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Edição: Equipas das Bibliotecas Escolares Ano letivo 2012-2013 Junho

DO NOSSO AGRUPAMENTO

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Atividades das Bibliotecas Escolares (ver pág. 8-9 )

Luís de Sttau Monteiro

À conversa com a escritora Maria João Lopo de Carvalho

A perseguição pela PIDE e a censura de os seus textos foram alvo provam o carácter interventivo da sua escrita e a sua estreita ligação com a realidade portuguesa da época. (ver pág. 3)

(ver pág. 6 e 7)

Agrupamento em ação (ver pág. 10 -12)

Autonomia decretada É indispensável que os líderes escolares exerçam uma ação fundamental na criação das condições necessárias para a mudança e para o desenvolvimento das escolas, bem como na institucionalização de culturas de colaboração entre o corpo docente e as diversas estruturas de gestão intermédia das escolas.

Conto: Abrir asas e voar Acredito que todo o sucesso começa quando abres as tuas ASAS - quando acreditas no teu valor, confias no teu íntimo, cuidas de ti, tens um objetivo e delineias uma estratégia pessoal. E, nesse momento, os sonhos impossíveis tornam-se realidade.

(ver pág. 5) (ver pág. 13)


ARTIS XI: (DES)FORMATAR mentalidades e rotinas em tempos de crise

Editorial PORTUGAL Somos vizinhos do mar Que nos dá sonho e comida Lembrando o que descobrimos Com tantos anos de vida. Mareantes, emigrantes, Fomos sempre buscar fora Aquilo que nos faltava Sem perder pela demora. Temos uma mesa de reis E uma história de grandeza, Mas baixamos a cabeça Dando lugar à tristeza. Texto de José Jorge Letria, in “O Alfabeto dos Países”

Junho chegou e com ele tantos acontecimentos se assinalam. O final do ano escolar, a chegada do verão, a terceira edição deste jornal e outros mais decorrentes do atual contexto sócio-económico que se vive no país… Neste sentido, consideramos que toda a ação desenvolvida, neste período escolar pelo agrupamento, proporcionou um conjunto de descobertas e vivências que enriqueceram as páginas do nosso dia a dia. Efetivamente, importa que os momentos de ansiedade e de tristeza, que por vezes nos invadem, não perturbem a nossa visão/missão/ação educativa. É urgente contrariar a tristeza e o cansaço que parece pairar no ar, na vida de cada um e na atual sociedade portuguesa. Tal espectro influencia, de algum modo, o contexto escolar. Julgamos, caro leitor, que a situação tem de ser ultrapassada. Devemos manifestar novas atitudes, saber encarar os problemas com outros olhos. Para isso é preciso relaxar, refletir, ler, agir com serenidade, ponderação e discernimento. Só assim poderemos viver, com equilíbrio cada momento, de uma forma mais presente, reforçando as nossas energias e cultivando o bem-estar. Que as férias que se aproximam tragam espaços de lazer, interação com o outro, sorrisos, alegria e inspiração para muitos atos de criatividade. Ativemos todos os nossos sentidos. Aprendamos a sorrir à vida, para que ela nos sorria! A equipa da BE

SUGESTÕES DE LEITURA:

O Festival de Artes Plásticas de Seia – ARTIS XI -, promovido pela Câmara Municipal de Seia, em parceria com a Associação de Arte e Imagem de Seia, decorreu entre 4 de maio e 9 de junho. O festival proporciona aos artistas locais a oportunidade de mostrarem o seu trabalho no contexto de um evento criado em 1999 como a Exposição Coletiva dos Artistas Senenses e que abrange atualmente as áreas da pintura, escultura, fotografia, performance e música. O tema aglutinador, "(DES) FORMATAÇÃO", apelava à autocrítica e à renovação da atitude e produção artísticas. Mário Jorge Branquinho, programador e responsável pela Casa da Cultura, explicou a importância do tema: “Comandados no sonho de despertar entusiasmos, em tempos de crise e crentes no permanente pensamento crítico (…) que impele a revoluções inovadoras, sobra a esperança de refundarmos novos mundos criativos. Sobra o que somos e o que criamos. (…) Por isso, importa que em Seia, como em qualquer parte do mundo, prossiga a ideia de inquietação criativa e leve, forte ou tenuemente, a construir, a pouco e pouco, essa consciência de transformação, fora do jargão que tanto condiciona como inibe”. A exposição de Artes Plásticas decorreu nas Galerias da Casa Municipal da Cultura e o Foyer do Cineteatro acolheu a exposição de fotografia. Alguns artistas com obras expostas no ARTIS foram alunos de Artes da Escola Secundária de Seia (Alexandra Prata, Filipe Patrocínio, Marta Peres, Ricardo Cardoso, Susana Wessling) ou frequentam o Curso de Artes Visuais (Inês Saraiva) e são professores do Agrupamento de Escolas de Seia (Mário Rui Gouveia e Sérgio Reis). As exposições foram muito visitadas, inclusive por alunos de diversas escolas do concelho, acompanhados pelos respetivos professores. Na abertura oficial da ARTIS, que decorreu no cineteatro de Seia a 4 de maio, foram homenageados os artistas Ana Carvalhal (Pintura), Carlos Moura (Fotografia) e Tozé Novais (Música). A cerimónia de abertura culminou com um concerto da Orquestra Didática do Conservatório de Música de Seia, da qual fazem parte alguns alunos do Agrupamento de Escolas de Seia. A Academia Sénior de Seia associou-se à ARTIS através de uma iniciativa de rua, pintando as tampas de esgoto da cidade no dia da abertura do Festival, mas o programa incluiu ainda uma performance de Ricardo Cardoso, uma representação teatral a cargo do grupo local “Senna em Palco”, apresentação de livros de Mila Sousa e Manuel Sousa. O ponto alto do encerramento do ARTIS XI foi a Mostra de Música Moderna de Seia, a 8 de junho, destinada a revelar e valorizar os talentos locais na área da música. O catálogo da ARTIS XI pode ser consultado em http://www.cmseia.pt/artis/. SR

Visita de um professor de Físico-Química à Escola Básica de Paranhos da Beira

Ficha Técnica

Responsáveis: Equipa das Bibliotecas Escolares Composição de textos: Comunidade Fotografia: Comunidade Email: jornalvivencias@gmail.com Web: http://www.aeseia.pt Recolha de textos e organização: Isaura Almeida, Liliana Melo, Lurdes Alcafache e Manuela Silva Montagem e fotocomposição: Manuela Silva Apoio técnico: Luís Pinto Revisão de textos: Orlanda Moreira, Isaura Almeida, Isaura Bernardo e Lurdes Alcafache Tiragem: 500 exemplares

A convite da nossa professora, no dia vinte e dois de maio reunimos, na Escola de Paranhos da Beira. O professor Rui, que dá aulas de Físico-Química no Agrupamento de Escolas de Gouveia, veio falar-nos sobre o sistema solar, no âmbito da disciplina de Estudo do Meio. Mostrou-nos um PowerPoint para percebermos melhor o universo. Falou de algumas curiosidades sobre os planetas, a nossa via láctea, as estrelas, os asteróides, os meteoritos e a lua. Chamou dois colegas nossos para explicar o movimento de rotação e translação. Também falou das fases da lua e como ela é mentirosa. Foi muito agradável contar com a presença do Coordenador de Estabelecimento, professor José Manuel. Tínhamos muitas perguntas para fazer ao professor, mas o tempo passou muito depressa e algumas ficaram por responder. No final, dois colegas nossos entregaram, em nome de todos, um certificado de presença. Adorámos esta aula.

Impressão: Tipografia Central Rua Cesário Verde, nº1 Zona Industrial 2 3530-140 Mangualde

Trabalho realizado pelos alunos do 3º ano, turma F. A professora Dalila Ferrão Brito

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EM DESTAQUE Luís de Sttau Monteiro

Luís de Sttau Monteiro de seu nome completo, Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro, nasceu em Lisboa a 3 de abril de 1926 na rua de Liverpool. Mais tarde aproveitará esta situação para brincar, dizendo: “ Sou tão estrangeiro que até nasci na rua de Liverpool”. Teve junto da família uma infância e juventude onde os problemas económicos não se colocavam, pois os seus pais tinham uma vida desafogada. Filho de Armindo Monteiro, jurista, professor catedrático e diplomata e de uma senhora espanhola, pertencente à nobreza, foi, com apenas dez anos, para Londres, onde o pai exerceu funções de embaixador entre 1936 e 1943. Neste mesmo ano é demitido do cargo por Salazar devido a discordâncias políticas. Por esta altura Inglaterra vivia a segunda guerra mundial e é aqui que Luís de Sttau Monteiro tem o seu primeiro contacto com a dura realidade de uma guerra. O repúdio pelo horror das guerras advém-lhe desta época. O facto de ter vivido em Inglaterra sete anos seguidos e as sucessivas estadas neste país, influenciaram fortemente a sua personalidade, a sua vida e também a sua formação estética e literária. Regressado a Lisboa com a família, estuda num colégio de Jesuítas, em Santo Tirso. Expulso deste colégio vai continuar os seus estudos no Liceu Pedro Nunes. Apesar do seu gosto pela Matemática,

onde alcançava ótimos resultados, a influência dos seus familiares leva-o, como seu pai, a optar pela advocacia. O autor de “Felizmente Há Luar!”, finalizou os estudos, licenciando-se em Direito pela universidade de Lisboa em 1951. A sua passagem pelo Direito é breve. Não se sentindo realizado, exerce advocacia apenas durantes dois anos, após os quais parte de novo para Londres, pois o fascínio

por esta capital e por tudo o que lá vivenciou e aprendeu mantém-se muito vivo na sua memória. Casa com uma senhora inglesa e torna-se corredor de Fórmula 2. Dedica-se também à pesca e à gastronomia, tema que, aliás tratou ao longo da sua vida em vários jornais. De regresso a Portugal, o amigo e escritor José Cardoso Pires arrastá-lo-á para o jornalismo e para a ficção. Trabalhou como tradutor, publicitário e gastrónomo, colaborando em várias publicações, como por exemplo a revista Almanaque (1960), onde assinou crónicas gastronómicas sob o pseudónimo de Manuel Pedrosa. Colaborou também no Diário de Lisboa com o suplemento “A Mosca”, jornal onde se veio a destacar com a coluna das célebres e muito populares “Redações da Guidinha”, posteriormente publicadas em livro (2002). Foi durante longos anos colaborador, não só do Diário de Lisboa, mas também do Diário de Notícias e de O Jornal. O ano de 1960 constitui um marco fundamental na carreira literária de Luís de Sttau

