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I FÓRUM DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

O PAPEL DA NUTRIÇÃO ANIMAL NA PROMOÇÃO DE UMA PECUÁRIA E AQUICULTURA COMPETITIVAS E SUSTENTÁVEIS - RESPOSTA DA FEFAC AO PACTO ECOLÓGICO EUROPEU

Alexander Döring Secretário-Geral da FEFAC

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A FEFAC lançou a sua Carta de Sustentabilidade dos Alimentos Compostos 2030 em setembro de 2020 durante o seu primeiro Congresso FEFAC/BFA com transmissão ao vivo. A carta marca um novo desenvolvimento para a FEFAC e para os seus membros de muitas formas ao estabelecer ações e compromissos concretos e ambiciosos para a indústria europeia de alimentos compostos no sentido de apoiar a produção pecuária e de aquicultura sustentável. O documento dá uma resposta direta aos decisores políticos da UE que corresponde a todos os objetivos relevantes do Pacto Ecológico e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para o setor da pecuária e da aquicultura. A sustentabilidade é um tema no qual já trabalhamos há vários anos, tendo começado em 2006 com a soja sustentável, mas agora desenvolvemos uma visão abrangente vinculada a ações práticas específicas que destacam os benefícios para os nossos clientes agricultores e para a sociedade como um todo, soluções modernas e inovadoras de nutrição animal para ajudar a reduzir os impactos ambientais e outros relacionados com a produção pecuária. Esta é uma tentativa real de fazer andar o ponteiro e adotar uma abordagem proativa no sentido de objetivos e resultados mensuráveis. [...]

DESAFIOS PARA A PRODUÇÃO ATUAL E FUTURA DA PECUÁRIA E DOS ALIMENTOS COMPOSTOS DA UE - UMA BASE POTENCIAL PARA SOLUÇÕES

J. E. van Eys, PhD. USSEC e GANS Inc.

A produção pecuária – e a produção associada de alimentos compostos – é uma parte integrante e indissociável da cadeia alimentar humana. Isto é claramente acentuado pela iniciativa estratégica “Farm to fork” de 2020 lançada pela Comissão Europeia; uma posição inteiramente apoiada pela FEFAC. Esta abordagem enfatiza a importância e a necessidade de garantir a “sustentabilidade” de todo o sistema de alimentos para consumo animal e consumo humano com consequências de longo alcance para o bem-estar ambiental, económico e social da população que procuram alimentar.

Escusado será dizer que o principal “motor” da produção pecuária da UE é a sua população e as diferentes exigências que esta população coloca – ou irá colocar – nos produtos alimentares que consome. Estas exigências estão a evoluir continuamente, levando a requisitos cada vez maiores em termos de qualidade, segurança, valor nutricional e sustentabilidade. [...]

Os 10 desafios (e oportunidades) para a pecuária e a produção de alimentos compostos da UE

1. O principal e fundamental desafio para os alimentos compostos e a pecuária da UE é a redução dos recursos primários: terra, água, mão-de-obra.

2. O impacto ambiental da pecuária; com referência específica à produção de gases de efeito estufa (GEE) e a sua pegada de carbono.

3. Produção pecuária sustentável.

4. Novas tecnologias.

5. Big Data; geração e gestão.

6. Exigências dos consumidores.

7. O regresso da ciência à produção pecuária.

8. Proteínas alternativas, à base de plantas ou criadas em laboratório.

9. A posição competitiva da UE na produção pecuária a nível mundial.

10. Disponibilidade e preços dos ingredientes para alimentos compostos.

NEUTRALIDADE CLIMÁTICA NO SETOR PECUÁRIO EM PORTUGAL, CONSIDERAÇÕES REAIS E FILOSÓFICAS: ONDE ESTAMOS E PARA ONDE VAMOS?

Ana Sofia Santos, Engenheira Zootécnica PhD Diretora de Ciência e Inovação do FeedInov CoLab

Recentemente foi publicado o relatório intercalar do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) relativamente ao estado do clima mundial. Este relatório apresenta dados reveladores do impacto negativo que a atividade antropogénica tem tido para o estado do clima e a sua evolução, estando a Humanidade a atingir metas nefastas mais rápido que o antecipado. Na realidade, verificamos quase diariamente que a ocorrência de eventos climatéricos extremos é mais frequente, e que o clima já é uma das maiores ameaças à Humanidade. Pedem-se, e bem, ações incisivas, rápidas e concretas para conseguir de alguma forma minimizar estes impactos e conseguir travar o aumento da temperatura.

Paralelamente, temos uma população mundial crescente, com direito a uma alimentação equilibrada e nutricionalmente completa. Será essencial ter os pés bem alicerçados na ciência, e não tomar atitudes e decisões precipitadas. Em matéria de ação climática, a União Europeia (UE) lidera e é exemplo. O European Green Deal apresentado em dezembro de 2019 fornece o enquadramento geral em termos de estratégia para mitigação de emissões para todo o espaço da UE. A sua aplicação nos sistemas de produção agrícola e pecuária é detalhado pela estratégia do Prado ao Prato, e pela estratégia da biodiversidade para 2030. Nestes documentos são propostos objetivos ambiciosos, nomeadamente a neutralidade climática na UE, em 2050. Em junho de 2021, sob a presidência portuguesa, foi aprovada a proposta de primeira Lei Europeia do Clima apresentada pela Comissão e que tem por objetivo, consagrar na lei o objetivo de neutralidade climática até 2050 para a economia e sociedade europeias, estabelecido no Pacto Ecológico Europeu, antecipando muitas das metas para 2030.

Fig. 1 – Partição do total de emissões de gases com efeito estufa (GEE) por setor económico e contribuição por gás (CO2, CH4, N2O e gases fluorados) para o total de emissões (adaptado de dados do NIR, 2021)

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