Outubro–Novembro–Dezembro 2015 (Trimestral) — 3€ (IVA incluído)
ANO XXVI Nº 94
20 16 t segurança empo t econfiança mpo de
de
Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA
ALIMENTAÇÃO ANIMAL EDITORIAL
PERSPETIVAS PARA 2016
Ulisses Mota Diretor da IACA
ÍNDICE 03 04
EDITORIAL
06
SEGURANÇA ALIMENTAR
18
SUSTENTABILIDADE
22 32 36 40 46 50
INVESTIGAÇÃO
TEMA DE CAPA
PLANO DE AÇÃO SFPM NOTÍCIAS NOTÍCIAS DAS EMPRESAS AGENDA
Numa altura em que a IACA tem assumido, e bem, a promoção e pedagogia da qualidade, da exigência e da segurança alimentar como reforço da confiança na Fileira da Alimentação Animal, designadamente na Indústria dos alimentos compostos para animais - a generalidade dos artigos desta edição da Revista são dedicados a este tema - vale a pena perspetivar o ano de 2016 e o que dele podemos esperar. Conhecidas as dificuldades ao nível do mercado dos produtos pecuários, acentuadas em 2015 pelas crises no leite e nos suínos, tem vindo a ganhar relevância o setor dos petfood, conquistando uma crescente quota de mercado às importações, criando emprego e valor para a economia nacional. Quando em 2000 se começou a produzir alimento seco para cães em Portugal, poucos acreditavam no potencial e no enorme crescimento que o sector viria a atingir no nosso Pais. Aliás, muitas foram as iniciativas da IACA (que ainda continuam) a chamar a atenção para o problema do diferencial da taxa do IVA entre Portugal e Espanha, como um fator limitante e de grande constrangimento ao seu desenvolvimento, apesar de sempre termos contado com os sucessivos responsáveis dos Ministérios da Agricultura e da Economia para esta causa. Durante alguns anos apenas tivemos 2 fabricantes. No final do primeiro semestre de 2016 vamos dispor de 6 unidades de produção de petfood em Portugal. Ao longo destes 15 anos a evolução foi enorme, grandes investimentos foram feitos, quer nos mais modernos equipamentos de produção, assim como na qualidade e imagem dos produtos. Estes investimentos permitiram estar ao nível dos melhores fabricantes europeus. A primeira extrusora instalada em Portugal apenas produzia 800 kg/hora, atualmente temos extrusoras que produzem desde as 4 toneladas até 12 toneladas/ hora, nas linhas mais recentes, a qualidade da moagem (inferior a 1mm) e a utilização de vacum Cooter, permitem utilizar grandes quantidades de líquidos, (óleos, gorduras e digest), produzindo um produto final de excelente qualidade. Relativamente aos subprodutos de origem animal, matéria-prima fundamental na produção deste tipo de produtos, também existiu uma enorme evolução; dispomos em Portugal de proteína animal transformada de excelente qualidade, em tudo idêntico ao que melhor se produz na Europa, pese embora os preços um pouco mais elevados. Dispomos de unidades dedicadas exclusivamente aos subprodutos de aves, uma especializada em carne de coelho e outras nas restantes espécies (bovinos e suínos). Com a junção de ambos os fatores, Fabricantes de Petfood e matérias-primas, reunimos em Portugal condições para produzir alimentos de grande qualidade. No entanto, devido à crise, os produtores nacionais estão mais focalizados para a produção de alimentos de gamas económicas, em detrimento de produtos Premium, e Super premium. Esta especialização nos produtos económicos permitiu que tenhamos atualmente em Portugal um preço de venda igual ou inferior ao praticado pelos nossos vizinhos espanhóis, dificultando, cada vez mais, a sua entrada em território nacional. Com a entrada em produção de uma nova unidade, e tendo em conta que as marcas de referência continuaram a ser produzidas fora do nosso território, passamos a dispor em Portugal de capacidade de produção instalada superior ao nosso consumo. Para minimizar este problema teremos que introduzir novas referências direcionadas para pequenos nichos de mercado, e encontrar parceiros além-fronteiras de modo a escoar os excedentes de produção. Em muito pouco tempo passamos de uma situação deficitária para uma excedentária, que num futuro próximo poderá colocar em causa a sustentabilidade de um setor tão recente em Portugal. Também por isso, o QUALIACA e o reforço do controlo de qualidade das matérias-primas, onde tudo começa, é tão importante, porque é por aí que ganhamos capacidade competitiva. Que passa por uma estratégia inequívoca de exigência, qualidade e segurança, afirmando os nossos produtos, seja a nível nacional ou nos mercados externos, criando Confiança e Excelência, ao longo de toda a cadeia alimentar. Seja nos produtos alimentares de origem animal, ou nos alimentos para animais de companhia, é a imagem do Setor e do País que está em causa. Só poderemos ser sustentáveis se formos capazes de ir ao encontro das necessidades dos animais, ao nível da saúde e bem-estar animal, e das exigências dos nossos clientes! E esse é o mesmo desafio que se vai colocar a toda a Indústria em 2016 e nos próximos anos. A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA
Outubro–Novembro–Dezembro 2015 (Trimestral) — 3€ (IVA incluído)
ANO XXVI Nº 94
20 16 t segurança empo t econfiança mpo de
de
Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA
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A LIMEN TAÇÃO AN IM A L
TEMPO DE SEGURANÇA… TEMPO DE CONFIANÇA Um ano após o período de assistência económica e
da PAC, como o “greening”; o esforço continuado
financeira, Portugal registou alguma recuperação da
da parte das autoridades nacionais, no sentido da
economia e na redução do desemprego, beneficiando
abertura de mercados externos para os produtos
de uma situação relativamente positiva ao nível
agroalimentares e, finalmente, a cumplicidade
da União Europeia e do mercado mundial, apesar
entre a Administração Pública em muitos dossiers,
da desaceleração do crescimento em algumas
designadamente do Ministério da Agricultura, indo
economias emergentes, como a China e o Brasil.
ao encontro das necessidades e reivindicações
Ao nível mundial e na União Europeia, o ano ficou
do Setor, sobretudo ao nível do QUALIACA e do
marcado pela crise dos refugiados, pelos atentados
dossier dos OGM, que deverão ser prosseguidas
terroristas, tensões e conflitos internacionais que
pelo atual Governo.
condicionaram o crescimento económico global,
Aliás, a criação do Gabinete de Crise para os setores
provocando divisões, desde logo entre os Estados-
do leite e da suinicultura, e a forma como tem sido
-membros, questionando-se a validade do projeto
gerida a crise da carne de porco, na sequência
europeu e de alguns acordos internacionais.
das medidas acordadas em Bruxelas, sobretudo
Numa Europa enredada nas suas incoerências e
facilitando os contactos com a grande distribuição
contradições, num mercado cada vez mais global ou
e com insistências na rotulagem de origem (porque
“glocal”, os objetivos continuam a ser os de afirmar
não também no leite?), permitem concluir que
o crescimento económico e o emprego, sendo
poderemos ter no Ministério um parceiro, em
considerada a internacionalização e os acordos
quem confiar, na defesa dos interesses da Fileira
comerciais, como o terceiro pilar da PAC. Uma
Pecuária e Agroalimentar.
Política que, mal acaba de ser reformada e ainda
Se estes aspetos condicionaram a conjuntura do
não implementada na sua plenitude, já tem agenda
ano passado de uma forma positiva, tivemos outros
de reflexão para o período pós-2020, marcada
que pesaram negativamente e que aumentaram
para o primeiro semestre de 2016, no quadro da
as preocupações: desde logo, a continuidade do
presidência holandesa.
embargo russo, que ao limitar as exportações de
De facto, em 2015, tivemos um conjunto de fatores
leite e carne e porco, com o aumento da oferta des-
muito positivos para o Setor, como a quebra,
tes produtos, criou excedentes na União Europeia
relativamente importante, nos preços das princi-
que não encontraram escoamento em mercados
pais matérias-primas para a alimentação animal,
alternativos, com preços abaixo dos custos de
consequência das condições climatéricas favorá-
produção nestes sectores; a relação euro/dólar
veis e recordes de produção nos cereais (União
que, devido á desvalorização da moeda europeia,
Europeia) e de soja a nível mundial, com impacto na
pese embora a promoção das exportações, não
oferta e na reconstituição de stocks; a tendência
permitiu acomodar, na sua totalidade, a baixa
de baixa de preços das principais matérias-
dos preços das principais matérias-primas na
-primas e maiores disponibilidades forrageiras,
origem; a quebra dos preços do petróleo, com
que permitiu diminuir os custos da alimentação
influência direta em países exportadores, como
animal e tornar a pecuária mais competitiva – em
por exemplo, Angola, que são destinos importantes
particular nos países mais “eficientes” da União
das exportações nacionais; a apresentação de uma
Europeia, sobretudo ao nível do leite e da carne
proposta da parte da Comissão Europeia sobre a
de porco, com um aumento dos efetivos e das
nacionalização das importações de OGM (“opt-out”)
produções europeias; os preços do petróleo, em
relançando o debate europeu sobre a biotecnologia,
baixas sucessivas, bem como a imposição de
a necessidade de assumir responsabilidades da
metas nos Estados Unidos para a produção de
parte dos Estados-membros e a credibilidade
bioetanol, com reflexos favoráveis nos preços do
das aprovações e do consumo destes produtos
milho e das oleaginosas; um aumento da oferta,
na opinião pública; a divulgação sucessiva de
ainda que não significativo, das proteaginosas na
estudos sobre a qualidade do leite e o impacto
União Europeia, o que fica a dever-se, em parte,
do consumo de leite junto da opinião pública e
às medidas implementadas no quadro da reforma
dos consumidores, criando uma perceção errada
quanto às vantagens do consumo de leite;
modernas sociedades e nos mesmos fóruns
claras e precisas. É também por isso que o
no final do ano, a divulgação de um estudo
em que nós participamos.
QUALIACA que iniciámos ainda que numa
do IARC, bastante polémico até do ponto de
Também por isso, temos de mostrar que
forma de teste, a 14 de dezembro, é tão
vista da metodologia e da forma como foram
estamos preocupados com os consumidores,
importante para esta estratégia.
divulgadas as conclusões – postas em causa
que todos os dias trabalhamos para a saúde,
Com o consumidor no “centro do Mundo”
até pela EFSA, – sobre as consequências do
bem-estar e sustentabilidade, para construir
esta é uma abordagem e um conceito que
consumo de carnes vermelhas e de produtos
uma Sociedade mais saudável, mais justa,
não podemos, nem devemos esquecer, muito
transformados na saúde dos consumidores,
mais coerente, sem perder a noção da criação
menos ignorar. É por isso que um tempo de
considerando estes produtos como potencial-
de valor e da dimensão económica. De uma
Segurança é, definitivamente, um tempo de
mente cancerígenas. A mesma entidade que
forma Responsável.
Confiança.
teceu críticas à recente avaliação da EFSA
Numa altura em que as dificuldades dos
Porque queremos estar no Mercado e ter
relativamente ao glifosato, cujo trabalho
mercados se fazem sentir, ainda é mais
um Setor da Alimentação Animal relevante
científico acaba de ser defendido e valorizado
importante a segurança, a qualidade e a
nos próximos anos.
pelo Comissário Andriukaitis.
excelência dos nossos produtos, produzidos
Numa altura em que o sistema de alerta
em Portugal, com identificação e rotulagem
Jaime Piçarra
rápido para a alimentação humana e animal (RASFF) celebra 35 anos de existência e em que se “apuram” os mecanismos de controlo, monitorização e segurança alimentar – mais de 50% dos alertas são devido aos autocontrolos das empresas – a FEFAC (e a própria FAO e Comissão Europeia) propõe uma nova abordagem para a gestão da segurança da alimentação animal, de forma a conter riscos emergentes e evitar crises alimentares, numa crescente partilha de responsabilidades ao longo da cadeia alimentar, envolvendo um trabalho entre as associações e as autoridades oficias dos Estados-membros. As conclusões são evidentes e óbvias: os setores são chamados a participar nos planos de controlo, credibilizando sistemas de garantia de qualidade, sobretudo ao nível dos contaminantes, reduzindo custos ao nível do autocontrolo; as autoridades porque ficam a conhecer melhor a realidade da alimentação animal, com maior transparência e eficácia. Melhora a imagem e a Confiança. Temos ainda o problema das alterações climáticas e as conclusões da recente Cimeira de Paris, em que foram fixadas novas metas relativamente às emissões de gases com efeito de estufa. A resistência antimicrobiana é outro tema relevante e que se liga aos alimentos medicamentosos. Em todos estes casos, falamos de perceção do consumidor e do muito que há a fazer para alterar a imagem que existe hoje da produção animal, confrontada com críticas, ambiguidades e mitos da parte de ambientalistas, de alguns cientistas, de movimentos antiglobalização ou antissistema e que, legitimamente, têm direito a se exprimirem nas A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SEGURANÇA ALIMENTAR
MATÉRIAS-PRIMAS, SUA QUALIDADE E CRISES ALIMENTARES 1 O tema que me foi proposto abordar sumariamente – impacto da qualidade do milho e da soja no desempenho animal –, poderá talvez dividir-se em duas vertentes: uma respeitante à composição química das referidas matérias-primas e outra relativa ao seu estado sanitário, parecendo-me pertinente trazer também à colação eventuais implicações na biossegurança.
Manuel Chaveiro Soares* Grupo Valouro
A primeira é no seu essencial objecto de contratos comerciais onde se fixam determinadas características do bagaço de soja – e.g. teor de proteína bruta – e do milho – e.g. teor máximo de água, % de grãos partidos. Trata-se de características de relevante interesse do ponto de vista do valor nutritivo da matéria-prima e, por conseguinte, da sua influência no desempenho zootécnico e seu valor comercial. As referidas características são fácil e prontamente determinadas, designadamente nas fábricas que dispõem de resposta laboratorial atempada. Assim sendo, qualquer variação composicional, relativamente ao acordado, pode ser considerada no ajustamento tanto do preço da matéria-prima, como da formulação dos alimentos compostos. Não deixa, todavia, de causar transtornos, designadamente quando se trata de variações acentuadas, como por vezes acontece, nomeadamente no teor de proteína bruta do bagaço de soja, que não raras vezes oscila 2 pontos percentuais ou mesmo mais. Nestas circunstâncias, o pronto ajustamento, de um número mais ou menos elevado de fórmulas, causa perturbação na fábrica. Mas, mais grave será quando a fábrica não dispõe de uma informação pronta e a formulação peca por défice proteico, tendo então consequências gravosas para a performance zootécnica dos animais. Em situações muito excepcionais, como será, por exemplo, o caso de um bagaço de soja submetido a um tratamento térmico inadequado, a matéria-prima poderá ser recusada pelo fabricante de alimentos compostos para animais. A este propósito cumpre acrescentar que, nos controlos laboratoriais efectuados na nossa empresa, não há registo de qualquer não conformidade respeitante ao referido parâmetro. 1
Comunicação apresentada no Seminário ACICO 2015, Tomar, 25 de Junho.
* Engº Agrónomo (PhD, Agreg.)
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ALIMEN TAÇÃO AN IM A L
Mais complexa será, na minha modesta opinião, a vertente sanitária, designadamente a presença de substâncias indesejáveis. E, como todos nos recordamos, este tipo de contaminação esteve na origem de algumas crises alimentares, com consequências muito gravosas, mormente para a fileira pecuária. No que ao tema proposto diz directamente respeito, eu creio que a problemática mais aguda reside na presença acidental de micotoxinas, nomeadamente no milho. Importa reconhecer a eventual dificuldade em obter uma amostra representativa, porque frequentemente é baixa a percentagem de grãos contaminados e estes, em geral, não se encontram distribuídos uniformemente no lote, formando inclusivé bolsas. Também se reconhece que, no caso de milho importado, pode não ser tarefa fácil ter um conhecimento cabal das características que o mesmo irá apresentar aquando da recepção na fábrica de alimentos compostos, pois desde a colheita até à chegada à fábrica o milho está exposto a diversos condicionalismos, nem sempre facilmente conhecidos por parte do importador. Dentre as micotoxinas sobressaem, pelos seus efeitos deletérios, a aflatoxina B1, nos alimentos para animais, e precursora da aflatoxina M1, susceptível de estar presente no leite. Sublinhe-se que a aflatoxina B1 é um dos carcinogénios mais potentes que ocorre na Natureza, correspondendo-lhe designadamente uma LD50 de 0,34 mg/kg peso vivo em jovens patos Pekin. Reconhecendo o que precede, a legislação (Regulamento (UE) Nº 574/2011 da Comissão, de 16 de Junho de 2011) estipula limites máximos para as aludidas aflatoxinas. Mas, parece pertinente acrescentar que as análises, desde há alguns anos regularmente efectuadas no milho utilizado na nossa empresa, têm revelado ausência de aflatoxina B1 e, talvez não menos esclarecedor, fornecendo nós alimentos compostos para grande parte dos patos Pekin criados em Portugal, ainda não se observou naqueles qualquer efeito deletério associado à possível ingestão da aflatoxina B1. Este panorama é, felizmente, completamente distinto do observado entre 1996 e 1999, quando as investigadoras M. L. Martins e H. M. Martins, do LNIV, verificaram, em 217 amostras de alimentos compostos para bovinos, que 25% apresentavam
teores de aflatoxina B1 superiores aos legalmente fixados. Ultimamente, porém, tenho notícia de que tem sido detectada, com alguma frequência, a presença da ocratoxina A em milho e noutras matérias-primas, sabendo-se que os suínos são muito sensíveis à referida micotoxina, que pode provocar a chamada “nefropatia porcina”. Ainda no âmbito das contaminações de origem microbiana e no que respeita à duas matérias-primas em apreço – milho e soja –, parece oportuno fazer uma breve referência às salmonelas – agentes causadores da salmonelose, responsáveis por grande parte das intoxicações alimentares de origem bacteriana. Recordo-me de, há muitos anos, ter chegado a Lisboa um lote de bagaço de soja fortemente contaminado, devido a uma infestação por ratos – importantes reservatórios das bactérias do género Salmonella. Nesta matéria, assim como noutros campos da segurança sanitária dos alimentos, não existe risco zero; mas pode, evidentemente, ser minimizado. Cumpre acrescentar que, há alguns anos, na nossa empresa, foi necessário preparar um alimento composto farinado, sem tratamento térmico, e isento de salmonelas. Este era um requisito sanitário imperativo. Perante esta exigência, procedeu-se a um controlo rigoroso das matérias-primas utilizadas, que incluíam o bagaço de soja, não se tendo então detectado a presença de salmonelas. Ulteriormente e até ao presente, manteve-se o referido controlo analítico, nomeadamente no bagaço de soja, podendo informar que, até hoje, os resultados têm indicado ausência de Salmonella spp. Pessoalmente, estou convicto que as crises alimentares a que aludi anteriormente e que tanto têm prejudicado o sector europeu da produção animal, decorrem em grande parte de uma deficiente análise do risco para o consumidor, mormente no que concerne às componentes de avaliação do risco e de comunicação do risco. A título de exemplo, recorde-se a chamada “crise das dioxinas”, ocorrida na primavera de 1999, na Bélgica, em decorrência da administração aos animais de alimentos contaminados com óleo de transformador rico em bifenilos policlorados, denominados “PCBs de tipo dioxina”. O governo belga tinha decidido ocultar a ocorrência do referido incidente; mas uma fuga de informação
conduziu à sua ampla mediatização e concomitante aproveitamento como arma de arremesso político, de que resultou a queda do referido governo. Tanto quanto é do meu conhecimento, este incidente alimentar não causou, todavia, qualquer doença ou morte humana. O chefe do governo derrubado considerou que se tinha tratado de um “veneno político”. Será talvez pertinente acrescentar que a referida deficiente comunicação do risco serviu de lição aos governantes belgas. Com efeito, no ano seguinte foram detectadas, também na Bélgica, concentrações elevadas de PCBs em alimentos para animais, o que levou ao rápido isolamento de 200 explorações pecuárias – sem que assim se tenha dado origem a nova “crise de dioxinas”, susceptível de arrastar consigo um cortejo de consequências nefastas: intranquilidade para os consumidores, prejuízo económico para os produtores. Não obstante esta lição, posteriormente nem sempre os decisores políticos agiram correctamente na análise de risco para o consumidor. Aliás, no meu modesto entendimento, estes assuntos são da responsabilidade da Autoridade Sanitária Veterinária Nacional – a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) no caso em apreço – sendo que os agentes políticos, frequentemente, não estão em posição adequada para tratarem da avaliação e da comunicação do risco alimentar. Todos nos recordamos quando os decisores políticos acusaram os industriais portugueses de alimentos compostos para animais da prática de actos dolosos, na sequência da alegada detecção de concentrações vestigiais de um metabolito (sublinho: metabolito) derivado de uma substância antimicrobiana, cuja incorporação tinha deixado de ser autorizada no alimento composto em causa (mantinha-se então ainda autorizada a incorporação do mesmo tipo de antimicrobiano em alimentos compostos destinados a outra espécie animal). De facto, na prática não é possível adquirir metabolitos, designadamente para incorporar nas rações, e, além disso, a presença de um metabolito nas rações em doses vestigiais não tem qualquer efeito zootécnico. Teria competido aos referidos decisores políticos analisar o risco para a saúde pública e investigar a verdadeira origem da contaminação, antes de ofenderem na praça pública, por práticas dolosas, alguns intervenientes na
cadeia alimentar, incluindo os industriais de alimentos compostos e, igualmente grave, originarem um forte alarmismo social, com consequências económicas gravíssimas para a cadeia produtiva, e, no caso vertente, em decorrência de ulteriores justas decisões judiciais, com custos elevadíssimos também para os contribuintes portugueses. A propósito da deficiente comunicação do risco, parece pertinente trazer à colação a atitude do director-geral da Saúde que, perante alguns surtos de gripe aviária ocorridos fora de Portugal, considerou oportuno anunciar ad nauseum que (sic) «dentro de 6 meses a 6 anos ocorrerá uma pandemia em Portugal». Graças a Deus já decorreram mais de 6 anos sem que se tenha verificado qualquer pandemia no País, mas, na verdade, a venda de carne de aves sofreu então um forte declínio, durante cerca de 6 meses. Como consequência da referida atitude, perderam os produtores por razões óbvias e, igualmente, os consumidores, que evitaram o consumo de uma proteína de alto valor biológico e boas propriedades organolépticas. De salientar que, posteriormente, verificaram-se algumas intervenções meritórias da DGAV, no âmbito da análise do risco para o consumidor, nas quais aquela entidade denotou elevada competência profissional e responsabilidade social. A terminar e na minha modesta opinião, a propósito do tema que venho abordando, por afinidade com o comentário anteriormente citado do ex-primeiro ministro belga, acerca do “veneno político”, a análise do risco, mormente nas vertentes da avaliação e da comunicação, é essencial que seja da responsabilidade de uma autoridade sanitária competente, pois no meu entendimento esta matéria, quando deficientemente tratada, tem trazido os maiores prejuízos, quer à cadeia produtiva quer aos consumidores. Por isso e no que concerne à segurança dos alimentos, nomeadamente das matérias-primas agora em apreço, mas não só, considero muito pertinente a intervenção proficiente da DGAV, em articulação coordenada com os actores económicos envolvidos na cadeia alimentar. Neste âmbito, estou convicto que o denominado Projecto QUALIACA poderá vir a estruturar a intervenção dos diversos intervenientes, contribuindo, nomeadamente, para minimizar os riscos sanitários, susceptíveis de originar graves crises alimentares. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SEGURANÇA ALIMENTAR
SEGURANÇA DOS ALIMENTOS COMPOSTOS E FORNECIMENTO DE MATÉRIAS-PRIMAS ESTRATÉGICAS Ruud Tijssens Presidente
Os princípios da Lei Geral Alimentar constituem igualmente a base da visão da Gestão da Segurança dos Alimentos Compostos da FEFAC; A responsabilidade pela colocação no mercado é dos operadores e a rastreabilidade do produto será sempre assegurada
Annual Report 2014-2015
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A LIMEN TAÇÃO AN IM A L
Estamos muito gratos pela atenção dada ao Relatório Anual Público da FEFAC 2014/2015. Esta é a primeira edição de uma nova forma de relatórios anuais sobre as nossas atividades em Bruxelas. O nosso objetivo é aumentar a visibilidade pública de todos os sete Comités da FEFAC, permitindo que os parceiros da cadeia e as partes interessadas acompanhem os temas mais relevantes e as ações do ano anterior. Sem a dedicação e o empenho dos presidentes e especialistas dos nossos Comités, a FEFAC não conseguiria atingir os objetivos da sua política. Gostaria igualmente de expressar a minha gratidão a todos os nossos parceiros europeus da cadeia por disponibilizarem o melhor dos seus conhecimentos contribuindo para dar forma à política e às ações da FEFAC, fortalecendo assim a posição da nossa indústria na cadeia alimentar como uma Federação Europeia fiável, responsável e pró-ativa. Enquanto Presidente da FEFAC, os dois pilares fundamentais que receberam a maior parte da minha atenção desde a nossa Assembleia-Geral, realizada em Liège em junho de 2014, foram a remodelada Visão de Gestão da Segurança dos Alimentos Compostos e o enfoque renovado no Fornecimento de Matérias-Primas Estratégicas.
