Revista Alimentação Animal nº 110

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N.º 110 OUTUBRO A DEZEMBRO 2019 (TRIMESTRAL) ANO XXX 3€ (IVA INCLUÍDO)

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HONRAR E DIGNIFICAR A INDÚSTRIA


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A LIMEN TAÇÃO AN IM A L


ALIMENTAÇÃO ANIMAL EDITORIAL

50 ANOS DA IACA – A HOMENAGEM AO SECTOR DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL José Romão Braz Presidente da IACA

Chegados ao final de 2019 – que a IACA apelidou de “Ano da Alimentação Animal” – terminam igualmente as celebrações dos 50 Anos da nossa Associação, em que procurámos homenagear os Associados e, deste modo, honrar e dignificar a Indústria que representamos, vincando a importância das Fileiras da Alimentação Animal e Pecuária. De realçar que, de entre os Associados, muitos contribuíram para a Associação, participando ativamente nos Órgãos Sociais e garantindo, assim, o dinamismo essencial nesta atividade, pelo que, com estas Comemorações também os quisemos distinguir. Apostámos nas questões ambientais e de sustentabilidade como grande mote dos nossos eventos, quer na tradicional Reunião Geral da Indústria, quer nas VIII Jornadas de Alimentação Animal, em que também celebrámos os 25 Anos da Secção de Pré-Misturas e Aditivos. Por outro lado, em junho deste ano, a FEFAC celebrou os seus 60 Anos, com uma Conferência sobre a Economia Circular – que é um dos mais relevantes contributos da nossa Indústria para a sustentabilidade. Em Portugal e na Europa, mais de 1/3 das matérias-primas são assim reaproveitadas e valorizadas. De outro modo, seriam desperdício, criando maiores problemas ambientais aos que já existem. Somos, de facto, parte da solução, como, felizmente, começa a ser amplamente reconhecido.

ÍNDICE 03 EDITORIAL 50.º ANIVERSÁRIO 04 DA IACA 26 SPMA JORNADAS 27 VIII DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

48 PARCERIAS 50 NOTÍCIAS DAS EMPRESAS 53 NOTÍCIAS 58 AGENDA

Uma outra vertente prendeu-se com a comunicação do que fazemos para a opinião pública e os jovens, e a parceria com a Fórum Estudante. Aqui destacamos o Dia Mundial do Animal e o Dia Mundial da Alimentação, em que levámos o Setor da Alimentação Animal a 115 escolas, com vídeos e perguntas/respostas sobre o que fazemos e a importância da alimentação animal para a alimentação humana. De registar ainda a divulgação do Estudo de reputação sobre o setor da Alimentação Animal, que teve algum impacto na comunicação social, apresentado naquele que foi o ponto mais alto das Comemorações, o dia 25 de outubro, no Convento do Beato: a Conferência “Passado, Presente e Futuro: Uma Indústria preparada para os Desafios da Sociedade”, e o Jantar de Gala, que contou com a presença de representantes de empresas associadas e não associadas, colegas do movimento associativo, portugueses e internacionais, sponsors, parceiros e autoridades oficiais. Muito nos orgulhou a presença de todos, bem como a distinção da Medalha de Honra pelo Governo. É justo agradecer ao então Ministro da Agricultura, Luis Capoulas Santos, a atribuição da Medalha de Honra da Agricultura à IACA, pelo seu contributo para o desenvolvimento da Agricultura e do Mundo Rural em Portugal. Uma Medalha que é de todos os que passaram pela IACA, dirigentes, empresas e colaboradores, que souberam fazer desta Associação, uma organização credível e prestigiada em Portugal e a nível internacional, que tem sabido adaptar-se aos novos tempos e desafios, renovando-se, influenciando as empresas e tanto quanto possível, acrescentando valor aos seus associados e certamente ao conjunto do Setor e das Fileiras. Muito obrigado a todos os que nos felicitaram pela organização do evento, aos patrocinadores e fornecedores, a todos os que nos acompanharam ao longo de um ano muito intenso e gratificante e à Equipa da IACA que muito se esforçou para que conseguíssemos realizar todas estas actividades. Queria terminar deixando um agradecimento a todos os meus colegas de Direção na IACA que com o seu esforço, dedicação e inteligência, têm contribuído para uma Associação que está mais próxima dos seus Associados e da realidade do mercado onde se insere, e tem sabido tomar as decisões certas nos momentos adequados, sempre com um grande espírito de entreajuda. Esperamos ter estado à altura das expetativas e do que o Setor merece! Bem-Hajam! A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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Celebração

ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

50.º Aniversário Patrocinadores

Conferência e Jantar de Gala Passado, Presente e Futuro: Uma Indústria preparada para os Desafios da Sociedade 25.outubro.2019 Lisboa – Convento do Beato Rua do Beato, 48 • 1950-427 Lisboa • Portugal • www.conventodobeato.com

Associação dos Industriais 13:00 – 14:30 h Portuguesa Receção dos participantes de Alimentos Compostos para Animais 14:30 – 15:00 h

Sessão de Abertura

José Romão Braz, IACA, Nick Major, FEFAC e Fernando Bernardo, DGAV

Perceção e Realidade: Uma Indústria campeã da economia circular, competitividade e eficiência

Manuel Soares (IACA), moderador 25 de outubro deChaveiro 2019 US Soy Convento do Beato Brent Babb, USSEC Lisboa Perceção e realidade: A Indústria da Alimentação Animal vista pela Sociedade António Gomes, GfK Perceção e realidade: Uma Indústria pioneira no Setor Agroalimentar Ana Paula Marques, Grupo Valouro 15:00 - 16:45 h

Sustentabilidade na Produção Animal Matteo Crovetto, Universidade de Milão Soluções nutriconais inovadoras para garantir a sustentabilidade da Indústria pecuária na UE Nicolas Martin, Ajinomoto Novas Técnicas de Melhoramento de Plantas (NBT) e Aprovisionamento de matérias-primas: Realidade e perspetivas Clara Serrano, CORTEVA

16:45 - 17:00 h

Debate

17:00 - 17:30 h

Intervalo para café

Mesa Redonda “Como Preparar as Empresas para os Desafios da Sociedade” Alexander Döring (FEFAC), moderador

17:30 – 19:00 h

José Romão Braz, Grupo Finançor Nick Major, ForFarmers António Isidoro, Sorgal/Soja de Portugal Pedro Cordero, Nanta Cristina de Sousa, Raporal Jean-Michel Boussit, Axereal-Elevage Avelino Gaspar, Racentro/Lusiaves Co de Heus, De Heus Sessão de Encerramento

19:00 - 19:30 h

José Romão Braz, IACA, Jorge Henriques, FIPA, Embaixador dos EUA em Portugal George E. Glass, Mensagem de Sua Excelência o Presidente da República

19:45 - 20:30 h

Cocktail de Boas-vindas

20:30 h

Jantar de Gala com Espetáculo “Luz” de Cuca Roseta

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

UMA REFERÊNCIA NO SETOR ASSOCIATIVO A NÍVEL NACIONAL E EUROPEU José Romão Braz Presidente da IACA

Sejam bem-vindos à Conferência "Alimentação Animal:

– o facto da produção conjunta dos associados represen-

Passado, Presente e Futuro: Uma Indústria preparada

tar mais de 80% da produção nacional de alimentos

para os Desafios da Sociedade".

compostos para animais;

Gostaria de começar por cumprimentar o Director-Geral

– um corpo técnico-administrativo de elevada qualidade

da DGAV Prof. Fernando Bernardo, e agradecer muito

e capacidade de trabalho, com um conhecimento pro-

a sua presença e a sua sempre prestimosa amizade e

fundo dos dossiers e das pessoas relevantes noutras

colaboração com a IACA, pois sei que hoje não foi fácil

organizações e nos diversos níveis da administração

estar aqui presente.

pública, não podendo deixar de realçar o papel fun-

Cumprimentar também os vários altos dirigentes da

damental do Secretário-Geral da IACA, Eng.º Jaime

Administração pública presentes.

Piçarra;

Cumprimentar o Presidente da FEFAC Nick Major, o

– uma grande abertura e sentido de cooperação demos-

Presidente da IFIF Daniel Bercovici, caros colegas asso-

trados pelas diversas autoridades, mas em especial

ciados e membros dos órgãos sociais da IACA, colegas

pelos dirigentes e técnicos do Ministério da Agricul-

e dirigentes de outras associações, parceiros e spon-

tura, com destaque para a DGAV, sem esquecer o INIAV

sors, oradores e moderadores, colegas da FEFAC do

e o GPP, que representam, sem dúvida, um exemplo

Praesidium e do Steering Group, convidados, amigos e

de como uma Administração Pública competente e de

amigas: muito obrigado por se terem associado à IACA

espírito aberto, contribui muito mais para encontrar

nesta tão importante data o que permitiu a realização

soluções do que para criar problemas e entraves ao

desta Conferência e Jantar de Gala comemorativo dos

desenvolvimento da atividade económica em geral;

nossos 50 anos.

totalmente independente para poder afirmar a sua

justifica-se não só pelas condições que oferece para tão

Estratégia, que passa pela defesa intransigente do Sec-

digna celebração, mas também pela histórica ligação do

tor da Alimentação Animal, perante tudo e todos, sem

local à indústria de moagem, parceiro a quem desde há

quaisquer receios ou dependências, seja de quem for;

muito valorizamos os coprodutos, num verdadeiro exem-

– uma ligação muito forte à FEFAC – Federação Euro-

plo de Económia Circular, muito antes deste conceito

peia dos Fabricantes de Alimentos Compostos para

estar na agenda política e mediática.

Animais, que se concretiza com a presença de mem-

Tenho a honra e o privilégio de ser o Presidente da

bros da IACA nos seus diversos níveis e órgãos de

IACA no momento em que a Associação comemora os

decisão, colocando-nos assim mais próximos de Bru-

50 anos de existência e gostaria de partilhar convosco

xelas, onde na realidade muitas das decisões que nos

o meu sentimento relativamente ao que ela significa

afetam são tomadas;

como exemplo no sector associativo.

– uma Direção forte, coesa e solidária, que pratica aber-

Conheço outras associações empresariais, mas nenhuma

tamente o contraditório, mas que assume todas as

tem o prestígio e o reconhecimento quer interno, pelos

decisões como suas, sempre na defesa dos legítimos

seus associados, quer externo, pelo diversos stakehol-

interesses do Setor.

ders, onde se incluem outras associações, federações e autoridades oficiais, tanto a nível nacional e como a nível europeu. As razões são múltiplas mas aqui deixo algumas das

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– uma situação financeira robusta que torna a IACA

A realização do evento no magnífico Convento do Beato,

No entanto, neste momento, mais do que falar do passado, que muito nos honra, importa projetar o seu futuro e tomar hoje as decisões que garantam os próximos 50 anos.

mais relevantes: desde logo, um mérito total para os

De facto, apesar da nossa História, se pretendemos con-

associados e que se prende com o seu envolvimento

tinuar na vanguarda, teremos de enfrentar uma realidade

com o dia a dia da associação e todos os seus eventos,

em grande mudança e em que as ferramentas habituais não

sejam proprietários, administradores ou técnicos das

serão suficientes para vencermos todos os desafios que se

empresas associadas dando uma grande capacidade

nos colocam. Enfrentamos um contexto de pressão sobre

de decisão e de representatividade à Associação e aos

o sector agroalimentar em geral e a alimentação animal

seus Órgãos Sociais;

em particular, condicionado por dossiers sensíveis como o

ALIMEN TAÇÃO AN IM A L


orçamento da UE pós-2020, a reforma da PAC,

tendo por base a eficiência da produção em

otimismo, porque vamos ao encontro das

mas sobretudo pelas questões das alterações

termos de alimentos obtidos vs. recursos

exigências da Sociedade, sabendo assumir

climáticas, o acordo de Paris, o ambiente, o

consumidos e não, se a produção é intensiva,

as nossas responsabilidades.

bem-estar animal e a resistência antimicro-

extensiva ou biológica.

Temos que projetar os próximos 50 anos, e

biana. Num contexto em que a Europa, por

A Visão 2030 do nosso sector, já partilhada

um dos dados mais importantes é de que o

um lado, aposta e promove a inovação e a

por todos, mas que nunca é demais recordar,

planeta Terra terá em 2050 cerca de 10.000

I&D, mas por outro lado, não é proativa e

assenta em três pilares: a Segurança Alimen-

milhões de habitantes e teremos de ser

pragmática nas questões da biotecnologia e

tar, a Nutrição Animal e a Sustentabilidade, e

capazes de produzir alimentos seguros e de

agora das NBT, preferindo ignorar a ciência e

estas são, em conjunto com a necessidade de

forma sustentável para todos eles.

permitindo opiniões baseadas em emoções,

comunicar e sermos proativos, as ferramen-

Certamente que a nossa Associação conti-

ignorância e desinformação. As redes sociais,

tas que nos permitirão afirmar o novo papel

nuará a desempenhar um papel fundamental

as diferentes gerações e a forma como olham

da Alimentação Animal, de grande relevân-

nesta caminhada.

o mundo, a imagem negativa da produção

cia em termos de eficiência e da mitigação

Desejo a todos uma excelente jornada!

de carne e dos produtos de origem animal,

dos impactos ambientais, que assegurem ao

Muitos parabéns à IACA e muito obrigado a

com base em notícias falsas e insuficientes

mesmo tempo a competitividade e a melhoria

todos os que com o seu esforço e dedicação

ou inexistentes bases científicas, são sinais

da imagem de toda a Fileira Animal.

tornaram esta Associação no que ela é hoje:

evidentes da necessidade de comunicarmos

Esta será certamente uma estratégia que

uma referência no Setor Associativo a nível

de outra forma e de recentrarmos o debate,

nos permitirá enfrentar o futuro com mais

Nacional e Europeu!

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

UM MOMENTO DE CELEBRAÇÃO COM OS OLHOS POSTOS NO FUTURO Nick Major Presidente da FEFAC

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É para mim uma honra e um grande prazer partilhar os

Isto exigirá liderança, ambição, criatividade e cooperação

nossos parabéns da FEFAC com a IACA e todos os seus

com todos os nossos membros e parceiros da cadeia de

membros e amigos neste esplêndido local.

valor, incluindo uma comunicação eficaz com a sociedade

Tal como alguns de vós se devem recordar, a FEFAC

civil, ONG e os nossos decisores a nível nacional e europeu

comemorou o seu próprio 60º aniversário em junho, em

para colaborarem connosco neste processo.

Bruxelas, onde me referi a “um momento de celebração

Não é demais salientar a importância e as conquistas

com os olhos postos no futuro” - e, como tal, estou muito

do trabalho efetuado pela IACA no passado, presente e

satisfeito por ver o lema da IACA para esta Conferência,

futuro, para permitir que a FEFAC desenvolva e partilhe

olhar o passado, o presente e o futuro: uma indústria

a sua visão neste contexto. Desde que aderiram à UE e

preparada para os desafios da Sociedade.

à FEFAC em 1986, a IACA e os seus membros envolve-

Deixem-me sublinhar a importância das nossas organiza-

ram-se e estiveram representados de forma proativa

ções industriais e empresariais trabalharem muito para

em todos os comités técnicos da FEFAC e ao nível do

manter a nossa legitimidade em produzir, conservando a

Conselho e Praesidium com Jaime Lança de Morais e

confiança dos nossos clientes e da sociedade em geral.

Alberto Campos. Também quero prestar homenagem

Está claro para mim que não podemos ignorar as cres-

ao trabalho do meu antecessor, Pedro Corrêa de Bar-

centes exigências e os crescentes desafios da sociedade

ros, que foi nosso Presidente da FEFAC entre 2007 e

que reclamam um setor da pecuária e da alimentação

2010. A sua grande visão e liderança permitiu que a

animal mais sustentáveis. Estou igualmente convencido

FEFAC se tornasse um dos principais motivadores do

de que temos o destino nas nossas próprias mãos, for-

fornecimento responsável de soja, mesmo que não

necendo soluções práticas, mensuráveis e eficazes para

fosse uma questão de mercado no seu próprio país na

satisfazermos as necessidades dos nossos clientes e

época. O 24º Congresso da FEFAC, realizado no Porto

cidadãos. Acho que todos podemos estar orgulhosos do

em 2007, analisou a “indústria de alimentos para animais

nosso recorde como campeões em eficiência de recursos

no século XXI - entre Visão e Realidade”, com foco na

da cadeia alimentar. Com efeito, somos líderes mundiais

reforma da PAC e nas negociações da OMC e na bem-

quando se trata dos principais indicadores de desempe-

-sucedida agenda da UE em Lisboa e nas expetativas

nho, como a Taxa de Conversão Alimentar de todas as

dos consumidores quanto à perceção e comunicação

grandes espécies pecuárias e aquicultura e a utilização

de riscos. Não poderia ter escolhido tópicos melhores

de coprodutos da indústria de alimentos e biocombustí-

para o nosso próximo 29º Congresso em Antuérpia, no

veis como matérias-primas.

próximo ano! No entanto, graças à nossa visão comum

Estas conquistas devem servir de incentivo para nós, como

2030 adotada em 2016, agora podemos aproveitar o tra-

indústria, melhorarmos continuamente o nosso desem-

balho do Pedro, dos posteriores presidentes da FEFAC e

penho em termos de sustentabilidade. Não podemos, de

de todos os nossos membros para desenvolver soluções

facto não nos será permitido, ficar paralisados ​​perante a

práticas e eficazes com vista a responder aos pedidos

crescente exigência política e de mercado para avançar

legítimos dos nossos clientes e da sociedade em geral

na direção à neutralidade carbónica em 2050, o que cons-

na formulação da nossa carta de sustentabilidade FEFAC

titui a pedra angular do novo pacote “pacto ecológico” da

2030, que foi discutida esta semana no nosso Comité de

Comissão Europeia, que irá produzir uma lei climática no

Sustentabilidade. Conto novamente com a IACA e com

início da nova legislatura. Estão bem conscientes de que

todos os seus membros para tornar a nossa Carta um

alguns dos nossos principais clientes dos setores dos

sucesso significativo ao avançarmos para a sua adoção

laticínios e das carnes já subscreveram este objetivo de

e assinatura no nosso próximo Congresso.

política. A FEFAC juntou-se à Copa-Cogeca, EDA e UECBV

Estou convencido de que os painéis de especialistas

para emitir posições conjuntas, expressando o nosso apoio

desta tarde irão alargar ainda mais os nossos horizontes e

e contributo ativo para alcançar as novas metas da UE,

base de conhecimento para alcançar os nossos objetivos

que incluem uma redução de 50% das emissões de GEE

comuns ao nível nacional e da UE. Qualquer solução para

até 2030 e neutralidade carbónica em 2050. No entanto,

as questões da sociedade tem de se basear numa aborda-

para alcançar isto, a UE terá de apoiar os nossos esfor-

gem suportada em factos e ciência, ao mesmo tempo que

ços, facilitando o investimento e a inovação para permitir

faça sentido economicamente para os nossos membros e

as mudanças e adaptações transitórias de que o nosso

produtores pecuários, sem os quais não conseguiremos

setor necessita.

atingir os nossos próprios objetivos.

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Como afirmam os nossos colegas da COPA, e com razão, um agricultor no “vermelho” não pode investir para se tornar “verde”. Conforme destacado pelo Presidente da "Task Force Animal" no evento do aniversário da FEFAC, Jean Louis Peyreaud, do INRA em França, “não se consegue alcançar uma produção sustentável de alimentos sem produção pecuária”. O professor Frank Mitloehner, da UCDavies, na Califórnia, destacou numa recente conferência científica sobre consumo de carne vermelha, que o estudo do IPPC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) sobre dietas e alterações climáticas não conseguiu apresentar qualquer evidência científica de que uma alteração nos padrões alimentares para dietas vegetarianas contribuiria significativamente para reduzir as emissões de

nossa indústria em manter o nosso "direito" de produção ao nível nacional e da UE. Mas, para conseguir isto teremos de continuar a responder proativamente às expectativas da sociedade e manter as nossas ambições e objetivos de alto nível na área da produção pecuária e de alimentos para animais segura, sustentável e competitiva com o apoio dos nossos parceiros da cadeia de valor e decisores. Gostaria de agradecer a todos os delegados da IACA que trabalham com, na e pela FEFAC. Por favor, deixem-me terminar as minhas observações introdutórias, expressando os meus agradecimentos pessoais à minha colega, Cristina de Sousa, pelo seu contributo muito eficaz e apaixonado como membro do Praesidium da FEFAC que repre-

senta habilmente as opiniões dos membros da IACA e da CESFAC. Entre as concretizações da Cristina, gostaria de destacar que ela detém o título de nosso primeiro delegado da indústria de alimentos para animais da UE que foi formalmente convidado pelo nosso Comissário Agrícola, Phil Hogan, para uma missão comercial da UE no Irão e na Arábia Saudita. Como tal, desejo a todos os membros da IACA um bem merecido momento de celebração em comemoração do seu 50º aniversário e aguardo ansiosamente as discussões e debates inspiradores desta tarde, que nos ajudarão a todos a aumentar a nossa preparação para enfrentar os desafios da sociedade. Muito obrigada pelo convite e, mais uma vez, parabéns.

