Jornal da Comunidade

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Ano XXIV – N° 1.435 JORNAL DA COMUNIDADE BRASÍLIA, 27 DE AGOSTO A 2 DE SETEMBRO DE 2016

OPINIÃO A2 RICARDO CALLADO

Uma crise, muitas relações e uma política provincian

MARCO ANTONIO PONTES Embrulhadas, mistérios e ameaças à Lava a Jato

ARTIGO

Em julgamento crimes dos poderes

Internet é a vedete da campanha municipal

COM R$ 1 BI DE ROMBO, GDF TENTA FECHAR O ANO

Degradação ambiental atinge 60% do planeta Na Austrália, cerca de 40% da biodiversidade já foi perdida. Amazônia está no limite. A6

Com o orçamento engessado, o Palácio do Buriti gasta 81% de toda a receita bruta para honrar a folha de pagamento. A3

Artesãs de Brasília são TOP 100 Duas artesãs estão entre os vencedores do Prêmio que identifica ações competitivas. A8

Reprodução da Internet

TV e a internet empatam quando o assunto é influenciar a opinião pública. A4

Cigarro provoca degeneração macular e cegueira Fumar pode levar ao aparecimento de doenças como catarata e glaucoma. A7

Pokémon Go diverte e causa problemas Psicóloga destaca os pontos positivos e negativos de se tornar um “caçador”. A7

MERCADO É INCERTO PARA PORTADOR DE DEFICIÊNCIA A maioria (62%) dos profissionais entrevistados enfrenta algum tipo de dificuldade no mercado de trabalho, como a falta de oportunidades para o perfil profissional (66%), baixos salários (40%), ausência de plano de carreira (38%) e falta de acessibilidade (16%). A5


A2

Caderno A

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Opinião

Comunicação&Problemas

Uma crise, muitas relações e uma política provincian Por Ricardo Callado

O clima político em Brasília anda pesado por causa da guerra entre comadres e compadres. Todos os personagens têm alguma relação bem próxima, ontem ou hoje, e juntos chegaram ao poder. Já vivemos outros momentos em que as relações de bastidores entre Executivo, Legislativo Judiciário e Ministério Público causaram crises políticas. Grampos, denúncias, corrupção estão novamente na pauta e essas relações estão agindo novamente. A política de Brasília é provinciana. Todos se conhecem e se relacionam. Os grupos se misturam. Antes, quando eram apenas Rorizistas e petistas, até que existia uma separação. Hoje, estão todos juntos. Celina veio do berço rorizista. Foi secretária da Juventude de Joaquim Roriz e chefe de gabinete da então deputada distrital Jaqueline Roriz. Celina foi eleita presidente com o apoio do governador Rodrigo Rollemberg e uma das primeiras lideranças a apoiar sua campanha de 2014. Rollemberg, já em 2010, antes de deflagrar a operação Caixa de Pandora, ensaiou uma aproximação com Joaquim Roriz. Queria sair candidato ao Senado na chapa do ex-governador, mas se afastou e desistiu da união política quando sugiram as primeiras gravações de Durval Barbosa. Rollemberg então caiu no colo do PT e apoiou Agnelo Queiroz. Na chapa, ainda tinha o rorizista Tadeu Filippelli como vice-governador, e o ex-petista Cristovam Buarque como companheiro no Senado. Os quatro chegaram juntos ao poder. Hoje, estão todos em campos opostos. Com a chegada de Agnelo ao Buriti, houve uma fragmentação política. Sumiram-se grupos e lideranças. Brasília não tem alguém que dê um freio de arrumação e coloque a casa em ordem. No governo petista, Celina e Liliane ficaram como vozes de oposição. Militaram até no mesmo partido, o PSD, comandado por Rogério Rosso. Depois seguiram caminhos diferentes. Celina se aliou a Reguffe e Cristovam no PDT, e hoje está no PPS. Já Liliane foi para o partido do ex-senador Luiz Estevão. Hoje está no PTB de Gim Argello. Rollemberg rompeu na campanha de 2014 com Agnelo, mas sustentou boa relação com o PT, mantendo inclusive quadros do partido em cargos importantes na estrutura do governo de Brasília. A partir daí, o governador eleito se aproximou de Celina. Outro personagem é Raimundo Ribeiro, que foi líder do governador Rollemberg até o ano passado. Após deixar a liderança do Buriti, Raimundo foi sendo empurrado aos poucos para a oposição. Sobrou até para o atual líder do governo, deputado Júlio César Ribeiro. O parlamentar sempre teve resistência entre os conselheiros do governador Rollemberg. Quanto mais Celina e Raimundo se distanciavam do governo, mais o PT e Liliane Roriz ampliavam o diálogo com o Buriti. Um dos fatos mais estranhos nessa confusão toda, onde adversários históricos se unem e aliados brigam entre si, foi Liliane gravar o braço direito de seu pai, Valério Neves, e colocá-lo no olho do furacão. Valério sempre foi uma das pessoas mais fiéis da Família Roriz e é fiel depositário de segredos políticos. A crise dos grampos, num primeiro momento, resolve vários problemas para Rollemberg. Tira de cena as principais vozes de oposição na Câmara Legislativa, Celina, Raimundo e o deputado Bispo Renato Andrade. Tem a oportunidade de trocar seu líder de governo e ainda tira o foco da crise do Buriti. Além disso, desmoraliza a CPI da Saúde, que tanto foi combatida pelo governo para que não saísse do papel. Deputados foram castigados com exonerações de indicados no Executivo. Um dos casos mais emblemático foi a retaliação contra o deputado Lira, que reclamou em discurso no plenário. O que se escuta nos gabinetes do Buriti é a frase: “ou é governo ou não é”. Essa crise ainda deve ir muito longe. Vai fazer um estrago na Câmara Legislativa. Como a política de Brasília é provinciana e todos se relacionam entre si, o Buriti não deve sair desse episódio sem arranhões e o governador Rollemberg sabe disso e se pintou para guerra. Essa confusão ainda vai demorar meses e vai influir diretamente na eleição de 2018. Quem tiver bem longe dela vai se dar bem. A briga entre Legislativo e Executivo é rancorosa e vai ser turbulenta e nessa disputa não haverá vencedores.

Você sabia? Dicas do bem falar... ... e do bem escrever!