Visão de Gestão da Segurança dos Alimentos Compostos A indústria de transformação de pré-misturas e alimentos compostos para animais é um elemento essencial da cadeia de produção de produtos de origem animal. O setor utiliza ingredientes de um grande espectro de fornecedores e origens geográficas e disponibiliza, a milhões de produtores pecuários, alimentos compostos industriais cruciais que se espera que sejam seguros. Uma série de incidentes de segurança alimentar nos últimos anos provou como a cadeia pecuária pode ser vulnerável em caso de deficiências ao nível do fornecimento de alimentos para animais. Na sua visão sobre a gestão da segurança dos alimentos compostos, a FEFAC exige uma mudança de atitude em toda a cadeia alimentar animal em que a abordagem do «topo da pirâmide» é central. Isto implica uma abordagem pró-ativa baseada no risco no que diz respeito a segurança dos alimentos em cada etapa da cadeia, onde é mais eficaz, acompanhada pela transmissão
voluntária de informações ao longo da cadeia com vista a otimizar os recursos de monitorização. Um verdadeiro marco foi alcançado pela indústria europeia de alimentos compostos em 2014, quando o sistema RASFF (Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais) da UE reportou que nada menos do que 50% das notificações RASFF relacionadas com alimentos compostos foram acionadas pelos próprios controlos das empresas, o que ilustra a crescente tomada de consciência da responsabilidade partilhada em termos da segurança dos alimentos compostos. A segurança dos alimentos para animais é tudo menos uma área estática do fabrico de rações, pois existem muitos fatores externos que influenciam a forma de produzir. Por exemplo, as alterações climáticas têm um impacto claro na presença de micotoxinas nos cereais. Além de tudo o mais, existe uma vontade entre os operadores da indústria alimentar de limitar, tanto quanto possível, o desperdício de recursos. Sendo a alimentação animal um destino que preserva perdas no âmbito da cadeia alimentar, os fabricantes de alimentos são incentivados a privilegiarem a saída de alimentos, embora o setor dos «não – alimentos compostos» tenha, muitas vezes, um conhecimento muito limitado dos requisitos da segurança dos alimentos compostos. Aí reside um papel claro para a nossa indústria que é o de intensificar a cooperação com todos os nossos parceiros da cadeia de fornecimento relativamente à complexa matriz de gestão de riscos na alimentação animal em benefício de toda a cadeia alimentar. As propostas legislativas sobre medicamentos veterinários e alimentos medicamentosos têm suscitado um grande interesse político pelo velho tema da resistência antimicrobiana na UE; classificado corretamente como um dos maiores desafios de saúde pública que a sociedade mundial enfrenta atualmente. Na minha função de Presidente da FEFAC, tento sempre deixar bem claro que quando se discute a resistência antimicrobiana em populações de animais, a alimentação animal deverá ser vista como parte da solução, dado que as dietas nutricionalmente equilibradas ajudam a manter os animais saudáveis e contribuem para uma menor necessidade de antibióticos. A proibição de antibióticos promotores do crescimento como aditivos alimentares na UE, quase
há 10 anos atrás, deu origem a inovações na alimentação animal, que muito têm contribuído para aumentar a resiliência dos animais contra as doenças. É, portanto, importante que, se os animais ficarem doentes e os alimentos medicamentosos forem a via preferida de medicamentos veterinários de acordo com o veterinário, os decisores políticos criem o quadro jurídico que torna a sua produção possível. No entanto, não se deve esquecer que o negócio principal dos produtores de rações é produzir alimentos não medicamentosos para animais e a produção voluntária de alimentos medicamentosos para animais é um serviço prestado aos criadores de gado, sujeito a procedimentos muito estritos e a requisitos de controlo oficiais.
Fornecimento de Matérias-Primas Estratégicas Apesar das advertências da FEFAC relativamente à necessidade de garantir o acesso ao mercado da UE das importações vitais de ingredientes de alimentos para animais ricos em proteínas, a Comissão Europeia decidiu apresentar uma proposta altamente controversa sobre a nacionalização das aprovações dos alimentos e rações GM em abril de 2015. Escusado será dizer que esta proposta irá perturbar o comércio internacional, levar à discriminação dos criadores de gado e destruir o funcionamento do Mercado Único para os produtos agrícolas. Caso um Estado-Membro decida proibir ou restringir os seus produtores pecuários de usarem alimentos compostos que contenham matérias-primas derivadas de alimentos GM, essa vontade, por defeito, irá encerrar todo o setor pecuário desse país, devido a uma perda instantânea de competitividade. A UE depende em 75 % das importações para as suas necessidades de ingredientes ricos em proteínas para alimentos compostos. Isto corresponde a 30 a 35 milhões de toneladas por ano, principalmente farelo de soja, para o qual não existe alternativa viável. Continua a ser um mistério para todos os parceiros comerciais, incluindo os países exportadores de matérias-primas para a UE, o facto de a UE prosseguir o seu principal objetivo político de promover o crescimento económico e a criação de emprego, ao mesmo tempo que propõe dividir novamente o seu Mercado Único de comércio agrícola em 28 partes. A FEFAC, juntamente com todos os parceiros da alimentação animal e da cadeia
alimentar da UE, exorta as instituições europeias a rejeitarem esta proposta e a voltarem a uma abordagem de «senso comum», por exemplo, através da aplicação consistente da legislação de aprovação de culturas GM existente com base em avaliações de risco da EFSA. Enquanto isso, a FEFAC alcançou dois marcos significativos sobre a forma de aumentar a sustentabilidade da produção de alimentos para animais e pecuária da UE: Em abril de 2015, a FAO – LEAP aprovou formalmente a primeira versão das linhas de orientação globais de alimentação LCA (Avaliação do Ciclo de Vida) que definem a metodologia para os cálculos de LCA com vista a melhorar as medições da pegada ambiental da produção de alimentos para animais e pecuária. A FEFAC irá utilizar esse instrumento para desenvolver a sua própria orientação do
setor em termos das Regras de Categoria da Pegada Ambiental do Produto (PEFCR) como resultado final do atual projeto-piloto PEF sobre alimentos compostos para animais. Em paralelo, a FEFAC irá juntar-se ao futuro consórcio LEAP para construir uma base de dados global e acessível ao público sobre Alimentação Animal LCA com o objetivo de facilitar a comparação objetiva de medições de LCA a nível global da União Europeia. Os membros da FEFAC também deram um passo significativo no sentido de facilitar o fornecimento convencional de produtos de soja produzidos de forma responsável, em março de 2015 com o lançamento da orientação europeia sobre fornecimento da indústria de alimentos animais. Isto irá conferir maior transparência ao mercado para os nossos membros que estão dispostos a investir em soja responsável.
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| 9 Danisco Animal Nutrition
A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
ALIMENTAÇÃO ANIMAL SEGURANÇA ALIMENTAR
PONTO DE SITUAÇÃO DO RASFF EM 2014 Mais um ano se passou para o RASFF (Sistema
informação a outros países e autoridades
de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios
sobre o risco, os resultados analíticos, as
e Alimentos para Animais), 2014 assinala o
medidas tomadas e a rastreabilidade dos
seu 35º aniversário. É, portanto, adequado
produtos em risco.
que em 2014 uma série de iniciativas cruciais
Notificações RASFF 2014 por classe e tipo
com sucesso, encerrando um capítulo e dando início a outro.
Números das notificações O 35º ano do RASFF foi um ano em que se olhou para o futuro e se uniram esforços com outros sistemas para enfrentar os mais recentes desafios no domínio da segurança alimentar
Em 2014, um total de 3.157 notificações originais 751 foram classificadas como alerta, 410 como
Rejeição na fronteira
Notificações para seguimento
Informação para atenção
Informação para seguimento
Notificações originais
Notificações RASFF por base de notificação
informação para monitorização, 623 como informação para atenção e 1.373 como notificação de rejeição na fronteira. Estas notificações originais deram origem a 5.910 notificações para seguimento, o que representa uma média de cerca de 1,9 seguimentos por notificação original. Para notificações de alerta, esta média sobe para uns impressionantes 4,4 seguimentos Comparando com 2013, são percetiveis algumas diferenças importantes. O número de notificações de alerta aumentou em mais de 25%, ao passo que os outros tipos de notificação foram significativamente menos reportados. Os números globais apresentam uma diminuição insignificante de 1,1% nas notificações originais em comparação com 2013, mas um aumento de 14,6% nas notificações de seguimento, resultando num aumento global de 8,7%. A conclusão geral poderá assim ser que, em 2014, o RASFF concentrou-se no seu «negócio principal», permitindo às autoridades competentes retirarem os alimentos ou alimentos para animais que apresentavam um risco significativo para os consumidores do mercado, aumentando assim a eficiência da rede. Os seguimentos dos alertas tornam isto possível através da
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Alerta
foram transmitidas através do RASFF, das quais
por notificação original.
10 |
Número de notificações
para o RASFF tenham sido levadas a cabo
controlo oficial no mercado controlo oficial em país não membro monitorização dos media intoxicação alimentar queixa de consumidor verificação da própria empresa
controlo na fronteira – remessa controlo na fronteira – remessa disponibilizada controlo na fronteira – remessa retida
As notícias RASFF transmitidas internamente na rede não estão incluídas nos números anteriores nem representadas nos gráficos deste relatório. Registaram-se 41 notícias RASFF enviadas juntamente com 235 seguimentos. Isto significa que as informações transmitidas como notícias RASFF aumentaram 13,6 % em relação a 2013. Após a receção de informações de seguimento, 19 alertas, 26 informações e 15 notificações de rejeição na fronteira foram retirados. As notificações que foram retiradas estão ainda excluídas das estatísticas e dos gráficos. O Ponto de Contacto da Comissão Europeia (ECCP) do RASFF decidiu, após consulta dos países notificadores, não carregar 111 notificações no sistema porque, após a avaliação, concluiu-se que as mesmas não cumpriam os critérios de uma notificação RASFF (notifica-
ções rejeitadas). Isto representa uma diminuição de 108% em comparação com 2013.
1 Desde 2009, incluindo a Suíça. 2 Produtos colocados no mercado num dos países membros, incluindo os países do EEE Noruega, Liechtenstein e Islândia.
Das 3.097 notificações originais contadas no RASFF em 2014, 309 diziam respeito a alimentação animal, cerca de 10 % do total, mas com um aumento em número, pela primeira vez em vários anos. Na imagem a seguir é possível observar que as notificações para a alimentação animal em 2014 são dominadas por microrganismos patogénicos. O segundo motivo, embora significativamente menos importante, corresponde às micotoxinas.
Controlos deficientes ou insuficientes Resíduos de produtos médicos veterinários EET (Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis)
Resíduos de pesticidas
Micro-organismos patogénicos
Aspetos organoléticos
Embalagem defeituosa / incorreta
Micotoxinas
Micro-organismos não patogénicos
Rótulos ausentes / incompletos / incorretos
Metais pesados
Contaminantes industriais
Corpos estranhos
OGM / Alimentos novos
Composição
Aditivos para alimentação animal
Biotoxinas (outro)
Contaminação química (outro)
• Notícias RASFF 14-744 – Salmonella Hartford e Salmonella Newport em pó de semente de chia orgânica do Canadá e dos Estados Unidos: O secretariado da INFOSAN (Rede Internacional de Autoridades de Segurança Alimentar) chamou a atenção da equipa da Comissão RASFF para o aviso de chamada da FDA que referia a distribuição para a Islândia e Eslovénia. O aviso de chamada estava relacionado com um surto de salmonelose em curso nos Estados Unidos e no Canadá. Outras informações recebidas do Canadá via INFOSAN identificaram distribuição para a Holanda, que informou através do RASFF sobre a redistribuição para a Grécia, Espanha, Finlândia e Suécia. A FDA informou o secretariado da INFOSAN sobre a distribuição de um produto afetado para as Bermudas, após o que o Secretariado da INFOSAN informou o ponto de contacto de emergência da INFOSAN no Reino Unido. O ponto de contacto do RASFF
Alimentos para animais
Biocontaminantes
Um pequeno número de notificações é despoletado por um controlo oficial num país não membro. Se um país não – membro informa um membro do RASFF acerca de um risco detetado durante os seus controlos oficiais relativamente a um produto que pode estar no mercado num dos países membros, o membro do RASFF pode notificar esse facto à Comissão para transmissão para a rede RASFF. Em 2014, não se registou nenhuma dessas notificações, mas houve duas notícias RASFF dignas de nota transmitidas sobre incidentes ocorridos em países terceiros:
O ponto de contacto do RASFF da Comissão informou o secretariado da INFOSAN que, por sua vez, lançou um alerta INFOSAN. O Reino Unido promoveu uma chamada de produtos do suplemento alimentar implicados e emitiu um Aviso de Informações de Chamada de Produto para os consumidores no seu sítio web. Sensivelmente na mesma altura, o PCN sueco relatou que detetou duas páginas suecas que venderam o produto em causa. O Reino Unido deu informações sobre uma distribuição do Reino Unido para a África do Sul, Grécia, Espanha, Nova Zelândia, Gibraltar, Chipre, Portugal, Suécia, República da Irlanda e Ilha de Man. Todos os países foram informados através dos pontos de contacto do RASFF.
Adulteração / Fraude
A segunda grande categoria de notificações diz respeito aos controlos oficiais no mercado interno (2). Três tipos especiais de notificações são identificados: quando na base da notificação esteve uma queixa do consumidor, uma notificação por uma empresa a informar o resultado de uma verificação própria ou uma intoxicação alimentar.
• Notícias RASFF 14-763 – Rhizopus oryzae em suplemento alimentar probiótico para lactentes e crianças dos Estados Unidos – o ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças) informou o ponto de contacto do RASFF da Comissão sobre uma chamada da FDA (EUA) associada a um caso de mucormicose infantil com menção de distribuição do produto para o Reino Unido.
Número de notificações RASFF
As notificações RASFF são despoletadas por uma série de causas. Pouco menos de metade do número total de notificações diz respeito a controlos nas fronteiras exteriores do EEE (1) em pontos de entrada ou postos de inspeção fronteiriços, quando a remessa não foi aceite para importação («controlo na fronteira – remessa retida»). Em alguns casos, foi retirada uma amostra para análise na fronteira, mas a remessa não foi retida e sim expedida para o seu destino com selos aduaneiros («controlo na fronteira – remessa sob controlo aduaneiro»). Isto significa que deve permanecer armazenada no local até que o resultado da análise esteja disponível. Noutros casos, a remessa foi disponibilizada (»controlo na fronteira – remessa disponibilizada») sem aguardar o resultado das análises, o que significa que a remessa terá que voltar a ser rastreada caso o resultado seja desfavorável e o produto tenha que ser retirado do mercado.
no Reino Unido, que também desempenha o papel de ponto de contacto de emergência da INFOSAN neste País, solicitou de seguida ao ECCP que informasse imediatamente as Bermudas através do RASFF, o que veio a acontecer. Este incidente mostra claramente a importância da interligação entre RASFF e INFOSAN.
Composição A Alemanha notificou três casos de sementes de ambrosia em vários alimentos para animais. As três notificações foram feitas A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SEGURANÇA ALIMENTAR
devido ao muito elevado teor de flúor em alimentos complemen-
Micro-organismos não patogénicos
tares para animais da Irlanda. Cobre (3), zinco (1) e selénio (4)
A maioria das notificações diziam respeito à não observância dos limites legais de Enterobacteriaceae na legislação relativa aos alimentos para animais. Para garantir a segurança dos géneros alimentícios para animais finais, o Regulamento (UE) n.º 142/2011 estabelece padrões microbiológicos, incluindo critérios para Enterobacteriaceae, que são aplicáveis à transformação e à colocação no mercado de produtos de origem animal utilizados para fins de alimentação animal. 11 notificações foram feitas para ossos de couro, muitas vezes relatadas em conjunto com Salmonella.
foram encontrados em quantidades muito elevados nos alimentos complementares e completos a partir de várias origens.
Alimentos para animais geneticamente modificados não autorizados O arroz GM (Bt63) não autorizado foi encontrado em arroz utilizado em aditivo alimentar de cloreto de colina da China. No total, foram feitas 22 notificações por diferentes países e os produtos foram retirados do mercado. Não foi identificado
Micro-organismos patogénicos
qualquer risco para a saúde em relação a este produto.
Todas, exceto uma, das 151 notificações nesta categoria dizia respeito à Salmonella.
Sementes de algodão da Costa do Marfim foram também identificadas como uma variedade GM não autorizada em 6 notificações de Itália. Concluiu-se que aditivos de vitamina 2 para a alimentação animal continham micro-organismos geneticamente modificados viáveis. As bactérias isoladas eram da espécie Bacillus subtilis. Foram identificadas nas bactérias isoladas sequências de ADN que não ocorrem
EET Desde 2013 que se continuam a registar notificações sob a categoria EET, devido ao relato de ADN de ruminantes (12 notificações), predominantemente na alimentação dos peixes. Para mais informação, consultar o relatório anual RASFF 2013.
naturalmente. A bactéria isolada foi assim considerada como sendo geneticamente modificada.
Contaminantes industriais
Factos e números RASFF Evolução do número de notificações desde 2010 – por classificação de notificação
Foram feitas 15 notificações para dioxinas e PCB do tipo
Notificações originais
dioxina, principalmente em matérias-primas (gordas) prove-
Ano
Alerta
2010
576
1544
nientes de diversas origens. Os níveis de dioxinas observados encontravam-se apenas no intervalo de uns poucos ppt,
Rejeição na Informação fronteira 1167
(21)
Informação para atenção
Informação para seguimento
0
0
exceto para o óleo de peixe. A Irlanda fez uma notificação
2011
617
1821
719
551
para melamina em levedura de cerveja inativa da Polónia
2012
523
1711
680
507
e, em parte, da Lituânia. As investigações na Polónia e na
2013
584
1438
679
429
Lituânia não conseguiram identificar a fonte da contaminação.