GEE relacionadas com a agricultura. Nas suas palavras, a mensagem é clara: “não podemos escapar às alterações climáticas”, reduzindo o consumo de carne, leite e ovos. No entanto, cabe à IACA, à FEFAC e a todos os seus membros e parceiros transportar os nossos cidadãos e decisores connosco nesta jornada interminável rumo a sistemas alimentares mais sustentáveis. Esta abordagem “do prado ao prato” da UE já nos é muito familiar e foi utilizada, por exemplo, quando a UE desenvolveu a sua Lei Geral de Alimentos,

Logística • Comercial • Imobiliário • Renováveis

após as crises de segurança alimentar que enfrentámos. Para que isso aconteça, temos de adaptar rapidamente a nossa estratégia de comunicação e campanha pública. Se

Farinha de soja extrusada - Fullfat

não contarmos a nossa própria história, ninguém o fará por nós. Estou, portanto, muito entusiasmado com o lançamento da recente

Maizlac

campanha da "Voz da Pecuária Europeia". Coordenada pela Copa-Cogeca e incluindo um site dedicado chamado “Meat the Facts”, esta campanha é apoiada por todos os parceiros da cadeia de valor e propõe-se a dissipar os mitos sobre a produção pecuária e

Trigolac

60 anos ao serviço do sector agroalimentar

alimentos para animais apresentados pelos nossos detratores. E eu sei que na semana passada, como parte do Dia Mundial da Alimentação, celebrado a 16 de outubro, a IACA e os seus membros comemoraram o Dia da Alimentação Animal em 113 escolas em todo o país, tentando explicar o nosso setor à população mais jovem. Apesar dos implacáveis ataques dos média e das ONG à nossa indústria, eu continuo totalmente confiante em relação ao futuro da

Marín | Vilagarcía | Cee | A Coruña | Ferrol | Ribadeo | Cartagena | Madrid | Viana do Castelo | São Paulo | Paracas

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

O TRIUNFO DA IACA E DOS SEUS ASSOCIADOS É O SUCESSO DA PRODUÇÃO ANIMAL EM PORTUGAL Fernando Bernardo Diretor-Geral da DGAV

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Apresento-vos as minhas mais calorosas felicitações e respeitosas saudações; gostaria de começar por agradecer o honroso convite endereçado à DGAV para testemunhar este evento evocativo do quinquagésimo aniversário da criação da IACA, aproveitando para saudar, na pessoa do seu presidente, todos os associados, todos os fabricantes de alimentos compostos para animais, formulando votos que os próximos 50 anos sejam igualmente coroados com os maiores êxitos e recheados de sucessos. O triunfo da IACA e dos seus associados é o sucesso da produção animal em Portugal, com tudo o que isso significa de desenvolvimento para o país: para a melhoria dos rendimento dos nossos produtores pecuários; para o progresso da criação de animais destinados aos seus múltiplos usos e para contribuir definitivamente para o equilíbrio da balança alimentar nacional. Há oito dias atrás o Senhor Ministro da Agricultura Florestas e Desenvolvimento Rural agraciou a IACA com a Medalha de Honra do Ministério. No Despacho de atribuição desta distinção à IACA, foram evocadas as razões que a justificam, realçando o papel desempenhado pela IACA no desenvolvimento agrário, da pecuária, do sector agro-alimentar e do Mundo Rural nos últimos 50 anos; refere-se também a relevância da cooperação institucional da IACA com o Ministério e os seus diferentes organismos, dos quais destaco, naturalmente, a forma exemplar de articulação com a DGAV no âmbito das respetivas atribuições no domínio da alimentação animal. Neste momento especial da vida desta associação não faltarão motivos para recordar todas as realizações e triunfos alcançados nas últimas cinco décadas, mas pode ser também um excelente pretexto para, em jeito de balanço, se por em perspectiva o que espera esta Associação nos próximos 50 anos. Das obras do passado ficam os muitos desenvolvimentos tecnológicos e técnicos, as regras de harmonização de procedimentos, as normas técnicas, os guias de campo, os manuais de boas práticas, os números da Revista Alimentação Animal, e apoio a linhas de investigação de inovação sobre os modos mais adequados de produzir, de distribuir e utilizar as matérias-primas, a afinação das formulações, dos arraçoamentos na alimentação dos animais. Sem esses avanços, a avicultura intensiva, a suinicultura e a bovinicultura nunca teria alcançado a pojança e o nível de desenvolvimento que possuem hoje. Sem o desenvolvimento alcançado no setor da alimentação animal não teria sido possível salvaguardar a Segurança Alimentar, nem os níveis de segurança dos alimentos de origem animal em Portugal. Sem a Industrialização da Alimentação Animal, não teria sido possível materializar a Revolução Verde, nem a Globalização, que tinham como objetivo fundador – “pôr termo à fome” no mundo, democratizando o acesso aos bens alimentares. Esta ideia deve remeter e direcionar a nossa atenção para os desafios do futuro. O lema “acabar com a fome” corresponde exatamente ao 2º “objectivo de desenvolvimento sustentável” (ODS) elencado na agenda das Nações Unidas para 2030. Nos outros 16 objetivos da agenda do “desenvolvimento sustentável”, é fácil encontrar muitas metas e

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

indicadores que só poderão ser alcançáveis caso exista um setor económico forte no domínio do fabrico de alimentos compostos para animais. Por exemplo, para o 1º "objetivo de desenvolvimento sustentável" – “acabar com a pobreza" – a atividade de criação de animais é habitualmente considerada uma das atividades que garantidamente gera rendimento consistente para quem a pratica, com especial impacto naqueles grupos sociais que dificilmente encontrariam formas de susbsistir realizando outras atividades. Os alimentos compostos para animais são portanto um fator decisivo na construção desse rendimento (justiça social – o 16º ODS). As matérias-primas usadas no fabrico de alimentos compostos para animais, são obtidas a partir de culturas de cereais, oleaginosas e proteaginosas que são das mais eficientes como sumidouros de carbono e de azoto; impactando muito positivamente nos indicadores da “ação climática” – este é o 13º "objetivo de desenvolvimento sustentável". Isto para dizer que não faltam argumentos ao setor industrial da produção de alimentos compostos, para poder encarar os grandes desafios do futuro com otimismo, e em perfeita sintonia com os grandes desígnios de desenvolvimento sustentável. Passaram-se os primeiros 50 anos de atividades suportadas nas motivações sociais e económicas mais inspiradoras. Perspetivam-se tempos igualmente desafiantes. Mantêm-se as perspetivas de necessidade de aumento de volumes de produção alimentar e outros desafios, como a necessidade de inovar nas metodologias de combate ao desperdício alimentar e das respetivas matérias-primas. São desafios com os quais a IACA terá de se confrontar nos próximos tempos, especialmente os ligados à sustentabilidade. Para isso torna-se imperioso pôr em evidência que a vossa atividade está sintonizada e comprometida com as práticas que são simultameamente: ecologicamente corretas, economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente diversificadas. Dos anos passados, o Ministério da Agricultura nunca se esquecerá das respostas que a IACA foi capaz de dar em situações que convocam os valores mais elevados da solidariedade social: como sempre aconteceu em situações de seca extrema e noutras situações de calamidade, disponibilizando graciosamente alimentos compostos para animais para acudir nos cenários mais críticos. Bem hajam também por isso. Senhor Presidente, Para os Serviços Veterinários Oficiais, a IACA é muito mais do que um parceiro instrumental das políticas de alimentação animal, é uma organização muito amiga e para a qual os Serviços Veterinários Oficiais só podem desejar os maiores êxitos, sendo certo que os sucessos da IACA são também os sucessos de Portugal. Parabéns a todos os sócios, aos atuais e ex-dirigentes da IACA pelo indiscutível mérito da obra realizada. Votos de continuação dos maiores sucessos, em prol do desenvolvimento agrário de Portugal Longa vida à IACA! Bem hajam; Obrigado,


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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

PERCEÇÃO DA REALIDADE: A INDÚSTRIA DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL VISTA PELA SOCIEDADE Manuel Chaveiro Soares

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Por amabilidade da Direção da IACA e do seu Secretá-

então os primeiros bens alimentares necessidades e

rio-Geral, tenho a honra de moderar uma sessão parti-

os segundos luxos (Moura, 1966).

cularmente interessante, basicamente consagrada às

No entretanto, em Portugal o PIB per capita registou

caraterísticas da Indústria da Alimentação Animal – sua

um incremento notável, colocando-nos desde o início

evolução e perspetivas – bem como à perceção que a

da década de 1990 na categoria de país desenvolvido

Sociedade tem da mesma.

e, consequentemente, a carne deixou de ser consi-

Para desenvolver estes temas foram convidados seis

derada um alimento de luxo. De facto, o consumo de

distintos conferencistas, que seguramente nos irão pro-

proteína animal elevou-se substancialmente entre nós

porcionar uma excelente ocasião para refletirmos sobre

no pós-guerra, o que trouxe vantagens nutricionais

o contributo excecional que a Indústria da Alimentação

relevantes, nomeadamente estimulando o anabolismo

Animal tem proporcionado à Sociedade, mormente

muscular proteico, especialmente importante para o

após a Segunda Guerra Mundial – quando se começa

crescimento das crianças e para desacelerar a perda

a afirmar de forma mais expressiva e passa a bene-

de massa muscular durante o envelhecimento.

ficiar dos avanços científicos alcançados na primeira

Adicionalmente, os alimentos de origem animal apre-

metade do século passado, especialmente no âmbito

sentam propriedades organolépticas muito apreciadas

da nutrição e da alimentação animal, com destaque

e um custo relativamente baixo.

para a descoberta e síntese das vitaminas, da análise

Comemora-se hoje o 50º aniversário da atividade asso-

e síntese dos aminoácidos e, mais recentemente, da

ciativa no Setor da Indústria de Alimentos Compostos

utilização de enzimas.

para Animais, sendo de salientar o papel meritório que

Estes progressos científicos, associados ao melhora-

o associativismo tem desempenhado durante este

mento genético dos animais e à profilaxia, aplicados

longo percurso, designadamente nos contactos esta-

por um corpo técnico profissional e por empreende-

belecidos com as autoridades competentes, nacionais

dores dinâmicos, vieram reflectir-se numa eficiência

e comunitárias, bem como no apoio direto à Indústria,

alimentar cada vez melhor, ou seja, uso de menos área

nomeadamente no âmbito da divulgação científica e

de solo para produzir uma unidade de carne, leite, ovos

tecnológica, bem como na promoção de debates sobre

ou pescado.

outros temas de interesse para os Associados.

Numa orientação igualmente amiga do ambiente, desde

Como resultante da atividade da Indústria da Alimenta-

o seu início a Indústria da Alimentação Animal constitui

ção Animal, de sublinhar que esta contribuiu em grande

um exemplo em termos de economia circular, desig-

parte para retirar alguns milhões de Portugueses do

nadamente aproveitando subprodutos da indústria

estado de subnutrição e, adicionalmente, tem-lhes

alimentar, com relevo para a sêmea de trigo, bagaços

proporcionado uma alimentação agradável.

de oleaginosas e farinhas de carne provenientes dos

Curiosamente, é neste ambiente de prosperidade ali-

matadouros. Por sua vez, os efluentes pecuários dos

mentar – em termos de abastecimento, valor nutritivo

animais de produção, utilizados como fertilizantes dos

e segurança sanitária dos alimentos – que nos países

solos, inserem-se também na economia circular.

afluentes emergem movimentos de ideologias diversas

Por outro lado, verifica-se que os níveis de rendimento

que colocam em causa o consumo de proteína animal,

familiar estão associados à estrutura de consumo, sendo

criando um ambiente sociopolítico contestatório, quer

que rendimentos mais elevados influenciam a mudança

de índole animalista quer de acentuado pendor ecolo-

em direção aos bens de origem animal. Acresce que,

gista, neste caso apontando algumas consequências da

em decorrência da crescente eficiência da produção

intervenção humana nos recursos físicos e biológicos.

animal, os preços ao consumidor tendem a ser relati-

Reconhecendo desde longa data esta problemática

vamente baixos.

ambiental, a Indústria da Alimentação Animal está cada

A propósito do que precede, seja-me permitido trazer

vez mais atenta aos progressos científicos e tecnológi-

à colação um estudo realizado em 1950-51, junto dos

cos suscetíveis de minimizar quaisquer consequências

grupos sócio-económicos mais modestos do Porto,

negativas para o ambiente, num propósito de conciliação

em que se verificou uma elasticidade-despesa de 0,22

entre alimentação de qualidade e sustentabilidade dos

para as batatas e de 1,56 para a carne, designando-se

recursos vitais, com vista a beneficiar a comunidade.

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

A U.S. SOY PARTILHA O 50º ANIVERSÁRIO COM A IACA

Brent Babb

2019 foi um ano especial para o Conselho de Expor-

Durante a difícil estação de crescimento, os agricultores

tação da U.S. Soybean ao comemorarmos 50 anos

norte-americanos mantiveram o seu foco na conservação

de parceria com os nossos muitos clientes e amigos

com práticas tais como a sementeira direta ou mobili-

na Europa. Os agricultores de soja norte-americanos

zação mínima e culturas de cobertura, ajudando a pro-

começaram a trabalhar diretamente com clientes da

teger os seus solos, pois as fortes chuvadas cobriam

Europa, com um escritório em Hamburgo, Alemanha,

as terras agrícolas. A utilização de faixas de cobertura

em 1969 – no mesmo ano em que a indústria dos ali-

vegetal entre os campos e áreas de drenagem de água

mentos compostos de Portugal constituiu a IACA. É

ajudou a garantir que a erosão do solo fosse limitada,

uma honra partilhar esta celebração do 50º aniversário

bem como a perda de nutrientes.

com a indústria portuguesa.

A indústria da soja norte-americana aguarda com entusia-

Desde 1969, os agricultores de soja norte-americanos

mos pelos próximos 50 anos com a indústria de alimentos

enviaram mais de 450 milhões de toneladas de soja

compostos de Portugal e continuará a esforçar-se para

para a Europa ilustrando a parceria forte e duradoura. E,

continuar a fornecer um ingrediente de ração sustentá-

recentemente, o comércio está mais forte do que nunca.

vel e de qualidade. O USDA monitoriza muitas métricas

Portugal foi o quinto maior cliente da soja norte-ameri-

de impacto ambiental no âmbito da agricultura norte-a-

cana na Europa, adquirindo 550.000 toneladas de soja

mericana e esta análise detalhada destaca a melhoria

norte-americana no último ano de comercialização – um

contínua e os impactos reduzidos da produção agrícola

aumento de 93% em relação ao ano anterior.

norte-americana no ambiente. Estas métricas ambientais

Os agricultores de soja norte-americanos estão entu-

são agora mais importantes do que nunca, uma vez que

siasmados com a perspetiva de terem um mercado tão forte em Portugal e na Europa e trabalham no sentido de garantir que os importadores europeus continuem a favorecer a soja norte-americana. Uma forma de os agricultores norte-americanos garanti-

as indústrias de todos os setores estão a medir o seu impacto ambiental e a implementar formas de o reduzir. A soja norte-americana consegue fornecer esta história positiva e ajudar a seguir as diretrizes desafiadoras incluídas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

rem fortes oportunidades de mercado é através da

das Nações Unidas.

produção sustentável de soja, conforme descrito no

Parabéns à IACA pelo seu 50º aniversário e esperamos

Protocolo de Garantia da Sustentabilidade da Soja

continuar com a parceria!

(SSAP). O SSAP é o maior programa de produção de soja sustentável avaliado do mundo, atingindo 22 milhões de toneladas no último ano de comercialização, representando uns assinaláveis 10% do total da soja global exportada por origem. Os agricultores norte-americanos estão constantemente a inovar e a melhorar a tecnologia e as práticas com vista a oferecerem produtos da mais alta qualidade. Assim, nos EUA, obtemos mais das terras agrícolas existentes sem a necessidade de derrubar florestas para obter mais. Com efeito, desde 1980, as terras agrícolas dos E.U.A. diminuíram mais de 20 milhões de hectares enquanto as florestas aumentaram 1,4 milhão de hectares. Os agricultores norte-americanos lutaram em 2019 com uma das estações de crescimento mais chuvosas de todos os tempos. A produção de soja norte-americana reduziu-se em aproximadamente 20%, mas ainda assim conseguiu ascender a quase 100 milhões de toneladas. O plantio em quase todas as áreas de cultivo foi atrasado pelas chuvas e inundações e muitos campos permaneceram demasiado molhados para plantar durante todo o verão. 14 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Crescimento na utilização de soja sustentável dos EUA (SSAP)


OS PORTUGUESES E A ALIMENTAÇÃO ANIMAL

António Gomes Diretor-Geral da GFK Metris

Por ocasião do aniversário de 50 anos de atividade em

ter mais informação sobre este tema. A este respeito,

Portugal, a IACA – Associação Portuguesa dos Industriais

é muito valorizado um acréscimo de informação na

de Alimentos Compostos para Animais, promoveu a rea-

própria embalagem dos produtos destinados ao con-

lização de um estudo, levado a cabo pela GfK, no qual

sumo humano. Especificamente, 79% dos portugueses

se auscultou a população portuguesa quanto ao tema

afirmam que gostariam de ter mais informação sobre a

da Alimentação Animal.

composição dos alimentos que dão origem aos produtos

Em concreto, pretendeu-se conhecer as perceções dos portugueses quanto ao impacto que a alimentação animal tem na alimentação humana, mas também o nível de conhecimento geral sobre este tema, bem com o impacto do setor no ambiente e na economia. Este estudo decorreu no mês de fevereiro de 2019, tendo as entrevistas sido recolhidas através de inquérito direto e pessoal na residência dos inquiridos, em total privacidade, utilizando o sistema CAPI (Computer Assisted Personal Interviewing). O Universo deste estudo foi constituído por homens e mulheres, com idades superiores a 18 anos, residentes em Portugal Continental. Foram realizadas 1012 entrevistas, tendo a amostra sido posteriormente ponderada para a população portuguesa. Os portugueses revelam algum desconhecimento sobre

destinados ao consumo humano (com ligeiramente acima de um terço dos portugueses a admitirem que estariam até dispostos a pagar mais por produtos que tivessem estas informações). Contudo, o estudo realizado mostra que os portugueses estão recetivos a informação mais alargada sobre o setor, além da mera composição dos produtos. Configura-se, assim, uma clara oportunidade para iniciativas de divulgação, e para a promoção das boas práticas da indústria. Em concreto, os portugueses manifestaram interesse em medidas ligadas à proteção ambiental: 96% consideraram “importante” ou “extremamente importante” que a “produção seja amiga do ambiente”, e 77% consideraram relevante que o sector tenha “um programa que reduza a sua pegada ambiental”, enquanto que a maioria (76%) admite desconhecer as medidas de reciclagem/economia circular

a indústria da Alimentação Animal, especialmente no que

já implementadas no setor. Concomitantemente, boas

diz respeito a dados de cariz eminentemente técnico e

práticas que resultem numa melhoria do bem-estar

específico do setor. Isto não quer dizer, contudo, que não

dos animais criados são também valorizadas (96%

considerem o setor da Alimentação Animal importante

dos portugueses consideraram-nas “importantes” ou

ou relevante. Pelo contrário: num país em que a quase

“extremamente importantes”).

totalidade dos habitantes admite consumir carne pelo

No que à legislação do setor diz respeito, há também

menos uma vez por semana (e 25% todos os dias), o tema da alimentação dada às espécies destinadas ao consumo humano é considerado extremamente importante (já que 7 em cada 10 portugueses considera que a alimentação dada aos animais tem um impacto elevado ou extremamente elevado na alimentação humana). Por outro lado, os portugueses reconhecem também a importância socioeconómica do sector (com 77% dos inquiridos a concordarem com a afirmação “Em Portugal, a produção de alimentos para animais é uma atividade relevante em termos socioeconómicos para o País”, 82% a considerarem que “esta indústria é importante para o país” e 81% a concordarem em parte ou totalmente que “a agricultura, a atividade pecuária no geral e a produção de alimentos para animais são um grande motor de desenvolvimento para o interior do país”), concordando que é uma indústria merecedora de “investimento e modernização” (84%).