Monteiro, pois estreou-se com o seu primeiro romance “Um Homem não Chora”, obra saudada como uma revelação da ficção portuguesa contemporânea, a que se seguiu, no ano seguinte, a sua melhor obra “Angústia para o Jantar”, um romance de grande êxito, onde se salientam a “ironia, o gosto pela sátira, a distanciação emocional, o cinismo […] e, no plano estilístico, a vivacidade dos diálogos.” (FERREIRA, António Mega – “Um Homem e a Sua Obra”, introdução a ” Angústia para o Jantar”, Circulo de Leitores, s/l, 1986, p.VIII). Situado numa segunda geração neorrealista, Sttau Monteira dedicou-se, em especial, ao teatro e como dramaturgo escreve, entre outras, a peça que lhe granjeou notoriedade “Felizmente Há Luar!” (1961). Com esta peça, situada na linha do teatro épico de influência brechtiana, viria a ser consagrado, recebendo em 1962, data da publicação da obra, o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de escritores da Fundação Calouste Gulbenkian. Esta peça históricodialética, que recorda a rebelião do general Gomes Freire de Andrade, foi proibida pela censura que terá percebido o paralelismo histórico-metafórico entre o tempo da escrita e o tempo da história. Consequentemente, a primeira representação aconteceu em Paris e só, posteriormente, em 1975, é que foi representada no nosso país. Sttau Monteiro inicia com a peça “Felizmente Há Luar!” várias temáticas a que deu continuidade em obras seguintes, tais como: a defesa do homem, da liberdade, a luta pela justiça social e a denúncia política. Em 1962, aquando da publicação de

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“Felizmente Há Luar!”, Sttau Monteiro encontrava-se na prisão por suspeita de ter colaborado na “intentona de Beja”. Esta experiência algo traumática, fê-lo abandonar Portugal, indo, mais uma vez, para Inglaterra (onde permaneceu de 1962 a 1967). Continua, no entanto, a escrever para teatro com originais e adaptações: “ To d o s o s a n o s p e l a primavera”, em 1963; “O Barão” (adaptação do romance de Branquinho da Fonseca), em 1965; “Auto da Barca do motor fora da borda” (adaptação do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente), em 1966. A perseguição pela PIDE e a censura de que os seus textos foram alvo – “Felizmente Há Luar!” esteve catorze anos impedida de subir à cena, o que só foi possível após a queda do regime – provam o caráter interventivo da sua escrita e a sua estreita ligação com a realidade portuguesa da época. Foi preso pela PIDE em 1967, após a publicação das peças satíricas “A Guerra santa” e “A estátua”, onde teceu duras críticas à ditadura e à guerra colonial. A experiência de dois meses de prisão levou-o a escrever em 1968 a peça “As mãos de Abraão Zacut”, cuja ação se situa num campo de concentração. Foi representada pela primeira vez em 1969, pelo Teatro Estúdio de Lisboa, com encenação de Luzia Maria Martins. Foi coautor, com Alexandre O'Neill, dos diálogos para o filme de Artur Ramos, “Pássaros de asas cortadas” (1963), adaptação para cinema da peça homónima de Luiz Francisco Rebello. Em 1971, com Artur Ramos, adaptou ao teatro o romance de Eça de Queirós “A relíquia”, representado no Teatro Maria Matos, e, ainda no mesmo ano, escreveu a peça “Sua Excelência”, uma nova sátira social, projetada para o mesmo teatro. Em 1978 concebeu para o Grupo 4 (Teatro Aberto) a peça de inspiração satírica e brechtiana “A crónica atribulada do esperançoso Fagundes”, que teve música de Pedro Osório e canções de José Carlos Ary dos Santos e Paulo de Carvalho. A maioria das suas peças está traduzida em várias línguas e publicada em diversos países. Por sua vez e como tradutor que foi, traduziu algumas peças de teatro como “Summer and Smoke” (Fumo de verão, 1962), de Tennessee Williams, e “The Dumb Waiter” (O monta-cargas, 1963) de Harold Pinter. É curioso saber que a primeira telenovela portuguesa “Chuva na Areia” teve origem na sua novela de 1982, cujo título é “Agarra o verão Guida, Agarra o verão” e que se tornou conhecido do grande público, através da sua participação no concurso televisivo “A Cornélia”, no qual desempenhava a função de júri. Luís de Sttau Monteiro era irreverente, combativo e interventivo, cultivou uma grande paixão pela vida. Ficcionista, autor dramático, tradutor, encenador e jornalista, Sttau Monteiro morre, precocemente, a 27 de julho de 1993. Bibliografia consultada: Verbo, Enciclopédia – Luso Brasileira de Cultura. Edição séc.XXI. 20.º volume, pag. 495. Guerra, João Augusto da Fonseca e Vieira, José Augusto da Silva – Aula Viva, 12.º Ano, Porto Editora. Barata, José Oliveira – Para Compreender Felizmente Há Luar!, Areal Editores cvc.instituto-camoes.pt/teatro-Luís de Sttau Monteiro Centro Virtual Camões - Instituto Camões www.infopedia.pt/luis-de-sttau-monteiro‎

www.prof2000.pt/users/jsafonso/port/luar.htm www.wook.pt › autores‎ -Luís de Sttau Monteiro - WOOK Rosa Isabel Martins


OPINIÃO Interesse Público de vários monumentos senenses destaca a importância histórica de Seia – cidade e concelho

Casa das Obras, Câmara Municipal de Seia, desenho à pena de Fernando Gonçalves

No curto espaço de cinco meses, entre novembro de 2012 e abril de 2013, vários edifícios históricos de Seia foram classificados como monumentos de interesse público. Após a classificação da Igreja da Misericórdia, casa do Despacho e Capela do Senhor do Calvário (ou Capela do Santo Cristo do Calvário), foi a vez da Casa das Obras, em abril. A notícia era aguardada pacientemente há anos. O solar das obras aguardava classificação desde 1975 (ID 73167) e a Igreja da Misericórdia desde 2005. Com este reconhecimento legal, a área de interesse público e a zona total de proteção passam a cobrir a maior parte do centro histórico da cidade de Seia. Só a classificação da Casa das Obras impõe uma zona de proteção geral que abrange a área envolvente compreendida entre a Casa da Cultura e a Casa do Castelo. No outro limite do centro histórico situa-se a Casa da Cerca de Santa Rita (Museu do Brinquedo) que é monumento de interesse público desde 1967. Poucas terras podem gabar-se de ter tantos monumentos classificados numa área tão reduzida, mas estas novas classificações reconhecem também o esforço de preservação e de promoção desses bens culturais por parte das entidades que os detêm e ocupam: a Misericórdia e a Câmara Municipal de Seia. É conhecida a inestimável obra social da Misericórdia através dos séculos, desde a sua fundação em 1571, mas particularmente no último século, devido aos novos e complexos desafios que caracterizam o nosso tempo e deram novos sentidos à expressão “Obras da Misericórdia”. Na história

O casamento: ontem e hoje A banalidade com que as pessoas encaram a vida, hoje, mais do que ontem, faz com que tudo pareça vazio, sem valor, como dado adquirido pelo estatuto ou pela sociedade, que nos faz mais ou menos desligados do mundo. A tendência generalizada, para desvalorizar os valores morais e a integridade individual de cada um, leva ao desconforto e à insatisfação na relação com os outros. O casamento, atualmente, é prova viva de que o interesse e o bem próprio se sobrepõem aos laços e às linhas que fomos construindo. Outrora, o pensamento e a vontade eram opostos: desde a aceitação forçada de vidas pré destinadas, à vontade real de o ser - feliz em comum, sem interesse aliado. No cenário social das várias épocas e dos mundos (ocidental e oriental) a representação do casamento explora ritos, cerimónias e uma base comportamental diferenciada. A simbologia foi desde sempre uma constante e foi lhe atribuída, desde cedo, grande valor. Flores e vestidos brancos, ramos de flor de laranjeira ou de espinheiro na cabeça, eram

