Abril–Maio–Junho 2013 (Trimestral) — 3€ (IVA incluído)
ANO XXIV Nº 84
JORNADAS DE
ALIMENTAÇÃO
ANIMAL
Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais - IACA
Alimentação Animal Editorial
PARCERIAS PARA O FUTURO Este número da revista “Alimentação Animal” tem como temas principais o projecto “Peço Português” e as II Jornadas de Alimentação Animal, dois bons exemplos de associativismo em que a IACA se tem empenhado. O primeiro entre organizações ligadas à produção animal portuguesa e o segundo, resultante da colaboração entre as empresas de pré‑misturas da SFPM – Secção de Fabricantes de Pré‑Misturas, da IACA. Se o “Peço Português” tem uma dimensão nacional
ÍNDICE 03 Editorial 04 TEMA DE CAPA Jornadas 07 IIde Alimentação Animal
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Peço Português
36 38 INVESTIGAÇÃO 42 SEGURANÇA ALIMENTAR Parcerias
46 Notícias 49 Notícias das Empresas
de comunicação, visando o consumidor final dos produtos pecuários portugueses, as Jornadas de Alimentação Animal como actividade interna da Associação, procuram dar resposta à formação e actualização de conhecimentos técnicos dos seus associados. Realizadas este ano exclusivamente pelas empresas de pré‑misturas da SFPM, que escolheram os temas apresentados, estas II Jornadas reuniram cerca de uma centena de participantes ligados ao sector da alimentação animal. Esta adesão deixou a organização satisfeita, demonstrando que o programa teve receptividade e mais importante, que as empresas/técnicos valorizam e têm necessidade de reuniões técnicas formativas. Se em termos globais, as Jornadas resultaram pela qualidade das apresentações e pela participação registada, há sempre pontos a corrigir ou a melhorar. Em relação a estes aspectos, são exemplos: - Temas mais genéricos de nutrição e tecnologia de fabrico de alimentos para animais, são mais abrangentes em relação aos diferentes interesses dos participantes e facilitam a organização dos trabalhos. - A não existência de tradução simultânea para português e o modelo de “apre‑ sentações contínuas” pode ter dificultado a comunicação e o acompanhamento dos trabalhos a alguns dos presentes. - A participação de todas as empresas da SFPM e de mais técnicos portugueses como oradores, será desejável numa próxima organização. Em minha opinião, face à diversidade e número de participantes nas Jornadas, também a IACA poderá concluir que o processo em curso de Alargamento da Associação tem fundamento, se tiver o objectivo de congregar a maioria dos operadores da fileira da alimentação animal em Portugal. Um aumento da dimensão da Associação reforçará a sua sustentabilidade e per‑ mitirá potencializar a sua representatividade no sector. Mas como nos exemplos anteriores, também o associativismo entre empresas será fundamental para a sua concretização. Pedro Folque
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Alimentação Animal Tema de Capa
PARCERIAS ESTRATÉGICAS PARA ASSEGURAR O FUTURO Abril–Maio–Junho 2013 (Trimestral) — 3€ (IVA incluído)
ANO XXIV Nº 84
JORNADAS DE
ALIMENTAÇÃO
ANIMAL
Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais - IACA
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O historial da IACA tem sido feito de parcerias e de cooperação, quer com outras organizações a montante e a jusante da nossa Indústria, quer com entidades públicas e privadas. É esse o nosso ADN, feito de “cumplicidade” ativa na defesa dos interesses dos associados. Não faltam exemplos no passado, desde as exposições conjuntas com outras entidades sobre diversos dossiers, a génese da legislação do Interprofissional, o CIAPA, GRUPAN, INTERNUTRI, Fichas Técnicas, Programa AGRO, o GMCC 13 … É certo que o papel da alimentação animal já não é o mesmo dos anos 80 – dependemos hoje muito mais da DG SANCO e menos da DG AGRI e as questões da segurança alimentar assumiram uma dimensão que não tinham – e os mercados são hoje diferentes, mais exigentes, maduros e competitivos, mas tal não significa que a nossa Indústria seja menos relevante, pelo contrário, ganhou peso específico mas agora como parte integrante da cadeia alimentar, sobretudo ao nível dos produtos de origem animal. Pelas questões de qualidade e segurança e, consequentemente, confiança, mas também porque a alimentação representa o principal custo das produções pecuárias. Por isso, ainda fazem mais sentido as parcerias e as iniciativas conjuntas porque todos somos parte integrante do mesmo objetivo: produzir com qualidade e a preços competitivos para o consumidor final. Qualquer crise no consumo arrasta toda a Fileira Pecuária e a alimentação animal. Convêm não esquecer esta realidade porque todos somos corresponsáveis. Nesta edição da Revista, cumprindo de resto o Plano da Direção, desenvolvemos duas iniciativas que são particularmente relevantes: as Jornadas de Alimentação Animal e a Plataforma “Peço Português”. Estes projetos tornam-se ainda mais importantes neste contexto difícil, em que assistimos a um “definhar” da pecuária em Portugal, sendo urgente inverter esta tendência e recolocar o Setor como umas prioridades no próximo Quadro Comunitário de Apoio. No que respeita às Jornadas, a II edição confirmou que é possível, com os nossos parceiros, quer no âmbito dos nossos associados como aconteceu
este ano, quer alargando a outras empresas da Fileira, como nas I Jornadas, termos um evento de referência na área da Alimentação Animal em Portugal, porque existe uma vontade de discutir temas de carácter técnico, de aprender, inovar, formar e informar. Faz igualmente sentido a colaboração com organizações internacionais como a USSEC ou a ASA, confirmada na carta do Conselheiro Agrícola da Embaixada dos EUA para Espanha e Portugal, Robert Hanson, à IACA sobre as relações entre Portugal e os EUA, sobretudo numa altura em que decorrem as negociações transatlânticas, já denominadas como as maiores a nível mundial. Por último, merece destaque a Plataforma “Peço Português” que foi apresentada publicamente em 4 de abril, na Presidência da República, na presença de ilustres convidados, com o Alto Patrocínio do Presidente da República, cujo apoio e cumplicidade desde já agradecemos. Constituída por um conjunto de organizações ligadas à Fileira Pecuária, incluindo a IACA, esta estrutura é, antes de mais “uma organização de resistência”, inconformista, que acredita que é viável produzir em Portugal, uma Pecuária moderna e competitiva, indo ao encontro das necessidades e satisfações dos consumidores. Acreditamos que é possível acrescentar valor, consumir mais produtos animais de origem nacional, substituir importações e aumentar as exportações. Criar emprego, desenvolver empresas, ordenar a paisagem e o território. Criar vida no Mundo Rural. Na intervenção que teve lugar no Palácio de Belém, a Plataforma deixou claros os seus objetivos: • Conquistar a cumplicidade ativa da Admi‑ nistração Pública, da Sociedade Civil e de todas as Associações da Fileira no desígnio nacional de aumentar as exportações, reduzir importações e equilibrar o deficit da balança comercial Portuguesa especialmente no que respeita aos produtos da Indústria Agroali‑ mentar: carne, leite e ovos. • Intensificar e acelerar o desenvolvimento de condições para o aumento da produção é
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Alimentação Animal Tema de Capa
essencial para promover os adequados níveis de autoaprovisionamento, bem como para capitalizar o potencial expor‑ tador do setor. Essas condições são: • Aumento da produção de matérias ‑primas (cereais, oleaginosas e prote‑ aginosas) para a alimentação animal • Concentração da oferta no setor e promover a integração das Fileiras • Promoção de I&D em parceria com as universidades e unidades de investiga‑ ção para definição das ações necessá‑ rias para o desenvolvimento competitivo e inovação do setor • Diplomacia Económica: abertura de novos mercados, eliminando custos de contexto e barreiras técnicas • Funcionamento mais equilibrado da cadeia alimentar – indexação dos preços das matérias‑primas nos contratos de
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negociação com as empresas de distri‑ buição; Conceção conjunta e adoção de códigos de boas práticas, evitando o esmagamento de margens na produção; reformulação da legislação que regula as relações comerciais
da República, pela preparação do evento, incansáveis em assegurar toda a logística e os pormenores, para que nada falhasse e que a iniciativa estivesse à altura das expetativas, incluindo o entusiamo do Presidente da República.
• Políticas públicas de apoio ao Setor, no que respeita à defesa da manutenção dos apoios comunitários para Portugal na Reforma da Política Agrícola Comum (PAC) e Programa de Desenvolvimento Rural 2014/2020 – Apoios para a moder‑ nização da produção e de condições infraestruturais para a exportação, nomeadamente o funcionamento das operações portuárias.
Uma iniciativa que excedeu as nossas expe‑ tativas mas agora é preciso sensibilizar os consumidores e a opinião pública em geral.
Pela forma como foi apresentado este Projeto, aqui deixamos uma palavra de agra‑ decimento público para o Engº Armando Sevinate Pinto e para os responsáveis do Gabinete de comunicação da Presidência
Jaime Piçarra
Contamos com todos e cada um e com os parceiros institucionais como o Governo, a APED, a AEP e a Ordem dos Médicos Vete‑ rinários. Para assegurar a sustentabilidade da produção pecuária nacional e, com ela, o futuro da nossa Indústria.
Alimentação Animal II Jornadas de Alimentação Animal
II Jornadas de Alimentação Animal
PROGRAMA SOBRE A QUALIDADE DA SOJA DOS EUA: IMPLEMENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Lola Herrera
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Alimentação Animal II Jornadas SFPM/IACA
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Cama Húmida:
As suas diferentes causas (infeciosas e não infeciosas), o seu impacto na performance e bem-estar e a sua prevenção* Qualidade da cama é um termo bastante nebuloso utilizado para expressar a capacidade de o material da cama satisfazer a finalidade para que é usado. Apesar de haver diversas características usadas para descrever a qualidade da cama, a humidade é o mais importante. Não existem linhas diretrizes específicas mas é geralmente aceite que uma boa cama tem um conteúdo de matéria seca entre 65 a 75 %, podendo ser descrita como “húmida” quando este parâmetro cai abaixo de 45%. O impacto da cama húmida na performance e bem‑estar depende de outros aspetos para além do conteúdo em humidade absoluta. Também pode estar relacionado com a distribuição e extensão das zonas com pior qualidade ao longo dos pavilhões, por exemplo é só debaixo dos bebedouros ou mais disseminado? O impacto negativo da cama húmida pode ser ainda mais agravado pela diarreia ou presença de fezes Dominique Chavatte
aquosas anormais ou mal digeridas. Os materiais usados para a cama que atingem o objetivo de proporcionar boas camas, devem ser absorventes, leves, não tóxicos e baratos. Aparas de madeira, palha picada, casca de arroz são os materiais mais comummente usados para a cama. Aparas de madeira é um dos mais populares, devido á sua elevada capacidade de absorção, mas também à capacidade de libertar humidade para minimizar a aglutinação e compactação. A palha de cevada é preferível à de trigo devido à sua capacidade de absorção.
Quais as causas da cama húmida? Muitos observadores concordam que as causas da cama húmida são muitas e variadas, mas podem ser divididas em fatores infeciosos e não infeciosos. A condição de “cama húmida” é normalmente a combinação de um leque de fatores interrelacionados, é verdadeiramente um problema multifatorial. Por exemplo, elevada densidade animal tem sido associada com um aumento da incidência de dermatites das almo‑ fadas plantares mas não está claro se é devido a aumento da excreção fecal por metro quadrado, menor eficiência da ventilação, altas densidades ou alterações na atividade das aves. É provável que seja devido a uma interação complexa de todos estes fatores em conjugação com outros não referidos.
1. Causas não infeciosas da cama húmida Água
advém dos processos metabólicos. Diferenças na temperatura ambiente afetam significativamente o consumo de água pelas aves. Por exemplo, poedeiras alojadas a 31ºC vão ingerir o dobro da agua das aves alojadas a 15ºC. Para além disso, à medida que a temperatura ambiente aumenta também o consumo de água irá conduzir a um aumento da agua excretada, bem como perdas evaporativas pela respiração ou diretamente para a cama com aumento da excreção fecal ou aumento do conteúdo de humidade. A qualidade da água é também um fator que tem um efeito importante ao nível da ingestão de água e sanidade da ave. É importante considerar a contagem total de bactérias, pH e conteúdo em minerais (dureza) da água que é fornecida aos animais. Além disso, é importante ter em conta o tipo de bebedouro. Por exemplo, muitos trabalhadores demonstraram que os sistemas de pipeta reduzem a dispersão de
A ave obtém a maior parte da água de que neces‑ sita através da bebida, no entanto alguma está presente no alimento e uma quantidade variável
* a pedido do autor foi alterado o título da apresentação
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Alimentação Animal II Jornadas SFPM/IACA
água para a cama quando comparados com outros sistemas, em especial os bebedouros tradicionais. No entanto, os sistemas de bebedouros de qualquer tipo podem provocar perdas de agua quando têm má manutenção (fugas excessivas) ou quando mal manuseados (por exemplo, inadequada pressão da agua, ou mal calibrada para o peso das aves em crescimento, levando a perdas de agua para a cama quando os animais vão beber). Fatores Nutricionais Alguns dos fatores mais importantes incluem: – Efeitos físicos: tamanho da partícula, conteúdo em poeiras, apresentação (farinado/granulado), consistência (dureza do granulado) e transições alimentares. – O tratamento térmico do alimento para controlo microbiano pode ter um efeito adverso na sua digestibilidade. – Os eletrólitos (p.e. potássio, sódio e cloro) afetam o balanço
Os efeitos diretos mais importantes são em termos dermatites de contacto nas almofadas plantares, tarso e peito ou através do efeito dos gases nocivos nos olhos e trato respiratório. Uma cama em mau estado também pode aumentar a carga microbiana da cama expondo as aves parasitas como coccideas bactérias ambientais (coliformes, espiroquetas, etc…) e a uma variedades de viroses entéricas. Além disso, aves com penas e pele muito sujas, podem dar origem a preocupações de saúde pública devido à carga bacteriana (e.g. E.coli, Salmonela e Campoilobacter) no processamento se as aves no abate se apresentarem muito sujas. Cama Húmida: as diferentes soluções propostas pela InVivo‑NSA para combater este problema • Auditorias realizadas por pessoal especializado em produção de aves, focando as condições em que as aves são criadas.
iónico, associados com formulações ou ingredientes do
• Controlo da qualidade de algumas matérias‑primas de risco com os Serviços Técnicos e InVivo Labs.
alimento (por exemplo a soja).
• Estudo da digestibilidade de algumas matérias-primas envolvidas
– Proteína: nível, fonte, qualidade e digestibilidade. – Gorduras: digestibilidade e efeito na qualidade e excreção fecal, muitas vezes contribuindo para cama compactada e gordurosa. – Cereais: efeito dependente da digestibilidade e do seu efeito na microflora intestinal. Está relacionado com a presença de polissacáridos não amiláceos solúveis em água. – Micotoxinas: nefrotoxinas como a ocratoxina (espe‑ cialmente do tipo A), citrinina e oosporina podem comprometer a função renal, causando poliuria/polidipsia e cama húmida. Maneio Em produção de frangos e particularmente com estirpes de crescimento rápido e com altas densidades animais, é indispen‑ sável ter instalações equipadas com sistemas de ventilação que renovem o ar e removam a humidade da cama.
2. Causas infeciosas da cama húmida Indubitavelmente, a situação de homeostase intestinal deteriorou ‑se após a retirada na UE dos antibióticos promotores de crescimento em frangos e perus. Os agentes infeciosos que mais contribuem para a cama húmida, são: parasitas (coccidioses, his‑ tomonoses…), bactérias (Infeção por clostrideos, disbacterioses, Espiroquetas…) e viroses (Doença de Gumboro, certas estirpes causadoras de Bronquites Infeciosas, Rotaviroses, Enteroviroses e Adenoviroses…). 10 |
QUAL O IMPACTO DE UMA MÁ CAMA NA PERFORMANCE E BEM‑ESTAR?
Alimentação Anim a l
nos problemas de cama húmida, através do modelo de galos cecectomizados usado na estação experimental de Saint‑Nolff. • Aconselhamento na escolha de enzimas (NSPases) baseado em ensaios regulares realizados nas estações de I&D. • Suporte técnico na formulação de alimentos com o objetivo de reduzir o risco de cama húmida. • Solução para melhorar a qualidade da água de bebida com BIOSANE da QALIAN. • Pesquisa de micotoxinas pela NEOVIA, a marca de aditivos da InVivo‑NSA e a proposta de uma solução para este problema com o T5X. • Finalmente, duas soluções com os aditivos B‑SAFE e CAPACID da NEOVIA para ajudar no controlo deste problema.
