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Novidades antigas este ALMANAQUE, anunciamos há mais de 13 anos novidades antigas. Parece contraditório, mas não é. É isso que o faz tão necessário e atraente. Eu sabia desde o começo que seu sucesso viria justamente pela revelação de que tudo
foi novidade no seu tempo. Novidades que são hoje as bases do que é novo e revolucionário – coisas que logo serão também “de antigamente”. O mundo mudou radicalmente nas últimas décadas. Essa formidável mudança foi um pouco mais da aventura humana, sempre empurrada pela curiosidade, patrocinadora da incessante busca do conhecimento. E foi a vontade de conhecer melhor a nossa história que nos encorajou, contrariando todas as opiniões, a fazer das páginas deste vulgarizador da nossa memória um espaço para as lembranças de histórias que nos fizeram chegar aonde chegamos. Brasileiros de nascimento ou de coração – sejam eles ilustres conhecidos ou fundamentais anônimos – deram valiosas contribuições para que possamos hoje desfrutar deste novo velho país. Tenho comprovado, edição a edição, o acerto desta modesta publicação como uma valiosa contribuição para o conhecimento do povo. Há 150 meses o ALMANAQUE cai nas
mãos de jovens estudantes, executivos, professores, intelectuais, artistas. Ao longo desses
ARMAZÉM DA M E MÓRIA NAC IONAL Diretor editorial Elifas Andreato Diretor executivo Bento Huzak Andreato Editor João Rocha Rodrigues Editor de arte Dennis Vecchione Editora de imagens Laura Huzak Andreato Editor contribuinte Mylton Severiano Redatores Bruno Hoffmann e Natália Pesciotta Revisora Liliane Benetti Designers Guilherme Resende, Rodrigo Terra Vargas, Soledad Cifuentes e Daniela Santiago (estagiária) Redatoras web Jaqueline Ogliari e Marisa Nascimento (estagiária) Gerente administrativa Fabiana Rocha Oliveira Assistentes administrativas Eliana Freitas, Viviane Silva, Geisa Lima Assessoria jurídica Cesnik, Quintino e Salinas Advogados Jornalista responsável João Rocha Rodrigues (MTb 45265/SP) Impressão Gráfica Oceano PUBLICIDADE Fernanda Santiago e Jacqueline Carone (11) 3873-9115 E-mail: publicidade@almanaquebrasil.com.br Distribuição em voos nacionais e internacionais:
anos, colecionamos elogios rasgados de gente importante, e também de uma porção de brasileiros que se encontram nessas histórias que aqui contamos. Para eles, a despeito da
Tiragem auditada pela
nossa mirada para o passado, tudo é novidade. Afinal de contas, o saber é sempre novo. Enquanto isso, todos os dias, milhões de brasileiros seguem fazendo a história desse país. Uma bela história que será contada no futuro, quando elas serão 4
O Almanaque é uma publicação da Andreato Comunicação & Cultura.
também novidades antigas. Dedico este texto a dona Hilda Gabriela Nengelberg Melnik, que, aos 84 anos, devora as histórias que contamos com o entusiasmo de uma adolescente. As fotografias que ela nos enviou de sua
Rua Dr. Franco da Rocha, 137 - 11º andar Perdizes. São Paulo-SP CEP 05015-040 Fone: (11) 3873-9115 redacao@almanaquebrasil.com.br www.almanaquebrasil.com.br twitter.com/almanaquebrasil
coleção completa do ALMANAQUE, encadernada com zelo, são a
Parceria
prova de que mesmo quem viveu tantas décadas de cabo a rabo é
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capaz de saborear o passado como uma grande novidade. Elifas Andreato
O presente vemos apenas de perfil. É o passado que temos diante de nós. Henry James, escritor norte-americano
índice 5 carta enigmática 8 você sabia? 14 brasil na tv CANTOS E LETRAS 16 PAPO-CABEÇA Marcelo Rosenbaum
20 Ilustres Brasileiros
J. Carlos
22 eSpecial
Roupas do Brasil
www.almanaquebrasil.com.br
26 JOGOS E BRINCADEIRAS 27 O Teco-teco 28 Viva o brasil Círio de Nazaré
32 em se plantando, tudo dá
Guapuruvu
34 bom humor: nosso e dos leitores capa Guilherme Resende
Aumente seu nível de brasilidade e ganhe pontos para trocar por uma infinidade de prêmios Quem assina o Almanaque acumula pontos na rede Multiplus Fidelidade Pagamento por cartão de crédito ou boleto bancário
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media nem um metro e meio. Muitas vezes deu vida a empregadas domésticas. Outras, a moças feias, apesar da vaidade. E também sabia fazer socialites milionárias e cantoras de ópera. A partir da década de 1970, ganhou espaço em produções televisivas como Sítio do Picapau Amarelo, em que interpretava dona Carochinha. Mas destacou-se mesmo a partir da bem-sucedida parceria com Chico Anysio, com personagens como Biscoito, a mulher rica do bebum Tavares. Num outro papel, o sucesso foi ainda maior. Deu vida a uma recatada senhorita, que encenou diariamente na tevê até pouco antes da morte, aos 83 anos, em 8 de outubro de 1999. Sempre que a personagem ouvia algo que considerava obsceno, fazia uma cara de espanto e, aos frangalhos, lançava o bordão: “Ele (BH) só pensa... naquilo!”.
O chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas era Gregório Fortunato, gaúcho de São Borja como o presidente. O Anjo Negro, como tornou-se conhecido, assumiu o posto em 1938, quando Vargas sofreu uma tentativa de golpe, e nunca mais deixou de ser seu fiel escudeiro. Foi acusado de ordenar o Atentado da Rua Tonelero, contra o principal desafeto de Vargas, o jornalista Carlos Lacerda – fato que desencadearia o suicídio do presidente, em 1954. A foto ao lado, tirada no Paraná em 1950, mostra que o guarda-costas estava pronto para obedecer a qualquer ordem, nem que fosse apenas para arrumar as madeixas do patrão.
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REPRODUÇÃO
enhuma outra atriz brasileira participou de tantos longas-metragens. Foram 108 filmes ao longo da vida – um recorde. Fez filme de todos os gêneros. Mas ficou marcada mesmo por fazer rir. Para Oscarito, era a maior comediante do cinema brasileiro. Já Grande Otelo a chamava de “Charles Chaplin de saia”. A menina do interior do Rio de Janeiro começou a carreira no cinema em 1954. Até essa época, apresentava-se numa rádio carioca, ora fazendo comédia, ora recitando poemas – é autora, inclusive, de quatro elogiados livros de poesias. Foram suas caras e bocas para a comédia que a levaram para a recém-criada tevê e, logo depois, para o cinema. Tanto nas telinhas quanto nas telonas eram dedicados a ela papéis de moças frágeis – certamente pelo físico miúdo; não
Outubro 2011
2/10/1974
Pelé se despede do Santos numa partida contra a Ponte Preta, no estádio da Vila Belmiro, após 18 anos no clube.
1/10/1977
o u t u b r o
Pelé se despede definitivamente do futebol pelo New York Cosmos, numa partida contra o Santos, em que joga meio tempo por cada equipe.
Pernambucanos no New York Times assustaram Tio Sam
Arquivo/AE
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Passeata promovida pelas Ligas Camponesas no Recife.
SAIBA MAIS Medo, Comunismo e Revolução, de Pablo Porfírio (Ufpe, 2009).
Só morto JK pôde desembarcar novamente em Brasília
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ara Juscelino Kubitschek, um dos grandes inimigos do regime militar brasileiro, o exílio imposto pela ditadura foi um pouco além do comum. Logo após o golpe de 1964, ele teve seus direitos políticos cassados e viveu no exterior. Voltou três anos depois: “Não posso deixar de confessar que viver fora do País, sem saber quando será possível o regresso, é o castigo mais cruel imposto a um homem que só pensava no Brasil”. Mas poderia ser pior, sim. Quando voltou, JK foi expressamente proibido de pisar na capital que ergueu no centro do País. Até mesmo quando voava de Minas para Goiás e o monomotor precisou fazer um pouso de emergência, o avião não teve autorização da torre para descer em Brasília. O ex-presidente ficou sete anos sem ver a cidade. E só fez uma visita discreta, na cabine de um
caminhão, porque um temporal interrompeu uma viagem que fazia nas proximidades. Tomou coragem e disse ao motorista: “Toque para Brasília”. Viu a praça dos Três Poderes, o Palácio da Alvorada e a catedral, que ainda não conhecia. Depois, contaria emocionado sobre o passeio ao jornalista Carlos Chagas: “Senti-me um súdito romano das Gálias que pela primeira vez visita Roma”. O artigo “Brasília não vê JK chorar” relatava a angústia. Quando Juscelino morreu, em um acidente automobilístico nunca esclarecido, estava com um recorte da publicação no bolso do paletó. Só mesmo morto, em 1976, desembarcou na capital federal. Repousou no cemitério Campo da Esperança até ser transportado ao Memorial JK, projetado por Oscar Niemeyer no ponto mais alto do Plano Piloto. (NP)
4/10
dia mundial da anistia
Reprodução
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ornalistas, professores, representantes do governo. A luta por melhores condições de vida das Ligas Camponesas em Pernambuco atraiu olhos do Brasil inteiro para o estado, no fim dos anos 1950. E chamou atenção também fora do País. Em 31 de outubro de 1960, o jornal The New York Times publicou como título da primeira página: “A pobreza do Nordeste do Brasil gera ameaça de revolta”. Com o eco da notícia nos Estados Unidos, logo o serviço secreto americano se envolveu no caso. Em tempos de Guerra Fria, os relatórios da CIA apontavam que Francisco Julião, líder do movimento, tinha “longa admiração por Fidel Castro e Mao Tse-Tung” e anunciara que “a revolução logo começaria no centro do Brasil”. Até uma missão especial veio dos Estados Unidos para Pernambuco – chefiada por Edward Kennedy, irmão do presidente –, e o estado recebeu 100 milhões de dólares do Tio Sam. Com o golpe militar de 1964, (NP) Francisco Julião foi preso, e as Ligas, definitivamente encerradas.
Juscelino Kubitschek é escoltado no embarque para o exílio.
Saiba mais Visite a página de Juscelino no Projeto Memória: www.projetomemoria.art.br/JK.
