Jornal Vivências...

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Edição: Equipas das Bibliotecas Escolares Ano letivo 2011-2012 Junho

DO NOSSO AGRUPAMENTO

Nº 6

Atividades das Bibliotecas Escolares (ver pág. 10 -12)

Sophia de Mello Breyner Andresen Uma das mais significativas e representativas poetisas da moderna literatura portuguesa (ver pág. 3)

Da filosofia aos valores Opiniões dos nossos alunos (ver pág. 4 e 5)

Com vai o nosso planeta Testemunhos das gentes do concelho de Seia

Agrupamento em ação (ver pág. 7) (ver pág. 13 -16)

À conversa com a terceira idade

Leituras: conto e poesias (ver pág. 8 e 9)

(ver pág. 17 e 18)


Concurso de Flores assinalou o início da primavera nas escolas do Agrupamento

Editorial Sem nos apercebermos, estamos no final de mais um ano letivo. O tempo passou “secretamente” e, neste momento, é necessário refletir com o leitor sobre muito daquilo que se fez, de que forma e com que objetivos, no nosso Agrupamento. É por demais evidente que as atividades divulgadas revelam que diferentes intervenientes se preocuparam em promover, com dinamismo, diversas aprendizagens para aquisição de saberes. Várias foram as estratégias utilizadas, tais como as metodologias ativas, o contacto direto com os outros, as interações desenvolvidas, o que se traduziu num trabalho que cada um deve apreciar. Nesta perspetiva, ousamos considerar que as obras concretizadas contribuíram, de algum modo, para a adoção de uma pedagogia favorável ao desenvolvimento do aluno e ao enriquecimento de toda a comunidade educativa. Passo a passo, o jornal Vivências “espelhou” o encontro intergeracional, reforçou ações e momentos em que o ir/vir, o partir e voltar, o observar/pensar, mostram que os elementos de qualquer comunidade devem ser proativos e criativos. A interajuda, a partilha, o entusiasmo e a dedicação foram/são cruciais num tempo em que o contexto social/nacional, em que vivemos, tanto necessita de nós. “É preciso ser-se forte!”, como diz a canção de Amália Rodrigues que transcrevemos:

Sabe-se lá - Letra Lá porque ando em baixo agora Não me neguem vossa estima Que os alcatruzes da nora Quando chora Não andam sempre por cima Rir da gente ninguém pode Se o azar nos amofina E se Deus não nos acode Não há roda que mais rode Do que a roda da má sina.

A chegada da primavera foi assinalada no nosso Agrupamento por uma exposição-concurso de flores realizadas com materiais reciclados, organizada pelos professores de Educação Visual e Tecnológica da Escola EB 2 3 de Tourais/Paranhos. No passado ano letivo, o mesmo grupo de professores organizou o concurso de chapéus de primavera com materiais recicláveis, que registou excelente participação dos alunos, em termos de quantidade e qualidade dos trabalhos. Entre 19 e 23 de março, as flores concorrentes estiveram expostas nas escolas EB 2 3 do Agrupamento, tendo sido apreciadas por um júri composto por artistas e professores de Artes Visuais, presidido pelo Coordenador do Departamento de Expressões. Reunido no primeiro dia da primavera, o júri decidiu atribuir, por unanimidade, os prémios e distinções aos seguintes alunos: 1º Prémio (2º CEB, Cláudio Simões, 6ºB; 2º Prémio (2º CEB), Rafael Santos, 5ºC; 3º Prémio (2º CEB), Matilde Figueiredo, 5ºA; 1º Prémio (3º CEB), Rafaela Seabra e Sofia Silva, 8ºB; 2º Prémio (3º CEB), Miguel Nascimento, 7ºF; 3º Prémio (3º CEB), Inês Saraiva, 8ºE; 1º Prémio (Secundário), Soraia Figueiredo e Vanda Neves, 10ºF. Foram ainda atribuídas Menções Honrosas aos alunos Frederico Alves (5ºC) e Ricardo Simões (5ºB), pela criatividade demonstrada, tendo sido igualmente distinguidas as melhores frases sobre flores/primavera: - “A primavera é a flor das estações!” (Carolina Costa e Margarida Lagarinhos – 5ºA) - “Flor querida flor / meu grande amor” (Maria Carolina Ferreira/Sara Alexandra Sousa – 5ºA) - “A primavera está a chegar / Os animais vão sorrir / Os passarinhos já nasceram / E as flores vão florir” (Matilde Figueiredo – 5ºA) - “A Flor é como o Sol” (Viviana Garcia – 5ºD) - “Para a primavera não acabar, todos temos que reciclar” (António Cruz – 6ºB) - “Na primavera tudo é belo, as árvores têm flor e as flores ficam bonitas” (André Moreira – 6ºC) - “A primavera / fez florescer esta flor / no nosso jardim / espero que a amizade / também floresça assim” (Francisca Fernandes – 7ºB)

Sabe-se lá Quando a sorte é boa ou má Sabe-se lá Amanhã o que virá Breve desfaz-se Uma vida honrada e boa Ninguém sabe, quando nasce Pró que nasce uma pessoa. O preciso é ser-se forte Ser-se forte e não ter medo Eis porque às vezes a sorte Como a morte Chega sempre tarde ou cedo Ninguém foge ao seu destino Nem para o que está guardado Pois por um condão divino Há quem nasça pequenino Pr'a cumprir um grande fado. Até sempre! A equipa da BE

Ficha Técnica

Responsáveis: Equipa das Bibliotecas Escolares Composição de textos: Comunidade Fotografia: Comunidade Email: jornalvivencias@gmail.com Web: http://www.aeseia.pt Recolha de textos e organização: Isaura Almeida, Liliana Melo, Lurdes Alcafache e Manuela Silva Montagem e fotocomposição: Manuela Silva Apoio técnico: Luís Pinto e Fernando Alves Revisão de textos: Rosário Cabral, Isaura Almeida, Isaura Bernardo, Manuela Silva e Lurdes Alcafache Tiragem: 500 exemplares Impressão: Tipografia Central Rua Cesário Verde, nº1 Zona Industrial 2 3530-140 Mangualde

No Dia Eco Escola 2012, em 22 de maio, todas as flores participantes no concurso serão expostas no jardim da entrada da Escola Secundária de Seia. SGD

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EM DESTAQUE SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN Sophia de Mello Breyner Andresen, natural do Porto, onde nasceu em 6 de novembro de 1919, é uma das mais significativas e representativas poetisas da moderna literatura Portuguesa. Oriunda de família aristocrata portuense, educada nos valores tradicionais da moral cristã, foi através do seu avô paterno, Thomaz Mello Breyner, médico da casa real, 4º conde de Mafra, que Sophia descobriu os grandes escritores portugueses, como Camões, Antero de Quental, etc. Sophia escreveu em 1966: “Vivi muito com ele, mais do que normalmente uma criança vive com o avô. Mas ensinou-me também a escolher e a criticar. Ele dizia: “Nem todos os intelectuais são inteligentes”. Com ele aprendi a respeitar os exageros, o pedantismo e o cabotinismo.” Os seus pais, João Henrique Andresen e Maria Amélia de Mello Breyner, alugaram uma casa na praia da Granja para passar férias de verão. A quinta do Campo Alegre e a casa da praia da Granja, voltada para o mar, estão omnipresentes na sua obra, pois ali passou uma infância feliz, uma adolescência e juventude muito sadias. Todavia, a casa da Granja destaca-se, pois a voz do mar, dos búzios, dos corais, ficará para sempre gravada no seu coração e será sua musa inspiradora. Essa casa está referenciada em numerosos textos em poesia e em prosa: “Ali passei verões e verões da minha infância, da minha adolescência e da minha juventude. Este mar era o pleno oceano da praia da Granja. A minha casa estava construída à beira das dunas, o jardim prolongava-se nas dunas, (…) Todas estas coisas continuavam a estar na minha memória e a viverem comigo…”(in revista Noesis, n.º 26, 1993). Na verdade, da sua infância e juventude, a autora recorda sobretudo a importância das casas, lembrança que terá grande impacto na sua obra, ao descrever as casas e os objetos dentro delas, dos quais se lembra. Explica isso do seguinte modo: "Tenho muita memória visual e lembro-me sempre das casas, quarto por quarto, móvel por móvel e lembro-me de muitas casas que desapareceram da minha vida (…). Eu tento “representar”, quer dizer, “voltar a tornar presentes” as coisas de que gostei e é isso o que se passa com as casas: quero que a memória delas não vá à deriva, não se perca". Está presente em Sofia também uma ideia da poesia como valor transformador fundamental. A sua produção corresponde a ciclos específicos, com a culminação da atividade da escrita durante a noite: "não consigo escrever de manhã, (…) preciso daquela concentração especial que se vai criando pela noite fora.". A vivência noturna da autora é sublinhada em vários poemas ("Noite", "O luar", "O jardim e a noite", "Noite de Abril", "Ó noite"). Aceitava a noção de poeta inspirado, afirmava que a sua poesia lhe acontecia, como a Fernando Pessoa. Fernando Pessoa dizia: “Aconteceu-me um poema. A minha maneira de escrever fundamental é muito próxima deste “acontecer”. (…) Encontrei a poesia antes de saber que havia literatura. Pensava mesmo que os poemas não eram escritos por ninguém, que existiam em si mesmos, por si mesmos, que eram como que um elemento do natural, que estavam suspensos imanentes (…). É difícil descrever o fazer de um poema. Há sempre uma parte que não consigo distinguir, uma parte que se passa na zona onde eu não vejo." A sua própria vida e as suas próprias lembranças são uma inspiração para a autora, pois, como refere Dulce Maria Quintela (1981:112),” ela fala de si, através da sua poesia". O contacto com a Natureza marcou profundamente a sua obra. Era para a autora um exemplo de liberdade, beleza, perfeição, mistério e é largamente citada na sua produção poética, quer pelas alusões à terra (árvores, pássaros, o luar), quer pelas referências, mais uma vez, ao mar (praia, conchas, ondas). O Mar é um dos conceitos-chave na criação literária de Sophia de Melo Breyner: O efeito literário da inspiração no Mar – espaço de beleza, serenidade, vida, transformações e morte - pode observar-se em vários poemas. A autora comenta isso do seguinte modo: "Esses poemas têm a ver com as manhãs da

Granja, com as manhãs da praia. E também com um quadro de Picasso. Há um quadro de Picasso chamado Mulheres à beira-mar. Ninguém dirá que a pintura de Picasso e a poesia de Lorca tenham tido uma enorme influência na minha poesia, sobretudo na época do Coral… E uma das influências do Picasso em mim foi levar-me a deslocar as imagens." A cidade constitui outro motivo frequentemente repetido na obra de Sophia. A cidade é aqui (como em Cesário) um espaço negativo, repleto de disforias. Representa o mundo frio, artificial, hostil e desumanizado, ao contrário da natureza que (também como em Cesário) é um espaço positivo e de segurança. O tempo é outro tópico acentuado, com frequência, na obra de Sophia: o tempo dividido e o absoluto que se opõem. O primeiro é o tempo da solidão, medo e mentira, enquanto o tempo absoluto é eterno, une a vida e é o tempo dos valores morais. Sophia de Mello era admiradora da literatura clássica. Nos seus poemas aparecem frequentemente palavras de grafia antiga (Eurydice, Delphos, Amphora). O culto e o fascínio pela arte e tradição próprias da civilização grega são lhe próximos e transparecem na sua obra, como por exemplo no poema: "Ressurgiremos", Livro Sexto, 1962. A ideia de justiça e de verdade é também expressa na sua poesia. Rejeita a fatalidade dos seres e acredita na força da verdade contra a opressão e contra a situação de submissão que divide o mundo em duas grandes classes: a dos poderosos exploradores e a dos fracos explorados. Não receia a denúncia das injustiças e da opressão contra todas as forças que possam perturbar a ordem, a transparência, claridade do mundo e, por isso, confundir a integridade humana. No poema “As pessoas sensíveis”, Sophia não hesita em denunciar a opressão e em recusar os opressores: As pessoas sensíveis não são capazes De matar galinhas Porém são capazes De comer galinhas O dinheiro cheira a pobre e cheira À roupa do seu corpo Aquela roupa Que depois da chuva secou sobre o corpo Porque não tinham outra O dinheiro cheira a pobre e cheira A roupa Que depois do suor não foi lavada Porque não tinham outra "Ganharás o pão com o suor do teu rosto» Assim nos foi imposto E não: "Com o suor dos outros ganharás o pão." Ó vendilhões do templo Ó constructores Das grandes estátuas balofas e pesadas Ó cheios de devoção e de proveito Perdoai-lhes Senhor Porque eles sabem o que fazem. Sophia de Mello Breyner Andresen (Livro sexto)

Em 1947, já casada com o Dr. Francisco Sousa Tavares, inscreve-se na Assembleia da Granja, frequentada pela elite cultural do Porto e por muitos espanhóis cultos. Do seu casamento nasceram cinco filhos: uma missionária laica, uma professora universitária de letras, um advogado e jornalista de renome, Miguel Sousa Tavares, um pintor e ceramista, e Sofia, esposa do diplomata Francisco Ribeiro Teles. Instalada em Lisboa, matriculou-se em filologia clássica na faculdade de letras. Não tendo concluído o curso, teve, no entanto, o contacto com a cultura clássica que muito a influenciou. Em 1975, foi eleita para a Assembleia constituinte pelo círculo do Porto numa lista do partido socialista, enquanto o seu marido rumava em direção ao partido socialdemocrata. São fortemente percetíveis, na sua produção poética, formas de empenhamento social e

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político. Distinguiu-se também como contista “Contos Exemplares” e autora de livros infantis “A Menina do Mar”, “O Cavaleiro da Dinamarca”, “A Floresta”, “O Rapaz de Bronze”,” A Fada Oriana”, etc. A especial atenção que dedicou à literatura infanto-juvenil, fez dizer a Jorge de Sena que esta é uma área onde se tem notabilizado pelas suas muito ricas “virtualidades de poeta, cada vez mais humanizado” Foi também tradutora de Dante Alighieri e de Shakespeare e membro da Academia das Ciências de Lisboa. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua Portuguesa, o prémio Camões, em 1999. Para além do Prémio Camões, foi também distinguida com o Prémio Rainha Sofia, em 2003. A expressão lírica em Sophia de Mello Breyner Andersen é, no dizer de Jorge de Sena: " (…) uma das vozes mais nobres da poesia portuguesa do nosso tempo. Entendamos, por sob a música dos seus versos, um apelo generoso, uma comunhão humana, um calor de vida, uma franqueza rude no amor, um clamor irredutível de liberdade – aos quais, como o poeta ensina, devemos erguer-nos sem compromissos nem vacilações. ("Alguns Poetas de 1938" in Colóquio Artes e Letras, nº 1, Janeiro de 1959). O elemento musical pesa, pois, muito na produção poética de Sophia, mas é, segundo Clara Crabbé Rocha, a “função mágica” que constitui o núcleo da sua arte poética. Ela própria escreve no seu livro de versos: “Palavras que eu despi da sua literatura Para lhes dar a sua forma primitiva e pura, De fórmulas de magia” Ser poeta é ser mágico. O símbolo clássico do Poeta, que Sophia faz reviver na sua poesia, e a quem presta culto, é Orpheu: o grande mágico que, com fórmulas encantatórias, atraía a si, suspensos e maravilhados da sua arte, os homens, os animais e as plantas; o grande músico, que deslumbrava os seres com a melodia da sua lira; o mítico Poeta, em união sagrada com a natureza e com a vida. Sophia de Mello Breyner faleceu, aos 84 anos, no dia 2 de Julho de 2004 no Hospital da Cruz Vermelha. Desde 2005, no Oceanário de Lisboa, os seus poemas com ligação forte ao Mar foram colocados para leitura permanente nas zonas de descanso da exposição, permitindo aos visitantes absorverem a força da sua escrita enquanto estão imersos numa visão de fundo do mar. Por isso, aproveita-se a ocasião para sugerir que, numa próxima visita ao Oceanário de Lisboa, parem uns breves momentos junto a cada um dos poemas de Sophia. A começar logo à entrada, onde se pode ler: “Inscrição Quando eu morrer voltarei para buscar Os instantes que não vivi junto do mar” Ou, num dos vários painéis: “Os navegadores Eles habitam entre o mar e o vento Têm as mãos brancas de sal E os ombros vermelhos de sol Os espantados peixes se aproximam Com olhos de gelatina” Ou, ainda, mesmo à saída: “Mar, metade da minha alma É feita de maresia” Bibliografia consultada: Guerra, João Augusto da Fonseca; Vieira, José Augusto da Silva – Aula Viva, Português B, 12ºAno. Porto Editora. Barreiros, António José – História da Literatura Portuguesa. 2º volume. Séculos XIX-XX. 9ª edição. Bragança, António – Literatura Portuguesa. 3º volume. Saraiva, António José; Lopes, Óscar – História da Literatura Portuguesa. Porto Editora. Verbo, Enciclopédia – Luso Brasileira de Cultura. Edição séc.XXI. 2º volume. Andresen, Sophia de Mello Breyner – Wikipédia, enciclopédia livre. [consulta 16 maio 2012]. Prof.ª Rosa Isabel Martins