Tecnología de Fabrico de alimentos para Animais Novedades e Desafios da Actualidade
Juan Acedo‑Rico
La producción mundial de piensos compuestos
De igual forma y como consecuencia de todo
para el ganado sigue una tendencia de creci‑
lo anterior la eficiencia en la producción de
miento anual imparable a nivel global.
piensos va representar el mayor desafío para
Por primera vez en 2012 China se sitúa como
nuestra industria en los años venideros. Se
primer productor mundial por encima de Esta‑
necesitará por tanto minimizar los recursos
dos Unidos de América que hasta entonces
empleados (contenido nutricional de las mate‑
había siendo siempre el primer productor.
rias primas y energía empleada en el proceso)
La explosión demográfica global y especial‑
para lograr aprovisionar la demanda creciente
mente la que se está produciendo en países
de producciones animales que se vislumbra.
emergentes junto al aumento de la capacidad
La eficiencia en el proceso de fabricación va
de renta en los mismos está haciendo que la
estar basada en una mejora de las soluciones
demanda de productos alimentarios de origen
tecnológicas que se vayan a poder implementar
animal (carne, leche, huevos) esté aumentando
en todo el proceso de fabricación, todo ello sin
año a año y esto solo se basa en una respuesta
dejar a un lado objetivos como la calidad y la
de nuestra industria de producción industrial
precisión en los productos fabricados.
de alimentos para el ganado.
Los retos de nuestra industria en años venideros
En las gráficas adjuntas se recogen los aumen‑
se pueden sintetizar:
tos de población y las previsiones demográficas
₋₋ Dosificación precisa en materias primas e
así como la evolución de la producción mundial
ingredientes
de piensos.
₋₋ Optimización de la calidad de los productos
Como consecuencia de todo ello, la demanda de
fabricados
materias primas sigue también una trayectoria
₋₋ Minimizar los riesgos de contaminación
alcista y el elevado nivel de precios que se viene
cruzada
sucediendo en los dos ultimos años puede ser una tendencia que en el mejor de los escenarios
₋₋ Higiene y seguridad alimentaria en los
se mantenga si no sea moderadamente alcista.
productos fabricados
La necesidad creciente de materias primas
₋₋ Empleo de procesos sencillos que faciliten
para consumo animal, humano e industrial (biocombustibles) va ser todo un reto para los
la segurida y el control en las operaciones.
desarrollos tecnológicos de los años venideros
Revisando los diferentes procesos que inter‑
ya que se va necesitar de una mayor eficiencia
vienen en la fabricación los aspectos mas
en los cultivos con objeto de conseguir mayores
relevantes a considerar podrían ser.
producciones por hectárea manteniendo los insumos de fertilizantes y agua. No restan
1. Recepción de Materias Primas:
grandes superficies cultivables a nivel global
combinen el control de la calidad de forma
en las grandes zonas forestales y de pradera
rápida previo a la inspección a realizar previo
que quedan en Africa y Sud América.
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Alimentação Anim al
trabajar con sistemas ágiles y fiables que
sin que se alteren las condiciones ambientales
a la descarga.
Por todo ello estamos necesitados de lograr
Esta debe ser sobre elementos estructurales
una mayor eficiencia productiva a nivel agrícola
y mecánicos que minimicen los riesgos deri‑
y los cereales y oleaginosas representan el
vados de restos acumulados en prevención
reto principal ya que de ellos depende la
de riesgos de contaminacion así como de
alimentación animal y la nuestra propia.
seguridad de la instalación. A l i m e n tação A n i m a l
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Alimentação Animal II Jornadas SFPM/IACA
El control de emisiones por polvo y el
sobre los rendimientos productivos
rior recontaminación del alimento que
de los animales.
empleo de agentes químicos para el
previamente se había casi pasterizado.
control microbiológico de las materias
El tamaño de partícula ideal a emplear
Esta tecnología limita su empleo a
primas recibidas será de obligado
en cada especie y tipo de piensos
lineas de productos para avicultura
cumplimiento.
es algo todavía muy por determinar
sensibles a la potencial contamina‑
y cosneguir los objetivos de forma
ción microbiológica y en un futuro su
2. Almacenamiento de las Materias Primas:
estable en todas las fabricaciones
empleo se extenderá a mas tipos de
las instalaciones empleadas sean
es algo con lo que hoy luchan los
alimentos. Los costes energéticos de
silos exteriores, interiores o naves
fabricantes sin conseguir siempre los
procesos de este tipo así como el nivel
de almacenamiento deberán estar
objetivos proyectados.
de inversión necesitado posiblemente
diseñadas de forma que se pueda mantener un buen estado sanitario de las materias primas almacenadas.
también limiten su empleo a objeti‑ 5. Mezcla y Homogenización:
vos específicos que siempre deberán
demostrar su eficacia.
Esto influirá tanto en los materiales empleados en el aislamiento de los mismos, el diseño de construcción y de algo muy importante que son las condiciones de manejo e higiene de los mismos. La calidad de la materia prima asi
en el menos tiempo posible con objeto
que deberá siempre realizarse con la
de mejorar la eficiencia en el proceso
mayor eficacia en las programaciones
global.
de trabajo así como en los rendimientos obtenidos. 7. Adición de Materias Primas y Aditivos Liquidos:
yectados para conseguir determinados niveles nutricionales. La seguridad en la
Cada vez se viene produciendo una
con tiempos de 90 segundos.
mayor oferta de este tipo de ingredien‑
Unido a la eficacia y con igual nivel de
tes para su empleo en la fabricación
importancia se encuentran los desafíos
de piensos.
de emplear equipos de máxima higiene
momento los niveles de inclusión pro‑
Al margen de las ventajas logísticas y
interior asegurada para lo cual diseño,
de coste que representan la mayoría
materiales, aislamiento y manejo son
de las veces frente a sus alternativas
esenciales.
sólidas, es importante recordar que exigen una tecnología de proceso mas
6. Tratamientos Termicos de Harinas:
Se precisa asegurar la trazabilidad de todo el proceso y en la dosificación se genera la primera gran dificultad de control y esta debe estar asegurada.
4. Molienda de Materias Primas:
conlleva un elevado coste energético
vanguardistas diseñados para trabajar
el Nutricionista respetando en todo
proceso de tratamiento de harinas
mejorar los niveles de homogeneidad
todavía en funcionamiento en equipo
de reproducir la fórmula diseñada por
minoritarios debe estar asegurada.
Su tendencia de futuro es a lograr
6 minutos en equipos antiguos hoy
no se cumple.
inclusión de aditivos y otros productos
La granulación posterior a cualquier
ha ido evolucionando desde los 5 –
pueden verse afectadas si todo ello
la instalación industrial debe ser capaz
que se derivan actuaciones posteriores.
La reducción de tiempos de mezcla
como la seguridad de la instalación
3. Dosificación de las Materias Primas:
Proceso central de la fabricación y del
eficiente en su aplicación y control.
Aunque se viene empleando con asi‑
De igual forma no se ha de olvidar que su
duidad en los últimos 30 años, se ha
nivel y frecuencia de utilización aumenta
venido observando una trayectoria de
los riesgos de generación de restos y
buscar mayores temperaturas en el
encostramientos en los circuitos de
proceso así como en los tiempos de
transporte y áreas de almacenamiento y
retención de la harina con el vapor.
proceso posteriores lo cúal exige que los
Los objetivos vuelven a ser la higiene
programas de manejo e higiene se vean
Este proceso tiene una gran influencia
de la harina tras el acondicionamiento y
reforzados para mantener la calidad e
tanto en el rendimiento global de
su preparación previa para la posterior
higiene del producto fabricado.
la instalación como en su consumo
compactación en la prensa granuladora.
Las aplicaciones de líquidos cada vez se
Se han desarrollado equipos y procesos
reparten mas en diferentes puntos del
El empleo de sistemas de molienda mas
en exclusividad para tratamientos
proceso con objeto de adecuar el tipo
eficientes va ser un reto en tiempos
prolongados de harinas (2‑4 minutos) y
de producto a adicionar a la influencia
venideros por este concepto aunque
temperaturas elevadas (80‑90º C) con
que pueda ejercer sobre el proceso
quizá la influencia vaya ser mayor por
posterior enfriado con aire microfil‑
así como la viceversa, la influencia del
la influencia nutricional de la molienda
trado con objeto de evitar una poste‑
proceso en él.
energético.
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Alimentação Anim a l
Ejemplo de ello son las aplicaciones
De esta estructura de almacenamiento
de acuerdo a programas de trabajo
post pelleting (PPA) en la que los
de producto final depende la eficiencia
cerrados y auditables en todo momento.
aditivos mas frecuentemente aplicados
de la fabricación y este factor frecuen‑
El control de polvo es imperativo ante
son los enzimas precisamente por el
temente se olvida.
efecto negativo que los procesos tér‑
La eficiencia en el proceso de carga y
explosión como la de generar problemas
micos del acondicionamiento puedan
expedición debe ir siempre acompañada
de higiene y contaminación cruzada en
generar sobre la estabilidad de estos
de procesos que aseguren la ausencia
los productos fabricados.
aditivos.
de riesgos de contaminación cruzada así
8. Carga – Envasado y Expedición de Producto Final
la necesidad de minimizar riesgos de
como pérdidas de la trazabilidad que
En resumen existe un camino muy amplio
se ha controlado a lo largo de todos
recorrido por nuestra industria de fabri‑
los procesos.
cación de alimentos pero queda trabajo, innovación, creatividad y desafíos que
Al ser la fase final de la fabricación se exigen procesos ágiles que no limiten los procesos generados con anterio‑
9. Seguridad Industrial e Higiene en los Productos fabricados
afrontar por las nuevas generaciones de Científicos, Técnicos, Operadores y Gesto‑
ridad y para ello no solo se precisan
En este apartado no se debe olvidar que
res que trabajaran para nuestra industria
equipos capaces y bien diseñados
aunque son dos conceptos distintos se
con la misma ilusión con la que contamos
sino también instalaciones de alma‑
obtienen con la aplicación de medidas
que los que actualmente llevamos tiempo
cenamiento y tránsito para alojar los
comunes como son el mantenimiento y
trabajando para ella.
productos fabricados.
la limpieza de los equipos e instalaciones
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Danisco Animal Nutrition
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Alimentação Animal II Jornadas SFPM/IACA
NUTRIÇÃO DA PORCA REPRODUTORA HIPERPROLÍFICA Em linhagens modernas de genética das porcas reprodutoras, qualquer melhoria dos níveis de produção obriga-nos constantemente a rever as nossas recomendações nutricionais. Gráfico 1: evolução do número total de leitões nascidos, nascidos vivos e desmamados pela porca. Evolution of the number of piglets per litter
13.5 13 12.5
1,7
12 11.5 11 10.5
Philippe Mazerolles
1,4
10 9.5
1,8
Piglets born alive/litter
9
Weaned/litter
8.5 8 1970
1973
1976
1979
1982
1985
1988
1991
1994
1997
2000
2003
2006
2009
Mortality in farrowing room/litter
Se por um lado o desequilíbrio atual entre o preço das matérias-primas e o preço da carne de porco tem um papel fundamental na rentabilidade das explorações, é por outro lado uma prioridade económica para os criadores produzirem o máximo de porcos/porca/ano a fim de amortecer as suas despesas fixas. Desta forma, a implementação de programas alimentares adaptados é essencial para explorar o potencial máximo da genética moderna. Durante a gestação, 70% dos nutrientes da porca reprodutora são utilizados pelo animal, o que permitirá em especial influenciar o seu estado corporal em função da densidade energética e da quantidade distribuída por animal dia. A natureza da fibra utilizada na dieta, em função da capacidade de retenção da água e digestibilidade, poderá ter um papel físico ao nível do estômago (como é o caso da polpa de beterraba) e teremos assim animais mais calmos (com interesse num contexto atual de animais criados em grupos), 50
1. Ervilha 2. Tapioca 3. Soja 4. Bagaço de Soja 5. Trigo 6. Colza 7. Milho 8. Cevada
45 40 35 30 25
9. Tritical 10. Farinha de peixe 12. Polpa citrinos 13. Bagaço de Colza 14. Aveia 15. Bagaço germen milho 16. Polpa Beterraba 17. Camomila-catinga
permitindo igualmente aumentar o volume do estômago preparando-o para uma maior capacidade de ingestão durante a próxima lactação. Para as fibras de menor digestibilidade, esta capacidade de retenção da água acontecerá até as partes baixas do tubo digestivo (colon). Neste caso, a fibra terá um papel positivo em limitar as obstipações. Poderemos então observar partos mais rápidos, uma melhor subida do leite e uma diminuição do número de leitões mortos durante o parto ou dos nascidos vivos mas muito fracos com fortes riscos de serem esmagados pela porca nas primeiras horas pós-parto. Na prática, para formular os alimentos de gestação em função dos objetivos definidos, a INVIVONSA Portugal desenvolveu um nutriente específico chamado Indice Laxativo, que ajuda na seleção das melhores fontes de fibras para a porca reprodutora. Cada matéria-prima é caracterizada com este parâmetro:
18. Corn Gluten feed 19. Semente de girassol 20. Semea de trigo 21. Girassol 28 22. Proteína de batata 23. Farelo de arroz 25. Luzerna 26. Casca de soja
27. Bagaço de maçã 28. Farelo de trigo 29. Subprodutos de trigo 30. Subprodutos de cevada 31. Cascas Cacau 32. Proteina Provex 33. Palha de trigo
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1
5
Durante a lactação, a maioria dos nutrientes do alimento de lactação destina-se aos leitões. Numa exploração, o primeiro elemento a controlar é a quantidade de alimento realmente consumido individualmente por cada porca na maternidade. Este controlo é em Portugal muito importante sobretudo no período estival, quando as temperaturas são elevadíssimas. A porca reprodutora, não tendo a possibilidade de limitar a sua temperatura corporal pela sudação, não tem outra alternativa senão baixar o seu consumo diário. O gráfico abaixo mostra a influência do nível de consumo sobre o GMD da ninhada.
Realizamos em algumas explorações um acompanhamento da espes‑ suras da gordura dorsal antes do parto para verificar a adequação das quantidades distribuídas na gestação e as necessidades específicas de cada porca reprodutora. Uma nova medida de espessura da gordura dorsal e do músculo ao desmame, permite avaliar a perda total durante a lactação. Procu‑ ramos obviamente uma perda limitada de espessura da gordura (3 milímetros) para garantir as boas performances: fertilidade e tamanho da ninhada para o ciclo seguinte (Ver gráfico abaixo).
Prolificité à la mise bas n+1 en fonction de la variation de poids vif à la lactation n
GMQ de portée en fonction de la CMJ en lactation 2966
GMQ de portée en g/j
3100 2900
2841
2700
2100
2886
2907
2 9 51
3 18 9 3 10 3
2 9 78
2 710
lactation 2 (202) lactation 3 (182)
2335
2231
3 13 1
lactation 1 (243) 2491
2440 2201
2300 1925
1900
2 6 78
2280
2500
2555 2 8 4 9
2966
15.50
3104
2954
3 14 0
lactation 4 et + (424) Global (1051)
2004 19 0 7
Nombre de nés totaux n+1
3300
14.50 14.00
14.6
13.64 13.7 13.4
13.79
13.00 12.50
< -35
13.97
13.2
14.7 14.5
14.5
14.10 13.5
13 .0 12.6
14 .8
14.7 14.5
14.3
13.50
12.00
1700
15.0
15.00
14.26 14.0
14 .2
lactation 1 (165) lactation 2 (153) lactation 3 (114)
13 .5
lactation 4 et + (280)
13 .1
Global (712)
12 .6
-25 à -35
-15 à -25
-5 à -15
> -5
variation de poids vif en kg en mm à la lactation n
1500
<4
4à5
5à6
6à7
7à8
>8
CMJ en kg/j
Este gráfico demonstra que independentemente da posição das ninha‑ das, temos todo o interesse em aumentar o nível de consumo diário. É neste sentido que a INVIVONSA Portugal propõe fórmulas de lactação especialmente adaptadas às condições quentes, aumentando o nível energético e sobretudo transferindo as fontes de energia do amido para a gordura e uma parte dos aportes proteicos como aminoácidos sintéticos, com o objetivo de limitar a produção de calor da porca reprodutora (calor extra) durante a digestão da dieta. O nível de aminoácidos pode ser adaptado em função do número de leitões e do nível de consumo realmente medido na maternidade. Para obter um nível de consumo mais elevado, recomenda-se aumentar rapidamente a quantidade diária distribuída. No entanto, sabemos que em algumas explorações particularmente sensíveis aos distúrbios digestivos no início da lactação, é necessário um aumento mais lento da quantidade, com o objetivo de evitar qualquer congestão ao nível da glândula mamária. A tendência das linhagens genéticas atuais tem como objetivo um estado corporal não muito alto no pré-parto. O gráfico abaixo demonstra a influência da espessura da gordura no crescimento da ninhada:
Propusemos aos produtores de alimentos um acompanhamento regular do tamanho da moenda da farinha. Uma redução do tamanho das partículas melhora a digestibilidade da dieta. No entanto, as partículas muito finas são um fator de maior risco para o aparecimento de úlceras gástricas. Uma moenda com 700 µm de diâmetro, com um pequeno desvio padrão, parece ser um bom compromisso. A INVIVONSA Portugal apoia-se em centros de pesquisa e de desenvolvimento para regularmente investigar novas abordagens nutricionais bem como novos ingredientes (interesse do açúcar no nível do ingestão) ou na apresentação física do alimento (com uma vantagem para a apresentação em migalha). Por fim, a seleção e identificação de aditivos diferenciadores é uma ajuda preciosa. É o caso de alguns probióticos, onde demonstramos o papel favorável na facilidade do parto e por consequente na vitalidade dos leitões na maternidade. Este critério tem hoje uma maior importância devido ao aumento do tamanho da ninhada ao nascimento.