Fases da Lua
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cheia
minguante
nova
Chateação de Drummond virou livro divertidíssimo
20/10
dia do poeta
“E
caricatura de Alvarus/ Reprodução
ngraçado. Eu pensava que o senhor fosse um débil mental, mas agora, vendo que faz as coisas normalmente, vejo que me enganei. Desculpa, foi por causa da pedra no meio do caminho...”. Carlos Drummond de Andrade, ou o “pedregoso”, o “beletrista mineiro”, o “poeta perereca” ou “poeta cavoqueiro”, costumava ouvir esse tipo de comentário no ministério em que trabalhava. O mineiro de Itabira precisou aceitar que o seu No Meio do Caminho era poema-símbolo do modernismo e que seria sempre lembrado por ele – mais vezes para o mal do que para o bem. Até as escolas ensinavam o conceito de “modernismo-pedraburrice-loucura”, como definia. Saiu-se da situação com uma de suas marcas mais peculiares: a ironia. O poeta colecionou por décadas, em silêncio, tudo o que se escreveu sobre a poesia. No aniversário de 40 anos da obra, em 1968, finalmente lançou Uma Pedra no Caminho – A biografia de um poema. O livro juntava trechos de jornais, revistas, programas de rádio e discursos que criticavam, citavam ou faziam referência aos versos. “Se não fiz de minha dor um poema, como pretendia O poeta e a pedra, em ilustração de Alvarus. Goethe, fiz da minha chateação um livro”, brincava. O material recolhido foi disposto em categorias, como Reação pelo Ridículo, Muita Gente Irritada, Popularidade, Mesmo Negativa, Isto Lembra Aquilo. A Pedra traz trechos em que a metáfora foi usada, organizados por assunto. Há até um discurso de Luís Carlos Prestes no Comitê Nacional do PCB de 1945. O autor não esquece nem de colunista político que usa o “tinha uma pedra...” como “hino do Congresso”, ou de jornalista do cotidiano que cita as palavras para denunciar a precariedade de ruas pedregosas e esburacadas. Drummond também recortava a ele próprio nos jornais. Em um capítulo especial, colocou as entrevistas que deu explicando a ideia de chateação e monotonia que pretendia com as palavras repetidas. E um texto seu, já cansado: “Não há nisto poema algum, bom ou mau. Há apenas algumas palavras que podem ser encontradas facilmente no Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa”. Nem mesmo cartas de amigos ficaram de fora. “É o mais forte exemplo que conheço, mais bem frisado, mais psicológico, de cansaço intelectual”, escreve Mário de Andrade. E Murilo Mendes: “No Meio do Caminho é o tipo do poema no meio da cabeça da gente. Nunca me esquecerei. Não sai”. A segunda edição da biografia do poema, mais de 40 anos depois da primeira, engrossou os arquivos de Drummond com mais páginas e páginas de citações e referências posteriores ao livro e à morte do poeta. Uma prova de que Murilo Mendes acertou, afinal: tantos anos depois, a pedra (NP) continua no meio do caminho. SAIBA MAIS Uma Pedra no Meio do Caminho – Biografia de um poema, edição ampliada por Eucanaã Ferraz (IMS, 2010).
enigma figurado
ssa menininha é a única brasileira a ser indicada ao Oscar de E melhor atriz. Além de nome importante do cinema, é considerada
Reprodução
uma das grandes do teatro nacional e foi a primeira atriz contratada pela recém-criada televisão, em 1951, da qual nunca mais sairia. É mãe de outra atriz conhecida. Quando nasceu, em 16 de outubro de 1929, foi batizada como Arlette Pinheiro Esteves da Silva. Mas é conhecida por outro nome.
R.:
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Teresinha do Menino Jesus Santos Anjos da Guarda Francisco de Borja Francisco de Assis Benedito Bruno Abade Nossa Senhora do Rosário Pelágia Luís Bertrán Paulino de York Alexandre Sauli Nossa Senhora Aparecida Eduardo 3º João Ogilvie Teresa d’Ávila Margarida Maria Alacoque Inácio de Antioquia Lucas Paulo da Cruz Pedro de Alcântara Gaspar del Búfalo Maria Salomé João de Capistrano Antônio Maria Claret Antônio de Sant’Ana Galvão Evaristo Frumêncio Judas Tadeu Narciso Germano Afonso Rodrigues
São Judas Tadeu É um dos 12 apóstolos que acompanharam Jesus. Não deve ser confundindo com Judas Iscariotes – o traidor de Cristo. Acredita-se que Judas Tadeu era fazendeiro e largou tudo para pregar o Evangelho pelo Oriente Médio, onde morreu martirizado por sua devoção às palavras divinas. Hoje é conhecido como o santo das causas impossíveis.
Confira a resposta na página 26 Outubro 2011
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Escorpião 23-10 a 21-11
Não deve ser mera coincidência que o autor de uma das obras mais melancólicas e apaixonadas da música brasileira, Nelson Cavaquinho, nasceu sob os domínios de escorpião. Os escorpianos “reagem com o estômago” nos relacionamentos – pode ser com familiares, amigos ou a pessoa amada. Possuem a habilidade nata de perceber o que não é dito, o que está escondido. Daí vêm suas inquietudes. É também uma pessoa extremamente fiel a quem jurou confiança.
25/10
Kubo Michal/wikimedia commons
Pessoal do Ceará juntou rocks Sobá agrada do Campo e toadas no mesmo som dia do macarrão
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tenção: sobá não é igual a yakisoba. Ambos vêm da culinária japonesa, têm macarrão, legumes e carne, mas são bem diferentes. O sobá tem como base um macarrão feito artesanalmente e um caldo especial que obriga o indivíduo a comer em uma cumbuca. O prato ainda leva omelete cortado em tirinhas, um bocado de cebolinha e carne de porco bem frita. Joga-se shoyo a gosto ou pedacinhos de gengibre. A receita faz a cabeça dos campo-grandense há décadas e nos últimos anos virou uma verdadeira mania. Do centro aos bairros mais populares, sempre há onde comer a iguaria. “O sobá é a maior contribuição da colônia japonesa para Campo Grande. Virou um símbolo cultural”, afirma Maristela Yule, diretora do documentário Arigatô, sobre a história da colônia japonesa no estado. Em 1914, quando a estrada de ferro chegou a Campo Grande, muitos japoneses chegaram à região. “O sobá era a marmita deles. Todos iam comer em uma barraquinha, que tinha uma cortininha impedindo que os outros vissem dentro. Era comer escondido mesmo. Até que um brasileiro abriu a cortininha, viu o que eles estavam comendo, perguntou o que era, experimentou e gostou. Em pouco tempo, o sobá já estava conhecido em toda a cidade”, relata Yule. Mais do que conhecido, o sobá é um verdadeiro astro da culinária local. E um prato extremamente saudável, como toda a culinária da província de Okinawa, no Japão – um dos motivos para o local abrigar a maior concentração de pessoas centenárias no planeta. A iguaria foi tombada como patrimônio cultural imaterial de Campo Grande em 2006. (Rodrigo Teixeira, de Campo Grande-MS – OVERMUNDO)
SAIBA MAIS Confira outros textos e fotos sobre Campo Grande, culinária e imigração japonesa em www.overmundo.com.br. www.almanaquebrasil.com.br
E
m comum, todos a resultar em sons eram jovens nunca ouvidos no e ligados às artes, lugar. Tudo com principalmente à letras inspiradas, música. Também que reproduziam o coincidia serem anseio por mudanças cearenses ou viverem estéticas. no Ceará e ansiarem Um dos marcos por mudanças na foi o lançamento, cena cultural do em 1973, do disco início dos anos 1970. Meu Corpo Minha Destacavam-se nomes Embalagem Todo Encarte do disco que apresentava o Pessoal do Ceará. como Ednardo, Gasto na Viagem, Raimundo Fagner, Fausto Nilo, Belchior, que recebeu como subtítulo Pessoal do Ceará. Augusto Pontes. Essa junção de tanta gente boa Nas vozes de Ednardo, Rodger Rogério e Teti, ainda não estava batizada. Um locutor de uma o disco apresentava uma pequena revolução rádio paulistana, porém, os anunciou como cultural. Surgiam harmonicamente maracatus, Pessoal do Ceará. E foi dessa forma que aquela toadas, sertanejos, rocks e canções psicodélicas agitação cultural entrou para a história. de vários compositores locais. “Nosso trabalho O movimento iniciou-se entre estudantes da foi todo feito com o mesmo amor e carinho Universidade Federal do Ceará, então centro como se tecem os lindos bordados que esta das discussões intelectuais de Fortaleza. Os capa estampa”, apresentava o texto do disco. A jovens ouviam de forró a bossa nova, Tropicália música Terral resumia o movimento: Eu sou do (BH) e Beatles. Essa mistura de influências começou luxo da aldeia / Eu sou do Ceará. Reprodução
Grande ao Japão
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dia do compositor nacional
No site do Almanaque, ouça canções do Pessoal do Ceará. Acesse também o blog pessoaldoceara.blogspot.com.
de quem são estes olhos? e de Tiradentes –, o dono destes Vindo de uma tradicional família mineira – é descendente inclusiv considerado o primeiro galã da É 1960. de olhos encanta gerações de noveleiras desde a década em mais de 50 novelas. Seu atuou já 1935, de o outubr de 5 em teledramaturgia nacional. Nascido sua mulher. Mais uma com atuou papel mais conhecido é o de Irmãos Coragem, novela na qual o. Coraçã to Insensa em nte importa papel dica: teve um Confira a respost a na página 26
ou tu b ro ta mbé m te m
29/10
Flores esquecidas desabrocham novamente em asilos
Helena Lunardelli, do projeto Flor Gentil, entrega buquê em asilo.
E
m uma noite qualquer elas decoram e colorem festas. São testemunhas de casamentos, formaturas, eventos sociais. No outro dia, continuam coloridas e belas, mas têm morte prematura anunciada: vão parar no lixo. Vida dura e curta essa das flores... Ao perceber que poderia dar vida nova aos arranjos caros que são dispensados quando as luzes dos salões se apagam, a florista Helena Lunardelli semeou uma ideia e fez desabrochar o projeto Flor Gentil. Um ano atrás, Helena passou a recolher os vasos nos locais onde as comemorações acontecem. Clubes, igrejas e restaurantes viraram parceiros. Ao lado de um grupo de voluntários, seleciona as flores que ainda estão fortes, viçosas. Com delicadeza e carinho, o grupo monta novos buquês. Dá vida nova às plantas e, com elas, alegria a muitos. As flores recolhidas pelo projeto viram gestos singelos de carinho em casas de repouso da capital paulista. Muitos idosos se comovem ao receber os buquês, outros simplesmente se alegram quando o perfume e as cores se espalham pelo ambiente. No ciclo do projeto, todos dão e recebem. Quem sonha dominar a arte de construir arranjos florais aprende de graça preparando buquês. Quem recebe a gentileza se encanta com o presente e retribui com alegria. “Flores são veículos de amor e vida, elas têm o poder de desarmar e emocionar as (Laís Duarte) pessoas”, sintetiza Helena.
SAIBA MAIS Site do projeto Flor Gentil: www.florgentil.com.br.
