ALMADAFORMA
Quinzena de Diálogos
a revista do centro de formação da associação das escolas de almada
ISSN 2183-4083
nº 13 | abril | 2016
Ciência e Tecnologia, Língua e Arte(s)
em Cidadania 1
Índice Editorial
3
Quinzena de Diálogos
4
Relatório da Quinzena de Diálogos
8
The Day After
17
Do muito que se Disse, Escreveu e Pensou
19
Apreciação do Evento
25
Workshop “Animais em Vias de Extinção”
27
Escola na Nuvem
28
Programação em Scratch
29
Ciência, Arte e Tecnologia
31
A Biblioteca e a Comunidade Envolvente
36
Poesia e Educação
38
Clave de Ti
39
Projeto “IBM Teachers TryScience”
42
Centrifuga
44
Como Intervir?
45
Ficha Técnica Directora: Maria Adelaide Paredes Silva Colaboradores: Adelaide Silva, Ana Luísa Pereira, Ana Roxo, Angélica Queirós, António Mouta, Cristina Costa, Helena Leitão, Ivone Teixeira, João Mouro, José Moura, Lara Tropa, Luís Ayres, Madalena Mendes, Marisa Rapp, Miguel Oliveira, Myriam Carvalho, Vânia Ramos. Coordenação, paginação e arranjo gráfico: Domitila Cardoso, Maria da Luz Vieira
2
Editorial
Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte (s) em Cidadania O Centro de Formação AlmadaForma regozija de alegria por ter a oportunidade de publicar a 13ª revista AlmadaForma online intitulada Quinzena de Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte (s) em Cidadania, edição especialmente dedicada a comunicar, de forma circunstanciada e significativa, os caminhos do possível. Cumpre-nos saudar e agradecer os valiosos contributos de todos os intervenientes para o sucesso da Quinzena de Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte (s) em Cidadania, que se pautou por elevado empenho e participação, profunda consciência profissional e grande sensibilidade para as temáticas em diálogo. Reconhecer e valorizar este tempo de diálogos abertos, inovadores e formativos. Sublinhar a importância da diversidade de públicos, de contextos e conteúdos, promotores de ensino e aprendizagem, de comunicação intergeracional, em ambientes afetivos, de proximidade e informalidade. Referir que esta iniciativa concebida em estreita parceria e cumplicidade com o professor João Correia de Freitas, na qualidade de mentor do Prémio “Pequenos Cientistas de Almada”, mereceu grande alcance e expressão, pela excelência dos parceiros, distintos conferencistas, formadores e dinamizadores, qualidade das atividades de educação e formação, interesse e participação dos diferentes destinatários, permanente interação e reflexão, dignidade de acolhimento, no espaço emblemático da Biblioteca da FCT-NOVA- Campus da Caparica, sob a direção do professor José Moura, estimado anfitrião que tão bem soube receber-nos. Referir ainda a grande honra de merecermos a confiança e o apoio da Câmara Municipal de Almada e da sua comunidade. É preciso dizer do envolvimento e participação da grande parte dos estabelecimentos de ensino público e privado, substantiva representação de alunos de diferentes níveis de ensino, de educadores e professores dos ensinos básico, secundário, profissional e superior, de pais, encarregados de educação e famílias, de alunos seniores, de várias universidades, de responsáveis e governantes do poder local e central, dos estimados formadores e formandos, e preciosos colaboradores. É preciso dizer da felicidade e bem-estar dos alunos, do seu encantamento, curiosidade, questionamento, experimentação, da sua capacidade de escuta e de comunicação apropriada e franca. Ficou dito o desejo de um dia frequentarem esta casa grande de gente jovem (FCT), ficou escrito no sorriso, guardado na memória. A vizinhança com a universidade que os soube acolher pode abrir e valorizar o caminho de muitos, desejavelmente de todos. Nessa esperança, reiteramos a nossa gratidão por ter sido possível aqui chegar. Para dizer o que sentimos, na construção dialogante deste tempo, evocamos António Gedeão, poeta, humanista e cientista símbolo da quinzena de diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte(s) em Cidadania, poema Escopro de Vidro: Estou aqui construindo o novo dia/ com uma expressão tão branda e descuidada/ que dir-se-ia/ não estar fazendo nada./ E, contudo, estou aqui construindo o novo dia. /Porque o dia constrói-se; não se espera/ (…)
3
EDUCAÇÃO
Quinzena de Diálogos
Ciência e Tecnologia, Língua e Arte em Cidadania
prática, sustentada em trabalho oficinal, numa rede de parceiros e colaboradores de grande qualidade.
Adelaide Silva Diretora do CFECA-ALMADAFORMA
É importante fazer, é importante partilhar e reconhecer.É importante avaliar e saber atribuir valor aos factos e aos momentos formativos que antecederam este tempo novo de Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte (s) em Cidadania. Convém, deste modo, dizer que o Prémio “Pequenos Cientistas de Almada” nasceu no contexto de uma oficina de formação de 60 h de formação (30h presenciais + 30h autónomas) iniciada em 2012, e replicada nos anos seguintes, sobre o ensino teórico-prático das ciências na educação pré-escolar e no 1º ciclo do ensino básico. Nestes níveis de ensino, considera-se que as atividades práticas têm de ir além de despertar a curiosidade, o gosto e o sentido de observação do mundo em nosso redor. São também oportunidades únicas para as crianças dos 3 aos 9 anos começarem a compreender que há razões para o mundo ser como é, e que a ciência não vive só: acompanha-se da abertura a novas ideias, da leitura e escrita, do respeito e partilha por todas as pessoas e do desejo de construir um mundo melhor com as novas tecnologias. Não surpreende assim que se considere fundamental pôr em ação um ensino-aprendizagem experimental das ciências numa perspetiva multidisciplinar: comunicação, novas tecnologias e cidadania.
A iniciativa Quinzena de Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte (s) em Cidadania realizou-se no âmbito do Prémio “ Pequenos Cientistas de Almada”. Com efeito, esta quinzena beneficiou de frutuosa e continuada experiência e partilha entre formadores e formandos, educadores de infância e professores do 1º Ciclo, que souberam desenvolver e construir conhecimento e competências, em contexto educativo privilegiado, com formação teórico-
Para o estimular, o Centro de Formação de Escolas do Concelho de Almada, em parceria com a Câmara Municipal de Almada e a Faculdade de Ciências e Tecnologia do Monte da Caparica, com o apoio da Porto Editora, criou em 2012 este Prémio, procurando reconhecer o mérito 4
pensar o presente, construir o futuro • Oficina de formação -Ciência, Literacia, Tecnologia, Sustentabilidade e Cidadania Partilha Multidisciplinar de Projetos • Comunidades de Aprendizagem em Ciência e Tecnologia, Língua e Artes(s) em Cidadania • Curso de formação Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte(s ) em Cidadania • Evento: Quinzena Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte(s) em Cidadania
de atividades de sala de aula inovadoras. Ao longo dos anos, o prémio mobilizou seis formadoras do 1º ciclo e do ensino secundário, mais de 60 educadoras e professoras em formação na Escola Secundária do Monte da Caparica e nos laboratórios de ciências e de TIC de escolas dos agrupamentos Cacilhas-Tejo e Anselmo de Andrade, 50 turmas e mais de mil alunos, bem como espaços comunitários como a Casa da Juventude - Ponto de Encontro, a Casa da Cerca, a FCT – Edifício VII, o Solar dos Zagallos e o Convento dos Capuchos para acolher a exposição e a entrega do Prémio “Pequenos Cientistas de Almada”
• Consolidação e reforço de parcerias de excelência entre o Centro de Formação de Escolas do Concelho de Almada - AlmadaForma - Agrupamentos/Escolas associadas e • Câmara Municipal de Almada, Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa - Biblioteca FCT-Nova, Direção Geral da Educação, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em perigo, Escola Profissional de Almada- EPA, Externato Frei Luís de Sousa, Instituto Politécnico de Tomar- Academia de Ciências, Tecnologias e Património, Centrifuga, EDUCOM, IBM, Microsoft, Porto Editora, Lupa design, APCA-USALMA, Universidade Senior do Seixal, Associação promotora de Emprego para Deficientes Visuais - AEDP, Clave de Ti, Geografia dos Ritmos, Terra d’Artes.
Os projetos vencedores e premiados foram: a) no escalão educação pré-escolar, “Uma viagem no mundo das dáfnias” EB/ JI Laranjeiro no3 e EB/JI do Alfeite, do agrupamento Comandante Conceição e Silva (2012) “Casquinhas & minhocas” EB1/ JI Laranjeiro no 2, do agrupamento Prof. Ruy Luís Gomes (2013) «Nhoca minhoca – um microprojeto de vermicompostagem» EB1/ JI Cremilde Castro e Norvinda Silva e EB1/ JI do Feijó, dos agrupamentos da Trafaria e Romeu Correia (2014) b) no escalão 1o ciclo do ensino básico, “Ciências experimentais no 1o CEB” EB Costas de Cão, do agrupamento da Trafaria (2012) “Dáfniomania” EB1/JI Laranjeiro no3, EB1 Cova da Piedade no1 e EB1 Cova da Piedade no3, dos agrupamentos António Gedeão e Emídio Navarro (2013) «Vem aí a Dáfnia» B1/JI Maria Rosa Colaço, do agrupamento Francisco Simões (2014) vento dos Capuchos.
• Revista AlmadaForma online nº 13 - Quinzena de Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte (s) em Cidadania • Elaboração partilhada de um livro digital em memória de António Gedeão • Encontros com poesia - António Gedeão Com Vida
De assinalar os produtos decorrentes do Prémio “Pequenos Cientistas de Almada” • Oficina de formação - Ciência, Língua, Tecnologia e Cidadania: Partilha Multidisciplinar de Projetos • Página de internet: pequenos.almadaforma. org • Revista AlmadaForma online nº 11 - Ciência, 5
docentes e discentes;
OBJECTIVOS PARA UMA QUINZENA Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte(s) em Cidadania:
• Contribuir para a valorização da comunidade educativa de Almada;
Professores
• Proporcionar formação acreditada pelo CCPFC - duração 15 horas - 0,6 créditos - Público alvo: educadores de infância e professores do ensino básico e secundário.
• Promover uma perspetiva transversal, integrada e multietápica das ciências, tecnologias, língua e arte(s) em cidadania; • Divulgar tendências atuais na abordagem de uma visão multidisciplinar/interdisciplinar de ensino para a cidadania e sustentabilidade; • Criar uma dinâmica que estimule educadores de infância e professores para um ensino ‘dialogante’, de colaboração e trocas de ideias e práticas: científica, técnica, comunicativa, artística; • Desenvolver atividades promotoras de interação e diálogo com crianças, jovens e adultos - da educação pré-escolar, ao ensino básico, secundário e universitário; • Debater e apontar soluções para o futuro, como as comunidades de prática nas áreas de referência; • Envolver diferentes parceiros no desenvolvimento da formação contínua de 6
Alunos
ensino-aprendizagem, cimentando parcerias com diferentes instituições no decurso desse processo;
• Estimular o interesse pela prática das ciências, tecnologia, língua e artes num contexto de integração criativa e social;
• Acolher crianças e jovens num ambiente universitário, numa experiência pessoal que frutifique em ponderadas escolhas futuras quanto ao prosseguimento de estudos;
• Envolver crianças e jovens de todos os níveis de escolaridade, de todo o concelho de Almada, e com diferentes aptidões, na realização de atividades promotoras do gosto pelas “mãos na massa”’, escrevendo, pintando e experimentando ideias e atitudes promotoras de uma cidadania para o século XXI;
• Celebrar o professor, cientista e poeta António Gedeão, homem de visão integradora, com uma participação ativa nas várias atividades propostas e com a redação de um poema em tributo ao “sonho que comanda a vida” (Pedra Filosofal);
• Incentivar professores, escolas associadas e famílias a um maior investimento na construção de uma visão globalizante do
• Participar na construção de um livro digital para memória de António Gedeão.
7
EDUCAÇÃO
Relatório da Quinzena de Diálogos Ciência e Tecnologia, Língua e Arte em Cidadania
Também se celebrou António Gedeão – Cientista, Poeta e Humanista de excelência – como símbolo da educação e dos valores essenciais para a construção de um mundo com sentido.
Marisa Lorena Rapp Estudante do Mestrado em Educação,
Especialização em Tecnologias da Informação e Comunicação em Educação na Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Nova de Lisboa
Sábado 13 de fevereiro de 2016 A abertura da quinzena iniciou-se com apresentações musicais e danças por 14 alunos do 4° ano de escolaridade da Escola Básica Miradouro de Alfazina, acompanhados pelo professor de música João Silva e a professora do 1° ciclo Isabel Costa. Os alunos participaram também em atividades científicas na Sala Multiusos da Biblioteca da FCT-Nova.
O evento decorreu nos dias 13 ao 26 de fevereiro de 2016 nas instalações da Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. A Quinzena realizou-se no âmbito do “Prémio Pequenos Cientistas de Almada”, dedicada ao diálogo entre ciência, língua, arte(s) em cidadania. Fomentou-se uma visão integradora, das referidas temáticas, enquanto pilares para o exercício da cidadania que permitiu aos alunos - do pré-escolar ao secundário – construir conhecimento-ação potenciador do respeito, da vivência, da diversidade biológica e sustentabilidade, em ambientes criativos e da expressividade, nas múltiplas formas do espírito humano.