GMQ de portée en fonction de L'ELD à la mise bas 3200
3129 30 57
GMQ de portée g/j
3000
2908 285 2
2785
2882
3 089
304 4
29 25
290 0
30 92
29 81
2805
280 4
27 94
2 783
2800
30 07
2722
2 905 2 803
lactation 2 (202) lactation 3 (179)
2600 2400 2200 2000
lactation 1 (244)
236 5 2 221
Global (1031) 22 06
214 4
<16
lactation 4 et + (406)
2 370
16 à 19
19 à 22
22 à 25
>25
ELD en mm à la mise bas
A l i m e n tação A n i m a l
|
15
Alimentação Animal II Jornadas SFPM/IACA
Aspectos nutricionais para obter leitões em 10 semanas - Preparação para a engorda
Ignasi Riu
INTRODUCCIÓN
musculares, lo que determina una similar capacidad
Los beneficios en la cría de porcino se obtienen a
de crecimiento del lechón. En un experimento en
la venta del cerdo cebado y el principal costo de
que se limita el consumo de lechones de elevado
producción está en la fase de engorde. Así, durante
peso se observa que el principal limitante para un
el año 2011 el costo medio de las explotaciones
buen crecimiento post‑destete no está directamente
estudiadas (informe SIP 2011) ha sido de 1.19 €/
relacionado con el peso al nacimiento si no con
kg de cerdo vendido, mientras que el costo en la
la capacidad de consumo en post‑destete, lo que
fase de cebo ha supuesto el 64% del total de este
determina una mayor producción de la hormona del
(0.76 €/kg) mientras que el costo aplicado a la fase
crecimiento IGF‑1 (Lynch et al, 2006), ya que sus
de transición, desde el destete hasta la entrada a
niveles en sangre están relacionados con el consumo
cebo representa tan solo el 11 % aproximado del
de nutrientes (Strauss, 1994) o la ingesta de energía
coste total.
(Dauncey et al, 1994), aunque es evidente que la
los resultados productivos que se obtengan en el
capacidad de consumo del lechón en post‑destete
engorde están fuertemente ligados a los obtenidos
es dependiente del peso del mismo al destete.
a las 10 semanas de vida del lechón, tanto en lo referente a su peso i desarrollo final como a su
2. PRIMER DÍA: ENCALOSTRAMIENTO
estado sanitario.
Un fallo en la ingesta regular y adecuada de calostro
Por todo ello es importante destinar esfuerzos
puede ser causa directa o indirecta de numerosas
a la mejora productiva en esta fase inicial del
muertes de lechones en el pre‑destete (Le Dividick,
crecimiento del lechón.
2006). Klobasa et al (1981) relacionan la elevada mortalidad en las primeras semanas de vida con
16 |
Alimentação Anim al
1. INFLUENCIA DEL PESO AL NACIMIENTO, AL
una baja concentración de IgG en suero sanguíneo.
DESTETE Y EL CONSUMO DE PIENSO EN LA
Los lechones más pequeños tienen menos reservas
PRIMERA SEMANA POST‑DESTETE.
energéticas y, consecuentemente, son más sensibles
Comparando los resultados productivos de dos
al frío y tienen menor vigor por lo que les cuesta más
grupos de lechones nacidos de unas mismas
conseguir su primera succión. Consecuentemente,
camadas (Rhefeldt et al, 2004) observamos una
los lechones pequeños consumen menos calostro
menor velocidad de crecimiento en cebo (92%)
y obtienen un menor suministro de energía y una
entre los lechones con un peso medio de 0,9 kg y
escasa adquisición de IgG (Le Dividich, 2006).
los lechones con peso medio superior a los 1,8 kg
Lynch et al, (2006) obtienen unos valores plasmáti‑
al nacimiento. Al mismo tiempo se constata que
cos similares de IGF‑1 en lechones de bajo, medio y
el número de fibras musculares en los lechones
elevado peso (< 1.5 kg, entre 1.5 i 2.0 kg y > 2.0 kg)
de bajo peso es sensiblemente inferior al de los
al nacimiento, sin embargo los valores de IgG a los
lechones de mayor peso, lo que limita la capaci‑
6 y 20 días de vida son sensiblemente inferiores
dad de crecimiento muscular en el cebo, ya que
en los lechones de menor peso, lo que reafirma
el potencial de crecimiento magro depende del
esa menor capacidad de consumo de calostro en
número de miofibras prenatales formadas, debido
las primeras 24 horas de vida y determina una
a que la hipertrofia de las miofibras es limitada
menor protección frente a agresiones externas de
genéticamente y fisiológicamente (Rhefeldt et
los animales precisamente más débiles.
al., 2000) y el número de fibras musculares es
Además de su interés por el aporte de inmunog‑
fijo desde el nacimiento (Dwyer i Stickland, 1991).
lobulinas, el calostro es una importante fuente de
Sin embargo, cuando comparamos resultados de
péptidos estimulantes del crecimiento (Cera et al,
lechones perfectamente formados y viables aunque
1987) conteniendo una mayor concentración, entre 3
de diferente peso al nacimiento (Lynch et al, 2006)
y 100 veces más, que la leche. El calostro estimula
no observamos diferencias en el número de fibras
específicamente la síntesis de proteína muscular
(Burrin et al, 1992) y la maduración funcional
sin embargo la producción lechera de la
consumo de materia seca que tenían cuando
del tracto digestivo (Xu et al., 2002).
madre por sí sola no es capaz de asegurar
estaban en lactación, se produce además
La producción de calostro por parte de la
estos crecimientos.
una importante pérdida de la capacidad
cerda es prácticamente independiente del
Debemos pues estimular el consumo de
enzimática del páncreas (Pierzynowski et al,
tamaño de la camada y la cantidad de calostro
materia seca a partir de pienso lactoiniciador
2012), reduciéndose en aproximadamente un
por lechón se ve reducida en aproximada‑
o de un suplemento lácteo desde el inicio de la
30% la producción de lipasas y quimotripsina
mente 21.5 g por cada lechón de más en la
vida del lechón. Lynch et al (1998) consiguen un
(Chen et al, 1992) y amilasa (Efird et al., 1982)
camada (Devillers et al, 2005)
incremento de peso al destete de entre un 5 y
durante la primera semana post‑destete.
Parece pues necesario una buena atención
un 10 % con el uso de un pienso lactoiniciador
Para conseguir mantener los aportes energé‑
al parto y asegurar el consumo del primer
o una leche ácida reconstituida cuando lo
ticos post‑destete similares a los que tenían
calostro a todos los lechones de la camada
comparan a una alimentación materna sin
con la madre, los consumos de materia seca
en cantidad suficiente para la adquisición de
suplemento externo. De Lima (2011) obtiene
deberían ser aproximadamente el doble de
la inmunidad pasiva así como asegurar un
una mejora en el peso al destete de un 5% y
los que tenían en maternidad (400 vs 200 g
adecuado consumo total durante las primeras
un incremento en la ingesta de materia seca
diarios), mientras que tan solo se consigue
24 horas para el aporte energético necesario
extra del triple comparando una suplemen‑
mantener el consumo de materia seca que
para la supervivencia del lechón.
tación de leche desde el primer día de vida
tenían previo al destete al cabo de una semana.
+ lactoiniciador frente a una suplementación
En la etapa anterior al destete, con el consumo
3. EL LECHÓN EN MATERNIDAD:
simple de lactoiniciador a partir de los 7‑10
de leche se aportaba una elevada cantidad de
PRODUCCIÓN LECHERA DE LA CERDA
días de vida.
grasa (38% sms) pero en una presentación,
La producción lechera global aumenta con
El ofrecimiento de una alimentación sólida
reducido tamaño de partícula, que hacía posi‑
el número de lechones producidos, pero
y el estímulo del consumo de materia seca
ble su elevada utilización digestiva. El uso de
la cantidad de leche disponible por lechón
durante la lactación no es sólo necesario para
grasas homogeneizadas, de reducido tamaño
disminuye de manera importante a partir
la obtención de lechones de mayor peso al
de partícula y acompañadas de un emulgente
de camadas superiores a los 10 lechones
destete si no también para conseguir lechones
nos permite incrementar la utilización de este
(Ngo, 2012).
con mayor capacidad de crecimiento en la
nutriente básico para el aporte de energía. La
Cualquier efecto adverso en los momen‑
fase del post‑destete ya que la adaptación al
digestibilidad de la grasa a los 14 y 28 días
tos inmediatamente posteriores al parto
consumo de pienso sólido tras el destete está
post‑destete aumenta en el caso del aceite de
determina una dificultad en el inicio de la
condicionada por el consumo de materia seca
soja desde un 80 a un 85% aproximadamente,
correcta lactación y una disminución global
durante la lactación, determinando una menor
mientras que para una grasa homogeneizada
de la producción lechera en el conjunto de
agresión de las vellosidades intestinales
mezclada con suero de leche la digestibilidad
la lactación. Los procesos inflamatorios y de
y, consecuentemente, mejor absorción de
se encuentra en todo momento por encima
stress oxidativo post parto son ejemplos de
nutrientes y mayor resistencia a la coloni‑
del 90% (De Mello, 2006).
dichas agresiones.
zación de patógenos.
La disminución de la capacidad enzimática del
La medición de los procesos inflamatorios
páncreas en el post‑destete es otro de los
post parto a partir de la evaluación de la
4. POST‑DESTETE
retos importantes a afrontar. Pierzynowski et
haptoglobina, proteína de la fase aguda de
A las 4 semanas de edad, el lechón puede aún
al, (2012) adicionan enzimas pancreáticas recu‑
la inflamación, correlaciona negativamente
usar la lactosa de forma eficiente, necesita
biertas (amilasa, proteasa y lipasa) a cerdos
dichos niveles hemáticos con la ganancia
el aporte de grasas muy homogeneizadas y
con insuficiencia pancreática y demuestran
media diaria de la camada desde el momento
micronizadas por su escaso nivel de lipasas
la efectividad de esa suplementación para la
de la adopción hasta el destete.
y se encuentra con capacidad limitada para
mejoría en la digestibilidad de los principios
Los hidroperóxidos plasmáticos indican la
digerir almidones y proteínas complejas.
activos, incrementando aproximadamente de
presencia de un stress oxidativo post parto,
Sin embargo, el principal problema sucede
un 3 y un 20% la capacidad enzimática de la
provocando un aumento de pérdidas de
con el propio hecho del destete y el stress
amilasa y lipasa en duodeno a un 45 y 60%
lechones en maternidad. Deberemos mejorar
que ello supone para el lechón, provocándole
respectivamente respecto a la capacidad
la capacidad antioxidante de la cerda a través
una fuerte reducción del consumo. Un lechón
enzimática de los cerdos sin insuficiencia
de la incorporación de determinados aditivos
tarda una media de 15,4 horas en iniciarse en
pancreática, en el caso de la proteasa se
con capacidad antioxidante en la dieta y de
el consumo de pienso y más de un 10% de
observaron niveles normales en yeyuno tras 4
efecto sinérgico entre ellos, tales como vita‑
los lechones pueden necesitar más de 40
horas del tratamiento. Sugieren el interés en
minas E y C, polifenoles vegetales y selenio.
horas en empezar a consumir pienso (Bruininx
el uso de este tipo de enzimas en lechones
Durante la lactación los lechones tienen
et al, 2002) y en condiciones habituales se
recién destetados. Paralelamente, Slupecka et
capacidad de ganar entre 250 y 275 gr/día,
tardan siete días para recuperar el nivel de
al (2012), demuestran que la suplementación A l i m e n tação A n i m a l
|
17
Alimentação Animal II Jornadas SFPM/IACA
con estos enzimas pancreáticos exógenos
para los lechones tratamiento respecto a
la colonización siendo el lechón más suscep‑
son capaces de estimular el desarrollo del
los control respectivamente.
tible a desórdenes intestinales y proliferación
tracto digestivo y facilitan la adaptación del
de patógenos oportunistas. Hay además, una
lechón al destete.
5. ASPECTOS SANITARIOS
estrecha relación ente ambos mecanismos
La Glutamina (Gln) es un aminoácido neutro
Las enfermedades digestivas son procesos
de defensa (SI y microbiota intestinal), las
considerado semi‑esencial, con múltiples
que suponen importantes pérdidas econó‑
bacterias del tracto gastrointestinal juegan
funciones claves para el correcto desarrollo
micas bien directamente por la mortalidad
un importante papel en el desarrollo del
del lechón, entre las que cabe destacar la de
que ocasionan o por la elevada morbilidad
tejido linfoide asociado al intestino (GALT)
ser sustrato energético para el desarrollo
y afectación posterior en la absorción de
(Fioramonti et al., 2003), favoreciendo el
de células de división rápida (enterocitos y
nutrientes, con los consiguientes empeora‑
desarrollo del GALT, estimulando la actividad
linfocitos), con lo que tiene un papel clave
mientos de los resultados zootécnicos.
fagocitaria de los macrófagos y aumentando
en la integridad de la mucosa intestinal
De hecho, el nivel de exposición a antígenos
la producción de IgG e IgA (Wostmann et
(Wu et al, 2011).
limita el potencial genético de crecimiento
al., 1996).