EM DESTAQUE A fundamentação da moral, ética, direito, política e a legitimação do Estado Reflexão efetuada por todos os alunos do 10ºA, a propósito dos temas seguintes: a fundamentação da moral, ética, direito, política e a legitimação do Estado, segundo Aristóteles, Locke e John Rawls. É da responsabilidade da maior parte das ideias filosóficas a transformação e evolução da humanidade. Os filósofos não são seres nas nuvens, longe da realidade, estão atentos e preocupados ao mundo e propõem soluções. Foram vários os filósofos que fizeram a diferença na humanidade, comprometendo/condicionando muitas vezes a sociedade em que vivemos. Destes filósofos destacaram-se os seguintes: Stuart Mill, Aristóteles, John Locke, John Rawls, cujas ideias principais iremos apresentar. A felicidade é um bem comum ou, pelo menos, devia ser. Stuart Mill (1806-1873) realça este

sentimento de prazer e bem-estar no que denominou de Princípio da Utilidade. Este consiste em encaminhar a felicidade para um maior número de indivíduos. A ação moral depende das consequências. O ato é bom como referimos, se a sua finalidade for boa, independentemente da intenção. Somos defensores de uma teoria consequencialista; afinal, mais vale um Sócrates insatisfeito do que um porco satisfeito, como afirmou o filósofo. O ser humano é um animal social, isto é, vive e desenvolve-se nas relações interpessoais e sociais com os outros indivíduos. Cada indivíduo possui interesses pessoais e particulares divergentes entre si e, associado a isto, existe também o facto da natureza humana se revelar egoísta nesses aspectos. Para que a convivência em sociedade e em grupo seja possível, não basta a Ética e a Moral, pois existem indivíduos que não possuem responsabilidade para tal. Assim sendo, a sociedade viu-se obrigada a criar o Direito, uma norma coerciva, que tem poder de obrigar e aplicar sanções, e a Política, que tende para a harmonização da vida comunitária. A este propósito, vários foram os “ (…) Fazer filosofia não é uma questão de idades, mas de habilidades em reflectir escrupulosamente e corajosamente sobre o que se considera importante.” Mathew Lipman A Filosofia visa desenvolver as capacidades de raciocínio e do pensamento em geral, assim como as capacidades de verbalização e escrita do pensamento e aspetos cruciais da construção da comunicação, como o confronto de ideias e a reflexão. Esta aprendizagem multifacetada da atividade do pensar é feita através da criação de um diálogo, tem como fim promover o pensamento através de uma investigação na sala de aula, onde os

filósofos que teorizaram sobre a legitimação de Estado: Aristóteles foi um filósofo grego, mestre de “Alexandre, o Grande”, da Macedónia, nascido a 384 a.C. e falecido a 322 a.C. Foi um dos pensadores com mais influência na cultura ocidental. Elaborou um sistema filosófico no qual abordou assuntos como a Ética, a Lógica, a Física, a Psicologia e entre outros.

Segundo Aristóteles, são insuficientes as nossas leis morais, são necessárias leis, do legislador e da política, pois sem estas viveríamos de uma forma caótica e anárquica. Por outro lado, o Homem, só age bem com medo dos castigos que a lei prevê aplicar. Aristóteles afirma que o papel do Estado é tornar os cidadãos éticos, morais e virtuosos através da política pois a educação por si revelou-se um fracasso. A finalidade da política é criar uma ética social, homens virtuosos, com o objetivo de haver felicidade na sociedade, alcançando-se a prática da virtude e do bem. O Homem sente necessidade de viver em comunidade, pois só a convivência social torna possível ao ser vivo social nascido de humanos tornar-se um ser verdadeiramente humano, já que a natureza o criou incompleto e imperfeito. John Locke (1632-1704), filósofo britânico, questionou como seria a vida sem Estado. Assim, definiu este Estado como Estado de Natureza (que é uma situação hipotética) como sendo um Estado em que os seres humanos se regem segundo leis impostas por deus e pela consciência (lei natural). A sociedade sem Estado pode ser caracterizada pelo facto de todas as pessoas terem os mesmos direitos, serem livres (não se submetem a ninguém, exceto por um ato de vontade) e iguais. No Estado de Natureza ninguém podia assegurar o cumprimento da lei natural, por isso, realizou-se um Contrato Social onde os indivíduos abdicam de determinadas liberdades em troca da proteção do Estado, legitimando a sua existência. O objetivo de John Rawls (1921-2002, EUA) era criar uma sociedade equitativa quer em termos de jovens são incentivados a falar e a ouvir-se uns aos outros e assim discutir ideias filosóficas na presença do professor. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento e compreensão da linguagem e das capacidades críticas e criativas de modo a promover o seu pensamento autónomo. Os nossos alunos refletiram e apresentam o resultado das suas reflexões a partir do desafio seguinte: uma comunidade política eticamente perfeita deve ser… “É necessário que exista nela uma

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valores sociais quer em termos económicos, para que todos possuíssem acesso a uma igual riqueza comum. Consequentemente, imaginou uma Posição Original, situação imaginária, que consiste em criar a fraternização e igualdade dos direitos aplicados à sociedade. Para que isto acontecesse, teve que seguir/orientar-se por um Véu de Ignorância, cujo objetivo era criar os princípios de igualdade e liberdade, sendo cada ser humano

imparcial a todos e a tudo à sua volta, isto é, não tendo conhecimento das suas próprias características e dos interesses do seu grupo, de tal maneira que, quando tivesse de escolher, o faria de forma imparcial, pois jamais saberia o que lhe iria calhar. Mas serão estes princípios (princípios de liberdade e igualdade) postos em prática na nossa sociedade? 10º A

imparcialidade e independência em relação aos interesses individuais, ou seja, é necessário que se adote um ponto de vista universal que aceita cada um como igualmente necessário e importante. Assim, é fundamental que os indivíduos que compõem tal sociedade tenham características de um ser éticomoral, pois se a realização de um indivíduo só se constrói e faz sentido na vivência partilhada com os outros, então a realização de cada indivíduo supõe a realização de todos os outros. Se um indivíduo dessa sociedade for um ser ético-moral, então os outros, partilhando com ele experiências e conhecimentos, também o irão ser. Concluindo, para


EM DESTAQUE/OPINIÃO harmonizar os interesses, para adotar princípios e valores éticos e para diminuir ou atenuar a conflituosidade das relações, é necessário que a ética adote um ponto de vista universal, proponha fins para a realização pessoal e social de cada indivíduo e que estabeleça direitos e deveres para os mesmos”. (Sara Pinto) “Todos os seres humanos deveriam obedecer às leis de livre vontade”. (Joana Gonçalves) “Teria de se libertar do vício de uma sociedade consumista, teria de adotar um pensamento racional e seletivo relativamente ao que é necessário e do que é supérfluo. Teria também de adotar um comportamento do ponto de vista da universalidade, ou seja, o que é bom para si também deveria ser bom para os outros – bem comum. É necessária a autonomia, liberdade e respetiva responsabilidade pelas consequências da sua ação. Deveria rever as suas convicções, para que cada um orientasse a sua ação segundo valores, tendo como fim o aperfeiçoamento do agente e a dignidade do ser humano. Em meu entender, para que esta sociedade perfeita se constitua, é necessário que as pessoas ponham de parte o egoísmo e apostem na solidariedade, de modo a existir uma igualdade social, e um respeito universal.” (Sara Amaral) “Seria uma sociedade constituída por seres ético-morais responsáveis pelos seus atos justificando-os racionalmente” (Jéssica Brito)

Da finitude… Desde as mais antigas civilizações que os filósofos se interrogam sobre o porquê da finitude da vida. Por mais preenchida ou feliz que seja a nossa vida, todos nós nos deparamos com a morte. Para muitos é uma daquelas verdades às quais, apesar de não podermos ignorar, tentamos sempre escapar. Para outros é uma forma de se libertarem do sofrimento da vida. Mas há uma coisa comum a todos os seres humanos que habitam neste planeta: é a morte que nos guia, e, apesar de nos custar a admitir, é ela que valoriza e dá significado a todos os aspetos da nossa vida.

Como agir moralmente? Kant defende que, para agirmos moralmente, temos de respeitar, de uma forma incondicional, um conjunto de regras morais (deveres ditados pela nossa consciência). Para Kant, essas regras morais são absolutas, o que implica que devem ser respeitadas acima de tudo, sem conceder qualquer exceção. Uma dessas regras é o dever de não mentir. Kant defende que jamais devemos m e n t i r, o p t a n d o s e m p r e p e l a v e r d a d e , independentemente das consequências e dos benefícios que daí possam advir. Mas será que este pressuposto, este dever, é a forma mais correta e justa de agir no nosso quotidiano? Aceitemos como hipótese verosímil que encontro uma rapariga a ser

Alegoria da Caverna Na Alegoria da Caverna, os prisioneiros viviam habituados às sombras; à escuridão; ao facto de estarem ali presos sem poderem desamarrar-se, vivendo conformados; acreditavam que apenas era aquela a única realidade existente; eram menores; viviam completamente na ignorância devido aos preconceitos que os prendiam; não sabiam o que era a luz do sol, nem a água, as árvores, ou os seres vivos, que para nós são tão banais; era como se fossem uns verdadeiros bebés que ainda não se desenvolveram e que precisam de ser ensinados e educados à imagem da sociedade atual e do mundo de agora. O despertar para a realidade foi lento, aliás, os primeiros passos na Filosofia são naturalmente dados de uma forma lenta, pois é uma experiência nova, que não conhecemos e que requer uma grande libertação.

“É uma comunidade que aposta na educação, ensinando o que é ser ético e moral”. (Isabel Santos)

“Seria necessário a existência intrínseca da moralidade, ou seja, o esforço por orientarmos as nossas ações por padrões e valores ético/morais, considerando igualmente os nossos e os interesses dos outros, agindo imparcialmente. Deveria agir apenas em conformidade com o dever, visando o aperfeiçoamento e melhoria da humanidade. Seria possível, assim, obter uma política e políticos exemplares que revelassem integridade, seriedade e honestidade na tomada das decisões. Para uma política ética, teríamos, sem dúvida, de acabar com os interesses particulares, teríamos de avançar com a imparcialidade, autonomia e basearmo-nos na universalidade, onde prevalecesse o dever. Não seriam permissíveis impulsos ou vontades efémeras e momentâneas. Só desta forma se atingiria uma sociedade onde o governo exerceria verdadeiramente a sua função.” (Joana Mendes) “Uma comunidade promotora da humanidade em que os seus elementos ajam em função da sua consciência moral”. (Jéssica Nunes) “Uma comunidade política eticamente perfeita teria de possuir regras, acima de tudo, pois é impossível vivermos sem elas. Cada indivíduo deveria agir em função de si próprio, guiado pela sua consciência, pelo dever, pois só assim agiria de forma moral e correta. Deveríamos agir mais de

acordo com a intenção do que com a norma exterior, respeitando todavia os dois conceitos. A motivação da norma externa é, principalmente, o medo de ser apanhado, manter a credibilidade e a da intenção é a honestidade e o sentido do dever e o aperfeiçoamento. Se não agíssemos em função dos outros, tendo em vista apenas os nossos interesses e ideias egoístas, teríamos uma comunidade eticamente perfeita. Não esquecendo que devemos sempre refletir acerca dos nossos comportamentos de forma a agirmos corretamente.” (Márcia Santos) “Para que uma comunidade seja eticamente perfeita, é necessário que cada um aceite as diferenças, ao nível das opções sexuais, raça, valores, etc. Por outro lado, é preciso não sermos indiferentes a essas pessoas, aceitando que elas tenham visões do mundo diversas das nossas. Perceber que a diversidade pode ser enriquecedora.” (Ângelo)

“Seriam essencialmente as boas ações (nas palavras do filósofo Kant), aquelas que promovessem a dignidade humana, a nossa e a dos outros. Onde os interesses de cada indivíduo fossem iguais, sem privilegiar ninguém, nem agir de forma arbitrária. Deveríamos ter em conta os nossos interesses como os dos outros, promovendo assim a igualdade social.” (Sara Oliveira) 10º B

Nada do que nós vivemos e fazemos teria significado se o conseguíssemos repetir vezes sem conta pela eternidade, até ficar completamente desprovido de sentido. É por causa de a nossa vida ser tão curta que, por um lado, é tão insignificante, mas por outro, tão especial e insubstituível. Obviamente que para o universo nós quase não existimos e não alteramos nada no decurso dos eventos. A Terra é apenas um grão de pó na sua imensidão. Porém, o simples facto de eu estar a escrever este texto, torna-me diferente de todas as outras partículas do Universo. É óbvio que nos podemos interrogar sobre o porquê da morte e o que haverá para lá dela. No entanto, todas estas divagações são inúteis, pois a

verdade é que muito provavelmente nunca chegaremos a saber. E mesmo que um dia essa descoberta aconteça, o que mudaria? Muitas pessoas diriam que muda a forma como vemos a vida, mas, para mim, nada muda. Quer haja algo depois da morte ou não, nunca devemos deixar de fazer o nosso melhor para mudar o mundo, enquanto ainda temos vida. Penso que esse conhecimento sobre o que transcende a nossa vida traria até algum alívio às mentes que incansavelmente procuram esse conhecimento, porém, por mais teses que se escreva, a morte estará sempre lá, inevitável e certa, garantindo-nos o maior motivo que temos para valorizar a nossa vida.

perseguida por um terrorista. Perceciono, entretanto, que ela terá conseguido escapulir-se e esconde-se dele. No momento seguinte, deparo-me com o tal terrorista. A questão que se coloca é óbvia: será que devo dizer-lhe a verdade? Revelar-lhe que vi a rapariga que ele perseguia e que, por puro acaso, sei do seu paradeiro? Consciente da eventual consequência do meu ato, devo seguir, ainda assim, a teoria deontológica de Kant? Ou devemos fazer o que conscientemente achamos mais justo? O legislador supremo da moralidade é a razão humana. Só assim agimos de uma forma moralmente aceitável, isto é, agindo de forma livre, autónoma, responsável e, acima de tudo, com uma boa intenção. Segundo este grande filósofo, devemos agir segundo uma única máxima, “age apenas segundo uma máxima tal que possas, ao mesmo tempo,

querer que ela se torne lei universal”. O ser humano apenas se define como pessoa no contacto que estabelece com os outros seres seus semelhantes. Nascemos inacabados e, por isso, imperfeitos, o que significa que nos encontramos num sistemático e longo processo de construção que dura toda a vida. É no percurso da vida, no dia-a-dia, que vamos edificando a nossa personalidade.

Nenhum filósofo se considera sábio pelo simples facto de as coisas estarem em constante mudança e nunca sabemos realmente tudo, há sempre algo que fica por saber ou por descobrir.