No auditório da biblioteca deu-se início à Sessão de Abertura com palavras de boasvindas da Diretora do Centro AlmadaForma Maria Adelaide Parede da Silva, do Diretor da Biblioteca FCT-Nova Professor José Moura, do Diretor da FCT-Nova Professor Jorge Lampreia, do Vereador da Educação da Câmara Municipal de Almada Eng. António Matos e do Patrono do Projeto “Prémio Pequenos Cientistas de Almada” Professor João Correia de Freitas. Seguidamente foram apresentadas duas conferências para professores e pais no auditório da biblioteca. A primeira conferência “Diálogos de Ciência e Tecnologia em Cidadania - Educação e Formação” apresentada pela Dra. Elvira Callapez e a segunda apresentação “António Gedeão/Rómulo de Carvalho – Um só Homem/Um Homem só” pela professora Lucília Pinho.
Promoveu-se um tempo de educação e formação de docentes e discentes para a construção de uma escola e sociedade inclusivas, contribuindo para um ensino dialogante, de qualidade e com visão de futuro, preconizado na estratégia Europa 2020. Valorizou-se e envolveu-se toda a comunidade educativa de Almada.
8
A segunda foi a apresentação e demonstração de Robótica a cargo da Escola Profissional de Almada (EPA), com a presença do seu diretor Jorge Sintra e de uma equipa de professores e de alunos divulgadores de ciência e tecnologias.
Seguidamente à conferência os professores e pais visitam a Exposição e Atividades de Ciência e Arte(s), na Sala Multiusos da Biblioteca. Durante as duas semanas seguintes, decorreram atividades para os alunos, do pré-escolar ao secundário dos diferentes agrupamentos do Concelho de Almada, realizadas na Sala Multiusos da Biblioteca da FCT-Nova. Assim como Programas de Formação Acreditada e Ações de curta duração para educadores de infância e professores do ensino básico e secundário, na FCT-Nova. Segunda-feira 15 de fevereiro de 2016 Iniciou-se a primeira semana da nossa quinzena (das 10 às 12 horas) com a participação de 20 alunos do 2° ciclo de escolaridade, da Escola Básica Miradouro de Alfazina, em diferentes atividades. Os alunos foram divididos em pequenos grupos para participar em simultâneo e de maneira rotativa, das quatro atividades preparadas para esse dia. A primeira atividade de ciências sobre a “Vermicompostagem”, apresentada pela professora de Biologia Filomena Sousa.
A terceira foi uma atividade de escrita criativa onde os alunos participaram contribuindo para a criação de um livro digital em memória de António Gedeão, através da leitura de poemas de Rómulo carvalho (António Gedeão), a atividade foi guiada pela coordenadora do Centro de Formação professora Adelaide da Silva. 9
Durante a tarde das 18 às 20 horas iniciou a formação para educadores de infância e professores do ensino básico e secundário, com as seguintes conferências: “A educação Estética e Artística: o(s) sentido(s) do diálogo” pela Dra. Elisa Marques e “Referenciais de educação para cidadania no ensino básico e secundário: Potencialidades e constrangimentos – uma reflexão sobre a experiência de 4 anos” apresentada pelo Dr. Luís Filipe Santos.
A quarta atividade foi conhecer quais são os animais em vias de extinção através do reconhecimento e desenho destas espécies, dirigida pela formadora Ivone Teixeira.
Terça-feira 16 de fevereiro de 2016 Durante a manhã na sala de multiusos da Biblioteca, participaram 25 alunos do 2° Ciclo da Escola Básica de Trafaria e 13 alunos do 3° ciclo da Escola Secundária Monte de Caparica. Os alunos participaram em demonstrações de Robótica, com o professor César Marques e a Equipa da EPA.
Os alunos participaram em atividades de Língua e Expressão Artística através da escrita de poemas a partir dos poemas do Poeta António Gedeão. Atividade desenvolvida pela professora Adelaide da Silva.
Os alunos também conheceram os animais em vias de extinção através de bonecos feitos e apresentados pela formadora.
A formação para os professores decorreu no Laboratório Rómulo de Carvalho das 18 às 21 horas, com a modalidade de workshop, a cargo de professor Vítor Teodoro. Quarta-feira 17 de fevereiro de 2016 Durante este dia participaram 23 alunos da Escola Básica Integrada Vale Rosal e 26 alunos da Escola Básica do Laranjeiro n° 3. Com um total de 49 alunos do 1° Ciclo de escolaridade. Foram divididos em grupo, para uma melhor 10
A professora Angélica Queiroz desenvolveu atividades de língua e escrita criativa narrando a história do seu livro “Almada um lugar para todos…”, com a finalidade dos alunos imaginarem um final diferente para a história e o representem num desenho.
organização, todos os alunos participaram nas diferentes atividades programadas para esse dia. A equipa do Centrifuga desenvolveu uma atividade que entusiasmou os alunos: a elaboração de um foguete com materiais recicláveis.
A equipa de Robótica-IBL Go/Lab da Escola Profissional de Almada surpreendeu os alunos com apresentações de robôs que obedecem aos comandos de voz e som. Assim como carrinhos automatizados que seguem uma linha no chão sem desviar-se dela, graças aos sensores de precisão.
Os alunos também participaram nas atividades de Expressão Artística do Projeto Kid´sGuernica (Picasso) da Associação de Municípios da Região de Setúbal, com o lema “A paz e os Valores de Abril”. A atividade esteve a cargo do Coordenador da Escola Básica do Laranjeiro n° 3 e da professora Lurdes Baltazar.
Durante a tarde das 17 às 20 horas na Biblioteca da FCT-Nova, os professores participaram da formação acreditada, assistindo à conferência “A Promoção e Proteção das Crianças e Jovens em Perigo. Como intervir? ” – 1ª Parte, apresentada pelas professoras Madalena Mendes e Helena Leitão. 11
Quinta-feira 18 de fevereiro de 2016 Participaram 6 alunos do 11° ano de escolaridade da Escola Secundária Emídio Navarro na Conferência “Escola na nuvem – Uma Escola Nova ou uma Nova Escola? ”, dinamizada pelo professor João Mouro. Depois da conferência os alunos assistiram à demonstração de Robótica a cargo da equipa da Escola Profissional de Almada com o professor César Marques. Durante a tarde das 17 às 20 horas no auditório da Biblioteca da FCT-Nova decorreu a 2ª parte da conferência “A Promoção e Proteção das Crianças e Jovens em Perigo. Como intervir? ”, dinamizada pelas professoras Madalena Mendes e Helena Leitão. Em simultâneo, das 18 às 21 horas no laboratório Rómulo de Carvalho da FCT no pavilhão VII decorreu o workshop “Kits de Biotecnologia” para professores, a cargo do biólogo José Matos. Das 17 às 20 horas, no auditório da Biblioteca da FCT-Nova foi apresentada a conferência “Migração e integração – Desafios e mudanças para Portugal num contexto europeu”. A atividade contou com a presença da Sra. Secretária de Estado da Cidadania e Igualdade, Dra. Catarina Marcelino; da subdiretora da FCT-Nova, professora Isabel Nunes; do Dr. Miguel Feio; do Dr. João Couvaneiro; da Dra. Filipa Abecasis,; do Dr. Ricardo Ribeiro; da Dra. Catarina Bettencourt e do representante da Câmara Municipal de Almada o vereador António Matos.
Sexta-feira 19 de fevereiro de 2016 Durante a manhã na sala multiusos da Biblioteca, participaram 25 alunos da Escola Básica Cremilde Castro e 20 alunos da Escola Básica Miquelina Pombo, com um total de 45 alunos do pré-escolar. Os alunos estiveram envolvidos em atividades Experimentais de Ciência, a cargo da equipa de “Centrifuga”, em atividades de língua e expressão artística – Vamos contar uma história, desenvolvida pelas professoras Angélica Queiroz e Amélia Teixeira e demonstrações de robótica da equipa da EPA. 12
Seguidamente, na sala de multiusos da Biblioteca foram apesentados diferentes equipamentos para pessoas cegas, pela Dra. Filomena Costa.
Sábado 20 de fevereiro de 2016 A jornada iniciou muito alegre no auditório da Biblioteca, com a apresentação de música pelo Grupo de Percussão “AFID Ritmo”, da Fundação AFID Diferença (Geografia dos ritmos João Silva) com a participação de 9 alunos e duas professoras. Também foi homenageada a nossa querida diretora do Centro de Formação AlmadaForma, a Dra. Adelaide Silva por ser aniversariante nesse dia. De seguida foi apresentada a conferência “Conversas com pais, encarregados de educação e famílias” por José Miguel Oliveira. Durante o coffebreak, preparado pelos 6 alunos da professora Carla Lagoa, do Agrup. Escolas de Caparica, a música continuou, com a participação de Mauro Gentille, colaborador do Centro de Formação Almadaforma.
Segunda-Feira 22 de fevereiro de 2016 A segunda semana de atividades com os alunos das diferentes escolas de Almada, decorreu durante a tarde, das 14 às 16 horas. Neste início de semana a quinzena teve o privilégio de receber 48 alunos do 1° ciclo da Escola Básica do Laranjeiro n° 3, acompanhados pelos respetivos professores. Os alunos participam em atividades de língua e expressão artística através da escrita de poemas a partir da poesia de António Gedeão. Esta atividade foi desenvolvida pelas professoras Angélica Queiroz e Amélia Teixeira. A atividade de apresentação e demonstração de Robótica a cargo do professor César Marques e 13
outras diferentes experiências científicas.
a sua equipa da Escola Profissional de Almada (EPA), onde os alunos viram e interagiram com os diferentes e diversificados robôs existentes na FCT.
A formação dos professores também continuou nesta segunda semana do evento. Durante a tarde da 18 às 21 horas foi desenvolvido o workshop “Ciência e Tecnologia no 1° ciclo – Projeto Teacher TryScience”, a cargo da representante da IBM Portugal Dra. Sara Cardeira e a Dra. Maria João Horta da CCTIC-Educom. Terça-Feira 23 de fevereiro Durante a tarde no Auditório da Biblioteca participaram 23 alunos do Curso Profissional de Turismo da Escola Secundária António Gedeão, na conferência “A Escola na nuvem – Uma escola Nova ou uma Nova e Escola” apresentada pelo professor João Mouro. A seguir, na sala de multiusos, a equipa da EPA apresentou demostrações de robótica aos alunos.
Os alunos também participaram nas atividades de expressão artística do Projeto Kid´s Guernica (Picasso) da Associação de Municípios da Região de Setúbal. O lema da atividade foi “António Gedeão” e esteve a cargo do coordenador da Escola Básica do Laranjeiro n° 3, professor Jorge Henriques e com a professora Lurdes Baltazar. Nesta segunda semana a “Equipa Centrifuga” continuou a desenvolver as atividades científicas com os alunos, entusiasmando-os com a criação de um foguete a partir da reutilização de materiais recicláveis. Assim como, na participação de
A formação de professores neste final de tarde esteve a cargo do professor João Correia de Freitas, com a apresentação do Workshop “Tecnologia do presente, Inovação e aulas do futuro”. Quarta-Feira 24 de fevereiro A jornada começou muito animada, pois nesta atividade participaram 79 alunos. Estiveram envolvidos 20 alunos da Escola do Miradouro de Alfazina e 45 alunos da Escola Básica do Pragal, do pré-escolar e 14 alunos da Unidade 14
e entusiasmados os alunos através da apresentação dos diferentes robôs acionados por diversos comandos.
de Ensino Estruturado NEEs (autistas, com Trissomia 21 e deficiência cognitiva) da Escola Conceição e Silva. Foi grande o entusiasmo das crianças, que preencheram a sala multiusos da biblioteca durante a participação nas diferentes atividades.
Quinta-Feira 25 de fevereiro Durante a tarde deste dia participaram 45 alunos, 26 alunos do 3° ciclo de Escola Básica Carlos Gargaté e 19 alunos do 2° ciclo da Escola 2, 3 da Alembrança. Os alunos participaram nas atividades de Robótica apresentadas pela equipa da Escola Profissional de Almada. Os alunos participam em atividades de língua e expressão artística através da escrita de poemas a partir da poesia de António Gedeão. Atividade desenvolvida pela professora Adelaide Silva. Os alunos também conheceram os animais em vias de extinção através de bonecos feitos e apresentados pela formadora Ivone Teixeira.
Atividades de língua e expressão artística “Vamos contar uma história”, com a professora Paula Duque. Contos com marionetas a cargo do professor José Pinheiro e com a interação da professora Maria Leonor Silva. Os alunos também conheceram os animais em vias de extinção através de bonecos feitos e apresentados pela formadora Ivone Teixeira.
Os alunos estiveram envolvidos em atividades Experimentais de Ciência, com a “Centrifuga”. No auditório da Biblioteca da FCT das 18 às 19 horas decorreu uma conferência sobre “Internet segura para professores, alunos, pais, encarregados de educação e famílias” a cargo da Microsoft Portugal. No Laboratório Rómulo de Carvalho, das 18 às 21 horas, os professores participaram do programa de formação acreditada. Foram desenvolvidos o seminário “Programação no ensino básico”, pelos professores Ludgero Leote e Rui Baltazar, assim como o workshop de Programação “Scratch”, apresentado pela professora Vânia Ramos.
