao término violento da ditadura de Kadáfi na Líbia sobreveio o caos. Não lograram melhor destino os iemenitas rebelados. Na Síria, berço de ancestral civilização que fecundou a Europa meridional e até nuestra distante América, a tentativa de transplantar modelos ‘ocidentais’ em substituição à ‘dinastia’ Assad resultou em apocalipse, que pariu entre outras tragédias uma exacerbação do fundamentalismo, o autodenominado ‘estado’ islâmico. Sem contar que o monumental equívoco de simétrico fundamentalismo, o estadunidense sob Bush, preparara-lhe o terreno com a invasão do Iraque. Trágica ironia Difícil antever como evoluirá a Turquia após o fracasso do golpe militar. O que já se percebe, na retaliação do governo, é que por enquanto a democracia ganhou nada com a derrota dos golpistas, na medida em que o contragolpe empenha-se em sufocar, além dos sediciosos, qualquer oposição e a própria democracia. Ironicamente, a repressão desencadeada por Erdogan coonesta as motivações do malogrado golpe.
Artigo
Terrorismo à brasileira Não se pode duvidar, hoje, de mais nada. Há algum tempo vem circulando notícias sobre a possibilidade de ataques terroristas no Brasil, especificamente, no período dos Jogos Olímpicos de 2016. Se há denúncias e suspeitas, a Polícia tem de investigar mesmo e prender esses possíveis bandidos brasileiros que se travestem de terroristas ou que assumem um comportamento maligno copiado do Islã. E os estrangeiros também, aqueles exportados para cá, que podem trazer para o Brasil mais sofrimento, além daqueles que já temos. Eles devem ser punidos, ou engaiolados, ou extraditados. Afinal, já bastam os problemas nacionais, que também têm provocado mortes, como aquelas pessoas que ficam à espera de atendimento e morrem nas portas dos hospitais, assim como a violência no trânsito, contra as mulheres, crianças e idosos, e a falta de amor que leva a tudo isso. Sem contar a guerra contra o tráfico, que tem levado a vida de muitos brasileiros envolvidos com drogas, um caminho sem volta. As estatísticas revelam que no Brasil nascem muitos brasileiros todos os dias, mas, infelizmente, também morrem, talvez até mais do que nasçam. E agora, ainda chega esta possibilidade de vir mais um modelo de ataque para exterminar a alegria e o bom humor dos brasileiros que se preparam para um grande espetáculo do esporte mundial. Onde há fumaça, há fogo. É preciso que as instituições de Segurança de todos os estados que receberão comitivas de esportistas para participarem dos jogos, assim como turistas, e a população local mantenha o trabalho de investigação contra todos os suspeitos, a fim de que a ideia do terrorismo chegar ao Brasil, seja apenas uma brincadeira de mau gosto e não se concretize.
Esta semana dez brasileiros foram presos pela Polícia Federal (PF) no Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, por suspeita de planejar atos terroristas no país. As prisões foram autorizadas pela Justiça Federal no Paraná. Segundo a PF, os suspeitos planejavam adquirir armamentos para cometer crimes e mantiveram contato com membros de grupos terroristas de outros países. Todos os mandados judiciais foram expedidos com a justificativa de que os investigados promoviam grupos terroristas na internet e defendiam a intolerância racial, de gênero e religiosa, assim como faziam uso de armas e táticas de guerrilha para provocar o terror social, crime tipificado como terrorismo pela Lei Antiterrorismo, de nº 13.260, que entrou em vigor em março deste ano. As prisões têm efeito simbólico para inibir situações semelhantes mais adiante. Sendo ou não culpados, o Juiz que acompanhou o caso disse que grupo foi preso por exaltar terroristas, mas não confirmou plano, e ainda classificou a célula terrorista no Brasil tratando-a como amadora e sem preparo. Já o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse que grupo preso era amador e fez juramento ao Estado Islâmico, completando que o grupo não era organizado e que o foco do governo brasileiro é a Segurança. Vivemos há dezenas de anos uma ‘guerra’ constante. Viver no Brasil é mais perigoso que no Oriente Médio, verdade seja dita. E temos vencido essa batalha todos os dias. Por isso, é importante que a Polícia brasileira se empenhe para evitar que sejamos vítimas de uma violência, ou de outra, que visa, exclusivamente, esvaziar os jogos, a fim de amargarmos o fracasso, com algum propósito escuso.
