IEDS
Instituto de Estudos do Desenvolvimento Sustentável
Revitalização da Paisagem Cultural do
Serro / Minas Gerais 1
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© IEDS, 2009 Todos os direitos dessa edição são reservados ao Instituto de Estudos do Desenvolvimento Sustentável – IEDS.
AUTORES
Vilmar Pereira de Sousa Marina Salgado Paulo Henrique Alonso SUPERVISÃO CIENTIFICA
Leonardo Barci Castriota PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Flávia Guerra Soares e Alexis Azevedo ILUSTRAÇÃO
Flávia Guerra Soares Instituto de Estudos do Desenvolvimento Sustentável – IEDS
S164r
Sousa, Vilmar Pereira de. Revitalização da paisagem cultural: Serro - MG / Vilmar Pereira da Sousa; Marina Salgado; Paulo Henrique Alonso - Belo Horizonte: IEDS, 2009. 24 p. : il. ; 14 x 21 cm. - (Coleção Educação Patrimonial).
ISBN: 978-85-62372-03-2
1. Revitalização. 2. Paisagem cultural. 3. Minas Gerais – Serro. I. Sousa, Vilmar Pereira de. II. Salgado, Marina. III. Alonso, Paulo Henrique. IV. Instituto de Estudos do Desenvolvimento Sustentável. V. Título. VI. Título: Serro - MG. VII. Série.
CDD: 720.286
Dados internacionais de catalogação na publicação Bibliotecárias responsáveis:
Carla Angelo (CRB-6/2590) e Edna Angelo (CRB-6/2560)
ÍNDICE
PAISAGEM PROBLEMAS ÁGUA PLUVIAL CONTENÇÃO DAS ENCOSTAS PROTEÇÃO DAS ÁGUAS EROSÃO AGRICULTURA URBANA HORTAS BIBLIOGRAFIA
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PAISAGEM A paisagem da cidade do Serro já chamava a atenção dos viajantes que por lá passavam no século XIX. Saint-Hilaire, naturalista francês, descreveu o Serro como um jardim: “Das janelas que se abrem para o campo, goza-se de agradável panorama: avistam-se as casas próximas entremeadas de massas espessas de verdura formada pelo arvoredo dos jardins; mais além descortina-se o vale estreito que se estende ao pé da cidade e em cujo fundo corre o quatro vinténs” Em seu livro “Viagens pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais”, identifica na cidade do Serro uma intensa agricultura, com plantações de bananeiras, mamoeiros, laranjeiras, pés de café, couve, algumas espécies de abóbora e chuchu, entre outros, cultivadas nos quintais das casas.
1960
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2008
Nas descrições de viajantes e na memória dos moradores do Serro, a imagem que se tem é de uma cidade bonita, bem cuidada, com poucos problemas ambientais. Essa beleza ainda se mantém. No entanto, hoje se percebe uma perda e descaracterização dessa paisagem, em grande parte por problemas trazidos pela má ocupação da agricultura urbana: terraceamentos mal feitos, plantas inadequadas ao relevo acidentado, rios e córregos poluídos, entre outros. Esses são sinais de que temos desaprendido as técnicas da agricultura urbana tradicional, que sempre caracterizou o Serro. Adotar medidas adequadas de ocupação do espaço urbano é a condição fundamental para diminuir os problemas e melhorar a qualidade de vida de todos os moradores da nossa cidade querida. 3
PROBLEMAS
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Falta de cobertura vegetal
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5 Deslizamento de terras
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Plantio inadequado
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Falta condução da água das chuvas
Ocupação inadequada das encostas
Mas estes problemas têm SOLUÇÃO!
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Poluição das águas dos rios
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ÁGUA PLUVIAL A água da chuva pode trazer alguns problemas para sua casa, a casa do vizinho e para toda cidade. 1) A água que cai nos telhados das casas deve ser recolhida através de calhas e encaminhada para a rede de águas pluviais (das chuvas). Por quê? A água do seu telhado que cai no vizinho pode causar infiltrações. A água que cai no barranco ou no solo descoberto provoca erosão, deixando-o mais pobre. Ao contrário, a água da chuva também pode ser recolhida e depois utilizada para molhar as plantações. A instalação de escadas de acesso é importante, pois, além de mais seguras, elas diminuem a velocidade da água da chuva, provocando menos erosão.
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2) O calçamento das ruas também deve ser implantado de forma que a água seja direcionada para as laterais (sarjeta). A sarjeta garante a condução correta das águas para a rede de captação, além de evitar que a água atinja as casas que ficam abaixo da via. A PREFEITURA DARÁ AS ORIENTAÇÕES TÉCNICAS NECESSÁRIAS PARA A IMPLANTAÇÃO DE PAVIMENTAÇÃO E CALÇAMENTO, BEM COMO PARA A REDE DE CAPTAÇÃO DE ÁGUAS.