2014
732
1358
609
398
Em 2007, foram reportadas matérias-primas com melamina,
% em/ diminuição
+25,3
-5,6
-10,3
-7,2
que foi adicionada intencionalmente para falsificar resultados analíticos para medição do teor de azoto da alimentação animal.
(21)
Nesta tabela não estão incluídas as notificações que foram
retiradas posteriormente. informação para seguimento informação para atenção
Micotoxinas aflatoxinas superior ao limite legal. 12 notificações relativamente ao amendoim, com o Sudão a ser mais frequentemente indicado como país de origem. 10 notificações relativamente ao milho de origens diversas, mas com a Índia indicada 5 vezes e uma vez com um nível muito elevado de 881 ppb, cerca de 40 vezes o limite legal. 12 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Número de notificações RASFF
As 26 notificações relacionavam-se com o nível medido de
informação rejeição na fronteira alerta
Notificações originais com seguimento
(22)
Alerta
Rejeição na fronteira
Informação
2010
2051
1069
2104
0
0
2011
2265
1060
414
480
1126
2012
2312
906
73
665
1325
2013
2376
525
1
763
1493
2
670
1369
-12,2
-8,3
2014
3288
581
% em/ diminuição
+38,4
+10,7
Informação para atenção
Informação para seguimento
Nesta tabela estão incluídos todos os seguimentos, também os seguimentos para notificações que foram posteriormente retirados. (22)
Estas são notificações originais para as quais foi dado, pelo menos, um seguimento.
% de notificações com seguimento
Notificações para seguimento Ano
Número de notificações para seguimento RASFF
alerta informação para seguimento
rejeição na fronteira 2010
2011
informação para atenção informação para seguimento 2012
2013
2014
informação para atenção informação rejeição na fronteira alerta
O gráfico mostra que, embora o número de seguimentos como um todo aumentou significativamente em 2014, registaram-se, na verdade, mais notificações que não foram seguidas. Especialmente na categoria alerta, isto deve levantar algumas preocupações.
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SEGURANÇA ALIMENTAR
O PAPEL DA CT 37 COMO COMISSÃO TÉCNICA DE NORMALIZAÇÃO PARA A ALIMENTAÇÃO ANIMAL Ana Cristina Monteiro Assessora Técnica IACA
A CT 37 é a Comissão Técnica de normalização para a área da alimentação animal tendo sido constituída em 1972. Cada Comissão Técnica é gerida por um Organismo de Normalização Setorial (ONS), sendo neste caso a CT 37 da responsabilidade da IACA. O presente artigo pretende explicar, por forma a dar a conhecer melhor esta Comissão Técnica e o seu funcionamento, a importância da atividade normativa, de uma forma geral e na alimentação animal em particular.
A atividade normativa A atividade normativa é regida por regras e procedimentos originados por organismos internacionais (ISO), europeus (CEN-CENELEC) e nacionais (IPQ), e fornece mecanismos para a troca de informação, facilitando o comércio e equipando a sociedade com instrumentos fiáveis para aferir a qualidade dos produtos. Desde 1948 que Portugal desenvolve uma atividade normativa estruturada. A Normalização é a atividade que, de forma organizada, viabiliza a elaboração das normas, sendo no caso do nosso país da responsabilidade do Instituto Português da Qualidade (IPQ). A Normalização nasce da necessidade de dar resposta a problemas de natureza técnica, nomeadamente no que diz respeito à transparência do mercado, assegurando um determinado grau de qualidade do serviço ou produto em questão, assim como da segurança e respeito pelo ambiente. Um dos aspetos primordiais da normalização prende-se com aspetos comerciais, visto que ao reduzir assimetrias de informação entre a procura e a oferta e o acesso a novos mercados, facilitam as trocas comerciais, podendo significar uma garantia de qualidade e prevenr barreiras comerciais. A Normalização permite ainda a redução de custos através da redução de erros e de desperdícios maximizando a eficiência produtiva. As normas são documentos de caráter voluntário que definem requisitos técnicos aos quais respondem a: • Produtos, tais como a segurança de brinquedos-NP EN 71, os capacetes de segurança industrial-NP EN 397 ou os telefones móveis-NP EN 50360; • Métodos de ensaio como a contagem de bactérias termorresistentes-NP 462; • Processo de produção, nomeadamente funções e instrumentação para a medição e controlo de processos industriais-NP ISO 3511-1.
Organismos de Normalização Sectorial O IPQ tem a capacidade de qualificar e reconhecer Organismos de Normalização Sectorial (ONS) para exercer atividades de Normalização num dado domínio, no âmbito do Sistema Português da Qualidade. Os Organismos de Normalização Setorial (ONS) são entidades com estatuto jurídico muito diversificado 14 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
(público, privado ou misto), e que abrangem diversos domínios, nomeadamente, ambiente, área alimentar, área ferroviária, brinquedos, calçado, cerâmica, cimentos, comunicações, construção naval, cortiça, edifícios, embalagens, equipamentos de elevação, fotografia, gestão da qualidade, higiene e segurança no trabalho, informação e documentação, manutenção industrial, máquinas, responsabilidade social e ética, segurança, serviços funerários, soldadura, tabaco, entre muitos outros. Estes organismos dinamizam a atividade normativa no domínio para o qual estão qualificados, na coordenação e acompanhamento das Comissões Técnicas (CT). A Comissão Técnica de Normalização (CT) é um órgão técnico que visa a elaboração de documentos e a emissão de pareceres normativos, no qual participam, em regime de voluntariado, entidades interessadas nas matérias em causa.
Comissão Técnica para a Alimentação Animal (CT 37) A Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA) passou a ser membro da CT 37 em 1978 pela mão do Eng. Joaquim Rebelo Abranches. Mais tarde a Drª Armanda Severo integrou também a CT contribuindo significativamente com a sua experiência para o seu bom funcionamento. Em 1984 foi organizada em Lisboa a Reunião Internacional da ISO – Organização internacional de normalização (International Standard Organization – ISO), entidade máxima responsável pela normalização a nível mundial, reunião essa que foi organizada pela IACA pelo Instituto da Qualidade Alimentar e Direção Geral da Qualidade. Nos anos 90 a IACA foi reconhecida pelo governo português como coordenadora da CT 37, passando esta a funcionar na sede da IACA, em Lisboa. A escolha prendeu-se com o facto de esta associação ser a representante dos industriais de alimentos compostos para animais, estando intimamente ligada à alimentação animal. No entanto, apenas em 2003, a IACA passa a ser reconhecida como ONS, assumindo a responsabilidade do funcionamento deste comissão técnica perante o Instituto Portuguesa de Qualidade (IPQ). Fazem parte integrantes desta CT elementos de associações industriais, laboratórios de empresas/ empresas do sector, instituições do sistema científico e tecnológico, laboratórios prestadores de serviços e organismos da administração pública. Podem ainda fazer parte da CT técnicos de reconhecida competência a título individual. No âmbito da sua atividade a CT 37 deve: • Elaborar Normas Portuguesas de acordo com as Diretivas CNQ 1 e CNQ 3; • Emitir pareceres sobre questões inerentes à publicação e aplicação das Normas Portuguesas;
• Pronunciar-se do ponto de vista técnico sobre os documentos remetidos pelo Organismo de Normalização Sectorial (Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais-IACA), nomeadamente projetos de diplomas legais; • Participar na elaboração de normas de organismos internacionais ou regionais de normalização, como a ISO e o CEN (European Committee for Standardization), através da elaboração de pareceres relativos a documentos técnicos produzidos pelos órgãos técnicos desses organismos, nomeadamente sobre projetos de normas internacionais ou europeias, com vista à preparação do respetivo voto nacional, ou fazendo-se representar nas reuniões desses órgão técnicos e/ou apresentando propostas de conteúdo para projetos de normas internacionais e europeias; • Participar, por intermédio dos seus vogais, em atividades relacionadas com o seu âmbito de trabalho quando for solicitado pelo ONS/IACA.
A importância da CT 37 na Alimentação Animal A normalização assume um papel importante na alimentação animal, nomeadamente na necessidade de existirem metodologias padronizadas nos vários laboratórios nacionais e internacionais, permitindo a comparação de resultados interlaboratoriais. Este aspeto é essencial não só como forma de garantir a fidelidade dos resultados analíticos obtidos, adequação da sensibilidade do método utilizado e da calibração dos equipamentos, mas também em situações de confrontação de resultados, p.e. entre os controlos oficiais e particulares. Atualmente sabe-se que diferentes metodologias podem originar diferentes resultados analíticos, o que
pode ser suficiente para um alimento estar ou não em conformidade com a Legislação vigente. Por outro lado, a utilização de normas evita a duplicação de análises às matérias-primas ou alimentos compostos, diminuindo os custos analíticos e permitindo assim maior eficiência, nomeadamente na gestão dos recursos internos de cada empresa, assegurando também que as empresas agem em conformidade com as políticas de segurança alimentar. As situações em que tal acontece podem ser variadíssimas. Por exemplo, na análise a metais pesados ou compostos organoclorados aos produtos realizadas na origem, evita a necessidade de estas análises serem novamente efetuados no destino. Este aspeto assume primordial importância, por um lado porque permite uma maior rapidez de funcionamento das indústrias e por outro porque a qualidade das matérias-primas é determinante em alimentação animal para se obter produtos finais com qualidade, principalmente géneros alimentícios de origem animal. Por outro lado o mercado confronta diariamente diversos desafios que vão desde a escassez de matérias-primas, aos contantes alertas no sistema RASFF (Rapid Alert System for Food and Feed). Matérias-primas de qualidade são essenciais pois são o início da cadeia alimentar e uma matéria-prima não conforme pode resultar num produto final com risco para a saúde humana. Por este motivo, é de extrema importância o controlo da produção começar o mais cedo possível, nas matérias-primas, evitando a disseminação da contaminação e contribuindo para elevados padrões de segurança alimentar. Para além da garantia de que os perigos são identificados e controlados o outro papel fundamental da normalização e consequentemente da certificação prende-se com a relação com os consumidores transmitindo-lhes confiança e reforçando a imagem no mercado da empresa, do
produto ou do processo. A qualidade alimentar é um assunto sensível para os consumidores, no entanto, nem sempre são tidas em conta. É importante lembrar que um alimento antes de chegar às mãos de um consumidor passa por vários intervenientes ao longo da cadeia alimentar. Este facto torna os intervenientes no processo produtivo mais conscientes das suas responsabilidades e a normalização existe precisamente para ajudar este processo. Trabalhos desenvolvidos durante o ano de 2013-2015 • NP EN ISO 16472 – Alimentos para animais – Determinação do teor de fibra detergente neutra tratada com amilase (aNDF) • NP EN ISO 6492 – Alimentos para animais – Determinação do teor de gordura • NP ISO 5984:2014 – Alimentos para animais – Determinação do teor de cinza total • Norma NP EN ISO 24333:2009 – Cereais e produtos derivados dos cereais – Amostragem (em finalização) Trabalhos a desenvolver durante o ano de 2016 • NP ISO 12099: 2014 – Alimentos para animais, cereais e produtos cerealíferos – Linhas de orientação para aplicação de espetrofotometria de infra vermelho • ISO 6498:2012 – Alimentos para animais – Guia para a preparação de amostras • NP 874:1984 – Alimentos para animais – Determinação do teor em fósforo. Método espectrofotométrico de referência. Constituição da Comissão Técnica Presidente – Maria Ilídia Felgueiras Secretária técnica – Ana Cristina Monteiro Vogais – Clara Cruz (INIAV); Isabel Antão (TNA); Isabel Lopes (Eurocereal); José Manuel Costa (DGAV); Olga Moreira (INIAV); Sofia Silva (Iberol); Anabela Antunes e Cristina Granjo (Calseg).
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SEGURANÇA ALIMENTAR
AMOSTRAGEM DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS * Amostragem A amostragem baseia-se na obtenção de uma parte dos componentes de uma amostra, com o objetivo de que qualquer característica da porção amostrada a represente a nível de composição e qualidade. Desta forma, para que a amostra final seja representativa, é necessário assegurar a correta execução durante todo o processo de amostragem e que não ocorram alterações na composição da amostra entre a amostragem e a análise. Todo o processo de amostragem, desde a sua conceção até à entrega da amostra final em laboratório, são de extrema importância pois, se não efetuada corretamente, a amostra final não corresponde ao produto que se tencionava amostrar.
Reg. (UE) n.º 691/2013 A amostragem para o controlo oficial dos alimentos para animais segundo o Reg. (UE) n.º 691/2013, que altera o Reg. (CE) n.º 152/2009, é efetuada de acordo com a quantidade, natureza do produto a amostrar e controlos a realizar. O Regulamento divide-se em dois anexos. O Anexo I diz respeito aos métodos de amostragem e o Anexo II descreve as disposições gerais relativas aos métodos de análise dos alimentos para animais.
REQUISITOS QUANTITATIVOS DAS AMOSTRAS ELEMENTARES Para uma amostragem correta e representativa, as amostras retiradas do todo – amostras elementares – são retiradas de acordo com uma frequência (que corresponda a vários pontos independentes do lote) e quantidade pré-definidas, que variam de acordo com o objetivo da amostragem. O número de amostras elementares a recolher, é calculado de acordo com a dimensão da porção a amostrar. Se esta tem um máximo de 500 toneladas ou se corresponde a um lote muito grande (maior que 500 toneladas). Dentro destes parâmetros, calcula-se o n.º de amostras elementares, em função de: –S ubstâncias ou produtos repartidos uniformemente nos alimentos para animais; –S ubstâncias ou produtos não repartidos uniformemente nos alimentos para animais. Cristina Granjo e Filipa Fernandes 16 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
* De Acordo com o Reg. (UE) nº 691/2013
Os produtos alvos de controlo incluem: – Alimentos sólidos a granel; – Alimentos líquidos a granel; – Alimentos embalados; – Alimentos em blocos e pedras minerais para lamber; – Forragens e outros alimentos grosseiros. Consideram-se como produtos não repartidos uniformemente aqueles para: –C ontrolo de aflatoxinas; – Cravagem do centeio; – Outras micotoxinas e impurezas botânicas prejudiciais nas matérias-primas para alimentação animal; – Controlo da contaminação cruzada por um constituinte, incluindo material geneticamente modificado ou por uma substância suscetível de não estar repartida de forma uniforme.
REQUISITOS QUALITATIVOS DAS AMOSTRAS ELEMENTARES Durante a amostragem é realizada a avaliação macroscópica do alimento, onde se avaliam: – Características organoléticas (cor, odor, homogeneidade da amostra); – Presença de pragas e insetos vivos; – Matéria estranha (poeira, cascas, pedras, entre outros). Quando detetada não conformidade do produto numa amostra elementar, esta é separada das restante amostras elementares.
TIPO DE AMOSTRAGEM De acordo com as condições de amostragem, quantidade e natureza da amostra, a colheita da amostra pode ser realizada de forma: – D inâmica ou estática, sendo a amostragem dinâmica preferencial pois o produto está em movimento o que confere uma maior
representatividade e melhor acesso a
estar corretamente higienizado de forma
todo os pontos. Quando não é possível
a evitar contaminações cruzadas.
o acesso a parte do produto a amostrar (por exemplo, em silos e armazéns), o n.º de amostras elementares é determinada em função da dimensão do produto possível de amostrar.
OBTENÇÃO DA AMOSTRA FINAL Após a recolha obtêm-se as amostras elementares que, no seu conjunto, representam a amostra global. A dimensão
– Manual ou mecânica, sendo a mecânica realizada por dispositivos mecânicos de recolha de produto e a manual realizada por um técnico de amostragem que recolhe de acordo com a quantidade pretendida e com os equipamentos adequados ao tipo de amostragem.
mínima desta está definida nos requisitos quantitativos. A amostra global é homogeneizada e dividida, em divisor mecânico ou manual ou através do método dos quartos, de forma a obter amostras finais representativas. O equipamento utilizado tem de garantir que as amostras finais são divididas em partes iguais,
Os equipamentos utilizados na amos-
com a mesma composição e quantidade. A
tragem manual encontram-se definidos
amostra é dividida várias vezes, sendo uma
de acordo com a natureza do produto a
das partes rejeitada, até se obter a quantidade
amostrar, dimensão da porção a amostrar
pretendida. A quantidade de amostra final é
e acondicionamento do produto. O mate-
determinada de acordo com a natureza do
rial do equipamento deve ser inócuo e
produto e tipo de análises a realizar.
AF_raporal_anuncio_148x210mm.pdf
É obtida, pelo menos, uma amostra final. A amostra final é armazenada em recipiente próprio, que assegure a integridade da amostra. O recipiente é selado e identificado de forma inviolável.
1
14/04/14
REGISTO DA AMOSTRAGEM Para cada amostragem deve ser apresentado um Relatório de amostragem, que identifica todos os dados associados à amostragem e amostras elementares e finais, assim como qualquer desvio ao método previsto.
18:26
A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SUSTENTABILIDADE
EL RETO DE ALIMENTAR SOSTENIBLEMENTE A UNA POBLACIÓN CRECIENTE Población creciente y enriquecimiento de las dietas El pasado 29 de julio, Naciones Unidas1 publicaba sus previsiones de población para el resto de este siglo. Sus datos2 son contundentes, desde los actuales 7.349 millones de personas, se estima que Carlos Vicente Alberto
para 2050 se habrá llegado a los 9.725 millones,
Director de Sostenibilidad de Monsanto para Europa y Oriente Medio
y a los 11.213 para 2100. Todavía recuerdo cuando en el colegio estudiaba, en clase de geografía, que éramos unos 4.000 millones de personas en nuestro planeta. En sólo 40 años hemos incrementado la población3 en un 81%. El crecimiento, desde la actualidad hasta 2050, será mayor en las regiones de África (+1.291 millones, +109%), Asia (+873 millones, +20%) y Latino América-Caribe (+150 millones, +24%), coincidentes con las regiones que mayor crecimiento relativo, y absoluto en la mayoría de los casos, están teniendo en el enriquecimiento de sus dietas, y que muestran una brecha más amplia frente a la del resto de regiones. Así, desde 1961 y hasta 2013, el consumo4 de calorías, grasas y proteínas ha crecido respectivamente en rangos que van del
incremento respecto a las 2.770 kcal/cápita/día en 2003/05.
Todo lo anterior explica las previsiones de FAO6, que estima que la producción de alimentos tendrá que incrementarse en un 60% para 2050.
Un entorno retador Este incremento tendrá que llevarse a cabo en un entorno complejo. Los recursos como la tierra de cultivo, el agua y la energía son limitados. El Cambio Climático representa una amenaza para las producciones agrícolas. El desarrollo demográfico es eminentemente urbano y no rural. Y, desgraciadamente, perdemos y desperdiciamos muchos alimentos. Recursos limitados En el año en que yo nací (1961) “me tocaban” 0,4 hectáreas de tierra cultivable, cuando mi hijo tenga mi edad actual, entorno a 2050, “le tocará” menos de una tercera parte de esa superficie7 (< 0,13 ha). Seremos más y, si no queremos impactar en los ecosistemas vírgenes que quedan, deberemos aumentar la productividad en la tierra que culti-
30 al 53%, del 39 al 193% y del 31 al 61%.
vamos. Ésta, unos 1.563 millones de hectáreas,
Las proyecciones5 indican que el promedio de
ha crecido un 14.5% en los últimos 50 años8, sin
energía diaria disponible podría alcanzar las 3.050
embargo la producción agrícola9 ha aumentado
kcal/cápita/día para 2050 (2.970 kcal/cápita/día en
entre 2,5 y 3 veces, gracias al incremento significa-
los países en desarrollo), representando un notable
tivo de la productividad de los principales cultivos
Elaboración propia. Fuente: FAO http://faostat3.fao.org/browse/FB/FBS/E
18 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
1
h ttp://www.un.org/en/development/desa/news/ population/2015-report.html
2
http://esa.un.org/unpd/wpp/DataQuery/
6
h ttp://www.fao.org/news/story/es/item/275098/icode/
3
http://esa.un.org/unpd/wpp/DVD/
7
Banco Mundial, FAO-STAT, cálculos internos de Monsanto
4
h ttp://faostat3.fao.org/browse/FB/FBS/E
8
5
h ttp://www.fao.org/fileadmin/templates/wsfs/docs/ Issues_papers/Issues_papers_SP/La_agricultura_mundial.pdf
1 .365 millones ha en 1961 vs. 1.563 millones ha en 2012. Fuente: FAO http://faostat3.fao.org/download/R/RL/S
9
h ttp://www.fao.org/nr/solaw/principales-mensajes/es/
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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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19
ALIMENTAÇÃO ANIMAL SUSTENTABILIDADE
(en la contribución a este incremento hay que hacer notar que la superficie irrigada se ha duplicado en ese período). Si bien el riego supone un contribuyente clave al incremento de la productividad agrícola, el alto porcentaje del agua dulce dedicada a la agricultura, el 70%, nos indica que debemos optimizar su uso. Se estima que el volumen de agua extraída para el riesgo10 pasará de los 2.600 millones de km3 en el período 2005-2007 a los 2.900 en 2050 (+11,5%), produciéndose este incremento neto, principalmente, en los países de bajos ingresos. En cuanto a la energía, la producción de alimentos y la cadena de suministro consumen actualmente el 30% del total de la energía disponible11, realizándose más del 70% de este consumo fuera de las explotaciones agrícolas. A este ritmo significaría un aumento de un 50% en las necesidades de energía12. Cambio Climático El Cambio Climático, y el incremento en los fenómenos meteorológicos extremos previstos, pondrán bajo presión lo sistemas actuales de producción. Habrá cultivos que tendrán que hacer frente a temperaturas que superen sus umbrales de supervivencia y a fenómenos meteorológicos extremos, como sequías o lluvias excesivas. En algunas regiones el aumento de las temperaturas y los efectos de la fertilización por CO2 podrán beneficiar las producciones, pero se prevé que las consecuencias globales sobre los rendimientos sean adversas13. Los sistemas de cultivo requerirán adaptarse a las nuevas condiciones, mejorando su resiliencia ante las mismas, al tiempo que se alcanza un incremento sostenible de su productividad con una mayor eficiencia en el uso de los recursos, reduciendo la huella de carbono y mejorando el almacenamiento de éste en los suelos. La moderna agronomía, apoyada en el desarrollo de las tecnologías agrarias y las avanzadas prácticas y técnicas de cultivo, tiene un papel esencial que jugar en la Agricultura
10
http://www.fao.org/3/a-i4560e.pdf
h ttp://www.fao.org/post-2015-mdg/14-themes/energy/ es/ 12 http://www.fao.org/news/story/es/item/275098/ icode/ 13 http://www.fao.org/post-2015-mdg/14-themes/cli mate-change/es/ 11
20 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Climáticamente Inteligente14 (ACI) que necesitamos poner en práctica. La ACI se enfoca en tres pilares, aumentar la productividad agrícola, los ingresos y el sustento de los agricultores; crear resiliencia ante el cambio climático; y mitigar los efectos del mismo. La interdependencia de los tres pilares es crítica para alcanzar mayores rendimientos con menos emisiones de Gases de Efecto Invernadero (GEI). La gestión sostenible de los recursos tierra y agua respalda el enfoque de la ACI, incluyendo medidas para reducir la deforestación ocasionada por el cambio del uso del suelo hacia la agricultura comercial.
contribuye a reducir estas pérdidas, y se ayuda a reducir la presión sobre la necesaria producción creciente de alimentos.