João Batista Moreira de Souza, 56 anos, aposentado
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Brasília, 23 a 29 de julho de 2016
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LICENCIAMENTO Tony Winston/Agência Brasília
Gabriel Jabour/Agência Brasília
GRILAGEM
Polícia Civil aumenta em 94% as prisões Uma das estratégias do Governo de Brasília a fim de evitar o avanço desenfreado de ocupações irregulares em Brasília e conter a ação dos grileiros foi endurecer com os invasores. Somente nos primeiros 190 dias de 2016, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema), deteve 109 pessoas suspeitas de parcelamento clandestino de terras. O número é 94% maior do que o registrado em todo o ano de 2015, quando 56 foram presas. O aumento substancial de prisões ocorreu em função da mudança de entendimento da Polícia Civil e do Ministério Público do DF e Territórios no indiciamento e nas denúncias dos grileiros flagrados. Até 2015, eles eram enquadrados pelo crime de invasão de área pública, previsto no artigo 20 da Lei nº 4.947, de 1966, que prevê pena de seis meses a três anos, além de ser afiançável. A partir de janeiro de 2016, começou a prevalecer o entendimento de que, em qualquer delimitação de área pública – mesmo não existindo venda de lote –, o transgressor deve ser acusado com base no artigo 50 da Lei nº 6.766, de 1979, pelo crime de parcelamento irregular do solo, cuja pena varia de um a cinco anos, é inafiançável e estabelece multa de dez a cem salários mínimos. (Saulo Araújo, da Agência Brasília).
Operação 26 de Setembro A maior ação da Polícia Civil contra grileiros em 2016 ocorreu no dia 7 de julho. Na ocasião, 27 pessoas foram presas durante a operação 26 de Setembro. Elas são suspeitas de invadir cerca de oito hectares de área pública em uma região entre a Estrutural e a Floresta Nacional de Brasília. A ação da Dema contou com o acompanhamento do Comitê de Governança do Território. Essa foi a 15ª operação de combate à ocupação irregular do solo deflagrada pela Dema em 2016. Na 26 de Setembro, a tecnologia contribuiu para o sucesso do trabalho. Agentes da Polícia Civil a bordo do helicóptero da corporação captaram várias imagens que comprovaram o surgimento de 70 edificações precárias, em madeirite e lona, em apenas 15 dias.
FECOMÉRCIO
Projetos para atrair investidores A Fecomércio reuniu investidores de setores importantes interessados em aportar recursos no Distrito Federal e apresentou ao governador Rodrigo Rollemberg projetos que podem alavancar a economia brasiliense. Entre eles está à criação de uma cidade agrícola, a possibilidade de instalação de parques temáticos como a Disney e a viabilização da cidade aeroportuária, além de programas que visem à evolução da mobilidade urbana na capital do País. O encontro ocorreu durante o lançamento da Câmara Especial de Articulação de Projetos Estruturantes, iniciativa da Fecomércio que vai estimular o diálogo entre a iniciativa privada e o governo, no sentindo de criar condições para que esses grandes empreendimentos saiam do papel. O presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, afirmou que o objetivo do grupo é promover o desenvolvimento do DF e das regiões limítrofes de Brasília, buscando uma verdadeira integração regional. “A ideia é ajudar a impulsionar projetos importantes para o DF. A câmara funcionará como um vetor visando sempre o progresso da nossa região”, explica Adelmir. “Brasília está na rota dos grandes investidores nacionais e internacionais. Existem grupos interessados em aproveitar a renda per capita elevada da população brasiliense, a posição geográfica privilegiada da cidade e o alto índice de desenvolvimento humano presente no Distrito Federal. Por isso, é necessário trabalhar em conjunto para viabilizar esses investimentos”, completa.
A cobrança do documento de licenciamento do veículo, de porte obrigatório, começa no dia 1º de outubro
Mais da metade da frota está devendo O proprietário que não licenciar o veículo está sujeito à multa gravíssima e 7 pontos A menos de três meses para o início da cobrança do licenciamento de 2016, apenas 46,6% dos veículos em circulação no Distrito Federal estão licenciados. Isso equivale a um total de 768.418 veículos regularizados, para uma frota em circulação de 1.648.070 unidades. Mais da metade de frota, 53,4%, ainda não está portando o documento de 2016, embora já tenha vencido a parcela do licenciamento dos veículos. A cobrança do documento de porte obrigatório começa no dia 1º de outubro.
O proprietário que deixar de licenciar o veículo está sujeito a uma multa gravíssima de R$ 191,54, sete pontos na carteira e apreensão do veículo. O Detran lembra ainda que, a partir de 4 de novembro, a multa será de R$ 293,47, conforme a Lei 9.503, da Presidência da República, alterando o Código Nacional de Trânsito.
Regularização Para receber o CRLV (Certificado de Registro de Licenciamento do Veículo), o proprietário deverá quitar o IPVA (imposto cobrado pela Secretaria de Fazenda),
o DPVAT (seguro obrigatório recolhido pela Seguradora Líder-DPVAT), a taxa de Licenciamento (do Detran) e as multas pendentes. O proprietário que quitou todos os débitos e não recebeu o documento do veículo em casa deverá verificar no site do Detran www.detran. df.gov.br, no campo veículos, se existe alguma pendência. Caso constate algum débito, o boleto poderá ser impresso por meio do próprio site do órgão. O Detran alerta aos usuários que evitem deixar para a última semana de setembro a regularização do veí-
culo, pois o volume de atendimento dobra, provocando maior tempo de espera. No ano passado, na véspera do início da fiscalização o Detran chegou a registrar 12 mil atendimentos ao dia, quando o normal fica em torno de 6 mil. Segundo dados do sistema Detran, 96,1% dos veículos cadastrados no DF pertencem a particular, 2,42% são de aluguel, 1,27% se referem a carros oficiais e 0,19% são veículos utilizados para aprendizagem, experiências, corpo diplomático, missão diplomática, entre outros.