Al destete, los lechones presentan una
(Iowa State University, 2000), disminuyendo
lesión del epitelio intestinal asociada a un
la capacidad de deposición proteica y por
6. ASPECTOS SANITARIOS: Antibioterapia.
inadecuado consumo y baja capacidad de
tanto los requerimientos aminoacídicos en
La adición de antibióticos en el pienso supone
síntesis endógena de Gln. La dieta de lechones
la dieta a medida que empeore el estado
una clara modificación de las condiciones de
destetados debe ser suplementada con Gln
sanitario de los lechones o sus condiciones
crecimiento de cualquier microbismo en el
para alcanzar las necesidades fisiológicas
higiénicas ambientales.
tracto intestinal, pudiendo alterar en número
necesarias para el intestino delgado (965 mg/
Para la respuesta a la enfermedad el orga‑
y composición a la microbiota intestinal y
kg pv / día) entre los días 21 y 35 de vida. En
nismo ofrece una primera línea de defensa,
afectar a su vez al desarrollo del sistema
condiciones normales se obtienen 618 mg /
mediada tanto por el hospedador como por
inmune local.
kg pv / día, con lo que los aportes extras en
la microbiota (Castillo, 2006). Por parte del
Presumiblemente, después de un período
la dieta deben ser de 347 mg / kg pv / día.
hospedador, los factores implicados en la
prolongado de antibioterapia en pienso, deba
Con unos consumos de 33 g / kg pv / día se
resistencia a la colonización están vinculados
transcurrir un tiempo para el establecimiento
obtienen unos requerimientos diarios en la
a la actividad de la pared intestinal, son
de nuevo de un definitivo perfil en la micro‑
dieta de 1.05% Gln. El uso de Gln a 1% en
los propios movimientos peristálticos del
biota intestinal.
la dieta puede prevenir la atrofia de yeyuno
tracto intestinal, la secreción de enzimas y
Es necesario pues el uso de antibióticos a
ocasionada en el destete. (Wu et al, 2011).
electrolitos, la secreción de mucus por parte
su dosis óptima de actuación y en el período
La glutamina puede considerarse pues un
de las células caliciformes, la descamación de
de tiempo necesario para alterar lo menos
aminoácido nutricionalmente esencial para
células epiteliales, la existencia de una parte
posible la flora intestinal comensal y alternar,
el destete de los lechones.
del sistema inmunitario específicamente
si es preciso, distintos antimicrobianos a fin
Desde el punto de vista sensorial es posible
ligado al intestino (GALT) y la secreción de
de evitar una actuación específica no deseada
estimular el consumo del pienso evitando
IgA. Por otra parte, la microbiota intestinal
sobre determinada flora benéfica.
que este produzca sensación de novedad
tiene efectos antimicrobianos indirectos, al
Se hace necesario el uso de alternativas a
al lechón (neofobia). Se utiliza la técnica
representar una competencia para ligarse a
los antibióticos para modificar en lo mínimo
llamada “imprinting”, consistente en la expo‑
los receptores intestinales y competir por
la ecología intestinal, con ácidos orgánicos,
sición en el pienso de las cerdas gestantes
los propios nutrientes entéricos además de
extractos vegetales y probióticos con un
y lactantes a los sabores que va a tener
tener la capacidad de producir determinados
efecto antimicrobiano más selectivo, el uso
posteriormente el lechón en el pienso de
compuestos antimicrobianos (bactericinas) y
de productos protectores de la membrana
destete, los sabores se transmiten de la
eliminar metabolitos que crean un ambiente
celular tales como antioxidantes y vitaminas,
madre al feto a través del líquido amniótico,
desfavorable para el crecimiento de gérmenes
productos que aportan inmunidad inespecífica
el flujo sanguíneo placentario y la leche.
patógenos.
como probióticos y ‑glucanos de paredes
Oostindjer et al, (2010) observan importantes
Está generalmente reconocido que el estable‑
celulares de levaduras o que aportan anti‑
incrementos del consumo de pienso al destete
cimiento de una diversa microbiota bacteriana,
cuerpos específicos, como suero de plasma
en lechones que han tenido una exposición
característica y dinámica para cada individuo
o derivados de huevos hiperminmunizados,
prenatal a un sabor del pienso respecto a los
juega un importante papel en el manteni‑
productos que favorecen la integridad de
que no han tenido esta exposición prenatal
miento de la salud gastrointestinal, evitando
la mucosa intestinal como determinados
en los piensos de gestación de sus madres,
la colonización por patógenos (Van Kessel et
aminoácidos y probioticos o que mejoran la
consumos de 180 y 140 gramos y de 280 y
al., 2004) y, consecuentemente, una escasa
replicación de los enterocitos como nucleó‑
220 gramos en los días 2 y 3 post‑destete
biodiversidad implica una menor resistencia a
tidos, estimuladores de la propia microbiota
18 |
Alimentação Anim a l
acidoláctica como determinados prebióticos y
racteristics and performance of group‑housed
probióticos y el uso aditivos que actúan como
weanling pigs. Journal of Animal Science,
antibacterianos por adhesión de patógenos
80:1413‑1418.
como los manoanooligosacáridos. 7. CONCLUSION. Los resultados que se obtienen en el cebo están claramente determinados por los resultados obtenidos en las primeras fases del desarrollo del lechón. Para la obtención de un lechón de peso y saludable al destete es imprescindible actuar desde el primer día de nacimiento sobre el lechón, asegurando un buen encalostramiento y sobre la madre, evitando cualquier pérdida de producción lechera, evitando los procesos inflamatorios en el parto y de stress oxidativo post‑parto.
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Alimentação Animal II Jornadas SFPM/IACA
novos paradigmas na nutrição de ruminantes
Jerónimo Pinto
A produção animal em geral e em especial as produções de ruminantes vão enfrentar prova‑ velmente os maiores desafios de sempre. Vão operar‑se mais mudanças nos próximos 5 anos … do que nos últimos 25. Para além do sempre necessário esforço de constantes melhorias em produtividade e com‑ petitividade, colocar‑se‑nos‑ão novos desafios em termos de bem‑estar e saúde animal, de protecção ambiental, de qualidade e segurança alimentar e, cada vez mais, de diferenciação e valorização através de novos produtos “funcionais” que, além do seu valor alimentar, possam contribuir para melhorar a saúde e/ou reduzir riscos de ocorrência de doenças cardiovasculares, neuro‑degenerativas, oncológicas, … etc. Novos desafios envolverão todas as diversas áreas técnico‑científicas implicadas na produção animal. No entanto, será a área da nutrição / alimentação a que mais deverá contribuir em termos de inovação e desenvolvimento de novos conceitos e produtos, mas também para tornar mais sustentável e economicamente viável a produção animal no contexto de novas políticas agrícolas e de uma nova era inevitavelmente marcada pelo despertar das economias emergentes e pela competição “food‑feed‑fuel”.
A produtividade animal tem vindo a aumentar contínua/ininterruptamente com a contribuição de avanços em progressos genéticos, em novas tecnologias e equipamentos, em processos de diagnóstico e tratamento, em novos sistemas de maneio e de gestão e, sobretudo, em cada vez maior eficácia em nutrição e na alimentação.
O contínuo aumento da produtividade implica maiores necessidades nutricionais dos animais e é cada vez maior o desafio para as satisfazer correctamente e de forma sempre muito bem balanceada em todos os nutrientes necessários. Altos níveis de produtividade exigem novos conceitos nutricionais – nova “feed pyramid”, “periparto”, nutrição aniónica, aditivos, etc ‑ requerem novos programas de arraçoamento, melhor maneio da alimentação e cada vez menor margem para erros nutricionais, sob pena de se comprometer a saúde metabólica – dos factores mais limitantes na alta produção.
Em todas as espécies têm sido impressionantes as melhorias que se vem conseguindo obter em termos de produtividade e de eficiência alimentar. Em vacas leiteiras, o limiar de 10.000 kg de leite/ vaca/ano já não é apenas virtual / inatingível. Esse limiar, antes mítico, hoje já é superado por todas as explorações de topo a nível nacional. PRODUTIVIDADE
8500
30% Genética 70% Nutrição
8000 7500 7000 6500 6000 5500
1
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Alimentação Anim al
2
3
4
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0
R. Wolter
1
1
1
2
1
3
1
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1
5
1
6
1
7
1
8
1
9
2
0
2
1
2
2
2
3
2
4
Estudos da Universidade de Illinois (EUA) sobre a crescente incidência de várias doenças meta‑ bólicas (hipocalcémia, retenção placenta, metrite, cetose, deslocamento abomaso e mamite) nos 20 primeiros dias de lactação, concluem que vacas
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Alimentação Animal II Jornadas SFPM/IACA
com apenas um desses problemas, têm a redução de 473 kg de leite na lactação. Vacas com deslocamento do abomaso + cetose deixam de produzir 853 kg leite por lactação. Outros autores (Curtis,C.R., H.N.Erb, C.J.Sniffen, R.D.Smith e D.S.Kronfeld) demons‑
Trabalhos na Florida – EUA referem reduções até 62% na taxa de hipocalcémias e melhorias até 31% na taxa de concepção aos 150 dias e aumento de 3,6% na produção leiteira com a redução do balanço iónico da alimentação no pré‑parto de +50 meq/kg para ‑250 meq/kg.
tram que existem grandes inter‑acções entre os vários problemas metabólicos, provando que vacas com hipocalcémia apresentam 4 vezes mais retenções de placenta e 24 vezes mais cetose.
Bem‑estar e saúde animal Bem‑estar animal = máxima saúde metabólica
Bem‑estar animal = óptimo ambiente ruminal Em ruminantes, a principal prioridade será sempre optimizar o funcionamento ruminal de forma a não só evitar situações de doença (acidoses (sub)clínica, desloc. abomaso, etc), também para maximizar a eficácia alimentar, promover a síntese dos nutrientes essenciais e maximizar/melhorar a qualidade da produção.
CONDIÇÃO CORPORAL em VITELAS / NOVILHAS
4.5 4.0 3.5 3.0
Bem‑estar animal = gerir a condição corporal
HIPOCALCÉMIA PÓS-PARTO
2.5
2.0
% de vac as c om hipoc alc émia
E.C.A no Pré-Parto Oetzel et al,.1988
70 60 50
Wang, 1990
Block et al, 1984
40
A implementação de um período de transição e de um programa 30
Goffetaal,incidência 1991 nutricional aniónico pode reduzir de problemas 20 10 Joyce etaté Sanchez, 1994 metabólicos e resultar em acréscimos 1000 kg de leite (Wallace,
R., G.C.McCoy, e J.H.Clark, -400 -300T.Overton -200 -100 0 100 ‘96). 200
300
A avaliação sistemática da condição corporal dos animais em cada 1.5 fase do seu crescimento e do ciclo de produção é imprescindível CONDIÇÃO CORPORAL 1.0 em 22 2 4 6 8 10 12 ajustamentos 14 16 18 20 24 para 0se fazerem os necessários ao programa VITELAS / NOVILHAS IDADE (meses) alimentar, de forma4.5a evitar‑se tanto a excessiva mobilização de reservas corporais (riscos de cetose e baixa eficácia reprodutiva), 4.0 como a excessiva deposição de gordura. 3.5
400
3.0
E.C.A = (Na + K) - (Cl + S) meq / kg MS
: Redução de hipocalcémia HIPOCALCÉMIA PÓS-PARTO
E.C.A < 0
e dos outros problemas metabólicos associados
% de vac as c om hipoc alc émia
60
% de vac as c om hipoc alc émia
HIPOCALCÉMIA PÓS-PARTO 50 70 60 50 40 30
Block et al, 1984
E.C.A no Pré-Parto
Goffet al, 1991
20
Wang, 1990
10
-400
20
-300
-400
-300
-200
-200
-100
0 100 Goffet al, 1991 200
300
0
100
: Redução de hipocalcémia 200
300
400
: Redução de hipocalcémia
e dos outros problemas metabólicos associados
Elliot Block (Univ.McGill) refere reduzir‑se de 47% para 0% os casos de hipocalcémia passando a alimentação pré‑parto de catiónica (+330 meq/kg) para aniónica (‑128 meq/kg). Na Universidade de Wisconsin ‑ EUA a incidência de hipocalcémia baixou de 17% para 4% ao reduzir‑se o balanço iónico de +189 meq/kg para – 75 meq/kg. 22 |
4
6
8
10
12
14
IDADE (meses)
1.0 0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
IDADE (meses)
400
metabólicos associados MS E.C.A e= dos (Na +outros K) - (Clproblemas + S) meq / kg
E.C.A < 0
2
Joyce et Sanchez, 1994
E.C.A < 0 -100
0
2.0
Block et al, 1984
/ kg MS E.C.A = (Na + K)Joyce - (Clet + Sanchez, S) meq 1994
10
1.0
1.5
Oetzel et al,.1988
30
1.5
3.0 2.5
Wang, 1990
40
2.0
3.5
Oetzel et al,.1988
70
2.5
4.5 4.0
E.C.A no Pré-Parto
CONDIÇÃO CORPORAL em VITELAS / NOVILHAS
CONDIÇÃO CORPORAL ao longo da lactação 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 -60
-30
0
30
60
90
120
150
180
210
DIAS DE LACTAÇÃO
Alimentação Anim al CONDIÇÃO CORPORAL ao longo da lactação
240
270
300
330
360
16
18
20
2
Protecção Ambiental Os animais não são capazes de utilizar 100% dos nutrientes de que dispõem, pelo que parte desses nutrientes é inevi‑ tavelmente excretada e é susceptível de provocar poluição ambiental.
Minimizar o excesso de nutrientes é, assim, um imperativo actual e futuro, através de: • mais produtividade / menor encabeçamento • maior eficácia na utilização de N, P, Zn … Ao reduzir a ingestão P alimentar em 0.1%, reduz‑se a excreção/
De todo o azoto (N) que ingerem, as vacas leiteiras só trans‑ ferem 25‑35% para a produção, sendo o restante excretado para o ambiente.
poluição de P em 8.3% (Kornegay & Verstegen, 2001).
Por cada 1% de redução de proteína bruta, reduz‑se em 8% a perda ambiental de azoto (Kerr & Easter, 1995).
A maior precisão permitida por novos “tools” hoje disponíveis (NRC 2001, R.C.P., NIR …) permite obter maiores níveis de produção com apenas 16% PB do que com os ex‑20% PB … e com a redução de 30% na excreção de N. Reduzir a proteína alimentar ao mínimo necessário para satisfazer as necessidades nutricionais e minimizar a poluição ambiental implica novas estratégias nutricionais: • maximizar a síntese de proteína microbiana A Directiva Europeia que regulamenta nitratos limita a fertilização anual a 170 kg N /hectare. A poluição ambiental, sobretudo por N e P, é uma preocupação
> qualidade < custo < poluição
• PDI’s, RUP/RDP, NFC/RDP… vs Proteína • “good‑by protein – hello aminoacids” •…
crescente que obriga a cada vez maior / melhor gestão inputs ‑outputs. O sistema holandês MINAS (1998) é aplicado já generalizadamente em todas as explorações. A nutrição animal e o maneio alimentar têm grande impacto quantitativo e qualitativo no balanço input ‑ output de nutrientes, pelo que a protecção ambiental implica estratégias nutricionais e alimentares, no sentido de: 1 ‑ reduzir desperdícios/sobras de alimentos, ajustando a alimen‑ tação ao consumo efectivo. 2 ‑ melhorar a digestibilidade da alimentação, atendendo sobre‑ tudo à da silagem de milho (valor energético função da sua digestibilidade) e de outras fontes de fibra efectiva (NDF),
O fósforo (P) é também um factor de poluição, sendo, muitas
com eventual recurso a leveduras ou prebióticos.
vezes, sobre‑utilizado.
3 ‑ aumentar rigor/precisão na determinação das necessidades
Estima‑se que, em geral, o P é administrado cerca de 20% acima
nutricionais, na valorização dos alimentos e no maneio alimentar
das necessidades, pelo que bastaria a sua administração segundo
(por grupos, por fase de produção, paridade, etc), para evitar
as mais recentes recomendações, para se reduzir em 25 a 30%
excessos/desperdício de nutrientes.