Antes de ser cartão-postal, Masp ocupou andar de jornal
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Reprodução
anduíche. Foi esse o prato principal do jantar organizado por Assis Chateaubriand a fim de arrecadar fundos para a construção do Museu de Arte de São Paulo, o Masp. Os ricaços paulistanos devem ter ficado boquiabertos quando o excêntrico empresário leiloou cabritos, leitões e coelhos e serviu pão com mortadela para os convidados. Dono de um império das comunicações, Chateaubriand aproveitou Bardi e Chateaubriand na inauguração do Masp. que a Europa estava em ruínas depois da Segunda Guerra Mundial para comprar a preço de banana verdadeiras preciosidades. Pretendia assim constituir o mais importante acervo brasileiro de artes. Para isso, tinha a seu lado o italiano Pietro Maria Bardi, jornalista e crítico de arte. Foi a esposa dele, a arquiteta Lina Bo Bardi, quem transformou um andar do prédio dos Diários Associados, de Chatô, num museu, inaugurado em 2 de outubro de 1947. Levaria ainda quase duas décadas para o museu mudar de endereço e transformar-se em um dos (NP) principais cartões-postais da cidade, em plena avenida Paulista.
divulgação
dia das flo res
1 Dia Mundial da Música 2 Dia Mundial da Juventude 3 Dia do Latino Americano 4 Dia do Barman 5 Dia do Bóia Fria 6 Dia do Tecnólogo 7 Dia Nacional do Compositor 8 Dia do Nordestino 9 Dia do Atletismo 10 Dia da Honestidade 11 Dia do Teatro Municipal 12 Dia da Hispanidade 13 Dia do Corintiano 14 Dia da Comunidade Espanhola 15 Dia do Professor 16 Dia da Criança que Estuda 17 Dia do Orientador 18 Dia do Pintor de Parede 19 Dia do Guarda Noturno 20 Dia do Poeta 21 Dia do Lixeiro 22 Dia da Praça 23 Dia da Aviação 24 Dia das Nações Unidas 25 Dia do Sapateiro 26 Dia dos Músicos Eruditos 27 Dia Mundial de Oração pela Paz 28 Dia Universal da Animação 29 Dia das Flores 30 Dia do Lobinho 31 Dia do Saci
estação colheita O que se colhe em outubro Laranja, mexerica, jabuticaba, abacaxi, manga, mamão.
SAIBA MAIS Chatô, O Rei do Brasil, de Fernando Morais (1994). Outubro 2011
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Guitarras vaiadas e violão quebrado marcaram Festival de 67
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Gilberto Gil ensaia Domingo no Parque com Os Mutantes.
noite de 21 de outubro de 1967 foi uma das mais marcantes da música popular brasileira. Era a final do 3° Festival da Música Brasileira, promovido pela TV Record. No páreo, disputando o primeiro prêmio, enfileiravam-se canções que se tornariam clássicos da nossa música: Roda Viva, de Chico Buarque; Alegria Alegria, de Caetano Veloso; Domingo no Parque, de Gilberto Gil; Ponteio, de Edu Lobo e Capinam. Ao longo do evento, não faltaram contratempos. Estava quase na hora de Gilberto Gil subir no palco, mas nada de chegar ao Teatro Paramount, em São Paulo. Nana Caymmi, então sua namorada, apelou para o presidente da Record: “O Gil está na cama e disse que não vai”. Paulo Machado de Carvalho prontamente correu ao hotel para buscar o baiano, amedrontado pela performance inovadora que
havia preparado. E não era para menos: Gil aguentou boas vaias até conquistar o público com Domingo no Parque. O mesmo aconteceu com Caetano. E também com Sérgio Ricardo, que não suportou a pressão e encerrou sua apresentação quebrando o violão e o atirando na plateia. No caso de Gil, a reação do público muito se devia às guitarras do grupo que o acompanhava, Os Mutantes. Muitos defendiam que era uma interferência da música norte-americana na “pura” música popular brasileira. Em poucos versos, porém, a plateia pareceu ter mudado de ideia. O jurado Sérgio Cabral contou mais tarde a sensação de ter sido domado pela invasão roqueira: “A estética matou minha ideologia em dois minutos”. Gil acabou levando o segundo (NP) lugar; Ponteio, o primeiro.
SAIBA MAIS Uma Noite em 67, documentário de Renato Terra e Ricardo Calil (2010).
Livreiro do complexo do Alemão salvou 12/10 livros no lixo D
dia da leit ura
epois que os meninos mais velhos excluíram Otávio Júnior de uma partida de futebol, ele andava a esmo pela favela, quando viu um livro deixado no lixo. Foi assim que leu seu primeiro livro, aos oito anos – e só porque naquela tarde faltou luz e não dava para ver televisão. Durante os tempos de escola, andava 20 quilômetros até a biblioteca pública, no centro do Rio de Janeiro. Ainda caminharia muito por leitura. Em paralelo a cursos de teatro e cinema, desde os 15 anos roda os complexos da Penha e do Alemão lendo histórias para crianças. Passou a se inteirar de projetos e oficinas sobre aprendizado e desenvolvimento por meio dos livros. Além de um tapete emprestado da mãe para as contações de história, arranjou uma mala onde carregava até 100 livros. Fazia uma espécie de escambo,
recolhendo obras de quem não queria mais. Em 2009, juntou seu acervo de 10 anos a uma doação do Ministério da Cultura para inaugurar a primeira “barracoteca” da comunidade. Para o investimento no imóvel, anunciou o projeto na internet e contou com a ajuda do pai, que é pedreiro, para reformar o antigo salão de forró. Otávio até passou para o outro lado e assinou um livro de memórias: O Livreiro do Alemão (Panda, 2011). Seu projeto de difusão da leitura, chamado Ler é 10 – Leia Favela, segue de pé. E ainda aguarda o dia em que todas as esquinas da favela tenham uma biblioteca: “Enquanto tem muita gente que quer reter o conhecimento, passando de geração em geração, nossa proposta é quebrar esse pensamento e formar uma comunidade mais consciente. O livro tem (NP) esse poder”.
Saiba mais Leia mais histórias sobre leitura na agência Brasil que Lê: www.brasilquele.com.br. www.almanaquebrasil.com.br
Paula Giolito/Folhapress
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Otávio Júnior: o livro tem poder.
Bruxas não envenenam maçãs em Paranapiacaba
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squeça as piaçavas. As bruxas modernas não voam pelos céus montadas em vassouras para encontrar suas companheiras de magia. Elas garantem estar no mundo real e no virtual também. Comunicam-se por e-mail, deixam recados nos sites de relacionamento, têm páginas na internet. Feiticeiras já não se reúnem às escondidas no breu das florestas. É em Paranapiacaba, interior de São Paulo, que centenas de magos e bruxas do Brasil e até de outros países se juntam não é de hoje. Quando os astros conspiram a favor deles, um enorme caldeirão é aquecido na fogueira da praça principal da histórica cidadezinha, escolhida por preservar matas e nascentes. Em torno dele, bruxas como as das histórias, vestidas com mantos, chapelões e longas túnicas, entoam cânticos e fazem feitiços. Os moradores já se acostumaram a vê-las desfilando por ali noite e dia e acreditam que ninguém precisa se preocupar. A intenção não é envenenar maçãs nem pôr pra dormir belas princesas, e sim trabalhar pela paz entre os homens, pedir prosperidade e harmonia com a natureza. Uma das chefes da bruxaria é Tânia Gori, escritora e coordenadora de uma escola para formação de bruxas (sim, é possível despertar a bruxa e o mago que dormem dentro de você!). Ela conta que toda mulher é um pouco feiticeira à medida em que produz no fogão feitiços culinários: alimentos temperados com boas doses de amor e afeto. “Bruxas são pessoas preocupadas com o meio ambiente, que buscam equilíbrio (Laís Duarte) com os outros e com o planeta”, explica.
s festas no palácio do Catete organizadas pela esposa do presidente Hermes da Fonseca, a cartunista Nair de Teffé, já tinham fama pelo original bom gosto e animação. Mas ninguém esperava o que a jovem primeiradama havia preparado para a última delas, em 26 de outubro de 1914. Nair convidou o compositor popular Catulo da Paixão Cearense para acompanhá-la ao violão, considerado instrumento da malandragem, em popular maxixe de Chiquinha Gonzaga. Estava pronto o cenário para o “escândalo do Corta-Jaca”, como ficou conhecida a despedida do presidente. A letra não errou: Esta dança é buliçosa / Tão dengosa / Que todos querem dançar / Não há ricas baronesas / Nem marquesas / Que não saibam requebrar, requebrar. A oposição e a imprensa ficaram de cabelo em pé com o tango tropical. “A mais baixa, a mais chula, a mais grosseira de todas as danças selvagens, a irmã gêmea do batuque, do cateretê e do samba”, definiu o senador Rui Barbosa no Congresso. (NP)
Saiba mais Escola de bruxarias Casa de Bruxa: www.casadebruxa.com.br.
Origem da expressão
primordial. século 17, ter filhos no Brasil era algo Vá se queixar ao bispoasNoficas r, para alta ao r subi de sem grávidas antes asse. O A Igreja até incentivava que as moç sum con se to men casa o l – desde que depois . E as comprovar que o homem era férti oros eiros nam tos homens sumiam após os prim o noiv que acontecia, porém, é que mui do s atrá ém algu ixar ao bispo, que mandava mulheres, o que faziam? Iam se que . essão usada até hoje fujão. Da prática teria nascido a expr
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Reprodução
Bruno Miranda/Folhapress
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dia das br uxas
Nair colocou baronesas para requebrar no palácio A
Nair de Teffé: último baile teve direito a violão e “dança selvagem”.
No site do A LMANAQUE, ouça o Corta-Jaca de Chiquinha Gonzaga.
o baú do Barão “Que faz o peixe, afinal? Nada.”
Nossa homenagem a Aparício Torelly, o Barão de Itararé.
Outubro 2011
elinha! Tem mais na t abastecimento do seu tanque
o começo do , no ste Almanaque é só aquebrasil.com.br) O fim da leitura de ernet (www.alman int na á est ue aq m na an bé Alm tam e O . sil) de brasilidade a do Almanaque Bra no Facebook (págin , País sil) do bra to ue can aq an os Twitter (@alm agens em todos tas, matérias e report vis em tre qu en é os llo Me ram pa na televisão. Pre e domingos. Lucia sil, todas as sextas n Bra bso e Ro ra ltu de m Cu s ge TV na para levar às inimitável perso por Almanaquias, o a o. ad xili mã à au r m, mo ge hu via m e e bo comanda essa ruas com microfon na poucas e boas pelas e também os perfis nh pa Nunes, que apronta om Ac . olhada no itinerário a um r da ! de ido po fer já Aqui você almanaque pre pre antenado no seu internet e fique sem
Loucuras de torcedores - programa 8
• Ilustres e anônimos capazes de fazer as maiores maluquices por amor ao time. • No Papo-Cabeça, uma inspiradora conversa com a atriz Denise Fraga. • No É do Baú, a febre dos papéis de carta. • E no Ciência Doméstica, como acertar na hora de escolher frutas e legumes. TV Brasil: 16/9, 20h
TV Cultura: 2/10, 15h
Brasil de todos os santos - programa 9
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• Divirta-se com as mais curiosas formas de devoção aos santos. • No Papo-Cabeça, o designer Marcelo Rosenbaum. • O ilustre homenageado do programa é o doce e inesquecível Mario Quintana. • E no Cantos do Brasil, a voz rouca e poderosa de Edvaldo Santana. TV Brasil: 23/9, 20h
Saudades do Brasil - programa 11
• De João Cabral a Caetano Veloso: saudades e apertos de brasileiros no exterior. • Um Papo-Cabeça com Marcelo Gleiser, o astrônomo que ensina física a poetas. • A malemolência de Mart’nália no Cantos do Brasil. • E afinal: quem era Amélia, a “mulher de verdade”? TV Brasil: 7/10, 20h
TV Cultura: 9/10, 15h
Pseudônimos: sujeito oculto - programa 10
• Os pseudônimos que protegeram a reputação de gente como Nelson Rodrigues, Machado de Assis e até do imperador Pedro 1°. • No Cantos do Brasil, João Bosco revela: “Pra mim, partitura só serve para sentar em cima”. • Descubra a origem da expressão a dar com pau. • E aqueles graciosos passarinhos de madeira, Como É Que Se Faz? TV Brasil: 30/9, 20hh
Amor, sublime amor - programa 13
TV Cultura: 23/10, 15h
Brasília, a capital do sonho - programa 12
• Tem até santo envolvido: conheça histórias e curiosidades por trás da construção de Brasília. • Diretamente do Pará, a delicada arte da cerâmica marajoara. • No Papo-Cabeça, Tião Rocha conta como transforma o Vale do Jequitinhonha pela educação. • Você Sabia? Nosso mais antigo time de futebol só ergueu uma taça...