Oportunidades y riesgos Innovación y desarrollo tecnológico Aunque muchos son los retos, también lo son las oportunidades que la innovación y el conocimiento, basados en la ciencia, nos ofrecen para la producción agroalimentaria. Innovar es algo que ha venido haciendo el agricultor desde que empezó a serlo hace uno 10.500 años, allá por el Neolítico. Al principio muy despacio, de forma intuitiva, hasta que llegó la agronomía, como ciencia aplicada,
Demografía urbana En 1900 el 13%15 de la población mundial16 (215 millones) era urbana, en la actualidad 17 lo es el 53,6% (3.880 millones), y para 2050 se estima que alcanzará el 66,4% (6.457 millones). La consecuencia es simple, habrá más gente a la que alimentar y habrá menos gente produciendo alimentos por habitante. Si en 1950 un agricultor 18 producía alimentos para casi 4 personas, en 2000 ya lo hacía para cerca de 5, y en 2050 tendrá que dar de comer a un grupo más numeroso. Pérdida y desperdicio de alimentos En este entorno de demanda creciente, no nos podemos permitir perder y desperdiciar alimentos y energía, como ocurre con más de un tercio de lo que producimos19, y con ello el 38% de la energía consumida en los sistemas alimentarios. Alrededor del 24% de esas pérdidas y desperdicios se dan en la fase de producción20. Protegiendo los cultivos ante accidentes climáticos, plagas o enfermedades, se
que ha permitido satisfacer las necesidades alimentarias a las que el hombre se ha ido enfrentando. La agricultura ha evolucionado gracias al desarrollo de tecnologías y técnicas de cultivo que han mejorado los procesos productivos. La integración de soluciones tecnológicas alrededor de los cultivos, permite ayudar a los agricultores a abordar el reto de producir sosteniblemente alimentos para una población en continuo crecimiento. En un entorno abierto con multitud de variables, como es la agricultura, no se trata de una solución única, sino, integrando el conocimiento, buscar cómo llevar a cabo un manejo más preciso de los cultivos, haciendo frente a plagas, enfermedades, a la competencia de las malas hierbas y a estreses climáticos, consiguiendo optimizar el uso de los nutrientes del suelo o de la fertilización aplicada, mejorando la precisión de las operaciones de cultivo, como pueden ser la densidad y profundidad de siembra, sin olvidarnos de proteger a los tan necesarios insectos polinizadores. Afortunadamente hoy en día disponemos de
http://www.fao.org/climatechange/epic/que-hacemos/ que-es-la-agricultura-climaticamente-inteligente/ es/#.VfVidU-qpbc 15 http://www.un.org/esa/population/publications/ WUP2005/2005wup.htm 16 http://www.un.org/esa/population/publications/ sixbillion/sixbilpart1.pdf 14
h ttp://esa.un.org/unpd/wup/CD-ROM/ 18 3.6=2.526 M/700 M 4,7=6128M/1300 M http://esa. un.org/unpd/wup/CD-ROM/ http://www.fao.org/ docrep/x4400s/x4400s10.htm 19 http://www.fao.org/post-2015-mdg/14-themes/ energy/es/ 20 h ttp://pdf.wri.org/reducing_food_loss_and_waste.pdf 17
herramientas para ello, como la mejora genética, los productos de protección de cultivos, la biotecnología de plantas, la agricultura de precisión soportada en soluciones tipo “big data”, o los productos biológicos que incluyen productos microbianos y los derivados de la tecnología del uso del ARNi. Política vs. ciencia Una de las herramientas que ya está ayudando al control de plagas, de malas hierbas, a hacer frente a la sequía o a la mejora de
la calidad de los granos cosechados, es la biotecnología a través de los cultivos modificados genéticamente (MG). El enfoque político21 que se le ha dado en la UE, frente al científico que le corresponde, hace que la agricultura europea no apueste por contribuir a los beneficios económicos, medioambientales y sociales que dichos cultivos están aportando a la producción mundial de alimentos en el complejo escenario que se ha descrito. En el período comprendido entre 1996 y 2013, los beneficios22 han sido tan amplios y diversos como el descenso en un 19% del impacto medioambiental asociado al uso de insecticidas y herbicidas, con una reducción de 550.000 toneladas; la reducción de la superficie necesaria de cultivo que, sólo en 2013, supuso un ahorro de 18 millones de hectáreas; el incremento en los beneficios de los agricultores en 133.500 h ttps://www.boe.es/doue/2015/068/L00001-00008. pdf 22 http://www.pgeconomics.co.uk/pdf/2015globalim pactstudyfinalMay2015.pdf
millones de dólares, por la producción de 441,7 millones de toneladas adicionales de productos agrícolas y el ahorro de costes de cultivo, obteniendo 4,04 dólares por cada dólar invertido en los cultivos MG; así como la eliminación de emisiones de CO2 por ahorro de combustible, que sólo en 2013 supusieron 28 millones de toneladas, el equivalente a retirar 12,4 millones de coches de la circulación durante 1 año. Sin duda ese enfoque político de la biotecnología de plantas va en detrimento del papel de la UE para contribuir a una agricultura más sostenible. Nos encontramos, además, ante una nueva amenaza, la reciente propuesta23 de la Comisión Europea de que se pueda prohibir el uso de cultivos MG por razones no científicas. La ganadería europea, y muy especialmente la española – que tanto depende del suministro de maíz y soja MG – estarían en evidente riesgo ante la pérdida de competitividad que ello conllevaría.
21
Ante un panorama global tan retador como el aquí descrito, no cabe más que potenciar la moderna agronomía y utilizar todas las tecnologías basadas en la ciencia que están a nuestra disposición. Acabaré recordando lo que nos decían24 dos Premios Nobel de la Paz, Norman E. Borlaug25 y Jimmy Carter, que trabajaron juntos durante más de 20 años para llevar una Revolución Verde a la agricultura africana: “La biotecnología responsable no es nuestro enemigo; el hambre y la inanición lo son. Sin un suministro adecuado de alimentos a precios accesibles, no podemos esperar la salud del mundo, la prosperidad, y la paz”.
“Starved for Science”, Robert Paarlberg.Harvard University Press, 2008. 25 http://www.worldfoodprize.org/en/dr_norman_e_ borlaug/about_norman_borlaug/ 24
23
http://europa.eu/rapid/press-release_MEMO-15 -4779_es.htm
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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21
ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA Definição: Resistência a antimicrobianos (AMR do inglês, “antimicrobial resistance”) designa a capacidade de desenvolvimento microbiano na presença de substâncias que habitualmente impedem o seu crescimento. Esta designação aplica-se a antibió-
Elisa M. Milheiras Carrilho Médica Veterinária
bios resistentes, que hoje em dia são responsáveis por 25000 mortes em seres humanos anualmente na Europa, traduzido em custos de saúde e de perdas de produtividade animal na ordem dos 1,5 biliões de euros a nível europeu.
antiparasitários.
Nos Estados Unidos, o Centers for Disease Control
Os antimicrobianos são substâncias usadas para
and Prevention, estimou que anualmente cerca de 2
destruir os microrganismos ou para impedir/travar
milhões de indivíduos adquirem infecção enquanto
o seu desenvolvimento e multiplicação. São normal-
estão internados nos hospitais.
mente usados para tratar doenças infecciosas quer
Desde os finais dos anos noventa que a Organização
em medicina humana, quer em medicina veterinária.
Mundial de Saúde (OMS) se tem empenhado na
São também usados na forma de biocidas (em
contenção da AMR. Este procedimento assume hoje
plantas e alimentos) para combater os micróbios
em dia particular relevância, pois o uso exagerado
patogénicos.
ou incorrecto destes fármacos/princípios ativos, tem
antibióticos podem fazê-lo modificando o seu genoma por mutação (resistência intrínseca), ou incorporando elementos genéticos móveis de outros microrganismos que transportam um ou mais genes de resistência (resistência extrínseca).
Um pouco de história: Alexander Fleming descobriu por acaso, em 1928, o efeito bactericida do fungo Penicillium, quando
estado associado ao aparecimento e disseminação de micróbios resistentes, o que origina a ineficácia dos tratamentos de diversas infecções.
Ações desenvolvidas até agora na Europa: Em 2001, a Comissão Europeia lançou uma estratégia para combater a ameaça da resistência a antimicrobianos em humanos, animais e plantas (Community Strategy against Antimicrobial Resis-
este cresceu numa placa de Petri esquecida. Em
tance), com proposta de 15 ações nas áreas de
1940 foi realizado o 1º tratamento com penicilina,
vigilância, prevenção, cooperação internacional
tendo sido largamente usado no tratamento de soldados durante a II Grande Guerra Mundial, e em 1945 foi disponibilizado pela primeira vez para o público. Quando Fleming fez o seu discurso de aceitação do prémio Nobel da Medicina em 1945, avisou que o uso inadequado de penicilina iria torná-la ineficaz, dizendo ele que o perigo era usar uma dose insuficiente para matar as bactérias, mas suficiente para as ensinar a resistir à penicilina e a passar a informação a outras bactérias, inclusive
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
tornarem ineficazes devido à emergência de micró-
ticos ou antibacterianos, antivirais, antifúngicos e
As bactérias quando adquirem resistência aos
22 |
depois estes medicamentos estão em perigo de se
e pesquisa e desenvolvimento de novos agentes antibacterianos. Nesse mesmo ano os Ministros da Saúde da União Europeia adotaram a Recomendação do Conselho sobre o uso prudente de agentes antimicrobianos em medicina humana. Em 2004, um relatório da OMS identificou as infecções causadas por bactérias resistentes como prioridade, dado o impacto na saúde pública e sobretudo se não fossem desenvolvidos novos antibióticos. O relatório sugeria ainda que deveria ser a Europa a ter um papel de liderança a nível
às de outras espécies. A primeira resistência da
mundial.
penicilina foi ao Staphylococcus, e aconteceu
Em 2006, no mês de Janeiro, foram tomadas
pouco tempo depois da sua descoberta, por isso
medidas de gestão de risco na área da segurança
é tão importante tomar a dose certa de antibiótico
alimentar, com a elaboração de regulamentação
durante o tempo necessário para matar a bactéria,
sobre alimentação animal que proibiu o uso de
como prescrito pelo médico.
antibióticos como promotores de crescimento
Desde a descoberta da penicilina, que os medi-
na alimentação animal.
camentos antimicrobianos (como é o caso dos
Em 2007, o ECDC (do inglês, Centre for Disease
antibióticos) se tornaram essenciais para tratamento
Prevention and Control), a EMEA (do inglês,
das infecções humanas e animais. Setenta anos
European Medicines Agency) e o ReAct (do inglês,
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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23
ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
International Network Action on Antibiotic
microbianas e a sua disseminação; iii) desen-
saudáveis desta estirpe e perpetuando a sua
Resistance) discutiram a necessidade de
volver novos antimicrobianos eficazes ou
disseminação” (Monchique, 2013).
elaborar um relatório que documentasse o
tratamentos alternativos; iv) cooperar com
hiato existente entre as infecções causadas
parceiros internacionais para conter os riscos
Segundo vários autores as taxas mais eleva-
por bactérias multi-resistentes na UE (União
de AMR; v)melhorar e monitorizar a vigilância
Europeia) e o desenvolvimento de novos
na medicina humana e medicina veterinária;
antibióticos para tratar essas infecções.
vi) promover a pesquisa e a inovação; vii)
Em 2008, um grupo de trabalho de ECDC/
melhorar a comunicação, educação e treino.
EMEA preparou um relatório sobre esta
O Dia Europeu do Antibiótico (18 de Novem-
são efectivamente desnecessárias.
questão e o Conselho Europeu a partir
bro) é uma iniciativa organizada pelo ECDC
Em 2013, e num período de um ano foram
e tem por objectivo fornecer uma plata-
escritos 677 artigos que chegaram a 67,9
forma para campanhas nacionais sobre o
milhões de leitores sobre o Dia Europeu
uso prudente de antibióticos. Ao longo
do Antibiótico. Em Novembro desse ano foi
dos anos o Dia Europeu do Antibiótico deu
publicado um relatório sobre a resistência
origem a uma plataforma de alcance global,
aos antibióticos e concluiu-se que quase
partilhada com muitos países fora da UE
metade dos europeus não sabem que os
bem como importantes parceiros, no sentido
antibióticos são ineficazes contra os vírus,
Os serviços da Comissão Europeia pediram
da abordagem “Uma Saúde” promovida pela
nomeadamente os da gripe, no entanto
à EMEA para liderar a recolha de dados
Comissão Europeia. Desde 2012, que a OMS/
cerca de 84% dos europeus estão cientes
sobre as vendas de agentes antimicrobianos
Europa registou a realização deste evento
que o uso desnecessário dos antibióticos
veterinários nos EM. Para que houvesse
em 44 países europeus.
os torna ineficientes.
Em 2012 foi completada a transferência para
A Comissão realizou a 11 de Dezembro
o ECDC do Sistema Europeu de Vigilância do
de 2013 uma Conferência conjunta sobre
Consumo Humano de Antibióticos, fazendo
a ameaça crescente da resistência aos
agora parte do ECDC no ESAC-Net (do inglês,
antimicrobianos no sentido de realizar uma
das conclusões desse relatório chamou os EM ( Estados Membros) para que fossem tomadas medidas de reforço dos sistemas de vigilância e melhorar a qualidade dos dados sobre a resistência antimicrobiana e o consumo de agentes antimicrobianos em medicina humana e veterinária.
uma abordagem integrada foi pedido à EMEA que consultasse o ECDC, a EFSA (do inglês, European Food Safety Authority) e o EURL-AMR (do inglês, European Reference Laboratory for Antimicrobial Resistance). Entre 2010 e 2012, nos 20 países onde a informação sobre medicamentos antimicrobianos veterinários foi recolhida pelo ESVAC (do inglês, European Surveillance of Veterinary Antimicrobial Consumption), houve um decréscimo nas vendas de cerca de 15%, enquanto a população animal se manteve estável, o que significa que as acções tomadas (restrições ao uso, maior consciência da AMR, implementação de campanhas responsáveis em relação ao uso de antibióticos) tiveram um efeito muito positivo. O ESVAC nos próximos anos vai focar-se sobre a possibilidade de obter
European Surveillance of Antimicrobial Consumption Network). A base de dados do ESAC-Net está disponível no website do ECDC e inclui dados de consumo de antimicrobianos em medicina humana nos EM entre 1997 e 2012. A resistência aos antimicrobianos coloca sérios riscos à saúde humana e animal, sendo um dos exemplos mais preocupantes as bactérias MRSA (meticilina resistente Staphylococcus aureus) que frequentemente são resistentes a várias classes de antibióticos. O género Staphylococcus é responsável por grandes perdas económicas
das de resistência bacteriana parecem surgir nos países que consomem mais antibióticos, reforçando a teoria que o consumo estimula a resistência. De acordo com a OMS cerca de metade das prescrições de antibióticos
revisão intercalar sobre o Plano de Ação da Comissão para um período de 5 anos. Uma das conclusões mais importantes foi a necessidade de equilibrar a eficácia dos antibióticos a longo prazo com a necessidade de tratar as infecções humanas e animais a curto prazo.
Ponto da situação sobre as Resistências aos Antimicrobianos em Portugal: Para acompanhar o desenvolvimento de resistências foi implementado o Sistema EARSS (do inglês, European Antimicrobial Resistance Surveillance Network), uma
dados por espécie animal e ter em conta
em animais de produção.
as diferenças nas doses entre os diversos
“O aumento da prevalência de estirpes MRSA
nacionais, que reúne dados de resistência aos
antimicrobianos e entre as várias formas
na população humana parece ter sido a
antibióticos relativos a estirpes bacterianas
farmacêuticas usadas.
origem da colonização de animais domésticos
isoladas de infecções. A nível nacional este
Em 2011, foi criado o Plano de Ação da
por estas estirpes, devido à proximidade
Comissão contra a ameaça crescente da
entre estes e os humanos (Weese & van
resistência antimicrobiana contendo 12 ações
Duijkeren).” “Animais saudáveis e pessoas que
para implementação nos EM e identificando
contactam diariamente com animais domés-
Resistências aos Antimicrobianos (LNR-RA).
7 objetivos em várias áreas a intervir: i)
ticos podem ser infectados por estirpes
Existem indicações de que resistência aos
assegurar que os antimicrobianos são usa-
MRSP (meticilina resistente Staphylococcus
antimicrobianos nos animais é transmitida
dos apropriadamente tanto nos humanos
pseudointermedius), atuando depois como
aos humanos através das bactérias zoonó-
como nos animais; ii) prevenir as infecções
reservatórios assintomáticos ou portadores
ticas (bactérias transmitidas dos animais
24 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
rede internacional de sistemas de vigilância
trabalho é desenvolvido pelo INSA (Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge), através do Laboratório Nacional de Referência das
para os humanos), por contacto direto ou
65% dos isolados apresentaram resistência
estratégias para melhorar o processo de
através da cadeia alimentar, no entanto isso
a estes antibióticos, enquanto nos isolados
elaboração de novos medicamentos.
ainda não está completamente estabelecido,
de aves foi observado uma frequência de
mas considera-se que o uso terapêutico e
resistência de 31% a 21% e em bovinos
O EURL-AMR, financiado pela Comissão, a
não terapêutico inapropriado em animais é
de 22% a 11%.
considerado um dos factores contribuintes para o desenvolvimento da resistência em humanos. Portugal é um dos países da Europa com maiores taxas de prevalência de estirpes MRSA em pacientes humanos em ambiente hospitalar (Conceição et al.,2010). A primeira descrição de MRSA em animais em Portugal foi feita em 2009, em suínos ( Pomba, Hasman, Cavaco, Fonseca & Aarestrup, 2009). Em 2011 foi feita a primeira descrição de estirpes
EFSA e a EMA colaboraram na elaboração do Codex Alimentarius “Guidance for Risk
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária
Analysis of Foodborne Antimicrobial resis-
(DGAV) assinou em 18 de Novembro de 2011,
tance”, adotado em 2011.
a Aliança Portuguesa para a Preservação do
A cooperação internacional é fundamental
Antibiótico promovendo as boas práticas expressas na Plataforma Europeia para um Uso Responsável de Medicamentos em Animais (EPRUMA). A DGAV colabora com outros Programas Nacionais, nomeadamente o da Prevenção das Resistências Antimicrobianas e de Controlo da
para combater a AMR, assim em Maio de 2014 a Assembleia Mundial de Saúde adotou uma resolução que prevê uma Task Force Global da OMS sobre Resistência Antimicrobiana com a colaboração da OMS, FAO ( do inglês, Food and Agriculture Organisation of the United Nations) e OIE ( do inglês, World Organisation
Infeção, e implementou por sua iniciativa o “
of Animal Health).