algum desconhecimento por parte dos portugueses (3 em cada 10 não sabem dizer se a legislação europeia sobre segurança alimentar é mais ou menos restritiva do que a dos EUA ou do Brasil), sendo este um tema que também poderá ser divulgado. Mesmo assim, entre os portugueses que arriscaram comparar as legislações, 34% consideraram que a legislação europeia é “mais” ou “muito mais restritiva”, e outros 31% consideraram que era “igualmente restritiva” (apenas 6% consideraram que era “menos” ou “muito menos restritiva”). Relacionado com este indicador, verifica-se que a maioria dos portugueses (56%) considera que o setor da alimentação animal salvaguarda “em parte” ou “totalmente” a saúde dos consumidores. De resto, este é um ponto que surge reiterado em vários indicadores do estudo: pese embora um eventual parco conhecimento do sector, os portugueses têm uma perceção favorável do mesmo, seja na qualidade dos produtos, nas boas práticas implementadas

Reconhecendo o elevado impacto da alimentação animal

ou na segurança para as espécies animais e, em última

na alimentação humana, bem como na economia nacional

análise, dos produtos destinados ao consumo humano

em geral, 85% dos portugueses consideram importante

que delas resultam. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS COMPOSTOS PARA ANIMAIS – PIONEIRA NO SECTOR AGROALIMENTAR Ana Paula Marques* Grupo Valouro

É nossa perspectiva que a Indústria de Alimentos Com-

analítico dos alimentos. A constituição da CT 37/AC – virá

postos para Animais, desde a sua génese, se diferenciou

dar rigor às normas utilizadas, mantendo-se ativa e inter-

no setor Agroalimentar porque se estruturou a partir

ventiva até à atualidade. A preocupação na prevenção da

de três alicerces: sustentabilidade, nutrição animal

saúde animal e nas zoonoses foi sempre um foco, mas, o

e segurança alimentar. A Indústria antecipou a ótica

surgimento da maior crise alimentar – conhecida como

que viria a ser reconhecida no Livro Branco, publicado

BSE – provocará transformações profundas na Indústria e

em 2000, cujo principal objetivo era alcançar um nível

na Política Comum da U.E. A alimentação animal passará

mais elevado de proteção da saúde dos consumido-

a ser parte integrante e indissociável da cadeia alimentar

res de alimentos europeus, preconizando um plano de

humana. A Feed & food safety regulations – os conceitos

reformas assentes nos referidos três princípios. Pos-

de higiene, rastreabilidade, gestão de risco – dão rosto

teriormente, a Visão FEFAC para 2030 responde aos

à atual Indústria A.C. passando esta a constituir a base

reptos da Indústria com os mesmos conceitos, embora

da segurança alimentar do consumidor final.

ampliados com valores de partilha de responsabilidades, de multifuncionalidade da ciência, numa postura de eficiência e comprometimento que se ajustem à complexidade previsível para o futuro.

zado pela globalização: cadeias agroalimentares longas e complexas, a massificação da educação e da informação gerando desinformação, levando à propagação de “fake

Ora, a sustentabilidade enraíza-se nas origens da Indús-

news”. A este novo contexto a União Europeia responde

tria A.C. pela necessidade de se utilizarem subprodu-

com mais e mais legislação … e, muitas das decisões

tos desaproveitados da indústria alimentar tradicional. A abolição da Lei do Condicionamento Industrial e a entrada de Portugal na CEE potenciaram o crescimento da Indústria, levando-a à construção de novos modelos: a integração vertical (o sector avícola liderou esta tendência) e, ulteriormente a economia circular – partilha de recursos, reutilização de materiais, reprocessamento de produtos secundários e o processamento de coprodutos, acrescentando-lhes mais-valias para servirem de input a outros processos. Por outro lado, a nutrição animal apoiou-se na ciência agronomica para conhecer a composição química das matérias-primas e as necessidades elementares dos animais. A evolução da ciência foi determinante para se atingir uma formulação balanceada dos alimentos para as diferentes espécies. Este desenvolvimento traduzir – se-á na inevitabilidade de responder às necessidades da produção – o aperfeiçoamento genético e consequentemente, uma formulação mais exigente direcionada para o nutrimento específico dos animais, traduzindo-se numa melhoria da eficiência. Por último, a segurança alimentar encontra-se espelhada, logo, no primeiro Regulamento da Indústria, anterior a 1974, o qual impõe como requisito para o licenciamento de uma fábrica, possuir esta um laboratório. Esta condição obriga à formação de profissionais para o controlo * Responsável da Qualidade e Segurança Alimentar

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Presentemente, a sociedade vive num mundo carateri-

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

políticas nem sempre estão fundamentadas na evidência científica, apesar da EFSA ser uma instituição credível e independente, que apresenta os seus pareceres à Comissão Europeia. Todavia, o Parlamento Europeu privilegiará a aprovação das leis “mais populares” , que lhes garantam uma maior angariação de votos em detrimento da realidade, inclusive, científica. No meio deste “enredo” a Indústria Europeia de A.C. depara-se com um conjunto de obrigações, das mais rigorosas e exigentes do mundo, com as quais tem de cumprir, retirando-lhe competitividade. Mais uma vez, será a Indústria A.C. a contribuir com soluções para os planos de ação desenhados pela Comissão Europeia para reduzir o desperdício alimentar e desenvolver uma economia agrícola mais sustentável. É, o modelo de Economia Circular que ganha relevo com a gestão criteriosa dos recursos disponíveis onde: 36 % dos subprodutos e coprodutos das congéneres agroalimentares são incorporados nos alimentos para animais e 86 % dos materiais não comestíveis pelo Homem são valorizados e transformados em proteína animal pela nossa Indústria, tornando-os adequados a serem introduzidos no mercado. Neste âmbito, o Grupo Valouro foi precursor, em 1997, ao implementar um Sistema Integrado Agroalimentar e Ambiental, na Herdade da Daroeira, com o objetivo inicial da criação de frangos de carne em condições de elevada biossegurança. O desenvolvimento e concretização deste


Sistema permitiram sinergias de: redução, reutilização, recuperação e reciclagem. Neste exemplo de economia circular, as várias actividades encadeiam – se umas nas outras, conforme se apresenta no diagrama:

desflorestação … os quais colocarão em causa a sustentabilidade do Planeta e, talvez, da própria Humanidade dada a previsível indisponibilidade de água potável e o expectável crescimento da população mundial para 10 biliões de habitantes, sendo que, só a classe média registará um aumento cc. de 3 biliões de pessoas, o que levará a um acréscimo do poder aquisitivo deste segmento da população. Face ao exposto e considerando 2050 – o Homem defrontar-se-á com alguns desafios: como alimentar e abastecer a população, a disponibilidade de energia sustentável, em quantidade suficiente, para prover a economia ou haverá água potável suficiente ? Como encarar estas questões em articulação com os aspetos referidos? Iremos alimentar as pessoas com recurso a carne artificial, carne vegetal com sabor a animal, dietas vegetarianas / veganas … com pastilhas … Não, a Indústria de Alimentos Compostos para animais terá a missão de alimentar as populações, contribuindo com a elaboração de dietas mais saudáveis. Estima-se que os asiáticos tenderão a aumentar o consumo, per capita, de carne contrariamente à tendência que deverá registar-se nos Países Ocidentais.

O cerne da economia circular é a sustentabilidade. Na Herdade da Daroeira traduz-se na criação de uma cadeia de valor – produção de bens alimentares, tratamento adequado de subprodutos e coprodutos. Em termos socioeconómicos revela-se através da ocupação e fixação da mão-de-obra em zonas rurais, na formação específica dos trabalhadores, na oferta de condições suplementares aos próprios e às suas famílias, no escoamento das produções cerealíferas vizinhas (garantidas com um pagamento a oito dias) e, finalmente na criação de postos de trabalho diretos e indiretos. A sustentabilidade ambiental manifesta-se na significativa redução das emissões efeito estufa através: do aproveitamento de biomassa, da energia limpa – fotovoltaica, do reaproveitamento e recuperação da água, da redução da pegada de carbono pela diminuição da logística de transporte (matérias-primas e ração) e do processamento de coprodutos resultantes do abate. Ainda é de salientar que pela formulação dos alimentos conseguimos diminuir as emissões das aves em fósforo e azoto. A reciclagem dos estrumes dos aviários pela sua transformação em fertilizantes orgânicos, faz com que estes constituam um reservatório de carbono nos ecossistemas terrestres, aumentando a retenção da água, reciclando nutrientes vegetais: N (azoto), P2O5 – Anidrido fosfórico, K₂O – Potassa e, finalmente, diminuindo a lixiviação dos nutrientes vegetais nos solos. Como descrito apercebemo-nos que a Indústria de alimentos compostos para animais está na dianteira. Mas será que está habilitada para responder aos reptos que se colocarão à Humanidade? A FEFAC responde afirmativamente com a sua Visão 2030 – Gestão da segurança alimentar, Ciência multifuncional da nutrição animal e Sustentabilidade alicerçada na economia sustentável do setor primário – o que já reflete o trajeto da Indústria desde sempre. 2030 é já amanhã… Devemos refletir para um horizonte 2050 ? Prevêem-se gravíssimos problemas no ecossistema Terra devido às alterações climáticas, à toxicidade das águas, à acidificação dos oceanos, à

A Indústria de Alimentos Compostos para Animais será, parte, da solução para este problema e a resposta poderá residir no combate eficiente ao desperdício alimentar. Sabemos que 30% a 40 % de todos alimentos produzidos são desaproveitados, contudo poderão ser transformados pela Indústria em proteína animal – segura, sustentável e a baixo custo. Poderá entender-se que a resolução residirá na capacidade da Indústria A.C. desenvolver dietas animais sustentáveis, as quais segundo os cientistas, assentarão em dois aspetos: na nutrição animal de precisão e na resposta da genética animal – através do aumento da produtividade dos animais (as aves deverão atingir IC ≤ 1,1), no incremento da biodisponibilidade, da biodigestibilidade e na saúde animal. Poder-se-á até recorrer à utilização de proteínas alternativas, produzidas in vitro. Registar-se-á a tendência de concentração e especialização da Indústria, em unidades onde se produzirão alimentos direcionados para determinada espécie animal e/ou seu segmento, potenciando uma produção animal responsável. Mas será o bastante ? Com o aumento da população, as cidades irão crescer… Em 2050, o desenvolvimento tecnológico será imprevisível… mas, crê-se que haverá maiores taxas de desemprego e ócio, os habitantes desejarão sair destes meios urbanos, procurando lugares alternativos para viver. A Indústria, mais uma vez, deverá desempenhar um papel capital na sustentabilidade social destas populações, porque detém os instrumentos necessários para as fixar ao meio rural, permitindo-lhes meios de subsistência, deles e dos outros. Este papel será, ainda mais relevante e crítico, na medida que possibilitará estabilidade e ausência de conflitos nas comunidades, dado que a matriz humana é de cariz empreendedor… No futuro a Indústria Alimentos Compostos para Animais assumirá uma função imprescindível à Sociedade – constituindo uma fonte fiável para a produção de proteína animal, em larga escala e a preços acessíveis – contribuindo com uma solução objetiva para a melhoria de vida das populações. A LI ME N TAÇÃO A NI M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

A PRODUÇÃO ANIMAL PODE SER SUSTENTÁVEL?

G. Matteo Crovetto Universidade de Milão (Itália)

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Atualmente, o desenvolvimento de um sistema agrícola sustentável (em termos de sustentabilidade ambiental e económica) é uma prioridade para preservar os recursos naturais e o ambiente e garantir a produção de alimentos para animais. Além disso, o aumento estimado da população mundial (de 3,5 para 9,5 mil milhões de pessoas entre 1960 e 2050) e o crescente urbanismo associado (pessoas que vivem nas cidades: 30% em 1960, 70% em 2050), juntamente com a crescente procura por alimentos de origem animal requerem uma estratégia global de longo prazo para desenvolver sistemas de produção animal mais intensivos e sustentáveis. A missão da agricultura e pecuária é fornecer alimentos nutricionalmente adequados, seguros e saudáveis, mantendo os recursos naturais necessários para os produzir. No entanto, deve salientar-se que a produção animal não é um passatempo, é uma atividade económica; portanto, deve produzir um rendimento. Em todo o mundo existe uma procura cada vez maior por alimentos de origem animal (+100% em 2050); e, como tal, o impacto ambiental por unidade de produto deve ser reduzido pela metade para evitar o aumento dos riscos atuais. De acordo com a FAO (2013), no período 1990-2009, a oferta de proteína total na dieta subiu 13%, com a proteína de origem animal a aumentar 25%: este aumento deve-se basicamente mais aos países em desenvolvimento (+60%) do que aos países desenvolvidos (+5%). Carne, peixe, ovos, leite e queijo fornecem ao homem nutrientes essenciais difíceis de obter apenas com dietas à base de vegetais. Entre estes: aminoácidos essenciais (lisina, metionina, treonina, triptofano, leucina, isoleucina, fenilalanina, histidina e valina); ácidos gordos essenciais (por exemplo, ω3 e CLA); minerais (por exemplo, Ca, P, Mg) e vitaminas (por exemplo, B12). No mundo, os alimentos de origem animal fornecem 37% da proteína total na dieta humana, mas com uma grande diferença entre os países de alto rendimento (56%) e os de baixo rendimento (29%). Como satisfazer a procura crescente por alimentos de origem animal no mundo? Os sistemas extensivos (normalmente agricultura familiar de pequena escala que depende de pasto para ruminantes e recolha e desperdícios de cozinha para monogástricos) e os sistemas semi-intensivos (de média escala, agricultura em grupo) são socialmente interessantes, mas inadequados para fornecerem comida suficiente ao planeta. Estima-se que forneçam alimentos para cerca de 2,5 a 3 mil milhões de pessoas, mas a maioria da população mundial depende cada vez mais dos sistemas intensivos de cultivo e pecuária (principalmente agricultura industrial em larga escala). Os sistemas intensivos têm altas taxas de armazenamento, altos fatores e custos de produção e altos níveis de produção, mas representam um risco para o ambiente. A eficiência deve ser melhorada tanto nos sistemas extensivos como intensivos para alcançar a sustentabilidade económica e ambiental. O impacto ambiental deve ser avaliado por kg de produto (carne, leite, ovos, peixe) mais do que em valores absolutos.

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Por que os animais de alta produção são mais eficientes? Essencialmente porque os custos de manutenção são amortizados de melhor forma. Lembremos que também os animais que não produzem (por exemplo, uma vaca seca, uma novilha, uma porca que não está grávida,…) têm impacto no ambiente. Uma vaca leiteira que produz 500 kg litros/anos tem 10 vezes mais impacto nas alterações climáticas (potencial de aquecimento global expresso em kg CO2-equivalente/ kg/leite) do que uma vaca que produz 8.000 kg leite/ano. Vacas leiteiras de alto rendimento produzem menos CH4 e N/kg leite

40 kg leite/d

20 kg leite/d

20 kg leite/d

148 kg metano/ano (11,7 g CH4/kg leite)

234 kg metano/ano (+58%) (18,6 g CH4/kg leite)

99 kg N para solo/ano (7,8 g N para solo kg leite)

157 kg N para solo/ano (+59%) (12,7 N para solo kg/leite)

Desde os anos 50 que os alimentos para animais, juntamente com a genética, as construções, a gestão, a higiene e a saúde permitem um aumento extraordinário na produção animal. Os alimentos compostos concentrados e alimentos para animais devem ser vistos como aliados, e não inimigos, do ambiente. Com efeito, para reduzir o impacto ambiental por kg de leite ou carne ou ovos ou peixe, a eficiência da produção deve ser aumentada: por exemplo, aumentando a eficiência dos laticínios de 1,0 para 1,6 kg de leite/kg de consumo de matéria seca, a eficiência da utilização de nitrogénio na dieta aumenta de cerca de 20 a 35%, reduzindo assim a excreção de N e, consequentemente, a eutrofização e envenenamento da água por nitratos e chuvas ácidas e partículas de ar fino por amónio. A escolha de alimentos proteicos com alta digestibilidade (para aumentar a produção, aumentar a eficiência alimentar e reduzir a excreção de N) é importante para os ruminantes e fundamental para os monogástricos, uma vez que não podem beneficiar do fornecimento de proteína microbiana no rúmen. Para reduzir a excreção de N, devemos limitar o teor de proteína na dieta, diminuindo-o de acordo com a fase fisiológica e o nível de produção. Isto, por sua vez, deve ser combinado com energia fermentável prontamente suficiente no rúmen (principalmente amido) nas dietas de ruminantes (laticínios e carne bovina) e com uma “proteína ideal” para porcos e aves, utilizando boas fontes de proteína e os aminoácidos essenciais disponíveis no mercado. Entre as diferentes espécies de animais, os ruminantes têm um grande impacto ambiental, essencialmente devido à emissão de metano e à baixa eficiência dos alimentos, embora possam utilizar alimentos fibrosos, diferentemente


dos monogástricos e dos seres humanos. Particularmente, a produção de carne bovina tem o maior impacto, com uma grande variabilidade, dependendo da raça e do sistema agrícola (por exemplo, intensivo vs. extensivo; convencional vs. biológico; rácio alto ou baixo de forragem/ concentrado na dieta). Mais uma vez: os ruminantes não são ou são muito pouco competitivos com os seres humanos, pois a maior parte da sua dieta (> 80%) baseia-se em alimentos e subprodutos fibrosos. Além disso, muitos estudos demonstraram que os sistemas biológicos nem sempre permitem menores impactos do que os sistemas convencionais. Pelo contrário, na maioria das vezes, o seu impacto no ambiente, por kg de alimento fornecido, é maior. As melhorias nas técnicas de gestão relacionadas com a fertilidade animal (ou seja, menor seleção, taxas de reposição mais baixas, intervalo parto-conceção reduzido, período nascimento-1º parto mais curto, etc.) também podem reduzir os gases de efeito estufa (GEE)/kg de produto na vida útil do animal. As diferenças entre bovinos e suínos em termos de impacto ambiental estão basicamente relacionadas com três fatores: emissão entérica de metano, eficiência alimentar e desempenho reprodutivo. Dentro de cada uma destas categorias, podem alcançar-se melhorias significativas aplicando estratégias específicas (por exemplo, rácio amido/FDN, suplementação lipídica). Por exemplo, para reduzir a emissão entérica de metano por gado (/kg de leite ou carne) é aconselhável um rácio amido/FDN na dieta igual a 0,8-0,9. No que diz respeito aos GEE, uma importante fonte de emissões equivalentes de CO2 é a mudança no uso da terra (MUT) decorrente da

desflorestação para cultivar soja para a produção de bagaço de soja. Como tal, é importante garantir sistemas de produção de soja amigos do ambiente como é conseguido pelo Protocolo de Garantia da Sustentabilidade (SSAP) da U.S. Soy, uma abordagem agregada auditada por terceiros que verifica a produção sustentável de soja à escala nacional. Descreve os regulamentos, processos e práticas de gestão que garantem a produção sustentável de soja. Como conclusão, podemos responder à pergunta inicial “A produção animal pode ser sustentável?” • Desde que os seguintes fatores continuem a melhorar: mérito genético (eficiência dos laticínios, DWG, FCR, % de cobertura); sistema agrícola (edifícios, equipamentos, etc.) e cuidados de saúde; nutrição e alimentação (qualidade das matérias-primas, alimentos disponíveis localmente com menos mudanças de transporte e uso da terra, dietas equilibradas, alimentação de precisão, ...); procedimentos sustentáveis na produção dos ingredientes dos alimentos compostos para animais (por exemplo, soja, milho, etc.) • e considerando que, se bem gerida, uma exploração de laticínios ou carne fornece OM (que significa C→ fertilidade do solo), N, P e outros elementos ao solo através do estrume, reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos a resposta à pergunta inicial é: “Sim, pode, absolutamente!” Muitas explorações agrícolas biológicas e “convencionais” já provaram isso.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

SOLUÇÕES NUTRICIONAIS INOVADORAS PARA UMA COMPETITIVIDADE SUSTENTÁVEL DA INDÚSTRIA PECUÁRIA DA UE Nicolas MARTIN* Ajinomoto Animal Nutrition Europe

A Ajinomoto Animal Nutrition Europe (anteriormente conhecida como Ajinomoto Eurolysine) é um produtor

ciência de nitrogénio nos alimentos compostos e animais, com consequências positivas para a sustentabilidade da

de aminoácidos sedeado na UE. A AANE foi constituída em Amiens, França, há mais de 40 anos. Através das

produção animal:

suas capacidades de inovação, a AANE sempre colocou novos aminoácidos no mercado, começando pela lisina, treonina, triptofano, valina até aos AA mais recentes, tais como a arginina e a isoleucina. A carteira de produtos da AANE também inclui o AjiPro-L, que é lisina protegida no rúmen para vacas leiteiras. A indústria dos alimentos compostos para animais e da pecuária da UE tem de enfrentar um desafio importante: satisfazer a crescente procura global por produtos animais de forma sustentável. As expectativas e solicitações dos consumidores e da sociedade também estão a evoluir para produtos mais locais, dietas livres de antibióticos e melhoria do bem-estar animal para os animais de criação. Do ponto de vista político, a futura Política Agrícola Comum (PAC) atualmente em discussão prestará também mais atenção ao ambiente e às mudanças climáticas, com 40% do orçamento da PAC direcionado para o objetivo do clima. Cresce igualmente a pressão sobre a indústria dos alimentos compostos para animais e da pecuária relativamente à sua contribuição para a mudança no uso da terra e a desflorestação. Como mostra a figura abaixo, a UE é um importador líquido.