TV Cultura:16/10, 15h
TV Brasil: 14/10, 20h
TV Cultura: 30/10, 15h
• Histórias de amor, infidelidade e ciúme que fizeram ilustres brasileiros enlouquecer. • Eugênio Scannavino e seu Saúde e Alegria: da Amazônia para o Papo-Cabeça. • Letra bonita e padronizada: o Como É que Se Faz? mostra a arte dos cartazes de supermercado. • No Ciência Doméstica, verdades, truques e mitos da pescaria. TV Brasil: 21/10, 20h
TV Cultura: 6/11,15h
Curiosidades no mapa - programa 14
• Entre milhares de municípios, encontramos os de peculiaridades e encantos pra lá de inusitados. • Sabia que nosso primeiro acidente de carro envolveu José do Patrocínio e Olavo Bilac? • Lô Borges traz ares mineiros ao Cantos do Brasil. • É do Baú: quem não lembra da dancinha do Menudos? TV Brasil: 28/10, 20h
TV Cultura: 13/11,15h
Para se certificar dos horários de exibição, consulte o site das emissoras: www.tvbrasil.org.br e www.tvcultura.com.br.
Pélico - Que Isso Fique Entre Nós
Palavras de Poder, de Lauro Henriques Jr. (Leya). O escritor
(independente). “Ouviu Ataulfo, Lupicínio, leu Nelson Rodrigues, rasgou o coração e fez um disco.” É assim que a cantora Tulipa Ruiz apresenta o novo disco de Pélico. Em vez de pandeiro, ele empunha a guitarra, mas as composições que tiram o coração do prumo estão lá, expondo dores de cotovelo e tristezas de amor.
e jornalista entrevistou importantes nomes da espiritualidade e do autoconhecimento de áreas tão distintas quanto budismo, astrologia, psicologia e física quântica. O resultado é uma reunião inédita de como diversas linhas de pensamento entendem a vida. No final, os próprios mestres e especialistas trocam ideias. O propósito, segundo o autor, é que as sabedorias façam sentido para o dia a dia.
Vanguart - Boa Parte de Mim Vai Embora
Solar da Fossa, de Toninho Vaz (Casa da Palavra). A pensão mais pop da cultura brasileira teve suas memórias resgatadas. De 1964 a 1971, dona Jurema alugou apartamentos para jovens sem grana como Tim Maia, Betty Faria, Paulo Coelho e Ruy Castro – que assina o prefácio. Não faltam as músicas compostas no solar – Alegria, Alegria, de Caetano, e Sinal Fechado, de Paulinho da Viola, por exemplo – e a agitação do pátio onde Chico Buarque conheceu Marieta Severo.
(Deck/Vigilantes). O compositor Hélio Flanders assumiu que colocou dois anos de terapia no novo disco. E pergunta: “Até onde podemos ir entre o orgulho do rompimento amoroso e a redenção da volta?”. As 13 faixas buscam responder a esse mistério. Outra novidade é que todas as canções da banda de folk estão em português.
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Por João Rocha Rodrigues
MARCELO ROSENBAUM
Tenho a sensação de que nem comecei
LAURA HUZAK ANDREATO
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Como é possível um sujeito com o sobrenome tão estrangeiro assinar peças de design tão marcadamente brasileiras? Eu me considero 100% brasileiro. Meu avô paterno é alemão, minha avó paterna é russa, ambos judeus, vindos pra cá um pouco antes da Segunda Guerra. Minha mãe é católica, filha de beata italiana com pai português. Meus pais foram os primeiros da família a nascer no Brasil. Mas em nenhum momento da minha vida ouvi em casa que não fôssemos brasileiros. Talvez seja isso que traz a liberdade que desfruto em meu trabalho, a possibilidade de fazer qualquer coisa, ir para qualquer direção. Eu morei na Alemanha. Lá, o filho de turco, mesmo nascendo na Alemanha, é turco. Na escola será sempre o turco. Nosso país têm os braços abertos.
Esse amálgama cultural típico do Brasil se traduz também no jeito de morar brasileiro? A casa do povo brasileiro é muito generosa. As casas pelo Brasil estão sempre de portas abertas. Sempre vai ter um cafezinho para oferecer, mesmo que a pessoa seja muito pobre. Pode ser uma casa de ribeirinho ou no sertão. A pessoa mal pode ter o que comer,
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Ele está toda semana no programa de Luciano Huck. Frequenta revistas de comportamento, coleções de grandes lojas, propagandas de banco. Com uma marca fácil de identificar, concilia cultura brasileira e objetos despojados, surfando com propriedade na onda da sustentabilidade. Mas não parece ser essa a principal motivação profissional de Marcelo Rosenbaum. Quando o assunto é os projetos paralelos a que se dedica é que sua fala ganha entusiasmo. Enquanto toca os trabalhos no escritório de design que leva seu nome, roda o País e arquiteta ideias transformadoras, articulando comunidade, estudantes e grandes empresas. “Acredito que seja esse o meu trabalho: usar o meu potencial, que conquistei pelo trabalho, pela presença na mídia, de um jeito mais multiplicador.” Perguntado como se define, diante de uma atuação tão diversificada, ele responde: “Como um estudante. Fiz uma porção de coisas na vida, mas tenho a sensação de que nem comecei”. mas se você chegar ela vai te por para dentro. Isso é muito genuíno e especial. É evidente que, nas grandes cidades, muda tudo.
Como surgiu o projeto A Gente Transforma? Conheci o Parque Santo Antônio, na periferia de São Paulo, por um convite da Tia Dag, uma mulher incrível, criadora da Casa do Zezinho. É uma comunidade relativamente pequena, mas lotada de gente, com córrego, esgoto a céu aberto, crianças brincando no lixo, tráfico de drogas, casas de nove metros quadrados habitadas por 10 pessoas. Uma situação absurda. Aquilo ficou na minha cabeça. Eu queria fazer algo no lugar, mas não sabia como, então pensei na rede que a gente criou com o nosso trabalho: diretores de marketing, imprensa, outros profissionais. Conheci ONGs que trabalham com mutirão, que se mobilizam pela internet para fazer mutirão em áreas degeneradas no fim de semana, trazendo a comunidade para fazer junto – é nessa dimensão que penso a arquitetura hoje. Então criamos um game social, com a participação de jovens estudantes de Arquitetura e de Design de todo o País.
Qual era o primeiro problema a ser atacado no local? Havia muitos, mas o campo de futebol era uma questão. Ao mesmo tempo que era a única área de lazer da comunidade, era também uma área de discórdia. Era só homem que jogava. Não tinha alambrado. A bola caía na casa da senhorinha do outro lado. O ponto de tráfico era em frente, e os jogos atrapalhavam o tráfico. O córrego está bem ao lado. Toda vez que inundava, não se podia jogar. A ideia era aterrar o campo para a água não entrar mais. Mas, se aterrasse, mataria todas as pessoas do outro lado. E aí esse pessoal do outro lado detestava o pessoal do campo.
E o que foi feito? Percebemos que era preciso que todas essas pessoas estivessem juntas. Então, na primeira ação, fomos pintar as casas do entorno do campo, com apoio da Suvinil. O retorno dessa empresa era o marketing, divulgar a ação de uma forma interessante. Trouxemos um assessor de imprensa, um diretor de conteúdo para o portal na internet, no qual também convidávamos os jovens estudantes a participar. Foi um sucesso. Conseguímos 800 estudantes de várias partes do País. Chamamos 40. No game, abrimos para a universidade de Londres. Eu fiquei um tempo nessa articulação, sempre puxando assunto com pessoas que poderiam ajudar no projeto de alguma forma. Sempre punha um “Então, eu estou fazendo um projeto...” na conversa para conseguir novos aliados. Assim a Vivo entrou como parceira, a Cavalera uniformizou toda a turma, a Votorantim deu cimento para rebocar as casas, a Nike uniformizou todos os times que jogavam no campo, a Leroy Merlin deu material... Na semana em que chegaram os estudantes, a Casa Cor tinha acabado havia pouco tempo. Pegamos coisas da Casa Cor e, junto com a comunidade, transformamos o lixão num parque. O Ministério da Integração Nacional também entrou no projeto de cabeça. Conseguimos um trator, aterramos a área do lixão, fizemos um parque com mais de 100 metros lineares de árvores, deque, playground, churrasqueiras.
O que mudou na comunidade, além das melhoras na infraestrutura? A Nike fez um comercial do Neymar jogando no Parque Santo Antônio. Imagina para a moçada da comunidade o Neymar passar uma tarde por lá... A propaganda nacional da Vivo acaba no Parque Santo Antônio. São coisas que vão se desdobrando e vão contribuindo para a autoestima da comunidade, com potencial para mostrar todos os brilhos que há por lá. Acredito que seja esse o meu trabalho: usar o meu potencial, que conquistei pelo trabalho, pela mídia, pela presença na tevê, de um jeito mais multiplicador, beneficiando o maior número de pessoas. É uma missão, uma obrigação, uma responsabilidade.
Para manter projetos como esse é preciso de dinheiro. E, muitas vezes, os desejos de marketing são efêmeros, atendendo apenas a necessidades pontuais. Como fazer para que não se perca essa dinâmica criada na comunidade? Esse é o ponto. Infelizmente, ape-
“É importante transformar essa energia em negócio. Há muito ainda a fazer no Parque Santo Antônio e em milhares de comunidades problemáticas Brasil afora.”
A comunidade se envolveu imediatamente com o projeto? Na primeira reunião, fomos expulsos aos berros. “Pintar minha casa? Não quero que pinte minha casa coisa nenhuma!” Hoje a pessoa que nos pôs para fora é a que mais está no projeto. O dono da boca, Cabelo, hoje é Geovani e veio pedir emprego para mim no último dia do projeto. É um cara empreendedor, genial. E, na favela, a única possibilidade para o empreendedor é trabalhar no tráfico. Com o projeto, ele viu outra possibilidade. Hoje trabalha na Casa do Zezinho e está sendo capacitado para ser o dono da “boca da cultura”. E os estudantes, o que levaram dessa experiência? Todos os que vieram, ao voltar, fizeram algo parecido ou inspirado no A Gente Transforma. Cada um no seu potencial. Estudantes do Ceará, Paraíba, Minas Gerais, Rio de Janeiro... A ideia é essa: multiplicar.
sar de tudo o que conseguimos com o A Gente Transforma – capa de jornais, revistas, prêmios –, o marketing não entende isso como resultado, mesmo que hoje se fale tanto de branding. Por isso que acredito que seja importante transformar essa energia em negócio, mesmo porque o que fizemos até agora foi praticamente emergencial. Há muito ainda a fazer no Parque Santo Antônio e em milhares de comunidades problemáticas Brasil afora. E não dá pra ficar de braços cruzados esperando a solução vir do poder público. O ponto é desenvolver tecnologias que possam ser testadas aqui e multiplicadas para todo o Brasil.