Plano de Ação Nacional para a Redução do
Existem ainda outras colaborações inter-
Uso de Antibióticos nos Animais” (PANRUAA),
nacionais, nomeadamente com a China,
a decorrer por um período de 5 anos, a contar
com a Federação Russa e com países em
2011).Quanto à prevalência de estirpes MRSP
de 1 de Janeiro de 2014.
desenvolvimento.
em animais de companhia, foi detetado num
São objectivos do Plano PANRUAA: “ a pro-
Novos antibióticos – Ações mais recentes:
MRSA em cavalos, podendo estes animais funcionar como reservatórios destas estirpes e disseminá-las para humanos e para outros animais ( Couto, Tilley, Simões, Luís & Pomba,
estudo em cães, a prevalência desta estirpe em 6,2% (9 em 146 amostras), sendo que esta prevalência é elevada considerando que estirpes MRSP foram detectadas pela primeira vez em Portugal em 2009 (Couto et al.,2010).
moção e reforço da saúde humana e animal, promoção do recurso a técnicas e meios alternativos aos antibióticos em animais produtores de alimento para consumo humano, a venda responsável, a redução dos riscos associados aos seu uso, armazenamento e
No que se refere à criação de um novo modelo de negócio para o desenvolvimento de novos antibióticos foi lançado em 2012 o Programa ND4BB (do inglês, New Drugs for Bad Bugs) no âmbito do IMI (do inglês,
Num trabalho desenvolvido em Portugal
gestão dos resíduos.”
sobre suscetibilidade a antibióticos de várias
Colaborações internacionais para resolução da Resistência Antimicrobiana:
financiamento da AMR) num empreendimento
A nível internacional, os diferentes países
reúne membros das academias e outros
estirpes de Campylobacter spp isoladas de amostras de frangos recolhidos num matadouro português em 2008, “foi detetada uma elevada frequência de resistência a fluoroquinonas entre as estirpes de Campylobacter spp. testadas, em particular para as estirpes de C. Coli (100% de resistência a norfloxacina, ofloxacina, ácido nalidíxico e ciprofloxacina). Mais de 60% das estirpes isoladas demonstraram resistência a tetraciclinas a ampicilina (Borges, 2008). Outro trabalho realizado em Portugal pelo Centro de Estudos Farmacêuticos, Laboratório de Microbiologia e Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra sobre a resistência a antibióticos em isola-
cooperam para a resolução deste problema através de uma Task Force Intergovernamental da Comissão do Codex Alimentarius onde a Comissão Europeia representa a União Europeia.
Innovative Medicines Initiative – programa de conjunto da Comissão com o EFPIA (do inglês, European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations). Este programa parceiros públicos e empresas da indústria farmacêutica. A Comissão e o Banco Europeu de Investimento estão a desenvolver em conjunto novas facilidades financeiras para investimento no tratamento de doenças
A legislação europeia relativa à vigilância das
infecciosas.
zoonoses (caso da salmonelose) obriga os EM
Neste momento a legislação existente não é
a monitorizar os agentes zoonóticos e outros,
suficiente para garantir o menor risco possível
bem como a resistência a antimicrobianos,
para a saúde humana decorrente do uso de
que põem em perigo a saúde pública.
antimicrobianos em animais, pelo que existe
Em 2009 foi criada a TAFTAR (do inglês,
uma proposta de proibição do uso preventivo dos antibióticos, incluindo a alimentação
dos de Salmonella enterica entre junho de
Transatlantic Taskforce on Antimicrobial
2011 e março de 2012, mostrou que oitenta
Resistance) com o objectivo de melhorar a
e sete por cento dos isolados apresentaram
cooperação entre os EUA e a UE, em três
resistência a pelo menos um antibiótico.
áreas chave: i)uso terapêutico apropriado
A maior taxa de resistência foi observada
de medicamentos antimicrobianos;ii) pre-
para animais.
para a tetraciclina (49%), seguido da
venção nos cuidados de saúde em infecções
A EMA propôs algumas medidas de restrição
ampicilina (37%). No caso dos suínos,82% a
associadas a resistência antimicrobiana; iii)
ao uso de antimicrobianos, tendo elaborado
animal medicamentosa. Pretende-se ainda que sejam estabelecidos limites para resíduos de antimicrobianos em compostos de alimentos
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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25
ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
uma lista de 45 medicamentos para serem
Os serviços da Comissão irão publicar ainda
-food-safety/docs/communication-amr_2011_745.
submetidos a reclassificação ( referrals),
em 2015 a informação fornecida pelos EM.
en.pdf, acedido em 11.8.2015.
abrangendo 10 classes de antimicrobia-
Os resultados do estudo e das medidas
– Comissão Europeia:”Commission staff working
nos e numerosos produtos veterinários.
adotadas serão apresentados e discutidos em
document – Progress report on the Action
Posteriormente a Comissão autorizará ou
workshops de peritos, sendo que o projecto
plan against the rising the rising threats from
não esses medicamentos para introdução
acabará em 2016.
Antimicrobial Resistance” – Brussels, 11.3.2015”,
Os serviços da Comissão começaram ainda
doc/document/ST-7140-2015-INIT/en/pdf, acedido
no mercado. A EMA recomendou a reintrodução no mercado de algumas classes “antigas” de antibióticos para tratamento de bactérias multirresistentes em humanos, bem como a revisão das autorizações de colocação no mercado de alguns medicamentos. Outra recomendação da EMA é a de limitar o desenvolvimento de AMR ligada ao uso de antibióticos em animais, sobretudo os que são criticamente importantes para a medicina humana. É ainda necessário formar técnicos especialistas em prevenção e controlo de infecções em hospitais ou em outros locais onde sejam prestados cuidados de saúde. A Unidade de Recolha de Dados da EFSA, suportada por uma Task Force de peritos de EM analisa dados sobre resistência antimicrobiana nos géneros Salmonella e
a desenvolver uma abordagem estratégica à poluição da água por produtos farmacêuticos, e em 2017 vão ser publicadas medidas específicas para os possíveis impactos. O novo programa Horizonte 2020 continua
Raquel Oliveira Monchique, Dissertação de
de 2015 um prémio de incentivo sobre “melhor uso de antibióticos” e o mesmo será concedido ao investigador que criar um teste rápido para identificar pacientes com infecções do trato respiratório superior que podem ser tratados em segurança sem antibióticos.
Conclusão: Em resumo, é premente e imprescindível uma
não os zoonóticos, se eles apresentarem um risco para os humanos, tais como E.coli e Enterococcus. Já em Março de 2015 foi elaborado pelos
Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, disponível em https: //www.repository.utl.pt/ handle/10400.5/6229, acedido em 13.8.2015. – Organização Mundial de Saúde (2015) – “WHO´s first global report antibiotic resistance reveals serious, worlwide threat to public health”, disponível em Http://www.who.int/mediacentre/ news/releases/2014/amr-report/en/, acedido em 14.08.2015.
abordagem multi-sectorial para enfrentar a
– Direção-Geral de Alimentação e Veterinária –
resistência antimicrobiana porque só a acção
“Plano de Acção Nacional para a redução do uso
animal, agricultura, ambiente, comércio e
antimicrobiana em outros micróbios que
cosResi.aspx., acedido em 11.08.2015.
abrigo do Programa foi lançado em fevereiro
de acordo com a legislação sobre as zoonoses.
Também recolhe dados sobre resistência
insa.pt/sites/INSA/Potugues/Paginas/Antibioti-
Staphylococcus spp” 1999 a 2006 – Claúdia
medicina veterinária, investigação, produção
antimicrobiana, em colaboração com o ECDC.
aos antimicrobianos” disponível em http://www.
doenças infecciosas incluindo a AMR. Ao
origem animal, enviados pelos EM anualmente,
zoonoses, agentes zoonóticos e resistência
– INSA – “Vigilância epidemiológica das resistências
– “Evolução da Resistência aos antibióticos em
concertada nas áreas de medicina humana,
nidade sobre as tendências e fontes das
em 13.8.2015.
a dar prioridade máxima à investigação de
Campylobacter de animais e de alimentos de
A Unidade produz o Relatório Anual da Comu-
disponível em http://data.consilium.europa.en/
comunicação, poderá conter a disseminação da resistência aos antibióticos. A luta contra a AMR só será bem-sucedida se contar com o esforço e compromisso dos EM da União Europeia através de todos os intervenientes na saúde humana e animal, bem como em todos os sectores ligados à resistência aos antimicrobianos, integrada com outros esforços nesta área a nível internacional, nomeadamente sobre a égide da OMS.
de antibióticos nos animais – Relatório 2014”, disponível em http://www.dgav.pt, acedido em 11.08.2015. – Direção-Geral de Alimentação e Veterinária – “Resistência aos antimicrobianos – Estudos de Vectores e Doenças Infecciosas”, disponível em http://www.dgav.pt, acedido em 11.08.2015 – Centers for Disease Control and Prevention (2015), disponível em http://www.cdc.gov/drugresistance/ about.html, acedido em 01.09.2015. – “Technical report – The bacterial challenge: time to react”(ECDC/EMEA), disponível em:http://ecdc. europa.eu/en/publications/Publications/0909_ TER_The_Bacterial_Challenge_time_to_react,
serviços da Comissão um relatório sobre a
Eventos a realizar brevemente:
progressão do Plano de Ação sobre a ameaça
No seguimento das acções referidas que
– “ Resistência aos antibióticos em isolados de Sal-
crescente da resistência aos antimicrobianos.
estão em curso, vai realizar-se em Parma
monella entérica em alimentos de origem animal”
Nesse relatório é feito um ponto da situação
nos dias 12 e 13 de Novembro de 2015 a “5ª
das várias acções desenvolvidas nos últimos
Reunião Científica sobre a resistência aos
anos.
antimicrobianos para monitorização de dados
Relativamente à promoção do uso apropriado
de zoonoses”.
de antimicrobianos na medicina humana,
Bibliografia:
está a ser desenvolvido um projecto cuja finalidade é fazer um estudo para identificar os factores chave que impulsionam as vendas e o uso imprudente de antibióticos obtidos sem prescrição médica em medicina humana. 26 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
acedido em 14.08.2015.
– Centro de Estudos Farmacêuticos, Laboratório de Microbiologia e Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra-2013”,disponível em http:// www.fmv.ulisboa.pt/spcv/PDF/pdf12_2013/39-43. pdf, acedido em 04.09.2015. – “ Antibióticos e resistência bacteriana, velhas
– Comissão Europeia: “Communication from the
questões novos desafios” – Drª Margarida Dias, Drª
Commission to the European Parliament and the
Micaela S. Monteiro e Drª Maria Favila Menezes,
Council – Action Plan against the rising threats
médicas do Hospital Cuf Descobertas, Lisboa-
from Antimicrobial Resistance”, Brussels, 15.11.2011,
-2010,disponível em http://www.cadernosorl.com/
disponível em http://ec.europa.eu./dgs/health-
artigos/1/2.pdf, acedido em 11.08.2015.
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Nada é mais precioso que a vida, essa é a filosofia de phileo. A população mundial continua a aumentar, o mundo enfrenta uma procura crescente de alimentos e grandes desafios de sustentabilidade. Trabalhando entre a nutrição e a saúde, estamos comprometidos em dar soluções baseadas na evidência para incrementar o estado sanitário e a performance animal. Em todos e em cada um dos países, a nossa equipa se guia pelos resultados científicos mais avançados e pela opinião dos produtores mais experientes. Distribuidor exclusivo para Portugal e Espanha:
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
A EVOLUÇÃO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES FITOGÉNICOS
Bruno Penha Director Técnico da Brandsweet, Lda.
Há já bastantes anos que a alimentação e nutrição animal têm sofrido algumas revoluções e desenvolvimentos. Se bem que anteriormente de uma forma mais silenciosa e hoje em dia mais mediatizada e marketizada, a verdade incontestável é que a alternativa fitogénica está cada vez mais implementada na alimentação e nutrição animal, não só pela sua acção própria, mas também pelos seus benefícios sinérgicos com outros produtos (ácidos orgânicos, probióticos, etc.). Os suplementos alimentares fitogénicos, além das características aromatizantes, possuem aptidões ao nível das performances e sanidade animal. As propriedades bactericidas e fungicidas são reconhecidas desde os tempos antigos, sendo desde a Idade Média que os óleos essenciais ficaram conhecidos como “os antibióticos para os pobres”. Actualmente no mercado, existem uma panóplia de opções no que diz respeito a esta gama de produtos, sendo que os óleos essenciais, podem ser apresentados nas suas versões individualizadas ou misturas, provenientes de extractos naturais ou sintéticos, conjugados de óleos essenciais ou outros produtos. O orégão (Origanum vulgare) para além da sua característica aromatizante, no seu óleo essencial contém substâncias que fazem muito mais do que apenas estimular o apetite. As propriedades inibitórias relativas aos germes têm sido utilizadas há séculos na alimentação, como por exemplo em carne picada onde o orégão permite a inibição do crescimento da bactéria E. coli. O género Origanum inclui 43 espécies, 6 subespécies e 18 híbridos (Skoula e Harbourne, 2002). As espécies mais importantes comercialmente são Origanum vulgare ssp. hirtum nativa de grande parte da Europa, bem como Origanum heracleoticum, que cresce principalmente na Itália, Balcãs e Ásia Ocidental. As folhas secas da planta têm um odor fortemente aromático e sabor característicos, que promovem o apetite e digestão. O óleo de orégão (Figura 1) é obtido das folhas por um processo de destilação vaporizada. A planta florescente contém até 5% de óleos essenciais, sendo que o óleo natural de orégão consiste em mais de 30 substâncias, que podem ser detectadas por cromatografia líquida de alta performance (HPLC). Adicionalmente aos 60-80% da fracção de isómeros fenólicos Carvacrol e
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Timol, contém também numerosos hidrocarbonetos monoterpenos e álcoois.
Figura 1
Os rácios de componentes dos óleos essenciais variam bastante dependendo da variedade, área de produção e parâmetros de processamento – por exemplo, em Origanum vulgare, o conteúdo de carvacrol pode variar entre 0,1 e 80%, e o timol entre 0,1 e 50%. Os resultados da administração através da nutrição animal também podem variar da mesma forma. Óleos de menor qualidade, ou aqueles que não cumprem os requerimentos, podem ser enriquecidos com componentes sintéticos, tais como o carvacrol. Misturas totalmente sintéticas também podem ser produzidas, contudo, estudos provam que polifenóis sintéticos podem acarretar riscos, dependendo do processo de fabrico e das matérias-primas utilizadas (geralmente óleo bruto), fenóis podem permanecer no produto final, que podem causar efeitos hormonais, mutagénicos ou carcinogénicos. Podem também acumular-se nos tecidos gordos do organismo. Neste artigo em particular, gostaria de salientar o trabalho pioneiro realizado por uma empresa alemã, iniciado nos finais do século passado, e cujo desenvolvimento nos aditivos fitogénicos, prémisturas e suplementos alimentares permitiu a obtenção de produtos de qualidade que representam uma alternativa credível e eficaz às preparações convencionais. A Dostofarm GmbH especializou-se no desenvolvimento e aplicação do extracto natural de óleo de orégão cuja utilização promove a sanidade animal em distintas espécies, bem como os rendimentos dos produtores. A empresa é o maior fabricante mundial de suplementos alimentares para alimentação animal produzidos à base de óleo de orégão, trabalhando em mais de 40 países. A sua produção baseia-se
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO
num sistema totalmente integrado verticalmente, que cobre todas as etapas desde a semente ao produto final. Este processo permite a garantia constante de elevado teor de substância activa. Em Essen a 26 de Junho de 2015, a Dostofarm GmbH foi galardoada com um dos mais prestigiados prémios, TOP100 INOVATOR 2015 na German SME Summit e irá juntar-se a um grupo exclusivo de vencedores dos últimos 20 anos. O prémio é o resultado do intenso trabalho e desenvolvimento científico, tendo o júri considerado que a Dostofarm GmbH mostrou clarividência, numa fase inicial, ao entrar no mercado de aditivos para alimentos naturais há mais de 15 anos e estando já estabelecida neste mercado em crescimento, tanto a nível nacional como internacionalmente. Como a primeira empresa no mundo, Dostofarm GmbH foi capaz de desenvolver um ingrediente activo natural puro – óleo essencial de orégão – que é totalmente padronizado pelo controlo de espécies de plantas, cultivo, extração e processamento de uma integração vertical. Com uma aplicabilidade e sucesso transversais, o sucesso desta gama de produtos nos seus mais distintos formatos (Figura 2), tem-se verificado nas produções de suínos, aves, ruminantes e aquacultura.
Do dia 2 até ao dia 10 após nascimento, os leitões de ambos os grupos foram alimentados com substituto de leite como suplemento ad lib. No grupo de teste, a alimentação foi enriquecida com 500 mg/litro de leite de suplemento de orégão. A partir do dia 10 até ao dia 27, foi fornecido préstarter ad lib. A investigação laboratorial consequente demonstrou que as porcas metabolizaram a substância activa carvacrol contida no óleo de orégão relativamente a outros componentes activos, e passaram-na aos leitões através do incremento da produção de leite. É desde há muito reconhecido que os complexos de substâncias contidas no óleo, incluindo timol e fenóis, têm efeitos positivos sobre a susceptibilidade a diarreias. E isso também foi observado aqui: a diarreia ocorreu apenas com metade da frequência no grupo teste do que no grupo controle convencionalmente alimentado. Um número drasticamente reduzido de células “nocivas” no leite porca impressionantemente refletiu os resultados. A prova da eficácia antimicrobiana do óleo já tinha sido anteriormente fornecida por outras investigações. No seu conjunto, foram observados adicionalmente ao aumento significativo no desempenho especialmente no peso de desmame, uma melhoria da sanidade do úbere nas porcas e um excelente estado geral dos leitões. A preparação orégão utilizado pode ser administrada até ao dia do abate, e não afecta o sabor do produto final de origem animal. De acordo com o fabricante, os efeitos secundários indesejáveis ou resistências não foram observadas até agora.
BENEFÍCIOS PARA AVES Em ensaios realizados com frangos de produção orgânica, produtores franceses obtiveram rendimentos adicionais de 0,69 €/frango, como resultado da utilização de suplementos alimentares à base de orégão. Aos animais foi administrada uma mistura mineral pré-preparada à base de orégão, adequada para a produção orgânica. Foi aplicada uma dose de 750 gramas/tonelada de alimento em todas as fases do ciclo produtivo. O alimento consistia em cereais, leguminosas, soja orgânica, proteína de batata, glúten milho, prémistura vitamínico-mineral.
Figura 2
BENEFÍCIOS PARA PORCAS E LEITÕES Investigações actuais confirmam a eficácia do orégão como suplemento alimentar na produção suína. Com esta garantia, os produtores, podem esperar um incremento de 130 gramas do peso dos leitões ao nascimento e aumento do ganho médio diário em 11 gramas. Quanto ao peso ao desmame, existem crescimentos significativos de 9,7% para 88,9 kg. A taxa de mortalidade em leitões reduziu em 1,7%. Estes valores foram determinados pelo departamento de investigação de nutrição animal da Universidade de Wageningen (Holanda). Este ensaio foi realizado com 39 porcas da raça Topigs30. Foram colocadas em dois grupos com idênticas condições. Contrastando com o grupo de controlo, ao grupo de teste foram fornecidos 750g de um aditivo à base de óleo de orégão natural. As porcas foram separadas no período entre uma semana antes do parto até ao desmame. 30 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Para comparar resultados, um grupo de controlo com 4676 animais da mesma população foi testado. Após o ciclo produtivo completo, verificou-se um acréscimo de 7,5% no ganho médio diário (42,5g), bem como uma melhoria de 1,8% no índice (1:2,71) quando comparados com o grupo de controlo. Felizmente, este ganho não foi obtido às custas da qualidade da carcaça, pelo contrário, o rendimento de carcaças aumentou em 1,5% (69%). Esta simples medida, proporcionou ao produtor um lucro de 6000€. Ensaios em poedeiras também revelaram benefícios. Numa exploração comercial no Japão, utilizando 90 poedeiras DeKalb Gold com 73 semanas de idade, durante 56 dias, a suplementação com orégão permitiu um incremento no índice de conversão (2,38 vs 2,53), incremento da postura (69,8% vs 76,2%) e cascas dos ovos mais fortes (3,54 vs 2,98 µg/cm2). Outros estudos realizados em perús de engorda, permitiram um incremento no lucro em cerca de 1€ por animal. No final do processo de engorda, um produtor holandês atingiu uma vantagem financeira considerável, numa exploração com 27,514 animais, aos quais foi adicionado um suplemento alimentar à base de óleo de orégão.
• Componente de segurança natural em alimento composto para animais jovens, coccidiostático natural e antidiarreico
O esquema de dosificação nas 6 fases foi decrescente: fase 1 (700 g/ ton ração), fase 2 (600 g/ton ração), fase 3 (500 g/ton ração), fase 4 (400 g/ton ração) e as restantes fases sem adição.
• Os ingredientes activos (carvacrol e timol) existentes no extracto de óleo de orégão, (100% natural), possuem propriedades antibacterianas e antifúngicas
Durante todo o tratamento, as fezes mostraram-se consistentes e os animais sem queixas, inclusivamente a plumagem estava em excelentes condições, de acordo com informações do produtor. Juntamente a estes dados, a mortalidade foi reduzida em 15%.
•O régão é muito eficaz contra diferentes bactérias tais como e. coli, clostridium perfingens, salmonella spp etc.
Em termos de índice de conversão e ganhos diários, as melhorias foram superiores em 3%.
• Alternativa para substituição de medicação na ração e prevenir tratamentos médicos
As tendências positivas continuaram ao nível da qualidade da carcaça. Aqui, a empresa de processamento atestou a redução na proporção de animais rejeitados nuns notáveis 33%.