EM RELAÇÃO A HORÁRIOS Seguem-se exemplos de formas corretas: • 8 horas • 8h30 • 8h • 08h30 • 08h • 8h30min00s São incorretos nas abreviaturas: • uso de pontos; • letras maiúsculas; • espaços entre números e letras. • letra S indicativa de plural; Enfatizando: • não use 8h. (com ponto); 8hs; 8H; 8 h; 8hr; 08h30’ • são inadequadas também as formas 08:00, 08:00h e 08h:00 Na referência à duração de um evento, deve-se usar grafia por extenso: a partida de tênis se estendeu por três horas e cinco minutos; a solenidade demorou duas horas para começar. Fernando Velloso Mestre-em-Ciëncias Pós-graduação em Língua Portuguesa, e-mail: livroserevistas@bol.com.br

Conselho de Administração Ronaldo Martins Junqueira Presidente

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Brasília, 27 de agosto a 2 de setembro de 2016

Espaço do

leitor

Marco Antônio Pontes – Tributo a Octavio Malta (Última Hora, Rio, circa 1960) marcoantonidp@terra.com.br

Embrulhada e mistério Uma grande embrulhada com tintas de mistério envolve ministros do Stf, o procurador geral da República, os investigadores da Operação Lava a Jato, um enrolado empresário candidato a premiadíssimas delações e a maior revista brasileira de informação geral – tudo sob perplexa expectativa dos demais veículos, jornalistas e tensão crescente, democraticamente disseminada entre políticos de situação e oposição. A embrulhada:... O imbroglio origina-se de reportagem de Veja (datada de 24.08) que ‘vazou’ trechos do que seriam informes preliminares de possível colaboração do empresário Leo Pinheiro, da Oas, nos quais o ministro do Supremo Tribunal Federal José Antônio Toffoli apareceria como suposto beneficiário de pequeno favor da megaempreiteira. À negativa de Toffoli quanto a ligações com Pinheiro e seus esquemas, discreta na medida da escassa significância da ‘acusação’, acrescentou-se reação indignada de seu colega Gilmar Mendes; igualmente desproporcional foi a manifestação do procurador geral Rodrigo Janot, que negou veracidade ao ‘vazamento’ e declarou “rompidas” as negociações com Leo Pinheiro. ...e os mistérios: Há incógnitas demais nessa equação: por quê? tanta veemência do ministro Mendes, a censurar procuradores da República que – disse – extrapolariam suas funções?; por quê? o procurador Janot negou tão peremptoriamente esse vazamento, condenou-o com tamanha acidez, e não os que o precederam? E permanece o mistério mais intrigante, após quase uma semana de especulações desencontradas na imprensa: quem?, afinal?, ‘vazou’ as descritas (por Veja) e nega-

das (por Janot) referências desabonadoras ao ministro Toffoli? Quid profit? As especulações não atendem sequer em português à pergunta tradicionalmente formulada em latim ante embrulhadas como essa – a quem aproveita o ‘vazamento’? –, cuja resposta talvez revelasse quem o fez. O ministro Mendes parece acreditar que serviria a investigadores ansiosos para aparecer ao fisgar ‘peixes’ graúdos, o procurador Janot garante que não se poderia ‘vazar’ delação que não houve e sugere pressões por que se efetive a colaboração e consequente ‘prêmio’ ao empreiteiro. A ver no que dá. O que já deu... ...foi crescente suspeita de que se trama o fim da Operação Lava Jato, de iniciativas congêneres e de tudo o que alvissareiramente anunciam, em destaque o fim da impunidade dos criminosos ‘de colarinho branco’. Em curto tempo – menos de mês – o Stf ameaçou revogar o próprio entendimento quanto a execução imediata de sentenças confirmadas em instância colegiada, assestou um petardo na ‘Lei da Ficha Limpa’ e um de seus ministros atacou duramente os procuradores da Lava a Jato. Simultaneamente, o Senado resgatou velho projeto que, aprovado, constrangeria os investigadores – felizmente ele parece ter regressado à paz de suas gavetas. Papo de bar Da ‘Lei da Ficha Limpa’ foi dito que parece texto de “bêbados”, propostas de agravamento da legislação anticorrupção teriam por autores “patifes” – tudo como em conversas de botequim. Tenho nada contra papos de bar, muito ao contrário. Mas essas palavras caem mal se as profere, a tratar assuntos que tais, um ministro do Stf.

Joanílio Teixeira... Graduado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, o economista Joanílio Teixeira é professor emérito da UnB; fez mestrado em matemática no Ita, depois ganhou mundos e foi PhD por Kent, pós-doutor e-ou professor convidado de instituições acadêmicas como as também britânicas Cambridge, Oxford, London School of Economics e mais Harvard, Stanford, Bekerley (Eua), Sorbonne, Coimbra, Roma, Milão... Detentor de tantos títulos e honrarias acadêmicas, ele agora está particularmente orgulhoso porque será condecorado com a Ordem do Mérito do Granbery, nosso velho colégio de Juiz de Fora, hoje integrado a instituição que oferece educação de excelência da pré-escola à universidade. ...e o nosso Granbery Não poderei aplaudi-lo pessoalmente na solenidade em Juiz de Fora, que fará parte da Semana Granberyense em que, como em todos os anos, alunos e ex-alunos festejamos nosso aniversário em 13 de setembro. Mas espero convocação da seção de Brasília da Associação Granberyense para o nosso próximo encontro anual, quando haveremos de festejar a justa homenagem. À porta do paraíso Morreu Geneton Moraes Neto, grande entre os maiores jornalistas de nosso tempo. Imagino-o chegar ao céu, apresentar-se a São Pedro: – Eu venho entrevistar Deus. Ante a perplexidade do bom porteiro, insiste: – Sim!, o Padre Eterno; por que não?, consta que é brasileiro, portanto deve explicações a seu povo. Interrompo a tentativa de crônica. Em seus derradeiros trabalhos Geneton teve maior audiência na televisão e melhor seria transcrevê-la, ou algo assim, em meios audiovisuais. Fica a proposta.

Artigo Em julgamento crimes dos poderes O julgamento da presidente da República afastada, Dilma Rousseff, iniciado na quinta-feira (25) começou turbulento e nem de longe se pode acreditar que até segunda-feira (29), os ânimos estarão menos exaltados. A sessão está sendo conduzida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. No primeiro momento, os trabalhos não têm levado muita gente à Esplanada, a exemplo da votação que decidiu pelo encaminhamento do pedido de impeachment de Dilma e das manifestações que ocorreram para reforçar o desejo da população, de tirar o poder da presidente. Isto porque a crise instalada na Câmara Legislativa do DF, associada aos desmandos do GDF, tem dividido o foco dos problemas políticos que abalam o País, de Norte a Sul. A cada dia surgem mais informações sobre as denúncias referentes ao pagamento de propina aos deputados distritais componentes da Mesa Diretora da Casa. Mas cadê a materialidade das provas? Antes de julgar devem-se estudar as denúncias, veracidades e materialidade para, então culpar quem realmente

Diretoria Executiva Cláudio Santos Diretor Administrativo/Financeiro Darlan Toledo Gerente Industrial

Redação Alexandre Alves Diagramador Silvana Amaral Chefe de Reportagem Eron de Castro Editor de Arte

estiver envolvido. Desejar somente tirar o poder, cassando o mandato não resolve tudo. O culpado tem de devolver o que roubou à nação e ao Estado. Precipitar julgamento é cruel, porque a palavra dita e escrita não volta atrás. E um pedido de desculpas não desfaz o mal causado. Voltando à área federal, esta vive um momento mais avançado de denúncias X provas, para ocorrer o julgamento da presidente do nosso País. Os deputados de acusação reafirmam que a presidente afastada cometeu crimes de responsabilidade que comprometeram o desempenho da economia no país. Exemplo disso foi o depoimento do ex-auditor do TCU Antônio D´Ávila disse que os repasses do Banco do Brasil ao Plano Safra se configuram em operação de crédito, o que é vedado em lei. Ele ressaltou que a presidente tinha consciência do desrespeito às leis contábeis. Agora, resta aos parlamentares de defesa esclarecer as falhas, que são graves. Enquanto isso o povo brasileiro passa por mais um período de descrença na política, nos políticos e na vida pública. O poder encanta, mas a consciência de fazer o bem à população, ao Estado e ao País, tem de ser maior que a vaidade.