Esses projetos em que você se envolve devem tomar tempo de seu trabalho como designer, não? É... Da-
qui a pouco vou ser interditado pela equipe do escritório. Estou quase no limite. Mas aí tem as madrugadas, e dou conta da outra parte. Temos a ideia de levar o A Gente Transforma para o Piauí, para a Chapada do Araripe, para fazer parecido com o que se fez no Parque Santo Antônio. Estamos conversando com o governo do Piauí, com o Sebrae, focando em design e no mercado. Estamos conseguindo achar formas mais sustentáveis como negócio. O grande pulo do gato desse trabalho é fazer isso se transformar num negócio. Por uma causa, uma justificativa, mas é um negócio. Fazer negócio é bom para todo mundo. Traz subsídios e desenvolvimento para a comunidade, leva para o mercado mundial, forma estudantes.
Para finalizar, como você se define? Simplesmente um arquiteto, um designer? Eu não sou arquiteto. Não sou formado. Tenho inclusive um processo gigante no Crea. Fui fazer um estágio na Alemanha e abandonei a faculdade no penúltimo ano. Até me matriculei no ano passado, mas não consegui frequentar as aulas. Como eu me definiria profissionalmente? Como um estudante. Como não me formei ainda, tenho a possibilidade de ser um eterno estudante. Fiz uma porção de coisas na vida, mas tenho a sensação de que nem comecei.
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a n o p m e t m U a n e p a d a t n po
J. carlos
Por Natália Pesciotta
Reprodução
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“P
or favor, quero sentar-me ao lado de J. Carlos”, exigiu Walt Disney à organização de um almoço oferecido a ele pelo Itamaraty, em 1941. Durante a recepção, o empresário norte-americano teria aproveitado a oportunidade para convidar J. Carlos para trabalhar em seus cobiçados estúdios. Nosso mais célebre desenhista recusou. Com inspiração no trabalho do brasileiro, Disney acabaria criando um xará dele, o papagaio Zé Carioca. O José original seguiu retratando em linhas certeiras a realidade do País, em quantidade e qualidade até hoje invejáveis. “J. Carlos pegou a caricatura brasileira na idade da pedra. Quarenta e oito anos depois, tinha posto o País no mapa nessa matéria”, afirma o biógrafo Cássio Loredano. Nas palavras do escritor José Lins do Rego, ele “deu à caricatura brasileira a universalidade que Machado de Assis deu à nossa literatura e Villa-Lobos à nossa música”. “Minhas charges dizem o que eu penso e sinto”, dizia. E muitas vezes J. Carlos pensava adiante. Três anos antes do
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O desenhista carioca fez do bonde seu escritório, tornou-se um dos maiores cronistas do Rio de Janeiro e recusou-se a ir para os estúdios da Disney. Ao testemunhar com sagacidade, aquarela e bico de pena a Belle Epóque nacional, colocou a caricatura brasileira no mapa, num traço tão universal quanto a música de Villa-Lobos ou a literatura de Machado de Assis. rompimento da política do Café com Leite, em que paulistas e mineiros se revezavam na presidência, ele adiantara o acontecimento. Antecipou também o Estado Novo, a eclosão da Segunda Guerra e, quatro décadas antes de ocorrer, o desmonte do bloco socialista na Guerra Fria. Nada aconteceu na primeira metade do século 20 sem que seus desenhos fossem testemunhas: o advento do telégrafo, do telefone, da fotografia, do bonde elétrico, do avião, do automóvel, do cinema, do rádio. Talvez seu legado mais admirável seja o perfeito retrato de uma época, como previsto em um artigo de 1923. “O ente que olhar, daqui a 100 anos, as obras-primas de J. Carlos poderá viver a vida que andamos vivendo”, escreveu o jornalista Álvaro Moreyra. Assim como os pintores franceses Taunay e Debret mostram como era o Rio de Janeiro no século 18, é impossível entender a primeira capital da República no século 20 sem passar pelas aquarelas e bicos de pena de J. Carlos. Ao lado de Noel Rosa, ele é considerado um dos maiores cronistas da cidade. Costurou
“Meu escritório é o bonde”, dizia. A condução pública era o melhor lugar, segundo o artista, para entender os tipos e a linguagem das ruas. o cotidiano em caricaturas de anônimos, do subúrbio de leiteiros e malandros a salões elegantes de almofadinhas e melindrosas – dois tipos sociais que ele eternizou. O carnaval, o samba, as mulheres e as ruas cariocas nunca mais foram vistas da mesma forma depois dele.
Da Mauá à Paris
“Meu escritório é o bonde”, dizia. A condução pública era o melhor lugar, segundo o artista, para entender os tipos e a linguagem das ruas. Ao contrário do que se pode imaginar, J. Carlos não era um boêmio e não vivia na noite da Lapa, apesar de tão bem retratá-la. Era dedicado à mulher e aos sete filhos em Botafogo. Quando comprou o terreno na rua que hoje leva seu nome, mostrou o lugar à noiva. Colocou o lápis no chão e disse a ela: “Em cima deste lápis, hei de construir nosso lar”. O único vício era mesmo o desenho: trabalhava quase compulsivamente. Fala-se em uma média de três trabalhos por dia. É algo como 100 mil desenhos, entre charges, cartuns, caricaturas, ilustrações, vinhetas, logotipos, capas de revista, desenhos infantis e de publicidade. Costumava dizer que, se sua obra fosse estendida sobre a avenida Rio Branco, cobriria da praça Mauá até a praça Paris.
Atual há 80 anos
J. Carlos nunca estudou arte. Começou publicando uma charge em A Careta, aos 18 anos, e nunca mais parou. Para os especialistas, os primeiros trabalhos eram ainda simplórios e sem personalidade própria. Porém, logo o rapaz alcançaria características inconfundíveis e certeiras: a valorização do branco da página e de detalhes marcantes;
o comedimento e o acerto na escolha das cores; o traço, à mão livre, sempre elegante. Apesar de tão perfeitamente registrar uma época e um lugar, as aquarelas e bicos de pena são atemporais e abrangentes. “Oitenta anos, e um frescor absurdo. De antiquado, temos apenas a ortografia”, observa Loredano sobre a atualidade da obra. Em um tempo em que o rádio ainda engatinhava, os semanários ilustrados tinham grande repercussão no País. A obra de J. Carlos era desfrutada por futuros talentos de gerações seguintes, como o pintor Santa Rosa, na Paraíba; Carlos Drummond de Andrade, em Minas; Érico Veríssimo, no interior do Rio Grande do Sul. As principais revistas da época traziam seu desenhos, muitas vezes de cabo a rabo: A Careta, Fon Fon, O Malho. Entre 1922 e 1931, dirigiu todas as publicações da empresa O Malho. Com o endurecimento da censura de Getúlio Vargas, abriu um escritório de publicidade. Criou também personagens infantis para O Tico Tico, a primeira revista brasileira voltada para as crianças. Antes mesmo de existir o nome da profissão, J. Carlos foi um designer que atuou em todas as frentes. Discutia a capa do próximo disco de João de Barro, o Braguinha, quando sofreu uma hemorragia cerebral, aos 66 anos. Morreu dois dias depois, em 2 de outubro de 1950, na mesma cidade em que nasceu e viveu toda a vida. “Nunca teve crepúsculos”, resume a escritora Maria Eugênia Celso. “Viveu até o fim a palpitação cotidiana dos acontecimentos.” O Bonde e a Linha: Um perfil de J. Carlos, de Cássio Loredano (Capivara, 2002).
O melhor produto do Brasil é o brasileiro CÂMAR A CASCUDO
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e u q m o C
? a p u ro
como , s o m que so sa história o a t dimen stas, na nos e s intas t s a i d d i l i o t s as tão estidos Se a m m alguns e m r o f ita nhou ngos v bros a o g l acred , o o t r cou imen os om tta d e n e d o s a Pescio s n l u a a : Natáli e Resende t é to p x p e , T uilherm Arte: G o cha o e gravata . t n a u q n ímica picais es, ter o s r stria qu tou t ú e d s in c a e n o n fra i quand á-los, movime o, vençõ n i 960. Fo 1 lg eir u s il m s iv e a d a r u r eço para ial b , c m e n o , e s c t o a o e out ic ir p o Heitor tét sile idos sin rizando , Volpi e oda bra
sil tec , valo eam ção artins izem qu roduziu no Bra dústria Têxtil mo Aldemir M , sob coordena s t In s o do in o c a a t Rhodia ternacional d relas. Nomes ampas e obje m acompanh a t a s s r In lo s e e Ve so o: a Feira uecido nas pa olvimento de context as de Caetano m e q v s s n s e e o então do des , músic sentad . ipavam ão eram apre Torquato Neto ic t r sarelas a p n s zere elos nas pas como rade e o d ir n e A il dos Pra enna. Os mod s e a mond d stilistas ome br uP de Alce de Carlos Drum yro del Nero. m a fazer o n trabalho de e elo eC ara os nta de text n e cenários d utros continu a ao exterior p . r em co o a e v o g ia B e le e h e h o n r c g pa lar nal recis enne e Jor a e com ficial. C rás. É p ngel, D ra nacio Zuzu A ncia da cultu tura, André Lim istória bem at a dita moda o moda do fluê md os a ven sah Hoje a in raga, Lino Villa m, começamo s de formas alé e acompanham copiamos o é F o es pr o or Ronald LMANAQUE, p aís nos vestim cidades, sem se muitas vez te originais. s P s A . Ma ande o s do tamen Neste s canto s capitais e gr ossa realidade tações absolu ilista brasileir io r á v t a m p n s n e a e à a d e e t n s nt da ea qu eo vestime as, cipalme re bem adapta mos soluções ções”, resum s in A r ”. p , é e qu cria nvic jeito ágin emp s tantas pós as suas co quilo que o su as próximas p , nem s mundo tinente, outra N a a . a o a amad ta tud on estétic Velho C a é a última c oda sedimen , seja por sua pas. m is d a o A i: “ cion da-rou “A m r lu n c a u n u f o g s c e m õ o nu uest kao. E Jun Na m, seja pelas q exo pendurad fl a e r ic comun o mostra seu ov nosso p
D
reto c e d r o N em p ir as br asile uco o b e r m a tir av s mandatários tentaramsi, dl eCsdolôe nia
vezes o s do Bra Por várias as mulhere e u q ir s panos ib pro ssem longo sa u século 17, , ja . se em – ou ade Média se rebuçass eça, à maneira da Id je a cab ava que o tr cobrindo a Lopes, afirm ade para que im rt a M s, Um dele dava liberd ens” l e inculto” sa de hom “detestáve e dia na ca s. d té a m e so trass ra crimino damas “en nder disfarce pa e essem esco sassem o d is se u q is s rv re e lh u ou se u m re s b que a cas po s s. Acredita-se ola. E ainda que bran associadas a escravo s rí a fa v e re a R d ta mília al lizar cicatrizes uando a Fa nha de rea q o rg so e v su r e o d p figurino só caiu em ue o hábito as. O certo é q terr para estas mudou-se
M a d a me , se n ao era fr a nces a , f i ngi a No século 19, a moda francesa d brasileir
Roupa d a te r r a e ultima moda e r a ntre revolu c io n a r io Ordem ex pressa de s Portugal em 1785: chego tod
os os teare uà proibidos s e manufa Colônia . O alvará turas esta da rainha dona Mari vam a pretend ia que po apenas se r aqui cuidasse das terras das mina e s, ordem imp mais de u m século. osta por Enquanto isso, vestir fabricada roupas s no Brasi l era ato de rebeldia . Assim fa zia patriotas da Conjura m os ção Mineir Revolução a, da Pe como não rnambucana e, poderia de ixar de ser, da Revolta do Um dos líd s Alfaiates, na Bah ia. ere andava co s, Cipriano Barata, só m impone nte casac de algodã a preta o da terra .