a sua contaminação ambiental. A l i m e n tação A n i m a l
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Alimentação Animal II Jornadas SFPM/IACA
Maximizar e rentabilizar a produção
Balanço e sincronização nutricional global
Em Portugal já são muitas as vacas que têm de ser alimentadas
A optimização do funcionamento do rúmen obriga não só ao
para 60, 70 … kg leite / dia:
correcto balanceamento e inter‑acção entre os nutrientes, mas também à perfeita sincronização na sua disponibilização:
Às cada vez maiores necessidades nutricionais, não corresponde maior capacidade de ingestão (ao contrário, maiores necessidades nutricionais são quando é menor a capacidade de ingestão) – o que obriga a cada vez maior concentração nutricional do arraçoamento‑global em todos os nutrientes (energia, proteína, vitaminas, minerais) Uma alimentação correctamente balanceada em todos os nutrientes indispensáveis implica: 1 ‑ determinar correcta e rigorosamente as necessidades nutricionais dos animais
Intensificar a alimentação‑base forrageira Com base em alimentação forrageira e/ou em subprodutos agro‑industriais, é indispensável a complementação de todas as necessidades nutricionais dos ruminantes, cada vez com mais altas produções, que deverá processar‑se conforme sistematizada nesta “Feed Pyramid”:
2 ‑ valorizar (quantitativa e qualitativamente) todos os componentes da alimentação 3 ‑ minimizar quaisquer carências e/ou excessos nutricionais na alimentação 4 ‑ responder de forma rápida e eficaz a qualquer alteração que possa ocorrer De nada servem os mais sofisticados e fiáveis programas de optimização de arraçoamentos se não se conseguir valorizar correctamente todas as características nutricionais de todos os constituintes do arraçoamento ou se não se reajustar a alimentação sempre que se alterar a caracterização de qualquer dos componentes. Sobretudo em relação à silagem de milho (componente essencial da alimentação em ruminantes) deve ter‑se especial atenção em trabalhar‑se com avaliações nutricionais fiáveis e seguras da sua digestibilidade e valorização energética – factores muito determinantes da eficácia dos arraçoamentos feitos com base nesta forragem. 24 |
Alimentação Anim al
Em suma: “A alimentação desejável é a que forneça os nutrientes neces sários à produção/qualidade, que maximize o funcionamento do rúmen, optimize o crescimento da microflora ruminal e minimize perdas de nutrientes no ambiente”. (NRC, 2001)
A l i m e n tação A n i m a l
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Alimentação Animal Peço Português
Peço Português Uma Escolha de Qualidade
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Alimentação Anim al
No passado dia 4 de abril, no Palácio de Belém, e com o Alto Patrocínio de Sua Exce‑
– Federação Portuguesa de Associações de Bovinicultores, IACA – Associação
lência o Presidente da República, perante inúmeros convidados, entre os quais, para além do Prof. Doutor Anibal Cavaco Silva, da Doutora Maria Cavaco Silva, dos membros da Casa Civil e o assessor para a Agricultura e Mundo Rural, Engº Armando Sevinate Pinto, os principais responsáveis das Asso‑ ciações e Federações ligadas á Indústria
Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais e FENALAC – Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite. Estas organizações representam cerca de 90% dos agentes da cadeia de valor do setor pecuário português. Depois da abertura dos trabalhos, pelo
agroalimentar e à grande distribuição, bem como entidades da Administração Pública e representantes de entidades privadas, foi apresentada oficialmente a Plataforma “Peço Português”. A Plataforma é constituída por organiza‑ ções representativas da cadeia de valor dos produtos alimentares de origem ani‑ mal, nomeadamente, ANEB – Associação Nacional de Engordadores de Bovinos, ANIL‑Associação Nacional dos Industriais de Laticínios, CESA – Comissão Especiali‑ zada de Saúde Animal da APIFARMA, FPAS – Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, FEPASA – Federação Portu‑ guesa das Associações Avícolas, FEPABO
Dr. Luis Catita, coordenador da CESA, que apresentou a Plataforma, coube ao Engº Jaime Piçarra, Secretário‑Geral da IACA, a intervenção de fundo (que publicamos na página 28), em que traçou desde logo os objetivos desta estrutura interasso‑ ciativa, bem como a estratégia que deve ser seguida, no sentido de resolver os estrangulamentos que se colocam à Fileira. Seguidamente, tomou a palavra o Senhor Presidente da República que sublinhou e enalteceu a iniciativa, ele próprio desta‑ cando as suas origens rurais, referindo que era um exemplo a seguir para outros setores. Destacou ainda a importância da agricultura e do agroalimentar na economia
nacional e na coesão social e territorial e a aposta no Setor no sentido de reduzir as importações e a nossa balança comercial, bem como aumentar as exportações e o emprego. No fundo, partilhou e amplificou as mensagens da Plataforma perante os jornalistas e convidados. Já sem a presença da comunicação social, teve lugar uma Mesa Redonda, moderada pelos 2 porta‑vozes da Plataforma (Luis Catita e Jaime Piçarra), numa Sessão em que os dirigentes das Associações puderam falar dos problemas dos seus setores,
tes das Associações e moderadores, quer a alguns convidados a quem concedeu a palavra, designadamente ao Presidente da APED que reiterou a vontade de coo‑ perar com a Plataforma, no sentido de reforçar a criação de valor nos produtos de origem nacional. A problemática das relações entre a produção, a indústria e a grande distribuição foi particularmente enfatizada. No final da Mesa Redonda, uma intervenção do Senhor Secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Dr. Nuno Vieira e Brito,
tações agroalimentares. Sublinhou ainda a importância da Fileira Pecuária na economia e na estratégia futura do nosso País. Uma total cumplicidade com os nossos pontos de vista e manifestando o empenho do Governo na promoção dos produtos de origem nacional. A terminar o evento, novamente com a pre‑ sença da comunicação social, teve lugar um almoço de degustação de produtos nacionais dos setores representados na Plataforma (carne de bovino, de suíno, aves, ovos, leite e lacticínios) que, preparados pela Escola de
cujas intervenções são apresentadas mais adiante. O Presidente da República ouviu atentamente as intervenções e colocou inúmeras questões, quer aos representan‑
que reiterou os compromissos em apoiar a Plataforma, desburocratizar, simplificar e quebrar barreiras comerciais que ainda existem e que colocam entraves às expor‑
Hotelaria de Setúbal, numa parceria com o Turismo de Portugal, foram particularmente elogiados por todos. O melhor de Portugal, para os portugueses!
Do campo para a mesa... Naturalmente. C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Raporal S.A. - Brejo do Lobo, 2870-683 Montijo Tel. 212 306 800 • Fax 212 302 007 racoes@raporal.pt
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A l i m e n tação A n i m a l
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Alimentação Animal Peço Português
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Alimentação Anim al
Senhor Presidente da República, Excelência,
Tem sido um projeto que nos tem entusiasmado
Sr:ª Drª Maria Cavaco Silva, caros convidados,
desde o início e ao qual têm vindo a associar-se
minhas senhores e meus senhores,
várias entidades da sociedade civil, entidades
Começo por agradecer ao Senhor Presidente
governamentais e agentes económicos.
o ter-se associado a esta iniciativa através do
É inegável que esta Fileira tem um contributo
Alto Patrocínio que concedeu e também pela
muito importante para a economia nacional
hospitalidade em receber-nos nesta sua casa.
e para a agricultura em particular, pelo que
A Plataforma Peço Português nasceu de contatos
devem ser feitos todos os esforços para a
que foram surgindo entre as Associações aqui
dotar de mecanismos que a possam tornar
presentes (ANEB, ANIL, APIFARMA, FEBAPO,
cada vez mais profissional e competitiva num
FENALAC, FEPASA, FPAS, IACA) e que manifes‑
mercado cada vez mais agressivo e fortemente
taram o desejo comum de encontrar uma forma
concorrencial.
de promover a produção pecuária de origem
Em nome da Plataforma quero agradecer a
nacional junto do publico em geral:
todos o que estão envolvidos neste projeto e
• Dando a conhecer os elevados níveis de segurança da carne, ovos e leite de origem portuguesa. • O rigor ético e qualidade dos agentes envol‑
em particular ao Senhor Presidente. Deixo-vos agora com o Eng. Jaime Piçarra que irá abordar os principais pontos que caracterizam a produção animal de origem nacional e os Desafios que temos pela frente. Que são de todos nós!
vidos na produção destes alimentos, e • Dar a conhecer o impacto económico positivo
Luis Catita
do desenvolvimento do sector.
Como referimos na introdução à iniciativa na
das empresas. Referiu-se ainda aos proble‑
Presidência da República, cada um dos responsá‑
mas burocráticos, nomeadamente ao nível do
veis das Associações apresentou os seus pontos
licenciamento, a questão da repercussão dos
de vista na Mesa Redonda com o Presidente
custos de produção ao longo da cadeia e deixou
Cavaco Silva.
a mensagem ao Presidente da debilidade do
Falou em primeiro lugar a Engª Cristina de
nosso País em termos de aprovisionamento
Sousa que depois de agradecer o acolhimento
de matérias-primas para a alimentação animal,
e o Patrocínio ao lançamento da Plataforma,
quer nos cereais, quer na soja em que a Europa
bem como a presença de tão ilustres convi‑
é muito dependente e nas proteaginosas.
dados, começou por fazer o retrato do sector,
Portugal tem condições para aumentar as
referindo-se aos problemas das matérias-primas,
produções e esta vulnerabilidade, bem como
a excessiva volatilidade dos preços e o impacto
o funcionamento dos portos e a ausência de
dos custos de produção da alimentação animal
stocks estratégicos são questões de extrema
na pecuária, sendo um problema transversal a
preocupação. Que naturalmente terão de ser
todos os produtos de origem animal. Para além
repensadas no próximo Quadro Comunitário de
destes custos temos ainda outros como a energia
Apoio 2014/2020.
e os problemas financeiros, designadamente as restrições ao crédito e o endividamento
Cristina de Sousa A l i m e n tação A n i m a l
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Alimentação Animal Peço Português
A produção nacional de carne de bovino tem vindo a decrescer, de 115.000 ton/ano (2004 ‑2006) para 101.000 ton/ano (2007‑2009) e 93.000 ton/ano (2010) – menos 21.7% em 2010 que em 2005.Dado o consumo interno, inevita‑ velmente têm vindo a aumentar as importações de carne de bovino. A carne de bovino é, de todas as carnes, aquela em que temos menor grau de auto ‑aprovisionamento, já abaixo de 50%, com
enorme défice da balança de pagamentos, de 350 milhões de euros em 2010 vs 259 M€ no triénio 2004‑2006 (35% de aumento). Na actual situação do nosso país, deve ser prioritário e estratégico reduzir as importações e aumentar a produção nacional de carne de bovino, defendendo e valorizando a produção e promovendo o consumo interno de carne de bovino nacional.
Oportunidade: duplicar a produção nacional de carne de bovino, anular o défice da balança de pagamentos, superior a 350 milhões de € / ano Estratégia: DEFENDER, VALORIZAR e PROMOVER a produção nacional de carne de bovino 1‑ DEFENDER a produção nacional da carne de bovino: Sensibilizar / conquistar o consumidor ‑ carne do nosso bovino nacional = do nosso prado para o nosso prato = genuíno sabor do nosso saber fazer = sustentabilidade do nosso meio rural Contar com a DISTRIBUIÇÃO = campanha “Portugal sou eu” ‑ concentração da oferta à DS (quantidade + regularidade + homogeneidade) ‑ parcerias integrando toda a fileira (produção + transformação + distribuição) ‑ regulação da cadeia de valor ao longo da fileira (do produtor ao consumidor) DIFERENCIAÇÃO versus importações ‑ redução do défice da balança comercial = >350 M€ de ajuda à nossa economia ‑ maior rastreabilidade / < pegada de carbono vs países terceiros (Mercosul, etc) ‑ carne importada pode provir de animais submetidos a práticas interditas na UE 2‑ VALORIZAR a produção de carne de bovino nacional Rotulagem facultativa ‑ diferenciar e valorizar sistemas de produção c/ características específicas “Caderno(s) de Especificações” com diferenciações específicas (nutricionais, ambientais, …) IDENTIFICAÇÃO ELECTRÓNICA para reforçar a confiança na rastreabilidade / certificação 3‑ PROMOVER a carne de bovino nacional Carne de Bovino Nacional – promoção de 3 atributos: ‑ sensorial / organoléptico (saber bem) ‑ nutricional / funcional (fazer bem) ‑ ambiental (< emissões GEE CO2/CH4) Cooperação com escolas/instituições de Nutrição – caracterização nutricional da carne nacional Cooperação com escolas/instituições de Hotelaria, Restauração e Chefs – valorização culinária Cooperação com instituições públicas (escolas, hospitais, quartéis, …) – preferir carne nacional Apoios do ESTADO Regulamentação REAP – melhor adequação à situação da realidade da produção pecuária nacional Regulação do mercado e funcionamento da cadeia / fileira: produção + transformação + distribuição Melhorar a regulamentação europeia de OGM ‑ min. volatilidade das matérias‑primas alimentares Apoio dos serviços: GPP (rotulagem, integração apoios, …), INIAV (investigação, laboratórios, …) PAC 2014/20 ‑ manutenção das ajudas que se encontram ligadas à produção (vacas aleitantes, …)
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Alimentação Animal Peço Português
Na qualidade de Presidente da FENALAC, mas englobando também as preocupações da ANIL, cabe‑me proferir algumas palavras acerca dos desafios que enfrenta a fileira láctea. No entanto, antes de mais, ‑ Senhor Presidente da Republica, gostaria de o saudar felicitando‑o pela sua disponibilidade e recetividade face a esta iniciativa, que nos une no mesmo desígnio da promoção da produção nacional e da criação de riqueza em Portugal. ‑ Senhor Secretário de Estado da Alimentação, que muito prezo ‑ Cumprimento também todos os parceiros da Plataforma “Peço Português”, assim como os convidados presentes.
A minha intervenção pretende reforçar algumas matérias que considerámos decisivas para o futuro da fileira láctea.
1. Eventualmente a matéria que carece de mais atenção está relacionada com as relações comer ciais, principalmente no interface com a Grande Distribuição e por isso mesmo saúdo vivamente a presença de representantes da APED hoje neste evento. Estamos perfeitamente convencidos que a Grande Distribuição está sensibilizada para o consumo dos produtos portugueses (tanto mais que são os próprios consumidores a exigi‑lo) ainda que por vezes sejam utilizadas importações de leite e lacticínios única e exclusivamente para pressionar os operadores nacionais. Nesta matéria, urge reequilibrar o processo negocial entre os operadores da distribuição e os seus forne‑ cedores, nomeadamente os do sector agro‑industrial. Apenas dessa forma será possível investir com confiança, criando mais emprego, mais riqueza e mais bem‑estar social, com a vantagem de os disseminar por todo o território nacional onde a atividade agrícola está presente. Com empresas agro‑industriais e explorações agrícolas agrilhoadas numa rede de exigências e desmandos comercias não é possível existir esperança e confiança no futuro e manter empresas competitivas e sustentáveis. Por essa razão nos batemos e bateremos sempres por legislação mais robusta que regule as relações comerciais. Não se trata de perverter a lógica da economia de mercado. Pelo contrário, trata‑se de remediar uma lacuna desse mesmo mercado, que não tem permitido uma justa e adequada repartição de valor ao longo da cadeia. Um mercado livre não pode ser um mercado selvagem, sem regras, sem princípios. Noutras áreas da actividade humana constatámos todos com grande pesar os trágicos e duradouros resultados dessa filosofia. 32 |
Alimentação Anim al
2. Outra matéria que nos preocupa é o resultado das negociações da PAC 2014‑2020. Os sistemas de produção de leite predominantes em Portugal podem sofrer perdas até ‑80% das ajudas directas em resultado da aplicação de novas regras pro‑ postas pela Comissão Europeia, as quais apontam também para novas exigências ambientais, no âmbito do denominado “greening”, totalmente desajustas dos sistemas agrícolas mediterrânicos. Fazemos votos para que seja possível reverter estas tendências, tanto mais que está previsto o fim das quotas leiteiras na UE em 2015, desenvolvimento que, a concretizar‑se, colocaria a Produção nacional em clara desvantagem concorrencial face a países do norte da europa com condições naturais mais propícias a esta actividade. Deixo também uma nota genérica, mas muito mar‑ cada, acerca da filosofia da atribuição das ajudas directas da PAC. Da nossa parte sempre defenderemos a atribuição das ajudas aos Agricultores que produzem e criam riqueza. Para nós, é e será sempre aberrante atribuir ajudas e compensações aqueles que nada produzem, que nada semeiam, que nada colhem. Isto é, somos e seremos sempre contra o desliga‑ mento das ajudas da produção agrícola. 3. Em relação ao novo Quadro Comunitário de Apoio, defendemos também uma marcada priori‑ dade ao estímulo da produção nacional, respondendo ao repto que nos tem sido lançado de redução do deficit alimentar do nosso país. Assim, deve ser privilegiado o apoio ao investimento, por via de projetos bem dimensionados, não só em relação à produção mas também no que respeita às estratégias de acesso ao mercado e de adaptação às exigências dos consumidores. Em relação ao leite, importa que os apoios tenham em conta a elevada necessidade de capital para arranque dos projetos, o que aliás tem impedido o aparecimento de novas explorações. Devemos todos apreender com os erros do PRODER, que foram diversos e graves, reduzindo a burocracia e procedimentos administrativos e concentrando energias no obejectivo essencial de um programa desta natureza, isto é, produzir mais e melhor. Para finalizar, destaco a necessidade de termos um Estado e uma Administração promotora da economia ou pelo menos não dificultadora! Relembro todos os custos de contexto que dificul‑ tam ou impedem o desenvolvimento das operações económicas, desde as exigências várias em matéria sanitária e burocrática que complicam as exporta‑ ções e o processo de internacionalização, até ao autêntico big brother fiscal quer será montado a partir de dia 1 de maio relativamente à movimen‑ tação de mercadorias. Pode parecer despiciente, mas no seu conjunto estas exigências minam as próprias fundações da economia.
Capacidade produtiva instalada 2.690 explorações de produção avícola 48 centros de abate de aves e indústrias transfor‑ madoras de carne de aves 68 centros de classificação e embalagem de ovos 1 indústria de ovoprodutos (derivados de ovos) 100% nacional
Modelo de organização setorial e empresarial Estrutura produtiva verticalizada, que engloba os diversos segmentos das atividades avícolas, incluindo, as áreas de reprodução, incubação e multiplicação de aves, criação e engorda, abate e indústria transformadora de carne de aves e, de produção de ovos, centros de classificação e embalagem e indústria de transformação de ovos. A conjugação de todas estas atividades comple‑ mentares, muitas delas assentes em contratos de integração efetuados entre a indústria e a produção, permite uma maior eficiência dos recursos e atingir patamares qualitativos elevados, ao nível do controlo do ciclo produtivo, da uniformidade e qualidade das produções e da segurança do produto final.
