AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Abilio e Eleusa, por todo apoio e suporte na trajetória da minha graduação, por serem minha base, meu porto seguro e me proporcionarem a oportunidade de poder cursar uma faculdade, e principalmente, por me apoiarem em cada fase, independentemente da dificuldade.
À minha orientadora Vanessa Mello, que me auxiliou na primeira etapa desse trabalho, sempre nos orientando para o caminho certo e tirando o melhor de nós mesmos.
Ao meu orientador dessa segunda etapa, Leandro Rodolfo Schenk, que me ensinou arquitetura de uma inspiradora nova forma e não me deixou desistir, mesmo com dificuldade e desafios, acreditou em mim e me ouviu.
Às pessoas próximas a mim que perceberam meu esforço e me exaltaram quando eu mais precisei, Josimar, Consuelita, José, Creuza, Yasmin e Arthuro. Nesses momentos, percebemos o quanto é importante uma rede de apoio sólida e confiável.
Aos meus colegas de grupo que me apoiaram em momentos e decisões importantes e que fizeram das minhas sexta-feiras muito mais gostosas, Giovanna Nogueira Reis, Julia Fernandes, Pedro Caetano, Rebecca Bacarat e Thiago Cinti.
Aos meus colegas de faculdade que também me ouviram e me apoiaram, que me ajudaram quando tive problemas e me acalmaram em tempos de tempestade: Leonardo Cherbo, Caio Ramos, Rayanne Morales, Guilherme Barbosa, Anna Julia Vieira, Vitória Valeriano, Stephanie Duarte, Raquel Klemm e Rafael Ruivo.
E obrigada a todos outros envolvidos que não foram citados aqui, todos vocês foram importantes nessa trajetória.
INTRODUÇÃO
APRESENTAÇÃO
Esse memorial refere-se ao desenvolvimento de um dos Projetos Urbanos Estratégicos para o município de São João del Rei, Minas Gerais. O plano foi elaborado em equipe como base para o trabalho final de graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC Campinas, no primeiro semestre de 2022. A equipe é formada por Aline Fontes, Giovanna Reis, Julia Fernandes, Pedro Caetano, Rebecca Bacaratt e Thiago Cinti.
O projeto tem como objetivo abordar a importância dos espaços livres como elemento de conexão no tecido urbano, além de serem fundamentais para a preservação dos corpos d'água inseridos na malha urbana.
Um plano que visa estruturar espaços livres pode alterar a relação da cidade como um todo e com as áreas de preservação ali presentes, tendo assim, importância histórica e firmando sua condição inerente à paisagem.
Ao ressignificar uma área sem uso, transformando-a em uma área livre, altera-se a relação do homem com a natureza. Assim, o trabalho procura demonstrar que o parque urbano também pode potencializar a indentidade cultural de um município que já possui grande vínculo com a mesma. Os conceitos de recuperação e preservação orientam grande parte do projeto.
INSERÇÃO URBANA
UNIDADES DE PAISAGEM
Após o grupo ter definido as Unidades de Paisagem do município e realizado um recorte de São João del Rei contando com áreas que remontam o período Colonial da Pré-Industrialização e da Primeira Industrialização. Além de da Unidade de Paisagem de Habitação Unifamiliar de Renda Baixa, a Paisagem do Rio das Mortes e a Paisagem de Proteção e Preservação Ambiental Urbana, que se tornou uma barreira à continuidade da Paisagem Unifamiliar. O que faz com que o tecido urbano perca sua continuidade e deixe de ser visto como um todo. A intenção é que a cidade seja lida com um todo, seja dentro ou fora do sistema de áreas livres.
Após análise das Unidades de Paisagem do município e da matriz SWOT. Assim, com a setorização feita pela equipe, após identificar fortalezas e fraquezas, foi possível constatar atualizações urbanísticas de preservação ou modificação, de acordo com cada área de estudo.
Dessa forma, o grupo definiu as principais Diretrizes propostas para o município, abrangendo transporte, habitação de interesse social, valorização do patrimônio e implementação de áreas livre e de lazer.
Correlato ao projeto de estudo que será feito nesse caderno, foi identificada uma escassez de áreas livres e transporte público nas áreas correlatas ao menor parque proposto.
PROJETOS ESTRATÉGICOS
E então foram definidos, em grupo, sete projetos estratégicos, contemplando todas as conclusões feitas nas etapas anteriores, desde escassez de áreas livres e de transporte público, até habitação e turismo. Dentro dos projetos definidos, existem duas propostas de áreas livres, devido à já mencionada escassez da mesma na área de estudo.
Áreas que com um projeto podem unificar a malha urbana e trazer maior qualidade de vida para todos, e principalmente, para os bairros que as cercam. Neste momento, a área de projeto desse caderno foi definida e com um grande desafio: a topografia. Mas que a tornou muito interessante de ser trabalhada, fazendo com que o declive deixasse de ser um impedimento do aproveitamento da área.