A CASA CAIU – 2ª PARTE Quem não lembra da Caixa de Pândora, escândalo que envolveu governador e parlamentares, parece infelizmente que teremos a continuação ou a segunda parte deste embrólio, desta vez a denúncia de corrupção é contra a mesa diretora da Câmara Legislativa. Um aprendizado que o contribuinte deve levar até as próximas eleições, políticos desonestos sempre querem lucrar com a mazela da população, pois o tal projeto mencionado não tinha como destino o bem da população que ajudou que fez campanha debaixo de sol e chuva, muitas vezes com a promessa de um emprego ou algo parecido. E quando aparecem na mídia fazem cara de paisagem ou simplesmente não sei do que se trata. Pelo amor de Deus a população pode até se confundir na hora do voto , mas achar que somo idiotas é muito. Bartolomeu Dias Paiva, 52 anos, empresário.

OLIMPÍADAS – LEGADO Olimpíadas Rio 2016 terminaram e qual o seu legado? Que o Brasil pode e tem condições de sediar eventos de grande repercussão, mas lembrando que a população merece o respeito que lhe é adquirido. Vimos que o país é mais que carnaval, temos problemas sim , temos que cuidar das crianças e dos idosos, das escolas e hospitais, mas temos a alegria de viver que é peculiar do brasileiro. Os medalhistas olimpíacos ou por muitos chamados de heróis, pois medalha se conquista não só em 1 mês e sim bem antes os quatro anos que antecedem cada Olimpíada. O que se percebe é uma falta de apoio ou mesmo patrocínio , então muitos atletas tem que fazer atos heroicos com o pouco ou nada de insumo. Empresários olhem para os nossos esportistas com mais atenção. Joana Martins, 26 anos, estudante

CADÊ OS OBRAS PÚBLICAS Enquanto se instaura CPI na Câmara Legislativa, início da votação do processo de Impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, fim das Olimpíadas Rio 2016, Brasília continua com suas obras públicas quase todas inacabadas ou simplesmente no papel, quem sofre é a população que paga cada vez mais caro pelo bem público. Berenice de Jesus Damasceno Silva, 39 anos, empregada doméstica

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GDF PREVÊ ROMBO DE R$ 1 BI ATÉ O FIM DO ANO Afastado da utopia de suas propostas, Rollemberg se equilibra entre o saneamento das contas públicas e a onda de greves

Pedro Ventura/Agência Brasília

SITUAÇÃO DELICADA

O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, o governador Rodrigo Rollemberg, e os secretários de Fazenda, João Antônio Fleury, e de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos.

AJUSTES

TATIANE ALVES tsantana@jornaldacomunidade.com.br

A crise econômica pegou os estados brasileiros e o Distrito Federal de calças curtas. Em Brasília, o governo trabalha com um rombo estimado de R$ 1 bilhão até o final do ano. Com o orçamento engessado, o Palácio do Buriti gasta 81% de toda a receita bruta para honrar a folha de pagamento. De Norte a Sul a situação não é diferente da daqui. Governadores enfrentam dificuldades para pagar o funcionalismo e manter a máquina funcionando. Parcelamentos e atrasos de salários viraram rotina em várias unidades da Federação. O rombo nos cofres públicos herdado das administrações anteriores deixou os gestores de mãos atadas, reféns de greves e da impopularidade decorrente da deterioração dos serviços públicos. Brasília não escapou da crise. Às voltas com a necessidade de reequilibrar as contas públicas, o GDF enfrenta a greve dos metroviários, uma operação-padrão da Polícia Civil e o sucateamento da saúde pública. O governador Rodrigo Rollemberg busca socorro no Palácio do Planalto. Espremido pela queda da arrecadação e pelo aumento dos gastos públicos, o Palácio do Buriti se debate entre a escassez de recursos e a pressão das corporações sindicais e a popularidade do governador se dilui. A queda de braço com os policiais civis expôs a dura realidade financeira do GDF. O governo local, segundo Sérgio Sampaio, chefe da Casa Civil, tem um rombo estimado de R$ 1 bilhão até o final do ano. Com o orçamento engessado, o Palácio do Buriti, segundo ele, gasta 81% de toda a receita bruta para honrar a folha de pagamento. Isso explica por que o GDF se recusa a bancar o reajuste de 37% reivindicado pelos policiais civis e até mesmo os dias parados dos metroviários. Não há como aumentar as despesas e, por isso, outras greves podem acontecer nesse segundo semestre do ano. Perplexos diante dos reflexos da crise, os brasilienses querem soluções que não acarretem mais transtornos para a vida deles e para a cidade e ignoram que a resposta para o impasse pode estar na participação deles na fiscalização dos recursos e do Fundo Constitucional. É o que propõe o professor da Universidade de Brasília (UnB), economista Roberto Piscitelli. “Um acompanhamento de representantes profissionais, como o do Conselho de Economia, seria essencial para ter um maior grau de interação com as autoridades fazendárias. Fazendo o acompanhamento do desempenho da arrecadação, a sociedade poderia avaliar de forma isenta o verdadeiro estado das contas e se, em cada caso, é possível e viável conceder o aumento solicitado”, destaca o economista. “Será que as categorias que reivindicam reajuste estão forçando a barra ou será que as promessas não foram cumpridas, ou acordos que não foram honrados?”, questiona. Essas questões, segundo ele, não estão claras e nem há mecanismos para que o cidadão possa se posicionar diante das situações. “Isso exige uma mudança de postura das administrações, exige posições, providências como a regulamentação do direito de greve”.

ANTÔNIO TESTA

Cientista político critica submissão do governador O cientista político Antônio Testa ressalta que o país enfrenta uma série de crises, tanto de governabilidade quanto de capacidade de realização. “Além da incompetência gerencial do governo passado, a situação econômica do país se agravou muito com o governo federal envolvido em um oceano de corrupção, inoperância gerencial, incapacidade política e outros mal feitos. Tudo isso interferiu no desenvolvimento do governo atual”. Testa avalia que, apesar de Rollemberg ter assumido o governo com um projeto muito bem elaborado por intelectuais, o alcance de suas propostas bateu de frente com a realidade do Distrito Federal, em muitos aspectos inadministrável, tanto em razão da pressão dos interesses corporativos da máquina de governo, como das contradições políticas e do fisiologismo da Câmara Legislativa. Testa critica a submissão de Rollemberg à vontade dos órgãos de controle. “A ação às vezes insana da Agefis, a centralização burocrática na análise de projetos importantes para retomada da atividade da construção civil, a dificuldade de estabelecer uma política estratégica de segurança pública, devido à sua incapacidade de entender a dinâmica dos órgãos de segurança, e a visão assistencialista do comando da Secretaria de Segurança Pública impedem que seu governo avance”, analisa.