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CONTENÇÃO DAS ENCOSTAS
As encostas precisam de proteção. É preciso que se mantenha a cobertura vegetal para diminuir o impacto das águas sobre o solo. Uma boa solução para esse problema é a construção de MURETAS DE PÉ. O que é isso? São pequenas contenções instaladas no final do talude (barranco); elas podem ser construídas de concreto, de blocos, de pedras, madeiras entre outros. Para que servem? Para conter a terra, evitando que esta invada a rua e aumente a sujeira e a poeira. Além disso, servem para evitar o desmoronamento que pode colocar as casas em risco. Como proceder? É muito Importante obter orientação técnica sobre os materiais, as medidas e a maneira adequada de construir as muretas.
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Dica: Você pode deixar sua mureta de pé mais bonita e contribuir para o embelezamento da sua rua, através da utilização de “blocos ajardinados” ou plantio de hera (trepadeira). Vamos colaborar para deixar nossa cidade mais bela!!!
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PROTEÇÃO DAS ÁGUAS Os nossos rios e córregos estão em RISCO! O lixo é depositado nos leitos ou nas margens dos cursos d'água. O esgoto é despejado nas águas dos córregos e rios. As matas ciliares, que protegem as margens dos rios e córregos, estão sendo destruídas. Os animais são criados soltos, contaminando as águas. A terra das encostas é transportada para o leito dos córregos e rios, provocando assoreamento (entupimento).
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Você pode colaborar para mudar essa situação! Como? 1 2 3 4
Deposite o lixo no local e condições adequadas. Não destrua as matas de proteção dos rios. Faça o reflorestamento de áreas que já foram destruídas. Mantenha o solo coberto, para evitar que seja lavado e transportado para o leito dos rios. 5 Crie animais em locais e condições adequadas. 6 O esgoto deve ser depositado na rede de coleta adequada. 7 Repasse essas informações aos seus vizinhos.
Não podemos esquecer que os rios e córregos formam um sistema vivo, ou seja, não basta apenas uma pessoa cuidar do rio.
TODOS PRECISAM COLABORAR!!! 11
EROSÃO
O que é a erosão pluvial (águas das chuvas)? Também é chamada de deslizamento de terra. A água da chuva provoca um desprendimento da camada superior (superficial) do solo e esta camada desliza nas encostas Esse fenômeno ocorre também nas margens dos rios e córregos.
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FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A EROSÃO: 1 O desmatamento que expõe o solo às águas da chuva; 2 A construção de moradias em encostas que, além de desmatamento, provocam a erosão acelerada devido à declividade do terreno;
3 As técnicas agrícolas inadequadas, quando promovem desmatamentos para dar lugar a áreas plantadas;
4 A ocupação do solo, impedindo grandes áreas de terrenos de cumprirem o seu papel de absorvedor de águas e aumentando, com isso, as enxurradas, devido ao escoamento superficial.
COMO PREVENIR A EROSÃO: 1 Conhecer o terreno da sua casa, mantê-lo sempre coberto, se possível com vegetação natural;
2 Proteger o solo contra a ação das águas (chuvas e águas servidas), não desmatando;
3 Não realizar cortes verticais ou que causem exposição do solo; 4 Não jogar lixo e terra descartada nas encostas; 5 Não construir sobre terras descartadas, lixo e terrenos pouco compactados;
6 Estar atento ao aparecimento de trincas nos terrenos e nas casas; 7 Informar a defesa civil, quando houver suspeita de movimentação do terreno e solicitar uma vistoria;
8 Realizar obras adequadas e com orientação técnica.
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AGRICULTURA URBANA O que é? Agricultura urbana é a atividade de produção de alimentos e plantas medicinais em áreas urbanas ou nos arredores próximo às cidades. A produção é geralmente diversificada, em pequenas áreas e muitas vezes se destina ao consumo de quem produz. Essa produção pode ser coletiva ou individual; pode ser realizada em terrenos públicos ou privados (quintais das casas dos produtores) e, em algumas cidades, é feita através de associações comunitárias.
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IMPORTANTE A plantação de bananeiras além de oferecer os frutos, também pode ser uma importante fonte de renda pela produção de fibras. Destas e podem produzir móveis, papel artesanal, objetos de decoração, etc. DICA: para o melhor aproveitamento da sua produção de banana você pode transformá-la em geléias, banana-passa, doce de banana, licores, etc.
O caso da bananeira: A produção de bananas ocupa um importante papel na economia do Serro; porém se não adotarmos os cuidados necessários poderemos ter problemas tais como: 1. A erosão: o solo fica exposto e será lavado pela água das chuvas; 2. A baixa produtividade por falta de adubação adequada; 3. As bananeiras, se plantadas em altas declividades (terrenos muito acidentados – inclinados), podem acelerar a erosão, além de dificultar o acesso aos cachos de banana, desperdiçando a produção.
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HORTAS
As hortas são plantações de verduras, legumes, pequenos frutos e plantas medicinais, e podem ser feitas em grandes áreas, canteiros ou até mesmo em vasos. As hortas podem ser particulares ou comunitárias, destinadas ao comércio ou para o próprio sustento. O solo deve apresentar condições ideais para o plantio, considerando suas características físicas (arenoso, argiloso, disponibilidade de matéria orgânica) e química (fertilidade – quantidade de nutrientes e minerais disponíveis). A irrigação é outro fator importante, pois cada tipo de planta vai exigir uma quantidade de água diferente, além da qualidade que também deverá ser observada: evite água contaminada!