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Francisco, 10º A

É como se nós na origem fossemos um grande puzzle por fazer, um amontoado de peças que irão encaixando, passo a passo, com avanços e recuos. Contudo, ao longo do tempo, vai tomando forma, como o ser humano em construção. Rafaela Almeida, 10ºB

Todos temos de ousar pensar porque senão o fizermos estaremos a ser menores; não estaremos a fazer uso da nossa própria razão, e sendo assim, não conseguiremos amar e construir a nossa própria vida e a nossa própria identidade; estaremos a viver alienados pois não iremos assumir as nossas responsabilidades, nem enfrentaremos os problemas que nos aparecem; vamos ser então, menores e pessoas facilmente influenciáveis que se deixam comandar/dominar por todos e, principalmente, perderemos aquilo que nos distingue de todos os outros seres humanos. A Filosofia faz-nos problematizar e refletir, levando-nos à libertação dos preconceitos, das ideias feitas, das futilidades da vida, as quais, muitas vezes, têm mais importância para nós e nos fazem esquecer daquilo que verdadeiramente interessa, como a liberdade, a criatividade, a dignidade, a responsabilidade e a capacidade de amar os outros e nós próprios. Se refletirmos, problematizarmos e


OPINIÃO formos autónomos, então, não seremos escravos de nada disso e viveremos livres, em busca do conhecimento. É necessário amarmos a vida a cada momento que passa, para que ela tenha muito mais valor e sabor, para que nos dê vontade de vivê-la, de acordarmos pela manhã e sentirmo-nos capazes de

enfrentar todas as dificuldades que ocorram durante o dia. Para sermos felizes é preciso amar a vida, pois desfrutamos bem mais daquilo que ela tem para nos oferecer e vivemo-la duma forma mais bela, mágica, interessante, duma forma curiosa e com bastante mais paixão. Ao amarmos a nossa vida já estamos a

filosofar, porque ao longo dela nos vamos questionando sobre certas coisas, certos assuntos, para que possamos depois agir duma melhor forma. Para conseguirmos amar a Filosofia é preciso amarmos a nossa vida primeiro.

Technology

information that our brain can sustain. The appearance of technology is, without a doubt, a product of men’s needs. It appears as a way to overcome, improve, analyze and promote human progress and evolution. So, technology is simply a tool, a means to an end, which is human property. The number of technological advances that were made throughout the years are innumerable, which makes technological improvement much faster. Today, it is definitely a basic need for men, not only to fit in today’s society, but also to survive in

the globalized environment. Technology has been affecting society, because if it helped to develop economies that are more advanced, it also produced unwanted results, such as pollution and drain of resources. It is technology versus Earth and environment. Besides, it can also help political oppression and lead to wars with military weapons, nuclear bombs, etc. Like everything else, technology has both good and bad sides. It is up to us to choose.

Terreiro do Paço, vários ministérios...). Entretanto, o regime quando "acordou" já era tarde, não havia nada a fazer. O fator surpresa foi a chave do sucesso. Como sabes, a sede do poder em Portugal é em Lisboa (capital de Portugal) e as principais movimentações militares tiveram aí lugar. É, então, neste contexto, que surgiu aquele que é considerado o herói da Revolução dos Cravos, o capitão Fernando Salgueiro Maia. O que fez de tão importante? 1. Cercou O Terreiro do Paço, onde se encontravam vários ministérios do Governo; 2. Na rua do Arsenal, desafiou o comandante de vários tanques, colocando-se à frente de um desses veículos, apenas com uma granada no bolso; conseguiu que as tripulações desses tanques se passassem para o lado dos revoltosos e aqui ele ganhou a maior batalha em que já participara, vencendo o adversário sem dar um único tiro; 3. Cercou o quartel do Carmo, onde se refugiou o Chefe do Governo de então, professor Marcelo Caetano e alguns ministros. Após duras negociações e depois de ter ordenado aos seus soldados que fizessem fogo sobre o frontão do quartel do Carmo, o Chefe do Governo aceitou render-se ao general António de Spínola. 4. Então Salgueiro Maia, que tinha o nome de código "Charlie 8", telefonou para o Posto de Comando do MFA, onde estava o comandante operacional do movimento, major Otelo Saraiva de Carvalho "Óscar", informando da rendição do Chefe do Governo e que o general Spínola iria ao Posto de Comando situado na Pontinha, para dialogarem acerca do que se estava a passar. O major Otelo preveniu os colegas de que vinha aí "O Caco" (alcunha que os militares deram ao general Spínola porque usava um óculo (lente). O que se passou nessa reunião? Ainda não sabemos muito bem. É por estas e por outras que a História está sempre em construção na procura da verdade. Uma das coisas que se sabe é que nessa reunião deverá ter nascido a chamada Junta de Salvação Nacional, que foi presidida pelo general António de Spínola. Esta passou a ser a autoridade máxima do país e era constituída por oficiais que não tinham participado no Movimento dos Capitães, embora alguns estivessem a par do que os capitães estavam a preparar. Logo de seguida começaram as lutas pelo poder. Mas enfim... O Movimento das Forças Armadas apresentou ao país um programa que ficou conhecido por Programa 3 D's ... Eu explico-te. 1. Descolonizar - pôr termo à guerra colonial. 2. Democratizar - liberdade de expressão; partidos; eleições; nova constituição...

3. Desenvolver -progresso; melhores salários; qualidade de vida; desenvolvimento.... Já percebeste o significado dos 3 D´s?

In the modern world, technology is everywhere around us. Today’s world is a global village where people can communicate and work any place. It is a really wide concept and it is used to talk about several scientific areas and studies. Technology is very important and necessary nowadays. Man has thousands of experiences that were unimaginable before, like space exploration, the study of the deepest oceans and quick access to

A Revolução dos Cravos A Revolução de 25 de Abril de 1974 recebeu o nome de Revolução dos Cravos, porque esta flor, devido ao simples gesto de uma senhora, chamada Celeste, se tornou no símbolo dos acontecimentos que tiveram lugar naquela data. Principais razões da Revolução: 1. A guerra colonial que durava há mais de uma década; 2. Descontentamento dos militares-sobretudo os de baixa patente- e da maioria da população que vivia miseravelmente ( daí emigrar para França em busca de melhores condições de vida) e sem liberdade. Principais protagonistas do golpe militar que deu origem à Revolução dos Cravos: 1. Algumas centenas de oficiais de baixa patente que formaram o chamado "Movimento dos Capitães". 2. Alguns ( poucos) civis. O Movimento dos Capitães preparou um plano para pôr fim ao regime político (ditadura) em que Portugal vivia. Ao plano foi dado o nome de "Operação Fim do Regime". Entretanto, o Movimento dos Capitães, transformou-se em M.F.A. (Movimento das Forças Armadas). Numa reunião de oficiais do M.F.A. estes decidiram: 1. Estabelecer uma data (s) para derrubarem o regime político vigente naquela altura. 2. Encarregaram o major Otelo Saraiva de Carvalho e outros oficiais de elaborarem o plano das operações militares. 3. Outros oficiais aliciaram as unidades militares mais importantes a participarem nas operações militares. 4. Os intervenientes nos acontecimentos, para se identificarem, usariam uma senha e uma contrassenha que eram, respetivamente, CORAGEM e PELA VITÓRIA. O plano envolveu muito secretismo e muita coragem por parte de alguns dos protagonistas. E como saberiam que o plano ia para a frente? 1. Uma rádio transmitiu a canção E Depois do Adeus cantada por Paulo de Carvalho e que nesse ano ganhara o chamado Festival RTP da Canção ( a televisão era ainda a preto e branco). Esta canção foi a primeira senha para que os conspiradores estivessem prontos. 2. Seguidamente e noutra rádio, foi iniciada a transmissão da canção intitulada Grândola Vila Morena, uma canção que estava proibida pela CENSURA de ser transmitida pelas rádios. Esta segunda senha ou código dizia aos revoltosos que se deviam pôr a caminho e que já não era possível recuar, nem que tivessem que disparar as armas. As movimentações militares, que depois tiveram lugar, tinham como finalidade ocupar lugares estratégicos (rádios, RTP, aeroporto, Cristo Rei,

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Andreia Filipa Frias Alves 12ºF

Ana Rita Nunes, nº 1, 10ºC

O M. F. A. apresentou ao povo português uma série de medidas que tentou pôr em prática. Mas não imaginas o que se passou... cada um, como diz o Zé Povinho, tratou de "puxar a brasa à sua sardinha". Assim tiveram lugar uma série de acontecimentos: 1. Houve o chamado "28 de Setembro"; "maioria silenciosa". 2. No ano seguinte teve lugar o "11 de Março" ( o então Presidente da República - escolhido pelo Conselho da Revolução - general António de Spínola abandonou Portugal num helicóptero e exilou-se em Espanha; foi substituído pelo general Costa Gomes . 3. Falou-se do "Verão Quente de 75"; do "PREC" (Processo Revolucionário em Curso); do COPCON (Comando Operacional do Continente); em "SUV" (Soldados Unidos Vencerão); em "ELP" (Exército de Libertação Português) 4. Gritavam-se palavras de ordem; a mais famosa terá sido a seguinte: "O Povo está com o MFA". Mas havia outras: "O Povo unido jamais será vencido"; "Os ricos que paguem a crise"... 5. Em "25 de Novembro de 1975" houve novas movimentações militares. Uns diziam que Portugal ia entrar nos eixos, outros que os cravos iam começar a murchar. Tens opinião? Eu não tenho! Um ano após a Revolução e como prometido pelo MFA houve eleições para a Assembleia Constituinte; todos os maiores de 18 de anos puderam votar no partido da sua simpatia, independentemente de saberem ler ou não e até de estarem doentes naquele dia ( os bombeiros traziam as pessoas em maca para votarem); Em 1976 foi publicada a Constituição que atualmente nos governa. Elegemos o primeiro Presidente da República após a Revolução dos Cravos - o general António Ramalho Eanes. NOTA: Vou explicar-te a razão de ser da expressão "Revolução dos Cravos". Um empresário abriu um restaurante que penso que se chamava o Franginhas e que naquele dia fazia um ano de abertura. Esse senhor comprou muitos cravos para oferecer aos seus clientes. Face à agitação que ia pelas ruas resolveu fechar o restaurante e dar folga ao pessoal. Disse às empregadas para levarem os cravos para casa. Uma das empregadas, a senhora Celeste, em vez de ir para casa resolveu ir apreciar o que se passava. Um soldado ao passar por ela, pediu-lhe um cigarro. Ela respondeu-lhe que a única coisa que podia dar-lhe era um cravo. O soldado aceitou. A dona Celeste pegou nos restantes e deuos aos soldados. Outras pessoas acabaram por imitar o gesto da dona Celeste. Alguns soldados colocaram os cravos nos canos das espingardas. Foi uma festa que tu não imaginas... Os jornalistas estrangeiros ficaram espantados com tudo isto e nas crónicas que enviavam para os seus países, diziam que em Portugal estava em curso uma revolução com cravos e não com tiros, como era habitual em quase todo o Mundo. Assim nasceu a expressão "REVOLUÇÃO DOS CRAVOS". Prof. Fernando Nogueirinha


REPORTAGEM Uma chamada à razão! O nosso planeta está com sérias dificuldades, no que diz respeito às alterações climáticas que, ao longo do tempo, vão afetar toda a humanidade, podendo mesmo tornar-se num problema mundial muito grave. Essas alterações não se devem somente a nós humanos, mas, em certa medida, contribuímos todos os dias para o excesso de gases de efeito de estufa na atmosfera, que estão na base do aquecimento global. As mudanças constantes da temperatura vão provocar o derretimento do gelo e, por isso, a diminuição da percentagem de água doce no planeta; o aumento do nível das águas do mar e, com isso, a inundação de muitas cidades litorais; o aumento das secas e áreas desérticas e, em consequência, problemas na agricultura e abastecimento de alimentos. Neste momento o nosso papel talvez seja o de contribuir para a alteração dos maus hábitos da humanidade, informando sobre as causas, como o consumo exagerado de recursos naturais e, muito especialmente, combustíveis fósseis que lançam gases de efeito de estufa para a atmosfera; consequências como a falta de água potável ou a diminuição da floresta e da biodiversidade; e, muito especialmente, sensibilizar para o aumento da eficiencia energética, o uso de energias alternativas, a separação e reciclagem de materiais, o uso racional dos transportes ou a utilização de agricultura biológica. Tendo consciência que, embora alguns dos problemas sejam globais, as soluções e as modificações têm que ser locais, e que nós, todos e individualmente, temos o dever de contribuir no dia a dia para essas soluções, decidimos estudar este assunto e abordá-lo junto da população do nosso concelho, fazendo uma entrevista ao vereador do ambiente e inquéritos à população, com vista à elaboração de uma eco reportagem para a energia. Na entrevista, o vereador do ambiente alertou para alguns dos problemas ambientais do nosso país, como o desordenamento do território e a falta de cadastro que, por exemplo, no nosso concelho dificulta a resolução de alguns problemas, como a proteção da floresta ou a conservação da agricultura. Na tentativa de resolução dos mesmos, nomeadamente no que concerne às alterações climáticas, a autarquia está interessada em criar empregos ligados ao ambiente (green jobs) e tem investido em vários projetos, como Agenda 21 local, Eco2 Seia, Mercado Municipal, Aldeias led, tendo consciência que a população vai aderindo, mas que poderia ser mais proativa. Uma das soluções, no entender do vereador, para os problemas ambientais, seria o condomínio da terra que deveria ser alargado a todo o mundo. No inquérito tentamos fazer o levantamento de conhecimentos, preocupações e sensibilidades da população do nosso concelho, face às alterações climáticas, e ainda o interesse pelos projetos que estão a acontecer. Apurámos que o conhecimento que os inquiridos têm sobre as alterações climáticas lhes chega através da televisão (96%), jornais (72%) e internet (72%), embora a escola (53%) e mesmo a

família e amigos também sejam fonte de conhecimento; 98% já ouviu falar de energias renováveis, 81% do protocolo de Quioto, mas 54% nunca ouviu falar de cogeração de energia. Das medidas mais eficazes para combater as alterações climáticas o uso de energias renováveis é considerada a mais eficaz (84%), seguida da promoção d a utilização de energias renováveis (81%) , da plantação de árvores e tratamento das florestas (80%), do combate à desflorestação (78%) e da reciclagem de materiais (77%). A medida que foi considerada menos eficaz foi o aumento do preço da eletricidade (7%). Quanto aos hábitos que poderiam reduzir a pegada de carbono, somente 67% dos inquiridos têm a noção que comer menos carne poderia ser solução; sobre o logotipo europeu, que identifica os produtos amigos do ambiente, 52 % sabe que é uma flor; mas na energia poupada, por não fervermos água de que não precisamos, somente 25% responde que poderia iluminar um terço das ruas da Europa; ou sobre o aparelho que origina mais emissões de Co2, por hora de utilização, somente 16% considerou a caldeira elétrica. Concluímos que esta população conhece, no geral, esta temática, mas, no que diz respeito a ações concretas, para aplicação e resolução, possui ainda poucos conhecimentos. Quanto às preocupações, os principais problemas ambientais, entendidos como muito graves, variam entre falta de água potável (90%), destruição da floresta (87%), diminuição da camada de ozono (83%), incêndios (78%), alterações climáticas, poluição do ar e esgotamento de recursos naturais (74%), sendo a incineração (23%) o último a ser considerado muito grave. Em relação ao ambiente e desenvolvimento, somente 23% considera ser muito mais importante a proteção do ambiente do que o crescimento económico e 61% considera importante, mas, ainda, 10% considera que se deve dar muito mais importância ao crescimento económico do que à proteção do ambiente, embora a resposta se equilibre, pois 67% considera muito necessário o crescimento económico, mas respeitando o ambiente, e 33% considera importante esta permissa. Alguma preocupação e conhecimento são demonstrados quando 90% considera que Portugal deveria investir mais nas energias alternativas e 54% que não deveria investir nada em energia nuclear. Entre as principais soluções apresentadas, para as alterações climáticas, os inquiridos consideram-nas todas muito importantes: mudança de vontade política (74%), a mudança ao nível do poder económico (62%) e a mudança tecnológica ou científica (57%), embora a mudança de comportamento das pessoas seja a solução que apresenta maior percentagem de respostas (81%). A responsabilidade na procura de soluções e implementação de medidas foca também a responsabilidade dos cidadãos com 65%, a União Europeia (64%), empresas, governo e ministério do ambiente (61%), câmaras municipais (58%), ONU e organizações internacionais (51%), ONG e grupos ambientalistas (48%) e universidades e centros de investigação (45%). Ainda dentro da mesma linha, os inquiridos (81%) dos consideram que pequenas alterações no nosso comportamento diário podem

ajudar a evitar as emissões de gases, com efeito de estufa, que estão a causar as alterações climáticas. Para além disto, conferimos que a população está a adotar hábitos, com vista a reduzir estas alterações, 81% compra lâmpadas que consomem menos, 55% reduziu a utilização de ar condicionado e compra eletrodomésticos de classe A, 54% reduziu o consumo de energia em casa, mas somente 9% faz cogeração. Verificámos que 5% não estão dispostos a reduzir o seu consumo de energia, e alguns hábitos, que não estão muito dispostos a mudar comportamentos, como é o caso da diminuição do uso do automóvel (10%) e a adquisição de veículos elétricos e menos poluentes (28%). Podemos afirmar que as pessoas estão, no geral, dispostas a mudar. Por fim verificámos que 71% dos inquiridos não tem conhecimento dos projetos municipais, no âmbito das alterações climáticas, mas que 75% considera importante a realização dos mesmos, verificando-se, ainda, que a maior parte desta população não está envolvida em qualquer dos projetos a decorrer (somente 3% estão envolvidos), bem como poucos (10%) gostariam de participar em algum. Em suma, cabe-nos a nós mudar isto! Pensamos que o nosso inquérito contribuiu, pelo menos, para sensibilizar, pois 94 % acharam as perguntas deste questionário com interesse, e para 87 % este questionário ajudou a aumentar os seus conhecimentos no tema. Para nós foi bastante enriquecedor. Estes dados foram recolhidos através de um inquérito feito, online, durante os meses de abril e maio de 2012, a que responderam 69 pessoas residentes no concelho de Seia, 51% residentes na cidade de Seia e as restantes nas diversas freguesias; 45% da amostra pertence ao sexo feminino; 32% pertence ao grupo etário até aos 22 anos, 15% tem entre 21 a 40 anos, 27% entre os 41-60 anos e 5%

A serra da Estrela vista da janela da nossa sala, gostamos mesmo e queremos que assim continue

mais de 61 anos. Forma inquiridos professores (28%), estudantes (14%), sendo os restantes de profissões variadas. Se quiser responder ao inquérito pode fazê-lo em http://ecosseia.blogs.sapo.pt/, Inquérito sobre alterações climáticas.