DESPESAS Se a arrecadação não vai bem, alguns setores sofrem, pois é com ela que o GDF garante o pagamento da folha da maior parte dos servidores do DF, com exceção da Segurança, parte da Saúde e da Educação, que são bancados pelo Fundo Constitucional, além do custeio da máquina administrativa (manutenção das obrigações como o pagamento de fornecedores) e de parte dos investimentos. Não vai ser fácil escapar da crise. Para o Buriti, ainda há um longo e exaustivo caminho a percorrer. O atual déficit nas finanças do DF é de cerca de R$ 4,9 bilhões. Este valor ainda se refere à dívida herdada da administração de Agnelo Queiroz, em janeiro de 2015. Nesse montante estão incluídas as Despesas de Exercícios Anteriores (DEAs) e as pecúnias convertidas em licença-prêmio não processadas, entre outros. Mensalmente, o governo de Distrito Federal tem uma receita total de cerca de R$ 3 bilhões para o pagamento da folha, o custeio da máquina administrativa, o pagamento de precatórios, da dívida pública, a contrapartida de investimentos e programas sociais, dentre outras despesas. Soma-se a isso o crescimento vegetativo da folha de pessoal, em 3,5% ao ano, o que ocorre independentemente de qualquer reajuste ou nova concessão de benefício. Há também o pagamento das DEAs, que somam ainda saldo em aberto de, aproximadamente, R$ 1,1 bilhão dos quase R$ 3 bilhões herdados do governo anterior.

GREVES A greve do Metrô-DF e possibilidade de nova paralisação da Polícia civil são, no momento, as maiores preocupações do GDF. Mas há também um clima tenso com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. As duas corporações já avisaram, em assembleia recente, que vão reivindicar o reajuste de 37%, caso o Buriti aceite equiparar os salários dos policiais aos dos federais. A Subsecretaria de Relações do Trabalho e do Terceiro Setor, da Secretaria da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais, diz que tem acompanhado as negociações das categorias com as direções dos respectivos órgãos e mantido um diálogo constante com todas as classes. Para isso, criou 32 mesas permanentes de negociação, com encontros semanais, onde as demandas são debatidas. Mesmo assim, o Executivo diz que não há como, neste momento, como conceder reajustes e se respalda na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Embora reconheça a legitimidade do pleito da Polícia Civil, o governador reiterou que o governo do DF não tem capacidade financeira para arcar com esses valores sem a ajuda do governo federal. O presidente em exercício, Michel Temer, comprometeu-se a estudar alternativas para as demandas do setor de Segurança Pública. Como forma de contrabalançar a incapacidade de melhorar os salários dos servidores, a Casa Civil tem empenhado esforços no sentido de avançar em outros itens da pauta de reivindicações que não tenham impacto financeiro, como, por exemplo, a ampliação da licença paternidade, a concessão do abono natalício, a oferta de cursos de capacitação, entre outros. O GDF reconhece as necessidades dos trabalhadores, mas alega que só poderá negociar melhorias salariais depois de sair dos limites impostos pela LRF.

O GDF tem tomado algumas providências para arrumar a casa. Desde que assumiu, o governador Rollemberg cortou 4.100 cargos comissionados e diminuiu o consumo oficial de combustíveis em um milhão de litros (redução de 36%), o que gerou uma economia de R$ 2,8 milhões, apesar dos aumentos da gasolina, álcool e diesel. Além disso, reduziu de 38 para 18 as Pastas do secretariado e ocupou 70% dos cargos de confiança com servidores concursados. Também passou um pente-fino nas Administrações Regionais, elas eram 31 e hoje são 25. A estrutura desses órgãos também foi compactada, diminuindo o custo com pessoal e material. Os gastos com diárias e passagens aéreas resultaram em 61% de economia em relação a 2014. O Executivo também reduziu as despesas com aluguel de imóveis em cerca de R$ 2 milhões por mês. Todas essas providências parece não ter sido suficientes diante da queda das receitas – um problema que vem atingindo as demais unidades da Federação em razão da recessão. No primeiro semestre deste ano, a arrecadação tributária do DF sofreu uma perda de R$ 389,4 milhões em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA), que previa uma receita de R$ 7,8 bilhões para o período. De janeiro a junho, Brasília deixou de arrecadar R$ 78 milhões do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), devido à diminuição do consumo de serviços por parte da população, e do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), em razão da crise do mercado imobiliário. Na tentativa de melhorar a arrecadação do DF, o GDF aumentou a fiscalização e o aprimoramento das ferramentas de controle e acompanhamento fiscal. Essa ação, segundo o GDF, tem ajudado a punir e a combater a sonegação fiscal.

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Donald Trump não investiu absolutamente nada em propaganda de TV

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Brasília, 27 de agosto a 2 de setembro de 2016

OPINIÃO PÚBLICA

TV e internet têm maior influência Os dois meios aparecem quase empatados, com 77% e 76% das menções respectivamente O horário eleitoral gratuito começou na sexta-feira (26), para as campanhas municipais. Além de investir na produção de conteúdo para TV e rádio, muitos candidatos irão apostar na internet. Não

estão errados. De acordo com o Estudo Geral de Meios (EGM), da Ipsos, a TV e a internet aparecem quase empatados quando o assunto é influenciar a opinião pública. Entre os entrevistados, 77% reco-

nheceram o poder da TV e 76%, o da internet. Na sequência, aparece o jornal (66%) e o rádio (61%). Revista vem como a última opção, com 48%. A pesquisa, que mediu a taxa de concordância dos entrevistados sobre quais meios acreditam que têm maior peso na opinião pública, revela que a percepção da influência da televisão e da internet é alta entre todas as classes sociais e níveis de escolaridade, mas a prevalência da TV começa a diminuir. Para o público jovem (18 a 24 anos), o meio perde para a internet. “Recentemente viralizou a notícia de que, nos EUA, Donald Trump não investiu absolutamente nada em publicidade na TV para a sua campanha. Isto, talvez levado ao extremo, reflita uma nova realidade sobre a influência dos meios de comunicação. No Brasil, estamos começando a vivenciar uma nova era da influência, principalmente com os Millennials e Geração Z,” afirma Diego Pagura, diretor de negócios da Ipsos Connect, responsável pelo EGM. O estudo mostra ainda que as classes mais altas acreditam que os meios impressos têm mais influên-

Diego Pagura, diretor de negócios da Ipsos Connect

cia sobre a população: 51% das classes A e B mencionam o meio revista, contra 48% da população em geral. O mesmo cenário é visto com relação ao meio jornal, que atingiu 66% no levantamento geral, mas sobe para 70% entre as classes mais altas. Já o rádio tem 61% de concordância, com pouca variação entre as classes A, B e C. Entre os entrevistados das classes DE, o percentual cai para 56%. “A influência das mídias é uma resposta ao que as pessoas esperam delas. A mídia impressa tradicionalmente tem criado a percepção de confiança e de credibilidade da informação, o que sustenta a sua relevância, principalmente para um assunto sério como a política”, complementa o executivo.