• Melhorias ao nível da ingestão e conversão alimentar • Sem resíduos e influência nos produtos finais de leite, carne e ovos • Menos mortalidade e melhoria geral nos aspectos relacionados com a saúde dos animais
As partes rejeitadas também foram reduzidas em 17%. Concluindo, resumem-se algumas das vantagens da utilização dos produtos à base de óleo de orégão natural em alimentação animal:
PRODUTOS
SERVIÇOS
• Consideráveis vantagens económicas
QUALIDADE
AMINOÁCIDOS L-Lisina HCL L-Lisina Líquida 50 L-Lisina Sulfato 70 L e DL-Metionina L-Treonina L-Triptofano L-Valina CreAMINO® ÁCIDOS ORGÂNICOS PROBIÓTICOS ÓLEOS ESSENCIAIS CEREAIS EXTRUDIDOS COM SORO DE LEITE BRANDBOND® AGLUTINANTE
SEGURANÇA
REPRESENTAÇÃO MANGRA, SA. Recepção e armazenamento Dosificação de líquidos Controlos de processo Controlos de humidade Sistemas de vapor Bombas e caudalímetros Nutrifeed – misturadores verticais Aplicadores pós-pelleting Transportadores pneumáticos de fase densa
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PLANO DE AÇÃO
PLANO DE AÇÃO PARA 2016 2015 foi um ano bastante complicado e difícil, com a Comissão Europeia a reconhecer, apenas a partir de setembro, num Conselho Extraordinário, a existência de uma crise na Pecuária, resultado quer do excesso de oferta de alguns produtos que não encontraram escoamento no mercado mundial–desde logo ,o leite, pela redução do consumo mundial–quer da carne de porco, devido ao embargo russo e ao facto da expansão para outros mercados (China, Japão, Taiwan) não ter absorvido as perdas do mercado russo. Aliás, foram decididas algumas medidas de urgência, com um envelope de 500 milhões de € e em que Portugal canalizou uma verba de 4.8 milhões de €, a atribuir ao sector leiteiro na sua totalidade. A nível nacional, apesar das degradações dos preços na produção do leite e carne de porco e das dificuldades nos bovinos de carne, as estimativas apontam para uma relativa estabilização da produção de alimentos compostos, prevendo-se uma relativa estabilidade nos alimentos para aves, um aumento da oferta nos alimentos para bovinos (em grande parte devido á seca que afetou o País) e de suínos, ligado ao incremento dos efetivos mas igualmente ao aumento do peso de abate, com uma retração nos alimentos para outros animais, com destaque para a crise que a cunicultura atravessa mas igualmente a falta de pequenos ruminantes, com impacto na redução da produção de alimentos para estes animais. Em 2015, demos continuidade à discussão do projeto da implementação do QUALIACA, com negociações com os importadores de matérias-primas e com a DGAV, tendo-se assinado um Protocolo apenas com a DGAV, devido às divergências relativamente a um acordo tripartido da parte dos fornecedores de matérias-primas, com o Protocolo a ser assinado em 2 de outubro, antes das eleições legislativas. No entanto, é notória uma melhoria global da qualidade das matérias-primas fornecidas à Indústria. Ficou ainda encerrado o Projeto de alteração de Estatutos da parte da Direção, que irá ser submetido à discussão com os Associados, no sentido de permitir o alargamento da IACA a outras atividades da Fileira, sem perder o seu “núcleo duro” e a identidade de Associação da Indústria. Preocupámo-nos igualmente com a discussão aberta com as empresas associadas sobre diversos temas, abordados quer nas páginas 32 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
da Revista, Anuário (em que celebrámos os 25 anos da sua edição) ou em Reuniões Gerais e nas IV Jornadas de Alimentação Animal. A IACA desempenhou ainda uma importante atividade a nível internacional, sobretudo ao nível da FEFAC, sendo chamada a intervir sobre diversos assuntos (mercados, sustentabilidade, OGM, resistência antimicrobiana, alimentos medicamentosos, acordos comerciais…), querem Bruxelas (Comissão e Parlamento Europeu) quer em eventos na Europa, ou fora dela, como os Estados Unidos ou Brasil.
Ações previstas para 2016 Com um novo ciclo político, consequência das eleições legislativas, espera-se que o Governo estimule a procura interna e aposte na continuidade da promoção das exportações, sem perder de vista aspetos essenciais como os compromissos europeus, do qual resulta desde logo o cumprimento do deficit e uma evolução da contratação coletiva que privilegiea competitividade das empresas e a aposta na produção nacional, em que a agroindústria, sobretudo a atividade pecuária, é relevante para uma estratégia de consolidação do crescimento económico e da criação de emprego. As perspetivas da Comissão Europeia apontam para a continuidade da crise na pecuária, com uma recuperação dos preços do leite no primeiro trimestre de 2016 mas o sector da carne de porco não tem uma previsão de subida de preços nos próximos meses, enquanto o embargo russo, um grave estrangulamento para o sector, é sobretudo de natureza política, sendo difícil de prever quando irá terminar. No entanto, talvez as medidas previstas ao nível das ajudas á armazenagem privada possam mitigar as perdas, numa altura em que muitos Estados-membros solicitam á Comissão ajudas para a reestruturação do sector. Neste contexto, pese embora o crescimento esperado do PIB, prevemos um 2016 particularmente difícil para a atividade da Indústria e da Fileira da Alimentação Animal em Portugal, sendo igualmente uma incógnita o que vai passar-se com a propostada Comissão em matéria de importação de matérias-primas geneticamente modificadas, depois da sua rejeição pelo Parlamento Europeu, sendo certo que a IACA se irá bater pela sua retirada e pela implementação de uma polí-
tica responsável e com base nas avaliações científicas da parte da EFSA. Fortemente preocupados com a conjuntura negativa e tendo como grande objetivo a promoção da produção agropecuária nacional e o consumo de produtos de origem animal junto dos consumidores e nos mercados externos – reduzindo a nossa dependência externa – os principais objetivos da IACA passam pela consolidação e reforço da atividade de representação da Indústria, centrados nos seguintes eixos: 1. Reforçar e agilizar a ligação entre a IACA e os seus associados, ao nível dos contactos diretos (Grupos de Trabalho com técnicos das empresas associadas, para acompanhar dossiers relevantes para o Sector e preparar posições junto das autoridades nacionais e em Bruxelas), da informação disponibilizada (IS, Revista “Alimentação Animal”, Notas de Conjuntura, INFO IACA, Notas Semanais, Circulares, website, simplificação da consulta da legislação) e na resolução de problemas que se colocam a cada empresa, bem como no âmbito das Reuniões Regionais da Indústria. Continuaremos a implementar o Programa de visitas às fábricas, para um melhor conhecimento dos problemas e das expetativas das empresas associadas, comum a melhor comunicação e difusão destas reuniões através da Revista “Alimentação Animal”. Procuraremos ainda abordar com mais frequência as empresas com vista a perceber que dificuldades e constrangimentos se deparam, por forma a dirigirmos a nossa ação com maior eficiência. 2. Reforço da Cooperação com as autoridades oficiais, designadamente ao nível da Agricultura, Economia, Ambiente e Emprego, principais áreas com impacto para o nosso Sector, com destaques para o GPP e a DGAV. No quadro da investigação e desenvolvimento, serão privilegiados os contactos como INIAV e as Universidades (ISA, UTAD, Veterinária, Évora, Porto) no sentido de fazer a ponte entre a investigação e as empresas, à semelhança do que aconteceu em 2015. 3. Reforço da articulação entre a IACA e as organizações a montante e a jusante do nosso Sector, quer ao nível das Associações agrícolas (ANPOC e ANPROMIS), de comerciantes e importadores (ACICO), quer
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PLANO DE AÇÃO
pecuárias (representantes dos sectores das carnes, do leite e dos ovos) e da FIPA, consolidando a relação de Fileiras e criando maior lobby e “massa crítica” junto das autoridades nacionais e internacionais na defesa dos interesses comuns: a defesa da produção nacional e do Mundo Rural, o equilíbrio no relacionamento com as cadeias de distribuição, a promoção da alimentação animal, da produção pecuária e do consumo de produtos de origem nacional. 4. Consolidar a imagem da IACA e as suas posições no plano internacional, em particular junto da FEFAC e da Food Drink Europe – potenciando a representação da Indústria em determinados fóruns e em Grupos Consultivos ao nível da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu – e da opinião pública, através dos meios de informação e do meio académico e universitário, intervindo em Jornadas, workshops, Seminários e Conferências. 5. Tendo em vista o reforço da qualidade das matérias-primas, complementando o Plano de Controlo Oficial, e uma estratégia que permita potenciar uma nova relação com os nossos fornecedores, com maiores exigências contratuais, a implementação do QUALIACA será uma realidade. 6. Para além do reforço no quadro da indústria de alimentos compostos para animais e das pré-misturas, a abertura da IACA a novas atividades reforçando o peso e o papel da Instituição como parceiro e a sua capacidade de intervenção na Sociedade será uma outra prioridade para 2016. Para atingir estes objetivos, o Plano de Ação, que se reflete naturalmente na proposta de Orçamento para 2016, contempla um conjunto de iniciativas, das quais destacamos as seguintes: • Realização de eventos ao longo do ano, designadamente as Reuniões Gerais da Indústria, temáticas, e as Reuniões Regionais, mantendo o modelo de convites a representantes das autoridades oficiais a acompanhar os trabalhos,de forma a compreenderem melhor as nossas posições. • Face ao sucesso das edições anteriores, realizaremos as V Jornadas de Alimentação Animal, uma iniciativa que já constitui uma referência anual. • Presença da IACA nos fóruns nacionais e internacionais a que está ligada, designadamente no âmbito da FIPA, GPP, DGAV, Ambiente, FEFAC, Food Drink Europe e Comissão Europeia (DGAGRI, DGSANTE) e 34 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
contactos ao nível da REPER, Parlamento Europeu e a Comissão de Agricultura da Assembleia da República. Manteremos a vice-presidência do Comité “Alimentos Compostos” e a representação no Grupo de Diálogo Civil “Culturas Arvenses” (DG AGRI/Comissão Europeia), bem como a coordenação do Grupo PARE (Política Agrícola e Relações Externas) da FIPA. • Para além da presença nos Comités específicos da FEFAC, e da representação no Conselho, a IACA terá uma participação muito ativa no Preasidium, Conselho e no Comité Diretor da nossa organização europeia, através da reeleição da nossa Presidente Cristinade Sousa para o Preasidium, no âmbito do Mandato de 2016/18 nas eleições do XXVI Congresso da FEFAC que se realiza naTurquia em abril de 2016. • Conclusão do processo de negociação dos Contratos Coletivos de Trabalho comum novo CCT que vai ao encontro das necessidades das empresas, cuja denúncia teve lugar em 2015, como início de um novo processo negocial e a implementação de uma nova Convenção. • Acompanhamento do processo legislativo relativo à aprovação de organismos geneticamente modificados, quer para importação, quer para cultivo. • Colaboração no PANRUAA–Plano de Ação Nacional para a Redução do Uso de Antibióticos nos Animais. • Participação na Rede Inovar, e nos Grupos Operacionais do INIAV (efluentes pecuários e proteaginosas), no sentido de valorizar e divulgar a inovação e a investigação criando mais-valia e conhecimento para os seus associados. • Criação de Grupos de Trabalho “ad-hoc” para a discussão de dossiers importantes para o futuro do Sector, em estreita ligação com a FEFAC, tendo em conta os interesses nacionais. • Finalização da elaboração de um guia de rotulagem de alimentos compostos para animais. • Atualização do “Código de Boas Práticas para os Industriais de Pré-Misturas e de Alimentos Compostos para Animais destinados à Produção de Géneros Alimentícios”. • Elaboração de um “Manual para o controlo das principais substâncias indesejáveis e proibidas na alimentação animal”, em conjunto com a DGAV. • Ações de formação respeitantes à implementação dos Planos de HACCP em fábrica e à Realização de teste de homogeneidade e
contaminação cruzada em colaboração com a Direção Geral de Alimentação e Veterinária. • Constituição de uma Plataforma informativa no sítio da IACA relativa aos aditivos, nomeadamente com listagens atualizadas dos aditivos autorizados, alterações legislativas importantes, aditivos órfãos e atualização de assuntos em discussão a nível nacional e comunitário. • Acompanhamento da revisão da legislação sobre os alimentos medicamentosos, substâncias médico-veterinárias e controlos oficiais. • Submissão de uma Candidatura ao Programa COMPETE (Portugal 2020) sobre o Projeto QUALIACA. • Dinamização da CT37 comparticipação em Congressos e diferentes grupos de trabalho, tendo em vista um melhor conhecimento da sua atividade e da importância para a credibilidade da alimentação animal. Atenta às dificuldades que têm caracterizado a evolução da indústria de alimentos compostos para animais, sobretudo nestes últimos anos, em que são constantes os ataques à imagem do Setor e dos produtos animais, com impacto negativo na Fileira pecuária e desde logo na nossa atividade, a Direção da IACA está consciente das dificuldades e das exigências, tendo como principal objetivo a aposta continua e reforçada nas parcerias e na dinâmica da nossa organização, alargando a sua base de apoio e a sua capacidade de intervenção, quer na Fileira, quer junto dos responsáveis e políticos e da Administração Pública. Na certeza de que, pelo seu passado e pela constante adaptação que tem sido possível fazer, com a capacidade de nos adaptarmos a novas realidades, somos uma organização credível e respeitada, quer pelos nossos parceiros, quer pelas autoridades, seja em Portugal ou no quadro da União Europeia. Neste quadro de incerteza global em que vivemos, no segundo ano do nosso Mandato, o que podemos garantir aos nossos Associados é que ambição, vontade, com coerência e espírito de missão, tendo em vista a coesão da Indústria e a sustentabilidade da IACA serão o nosso fio condutor que suportarão as grandes orientações estratégicas no médio e longo prazo. Tal como ao longo destes mais de 40 anos, sempre na defesa dos legítimos interesses dos nossos Associados.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SFPM
SECÇÃO DOS FABRICANTES DE PRÉ-MISTURAS
SFPM
NOTA DA DIREÇÃO DA SECÇÃO
• Como consequência de políticas europeias que diferenciaram o sector da suinicultura em países exportadores e países importadores, do aumento descontrolado do número de porcos produzidos na UE e de uma cadeia alimentar dominada pela chamada “Grande Distribuição”, que não valoriza e destrói o produto “carne de porco”, Portugal apesar de não ser autossuficiente, tem hoje o preço do porco mais baixo da Europa, muito inferior ao seu custo de produção, atravessando a suinicultura nacional uma crise dramática. • Também o sector leiteiro atravessa uma crise sem precedentes, resultante da conjugação de três fatores: i) aumento mundial da produção leiteira; ii) redução do consumo de leite; iii) diminuição drástica de importações por parte da China e Rússia. • Sem o apoio financeiro da Banca, de ajudas Estatais, do tradicional apoio das fábricas de alimentos compostos (também elas em dificuldades) e com uma descapitalização generalizada dos produtores, os atuais baixos preços da carne de porco e do leite são insustentáveis, estando em risco estes sectores. • Mas estas graves crises, não são apenas um problema das fileiras do porco (produtores, abate e transformação) e do leite. São transversais a um grande conjunto de atividades, nomeadamente à Indústria de Alimentação Animal (aditivos, pré-misturas, alimentos compostos…). • Em 2014, a produção em Portugal de alimentos para suínos foi de 787 milhares de toneladas (27% da produção total portuguesa) e de alimentos para vacas leiteiras cerca de 240 (8,3%). Como os sectores da suinicultura e leiteiro, também estas produções de alimentos estão em risco. Como o futuro das empresas de alimentos compostos e pré-misturas e dos seus trabalhadores.
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
PROGRAMA DE TRABALHOS PARA 2016 DO COMITÉ DE PRÉ-MISTURAS & MINERAIS DA FEFAC Na última reunião do Comité de Pré-Misturas e Alimentos Minerais da FEFAC, decorrida a 22 de outubro em Bruxelas, foi aprovado o Plano de Trabalhos para 2016, que inclui um conjunto de temas muito importantes para o futuro e presente da Indústria de Alimentação Animal: Como Lider: • Substâncias indesejáveis: limites máximos para metais pesados e dioxinas em aditivos para a alimentação animal, alimentos minerais e pré-misturas e métodos de extração; • Implementação do Regulamento (CE) nº 767/2009: autorização de novas utilizações previstas; atualização dos
Como Conselheiro: • Implementação do Regulamento (CE) nº 767/2009: atualização do diz respeito aos alimentos mine-
real de aditivo que o produto contém. A
rais, monitorização do registo de
FEFAC, FEFANA, EMFEMA e Copa-Cogeca
matérias-primas para a alimentação
concordaram em unir forças com vista
animal (zona cinzenta); alegações
a alcançar regras úteis, simples e mais
relacionadas com os aditivos para a
coerentes na declaração quantitativa
alimentação animal;
de aditivos para a alimentação animal.
• Revisão da legislação dos alimentos medicamentosos: aconselhamento no âmbito das pré-misturas medicamentosas; • Revisão do EFMC (nos assuntos relacionados com pré-misturas);
nutricionais específicos existentes;
(lista de aditivos autorizados na
consistência na rotulagem de aditivos
agricultura biológica);
determinação da vida útil de pré-misturas e alimentos compostos para animais; acompanhamento de alegações; • Assuntos relacionados com aditivos para a alimentação animal: monitorização da reautorização de aditivos para a alimentação animal; criação de novos grupos funcionais/categorias de aditivos; utilização de aditivos na
• Sustentabilidade relacionada com os aditivos e alimentos minerais;
A pedra fundamental deste plano de ação será a elaboração de um documento de trabalho para mostrar que as atuais regras de rotulagem de aditivos para a alimentação animal são inconsistentes ao longo da cadeia. Pretende-se introduzir o conceito de “objetivo” ou “funcionalidade”, o que se destina a refletir que a informação quantitativa mais válida pode não ser sempre a quantidade da própria substância adicionada (sulfato de cobre), mas a fração de substância ativa que
• Monitorização de iniciativas rela-
suporta a função (por exemplo, cobre
cionadas com a harmonização dos
em sulfato de cobre). A FEFANA visa
sistemas nutricionais;
introduzir este conceito no âmbito da
• Estatuto dos auxiliares de processa-
revisão das suas orientações (guidelines)
mento (auxiliares de filtração, etc.);
para a avaliação dos aditivos para a
• Monitorização de incidentes de segu-
alimentação animal que a DG SANTE
rança alimentar relacionados com
acaba de lançar.
aditivos para a alimentação animal, alimentos minerais e pré-misturas.
água; revisão de orientações para a avaliação de aditivos; reavaliação de aditivos para a alimentação animal;
que dificulta a correta identificação, por parte dos nutricionistas, da quantidade
• Legislação da agricultura biológica
da cadeia; rotulagem de pré-misturas;
pré-misturas e alimentos compostos, o
Catálogo de matérias-primas no que
alimentos para animais com objetivos
para a alimentação animal ao longo
diferentes critérios de rotulagem entre
Avaliação pela EFSA do teor em zinco na alimentação animal
• Preparações perigosas: Transporte e
Rotulagem de aditivos ao longo da cadeia
rotulagem de preparações perigosas;
A rotulagem de aditivos ao longo da
e autoridades dos diferentes Estados-
cadeia alimentar tem suscitado bastan-
-membros, propôs reduzir os níveis máxi-
tes críticas por parte da indústria da
mos de zinco permitidos na alimentação
alimentação animal. O problema surge
animal, dependendo se o alimento contém
não só devido ao facto dos Estados-
fitases ou não. A EFSA recomenda ainda
• Aplicação da rotulagem: monitori-
-membros não estarem a seguir as
a não autorização do uso de compostos
zação dos métodos da normalização
mesmas regras de rotulagem, o que
de zinco em água de abeberamento.
CEN, implementação de tolerâncias;
representa um problema nas transações
Os membros do SCoPAFF em reunião
orientações para os controlos oficiais.
comerciais, mas também devido aos
exprimiram diferentes opiniões no que
retirada de aditivos órfãos;
monitorização do estatuto dos aditivos para alimentação animal como substâncias de elevada preocupação no âmbito do REACH; Legislação SEVESO;
A EFSA, após um questionário feito aos operadores do mercado, associações
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SFPM
diz respeito à diferenciação do limite
UE responsável pela implementação
máximo de zinco dos alimentos para
do REACH e da legislação CLP), o qual
animais contendo fitases e questionaram
propôs aos Estados Membros para
se esta situação poderá afetar a liberdade
tomarem posição entre duas inter-
Reautorização da utilização de vitamina A na alimentação animal
de escolha dos operadores em usar
pretações possíveis do Regulamento:
O Regulamento (UE) 2015/724, publicado
ou não aquelas enzimas. Os serviços da Comissão Europeia consideram que seria útil encontrar uma maneira de conjugar as recomendações da EFSA com as preocupações ambientais. No que diz respeito ao tamanho das partículas e à segurança dos trabalhadores, a Comissão Europeia pretende seguir a abordagem utilizada para o cobalto e o iodo. Considerando-se a complexidade da questão, a orientação da UE poderá ser de manter os atuais limites máximos mas com requisitos adicionais na coluna “outras provisões” do ato legislativo. Pensa-se que a Comissão Europeia não deverá seguir a recomendação da EFSA de estabelecer limites máximos de zinco diferentes, consoante sejam ou não adicionadas fitases ao alimento.