Workshop de reciclagem e reutilização

Atividades no âmbito do concurso Rock in Rio

No dia 22 de março aconteceu no Polivalente da nossa Escola um WORKSHOP DE RECICLAGEM E REUTILIZAÇÃO, em que participaram alguns artesãos, mas foram os alunos os principais atores, quer a ensinar, quer a executar vários objetos feitos com materiais reutilizados ou reciclados. Os objetos elaborados, por alunos da nossa escola, reutilizando materiais diversos como latas de refrigerante, meias, cartões de ovos, tecidos diversos, etc…, deram origem a cinzeiros, jarras de flores, que foram colocados em alguns estabelecimentos de restauração, nomeadamente Hotel Camelo,

Ecoponto amarelo – durante o 1º período, foram apurados 1721 kg de embalagens, resíduos plásticos e metais, entregues na estação de transferência de Vila Chã. Estes resíduos foram recolhidos pelos alunos de 12º ano de CEF de Ambiente na Escola, junto da Comunidade, de alguns cafés, restaurantes, Centro Escolar e Fábrica de Plásticos. Contámos com a carrinha da Câmara e o apoio dos funcionários, para o transporte final. Pulseiras de solidariedade com a SIC Esperança - foram vendidas 214 pulseiras e depositados

Restaurante Fim do Mundo, Tuti Fruti, Café Royal...como forma de sensibilizar a população para a reutilização com arte, contribuindo assim para um menor desperdício, que conduz ao aumento da eficiência energética e à diminuição de consumos.

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10º E

214 euros para esta causa. Escola Eletrão - durante o 2º período, foram recolhidos, na Escola e também no Centro Escolar, 470 kg de resíduos elétricos já entregues na Interecyclig.


ENTREVISTA «Vivências» conversa com três idosos com diferentes experiências de vida No dia 14 de fevereiro, fomos ao encontro do Sr. António Lopes Alves, pai de dois filhos, com 79 anos, a residir atualmente no Centro de Dia de Paranhos da Beira. Esteve em África, em Kinshasa, República do Zaire desde 1962 até 1974, a maior parte do tempo sem a família.

J. V.: Sente que este novo espaço é a sua nova casa? A. A.: Sim, é a minha casa. J. V.: Porquê?

Este espaço é maravilhoso para a convivência das pessoas aqui dentro. Se não existissem casa como estas era um problema muito grande. Porque há muitas pessoas sozinhas, que morreriam isoladas. Aqui são bem tratadas. Sozinhas estavam sujeitas a morrer. casa, semanalmente. Para além disso, apoiam a minha mulher na sua higiene pessoal.

Jornal Vivências: O que o levou a vir para um Lar? António Alves: Senti-me na necessidade disso. Em janeiro fui operado. Todos andavam de volta de mim. Perguntavam-me se tinha dores, se queria medicamentos e eu dizia que não precisava de nada. Respondi-lhes que já tinha tomado o suficiente para a tensão. J. V.: Como se adaptou a esta nova etapa da sua vida? A. A.: Bem. Adapto-me a qualquer coisa com facilidade. Gosto de estar aqui, saio quando quero e me apetece.

A. A.: É aqui que vivo durmo e como. Este espaço é maravilhoso para a convivência das pessoas aqui dentro. Se não existissem casas como estas era um problema muito grande. Porque há muitas pessoas sozinhas, que morreriam isoladas. Aqui são bem tratadas. Sozinhas estavam sujeitas a morrer. No entanto, nem toda a gente tem dinheiro para pagar estes serviços. Este Centro de Dia tem muita gente, entre 70 a 80 pessoas, quase todas desta zona. Eu aqui sinto-me feliz. Sinto-me independente e não estou sujeito a ninguém. J. V.: Em que tipo de atividades gosta de se envolver? Porquê? A. A.: Em várias. Fazemos máscaras, fazemos painéis. Fizemos uma horta, onde estão dois centos e meio de couves, uma leira de ervilhas, favas, morangos…. Para andar entretido. J. V.: Gosta de ler? A. A.: Não gosto muito. Só raramente. Mas não é por ter dificuldades de visão. Romances não me dizem nada.

J. V.: O que faz para ocupar o seu tempo? J. S.: Faço muita coisa. O pequeno almoço, o lanche e o jantar, pois a minha mulher encontra-se acamada devido a graves problemas de saúde. Sou eu que lhe faço o que ninguém lhe fazia. Também lavo a roupa na máquina, estendo-a e passo-a a ferro. Ao longo do ano cultivo o meu quintal, onde tenho batatas, feijão, pimentos, tomates … e este ano estava com vontade de continuar a amanhar isto. Já plantei os alhos e semeei o cebolo. Os pinhais precisavam de ser limpos… há três, quatro anos, eu fazia tudo, agora as forças vão faltando. J. V.: Porque prefere estar em casa em vez de ir para um Lar? J. S.: Antes quero estar aqui, gosto de estar na minha casa, de fazer as minhas coisas, de dar os meus passeios, acompanhado pelo meu cão Pantufo. A minha mulher ainda foi uma vez ao Centro de Dia, na Lapa de Tourais, mas não gostou. J. V.: Qual o papel dos vizinhos na sua vida?

J. V. : Muito obrigado pelo tempo que nos dispensou. No mesmo dia, fomos ao encontro do Sr. José da Silva, nascido no dia 12 de abril de 1923, com 88 anos, pai de dois filhos, que reside na localidade de Tourais.

Antes quero estar aqui, gosto de estar na minha casa, de fazer as minhas coisas, de dar os meus passeios, acompanhado pelo meu cão Pantufo.

J. S.: Dou-me bem com todos, mas cada um tem a sua vida. Se precisar de alguma coisa, há sempre alguém que aparece. J. V.: E a sua família aceita o facto de viver sozinho? J. S.: O meu filho que está em Lisboa telefona-me todos os dias, para saber se estamos bem e o que é que comemos. O meu outro filho vive aqui em Tourais e a minha nora vem cá muitas vezes. Eles ficam descansados e aceitam bem o facto de vivermos sozinhos, pois é fácil recebermos ajuda se necessitarmos dela.

J. V.: Criou então amizades? A. A.: Todas as pessoas cá dentro são minhas amigas. Já conhecia uma grande parte. Já vivo em Paranhos desde 1968. J. V.: A sua família continua a estar por perto? Vêm visitá-lo? A. A.: Os meus irmãos visitam-me. A minha esposa vive em casa com um dos meus filhos. Os outros dois filhos estão em Lisboa e não me visitam. Eu não quis ir para o Pradinho, para perto da minha irmã, que queria que fosse viver com ela. J. V.: Quando alguém vem visitá-lo, depois é difícil a separação? A. A.: Quando alguém cá vem vejo, naturalmente, essa separação. Há semanas que tenho várias visitas, outras não.

J. V.: Tem amigos que o apoiam? J. S.: Tenho muitos amigos que nos visitam. J. V.: Vive sozinho? José Silva: Não. Vivo com a minha esposa, a mulher da minha vida. J. V.: Consegue fazer a sua vida diária ou tem o apoio de Serviços Domiciliários? J. S.: Tenho o apoio dos serviços da Associação… que nos traz diariamente o almoço e faz a limpeza à

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J. V.: Gosta de ler? Fale-nos de uma leitura que o tenha marcado ou de que mais tenha gostado. J. S.: Sim, gosto de ler. Gosto de ler de tudo, essencialmente revistas que recebo pelo correio. J. V.: Agradecemos a sua simpatia e disponibilidade. Até sempre!


ENTREVISTA J. V.: Consegue fazer a sua vida diária ou tem algum apoio de Serviços Domiciliários? C. S.: Faço a minha vida diária. Sou eu que faço a comida. Tenho uma pessoa, uma vez por semana, que me auxilia na limpeza da casa e que passa a roupa a ferro. Por enquanto, não sinto necessidade de outros serviços. J. V.: O que faz para ocupar o seu tempo?

Tocámos à porta. Alguém veio abrir. Era a Sr.ª Cacilda Borges da Silva, de 82 anos, exemigrante em África, na República do Zaire. Residiu cerca de 50 anos em Almada, mas há meia dúzia regressou a Tourais, sua terra natal. Está casada há 63 anos com o Sr. Amândio Silva.

Eu também não quero ir para um Lar, o Lar é que vem à minha casa. A Associação de Tourais, quando necessito, dá-me o que preciso. Estive um mês no Hospital, com uma pneumonia, mas já arrebitei! Durante esse tempo, a Associação trazia-me o almoço. Foi a Associação que ensinou o meu primo Amândio a comer peixe!

J. V.: Vive sozinha? C. S.: Não, vivo com o meu marido.

C. S.: Gosto muito de tratar das minhas flores. Estou sempre a trabalhar, seja a costurar, a fazer renda, a cozinhar… Também gosto de ver televisão, telenovelas (gosto de ver a “Rosa Fogo” e a das sete horas, na SIC), filmes, programas de ginástica… Adoro a ginástica! J. V.: Porque prefere estar em sua casa em vez de ir para um Lar? C. S.: A Susana, que é a minha nora Susana, diz que nunca vamos para um Lar. Eu também não quero ir para um Lar, o Lar é que vem à minha casa. A Associação de Tourais, quando necessito, dá-me o que preciso. Estive um mês no Hospital, com uma pneumonia, mas já arrebitei! Durante esse tempo, a Associação trazia-me o almoço. Foi a Associação que ensinou o meu marido Amândio a comer peixe! J. V.: Qual o papel da família e dos vizinhos na sua vida? C. S.: A família é muito importante. Vêm cá muitas vezes. Nós fomos a Almada passar o Natal e o janeiro. Gosto muito de receber visitas. Antigamente, na minha casa, em Almada, dei muito de comer! As pessoas até diziam: “A Dª Cacilda tem sempre a casa cheia!” Também tenho consideração pelos vizinhos. Na hora certa, aparecem.

A espiga Todos os anos, o senhor Manuel, em outubro, vai semear a espiga. O senhor Manuel vai regando e a espiga vai crescendo. Em junho, a mulher do senhor Manuel, a D. Rosa, vai sempre ceifar a espiga. O senhor Ricardo foi levar o trigo que a sua mulher ceifou. Era tanto, que ele teve de ir ao seu moinho duas vezes, para levar dois sacos de trigo. O senhor Ricardo vendeu o seu trigo miúdo ao senhor Manuel, para ele vender o seu pão maravilhoso que toda a gente vai lá buscar. A cliente maravilhosa na loja, é a senhora Rosa, que vai buscar o pão, todos os dias.

Gosto! Agora leio pouco, desabituei-me, mas gostei muito de ler “O Crime do Padre Amaro” e o “Amor de Perdição”. À noite, apago a luz, a cama é para dormir.

J. V.: Gosta de ler? Fale-nos de uma leitura que o tenha marcado ou de que mais tenha gostado. C. S.: Gosto! Agora leio pouco, desabituei-me, mas gostei muito de ler “O Crime do Padre Amaro” e o “Amor de Perdição”. À noite, apago a luz, a cama é para dormir. J. V.: Obrigado. Jornal Vivências

O menino e a foca

Dia da Espiga

Era uma vez um menino chamado Simão que, um dia, foi ao Jardim Zoológico e levou uma fisga. Ele foi para a parte das focas, onde viu uma com uma bola. Com ar de malandro, o Simão apontou a fisga para a bola da foca, lançando uma pedra com a fisga. Ele rebentou a bola da foca. A foca ficou muito triste. A foca tramou o menino, porque fez dele uma bola. O menino também ficou triste. O menino, para remediar a situação, foi buscar uma bola nova e assim, o menino e a foca ficaram amigos.

Certo dia, o senhor Ricardo andava no seu campo a semear as sementes de trigo, para fazer o pão, para o Dia da Espiga. O senhor Ricardo estava tão contente de estar a semear o seu trigo para fazer o pão. Passado algum tempo, a espiga cresceu e ficou tão bonita que o senhor ficou radiante por ela ter crescido tanto e por nascer tão perfeitinha. A mulher do senhor Ricardo, que se chama senhora Maria, ficou impressionada de tanto trigo que tinha para ceifar. Ela ficou mesmo impressionada! Lénia Abreu Figueiredo

Guilherme André Saraiva Guilherme André Saraiva

EB S. Martinho

EB S. Martinho

EB S. Martinho

All you need is a “good friend”

Projetos «A Leitura e as Ciências» e «Ler e escrever? Com o computador!»

A “friend” is a person who helps us, but (s)he can also hurt our feelings directly or indirectly. Everybody wants to have lots of friends around, but sometimes, we don't know who they really are inside and what they really want back from us. Inspired by this sentence, we can create two definitions: “friend” and “good friend”. The main difference between them is that a friend knows all your good stories and (s)he wants something back when (s)he does something for you. A good friend has more things behind this simple adjective. He/she is the one who lived all of those stories with you and is able to give his/her life for you. However, there is often peer pressure, which is caused precisely because you have only “friends” and they only want to be your friends if you are someone different from what you really are. If the all group smokes, you have to. If the entire group drinks alcohol, you have to and this can harm you. This kind of people can change you and they don't care about your health, or about you at all, as simple as that. Therefore, we have to choose people that are always there for us and that can accept us, as we really are and that can prove they are loyal. And that is a good friend. Among good friends, we forget peer pressure, disloyalty, violence, discussions… You only need to choose well and you can count on them, saying 1,2,3 and they will be there, because all you need is …a good friend !

A turma do 11º E teve como plano de atividades o projeto interdisciplinar “A Leitura e as Ciências” com base na obra de Eça de Queirós “A Cidade e as Serras”. O mesmo foi transdisciplinar com o projeto “Ler e escrever? Com o computador!”, da responsabilidade da Biblioteca Escolar, desenvolvido pelos Professores de Português das turmas C, D e F do 10º ano e Inglês da turma C. O projeto foi desenvolvido nas disciplinas de Português, Educação Física, Matemática A, Economia A e Geografia A, integrando atividades diversas relacionadas com os conteúdos lecionados e a perspetiva dos mesmos na época em que a obra foi escrita. Culminou com uma visita de estudo interdisciplinar, abrangendo espaços diversos que passo a citar: Fundação Eça de Queirós e Caminho de Jacinto, Mosteiro de Santo André de Ancede e Centro de Interpretação da Vinha e do Vinho, Palácio da Bolsa, Museu Soares dos Reis e Porto de Leixões. Pelos relatórios e diálogo com os alunos podemos afirmar que a sua opinião foi muito positiva, na medida em que a consideraram enriquecedora/produtiva, consolidaram as matérias lecionadas, visitaram locais importantes e enriquecedores sob o ponto de vista cultural, salientando os momentos de agradável convívio entre alunos e professores.