MEIOS Os dados fazem parte de levantamento do Estudo Geral de Meios (EGM), realizado pela Ipsos com 31.096 entrevistas presenciais com homens e mulheres acima de 18 anos em nove regiões metropolitanas. Os dados foram coletados entre abril de 2015 e março deste ano. As regiões monitoradas foram São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza. A margem de erro é 0,56% para mais ou para menos.

CRISE

Bancada do DF busca saída para Segurança A bancada do DF no Congresso Nacional decidiu intensificar os contatos com membros do Governo Federal com o intuito de encontrar uma saída para a crise na segurança pública do DF a partir do impasse nas negociações entre o GDF e os Policiais Civis, que buscam manter a paridade salarial com a Polícia Federal. Em reunião na tarde de quarta-feira (24), com a participação de seis dos oito deputados federais do DF – nenhum dos três senadores compareceu –, foi decidida a solicitação de audiências com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles e, em seguida, com o presidente em exercício, Michel Temer. “A tomada de decisões da bancada é suprapartidária e queremos ajudar a tirar o DF desse impasse que fragiliza a nossa CMYK

segurança pública”, disse o deputado Izalci (PSDB). Participaram ainda da reunião os deputados Laerte Bessa (PR), Augusto Carvalho (SD), Rogério Rosso (PSD), Ronaldo Fonseca (PROS) e Erika Kokay (PT). Rogério Rosso salientou a importância dos recursos do Fundo Constitucional para o custeio da segurança pública do DF e a necessidade de que a aplicação desses recursos seja acompanhada pela bancada. A questão das derrubadas de casas em condomínios também foi abordada na reunião. Os parlamentares lembraram que na campanha de 2014 o então candidato Rodrigo Rollemberg participou de diversas reuniões com moradores de condomínios e prometeu regularizar esses locais.


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Brasília, 27 de agosto a 2 de setembro de 2016

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

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Divulgação

TRABALHO

Deficientes esbarram em limites do mercado O objetivo da pesquisa era entender como é a relação deles com o RH e as empresas

Aposentados devem ter cuidado ao usar o 13º Aposentados pelo INSS recebem a primeira parcela do 13º salário desde o dia 25 de agosto. Em meio à recessão econômica, é mais indicado quitar dívidas, poupar para o futuro ou aproveitar para consumir? Com educação financeira, o uso do valor tende a ser planejado com cautela, levando em consideração a situação financeira do idoso hoje e no futuro. A principal orientação para os beneficiários neste momento é evitar utilizar a renda extra para pagar dívidas. Os compromissos financeiros precisam ser honrados mês a mês, conforme planejamento inicial. A expectativa em usar o 13º para pagar dívidas é um sinal de alerta, que indica que a soma dos compromissos financeiros está alta e que há risco de entrar na inadimplência. A quem está inadimplente, ou seja, com dívidas em atraso, a orientação é não se apressar em usar o 13º para quitá-las. O primeiro passo é elaborar uma estratégia para sair dessa situação, identificando todos os compromissos financeiros. É importante considerar as principais dívidas, as de necessidade primária, como de energia, água, gás e moradia, além das que incidem mais juros, como cheque especial e rotativo do cartão de crédito. Considerando as dívidas a serem pagas primeiro, algumas orientações são importantes para negociá-las com o credor. Além da primeira parcela do 13º, poupe uma quantia mensalmente para ter sucesso na negociação. Se for parcelar o pagamento da dívida negociada, tenha certeza de que as parcelas caberão em seu orçamento mensal. Caso já seja um investidor, use parte do valor em seus investimentos e a outra parte, direcione para a realização de um novo sonho. O dinheiro poupado precisa ter objetivos correspondentes, como uma reserva para emergências, uma viagem dos sonhos ou a reforma da casa, por exemplo.

FASE PREOCUPANTE Quem não tem dividas, mas não poupa dinheiro, pode achar que está em uma situação tranquila, porém na verdade encontra-se em uma fase preocupante. Isso porque, se não desenvolver o hábito de poupar e acabar utilizando a primeira parcela do 13º para o consumo, pode entrar no endividamento caso, no futuro, sofra qualquer imprevisto. Além de ter reservas para situações emergenciais, é importante sair do consumismo inconsciente e se tornar uma pessoa mais feliz, que realiza sonhos constantemente. Independente da situação, aproveite para • Fazer um diagnóstico financeiro e saber exatamente o quanto você ganha e onde o seu dinheiro está sendo gasto. Anote durante 30 dias tudo aquilo que consome, incluindo despesas pequenas e supérfluas. Assim, conhecerá seu perfil financeiro e saberá em quais pontos pode melhorar para levar uma vida de realização de sonhos. • Estabeleça pelo menos três sonhos: um a ser conquistado em curto prazo, outro em médio e outro em longo. Procure saber quanto custará para conquistar cada um dos seus objetivos e defina o quanto será preciso poupar mensalmente para realizálos. Os sonhos de curto prazo se realizam em até um ano, os de médio entre um e dez anos, e os de longo acima de dez anos. • Com os sonhos estabelecidos, procure poupar dinheiro para realiza-los o quanto antes. Elimine gastos desnecessários e supérfluos e prefira pagar à vista para conseguir descontos e direcionar os valores economizados para a poupança dos sonhos. Além de ser uma pessoa realizada, assim você também terá boa saúde financeira, baseada em hábitos de consumo sustentáveis. • Invista o valor poupado de acordo com o tipo de sonho que deseja realizar. Para sonhos de curto prazo, a poupança é bastante indicada. Para sonhos de médio prazo, CDB, LCI e LCA são interessantes. Para sonhos de longo prazo, considere a previdência privada, por exemplo. Os rendimentos variam de acordo com o tempo em que o dinheiro fica investido.