Pegada ecológica (gha/ano)

Principais deslocamentos comerciais líquidos do uso da terra (fonte: Agência Europeia do Ambiente, 2019)

A nutrição de aminoácidos pode contribuir para enfrentar estes desafios. A redução do teor de proteína bruta nas dietas para alimentos compostos, combinada com a suplementação de aminoácidos, permite aumentar a efi* Diretor de Sustentabilidade

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

– Redução da procura por ingredientes de alimentos compostos ricos em proteínas, como bagaço de soja, frequentemente associados a alterações no uso da terra e desflorestação – Redução da excreção de nitrogénio pelos animais e, como tal, redução da acidificação e eutrofização – Melhoria do bem-estar animal (por exemplo, redução da dermatite nas patas na produção de frangos de carne) e saúde do intestino O pensamento do ciclo de vida é importante para enfrentar estes desafios com vista a garantir que todas as etapas do ciclo de vida das cadeias de produção são abordadas adequadamente. Emissões reduzidas na exploração agropecuária

Pressão reduzida sobre as matérias-primas

Emissões reduzidas de estrume Qualidade da carne

Pensamento do ciclo de vida: Os aminoácidos dão um contributo positivo em diferentes fases do ciclo de vida de produtos de origem animal

Em breve, novos aminoácidos estarão disponíveis para uso na indústria de alimentos compostos para animais da UE. No entanto, as atividades de I&D da Ajinomoto mostram que chegou o momento de uma mudança de paradigma na nutrição de aminoácidos. Os próximos aminoácidos – além da lisina, treonina, triptofano e valina – são realmente co-limitantes, com os seus requisitos vinculados ao contexto específico da produção animal. Isto requer ir além do conceito de proteína ideal para a nutrição de aminoácidos. Esta é a abordagem adotada pela Ajinomoto Animal Nutrition Europe, com um enfoque claro nos benefícios dos clientes. Para concluir, muitos dos desafios que a indústria dos alimentos compostos para animais e da pecuária da UE enfrenta estão relacionados com a gestão de proteínas e nitrogénio. Soluções nutricionais encontram-se agora disponíveis para enfrentar estes desafios. Chegou o momento da indústria de alimentos compostos para animais da UE criar soluções nutricionais inovadoras e criar valor para os seus clientes.


FERRAMENTAS PARA A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS SUSTENTÁVEIS A Corteva Agriscience, foi criada para resolver os pro-

Não conseguiríamos fazer o trabalho que fazemos sem a

blemas alimentares do mundo através da inovação, tec-

tecnologia do nosso lado. Com a aplicação das inovações

Clara Serrano

nologia e trazendo um pouco de humanidade à nossa

científicas e tecnológicas de ponta, conseguimos criar

Diretora Regional de Marketing

indústria com 22.000 anos.

melhores explorações agrícolas que conduzem a maiores

Atualmente fazemos negócios em mais de 140 países,

rendimentos, ano após ano. Estamos a criar explorações

empregamos mais de 21.000 pessoas e desenvolvemos

agrícolas com melhor desempenho, aproveitando dados

investigação em mais de 150 instalações de I&D. Acredi-

e inovação científica. Estamos a trabalhar com agricul-

tamos que, se a nossa missão for melhorar o mundo, é

tores no sentido de modernizar e otimizar as respetivas

melhor sabermos o que está a acontecer ao nosso redor.

operações e a complementar o seu know-how agrícola

O nosso objetivo é simples, mas vital. Enriquecer as vidas

com inteligência de alta tecnologia que controla os ris-

de quem produz e consome, garantindo progresso para

cos e aumenta a produtividade.

as gerações vindouras. Este objetivo ganha vida através

As tecnologias avançadas de melhoria de plantas CRIS-

dos valores da nossa marca que defendemos em tudo

PR-Cas representam outro exemplo do nosso compro-

o que fazemos.

misso com a inovação. Somos líderes na investigação

Então, por que o mundo precisa de uma empresa

de CRISPR-Cas para produtos agrícolas, especialmente

como a nossa? A realidade é que vivemos num mundo

para culturas como milho, soja, canola e sorgo, e esta-

no qual a produção de alimentos e a eficiência da

mos empenhados em disponibilizar informações sobre a

distribuição têm de melhorar à medida que a nossa

CRISPR-Cas e sobre como a estamos a utilizar ao público.

população global continua a crescer. Um mundo no

Como acreditamos no potencial desta tecnologia para

qual as expectativas dos consumidores nunca foram

cultivar culturas que são melhores para os agricultores,

tão altas: expectativas relativamente a alimentos

para as pessoas e para o ambiente, também estamos

seguros, saudáveis e nutritivos, a uma sociedade

empenhados em incentivar a adoção alargada da CRIS-

mais sustentável, a rótulos mais limpos, a menos

PR-Cas9 na agricultura, permitindo o acesso a direitos

desperdício de alimentos e em que os alimentos pos-

de propriedade intelectual para organizações sem fins

sam ser seguidos em todas as etapas da produção,

lucrativos, académicos e empresas com a intenção de

processamento e distribuição.

ajudar a resolver alguns dos maiores desafios alimen-

Estes desafios são o motivo pelo qual existimos: somos

tares do mundo.

o fio condutor que une as partes móveis das nossas

Conseguimos isto através de duas abordagens estraté-

crescentes indústria agrícola e sociedade globais e

gicas principais: colaboramos com líderes e inovadores

estamos empenhados em responder a estes desafios

de todo o mundo para aceder às e desenvolver as tec-

alavancando a colaboração e o diálogo entre agriculto-

nologias mais inovadoras; e implantamos rapidamente

res, reguladores, consumidores e aqueles na cadeia de

essas tecnologias inovadoras através de organizações

valor dos alimentos com vista à criação de um sistema

que são boas administradoras dessas tecnologias. Man-

alimentar sustentável, respondendo ao pedido de redução

temos um compromisso inabalável com o desenvolvi-

do consumo de recursos naturais, da pegada ambiental

mento e a implantação de soluções agrícolas inovadoras

e das emissões de GEE.

e sustentáveis para um bem maior e as nossas várias

Para tal, estamos a alavancar as novas tecnologias e a

colaborações de Inovação Aberta são uma prova disso.

inovar para o futuro para garantir que estamos sempre a

Para atingirmos os nossos objetivos, é necessária uma

operar na vanguarda. Com as nossas novas ferramentas

estratégia global de edição de genes CRISPR, garantindo

e produtos de proteção de culturas de origem natural,

políticas regulatórias apropriadas, baseadas na ciência

assim como as nossas soluções integradas de culturas,

e globalmente harmonizadas para plantas desenvolvi-

combinando sementes, tecnologias aplicadas a semen-

das com a edição de genes CRISPR, consistentes com

tes, tecnologia de melhoria de plantas, consultoria em

plantas desenvolvidas através de outros métodos de

agronomia, agricultura de precisão e soluções digitais,

melhoria de plantas. Esta não é atualmente a situação

estamos a criar as ferramentas exatas para ajudar os

na União Europeia, onde uma mudança política rápida e

agricultores a fornecerem alimentos sustentáveis aos

direcionada ou um novo quadro jurídico são necessários

consumidores, mesmo em regiões com acesso limi-

para alcançar um ambiente regulatório claro e pragmá-

tado à água.

tico para estes novos produtos. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

MEIO SÉCULO DE VIDA COM ROBUSTEZ E RESILIÊNCIA Jorge Henriques Presidente da FIPA

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A IACA está de parabéns ao completar meio século, não apenas pela data histórica que celebra, mas por poder hoje afirmar, sem hesitação, que o tempo que muitos empresários e profissionais do setor dedicaram a erguer a “casa da indústria de alimentos compostos para animais” foi bem empregue. Num mundo cada vez mais imediatista e onde as mudanças na envolvente empresarial surgem a uma velocidade cada vez mais acelerada, atingir meio século de vida com a robustez e resiliência que atualmente testemunhamos não é tarefa fácil. Muito poderia ser dito, e certamente muito se dirá, sobre o saldo positivo entre os bons momentos e os menos bons de uma vida já longa. Parece-me, no entanto, importante destacar uma das características mais distintivas do código genético da IACA, a cooperação. É com esta visão que a IACA fica decisivamente ligada ao nascimento da FIPA, em 1987, dois anos após a assinatura do tratado de adesão à CEE, na perspetiva de que a “união faz a força” e que a competitividade da nossa indústria agroalimentar, no novo contexto do projeto europeu, passava por ter uma interlocutora única e apta a criar uma rede de contactos institucionais sólida e eficaz. Para além de sócia fundadora, a IACA tem marcado sempre presença nos órgãos sociais da FIPA e assumido as responsabilidades de representação da Federação em comités e grupos de trabalho, em Portugal e no quadro da União Europeia. O primeiro grande desafio que o setor agroalimentar teve de enfrentar de forma conjunta assentou nas negociações do seu enquadramento legal, numa fase em que o mesmo começou a afastar-se do caráter vertical, onde eram estabelecidos requisitos por produto, e passou a ser caracterizado por uma abrangência mais horizontal, criando regras aplicáveis a toda a indústria. Como consequência natural da europeização das políticas, a IACA apoia a FIPA no processo de adesão à então denominada CIAA (Confederação das Indústrias Agroalimentares da CEE), hoje batizada como FoodDrinkEurope. Este passo foi fundamental para uma boa resposta das empresas nacionais aos desafios do processo legislativo e para uma melhor preparação técnica na condução das discussões com os interlocutores nacionais. Mas era apenas o começo do longo caminho que tem sido feito e onde se tem sabido colocar de lado as naturais vocações concorrenciais quando se enfrentam desafios que exigem, acima de tudo, cooperação. Surgiam, entretanto, os grandes desafios da segurança alimentar e a necessidade de valorização das especificidades do mercado nacional e dos seus vetores de competitividade diferenciados. Anunciava-se o desenvolvimento de um quadro jurídico que passaria a abranger toda a cadeia alimentar – “do prado ao prato” – numa abordagem global e integrada, ganhando ainda mais relevância a cooperação institucional que se havia estabelecido com o Ministério da Agricultura a propósito das negociações da Política

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Agrícola Comum e que se estendia agora à formulação das políticas de segurança alimentar, ao controlo oficial, à rastreabilidade e aos organismos geneticamente modificados. Mais tarde iriam somar-se os desafios do abastecimento de matérias-primas e mais recentemente o melhoramento genético. A relação com o Ministério da Economia, que tinha sofrido uma importante aproximação com o aparecimento da ASAE, ganha uma nova dimensão com a criação da PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Alimentar, tendo a indústria contribuído para a revisão do enquadramento legal das Práticas Individuais Restritivas do Comércio e para a dinamização do Código de Boas Práticas Comerciais para a Cadeia de Abastecimento Agroalimentar, num dos bons exemplos de articulação com a CIP – Confederação Empresarial de Portugal. Entre os vários marcos na vida do associativismo agroalimentar encontra-se o momento de integração da FIPA no consórcio europeu SPES, que permitiu a constituição de uma unidade de mediação técnico-científica com impacto muito positivo em vários setores. Nos últimos anos foram implementados vários projetos de I&D em áreas como a segurança alimentar, alimentos tradicionais, nutrição, eficiência energética e, mais recentemente, no contexto da pegada de carbono, desafio para o qual a cooperação com a IACA tem sido fundamental. Mas os desafios não param e o panorama da sustentabilidade trás também o reforço da relação institucional com o Ministério do Ambiente, em matérias como a transição para uma economia circular, a neutralidade carbónica, as metas de reciclagem e a eficiência energética, cabendo às estruturas associativas um papel importante na mobilização para uma abordagem sensata à relação única que a indústria agroalimentar tem com a sua envolvente, garantindo o equilíbrio entre a preservação dos recursos e a competitividade a longo-prazo, numa perspetiva económica, social e ambiental. Podemos hoje afirmar, num justo reconhecimento a todos os intervenientes em reflexões, debates, negociações e, acima de tudo, ações concretas, que todo este caminho só foi possível com um trabalho contínuo de consolidação do movimento associativo nacional e porque os líderes do setor da alimentação animal tiveram a visão de perceber, muito antes do Livro Branco sobre a Segurança dos Alimentos, que a cadeia alimentar é uma só, e que o “feed” é parte integrante do “food”. Ver a estrutura representativa de tão importante elo da cadeia de valor completar 50 anos é assim muito mais do que o somatório de cinco décadas ao serviço da alimentação animal e da indústria alimentar em geral, é saber que a IACA irá enfrentar o futuro com determinação, abraçar novas causas e alimentar a permanente inquietação de querer marcar a diferença e conseguir superar-se a cada dia que passa. Essa será a melhor homenagem a todos os dirigentes, funcionários e profissionais do setor que contribuíram para erguer esta obra!


A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL 50.º ANIVERSÁRIO DA IACA

UMA PARCERIA CADA VEZ MAIS FORTE George E. Glass Embaixador dos EUA em Portugal

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Esta é uma noite muito especial e é uma honra estar aqui para celebrar o 50º aniversário da IACA convosco. Em nome dos Estados Unidos, quero dar os parabéns a todos por meio século de história! Sei que muitos de vós aqui esta noite e aqueles antes de vos que deram importantes contributos para a forte relação entre os EUA e Portugal e, por isso, gostaria de vos agradecer. A relação entre os Estados Unidos e Portugal é profunda e histórica. Não somos apenas amigos há séculos, mas também nos temos apoiado mutuamente. Portugal foi o primeiro país neutro a reconhecer os Estados Unidos quando éramos uma democracia incipiente. No mês passado, atribuímos à residência dos EUA aqui em Lisboa o nome do embaixador Frank Carlucci, que desempenhou um papel importante no apoio à transição de Portugal para a democracia em 1975. É essa ligação contínua entre os nossos líderes, empresários e sociedades que tem sido a base dos nossos fortes laços e isso inspirou o meu trabalho em Portugal. Um dos meus primeiros atos oficiais como embaixador depois de ter chegado foi visitar áreas em torno de Viseu que foram devastadas por incêndios florestais e oferecer o apoio dos Estados Unidos. Quando contactámos os parceiros portugueses para perguntar onde poderíamos ajudar, a resposta mais imediata foi apontar-nos para ajudar a fornecer ração animal para famílias que haviam perdido tanto. Foi nesse momento que percebi como o setor agrícola é importante para Portugal e como o seu trabalho é crucial para a economia, a cultura e a sociedade. Enquanto falamos sobre a economia, primeiro, deixem-me salientar que a relação económica EUA-Portugal é forte e está cada vez mais forte. O ano passado foi um ano verdadeiramente marcante para a relação económica EUA-Portugal. O nosso comércio de bens e serviços saltou 9%, para 7,2 mil milhões de euros, o mais alto de sempre. Os Estados Unidos são agora o 5º maior cliente de produtos portugueses, o que nos torna o maior destino fora da União Europeia. Ao mesmo tempo, o investimento americano está a chegar a Portugal. No ano passado, o Investimento Direto Estrangeiro dos EUA aumentou 132 milhões de euros, fazendo subir o stock para 1,75 mil milhões de euros. Estes excelentes resultados foram apoiados por muitos de vós presentes nesta sala. O comércio agrícola dos EUA para Portugal aumentou a uma taxa ainda maior do que o nosso comércio global. Em 2018, as vendas de soja dos EUA para Portugal aumentaram 400%, para 184 milhões de dólares, e o crescimento continua, tornando os Estados Unidos o maior fornecedor de soja de Portugal. Obviamente que isto é fantástico para os agricultores americanos. Mas também é fantástico para mim, pessoalmente, pois posso contar ao meu chefe sobre o grande negócio com Portugal! 400% é o tipo de número grande que chama a atenção em Washington. Aqueles que me conhecem um pouco não ficarão chocados quando digo que isto é apenas o começo. Sou otimista quando se trata das relações EUA-Portugal e sei que oportunidades ainda maiores estão por vir. À medida que o mercado português de alimentos para animais continua

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a acrescer, eu acredito que os produtores americanos, com o forte apoio da nossa Embaixada e do Departamento de Agricultura, estão empenhados em aumentar a nossa parceria convosco numa grande variedade de ingredientes para alimentos compostos, tais como soja, milho e dreches (DDGS). Quando se fazem negócios com os Estados Unidos e, por favor, deixem-me enfatizar este ponto, estamos a lidar com uma indústria que é transparente e fiável. É um parceiro orientado para o cliente ao longo de toda a cadeia de fornecimento e que se adapta constantemente para satisfazer as vossas exigências. Além do mais, podem dizer aos vossos clientes que os agricultores norte-americanos focam os seus esforços para produzir alimentos para animais com baixo impacto ambiental. Quando se estabelece uma parceria com os Estados Unidos, também temos acesso às tremendas oportunidades de inovação agrícola que nos permitem enfrentar o desafio mais importante que a agricultura global enfrenta atualmente: os agricultores alimentarem a crescente população global. Ao enfrentarmos este desafio, é ótimo ter aliados em Portugal que promovam a ciência e a transparência como base dos regulamentos que regem a produção agrícola. O nosso empenho partilhado relativamente a regimes regulatórios baseados em factos e ciência é fundamental para manter um fluxo constante de comércio entre os nossos países. Cabe a todos nós aumentarmos a compreensão, não apenas no vosso setor específico, mas em toda a sociedade, de como é importante para os agricultores aqui e em todo o mundo manterem uma produção agrícola global sustentável. Durante o período de tempo que já passei em Portugal, tive muitas oportunidades de ver como o trabalho em conjunto pode ajudar a promover a prosperidade em ambos os lados do Atlântico. Vi os investimentos incríveis que os agricultores da Califórnia estão a fazer no Alentejo. Estive a bordo de um enorme navio que fornece soja americana a Portugal e falei com os agricultores norte-americanos que apreciam genuinamente a confiança que os seus clientes portugueses depositam nos produtos. Como os quase um milhão e trezentos mil americanos que visitaram Portugal este ano, Mary e eu viajámos por todo este país incrível e desenvolvemos uma profunda consideração pelos produtos alimentícios sofisticados e únicos de Portugal. Assim, quero agradecer-vos novamente pela vossa amizade, parceria e hospitalidade. A minha Missão está pronta para continuar a trabalhar convosco para melhorar o comércio agrícola entre os nossos países e expandir a base sólida que todos construíram. Os nossos colegas do Departamento norte-americano de Agricultura estão sempre disponíveis para vos ajudar e melhorar a vossa relação com os fornecedores norte-americanos. Jennifer Clever é a nossa maravilhosa adida agrícola, e se ainda não a conhecem, espero que tenham a oportunidade de a conhecer esta noite. Mais uma vez, muitos parabéns a todos pelos 50 anos de muito sucesso! Muito obrigado!


MENSAGEM DE SUA EXCELÊNCIA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Comemoração do 50º aniversário da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais Saúdo todos os associados da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais {IACA) pela celebração do quinquagésimo aniversário, num curioso momento de novos desafios nesta viragem para a terceira década do século XXI.