Pedro Silva, 10º C

Professores responsáveis

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ATIVIDADES DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES

Projeto “Ler+ com os mais velhos” Com mais duas sessões, realizadas nos dias 24 de abril e a 29 de maio, demos como concluído, no presente ano letivo, o Projeto “Ler+ com os mais velhos”.

Assim, no dia 24 de abril foram apresentadas, com a colaboração dos alunos do 11ºK, as histórias “A ovelhinha que veio para jantar”, de Steve Smallman, e “O pinto careca”, de Marisa Núñez. A primeira história fala de um lobo, velhinho e esfomeado, que recebeu inesperadamente a visita de uma ovelhinha. Mal olhou para ela, começou logo a planear um belo ensopado de borrego. Mas a ovelhinha não queria ser o jantar do lobo. Na verdade, o que ela queria mesmo era... ser apenas amiga dele. Na segunda história, assistimos à vitória da esperteza sobre a força e sobre outros poderes, valorizando a perspetiva dos aparentemente mais fracos. Por fim, no dia 29 de maio, decorreu uma apresentação coletiva, ou seja, com a presença de todos os alunos da turma anteriormente referida e procedeu-se à dinamização de diversas atividades, com base na história “Maria das Silvas“, da escritora Alice Vieira. Esta história tradicional portuguesa é

introdutórias, a reiteração dos verbos de ação, as frases de forte acento rítmico, as rimas internas e a prosa entremeada de pequenos textos em verso. Em todos os momentos foi evidente a alegria, a satisfação e o prazer manifestado pelos idosos dos lares … bem como dos responsáveis das referidas instituições. Este dia terminou em interação plena, entre os idosos e os jovens no Centro de Dia de Paranhos da Beira, através da realização de um «baile» e audição/entoação de canções populares. Por fim, os idosos presentearam-nos com uma pequena lembrança, construída por si próprios, com dedicação e entusiasmo. Foi uma agradável surpresa que muito agradecemos, especialmente pelo empenho e alegria que também nos proporcionaram. Salienta-se que para os alunos envolvidos e docentes acompanhantes, Vítor Sousa, Manuela Silva e Lurdes Alcafache, foi gratificante na medida em que proporcionou uma interação entre diferentes

gerações com experiências e vivências muitíssimo enriquecedoras. Para os jovens foi igualmente uma oportunidade de conhecer e valorizar mais os saberes, a experiência de vida e as tradições transmitidas pelos mais velhos. A «grandeza» desta experiência terá continuidade no próximo ano letivo, conforme interesse demonstrado, quer pelos idosos, quer pelos responsáveis das instituições. Testemunho de alguns idosos: Gostámos muito! Quantas mais vezes melhor. Gostámos de tudo. Gostei da festa, foi muito bonita. Continuem a festa, gostei muito, foi lindo. É tão bom ver meninas novas interessadas nisto. Diverti-me muito. Quero que venham cá mais vezes para nos alegrarem.

uma das retomadas por Alice Vieira, que recuperam criteriosamente narrativas populares orais. Lidos em voz alta, estes recontos conquistam o ouvido e a atenção dos ouvintes, em especial pela arte com que são recuperados aspetos fundamentais da narrativa oral tradicional, como a constância das fórmulas

Opiniões de alguns alunos que dinamizaram as atividades: Foi uma experiência muito enriquecedora e permitiu-nos trabalhar mais de perto com idosos. A Juventude da Terceira Idade proporcionou-nos momentos de muita alegria. (Sara Varão) Durante este ano fizemos muitas atividades e nelas englobamos a ida aos lares. Esta foi muito interessante, foi uma experiência bonita. Estas

Concurso Nacional de Leitura Fase Distrital Decorreu, no dia 26 de abril, a Fase Distrital do Concurso Nacional de Leitura, em Vila Nova de Foz Côa. A prova escrita realizou-se na Biblioteca Municipal e a prova oral no Grande Auditório. No geral, a participação dos alunos do Agrupamento de Escolas de Seia foi muito positiva, mas apenas a aluna Juliana

atividades servem quando formos para o estágio. (Cátia Silva) As atividades desenvolvidas nos lares, foram importantes, para que as pessoas se sentissem mais alegres. Tenho a dizer que toda esta experiência nos permitiu observar aquilo que possivelmente no futuro iremos fazer e foi muito enriquecedor. (Inês Correia) Penso que as atividades que realizámos durante este ano letivo foram muito interessantes e enriquecedoras e vão ser-nos úteis no futuro. (Rosa Ortigueira) Tudo isto foi uma experiência enriquecedora, pois trabalhámos com esta população com a qual nunca o tínhamos feito antes. Adorei ter participado neste plano de atividades. (Catarina Ramos)

Nogueira Santos da Escola Secundária de Seia foi apurada para a semifinal a nível nacional. Parabéns aos nossos alunos pelo seu desempenho na fase distrital. Um agradecimento muito especial ao município pela cedência do transporte para a deslocação de alunos e professores acompanhantes a Vila Nova de Foz Côa. A equipa da BE

As atividades realizadas durante este ano letivo foram bastante enriquecedoras, pois proporcionaram-nos momentos muito alegres com os idosos. (Sara Almeida) Foi uma experiência muito boa para o nosso futuro, pois através destas atividades aprendemos muito e temos muita alegria. (Susana Nogueira) Com esta iniciativa também os docentes consideraram ter contribuído para diversificar a prática pedagógica e, desta forma, ter favorecido a participação ativa dos alunos.

Luísa Fortes da Cunha No dia 16 de maio, Luísa Fortes da Cunha, autora da coleção “Teodora”, esteve na Agrupamento de Escolas de Seia, onde realizou duas sessões, uma na Biblioteca Escolar da EB Dr. Abranches Ferrão e outra na EB Tourais / Paranhos. A autora começou por apresentarse em cada uma das sessões e disponibilizou-se para responder a todas as perguntas que os alunos tinham para colocar. Assim, foi possível perceber que o facto de ser professora em Educação Física não era, de modo nenhum, impeditivo para escrever e que a Teodora surgiu na época em que Luísa

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A equipa da BE

Fortes da Cunha contava histórias aos seus filhos, quando estes ainda eram pequenos. A escritora é autora da coleção dos livros da Teodora que já tem 14 títulos publicados, sendo o último título “Teodora e a cidade de ouro”, saído no passado mês de abril. No final, a autora correspondeu ao pedido de autógrafos dos alunos e manifestou o seu agradecimento em ter estado com os alunos. A vinda desta grande escritora de literatura infantil deve-se mais uma vez ao Município de Seia. A equipa da BE


ATIVIDADES DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES

Visita de Estudo à Quinta de Tormes, Mosteiro de Ancede, Porto e porto de Leixões Há quem diga que para uma boa viagem, uma boa companhia é suficiente. O que aconteceu na visita de estudo a Tormes, Ancede e Porto, foi a perfeita simbiose entre boa companhia, bom tempo e bons locais para visitar. Para que fiquem com uma ideia do acontecido, esta viagem decorreu nos dias 10 e 11 de maio de 2012, no âmbito das disciplinas de Português, Inglês, Geografia A, Economia A, Matemática A e Educação Física e a Biblioteca Escolar, juntando no total 5 turmas do 10º e 11º anos (10º C, D e F e 11º E e G). Esta visita integrou-se no

de um luxo inimaginável, foi um dos pontos altos da nossa viagem. Neste funcionava a já extinta

Começámos então a nossa caminhada à descoberta do “Caminho de Jacinto”, por entre a densa fauna e flora da serra e debaixo de um sol tórrido e abrasador, e acabámos por encontrar a atual “Fundação Eça de Queirós”, a antiga residência do autor transformada em casa-museu pela sua neta por afinidade, ainda viva e a habitar nesta. Depois de uma visita guiada ao edifício e às

projeto de turma "A leitura e as ciências", desenvolvido pelo 11º E, e o projeto da Biblioteca Escolar "Ler e escrever? Com o computador!", desenvolvido pelos anos do 10º ano. Ambos os projetos tiveram por base a leitura da obra de Eça de Queirós "A cidade e as serras".

Englobando vários temas a tratar, partimos da escola para começar esta visita de estudo (e não viagem, como as professoras fazem questão de enfatizar). Rumámos em direção a Tormes com alguns percalços pelo caminho, mas chegámos sãos e salvos, às margens do rio Douro, onde se emanava uma sensação de pureza e tranquilidade como é habitual neste sítio.

adegas e capelas adjacentes e do almoço partilhado no recinto exterior da casa, dirigimo-nos a Ancede, para uma breve visita ao Mosteiro de Santo André, um importante ponto de produção vinícola. Após uma explicação da história, localização e importância deste monumento, descemos às adegas do Mosteiro, onde funciona presentemente o Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho e admirámos os velhos barris do Vinho do Porto. Assim acabou o primeiro dia de visitas. Saímos para o Porto, onde passeámos durante umas horas e pudemos visitar o centro histórico e a zona ribeirinha. Dirigimo-nos depois à Pousada da Juventude para descansar e passar a noite. De manhã, fresquinhos e depois de um bom pequeno-almoço, começámos o segundo dia de visitas por uma caminhada até ao fabuloso Palácio da Bolsa. Este edifício, de uma beleza estonteante e

Associação Comercial do Porto e, atualmente, é um espaço aberto à comunidade que funciona como centro cultural e de conferências. Continuando a caminhada e, após esta visita, rumámos ao Museu Soares dos Reis, onde pudemos realizar um peddy-paper, descobrindo assim as obras de arte de uma maneira completamente diferente. Aproximando-se a hora do almoço, o grupo dissipou-se pelas várias zonas, sempre acompanhado pelos professores, para encontrarem um sítio agradável onde comer.

Ao princípio da tarde e para acabar a rota de visitas, fomos até ao Porto de Leixões onde, depois de uma breve localização e apresentação da infraestrutura, tivemos direito a uma excursão bastante privilegiada pelo porto. Visitámos todos os terminais e conseguimos admirar as lindas vistas. Ultrapassado este último ponto do itinerário, foi tempo de regressar a casa com um sentimento de realização e obtenção de vários conhecimentos. Juliana Santos

super leitão cor de laranja”, da coleção “As aventuras do Zé Leitão e da Maria Cavalinho”, da qual é autor e ilustrador. A sua intervenção teve ainda a criação de um desenho “ao vivo” para toda a plateia, o que cativou a atenção/concentração e interesse de todos os presentes, o qual ficou exposto nas bibliotecas escolares. Este encontro foi concluído com uma sessão de autógrafos. Por fim, Pedro Leitão deixou mais um registo pessoal, um desenho para ser fotocopiado e entregue a todas as crianças da Educação PréEscolar do agrupamento.

Pedro Leitão No dia 24 de maio esteve presente nas Bibliotecas Escolares do agrupamento, o ilustrador Pedro Leitão. As sessões promovidas destinavam-se às crianças da Educação Préescolar. Pedro Leitão foi convidado pelo facto das obras exploradas no projeto " A Literatura Infantil e a interdisciplinaridade no Jardim de Infância" terem sido ilustrados por si próprio. Este apreciou com agrado os trabalhos construídos pelas crianças e expostos nas bibliotecas escolares da EB Abranches Ferrão e da EB Tourais / Paranhos. Simultaneamente, este ilustrador apresentou em powerpoint, de forma entusiástica, a história “O

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ATIVIDADES DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES O Projeto "Leituras há muitas!" e o escritor Francisco Salgueiro No número anterior do Jornal «Vivências...» foram publicadas algumas opiniões acerca da vinda do escritor Francisco Salgueiro ao Agrupamento de Escolas de Seia. Neste número ficam mais alguns testemunhos dos alunos: Fiquei surpreendido com o modo de apresentação dos seus livros. (João Pedro) Foi uma ótima iniciativa capaz de promover o gosto pelos seus livros e, assim, pela leitura em geral. (Maria Oliveira)

Gostei bastante porque despertou a minha curiosidade para as suas obras e para o seu estilo de escrita. (Cátia Mendes) Foi interessante a sua visita, pois é sempre bom saber que existem escritores que procuram inovar, usando uma escrita mais contemporânea e corrente. (Pedro Teixeira) Foi bom saber que estão a surgir inovações a nível da escrita portuguesa. (Miguel Reis) Foi uma experiência bastante enriquecedora a nível cultural. (Micaela Ferrão) A visita do escritor Francisco Salgueiro foi interessante, inspiradora e enriquecedora, não só a nível escolar/curricular, mas também a nível pessoal. (Daniela Sofia) Homens que tenham uma visão da vida como Francisco Salgueiro são raros, foi por isso um prazer conhecê-lo. (Francisco Santos) Mostrou ser uma pessoa bastante acessível, sempre disponível para interagir connosco. (Carolina Brito) Foi um encontro interessante, pudemos trocar ideias e experiências com um adulto que nos compreende. Devia servir de exemplo a muitos adultos, pois todos deviam levar os adolescentes mais a sério. (Inês Escalda)

Acho que o encontro foi muito interessante e gostei muito. Foi uma experiência muito boa. (Margarida Vale) Gostei muito. Foi um encontro muito interessante e cativante. (Rita Vale) Nós gostámos muito de fazer os trabalhos sobre as obras escritas por Francisco Salgueiro e também de ter estado com o escritor. (João Pedro, João Félix e Miguel) Nós tivemos uma boa impressão do autor, o seu livro é muito divertido e gostámos bastante de fazer o trabalho. (Tiago, Diogo, e João Fernandes) Tivemos uma boa impressão em relação ao autor, queríamos que viessem muitos mais e gostámos de fazer o trabalho. (Leandro, Alberto) Nós tivemos uma boa impressão do escritor, contudo as suas respostas é que não foram muito concretas. Ficámos bastante curiosos acerca do novo livro que está a preparar e vamos querer lê-lo. Gostámos muito de realizar os trabalhos propostos e penso que o escritor gostou muito dos mesmos. (Adriana, Carolina e João Saraiva)

A nossa impressão foi positiva relativamente ao escritor, achámo-lo divertido, simpático. Gostámos que tivesse vindo à nossa escola, pois foi uma oportunidade única e também gostámos de realizar trabalhos sobre uma das suas obras. (Helena, Carina, Filipe e Daniel)

inspirador. (Beatriz, Daniela e João) A vinda do escritor à escola foi muito enriquecedora, o escritor foi muito simpático, compreensivo e engraçado. Em relação ao trabalho, adorámos fazêlo, aprendemos muito e foi um trabalho cativante, interessante e divertido. Pensamos que conseguimos superar as expetativas. (Ana Clara, Inês e Fábio) A vinda do escritor foi muito boa para nós, porque pudemos interagir e falar abertamente com ele; enquanto falámos com o escritor, o tempo passou como uma flecha, visto que nos manteve entretidos. Nós adorámos, esperamos que façam mais atividades como esta! (Mário e Daniel) A vinda do escritor foi muito boa e enriquecedora, ele foi simpático e acessível a todos. Quanto ao trabalho, adorámos fazê-lo, esperamos que façam mais atividades como esta. (Luís e Filipe) A vinda do escritor à escola foi boa. Foi simpático e acessível. Quanto ao trabalho, gostámos de fazê-lo, foi divertido e motivador. (Agostinho, César e Ivan) A vinda do escritor à escola foi muito enriquecedora, didática. O escritor foi muito simpático, brincalhão e muito esperto. Em relação aos trabalhos realizados, despertaram-nos um grande interesse. (Remy e Francisco)

Ter o Francisco Salgueiro na nossa escola foi um privilégio e uma oportunidade fantástica para o conhecer melhor. Na minha opinião, Francisco Salgueiro é um ótimo autor, produz obras fantásticas com histórias estupefactas. Todos os livros que li são maravilhosos e aconselho a toda a gente que comece já a ler. (Sónia Brito) Ver e ouvir Francisco Salgueiro foi a personificação da leitura dos seus livros. Naquele momento foi como se todas as palavras lidas ganhassem voz e corpo. Pessoalmente, achei-o bastante simpático, inteligente e visionário, não só pela maneira como comunica, mas também pelos projetos que avançou, incluindo o seu próximo livro. Aconselho vivamente a todos os que ainda não leram um dos seus livros a correrem já para a biblioteca ou livraria mais próxima e agarrarem já um, pois vão ficar viciados. (Juliana Santos)