Também neste dia contámos com a participação do professor Miguel Oliveira e a sua equipa de “Centrifuga”. Apresentaram atividades Experimentais de Ciências, ensinaram os alunos a montar um foguete, a partir de materiais reutilizáveis. Além de brincarem com os diferentes materiais de ciências. A equipa de Robótica de EPA não podia ficar de fora neste dia, mantiveram motivados 15
Em toda a quinzena participaram mais de 500 alunos com os seus respetivos professores que foram mais de 67, de todos os níveis de escolaridade e das diferentes escolas do Concelho de Almada.
Sexta-Feira 26 de fevereiro Este foi o último dia da quinzena e contou com a presença de mais de 102 alunos e professores, dos quais 25 alunos do 1° ciclo de escolaridade do Escola Básica Vila Nova de Caparica, 29 alunos do pré-escolar do Escola Básica do Alfeite, 24 alunos do 3° ciclo de escolaridade da Escola Secundária Rui Luís Gomes e 24 alunos do curso Profissional de Eletrónica do Escola Secundária Emídio Navarro.
O encerramento da quinzena ocorreu no auditório da Biblioteca da FCT, das 18 às 20 horas com duas excelentes conferências: “A ciência, arte e tecnologia na comunidade envolvente” pela Professora Maria Cristina Costa e a conferência “Que perspectivas do futuro para a Educação” apresentada pelo Professor João Couvaneiro.
Das 14 às 15 horas os alunos participaram das diferentes atividades de língua, ciência, arte e tecnologia desenvolvidas por profissionais.
Para finalizar contámos com a maravilhosa presença do Grupo de Cavaquinhos, Bandolins e Violas da Universidade Sénior do Seixal (Unisseixal) composta por 29 seniores, que nos homenagearam com várias apresentações. Como momento de ouro escutámos um belíssimo conto partilhado artisticamente pela professora e contadora de histórias Joaninha Duarte.
A atividade “Mãos na Microeletricidade” apresentada pela Equipa de Ciência, Arte e Património I.P.T permitiu aos alunos fazer experiências de eletricidade a partir de elementos do quotidiano (laranjas, moedas, parafusos, fios, etc.). Esta atividade esteve a cargo dos professores Rosa Brígida, Rui Gonçalves e Carla Carvalho. A Escola Profissional de Almada maravilhou as crianças com a demonstração dos diferentes robôs. Foram desenvolvidas atividades de língua e expressão artística “Vamos contar uma história” a cargo das professoras Angélica Queiroz e Amélia Teixeira. Assim como a conscientização sobre os animais em vias de extinção, apresentada pela formadora Ivone Teixeira. A equipa de “Centrifuga” não podia faltar, entusiasmando mais uma vez os alunos com diversas atividades de reutilização de materiais reciclados, como a criação de foguetes... 16
EDUCAÇÃO
The Day After
Quinzena de Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte em Cidadania Vejamos: de acordo com as propostas da UNESCO para a Educação do Século XXI, o ensino formal na escola é uma forma privilegiada de desenvolver nas crianças e adolescentes o sentido de participação produtiva no mundo em que vivem, de forma livre e responsável. Favorecendo uma melhor compreensão do local e do global, a escola deve visar um empenhamento ativo dos alunos na defesa da interculturalidade, para a construção solidária da Cidadania numa perspetiva de integração de diversos saberes. E integração é palavra-chave.
Luís Ayres Coordenador do Prémio
“Pequenos Cientistas de Almada” Professor do Agrupamento de Escolas António Gedeão
Porquê uma tal Quinzena? A ideia de colaboração entre o Centro AlmadaForma e a Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa – Campus da Caparica, foi sugerida pela última na expectativa de lançar as sementes de uma frutuosa sinergia entre a escolarização dos 5 ao 18 anos e o (habitualmente “esquecido”) ensino superior.
Logo, e começando pela ciência, esta não pode ser um interesse exclusivo de especialistas, mas partilhado, ainda que a um nível mais elementar, por qualquer pessoa, dado a ciência ter nascido da curiosidade do ser humano. A promoção de um ensino das ciências integrador, que conduza ao aumento da literacia científica e
17
alunos de todos os níveis de ensino, podemos almejar a existência de uma verdadeira e abrangente rede de partilha de saberes, métodos e materiais didáticos com vista à melhoria da qualidade das aprendizagens.
cultural de crianças e jovens, é um dos objetivos programáticos do Ministério da Educação. A par da ciência, a tecnologia, a língua e as artes contribuem para um conhecimento do mundo através do desenvolvimento de projetos que tenham em conta os interesses e reais necessidades das crianças e jovens, procurando dar respostas aos múltiplos problemas do diaa-dia. Atualmente, a sustentabilidade é um conceito fundamental a trabalhar na escola, porque permite fortalecer a consciencialização para uma ética global sobre a melhor exploração e vida no nosso planeta. É a matriz de um dos Objetivos do Milénio (Objetivo 7), propostos pela ONU em 2000.
Como coordenador do Prémio Pequenos Cientistas de Almada e co-responsável da Quinzena, desde a conceção e organização à implementação e avaliação, estando presente no decurso da sua dinamização, possuo recordações vividas do entusiasmo dos participantes. Da alegria e encantamento das crianças, da surpresa reveladora dos seus educadores ou professores. Da sede de conhecimento dos profissionais em formação, da satisfação premiativa dos seus formadores. E recordo, acima de tudo, o sentido de missão dos responsáveis e colaboradores empenhados no sucesso desta quinzena. Saúdo todos e toda a sua convicção e energia ao serviço da nobre causa da educação.
Então, porquê a Quinzena? Porque urge fomentar essa visão integradora, de temáticas, enquanto pilares para um exercício de cidadania virado para a sustentabilidade, que permitirá aos alunos – do pré-escolar ao secundário – evoluir no sentido de um conhecimento-ação potenciadores do respeito, vivência da diversidade biológica e, não menos importante, da fantástica criatividade e formas de expressão do espírito humano. Trata-se de educar para a construção de uma escola e sociedade inclusivas, perseguindo as metas de reduzir a taxa do abandono escolar precoce e lutar contra a pobreza e a exclusão social, como preconizado na estratégia Europa 2020.
Parabéns a quem ousa fazer-se ao mar/rumo à estrela polar. Com licença, com licença/que a barca se fez ao mar./Não há poder que me vença/mesmo morto hei-de passar./Com licença, com licença/com rumo à estrela polar. António Gedeão, 1958
E porquê envolver a Faculdade de Ciências e Tecnologia-NOVA? Para capitalizar as capacidades materiais e de mentoria desta instituição, de modo a cumprir o potencial latente de criação de uma efetiva comunidade de prática em ciência numa abordagem multidisciplinar. Só experimentando, observando e refletindo, sob orientação daquela que é por natureza um “santuário” do Conhecimento (Wolff, 1993) – a universidade, só assim, dizia, as crianças e jovens poderão ser intervenientes na construção de um planeta mais sustentável. Com a formação de tais comunidades de educadores, professores e 18
REFLEXÃO
Do muito que se Disse, Escreveu e Pensou
sobre a Quinzena de diálogos “Ciência e Tecnologia, Língua e Arte em Cidadania” mentos enriquecedores e bastante pertinentes e necessários no processo de desenvolvimento do ser humano”, concluindo que “Todas as iniciativas na área da educação para a cidadania e educação estética e artística são fundamentais no currículo escolar”.
Adelaide Silva
Diretora do CFECA-ALMADAFORMA
Angélica Queiroz Professora do 1º ciclo
Workshop “Moodle como Instrumento de Desenvolvimento Curricular em Contexto de Cidadania” - Victor Teodoro
Registos da avaliação das sessões, das ACD e da iniciativa em geral
O referido Workshop teve uma grande participação e envolvimento de formandos docentes e não docentes e alunos de Universidades Seniores de Almada. Mereceu uma avaliação de “Muito importante”, “Muito Boa”, “Muito útil”, de acordo com o questionário de avaliação aplicado.
As conferências de abertura “Diálogos de Ciência e Tecnologia em Cidadania - Educação e Formação” de Elvira Callapez e “António Gedeão/ Rómulo de Carvalho - Um só homem/Um homem só” de Lucília Pinho enquadraram o evento nas suas linhas fundamentais e inauguraram um tempo de diálogos construído em parcerias de excelência e no sentido da partilha de conhecimento e competências de ciência e tecnologia, língua e arte (s) em cidadania, sob o signo da poesia de António Gedeão, como referência.
Os comentários evidenciam que “Foi muito útil esta abordagem”, “Acho fantástico este tipo de experiência para que as crianças tenham o contacto com novos conhecimentos”, “É fantástico! Uma oportunidade educativa fundamental. A experiência consolida e concretiza o conhecimento.”, “ Deverão ser desenvolvidas mais atividades neste âmbito”, “Nada negativo a apontar, um triunfo!” “É preciso dar continuidade a estas práticas experimentais e reflexões”
As comunicações A Educação estética e Artística o (s) sentido (s) do diálogo de Elisa Marques e Referenciais de Educação para cidadania no ensino básico e Secundário. Potencialidades e constrangimentos – uma reflexão sobre a experiência de 4 anos. de Luís Filipe Santos foram objeto de uma participação muito significativa e diversificada, tendo merecido uma avaliação muito positiva por parte dos presentes, referindo ter sido “Muito importante”, “Muito Boa”, “Muito útil”, de acordo com o questionário de avaliação aplicado.
Workshop “Kits de Biotecnologia” - José Matos O referido Workshop mereceu uma significativa participação e envolvimento de formandos docentes. Mereceu uma avaliação de “Muito importante”, “Muito Boa”, “Muito útil”, de acordo com o questionário de avaliação aplicado.
Os comentários demonstram o grande interesse e envolvimento dos participantes pelas temáticas apresentadas. Verificou-se uma grande unanimidade de afirmações no sentido de que se tratou de uma “Excelente iniciativa”, e que “ Deve haver mais ações desta natureza”, que “Foram dois bons diálogos”, que constituíram “Mo-
Os comentários evidenciam que “É muito importante conhecer a evolução da biotecnologia” e “Foi muito útil a abordagem e a intencionalidade da partilha”, suportada em “Uma excelente dinâmica teórico-prática com informação relevante para inovar a educação” sendo necessária 19
a “Partilha de conhecimento para apoiar o ensino experimental na sala de aula “ concluindo que “É fundamental desenvolver competências a nível das ciências experimentais com recurso tecnológico”.
combinando a visão eclética do Prof. João Correia de Freitas com a sensibilidade e saberes pragmáticos das formandas presentes, de diferentes níveis de escolaridade. Postulou-se assim a urgência de adaptar os métodos de ensino à capacidade das novas tecnologias para uma expressão fácil e empolgante das incríveis ideias que germinam na mente de cada criança e jovem das nossas escolas.
Workshop “Ciência e Tecnologia em escolas do primeiro Ciclo – Projeto Teachers Try Science” - Sara Cardeira e M. João Horta O referido Workshop mereceu uma significativa participação e envolvimento de formandos docentes. Mereceu uma avaliação de “Muito importante”, “Muito Boa”, “Muito útil”, de acordo com o questionário de avaliação aplicado.
Seminário “Programação no Ensino Básico” - Ludgero Leote, Rui Baltazar e “Programação Scratch” - Vânia Ramos As referidas atividades mereceram uma significativa participação e envolvimento de formandos docentes, com uma avaliação de “Muito importante”, “Muito Boa”, “Muito útil”, de acordo com o questionário de avaliação aplicado.
Os comentários evidenciam que “É muito importante conhecer projetos inovadores com interesse para o desenvolvimento das ciências e tecnologias na escola” sobretudo porque ”O projeto apresentado tem impacto na motivação de crianças e jovens pelas áreas das ciências e tecnologias” com a “Participação e envolvimento dos professores em projetos, trabalho de equipa, com acompanhamento e formação” e ainda que é “Muito importante as dinâmicas pedagógicas em ciências e tecnologias com apoio da IBM em parceria com a EDUCOM” concluindo que “Foi impressionante a disponibilidade para apoiar e formar os professores nestas áreas”.
Os comentários denotam que este workshop foi objeto de “Grande empatia entre os formadores e os formandos na abordagem da programação no 1º Ciclo” e na partilha do “Interesse das crianças pela programação, através de histórias e outras atividades”, o que constitui “Um desafio para a formação de professores na área da programação Scratch”, concluindo-se que foram “Excelentes dinâmicas, inovadoras e necessárias”.
Workshop “Tecnologias do presente, Inovação e aulas do Futuro” - João Correia de Freitas
Conversas com pais, encarregados de educação e família - José Miguel Oliveira
O referido workshop mereceu uma avaliação de “Muito importante”, “Muito Boa”, “Muito útil”, de acordo com o questionário de avaliação aplicado.
Esta conversa alargada a uma diversidade de participantes, desenvolveu-se de forma animada e dialogante. Revelou ser de grande interesse e importância desenvolver iniciativas deste âmbito, que permitem partilhar ideias e pontos de vista, aproximando a escola da família e vice versa. Esta conversa foi muito significativa e fez pensar. Mereceu uma avaliação de “Muito importante”, “Muito Boa”, “Muito útil”, de acordo com o questionário de avaliação aplicado.