1 – Na primeira interpretação, o conceito de “estado acabado, destinado ao utilizador final” é entendida de forma ampla, incluindo tanto aditivos como pré-misturas que são preparadas para um utilizador (fabricante de alimentos), apesar de poderem ser ainda objeto de outras operações por um utilizador posterior (por exemplos, adicionar água ou misturar o aditivo/pré-mistura com outros alimentos). Neste sentido, os aditivos e pré-misturas na forma aca-
de junho de 2015 da obrigatoriedade de aplicar esta legislação às misturas (Regulamento (CE) nº 1272/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro de 2008), a questão foi colocada à Comissão Europeia pelas autoridades francesas. O Regulamento (CE) nº 1272/2008 isenta “os alimentos para animais no seu estado acabado,
retinilo como fontes de vitamina A na categoria de «aditivos nutritivos» e grupo funcional «vitaminas, provitaminas e substâncias quimicamente bem definidas de efeito semelhante», estabelecendo novos teores máximos de utilização e proibindo a sua utilização na água de abeberamento. as pré-misturas que as contenham, que
Regulamento CLP.
tenham sido produzidas e rotuladas
2 – Na segunda interpretação o conceito “no estado acabado, destinadas ao utilizador final” é interpretado mais restritivamente, aproximando este con-
A discussão relativa às pré-misturas
entanto, com a entrada em vigor a 1
palmitato de retinilo e o propionato de
As substâncias especificadas (aditivo) e
encontrada no Regulamento (CE) nº
lling and Packaging) não é nova. No
a utilização de acetato de retinilo, o
e como tal, isentos dos requisitos do
Aplicação da legislação CLP e transportes ADR às Pré-Misturas nutricionais da legislação CLP (Classification, Labe-
vigor a 26 de maio de 2015, autoriza
bada estão cobertos pelo artigo 1(5)(e)
ceito à definição de “consumidor final”
nutricionais poderem estar no âmbito
a 5 de maio de 2015 e, com entrada em
antes de 26 de novembro de 2015 em conformidade com as regras aplicáveis antes de 26 de maio de 2015, podem continuar a ser colocadas no mercado e utilizadas até que se esgotem as suas existências.
178/2002. Esta interpretação sugere que
Os alimentos compostos para animais
um aditivo ou pré-mistura, apenas se
e as matérias-primas para alimentação
encontra no estado acabado, destinadas
animal que contenham as substâncias
ao utilizador final, quando estão prontas
especificadas, que tenham sido pro-
para consumo direto pelos animais.
duzidos e rotulados antes de 26 de
No entanto, em conformidade com o
maio de 2016, em conformidade com
Regulamento 1831/2003, artigo 2(a)
as regras aplicáveis antes de 26 de
e (e), as pré-misturas e aditivos para
maio de 2015, podem continuar a ser
a alimentação animal não podem ser
colocados no mercado e utilizados até
utilizado diretamente na alimentação
que se esgotem as suas existências, se
de animais. Portanto, o CLP aplica-se
forem destinados a animais utilizados
a todos os aditivos e pré-misturas,
na alimentação humana.
incluindo os autorizados, rotulados e embalados em conformidade com o Regulamento 1831/2003. Tendo em conta a 2ª interpretação as pré-misturas nunca se encontram no estado acabado.
Os alimentos compostos para animais e as matérias-primas para alimentação animal que contenham as substâncias especificadas, que tenham sido produzidos e rotulados antes de 26 de maio
destinados ao utilizador final.” A questão
Apenas dez Estados-membros votaram
de 2017, em conformidade com as regras
é se de facto uma pré-mistura deve ser
as interpretações no âmbito de CARA-
aplicáveis antes de 26 de maio de 2015,
considerada em “estado acabado para
CAL, dois na primeira interpretação,
podem continuar a ser colocados no
o utilizador final” ou não, dado que não
7 na segunda e uma abstenção. Este
mercado e utilizados até que se esgotem
existe definição na legislação de utili-
assunto será agora avaliado pelo SCo-
as suas existências, se forem destinados
zador final. Este assunto foi avaliado
PAFF, responsável pela alimentação
a animais não utilizados na alimentação
pelo CARACAL (Comité Permanente da
animal.
humana.
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
FILEIRA DEBATE COMPETITIVIDADE E SEGURANÇA DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL No passado dia 15 de dezembro, em Fátima, no Dom Gonçalo Hotel & SPA, com a presença de mais de uma centena de participantes da Fileira da Alimentação Animal, teve lugar mais uma Reunião Geral da Indústria, promovida pela IACA, desta vez subordinada ao tema “Competitividade e Segurança da Alimentação Animal”. Na Sessão de Abertura, centrando-se na importância e relevância do tema, num contexto de volatilidade de preços e inseridos num mercado global, estiveram presentes a Presidente da IACA, Cristina de Sousa, Paula Bico, Diretora de Serviços de Nutrição e Alimentação da DGAV (em representação do Diretor-Geral da DGAV, Prof. Doutor Álvaro Mendonça), e o Presidente da CESFAC, Fernando Antunez, que abordou ainda a relação entre fornecedores e industria em Espanha, bem como alguns aspetos relativos ao controlo de qualidade e ponto de situação do Setor no país vizinho. Moderado por Jaime Piçarra, o primeiro Painel, foi muito abrangente, com um primeiro tema apresentado por Margarida Ramalho, da empresa de consultadoria GTE, que nos falou sobre os fundos europeus e o Horizonte 2020, explorando as diferentes possibilidades de acesso aos apoios comunitários até 2020, centrando-se na Competitividade, Investimento e Financiamento. Seguiu-se Pedro Ramos Caramona, da Alltech, que nos apresentou uma excelente abordagem sobre Avaliação e Evolução do Risco de Contaminação por Micotoxinas em Portugal e na Europa, chamando a atenção para a necessidade de monitorização da qualidade das matérias-primas para a alimentação animal, face aos riscos emergentes. A terminar a parte da manhã, interveio Jorge de Saja, da CESFAC, que abordou o tema dos Desafios para o Futuro do Setor da Alimentação Animal em Espanha e no contexto da
que, ao que parece, não foi sentida da mesma forma pelo
União Europeia, em que caracterizou a indústria, os vários
mercado espanhol.
tipos de mercado e operadores, a importância da atividade
No entanto, temos algumas conclusões a retirar: a Espanha
pecuária em Espanha, o mercado e perspetivas para os
tem, tal como nós, uma capacidade instalada em excesso, são
preços das principais matérias-primas, deixando a convicção
dependentes de matérias-primas (milho e soja), a crise terá
de que o ano de 2016 poderá ser de inversão de tendências
selecionado de algum modo, as empresas, que tendem para a
e algo promissor para o Setor, o que não foi unânime, na
especialização e, tal como em Portugal, o setor demonstra uma
discussão que se seguiu a todas as intervenções. Um debate
notável capacidade de resiliência e resistência. Naturalmente
vivo e muito enriquecedor, com partilhas de pontos de vista
que a Fileira, sobretudo nos suínos, depende muito do setor
e muitas intervenções da parte da audiência, marcadas
exportador mas não era assim há 15-20 anos; Espanha definiu
sobretudo pela conjuntura negativa que se vive em Portugal,
uma estratégia para a Pecuária e implementou-a; talvez seja
com destaque para os setores do leite e da suinicultura e
possível colher alguns ensinamentos, embora existam também
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
muitas diferenças ao nível dos nossos
segurança alimentar e explicou os obje-
Referiu ainda que o QUALIACA teve
congéneres espanhóis.
tivos do QUALIACA e o funcionamento
o seu início no dia 14 de dezembro,
Da parte da tarde, depois das Assem-
do Protocolo que a IACA assinou com
estando previstas mais iniciativas
bleias Gerais da IACA, teve lugar o
a DGAV, no passado dia 2 de outubro.
em janeiro.
segundo Painel, moderado por Pedro Folque, inteiramente dedicado ao QUALIACA e à sua importância para a segurança da Alimentação Animal. Foram intervenientes, José Manuel Costa, responsável pela Divisão de Alimentação Animal, da DGAV, que abordou a importância dos controlos oficias, a ligação entre as entidades públicas e privadas, e a partilha de responsabilidades ao longa da cadeia alimentar, e Ana Cristina Monteiro, que apresentou os diferentes sistemas de controlo de qualidade existentes em vários países da União Europeia, a visão da FEFAC sobre a gestão da
PATROCINIO
COLABORAÇÃO
PROVIDÊNCIA CAUTELAR CONTRA O QUALIACA Na sequência da assinatura do Protocolo
ridades oficias, cujo objetivo é reforçar
alegados atrasos, e custos acrescidos,
e da sua implementação no terreno, a
e complementar os controlos oficias,
no fornecimento de matérias-primas
ACICO, organização que representa os
garantindo maior segurança alimentar e
para a alimentação animal.
comerciantes e importadores de cereais
prevenindo eventuais crises, tendo em
Preparada a defesa, quer pela IACA,
e oleaginosas, uma parte significativa
vista a confiança dos consumidores nos
quer da parte do Estado português,
dos nossos fornecedores (a que se
produtos de origem animal, fabricados
competirá agora aos Tribunais decidirem
juntaram empresas não associadas
em Portugal. Na sequência de tentativas
da legalidade do Projeto, e aos nossos
daquela entidade), apresentou uma
de descredibilização do QUALIACA no
associados e ao mercado em geral,
providência cautelar contra a IACA e o
mercado, a IACA, sentiu-se no dever e
retirarem, de todo este processo, as
Estado, visando colocar um ponto final
obrigação de prestar todas as infor-
devidas conclusões.
à iniciativa conjunta da IACA e das auto-
mações aos seus associados, face aos
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Nos passados dias 18 e 19 de novembro decorreu em Santiago de Compostela o IV Congresso de Alimentação Animal, organizado pela Associação Galega de Fabricantes de Alimentos Compostos (AGAFAC), Fundación Instituto Tecnológico del Pienso, a Xunta de Galicia e o Ministerio de Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente (MAGRAMA), no qual a IACA esteve representada a convite da organização. Esta 4ª edição esteve centrada em três temas principais: A Sustentabilidade com as apresentações de Alexander Doring (FEFAC), Carlos Buxadé Carbó (Universidade Politécnica de Madrid) e Gert van Duinkerken (Wageningen UR Livestock Research), os quais deram uma perspetiva da produção de alimentos para animais, produção animal e nutrição sustentável. A aplicação da Legislação sobre os alimentos medicamentosos com as apresentações de Leonor Algarra (MAGRAMA), Vitória Navas (MAGRAMA), Eugenio Cegarra (NUTER FEED e AGAFAC), Paloma Sánchez (FIAB) e Joan Casanay (PROMIC GROUP). Nesta sessão do Congresso foi discutida a nova proposta de alimentos medicamentosos, com ênfase nas contaminações cruzadas, quer do ponto de vista das autoridades quer dos fabricantes de alimentos para animais, assim como a gestão e valorização de coprodutos da indústria alimentar para a alimentação animal. Foram ainda apresentadas no final do primeiro dia temas relacionados com a gestão de alertas (RASFF), do ponto de vista das autoridades, pelo Francisco Javier Piquer (MAGRAMA) e da indústria pelo Raimont Fort (Sant Cugat), e por fim estratégias de comunicação em cenários de crises alimentares pela Loreta Rubio (ESADE). O segundo dia do Congresso foi dedicado aos sistemas de controlo, 3º tema deste congresso,
com a participação de Katrien D’hooghe, que explicou o funcionamento do sistema de controlo de qualidade de matérias-primas para a alimentação animal OVOCOM, Thierry Dagnac (CIAM e INGACAL) que fez uma apresentação relativa aos métodos analíticos para monitorização e controlo de dioxinas e Gerardo Fernández (Universidade da Corunha), com uma apresentação também focada nas dioxinas, mas também noutros contaminantes da cadeia alimentar. Foram ainda apresentados os cinco sistemas de controlo da segurança alimentar em alimentação animal existentes em Espanha, tendo os representantes dos mesmos explicado o respetivo sistema e, apresentado resultados analíticos do seu funcionamento, nomeadamente o sistema gmp.Galis pela Mª Luísa Delgado (Galiza), sistema Qualimac pelo Jordi A. Forés (Catalunha), sistema APLIKA APEA pelo Jabi Urbika (País Basco), sistema SEGACYL por Natalia Maestro (Castela e Leão) e Sistema PIENSA Q pelo Juan Ignacio Conesa (Sudeste de Espanha). Esta última sessão permitiu a colocação de questões aos representantes dos diferentes sistemas de controlo de qualidade, da qual foi notório o sucesso que têm sido, a integração dos vários intervenientes da cadeia alimentar nestes projetos e o esforço de todos eles em colaborarem entre si, de forma a torna-los mais transversais e, evitar barreiras no abastecimento e comercialização de matérias-primas das diferentes regiões autónomas devido aos diferentes Sistema de controlo da segurança alimentar em alimentação animal. Este Congresso que contou com 400 participantes, nos quais se incluem representantes da IACA, da DGAV e da indústria, foi um sucesso pela sua qualidade e importância dos temas apresentados. A 5ª Edição irá decorrer em 2017 em Cordova.
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS
ENCONTRO ANUAL DO CIB o objectivo de criar uma agricultura cada
Associações de Agricultores/Sementes/
vez mais sustentável para o agricultor, para
outras, Decisores políticos e Jornalistas.
os consumidores e para a sociedade, para
Sem as dezenas de pessoas que colabo-
a economia e para o ambiente.
raram de forma preciosa não teria sido
De cinco encontros anuais que já organizá-
possível organizar mais este encontro
mos até agora, este foi certamente um dos
anual do CiB – Centro de Informação de
melhores: na qualidade das apresentações
Biotecnologia.
dos oradores (pela variedade e relevância dos temas) e pelo número de participantes. Foi mais um encontro muito importante para partilha de diferentes temas relacionados com a Agrobiotecnologia, com testemunhos fundamentais que demonstraram mais uma vez que não há voltar atrás, mesmo que a União Europeia insista/teime em se atrasar em relação ao resto do mundo nestas matérias. As novas tecnologias
Houve muito mais tempo do que nos anos anteriores para resposta a perguntas e a discussão, pois decidimos convidar apenas 5 oradores (em vez de 6), pois pensamos que esse tempo é fundamental para a qua-
Finalmente um agradecimento especial ao Prof. Jorge Canhoto da FCTUCoimbra e à sua equipa de jovens investigadores e estudantes que estiveram sempre motivados e presentes na organização desde o primeiro momento.
lidade da informação que os participantes levam consigo. Estiveram presentes 110 participantes, entre eles: Estudantes Universitários
de melhoramento de culturas agrícolas
(~55%), Professores Universitários e de
estão à porta e mais tarde, ou mais cedo,
Institutos Politécnicos, Investigadores de
iremos usufruir delas conjuntamente com
Biotecnologia de Plantas, Técnicos Agrí-
muitas outras tecnologias disponíveis com
colas de Empresas e Representantes de
SUINICULTORES APELAM AO CONSUMO NACIONAL Por iniciativa do Gabinete de Crise de
nacionais, a produção nacional irá definhar
Durante a acção, os suinicultores enverga-
Suinicultores, cerca de 200 suinicultores
e uma parte substancial desaparecer nos
ram t-shirts com a inscrição “coma o que é
reuniram-se junto ao Pavilhão de Portugal,
próximos meses.
nosso” e alertaram os consumidores para
no Parque das Nações, para realizar uma
Os suinicultores queixam-se também do
a necessidade de procurarem nos rótulos
acção informativa junto dos consumidores
baixo preço que é pago aos produtores,
o país de criação e abate do animal.
que visava a sensibilização destes para o
quando os custos de produção ascendem
Denunciaram ainda a incorrecta rotulagem
consumo de carne de porco nacional, no
actualmente a 1,50 euros por quilo e esse
presente nalguns produtos de carne de
dia 5 de Dezembro.
mesmo quilo é vendido a um euro.
porco.
Vários factores concorreram em simultâneo
A situação é de tal forma dramática, que
Relembramos que desde o dia 1 de Abril
para a forte crise que se vive na Suini-
se corre o risco de ter de fechar 40% da
de 2015, que o Regulamento comunitário
cultura, como o embargo sanitário russo
produção nacional dentro de dois meses.
1337/2013 está em vigor, o qual obriga a
à carne de porco europeia, o aumento
Os suinicultores quiseram por isso chamar
fazer constar do rótulo a indicação do
generalizado da produção na Europa e a
a atenção dos consumidores para “comerem
Estado-Membro ou país terceiro onde o
quebra do consumo, consequente à quebra
o que é nosso” e pediram mais atenção a
animal foi criado e onde foi abatido.
do poder de compra dos portugueses, o
rotulagem.
Esta foi a primeira acção do Gabinete de
que provocou uma forte depreciação nos
Após a concentração, os suinicultores
Crise criado no seguimento do Plenário de
preços em toda a Europa, e particularmente
dividiram-se em dois grupos: um que se
Suinicultores, havido em Leiria, no dia 17 de
em Portugal.
dirigiu ao Continente do Vasco da Gama
Novembro e foi um sucesso, na medida em
Se ao mesmo tempo a distribuição preferir
e outro que se dirigiu ao Pingo Doce do
que a adesão por parte dos suinicultores
produtos estrangeiros em detrimento de
Strada Outlet.
foi significativa, de norte a sul do país.
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Nos próximos dias 12, 13 e 14 de Maio
• O Pavilhão Multiusos, contíguo à
Paralelamente à Feira decorrerão as
realiza-se no Montijo a XXIII Feira Nacio-
zona profissional, onde estarão
Jornadas Técnicas, que abordarão temas
nal do Porco, um certame que reúne todos
empresas representantes de dife-
da actualidade da Suinicultura, com alguns
os agentes da fileira do porco, desde os
rentes áreas como arte, tecnologia,
dos maiores especialistas mundiais em
fornecedores de matérias-primas para
agricultura, construção civil, entre
temas como bem-estar animal, sanidade,
rações, fabricantes de rações, produtos
outras. Poderá visitar os 1300 m2
mercados internacionais e práticas de
veterinários, equipamentos, tratamento
deste pavilhão até às 22 horas.
maneio.
de efluentes, genética, produtores, indústria de carnes e comercialização de carnes.
• O Pavilhão de Produtos Tradicionais,
Mas a XXIII Feira Nacional do Porco
onde se localizam as populares
não será apenas negócios e trabalho.
Tasquinhas, e três restaurantes que
A organização tem programado um extenso programa lúdico, a anunciar
Depois do sucesso da 22ª edição, onde
garantirão que os visitantes da XXIII
estiveram presentes 84 empresas e orga-
Feira Nacional do Porco serão bem
oportunamente.
nizações directamente ligadas ao sector,
servidos e que a animação da Feira
para além de 40 empresas ligadas a
será noite dentro, com os seus
E como a Feira do Porco também é
outras áreas de actividade que ocuparam
produtos de charcutaria, fumeiro,
na totalidade os 218 espaços de exposição
doçaria, bebidas e licores.
disponíveis, a Comissão Organizadora quis ampliar a Feira Nacional do Porco e redimensioná-la à escala ibérica. Com um aumento do espaço de exposição na ordem dos 50%, a edição de 2016 aguarda a presença de mais de 300 expositores e a visita de mais de 20 000 pessoas aos longo dos três dias. A Feira será segmentada em cinco áreas distintas:
• Ao Ar Livre estará exposta a maquinaria pesada e decorrerá o programa lúdico da Feira. A 22ª edição contou com as presenças das mais altas patentes públicas com ligação ao sector, tais como a Sra. Ministra da Agricultura e Mar, o Sr. Secretário de Estado da Alimentação
organização procura sempre levá-la para além dos limites dos seus portões, celebrando parcerias com a hotelaria e a restauração dos concelhos do Montijo, Moita e Alcochete. Por todas estas razões e muitas mais, dias 12, 13 e 14 de Maio, todos os caminhos vão dar ao Montijo, à grande festa da carne de porco, que é a XXIII Feira Nacional do Porco.
e Investigação Agro-Alimentar, que inaugurou a Feira, o Sr. Secretário de
• O Pavilhão Profissional, o coração
Estado da Agricultura e o Director Geral
da Feira, onde estão dispostas por
de Veterinária. A 23ª edição certamente
2800 m2 as empresas ligadas à
não ficará atrás em termos de repre-
fileira da carne de porco. Abrirá
sentação política.
portas às 10.00 horas, podendo ser
A Feira Nacional do Porco não poderia
visitado até às 22.00 horas.
cognominada de Feira do Montijo, a
acontecer sem a prestimosa colaboração
• O Auditório onde decorrerão as
da Câmara Municipal do Montijo. Colabo-
sessões técnicas, nesta edição muito
ração essa que foi reforçada para esta
focadas nos aspectos relacionados
edição, com a interveção da Câmara de
com o acesso ao financiamento por
melhorias nas instalações do Parque de
parte dos suinicultores e hipóteses
Exposições do Montijo que dotarão o
de investimento potenciadas pelo
espaço de melhores condições para os
novo Quadro Comunitário de Apoio.
expositores e visitantes. A LI ME N TAÇÃO A N I M A L
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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS
NANTA REÚNE EN MADRID A EXPERTOS PARA PONER EN VALOR EL PAPEL DE LA ALIMENTACIÓN ANIMAL ANTE LA SOCIEDAD a más de 150 actores del sector entre
en gran medida a mantener la seguridad y
industria, empresas, administraciones y
la trazabilidad alimentaria. “De hecho – ha
asociaciones de productores, durante el
comentado Ulloa – la preocupación de este
encuentro “Alimentación animal: respon-
sector por la seguridad alimentaria es
sabilidad y seguridad”. Su objetivo ha sido
tanta o más que la de la propia industria
poner en valor ante la sociedad el esfuerzo
alimentaria. Solo basta con observar las
de los fabricantes de pienso por cubrir las
especificaciones que constan en el etique-
necesidades de los ganaderos, garantizando
tado de un pienso y de cualquier alimento”.
la calidad y seguridad alimentaria a los
Ha destacado además que del sector de
consumidores y constituyendo un motor importante de la economía en nuestro país.
española, como son la agricultura, el trans-
sultoría estratégica de comunicación y de
porte marítimo y por carretera, la actividad
servicios, y primer ponente del encuentro,
portuaria y la industria del metal.
como “uno de los principales actores en la democratización de la alimentación, poniendo al alcance de nuestra sociedad
número de fábricas de pienso (820) y, con 21.000 millones tm, se sitúa como tercer productor a nivel comunitario, y octavo a nivel mundial, exportando a más de 100 países. • Un sector del que dependen a su vez otros fundamentales para la economía española, como son la agricultura, el transporte marítimo y por carretera, la actividad portuaria y la industria del metal. • “La industria de fabricación de piensos es uno de los principales actores en
sectores fundamentales para la economía
Enrique Ulloa, socio director de IDEO, con-
ha reivindicado el papel de esta industria
• España es el país de la UE con mayor
fabricación de piensos dependen otros
actual una alimentación sana y equilibrada”. El experto analista ha ofrecido datos que muestran que esta industria genera en España 21.000 millones de tm de pienso, lo que nos sitúa como tercer productor a nivel de la UE-28, tras Alemania y Francia, y octavo a nivel mundial. Además, las 820 fábricas con que cuenta nuestro país (538 y 527 más que Francia y Alemania respectivamente) dan trabajo 12.237 personas. Por comunidades autónomas, Cataluña aglutina un 25,7% de la producción nacional, con 156 fábricas, seguida de Aragón, con un 15,2% de la producción y 72 fábricas.