Eu gostei muito de ouvir as palavras sábias do escritor Francisco Salgueiro, pois com elas deu para esclarecer algumas dúvidas que me tinham surgido ao ler os seus livros. Como, por exemplo, ouvi-lo explicar o porquê da maneira como escreve e ouvi-lo comentar alguns dos seus livros e descobrir detalhes do seu novo livro que, quando tiver oportunidade, irei comprar. É um homem bastante sincero, inteligente, simpático e que sabe o que diz. Adorei a maneira como ele falou e expôs os assuntos que envolvem as histórias dos seus livros. Foi muito agradável e uma experiência enriquecedora. (Beatriz Mendes) Francisco Salgueiro escreveu e escreve livros sobre temas, ainda hoje, um pouco preconceituosos (principalmente a sexualidade) e usa uma linguagem um pouco forte para alguns leitores. Com esta visita, o escritor esclareceu por que escreve e como escreve, falando de uma forma "normal", ou seja, falou connosco como se estivesse a falar com amigos. Demonstrou muita segurança sobre aquilo que escreveu e mostrou que, mesmo sendo um escritor que escreve de forma diferente, tem cuidado com a escrita, com o livro. Gostei da sua visita precisamente por falar de forma simples e pelos livros que escreveu. (Miguel Camelo) Gostei da visita do escritor Francisco Salgueiro porque tem uma maneira diferente de abordar a escrita e escreve sem preconceitos. O escritor respondeu a todas as perguntas sem tabus, o que mostra que ele não se envergonha de nada do que escreveu, que não tem medo de expor as suas obras.

que me despertou bastante interesse. A vinda do escritor à nossa escola foi muito enriquecedora, muito positiva e correspondeu às minhas expetativas, pois prende a atenção de qualquer público. É uma pessoa que se entrega à escrita sem rodeios, sem limitações; o seu limite é não ter limites. (Daniela Martins) De Francisco Salgueiro, apenas tinha lido "O fim da inocência". Não sabia o que esperar do escritor, mas quando este esteve na escola, fiquei com muito boa impressão acerca do Francisco pessoa e do Francisco autor. Este é uma pessoa objetiva, organizada e interessada pela sociedade em que vive. Objetiva, pois vai direto ao assunto do qual quer falar, sem "andar aos círculos"; organizada, pois sabe exatamente como metodizar o seu trabalho e, por fim, interessada no quotidiano, o que o levou a lançar o livro "O fim da inocência", o qual teve como principal objetivo informar pais e educadores acerca da realidade da juventude de hoje. Resumindo, gostei bastante da conversa com o escritor. (João Sousa) Durante a sua visita à Escola Secundária de Seia, Francisco Salgueiro mostrou ser um homem conhecedor, informado e preocupado com os problemas, especialmente, com os problemas juvenis. O conteúdo das suas obras é atual e interessante. Durante a palestra, apresentou os seus métodos de escrita e respondeu, com clareza, às perguntas que lhe foram colocadas. Foi uma visita interessante porque soube interagir de forma airosa e apelativa com os presentes. (Pedro Mendes) Francisco Salgueiro demonstrou ser um escritor moderno e não muito "preso" ao tipo de literatura a que o nosso país está habituado. É esta forma de escrita que cativa o público juvenil para a leitura dos seus livros. (Daniela Silva) A sua visita foi muito interessante, pois explicitou muito bem as suas teorias de vida e as razões para escrever. As respostas às perguntas foram muito interessantes, pois respondeu com clareza e convicção, dando a entender que não deixara nenhuma ponta solta em cada resposta que dava. (Gonçalo Lopes)

Foi uma experiência positiva, com grande dinâmica, que terminou com uma sessão de autógrafos, onde foi possível um contacto mais próximo com o escritor. (Patrícia Abrantes)

Gostei de estar à conversa com o escritor, foi uma experiência diferente! Gostei da sessão de autógrafos, foi divertido. (Vanessa Mendes) Gostei muito de ter entrevistado e ter estado com o escritor, foi muito interessante. Uma experiência única! (Adriana Cruz) Foi espetacular a visita do escritor, adorei saber como é que se inspira para fazer novos livros e fiquei curiosa acerca do seu novo livro. (Cristiana Silva) Eu gostei, achei o escritor simpático. Gostei muito dos livros “A praia da saudade” e do “Splaaash” (Ângelo Julião)

Eu gostei. Foi bom e achei o livro muito interessante. (João Costa)

Mais opiniões havia para publicar, mas o espaço não dá para mais. Fica a ideia que perpassa por todos os que estiveram presentes: a vinda do escritor Francisco Salgueiro foi uma mais-valia para a promoção do livro e da leitura, pois alunos que nunca tinham lido começaram a ler os livros deste escritor. Obrigada a todos os professores e alunos que trabalharam os livros de Francisco Salgueiro. Um agradecimento muito especial ao município por ter proporcionado a visita do Francisco Salgueiro às bibliotecas escolares do Agrupamento de Escolas de Seia.

(Ana Teresa Fernando)

O escritor foi simpático e acessível a todos. Quanto ao trabalho, gostámos de fazê-lo, foi divertido e

Do leque de livros da autoria de Francisco Salgueiro, tive a oportunidade de ler "O fim da inocência", livro

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AGRUPAMENTO EM AÇÃO XV Encontro Inter Escolas de alunos de E.M.R.C. No passado dia 20 de março, encontraramse, na Guarda, cerca de oito centenas de alunos de Educação Moral e Religiosa Católica (E.M.R.C.), em representação das cerca de cinquenta escolas do 2º

e 3ºciclos e do Ensino Secundário da diocese da Guarda, para viverem um dia de reflexão e de convívio, subordinado ao tema: “Em família sou feliz”. Da parte da manhã, após concentração junto à Catedral da Guarda, onde os alunos, acompanhados dos respectivos professores de E.M.R.C. foram acorrendo, oriundos de todos os cantos da diocese, viveu-se um momento de reflexão orientado pelos Padre António Luciano, por delegação expressa do Sr. Bispo da Guarda, D. Manuel Felício. Na celebração foi sublinhada a importância de cada um ser bom e valorizar as oportunidades da vida em família. Na apresentação de símbolos, fizeram-se representar diferentes agrupamentos escolares, trazendo pedras, ramos de árvores, telas e simbologias de valores importantes à vida familiar e comunitária que aqui ficou valorizada e

Visita de Estudo a Santiago de Compostela Nos dias16 e 17 de Fevereiro de 2012, um grupo de 62 alunos de Educação Moral e Religiosa Católica em parceria com o Curso profissional Técnico Psicossocial, da Escola Secundária de Seia, dando cumprimento ao plano de actividades para 2011/2012, deslocou-se a Santiago de Compostela Espanha, com o objectivo de contactar com um dos principais centros religiosos e artísticos da Europa.

A primeira paragem foi para fazer o cruzeiro das seis pontes que fazem o elo de ligação entre o Porto e Vila Nova de Gaia. Saímos do cais do Porto e começamos a observar a Ribeira, a Ponte D. Luís, o Mosteiro da Serra do Pilar, a Ponte do Infante, a Ponte Dª Maria Pia, a Ponte de S: João e a Ponte do Freixo. Chegando à ponte de S. João voltamos novamente para trás podendo admirar assim a deslumbrante cidade do Porto, Património Mundial. Depois de termos passado a Ponte D. Luís, navegamos mais um pouco em direcção ao mar para ver a ponte da Arrábida. Daqui não podemos deixar de nos maravilhar com a linda terra dos pescadores,

reforçada na vida de todos e cada um. A celebração terminou com o Cântico do “Pai – nosso, expressão máxima de ligação a Deus e aos outros. A saída da catedral fez-se em cordão humano e no largo da Sé, formaram-se três círculos de alunos, símbolo de união e fraternidade com uma gigantesca largada de balões de diferentes cores em homenagem às centenas de alunos matriculados nesta disciplina em toda a diocese. A caminhada para o Centro Apostólico, pelas diferentes artérias da cidade, aconteceu sob a vigilância da PSP e com o apoio de segurança dos Bombeiros Voluntários da Guarda com a alegria própria dos jovens. Chegados ao Centro Apostólico Dom João de Oliveira Matos, houve o momento de almoço e partilha de farnel. Durante este tempo no Auditório do Centro houve momentos de pinturas faciais e Karaoke que animou as centenas de alunos que enchiam totalmente o espaço. Pelas 14.30 aconteceu o momento mais alto da tarde com o concerto “Palavras em acústico” com o Padre Victor a Afurada. Podemos desde logo lançar um olhar sereno sobre a barra e deparamo-nos com uma incalculável beleza do rio e mar que se misturam e entrelaçam como algo que faz parte de uma só vida. Todos sentiam que estavam a percorrer um caminho inesquecível e a admirarem uma paisagem deslumbrante, calma e incomparável que deixa saudades e vontade de voltar um dia. Retemperados com o almoço partilhado no Parque Municipal do Porto, partimos para Viana do Castelo, rumo ao santuário de Santa Luzia, que levou quarenta anos a construir, onde o convívio, o contacto com este espaço sagrado, a troca de farnel e a foto da praxe foram o prato forte. Do Zimbório desfrutámos o amplo horizonte e repousando o olhar pelo oceano, relembramos, de Fernando Pessoa “ O Mar português” e deixamos ecoar a mensagem de um jornalista do “National Geographic Magazine”: “Santa Luzia tem um dos mais belos panoramas do mundo”. O templo – monumento do Sagrado Coração de Jesus, é testemunho eloquente da crença do humano, conjugando manifestações artísticas que vão desde a arquitectura à escultura, passando pela pintura e ourivesaria, até aos vitrais. Em Santiago, o ponto central da nossa visita foi uma visita guiada à Catedral, a mais importante obra do romântico espanhol, com planta de cruz latina e três naves. A sua construção foi iniciada no século XI, sendo concluída em 1211. A fachada é do século XVIII e é do estilo barroco. Junto ao pórtico da glória ecoou em nós a frase de um pensador espanhol quando visitou este espaço: “ Aqui está a Bíblia esculpida na pedra e a pedra fala por si.” Junto à estátua do arquitecto realizámos o gesto mais significativo para os estudantes compostelanos: bater com a cabeça nesta estátua pedindo: memória, inteligência e vontade…virtudes inquestionáveis para todos os estudantes. Para lá da Catedral e do contacto na fé com o apóstolo Tiago a quem entregámos os nossos pedidos e desejos profundos, o grupo pôde ainda contactar com as pessoas, ruas, praças e tradições

Silva de Lamego. A plateia não parou de aplaudir, participar cantando e dançando com muito entusiasmo e alegria. Após o concerto houve o momento de participação das escolas que quiseram partilhar momentos culturais e recreativos com os demais e houve diversos momentos de dança, música e muita magia. Ao terminar o encontro e num momento de despedida foi oferecido um marcador evocativo deste XV Encontro. Como grande conclusão deste dia, ficou bem vincada a presença entusiasta de muitas centenas de jovens que ainda fazem da E.M.R.C uma opção para a sua vida e que, como tal, requerem, por parte da Igreja e, concretamente, por parte do professor em cada Escola e do Departamento Diocesano do Ensino da Igreja nas Escolas, uma atenção crescente e constante.

Um profundo e sentido obrigado pela participação e envolvimento de todos.

desta agradável cidade bem como inúmeros outros monumentos e universidades aí existentes que a tornaram património mundial. No final o balanço feito é francamente positivo, já que os objectivos de : a) Criar laços entre os membros do grupo b) Visualizar localmente as expressões artísticas, foram amplamente atingidos Por tudo isto podemos concluir que esta visita de estudo nos enriqueceu e nos deixou ainda mais sensíveis aos valores humanos, artísticos e cristãos. António José Lopes Ferreira Prof. de E.M.R.C.

Só poderemos melhorar o mundo distribuindo a verdadeira fé entre todos os povos do O temor saudável provem da fé - o temor erróneo provem da dúvida. mundo. Leon Tolstoi

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Blaise Pascal


AGRUPAMENTO EM AÇÃO Visita de Estudo a Ávila, Toledo e Salamanca Nos dias 15 e 16 de Março de 2012, um grupo de 63 alunos de EMRC, de diferentes turmas do 12º ano, em parceria com a disciplina de

Psicologia, deslocaram-se em visita de estudo a Ávila, Toledo e Salamanca. A saída estava marcada para as 8.30, junto à Escola Secundária de Seia e a primeira paragem aconteceu em Alba de Tormes para visita ao Convento, à vida e à mensagem de Santa Teresa de Ávila. Nasceu na província de Ávila, Espanha, numa família da baixa nobreza. Aos sete anos, gosta muito de ler histórias dos santos. Seu irmão Rodrigo tinha quase a sua idade, por isto costumavam brincar juntos. As duas crianças viviam pensando na eternidade, admiravam a coragem dos santos na conquista da glória eterna. Achavam que os mártires tinham alcançado a glória muito facilmente e decidiram partir para o país dos mouros com a esperança de morrer pela fé. Assim sendo, fugiram de casa, pedindo a Deus que lhes permitisse dar a vida por Cristo. Teresa amava a solidão. A mãe de Teresa faleceu quando esta tinha catorze anos: "Quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então dirigi- me a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha". Quando completou quinze anos, o pai levou-a a estudar no Convento das Agostinianas de Ávila, para onde iam as jovens de sua classe social. Um ano e meio mais tarde, Teresa adoeceu e seu pai a levou para casa. A jovem começou a pensar seriamente na vida religiosa. A jovem comunica ao pai que desejava tornar-se religiosa, mas este pediu-lhe para esperar que ele morresse para ingressar no convento. Seu pai, ao vêla tão decidida, deixou de opor-se à sua vocação.