O setor da agroindústria em Portugal tem demonstrado renovado dinamismo nos últi-

votos de êxito para as próximas décadas, na certeza de que os empresários e todos

mos largos anos e o papel dos empresários – na indústria, na agricultura e no comércio e serviços – tem sido determinante na resposta às exigências do mercado e dos cidadãos, crescentemente conscientes da importância dos temas da saúde e bem-

os profissionais do setor estão atentos aos sinais dos tempos – designadamente, os

-estar, em especial de uma alimentação equilibrada e completa. Crescer de forma sustentada ao longo de 50 anos é sinal de vitalidade e, por isso, formulo

desafios da luta contra as alterações climáticas e, consequentemente, as necessidades de adaptação da indústria a tal emergência – e saberão inovar, continuando a contribuir para o crescimento da riqueza e do emprego em Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA

SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS

VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL Face à coincidência de este ano a IACA fazer 50 anos e a SPMA 25 anos, as VIII Jornadas de Alimentação Animal tiveram um programa diferente das anteriores, não tendo apenas apresentações de carácter técnico. Como tal, procurámos olhar para o futuro do sector da Alimentação Animal, através do Prof. Emídio Gomes, que dentro do quadro do CoLab, destacou o papel que a inovação pode ter no aproveitamento de oportunidades pelas empresas; pelo Prof. Carlos Buxadé, numa visão pessoal mas multidimensional, nos falar das principais ameaças e oportunidades que temos pela frente; e do dr. Gerardo Santomá, com a sua experiência de vida, nos mostrasse que o mundo está a mudar e por arrastamento a produção / alimentação animal. Não esquecemos o passado, através do dr. Carlos Cortes, 1º presidente da Secção de Pré-Misturas da IACA, que relembrou todo o processo da sua formação (1994) e a sua história e evolução; e também na homenagem que fizemos à 1ª Direção da Secção (Carlos Cortes, Vítor Cabeleira e Ingrid Van Dorpe). Como também homenageámos o presente, através da distinção das carreiras profissionais de 3 colegas de muitos anos: eng. Carlos Vidal, eng. Luís Ferraz e Prof. Carlos Buxadé , cujas fotos, pela sua relevância, voltamos a publicar nesta edição da Revista.. Mas o tema orientativo das Jornadas deste ano era “Alimentação e Ambiente”, uma escolha feita em Janeiro pelas empresas associadas, que se tornou muito atual. Infelizmente e estranhamente, não teve por parte das referidas empresas grande aceitação, visto que nenhuma participou diretamente nas Jornadas. As 3 apresentações enquadradas no tema (Nutrição de Precisão; Utilização de Enzimas e Melhoria da Eficiência Digestiva; Redução da Produção de Metano por Via Alimentar) demonstraram que a nutrição é uma via efetiva para reduzir desperdícios e otimizar a utilização de recursos. No futuro, os parâmetros "Pegada Ambiental", "Produção de GEE", "Consumo de Água" ou outros, possivelmente passarão a estar nas preocupações dos nutricionistas ligados à alimentação animal. Pedro Folque SPMA - IACA

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VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL Fátima, 19 de Setembro, 2019

PATROCINA DOR

PROGRAMA 9:00 – 9:30 h Receção dos participantes 9:30 – 10:00 h Abertura e Apresentação das Jornadas António Isidoro, IACA e Pedro Folque, SPMA

1º Painel – moderador Olga Conde Moreira (INIAV)

A POIO

Feed Safety for Food Safety®

10:00 - 10:30 h A Indústria de Alimentos para Animais em Portugal: o papel da Inovação Emídio Gomes, InovFeed / UTAD 10:30 - 11:00 h Desafios futuros para as empresas de pré-misturas e aditivos Carlos Cortes, Brandsweet/ SPMA 11:00 - 11:30 h Coffee-Break 11:30 - 12:15 h Ameaças e oportunidades para o setor da Alimentação Animal Carlos Buxadé Carbó, Consultor

COLA B ORAÇÃO

12:15 - 13:00 h Sustentabilidade e Nutrição Animal Gerardo Santomá, Trouw Nutrition 13:00 - 13:30 h Debate 13:30 - 15:00 h Almoço

2º Painel – moderador José Manuel Costa (DGAV) 15:00 - 15:40 h Alimentação de precisão e impacto ambiental da produção animal Divanildo Monteiro, UTAD 15:40 - 16:20 h Otimização do uso de enzimas exógenas em nutrição de monogástricos para reduzir o impacto ambiental Fernando Garcilopez, AB Vista/ Winfarm 16:20 - 17:00 h Impacto das alterações climáticas na sustentabilidade da produção de ruminantes Nicola Walker, DSM 17:00 - 17:15 h Debate 17:15 - 17:30 h Sessão de Encerramento João Barreto, SPMA e Jaime Piçarra, IACA A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

HOMENAGEM À 1ª. DIREÇÃO DA SFPM

João Cabeleira, António Isidoro, Pedro Folque, Ingrid Van Dorpe, Carlos Cortes e Jaime Piçarra

PRÉMIOS CARREIRA

Carlos Vidal, João Barreto, Luís Ferraz, Carlos Buxadé, Pedro Folque e Luís Baptista

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS EM PORTUGAL: O PAPEL DA INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO

Emídio Ferreira S. Gomes Portugal está colocado perante o desafio permanente da competitividade em mercado global, que terá necessariamente que assentar na melhoria da capacidade de conceber, analisar e perspetivar o desenvolvimento de novos produtos, serviços ou negócios. Isto obriga necessariamente a uma maior capacidade académica, científica e tecnológica do país, à necessidade de criar uma maior competitividade dos nossos sistemas de ensino e formação profissional, bem como à capacidade de desenvolver uma nova cultura empresarial baseada na inovação.

UTAD

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O desenvolvimento de um país ou de uma região é hoje em dia associado à intensidade do investimento em investigação e desenvolvimento, bem como à pujança do seu sistema de inovação, regional ou nacional. Este sistema de inovação tem como principal função permitir às empresas um acesso privilegiado ao conhecimento e, portanto, à sua aplicação na criação de valor económico. Esta aplicação do conhecimento promovendo a criação de valor económico é a definição mais simples de inovação. A complexidade não está no conceito, nem na sua definição, mas na forma como se consegue operacionalizar a inovação. Como é que as empresas podem inovar e como é que as organizações e a administração pública podem contribuir para tornar um território num espaço inovador e com capacidade de atração de empresas e organizações inovadoras?


Como é que é possível articular a relação das empresas com os centros de conhecimento, sejam eles instituições de ensino superior, ou de investigação e desenvolvimento, ou mesmo de transferência de tecnologia? Portugal tem de redesenhar o seu sistema de inovação, com um crescimento da participação das empresas, criando um verdadeiro mercado de I&D e um mercado para pessoas com qualificações académicas e científicas capazes de promover o espírito empreendedor quer seja através da criação de novas empresas (entrepneurship) quer através da inovação no seio das empresas (intrapneurship). Esta é porventura uma das tarefas mais complexas em que Portugal está envolvido e que cada vez mais constitui um desafio crítico à nossa competitividade.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

SFPM / SPMA 25 ANOS NA IACA: PASSADO, PRESENTE, FUTURO

25 Anos na IACA Carlos Cortes Brandsweet / SPMA

FABRICANTES DE PRÉ-MISTURAS

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

AMEAÇAS E OPORTUNIDADES PARA O SETOR DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Introdução

Carlos Buxadé Consultor

No período atual 2019 – 2020, no momento de estudar o setor da alimentação animal no seio de Portugal (da própria União Europeia, na realidade), é necessariamente obrigatório, especialmente no momento de analisar as suas ameaças e oportunidades, contextualizá-lo no seu enquadramento socioeconómico e político. Entendemos por contextualizar a localização do setor considerado (o da alimentação animal) num determinado ambiente (próximo (Portugal) médio (sul da União Europeia), distante (o Mundo). Neste contexto, é óbvio que o setor da alimentação animal em Portugal é significativamente diferente do da Holanda, Brasil ou Estados Unidos, para dar três exemplos. Assim, enquanto Portugal produz anualmente cerca de 3,2 milhões de toneladas de alimentos destinados à alimentação animal, a Alemanha produz mais de 24 milhões de toneladas e a União Europeia 164 milhões. É verdade que o setor da alimentação animal constitui uma atividade de natureza económica, imersa na globalidade económica da região onde se localiza com um peso socioeconómico e político determinado, que utiliza os fatores de produção clássicos (capital geográfico, capital humano e capital financeiro). É igualmente uma atividade económica que compete com outras atividades económicas, internas e externas.

O contexto Todo o contexto é composto por um conjunto de: – Situações económicas, sociais e políticas, mais ou menos visíveis. – Fenómenos, temáticas, materiais e imateriais. – Circunstâncias (próprias, alheias, próximas, distantes, recentes, etc.). Este conjunto combina-se num determinado momento e num local específico do futuro do setor. Isto tem consequências óbvias nos sucessos que ocorrem no âmbito dos seus limites espácio-temporais. Tal, paralelamente, gera pontos fracos, ameaças, pontos fortes e oportunidades para o setor objeto de tratamento ou estudo. Pelos motivos acima expostos, o contexto deve ser minuciosamente analisado, pois é uma realidade altamente específica e dinâmica e é nele que as realidades ocorrem, neste caso do setor da alimentação animal que o influencia permanentemente de forma altamente significativa. 34 |

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Não é necessário referir que o contexto gera ameaças e oportunidades para o setor.

A globalização Quer gostemos ou não, a globalização tem uma influência significativa na realidade do setor da alimentação animal português. Deve ter-se em conta que a globalização é um processo dinâmico que envolve as esferas económica, tecnológica, social, cultural e política em todos os setores da atividade comercial (ou não empresarial) à escala mundial (ainda que com as suas nuances e intensidades). A mesma baseia-se na crescente eficiência e eficácia da comunicação e, como tal, gera-se uma clara interdependência complexa entre diferentes regiões do globo. Esta interdependência afeta os mercados, as suas bases sociais e culturais, dando lugar, com maior ou menor intensidade, a uma série de transformações sociais, económicas e políticas importantes, que conferem a todo o sistema um caráter de natureza global. No âmbito que nos interessa aqui, afeta, em primeiro lugar, o “mundo das Matérias-primas”, a sua origem e o seu desenvolvimento (origem muito variável, localização mundial). Ao longo do tempo, isto deu origem a que 4/5 grandes lobbies comercializem uma percentagem muito elevada destas matérias-primas (cruciais para o setor, é claro), o que, naturalmente, representa ameaças e oportunidades. Devemos ter em conta que, desde há cerca de 40 anos que o setor da alimentação animal (considerado a partir de uma perspetiva global) é um exemplo paradigmático do que é um setor globalizado. Na nossa exposição, exemplificamos isto com os casos da soja e do milho, embora também pudéssemos fazê-lo com base na consideração de alguns oligoelementos-chave (por exemplo, ferro ou manganês) ou vitaminas (por exemplo, A ou B). Nesta globalização, a indústria agroquímica também foi bastante afetada (passando por um grande processo de fusões e consolidações); Assim, por exemplo, o negócio mundial dos herbicidas, pesticidas e sementes está em 4-5 mãos cujo PIB é equivale praticamente ao atual Produto Interno Bruto trimestral português.

A soja Apenas alguns dados, mas muito ilustrativos. A produção anual atual de oleaginosas no Mundo situa-se em pouco mais de 600 milhões de toneladas; das quais 370 milhões são de soja e 10 países do Mundo produzem 94% da mesma (347 milhões).


Da soja produzida, 67% destina-se à produção de farinha para a alimentação animal; 16% destina-se a produzir óleo de soja e 17% vão para sementes, biodiesel e outros fins. A produção mundial anual de bagaço de soja é de 242 milhões de toneladas e apenas 4 países no mundo geram 76% da mesma (e 10 regiões 86% do total impressionante!). Quanto à referida farinha de soja, os maiores produtores são: a China (74 milhões de toneladas, isto já dá uma ideia do que chega ou chegou a importar); EUA (44 milhões); Brasil e Argentina (33 milhões cada um) e a UE (13 milhões, o que representa importações de 15,8 milhões de toneladas equivalentes de grãos de soja). Ou seja, a soja é um exemplo claro de uma grande fonte de ameaças, mas também de oportunidades para o setor.

O milho O milho é, sem dúvida alguma, outro bom exemplo quando se fala da globalização no âmbito da alimentação animal. A produção mundial anual cifra-se atualmente em 1.133 milhões de toneladas. Sete (7) regiões do Mundo produzem quase 81% do total mundial. Por sua vez, o consumo anual mundial (tanto ao nível humano como animal e para todos os seus usos) cifra-se em 1.145 milhões de toneladas. Atualmente, o défice entre consumo e produção é atenuado pelos grandes volumes armazenados, uma parte importante dos quais se encontra na China. O total mundial do comércio de milho cifra-se em cerca de 117 milhões de toneladas. Os grandes exportadores são os EUA, Brasil,

Argentina e Ucrânia; Os três maiores importadores são a União Europeia (20-22 milhões anuais), México (19) e Japão (16). É óbvio, ao analisar todos estes números, que o "mundo do milho" gera ameaças (mais uma vez, fundamentalmente, para os importadores), mas também oportunidades (se for protegido por acordos comerciais adequados).

A interdependência Sem dúvida, pelo menos, na minha perspetiva, o primeiro objetivo do setor da alimentação animal é alimentar adequadamente os animais úteis que são uma fonte de proteína animal (leia-se carne, leite, ovos, mel...) para a população humana. E este setor da alimentação tem uma grande, enorme, interdependência, com a agricultura (com o setor agrícola, na realidade), as indústrias alimentares, farmacêutica, química, dos aditivos, etc. Tal dá lugar à criação de sistemas setoriais complexos para se poder produzir alimentos seguros e de qualidade nos quais impera sempre a economia de escalas, resultando numa onda contínua de fusões e concentrações que retroalimentam o modelo. Como é fácil imaginar, as concentrações ou fusões mencionadas estão intimamente ligadas a uma carga permanente e elevada de desenvolvimento tecnológico que, juntamente com as estruturas e estratégias empresariais adequadas, são absolutamente cruciais para poderem embarcar positivamente no “comboio da competitividade”. Um modelo adequado de matriz do exposto acima gera oportunidades; um mau desenvol-

vimento do modelo descrito gera ameaças importantes.

Os condicionantes Embora este aspeto por si só nos pudesse levar a várias páginas de descrições técnico-filosóficas, vou referir-me aqui exclusiva e de forma muito sucinta ao “Modelo Europeu de Produção Pecuária”, no qual Portugal, como Estado-Membro da União Europeia, está imerso. Atualmente, o “Modelo Europeu de Produção Pecuária” é constituído legislativamente por mais de 70 normas. As mesmas regulam: – O modo de produzir os alimentos em todos os Estados-Membros (EM) da União Europeia – Os controlos a realizar pelas autoridades competentes desde a origem até a fase de disponibilidade para o consumidor. Este conjunto normativo, o mais exigente do Mundo, visa (embora nem sempre o consiga, tal como demonstrado recentemente e, por exemplo, em Espanha), garantir a segurança alimentar, além do bem-estar e da saúde animal, além de promover a sustentabilidade dos modelos pecuários produtivos e respeitar o meio ambiente. Esta norma diferencia-nos de forma significativa de outras regiões do Mundo, por exemplo: – Nas diferentes condições e possibilidades na utilização e/ou aplicação de certas matérias-primas (por exemplo, OGM). – Idem para outros produtos como determinados aditivos ou promotores do crescimento.

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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35


ALIMENTAÇÃO ANIMAL VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

– Diferentes níveis de permissibilidade ou de resíduos detetáveis nos produtos pecuários (ppm) derivados, por exemplo, de certos tratamentos fitossanitários, etc. Obviamente, embora o modelo referido ofereça oportunidades ao nosso setor, também tem a ameaça da dificuldade em poder continuar a ser competitivo num mercado cada vez mais global (e, consequentemente, mais aberto).

Os principais desafios do futuro Na minha perspetiva, são 9 (nove) os principais desafios que o setor da alimentação animal em Portugal (na União Europeia, na verdade,) enfrenta: – Cumprir adequadamente (normativa, técnica e economicamente) as exigências de uma pecuária cada vez mais eficiente, eficaz e exigente. – Ser uma garantia quando se trata da quantidade e qualidade dos seus produtos. – Incorporar novas MP e subprodutos (diminuindo nos seus ingredientes aqueles que entram em concorrência com alimentos humanos).

• Animalistas e similares (Greenpeace).

As oportunidades

• A ONU, a OIE, etc.

Neste âmbito, gostaria de destacar as seguintes que são as que considero mais transcendentes:

Aqui têm o seu refúgio e promoção mediáticos frases: “Combater a crise climática exigirá uma redução de 40% no consumo de carne” ou “alimentar crianças com carne e laticínios é mau trato infantil”. Ameaças pseudo – religiosas: Aqui integram-se mensagens ligadas à “política sexual da carne” que nasce do trabalho de Carol J. Adams (década de 1990): “uma teoria crítica feminista vegetariana”. A mesma estabelece uma analogia entre a violência exercida contra os animais e a exercida contra as mulheres, por exemplo, no uso da linguagem que se transforma numa ferramenta de opressão contra mulheres e contra os animais. Assim, a Sra. Adams analisa os vínculos, as relações e a ligação ao feminismo, vegetarianismo e consumo de carne e patriarcado. Tudo isso teve e tem um enorme impacto de caráter social. As ameaças técnicas E aqui gostaria de destacar 9 (nove):

– Garantir a sustentabilidade dos seus modelos de produção.

• Dependência externa das Matérias-primas fundamentais.

– Otimizar claramente melhor do que até ao momento os recursos básicos necessários (água, energia etc.).

• Crescente regulamentação legislativa, especialmente na UE, e nem sempre é zootécnica.

– Minimizar a possibilidade de geração de resistências microbianas.

• Crescente concentração de negócios que torna a concorrência mais difícil e mais complexa.

– Diminuir, em todos os seus processos, a emissão de gases com efeito de estufa (GEE). – Reduzir ao mínimo possível a pegada de carbono. – Confrontar e defender a aplicação segura e racional de todas as inovações e avanços tecnológicos.

Ameaças e oportunidades Uma ameaça é um gesto, uma expressão, uma ação ou uma atuação, individual ou de grupo, que aponta ou antecipa uma intenção de prejudicar alguém ou mesmo o coletivo no caso deste ou daqueles não cumpram com certas ou determinadas exigências. Segundo a minha perspetiva atual sobre o tema, existem 3 tipos de ameaças: social, pseudo – religiosas e técnicas. Ameaças sociais: • Veganos. • Vegetarianos. • Flexiturianos. 36 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

• Especialmente no seio da UE, aumento crescente e progressivo dos custos relacionados com a gestão ambiental. • Elevada dependência das MP resultantes da nossa agricultura cada vez mais ameaçada pelas alterações climáticas (com a correspondente alteração ou redução das produções). • As crescentes exigências em termos de eco-eficiência (medição e controlo de recursos fundamentais como energia, água, etc.). • A desregulamentação financeira (crescente ligação entre os mercados financeiros e os alimentares). • Possível aumento na geração de biocombustíveis a partir de materiais úteis para o setor da alimentação animal. • As crescentes exigências e a pressão de uma procura cada vez mais distante do meio rural. E a isto devemos acrescentar as políticas monetárias dos membros do G7.

– O crescimento da “pecuária ecológica” ou “pecuária mais natural, menos intensiva”. – Crescimento e especialização do mundo dos “animais de estimação” (cães, gatos, coelhos, exóticos, cavalos, etc.) – Potencial crescimento dos núcleos (corretores) de alta tecnologia para o mercado interno e para os mercados externos (exportação de tecnologia). – A maior utilização das tecnologias da informação e da comunicação. – A crescente implementação da robótica e da cibernética (o que significará uma melhoria de médio prazo na relação custo/qualidade com base na economia de escalas). – A aplicação do marketing emocional que abrirá novas possibilidades qualitativas, fundamentalmente, em certos mercados. – A potenciação da Responsabilidade Social Corporativa como fonte de diferenciação e melhoria da imagem empresarial. – A possibilidade de utilizar adequadamente todas as ajudas e subsídios existentes no âmbito da União Europeia (por exemplo; para a melhoria dos comportamentos ambientais das instalações).

Conclusões – O caminho hoje seguido é o de aperfeiçoar a utilização dos nutrientes numa base animal cada vez melhor (para os conjunto dos animais). – Isso requer a aplicação sem restrições das inovações científicas. – Utilizar, por parte do setor da alimentação animal, ingredientes que permitam reduzir a produção de GEE. – Eliminar ou, pelo menos, reduzir ao mínimo a utilização de MP que sejam apropriadas para a alimentação humana (não se perca de vista o crescimento da população humana no Mundo: 10.000 milhões ou mais em 2050). – O objetivo principal neste âmbito é conseguir a criação de uma cadeia global interdependente consolidada e SUSTENTÁVEL (social, técnica e economicamente). Obviamente, este artigo tem apenas a pretensão de expor de forma muito sucinta a temática que tive a honra de expor nas VIII Jornadas de Alimentação Animal da IACA e da SPMA realizadas em Fátima a 19 de setembro de 2019.