VIVA BRASÍLIA
Aumenta número de estupros e crimes contra o patrimônio Segurança registra redução na quantidade de homicídios, latrocínios e lesão corporal Neste ano, os crimes contra o patrimônio tiveram 189 registros a mais que no ano passado, em Brasília. Em 2015, até junho, foram 2.525 ocorrências, este ano já foram 2.714. Outro número que aumentou foi o de casos de estupro, que passou de 313 para 320 casos, segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do DF. Para a secretária, Márcia de Alencar Araújo, o aumento no crime contra o patrimônio foi influenciado pelo cenário de crise econômica por que passa o Brasil. “O brasileiro não se sente seguro neste momento, não é apenas o brasiliense. Esse fenômeno de crimes contra o patrimônio acontece em todo o País”, justifica.
Ações do Viva Brasília Uma das regiões da capital federal com maior atuação do Viva Brasília foi o Setor Comercial Sul, por meio da ação Centro Legal. No local, não houve homicídios nem estupros nos últimos seis meses, e as ocorrências de tráfico de drogas também reduziram: de 104 no primeiro semestre de 2015 para 60 de janeiro a junho deste ano – queda de 42,3%. Uso e porte de entorpecentes tiveram redução ainda mais significativa: de 55,5%. A ideia é que as ações promovidas pelo Centro Legal sejam levadas a outros locais de Brasília.
O número de homicídios caiu em comparação com o ano passado. De janeiro a junho de 2016, a secretaria registrou 300 ocorrências — 20 a menos do que no mesmo período de 2015. Quanto ao conjunto de crimes violentos letais intencionais (homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte), a quantidade passou de 348 nos seis primeiros meses de 2015 para 326 no primeiro semestre deste ano. A secretaria identificou queda também no tráfico
de drogas – de 1.585 para 1.393 registros. Casos de porte de arma apreendidos diminuíram de 841 para 726 e de uso de porte de drogas de 3.920 para 3.601. Houve redução também na quantidade de tentativa de homicídio: de 513 para 460. De acordo com Márcia de Alencar Araújo, os números são reflexo do programa Viva Brasília. “São ações não só punitivas, mas preventivas.” O Viva Brasília integra medidas de diversos órgãos para dar maior segurança, como
maior policiamento, iluminação pública, poda de árvores e atividades culturais em um local. Segundo o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, presente à divulgação do balanço, o resultado do primeiro ano de Viva Brasília é positivo. “O que a gente percebe, ao analisar o Pacto Pela Vida, após um ano de implementação, é que estamos no caminho certo. Tivemos no ano passado o menor número de homicídios para cada 100 mil habitantes nos últimos 22 anos.” CMYK
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Elza Fiúza/ABr
GASTOS
TSE divulga limites para campanhas Os candidatos a vereador também precisam ficar atentos ao teto do valor autorizado
Em outubro haverá eleição para prefeitos e vereadores
Para o cargo de prefeito, o município que tem o maior limite de gasto de campanha é São Paulo. Segundo o TSE, no primeiro turno, os candidatos a prefeito da capital paulista poderão gastar pouco mais de R$ 45
milhões. No segundo turno, o valor cai para pouco mais de R$ 13 milhões. Em 3.794 municípios os gastos estão limitados a até R$ 108 mil. Os candidatos a vereador também precisam ficar atentos ao teto do valor que
poderá ser usado. Para os que concorrem a esse cargo, o maior limite está previsto para Manaus, previsto em mais de R$ 26.689 milhões. O valor para estes 3.794 municípios ficará em R$ 10.803,91. As regras para os limites de gastos estão previstas na Lei das Eleições. Na tabela publicada na quarta-feira (20) estão os valores atualizados, que levam em conta a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Contratação Além dos valores que podem ser gastos nas campanhas, os candidatos terão limites para a contratação de pessoal. De acordo com o TSE, a reforma eleitoral
do ano passado estipulou os limites para a contratação direta ou terceirizada de pessoas para atividades de militância e também de mobilização de rua. A cidade de São Paulo é a que poderá fazer o maior número de contratações – mais de 97 mil contratações pelos candidatos a prefeito e mais de 27 mil, pelo que concorrerm a vereador. Em segundo lugar, está o Rio de Janeiro, onde mais de 53 mil pessoas poderão ser contratadas para as campanhas de prefeito e mais 15 mil para as de vereador. Já em Serra da Saudade, em Minas Gerais, e Araguainha, em Mato Grosso, dez pessoas poderão ser contratadas trabalhar em campanhas para prefeito e apenas cinco para a de vereador.