O workhop partiu da visualização (do vídeo) de uma conferência de Ken Robinson - “Como as escolas matam a criatividade” – para a abordagem da resistência à inovação pelos sistemas escolares e como as novas tecnologias da informação poderão ajudar a desbloquear a aceitação e prática de uma maior liberdade criativa nas aulas.
Os comentários demonstram que o tema é muito atual e que existe ainda muito caminho a percorrer. Assim foi afirmado ser “Um primeiro passo, há que continuar”, “Muito importante a cumplicidade entre a comunidade educativa e
A discussão e o trabalho no workshop decorreram de um modo bastante produtivo e rico, 20
todas as suas instituições, é fundamental para o desenvolvimento e sustentação de um ambiente educador de excelência para todos os nossos alunos”, “iniciativa muito boa, com uma forte componente científica e prática e com a participação de oradores de qualidade”. “Partilha e interação- entre professores, psicólogos clínicos e educacionais”, “Mensagens para interiorizar pensar e refletir”, “Atividades e metodologias a aplicar no pré escolar com partilha de outras escolas e profissionais.”, “A multiplicidade na comunicação entre os pares é sempre inovador e muito importante.”
Os formandos teceram os seguintes comentários com relevância para a profissão docente: “As questões abordadas revestem-se de toda a pertinência para a profissão docente”, “Importante que o cidadão saiba que tem uma comissão interessada em ajudar”, “A importância de compreendermos procedimentos, timings e algumas situações especificas”, “Ter noção do trabalho a desenvolver de forma mais adequada”, “debate das ideias com base na lei, foi muito importante”, “Ferramentas e conhecimento que me permitem identificar e prevenir perigos nos jovens”, “Perceber e agir corretamente na sinalização para a CPCJ”, “Conhecimento sobre as implicações de uma sinalização”, “Muito importante o conhecimento nesta área”, “Assuntos debatidos de grande relevância para a profissão de professora de educação especial”.
Internet segura para professores, alunos, pais encarregados de educação e famílias - João A referida sessão mereceu uma significativa participação e envolvimento de formandos docentes e não docentes, com predominância de alunos da Universidade Sénior de Almada-USALMA. Mereceu uma avaliação de “Muito importante”, “Muito Boa”, “Muito útil”, de acordo com o questionário de avaliação aplicado.
Como balanço global foi afirmado que: “A sistematização de dados e as intervenções dos formadores foram os pontos fortes”, “Foi óptima em questão de documentação e decretos/lei”, “Adequada à realidade”, ”Fluência do discurso e permitir a interrupção para esclarecimento de questões”, ”Esta formação permitiu aos participantes exporem as suas dúvidas”, “Formação com excelente contributo para a comunidade Educativa”, ”Balanço muito positivo e útil”, ”Sinto necessidade de obter mais formação nesta área”, ”Formação muito positiva e necessária”.
Dos comentários retira-se que “é sempre bom lembrar e saber como evitar situações de burla, falsificação e invasão da privacidade”, “ Conversa muito agradável e esclarecedora e de grande utilidade” e foi afirmado ainda “Obrigado por nos ajudarem a aprender sempre mais”. Ações de curta duração
Como pontos a melhorar: “Pouco tempo para debate”, “Duração da ação muito curta”, “Como primeira abordagem foi muito útil”, “Gostaria de adquirir mais estratégias de intervenção”, “A formação estender-se por mais horas”.
A Promoção e Proteção de Crianças e Jovens em perigo. Como intervir? - Madalena Mendes e Helena Leitão Ação de formação de curta duração-ACD com uma participação muito elevada e diversificada. Relativamente ao questionário de avaliação, os formandos avaliaram os indicadores em (5) excelente: “Respostas às expectativas”; “Pertinência dos assuntos tratados”; “Os materiais utilizados foram suficientes e adequados”; “A duração da ação esteve adequada”; “A metodologia utilizada foi adequada”; “Os oradores foram claros na comunicação”; “O horário foi adequado” e a “Adequação das instalações/espaço de formação”.
Identificada a necessidade de “Formação especifica para Assistentes Sociais” e ”Seminários sobre temáticas específicas: Maus tratos e Abuso sexual”. Migração e Integração – Desafios e Mudanças para Portugal num Contexto Europeu - Miguel Feio, João Couvaneiro, Filipa Abecassis, Ricardo Ribeiro e Catarina Bettencourt e Catarina Marcelino (Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade) 21
liação, os formandos avaliaram os indicadores em (5) excelente: “Respostas às expectativas”; “Pertinência dos assuntos tratados”; “ Os materiais utilizados foram suficientes e adequados”; “A duração da ação esteve adequada”; “ A metodologia utilizada foi adequada”; “Os oradores foram claros na comunicação”; “O horário foi adequado” e a “Adequação das instalações/espaço de formação”.
Atividade de formação de curta duração- ACDcom uma participação muito elevada e diversificada. Relativamente ao questionário de avaliação, os formandos avaliaram os indicadores em (5) excelente: “Respostas às expectativas”; “Pertinência dos assuntos tratados”; “ Os materiais utilizados foram suficientes e adequados”; “A duração da ação esteve adequada”; “ A metodologia utilizada foi adequada”; “Os oradores foram claros na comunicação”; “O horário foi adequado” e a “Adequação das instalações/espaço de formação”.
Os formandos teceram os seguintes comentários com relevância para a profissão docente: “Ajudou-me a perceber que posso comunicar de forma diferente”, “Foi um momento lindo!”, “Vai ser relevante para a minha prática pedagógica”.
Os formandos teceram os seguintes comentários com relevância para a profissão docente: “Múltiplas abordagens de muito interesse para produzirem mudanças nas práticas educativas.”, “No quadro histórico que vivemos é fundamental a desconstrução de mitos relativos às migrações e em especial aos refugiados”, “Muito atual e significativa”, ”Indispensável ao nosso desenvolvimento”.
Como balanço global foi afirmado que: “Muito bom, nunca assisti a nada assim.”, “Pena terem sido só 3 horas”, “Sessões para aprofundar esta temática”. Sessão de encerramento O último dia da Quinzena assentou nas Conferências “A ciência, arte e tecnologia na comunidade envolvente”, pela Prof.ª Cristina Costa, e “Que perspetivas de futuro para a educação”, pelo Prof. João Couvaneiro.
Como balanço global foi afirmado que: “Excelente iniciativa”, “ Muito bom para a formação Cívica de todos nós”, “Diversidade dos intervenientes e das ações levadas a cabo com refugiados”, “Excepcional intervenções dos intervenientes”.
A primeira intervenção colocou em destaque a necessária interação entre a produção de saberes nas universidades e politécnicos e o ensino nos níveis pré-escolar, básico e secundário. Foi apresentado o projeto educativo da AcademiaCAP, uma unidade de apoio institucionalmente integrado no Instituto Politécnico de Tomar, que centra a sua atuação no estabelecimento de uma visão construtivista do conhecimento infantil e juvenil nas vertentes da Ciência, Tecnologia, Arte e Património. A audiência da conferência expressou a convicção de tratar-se de um meritório esforço no sentido de promover a cultura científica e artística como motivação para o processo de aprendizagem.
Como sugestões foram apontadas algumas pistas “Mais formação”, “Reflexão de que forma as escolas se podem organizar para a ajuda aos refugiados”. Os comentários demonstram grande preocupação por esta temática e mostram algumas reflexões; “Obrigada. Fez-me refletir como mãe.”, “Muito, muito bom.”, “Aprendi a olhar para a problemática de outra forma”, “Há que construir escolas comunicativas, criativas, assertivas abertas aos pais”, “Maior divulgação destas temáticas”, “é de continuar”, “Mais formação nesta área”. Desenrola(-te) e liga(-te) à tua estória - Joaninha Duarte
O papel do Prof. João Couvaneiro foi o de estimular o público presente a refletir sobre as mudanças que se impõem ao atual sistema educativo para que este funcione como motor de
Atividade de formação de curta duração- ACDcom uma participação muito elevada e diversificada. Relativamente ao questionário de ava22
desenvolvimento da sociedade e promotor de inclusão. A dinâmica que se estabeleceu entre o conferencista e o público foi muito interessante e rica no número e qualidade de ideias discutidas.
Bruna Alexandre: Adorei esta experiência.
Comentários dos alunos
Cristiana Rodrigues: Gostei muito de desenhar os animais e ouvir os poemas.
Beatriz Amaral: Adorei estar aqui com vocês a fazer esta experiência fantástica. Lara Penalta: Adorei desenhar os animais, até á próxima.
Nelson Esteves: Eu adorei a demonstração, sempre adorei a tecnologia e quando crescer de certeza que venho para esta faculdade, adoro robôs e tecnologia.
Joana Simões: Adorei ouvir os poemas e desenhar. Ruben Garcia: Eu gostei da atividade, porque primeiramente gosto de animais, escolhi o tubarão, porque achei o molde interessante e o animal em questão é fascinante e perigoso.
Leandro Tavares: Esta tecnologia é engraçada, quero seguir esta disciplina e adorei os robôs, são mesmo fantásticos.
Leandro Escadas: Eu escolhi o Lince Ibérico, porque é um animal bonito e é o meu favorito. O molde está bem feito, parece real. Da atividade gostei de fazer o desenho deste animal.
Inês Correia: Achei uma experiencia interessante, trabalhar com robótica pois é necessário muita atenção e inteligência, é muito interessante. Talvez seja uma área que eu queira seguir no futuro.
Daniel Ramos: Eu escolhi o molde da Águia Real, porque é o meu animal favorito, gosto de desenhar, achei interessante o bico do animal estar perfeito.
Carlos Alexandre: Eu gostei muito da experiência de saber como funcionam os robôs e talvez no futuro quererei também trabalhar com robôs.
Fábio Silva: Eu gostei desta atividade porque foi me possível desenhar o meu animal favorito que é o Tigre das Neves. O molde está bonito
Ludgero Rodrigues: Na visita de estudo na qual participei, na Universidade do Monte da Caparica, despertou-me muito a ciência e a tecnologia. Ensinou-me e disciplinou-me mais do que já sabia.
Patrick Cabral: Eu gostei desta atividade porque os moldes destes animais, alguns em vias de extinção, alertam-nos para a sua importância. Eu escolhi o molde da Coruja das Torres, porque sempre gostei da coruja, os olhos fascinam-me. Gostei de a desenhar.
Foi ainda mais interessante pois adoro Universidades. Gostei das atividades para estimular o óbvio. A curiosidade faz o “ver” e o querer faz a obra.
Bruno Tavares: Em vez de se deitar fora, aproveita-se tudo. Isto é a vermicompostagem.
Pretendo saber mais sobre a ciência e a tecnologia. Não só o que elas criam e fazem, mas também, o que faz a tecnologia ser tecnologia e a ciência ser a ciência. Porque até a ciência tem a sua ciência. E por fim, posso relatar que gostei da forma de abordar das pessoas e da forma de explicar.
Ruben Reboa: Forma de ajudar o ambiente. Bianca Coelho: Só conhecia as minhocas debaixo da terra. Liliana Tavares: Aprendi uma nova técnica de reciclar.
Rafaela Pereira: Esta tecnologia é muito divertida, económica mas também muito complexa e assusta-me. No futuro poderei trabalhar com robótica.
Ândria Silva: Adquiri mais conhecimento. Raquel Cóias: É uma forma prática de ajudar a natureza. Maria Carrilho: Ajuda as plantas a crescerem mais rapidamente.
Carlos Andrade: Eu gostei muito da poesia do António. 23
em contexto escolar e sala de aula, incentivar a curiosidade e a necessidade de aprofundar o conhecimento de algumas questões por via da formação.
Comentários dos Professores Na avaliação feita pelos professores que acompanharam os alunos envolvidos nos ateliers e exposição patentes, durante a quinzena estes referiram que “As atividades correram muito bem, conseguindo manter a curiosidade e atracão das crianças”, “Gostei de ver as crianças pequenas a interagir com brinquedos automatizados, mostrando interesse no que estão a ver.” “ São iniciativas muito enriquecedoras para as crianças e motivadoras para os adultos”. ”Estas iniciativas são muito positivas porque permitem que os alunos adquiriram conhecimentos que antes não dariam importância”, “Quer no decorrer das atividades, quer – posteriormente – em sala de aula, os alunos demonstraram, pelas suas expressões faciais, atitudes e relatos, que gostaram de participar nas citadas atividades.”, “Os discentes participaram com agrado no atelier de expressão plástica, nas oficinas de escrita, ciências experimentais e robótica. Esta experiência tornou-se memorável para todos os que nela intervieram. Os alunos mostraram o seu entusiasmo por terem conhecido alguns dos espaços da FCT, em particular, a sua biblioteca.”.