CONTEXTUALIZAÇÃO
INSERÇÃO URBANA
Localizado a oeste do Centro Histórico de São João Del Rei, está a área que será estudada neste caderno. Cercada por dois bairros predominantemente residenciais, pouco acima um dos projetos escolhidos para intervenção: o Parque do Lenheiro.
Outra intervenção do grupo são os pontos de ônibus, que agora, contemplam a área do Parque e seu arredor, fazendo com que essa área também seja incluída no transporte público .
O gabarito máximo ao redor da área é de 6 pavimentos, fazendo com que o Parque tenha o privilégio de variadas paisagens da cidade e em alguns momentos, do próprio Parque como um todo.
Um equipamento importante já existente é o Futebol Clube que é o único equipamento esportivo do Bairro Matosinhos e que foi incluído no projeto.
Já o Bairro São Judas Tadeu tem maior acesso às áreas esportivas em comparativo com o Bairro Matozinhos, mas também possui Igrejas e Capelas que continuam esse modelo típico vindo do Centro Histórico, trazendo consigo a cultura local.
O Parque da Encosta é localizado a sul da BR494, tendo como bairros vizinhos os bairros São Judas Tadeu e Matozinhos na cota mais baixa. Na ecala do terreno e seu entorno foi realizado um estudo de declividade que embasou o entendimento da área e sua topografia. A partir disso, foi possível fundamentar os edifícios, acessos e caminhos do Parque da Encosta, se tornando assim, mais permeável e inclusive interligando os dois bairros do seu entorno, deixando de ser uma barreira e passando a ser uma conexão. Realizando assim uma costura com o tecido urbano existente.
Sua característica mais marcante é sua declividade, com 75 metros de diferença entre uma ponta e outra que marcam o nome do Parque. Com uma área de 22,7 hectares, o Parque foi setorizado e nas áreas mais declivosas foram determinadas áreas de preservação ou recuperação ambiental. Os percursos que atravessam o Parque da Encosta o amarram à cidade e aos bairros no entorno, criando uma continuidade e transformando o sistema de mobilidade urbano em contínuo e fluido. Legenda
TEMA
O Parque da Encosta, para deixar de ser uma barreira, conta com usos que o integram à cidade e que contemplam os bairros vizinhos. Foi pensando nisso que o uso cultural foi inserido na cota mais alta do Parque, mais próximo ao centro histórico, e se integrando também, com os outros projetos culturais propostos para a cidade na primeira etapa deste trabalho.
Sendo São João Del Rei uma cidade histórica e cultural, com tradições do saber e do fazer, registradas por órgãos culturais, o projeto tem como objetivo também, preservar a memória dessas tradições e principalmente, suas histórias.
Além do uso cultural, o Parque também conta com o uso esportivo, atendendo principalmente o Bairro Matozinhos, na cota mais baixa, devido à escassez de áreas livres e esportivas atendendo este bairro.
Por fim, de suma importância, o principal objetivo do Parque é se tornar uma área de respiro na cidade, destinado à atividades recreativas, de lazer e convivência. E também, à preservação do macico àrboreo já existente e reflorestamento das áreas já degradadas.
"Sem compreender as necessidades de uma cidade e, principalmente sem compreender as funções das áreas verdes, o paisagista não poderá realizar jardins."
O PROJETO
O principal objetivo desse projeto, como já mencionado, é transformar a área atual que é vista como uma barreira em uma conexão, transformando assim a malha urbana, passando a ser contínua, integrada e unificada.
Mas além disso, também é importante atender às demandas da cidade como um todo. Primeiramente, dos bairros localizados no entorno da área, com a escassez de áreas esportivas no Bairro Matozinhos, foi decisiva a localização dessas áreas na cota mais baixa, dando continuidade à existência do Futebol Clube e atendendo demandas do bairro.
Já a área voltada para o bairro São Judas conta com um setor cultural que se liga às Igrejas e Capelas já existentes e ao Centro Histórico, dando continuidade a este último, podendo ser acessada tanto por residentes quanto por turistas através do transporte público.
Por fim, é necessário não só instalar equipamentos para atender as demandas, mas também a área de respiro, afinal, "o vazio" também importa. Nessa parte entra a importância de definir os maciços árboreos já existentes a serem preservados e os reflorestamentos a serem realizados, para manter a natureza em equilíbrio com a cidade. Por esse motivo, todas espécies árboreas desse projeto são nativas, responsáveis por manter o ecossistema e a sobrevivência da fauna e flora local.
Legenda
Área de reflorestamento
Maciço arbóreo existente
Legenda
Ciclovia Proposta
Legenda
Estacionamentos
Legenda
Legenda
Edifícios propostos
Edifícios a serem removidos
Concregrama Pedra Portuguesa Cimento Catalítico BGS
Piso Eco Intertravado Piso Drenante
Legenda Setor Cultural Setor Esportivo
Legenda
Fluxos de Pedestres Fluxos de Serviços Fluxos de Automóveis
IMPLANTAÇÃO
Na Implantação do projeto é possivel observar o maciço arbóreo já existente, as áreas de recuperação, contando com mínimas intervenções possíveis; e por último, as árvores locadas uma por uma. Essas últimas foram separadas por espécies, que se concentram em cada área de forma a caracterizá-las, mantendo o interesse do pedestre conforme passa, quebrando a monotonia da paisagem. Ou seja, foi feita uma escolha consciente do uso da arborização como elemento estruturador do espaço gerando assim mais interesse do observador, tanto estético, quanto paisagístico e ornamental, dessa forma, a vegetação confere valor ao Parque.