SAÚDE
Diabético terá prioridade para atendimento O projeto de lei cerca de cuidados esse paciente que é ainda mais especial A partir de agora, o paciente diabético que tiver exame em jejum total para fazer terá prioridade no atendimento. Isso é o que diz o Projeto de Lei de autoria da deputada Liliane Roriz (PTB), que foi aprovado na Câmara Legislativa. De acordo com a proposição, as unidades de saúde das redes pública e privada, conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), ficam ainda obrigadas a compatibilizar essa prioridade com o atendimento ao idoso, deficientes, gestantes e demais atendimentos especiais previstos por lei. Isso significa que o exame de um idoso diabético em jejum total, por exemplo, deverá ter prioridade. “O paciente diabético requer atendimento ainda mais especial, uma vez que não pode passar muito tempo em jejum. Isso pode acarretar problemas graves à saúde dele. O projeto de lei de minha autoria cerca de cuidados esse paciente que CMYK
A distrital Liliane Roriz aprovou projeto na CLDF
é ainda mais especial”, diz a vice-presidente da Câmara Legislativa do DF. O diabetes é uma doença crônica, na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar bem a insulina que produz. É esse hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. A pessoa que tem diabetes não fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose adequadamente, e esse desequilíbrio, em função principalmente do jejum por longos períodos, pode causar danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
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CNI
Governo prepara a reforma trabalhista
Desemprego tem maior nível de medo em 17 anos O medo do desemprego entre os brasileiros alcançou, em junho, o maior nível desde que começou a ser medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 1999. Segundo pesquisa da CNI, no mês passado o indicador ficou em 108,5 pontos. O patamar é o maior da série histórica e só havia sido atingido antes em maio de 1999 durante a crise de desvalorização do real. O índice subiu 1,9% ante a última medição, em março, e 4,2% ante junho de 2015. O levantamento da entidade apurou ainda o índice de satisfação com a vida dos entrevistados. O indicador ficou em 93,1 pontos em junho, melhorando em relação a março, quando havia caído a 92,4 pontos, patamar mais baixo desde 1999. Em relação a junho de 2015, a satisfação caiu 2,6%. A pesquisa da CNI é realizada trimestralmente. Para auferir os dados divulgados foram ouvidas, de 24 a 27 de junho, 2002 pessoas em 141 municípios.
COMÉRCIO
O ministro do Trabalho e Previdência Social, Ronaldo Nogueira, disse que o governo de Michel Temer vai encaminhar ao Congresso Nacional até o fim deste ano uma proposta de reforma trabalhista e outra para regulamentar a terceirização. Ele lembrou que a legislação trabalhista brasileira data dos anos 1940 e que, de lá para cá, novas atividades econômicas foram incorporadas à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Ela virou uma colcha de retalhos que permite interpretações subjetivas”, opinou. Segundo o ministro, a proposta de reforma trabalhista a ser elaborada pelo governo vai valorizar a negociação coletiva e tratar de assuntos como salário e jornada, mas não vai permitir, por exemplo, o parcelamento de férias ou do décimo terceiro salário. “A CLT será atualizada com o objetivo de simplificar, para que a interpretação seja a mesma para o trabalhador, o empregador e o juiz”, disse. “Direitos não serão revogados”, completou.
Gilda Diniz/Cedoc
Ministro Ronaldo Nogueira disse que haverá proposta para regulamentar a terceirização PROTEÇÃO AO EMPREGO O Ministério do Trabalho informou ainda que pretende tornar permanente o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) por meio do envio de projeto de lei ao Congresso Nacional. A ferramenta foi criada para proteger empregos em momentos de redução temporária da atividade econômica e prevê, por exemplo, a redução de até 30% na jornada e no salário por meio de acordo coletivo. O prazo de validade inicialmente previsto para o programa é o fim de 2017. “É uma política de socorro para garantir emprego”, disse o ministro. “O Brasil está retomando a empregabilidade e a confiança no mercado. As empresas não vão precisar do PPE, mas será um programa que estará à disposição para todos os setores que estiverem em crise”, concluiu.
Terceirização Sobre regulamentar a terceirização, Nogueira adiantou que pontos da proposta aprovada na Câmara dos Deputados poderão ser aproveitados, mas não entrou em detalhes. Segundo ele, será criado um grupo de trabalho para definir o que são e quais serviços especializados poderão ser terceirizados. “Vamos trazer o trabalhador, o empregador e especialistas da área para aprimorar as propostas da terceirização em busca de um consenso”, destacou. “Essa discussão de atividade-fim e atividade-meio é irrelevante neste momento”.