Temos a satisfação de ter contribuído para aproximar a comunidade das escolas da universidade, da Biblioteca-FCT-NOVA criando condições favoráveis ao desenvolvimento pessoal, profissional e social, num tempo que se fez de poesia e da mensagem - O sonho comanda a Vida. Temos consciência de que muito há por fazer, mas acreditamos que só de forma articulada, desde o Jardim de Infância até ao Ensino Secundário se poderá construir a escola que sirva o interesse dos alunos, que os prepare para a cidadania e que responda às necessidades educacionais e sociais. Em conclusão quinzena encerrou em comunhão perfeita, em A tempo de poesia. Um momento inesquecível, de memórias felizes, que guardaremos no coração. Um momento que se fez da magia de vozes e sons de cavaquinhos e violas do estimado grupo Senior da universidade do Seixal, entrelaçado de palavras brilhantes, cantadas, contadas, sentidas, dádiva de amor, da nossa querida Joaninha Duarte, que convidou a sonhos, que a luz embalou, avivando a corrente da esperança num mundo melhor, com a sabedoria , a alegria, o conhecimento, a dignidade, a criatividade humana. Um mundo em que a educação é a matriz dos valores universais que dão sentido à vida.
Parabéns ao Centro AlmadaForma: De excelência a escolha do formato de Quinzena, oradores escolhidos, dinâmicas oferecidas e envolvimento das Escolas /Agrupamentos, seus alunos e local. Quinzena a multiplicar. Quinzena sobre temáticas transgressoras dos saberes espartilhados. Arte (s) e Ciência (s), Globalização e migrações, interculturalidade (no plural) e literatices Lusófonas”, “Parabéns ao Centro AlmadaForma por realizar estas iniciativas”. Referiram ainda a grande importância da “Divulgação da ciência ao nível das escolas”.
Aconteceu felicidade neste tempo dialogante, inquietante, de encontro, de partilha do sonho que comanda a vida. O Homem, o poeta, o cientista António Gedeão esteve simbolicamente entre nós, aprendentes.
Podemos concluir que os objetivos propostos para esta quinzena foram alcançados. Temos consciência de ter contribuído para estimular ambientes dialogantes, partilhar ideias e lançar para a discussão temáticas de muita atualidade, percecionar interesses e motivações, construir respostas pedagógicas com afectividade e inovação, abordagens teórico-práticas de intervenção
Uma quinzena em que sentimos, vivemos, construimos, aprendemos.
24
REFLEXÃO
Apreciação do Evento
Quinzena de diálogos “Ciência e Tecnologia, Língua e Arte em Cidadania” (2) ciclos: um Ciclo Básico, de carácter comum a todas as orientações e um Ciclo Orientado, de carácter diversificado segundo as distintas áreas do conhecimento, do mundo social e do trabalho.
Marisa Lorena Rapp Estudante do Mestrado em Educação,
Especialização em Tecnologias da Informação e Comunicação em Educação na Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Nova de Lisboa
O ano escolar inicia-se em março e acaba em princípios de dezembro, com duas semanas de recesso em Julho (férias de inverno). Nas escolas básicas e secundárias há 5 horas diárias de aulas e 180 dias escolares, divididas em dois turnos escolares, manhãs e tarde (e turno noturno em algumas escolas secundárias). As escolas básicas dividem o ano escolar em 4 bimestres, as secundarias em 3 trimestres e as universidades dividem o ano em 2 semestres.
O meu nome é Marisa Lorena Rapp (31 anos) e sou professora de Educação Tecnológica, formada na Faculdade de Artes e Design da Universidade Nacional de Misiones de Argentina. Fiz uma Diplomatura Superior em Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação pela mesma faculdade. Atualmente estou no Mestrado em Educação, com Especialização em eLearning e TIC em Educação, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Gostaria de partilhar convosco, um breve resumo sobre o sistema educativo na Argentina, para poderem conhecer um pouco mais sobre a organização da educação de meu país. Posso dizer que é semelhante à de Portugal, mas com algumas diferencias. Está estruturado em Educação Pré-escolar, Ensino Básico, Ensino Secundário e Ensino Superior. A Educação Pré-escolar compreende as crianças desde os quarenta e cinco (45) dias até aos cinco (5) anos de idade inclusive, sendo obrigatório o último ano.O Ensino Básico e Secundário é obrigatório e gratuito e tem uma extensão de 12 anos de escolaridade. Os distritos podem optar por una estrutura que contemple 7 anos do básico e 5 de secundário ou 6 anos do básico e 6 de secundário.
A escala de qualificação nas escolas básicas: para o 1°, 2º e 3° ano é “Muy Satisfactorio (MS), Satisfactorio (S) y Aún no satisfactorio (ANS)” e escala numérica de 1 a 10 para 4° até 7° ano. No ensino secundário, a escala vai do 1 ao 10, aprovando com qualificação 6. No ensino superior também se utiliza a escala de 1 a 10, considerando-se 4 aprovado. Este foi um breve resumo sobre a estrutura do sistema educativo argentino. Agora falemos um pouco sobre a quinzena “Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte(s) em Cidadania”. Participar do evento foi uma experiência enriquecedora, pois permitiu-me conhecer um pouco mais sobre o funcionamento da educação em Portugal e poder perceber as diferenças e similitudes em relação ao sistema educativo da Argentina. Na Argentina a formação contínua dos professores também é fundamental para melhorar a qualidade educativa. Existem centros de formação contínua que capacitam os docentes nas diferentes áreas, mas desconheço eventos que integrem a participação de alunos, pais e docentes, como foi realizado nesta
Ensino Básico começa a partir dos 6 anos de idade e o ensino Secundário divide-se em dois
25
ção dos alunos durante as atividadesoferecidas pelos diversos professores, viam-se refletidos no seu rosto e entusiasmo. Experimentar, criar, desenhar, interagir, são atividades que as crianças têm interesse, onde os resultados apresentam uma aprendizagem mais significativa.
quinzena. Admiro a iniciativa do Centro de Formação AlmadaForma por organizar um evento que integre diferentes áreas e desenvolva diversas atividades com e para os alunos de todos os níveis do ciclo escolar, além de também integrar também a formação contínua aos professores e abrir aos pais e comunidade conferências de interesse para comunidade em geral. Esta integração demostra o árduo trabalho em equipa, para que todo corra bem. O entusiasmo e a motiva-
Agradeço a oportunidade de participar nas diferentes atividades durante estes quinze dias e incentivo a que este seja o primeiro de muitos.
26
REFLEXÃO
Workshop “Animais em Vias de Extinção”
Quinzena de diálogos “Ciência e Tecnologia, Língua e Arte em Cidadania”
Ivone Teixeira Formadora
O meu nome é Ivone Gonçalves Teixeira, sou formadora em cerâmica, bijuteria, costura, rendas e malhas, bonecas de trapo, sacos e malas em tecido, bichinhos em feltro. A minha actividade é feita sobretudo em casa, fazendo trabalhos por encomenda e participando em feiras de artesanato e workshops.
cada vez mais actual no mundo em que vivemos.
A minha participação na Quinzena dos diálogos, partiu de um convite feito pela Srª Directora do do Centro de Formação Almadaforma e foi com muito gosto que o aceitei.
Esta actividade, teve um saldo muito positivo, despertou muita curiosidade pelo tema em questão e, pôs alguns meninos e meninas a fazer os animais.
A minha actividade neste evento com “Animais em vias de extinção”, foi de muita importância para mim, porque tinha o intuito de despertar mentalidades, nas crianças e jovens para quem se destinava, por se tratar de algo tão sério e
Nesta actividade, tratou-se de confecionar á mão, inteiramente feitos por mim, animais em feltro. Em grande parte, depende de cada um de nós, para que se possa reverter a situação dos muitos animais no mundo em risco de desaparecimento na face da terra! Todos juntos, podemos contribuir para mudar mentalidades mas sobretudo as atitudes, caminhando no mesmo sentido, respeitando a natureza, o ambiente e principalmente combatendo a ganância que decorre neste processo dos animais em perigo de extinção, que é uma ganância sem limites. Se cada um de nós mudar a sua atitude, certamente todos estamos a contribuir para um mundo melhor.
27
REFLEXÃO
Escola na Nuvem
Uma escola nova ou uma nova escola? e dessa realidade só é possível integrando a tecnologia pois ela está constantemente presente em todas as dimensões da nossa sociedade.
João Mouro
Doutorando FCT
Assim sendo mostro como uma experiencia completamente inspiradora do Dr. Sugata Mitra, onde em comunidades pobres da India colocou computadores disponíveis para os jovens e testou de que forma autónoma o acesso a esses computadores de alguma forma lhes permitia a aprendizagem das mais diversas temáticas1.
Um dos conceitos que a nível das tecnologias tem tido mais utilizações é o conceito de “nuvem” (cloud). Com suporte a esta nova tecnologia existe todo o tipo de aplicações, que vão desde repositórios até processamento via “cloud computing”, e todo o tipo de colaboração. E faz sentido que assim seja, pois o conceito inerente a esta tecnologia, passa pela “perda” da aplicação ou ficheiro num dispositivo físico, e a sua passagem para um armazenamento na Internet, ficando acessível a qualquer momento em qualquer lugar.
Com base nesse vídeo e nas suas conclusões faço o paralelo para o projeto que tenho integrado nos últimos anos, e onde tenho trabalhado no sentido da criação de uma plataforma colaborativa de aprendizagens em Angola. Essa plataforma será idealmente aberta a toda a população e muitas das questões levantadas no vídeo foram as mesmas as que cheguei, assim como as conclusões, e é interessante ver como muitos dos problemas inicialmente previstos desaparecem tal é o impacto das tecnologias em todos os níveis etários, económicos e sociais.
Esta mudança de paradigma que muitos de nós passaram, de um sentimento de “posse” que para muitos começou com as cassetes no antigo “Zx Spectrum”, passando para os CDs mais uma vez físicos, até aos MP3 e Vídeos em disco rígido, mudou completamente, para uma realidade mais de acesso aos conteúdos quando necessito e não como referi de posse.
Termino por partilhar também o impacto motivacional que as tecnologias podem mobilizar como ficou demonstrado na sessão que dinamizei durante a quinzena, onde coloquei os vários alunos presentes, utilizando esse objeto “tabu” o telemóvel como ferramenta de interação e facilitadora de aprendizagem, com uns pozinhos de “gamification” para espevitar a competição, tivemos um grupo bem interessante de alunos empenhados em ser os primeiros a responder e de forma mais correta.
Esse novo paradigma hoje tão presente nos “youtubes”, “spotify” e redes sociais, faz todo o sentido ser explorado numa perspetiva de educação. Como referi anteriormente, não seria um belo sonho uma educação acessível em “qualquer momento” e qualquer “hora”? Toda a minha intervenção passa por este conceito, e a resposta para a pergunta do título é Ambas!
Não seria esse o nosso desejo em todas em aulas? Ver esse tipo de empenho e entusiasmo?
Necessitamos de repensar o nosso conceito de escola, pois as competências e as metodologias devem evoluir com o evoluir da própria sociedade e em conjunto com as próprias necessidades do mercado. No entanto muitos desses conceitos
1 Vídeo- https://www.ted.com/talks/sugata_mitra_build_a_ school_in_the_cloud
28
REFLEXÃO
Programação em Scratch A evolução da tecnologia levou à criação de ambientes de programação gráficos que permitem que qualquer pessoa, independentemente do nível etário, possa facilmente aprender a programar o que lhes permite desenvolver as competências de aprendizagem para o século XXI descritas pelo Partnership for the 21st Century (http://www.p21.org). A exploração de ambientes computacionais apropriados à idade promove o desenvolvimento das capacidades analíticas dos alunos indo para além do mero desenvolvimento das literacias digitais básicas. São muitas as aprendizagens possíveis através da programação. Os alunos não aprendem só a programar [2]: exercitam a criatividade e o raciocínio científico, lógico e matemático. O scratch é um desses ambientes computacionais de pro-
Vânia Ramos
Equipa de Recursos e Tecnologias Educaticas (ERTE-DGE-MEC)
Uma das aspirações principais de qualquer profissional da educação é a procura de ferramentas eficazes no processo de ensino/ aprendizagem. Nesse sentido, “as tecnologias novas não poderiam ser indiferentes a nenhum professor, por modificarem as maneiras de viver, de se divertir, de se informar, de trabalhar e de pensar. Tal evolução afeta, portanto, as situações que os alunos enfrentam e enfrentarão, nas quais eles pretensamente mobilizarão o que aprendem na escola” [1].
29
pedagogicamente válida [5] e um avanço na compreensão da eficácia e inovação do uso das tecnologias nas aprendizagens em diferentes domínios e contexto [6].
gramação gráfica. Desenvolvido por um grupo de investigadores do grupo Lifelong Kindergarten no Media Lab do Massachussetts Institute of Technology (MIT), o scratch assume-se como uma ferramenta intuitiva para fazer com que a programação seja atrativa e acessível para quem se disponha a aprender a programar, permitindo que se desenvolvam projetos, tais como, histórias interativas, simulações, jogos, soluções de problemas. O scratch permite que se programe sem que seja necessário conhecer a sintaxe da linguagem de programação dado que a programação é por blocos que se conjugam em diferentes sequências e combinações.
Bibliografia: [1] P. Perrenoud, “Dez novas competências para ensinar” Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. [2] M. Resnick, “All I really need to now (about creative thinking) I learned (by studying how children learn) in kindergarten” Creativity and Cognition conference, 2007. [3] M. Resnick, “Learn to code, code to learn,” MIT Media Lab, EdSurge, 2013. [4] T.M. Marques, “Recuperar o engenho a partir da necessidade, com recurso às tecnologias educativas: Contributo do ambiente gráfico de programação Scratch em contexto formal de aprendizagem” dissertação (Mestrado em Ciências da Educação), Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, 2009. [5] A.S. Pinto, “Scratch na aprendizagem da Matemática no 1º ciclo do ensino básico: estudo de caso na resolução de problemas” dissertação (Mestrado em Estudos da Criança, Universidade do Minho, 2010. [6] I.M.T. Correia, “Scratch(ando) de braço dado com a Matemática – imaginar, programar, partilhar” Cadernos de Educação de Infância, nº 96, 2012.