as. Na cari itava o vest oca rua do uário das m Império, as O u adames v ido lojas que n ão eram ve r, a mais chique e an Napoleão tenada do rdadeiram davam um ente c jeito vendia cole tes; Madam de afrancesar o nom onterrâneas de e: Madame e Estoueig t se encarr egava da a Dupeyrat Madame C lta-costura oulon ofere ; cia camisa Douvizi, ch ria; Madam apéus fem e ininos. Nem nossa primeira em portug uês. Os con coluna de moda era escrita selhos da C (algo como auserie Pa Bate-Papo risienne Parisiense eram dado ), no Jorna s por uma l do Brasil, francesa e sendo pub p assaram d licados sem ois anos tradução.
Da teve para as ruas O colunista social Ibrahim Sued percebeu que A Dama de Preto, telenovela dos anos 1950, era reproduzida nas festas cariocas. Virou até marchinha de Jorge Veiga. Já era um prenúncio do sucesso dos modelitos em folhetins televisionados. Meia lurex
Dancin’Days (1978)
Saia balonê
comerciantes que anunciavam CALOR, EU?opaAos Paris ” pouco importava se a moda de
Bambolê (1987)
“o último gosto na Eur as da elite raramente saíam às fosse para o clima ameno. As dam que es, além das regras sociais, era ruas esburacadas e uma das razõ ssos gro de s ada cam com tantas não suportavam o sol brasileiro radas para usar roupas leves. libe vam esta a cas tecidos. Só em
Saia rodada de lambada
Rainha da Sucata
(1990)
PRA QUEM PODE
sapatos eram No século 19, o maior atribu to de distinção Escravos, claro, social. só andavam de scalços. Adqui um par era a pr rir imeira coisa a ser feita quan conquistava a do se liberdade.
Moda árabe
O Clone (2001)
ANOS 1910
As primeiras primeiras-damas damas que queapostaram apostaramna nacalça calça jute-culote jupes-culottes “afrontaram “afrontaram a curiosidade a curiosidade pública”, pública”, como legendavam os jornais. Havia especulação sobre a duração da loucura – alguns achavam que era devaneio passageiro. Uma charge na revista Careta mostrava dois sujeitos conversando: “Mas então tu és um marica. Quem usa calça na sua casa casa não és não tu?”. és Etu?”. o outro: E o outro: “Qual!... “Qual!... Meu Meu velho... velho... Hoje todos usam, até minha sogra!”.
ANOS 1920
Moçoilas de J.Carlos: da rua para as ilustrações, das ilustrações para as ruas, a febre era a mulher-menina, melindrosa. As modernistas paulistanas aparecem nos retratos seguindo a tendência.
Solucao
pa r a hom em dos tro picos e r a us a r saia
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Para o artist a Flávio de C arvalho, o colarinho das ca só podiam se misas masculinas r reminiscên Revolução Fr cia da ancesa: com eçaram a se usados nessa r época e têm relação com guilhotina. O a jornal O Diá rio de S. Pau que ele assin lo, em ava a coluna A Mod Homem, nos anos 1950, su a e o Novo g propusesse traje adequad eriu que ele de então. Fláv o à metrópo io não se co le ntentou com Chamou de o desenho. Experiência N ú mero 3 o dia saiu pelas ru em que as da capital paulista vest de manga la indo blusa rga e saia.
eria u q o i n a J a n io j i p e d o nd todo mu Além de estilistas e artistase, tidveefenmodsia
u presidente q também um s m te trajes ai fervorosamen m a realidade do co condizentes a ternos uadros achav Q io n País. Jâ quente à adequados e gravatas in atou Tr . nova capital e e poeirenta u q e a túnica beg assim, de vestir um a av d an dia e só Ín a d ra xe u tro eventos inete ou em ab o g o n e ss fo em instituir ou a pensar oficiais. Cheg rensa não demorou a imp rigatório traje – que a ” – como ob io ân ij “p e d Mas não apelidar mo federal. is al n o ci n fu para o s. uitos adepto conseguiu m
e Br a sil d ha bombac ve sobrevi o ao temidpo de gala têm
ta e vest e do Sul. Terno, grava o Rio Grand n a até ci n ê rr conco estabelece ual de 1989 d a st e ta i n le e a Um l vestim , tradiciona que a pilcha ja a opção oficial a s, se dos gaúcho ... de armação s de festa. a p u a, lenço, saia essas ro is m ca , a o ã ch a b adiç Entram bom Centro de Tr deve ter a ntado pelo e lo, p m la m e u x g e re r Tudo acha, po b m o b A a cintura. ). d Gaúcha (CTG perna igual à medida lça gaúcha. cada a típica ca medida de r l a origem d ve á st te o trazida po n co Ainda é ura e ter sid o m e u u q o a ez rc ss esca gem tu rizou-se na Pode ter ori hóis. Popula n a do Paraguai. p ra es er u u o G s a d is o inglese ep d e u durante e era barato o estado vive nte, o traje a g le e r se e d as. Sem deixar nas estânci o trabalho ra a p co ti rá p
VIDE LE NÇO
nós de g A va rav opções d ata fica no chine riedade europeia e amarra lo em co de m çã republic ano, pac o do lenço gaúc paração às h h ola, quad o: farrou rapadura pilh rad ... simboliz Geralmente as c o, namorado, cru a, am simp ores verm cifixo, atia a m da Guerr aragatos elha e branca a dos Fa ou xima rra Revoluç gos, grup ão de 19 pos, Revolução os F 23. Lenç o preto é ederalista e para luto .
ANOS 1970 ANOS 1940
Tempo de guerra no mundo. É a vez dos comedidos tailleurs com saia (brasileiras usavam flor na lapela). Espalharam-se manuais de modelos prontos para alfaiataria.
ANOS 1950
Auge da sociedade de consumo. A pompa do cinema e, no Brasil, das chanchadas, reflete-se nas ruas. Voltam os contornos dos anos 1920, ainda mais acentuados.
s Os bruto tambem m costuoura esatudar os adornos do ucano
A ROUPA TRADICIONAL DO VAQUEIRO NORDESTINO é muito mai
s utilitária do que a dos antigos cangaceiros. O gi bão de couro serv e como uma espécie de armadura, já descrevia Euclide s da Cunha em Os Sertões. “É a form a grosseira de um campeador medie val desgarrado em nosso tempo.”
eç mb Quando com riador Frederico Perna to is h es cangaço, o doxo naquel grande para potencial percebeu um omens com h m s a er s: o volvido, ma sertanej muito desen de delicadeza e d a d li a in de crim – peças e produziam enhum possuíam – istoriador, n h o ra Pa . te n entária tão impressiona o teve indum ir le rmas si ra b l a símbolos e fo s, grupo soci re co s a je à Idade Até ho e remetem imponente. u q – s o ir le ando estina. típicas dos b estética nord a d e rt a p m repletos de Média – faze s de couro, u é m p a ch e s e atribuía Os bornais m os homen isso, va ra co e d n r enfeites, co o grupo. Po existência d la ra cabra e a p p o ra lh n u so rg e o ão era d n r a rd o balternos, b su e e honrar costurar d a rm fo a vê na foto m um o. Como se macho, e si sm e m si a e os urando companheir grafado cost nfal to fo i fo o iã p triu ao lado, Lam com sorriso uina Singer q á m a m u em no rosto.
Tecido b ama r r a i a no a con Na Cost a do Ma tin e n rfim, pro “pano d vavelm te a cos
Na luta contra a repressão, a vanguarda brasileira descobriu que era jovem, plural e tinha uma história. As maiores novidades na moda tiveram influências hippies e tropicalistas.
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s
ta” us ente nin modific guém re ações cu ado pelas típic conh as lturais e um elo e adaptaç baianas. Porém ece o chamado ntre as g ões bras , mesmo erações candom ileiras, com a antig blé, o ser usad símbolo de cla as e o continen o tecido repres s te dista e sse ganh o sobre nte. Den nta o ombro a ainda hierarqu t o o r o u u t do amarrad ia da do ros sign na ifi o A bata e , e ter sempre a no peito, depe cados. Deve ndendo s cores o broca baiana. d O torso do da saia tam do santo a ela c a bém sin amarrad onsagra Heloísa a o na d lizam o Alb posto da o. individu erto Torres, “ta cabeça, defend lvez seja ia a ant alizador ro o eleme de toda nto mais póloga a indum entária baiana”.
SAIBA M AIS
• História da Moda no Brasil, de Gilda Chataignier (Estação das Letras e Cores, 2010). • Estrelas de Couro – A estética do cangaço, de Frederico Pernambucano (Escrituras, 2010). • Encourados, de Geyson Magno e Adriana Victor (B52, 2007).
O Calculista das Arábias
ligue os pontos
Joana Fomm
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Renata Sorrah
vilã da teledramaturgia brasileira. O mistério sobre quem a matou durou 13 dias, tornando-se um dos assuntos mais comentados do País.
b A beata defendia as tradições e os bons costumes com unhas e dentes. Era a grande inimiga da irmã, que no último capítulo a deixou sem peruca na igreja. c Valendo-se da semelhança física, a moça seduziu
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Beatriz Segall
o namorado da irmã gêmea. Também atormentava a vida de um deficiente mental que fazia esculturas na areia, interpretado por Marcos Frota.
d A vilã roubou uma recém-nascida da maternidade e a criou como sua filha. Cometeu toda sorte de maldades para manter o segredo. A verdade só viria à tona 25 anos depois.