Principais indicadores de produção (anuais) 335 mil toneladas de carne de aves produzidas anualmente (das quais 276 mil toneladas são de carne de frango) 102 mil toneladas de ovos de consumo 45 milhões de aves vivas exportadas 18 mil toneladas de carne de aves exportada 20 mil toneladas de ovos e ovoprodutos exportados 100% de autosuficiência em carne de frango 103% de autosuficiência em ovos 34,5 kg de consumo per capita de carne de aves 9,5 kg de consumo per capita de ovos
Principais indicadores económicos 810 milhões de euros de volume de negócios na fileira da carne de aves 120 milhões de euros de volume de negócios na fileira dos ovos mais de 20.000 postos de trabalho 1,3 milhões de toneladas de rações consumidas e adquiridas no país O setor avícola é o maior consumidor do milho produzido no país A carne de aves contribui com cerca de 37% do total da produção nacional de carnes.
Setor económico estratégico O setor modernizou‑se e as instalações de produção de aves e de ovos estão dotadas de tecnologias avançadas e controlos higio‑sanitários muito rigo‑ rosos, que contribuem para as boas performances de produção atingidas na carne de aves e ovos produzidos em Portugal.
A fileira avícola regista desempenhos muito inte‑ ressantes, com um crescimento de +14,3% no setor da carne de aves na última década, em volume de produção global. Apesar de alguma dispersão da oferta, há ten‑ dência para a concentração setorial, existindo já importantes grupos económicos (100% nacionais), que integram segmentos de produção e indústria, e de dimensão à escala europeia. Trabalhamos num setor competitivo, que satisfaz plenamente a procura interna, que tem potencial e vocação exportadora, com margem de crescimento futuro.
Ameaças e Desafios Melhorar a competitividade setorial: Reforçar a capacidade de aprovisionamento de matérias‑primas para a alimentação animal. Aumentar as áreas de cultivo de milho no país e criar condições favoráveis ao investimento no setor dos cereais e oleaginosas. Simplificar e desburocratizar a máquina do Estado, em particular, no que diz respeito a processos de licenciamento (PDM, Licença Ambiental e outros) e, à obrigatoriedade de ligação dos estabelecimentos avícolas a sistemas multi‑municipais e municipais de captação, tratamento e distribuição de água para consumo público, de recolha, tratamento e rejeição de efluentes e de recolha e tratamento de resíduos sólidos. Apoios efetivos à modernização e internacio‑ nalização das empresas, para aumentar a sua competitividade e as exportações e, ao mesmo tempo, substituindo as importações. Revisão de critérios fiscais aplicáveis ao setor avícola, nomeadamente, de classificação e avaliação patrimonial das instalações de produção (aviários) para efeitos de IMI e, da taxa de IVA aplicável aos criadores de aves, que prestam um serviço à empresa integradora (centro de abate). Alteração do novo regime contributivo para a Segurança Social, que obriga os centros de abate de aves a liquidar uma taxa de 5% enquanto entidade contratante de uma prestação de serviços pelo criador (engordador) das aves destinadas ao abate. Estabelecer mecanismos de transparência e equi‑ dade na relação contratual entre a Produção e Distribuição.
Oportunidades Valorização da produção nacional e redução das importações de produtos alimentares. A carne de aves e os ovos tem imagem positiva no mercado, e são recomendados por nutricionistas, contribuindo para uma dieta alimentar equilibrada e saudável. A avicultura produz alimentos básicos e integra um setor estratégico para a economia nacional. A l i m e n tação A n i m a l
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Alimentação Animal Peço Português
Os suinicultores Portugueses, aqui representa‑ dos pela Federação Portuguesa de Associações de suinicultores, agradecem o empenhamento e envolvimento de V. Exa. nesta iniciativa “ PEÇO PORTUGUÊS – uma escolha de qualidade”. Num tempo marcado por dificuldades económicas generalizadas, a toda a hora relatadas, “pedir português” é contribuir para o equilíbrio da balança de pagamentos, é preencher o nosso espaço rural e é garantir a sustentabilidade e a sobrevivência de muitos milhares de Portugueses. A Suinicultura Portuguesa afirma‑se capaz de contribuir positivamente, para a resolução destes problemas e para o necessário relançamento do agro‑negócio no nosso País. Estamos tecnicamente em pé de igualdade com os melhores produtores mundiais. Os nossos custos globais de produção, não são superiores aos da generalidade dos produtores europeus. Temos empresários determinados, terra disponível, água e um clima invejável, para a produção suinícola. Perguntar‑se‑á porque continuam a desaparecer explorações agro‑pecuárias em Portugal? Num mundo com uma economia global, ‑ Não são respeitadas, as especialidades indi‑ viduais entre povos e nações; ‑ Não são impostas as mesmas regras para pro‑ duzir, originando custos de produção diferentes, porque as mais elementares regras ambientais, de bem‑estar animal e de segurança alimentar não são respeitadas. Deixo um alerta: Há neste momento uma intenção da presidência da EU de dar início à negociação de um acordo de comércio livre com os EUA. Pergunto: ‑ e a utilização generalizada de ractopamina na produção de carne que aí produzem? ‑ v iremos a comer carne produzida com racto‑ pamina, importada do continente americano? ‑ e os consumidores europeus estão informados?
A limitação do acesso ao crédito é outra das nossas preocupações, dado que o sector vem de um longo período de fortes perdas. Quanto aos outros desafios impostos à classe, nomeadamente pela U.E, os suinicultores portu‑ gueses saberão responder tão positiva e atempa‑ damente, como os restantes produtores europeus. Internamente temos de saber ultrapassar um problema nacional chamado REAP – Regime do Exercício da Actividade Pecuária. Precisamos da coragem e determinação politica, que sabemos existir, para daqui a 20 anos não estarmos ainda a falar do mesmo processo, o que muito nos preocupa. Contamos que o próximo Quadro Comunitário possa contemplar verbas que permitam ao sector: - o relançamento da actividade, e - a deslocalização de explorações, localizadas em áreas, sem defesa ambiental ou de orde‑ namento do território. A Suinicultura Portuguesa é dos sectores mais unidos em Portugal. Fortes organizações emergiram em Portugal, a partir das dificuldades que temos vivido. Fazem‑se hoje parcerias entre essas organizações com o intuito de potenciar exportações, reduzir custos, concentrar compras e serviços e jaté mesmo vendas em grupo. Muito temos ainda a fazer. Uma certeza existe entre nós, somos parceiros e não concorrentes. O País precisa de nós.
Estas são respostas à nossa quebra de compe‑ titividade.
Todos juntos, produtores, operadores económicos, administração pública e políticos, temos de remar no mesmo sentido e se assim for, atingiremos o legítimo desafio do nosso governo, a bem e para a defesa da nossa sociedade: “Sermos auto‑suficientes em Produtos Agro‑alimentares em 2020”.
Os preços que nos são impostos estrangulam e limitam a produção, levando ao desaparecimento da grande maioria das explorações do sector primário, Alimentação Anim al
Felizmente a Senhora Ministra da Agricultura, consciente da necessidade de disciplinar as relações com a GDO e ciente do desequilíbrio de forças na cadeia alimentar, teve a iniciativa de criar a PARCA. Esperamos que, das conclusões, saia legislação que permita disciplinar e criar relações justas entre operadores, o que, tudo indica, já está a começar a acontecer.
É preciso agir atempadamente!
A nível interno, o grande desafio a quem produz, é a comercialização da produção, hoje praticamente dominada pela GDO.
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obrigando‑nos, muitas vezes, a vender, abaixo do nosso custo de produção ou impondo “rappells” com efeitos retroactivos a muitos meses.
“PEÇO PROTUGUÊS – Uma escolha de qualidade”, é um passo importante.
Outras iniciativas da Plataforma ton, Papa Açorda, Pedro e o Lobo, Volver by Chakall. Para além de contactos e reuniões institucionais, designadamente ao nível da Assembleia da República, está prevista uma parceria com APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição), tendo em vista a definição de eventuais iniciativas conjuntas que promovam a preferência por produtos portugueses de origem animal nas super‑ fícies comerciais portuguesas. Entretanto, entre outras ações, como a participação em programas de televisão e em jornadas e Seminários, lançámos um desafio que foi aceite pelo Secretário de Estado da Alimentação: a criação de um Grupo de Trabalho, em conjunto com o MAMAOT, para a Desburocratização. Depois desta iniciativa na Presidência da República, teve lugar em Lisboa, de 8 a 13 de abril, a semana Portugal Gour‑ met, uma parceria com restaurantes de
prestígio para promoção dos produtos portugueses de origem animal, nome‑ adamente, Bica do Sapato, Cantina da Estrela, Eleven, Panorama – Hotel Shera‑
Na agenda política, estão igualmente previstas reuniões com as Comissões de Economia e Agricultura da Assembleia da República.
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Alimentação Animal Parcerias
Relações Portugal/EUA Carta USDA À IACA
No momento em que os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram recentemente um compromisso para prosseguir uma Parceria de Comércio e Investimento Transatlântico – e os observadores são rápidos a notar que muitos dos desafios se centram na arena do comércio agrícola – devemos refletir sobre as relações agrícolas entre os Estados Unidos e Portugal. O comércio agrícola entre os Estados Unidos e Portugal rondou uma média de 400 milhões de dólares nos últimos anos. As exportações portuguesas de vinho e marisco para os Estados Unidos atingiram níveis recorde em 2011 e 2012. Após a visita à feira agrícola de Beja e à área de irrigação do Alqueva na última primavera, conclui que a produção agrícola tradicional e inovadora de Portugal tem um grande potencial. As exportações norte-americanas para Portugal são um pouco mais voláteis, pois as importações de cereais para rações, soja e trigo flutuam de acordo com as condições do mercado e a concorrência de outros pontos de origem. É evidente que continuo a acreditar que existe muito mais potencial para o comércio bilateral numa série de sectores-chave. As negocia‑ ções para a parceria EUA-UE têm o potencial de aumentar substancialmente o comércio e investimento em ambos os lados do Atlântico. Num esforço para manter e construir a nossa relação comercial estratégica, o sector agrícola norte-americano tem vindo a ser muito activo. Em 2012, a Associação Nacional de Produtores de Trigo dos Estados Unidos organizou no Porto um seminário sobre a qualidade das colheitas em que participaram muitos industriais de moa‑ gem, produtores e negociantes. O Conselho de Exportação de Soja dos Estados Unidos (USSEC) visitou Portugal para se encontrar com as partes interessadas nas indústrias de extração de soja e de biocombustíveis com vista à promoção da sustentabilidade da soja norte-americana. Fiquei satisfeito por ver que o USSEC reafirmou o seu empenho em trabalhar com a IACA em áreas de interesse mútuo, tais como a nutrição animal, sustentabilidade e outras questões de política. 36 |
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O USSEC foca igualmente as suas atenções num projecto que promove a diferenciação da qualidade do bagaço de soja norte-americano. As exportações de soja e de bagaço de soja norte-americana para Portugal aumentarem em 2011 e 2012 e esperamos continuar a assistir a esta tendência na campanha de 2013. O Conselho de Cereais dos Estados Unidos continua a promover a utilização de sorgo como um cereal para alimentos compostos para animais viável em Espanha e Portugal embora os volumes exportáveis fossem relativamente baixos em 2012. É expectável que a área cultivada com sorgo aumente em 2013 e que o comércio siga a mesma tendência. Devido ao facto de as indústrias portuguesas alimentares, alimentos compostos para animais e pecuária trabalharem para se manterem competitivas neste ambiente económico e comercial mundial desafiador, só podemos beneficiar com uma maior colaboração nas mesmas e em muitas outras áreas. Todos temos muito trabalho para fazer! Como nota pessoal, gostaria de o informar a si e aos seus leitores sobre a saída de Diogo Machado do nosso escritório em Madrid, pois ele regressou a Lisboa para seguir outras oportunidades no setor agrícola. O Diogo Machado prestou um grande serviço na ajuda da construção das relações agrícolas entre os Estados Unidos e Portugal e ele fará falta. Por favor, junte-se a mim no agradecimento ao Diogo pelo seu trabalho. Para terminar, gostaria de expressar os meus agradecimentos à IACA por todo o vosso apoio e colaboração. Espero vê-los em breve para continuarmos a trabalhar juntos em todas estas importantes iniciativas. Com a mais elevada estima e consideração, Robert Hanson Conselheiro Agrícola para Espanha e Portugal
Letter to the Secretary General, As the United States and the European Union recently announced a commitment to pursue a Transatlantic Trade and Invest‑ ment Partnership – and observers are quick to note that many of the challenges will reside in the agricultural trade arena – it is a good time to reflect on U.S. – Portuguese agricultural relations. U.S. ‑ Portuguese agriculture trade has averaged $400 mil‑ lion in recent years. Portuguese exports of wine and seafood to the United States reached record levels in 2011 and 2012. After visiting the Beja agricultural fair and Alqueva irrigation area last spring, I know that Portugal’s range of traditional and
of sorghum as a viable feed grain in Spain and Portugal, although exportable supplies were relatively low in 2012. We expect area planted to sorghum to increase in 2013 – and trade to follow. As the Portuguese food, feed and livestock industries work to remain competitive in this challenging world economic and trade environment, we can only benefit from further collaboration in these and many other areas. We all have a lot of work to do! On a personal note, I’d like to inform you and your readership of the departure of Diogo Machado from our office in Madrid, as he has returned to Lisbon to pursue other opportunities in the agricultural
sector. Diogo did a great service to help build U.S.‑Portuguese agricultural relations and he will be missed. Please join me in thanking Diogo for this work. In closing, I would like to express my thanks to you and to IACA for all of your support and collaboration. As spring is coming – I hope to see you soon to continue working together on all of these important initiatives. Highest regards, Robert Hanson Agricultural Counselor to Spain and Portugal
innovative agricultural production holds great potential. U.S. exports to Portugal are a bit more volatile, as imports of feed grains, soybeans and wheat fluctuate with market conditions and competition from other origins. Of course I continue to believe that there is much more potential for bilateral trade in a number of key sectors. The U.S. – EU partnership negotiations have the potential to significantly increase trade and investment on both sides of the Atlantic. In an effort to maintain and build our strategic trading relationship, the U.S. agricultural industry has been very active. In 2012 the U.S. Wheat Associates hosted a crop quality seminar in Porto which was well attended by millers, producers and traders. The U.S. Soybean Export Council (USSEC) visited Portugal to meet with stakeholders in the soybean crushing and biofuels industries to promote the sustainability of U.S. soybeans. I was happy to see that USSEC reconfirmed their commitment to work with IACA in areas of mutual interest, such as animal nutrition, sustainability and other policy issues. USSEC is also focusing on a project promoting the quality differentiation of U.S. soybean meal. U.S. soybean and soybean meal exports to Portugal rebounded in 2011 and 2012 and we hope to see this continue into the 2013 campaign. The U.S. Grains Council continues to promote use
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Quelatos de Glicina na nutrição de suínos
Fornecimento seguro de oligoelementos essenciais para elevadas performances e um ótimo estado sanitário Departamento Técnico da Biochem GmbH e da INVIVONSA Portugal Os oligoelementos zinco, manganês, cobre e ferro são essenciais para a manutenção de inúmeros processos fisiológicos ao nível do corpo de todas as espécies animais. É necessário fornecer, via alimentação, a quantidade suficiente destes minerais assegurando o ótimo fornecimento ao animal para evitar quebras na performance produtiva e sintomas de carência. Em suínos, um fornecimento inadequado destes minerais pode resultar em diversos efeitos negativos na produtividade, parâmetros ao nível de: fertilidade, nível de hemoglobina, crescimento, resposta imunitária e patas podem ser afetados. No Registo de Aditivos para Alimentação Ani‑ mal na União Europeia (UE), nos termos do regulamento (EC) No 1831/2003, estão listadas várias fontes orgânicas e inorgânicas de cada oligoelemento. As fontes inorgânicas usadas comummente em nutrição de suínos são os óxidos e os sulfatos. Geralmente a biodisponibilidade dos oligoelementos na forma de sulfatos é descrita como sendo mais elevada que a dos óxidos. É, no entanto, bastante difícil prever a disponibilidade dos oligoelementos dessas fontes, de forma precisa, em condições reais de utilização. Os oligoelementos podem sofrer diversas interações negativas com outros constituintes do alimento e da água de bebida, resultando numa carência secundária. Iões metálicos livres, libertados a baixos valores de pH no estômago são suscetíveis de formar complexos insolúveis com outras moléculas (ex. fitatos) ficando indis‑ poníveis para absorção. Além disso, existem diversos antagonismos de absorção entre alguns oligoelementos específicos. Por exemplo, a disponibilidade do cobre, zinco e manganês pode ser reduzida pela presença de elevados níveis de ferro ou cálcio na dieta ou na água de bebida. Em consequência do acima referido, na prática, os oligoelementos são muitas vezes suplementados 38 |
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em quantidades que excedem as recomendações nutricionais. Em suínos por exemplo, os oligo‑ elementos zinco e cobre são suplementados largamente acima das recomendações de forma a tirar partido do efeito ergotrófico o que poderá prejudicar a absorção de outros oligoelementos. Os minerais orgânicos, com as suas caracte‑ rísticas peculiares, representam uma fonte de oligoelementos altamente disponível para animais e uma estratégia alimentar segura contra o aparecimento de carências secundárias de minerais.