recente da Misericórdia de Seia, avulta a criação de um espaço museológico na Casa do Despacho e a valorização patrimonial de imóveis históricos pertencentes a essa instituição: a Igreja da Misericórdia, construída no século XVIII sobre o primitivo templo, do séc. XVI; a Casa do Despacho, do final do séc. XIX, e a Capela do Senhor do Calvário, do séc. XVI. Junto à Capela de São Pedro, obra do séc. XII/XIII e Monumento Nacional desde 1924 [1], encontra-se o Solar dos Botelhos, homologado como Imóvel de Interesse Público em 2003 e aguardando atualmente melhor classificação – apesar de se encontrar parcialmente em ruínas do lado nascente. O solar dos Botelhos deve o nome a um dos seus proprietários no século XVI, André Botelho de Alarcão, capitão-mor de Seia, mas também era conhecido como “Casa do Terreiro”, por dominar o então Terreiro de São Pedro, parte do atual Largo da Misericórdia, onde se realizava o mercado semanal [2]. É um dos monumentos mais antigos de Seia, construído no final do século XV, e uma das poucas “casas urbanas tardo-medievais” [3] que chegou até nós, combinando o austero gosto gótico com a delicadeza decorativa do manuelino. Apesar de se encontrar ainda hoje na posse de particulares, a casa manteve-se praticamente intacta ao longo dos séculos, um dado justamente valorizado pelos técnicos do então IPPAR, atual IGESPAR. O solar conhecido por Casa das Obras é grandioso, de planta retangular, linhas harmoniosas e sobriedade pombalina. Consta que foi o próprio Marquês de Pombal quem forneceu a planta a Francisco Pinto de Mendonça (desembargador e depois Intendente-geral dos Diamantes) e sua esposa, Teresa Bernarda de Figueiredo Abranches, que o mandaram construir em 1773. A fachada ainda hoje ostenta o brasão dessa nobre família senense, os Mendonça Arrais e Albuquerque, que se envolveu honrada e destemidamente nas dinâmicas locais e nacionais do seu tempo. A Casa das Obras deve o seu nome às obras constantes de reconstrução, remodelação e conservação a que foi submetido desde a sua (demorada) edificação. As obras mais recentes, de remodelação interior e restauro exterior, realizaramse entre 2002 e o início de 2004, quando era presidente da Câmara Eduardo Mendes de Brito. Em 1918, foi adquirida pela Câmara (então instalada na Praça da República e presidida pelo Dr. tradição nas cerimónias de casamento e transformaram-se em símbolos, como o véu usado pela noiva. A evolução não é só em termos sociais, mas também em questões visuais e descritivas. Um exemplo disso é o uso, em épocas anteriores, da cor vermelha e não do branco, que compunha o traje das núpcias, simbolizando “sangue novo” para a continuidade da família. A história social mostra-nos a concretização de um “arranjo interfamiliar”, como demonstração de poder e de riqueza, de heranças e valores; com o tempo, houve espaço para um novo conceito - o casamento, não como contrato entre famílias, mas sim o compromisso espiritual entre duas pessoas. É aqui que a vontade, a paixão e a necessidade de evoluir leva a uma relação estável e mútua, centrada na felicidade comum. Hoje, o sentido é lato; o casamento, como o conhecemos, é vago e, muitas vezes, sem razão aparente - é moda. A forma como o encaramos é vulgar e o valor que damos às coisas foi trocado - o sentimento é sobreposto pela imagem, pelo estatuto, pela crítica e, ainda mais importante, pela vontade única de cada um; o ego é gerido disfuncional e desequilibradamente e passamos a ter uma relação connosco e não com o outro. Como é natural em qualquer mudança, parece-nos que nada será como antes; ainda assim este assunto tem, como todos, o seu lado positivo. Ora vejamos o papel da mulher, que era tida como simples objeto e acessório, dispensável no essencial e obrigatória no prazer e no trabalho doméstico. Tínhamos, por isso, uma mulher manipulada desde pequena, educada a sacrificar o

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António Borges Pires, de Pinhanços) para acolher o executivo, os serviços camarários e as repartições públicas até então dispersas pela cidade. Aí funcionou a Repartição de Finanças, o tribunal, o

Casa das Obras, atual Câmara Municipal de Seia, foto de Sérgio Reis

Registo Civil, Registo Predial, Notários, Fundo de Desemprego e até a Caixa Geral de Depósitos. Existem em Portugal cerca de 2.100 Monumentos de Interesse Público (MIP), designação que abrange a antiga classificação de Imóvel de Interesse Público (IIP). Para além de vários pelourinhos classificados em 1933, Seia possui mais dois monumentos de interesse Público: a Casa da Bica em Santa Comba, desde 1997, e o Solar de São Julião em Paranhos da Beira, desde 2002. A classificação dos monumentos impõe novas regras de utilização pública do espaço, visando a sua conservação e integração no roteiro nacional do turismo cultural. Notas: [1] – Classificada em 1924 (ID: 70668). O outro Monumento Nacional do concelho é a Anta de Paranhos (Vale de Igreja), classificada em 1910 (ID: 71115). [2] – O atual Largo da Misericórdia e a atual Praça da República resultaram do arranjo urbanístico do centro de Seia após o devastador incêndio de 27 de outubro de 1916. O mercado semanal de Seia é, segundo J. Quelhas Bigotte, “possivelmente dos mais antigos instituídos em Portugal” e passou a realizar-se à 4ª feira em 1857, por edital de 14 de agosto. [5] – Segundo os técnicos do IPPAR (IGESPAR). Prof. Sérgio Reis

seu bem-estar e personalidade pelo maior ou menor interesse que o casamento traria a ambas as famílias. Também isto mudou - hoje, cada vez mais, temos uma mulher independente, livre de imposições por parte de terceiros; de vontade própria para determinar e criar a sua própria vida. Felizmente, tanto na sociedade como nas suas relações, o papel feminino tem vindo a desenvolver-se, acabando, muitas vezes, por se sobrepor ao masculino. Hoje, a realidade é outra - o casamento já não apresenta um caráter obrigatório; deste modo, não é necessária a formalidade deste para que as pessoas se sintam unidas e “casadas”. Para além do mais, a questão da mudança também teve grande influência neste aspeto, na medida em que há uns tempos o “politicamente correto” definia que mulheres, como nós, se deveriam casar com 20 anos - hoje, essa ideia não é sequer equacionada, visto que como os tempos mudaram, as pessoas apresentam diferentes objetivos de vida e preferem não se comprometer com algo que parece ser (e é realmente) um passo tão definitivo e influente como o casamento. Por outras palavras, há que encarar o casamento como o é de facto, sem pensar no acessório, no que tem, ou deve ser - mas sim, como uma união pura, em que nada se espera receber, a não ser a partilha de vivências e momentos felizes - o sentido em que nos dirigimos é esse. Ana Rita, 12º C Joana Melo, 12º C Marta Gouveia, 12º C


OPINIÃO Autonomia Decretada As escolas encontram-se perante uma bifurcação com dois caminhos. Podem alargar o seu espaço de decisão conquistando novos poderes à administração, no respeito pelo estabelecido na lei, tendo em atenção que a autonomia se constrói, não se outorga. Por esta via a margem de autonomia alarga-se sempre que a escola assume a responsabilidade de decidir, de fazer as suas escolhas de se organizar, de ter um papel próprio e interventor na comunidade educativa. A autonomia restringe-se sempre que solicitam à administração que decida por elas, daí que a capacidade de decidir e de fazer escolhas tem de ser estabelecida como cultura das estruturas dirigentes a nível «meso», pois o conceito de independência nas políticas educativas está estabelecido na lei e na ordem do dia. É a autonomia construída. Ou também podem (aceitar), como se fosse seu, o quadro que a administração sempre solícita tratará de oferecer com desenho que faça sobressair muito bem os seus contornos e conselhos burocráticos. É o tipo de autonomia-comandada por controlo remoto, onde mudam sempre os nomes das estruturas e dos órgãos mas onde se mantêm as práticas. A escola não deixa de ser um serviço periférico mais ou menos bem comportado do Ministério da Educação. Nesta autonomia não existirão dúvidas, onde tudo estará determinado e normalizado e se não estiver, deve sempre pedir-se a respetiva informação e esperar pela resposta. É a autonomia decretada. É no primeiro quadro que se deve implementar a autonomia e que a administração deve perder poderes em favor das escolas, nomeadamente no âmbito da organização interna e na gestão de recursos. Os poderes transferidos para as escolas implicam também que estas têm de assumir novas responsabilidades, individualmente, por cada ator da comunidade escolar e educativa, coletivamente por cada estrutura organizacional, ou seja, ganhar uma cultura de autonomia, dentro da cultura de escola, como organização una e diferente de todas as outras. Para além da importância incontestável dos modelos de liderança e dos perfis de líderes para o bom funcionamento da escola, é importante que a autonomia das mesmas seja reforçada e não apenas seja a produção de uma palavra politicamente correta e apelativa, uma palavra que conste nos normativos e não apenas mais do que isso. Como tal, e para começar, é fundamental referir que não poderá haver autonomia na escola se não for concedida autonomia aos elementos que lá exercem funções, canalizando posteriormente essas autonomias individuais em benefício dos objetivos coletivos, que deverão assentar fundamentalmente na melhor formação possível para os indivíduos que frequentem as instituições escolares. Podemos afirmar que os sucessivos governos têm tido dificuldade em abrir mão do controle quase total que possuem sobre a educação, aproveitando o termo autonomia como forma de introduzir mudanças na gestão e fazer reformas com o objetivo de racionalizar recursos, diminuir a burocracia estatal e as despesas e ao mesmo tempo continuarem a ter na sua mão a quase totalidade do poder. No entanto, os governantes sabem certamente que para a democracia ser autêntica é fundamental haver um reforço da autonomia das escolas, devendo esta ser aproveitada pelos docentes em benefício das aprendizagens dos alunos. Este objetivo primordial só poderá ser alcançado se se contar com o empenhamento e participação dos docentes que diariamente desenvolvem o seu trabalho nas escolas, assegurando com a sua dedicação e empenho o cumprimento dessa importante missão. Em Portugal, a escola pública, apesar de todas as suas insuficiências, foi até há bem pouco tempo um lugar em que a democracia, na dupla vertente representativa e participativa, pôde ser experimentada na forma como os professores partilhavam a autoridade na construção coletiva de decisões que tinham impacto na vida das escolas. A escola que foi sendo construída desde os anos de 1974-1975, foi também uma escola de democracia e