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37


ALIMENTAÇÃO ANIMAL VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

SUSTENTABILIDADE E NUTRIÇÃO ANIMAL PARA 2050 O principal objetivo deste artigo é tentar que

Além da atividade agropecuária representar cerca

nós, como especialistas no setor da Alimen-

de 23% das emissões de gases com efeito de estufa

tação Animal, tenhamos mais consciência do

(IPCC, 2019), das quais aproximadamente 2/3 são

nosso papel importante na cadeia alimentar e

devidas à pecuária e, destas por sua vez, 2/3 aos

na sustentabilidade do nosso planeta.

ruminantes, deve ter-se em conta que 1/3 da área

Em primeiro lugar, deve ter-se em conta que, de acordo com as Nações Unidas (2015), a população mundial em 2050 aumentará 33% em relação à atualidade (de 7300 para 9700 milhões de pessoas) e que essa população exigirá um aumento da produção de proteína de origem Gerardo Santomá

animal na ordem dos 70%. Este aumento mais

Diretor Técnico Trouw Nutrition Ibérica.

do que proporcional na procura por proteína de origem animal em relação ao aumento da população deve-se ao facto de o consumo de proteína

as previsões de aumento do consumo de proteína animal, estima-se que serão necessários mais 280 milhões de ha em 2030 (Fórum para o Futuro, 2018), para produzir a quantidade de alimento necessária para satisfazer o setor da alimentação animal. Do ponto de vista da sustentabilidade, estas necessidades constituem uma séria ameaça ao cumprimento das metas de saldo de emissões 0 em 2050, devido à elevada desflorestação global que tal implica.

que, felizmente, se prevê que irá aumentar nos

Com base nestas questões de sustentabilidade,

próximos anos.

assim como em aspetos da saúde humana, várias

Perante esta situação, devemos perguntar se o

instituições como a Comissão EAT-Lancet (2019)

dade de alimentos. De acordo com os relatórios recentes da WWF (World Wild Foundation – Fundação para a Vida Selvagem, a maior fundação ambientalista do mundo) em 2016 e 2018, parece que já há mais de 40 anos excedemos a biocapacidade da Terra. Por outro lado, a evolução dos limites planetários propostos por Rockström (2009) indica que o nosso planeta está a exce-

recomendam reduzir de forma significativa o consumo de carne nos países mais desenvolvidos, de 90-100 kg por habitante e ano para os 20-30. Com efeito, muitas outras instituições oficiais de vários países partilham esta linha de recomendação de consumos mais moderados de carne e até numerosas empresas de produção animal estão a abrir linhas de produção de proteína vegetal com sabor a carne (Beyond Meat, Tyson, Maple Leaf, etc.), assim como

der os limites sugeridos em 4 dos 9 indicadores

as empresas inovadoras que estão a desenvolver a

(biodiversidade, fluxos N e P, alterações climá-

produção de carne de laboratório (Memphis Meats,

ticas e uso da terra). No entanto, parece que

PHW-Super Meat, etc.). Nesta produção de carne,

ainda estamos a tempo de reverter a situação

serão necessários 99% menos terra, 90% menos

e, daí, os acordos alcançados em Paris em 2015

água e serão emitidos 90% menos gases com efeito

para limitar a emissão de gases com efeito de

de estufa, aos quais se deve acrescentar que não

estufa a ponto de não exceder os 2 ° C de tem-

será necessário matar animais, a carne não conterá

peratura média global da Terra em relação à era

pesticidas, antibióticos ou vestígios de substân-

pré-industrial.

cias similares. Pesquisas recentes indicam que as

As implicações deste acordo, não apenas do ponto de vista da emissão de gases com efeito de estufa, mas também do uso da própria terra (ver relatório recente do IPCC, 2019), levam a que as estratégias sugeridas por várias institui-

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

de matérias-primas para a alimentação animal. Com

aumentar com o nível económico das pessoas

nosso planeta é capaz de produzir essa quanti-

38 |

mundial dedicada às culturas se destina à produção

gerações mais jovens (geração Y, geração Z, ...) são mais sensíveis a estes problemas, de modo que a percentagem de população vegana, vegetariana ou flexitariana destas gerações é maior do que no caso de gerações mais adultas.

ções proponham uma mudança radical no uso de

Nesta secção, não podemos esquecer o impacto

fontes de energia (renováveis vs. fósseis), bem

do desperdício alimentar na sustentabilidade. De

como no sistema de alimentação. O objetivo final

acordo com a FAO (2013), aproximadamente 1/3

é chegar a 2050 com um saldo 0 nas emissões

dos alimentos produzidos para consumo humano

de gases com efeito de estufa.

são desperdiçados todos os anos. É necessário


desenvolver e implementar estratégias para

passando pelo grande desenvolvimento de

destes insetos (apenas se podem utilizar as

reduzir este desafio global representado pela

aditivos, combinações e as suas formas de

matérias-primas utilizadas para rações, assim

produção de 1400 milhões de ha e quase 8%

libertação no intestino.

como desperdícios alimentares vegetais do

da emissão de gases com efeito de estufa.

A Economia Circular, baseada especialmente

Perante esta situação e estes desafios, a ali-

na reciclagem de subprodutos gerados na

mentação animal continua a ter como objetivo

indústria alimentar como matérias-primas

principal a conversão das rações em produ-

para rações e na sua transformação em pro-

tos de origem animal de qualidade de forma

teína animal de qualidade, foi sempre um dos

sustentável (pessoas, planeta, benefício, bem-

objetivos prioritários da alimentação animal.

-estar animal) e as principais estratégias que

Indústrias como a Moagem (farelos, glúten,

estão a ser trabalhadas são:

farinhas zootécnicas, germen), a Indústria do

• Aumentar a Eficiência/Produtividade: - Métodos de Nutrição de Precisão • Contribuir para a diminuição da resistência aos antibióticos • Menos superfície agrícola destinada à alimentação animal: - Economia Circular - Explorar novos ingredientes para as rações

zados resíduos de HORECA nem estrume), da tecnologia ter ainda de se desenvolver para produzir esta proteína a custos competitivos com outras matérias-primas e a legislação admitir a sua utilização na produção de animais terrestres (atualmente, apenas se podem utilizar na aquicultura).

Óleo (bagaços de oleaginosas: soja, girassol,

Quanto à proteína microbiana, após algu-

colza, palma, copra, linho, algodão etc.), a

mas tentativas fracassadas do seu desen-

Indústria da Alimentação e Bebidas (polpas,

volvimento nos anos 70-80, a necessidade

farinha de biscoito: Na UE, processam-se 3,5

de dispor de fontes alternativas de proteína

milhões de toneladas, o que equivale a uma

impulsionou um novo avanço que deu lugar

poupança cerca de 400-500.000 ha, melaços,

à produção de proteína microbiana produ-

raízes de malte), Indústria da Carne (gorduras

zida em grandes fermentadores de bactérias

animais, farinhas de carne não utilizáveis na

que utilizam CO2 ou metano como fonte de

UE (aproximadamente 4 milhões de toneladas

carbono. Existem produtos comerciais dis-

na UE), farinha de penas não utilizáveis na UE

poníveis, como o Novomeal, o Feedkind ou

(3,1 milhões de toneladas na UE), hidrolisados

o Unibio, que envolveram investimentos sig-

de mucosa de suínos, Indústria de laticínios

nificativos de grandes grupos empresariais.

Entre os métodos de Nutrição de Precisão,

(soros de leite, leite em pó), Indústria dos

devemos destacar o grande desenvolvimento

Biocombustíveis (DDGS, glicerina) etc. repre-

da tecnologia NIR para melhor ajustar os

sentam uma fonte básica de matérias-primas

valores nutricionais das matérias-primas na

para a nossa indústria.

formulação, assim como o aparecimento de

campo ou da indústria; não podem ser utili-

Do ponto de vista da formulação prática, seria desejável seguir a recomendação da FAO (2014) para avançar rumo a um desenho de alimentos para animais que não só tenha

Também temos de destacar o grande desen-

em conta o custo mínimo, mas também os

volvimento pelo qual estão a passar as fontes

aspetos de sustentabilidade do planeta, as

alternativas de proteína para alimentar os

Por outro lado, também é notável o desenvol-

pessoas e o bem-estar animal. Para ter em

animais com a necessidade de menos terra

vimento de modelos matemáticos cada vez

conta os aspetos de sustentabilidade do

para a sua obtenção. Entre elas destacam-se:

planeta, houve vários contributos tanto da

Insetos/Invertebrados: Mosca soldado negra,

parte de empresas (por exemplo, a Evonik)

dispositivos de utilização cada vez mais simples e portáteis.

mais precisos que permitem ajustar cada vez mais a alimentação, quase ao nível individual em diversas espécies. Já há anos que se está a fazer isso nos bovinos de leite e já existem tecnologias práticas para o fazer nos suínos, tanto em mães como em porcos de engorda. Por sua vez, a ameaça do grande desenvolvimento indesejável experimentado pela resistência aos antibióticos gerou uma evolução extraordinária do conhecimento da microbiota intestinal e do verdadeiro significado da saúde intestinal. O nosso setor da produção animal levou esta ameaça muito a sério e o

Mosca doméstica, Tenebrio (Larva da Farinha)

como de universidades (por exemplo, a Wage-

Proteína Microbiana

para o Futuro com o Feed Compass, a própria

Algas: Microalgas Fototróficas Plantas Aquáticas

ningen) e instituições (por exemplo, Fórum Comissão Europeia com o PEFCR: Regras de categoria de pegada ambiental do produto) e centros de investigação (por exemplo, o INRA

De todas elas, aquelas que parecem ter maior

que incluiu até 6 parâmetros de sustentabi-

utilização prática a curto prazo são a pro-

lidade nas diferentes matérias-primas), que

teína dos insetos e a proteína microbiana.

nos guiam nessa direção. Este aspeto fará

Atualmente, tanto as algas como as plantas

parte da Reformulação das rações, um aspeto

aquáticas exigem uma grande quantidade de

importante na Economia Circular.

energia para a secagem e uso fácil no fabrico de rações.

Para enfrentar os desafios que surgem destes objetivos, é necessária uma abordagem holís-

progresso alcançado pelas diferentes estra-

Pelo contrário, o número de projetos e indús-

tica, um melhor conhecimento das diferentes

tégias globais (abordando todas as áreas

trias que estão a ser lançados a nível mundial

disciplinas envolvidas, assim como a colabo-

de produção: gestão, instalações, genética,

para a produção de proteína de insetos é

ração entre as mesmas, o que representa um

saúde) e nutrição específica é muito notável,

cada vez maior. Na UE, temos a problemá-

desafio importante e atraente nos próximos

desde a composição em matérias-primas até

tica da pouca variedade de matérias-primas

anos para as pessoas que trabalham em ali-

à forma física da apresentação das rações,

que podem ser utilizadas para a produção

mentação animal. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

IMPACTO AMBIENTAL DA PRODUÇÃO ANIMAL E ALIMENTAÇÃO DE PRECISÃO A população humana continua globalmente a

Este processo levará a alterações relevantes na

aumentar e, em alguns países muito populosos,

estrutura produtiva e também a um aumento do

também o poder de compra tem aumentado, assim

comércio de animais e de produtos derivados.

como a migração de zonas rurais para as cidades.

Contudo, colocam-se algumas preocupações ao

Estes fatores, bem como a globalização em curso

nível da segurança alimentar (food security), ou

têm levado a uma maior procura, e consequente

seja, da capacidade de produzirmos e disponibi-

necessidade de maior produção de alimentos de

lizarmos todos os alimentos que serão necessá-

origem animal.

rios a preços compatíveis com a disponibilidade das pessoas, respeitando a saúde e bem-estar dos animais, minimizando o uso de recursos, o impacto ambiental e os consequentes efeitos

Divanildo Outor Monteiro

climáticos. O crescimento demográfico que

UTAD

ocorreu após o início da revolução industrial e, sobretudo após a II Guerra Mundial, e que ainda persiste de forma cada vez mais descontrolada em algumas regiões é, do nosso ponto de vista, a causa primária desta "emergência climática". O verdadeiro e único problema! Contudo, em todo

Divanildo Outor Monteiro1, Victor Pinheiro1, Henrique Trindade2,

este tempo não mereceu a atenção necessária

Maria José Gomes1

dos pelas Nações Unidas.

nem qualquer destaque na definição dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, enuncia-

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Jaques Diouf, Diretor Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura FAO, declarou em 2007, que teríamos de produzir nos próximos 50 anos tantos alimentos quanto aqueles que foram produzidos nos últimos 10000 anos. Este é um desafio colossal que só poderá ser atingido com aumentos de eficiência dos sistemas de produção animal, em particular dos chamados "sistemas intensivos", os únicos que técnica e economicamente, à luz dos conhecimentos atuais, serão capazes de alimentar as grandes cidades e os cerca de 75% da população total que aí residirá em 2050. Lembrou ainda que os alimentos de origem animal, carne, leite e ovos, são os únicos capazes de providenciar dietas adequadas e equilibradas a todos e, em particular, às populações mais débeis e com parcos recursos.

1

40 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Departamento de Zootecnia, 2 Departamento de Agronomia


A agricultura e a produção pecuária têm conseguido nos últimos 60 anos ganhos notáveis na eficiência de produção, exercendo cada vez menor pressão, por unidade de produto, sobre os recursos terra, água, alimentos, com um menor número de animais e com uma menor emissão de gases com efeito de estufa (GEE). Devemos ainda assim continuar com esse esforço. Também, cada um de nós, enquanto consumidor e habitante do planeta, pode/deve implementar estratégias de mitigação, nomeadamente, diminuindo o desperdício e moderando o consumo de bens, não apenas os alimentares, mas todos os demais de forma a diminuirmos o uso dos recursos disponíveis e limitados. A produção animal será visada por alguns grupos de pressão, sendo um alvo mais frágil que outros. Estas pressões tenderão a agravar-se, nomeadamente no que respeita à sua quota parte de responsabilidade na produção de gases com efeito de estufa (GEE).

Os animais ruminantes sofrerão as maiores pressões. Embora, em grande medida, não competidores com os humanos pelos recursos alimentares, mas dada a sua fisiologia digestiva e o seu metabolismo e também o tipo de alimentos que ingerem, geram uma extensa fermentação entérica, da qual resulta metano. A molécula de metano tem uma maior capacidade de retenção de calor e por isso um efeito de gás com efeito de estufa cerca de 20 vezes superior ao dióxido de carbono. É, contudo, importante destacar que em termos globais a produção animal é responsável por, apenas, 14,5% de todos os gases com efeito de estufa de origem antropogénica, valor muito aquém de outros setores. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Os animais mais eficientes originam menos emissões por unidade de produto e estes ganhos podem ser atingidos trabalhando ao nível da melhoria das pastagens e forragens, das dietas, e dos processos ruminais. Um conhecimento mais adequado das matérias-primas que entram no fabrico dos alimentos e a utilização de alimentos mais ajustados às necessidades dos animais podem levar a ganhos consideráveis de eficiência e consequente mitigação do impacto ambiental. À escala global, existem diferenças enormes entre explorações na intensidade de emissão de poluentes. Esta diferença é particularmente evidente para animais ruminantes, mas também se observa na produção de carne de porco e frango e de ovos (Gerber et al. 2013). As diferentes condições agro-ecológicas, práticas agrícolas e de gestão das cadeias de produção explicam esta heterogeneidade. Segundo Gerber et al. (2013), esta variabilidade oferece uma oportunidade para adoptar várias práticas de mitigação, estimando que a emissão pode ser reduzida em 30%, se as práticas e tecnologias usadas pelos 10% dos produtores de um dado sistema, região e clima com as melhores práticas, forem seguidas pelos restantes produtores. A intensificação da produção surge como a estratégia com maior potencial de mitigação do impacto ambiental. Se numa primeira impressão, nos poderá causar estranheza esta constatação, há que ter presente que, em geral, se observa menor emissão de GEE e de excreção de nutrientes (P, N, …) por unidade de produto animal em animais de alta produção comparativamente a animais de baixa produção (Hristov et al., 2013); portanto, no primeiro caso serão necessários menos animais para alcançar o mesmo montante de produção ou, com o mesmo número de animais obter mais produto. Esta intensificação deve estar alicerçada numa contínua melhoria da genética dos animais, do seu maneio sanitário e reprodutivo e das condições de bem-estar e na adoção de estratégias alimentares e de tecnologia adequadas por parte das explorações.

42 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Relativamente à alimentação, a intervenção passa por melhorar a qualidade dos alimentos (ex., melhoria da qualidade e maneio de pastagens e do pastoreio, conservação de silagens, tratamentos físicos, químicos e tecnológicos das matérias-primas…) e pela elaboração de dietas com menor potencial poluente (ex. em ruminantes, o aumento da densidade energética das dietas e a utilização de lípidos, que resulta na diminuição da produção de metano por unidade de alimento fermentado; adequação da proteína degradável e não degradável e suplementação com aminoácidos protegidos; em monogástricos a redução do teor em proteína da dieta, por formulação com base na proteína ideal e utilização de aminoácidos de síntese, alimentação multifaseada, utilização de fontes de P inorgânico de elevada disponibilidade e de fitases).


Sem hipocrisia, sem mitos ou dogmas e alicerçados na evidência científica os intervenientes farão com que o setor da produção animal seja capaz de cumprir a sua responsabilidade.

A incorporação correta de aditivos nutritivos (ex. vitaminas, oligoelementos, aminoácidos de síntese) e zootécnicos (ex. melhoradores da digestibilidade, estabilizadores da flora intestinal). No caso dos ruminantes, outras soluções estão a ser estudadas (ex. manipuladores da fermentação ruminal tais como inibidores das Archae, recetores de H2 tais como nitratos, compostos bioativos de plantas, enzimas), sendo necessários estudos in vivo de longa duração para avaliar a sua eficácia, toxicidade, persistência do efeito ao longo do tempo e sua viabilidade económica. Outras estratégias podem passar pela utilização de novas fontes alimentares (ex. algas), pela vacinação e utilização de fagos que visem especificamente microrganismos produtores de metano. O incentivo à utilização de recursos alimentares locais pode também contribuir para a redução da pegada ecológica, associada ao transporte de matérias-primas e reconversão dos solos para sua produção, sendo igualmente importante reduzir o desperdício. Um caso de sucesso é o Japão, onde 52% das perdas da indústria alimentar são aproveitadas na alimentação de suínos, graças à adoção de políticas e de um sistema de certificação adequados (FAO, 2017). A gestão mais adequada dos efluentes de origem animal, durante o seu armazenamento, tratamento e aproveitamento, a atenção a novas espécies, mais eficientes, bem como o recurso à Zootecnia de Precisão, no apoio ao maneio dos animais durante todo o seu ciclo de vida, constituem motivos de otimismo e deixam antever o cumprimento dos desafios colocados.

Gerber, P.J., Steinfeld, H., Henderson, B., Mottet, A., Opio, C., Dijkman, J., Falcucci, A. & Tempio, G. 2013. Tackling climate change through livestock – A global assessment of emissions and mitigation opportunities. Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), Rome. Hristov, A. N., Ott, T., Tricarico, J., Rotz, A., Waghorn, G., Adesogan, A., ... & Oosting, S. J. (2013). Special topics – Mitigation of methane and nitrous oxide emissions from animal operations: III. A review of animal management mitigation options. Journal of Animal Science, 91(11), 5095-5113.