Oligoelementos quelatados Ao longo dos últimos anos foram introduzidas no Mercado da UE várias formas de oligoe‑ lementos quelatados. São caracterizados por uma estrutura química formada pelo mineral e uma ou mais moléculas de aminoácidos. O grupo mais conhecido corresponde aos quelatos de aminoácidos hidratados (Regulamento (EC) No 1334/2003), que estão presentes na UE há mais de 20 anos. De acordo com as definições oficiais, estes quelatos são formados pelo metal respetivo e qualquer aminoácido derivado de proteína de soja hidrolisada. Para estes produtos, a estrutura molecular referente a um ião metálico é definida como tendo um peso molecular máximo de 1500 g por mole. Desde 2006, está registado na UE um grupo mais claramente definido, os quelatos de glicina hidratados. Como definido no Regulamento (EC) No 479/2006, nestes quelatos 1 ião metálico está ligado a 1‑3 moléculas de glicina sintética. A maioria dos produtos presentes no mercado é caracterizada por ter uma estrutura mono ‑glicina‑metal (Figura 1).
Vantagens em porcas Em porcas, as necessidades em oligoelementos aumentam consideravelmente na última parte da gestação e durante a lactação quando grandes quantidades são necessárias para o crescimento intrauterino e a produção de leite. Além disso, o stresse fisiológico e a baixa ingestão de alimento na altura do parto, bem como as maiores necessidades para a regeneração do sistema reprodutivo após o parto fazem aumentar as neces‑ sidades da porca em zinco, ferro, manganês e cobre. Diversos estudos demonstraram que uma melhoria do fornecimento de oligoelementos durante o final da gestação e lactação podem Figura 1: Estrutura quelatada de glicina e metal
Comparativamente com os oligoelementos inorgânicos, a estrutura estável destes produtos confere uma maior estabilidade no pH baixo do estômago e consequentemente menor libertação de iões metálicos livres. A redução das interações negativas entre os iões metálicos livres e outros constituintes do alimento, assim como elevadas taxas de absorção dos oligoelementos quelatados
resultar em maior intensidade dos cios e maior taxa de conceção. Também o nível dos oligoelementos em leitões recém‑nascidos é melhorado pela suplementação do alimento da porca durante a gestação, baixando o risco de baixa imunidade durante a lactação. Apesar dos problemas de patas e pernas nas porcas ser normalmente considerado de interesse limitado, estes problemas podem influenciar grandemente o sucesso financeiro da produção de leitões.
demonstraram que os quelatos podem ser considerados como
Morte de porcas em estado avançado de gestação, mais leitões
fontes de oligoelementos altamente biodisponíveis (Figura 2). De
esmagados, mais porcas com retorno em cio e com feridas que
acordo com os conhecimentos atuais podemos assumir que a
são potenciais portas de entrada para agentes patogénicos,
estabilidade e a eficácia biológica dos quelatos de aminoácidos e
são os sinais mais comuns de mau estado sanitário das patas.
dos quelatos de glicina são iguais. No entanto, em cada categoria
São especialmente as porcas mais velhas (≥ 2º parto) que são
existem diferentes produtos no mercado com diferenças na
afetadas por problemas de patas o que pode traduzir uma
qualidade e pureza química que podem resultar em diferenças
carência de oligoelementos.
na eficácia biológica. Não obstante, durante a última década houve uma tendência clara do mercado europeu a se concentrar mais nos quelatos de glicina, devido às suas características técnicas superiores como maior concentração em metal, maior solubilidade em água e uma estrutura molecular claramente definida.
O aumento dos níveis de zinco, manganês e cobre disponíveis é descrito como um suporte da integridade das patas já que estes minerais estão envolvidos na formação da unha, cartilagem e tecido conjuntivo. A suplementação com uma mistura de quelatos de glicina (Zn/Mn/Cu a 50/30/10 ppm) em combinação com fontes inorgânicas desses minerais, durante todo o período de gestação e lactação, teve efeitos positivos nos parâmetros de sanidade das patas, numa exploração de alta produção durante um ano (Figura 3). A melhoria da sanidade das patas refletiu‑se, neste ensaio, numa diminuição da taxa de substituição e maior longevidade das porcas.
Figura 2: Biodisponibilidade relativa do Cu, Zn, Mn, e Fe em alimentos de leitões contendo quelatos de glicina (Grupo Sulfato corresponde a 100%), com base na medição da digestibilidade aparente (Fonte: Biochem; Ensaios Universitarios com E.C.O.Trace®, Alemanha, 2009‑2012)
Figura 3: Efeito da aplicação de quelatos de glicina (E.C.O.Trace®) no estado sanitário das patas em porcas; exploração com 750 porcas; período teste = 12 meses (Fonte: Biochem, Ensaio campo, Alemanha, 2010)
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Utilização em leitões Os oligoelementos têm grande importância para o sistema imunitário e performances de crescimento em leitões, já que estão envolvidos em diversas funções como cicatrização de feridas (Zn), o sistema enzimático antioxidante (Zn e Cu), desenvolvimento ósseo (Zn, Mn), e síntese de hemoglobina (Fe, Cu). Em especial durante e após o desmame, quando o sistema imunitário é desafiado intensamente e o risco de anemia é
quelato de cobre em vez de sulfato de cobre e a níveis mais baixos, favorece significativamente a redução da excreção para o ambiente sem reduzir o fornecimento aos animais (Figura 5), bem como as performances e a qualidade da carcaça. Além disso, a substituição seletiva de fontes inorgânicas por quelatos, permite reduzir o fornecimento de outros oligoelementos inorgânicos devido ao menor risco de efeitos antagonistas e melhor taxa de absorção.
alto, é muito importante manter o nível de oligoelementos dos leitões num estado opimo. No entanto, vários fatores, como a baixa ingestão de alimentos, elevados níveis de sulfato de cobre na dieta ou incidência de diarreias, podem reduzir a disponibilidade do zinco, manganês e ferro. Nestas situações, os quelatos de glicina podem ajudar a suportar o crescimento e a resposta imunitária de uma forma mais eficiente que os sulfatos. Como demonstrado num estudo recente, o aumento da síntese de hemoglobina em leitões desmamados foi aproximadamente 21% mais elevado usando quelatos de glicina dos que usando sulfatos na dieta dos leitões (Figura 4). Além disso, as perfor‑ mances de crescimento tenderam a ser mais elevadas utilizando glicinatos do que utilizando sulfatos.
Figura 5.: Dose mais baixa, nível de fornecimento adequado e redução da excreção de Cu com a utilização de quelato de glicina (E.C.O.Trace) em porcos de engorda (Biochem, Ensaio Universidade, Alemanha 2009)
Conclusão A elevada biodisponibilidade do zinco, cobre, manganês e ferro dos quelatos de glicina, permite um fornecimento seguro e adequado em produção suína, em especial em situações de aumento das necessidades e stresse fisiológico. Devido à Figura 4: Nível de hemoglobina em leitões durante o período de teste, alimentados com sulfatos ou com quelatos de glicina (E.C.O.Trace), n≥6 (Fonte: Biochem, Ensaio Universidade, Alemanha 2012)
melhoria no fornecimento, vários processos metabólicos, onde os oligoelementos estão envolvidos, são suportados de forma mais eficiente. Em consequência, existe mais estabilidade no estado sanitário e nas performances dos animais. Importantes
Proteção ambiental
parâmetros metabólicos e de performance, como a sanidade
A redução da excreção dos oligoelementos é altamente
das patas em porcas, nível de hemoglobina em leitões, etc.
relevante para a proteção do ambiente. Especialmente em
beneficiam claramente de um fornecimento de oligoelementos
regiões com produção animal intensiva foi observado nos
mais disponíveis.
últimos anos uma acumulação alarmante de zinco no solo e nas águas de superfície. A utilização de minerais quelatados é
Além disso, a utilização de quelatos de glicina ajuda a reduzir a
uma estratégia eficaz para inverter esta situação. Em diversos
excreção para o meio ambiente, para uma utilização sustentável
estudos em porcos de engorda, foi demostrado que usando
da terra e proteção do ambiente.
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Alimentação Anim al
Oli
goe
lem
ent
os
que
lata
dos
E.C.O.Trace® Oligoelementos quelatados Excelente biodisponibilidade cientificamente demonstrada Ótimo suporte dos resultados produtivos Prevenção das carências Menor excreção mineral no meio ambiente Apresentação em grânulos finos e homogéneos
Feed Safety for Food Safety® Zona Industrial de Murtede 3060-372 Murtede Cantanhede Tel: 231209900 · Fax: 231209909
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Alimentação Animal SEGURANÇA ALIMENTAR
o Sistema de Alerta Rápido para GÉNEROS ALIMENTÍCIOS E AliMENTOS PARA ANIMAIS A Comissão Europeia publica anualmente o seu relatório sobre o funcionamento do Sistema de Alerta Rápido (RASFF), contendo uma análise detalhada de alertas, informação e notificações de rejeições na fronteira para géneros alimentícios e alimentos para animais (ver http://ec.europa. eu/food/food/rapidalert/index_en.htm). Antecipando‑se à publicação de relatório anual oficial, a FEFAC fornece uma análise mais detalhada que foca todas as notificações relacionadas com os alimentos para animais.
Principais conclusões para 2012 • Em 2012, foram enviadas para o RASFF 324 notifica‑ ções relacionadas com alimentos para animais, das quais 5% relacionadas com alimentos para animais de criação e 43% relacionados com alimentos para animais de companhia. Isto é 10% menos do que em 2011, devendo‑se esta redução inteiramente a uma diminuição no número de rejeições na fronteira para sementes para aves devido a aflatoxinas. 5% destas notificações desencadearam alertas ao passo que 57% deram origem a uma informação e 38% a rejeições na fronteira. Estas 324 notificações representam ligeiramente menos de 10% de todas as notificações para o RASFF (alimentos para animais e géneros alimentícios). • A contaminação microbiológica de matérias‑primas e a presença de aflatoxinas em sementes para aves continuam a ser, em termos estatísticos, as não ‑conformidades mais frequentemente reportadas em 2012 com respetivamente 153 e 67 notificações (ou seja, representando no total mais de 2/3 de todas as notificações relacionadas com alimentos para animais); • Ao contrário dos últimos anos, não houve nenhum caso de contaminação grave que tenha chamado a atenção dos meios de comunicação. No entanto, o número de notificações alerta/informação sobre contaminantes críticos continuou a ser significativa, por exemplo, para dioxinas/PCB (16 vs 24 em 2011), das quais 3 (vs. 4 em 2011) deram origem a alertas; isto confirma que as dioxinas/PCB continuam a ser uma preocupação permanente para a cadeia dos alimentos para animais; • A contaminação com resíduos de eventos gene‑ ticamente modificados não autorizados na UE desencadeou uma única notificação ao RASFF em 2012 (proteínas de arroz da China); • Em 2012, detetou‑se a presença fraudulenta de um biocida (DDAC) nas pré‑misturas, com uma concentração relativamente alta, tendo dado origem a três notificações. 42 |
Alimentação Anim al
• Também não é estatisticamente significativa, com apenas um alerta, a presença de aflatoxinas no milho colhido em 2012 no sudeste da Europa mas os seus subprodutos exigiram e irão ainda exigir em 2013 uma atenção especial dos operadores do setor de alimentos para animais.
Visão geral sobre as notifi‑ cações ao Sistema de Alerta Rápido I. Visão geral O número total de notificações para alimentos para animais (incluindo alimentos para animais domésticos) foi de 324 em 2012, ou seja, pouco menos de 10% de todas as notificações ao RASFF. Cerca de 10% menos do que em 2011, mas quase o dobro do número médio de notificações entre 2008‑2010. Estas 324 notificações consistiram em 17 notificações de alerta (contra 19 em 2011), 185 notificações de informação (contra 162) e 122 rejeições na fronteira (contra 180). 43% das notificações relacionadas com alimentos para animais domésticos (alimentos com‑ postos para animais e matérias‑primas para uso por animais de estimação), das quais 9 alertas. Em relação a alimentos para animais de criação, a contaminação das pré‑misturas e aditivos alimentares desencadeou 20 notificações, das quais nenhum alerta, os alimentos compostos representaram 13 notificações, das quais 1 alerta e as matérias‑primas de alimentos para animais 140 notificações, das quais 7 alertas. O Reino Unido é de longe o país que mais notificou com 56 notificações, destas 52 notificações de rejeição na fronteira para níveis demasiado elevados de aflatoxina B1 em sementes para aves, na sua maioria importadas da Índia. Em seguida, vem Alemanha (36) e a Bélgica (34 notificações). 2/5 do número total de notificações relacionaram‑se com alimentos para animais originários de Estados Membros da UE e as restantes relacionadas com importações de alimentos para animais provenientes de Países Terceiros, especialmente da Índia (66 notificações).
Visão geral das notificações de alimentos para animais entre 2003 e 2012 400
400
350
350
300
300
250 200 150 100 50 0
Notificações em 2012 324
180
250 200
50
150 59
100
55
16
50
98
59
63
41
147
24 55
22 41
16
24
70 63
22
69
70
75 50
98
120147
68 75
69
15
3.107
185
162
185
19
17
17
12
2003 02004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Notificações de alerta
Notificações de alerta
Notificações de informação Rejeições na fronteira Notificações de informação
Alimentos para animais (incl. Alim anim estimação)= 324 para 9,4%animais (incl. Alim anim Alimentos Alimentos = 3.107 90,6% estimação)= 324 9,4%
Alimentos = 3.107 90,6%
Rejeições na fronteira
Número de notificações Alimentos para animais + alimentos para animais de estimação Alimentos Total Proporção alimentos para animais+ alimentos para animais de estimação
3.107
109 19
10
122
68
109 12
10
180
162
120
15
122
324
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
65
85
129
167
212
205
189
361
324
2.588 2.653
3.158 3.243
2.818 2.847
2.791 2.958
3.104 3.316
2.983 3.188
3.107 3.296
3.355 3.716
3.107 3.431
2,5%
3,0%
4,4%
5,6%
6,8%
6,4%
5,7%
9,7%
9,4%
II. Análise por tipo de contaminações/produtos:
ou contaminação microbiológica (principalmente Salmonela) nas
– Alertas para os alimentos para animais produtores de alimentos relacionados níveis demasiado elevados de aflatoxinas (4), princi‑ palmente em sementes de algodão e dioxinas/PCB (3).
matérias‑primas dos alimentos para animais (47% de todas as
– Mais de 2/3 das contaminações notificadas relacionadas com aflatoxinas em sementes para alimentos de aves rejeitadas nas fronteiras de importação da UE (21% de todas as notificações)
notificações). Devemos recordar que atualmente não existe uma norma legal para os contaminantes microbiológicos em alimentos para animais ao nível da UE (exceto em proteínas animais transfor‑ madas), o que significa que a grande maioria das notificações sobre
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Alimentação Animal SEGURANÇA ALIMENTAR
e gorduras e seus derivados. Em 2012, entre as 13 notificações
contaminação microbiológica relaciona‑se com não‑conformidade com normas nacionais.
relacionadas com PCB ou dioxinas, apenas 2 foram relativas a óleos
– Se excluirmos a contaminação microbiológica, em 2012, registaram
e gorduras, as restantes diziam respeito a matérias‑primas para
‑se 79 notificações relacionadas com alimentos para animais de criação, ou seja, o mesmo número que em 2011. No entanto, o padrão é significativamente diferente, com o dobro de casos de contaminação por aflatoxina (11 vs. 6), e duas vezes menos contaminação por dioxinas/PCB (13 vs. 24). O número de alertas referentes a substâncias proibidas aumentou significativamente (com 10 notificações relacionadas com a presença de substâncias medicinais proibidas (vs. 7 em 2011) ou sobredosagens de oligoe‑ lementos ou substâncias medicinais (5). É também de salientar em 2012 a incorporação fraudulenta de um biocida numa pré‑mistura que desencadeou 3 notificações.
alimentação animal (em particular, farinha de peixe) ou aditivos alimentares. Registaram‑se ainda 3 notificações relacionadas com alimentos para animais de estimação. – A maioria dos casos de contaminação com aflatoxina foi relacionada com matérias‑primas destinadas ao setor de alimentos para animais de estimação (alimentos para aves). No entanto, para os alimentos para animais produtores de géneros alimentícios, registaram‑se níveis relativamente elevados de aflatoxinas em sementes de milho e de algodão do sudeste da Europa e esperam‑se mais notificações em 2013. – Apenas um caso de deteção de eventos geneticamente modificados
– Após o incidente das dioxinas na Alemanha, foi imposto um maior controlo à presença de dioxinas/PCB, particularmente em óleos
Notificações em 2012 por tipo de alimento para animais
não autorizados na UE em alimentos para animais foi relatado relativamente a proteínas de arroz da China.