de cidadania para os profissionais que com ela se envolveram, e representou um espaço de liberdade. É verdade que a abertura das escolas às comunidades locais poderá e deverá contribuir para o aprofundamento dessa democraticidade. A definição de políticas e orientações educativas, em Portugal, tem persistentemente estado a cargo dos serviços da administração central. Sendo assumida como prerrogativa do Ministério da Educação, resta à escola concretizar a conceção de regulamentos, projetos e planos que têm que implementar as linhas superiormente decretadas. Considero, porém, que é justamente no momento em que a escola se apropria daquelas orientações, que lhe é dada a oportunidade excecional de criar o seu olhar, o seu rosto, a inovação concebida a partir da matriz normativa que a torna a escola – definida pela respetiva individualidade expressa no seu projeto educativo – o documento que formaliza a singularidade da sua ação. É neste quadro que acontece a sua autonomia, na medida em que constrói a orientação específica do projeto de educação e formação dos seus alunos, baseada no diagnóstico do contexto, na planificação estratégica que define, nos recursos que prevê angariar, no calendário de previsões apresentadas face às metas estabelecidas, nas parcerias empreendidas, na metodologia avaliativa definida, no entusiasmo e motivação com que conduz a ação coletiva, nas expetativas que formula, nos resultados que obtém, na gestão eficiente de todo o conjunto, na mobilização conquistada pelos seus líderes – na assunção do desafio que constitui a opção de desenhar o seu próprio sistema de gestão, a luz da missão de que assumiu investir-se. Tal conquista exige uma liderança sustentável – aquela que “promove a coesão na diversidade e evita o alinhamento estandardizado das políticas, do currículo, da avaliação e da formação dos professores, no âmbito do ensino e da aprendizagem” (Hargreaves et all., 2003: p. 197). Considerando que a gestão eficaz de uma organização educativa é exigente, requerendo do Diretor total disponibilidade e dedicação, então o exercício da liderança apresenta-se-nos como extremamente difícil, aliás, a “liderança não é, nem deveria ser fácil” (Hargreaves et all. 2003: p. 328), porque exige enorme tenacidade, empenho, solidariedade, dinamismo e confiança. O processo de mudança e melhoria de qualquer escola deve incluir o necessário investimento na liderança democrática. A um líder escolar dos nossos dias exige-se capacidade para trabalhar com as limitações inerentes à atual organização escolar: a centralização; a autonomia relativa; a burocracia; as práticas rotineiras; a heterogeneidade de valores; os conflitos de interesse; a falta de uma autoavaliação; o défice de recursos e a mobilidade docente. Acresce ainda um outro facto: a escola de massas atual, que naturalmente tenta cumprir "o princípio da educabilidade para todos", mas que traz outras complexidades. Portanto, o caminho que um líder tem a percorrer é complexo e sinuoso, até porque a atuação dos nossos dirigentes políticos é incompatível com a participação cívica e democrática que a organização escolar reclama. Como tal, é indispensável que os líderes escolares exerçam uma ação fundamental na criação das condições necessárias para a mudança e para o desenvolvimento das escolas, bem como na institucionalização de culturas de colaboração entre o corpo docente e as diversas estruturas de gestão intermédia das escolas. Para atingir estes objetivos é fundamental que os líderes se constituam como geradores de sinergias, rejeitando os modelos organizativos de caráter burocrático, promovendo antes contextos democráticos, revitalizando e desenvolvendo a cultura de escola, com o objetivo primordial de melhorar a qualidade de aprendizagem dos alunos. Nos nossos dias, a liderança deve ser entendida pelo líder como a capacidade para implementar todas as atividades essenciais à execução da missão, pelo que, o líder deve ser alguém que se conhece a si próprio; reconhece as suas forças e fraquezas e sabe equilibrá-las de forma a conduzir os seus membros à concretização dos seus objetivos. Os bons líderes sabem a diferença entre gerir e dirigir. Sabem que os números devem ser

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geridos, no entanto, as pessoas devem ser dirigidas para o alcance dos seus propósitos. O líder deverá: cooperar com as pessoas na criação de um projeto comum para a melhoria da Escola/Agrupamento; encorajar uma cultura de inovação e experimentação; promover o debate e a procura partilhada de soluções como práticas correntes na Escola/Agrupamento; partilhar informação e facilitar as tomadas de decisão: ser flexível e está aberto a diferentes soluções para os problemas; articular projetos concretos entre as Escolas/Agrupamentos e as comunidades envolventes e adotar um modo informal e mais rápido para a comunicação. Para responder aos desafios educacionais do mundo contemporâneo, marcado por mudanças aceleradas, pela incerteza e pela valorização da diversidade, toma-se cada vez mais urgente o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos e o crescimento continuado dos professores num contexto de práticas educativas integradas e compartilhadas. É preciso, pois, uma escola mais autónoma, mais responsável e mais eficaz, que exige um líder capaz de mobilizar todos os membros da comunidade escolar e desenvolver a democracia participativa. Os pensadores da Educação continuam a alertar para a necessidade de se operar a mudança ao nível da organização escolar, atentando a sua cultura própria e o contexto em que está inserida e não tanto ao nível da sua estrutura e dos currículos. Emerge, então, o líder como o indivíduo que tenta envolver todos os atores na missão da organização, privilegiando as relações humanas e a motivação. Na interação líder/liderados observamos sentimentos de comprometimento e ajuda mútua que são mais "resistentes" às pressões e problemas da organização: “É preciso, [...], um chefe com um sonho e companheiros que compartilhem do seu sonho. Em tal caso, quer se trate de uma empresa privada, quer se trate de uma empresa pública, ele imprime-lhe entusiasmo e vida, conseguindo superar obstáculos mais difíceis, convencer os funcionários mais obstinados, atrair outras pessoas motivadas e criativas" (Alberoni, 2002, p.22). Só uma liderança pedagógica e transformadora, ética e moral será capaz de responder às expectativas que recaem sobre a escola atual. É necessário gerir e influenciar positivamente os recursos humanos envolvidos na atividade de uma escola, para que seja parte integrante do tecido social vivo de uma comunidade. Um muito obrigado a todos: · os colegas Professores, pelo empenho e afinco diário e pelas transmissões dos vários conhecimentos aos alunos. · os Assistentes Técnicos e Operacionais, pelo trabalho árduo do vosso dia a dia e pela paciência e tolerância com que desempenham o vosso trabalho. · os Alunos pela dedicação ao estudo, uns mais do que outros. Não se esqueçam da solidariedade e da igualdade entre vocês, assim como, da assertividade perante os vossos professores. · os Pais/EE em que a sua participação na escola é fundamental através de propostas viáveis e concretas, sempre bem vindas. A toda a Comunidade Escolar um bom e primoroso descanso, deveras merecido. Presidente do Conselho Geral Victor de Sousa


ENTREVISTA «Vivências» conversa com a escritora Maria João Lopo de Carvalho Maria João Lopo de Carvalho nasceu em 1962 e licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Nova de Lisboa. Professora de Português e de Inglês no ensino público e privado, representante em Portugal dos colégios ingleses Pilgrims, fundou e dirigiu a Know How, Sociedade de Ensino de Línguas e a Know How, Edições Produções e Publicidade destinada à tradução e à criação de livros personalizados para crianças e à conceção anual do Guia da Criança. Publicou o primeiro romance, o best-seller Virada do Avesso, em 2000 e Acidentes de Percurso, em 2001. Visitou as Bibliotecas Escolares do nosso Agrupamento nos dias 14 e 15 de março para uma conversa informal com os alunos do 1º CEB, 2º, 3º ciclos e 10º ano. O Jornal «Vivências» não deixou passar a oportunidade de a entrevistar e ficar a saber um pouco mais da vida e das ideias desta escritora que a todos encantou.

MJLC – Eu queria falar um bocadinho de um assunto que hoje está pouco em voga, que são as famílias numerosas. Havendo muitos irmãos, há personalidades diferentes e, assim, os leitores poderão identificar-se e criar empatia mais com umas personagens do que com outras. Por outro lado, uma família com muitos irmãos ensina várias coisas: a tolerância, o espírito de partilha, de união, e também de certas brincadeiras e partidas mas, essencialmente, contribui para aprenderem a repartir e a aceitarem-se uns aos outros, o que é muito importante nos dias de hoje. Apesar de hoje haver muitas famílias monoparentais ou desestruturadas, também existem muitas famílias numerosas que conseguem um bom entendimento.

Jornal Vivências (JV) – Que tipo de livros prefere ler?

JV – Gosta mais de se basear em factos reais ou cria a sua própria ficção?