Grupo de trabalho vai definir quais serviços especializados poderão ser terceirizados
Confiança tem primeira alta anual desde 2013 O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou, em julho, a primeira taxa de crescimento anual dos últimos três anos. O indicador cresceu 2,4% na comparação com julho de 2015 e atingiu 87 pontos. A última alta do indicador foi em julho de 2013 (0,6%), de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), responsável pela pesquisa. Esse também é o maior índice dos últimos 15 meses. A alta foi puxada exclusivamente pela expectativa do empresário em relação ao futuro, que cresceu 10,1% na comparação com julho de 2015. As avaliações sobre o momento presente continuam em queda (-5,8%), assim como as intenções de investimentos (-4,7%). Na comparação com junho, a alta foi de 10,7%, puxada por: avaliação sobre as condições atuais (6,1%), expectativas sobre o futuro (12,1%) e intenções de investimento (4,2%).
IBGE
Inflação volta a subir pelo IPCA-15 A prévia da inflação oficial do país, medida pelo IPCA-15 voltou a acelerar este mês, ao subir 0,14 ponto percentual e passar de 0,40% para 0,54% de junho a julho. O IPCA-15 acumula alta de 8,93% nos últimos doze meses – resultado, no entanto, que chega a ser 0,05 ponto percentual inferior ao da taxa acumulada nos 12 meses anteriores: 0,98%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que o acumulado no ano é de 5,19%, bem abaixo dos 6,9% de igual período do ano anterior. CMYK
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PESQUISA
70% consideram o país homofóbico Mesmo percentual não se considera homofóbico, apontando que o problema é dos outros da questão, mas não se incluem nela. “Nosso entendimento é de que parte desses 70% não percebem que suas atitudes e comentários são homofóbicos porque não compreendem o conceito de homofobia,
ou seja, que qualquer tipo de discriminação é considerado homofobia”, avalia Felipe Schepers, COO do Opinion Box. O Opinion Box (www.opinionbox.com), empresa que oferece soluções inovadoras
de pesquisa de mercado online, e a Hekima(www. hekima.com), empresa de Big Data Analytics que desenvolve e aplica tecnologias de computação cognitiva a fim de ajudar outras empresas a transformar
Felipe Schepers vê como homofobia qualquer discriminação
dados em informação, resolveram trabalhar juntas em uma pesquisa sobre “Homofobia” para entender o comportamento das pessoas em relação ao assunto. Foram duas frentes de análise: uma pesquisa, feita pelo Opinion Box, com 1.433 internautas de ambos os sexos, todas as classes sociais e regiões do país; e um monitoramento realizado nas principais redes sociais, com 53.099 posts, que foram analisados pela equipe da Hekima por fazerem menção a termos como: homofobia, homofóbico, lesbofobia, lesbofóbico, lgbtfobia, lgbtfóbico, transfobia e transfóbico, além de homossexualidade, homossexualismo, homoafetivos, homoafetividade e homossexual. Termos como bicha, sapatão, gay e outros com conotação negativa não foram considerados na coleta de dados em redes sociais. Ao analisar os dados da pesquisa em conjunto com os dados do monitoramento das redes sociais, fica claro como as pessoas não percebem seu comportamento homofóbico na totalidade. Na pesquisa, 14% das pessoas afirmam ser homofóbicas ou extre-
mamente homofóbicas. No entanto, ao analisar os posts em redes sociais que utilizaram as palavras monitoradas, 49% desses são homofóbicos. “Embora as discussões sobre homofobia não sejam novidade, tentamos decifrar a opinião das pessoas sobre o assunto ‘ouvindo’ um dos meios mais relevantes para dar voz a elas atualmente: as redes sociais. Nos surpreendemos com os dados que essas redes nos mostraram”, afirma Luiz Temponi, co-fundador da Hekima, que completa: “Em geral, utilizamos ferramentas de coleta e análise de dados para inteligência de negócio. Contudo, essas ferramentas também podem e devem ser levadas ao âmbito social. Reprodução da Internet
Entre os entrevistados, 70% não se consideram homofóbicos, mas 70% consideram o Brasil um país homofóbico. Isso significa que grande parte dos participantes do estudo aponta outras pessoas como parte
Luiz Temponi co-fundador da Hekima: surpresa com os dados
Mulheres mais tolerantes A pesquisa realizada pelo Opinion Box aponta que mulheres e jovens tendem a ser mais tolerantes que homens e pessoas mais velhas em relação à homossexualidade. Nas redes sociais essa tendência se confirma: cerca de 55% das mulheres fizeram comentários nãohomofóbicos nas redes sociais, enquanto 40% dos homens seguiram esse comportamento. Também se observa nas redes sociais que quanto mais jovens, menor é a incidência de comportamento homofóbico.