Resnick [3] propõe que o scratch seja utilizado de acordo com um modelo em espiral que se inicia com o imaginar o que se quer fazer, criar o projeto a partir das ideias, divertir-se com o que se criar, partilhar as ideias e o projeto criado com os outros e, finalmente, refletir sobre a experiência para posteriormente reiniciar o processo de criação. Em Portugal já há estudos realizados sobre a utilização do scratch em ambiente escolar referindo-o como um meio potenciador e capaz de gerar motivação [4], uma ferramenta
Clique aqui para ver a apresentação 30
COMUNIDADE
Ciência, Arte e Tecnologia na Comunidade Envolvente
Este projeto destinado a um público, com idades compreendidas entre os oito e catorze anos, tem por objetivo educar, estimular a criatividade e a aprendizagem, através da observação, experimentação e construção, em ambiente laboratorial, promovendo a interdisciplinaridade. Das várias ações destacam-se as que decorrem nas férias escolares, altura em que os laboratórios do politécnico recebem os participantes para realizarem workshops, com a duração de 1h a 1h30min. Para além das férias escolares também são feitas formações, em colaboração com entidades externas como Agrupamentos de Escolas, Centros de Formação, Bibliotecas Municipais, entre outras.
Cristina Costa
Diretora da Academia da Ciência Arte e Património Instituto Politécnico de Tomar ccosta@ipt.pt www.academiacap.ipt.pt www.facebook.com/academiacap
Ao fim de quase três anos, desde o seu início, tem-se verificado um aumento do interesse por este tipo de atividades, por parte das crianças e dos intervenientes no processo educativo, havendo uma procura cada vez maior quer por parte dos encarregados de educação, quer dos professores que solicitam visitas às respetivas turmas, quer por entidades que colaboram e também solicitam colaboração da Academia, havendo assim uma interação positiva entre o ensino superior politécnico e comunidade envolvente.
RESUMO A Academia da Ciência, Arte e Património criada, em 2013, no Instituto Politécnico de Tomar, é um projeto educativo que centra a sua atuação no estabelecimento de uma visão construtivista do conhecimento, nas áreas da Ciência, Cultura, Tecnologia, Arte e Património.
Educação, experimentação, Palavras-Chave: aprendizagem, interdisciplinaridade.
1. Introdução Academia da Ciência, Arte e Património (AcademiaCAP)
31
A Academia da Ciência, Arte e Património (AcademiaCAP) foi criada em 2013 e integrada nas Unidades de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico e Artístico, do Instituto Politécnico de Tomar (IPT). Este é um projeto educativo que centra a sua atuação no estabelecimento de uma visão construtivista do conhecimento infantil e juvenil, nas vertentes da Ciência, Cultura, Tecnologia, Arte e Património (Costa & Loureiro, 2015).
Os membros e os colaboradores da AcademiaCAP que participam na preparação e realização das atividades científicas, culturais e artísticas constituem uma equipa de investigadores nas mais diversas áreas do saber tais como a Biologia, Química, Matemática, Física, Ambiente, Artes, Conservação e Restauro, Turismo, Vídeo e Cinema Documental, Comunicação Social, Tecnologias de Informação e Comunicação, Fotografia e diversas engenharias.
A base da teoria construtivista é que ela “vê o indivíduo como criador do seu próprio conhecimento, ao processar a informação obtida pela experiência” (Spodek & Saracho, 1998: 73). Neste sentido, a AcademiaCAP pretende oferecer à população local, mais jovem, um conjunto de atividades que permitam construir o conhecimento numa perspetiva experimental, que inclua a manipulação de materiais concretos e a realização de tarefas sobre as quais as crianças possam questionar, observar, refletir, construir e concluir. A AcademiaCAP pretende igualmente sensibilizar as crianças e os jovens para o valor que o património cultural detém, estimulandoas a tornarem-se sujeitos ativos na proteção e preservação do mesmo. Destacam-se assim os principais objetivos desta Academia:
Para o desenvolvimento deste projeto, foram estabelecidas interações com o meio envolvente, facilitando a aproximação da população local com a comunidade científica que integra o IPT, na qualidade de agente educativo local. Também foram estabelecidas parcerias com empresas, como a Skechpixel, e outras entidades, como a Câmara Municipal de Tomar, Juntas de Freguesia, Convento de Cristo, Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, Sport Clube de Cem Soldos, Canto Firme, Centros de Formação, Agrupamentos de Escolas, entre outros. 2. Ações, atividades e metodologia Das várias ações da AcademiaCAP destacam-se as que decorrem nas férias escolares, do 1.º e 2.º Ciclo, do Ensino Básico, altura em que os laboratórios do IPT recebem os participantes para realizarem workshops, com a duração de 1h a 1h30min. As atividades são conduzidas por professores do politécnico, técnicos de laboratório, funcionários e, ainda, com alunos dos diversos cursos do IPT. Alguns destes alunos almoçam gratuitamente no refeitório e recebem uma pequena remuneração, através do estatuto estudante colaborador, havendo assim uma contrapartida financeira, para além da experiência gratificante em colaborar com colegas e professores, no acompanhamento das crianças inscritas. A AcademiaCAP também acolhe alunos estagiários que têm a oportunidade de aplicar e adaptar os conhecimentos adquiridos, ao nível dos seus cursos, em atividades destinadas aos participantes nas mesmas. Tratase de um trabalho colaborativo de uma equipa multidisciplinar que une esforços no sentido de
• Despertar o interesse da população mais jovem pela Ciência, Tecnologia, Cultura, Arte e Património. • Educar e estimular a criatividade, através da observação, experimentação e construção. • Disponibilizar workshops com dinâmicas diferentes e com recurso a materiais que normalmente não existem em ambiente de sala de aula. • Responsabilizar os participantes para atividades de desenvolvimento sustentável, nomeadamente de reciclagem, de energias renováveis e de preservação do património. • Fomentar o empreendedorismo através do desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas com o espírito criativo e pesquisador. 32
Na colaboração com entidades externas, algumas formações são dedicadas a famílias como é o caso da “Oficina do Livro” que decorreu no Convento de Cristo e também na Biblioteca Municipal de Ponte de Sor, onde participaram crianças, pais e avós (Figura 2).
criar e desenvolver atividades adequadas ao público a que se destinam. No decorrer das férias escolares as crianças ficam o dia inteiro na instituição e almoçam no seu refeitório. Durante estes dias nunca é esquecido que as crianças estão de férias e, por esse motivo, há a preocupação de criar um ambiente descontraído e divertido, onde os participantes têm oportunidade de se expressar livremente, de criar amizades e de se sentirem acarinhados, num ambiente familiar, onde todos têm as mesmas oportunidades e direitos, respeitando sempre a individualidade de cada um.
No ano letivo 2015/2016, a AcademiaCAP integrou mais um projeto, em colaboração com o Centro de Formação dos Templários e o Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, cujo objetivo é intervir nas escolas do Ensino Básico. No âmbito deste projeto foram criadas ações de formação acreditadas que os professores se encontram a frequentar e, ainda, são realizadas visitas às respetivas escolas. Nas visitas às escolas, o principal objetivo é realizar experiências laboratoriais, com os alunos, que vão de encontro aos conteúdos programáticos, em colaboração com o respetivo professor titular, recorrendo ao “inquiry” (questionamento/ investigação). Esta abordagem é defendida pelo conhecido relatório Rocard (Rocard et al., 2007) como uma metodologia que apela à curiosidade natural das crianças e desenvolve a sua criatividade e questionamento crítico, na idade
Para além das atividades científicas, técnicas e artísticas, ocorridas nos laboratórios, ainda há atividades lúdicas e desportivas como trabalhos manuais, teatro, música, magia, jogos tradicionais, capoeira, judo, kempo, entre outras. Das atividades lúdicas destacamos a horta pedagógica, que promove o desenvolvimento sustentável, e a gastronomia, onde se dá destaque à cultura e, sempre que possível, usase produtos biológicos da horta pedagógica para confecionar diversos pratos, desde sopa, saladas a sobremesas, no refeitório do IPT (Figura 1).
Figura 1: Horta pedagógica e gastronomia 33
Figura 2: “Oficina do Livro”, atividade destinada a famílias realizada no Convento de Cristo e na Biblioteca Municipal de Ponte de Sor.
em que elas têm ânsia de descobrir o mundo à sua volta e compreender como este funciona.
3. A importância destas abordagens nos primeiros anos de escolaridade
Uma experiência laboratorial muito popular, e adequada aos conteúdos programáticos do ensino básico, é a intitulada “Mãos na Microeletricidade” que já foi realizada em várias escolas e, também, na Biblioteca da Universidade Nova de Lisboa, no dia 26 de fevereiro de 2016, no âmbito da Quinzena “Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte(s) em Cidadania” (Figura 3). Esta foi uma experiência muito interessante porque tivemos oportunidade de interagir, ao mesmo tempo, com crianças de várias escolas e ainda contámos com a ajuda de alunos do curso de eletricidade da escola profissional de Almada.
São vários os autores que defendem a importância destas abordagens nos primeiros anos de escolaridade. Krogh e Morehouse (2014) escrevem que as crianças aprendem mais nos primeiros anos de vida do que irão aprender em qualquer outra fase das suas vidas e acrescentam que a aprendizagem deve ser feita através de uma constante “inquiry”, acompanhada do estímulo e intervenção dos adultos. Estas autoras defendem ainda que o modelo de aprendizagem “inquirybased, integrated learning” deve ser estendido às escolas pois conduz a um desenvolvimento mais eficaz na aprendizagem dos alunos. DeJarnette (2012) defende que a grande falta
Figura 3: Atividade realizada no âmbito da Quinzena “Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte(s) em Cidadania”. 34
de profissionais nas áreas de CTEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) deve ser combatida com uma intervenção precoce, ao nível dos primeiros anos de escolaridade pois é nessa altura que os alunos começam a desenvolver os seus interesses e capacidades. Johnston (2005) refere a importância de práticas científicas de qualidade com crianças e a interação com adultos cientificamente bem preparados. Eshach e Fried (2005) apresentam razões para ensinar ciências nos primeiros anos de escolaridade que vão desde o seu interesse natural para refletir sobre a natureza, despertar o seu interesse pela ciência e ainda ser uma forma eficiente para desenvolver o raciocínio científico. Lindner (2014) afirma haver um grande impacto nos participantes em Campos de férias com Ciência. Estas iniciativas e experiências são muito importantes para as crianças porque, para além de aumentar o seu interesse pelas ciências, sentem-se livres para serem elas próprias e, ainda, criam relações de amizade.
possível graças à colaboração de vários intervenientes. Agradeço a todos os que têm ajudado esta Academia a crescer desde presidência, docentes, técnicos, funcionários e alunos do IPT, assim como a todos os colaboradores externos não podendo deixar de referir o Professor Doutor Vítor Teodoro pela sua preciosa ajuda com as ações de formação para os professores e também a Diretora do Agrupamento de escolas Nuno de Santa Maria, Celeste Sousa, e Diretora do Centro de Formação “Os Templários”, Agripina Vieira. Por fim agradeço ainda a todas as crianças pela sua alegria que nos continua a inspirar e aos encarregados de educação que fazem de tudo a pensar no melhor para os seus filhos e ainda aos professores destas crianças, grandes responsáveis pelo seu desenvolvimento e aprendizagem. Sem eles nada disto seria possível. É da colaboração entre todos que nasce e se mantém o sucesso.
Referências Costa, M. C., & Loureiro, L (2015). Learning by Experimentation: children laboratory experiences at the higher environment of the Polytechnic Institute of Tomar. Paris: World Conference on Learning, Teaching and Educational Leadership. DeJarnette, N. K. (2012). America’s children: Providing early exposure to STEM (science, technology, engineering, and math) initiatives. Education, 133 (1), 77-85. Eshach, H., & Fried, M. N. (2005). Should science be taught in early childhood? Journal of Science Education and Technology, 14(3), 315-336. Johnston, J. (2005). Early explorations in science: Exploring primary science and technology. 2nd Edition. England: Open University Press. Krogh, S.; Morehouse, P. (2014). The Early Childhood Curriculum Inquiry Learning Through Integration. 2nd Edition. New York: McGraw-Hill Higher Education. Lindner, M. (2014). Science camps in Europe – Collaboration with companies and school, Implications and Results. Science Education International, Volume. 25, Issue 1, 79-85. Rocard, M., Csermely, P., Jorde, D., Lenzen, D., WalbergHenriksson, H., & Hemmo, V. (2007). Science education now: A renewed pedagogy for the future of Europe. Bruxelas: Comissão Europeia. Spodek, B. & Saracho, O. N. (1998). Multiple Perspectives on Play in Early Childhood Education. Albany, NY: SUNY Press.