A LI ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

OTIMIZAÇÃO DO USO DE ENZIMAS EXÓGENAS EM NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS PARA REDUZIR O IMPACTO AMBIENTAL

Fernando Garcilopez AB Vista, Marlborough, UK

Gilson Alexandre Gomes AB Vista, Marlborough, UK

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Com a melhoria do padrão de vida da população há um aumento não apenas na demanda de produtos de origem animal, mas também aumenta a expectativa de que além de nutritivos os alimentos devem ser seguros, saudáveis e resguardar o meio ambiente. A produção animal evoluiu e continua evoluindo muito através do melhoramento genético dos animais, além de melhorias na nutrição, manejo e ambiência. Contudo, mesmo em face das melhorias alcançadas quanto aos índices de produtividade, o consumidor ainda continua a questionar a respeito da sustentabilidade da produção animal, e mais recentemente temos visto um aumento de alternativas a produtos de origem animal que dizem ser mais sustentáveis e tão nutritivos quanto os produtos de origem animal. Fica então patente que a produção animal deverá tomar uma atitude proativa em reduzir o impacto ambiental causado pela mesma demonstrando os avanços para a opinião pública. A União Europeia, através do acordo de Paris, estabeleceu metas na redução de gases com efeito estufa. Apesar de neste primeiro momento as atenções não estarem voltadas para as atividades agropecuárias, é certo que com o tempo teremos metas a serem cumpridas já que a produção animal contribui com cerca de 15% do total de gases de efeito estufa produzidos pela ação humana. Passa a ser importante então entender os fatores que afetam as emissões na produção animal, e neste contexto sabemos que a nutrição dos animais é o maior contribuinte para as emissões. Para entendermos melhor esse impacto, imagine que quando usamos distintos ingredientes na formulação de dietas dos animais o fazemos para alcançar níveis de nutrientes ideais para o crescimento dos mesmos e para a melhor rentabilidade do setor. Do ponto de vista de sustentabilidade, quando usamos esses ingredientes assumimos o ônus do impacto ambiental causado pela produção dos mesmos. Desta maneira deve-se ter em mente que a melhor utilização desses ingredientes pelos animais trará uma redução no impacto ambiental ou na emissão de gases com efeito estufa. Neste contexto, a utilização de enzimas exógenas, como por exemplo a fitase e a xilanase, acaba por ser uma estratégia muito interessante, já que há uma melhoria na utilização dos nutrientes das dietas. A utilização de enzimas exógenas é algo relativamentes recente na nutrição animal. As primeiras enzimas disponíveis comercialmente foram as

carboidrases, que foram introduzidas em meados da década de 80. Inicialmente o objetivo foi o de propiciar a formulação de dietas com uma maior inclusão de grãos viscosos como a cevada e o trigo, já que esses ingredientes tinham custo mais acessivel, mas aumentavam a viscosidade intestinal, trazendo desafios a digestão dos alimentos. No início da década de 90, a fitase tornou-se disponível, e buscava a redução da inclusão de fosfato nas dietas, reduzindo o custo de formulação e também reduzindo a quantidade de P excretado e o risco de poluição por P e eutrofização. Com o passar dos anos, o melhor conhecimento dos efeito anti-nutricionais dos substratos para as enzimas exógenas, fitato no caso da fitase e arabino-xilanos no caso da xilanase, fez com que houvesse uma melhoria nas caracteristicas das enzimas, e hoje temos disponivel no mercado enzimas mais eficientes. Ainda assim é bastante comum que não exploremos todo o potencial dessa tecnologia, seja por uma questão da não otimização da dosagem das enzimas, ou por uma questão de mitigar o risco na perda de desempenho dos animais. É sabido que tanto o fitato como os arabino-xilanos são potentes anti-nutrientes, reduzindo a digestibilidade de minerais, aminoácidos e energia. Neste sentido, quanto maior a quebra ou hidrólise desses compostos, mais eficientes os animais serão na utilização dos nutrientes contidos nos distintos ingredientes. Desta maneira a AB Vista buscou analisar e compreender melhor o conteúdo de fitato e arabino-xilanos dos ingredientes, buscando assim otimizar o uso das enzimas. O conhecimento gerado culminou com a geração de serviços analiticos para a mensuração dos substratos via tecnologia NIR, o que nos possibilita fazer recomendações mais precisas para o uso da fitase especialmente, e poder entender melhor os desafios que podem ser causados pelos arabino-xilanos solúveis ou insolúveis. Mais recentemente uma série de 4 experiências foi realizada em frangos de carne e suínos para validar a aplicação. Foi utilizada uma dosagem de 2.000 FTU/kg de fitase em 3 das 4 experiências, e 9.600 BXU/kg de xilanase. Foi possível reduzir até 150kcal/kg na energia metabolizável das dietas, de até 0,22% na quantidade de P disponível, além da redução de até 0,05% na lisina digestível e de outros nutrientes como cálcio, sódio, e demais aminoácidos. Foram ainda incorporados ao desenho experimental dietas sem enzimas (controle positivo),


115% 110%

Variação relativa (vs controle positivo)

e dietas contendo níveis convencionais de enzimas e matriz nutricional conservadora (controle industrial), e um controle negativo, com a redução dos nutrientes descritos acima porém sem a inclusão de fitase e xilanase. Parâmetros de desempenho foram mensurados (ganho de peso e conversão alimentar), e adicionalmente calculados o custo de alimentação e de emissão de gases com efeito estufa (CO2e). Animais alimentados com dieta controle negativo apresentaram ganho de peso inferior, e conversão alimentar superior (Figura 1). O decrescimo do desempenho dos animais fez com que o beneficio no custo de formulação fosse perdido, e o custo por kg de ganho foi semelhante aos animais alimentados com a dieta controle positivo, porém com um aumento significativo na emissão dos gases com efeito estufa (Figura 1). Animais alimentados com o controle industrial apresentaram desempenho similar aos animais alimentados com controle positivo, porém com redução no custo de alimentação e emissão de gases com efeito estufa (Figura 1). Os melhores resultados foram observados em animais alimentados com fitase em doses mais altas associadas com xilanase, e que foram suplementadas na dieta controle negativo. Fica evidente a recuperação de desempenho dos animais a níveis equivalentes do controle positivo, com maior redução no custo de alimentação e menor emissão de gases com efeito estufa que animais alimentados com a dieta controle industrial.

105% 100% 95% 90% 85% 80% 75% 70%

Ganho de Peso

Controle Positivo

Conversão Alimentar

Controle Industrial

Custo de alimentação

Controle Negativo

CO2e

CN + 2.000FTU/kg + 9600BXU/kg

Figura 1 – Médias de desempenho, custo de alimentação e emissão de gases com efeito estufa de frangos e suínos alimentados com distintas dietas

O uso conjunto de dosagens mais altas de fitase e xilanase possibilitou a redução no custo de formulação sem afetar os parametros produtivos, e consequentemente reduzindo o impacto ambiental da produção de frangos e suínos. É possivel dessa maneira otimizar o potencial da utilização das enzimas exógenas, porém é importante analisar as dietas para o conteúdo de substrato a fim de evitar excesso na valorização nutricional das enzimas.

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A LI ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL

REFLEXÕES SOBRE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E A FUTURA SUSTENTABILIDADE DA PRODUÇÃO DE RUMINANTES

Nicola Walker Cientista Principal, Projeto Clean Cow, Produtos Nutricionais DSM

A população mundial está a crescer conti-

CO2 e Hidrogénio (Wolin 1981), que também é for-

nuamente e deve exceder 9,8 mil milhões até

mado durante a fermentação, em metano que é

2050. Com esta explosão no crescimento da

eructado (Figura 1). Isto resulta não apenas numa

população, surge uma procura crescente do

perda de Energia Bruta de ração consumida entre

consumidor impulsionada pelas mudanças

2 a 12% (Johnson e Johnson, 1995), mas também

das suas expectativas, consciencialização

num efeito negativo no ambiente devido à potên-

da saúde e mudanças socioeconómicas para

cia do metano como gás com efeito de estufa

a disponibilidade de dietas mais saudáveis,

(GEE). Ao longo de 100 anos, o metano exerce

equilibradas e mais ricas em nutrientes. A

uma influência no aquecimento global que é 28x

carne e o leite da produção pecuária são uma

superior ao dióxido de carbono. A fermentação

excelente forma de satisfazer esta necessidade

entérica não é a única fonte de metano no setor

como fonte de proteínas e nutrientes para

pecuário. Também é produzida durante o arma-

consumo humano. No entanto, esta procura

zenamento de estrume juntamente com óxido

crescente do consumidor exerce uma pressão

nitroso, que é outro GEE importante. O óxido

significativa sobre os recursos naturais do

nitroso tem um potencial de aquecimento global

planeta, não apenas em termos de exigir uma

265x superior ao dióxido de carbono e decorre

maior produtividade da mesma quantidade de

da utilização ineficiente de proteínas no animal

terra utilizável, mas também de satisfazer a

que leva à excreção excessiva de nitrogénio

necessidade de reduzir o impacto da produção

nos resíduos animais, que podem ser lixiviados

no ambiente. Estima-se que o setor pecuário

para o ambiente durante o armazenamento de

seja responsável pela produção de 14,5% do

estrume. A utilização de fertilizantes orgânicos/

total de emissões antropogénicas de gases

inorgânicos para melhorar o crescimento e o ren-

com efeito estufa (Gerber et al., 2013); 6%

dimento das culturas também contribui para as

das quais provêm da fermentação entérica

emissões de óxido nitroso. Todos estes fatores

de ruminantes. Como tal, o desafio que o

contribuem para que a produção de ruminantes

setor de ruminantes enfrenta atualmente é

seja identificada como um setor que neces-

não apenas ser capaz de fornecer alimentos

sita de desenvolver estratégias de mitigação

suficientes a uma população em crescimento,

que se concentrem diretamente na redução da

mas, ao mesmo tempo, implementar medidas

quantidade de GEE emitida ou que melhorem a

e estratégias de mitigação para reduzir o

produção animal, aumentando a utilização e a

impacto ambiental da produção de ruminantes.

eficiência da alimentação, reduzindo indireta-

Os ruminantes evoluíram conseguindo decompor o material vegetal e convertê-lo em carne e leite devido à presença de um ecossistema microbiano complexo e diversificado no rúmen. Estes micróbios atuam de forma sinérgica para decompor a alimentação do hospedeiro, resultando na formação de ácidos gordos voláteis (AGV) e células microbianas, que atuam como

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

mente a quantidade de GEE produzida/kg de carne ou leite. Nos últimos 70 anos, o setor de ruminantes já implementou muitas mudanças que aumentaram o desempenho, a saúde e o bem-estar dos animais. No entanto, são necessários mais esforços para vencer o desafio de alimentar uma população crescente de forma sustentável.

substratos energéticos e nutrientes para o

Ao direcionar a fermentação entérica, as estra-

hospedeiro. Esta capacidade de digerir material

tégias alimentares incluem o fornecimento de

vegetal permite aos ruminantes pastarem em

mais energia através da melhoria da qualidade

áreas marginais não adequadas para o cultivo

da forragem, inclusão de alimentos concentra-

de plantas aráveis, dando-lhes uma vantagem

dos e lípidos alimentares, reaproveitamento

sobre os monogástricos. Infelizmente, a des-

de subprodutos fibrosos que não podem ser

vantagem do processo de fermentação ruminal

utilizados por outras espécies, processamento

é a conversão pelas arqueas metanogénicas do

de alimentos e suplementação com aditivos ali-


mentares que melhoram a função ruminal,

melhorada, fertilidade e saúde e bem-es-

ciência alimentar. Existe uma oportunidade

aumentam a digestibilidade dos alimentos

tar animal também pode ser utilizada em

para o setor de ruminantes ser capaz de

ou que atinjam diretamente a metanogé-

combinação com estratégias alimentares

assumir a liderança na produção de pro-

nese ou reduzam a proteólise excessiva

para reduzir o impacto da produção de

dutos de proteína animal de qualidade de

e a excreção de nitrogénio. O aditivo ali-

ruminantes no ambiente e melhorar a efi-

forma sustentável.

mentar mais amplamente estudado e analisado por pares que foi desenvolvido até ao momento para inibir a metanogénese

Figura 1. Emissões de metano de Vacas Leiteiras

é o 3-nitrooxipropanol (3-NOP). Este é um inibidor de enzimas que tem como alvo específico a etapa final na via metanogénica, reduzindo a atividade da enzima metil co-enzima redutase (Duin et al, 2016), resultando numa redução média geral do metano per se (g/dia) de 36 % em Vacas Leiteiras e 44% em Bovinos de Carne (Figura 2). Conclusões semelhantes foram descritas numa meta-análise recente realizada em todos os artigos publicados associados ao 3-NOP (Dijkstra et al, 2018). Outros aditivos alimentares que melhoram a eficiência alimentar, aumentando assim a quantidade de produção de leite e reduzindo consequentemente a intensidade de metano (g de metano produzido / kg

Figura 2. Efeito do 3-Nitrooxipropanol (3-NOP) na redução percentual de metano em Vacas Leiteiras e Bovinos de Carne alimentados com uma variedade de dietas diferentes

Redução % CH4

de leite produzido) também podem reduzir indiretamente as emissões de GEE. Embora as enzimas alimentares tenham sido amplamente adotadas na nutrição monogástrica, a sua utilização em ruminantes tem sido relativamente limitada. No entanto, uma enzima, uma amilase, foi aprovada para utilização em nutrição de ruminantes na UE. Ao melhorar a digestibilidade dos alimentos, demonstrou-se que o rendimento do leite aumentou num total de 16 ensaios em média 2 kg/cabeça/dia com uma redução na produção de estrume

(a) Vacas Leiteiras

devido a um aumento significativo na

Mean = Média

Redução % CH4

digestibilidade total do trato (Klingerman et al, 2009). Também se demonstrou que os óleos essenciais têm impacto não apenas nas emissões de metano (redução de 10% na intensidade de metano; Margerison, 2017), mas o mais importante, também nas emissões de nitrogénio, reduzindo a excreção de nitrogénio através da inibição de bactérias hiper produtoras de amoníaco no rúmen, levando a uma melhor retenção de nitrogénio (McEwan et al, 2002). A gestão do estrume e a gestão animal em termos de criação, genética, reprodução

(b) Bovinos de Carne

Mean = Média

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PARCERIAS

12 TONELADAS DE ALIMENTOS DOADOS ASSINALAM O DIA DO ANIMAL IACA – Sorgal, Ovargado e petMaxi. Já em Leiria a entrega foi feita às associações beneficiadas durante uma visita destas às instalações da Avenal Petfood. Além das doações às instituições, a iniciativa envolveu, também, uma exposição aos alunos, acerca dos alimentos que devem fazer parte de uma alimentação saudável para os seus animais de companhia. Com a primeira iniciativa a ter

Alunos do 1º ciclo aprendem o que é uma alimentação saudável para os seus animais de companhia numa iniciativa solidária | IACA assinala Dia do Animal com iniciativa do projeto IACA Solidária No dia 4 de Outubro, em quatro localidades, e envolvendo 10 associações de proteção de animais, foram doadas 12 toneladas de alimentos para beneficiar cerca de 1.600 animais que se encontram nestas instituições. A iniciativa, que assinalou o Dia do Animal foi realizada em colaboração com mais de uma centena de alunos de quatro escolas dos concelhos em que se encontram as instituições beneficiadas. Em Ovar, Santa Maria da Feira e Tomar foram eles que entregaram, no dia 4 de Outubro, as ofertas das associadas da 48 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

lugar em Santa Maria da Feira,

devem, ou não, fazer parte de uma dieta

no Distrito de Aveiro, às 10h30, a ati-

que contribua para o bem-estar dos seus

vidade estendeu-se por todo o dia, em

animais de estimação.

Ovar e em Tomar, com a última oferta a

Segundo Jaime Piçarra, Secretário-Ge-

iniciar-se às 15h00, em Leiria. As institui-

ral da IACA “Esta iniciativa insere-se no

ções beneficiadas, maioritariamente do

projeto IACA solidária, de afirmação da

interior do país, receberam, cada uma, um

responsabilidade social do setor. Além

mínimo de duas toneladas de alimentos, e

disso, pretende, também, chamar a aten-

as crianças que fizeram as entregas têm,

ção da sociedade civil para o facto da

também, a possibilidade de ter uma ati-

saúde e do bem-estar animal, tal como

vidade didática, diferente das habituais,

acontece nos seres humanos, estarem

uma vez que vão poder perceber, com

diretamente ligados à qualidade da sua

o apoio de veterinários, que alimentos

alimentação.”


(www.andritz.com)

MILHARES DE ALUNOS T Ê M “AU L A” S O B R E ALIMENTAÇÃO ANIMAL Iniciativa da IACA chega a escolas de todo o país No dia 16 de outubro, mais de uma centena de escolas de todo o país aderiram à iniciativa da IACA, para assinalar o Dia Mundial da Alimentação. Destinada a alunos do 7º ao 12º ano de escolaridade, trata-se de uma ação realizada em parceria com o Fórum Estudante e foi centrada em três momentos: a exibição de um vídeo em que é explicado o processo de fabrico dos alimentos compostos para animais; a realização de um Quizz, jogo alargado de perguntas e respostas sobre alimentação animal, e aprendizagem sobre a Roda dos Alimentos para Animais, em que os alunos aprendem sobre os grandes grupos de alimentos que constituem a dieta dos animais e que lhes garantem uma alimentação completa, equilibrada e variada, de modo a serem saudáveis. O projeto da IACA tem por objetivos fornecer aos alunos e professores conhecimentos sobre o Setor da Alimentação Animal, dissipar dúvidas que possam existir sobre esta temática, verificar, através de atividades lúdicas, o conhecimento que os adolescentes possuem sobre alimentação e nutrição dos animais e falar da importância da alimentação animal na saúde e bem-estar,

(www.geelencounterflow.com)

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do papel dos alimentos de origem animal e da sua sustentabilidade. Ao todo aderiram ao Projeto 115 escolas, de norte a sul do país, em alguns casos a iniciativa decorreu no período da manhã, noutros durante a tarde. No caso da Escola Passos Manuel, em Lisboa, a iniciativa contou com a presença do responsável da DGAV – Direção Geral de Alimentação e Veterinária e do Secretário-Geral da IACA que explicaram o que faz o Estado para garantir que os animais em Portugal tenham acesso a uma alimentação de qualidade.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS Feed Safety for Food Safety®

SEMINÁRIO SOBRE MANEIO DA SAÚDE INTESTINAL EM SUÍNOS * experiência prática na redução do uso de antibióticos e óxido de zinco no tratamento de diarreias. Van der Wielen recordou alguns dos problemas que costumam surgir no período pós-desmame, com a diminuição do consumo de alimento, perda de peso corporal, diarreia ou outros problemas de saúde.

Consumo nas primeiras idades

No passado dia 17 de setembro de 2019, realizou-se em Madrid o Seminário sobre Maneio da Saúde Intestinal em Suínos organizado pela empresa Alemã de aditivos para a alimentação animal Biochem onde se juntaram cerca de 50 convidados entre Portugal e Espanha. O Dr. Robert Brintrup, diretor de vendas do sudoeste europeu da Biochem, foi o responsável pelo início do seminário começando por fazer um pequeno resumo da história da empresa. O seminário teve como moderador o professor da Universidade de Lleida e investigador do IRTA, Lorenzo Fraile. Numa pequena apresentação, destacou como as medidas nutricionais formam parte de um dos eixos mais importantes para o controlo de doenças dentro da produção suína, e o reflexo direto na sua rentabilidade final.

Prebióticos e Probióticos

A primeira apresentação esteve a cargo do professor do Departamento de Biologia Funcional da Universidade de Oviedo, que falou sobre as aplicações de pre & probióticos em humanos, indicando também algumas semelhanças que se podem observar no sistema digestivo dos suínos. O professor Suárez começou por recordar os conceitos de microbiota autóctone como o conjunto de comunidades microbianas que colonizam a pele e as mucosas de uma forma estável, conferindo um benefício ao hospedeiro. A colonização começa imediatamente depois do nascimento e evolui com a dieta e com as condições ambientais até alcançar a homeostasia. A microbiota tem várias funções tais como a exclusão de microrganismos patogénicos, o aproveitamento de nutrientes não digeríveis, a disponibilidade de nutrientes essenciais e a maturação do sistema imunitário. Dentro deste sistema, os organismos probióticos, os compostos prebióticos e as misturas simbióticas ajudam à manutenção de uma microbiota saudável e/ou à sua recuperação em caso de alterações. Existe uma grande diversidade de estirpes microbianas sendo fundamental utilizar aquelas que o efeito positivo sobre o hospedeiro tenha sido demonstrado.

O efeito da fibra O professor da Universidade Politécnica de Madrid, Javier García Alonso, foi o responsável pela segunda apresentação sobre os conceitos de fibra e o seu 50 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

efeito sobre a saúde intestinal em leitões. Javier García assinalou que é fácil quantificar o nível de fibra que cada alimento tem, contudo é mais complicado caracterizar os ingredientes pelo seu nível de fibra. Se se deseja aumentar o nível de fibra é importante saber que tipo de fibra utilizar, e que a sua composição, a capacidade de retenção de água, o tamanho de partícula e/ou a viscosidade vão influenciar os resultados obtidos. No caso dos leitões existe um requisito mínimo de fibra, e o professor García Alonso assinalou que logo imediatamente depois do desmame é aconselhável incluir na dieta um mínimo de ingredientes ricos em fibra insolúvel, assim como evitar a fibra solúvel. A fibra insolúvel reduz a fixação da E.coli na mucosa intestinal e faz que o consumo de alimento seja maior levando a maiores crescimentos. García Alonso recordou que, uma semana depois do desmame, a fibra solúvel deixa de ter um efeito negativo, existindo uma forte interação da fibra com a microbiota.