Pode-se notar também, como já foi dito, a setorização das áreas, entre setor esportivo e setor cultural. Este último conectando seus edifícios por um grande calçadão de pedestres, dando acesso a todos seus equipamentos. E por fim, a valorização da paisagem dada pelos mirantes, que se acomodam na topografia existente.
Árvores Propostas
Reflorestamento Maciço Arbóreo Existente Ribeirão Água Limpa
Área Esportiva Restaurante Playground Pista de Cooper Mirantes Museu Teatro de Arena Oficinas Horta
IMPLANTAÇÃO Cortes
Legenda
Árvores Propostas
Reflorestamento Maciço Arbóreo Existente Ribeirão Água Limpa
REFLORESTAMENTO
A área destinada ao Reflorestamento conta com um padrão de distribuição de espécies, dividido em dois Módulos que compõem essa recuperação do meio ambiente local.
Os módulos são locados alternadamente, e ainda dentro desses módulos são alternadas os tipos de árvores entre espécies primárias ou secundárias iniciais, e espécies secundárias tardias ou clímax.
Dentre as espécies escolhidas algumas que foram utilizadas no Parque se repetem aqui, criando essa ligação entre as áreas recreativas e de lazer, e as áreas de recuperação e preservação.
Legenda Área de reflorestamentoEDIFÍCIOS
MIRANTES
Localização
Os mirantes são uma parte muito importante do projeto para a valorização da paisagem e se formam a partir de um uso já existente ali, conforme a área foi estudada foi visto que devido à sua topografia os moradores se reuniam ali para tirar fotos e apreciar a paisagem.
Com isso, aproveita-se da topografia existente para criar áreas de uso variado, contando com alguns quiosques a serem ocupados conforme a necessidade. O espaço pode ser utilizado tanto no pavimento debaixo, coberto, quanto o pavimento de cima, aberto.
Legenda
Piso Drenante Cimento Catalítico Sanitário Público Quiosques
Legenda
Piso Drenante Cimento Catalítico Piso Eco Intertravado Pedra Portuguesa
TEATRO DE ARENA
Localização
Piso Drenante Cimento Catalítico Piso Eco Intertravado Pedra Portuguesa 01 02 Recepção Administração
Localização
O museu está localizado na parte central do calçadão de pedestres, possui uma passarela de acesso, com sua cobertura aberta valorizando a vista do Parque.
Esse equipamento conta com duas áreas de exposições, uma temporária e outra permamente, exaltando aspectos locais: as folias, os violeiros, os sineiros, ligados à religião, à história e à cultura local. Garantindo assim, que essas histórias e memórias não se percam no tempo e honrando os que mantiveram essa tradição viva.
58
Legenda
01
Pedra Portuguesa Sala de Reuniões I Sanitários Funcionários Café
RESTAURANTE
Localização
Piso Drenante
Cimento Catalítico Piso Eco Intertravado Pedra Portuguesa Bancos
ÁREAS LIVRES
Legenda
Piso Drenante
Cimento Catalítico Piso Eco Intertravado Piso Eco Intertravado
Pedra Portuguesa Concregrama 01 03 05
02
Arbustivas
02 04 06
Estacionamento Vestiários Públicos Quadras 72
Localização N
Playground Depósito Restaurante
Localização
As áreas livres possuem desenhos específicos ortogonais que se repetem e que procuram respeitar a topografia local. A variação de piso segue a mesma lógica, com pisos ecológicos e majoritariamente permeáveis.
Cimento Catalítico Piso Eco Intertravado
Arbustivas N 0 5 10 20 40
O mobiliário segue o mesmo padrão das áreas livres, conversando com a linguagem do Parque como um todo, dos pisos e da topografia. A linguagem ortogonal que se adapta conforme o local e a topografia. O material escolhido que melhor conversava com o Parque, com a cidade e sua história foi o concreto, mantendo sua cor original.
PLANTAS
CORTES
Mesa
Legenda
Piso Eco Intertravado
Concregrama Pedra Portuguesa 0 50 100 200
Cimento Catalítico BGS N 81
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, na implantação do Plano Urbano de São João Del Rei este projeto busca uma transformação no setor público, principalmente, em prol de uma maior qualidade de vida para a população local. E que, o Parque da Encosta, apresentado neste memorial, possa ressignificar esta área vazia e interligar a malha urbana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PREFEITURA MUNICIPAL
DE SÃO JOÃO DEL
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LORENZI, H. 1992. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Editora Plantarum Ltda. Volumes 1 a 3