4. Conclusões A caminho dos três anos de atividades, tem-se verificado um interesse cada vez maior, neste tipo de atividades, por parte das crianças e dos intervenientes no processo educativo, havendo uma procura cada vez maior quer por parte dos encarregados de educação, quer dos professores que solicitam visitas às respetivas turmas, quer por entidades que colaboram e também solicitam colaboração da AcademiaCAP. Também se observa um maior empenho e interesse por este trabalho colaborativo entre professores, técnicos, funcionários e alunos do IPT, havendo cada vez mais projetos promovidos por esta troca de experiências. Todos sentem-se recompensados pela alegria dos participantes e reconhecimento de encarregados de educação, professores e comunidade envolvente, havendo assim uma interação benéfica entre o ensino superior politécnico e a sua população local. Agradecimentos A AcademiaCAP está a entrar no 3.º ano consecutivo de atividades. Este é um projeto consolidado que só é 35
COMUNIDADE
A Biblioteca e a Comunidade Envolvente (2006-2016)
mundo do ensino e da investigação, aliada à transferência de tecnologia, de know-how e promoção de empreendedorismo. É cada vez mais um centro de convergência das comunidades vizinhas, que usam a Biblioteca não só pela oferta de leitura e informação, mas também pela forte componente artístico-cultural oferecida. O Campus tornou-se um espaço aberto, de passagens e permanências, cada vez mais integrado e integrador das comunidades envolventes. A Biblioteca sente, cada vez mais, que é essa uma das suas missões.
José Moura Ana Roxo
Biblioteca da FCT-UNL jose.moura@fct.unl.pt
Dez anos passaram (2006-2016) desde que a Biblioteca se mudou para o novo edifício. Uma mudança que trouxe a unificação dos vários “pólos” existentes no Campus e, dessa forma, iniciou um novo ciclo. À preocupação constante de atender às necessidades informacionais do utilizador, juntaram-se contributos que, aliados ao sucesso académico, muito contribuíram para a formação do aluno como “ser humano”. Nesse sentido, a Biblioteca delineou e desenvolveu projetos de
O edifício da Biblioteca da FCT-Nova está posicionado no Campus de Caparica, onde se desenvolveu uma pequena cidade dentro da grande zona da Cidade de Almada. O Campus representa uma mais valia que se afirmou no
36
interface multicultural inovadores, muito para lá do papel “mais tradicional” que geralmente é atribuído a estas instituições. Tomemos como exemplo as sessões de formação que tiveram lugar ao longo destes anos e apostaram no desenvolvimento das “soft skills”, orientação que nos tem guiado até aos dias de hoje. Esta aposta permitiu-nos avançar para múltiplas parcerias com Escolas Secundárias do meio envolvente, e trouxe-nos uma visão partilhada daquilo que são as preocupações comuns de docentes e bibliotecários envolvidos em projetos de Literacia da Informação. Entre muitas outras coisas, pudemos constatar que as missões das bibliotecas escolares e universitárias muito se aproximam.
Projetos de âmbito abrangente exigem sinergias e complementaridades. O cruzamento inter e transdisciplinar entre ciência, arte e cultura(s) indica direções e acompanha o(s) interesse(s) das comunidades, das cidades e das regiões. Das atividades desenvolvidas, entendendoas como avenidas em contínua exploração e crescimento, destacam-se: • Cineclube • Exposições temáticas de interesse pedagógico (Ambiente, Energia, Economia, etc.)
• Comemorações de Anos Internacionais dedicados a temas específicos (Química, Biodiversidade, Darwin, Luz, etc…)
Em resumo, de modo natural, a Biblioteca da FCT-Nova promove o conhecimento e revaloriza ambientes internos e envolventes exteriores, fomenta e valoriza a arte pública e permite a promoção de privilegiadas relações entre utente(s), espaço(s), arte(s), cultura(s) e vida(s). De forma complementar, a espaçosa zona envolvente da Biblioteca apresentase como interface para todos aqueles que, quotidianamente, nela circulam e vivem, sentindo-a como verdadeira zona de fruição, interação e reflexão.
• Seminários de interesse geral (Cidade de Almada, Energia, Economia, Gastronomia, etc.)
• Interações artísticas e pedagógicas com Escolas • Momentos musicais • Teatro orientado para temas científicos (Darwin, Einstein, Maria Curie, etc.)
Instituições e público em geral muito beneficiam destas atividades integradas e integradoras.
37
ATUALIDADE
Poesia e Educação
Poesia no mundo globalizado Já algumas vezes aludimos à ‘natureza da poesia”. É importante reter que “A Poesia começou por ser um sentimento, um entendimento do cosmos, do mundo, da vida, e do ser humano, que se incorporava às manifestações humanas, e lhes dava forma” . O discurso de aceitação do Prémio Nobel de Literatura de 1960, pelo poeta francês Saint-John Perse (18871975). Todo esse notável discurso discorria sobre a criação poética... e científica, que esse poeta defendia serem da mesma natureza, proclamando que “a intuição vem em socorro da razão” e que “a imaginação é o verdadeiro terreno de germinação científica”. Essas considerações podem ser um bom ponto de partida para uma reflexão sobre o Ensino. Muitas vezes, defende-se que as disciplinas ditas “objetivas”, nomeadamente a Matemática, a Física e as Ciências Naturais, são “fundamentais”. Este é um erro crasso, pois a imaginação cultiva-se com o desenvolvimento linguístico – ou seja, o progresso programado dos estudos de Línguas. E ainda com a prática – tanto formal como informal – das Artes – tanto “a arte da palavra” (prosa e poesia) como a arte da cor e das formas – as artes plásticas –, a arte dos sons (a música), tudo isto sedimentado e ampliado pelo estudo da marcha da Humanidade e suas lutas pela sobrevivência e progresso (a História), e ainda a par da prática não só do Desporto como das brincadeiras do recreio informal, ao ar livre. Não esquecendo que as práticas de “expressão corporal” (Dramatização e/ou Teatro) permitem a integração de todas as referidas aprendizagens. Os trabalhos criativos dos alunos não se destinam a ser “avaliados” ou “classificados”, mas sim e apenas “apreciados”, tanto pelo professor da classe como pelas crianças! Por muito elementar que seja uma prestação, o professor terá que saber descobrir nela um pormenor positivo, por insignificante que este pareça, e todos estes trabalhos devem ser expostos na sala de aula! A prática da Arte – ou se preferirmos, das Artes – é fundamental no desenvolvimento não só do raciocínio, como também da personalidade, proporcionando à criança em formação não só segurança e auto-estima como também agilidade de raciocínio! Três factores que se vão reflectir com eficácia nas aprendizagens das disciplinas ditas “objectivas”. Por outro lado, a prática da Dramatização, que é uma prática espontânea (da natureza do Teatro, mas que ainda não é teatro) facilita a aprendizagem do “saber ouvir”, do “respeito pelo Outro” – numa convivência de igualdade de direitos e obrigações, base da aprendizagem da vivência democrática! Discurso de Saint John Perse aqui: http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1960/ Myriam Jubilot de Carvalho 38
ATUALIDADE
Clave de Ti
Musicoterapia e a deficiência mental de a música fazer parte do contexto de qualquer cultura, torna-se um elemento importante que estabelece relações interpessoais.
Ana Luísa Pereira
Mestre em Musicoterapia anap.clavedeti@gmail.com clavedti@gmail.com http://clavedti.wix.com/clavedeti www.facebook.com/clavedeti
A musicoterapia possui uma ampla possibilidade de objetivos que poderão ser trabalhados pelo musicoterapeuta, sendo um deles, a facilitação e promoção da comunicação de um indivíduo através da música, pretendendo assim alcançar uma melhor qualidade de vida. A Federação Mundial de Musicoterapia (WFMT) define musicoterapia como: a utilização profissional da música e dos seus elementos, para a intervenção em contextos médicos, educacionais e do quotidiano, com indivíduos, grupos, famílias ou comunidades que procurem otimizar a sua qualidade de vida e melhorar a sua saúde física, social, comunicativa, emocional, intelectual, espiritual e bem-estar (WFMT, 2011). A par da definição Oficial da Federação Mundial de Musicoterapia, a Association Française de Musicothérapie (1985:6 cit. in Leonido, 2006) considera que a musicoterapia é a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizagens, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender às suas necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas. A musicoterapia procura desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele ou ela alcance uma melhor organização intra e/ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida, através da prevenção, reabilitação ou tratamento.
O projeto Clave de Ti é uma parceria de musicoterapeutas que pretende divulgar os benefícios e as aplicações da musicoterapia na sociedade. Esta forma de terapia pode ser desenvolvida com pessoas de qualquer idade, género, patologia, músico ou não, e desenrolase no contexto individual e grupal. A musicoterapia, por ser uma área abrangente, possui diversas possibilidades de atuação, sendo uma delas junto das pessoas portadoras de deficiência mental que, de uma forma geral, possuem dificuldades de comunicação. Este é um dos enfoques com que um musicoterapeuta pode trabalhar, ou seja, proporcionar uma melhoria na comunicação destas pessoas e utilizar a música como promotora de relações interpessoais satisfatórias.
Keller (1986) refere que o processo musicoterapêutico pode desenvolver-se de acordo com vários métodos. Nas técnicas recetivas, o paciente não participa na produção
A música sempre desempenhou um importante papel na sociedade, está constantemente presente na vida do ser humano e devido ao fato 39
do indivíduo desde o momento da sua conceção; o ISO Cultural, que é formado pelas energias sonoro-musicais a partir do nascimento; e o ISO Grupal, que é a característica sonora de grupos que possuem um trabalho musicoterapêutico continuo.
musical. Este tipo de técnicas, normalmente, limitam-se a pacientes com grandes dificuldades motoras ou apenas a uma parte do tratamento, com objetivos específicos. Na maior parte dos casos são usadas técnicas ativas, ou seja, é o próprio paciente que toca os instrumentos musicais, canta, dança ou realiza outras atividades em conjunto com o terapeuta. No processo musicoterapêutico não é importante se a música ou o som produzidos são afinados, desafinados, ritmicamente estáveis ou harmonicamente estruturados. Na criação musical, em terapia, de pouco serve este tipo de classificações pois todas elas são meros juízos de valor.
Os objetivos da produção musical durante uma sessão de musicoterapia não são artísticos mas sim terapêuticos (recriar / melhorar / transformar determinadas situações, limitações ou conflitos da vida do indivíduo através da música), por isso, não é necessário que o paciente possua conhecimento musical para beneficiar deste tratamento.
Segundo Chagas e Pedro (2008), a metodologia de Benezon (1988) postula a existência de uma identidade sonora individual, o ISO, que é o conjunto de energias sonoras, acústicas e de movimento que pertencem a um individuo e o caracterizam. É formado pela herança sonora, vivências sonoras gestacionais e pelas experiencias sonoras vividas desde o nascimento. Fazem parte deste principio o ISO Universal, que é composto, no inconsciente, pelas energias sonoras herdadas ao longo de milénios; o ISO Gestáltico, que contem o inconsciente das energias sonoras das vivências
A perceção sonora e a música estão presentes na vida da criança desde o período pré-natal e passam por constantes transformações através de experiências que são adquiridas desde a primeira infância até atingirem a idade escolar (Abeles, 1980, cit. in França, 2005). O estímulo musical produz reações neuro psicofisiológicas específicas que são fatores primordiais no processo de aprendizagem que ocorre no período de desenvolvimento do sistema nervoso da criança e que o acompanhará em toda sua vida. A música pode auxiliar essa população de forma diferenciada por oferecer recursos 40
com o objetivo de empreender através deles o processo de integração e de recuperação dos utentes. É possível ter uma liberdade superior ao nível da expressão emocional, bem como a elaboração de comportamentos adaptativos que possibilitem uma inclusão social. No caso desta população, a música atinge em primeiro lugar a emoção para posteriormente atingir as reações físicas.
motivacionais e mobilizadores altamente adequados para o desenvolvimento da atenção, memória, comunicação, habilidades motoras, amadurecimento emocional e socialização. Segundo Hansen (1999), a musicoterapia tenta criar um ambiente de diversão e prazer para a criança com deficiência mental, tentando melhorar a comunicação emparelhando palavras com tons e frases melódicas. O comportamento ativo da música, como tocar um instrumento e cantar, exige a utilização da voz e do corpo de uma forma claramente estruturada para produzir o produto musical desejado. Quem tem transtornos de habilidades motoras pode ser referido em musicoterapia dada a exigência de diferentes graus de coordenação motora que é necessária para tocar um instrumento.
Referências bibliográficas Chagas, M. & Pedro, R. (2008). Musicoterapia: Desafios entre a modernidade e a contemporaneidadecomo sofrem os híbridos e como se divertem. Rio de Janeiro. Mauad editora. França, C. (2005). Função da musicoterapia na educação musical especial: da inclusão física à integração do portador de atraso do desenvolvimento no ensino regular da música. XIV Encontro Anual da ABEM. Acedido em Abril 23, 2014, em: http:// www.abemeducacaomusical.org.br/Masters/ anais2005/Comunicacoes/08Cec%C3%ADlia%20 Cavalieri%20Fran%C3%A7a%20e%20Cybelle%20 Loureiro.pdf
Os objetivos terapêuticos com este tipo de perturbações são a utilização da atividade musical para explorar competências musicais adquiridas e proporcionar aos clientes experiências que eles são capazes de executar. A musicoterapia, quando aplicada em setting grupal oferece oportunidades de interação social a crianças com deficiência mental, através da prática musical partilhada ajustando o comportamento social e permitindo ganhar consciência. Muitas vezes os sujeitos ganham autocontrolo e tomada de consciência concreta emocional quando são inseridos em esforços criativos positivos, a outro nível, os sentimentos que são difíceis de descrever verbalmente ou incompreendidos podem ser experimentados por meio expressivo da música.