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Glória Pires
Para decidir qual das três astutas filhas herdaria seu trono, o rei de Bássora fez um desafio às moças. Elas teriam os olhos vendados e em cada uma seria colocado um par de brincos. Antes disso, o pai mostrou as cinco opções que tinha em mãos: dois pares de rubi e três de esmeraldas. A filha que quisesse arriscar um palpite poderia tirar a venda e ver os brincos das irmãs. Se acertasse qual a cor do seu próprio par de brincos e explicasse o raciocínio, ficaria com todo o reino. Se errasse, entretanto, deveria deixar a sala sem uma moeda sequer. A primeira que tentou, após ver os brincos das irmãs, não obteve êxito. A segunda, ao tirar a venda e ver os brincos da irmã remanescente, também deu resposta equivocada. A última filha, antes mesmo de desvendar os olhos, respondeu corretamente os brincos que estava usando e ainda descreveu o raciocínio para o pai. E você, caro leitor, seria capaz de dar a resposta correta?
acervo da família
a Ela fez tantas maldades que é considerada a maior
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Nossa homenagem a Júlio César de Mello e Souza, o Malba Tahan
Adaptado de Matemática Divertida e Curiosa, de Malba Tahan (Record, 2009).
teste o nível de sua brasilidade
Palavras Cruzadas
Eleito prefeito de Porto Alegre em 3/5/1955: (a) Jango (b) Vargas (c) Falcão (d) Brizola Autor do quadro conhecido como Grito do Ipiranga, morto em 7/10/1905: (a) Portinari (b) Pedro Américo (c) Di Cavalcanti (d) Heitor dos Prazeres Lançada em 11/10/1905, é considerada a primeira revista infantil do Brasil: (a) Turma da Mônica (b) Amigo da Onça (c) O Tico-Tico (d) Menino Maluquinho Em 13/10/1944, é fundado por Abdias do Nascimento o grupo teatral: (a) Teatro Experimental do Negro (b) Consciência Negra (c) Arena (d) TBC O livro Olga, lançado em 16/10/1985, foi escrito por: (a) Ruy Castro (b) Luís Carlos Prestes (c) Caco Barcellos (d) Fernando Morais Em 22/10/1937, a escritora Rachel de Queiroz é presa em Fortaleza, acusada de ser: (a) Comunista (b) Anarquista (c) Feminista (d) Capitalista
Respostas Tarcísio Meira
Piloto que, em 30/10/1987, tornou-se tricampeão mundial de Fórmula 1: (a) Nelson Piquet (b) Ayrton Senna (c) Chico Landi (d) Emerson Fittipaldi
valiação
BRASILIÔMETRO 1a; 2d; 3b; 4c; 5a; 6d; 7a; 8a. SE LIGA NA HISTÓRIA 1b (Perpétua, de Tieta); 2d (Nazaré, de Senhora do Destino); 3a (Odete Roitman,de Vale Tudo ); 4c (Raquel, de Mulheres de Areia). ENIGMA FIGURADO Fernanda Montenegro. O QUE É O QUE É? Pena. CARTA ENIGMÁTICA Aos frangalhos, lançava o bordão: “Ele só pensa naquilo”. (Zezé Macedo).
DE QUEM SÃO ESTES OLHOS?
ROBERTO SETTON/AE
O CALCULISTA DAS ARÁBIAS O par de brincos da filha que venceu o desafio era de esmeraldas. Se a primeira irmã tivesse visto as outras duas com brincos de rubi, então teria certeza que seus brincos eram de esmeraldas. Se ela não teve certeza, é porque ou a segunda e a terceira estavam com brincos de esmeralda, ou estavam cada uma com um tipo de pedra. A segunda, por sua vez, caso tivesse visto a irmã com brincos de rubi, saberia que o seu par só poderia ser de esmeralda – senão, a primeira já teria vencido o desafio. Assim, a filha vencedora descobriu que carregava brincos de esmeraldas.
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Frase em inglês proferida por Pelé em sua despedida dos campos, em 1/10/1977: (a) “Love, love, love” (b) “Soccer, soccer, soccer” (c) “I’m the king” (d) “I’ll be back”
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Seu nome é Brasil, mas pode chamar de Terra dos Passarinhos
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á pensou se, em vez de brasileiro, você fosse papagaiense? Por pouco os portugueses não escolheram Terra Papagalli em vez de Brasil como nosso nome. É que aqui viviam muitos papagaios quando os colonizadores chegaram. Ainda bem que eles mudaram de ideia... Passados cinco séculos, um decreto elegeu outro bichinho típico destas terras como nosso pássaro-símbolo, o sabiá-laranjeira. Graças a Gonçalves Dias, que tempos atrás escreveu o famoso verso que você deve conhecer: Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá. De bichanos cantantes e voadores estamos bem mesmo. Com quase um metro de comprimento, a arara-azul-grande que vive aqui é a maior do planeta. Tem quase um metro de comprimento. Já o nosso menor passarinho é o beija-flor, que pode medir apenas seis centímetros. Na Amazônia é possível encontrar a mais forte ave de rapina do mundo. O gavião-real tem garras mais compridas que as de ursos e já foi flagrada carregando um macaco de seis quilos!
Já Pensou Nisso?
O que um passarinho
Sozinhos, Brasil e Equador concentram metade das espécies conhecidas de beija-flor do mundo. Os tamanhos deles variam, mas, em comum, essas aves de bico fino são as únicas capazes de voar para trás e permanecer imóveis no ar, como um helicóptero. Isso porque movimentam as asas de forma espantosamente rápida. As menores chegam a bater as asas 80 vezes por segundo. Nós, que não vivemos sem piscar os olhos, em média fazemos isso 25 vezes por minuto. Isso quer dizer que, cada vez que você dá uma piscada, um beija-flor bate as asas 170 vezes! Incrível, não?
Um dos maiores craques do futebol brasileiro colecionava passarinhos que ganhava da torcida e de autoridades em todos os lugares por onde passava. Talvez você não o conheça pelo nome, Manoel dos Santos, mas certamente sabe quem é o gênio das pernas tortas pelo apelido de passarinho que recebeu da irmã na infância.
brigar com o outro?
O mistério do tucano
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Biólogos de todo o mundo sempre quiseram saber por que, afinal, os tucanos têm aquele bicão enorme. Já pensaram que servia para descascar frutas, para atrair fêmeas ou brigar por território. Mas em 2006 dois pesquisadores brasileiros e um canadense finalmente encontraram a resposta: o bico serve para regular a temperatura do animal. Assim como os humanos suam e os cachorros babam, esses bichos usam o bico para liberar o calor do corpo. E tem mais: de noite, dormem abraçados a ele. Como esquentou durante o dia, o bico serve como uma espécie de aquecedor natural.
g 1
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SoluçÃO na p. 26
ua
Para descobrir o nome do homenageado do mês, basta preencher o diagrama abaixo. O número de cada quadrinho indica uma letra escondida na linha correspondente do texto lá de cima. Por exemplo: primeiro quadrinho, linha 1: G. E assim por diante.
tem que nao o deixa
vo e r epe tir em
Pardal pardo, por que parlas? Parlo porque sempre parlei, porque sou pardal pardo, parlador del-rei.
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w w w. Lu ci a n oTa ss o.b lo g
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CÍRIO DE NA Z ARÉ
Pororoca de gente Ao homenagear a padroeira do Pará, a festividade do Círio de Nazaré é o maior evento religioso do País. Se não move montanhas, a fé brasileira chega perto disso, reunindo por horas uma verdadeira multidão em estrondosa festa.
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primeira imagem de Nazaré, conta uma das mais antigas histórias do mundo, foi esculpida por José, o marceneiro, para dar a Maria. Mas, me diga: podia uma imagem viver tranquila em cima de uma mesinha qualquer? Podia não, e lá ia ela chacoalhando em cima de um burrico acompanhar as andanças da Santa Família. Cruzou países e séculos, enquanto a vocação nazarena ia se multiplicando. Imagens foram parar na África, Espanha, Portugal. Uma delas veio junto com os colonizadores para Belém, no Pará. Ao chegar, Nazaré notou que tudo ali passava da conta: o sol, a quentura, os bichos, os rios, a chuva, o verde. Na época, sem nenhuma igrejinha para abrigá-la, ficava um pouquinho na casa de cada família. “E que gente boa é essa, meu Filho? Carinhosos, a me chamar de Nazinha, Naza, Mãezinha, e me enfeitando com flores.”
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Certo dia, a bordo de um barco com uma família, pensou que ia para a casa de um ribeirinho. Mas quando escutou a prosa, viu que estavam indo para outro continente. “Fui não, Filho, e pulei naquele aguão da Baía do Guajará.” O que ela não sabia é que estava em mês “bro” – como se diz por lá dos meses com essa terminação –, quando as águas incham e ficam um rebuliço só. Ah, que mundo de boniteza viu sob as águas ambarinas! Pra lá e pra cá, horas a fio, passavam pirarucus, piraíbas, jacarés-açus, sucuris, arraias e poraquês, só para citar os grandões. Viu mais: visagens, caruanas, a cobra de fogo, e o mais dos mais, a rainha daquele mundão aquático: Uiara. Quando Uiara mandava chamar seus filhos – Maré Viva, Repiquete, Correnteza, Rebojo, Preamar, Vazante, Maré Morta e a caçula Maré da Lua –, eles levantavam a onda grande da pororoca. Aí sim é que a folia pegava bonito.
Devoção Certo dia do ano de 1700, Nazaré estava entretida vendo as brincadeiras dos botos-cor-de-rosa, quando uma onda mais afoita carregou a pequenina imagem, depositando-a na margem do igarapé Murutucu. Nessa hora, passava por ali o caboclo Plácido, que a levou para sua casinha. No dia seguinte, porém, ela havia sumido. Plácido foi encontrá-la na beira do mesmo igarapé. Depois do vaivém se repetir por várias vezes, o caboclo concluiu que Nazaré queria ficar ali. Começaram a acontecer curas e milagres, e os devotos ergueram uma capelinha de taipa. De tanta gente a visitá-la, a igrejinha foi crescendo, enquanto tudo em volta crescia também. A determinada altura, até governador devoto a santa tinha: dom Francisco Coutinho. Certa época, muito adoentado, ele fez promessa que conduziria a imagem, com uma grande vela de cera – ou círio, do latim cereus –, até o Palácio do Governo. Graça alcançada, promessa cumprida, foi assim que começou, em 1793, aquela que se tornaria a maior festa religiosa do Brasil, o Círio de Nazaré.
Ondas de fiéis Toda segunda sexta-feira de outubro Nossa Senhora de Nazaré inicia seu passeio. Mas não vai sozinha não, pois gosta de companhia. E muita. Começa com a romaria rodoviária até Icoaraci, lugar renomado pela cerâmica com jeitão dos índios marajoaras. Na manhã seguinte, vai para o trapiche, onde embarca na corveta Garnier Sampaio, da marinha brasileira. É o Círio das Águas, na baía do Guajará, ao lado de centenas de barcos enfeitados com bandeiras, flores e balões coloridos. Chegando às docas, em frente à igreja da Sé, é recebida com honras de chefe de Estado e conduzida ao colégio Gentil Bittencourt. De noite acontece a transladação até a catedral metropolitana, acompanhada por centenas de romeiros com velas acesas. Tá pensando que acabou? Nem bem começou. Domingo de madrugada tem início o grande dia do Círio. A imagem de Nazaré, em berlinda ornamentada com milhares de flores, retorna à basílica, caminhando ao lado de mais de dois milhões de fiéis durante seis ou sete horas, debaixo daquele solão. Nesse dia, a rainha de Nazaré pode dizer para a rainha das águas: “Êba, Uiara, minha pororoca é de gente”.