Mais recortes da pesquisa A pesquisa do Opinion Box também questionou os entrevistados quanto à criminalização da homofobia: 59% das pessoas acham que deveria ser crime; 28% acham que não e 11% não souberam se posicionar. A adoção de crianças por casais homossexuais é aceita por 60% dos respondentes, enquanto 31% entendem que isso não deve acontecer e 9% não souberam se posicionar. De acordo com o Relatório de Violência Homofóbica, publicado em fevereiro deste ano, ao menos cinco casos de violência homofóbica são registrados todos os dias no Brasil. Diante dessa informação, 69% dos participantes da pesquisa disseram achar a violência homofóbica um absurdo e inadmissível. Para 29%, é preciso entender o contexto em que esses crimes aconCMYK
teceram para poder opiniar. E para 2% provavelmente todos eles mereceram. Depois, os entrevistados tiveram que avaliar algumas colocações. Ao se depararem com a afirmação: “O brasileiro vem se tornando menos homofóbico nos últimos anos“, 34% das pessoas discordaram ou discordam totalmente; 42% são indiferentes e 24% concordaram ou concordam totalmente. Diante da frase: “A homossexualidade não é uma coisa natural e deve ser combatida”, 63% disseram discordar ou discordam totalmente; 18% são indiferentes e 19% concordam ou concordam totalmente. No caso da afirmação: “Só é família a união entre homem e mulher”, 53% discordam ou discordam totalmente; 13% são indiferentes e 33% concordam ou concordam totalmente.
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CRISE
250 mil crianças têm desnutrição aguda grave
Desperdício tira comida do prato de 7,2 milhões de pessoas
Quase 250 mil crianças enfrentam grave desnutrição e risco de morte no estado de Borno, nordeste da Nigéria, anunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização das Nações Unidas (ONU). A crise humanitária causada pelo grupo radical islâmico Boko Haram continua crescendo. Na medida em que mais áreas no nordeste do país têm se tornado acessíveis à assistência humanitária, aumenta e se torna mais evidente a extensão da crise nutricional que afeta as crianças. De acordo com o Unicef, além das 244 mil crianças que sofrem de desnutrição aguda grave em Borno, aproximadamente 49 mil (quase um em cinco) vão morrer este ano se não receberem tratamento. “Cerca de 130 crianças vão morrer, diariamente, de causas relacionadas à desnutrição aguda, se a resposta não for ampliada rapidamente”, disse Manuel Fontaine, diretor regional do Unicef para a África Ocidental e Central.”Nós precisamos de todos os parceiros e doadores para evitar que mais crianças morram. Ninguém pode assumir uma crise dessa escala sozinho”.
Ainda há fome no país, aponta pesquisador
PESQUISA Durante a pesquisa, foram feitos testes auditivos em 170 adolescentes na faixa etária de 11 a 17 anos. Eles também responderam em um questionário se sentiam zumbido nos ouvidos e qual a intensidade, duração e frequência. Mais da metade dos jovens (54,7%) respondeu que, nos últimos 12 meses, perceberam tal ruído. Destes, 51% disseram que sentiram zumbido logo após usar fone de ouvido por muito tempo ou ao saírem de um ambiente muito barulhento. Já os testes auditivos revelaram que 28,8% dos adolescentes sentiram zumbido em níveis comparados aos de adultos. O mais alarmante é que esses jovens disseram não se incomodar com o ruído e, por conta disso, não relataram o problema a seus pais, nem procuraram ajuda médica.
Comida jogada no lixo O pesquisador disse que muitas pessoas ainda passam fome no Brasil principalmente pela dificuldade de acesso à alimentação. Apesar de o país ocupar o quinto lugar no ranking mundial da obesidade, ainda há mais de sete milhões de pessoas passando fome e 30 milhões de subnutridos. No estudo, Aguiar analisa também o volume de produtos exportados pelo Brasil. Para o professor, o volume de alimentos exportados poderia, por exemplo, alimentar duas vezes toda a população brasileira. Quando se transforma o total que é vendido para o exterior em calorias, percebe-se que a quantidade seria suficiente para alimentar quase 700 milhões de pessoas. “Peguei todos os produtos que o Brasil exporta, como milho, soja, carne bovina e carne de frango, transformei em calorias e proteínas e dividi pelas necessidades de cada pessoa para saber quantas poderiam ser alimentadas no exterior com as exportações brasileiras. Em 2013, as proteínas que o país exportou dariam para nutrir 700 milhões de pessoas. Em termos de calorias, seriam 380 milhões de pessoas. Aquilo que estamos vendemos lá fora seria capaz de alimentar duas vezes a população brasileira
Arquivo/Agência Brasil
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Quem pensa que problemas auditivos são comuns apenas em pessoas da terceira idade está enganado. Aumenta cada vez mais o índice de zumbido nos adolescentes, um dos sintomas da perda auditiva. Foi o que constatou a pesquisa “Prevalência e causas de zumbido em adolescentes de classe média/alta”, realizada por pesquisadores da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (Apidiz), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com apoio da Fapesp. O estudo foi publicado na revista Scientific Reports. O zumbido vem atingindo os adolescentes principalmente em razão do hábito de usar diariamente fones de ouvido para escutar música; ao que se soma o fato de esses jovens frequentarem muitos ambientes extremamente barulhentos, como boates, danceterias e shows. A fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex soluções Auditivas, ressalta que os males à audição causados pelo uso frequente dos fones podem variar, mas é preciso estar atento para evitá-los. “A grande preocupação é que a ‘Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados’ (Painpse) tem efeito cumulativo, isto é, vai se agravando ao longo do tempo. Dependendo da frequência, do tempo de exposição ao som elevado e da predisposição genética, o indivíduo pode sofrer danos auditivos cada vez mais severos, de forma contínua e elevada ao longo da vida”, explica Isabela, que é especialista em audiologia.