Maria João Lopo de Carvalho (MJLC) – Como leitora é difícil definir-me, pois leio tudo e mais alguma coisa. Romances policiais não leio porque não gosto, mas adoro romances históricos e leio jornais todas as semanas. Como estou a escrever um romance sobre a Idade Média, leio tudo o que sai sobre a Idade Média. Neste momento, estou a ler as “Lendas e Narrativas”, de Alexandre Herculano. Como tenho um programa na SIC Mulher, em que tenho que apresentar nove livros por mês, tenho que ler tudo o que me chega às mãos ou então passo os olhos profundamente. Se me perguntares o que estou a ler mais agora, são livros sobre a Idade Media. JV – Que sonho gostaria de ver concretizado? MJLC – Gostaria de um dia ver uma biblioteca ou uma escola do 1º ciclo com o meu nome, para que os meus netos, bisnetos e trinetos, bem como aquelas centenas de escolas que já visitei se lembrem de mim. Provavelmente não o mereço, mas dentro daquilo que eu posso, tenho contribuído bastante para pôr os jovens da vossa idade a ler. JV – E onde seria essa escola? MJLC – Na Guarda, que é a cidade dos meus pais e avós. Outro sonho, que gostaria de ver concretizado, era assistir a um dos meus livros transformado em filme, como, por exemplo, “A Marquesa de Alorna” ou a coleção “7 Irmãos” transformada em série. JV – O que significa para si escrever? MJLC – Tudo menos uma profissão. Escrever é a minha maior alegria, é o que me entusiasma, é o que gosto mesmo de fazer nos meus tempos livres e,

quando transformas aquilo que gostas de fazer nos tempos livres em ação principal, isso é brutal. JV – Existe alguma razão especial para que, na coleção “7 Irmãos”, o tema central seja a família?

MJLC - Quando escrevo para crianças e jovens, gosto imenso de inventar coisas e tenho uma enorme facilidade em criar histórias. Posso é inventar coisas parvas, mas inventar invento sempre. Agora, quando se trata de romances históricos, é outra faceta minha: acho que tenho um espírito imaginativo mas também era uma aluna “marrona”. Gosto muito de estudar e de ser muito rigorosa em tudo o que faço. Nos romances históricos, é isso precisamente que eu procuro fazer: contar exatamente aquilo que aconteceu para não aldrabar os leitores. Portanto, há duas facetas: uma de rigorosa e quase espírito matemático e outra de dar asas à imaginação e contar tudo o que me apetecer. Agora, neste da Padeira de Aljubarrota, há duas Beatrizes, uma que é a Padeira de Aljubarrota, que se chamava Beatriz de Almeida e outra que era a rainha D. Beatriz, filha de D. Leonor Teles e de D. Fernando. Em relação à rainha D. Beatriz, fui muito rigorosa, ao ponto de pesquisar acerca daquilo que ela poderia ter vestido; quanto à Padeira de Aljubarrota, como se trata de uma lenda, posso inventar aquilo que quiser. Ou seja, combino o rigor histórico com a imaginação.

setenta mil cópias em menos de um ano. Nunca mais consegui tal feito. Não me tornei escritora de um momento para o outro. Durante um tempo, continuei a escrever, a ser professora e a trabalhar em publicidade. A partir d' “A Marquesa de Alorna”, começou a haver uma enorme pressão para escrever outros livros e para visitar escolas, que acabei por me dedicar apenas a escrita. JV – Em algum dos seus romances é notória a existência de factos autobiográficos ou consegue abstrair-se deles e simplesmente criar? MJLC – Em qualquer primeiro romance, há sempre muitos elementos autobiográficos em qualquer escritor. Depois, com a experiência, é que nos vamos afastando. Se se tratar de romances históricos, é completamente diferente. Eu não tenho nada a ver com a Marquesa de Alorna nem com a Padeira de Aljubarrota. Aí tenho que ser completamente fiel à verdade histórica. Quando escrevo os “7 Irmãos”, as partidas da Mariana podem ser as minhas ou as inseguranças da Maria podem ser as minhas, mas são coisas pontuais. Há sempre uma marca do escritor pela experiência que se vai vivendo. Na minha vida particular, vou lendo muita coisa, conhecendo muitas pessoas e isso influencia-nos na maneira de escrever. O primeiro romance é quase autobiográfico; nos restantes acaba por haver apenas pequenos matizes nossos. JV – Se pudesse voltar atrás na sua vida, o que faria

JV – Qual é a sua frase preferida? MJLC – Sei lá, mas há uma que eu estou sempre a dizer que é “Só no dicionário é que o S de Sorte vem antes do T de Trabalho”. Portanto, não é uma questão de sorte, é uma questão de trabalho. JV – Qual é a sua maior virtude e o seu maior defeito? MJLC – Defeitos tenho vários. Sou teimosa, sou determinada e não consigo dizer não a um trabalho. Gosto imenso de trabalhar, trabalho muitas horas. Qualidades só os outros poderão dizer. JV– Quando é que se apercebeu que poderia ser escritora? MJLC – Não foi um acaso. Trabalhava como publicitária e como tinha pouco trabalho despachavao logo de manhã. Estar parada é uma coisa que não tem nada a ver comigo e como no trabalho não existia Internet, comecei a escrever. Por sorte, a colega que estava ao meu lado era a melhor amiga do editor da Oficina do Livro. Um dia, entregou-lhe um rascunho daquilo que eu tinha escrito e, basicamente, ele disse-lhe que aquilo “estava uma porcaria”. Quando me entregou o original, passei muitas noites a modificá-lo até ficar bom. Voltei a enviá-lo e ele respondeu-me que tinha “pernas para andar”, que era editável. Foi o livro “Virada do Avesso”, editado em 2000. Até hoje, foi o livro que mais vendi, com

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diferente? MJLC – Ai, tudo! Só fiz parvoíces! Não, faria montes de coisas diferentes! Teria levado tudo mais a sério. Houve uma altura, quando os meus filhos eram mais pequenos, em que lia pouco, estava muito ocupada com as aulas… Devia ter lido mais toda a vida, lido mais jornais, ter-me informado mais sobre a atualidade política…Só a partir de uma certa altura é que comecei a fazê-lo. Nunca levei muito a sério a parte de escrever, pois tinha que ganhar dinheiro, não é? Se calhar, teria começado mais cedo a prestar atenção a esses aspetos, porque isto é uma questão de muita leitura. É como tocar piano ou tocar flauta, é preciso muito treino. Tem que se treinar todos os dias,


ENTREVISTA senão não se consegue escrever grande coisa.

sistema. Eu tinha 25 anos e estava a dar aulas ao 12º ano. Havia uma diferença de cinco anos entre mim e os alunos, o que não foi nada fácil. Antigamente, havia muitas famílias numerosas e tenho pena que hoje haja tantas famílias destruturadas, a começar pela minha própria. Mas o maior bem que conquistámos, em 1974, foi a liberdade. A evolução na tecnologia, na medicina são também valores muito importantes. A internet, a comunicação, tudo isso evoluiu muito. Antigamente, liamos muito porque não havia televisão a cores. Eu era uma privilegiada porque devido ao meu pai tinha sempre muitos livros em casa. As pessoas emprestavam livros umas às outras e escrevíamos muito. Era outra maneira de estar.

JV - Não receia que a crise perturbe a compra e a venda dos seus livros? MJLC – É claro que as pessoas que não têm o suficiente para gastar no dia-a-dia, não vão gastar em livros. Mas também, quando estamos a escrever um livro, não estamos a pensar se vamos vender muito ou vender pouco, por isso não posso estar só a pensar nisso, senão deixo de escrever. Agora, há outra coisa: quanto mais livros escrever, quanto mais diversificar os públicos, mais fácil é entrar nas bibliotecas, nas bibliotecas municipais, conseguir fazer artigos para os jornais… Há sempre outras formas de se dar a volta de outra maneira. Não podemos é baixar os braços. Quando tudo falhar, vou para o MCDonalds vender hamburgers! Tenho uma cabeça para pensar, dois braços para trabalhar, duas pernas para andar, eu não vou parar! Agora, até lá, vou escrevendo, porque é aquilo que eu gosto de fazer.

JV - O que é que aprecia mais e o que aprecia menos numa pessoa? MJLC – Mais é a generosidade e a humildade, de que nos dá exemplo o Papa. O que gosto menos é a vaidade e a inveja. Não suporto pessoas vaidosas.

JV - Quanto tempo levou a escrever “A Marquesa de Alorna”?

JV - Atendendo à conjuntura atual, que ensinamentos julga serem mais importantes os pais darem às crianças?

MJLC – Para aí um ano a estudar e um ano a escrever. Ao todo, terei levado cerca de um ano e meio, para ser mais precisa. Foi um trabalho de muita dedicação. Eu não sabia quase nada sobre o século XVIII. Tinha apenas um conhecimento muito empírico sobre a época. Tive que ler livros, cartas sobre o século XVIII… JV - E essa pesquisa faz-se sozinha ou teve alguma ajuda?

JV - Mas faz contactos para ver a possibilidade de isso acontecer?

MJLC – Sozinha. A única ajuda que tive foi de um genealogista, que é meu cunhado, a quem eu ia perguntando se era conde ou se era barão, para certificar os dados genealógicos, e de um amigo meu historiador a quem mandei o original para ele ver se havia erros históricos, tal como fiz agora com A Padeira. No fim, mando para uma professora de História Medieval, do Porto, e ela assinala-me os erros. Mas é no fim de eu estudar. Eu podia pedir isso à editora e tenho a certeza que eles me ajudariam, mas, para a minha maneira de ser, não resulta, porque eu tenho que estudar tudo muito bem antes, para conseguir montar as cenas. Quando estou a fazer um romance histórico, como A Marquesa ou A Padeira de Aljubarrota, tenho que visualizar a cena à minha frente. Depois é como se ela estivesse ali à minha frente e eu tenho que a copiar. Claro que, no início, aquilo fica tudo mal. Depois dos capítulos escritos, fica tudo ainda com erros, sublinhado a vermelho, porque é ainda só a ideia, como se tivesse a mancha de um desenho. A seguir, vou emendar tudo, vou verificar o que dizem as fontes sobre episódios concretos e, quando já tenho a realidade histórica, é como se tivesse um quadro montado e é só pintar. Essa é a parte de que eu gosto mais, que é pegar nas palavras, trocá-las de sítio, escolher os adjetivos, embelezar… exatamente como num quadro. No fundo, num dia, faço um capítulo: primeiro a parte do rascunho, da escrita, do rigor histórico e, no fim, vem o embelezamento. Tudo isso leva cerca de nove horas.