Preste atenção A corda é um dos mais emblemáticos simbolismos do Círio. Ela representa para os fiéis um sacrifício sem precedentes. Feita em sisal torcido, pesa 700 quilos, tem duas polegadas de diâmetro e 400 metros de comprimento. Surgiu em uma procissão muitas décadas atrás, quando o carro que levava a berlinda ficou preso em um atoleiro. A partir de então, foi incorporada à festividade. No final da peregrinação, é repartida entre os promesseiros.
Outubro 2011
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Não deixe de admirar
O Círio tem mais
Almoço do Círio
Quando termina o cortejo de domingo, as famílias paraenses se confraternizam em torno das mesas fartas onde não podem faltar a maniçoba e o pato no tucupi, sumo dourado e perfumadíssimo da mandioca.
Carros do Círio
Outro signo emblemático são os 13 carros que acompanham a procissão, entre eles o barco das promessas, o carro do anjo Custódio – cuja origem remonta a 1855 –, com crianças vestidas de anjinhos, o carro do caboclo Plácido e a barca portuguesa Xávega.
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Basílica Santuário de Nazaré
Coisa que não pode faltar na sacola do viajante é um brinquedinho de miriti, o mais delicado e colorido símbolo nazareno. Artesãos esculpem a polpa macia e esponjosa do caule do miritizeiro, dando forma de peixes, jacarés, caboclos remadores, casais dançando forró, casamentos caboclos, barquinhos, vendedores de brinquedo, além de engenhocas articuladas, como pombinhas bicando milho e bonecos batendo pilão.
Inspirada na Igreja de São Paulo, em Roma, foi projetada pelos arquitetos italianos Gino Coppedé e Giuseppe Pedrasso. Em seu interior, anjos estão reproduzidos em mosaico, mármore, madeira, nos afrescos e em vitrais vindos da França. No altar-mor se aninha a modesta imagem original, com apenas 30 centímetros de altura, encontrada por Plácido.
s e rviç o A TAM oferece voos diretos para Belém, partindo das principais cidades brasileiras. Confira em www.tam.com.br. Onde ficar Soft Inn Batista Campos • Localizado no bairro de Umarizal, tem piscina, solarium e restaurante com pratos da culinária internacional. Fone: 0800 283-9988. www.gruposolare.com.br. Hilton • Fica bem em frente ao histórico Teatro da Paz, no bairro de Campina. Fone: (91) 4006-7002. www.belemhilton.com. www.almanaquebrasil.com.br
Onde comer Divina Comida • O nome não mente: o restaurante oferece manjares dos anjos em pratos a base de peixes ou carnes, acompanhados de saladas frescas. Fone: (91) 3222-4045. www.divinacomida.com.br. Famiglia Sicilia • Na mesa, especialidades do chef Fabio Sicilia, como penne ao molho de limão. Fone: (91) 4008-0001. www.domgiuseppe.com.br
GUAPURUVU Schizolobium parahyba
Uma estrela sul-americana Desde o tempo das caravelas o guapuruvu fascinava navegantes com seu amarelo-ouro avistado do Atlântico. De fácil manejo, rápido crescimento, serve para reflorestar matas devastadas. Quase extinto no Sul, recuperou-se e virou árvore-símbolo de Florianópolis.
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T
odo começo de outubro, as encostas de Florianópolis de repente amanhecem enfeitadas de amarelo vivo. Assim ficam até dezembro, pintadas pelas flores dos guapuruvus. Desde meados do século 18, navegadores que aportavam na Ilha de Santa Catarina registravam seu deslumbre com a visão do atual Morro da Cruz, todo verde e salpicado de dourado, tal como uma gigantesca aquarela. Magaly Mendonça, catarinense de Itajaí, desde 1992 professora na Universidade Federal de Santa Catarina – onde se formou –, observa a árvore do ponto de vista de sua profissão: geógrafa. Mas ri e cora ao recordar uma cena da infância: “Meu avô fazia espingardinha com guapuruvu para o meu irmão, e meu irmão quebrava ela na minha cabeça”. Ainda bem que é madeira leve e macia. Para a netinha, o avô esculpia brinquedos de menina, como ferrinho de passar roupa de boneca. O uso mais comum, porém, sempre foi, lembra Magaly, fabricar canoas – “a árvore é grossa, faziam de um tronco só”. Graças aos mais de 80 centímetros de diâmetro do tronco, esculpiam “canoa de um pau só”, tipo batelão; e “canoa
bordada”, nome que se deve à borda acrescentada pelos pescadores à canoa inteiriça, para deixá-la mais alta. Assim, podiam entrar em mar agitado sem inundar a embarcação. O fabrico de canoas foi uma das razões para o quase desaparecimento da árvore no litoral sul. Mas a razão mais antiga está na índole dos primeiros povoadores depois dos carijós. Vieram de um arquipélago de ilhas vulcânicas, os Açores. “Os açorianos plantavam nas encostas, lá muito férteis. Aqui, desde 1745 plantaram mandioca e cana-de-açúcar, principalmente. O solo empobreceu e, a partir de 1950, eles se voltaram para a pesca. Os pescadores passaram a usar intensivamente a árvore para suas canoas. Antes que o guapuruvu fosse extinto, o poder público proibiu o corte”, diz Magaly. Do ponto de vista da geógrafa, o fato de estar nascendo guapuruvu denota que se trata de mata secundária, ou seja, regenerada. No caso, Mata Atlântica. É planta nativa de rápido crescimento e, segundo a professora, a primeira que aparece quando param de desmatar. Traz dupla mensagem, diz Magaly: “Primeiro, se vemos a encosta cheia de guapuruvu, já sabemos que mexeram na mata; segundo, que é possível regenerar aquela mata”. E o popular guapuruvu voltou a florir e se tornou árvoresímbolo de Florianópolis.
Atenção, não serve para enfeitar o jardim
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Ele chega com a primavera
Fotos Wikimedia Commons
ois músicos florianopolitanos, Reginaldo Osvaldo da Silva, o Regi, e Alexandro Heidenreich, o Kalunga, ao celebrar em tocante canção as belezas da ilha, a primeira lembrança que lhes veio foi a árvore que, desde 1992, por lei municipal, simboliza Florianópolis: Floripa florida / És a ilha mais linda / Floripa florida / És ainda mais linda / No seio da mata meu guapuruvu / Orquídea, bromélia, aroeira, inhambu / Achei na figueira toca de tatu / Sabiá-laranjeira cessou vento sul / Chegou primavera.
N
ilson Nicodemus Frutuoso, o Taba, florianopolitano de 59 anos, lidou a vida toda com guapuruvu. De sua madeira, fácil de entalhar, o avô fazia canoas. O menino da Costa da Lagoa não saía da casa do avô, com quem aprendeu a fazer barcos de brinquedo e de verdade. Agora que é proibido abater a árvore, Taba, com galhos caídos, esculpe barquinhos que já foram parar nos Estados Unidos, Chile, Japão, Nova Zelândia e Itália, levados por turistas a preços de 100 a 2 mil reais. É seu passatempo enquanto toca com a mulher a pousada-restaurante Bela Ilha. Com Taba sabemos que essa madeira é macia até ao tato e tem cheiro adocicado. Mostra encosta acima, colado numa casa, um exemplar que estima ter 25 anos. “Logo, logo, o morador vai ter de requerer licença para abater, porque qualquer ventania desprende galhos que podem acertar a casa, animais, gente”, adverte ele. Taba explica que o guapuruvu serve ao reflorestamento em campo aberto mas, apesar da beleza, não serve para quintais. Que pena.
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Enfeita aqui, enfeita acolá, do Paraguai até o México
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resente da Bahia até o Rio Grande do Sul, vai mudando de nome Brasil afora: bacurubu, badarra, ficheira; pau-de-vintém, birosca, gapiruvu, pataqueira; bacuruva, pau-de-tamanco, faveira. Árvore de até 30 metros, tronco reto, majestoso, casca cinzenta, flores grandes, cresce em clareiras abertas pelo homem ou por fenômenos naturais. Também enfeita matas de vários vizinhos: Bolívia, Paraguai, Venezuela, Equador, Panamá, Nicarágua, Honduras, Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Belize e México. SAIBA MAIS Árvores Brasileiras, volumes 1, 2 e 3, de Harri Lorenzi (Plantarum, 2008/2009). Clube da Semente do Brasil: www.clubedasemente.org.br.
Consultoria: nutricionista Aishá Zanella (aishazanella@hotmail.com)
Bilhete premiado
A mulher pergunta ao marido: – O que você faria se eu ganhasse na loteria? – Ora, eu pegaria a minha metade e deixaria você! – Ótimo, ganhei 100 reais na raspadinha. Pega aqui seus 50 e some!
Sob juramento
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– Você parece ter uma inteligência acima da média – diz o advogado a uma testemunha, para bajulá-la. – Obrigada. Se eu não estivesse sob juramento, retribuiria o elogio.
Mulher desconhecida
– Mãe, é verdade que em alguns lugares do mundo a mulher não conhece o marido até se casar? E a mãe, resignada, olhando o maridão dormindo no sofá: – Aqui também é assim, minha filha.
Causos de
Rolando Boldrin
Gervásio e o sino
O caboclo Gervásio, lá dos fundões do interior de São Paulo, é um tipo amalandrado. Trabalha duro na roça, ama a mulher, mas gosta de tomar a marvada no fim do dia. A comadre é que não gosta muito das bebedeiras do marido, mas toda vez ele vai dando um jeito de dobrar a coitada. Teve um dia que Gervásio foi saindo, pé ante pé, rumo ao bar mais perto de casa. A mulher já foi logo avisando: Mulher – Ocê vai, Gervásio, mas meia-noite eu fecho a porta. Gervásio – Pode confiar, docinho. Antes da meia-noite eu tô aqui! Ele se foi. Só que emenda conversa com um, conta um causo de pescador pra outro, o tempo foi indo. Quando viu, já era tarde demais. O sujeito vai pra casa, chega perto da porta devagar e, quando vai bater, o sino da igreja toca uma vez. E dá-lhe aquele barulho imponente que só igreja do interior tem, que ecoa nas montanhas lá longe. Ele arrisca bater na porta mesmo assim. Mulher – Eu não falei que ocê não entrava depois da meia noite? Já é uma da manhã, seu bebum. Gervásio – É nada, mulher… Bateu 10 horas agorinha mesmo... Mulher – Que nada, homem! O sino bateu uma vez só, não ouviu? Gervásio – E ocê queria que ele batesse o “0” como? Podia estar bêbado, mas Gervásio era malandro que só vendo.
Roubo de carro
A jovem, que tinha pedido o carro emprestado do pai, volta desesperada: – Pai, roubaram o carro! – Calma, filha. Você consegue identificar os ladrões? – Não, mas eu anotei a placa!
Capiau na mecânica
O caipira arrumou emprego de ajudante numa oficina. O dono o chama para uma primeira tarefa: – Preciso arrumar o pisca-pisca deste carro. Vá lá atrás e diga se está funcionando. O capiau observa a lanterna traseira na maior atenção: – Funciona. Não funciona. Funciona. Não funciona.
Olho de peixe
A pedicure examina a moça não lá muito inteligente: – Sabia que você tem olho de peixe? – E a senhora tem cara de vaca!