Falta de oportunidade, baixos salários e ausência de plano de carreira. Estas foram as principais dificuldades encontradas pelos profissionais com deficiência no mercado de trabalho e detectadas em levantamento inédito da VAGAS.com e Talento Incluir. O estudo Inclusão Sustentável foi realizado de 31 de maio a 13 de junho deste ano por e-mail para uma amostra de pessoas com deficiência da base de currículos cadastrados no portal de carreira VAGAS.com.br. A pesquisa foi apresentada durante o CONARH (42º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas), realizado de 15 a 18 de agosto no Transamérica Expo Center, em São Paulo. O objetivo da pesquisa era entender quais as dificuldades que esse público enfrenta no mercado de trabalho e como é a relação deles com o RH e as empresas. Os 4.319 respondentes são, em sua maioria, homens (62%), solteiros (51%), não possuem filhos (56%) e estão empregados (52%). Do total de participantes, 58% afirmaram possuir deficiência física, 26% auditiva, 19% visual, 7% intelectual e 9% pessoas reabilitadas pelo INSS. A maioria dos respondentes (62%) revelou que enfrenta algum tipo de dificuldade no mercado de trabalho. Entre as mais mencionadas, figuraram falta de oportunidades para o perfil profissional (66%), baixos salários (40%), ausência de plano de carreira (38%) e falta de acessibilidade (16%). “Os três principais aspectos levantados mostram que as pessoas com deficiência almejam melhores condições de desenvolvimento profissional no mercado de trabalho, ficando à frente da questão de falta de acessibilidade”, avalia Rafael Urbano, coordenador da pesquisa na VAGAS.com. “Essa pesquisa é a que possui a maior base de respondentes de pessoas com deficiência. Não há outra pesquisa semelhante a essa com uma base tão consistente. Procuramos ouvir esse público para saber qual é a relação dele com o mercado e como essa relação se desenvolve”, conta Tabata Contri, coordenadora da pesquisa pela Talento Incluir. “Nós esperamos que esse estudo, realizado em parceria com a Talento Incluir, possa contribuir para o entendimento das principais questões que afetam a inclusão de pessoas com deficiência nas empresas e servir como inspiração para a criação de soluções para elas”, diz Mario Kaphan, sócio-fundador da VAGAS.com.

Mario Kaphan, sócio-fundador da VAGAS.com

PROBLEMAS Pessoas com deficiência sofrem com bullying Quatro em cada dez pessoas com deficiência já sofreram algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho. Desse total que admitiu ter sido discriminado, 57% disseram que foram vítimas de bullying. Outros12% relataram encontrar dificuldades para serem promovidos, enquanto 9% contaram que já passaram por isolamento e rejeição do grupo. “É um tipo de situação que ainda faz parte da realidade de muitas pessoas com deficiência. Apesar da Lei de Cotas completar 25 anos, tem muita gente que não sabe respeitar o profissional com deficiência. E isto está refletido em nossa pesquisa, infelizmente”, explica Rafael. Falta de suporte de RHs e empresas Em outra parte do levantamento, foi abordada a percepção desse público em relação dos profissionais de Recursos Humanos. Para 58% dos respondentes, a área de RH não está preparada para contratar pessoas com deficiência. "É um dado preocupante. Essa é a área que mais precisa estar próxima do profissional com deficiência. Sem essa proximidade, o trabalho desse profissional pode ficar comprometido", diz Tabata. O departamento de RH também foi alvo de questionamentos sobre essa relação. Foi perguntado se a área de Recursos Humanos apoiou o profissional com deficiência em necessidades ligadas à deficiência. Para 22%, houve apoio. Outros 28% citaram que não houve apoio e 50% não precisaram de ajuda. Daqueles que tiveram apoio, 14% disseram ter ajuda com adaptação do mobiliário/ equipamento e outros 14% obtiveram atendimento como ajuda; a acessibilidade foi o apoio prestado a 12%.

cia não sabem muito bem quais ações as companhias fazem a favor delas. Quase um terço (32%) afirmou que não sabe o que a empresa fez para ele. Para 19%, utilizaram recrutamento e seleção especializados. Em 17% dos casos, houve desenvolvimento de profissionais com deficiência. “A área de endomarketing e comunicação da empresa pode ser uma grande aliada no programa de inclusão, informando sobre as ações inclusivas. Os colaboradores precisam saber o que está sendo feito para trabalhar a diversidade e a inclusão na organização em que atuam. Quanto mais informação sobre o tema, menos dúvida, menos discriminação, menos preconceito”, pontua Tabata.

Tabata Contri, coordenadora da pesquisa pela Talento

Gestores Quando perguntamos se os profissionais com deficiência acham importante que os gestores sejam treinados para trabalhar com as diferenças, 96% responderam que sim. “Essa resposta é muito relevante, é com o gestor que a pessoa convive mais tempo, e é do gestor a responsabilidade de desenvolver o profissional com deficiência, as cobranças e a orientação de

carreira, para que ele trilhe oportunidades dentro da organização. Por outro lado, muitos gestores têm dúvidas em relação à gestão de profissionais com deficiência, por não terem familiaridade com o tema. Levar informação e desenvolver esse líder para gerir pessoas com deficiência é necessário para o resultado do negócio”, relata a coordenadora.

Desempregados Da base de consultados na pesquisa, 52% afirmaram estar empregados. De todos os respondentes, 53% disseram que estão há mais de 10 anos no mercado de trabalho e 60% informaram que já foram promovidos. Ainda de acordo com a pesquisa, os profissionais com deficiência (PcDs) trabalharam, em média, em cinco empresas. E a maior parte (84%), nunca esteve afastada do trabalho por motivos relacionados à deficiência. “Isso mostra que esse profissional é comprometido e disposto a encarar desafios e adversidades em sua jornada de trabalho”, conta Rafael. Do outro lado, os desempregados relataram que estão há menos de um ano fora do mercado (61%). Entre os motivos destacados para ficarem longe do trabalho, figuraram: não me identifiquei com a empresa/ função (17%), salário (13%), ausência de plano de carreira (13%), problemas de saúde (9%), entre outros.

Comunicação Em relação às empresas, ficou evidenciado que as pessoas com deficiênCMYK


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MEIO AMBIENTE

Estudo retrata perda da biodiversidade no planeta Pesquisadores constataram degradação em 60% de toda a superfície terrestre Um estudo divulgado recentemente pela revista científica Science, desenvolvido por pesquisadores

da University College London, cria um retrato da preservação de mais de 40 mil espécies dos mais varia-

dos ambientes em todo o mundo. Segundo os pesquisadores, 10% de redução da biodiversidade por região já poderia ser considerada uma séria ameaça ao planeta. Lamentavelmente, se constatou que em 60% de

toda a superfície terrestre essa marca já foi ultrapassada. Só no continente australiano, cerca de 40% da biodiversidade já foi perdida. “Muitas vezes, as interferências do homem na natureza causam impactos irreversíveis, destruindo ecossistemas que jamais se recuperarão”, diz o Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS). Ele cita, por exemplo, a tragédia provocada pelo rompimento das barragens em Mariana, causando o maior desastre ambiental da história do nosso país. “Os efeitos dessa lama que escoou e atingiu o Rio Doce vão além do que já se constatou até agora. Terá, certamente, sérias consequências no futuro”, diz Puorto. Em compensação, o estudo divulgado pela revista Science traz um dado menos

Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01

Floresta Amazônica aparece bem na foto

desolador para o país. Na Floresta Amazônica, os pesquisadores afirmam que a perda da biodiversidade está abaixo dos 5%, considerada umas das menores taxas em todo o planeta. “Um feito, se considerarmos o quanto a região ainda sofre com o problema do desmatamento, embora já tenha enfrentado períodos bem mais graves, antes da implantação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal”, ressalva o Biólogo. Quando foi implantado, em 2004, dados do Ministério do Meio Ambiente apontam que no mesmo ano o desmatamento da região atingiu uma área de 27.772 km2. Mas, no ano seguinte, caiu para 19.014 km2. E vem caindo ano a ano. Em 2015, a marca registrada foi de 5.831 km2. Ou seja, uma redução de 80%, em 10 anos. “Precisamos, urgentemente, cuidar melhor de nossas riquezas naturais. Não podemos mais ficar apenas nos discursos e metas”, conclui Puorto.