Sessão de Formação “Alimentação” No dia 13 de abril (20h.30min.), decorreu na Escola Básica de Tourais/Paranhos, uma sessão de formação subordinada ao tema “Alimentação”, dirigida aos Pais/Encarregados de Educação. Foram salientados os seguintes aspetos: - Articulação entre a Escola

Teresa começou a praticar a oração mental. Finalmente, após três anos, recuperou a saúde e retornou ao Carmelo. Sua prudência, amabilidade e caridade conquistavam a todos. Segundo o costume dos conventos espanhóis da época, as religiosas podiam receber todos os visitantes que desejassem, a qualquer hora. Teresa passava grande parte de seu tempo conversando no locutório. Cada vez mais convencida de sua indignidade, Teresa invocava com frequência os grandes santos penitentes Santo Agostinho e Santa Maria Madalena, aos quais estão associados dois factos que foram decisivos na vida da santa. O primeiro foi a leitura das "Confissões" de Santo Agostinho. O segundo foi um chamamento à penitência que ela experimentou diante de um quadro da Paixão do Senhor: "Senti que Santa Maria Madalena vinha em meu socorro... e desde então muito progredi na vida espiritual". Sentia-se muito atraída pelas imagens de Cristo ensanguentado na agonia. Certa ocasião, ao deter-se sob um crucifixo muito ensanguentado, perguntou: "Senhor, quem vos colocou aí?" Pareceu-lhe ouvir uma voz: "Foram tuas conversas no oratório que me puseram aqui, Teresa". Ela chorou muito e a partir de então não voltou a perder tempo com conversas inúteis e nas amizades que não a levavam à santidade. Coloca em prática o plano de fundar um convento reformado. Eis que chega de Roma a autorização para se criar a nova casa religiosa, o que ocorreu no dia de São Bartolomeu, em 1562. A fundação não era bem vista em Ávila, porque as pessoas desconfiavam das novidades e temiam que um convento sem recursos se transformasse em um peso para a cidade. Santa Teresa não perdeu a paz em meio às perseguições e prosseguiu colocando a obra nas mãos de Deus. Teresa estabeleceu em seu convento a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. A comunidade vivia na maior pobreza. As religiosas vestiam hábitos toscos, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas "descalças") e eram obrigadas a abstinência perpétua de carne. A fundadora, a princípio, não aceitou comunidades com mais de treze religiosas. Foi sepultada em Alba de Tormes, onde repousam suas relíquias. Teresa é uma das personalidades da mística católica de todos os tempos. Suas obras, contém uma doutrina que abraça toda a vida da alma, desde os primeiros passos até à intimidade com Deus. Ao morrer sua alegria foi poder afirmar: "Morro como filha da Igreja ". Foi canonizada em 1662. No dia 27 de Setembro de 1970, o papa Paulo VI conferiu-lhe o título de Doutora da Igreja. Santa Teresa de Ávila é unanimemente considerada um dos maiores génios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livrespensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. Sua festa é comemorada no dia 15 de Outubro. Logo após fomos visitar Ávila e após o

almoço partilhado partimos para Toledo. Cervantes descreveu Toledo como a "glória da Espanha". A parte antiga da cidade está situada no topo de uma montanha, cercada em três lados por uma curva no rio Tejo, e tem muitos sítios históricos, incluindo o Alcázar e a Catedral (a igreja primaz da Espanha). Toledo era famosa por sua tolerância religiosa e possuía grandes comunidades de judeus e muçulmanos, até que eles foram expulsos da Espanha em 1492; por isto a cidade tem importantes monumentos religiosos, como a sinagoga de Santa Maria la Blanca e a mesquita de Cristo de la Luz. No século XIII Toledo era um importante centro cultural. A catedral é notável por sua incorporação de luz e nada é mais notável que as imagens por trás do altar, bastante altas, com figuras fantásticas em estuque, pinturas, peças em bronze e múltiplas tonalidades de mármore, uma obra-prima medieval. A cidade foi local de residência de El Greco no final de sua vida, e é tema de muitas de suas pinturas, incluindo O Enterro do Conde de Orgaz, exibido na Igreja de Santo Tomé. Ao início da tarde do dia 19 partimos para Salamanca, é uma das cidades espanholas mais ricas em monumentos da Idade Média, do Renascimento e das épocas clássica e barroca. Destacam-se as Catedrais, o Palácio de La Salina, o Palácio de Anaya, o Palácio de Monterrey, a Casa das Conchas, o Convento das Dueñas e a Torre do Clavero. A actual vida quotidiana de Salamanca centra-se na sua famosa e prestigiada Universidade, na alegria cosmopolita e poliglota dos seus visitantes e na Plaza Mayor. Esta praça, edificada entre 1729 e 1755, é o centro e o símbolo universal da cidade. Salamanca foi escolhida para Capital Europeia da Cultura em 2002, sendo o seu centro histórico Património da Humanidade desde 1988. Ao final do dia regressámos a Seia com a convicção de virmos mais ricos e fortalecidos na vontade de concretizar novos projectos e de sermos cada vez mais dignos de tão valioso património. António José Lopes Ferreira, prof. de EMRC

(Coordenador do Estabelecimento, Professora responsável pelo Projeto PES, Professoras (Cristina Batista, Maria Natália Couto e Maria Miquelina Caetano) e alunos do 1º Ciclo) e o Centro de Saúde de Seia (nutricionista - Drª Raquel Arteiro e dois enfermeiros da UCC/Unidade de

Cuidados na Comunidade – Enf. Isabel Cruz e Enf. Duarte Marvanejo). - Grande adesão e participação dos Pais/Encarregados de Educação. - Grande participação e satisfação dos alunos e Pais/Encarregados de Educação, na representação de uma peça de teatro – “Os Alimentos” e duas canções, subordinadas à temática da alimentação. A professora, Dulce Vicente

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AGRUPAMENTO EM AÇÃO Dia da amizade

O Carnaval

A semana da leitura

Na semana da amizade vivemos momentos muito importantes. Descobrimos que na a amizade é um sentimento que ate pode ter cores, aprendemos que na escola temos

Na nossa escola brincámos ao carnaval. Foi giro porque nos divertimos muito, brincamos aos palhaços, experimentamos pinturas faciais que nos transformaram em heróis, princesas e até em animais muito fortes. O desfile de carnaval foi muito giro, as pessoas vieram à rua para ver passar o “Casamento da Gata”. Sim, o livro com este nome e do qual gostamos muito, foi o escolhido para servir de tema ao desfile.

Ao longo da semana da leitura aconteceu..... tivemos na nossa escola alguma visitas que nos leram e contaram histórias, contos, que trouxeram a magia e a alegria de viver, sonhar, imaginar, com os livros.... esses nossos amigos ! Os livros estão sempre no nosso dia a dia , mas nesta semana ainda gostámos mais das surpresas que com eles vieram. Transformámo-nos em principes e princesas, sonhámos com contos de encantar do tempo dos avós, juntámos a música à historia e sabem , foi uma semana muito intensa , valeu a pena pôr mãos na obra! Obrigado a todos os que nos visitaram e leram para nós pois, ler, ouvir e contar ensina-nos a aprender e a saber mais. E foi nesta semana que começou uma aventura a que já demos um nome “ uma história de amor” uma historia de uma flor... e que ainda vai continuar. Obrigado a todos os que colaboraram nesta história ..... feita com muito carinho e amizade. Lemos muito, aprendemos e crescemos.

amigos especiais. Fizemos vários jogos e ate fizemos prendas especiais para alguém de quem gostamos muito. Um coração que cheirava tão bem! e um coração de fantoche que levou mensagens de amizade. Medimos também quanto gostamos desse amigo especial. Foi muito divertido e aprendemos que ter amigos é muito importante.

Luísa Ducla Soares Nos dias 16 e 17 de abril esteve em Seia a escritora Luísa Ducla Soares, a convite do Município. Esta escritora foi convidada para estar presente na final do concurso “S.E.R.” (Saber,

DISLEXIA – AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO

Profª. Leontina Castanheira Figueiredo, JI de Vila Verde

Exprimir, Responder), que teve lugar no dia 16 de abril, pelas 21h, no Cineteatro da Casa Municipal da Cultura. As Bibliotecas Escolares das EB Abranches Ferrão e de Tourais / Paranhos receberam a escritora Luísa Ducla Soares, no dia 16 de abril, apresentando sessões de conversa. As crianças dos jardins-deinfância tiveram oportunidade de participar, de interagir e de dialogar, entoando canções e apresentando trabalhos em PowerPoint. Nas bibliotecas escolares estiveram expostos materiais, construídos pelas crianças, entre os quais fantoches, ilustrações, jogos, adereços utilizados nas dramatizações das histórias. Estes foram desenvolvidos nas diversas áreas curriculares, integrando o projeto " A Literatura Infantil e a interdisciplinaridade no Jardim de Infância". Na sessão com os alunos do 1.º ciclo houve a possibilidade de mostrar trabalhos, no âmbito da exploração do livro “A história da Papoila”, assim como pequenas dramatizações e declamação de poemas. No final, foram colocadas algumas questões e houve, ainda, uma sessão de autógrafos. crianças e jovens que apresentam a problemática. Estiveram presentes na atividade cerca de quatro dezenas de participantes, abrangendo

Organizada pelo Núcleo de Educação Especial do Agrupamento, realizou-se no passado dia 16 de maio, no auditório da Escola Básica de Tourais/Paranhos, uma ação de formação sobre Dislexia, orientada pela Dra. Ana Rita Peres (Psicopedagoga). Destinada a professores de todos os níveis de ensino e a encarregados de educação de alunos disléxicos, a ação abordou situações relacionadas com a identificação de sinais de alerta e principais manifestações da dislexia, procurando desenvolver competências de avaliação e intervenção em

Estes momentos de partilha foram muito enriquecedores e avaliados de forma positiva por todos os que se envolveram nesta iniciativa. Confirmou-se que a escritora tem histórias que entusiasmam a leitura. A equipa da BE

professores de diversas escolas/agrupamentos e encarregados de educação. Da avaliação da ação, feita por questionário, é possível concluir que o tema foi pertinente, a formadora estimulou o interesse pelo assunto e os objetivos definidos para a atividade foram atingidos. Tratando-se de uma temática transversal, com interesse para a comunidade educativa, o Núcleo de Educação Especial promete continuar a possibilitar a todos os professores e encarregados de educação o aprofundamento de conhecimentos sobre o assunto, nomeadamente ao nível da identificação de sinais de alerta e da intervenção em alunos disléxicos. Núcleo de Educação Especial

Colhe a alegria das flores da primavera e brinca feliz enquanto é tempo. Sempre haverá os dias em que chegará o inverno e não terás o perfume das flores, nem o sol, nem a vivacidade das cores.

O outono derrubou as minhas pétalas, porém não destruiu o meu aroma, e na primavera vindoura terei minhas pétalas de volta, e enviar-tas-ei antes que outro outono venha e as leve.

Augusto Branco

Sander

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AGRUPAMENTO EM AÇÃO experiência, quer pelas aprendizagens que lhe estiveram inerentes, quer pelas sensações vividas. Esta Atividade foi importante, na medida em que se verificaram resultados concretos sobre a importância da formação de adultos. Numa segunda fase da Atividade, o Dr. Diogo Saraiva, médico dentista da nossa cidade, desenvolveu uma sessão muito prática e bastante esclarecedora sobre uma correta e eficaz higienização oral e procedeu a uma demonstração sobre “ revelação da placa bacteriana”. Houve ainda um espaço para o doutor responder a todas as questões colocadas pelo público assistente.

ATIVIDADE INTEGRADORA CURSO EFA AÇÃO EDUCATIVA 3ºANO No passado dia 24 de abril de 2012, as formandas do Curso EFA - Técnico de Ação Educativa do 3º Ano concretizaram a sua Atividade

divulgação e apresentação, nomeadamente cartazes, flyers, programa, sombras, decoração do espaço, etc. As quadras que serviram de suporte a esta apresentação, foram também elaboradas pelas formandas, com base na temática da UFCD “Higiene, Saúde e Segurança da Criança”. Alguma ansiedade que antecedeu a apresentação dos trabalhos foi apenas um sentimento natural de um grupo de pessoas que se dedicaram, de corpo e alma, aos desafios a que se propuseram. Integradora, cujo tema era “A Higiene dos Dentinhos em Sombras Chinesas”. Depois de um percurso formativo inicial, que foi, passo a passo, ganhando forma, as formandas, com o apoio incondicional da equipa de formadores, presentearam uma plateia, constituída por algumas dezenas de pessoas, com uma apresentação de um teatro em sombras chinesas subordinado ao tema “A Higiene dos Dentinhos”. Ao longo da formação, procurou desenvolver-se um trabalho transversal de pesquisa, reflexão e produção que proporcionou conhecimentos e aprendizagens de natureza científica, técnica e social. Foram desenvolvidas atividades e elaborados trabalhos que contribuíram para o desenvolvimento pessoal, social e profissional das formandas e culminaram na apresentação da Atividade Integradora. Considerando que esta Atividade tinha como principal enfoque a apresentação em sombras chinesas, as formandas desenvolveram um excelente trabalho, elaborando, sob orientação dos formadores, os materiais necessários à sua

Semana da Leitura - 2012

As formandas estiveram muito bem na apresentação dos trabalhos, sendo notável o amadurecimento de posturas, saberes, bem como a facilidade em aplicar e mobilizar conhecimentos. Fizeram, ainda, uma apreciação muito positiva da

Participação da mãe e da tia da Inês com a história: “O Capuchinho vermelho”

Jardim de Infância de Tourais

No final, o Dr. Diogo distribuiu por todos os participantes pequenas amostras relacionadas com o tema da palestra. Também as formandas não quiseram terminar a sessão, sem antes oferecerem ao Dr. Diogo uma pequena lembrança, por elas elaborada. A avaliar pelas intervenções e questões dos intervenientes e ainda pelas respostas ao questionário de avaliação dadas pelos participantes, podemos concluir que a Atividade foi bastante interessante, esclarecedora e útil. De salientar o desempenho das formandas em todo o trabalho desenvolvido. Resta-nos pois, continuar… com a força e certeza de que, outros desafios se seguem. Sendo a vida “uma contínua e inacabada forma de aprendizagem!”, nunca é tarde para aprender. Daí a importância da existência dos Cursos EFA. A Mediadora Isabel Saraiva

Após a história do "Capuchinho Vermelho, a tia da Inês desenvolveu uma atividade de ORIGAMI. No fim, agradecemos à tia e à mãe da Inês, oferecendo-lhes um quadro.

Participação do Professor José Manuel, com a história: “O Sapo apaixonado”

Prof.ª Fátima Miragaia

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Conto Os doze irmãos Em tempos idos, pensava-se que cada um dos Doze Dias de Natal, de 26 de dezembro a 6 de janeiro, funcionava como um prenúncio do que os doze meses do ano seguinte viriam a ser. As pessoas analisavam o tempo meteorológico desses doze dias e faziam previsões, jogos, trocavam histórias, e divertiam-se, com o intuito de que o novo ano fosse benéfico. Esta história da República Checa recordanos que cada mês do ano é especial, e que o conjunto dos doze meses formam o círculo, ou ano. A mudança das estações reflete o ciclo da existência humana, começando pelo início da vida (solstício de inverno), e passando pela infância (primavera), a idade adulta (verão), a maturidade (outono), a velhice e a morte (de novo o inverno). O destino das duas irmãs da história recorda-nos também que uma vida que respeita a Natureza contém as suas próprias recompensas, enquanto uma vida que a desrespeita pode acarretar consequências desastrosas. *** Numa floresta longínqua, viviam uma viúva e duas raparigas. Uma era a sua filha, Holena, e a outra era a sua enteada, Marusha.

Holena era feia e mimada, enquanto Marusha era bonita e tinha de desempenhar as tarefas todas. Era ela quem ia ao poço, todas as madrugadas, buscar água, quem esfregava e cozinhava, e quem fiava e tecia até ao anoitecer. À medida que as raparigas iam ficando mais velhas, a reputação de Marusha como jovem bela e trabalhadora ia crescendo, enquanto a reputação de Holena como moça indolente aumentava. Em breve a viúva deu-se conta de que, a não ser que a enteada saísse de casa, ninguém iria casar com a preguiçosa Holena. Num dia de inverno rigoroso, a madrasta chamou Marusha e disse-lhe: — A tua irmã quer violetas. Vai buscar-lhe algumas. Era sua intenção que a enteada fosse devorada pelos lobos esfaimados que costumavam errar pela floresta. — Mas onde vou eu encontrar violetas em pleno inverno? — exclamou Marusha, enquanto a empurravam para fora de casa, envergando ela apenas um fino vestido.