A produção nacional de alimentos é suficiente para os mais de 204 milhões de brasileiros, mas a desigualdade de renda e o desperdício ainda fazem com que 7,2 milhões de pessoas sejam afetadas pelo problema da fome no país, revela estudo conduzido pelo professor Danilo Rolim Dias de Aguiar, pesquisador do Departamento de Economia do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos. “Se, por um lado, temos pessoas passando fome, por outro, temos o problema da obesidade, que é cada vez maior. Haveria, então, um problema ligado à renda e à educação, que estaria dificultando o acesso aos alimentos. Aí também entra a questão das perdas”, disse Aguiar. Na pesquisa, Aguiar fez um levantamento sobre o que é produzido no país, pegando os principais alimentos – arroz, feijão, trigo, ovos, leite, milho, soja, banana, açúcar, mandioca e carnes de frango, de porco e bovina – e os transformou em um indicador comum que permitisse uma comparação mais adequada entre eles, calculando todos os itens em número de calorias ou proteínas. Segundo o pesquisador, a quantidade média necessária para consumo individual por dia, e que foi considerada neste estudo, é de duas mil calorias e 51 gramas de proteína. “Peguei tudo aquilo que ficou no Brasil para consumo humano e transformei isso em calorias e proteínas. O que verificamos foi que, em termos de calorias e proteínas, temos mais que [o suficiente para] as necessidades humanas aqui no Brasil. Se pegarmos calorias, que é uma situação um pouco pior, chegamos, em 2013, com 118% das necessidades individuais, uma folga de quase 20%. Em termos de proteína, teríamos uma folga de mais de 60%, ou seja, estariam sobrando alimentos”, explicou Aguiar.
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Produção de alimentos é suficiente para os mais de 204 milhões de brasileiros
AUDIÇÃO
Zumbido nos ouvidos é cada vez mais comum
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Tony Winston/Agência Brasília
Nigéria
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A produção de alimentos esbarra na produção de carne
em termos de calorias e três vezes em termo de proteínas”, detalhou Aguiar. No entanto, isso não ocorre em realidade porque muito do que é exportado pelo Brasil vira comida para animais, disse o professor. “Isso não está alimentando tanta gente porque boa parte do que se exporta – como milho e soja – não vai virar diretamente comida para pessoas, mas comida para animais.”
Políticas pública contra a carne Para Aguiar, políticas públicas são necessárias para diminuir o consumo de carne. Ele destacou que o crescimento do consumo da carne é acompanhado pelo aumento da crise ambiental, já que, por exemplo, a produção da carne bovina é responsável por 10% das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera e é o principal emissor do agronegócio. De acordo com o pesquisador, outro problema
relacionado ao aumento do consumo de carne no país é que muito da produção de milho e soja, por exemplo, acaba sendo destinado à allimentação dos animais. “Por que os produtores brasileiros estão produzindo muito mais carne do que arroz e feijão? É porque isso, para eles, dá maior rentabilidade. Temos que ter políticas que incentivem a produção de alimentos que atinjam as classes de renda mais baixa e que sejam menos danosas ao meio ambiente.” Aguiar alertou, no entanto, que essas políticas precisam ser articuladas mundialmente. “Temos que entrar com políticas, mas articuladas em termos mundiais. Não dá para o Brasil tomar uma decisão unilateral, de não querer produzir tanta carne, se o mundo inteiro quer comprar carne. Tem que haver uma articulação maior para que se atinjam esses objetivos. E uma coisa que vai ajudar muito é a educação.” CMYK
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CONGRESSO
As marcas de destaque poderão compartilhar experiências e colaborar com o desenvolvimento local e internacional
O mundo da TI vai se encontrar no DF O segundo semestre deste ano promete esquentar o calendário de eventos internacionais do país. Um dos destaques é a 20ª edição do Congresso Mundial de Tecnologia da Informação (WCIT Brasil 2016), que acontece pela primeira vez na América do Sul, entre os dias 3 e 5 de outubro, no CICB - Centro de Convenções Internacional do Brasil, em Brasília. Promovido pela World Information Technology and Services Alliance (WITSA), com co-organização da Federação das Associações Brasileiras de Empresas de Tecnologia da Informação (Assespro), o evento reunirá empresários, investidores, CEO’s, acadêmicos e personalidades da cadeia Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) de mais de 80 países. “Serão mais de dois mil líderes empresariais, profissionais e acadêmicos da área discutindo temas inerentes às promessas da Era Digital, e gerando negócios futuros capazes de internacionalizar marcas e potencializar a participação brasileiro no cenário da TIC global”, afirma Jeovani Salomão, presidente da Assespro. E emenda: “O convite é para que as empre-
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Programação conta com 60 palestras com os nomes mais importantes do ramo
Georgia Papathomas
sas do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) possam interagir e pensar em novas soluções para garantir o acesso de todos às inovações do mercado. As marcas de destaque poderão compartilhar experiências e colaborar com o desenvolvimento local e internacional de políticas públicas e privadas que gerem benefícios para os mercados menores, além de fechar parcerias e investir em ideias que surgem ao redor do mundo”.