MJLC – Tenho amigos ligados à produção e realização de filmes e sei que a realização de filmes históricos é de tal maneira cara, para os orçamentos que eles têm, que se torna quase impossível fazê-lo, por isso não faço grandes contactos nesse sentido. Dos 7 Irmãos estamos a tratar disso, já foram feitas todas as démarches possíveis, mas é uma série que envolve muitas crianças, é para um público pouco juvenil e muito infantil, por isso tem muitas condicionantes. Só nas férias de verão é que pode ser filmado.

JV - Tudo isso é escrito no computador ou à mão? MJLC – Não, é tudo no computador, não sei escrever à mão! Nem autógrafos! Graças a Deus! Tenho é que estar em silêncio absoluto. O silêncio é uma realidade em minha casa, de maneira que, até hoje, para escrever, tinha que isolar-me em casa. Agora já consigo escrever com alguma música de fundo, o que é sempre melhor do que os barulhos da rua, dos carros, dos aviões… E só escrevo durante o dia, até às seis da tarde. À noite já não consigo escrever mais nada. JV - Gostaria de ver adaptado para o cinema algum dos seus livros? Qual? MJLC – Como referi anteriormente, gostaria de ver adaptada a coleção dos 7 Irmãos e A Marquesa de Alorna. A Padeira penso que é impossível, mas A Marquesa gostava mesmo de ver no cinema.

JV - Já tem mais algum projeto literário na forja? MJLC – Tenho este da Padeira de Aljubarrota, vou fazer uma coleção para o 1ºCiclo sobre História de Portugal em banda desenhada, vou fazer mais dos 7 Irmãos e agora pasmem, nunca disse isto a ninguém em público, em 2014, faz 100 anos o Grupo de Forcados Amadores de Santarém e eles convidaramme para fazer o livro sobre os 100 anos deles e estou a preparar esse livro com muitas entrevistas e documentação dos jornais sobre o que se passou, críticas... Tenho andado pelo país inteiro a entrevistar os mais velhos. A Padeira de Aljubarrota sai este natal. A coleção de História para o 1ºCiclo, talvez, já saia com dois volumes também para o Natal. Tenho, provavelmente, uma série para televisão, não posso ainda dizer o quê, mas não tem nada a ver com estes livros, e a continuação dos 7 Irmãos. Para já não está mau, tenho bastante trabalho até 2015. JV - O que falta à sociedade de hoje, quando comparada com a sociedade dos seus pais? MJLC – Eu acho que é um pouco complicado de explicar, porque no tempo dos meus pais não havia liberdade e isso é um bem fundamental para mim. Eu via que o meu pai não podia escrever aquilo que queria nos jornais porque era censurado lá com o lápis azul. Eu acho inconcebível que uma pessoa, sendo jornalista ou escritor, não possa dar a sua opinião. Vocês não sabem o que é viver sem liberdade, mas eu sei e é horrível. Esse é o maior bem pelo qual devemos estar agradecidos. Em relação ao que era melhor nessa altura, isso não dá para qualificar assim, se era melhor ou pior. Mas acho que havia mais disciplina na escola, mais respeito pelos professores, havia outra forma de estar, respeitávamos mesmo os adultos. Havia uma hierarquia e mesmo para mim, enquanto professora que fui durante muitos anos, foi difícil lidar com os jovens em 1985, porque estava habituada a outro

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MJLC – Para além do que os ossos do ofício me mandam dizer, que é muito bom e divertido ler, pois nos livros encontram muitas pistas para a vossa vida e imaginação, o que procuro transmitir aos meus filhos e a vocês é que nunca baixem os braços e deixem de lutar por aquilo em que acreditam. É mais triste ser resignado do que revoltado. Devemos ser determinados e ter um rumo a seguir. JV - É frequente ouvir-se dizer que os jovens não são criativos, nem empreendedores. Qual a sua opinião acerca dos jovens de hoje em dia? MJLC – Para já, não gosto de generalizações, porque há jovens que o são e outros que não. A criatividade é um luxo que depende muito daquilo que lês, dos filmes que vês, tem que ser “puxada”. Se não fores estimulado, não és criativo mesmo. Mas não tenho de todo a opinião de que aos jovens lhes falta criatividade e empreendedorismo. Aliás, eu vi, na agência de publicidade onde trabalhei, era uma “cota” comparada com eles, pois tínhamos trinta e tais e quarenta anos e eles vinte, e eles eram dez vezes mais criativos do que eu. Nos tempos que vamos vivendo, se não formos empreendedores, a vida fica muito mais complicada. Se calhar, agora até são mais empreendedores do que os da minha geração, pois nós, quando acabávamos o curso, tínhamos logo emprego. Agora, ai de vocês se não reunirem essas características! Portanto, não, não tenho essa visão. JV - Revê-se em alguma personagem da coleção 7 Irmãos? MJLC – Olha, revejo-me no espírito sonhador e responsável da Maria, na capacidade de nunca desistir do Miguel, nas trapalhices e jeito pouco dado para a moda da Mónica, nas asneiras da Mariana, no espírito meticuloso e estudioso do Manel, um bocado na menina mimada da Margarida e um bocadinho no espírito imitador da Madalena. JV – Considera-se uma pessoa feliz? MJLC – Ai, claro! Sou uma pessoa privilegiada, não digo que sou uma sortuda por que a sorte tem a ver com o trabalho, mas na medida em que nasci numa família que me estimulou a imaginação e o espírito criativo e de ser empreendedora e estudiosa, nisso tive imensa sorte! Eu sou o que sou pela educação que tive. O que é que eu posso querer mais para ser feliz? Tenho saúde, faço aquilo de que gosto, tenho dois filhos saudáveis, gosto de viver, tenho tudo para ser feliz. Portanto, é claro que sou feliz! JV - Obrigada pela atenção e disponibilidade.

Entrevista realizada pela turma A do 9º ano da Escola Básica de Tourais/Paranhos


ATIVIDADES DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES

Projeto “Ler+ com os mais velhos” Ao longo do ano letivo, a equipa da Biblioteca Escolar de Tourais-Paranhos, professoras Lurdes Alcafache e Manuela Silva, em parceria com os alunos do Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial, 12º K e o coordenador de curso, professor Victor Sousa, desenvolveram o Projeto “Ler+ com os mais velhos”, na Casa de Repouso de Tourais e o Centro de Dia de Paranhos da Beira. A primeira sessão decorreu no dia 25 de outubro, no âmbito da temática do Hallowen, com a

resolver os problemas que lhe surgem, e que, além disso, têm neste caso um final feliz. O livro “Avós” relata a terna história de dois velhinhos, Manuel e Manuela, que aceitam com naturalidade as marcas dos anos. Manuela é coquete como uma rapariguinha e Manuel adora dançar com ela. Através de uma estrutura acumulativa e de um texto poético, "Avós" ensina-nos a encontrar a beleza através dos olhos do amor, mostra-nos todo o carinho que pode existir quando o corpo murcha e nos faz descobrir as vantagens de viver com um sorriso nos

Concluiu-se a atividade deste dia com canções e danças tradicionais. A última sessão decorreu no dia 4 de abril com a dramatização da história “O grão de milho” de Olalla González e “Avós” de Chema Heras. O livro de Olalla González apresenta-nos uma história que se desenvolve num ambiente familiar e protetor,

dramatização da história "Desculpa... Por acaso és uma bruxa? da autoria de Emily Horn. No dia 15 de novembro, realizou-se a segunda sessão através da apresentação com sombras chinesas da história "O Nabo Gigante" de António Mota. Neste dia os idosos participaram com um conto, "O menino e o passarinho", a "Lenda de São Martinho", adivinhas e algumas canções. Relacionado com o dia da amizade, no dia 21 de fevereiro, efetuou-se a leitura encenada da história do livro “O sapo apaixonado” de Max Velthuuijs. No âmbito da comemoração do Dia Mundial do Teatro e do Dia Mundial da Poesia, foram apresentadas, no dia 12 de março, lengalengas, de Luísa Ducla Soares e a leitura da história tradicional, “O macaco de rabo cortado”, de António Torrado.

Livros com sabores O mês de maio estava prestes a chegar. E com ele vinham as flores, os

próprio do lar; mas, longe de inculcar complexos e debilidades ao protagonista, em virtude da sua baixa estatura, transmite uma mensagem positiva: Grão de Milho é forte, tem iniciativa e sabe enfrentar e

sentimentos e atitudes. Este ambiente que se respirava impeliu os membros da equipa da BE a dinamizarem um conjunto de iniciativas, no âmbito do Projeto “Livros com Sabores”: elaboração de cartazes informativos alusivos à simbologia das

aromas, as tonalidades variadas, uma nova harmonia inspiradora de flores, à tradição das “Maias”, com oferta de maias à comunidade escolar, ao Dia da Espiga; à exposição de buquês de flores no espaço da BE; à divulgação de livros que integram as temáticas odores/sabores; a exposição de frascos de perfume variados; a ornamentação dos espaços escolares com flores da época. Até à data tudo tem decorrido bem, tendo a comunidade escolar aderido com gosto, empenho e interesse a todas as iniciativas. A equipa da BE

lábios. Para além destas actividades, organizou-se um baile de aldeia, com músicas tradicionais, no qual se envolveram ativamente os idosos, os jovens e os docentes. A convite da animadora do Centro de Dia de Paranhos da Beira, no dia 15 de abril, deslocámonos, novamente, a este espaço, com os alunos, para a realização de atividades de leitura e música, inseridas na comemoração do aniversário da instituição. Esta interação entre os diversos intervenientes, para além de contribuir para a sensibilização dos mais jovens, promove, reforça e incentiva os afetos e o respeito entre diferentes gerações.