A tremer, devido ao vento agreste do norte, Marusha caminhou até ao cair da noite, cheia de medo do uivar dos lobos, que pareciam aproximar-se cada vez mais. Estava quase a desistir da busca, a deitar-se na neve e a adormecer para sempre, quando se apercebeu do cintilar de uma luz no cimo da colina. Então, cambaleou até à luz acolhedora na esperança de encontrar abrigo. Contudo, quando Marusha atingiu o cume da

encosta, recuou, espantada. A cena com que deparou era diferente de tudo o que presenciara até então, e parecia uma história dos tempos antigos. Diante dela ardia uma enorme fogueira. À volta, sentados em silêncio num círculo de doze pedras, doze homens fitavam-na. Também eles não se pareciam com nenhum homem que Marusha vira antes. Três eram idosos, com longas barbas brancas, e vestiam de azul escuro. Os três vestidos de púrpura eram de meia-idade e outros três vestiam de escarlate. Os três mais jovens vestiam de branco e verde. Na pedra maior de todas, estava sentado o mais velho de todos, com um bordão na mão. Marusha fez-lhe uma vénia respeitosa e pediu: — Por favor, senhor, será que posso aquecer-me junto da fogueira? O velho respondeu numa voz grave: — Quem és tu, minha filha, e porque caminhas pela floresta à hora a que os lobos vagueiam? Marusha falou-lhe das violetas e o velho disse: — Vieste ter ao lugar certo, pois somos os Doze Irmãos do ano. Eu sou janeiro, chefe de todos os outros. Não posso dar-te violetas, mas o meu irmão março pode. O velho janeiro levantou-se e cedeu o lugar a um dos jovens de branco e verde. Mal este se sentou no lugar do chefe, a neve em torno deles derreteu. Despontaram, então, árvores e violetas. — Depressa, leva-as contigo! — ordenou o jovem março, com uma voz tão penetrante como o vento. A rapariga colheu as violetas e, depois de lhe agradecer, correu de volta para casa. A viúva olhou, incrédula, para as flores de cor púrpura que a enteada trazia nas mãos. — Onde encontraste violetas em janeiro? — quis saber. — Acolá, na colina — respondeu a rapariga. Uns dias mais tarde, a viúva tentou um novo estratagema. Desta vez disse: — A tua meia-irmã precisa de morangos. Vai e não voltes sem eles! E empurrou Marusha para fora de casa, sem que esta tivesse os sapatos calçados. A madrasta achava que, apesar de ter sido possível encontrar algumas violetas por entre a neve, não haveria decerto morangos nenhuns. E a rapariga regressou para junto das figuras silenciosas que circundavam a fogueira na colina. Os Doze Irmãos escutaram em silêncio o seu pedido e, de novo, o velho janeiro pediu a um irmão mais jovem que tomasse o seu lugar. Mal junho, vestido de escarlate, se sentou no lugar do chefe, espalhou-se pela colina um Verão glorioso. As abelhas

começaram a zumbir em torno das flores brancas dos morangueiros, que logo desabrocharam e originaram frutos maduros. — Leva os que quiseres — disse junho, soltando uma gargalhada alegre. Marusha colheu os frutos e agradeceu a junho a sua bondade. Quando regressou a casa, deu os morangos a Holena, que os comeu avidamente. — E, já agora, onde encontraste estes? — perguntou a viúva, com o olhar desconfiado. — Sob as árvores do abrigo da montanha — foi tudo o que Marusha lhe respondeu. Alguns dias mais tarde, Holena pediu maçãs à mãe, que enviou a enteada em busca delas, sem sequer um lenço para proteger-lhe a cabeça. O vento soprava ainda mais fortemente e a neve estava cheia

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de cristais de gelo. À medida que caminhava com custo, Marusha tentava não prestar atenção aos olhos brilhantes dos lobos por entre as árvores escuras. Quando chegou ao topo da colina, pela terceira vez, pediu de novo ajuda aos Doze Irmãos. E, de novo, janeiro cedeu o seu lugar, desta vez ao magnífico setembro, vestido de púrpura. De repente, ei-los rodeados pelo outono. As folhas ficaram de cor laranja, amarela e vermelha, e uma macieira carregou-se de frutos. — Abana-a, minha filha — encorajou-a setembro, com um sorriso doce e uma voz madura. Marusha abanou a árvore e caíram duas maçãs perfeitas. Depois de agradecer a setembro a sua amabilidade, a rapariga levou as maçãs para casa. Holena engoliu as maçãs num ápice e pediu mais, pois tinha-as achado ainda mais deliciosas do que os morangos. Enquanto a viúva congeminava novas formas de se livrar da enteada, Holena pediu à mãe: — Mãe, empresta-me o teu melhor casaco de pele e as tuas luvas. Tenho a certeza de que a Marusha guarda a maior parte da fruta para ela e quero ir procurar o seu esconderijo. Depois de muito protestar, a viúva acabou por aceder ao desejo da filha. Holena embrulhou-se no casaco de pele com carapuço e saiu de casa. A arfar, e com o nariz vermelho do frio, atingiu, por fim, o topo da colina. Sem sequer cumprimentar os Doze Irmãos, ou pedir-lhes permissão, aproximou-se da fogueira para se aquecer. O velho janeiro perguntou: — Quem és tu, minha filha, e o que queres de nós? Holena sacudiu a cabeça e respondeu: — O que eu quero não é da tua conta, velho tonto!

Janeiro, com a barba branca cheia de gelo, levantou-se, zangado, e lançou um grito que mais parecia o prolongamento dos ventos sibilantes do inverno. Holena caiu de costas, aterrorizada. Mal o velho volteou o seu bordão em torno da cabeça da rapariga, começaram a cair enormes flocos de neve. Holena fugiu do círculo de pedras e foi em busca do lugar de onde viera. Mas os flocos tinham coberto as suas pegadas e ela não conseguia encontrar o caminho. Enquanto fugia da raiva do velho, a neve iase acumulando em seu redor. Acabou por cair num buraco fundo, que a soterrou. Em casa, a viúva aguardava, cada vez mais ansiosa, o regresso da filha. Vestiu o seu segundo melhor casaco de pele, calçou as segundas melhores luvas, e foi em busca de Holena. Como a fúria de janeiro ainda não tinha abrandado, a tempestade de neve durou a noite inteira e nunca mais ninguém viu a viúva ou a filha. Marusha continuou a ser diligente: fez o jantar, deu de comer à vaca e encheu o fuso de linha. Quando a madrasta e a meia-irmã não voltaram à noite, foi à janela ver o tempo: a neve tinha cessado e as estrelas cintilavam no céu limpo, no silêncio da noite. Curiosamente, não sentia medo ou solidão, porque sabia que os Doze Irmãos tomavam conta do ano. Viveu sempre com as bênçãos deles no seu coração e, quando se casou e foi mãe, ensinou os filhos a ver cada mês como um tio, com diferentes prendas para oferecer, e a agradecer sempre as graças próprias de cada estação do ano.

Caitlín Matthews; Helen Cann Fireside Stories Bath, Barefoot Books, 2007 (Tradução e adaptação)


POESIA Poeta sou Ninguém serei Minha dor dói-me E isso eu sei Tenho pressa, desafios Luzes apagadas Que me servem de afinos Estes desabafos suspiros Minha realidade melhor Sem sentir o pior Fujo da filosofia da ciência Da biologia… Não sei que digo Mas com isso me rio Meros perigos Encostam-se no saber Agrados pedidos No meu amanhecer Eu acordei Acordei para ser sentido Foge, senão eu sigo Minha mágoa Ultrapassa limites Com isso me jogo Com palpites

Vaidade

Abecedário Sem Juízo

Sonho que sou a Poetisa eleita, Aquela que diz tudo e tudo sabe, Que tem a inspiração pura e perfeita, Que reúne num verso a imensidade!

A é a abelha, que zumbe na telha. B é o biscoito, que parece um oito. C é o Cristiano, que come massa todo o ano. D é a doninha, que cheira bem como a sardinha. E é o elefante, que tem uma tromba gigante. F é a foca, que está dentro da toca. G é o gato, que roeu um sapato. H é o Henrique, que fez um programa na SIC. I é a Inês, que não se cala uma vez. J é o javali, que anda sempre por aqui. L é o leão, que nunca come pão. M é o macaco, que fuma muito tabaco. N é a narceja, a comer uma cereja. O é a Olga, que teve folga. P é o Português, que não tem dinheiro ao fim do mês. Q é o quatro-olhos, que usa um vestido de folhos. R é a Rosa, que é muito carinhosa. S é o sapateiro, que tem pouco dinheiro. T é a tartaruga que gosta de leituga. U é a Umbelina que gosta da piscina. V é o Vasco que come um damasco. X é o xarroco, acorda tarde, o dorminhoco. Z é a zebra, que gosta de comer febra.

Sonho que um verso meu tem claridade Para encher o mundo! E que deleita Mesmo aqueles que morrem de saudade! Mesmo os de alma profunda e insatisfeita! Sonho que sou Alguém cá neste mundo... Aquela de saber vasto e profundo, Aos pés de quem a Terra anda curvada! E quando mais no céu eu vou sonhando, E quando mais no alto ando voando, Acordo do meu sonho... E não sou nada!... Florbela Espanca

Destino Será possível olhar-me ao espelho E ver minha imagem vazia De um sereno calmo Um tanto ou quanto percalço Salientam-se os olhos Da arte mirabolante e indecisa Que nos toca aos medos Que o povo precisa Arde o sol Na gasolina de desfecho Sara a ferida Do apocalítico começo Águas mornas estas Em que me desdobro Morena paisagem Que tanto olho Imagem sujeita Ao intenso e eterno Julgamento

10º A 7º A, EB de Tourais/Paranhos

Tão Grande Dor «Tão grande dor para tão pequeno povo» palavras de um timorense à RTP

O Poema Timor fragilíssimo e distante Do povo e da guerrilha Evanescente nas brumas da montanha <<Sândalo flor búfalo montanha Cantos danças ritos E a pureza dos gestos ancestrais>> Em frente ao pasmo atento das crianças Assim contava o poeta Rui Cinatti Sentado no chão Naquela noite em que voltara da viagem Timor Dever que não foi cumprido e que por isso dói Depois vieram notícias desgarradas Raras e confusas Violências mortes crueldade E anos após ano Ia crescendo sempre a atrocidade E dia a dia --- espanto prodígio assombro --Cresceu a valentia Do povo e da guerrilha Evanescente nas brumas da montanha

Circo

10º A

O poema não é o canto que do grilo para a rosa cresce. O poema é o grilo é a rosa e é aquilo que cresce. É o pensamento que exclui uma determinação na fonte donde ele flui e naquilo que descreve. O poema é o que no homem para lá do homem se atreve.

No circo cheio de luz Há tanto que ver!... «Senhores!" -Grita o palhaço da entrada, Todo listrado de cores"Entrai, que não custa nada! À saída é que se paga..." O palhaço entrou em cena, Ri, cabriola, rebola, Pega fogo à multidão.

Os acontecimentos são pedras e a poesia transcendê-las na já longínqua noção de descrevê-las. E essa própria noção é só uma saudade que se desvanece na poesia. Pura intenção de cantar o que não conhece.

Ri, palhaço! Corpo de borracha e aço Rebola como uma bola, Tem dentro não sei que mola Que pincha, emperra, uiva, guincha, Zune, faz rir! José Régio

Natália Correia

História do Sr. Mar Timor cercado por um bruto silêncio Mais pesado e mais espesso do que o muro De Berlim que foi sempre falado Porque não era um muro mas um cerco Que por segundo cerco era cercado O cerco da surdez dos consumistas Tão cheios de jornais e de notícias Mas como se fosse o milagre pedido Pelo rio da prece ao som das balas As imagens do massacre foram salvas As imagens romperam os cercos do silêncio Irromperam nos écrans e os surdos viram A evidência nua das imagens Sophia de Mello Breyner Andresen

Só por isso, mãe Mesmo que a noite esteja escura, Ou por isso, Quero acender a minha estrela. Mesmo que o mar esteja morto, Ou por isso, Quero enfunar a minha vela.

Deixa contar... Era uma vez O senhor Mar Com uma onda... Com muita onda...

Mesmo que a vida esteja nua, Ou por isso, Quero vestir-lhe o meu poema.

E depois? E depois... Ondinha vai... Ondinha vem... Ondinha vai... Ondinha vem... E depois...

Só porque tu existes, Vale a pena!

A menina adormeceu Nos braços da sua Mãe... Lopes Morgado

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Matilde Rosa Araújo

Há palavras com o dom De atrapalhar a gente, Pois que, tendo o mesmo som, Têm grafia diferente. Passo, com s dobrado, em de passar - bem sabeis -; Paço, com c cedilhado, É palácio ... mas de reis. Nós, com s é um pronome, E um pronome de primeira; Noz, com z é sempre um nome Pois é fruto de nogueira. Irondino Teixeira Aguiar

Não posso adiar o amor para outro século Não posso Ainda que o grito sufoque na garganta Ainda que o ódio estale e crepite e arda Sob montanhas cinzentas E montanhas cinzentas Não posso adiar este abraço Que é uma arma de dois gumes Amor e ódio Não posso adiar Ainda que a noite pese séculos sobre as costas E a aurora indecisa demore Não posso adiar para outro século a minha vida Nem o meu amor Nem o meu grito de libertação Não posso adiar o coração A. Ramos Rosa


PASSATEMPOS

RIR... É BOM

CULINÁRIA SUGESTÃO: Bolo de chocolate Floresta Negra

Doido encerado Um maluco está a esfregar-se com cera quando aparece um enfermeiro: - O que é que está a fazer? - Estou a pôr cera. - Cera? Para quê? - Então, os outros são doidos varridos, eu quero ser doido encerado. Luís Monteiro, Évora, in S. R.

Fúria do caracol Um homem já estava deitado quando alguém lhe bateu à porta. Quando abriu, deparou com um caracol que vendia enciclopédias. Irritado por o intruso lhe bater à porta àquela hora da noite, agarrou no caracol e atirou-o para os arbustos do jardim. Dois anos mais tarde, o homem estava a preparar-se para sair para o trabalho quando ouve uma batida na porta. Era o mesmo caracol, que grita com raiva: «Para que é que foi aquilo?»

Ingredientes para 6 pessoas: 50 g. de farinha 5 colheres de sopa de cacau em pó 100 g. de açúcar 1 pitada de sal fino 5 claras (ovos grandes) 1 colher de chá de essência de baunilha 340 g. de cerejas-pretas descaroçadas e cortadas ao meio 1 colher de sopa de açúcar de confeitaria Para servir (opcional) 3 colheres de sopa de fromage frais 1 colher de sopa de doce de cereja 1-2 colheres de sopa de kirsch ou de rum Preparação:

Aqueça o forno a 180ºC. Forre uma forma redonda de bolo com 23 cm de diâmetro com papel vegetal. Peneire a farinha, o cacau em pó, metade do açúcar e o sal para uma tigela. Família-Nação Numa outra tigela grande, sem vestígios de gordura, bata as claras em castelo até estarem bem firmes. Junte o restante açúcar, uma colher de «A minha família é como uma nação», diz um sujeito ao colega de trabalho. sopa de cada vez, e a essência de baunilha, batendo sempre até estarem duras. «A minha mulher é a ministra das finanças, a minha sogra a ministra da Guerra e a Polvilhe as claras em castelo com a mistura da farinha e do cacau minha filha a ministra dos Negócios Estrangeiros.» em pó e envolva com cuidado para não baixar as claras, mas de forma a «Parece interessante», responde o amigo. «E qual é a tua situação?» incorporar completamente. Deite este preparado na forma e alise. «Eu? Eu, sou o povo. Limito-me a pagar.» Disponha as cerejas sobre a massa. Leve 20-25 minutos ao forno, ou até o bolo ter subido e estar firme In S. R. ao toque, mas ainda húmido na parte superior. Retire do forno e deixe arrefecer. Antes de servir, polvilhe o bolo com o açúcar de confeitaria. Se Mais interessante «Estava a jogar xadrez com um amigo e ele disse: "Vamos tornar isto mais interessante." quiser servir com o acompanhamento de fromage frais, misture o queijo com o doce de cereja e o kirsch ou o rum. E assim deixámos de jogar.» Maurice Poitras, Ontário, in S. R.

Matt Kirshen, humorista, in S. R.

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EM DESTAQUE XI EXPOSIÇÃO DE ARTE A Semana das Artes 2012 decorreu entre 16 e 20 de abril, com assinalável sucesso e participação das escolas de ambos os Agrupamentos de Escolas de Seia. Centrada na XI Exposição de Arte, que reuniu trabalhos de alunos e de artistas convidados, a iniciativa organizada pelo Curso de Artes Visuais, em parceria com a Biblioteca Escolar, alargou-se às outras escolas do Agrupamento e comunidade local. Neste âmbito, há a destacar a realização de uma oficina de fotografia na Escola Dr. Abranches Ferrão e a parceria com a Eastpack Portugal/Blitstorm de São Romão, graças à qual se realizou a segunda edição do concurso de mochilas costumizadas. Outros momentos a destacar foram os encontros com o artista plástico Ricardo Cardoso, o artista plástico e designer Luís Belo e o arquiteto Fritz Wessling, que permitiram esclarecer ligações entre a formação artística e a vida ativa, assim como um workshop de fotografia digital aberto a alunos visitantes do 2º e 3º CEB e atividades orientadas para os alunos do 1º CEB: ilustração de contos, modelação e esculturas com balões. O logotipo e o cartaz da Semana das Artes 2012 resultaram de concursos interescolares, tendo sido escolhidas e premiadas, respetivamente, as propostas de Nicole Duarte (9ºA, EB 2 3 de Tourais/Paranhos) e Nuno Bastos (12ºD, Escola Secundária de Seia). No âmbito da disciplina de Oficina Multimédia B, os alunos do 12ºD realizaram a cobertura fotográfica e vídeo da Semana das Artes, sendo da sua autoria as imagens que ilustram este texto. Uma seleção de trabalhos dos alunos finalistas do Curso de Artes Visuais, patentes na XI Exposição de Arte, será brevemente mostrada no foyer do cineteatro da Casa Municipal da Cultura, com o apoio da Câmara Municipal de Seia. SGD

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