Destaques Ao longo dos três dias, serão ministradas palestras com grandes nomes do universo da Tecnologia da Informação, como Vint Cerf, vice-presidente e chief evangelist of Internet do Google, considerado o “pai da internet”.
Outras atrações importantes são Mukhisa Kituyi, secretário geral da Conferência das nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), à frente do painel “Alinhando o Estágio Global”; e Georgia Papathomas, vice-presidente e CIO da Johnson & Johnson, que participará do debate sobre “Perspectivas dos CIO’s – Fazendo a Transformação Digital Juntos”. Alan Marcus, diretor sênior de TI e Telecomunicações do Fórum Econômico Mundial; e George Newstrom, presidente do Grupo Dell Services Federal Government, Inc, também confirmaram presença em painéis (veja toda a programação no link: http://www. wcit2016.com.br/schedule). “A escolha do Brasil como sede do WCIT deste ano deve-se ao destaque do país no cenário tecnológico”, esclarece Santiago Gutierrez, presidente da
Aliança Mundial de TI e Serviços (WITSA), realizadora global do congresso. Entre os expositores, já estão confirmados: Google, Microsoft, Apex/SOFTEX e CGI.
Números Estudo do Mercado Brasileiro de Software e Serviços, realizado pela ABES, revelou que o país atingiu, em 2015, o patamar de 7º país em investimentos em TI, ocupando também o 1º lugar em investimentos na América Latina. A cifra chega a 17,2 bilhões de dólares investidos em software e serviços. A pesquisa aponta ainda um crescimento de 9,2% em 2015. Para Jeovani Salomão, tais níveis de investimento são consequência direta do grande crescimento do uso da internet no Brasil. Segundo dados do IBGE, em 2014, 54,9% dos brasileiros já tinham acesso à rede, somando o número de 95,4 milhões de brasileiros.
Inscrições As inscrições já podem ser realizadas por meio do site www. wcit2016.com. A inscrição inclui coffe break (manhã e tarde), almoço, coquetel de abertura, jantar de encerramento, reuniões B2B e material (bolsa, caneta, caderno, programa e certificado). Para estudantes e associados, é necessário que seja encaminhada a documentação comprobatória pelo site.
16 anos de homenagem ao Rei do Soul Para comemorar os 16 anos da banda Mundo Racional será realizada no Arena F.C uma festa mais que especial! Uma noite com música negra e samba-funk dos bons. A banda Mundo Racional homenageia Tim Maia na fase mais genial de sua carreira. E ainda interpreta grandes autores da música brasileira, Edu Lobo, Jorge Ben Jor, João Bosco, Toni Tornado, Black Rio, Cassiano, Ed Motta e Djavan. Para essa celebração a banda contará com a sua formação completa. Abertura com o grupo MEIAUMRAP e nos intervalos, discotecagem do Dj Chicco Aquino.
Festa Mundo Racional ARENA F.C - Setor de Clubes Sul - 5 de agosto de 2016 – sexta-feira às 22 horas Atrações Banda Mundo Racional (o melhor de Tim Maia, Jorge Ben Jor, Seu Jorge, João Bosco, Toni Tornado, Black Rio, Cassiano, Edu Lobo, Ed Motta e Djavan) MEIAUMRAP Dj Chicco Aquino (Makossa/Mistura Fina) Ingresso: R$ 20,00 (Meia-Entrada) até meia noite (Após sujeito a alteração) – Censura: 18 anos Informações: (61) 99801 1901
Latino-Americano
Festival de Cinema destaca mulher diretora A 11ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo destaca a crescente presença de mulheres na produção cinematográfica regional e homenageia a cineasta paulista Anna Muylaert, que dirigiu o recente sucesso Que Horas ela Volta. Serão exibidos 23 títulos da diretora e roteirista, inclusive trabalhos do início de sua carreira, que são de rara circulação. Na sessão de abertura do evento,na quarta-feira (20), o festival exibiu o longa-metragem de Anna, inédito no Brasil, Mãe Só Há Uma (2016) e, até o dia 27 de julho, serão exibidos 118 filmes de 13 países no Memorial da América Latina, na capital paulista. Além dos filmes, haverá ainda a realização de encontros e debates com o público. Na quinta-feira (21), houve um encontro da diretora com o público e com a cartunista Laerte para a exibição também inédita de outra versão de seu filme com Regina Casé: Que Horas ela Volta – Demo Filme. A versão foi usada na construção de seu longa-metragem e foi comentada pela própria diretora. Além do destaque para a produção feminina, o curador e criador do festival, João Batista de Andrade, conta que a proposta do evento foi abrir as portas para novidades.