Atividades de leitura na Educação Préescolar e no 1º CEB Na continuidade das atividades de leitura, no 3º período, decorreram diversas iniciativas junto das crianças da Educação Pré-Escolar e do 1º CEB. Às crianças dos J. I. foi apresentada a obra “A Bela Adormecida”, de Charles Perrault. Recorreu-se a um conjunto de i m a g e n s p a r a a descoberta/exploração de cada um dos personagens e identificação do título da história. A leitura da mesma foi acompanhada pela apresentação da ilustração da mesma em PowerPoint, à qual se associou as músicas “Parabéns a você” e “Marcha nupcial”. Outras canções foram ainda entoadas, envolvendo todos os elementos presentes em cada uma das sessões. No que respeita ao 1º CEB da EB de Tourais-Paranhos, foram contadas e exploradas, semanalmente, no espaço da BE, diversas histórias pelos elementos que integram a equipa da BE. Das sessões realizadas

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A equipa da BE

referem-se algumas histórias que tal como tantas outras continuam a contribuir para estimular a fantasia, o imaginário e reforçar a aquisição/prática de valores essenciais a uma convivência democrática: “A viagem da sementinha” de Maria Isabel Norberto Nunes, “Salarissarim” de Margarida Macedo, “Lendas do

mar” de José Jorge Letria, “Histórias tradicionais portuguesas contadas de novo” de António To r r a d o , “ M a m ã ” d e S t e v e Smallman, “Atchuuu!: o guia completo das boas maneiras” de Mij Kelly, “O menino da lua” de Alice Vieira, “Contos de agosto” de Natércia Rocha, “A feiticeira do bosque e o professor de botânica” de Sílvia Alves e “A Bela adormecida” de Charles Perrault. A equipa da BE


ATIVIDADES DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES

SEMANA DA LEITURA De 15 a 19 de abril decorreu a semana da leitura, subordinada ao tema “O mar”. Neste âmbito a equipa da BE programou e desenvolveu, de forma dinâmica, diversas atividades, designadamente de leitura, dramatização, exposição e decoração de espaços. Salienta-se que em todos os níveis de ensino, desde a Educação Pré-Escolar ao 9º ano, foram dinamizadas sessões de promoção da leitura, contribuindo para o incentivo do uso autónomo do livro e o prazer de ler.

príncipe do rio”,“360 histórias para adormecer”, “O peixe de Abril”, “A galinha azul ”, ”Ruperte e a aventura subaquática” e “A pequenina sereia”.

EB de Paranhos da Beira Turma F Na EB de Paranhos da Beira, na semana da leitura, decorreram diversas atividades. Algumas iniciativas foram promovidas pela Camara Municipal de Seia, nomeadamente o Projeto ZOONOSES, dinamizado pelo veterinário e a Delegada de Saúde; a Mariana Aires e o professor Batista com histórias e músicas. A equipa da Biblioteca Escolar promoveu, igualmente, atividades, como a distribuição de marcadores pelos alunos e professores, leitura de histórias e entoação de canções. Durante a semana realizaram-se outras atividades, nomeadamente a apresentação de um teatro. Na sala do 3º ano, turma F, os encarregados

de educação e a Associação de Pais participaram ativamente com a apresentação de diversos livros/histórias: ”O dia em que o mar desapareceu”; “O

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A turma F


AGRUPAMENTO EM AÇÃO Visita de estudo a Santiago de Compostela

Nos dias 14 e 15 de março de 2013, 56 alunos de EMRC do 11º ano deslocaram-se, com espírito de peregrinação, a Santiago de Compostela para se encontrarem consigo, com os demais e com o verdadeiro espírito cristão de Compostela, para contactar com um dos principais centros religiosos e artísticos da Europa. A primeira paragem foi para fazer o cruzeiro das seis pontes que fazem o elo de ligação entre o Porto e Vila Nova de Gaia. Saímos do cais do Porto e começamos a observar a Ribeira, a Ponte D. Luís, o Mosteiro da Serra do Pilar, a Ponte do Infante, a Ponte Dª Maria Pia, a Ponte de S: João e a Ponte do Freixo. Chegando à ponte de S. João voltamos novamente para trás, podendo admirar assim a deslumbrante cidade do Porto, Património Mundial. Depois de termos passado a Ponte D. Luís, navegamos mais um pouco em direcção ao mar para ver a ponte da Arrábida. Daqui não podemos deixar de nos maravilhar com a linda terra dos pescadores, a Afurada. Podemos, desde logo, lançar um olhar sereno sobre a barra e deparamo-nos com uma incalculável beleza do rio e mar, que se misturam e entrelaçam como algo que faz parte de uma só vida. Todos sentiam que estavam a percorrer um caminho

inesquecível e a admirarem uma paisagem deslumbrante, calma e incomparável que deixa saudades e vontade de voltar um dia. Retemperados com o almoço partilhado, partimos para Viana do Castelo, rumo ao santuário de Santa Luzia, que levou quarenta anos a construir,

onde o convívio, o contacto com este espaço sagrado, a troca de farnel e a foto da praxe foram o prato forte. Do Zimbório desfrutámos o amplo horizonte e repousando o olhar pelo oceano, relembramos, de Fernando Pessoa “ O Mar português”, deixando ecoar a mensagem de um jornalista do “National Geographic Magazine”: “Santa Luzia tem um dos mais belos panoramas do mundo”. Em Santiago, o ponto central da nossa visita foi a Catedral, a mais importante obra do romântico espanhol, com planta de cruz latina e três naves. A sua construção foi iniciada no século XI, sendo concluída em 1211. A fachada é do século XVIII e é do estilo barroco. Junto ao pórtico da glória ecoou em nós a frase de um pensador espanhol quando visitou este espaço: “ Aqui está a Bíblia esculpida na pedra e a pedra fala por si.” Para lá da Catedral e do contacto na fé com o apóstolo Tiago, a quem entregámos os nossos pedidos e desejos profundos, o grupo pôde ainda contactar com as pessoas, ruas, praças e tradições desta agradável cidade, bem como com inúmeros outros monumentos e universidades aí existentes, que a tornaram património mundial. Este ano, pela primeira vez, visitamos o Museu do peregrino, enriquecendo em muito os nossos conhecimentos do valioso património que traz milhões de peregrinos dos 4 pontos cardeais. Por tudo isto, podemos concluir que esta visita de estudo nos enriqueceu e nos deixou ainda mais sensíveis aos valores humanos, tecnológicos, artísticos e cristãos. António Ferreira

Visita de estudo a Belmonte Os alunos, em extraordinário ambiente de convívio e muita alegria, não deixaram de pedir que para o ano querem mais. Os objetivos de sensibilizar para o respeito na diferença das religiões, contactar com a cultura, o ambiente e as tradições judaicas de Belmonte, identificar e compreender alguns símbolos judaicos, interagir com os hábitos e costumes do tempo das descobertas, perceber a influência da igreja católica em todo este contexto e fomentar o convívio entre todos os matriculados foram atingidos.

seguida apertando-a contra os lábios. O visitante pode ainda provar o pão ázimo (sem fermento e sem sal). Ecomoseu do Zêzere Espaço museológico de tributo ao rio Zêzere. O principal objetivo deste Ecomuseu é mostrar aos visitantes a flora, a fauna e a agricultura envolventes, além de procurar alertar para os perigos da poluição. Lagar de Belmonte

Informações de destaque: No dia 12 de abril de 2013, dando cumprimento ao Plano Anual de Atividades proposto por Educação Moral e Religiosa Católica, para o ano lectivo 2012/13, setenta alunos de EMRC do 10º ano deslocaram-se a Belmonte, para visitar o património desta Vila. Num dia quente e com motivação alta, começaram por uma visita guiada à igreja de São Tiago e ao panteão dos Cabrais. Passaram e reviveram memórias no Castelo e, atentamente, ouviram o guia e olharam pormenorizadamente as muitas e valiosas peças no Museu Judaico, terminando com a prova de pão ázimo. Antes do almoço, no Agrupamento de Escolas Pedro Álvares Cabral, ainda houve tempo para uma visita no comboio turístico pelos espaços mais relevantes de Belmonte. No início da tarde realizámos uma visita guiada ao Ecomuseu do Zêzere, levando-nos desde a nascente à foz deste longo e rico rio em termos de fauna e flora, sem deixar de alertar para os riscos ambientais a que está sujeito. Pelas 14.30, aconteceu a esperada visita guiada ao Museu "À descoberta do Novo Mundo", proporcionando múltiplas experiências interativas, desde a saída de Lisboa até à chegada ao Brasil. Terminaram este rico dia de aprendizagens significativas com a visita guiada ao Museu do Azeite, que culminou com a prova de pão ensopado em azeite extra virgem.