Para finalizar, Ulloa ha destacado que el sector adolece de una sobrecapacidad productiva con una media de 25, 28 tm por fábrica, frente a las 77, 6 de Alemania y las 74,75 de Francia. “Esto incide sobre los costes de las fábricas que no están a pleno rendimiento. Es necesario por tanto –ha concluido – regular la capacidad de producción a nivel nacional y modernizar algunas instalaciones”. Por su parte Arnaldo Cabello, subdirector general de Medios de Producción Ganaderos (Magrama), ha incidido en el importante papel de la alimentación animal como primer eslabón de la cadena alimentaria. “De hecho –ha comentado – los principios generales de seguridad alimentaria en la Unión Europea, son los mismos para los
“El sector de fabricación de piensos en
alimentos que para los piensos”. Cabello
España es por tanto – según ha expuesto
ha explicado que, según los datos del
el experto-, un sector muy concentrado que
Sistema rápido de alertas en piensos
genera un negocio de volumen más que de
• Entre los retos futuros esta doblar la
y alimentos de la UE (RASSF – en sus
margen, ya que las compras representan un
producción actual de alimentos para
siglas en inglés-), un 9,86 por ciento de
78% de las ventas netas (8.905 millones de
abastecer a una población mundial que
las incidencias comunicadas se refieren
euros), dejando márgenes que no alcanzan
alcanzará los 9,3 billones en 2050, y
a piensos, frente al 82, 24 por ciento
el 22%”.
hacerlo de forma sostenible.
relacionado con alimentos y al 5,90 por
Se trata además de un sector muy tec-
ciento con los materiales en contacto
Nanta, empresa líder del sector de la
nificado con ventas por empleado 2,7
con estos últimos, destacando además
alimentación animal del Grupo Nutreco
veces superiores a las de la industria
el descenso en el número de alertas por
Iberia, ha reunido en Madrid (15 de octubre)
alimentaria, cuyas inversiones se destinan
piensos en los últimos años.
la democratización de la alimentación, poniendo al alcance de la sociedad actual una alimentación sana y equilibrada”.
46 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Jesús Lizaso, director de Nutrición, for-
Villalón ha explicado que Nutreco destina
Inga Food y a Grupo Sada. Nanta cuenta
mulación y Calidad de Nanta, ha ahondado
el 85 por ciento del gasto directo a su
con veintidós centros de producción
en el tema del control y la seguridad en
Código de Conducta de Proveedores
dotados de tecnología punta en los
la alimentación animal. Ha analizado el
sobre cuestiones medioambientales y
que está implantado el Sistema de
marco jurídico, la definición y alcance del
sociales y ha añadido que, “toda compañía
Aseguramiento de la Calidad, garantía de
concepto de seguridad, y las herramientas
debería abrazar el proyecto de elaborar
calidad de los productos de la compañía.
para garantizar la misma, entre otros.
una política de sostenibilidad que asegure
En su portfolio de más de 200 productos
La jornada se ha clausurado con la interven-
que abordamos las cuestiones relevantes
se encuentran alimentos para porcino
ción de José Villalón, director de Sostenibi-
en los próximos 30 años, y que tenga
blanco e ibérico, para cunicultura y avi-
lidad de Nutreco Corporate y ex Chairman
en cuenta las aportaciones de terceros,
cultura, para vacuno de carne y de leche,
de WWF, que ha hablado sobre el gran reto
como ONG´s, instituciones y proveedores,
ovino y caprino, y para la alimentación
de futuro que supone la sostenibilidad,
entre otros”.
de perros, gatos y caballos.
exponiendo las tendencias globales y los retos que tendrá que afrontar el sector de la alimentación en los próximos 35 años.
Acerca de Nanta
“La población mundial experimentará un gran
Nanta, compañía líder en la fabricación y
crecimiento –ha asegurado-, pasando de los 7 billones a los 9,3 en 2050, concentrándose hasta un 70 por ciento en núcleos urbanos y con un incremento de 3 billones en la clase media de cara a 2030. Por ello necesitaremos
comercialización de piensos compuestos en la Península Ibérica, comenzó su actividad en 1968 y desde sus inicios, la tecnología empleada y sus programas de I+D+I y calidad han supuesto una auténtica innovación
doblar la producción de alimentos para
en este sector industrial.
cubrir la nueva demanda, que será generada
Englobada dentro de la multinacional
especialmente en los países emergentes”.
Nutreco, tiene por empresas hermanas a
Presidente da IACA presente no evento, a convite da NANTA
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
|
47
ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS
NOVOS PLC´S DA NANTA PARA A ALIMENTAÇÃO AUTOMÁTICA EM EXPLORAÇÕES CUNÍCOLAS A gestão automatizada da alimentação tornou-se uma ferramenta indispensável nas explorações cunícolas. Atualmente, mais de 80% dos cunicultores franceses e italianos limitam a quantidade de ração que administram nas suas engordas de forma a prevenir distúrbios digestivos. Com esta premissa, a Nanta disponibiliza às explorações cunícolas os seus novos PLC´s (Controladores Lógicos Programáveis), computadores industriais especificamente configurados para, com precisão matemática, otimizar a alimentação da exploração, fazer restrição de alimento na engorda, além de poder integrar em apenas um equipamento o
maneio de todos os automatismos da exploração. Entre os benefícios que uma boa gestão da alimentação do coelho nos dá, está o de conseguir a máxima segurança digestiva nas engordas, já que a utilização de modelos intermitentes e perfeitamente quantificados de administração de alimento e jejum tem resultados muito positivos na prevenção e inclusive no tratamento de doenças digestivas na fase de engorda, especialmente a Enteropatia Epizoótica Mucoide. Para além disto, melhoraremos o índice de conversão, pois a restrição de alimento incrementa de forma fisiológica o aproveitamento dos nutrientes ao facilitar o contacto entre a parede intestinal e o alimento.
Finalmente, uma boa gestão da alimentação nas fases produtivas de maior risco é fundamental para conseguir os objetivos de retirada de medicação previstos para 2017. Os sistemas automáticos que visam parâmetros variáveis – incluindo a alimentação – minimizam a possibilidade de cometer erros oferecendo com isso uma tranquilidade adicional e uma maior rentabilidade e eficiência nas explorações. A Nanta, no seu compromisso permanente pela profissionalização do sector cunícola põe os seus novos PLC´s ao serviço dos seus clientes. Os interessados em receber mais informação devem contactar o Serviço Técnico ou o responsável da Nanta na sua zona.
JORNADA TECADI/NORFEED SUD
A Tecadi realizou em parceria com a Norfeed Sud, no dia 6 de Outubro 2015 no Hotel Villa Batalha, uma jornada centrada no tema da resistência antimicrobiana e redução de antibióticos na alimentação animal. Estiveram presentes cerca de 60 participantes das diversas fileiras pecuárias, produtores, industriais de alimentos compostos para animais, fornecedores de aditivos e matérias-primas, e abordaram-se as razões e motivos que estão na origem da perspetiva de alteração do regulamento europeu sobre os alimentos medicamentosos, disposições regulamen48 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
tares em vigor e alternativas naturais ao uso do antibiótico. A abertura dos trabalhos foi feita pelo Engº Luis Ferraz e restante equipa da Tecadi, agradecendo a presença de todos e fazendo a apresentação global da jornada. O Dr. Pierre Chicoteau (médico veterinário e CEO da Norfeed Sud) apresentou a empresa. A jornada prosseguiu com a intervenção da Drª Helena Ponte (médica veterinária, assessora do conselho directivo do INFARMED) no sentido de reforçar a importância da “Redução do Uso de Antibióticos nos
Animais por Uma Só Saúde” com o objectivo de minimizar o risco das resistências antimicrobianas na saúde pública, incluído no Projeto Europeu para a Vigilância do Consumo de Antimicrobianos em Animais. No âmbito regulamentar, o Dr. José Manuel Costa (Farmacêutico e chefe de divisão de Alimentação Animal da DGAV) e a Engª Ana Cristina Monteiro (assessora técnica da IACA) falaram-nos de resistência antimicrobiana e perspectivas de alteração da legislação quer do ponto de vista da DGAV, quer do ponto de vista da IACA. A reunião terminou no período da tarde, focada nas soluções e alternativas à utilização dos antibióticos com a “Apresentação Global dos Produtos Norfeed Sud” realizada por Stefan Sitaru (Médico Veterinário, Norfeed Sud), com a “Produção de Suínos sem Antibióticos” por Eric Belz (médico veterinário) e com a apresentação sobre “Produção Animal com Alternativas Naturais” pelo Dr. Pierre Chicoteau.
CERTIFICAÇÃO DIN A D.I.N. Desenvolvimento e Inovação Nutricional, SA desenvolve a sua actividade no âmbito do fabrico de Alimentos para Animais e prestação de Serviços Laboratoriais. O seu laboratório – Laboratório de Investigação e Desenvolvimento da DIN,SA (LID) – que presta serviços analíticos na área da Alimentação Animal, Alimentação Humana e Ambiente encontra-se Acreditado, pelo Instituto Português de Acreditação,
para o Controlo de Qualidade Físico-Químico e Microbiológico (sem esterilidade), no âmbito do fabrico de Pré-Misturas Medicamentosas. Apostando na melhoria contínua, na excelência e diferenciação dos seus serviços, em 2015 o LID obteve a extensão da Acre-
PORTUGUESE ACCREDITATION INSTITUTE
PORTUGUESE ACCREDITATION INSTITUTE
PORTUGUESE ACCREDITATION INSTITUTE
Rua António Gião, 2-5º 2829-513 CAPARICA Portugal Tel +351.212 948 201 Fax +351.212 948 202 acredita@ipac.pt www.ipac.pt
Rua António Gião, 2-5º 2829-513 CAPARICA Portugal Tel +351.212 948 201 Fax +351.212 948 202 acredita@ipac.pt www.ipac.pt
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Anexo Técnico de Acreditação Nº L0670-1
Accreditation Annex nr.
D.I.N. Desenvolvimento e Inovação Nutricional, SA Laboratório de Investigação e Desenvolvimento
D.I.N. Desenvolvimento e Inovação Nutricional, SA Laboratório de Investigação e Desenvolvimento
Nº
Address
Nr
Rosa Maria Lopes Gomes
Telefone Fax E-mail Internet
232 880 020 232 880 021 laboratorio@din.pt www.din.pt
Produto
Product
Ensaio
Test
Anexo Técnico de Acreditação Nº L0670-1 Accreditation Annex nr.
D.I.N. Desenvolvimento e Inovação Nutricional, SA Laboratório de Investigação e Desenvolvimento Método de Ensaio
Categoria
NP EN ISO 6865:2009
0
NP 872:1983
0
Test Method
Category
ALIMENTOS E AGRO-ALIMENTAR
Zona Industrial da Catraia
FOOD AND AGRI-FOOD PRODUCTS
Apartado 50 3441-909 Santa Comba - Dão
Contacto Contact
desde Maio de 2014. Também em 2014, a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária concedeu ao LID a certificação BPF (Boas Práticas de Fabrico)
Anexo Técnico de Acreditação Nº L0670-1
Accreditation Annex nr.
A entidade a seguir indicada está acreditada como Laboratório de Ensaios, segundo a norma NP EN ISO/IEC 17025:2005
Endereço
ditação na área da Microbiologia e para a Determinação de Micotoxinas (âmbito flexível global). Ao obter o reconhecimento técnico dos seus serviços, a DIN,SA pretende posicionar-se como parceiro credível de todas as entidades pertencentes ao nosso sector.
1
Alimentos para animais
Celulose Bruta
2
Alimentos para animais
Cinza Total
3
Alimentos para animais
Humidade
Gravimetria
Gravimetria NP 875:1994 (Com exclusão do ponto 8.2.1.3 e 8.2.2)
Gravimetria
Resumo do Âmbito Acreditado
Accreditation Scope Summary
Alimentos e agro-alimentar
Food and agri-food products
Nota: ver na(s) página(s) seguinte(s) a descrição completa do âmbito de acreditação.
Note: see in the next page(s) the detailed description of the accredited scope.
4
Alimentos para animais
Matéria Gorda Bruta
5
Alimentos para animais
Proteína Bruta
6
Carnes e Produtos Cárneos
Nº Nr
Produto
Product
Ensaio
Test
Método de Ensaio
Categoria
Test Method
Category
Este Laboratório possui um âmbito de acreditação com descrição flexível global, a qual admite a capacidade para implementar métodos dentro do enquadramento de competência dado por este Anexo Técnico. Os ensaios abrangidos identificam na coluna “Método de Ensaio” o tipo de flexibilidade aceite de acordo com os seguintes códigos: Tipo A – Capacidade para implementar métodos normalizados e adicioná-los à Lista de Ensaios sob Acreditação Flexível; Tipo B – Capacidade para implementar métodos desenvolvidos internamente ou adaptados pelo laboratório e adicioná-los à Lista de Ensaios sob Acreditação Flexível. O responsável pelo controlo e aprovação da Lista de Ensaios sob Acreditação Flexível é a Eng.ª Salomé Santos e pela aprovação técnica dos métodos a incluir nessa Lista é a Dr.ª Rosa Gomes.
0
NP 876:2001
0
MI-LID-33/Dumas/03
0
NP 1614-1·2009
0
Gravimetria
Leopoldo Cortez Presidente
Dumas
A validade deste Anexo Técnico pode ser comprovada em http://www.ipac.pt/docsig/?OB91-93CV-AL18-0ZV1
The validity of this Technical Annex can be checked in the website on the left.
Os ensaios podem ser realizados segundo as seguintes categorias:
Testing may be performed according to the following categories: 0 Testing performed at permanent laboratory premises 1 Testing performed outside the permanent laboratory premises or at a mobile laboratory 2 Testing performed at the permanent laboratory premises and outside
0 Ensaios realizados nas instalações permanentes do laboratório 1 Ensaios realizados fora das instalações do laboratório ou em laboratórios móveis 2 Ensaios realizados nas instalações permanentes do laboratório e fora destas
Humidade Gravimetria
7
Carnes e Produtos Cárneos
AOAC 992.15 (1992)
0
8
Cereais e derivados, alimentos para animais
Aflatoxinas B1, B2, G1 e G2. Cálculo
MI-LID-43/01
0
9
Géneros alimentícios
Contagem de Listeria monocytigenes
Proteína Bruta
Compass Listeria Agar AFNOR-BKR23/05-12/07
10
Géneros alimentícios
Pesquisa de Listeria monocytogenes
Compass Listeria Agar AFNOR- BKR23/2-11/02
11
Géneros alimentícios e alimentos para animais
Contagem de E. coli β-glucoronidase positiva
ISO 16649-2:2001
0
12
Géneros alimentícios e alimentos para animais
Contagem de microrganismos a 30ºC
ISO 4833-1:2013
0
13
Géneros alimentícios e alimentos para animais
Pesquisa de Salmonella spp
Rapid Salmonella AFNOR- BRD 07/1112/05
0
14
Tipo de produto:
Tipo de ensaio: Determinação de micotoxinas
Acreditação flexível tipo B
0
Cereais e derivados, alimentos para animais
Dumas
0 0
HPLC-uv/vis-Fluorescência FIM END
O IPAC é signatário dos Acordos de Reconhecimento Mútuo da EA e do ILAC
IPAC is a signatory to the EA MLA and ILAC MRA
O presente Anexo Técnico está sujeito a modificações, suspensões temporárias e eventual anulação, podendo a sua actualização ser consultada em www.ipac.pt.
This Annex can be modified, temporarily suspended and eventually withdrawn, and its status can be checked at www.ipac.pt.
Edição n.º 2 • Emitido em 2015-09-25 • Página 1 de 3
Notas: Notes: - MI-LID xx indica procedimento interno
Edição n.º 2 • Emitido em 2015-09-25 • Página 2 de 3
Edição n.º 2 • Emitido em 2015-09-25 • Página 3 de 3
A L I ME N TAÇÃO A N I M A L
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FICHA TÉCNICA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC‑ 500835411
TRIMESTRAL ‑ ANO XXVI Nº 94 Outubro / Novembro / Dezembro
AGENDA DE REUNIÕES DA IACA Data
OUTUBRO 2015
02
Assinatura do Protocolo Qualiaca
Cristina de Sousa
06
Conferência Tecadi (Batalha)
CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO
08
Reunião “Comité “Nutrição Animal” da FEFAC (Itália, Piacenza)
09
Workshop FEFAC/ASSALZOO sobre “Novas Fontes de Proteína” (Itália, Piacenza)
13
Reunião QUALIACA
15
Participação nas Jornadas “Alimentación Animal: responsabilidad y seguridad” (Madrid)
21
CCT – Reunião de Conciliação
22
Comité “Pré-Misturas e Alimentos Minerais” da FEFAC (Bruxelas)
29
Workshop da Rede Agro (Reitoria da Universidade de Lisboa)
30
VII Jornadas da ASPOC (UTAD – Vila Real)
DIRETOR
Ana Cristina Monteiro Germano Marques da Silva Jaime Piçarra Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares
COORDENAÇÃO Jaime Piçarra Amália Silva Serviços da IACA
ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) Amália Silva IACA ‑ Av. 5 de Outubro, 21 ‑ 2º E 1050‑047 LISBOA Tel. 21 351 17 70 Telefax 21 353 03 87
EMAIL iaca@iaca.pt
SITE www.iaca.pt
EDITOR
Data
NOVEMBRO 2015
02
Participação no Evento “Encontro Nacional de Lacticínios (Centro de Congressos de Lisboa)
03
Visita US Grains Council
05
Comité Alimentos Compostos da FEFAC (Bruxelas)
06
Reunião com CONSULAI (PDR2020)
10
CCT – Reunião de Conciliação
12 a 14
VII Conferência Sociedade Cientifica de Suinicultura (CNEMA, Centro Nacional de Exposições em Santarém
13
Reunião da Comissão Executiva Reunião da Direção
17 a 20
Conferência GMCC 15 (Holanda)
21 a 24
Portugal Agro 2015
25
Reunião da CT37 Assembleia Geral Extraordinária da FEFAC (Bruxelas) Reunião do Conselho da FEFAC (Bruxelas) Reunião do Conselho Fiscal
Pedro Moreira da Silva
26
Reunião do Comité Diretor da FEFAC (Holanda)
EXECUÇÃO GRÁFICA
27
Grupo de Diálogo Civil “Culturas Arvenses” (Comissão DGAGRI, Bruxelas)
Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA
EXECUÇÃO DA CAPA
Sersilito ‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471‑909 Gueifães ‑ Maia
PROPRIETÁRIO Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ‑ 2º E 1050‑047 Lisboa
Data 09
Assembleia Geral da FIPA
10
Reunião DGAV sobre Qualiaca Grupo Operacional Efluentes (INIAV)
11
Participação na reunião do projeto SANFEED (ICBAS – Universidade do Porto)
15
Reunião da Direção Reunião Geral da Indústria “Competitividade e Segurança da Alimentação Animal” Assembleias Gerais da IACA Ordinária (Orçamento para 2016) e Extraordinária (Alteração dos Estatutos da Associação)
17
Grupo de Diálogo Civil PAC (Comissão DGAGRI, Bruxelas)
18
Assembleia Geral do CIB ( ITQB-UNL – Instituto de Tecnologia Química e Biológica)
DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89
REGISTO Nº 113 810 no ICS
50 |
ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
DEZEMBRO 2015
O FUTURO A LONGO PRAZO É: MELHOR PROTECÇÃO DA INTEGRIDADE INTESTINAL
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
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