Notificações em 2012 por tipo de contaminante Microbiológico Microbiológico
20 20
Alimentos Alimentos compostos compostos
13 13
11 11 11 18 18
Aditivos/pré-misturas Aditivos/pré-misturas alimentos alimentos para para animais animais
140 140
PAP/ de osso PAP/fragmentos fragmentos de osso Dioxinas/PCB Dioxinas/PCB
26 26
Matérias-primas Matérias-primas para para alimentos alimentos para para animais animais
151 151
Aflatoxinas Aflatoxinas
17 17
153 153
16 16 4 4
Alimentos Alimentos para para animais animais de de estimação estimação
Metais Metais pesados pesados Substâncias Substâncias proibidas proibidas// sobredosagem sobredosagem OGM não autorizados OGM não autorizados EU EU Pesticidas/biocidas Pesticidas/biocidas Outros Outros
78 78
Evolução de notificações totais por tipo de contaminantes entre 2011 e 2012 18 0 16 0 14 0 12 0 10 0 80 60 40 20 0
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Alimentação Anim a l
Outros
Pesticidas / Biocidas
OGM não autorizado na UE
Substâncias proibidas
Metais pesados
Dioxinas / PCB
PAP/Fragmentos de osso
Aflatoxinas
Microbiológico
2011 2012
Distribuição de notificações de alimentos para animais por Estado‑membro Estados‑membros Reino Unido Alemanha Bélgica Itália Espanha Suécia Países Baixos Áustria Dinamarca Polónia Finlândia França Chipre Estónia Grécia Lituânia Irlanda Letónia Rep. Checa Hungria Noruega Portugal Eslováquia Eslovénia Islândia Luxemburgo Total UE+EEE
Notificação de alerta (NA) 0 0 2 1 0 0 0 0 0 1 0 0 3 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 8
Notificação de Informação (NI) 0 19 17 6 9 21 5 16 4 10 8 4 1 0 1 2 2 2 2 1 2 0 2 2 0 1 137
Rejeições na fronteira (RF) 4 0 0 0 8 0 0 0 7 4 0 1 2 5 5 2 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 39
Alimentos para animais de estimação (NA+NI+RF) 0+0+52 1+9+7 1+14+0 0+13+4 0+2+3 0+1+0 0+2+12 2+1+0 4+1+1 0+1+0 0+2+0 0+0+2 0+0+0 0+1+0 0+0+0 0+0+0 1+0+0 0+0+0 0+0+0 0+0+0 0+0+0 0+0+2 0+0+0 0+0+0 0+1+0 0+0+0 9+48+83
TOTAL 56 36 34 24 22 22 19 19 17 16 10 7 6 6 6 4 3 3 2 2 2 2 2 2 1 1 324
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Alimentação Animal Notícias
CAP e Revista “Alimentação Animal” visitam Explorações da Raporal
Como é sabido, após a entrada em vigor, o ano passado, das normas de bem‑estar animal nas galinhas poedeiras, a partir de janeiro deste ano, o setor da suini cultura tem de cumprir um novo regime de proteção dos suínos nos locais de criação e engorda, com a imposição de áreas livres por animal e de dimensões dos pavimentos de grelha em betão para as diferentes categorias de animais. Depois do número anterior da Revista “AA” ter sido dedicado ao tema do Bem‑Estar Animal, aproveitámos a visita à Raporal de uma delegação da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) ligada aos Serviços de Aconselhamento Agrícola, para testemunharmos o que se está a fazer nesta área. A visita e as explicações foram dadas pelos Administradores da empresa, Cristina de Sousa e Pedro Lagoa, a quem agradecemos a disponibilidade e a partilha de pontos de vista. A Raporal surgiu em 1971, a partir da associação de 18 suinicultores, tendo em vista a produção de alimentos compostos para os seus animais. Em 1980 foi adquirida a primeira exploração pecuária da empresa, destinada à produção de suínos, sendo atualmente gerido um universo de apro‑ ximadamente 40 unidades de produção, especializadas em suínos (8 000 porcas reprodutoras) e bovinos (3 000 animais em engorda). No contexto atual, e depois das alterações estratégicas operadas nos 46 |
Alimentação Anim a l
últimos 6 anos, com a aquisição de explo‑ rações e arrendamentos, bem como os investimentos na indústria de carnes (marca STEC), a Raporal assume‑se como um dos principais intervenientes no mercado nacional de produção animal, sobretudo ao nível da Fileira da carne de porco. Tendo como objetivo criar dimensão nas 3 áreas de negócio, numa estrutura verticalizada, a aposta na exportação é outra prioridade do Grupo, bem como a relação com a grande distribuição (de que é exemplo o projeto “Porco com Mais Sabor”) e uma aproximação ao cliente, com a “Loja da Carne”. A empresa assume também o “rigor no cumprimento legislativo, as regras de segu‑ rança alimentar, e o respeito pelo ambiente”, e foi nesta perspetiva que iniciaram e desenvolveram todos os investimentos na área do bem‑estar animal, o que representa um esforço financeiro elevado. Durante a visita à Herdade do Gamoal, uma exploração com 300 hectares, sobretudo de floresta, com 1 400 porcas e uma média de 30 leitões/porca, não deixámos de abordar toda esta problemática das regras relativas ao BEA e o impacto previsível na suinicultura nacional, bem como a legislação ligada ao REAP, o tratamento dos efluentes e os elevados preços das matérias‑primas que, infelizmente, oneram os custos de produção da pecuária e que não podem ser repassados para os consumidores finais, ao longo da cadeia alimentar.
A l i m e n tação A n i m a l
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Alimentação Animal Notícias
VISITA ÀS RAÇÕES ZÊZERE
Continuando o Programa de visitas às empresas Associadas, uma delegação da IACA, constituída pela Presidente, Engª Cristina de Sousa, Secretário-Geral Jaime Piçarra e pela assessora técnica Engª Ana Cristina Monteiro, teve uma reunião no pas‑ sado dia 25 de junho com os responsáveis da empresa Rações Zêzere, Jorge Fernandes, Presidente do Conselho de Administração e o Director Geral Luís Guilherme. A empresa nasceu em 1981, com a desig‑ nação inicial de UPEZEL – União Pecuária do Zêzere e resultou de investimentos realizados por 6 sócios, com actividades no sector da pecuária. Atualmente, esta nossa associada é uma das principais empresas no sector dos ovos e, para além da aposta na exportação, pretende diversificar as áreas de negócios, designadamente ao nível dos petfoods. Com várias certificações, no âmbito da qualidade, responsabilidade ambiental e segurança alimentar, e em breve ética e responsabilidade social, têm como grande objectivo a certificação no domínio do produto. Passados em revista inúmeros dossiers, desde logo a situação do mercado das matérias-primas, a volatilidade excessiva dos preços, designadamente da soja que, apesar das boas produções no mercado mundial, não chega aos utilizadores a preços razoáveis e continua em alta. Neste ponto, apesar da reduzida margem de manobra da IACA, foi focada a relação com os forne‑ cedores, designadamente a exigência de qualidade que deve ser essencial para todos nós, já que quando surge um problema no 48 |
Alimentação Anim al
mercado, é toda a Indústria que é respon‑ sável. Nesta perspectiva foi bem acolhido o projecto da IACA de desenvolver um sistema de qualidade, o QUALIACA, o qual deve ser desenvolvido, se possível, em conjunto com os nossos fornecedores e com as autoridades oficiais. Esta iniciativa poderá ser ainda mais importante na avaliação dos fornecedores e na defesa do nosso sector ao nível da sua responsabilidade ao longo da cadeia alimentar. O problema dos OGM e dos stocks estratégicos, bem como o deficit de proteínas na União Europeia são outros dos estrangulamentos que afectam a nossa Indústria. Os responsáveis da empresa chamaram a atenção da IACA para situações de concor‑ rência desleal, pelo que é urgente fazerem chegar à Associação os casos concretos para que os possamos levar às autoridades. A questão do IVA e o diferencial entre Portugal e Espanha foi outro problema colocado, designadamente nos alimentos para cavalos e petfood, potenciando a entrada de rações ilegalmente, sobretudo nas zonas transfronteiriças. A excessiva burocracia nos processos de licenciamento, o REAP, as normas do bem-estar e as restrições recentemente impostas às galinhas poedeiras, num mercado que está a ser muito afectado pelo excesso de produção em Portugal e em toda a Europa, “uma conjuntura dramática”, a regulamentação ATEX e a relação com as cadeias de distribuição são outras preocupações da empresa e que estrangulam o normal desenvolvimento
da actividade. Os objectivos da IACA no âmbito da Plataforma “Peço Português” são bem acolhidos, bem como o papel da Associação no apoio às empresas e o empenho na resolução dos dossiers, quer em Portugal, quer no seio da União Europeia e em Bruxelas, com responsabilidades acrescidas neste momento uma vez que fazemos parte do Praesidium. Num contexto de grandes dificuldades, os responsáveis das Rações Zêzere não desistem. Confiança e vontade não faltam, apesar dos obstáculos e contam com fornecedores e clientes para os apoiar neste processo. Todos os parceiros são necessários e a IACA estará sempre dis‑ ponível para ajudar no que for necessário. Porque é essa a nossa razão de existir, para esta e todas as nossas associadas. A IACA e a Revista “Alimentação Animal” agradecem aos responsáveis das Razões Zêzere as propostas e sugestões que deixaram, a visita à fábrica que permitiu um melhor conhecimento dos processos de pro‑ dução e toda a logística de funcionamento, os conhecimentos que partilharam, bem como os pontos de vista que expressaram relativamente aos temas discutidos. O nosso Muito Obrigado pela forma sim‑ pática e calorosa como nos receberam em Ferreira do Zêzere.
Alimentação Animal Notícias das Empresas
29º Simpósio ANUAL da Alltech desafia participantes a olharem para o futuro em 2020 O 29º Simpósio Internacional Anual da Alltech
o nosso stock ou as suas ações. É a sua saúde e
realizou‑se no passado mês de Maio, em Lexington,
a saúde dos seus amigos e familiares. Você está
Kentucky, EUA, com o tema “Glimpse: the future
no negócio de saúde humana. “
in 2020”.
Dr. Mark Lyons, Vice‑Presidente de Assuntos Corpo‑
Todas as sessões do evento foram um desafio
rativos da Alltech também destacou a importância
constante aos participantes de olharem para o
da segurança alimentar, partilhando a visão da
futuro, procurando oportunidades para deixar
empresa em ajudar a expandir a produção agrícola na
impacto no setor de agronegócio e dar ao produtor
China. De acordo com Lyons, a segurança alimentar
de amanhã uma vantagem competitiva no mercado.
é vista como o “calcanhar da China o potencial de
Drª Rebecca Timmons, Diretora Global de Aplicações
Aquiles”, e é por demais importante.
de Pesquisa e de Qualidade para Alltech, falou para
O plano da China em cinco anos foca‑se em fazer
mais de 2 300 participantes de 72 países diferentes,
explorações maiores, mais eficientes e mais ras‑
destacando as mais recentes aplicações de algas
treáveis.
na pecuária e nutrição humana.
Qual é o plano em cinco anos para a Alltech? Que‑
Enquanto até aqui se tem associado as algas a uma
remos ser uma marca internacional com um coração
fonte de biocombustível, as microalgas contêm
chinês “, disse Lyons. “Queremos estabelecer
grandes quantidades de ácido eicosapentaenóico
firmemente a liderança de mercado, uma parceria
alta qualidade (EPA) e ácido docosahexaenóico
com o governo e alimentação levando, produção e
(DHA), que podem trazer melhorias nutricionais
empresas de alimentos, e dar aos nossos clientes
adicionais às rações e alimentação. Atualmente,
uma vantagem competitiva.
as fontes mais comuns de DHA ou “boa gordura” são farinha de peixe e óleo de peixe. No entanto, Drª Timmons afirmou que esses produtos muitas vezes podem ser inconsistentes, insustentáveis e inseguros. “Os benefícios vão ser duplos: iremos ter esses benefícios nos animais, bem como através do produto final enriquecido para o consumidor. Isto significa que estaremos a melhorar o seu retorno ao criar simultaneamente uma população mais saudável de seres humanos e animais”, afirmou Timmons.
“Fundador e presidente da Alltech, Dr. Pearse Lyons desafiou os delegados a ajudar o agricultor do futuro a usar os recursos, ideias e soluções fornecidos durante o evento deste ano. No total, 175 palestrantes no Simpósio, 20 sessões e 22 jantares temáticos focaram como o agronegócio pode superar o desafio de produzir alimentos suficientes para alimentar três mil milhões de novos moradores urbanos, ou nove bilhões de pessoas no total até 2050.
Dr. Patrick Wall, University College Dublin, na Irlanda, salientou a importância da segurança alimentar no processo que é alimentar a crescente população de hoje. O ex‑veterinário, médico, empresário e presidente da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos afirmou: “Temos o objetivo fundamental de fornecer alimen‑ tos seguros e nutritivos. Estamos no negócio da saúde humana, enquanto os médicos e enfermeiros estão no negócio de doença “, disse Wall. “Qual é o nosso bem mais precioso? Não é a sua exploração,
Rebecca Timmons
Mark Lyons
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Ficha técnica ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC‑ 500835411
TRIMESTRAL ‑ ANO XXIV Nº 84 Abril / Maio / Junho
DIRETOR Cristina de Sousa
CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO Ana Cristina Monteiro Germano Marques da Silva Jaime Piçarra
Agenda de Reuniões da IACA Dia
ABRIL 2013
1
Reunião Preparatória “Peço Português” na Presidência da República
4
Lançamento da Campanha “Peço Português” com o Presidente da República e Convidados
5
Colóquio sobre o Futuro do Setor do Leite
10
Visita conjunta com a CAP à Raporal,SA sobre bem-estar animal
11
Reunião da Comissão Executiva
12
Reunião da Direção e Assembleia Geral Ordinária (Aprovação do Relatório e Contas)
16
Grupo de Trabalho “QUALIACA”
17
Reunião da CT 37
19
Plataforma “Peço Português”
22
Plataforma “Peço Português” com a APED
24
Reunião FIPA sobre a PARCA
30
Grupo Consultivo da Carne de Porco (Comissão Europeia/DGAGRI)
Dia
MAIO 2013
Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares
COORDENAÇÃO Jaime Piçarra Amália Silva Serviços da IACA
ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) Amália Silva IACA ‑ Av. 5 de Outubro, 21 ‑ 2º E 1050‑047 LISBOA
8
Reunião da Comissão Executiva
9
Seminário CAP sobre a Reforma da PAC
iaca@iaca.pt
15
II Jornadas de Alimentação Animal Dia do Agricultor no INIAV
SITE
21
Plataforma “Peço Português”
27
Reunião da Comissão Executiva
30
I Forum Sustaurusvet
31
Mesa Redonda “III Seminário de Nutrição de Bovinos de Carne”
Tel. 21 351 17 70 Telefax 21 353 03 87
www.iaca.pt
EDITOR Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA
EXECUÇÃO GRÁFICA Sersilito ‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209
Dia 4a8
JUNHO 2013 XXVI Congresso da FEFAC
4471‑909 Gueifães ‑ Maia
12
Participação no Programa da RTP “Sociedade Civil”
PROPRIETÁRIO
14
III Encontro sobre Biotecnologia e Agricultura
Associação Portuguesa dos Industriais de
17
Reunião “QUALIACA”
18
Reuniões da Comissão Executiva e da Direção
19
VI Congresso Nacional de Suinicultura
20
Grupo Consultivo dos Cereais (Comissão Europeia/DGAGRI)
25
Visita à Rações Zêzere,SA
27
Seminário ACICO 2013
Alimentos Compostos para Animais ‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ‑ 2º E 1050‑047 Lisboa
DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89
REGISTO Nº 113 810 no ICS
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TOTAL NUTRITION FEEDING ANIMALS FOR HEALTH AND GROWTH
Sal CURB® • Lysoforte® • Kemzyme® • Myco CURB®
Kemin AgriFoods Campo Grande, 35 8D, 1700-087 Lisboa, Portugal tel:+351.214.157.500 fax: +351.214.142.172 A l i m e n tação A n i m a l © 2011 Kemin Industries, Inc. and it group of companies 2011 All rights reserved.
®™
Trademark Registered by Kemin Industries, Inc. USA
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