BIOENERGIAMT

Demanda por biodiesel alerta produtores Responsável por mais de 20% da produção do biodiesel brasileiro, Mato Grosso tem potencial para aumentar ainda mais essa participação e abastecer toda demanda existente no país. A afirmação é de especialistas da área que estarão reunidos, dos dias 12 a 14 de setembro, durante no 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso, em Cuiabá, realizado pela Famato, Aprosoja e Senar-MT. O tema “Oportunidades com o Biodiesel” será o foco de um dos sete painéis da programação do Congresso e levará ao público informações sobre o cenário atual e as potencialidades do estado neste setor. Para o presidente do Sindicato das Indústrias do Biodiesel em Mato Grosso (Sindibio), Rodrigo Guerra, o cenário é positivo e otimista. Ele aponta que um dos principais motivos é a vocação CMYK

agrícola do estado que contribui com o desempenho do biodiesel processado basicamente a partir do óleo de soja, carro-chefe da produção agrícola mato-grossense. Dados da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) mostram que, no estado, 85% do biodiesel é extraído da soja, 10% do sebo bovino e 5% de outros óleos. No primeiro semestre de 2016, a produção mato-grossense de biodiesel ficou em 408,7 milhões de litros, o que já representa 21,9% da produção nacional. O painel será realizado no dia 13 de setembro, a partir das 13h30. As inscrições podem ser feitas pelo site da Famato, onde está a programação completa do evento: www.sistemafamato.org.br/bioenergiamt. No dia do evento será necessária a entrega de 1kg de alimento não-perecível.


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JOGOS

Bom para distrair a mente, ocupar o tempo livre e melhorar a memória e concentração ENTREVISTA COM A PSICÓLOGA ANNA LÍVIA Quais os pontos positivos do jogo Pokémon Go? Os jogos como Pokémon Go são excelentes para distrair a mente, ocupar o tempo livre e melhorar a memória e concentração. No entanto, para alcançar esse objetivo é importante não passar mais de duas horas por dia jogando, para evitar os danos que este tipo de jogo também pode causar à saúde.

E de que forma ele pode ser prejudicial? Pokémon Go é um jogo que combina o mundo real com virtual. Mas para capturar os pequenos bichinhos, pode ser necessário enfrentar situações de risco como ter que atravessar ruas ou se colocar em locais pouco povoados, o que pode não ser seguro na vida real, havendo o risco de quedas ou assaltos, por exemplo.

O jogo Pokémon Go favorece o aprendizado? É um bom estímulo para o cérebro, sendo útil para acelerar as conexões nervosas e facilitar o aprendizado. Além disso, este tipo de jogo eletrônico favorece o planejamento estratégico, pensamentos lógicos e tomada de decisões no mundo virtual que podem ter reflexo também na vida real.

Ele é importante também para combater o ócio? Este tipo de jogo ainda tem o benefício de manter a pessoa ocupada tanto física como mentalmente, o que pode ser benéfico para ultrapassar barreiras emocionais e para evitar ficar obcecado com o mesmo pensamento repetidamente, que pode até mesmo atrapalhar a vida da pessoa. Ao caminhar, estimula também uma atividade física, ajudando a combater o sedentarismo.

Muito se fala no isolamento das pessoas em meio a esse mundo virtual em que vivemos. O Pokémon Go pode ajudar na interação social? Pikachu

Crianças, adolescentes ou adultos, o jogo está fazendo as cabeças dos aficionados por games. Porém, o aplicativo que pede para que os jogadores desloquem-se fisicamente para capturar os monstrinhos pode trazer benefícios e malefícios à saúde. A psicóloga Anna Lívia, do Hapvida Saúde, destaca os pontos positivos e negativos de se tornar um “caçador” de Pokémons. “Por um lado, o jogo pode ajudar no aprendizado, combater o ócio e aumentar a interação social, mas, por outro, pode prejudicar a visão, causar vício e, principalmente, acidentes decorrentes da falta de atenção que o Pokémon Go provoca”, salienta ela.

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CIGARRO

Pokémon Go, a febre que é puro sucesso “Caça” e “caçadores”: eles estão por toda parte. Ao invés de assustar, os “monstrinhos de bolso” (pocket monsters ou, como são conhecidos, Pokémons) divertem milhões de pessoas em todo o mundo desde julho – no Brasil, o Pokémon Go, jogo de realidade aumentada para smartphones, chegou em 3 de agosto. O sucesso vem da mistura de jogo e realidade. Na tela do smartphone, os pokemaníacos veem o mundo real, como na câmera do seu celular, mas habitado por monstrinho do Pokémon.

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Há um aumento no número de grupos que se juntam em locais públicos para caçar pokémons. Nestes grupos as pessoas, podem conversar entre si para trocar dicas de jogo e, assim, desenvolver novas amizades.

O jogador precisa ficar concentrado na tela do celular. Isso pode ter consequências física e muscular? Como é preciso ficar olhando para a tela do celular enquanto anda, há maior risco de desenvolver má postura, valendo salientar que pode surgir intensa dor na região do pescoço e também no meio das costas.

Muito tem se falando em acidentes envolvendo jogadores de Pokémon Go, até com mortes. A falta de atenção é um dos principais problemas desse jogo? O jogo requer um maior nível de concentração na tela do celular e, dessa forma, fica mais difícil estar atento ao que se passa ao redor, aumentando o risco de quedas ou atropelamentos. Além disso, como é necessário caminhar, muitas pessoas estão optando por jogar enquanto dirigem, o que pode levar a acidentes de trânsito sérios.

Tabagismo pode provocar degeneração O Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, chama a atenção para os males causados pelo hábito de fumar, importante fator de risco isolado para cerca de 50 doenças, entre elas as da visão. O tabagismo pode contribuir para a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), principal causa da cegueira irreversível. Segundo a Academia Americana de Oftalmologia, o cigarro potencializa a DMRI, juntamente com outros fatores, como obesidade, hipertensão e histórico familiar da doença. Alguns estudos apontam que as chances de um idoso que fuma ficar cego é até quatro vezes maior que a de um não fumante. “O tabaco agride a retina e aumenta sua oxidação, o que favorece um processo degenerativo da mácula, região do olho onde são definidas as formas e cores”, explica Sebastião José Ferreira Neto, oftalmologista especializado em retina da clínica Oftalmed. O especialista conta que a retina se origina no tecido nervoso e suas células se regeneram de modo mais lento e difícil. Assim, o adoecimento dessas células pode causar a perda de visão.