Hansen, S. (1999). The New Music Therapist’s Handbook. Boston, MA, USA. Berklee Press. Keller, M. (1986). Some Ethnomusicological Considerations about Magic and the Therapeutic Uses of Music. International Journal of Music Education. Leonido, L. (2006). Musicoterapia. Revista de Música Clasica y Reflexión Musical. Acedido em Abril 12, 2014, em: http://www.sinfoniavirtual.com/ revista/001/musicoterapia.php World Federation of Music Therapy (2011). What is music therapy?. Acedido em Abril 12, 2014, em: http://musictherapyworld.net/WFMT/About_ WFMT.html
Por outro lado, as técnicas ativas permitem trabalhar as competências motoras através do movimento musical. Para concluir, consideramos que a intervenção musicoterapêutica na população com deficiência intelectual é extremamente indicada e apropriada, devido às especificidades da linguagem musical, onde as competências verbais/escritas e de raciocínio lógico-abstrato não se encontram comprometidas, esta pode servir ainda para abrir canais de comunicação, 41
ATUALIDADE
Projeto “IBM Teachers TryScience”
em Portugal
metodologias, definição de objetivos, discussões rápidas e exemplos de trabalhos adaptáveis às diferentes idades e necessidades.
Lara Campos Tropa
Diretora da Divisão de Marketing Comunicações e Cidadania - IBM Portugal
No âmbito desta parceria foi desenvolvido, no ano letivo 2014/2015, um projeto-piloto com alunos do 1º ciclo baseado num plano de aula do “Teachers TryScience” e que teve como objetivo promover a literacia científica de professoras e de alunos, levando-os a desenvolver um conjunto de atividades, estratégias de ensino e recursos, desenhados especialmente para despertar o interesse dos alunos pela ciência e pela tecnologia. Neste sentido, um grupo de professoras do ensino básico foi desafiado a construir um sistema de agricultura vertical com os seus alunos, no espaço das respetivas escolas, com recurso a material que lhes foi disponibilizado, respeitando um conjunto de critérios pré-definidos e promovendo o envolvimento da comunidade educativa e das famílias. A par deste projeto-pilotou foi lançado um concurso que permitiu às professoras dos dois melhores projetos participarem, por convite, num seminário europeu de formação de professores. Para tal, tiveram de submeter um trabalho em formato digital que relatasse o desenvolvimento do seu projeto e os resultados alcançados. Para esta seleção foram considerados os critérios (a) criatividade; (b) clareza da abordagem; (c) correção científica e linguística; (d) multidisciplinaridade; (e) diversidade dos recursos utilizados na concretização do trabalho.
Foi com muito gosto que a IBM Portugal participou na “Quinzena de Diálogos, Ciência e Tecnologia, Língua e Arte(s) em Cidadania”, onde tivemos a oportunidade de apresentar o projeto “Teachers TryScience” que estamos a desenvolver em parceria com a Direção-Geral da Educação e com o Centro de Competências TIC – EDUCOM. O “Teachers TryScience” é um programa educativo da IBM que procura levar para a sala de aula novas e diferentes atividades e metodologias, assim como a partilha de experiências, que funcionem como uma estratégia de incentivo e de aumento de competências nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM). Pelo seu caráter inovador, o “Teachers TryScience” procura estimular a aprendizagem baseada no desenvolvimento de projetos e de novas formas de trabalho em equipa dentro da sala de aula, com recurso à resolução de problemas e desafios do mundo real. Para tal, foi desenvolvida e lançada a plataforma online teacherstryscience.org, que disponibiliza a professores e alunos planos de aula, atividades, suportes, agendas,
De ressalvar que este projeto-piloto foi acompanhado de sessões de formação e esclarecimento presenciais e de visitas às escolas participantes, e foi alvo de uma avaliação por parte do CCTIC-EDUCOM que destacou: a motivação dos alunos, a qualidade das situações de ensino e aprendizagem, a oportunidade de formação e de valorização profissional, já que a maioria das 42
de campo, observação, recolha e registo de dados, identificação de elementos vivos e não vivos, investigação, partilha de informação no Projeto Noah e com as restantes colegas envovidas e a recriação física e digital do ecossistema escolhido, são alguns dos passos indicados para o desenvolvimento deste projeto. No final do mesmo, e à semelhança do ano anterior, foi lançado o desafio às colegas de submeterem um trabalho em formato digital que demonstrasse o desenvolvimento do seu projeto e os resultados alcançados. Os critérios de avaliação dos trabalhos foram reforçados de modo a refletirem a importância dada, quer ao processo de desenvolvimento do projeto, quer ao trabalho colaborativo.
professoras encontrou potencial no projeto do ponto de vista da sua integração curricular e valorizou muito positivamente a oportunidade de promoção do seu desenvolvimento profissional por terem estado ligadas ao projeto. Foram feitas ainda algumas recomendações, como repetir o projeto no ano letivo seguinte, com um possível alargarmento a mais escolas, reforçando a necessidade de enquadrar devidamente o projeto no âmbito do desenvolvimento curricular do 1.º Ciclo do Ensino Básico e que se previsse uma formação mais estruturada, se possível acreditada, que começasse no início do ano letivo e que acompanhasse os professores ao longo do mesmo. Foi ainda aconselhada a utilização de uma plataforma online de apoio ao desenvolvimento dos projetos, consistente e de simples utilização, que permitisse a sustentabilidade do apoio a dar aos projetos, mesmo que o seu número e dispersão geográfica aumente.
Estão previstas visitas às várias escolas participantes de modo a perceber como o projeto está a ser desenvolvido e quais as questões que podem precisar de apoio mais específico, bem como uma sessão final onde serão distinguidos e brevemente apresentados os três melhores trabalhos submetidos a concurso.
E foi desta forma, e seguindo estas recomendações, que no corrente ano letivo se avançou para uma segunda fase deste projeto, englobando 16 agrupamentos de escolas, 16 educadoras e 16 professoras de 1.º ciclo que estão a trabalhar em equipas constuídas por uma educadora e uma professora por agrupamento. De modo a fomentar ainda mais o trabalho colaborativo, foram criados 8 “pares” de equipas, de agrupamentos de escolas diferentes, com base num elemento em comum: a tipologia do local de estudo escolhido para o desenvolvimento do projeto.
Uma vez mais, todo este processo está a ser alvo de uma avaliação por parte do Centro de Competências TIC-EDUCOM que nos ajudará a perceber o que correu bem e o que pode ser melhorado, na certeza de que o desenvolvimento deste tipo de parcerias e projetos nos podem ajudar, a todos, empresas, comunidade científica e académica, cidadãos, a incutir nos jovens o interesse pelas ciências e pela tecnologia e a disponibilizar aos professores novas metodologias de ensino que podem fazer a diferença no processo de aprendizagem dos alunos.
O plano de aula escolhido para este ano letivo baseia-se na identificação e exploração de um ecossistema, que sugerimos que fosse escolhido com base na proximidade da escola. Visitas
43
NOTÍCIA
Centrifuga
Aprender Ciência
A convite do Almadaforma a Centrifuga – Aprender Ciência participou na quinzena de Diálogos de Ciência e Tecnologias, Língua e Arte(s) em Cidadania. Durante quinze dias realizamos diversos ateliers, foguetões a jato, hovercrafts e tornados na garrafa foram algumas das atividades. As crianças tiveram a oportunidade de compreenderem a importância de serem cidadãos empenhados na sustentabilidade do Planeta, bem como apreenderem ciência de um modo lúdico e criativo. Palavras como criatividade, divertimento, curiosidade, aprendizagem e ciência foram constantemente referidas por todos os participantes. Fica a promessa de comparecermos na próxima edição. O fundador da Centrifuga Miguel de Oliveira
44
NOTÍCIA
Como Intervir?
A Promoção e a Proteção de Crianças e Jovens em Perigo
Nos dias 17 e 18 de fevereiro de 2016, realizou-se no auditório da Biblioteca da FCT-UNL, a ação de formação de curta duração subordinada à temática “A Promoção e a Proteção de Crianças e Jovens em Perigo – Como intervir?”, da responsabilidade das Formadoras Madalena Mendes e Helena Leitão. Esta iniciativa, desenvolvida no âmbito da Quinzena Diálogos de Ciência e Tecnologia, Língua e Arte(s) em Cidadania, promovida pelo CFAECA AlmadaForma resultou do Protocolo de Cooperação assinado entre o Centro de Formação e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Almada. Enquadramento A Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, aprovada pela Lei 147/99, de 1 de Setembro (com as alterações contantes da Lei 31/2003, de 22 de agosto e da Lei 142/2015, de 8 de Setembro), veio consubstanciar uma nova abordagem à proteção e promoção das situação das crianças e do jovens em perigo, problemática tranversal à sociedade, a abranger um grupo etário amplo e diversificado (0-18 anos), e a conjugar diferentes níveis de intervenção: da prevenção à promoção, da proteção à reparação. Neste âmbito, as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo desempenham um papel fundamental na construção de um sistema de respostas sociais enquanto entidades oficiais interinstitucionais e interdisciplinares não judiciárias que articulam a participação dos principais agentes da comunidade na promoção e protecção dos direitos e na prevenção das situações de perigo. Os estabelecimentos de Educação, Ensino e Formação, enquanto Entidades com Competência em Matéria de Infância e Juventude, ocupam uma posição privilegiada, no primeiro patamar de intervenção, pela natureza das suas responsabilidades na área da infância e juventude detendo legitimidade para intervir na promoção dos direitos e na proteção da criança e 45
do jovem em perigo. A escola tem um papel crucial na salvaguarda das necessidades das crianças e dos jovens e na promoção dos seus direitos e do seu bem-estar de modo a evitar situações de risco e perigo (prevenção primária), na identificação e intervenção atempada nas situações de perigo (prevenção secundária) e na intervenção reparadora (prevenção terciária). A construção de uma comunidade protetora, securizante e promotora do desenvolvimento integral das crianças e dos jovens exige uma visão holística e uma abordagem ecossistémica e integrada com vista à diminuição efetiva dos fatores de risco e perigo. A cooperação e articulação multidisciplinar e intersectorial e o trabalho em rede entre os diferentes organismos que intervêm em matéria de infância e juventude, de que a Escola é locus privilegiado, e a CPCJ são fundamentais para assegurar a promoção dos direitos e a proteção das crianças e jovens do concelho de Almada. Objetivos • Contribuir para a divulgação do sistema legal de promoção e proteção das crianças e jovens em perigo • Conhecer os aspetos fundamentais relativos à promoção e proteção das crianças e jovens e ao funcionamento das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) • Compreender a importância do princípio da subsidiariedade e do dever de colaboração • Proporcionar orientações para a avaliação e intervenção nas situações de perigo • Aprofundar a cooperação e a articulação entre as Entidades com Competência em Matéria de Infância e Juventude e a CPCJ • Compreender a importância dos Modelos de avaliação e intervenção e das diferentes formas de articulação. Programa temático • Enquadramento legal do sistema de Promoção e Proteção • A Lei de Promoção e Protecção das Crianças e Jovens em Perigo, objeto, legitimidade para a intervenção e o consentimento, princípios orientadores (superior interesse da criança, privacidade, intervenção precoce, intervenção mínima, proporcionalidade e actualidade, responsabilidade parental, primado da continuidade das relações psicológicas profundas, prevalência da família, obrigatoriedade da informação, audição obrigatória e participação, subsidiariedade) e modalidades de intervenção • O papel e os principais atributos das Comissões de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens • Competências das entidades com competência em matéria de infância e juventude e o dever de colaboração • Tipos de intervenção – Primária, Secundária e Terciária • Modelo ecológico de avaliação e intervenção nas situações de risco e de perigo • Tipologia das situações de perigo – Indicadores de situações de maus tratos • O Processo de Promoção e Proteção - Procedimentos e modelos de avaliação e intervenção • Como intervir? • A Ficha de sinalização como instrumento de parceria • O Acordo de Promoção e Proteção – Formas de cooperação • O Relatório de Escola - Instrumento de articulação. Em conclusão A diversidade dos formandos (professores, educadores, psicólogos, animadores sociais, mediadores sociais e outros técnicos na área de intervenção social e educativa) providenciou um espaço de diálogo muito rico, tendo sido partilhado por todos a importância da continuidade do desenvolvimento de formações desta natureza que permitam aprofundar o trabalho de intervenção e articulação na promoção e proteção dos direitos das crianças e dos jovens, enquanto MISSÃO DE TODOS.
Madalena Mendes Helena Leitão 46
Tarde tão maravilhosa para todas as idades são o desfolhar das rosas que encantam mocidades. Espalhando o bem em redor teremos um mundo melhor repleto de união. Nesta porta que nos foi aberta vamos recordar o poeta António Gedeão. Eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida, que sempre que uma homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança. António Alberto do Carmo Mouta (Universidade Sénior do Seixal)
47
48