O sistema imunitário necessita de educação O terceiro orador do dia, o Professor Hans-Joachim Schuberth da Faculdade de Veterinária da Universidade de Hannover e do Instituto de Imunologia Alemão falou sobre a importância da imunologia intestinal sobre a saúde dos leitões recordando que o sistema imunitário do intestino é o centro de toda a imunidade do animal. O orador começou a sua apresentação citando Hipócrates: "All diseases begin in the gut, let the food be the medicine”. Schuberth terminou a sua exposição com várias conclusões fundamentais: A primeira é que o sistema imunitário dos leitões necessita de educação, mas de maneira a que não atue em excesso, uma vez que um bom crescimento e a saúde dos animais apenas está assegurada se o sistema imunitário funcionar de uma forma equilibrada. A segunda conclusão, é que tanto o crescimento como a saúde dos leitões são determinados pelo intestino.

Aplicações práticas nas explorações O quarto orador foi John Van der Wielen, um veterinário especialista em suínos em De Varkenspraktijk e consultor da empresa holandesa Pigs & Health. A sua apresentação dedicou-se à partilha da sua

Após a pausa para almoço, o seminário continuou com a participação do investigador do IRTA, David Torrallardona Llobera, que falou sobre a importância do consumo de alimento nas primeiras idades e o seu efeito sobre o desenvolvimento da microbiota. A sua apresentação esteve integralmente baseada nos dados obtidos pelo IRTA. Como explicado, o desmame é um momento crítico no desenvolvimento dos leitões, fazendo com que surjam outros problemas tais como uma redução do consumo de alimento, um deficit de enzimas ou um sistema imunitário pouco desenvolvido. Todos estes fatores influem nas mudanças da microbiota dos leitões podendo ser combatido com diversas soluções como a composição da dieta, com aromas no caso de um consumo baixo, com o uso de enzimas e probióticos para os problemas relacionados com a digestão, ou com os imunomoduladores para atenuar a influência de um sistema imunitário pouco desenvolvido devido às alterações da microbiota.

Os desafios do futuro A última apresentação do seminário ficou a cargo da Sra. Antonia Schulte, gestora de produto de pré & probióticos da Biochem, com uma apresentação sobre a saúde intestinal suína dividindo-a em três partes: os desafios que os leitões recém-nascidos enfrentam e a importância do sistema digestivo; os desafios que surgem no momento do desmame, causado pela disbiose, e as suas possíveis soluções; e as soluções da Biochem no âmbito dos pré & probióticos para fazer frente a esses desafios. A oradora indicou que existem distintas estratégias para favorecer o desenvolvimento dos leitões nas fases iniciais ajudando a reduzir os problemas de microbiota que surgem. E para o conseguir, é fundamental um enfoque holístico, assim como combinar distintas estratégias, de maneira a que se assegure uma macrobiota adequada e equilibrada, e um melhor funcionamento do sistema imunitário do intestino. Do mesmo modo, estas estratégias irão servir de suporte ao correto desenvolvimento da função intestinal com especial atenção ao consumo de alimento, não recorrendo ao uso de antibióticos. A conclusão final da Sra. Antonia Schulte foi que tanto os prebióticos como os probióticos, assim como as fontes de proteínas funcionais, podem utilizar-se de forma a modular a microbiota intestinal dos leitões de uma forma benéfica. * Baseado num artigo publicado na Revista Albeitar


NUTRINOVA REALIZA II SIMPÓSIO AVICOLA A avicultura é hoje um dos setores mais eficientes da produção animal. Esta eficiência tem acompanhado o crescimento do setor, contribuindo assim para a utilização mais adequada de recursos. Ainda que configurando uma história de sucesso, o setor está confrontado com problemas de natureza diversa que podem reverter muito do que foi atingido ao longo dos últimos anos. Apostando no rigor e na qualidade, a Nutrinova procura produzir e desenvolver continuamente produtos e soluções inovadoras, de modo a garantir a satisfação e necessidades de todos os nossos clientes. A Nutrinova – Nutrição Animal, SA., está consciente dos desafios do setor e no âmbito do apoio técnico continuado às explorações, procura também identificar problemas e contribuir para o desenvolvimento e sustentabilidade desta atividade. Para a realização do II Simpósio Avícola, a Nutrinova elegeu como áreas relevantes o problema da contaminação dos alimentos para animais com micotoxinas e o problema da integridade do sistema digestivo das aves. O II Simpósio Avícola decorreu a 24 de outubro de 2019, na Figueira da Foz, no Hotel Eurostars Oásis Plaza, com o seguinte programa temático:

– A Produção Avícola: Desafios e Oportunidades Eng.º Filipe Martins; Nutrinova. SA. – Estrutura e Função do Intestino das Aves Prof. Doutor Luís Martins; Universidade de Évora. – Integridade Intestinal Dr. Maarten de Gussen; Vetworks, Bélgica. – Micotoxinas – Situação atual: Matérias-primas e Rações Dr.ª Joana Magalhães; Nutrinova, SA. – Micotoxinas – Efeito na Produção de Frangos Dr. Micael Costa; Nutrinova, SA. – Micotoxinas – Efeito na Produção de Galinhas Poedeiras Dr. Tiago Ferreira; Nutrinova, SA. Para a organização e concretização deste simpósio, a Nutrinova contou com a experiência, Know-How e conhecimento de toda a sua Equipa Técnica. Como vem sendo habitual, o evento terminou com um jantar convívio. Congratulamo-nos, mais uma vez, com a significativa participação quer de clientes quer de outras entidades ligadas ao setor da alimentação animal.

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS

RACÕES VALOURO DISTINGUIDA COM PRÉMIO

Temos o grato prazer de vos comunicar que a empresa Rações Valouro, S.A. foi distinguida com o prémio, atribuído pela Revista Exame, na sua 30ª Edição Especial – como a Melhor Empresa nacional do mercado da Alimentação, Bebidas e Tabaco, pelo seu desempenho no exercício de 2018. A Rações Valouro, S.A. dedica-se à conceção, fabrico e comercialização de alimentos compostos para animais (produtores de géneros alimentícios) e pertence ao Grupo

Valouro, SGPS, S.A. (https://www.grupovalouro.pt), sendo liderada pelo Sr. António José dos Santos que recebeu, pessoalmente, este galardão, no passado dia 3.12.2019.

A Rações Valouro, S. A. tem a sua sede social na Região Oeste, concretamente na freguesia da Marteleira, no concelho da Lourinhã. O volume de negócios da Rações Valouro, no exercício de 2018, foi de euro:157 milhões e registou um crescimento dos seus lucros em cerca de 500%.

III FÓRUM DA PIONEER JUNTA MAIS DE 750 AGRICULTORES EM SANTARÉM O programa centrou-se nos desafios da atual conjuntura de mercado para a prática de uma agricultura mais sustentável. A Corteva Agriscience™, empresa líder no setor agrícola em tecnologia aplicada a sementes, proteção de culturas e agricultura digital, celebrou em Santarém o seu fórum que ocorre a cada dois anos, sob a marca Pioneer®, que dá nome à divisão de sementes da empresa. Evento, que se tornou ponto de encontro obrigatório para os principais players do setor da agricultura extensiva em Portugal. Agricultores, técnicos, entidades oficiais, distribuidores e todos os protagonistas de um setor fundamental para a economia portuguesa, reuniram-se no CNEMA, para acompanhar as intervenções dos principais oradores deste setor. No discurso de boas-vindas, Luis Grifo, Diretor Comercial de Sementes da Corteva Agriscience em Portugal, destacou que: “O objetivo fundamental deste

encontro foi retirar conclusões claras sobre se é possível, e de que forma, a prática de uma agricultura mais sustentável na atual conjuntura de mercado". O evento foi articulado através de dois grupos de debate. O primeiro, sob o título: “Por uma agricultura sustentável” foi moderado por Francisco Gomes da Silva, da Agroges, e centrou-se na definição do conceito de sustentabilidade na agricultura e no esforço necessário a ser realizado pelas empresas fornecedoras de matérias primas e pelas explorações para a incorporação de uma política clara e eficiente de sustentabilidade nos processos de produção. O segundo grupo, moderado por Jorge Neves, Presidente da ANPROMIS, focou-se na análise dos mercados no panorama atual. Uma conjuntura marcada por uma grande volatilidade, desde as alterações climáticas até à reviravolta produzida pelas limitações no acesso a alguns mercados fundamentais, motivadas pela imposição de taxas, passando

a nível europeu pela revisão da PAC. Uma política que certamente trará importantes novidades em termos de volume de subvenções, requisitos de perceção, culturas contempladas, entre outras, num período pós-Brexit.

A jornada foi concluída por Víctor Hernández, Business Manager para Portugal da Corteva, que destacou a importância deste tipo de fóruns de debate e agradeceu ao público, moderadores, oradores e copatrocinadores pelas suas contribuições num evento em que a “Corteva quis lançar novamente luz sobre os desafios presentes e futuros, renovando o seu compromisso com os produtores e os consumidores”.

FALECIMENTO DO SR. LUIS GASPAR - IN MEMORIAM

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No passado dia 25 de setembro, com a idade de 89 anos, faleceu o Sr. Luis Gaspar, fundador das Rações Seleção, SA.

Luis Gaspar colocou a empresa no universo das Associadas da IACA em 1983, sendo o sócio nº 121, destacando-se a colaboração com a Associação e o apoio que sempre nos prestou.

Homem empreendedor, a quem a Indústria e a Pecuária muito devem, iniciou a atividade de Industrial de Alimentos Compostos com a empresa Lusigado, passando depois para Gaspar Rações, passando a Rações Seleção, SA, desde 1999.

Tendo a IACA deixado expressas as condolências e o seu pesar, em nome dos Órgãos Sociais e colaboradores, aquando das cerimónias fúnebres, aos familiares e funcionários, a Revista “Alimentação Animal” presta aqui a homenagem a este nosso associado.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

IACA DISTINGUIDA COM MEDALHA DE HONRA DA AGRICULTURA A cerimónia oficial teve lugar no Ministério da Agricultura e, para além do Ministro Capoulas Santos e do Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luis Vieira, contou com a presença de inúmeros convidados, antigos e atuais dirigentes da IACA e de organizações congéneres, empresas associadas e altos resNeste ano de comemoração dos seus 50

ponsáveis da Administração Pública.

Anos de atividade, no dia 18 de outubro, o

Posteriormente, durante o Jantar de Gala

então Ministro da Agricultura, Florestas e

dos 50 Anos, esta cerimónia foi novamente

Desenvolvimento Rural, Luis Capoulas Santos,

reproduzida para todos os convidados, numa

concedeu à IACA a Medalha de Honra da Agri-

bonita homenagem, em que para além das

cultura, em reconhecimento do seu valioso e

palavras do Ministro, foi lido o texto que

excecional contributo para o desenvolvimento

ficará consignado no Diário da República nº

e valorização da agricultura, da pecuária e do

209/2019, de 30 de outubro, como o Despa-

mundo rural.

cho nº 9884/2019.

Os dirigentes da IACA, Rafael Neves, José Romão Braz, António Santana e João Barreto, na presença de Luís Capoulas Santos, com a Medalha de Honra da Agricultura

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

MOMENTOS PARA RECORDAR O ano de 2019, como tivemos aliás oportunidade de divulgar nesta e nas anteriores edições da Revista “Alimentação Animal” foi marcado por inúmeras iniciativas, com o ponto mais alto

Com uma Sessão de Abertura em que tivemos a presença do Presidente da IACA (José Romão Braz), do Presidente da FEFAC (Nick Major) e do Diretor-Geral da DGAV (Fernando

das Comemorações dos 50 Anos a ter lugar no dia 25 de outubro, no Convento do Beato: a

Bernardo), a Conferência teve duas partes distintas, a primeira moderada pelo Prof.

dade”, em que 8 empresários, de empresas nacionais e internacionais, responderam a diversas questões sobre a implementação da Visão 2030 nas suas empresas e como estão a lidar com os principais desafios societais, desde a segurança alimentar,

Conferência “Passado, Presente e Futuro: Uma Indústria preparada para os Desafios da Socie-

Manuel Chaveiro Soares, que contou com a presença de reputados oradores, nacionais

biossegurança, sustentabilidade, resistência antimicrobiana, eficiência energética,

dade”, com a presença de 300 participantes, e o Jantar de Gala, em que tivemos o prazer e a honra de contar com a participação de mais de 400 pessoas, entre empresas associadas e

e internacionais, intitulado “Perceção e Realidade: Uma Indústria campeã da economia

alimentação de precisão, economia circular, saúde e bem-estar animal.

circular, competitividade e eficiência”, em que se procuraram desmistificar algumas

No final, no Encerramento, intervieram o Presidente da FIPA (Jorge Henriques) e o Embai-

não associadas, colegas do movimento associativo, portugueses e internacionais, sponsors, parceiros e autoridades oficiais, destacando-se a presença do então Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís

questões e abordar dossiers como a reputação e imagem do Setor, a sustentabilidade, a eficiência de recursos, o pioneirismo do setor e a utilização de tecnologias, para além da problemática das novas tecnologias de

xador dos EUA (George Glass), tendo sido lida a mensagem do Senhor Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa.

Capoulas Santos e Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luis Vieira, cujo Jantar e a atribuição da Medalha de Honra da Agricultura à IACA, ficarão registados como o último Ato oficial dos referidos governantes.

melhoramento de plantas. Na segunda parte, uma Mesa Redonda, moderada pelo Secretário-Geral da FEFAC, Alexander Döring, sob o tema “Como preparar as Empresas para os Desafios da Socie-

vídeo sobre os 50 Anos da Associação e o seu percurso, que foi também sintetizado numa Infografia exposta no Convento do Beato e que passará a estar presente na nossa sede.

Mesmo a terminar, antes das palavras finais pelo Presidente da IACA, a apresentação do

Mesa Redonda – 1.º Painel – José Romão Braz, António Isidoro, Pedro Cordero e Nick Major

Alexander Döring – Moderador

Mesa Redonda – 2.º Painel – Cristina de Sousa, Co de Heus, Jean-Michel Boussit e Avelino Gaspar

Entrega da Medalha de Honra e Diploma

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Nós temos os recursos para o apoiar

Estamos aqui para o ajudar a concretizar a ambição de crescer. Temos um conhecimento profundo de nutrição e produção animal, sustentado em 100 anos de experiência, na presença em 75 países e numa forte aposta em Investigação. Como seu parceiro de negócio, queremos ser a força motriz do seu crescimento, através das melhores soluções nutricionais e mais sustentáveis práticas de maneio. Desta forma, cumprimos a nossa missão de alimentarmos animais saudáveis com responsabilidade.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

Presidente da IACA

Momento de Convívio

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Presidente da IFIF

Sr. Manuel de Sousa Veríssimo

Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural

Homenagem aos Associados com 50 anos – IACA


No Jantar de Gala, apresentado de forma magnífica por Ana Bernardino (que já tinha conduzido a Conferência), o Presidente da IACA deu novamente as boas-vindas e recordou os traços marcantes da Associação, seguindo-se o Presidente da IFIF, Daniel Bercovici, que contextualizou os desafios do Setor a nível mundial, elogiando a IACA pelos seu 50º Aniversário. Outros momentos importantes deste dia foram a homenagem da IACA às empresas associadas desde 1969, há 50 anos, com a entrega de uma peça alusiva, e um discurso muito emotivo do nosso Secretário da Mesa da Assembleia-Geral, Manuel António Lagoa de Sousa Veríssimo (Rações Veríssimo). Antes do bolo de Aniversário e do fogo de artifício, a entrega da Medalha de Honra da Agricultura pelo Dr. Luis Capoulas Santos à IACA, cuja cerimónia oficial tinha tido lugar na semana anterior, pelo seu contributo para o desenvolvimento da Agricultura e do Mundo Rural em Portugal, uma Medalha que, nunca é demais referir, é de todos os que passaram pela IACA, dirigentes, empresas e colaboradores, partilhando-a igualmente com todos os parceiros que connosco têm colaborado ao longo de todos estes anos. Destaque ainda para a edição de um Livro com memórias e fotografias dos 50 Anos, intitulado “50 Anos a fazer História na Indústria da Alimentação Animal”. A terminar, o Espetáculo “Luz” de Cuca Roseta, do agrado de todos os presentes, que encerrou a noite e as Comemorações da melhor forma. Aqui deixamos ao longo desta notícia algumas imagens fotográficas que testemunham e recordarão o evento de 25 de outubro, mas no site da IACA é possível visualizar o vídeo do evento dos 50 Anos e outras edições alusivas, bem como a galeria das fotografias. Muito obrigado a todos os que nos felicitaram pela organização do evento, aos patrocinadores, associados, amigos, e empresas

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que connosco trabalharam para que esta noite tivesse sido possível, e aos que nos acompanharam ao longo de um ano muito intenso e gratificante. Esperamos que tenha sido um momento inesquecível, e que, acima de tudo, tenha honrado e dignificado a Indústria que representamos.

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FICHA TÉCNICA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC­‑ 500835411

TRIMESTRAL ­‑ ANO XXX Nº 110 Outubro / Novembro / Dezembro 2019

DIRETOR José Romão Braz

CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO Ana Monteiro Jaime Piçarra Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares

COORDENAÇÃO Jaime Piçarra Amália Silva Serviços IACA

ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) IACA ­‑ Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 LISBOA Tel. 21 351 17 70

AGENDA DE REUNIÕES DA IACA Data

OUTUBRO

4

• Dia Mundial do Animal

16

• Dia da Alimentação Animal em 115 escolas do País

18

• Cerimonia de atribuição da Medalha de Honra da Agricultura à IACA

24

• Reunião do Praesidium da FEFAC em Lisboa

25

• Comité Diretor da FEFAC em Lisboa • Comemorações do 50º Aniversário da IACA no Convento do Beato em Lisboa

28

• Seminário na DGAV “O Futuro dos Serviços Veterinários nos novos Contextos do Desenvolvimento Sustentável” em Lisboa

Data

NOVEMBRO

5

• Comité Prod. Industrial de Alimentos Compostos da FEFAC em Bruxelas

12

• III Jornadas de Desenvolvimento Rural do Norte Alentejano em Elvas

13

• Seminário ValRuMeat em Santarém

18 e 19

• 1ªs Jornadas “Uma só Saúde” Estratégia Nacional de Combate à Resistência aos Antimicrobianos DGS/DGAV/APA em Lisboa

20

• III Fórum Pioneer/Corteva em Santarém

22

• Seminário Entovalor EZN Santarém • Comemoração do 25º Aniversário da Aligrupo em Pegões

SITE

25

• Grupo de Diálogo Civil (Culturas Arvenses) DGA GRI/Comissão Europeia em Bruxelas

www.iaca.pt

26

• Escritura da Constituição da Associação FeedInov em Santarém

27

• Reunião do Conselho Fiscal na IACA • Reunião da CT37 na IACA

29

• Assembleia Geral do CIB na IACA

EMAIL iaca@iaca.pt

EDITOR Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA

EXECUÇÃO DA CAPA Salomé Esteves

EXECUÇÃO GRÁFICA Sersilito ­‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471­‑909 Gueifães ­‑ Maia

PROPRIETÁRIO Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ­‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 Lisboa

DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89

REGISTO EXCLUÍDA DE REGISTO NOS TERMOS DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 1 DO ART.º 12.º DO DECRETO REGULAMENTAR N.º 8/99, DE 9 DE JUNHO, REPUBLICADO PELO DECRETO REGULAMENTAR N.º 2/2009, DE 27 DE JANEIRO

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Data

DEZEMBRO

2

• Reunião do Grupo Operacional Efluentes no Montijo

3

• Reunião da Direção da IACA • Assembleia Geral da IACA • Reunião na DGAV com Missão Europeia sobre Resistência Antimicrobiana em Lisboa

4

• Reunião do Conselho da FEFAC em Bruxelas

4e5

• Conferência Europa e MENA da USSEC em Frankfurt

9

• Grupo FOCAL/Agenda Inovação do CEREALTEACH em Elvas

11

• VII Assembleia Geral do Clube dos Cereais Forrageiros de Qualidade

17

• Comissões Consultivas Setoriais no GPP

18

• Conselho de Acompanhamento da PAC • Assembleia Geral da FIPA

De acordo com o RGPD, de 25/05/2018, a IACA reconhece e valoriza o direito à privacidade e proteção dos dados pessoais, pelo que conserva esses dados (nome e morada) exclusivamente para o envio da Revista “Alimentação Animal”, que nunca serão transmitidos ou utilizados para outros fins. A qualquer momento, poderá exercer o direito de retirar esse consentimento enviando-nos um e-mail para privacidade@iaca.pt


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