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Para as pequenas áreas e principalmente aquelas com relevo acidentado, estamos propondo uma técnica de plantio, que é feita usando telhas do tipo calhetão. A Prefeitura oferecerá aos interessados orientações técnicas necessárias para quem desejar adotar este sistema de plantio.
Vantagens: 1 Aproveitamento de pequenos espaços; 2 Melhor aproveitamento da água e do adubo; 3 Facilidade dos tratos culturais como preparo do canteiro, plantio, limpeza e colheita; 4 Maior proteção do solo evitando erosão e perda de solo; 5 Maior produtividade; 6 Possibilidade de plantar em áreas que já foram cimentadas (o canteiro é suspenso).
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BIBLIOGRAFIA BURG, Inês; MAYER, Paulo. Alternativas ecológicas para prevenção de pragas e doenças. Paraná: Grafit, 1999. 153p. TROFOBIOSE: novos caminhos para uma agricultura sadia, Porto Alegre: CAE Ipê & Fundação Gaia, 1993. CLARO, Soel. Referenciais tecnológicos para a agricultura familiar ecológica: a experiência da Região Centro-Serra do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EMA TER/RS; ASCAR, 2001. COSTA, B. B. et alil (Ed.). Adubação verde no sul do Brasil. Rio de Janeiro: AS-PTA, 1992. ESCOLA DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Plano diretor participativo do município do Serro (MG): Leitura da realidade munici- pal. Belo Horizonte: EAUFMG, 2006. (relatório impresso) LUTZENBERGER, José A. Artigo: A Revolução Agronômica. Revista Manual de Agri- cultura Orgânica, Editora Abril, 1991. MACEDO, Silvio Soares. Quadro do Paisagismo no Brasil. São Paulo: FAPESP, 1999. 144 p. MACHADO, Altair Toledo. Agricultura urbana. Distrito Federal: Embrapa Cerrados, 2002 AS – PTA. Assessoria e Serviços a Projetos em Agropecuária Alternativa. Receitas de adubo foliar caseiro e caldas para nutrição e proteção das plantas. União da vitória: Paraná, 2001. 15p. PANERAI, Philippe. Análise urbana. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006. PINHEIRO, Sebastião et alli. Agricultura Ecológica e a Máfia dos Agrotóxicos no Bra- sil. Porto Alegre: Edição dos Autores, 1993. PRIMAVESI, Ana M. Manejo Ecológico do Solo. São Paulo: Editora Nobel, 1990. PLANTANDO na Cidade. Disponível em: <http://www.cantareira.br/site/index php?option=com_content&task=view&id=268&Itemid=291> . Acesso em: 18 mar. 2009.
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ESPAÇO PARA SUAS ANOTAÇÕES
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INSTITUIÇÕES REALIZADORAS Associação dos Amigos do Serro (AASER) Instituição sem fins lucrativos ou político-partidários, criada em 1999, a AASER congrega serranos ausentes que buscam o desenvolvimento do Serro, cidade mineira localizada na Estrada Real, a aproximadamente 320 km de Belo Horizonte. A AASER apóia iniciativas locais, públicas e privadas nas áreas de cultura, educação, meio ambiente, turismo, assistência social, saúde, eventos sociais e integração comunitária. Devido à atual carência do município, os investimentos mais imediatos concentram-se nas ações da área social para inibir o aumento das dificuldades sociais. www. damianicomunicacao.com.br/aaser
Instituto de Estudos de Desenvolvimento Sustentável (IEDS) Associação científico-cultural sem fins lucrativos, com uma ampla equipe multidisciplinar, realiza estudos e projetos visando ao desenvolvimento sustentável em todas suas dimensões – econômicas, sociais, ambientais e culturais. Com atuação marcante nas áreas do planejamento urbano e preservação do patrimônio, o IEDS tem realizado projetos em parceria com a sociedade civil e as diversas instâncias de governo. Desenvolve ainda uma linha editorial, com a publicação da revista quadrimestral FORUM PATRIMONIO (www. forumpatrimonio.com.br) e de uma coleção de livros eletrônicos, além da promoção de diversos eventos, entre os quais cabe citar o Seminário Latino-americano Arquitetura e Documentação. www.ieds.org.br
Mestrado em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável (MACPS) Programa de pós-graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o MACPS tem como objetivo formar pessoal de alto nível para o exercício profissional e de atividades de ensino, pesquisa e extensão neste campo interdisciplinar, bem como desenvolver estudos aprofundados e pesquisas inovadoras que integrem escalas diversas do ambiente construído enquanto patrimônio, resgatando os processos de interação com o ambiente natural e com a sociedade. É também objetivo do Programa desenvolver e/ou aprofundar as interfaces entre áreas distintas, tais como ciências humanas, sociais aplicadas, artes e engenharias, e construir ferramentas metodológicas e educacionais, no enfoque do ambiente construído enquanto patrimônio humano e suas condições de sustentabilidade. www.arq.ufmg.br/macps/
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