VISÃO As substâncias presentes na fumaça do cigarro também podem provocar alterações no metabolismo do cristalino e o aceleramento do seu processo natural de opacificação. Como consequência, o indivíduo pode desenvolver a catarata antes dos 50 anos, idade média para seu aparecimento na maioria dos pacientes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo. No Brasil, a doença atinge, em média, 28,7% das pessoas com mais de 60 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Centro-Oeste é a região do país com maior incidência de catarata em indivíduos com mais de 60 anos: 33,7% da população. O conjunto de fatores que leva a má circulação sanguínea no corpo, entre eles o tabagismo, também prejudica a saúde do nervo óptico. Assim, o cigarro pode poderia piorar quadros de glaucoma – aumento da pressão intraocular que provoca o endurecimento do globo e diminuir a acuidade visual. “A fumaça do cigarro provoca ainda irritação dos olhos, vermelhidão, coceira e lacrimejamento, além de agravar quadros de síndrome do olho seco e alergias oculares”, finaliza o especialista da Oftalmed.

É possível afirmar que há riscos também para a visão? A proximidade da tela e dos olhos força a visão numa só direção, o que acaba sendo prejudicial à vista porque aos poucos se pode ir perdendo a visão periférica e também ao longe.

Existe risco de o jogador ficar viciado? Por proporcionar prazer e a possibilidade de fuga da realidade, existe também o risco de ficar viciado no jogo e de ficar adiando atividades e decisões relacionadas à vida real. Como o cérebro gosta do tipo de reforço positivo, a cada etapa do jogo, a pessoa passa a preferir ficar horas jogando e sendo bem sucedido virtualmente do que estudar ou trabalhar, especialmente se ela não estiver contente com estas atividades.

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RECONHECIMENTO

Templo da Boa Vontade

Artesãs do DF entre as melhores do País

O Templo da Boa Vontade 27 anos do Monumento da Espiritualidade Ecumênica nos dias 21 e 22 de outubro. Será realizada uma grande celebração para fortalecer “Nosso testemunho de Perseverança em Jesus”, segundo os organizadores. No dia 22, o evento conta com a Sessão Solene, sob o comando do fundador do Templo da Paz, o jornalista Paiva Netto, que comemora junto aos peregrinos do Brasil e do mundo, os 60 anos de trabalho na Seara da Boa Vontade (completados em 29 de junho). O Templo da Boa Vontade (TBV) é uma das sete maravilhas de Brasília eleito por votação popular e o monumento mais visitado da capital brasileira, recebendo mais de um milhão de pessoas por ano.

Flor do Cerrado e Brincando com Linhas receberão o Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato Duas artesãs do Distrito Federal estão entre os vencedores do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato 2016, ação que tem por objetivo identificar e premiar as unidades produtoras de artesanato

mais competitivas do Brasil. Nesta quarta edição do prêmio, foram reconhecidas as artesãs brasilienses Roze Mendes, dona da Flor do Cerrado, e Maria de Fátima Rodrigues Lima, da Associação Brincando com

Linhas. A cerimônia de premiação será realizada em 23 de novembro, no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Rio de Janeiro. Desde sua primeira edição, em 2006, o Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato tem sido considerado uma iniciativa de sucesso, com um crescente número de inscritos. O prêmio procura destacar não somente a qualidade dos produtos, mas também suas práticas de gestão do negócio. “Estar entre as cem premiadas é um grande privilégio para os participantes, pois, além do reconhecimento nacional e da divulgação comercial, eles poderão usar o selo Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato - 4ª Edição por três anos. Ainda terão divulgação de três produtos nos sites do Sebrae Nacional e do Sebrae no DF e estarão em um catálogo promocional feito pela entidade”, explica Karina Monteiro de Almeida Angelo, analista da Unidade de Atendimento Coletivo de Comércio (UACC) do Sebrae no DF. Premiada pela quarta vez no TOP 100 de Artesanato, Roze Mendes é parceira do Sebrae há mais de 20 anos, quando fez parte de um grupo piloto de artesãs para capacitação e busca de melhorias em seus trabalhos, em Samambaia. De lá pra cá, a produção dela só cresceu, com exportações já feitas

Roze Mendes se tornou consultora e formou grupos

para a França, a Bélgica, a Inglaterra e os Estados Unidos. A empresa também esteve presente nas exposições Showroom Brasil Original, no ParkShopping, realizadas pelo Sebrae no DF. Roze não guardou para si a boa experiência que acumulou. Tornou-se consultora, formou outros grupos de artesãs e montou um projeto similar aos de que participou em Maputo, capital do Moçambique, o Flor de Capulana. Na associação Brincando com Linhas, desde 2007, Maria de Fátima Rodrigues Lima e outras participantes bordam a história do folclore brasileiro em livros, colchas e almofadas. Indicada ao prêmio pela segunda vez, garante que estar entre o TOP 100 aumenta as possibilidades profissionais. “É um reconhecimento ao nosso trabalho. O mercado passa a valorizar nossos produtos e as portas para eventos se abrem mais facilmente”, acrescenta.

BRINCANDO Atualmente com seis bordadeiras associadas, além de outras terceirizadas, a Brincando com Linhas faz, a cada mês, cerca de 30 livros, três colchas e cem almofadas, que são comercializados no Distrito Federal e em outras unidades da federação, como São Paulo e Minas Gerais. Também já foram vendidas peças para os Estados Unidos e o Canadá. “Queremos nos desenvolver e chegar a feiras internacionais, além de ter mais apoio para um crescimento planejado”, acrescenta Maria de Fátima, parceira do Sebrae no DF desde 1999, quando a instituição formou um grupo de bordadeiras em Taguatinga que, com o tempo, deu origem à associação premiada.

coworking

Asa Norte ganha Café Multiplicidade O Café Multiplicidade deu início às suas atividades. Voltado para empreendedores, a proposta é reunir empresários, produzir eventos, lançar livros, realizar exposições, abrir oportunidade para novas ideias e pessoas criativas, além de contar com uma vasta carta de cafés especiais. O estabelecimento fica na 702/703 norte, bloco G, loja 46 - na área externa do Espaço Multiplicidade de Coworking. “Temos café da manhã com salgados, tapiocas, salada de frutas, CMYK

pães, bolos, sucos e outros. Além disso, para quem quiser fazer um almoço rápido tem salada no pote, sanduíches de lagarto e outros e congelados. No entardecer você pode tomar uma cervejinha gelada, um vinho ou até mesmo um espumante e assistir a um lindo pôr do sol na Pracinha Multiplicidade”, conta Cristiane Pereira, sócio-proprietária. O “Café Multiplicidade” é um ambiente para negócios, networking e descontração, possui dez mesas super aconchegantes.


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