Belmonte é por excelência a terra dos museus, onde a história, a tradição, os saberes e os valores são do passado, mas numa perspetiva de desenvolvimento para o futuro. Terra natal de Pedro Alvares Cabral, é sede de uma das mais prestigiadas e antigas comunidades judaicas portuguesas. O museu Judaico, construído com o propósito de dar a conhecer as vivências e cultura do povo judeu nas beiras, envolve a componente lúdica e educativa num espaço onde o visitante pode provar o “Matzah” “pão ázimo” e apreciar livros, artigos religiosos, indumentárias e documentos. Museu Judaico de Belmonte Inaugurado a 17 de Abril de 2005 é um museu que retrata a longa história da comunidade judaica na região, que resistiu a longos anos e séculos de perseguição religiosa. É o primeiro museu deste género em Portugal, localizado no último reduto da comunidade criptojudaica, aí instalada por volta do século XV. O Museu Judaico de Belmonte, é o primeiro do género em Portugal, que mostra as tradições e o dia-a-dia dessa comunidade. Na entrada principal do museu, é possível observar uma Mezuzah (símbolo da fé judaica merecedor de grande respeito.) É costume da comunidade judaica beijá-la quando entram em casa, tocando-a com a ponta dos dedos e em

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Inaugurado em Abril de 2005, está instalado no antigo lagar da vila, recuperado para funções museológicas. Tem como objetivo a preservação das técnicas de produção do azeite, bem como a divulgação da importância deste produto, na economia da região. O museu divide-se em três pisos, além de integrar uma zona exterior de lazer com um olival. Os visitantes poderão observar como funcionava o antigo lagar (activo até 1995), onde se mantém, por exemplo, um motor, um moinho e uma centrifugadora. Centro Interpretativo de Belmonte É um projeto interativo, de sensações e afetos, que transportará o visitante para uma história de 500 anos de construção de um país e da Portugalidade. Ao longo da estratégia expositiva iremos abordar a história dos descobrimentos portugueses, enquanto elemento unificador dos Novos Mundos, a viagem da Descoberta do Brasil, o desenvolvimento e a construção de uma nação irmã, a Portugalidade, etc…É um projeto único em Portugal no qual serão usadas as mais recentes tecnologias interativas ao serviço da museografia, de forma a envolverem os visitantes num mundo de sonho, sensações e afetos, que está ao dispor do público desde 26 de Abril de 2009. António Ferreira


AGRUPAMENTO EM AÇÃO “DIA MUNDIAL DA DANÇA” 29/abril/2013 A convite da Associação Humanitária de Paranhos da Beira, no âmbito da comemoração do

de duas coreografias de dança. No final, num gesto de agradecimento muito carinhoso, todas as alunas e professora receberam uma bonita flor em tecido, elaborada pela Juventude da Terceira Idade do Centro de Dia de Paranhos da Beira.

Dia Mundial da Dança, 11 alunas que frequentam o Desporto Escolar (Atividades Rítmicas e Expressivas – Danças Modernas) apresentaram algumas das suas habilidades. Foi com grande satisfação que a Juventude da Terceira Idade assistiu à apresentação

A professora Dulce Vicente

Oficina de Vivências – Um Projeto na Escola Tourais/Paranhos

As professoras Dulce Vicente e Fernanda Quintela

Atividades do JI de Vila Verde Na semana da leitura, o Jardim de Infância de Vila Verde foi um local de grandes e interessantes leituras por parte dos Encarregados de Educação, Assistente Operacional e também de algumas individualidades da aldeia, tal como o Sr. Antenor. As crianças após as leituras faziam a sua avaliação, sendo o número de círculos, a forma de representar o seu agrado das diversas histórias. Segue o quadro da avaliação feito pelas crianças do Jardim de Infância de Vila Verde:

A semana começou com a apresentação, pela Sr.ª coordenadora do Pré-Escolar, Lurdes Alcafache, de uma história alusiva à temática “o Mar” de que as crianças gostaram bastante. Tínhamos para quem lesse uma história um

Chegados ao fim do ano letivo, importa fazer um balanço sobre a forma como decorreu a “Oficina de Vivências” destinada aos alunos que frequentam um CEI (Currículo Específico Individual), ao abrigo do Decreto-lei 3/2008, cujo objetivo é o desenvolvimento de competências ao nível da comunicação, da matemática para a vida, da autonomia e da sociabilização. Assim, ao longo do ano foram realizadas atividades diversificadas, de carater funcional (tapeçaria, pintura, recuperação de material degradado e outras, bem como atividades de aprendizagem do cálculo, da leitura e da escrita em torno da culinária), que se revelaram de grande sucesso. Os alunos participaram também na elaboração de um troféu destinado a um torneio de matraquilhos, solicitado pelos alunos do 9º B (turma CEF). No terceiro período os alunos realizaram, juntamente com os seus colegas da escola básica Dr. Abranches Ferrão, duas visitas de estudo, uma à fábrica têxtil “Lusolã” e outra, ao “Museu do Pão”, em Seia, com o objetivo de dar a conhecer aos mesmos a realidade inerente ao mundo do trabalho. Profs. Educação Especial

pequeno presente feito pelas crianças.

A Educadora Teresa M. Vaz

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AGRUPAMENTO EM AÇÃO SESSÃO DE FORMAÇÃO “ALIMENTAÇÃO” No dia cinco de abril de 2013 (20h.30min.), decorreu, no auditório da Escola Básica de Tourais/Paranhos, a Sessão de Formação intitulada “Alimentação”, dirigida aos Pais/Encarregados de Educação, dinamizada pela professora Dulce Vicente, pelo Coordenador de Estabelecimento José Manuel Dias, pela nutricionista Drª Raquel Arteiro e pelo enfermeiro Duarte Marvanejo (Centro de Saúde de Seia), no âmbito do Projeto de Promoção e Educação para a Saúde. Esta sessão teve início com a apresentação de uma canção, um poema, vários provérbios e algumas adivinhas, subordinadas à temática da alimentação, da responsabilidade dos alunos do 1º Ciclo com a colaboração das professoras Cristina Batista, Mª Fernanda Santos e Dalila Brito. Os Pais/Encarregados de Educação manifestaram-se muito satisfeitos com a participação dos seus educandos, com os conhecimentos adquiridos e a troca de experiências proporcionadas nesta sessão, que abordou fundamentalmente comportamentos alimentares.

A Professora Dulce Vicente

Semana das Artes 2013 A festa das Artes do Agrupamento de Escolas de Seia De 15 a 19 de abril, decorreu no Agrupamento a Semana das Artes 2013, organizado pelo Curso de Artes Visuais / Grupo Disciplinar de Educação Artística, com a colaboração da Biblioteca Escolar. Contando com um conjunto diversificado de iniciativas e atividades, a Semana das Artes teve como principal ponto de encontro a XII Exposição de Arte, patente na Escola Secundária de Seia. Esta mostra reuniu trabalhos dos alunos do Curso de Artes Visuais (10ºF, 11ºF e 12ºF), assim como obras de alguns artistas convidados – com destaque para Luiz Morgadinho. O pintor surrealista Luiz Morgadinho nasceu em Coimbra em 1964 e reside em Santa Comba de Seia desde a década de 1990. Regista no seu currículo diversas exposições individuais e coletivas em Portugal e no estrangeiro. Ligado ao movimento surrealista internacional, participou em 2012 numa exposição nos EUA e participa atualmente numa exposição itinerante na República Checa. Em Seia, tem participado em diversas exposições coletivas, com destaque para a Coletiva de Artistas Senenses, em 2001, e a ARTIS – Festival de Artes Plásticas de Seia, desde 2002. Os seus trabalhos foram distinguidos por diversas vezes, com o Prémio

atual presidente da Associação de Arte e Imagem de Seia. No dia 18, Luiz Morgadinho conversou no anfiteatro da ESS com os alunos do Curso de Artes Visuais sobre a arte em geral e a sua obra em particular. Outra atividade a destacar foi o workshop de fotografia, realizado na EB Dr. Abranches Ferrão, organizado pelo Curso Educação Formação de Fotografia. Os alunos participantes tiveram oportunidade de conhecer e experimentar o processo fotográfico manual, desde a captação da imagem à sua fixação em papel. A Biblioteca Escolar dinamizou ateliers de ilustração de contos para alunos do 1º Ciclo e a exposição de arte contou com a visita de alunos do Agrupamento de Escolas Guilherme Correia de Carvalho e Escola Evaristo Nogueira. A animação incluiu balões de modelação e pintura facial. O cartaz da Semana das Artes 2013 resultou de um concurso dirigido aos alunos da disciplina de Oficina Multimédia B, tendo sido escolhida a proposta apresentada pelas alunas Inês e Cristina. Uma seleção das obras expostas na XII Exposição de Arte será mostrada na Casa da Cultura de Seia (foyer do cineteatro) de 14 de junho a 28 de julho, integradas na II Exposição de Alunos Finalistas Município de Oliveira do Hospital na AGIRARTE 2011 do Curso de Artes Visuais da Escola Secundária de e várias menções honrosas, em Lisboa, Torres Vedras Seia. e Nisa. Foi homenageado na ARTIS 2009, sendo o GDAA viram alguns fósseis e aprenderam a identificar algumas rochas. Salienta-se a curiosidade, o empenho e a participação organizada dos alunos, ao longo de toda a “aula”. No final, a professora Fernanda Quintela foi agraciada com um certificado, assinado por todos os alunos da turma. Foi uma manhã muito interessante e pedagogicamente bem preenchida, quer para os alunos, quer para os professores envolvidos, que se traduziu num bom exemplo de articulação interdisciplinar entre ciclos.

“A visita das rochas” à turma F do 3º ano A convite da professora Dalila Brito, a docente Fernanda Quintela deslocou-se, no dia 16 de abril, à escola do 1º Ciclo de Paranhos da Beira, para uma sessão experimental sobre a temática das rochas, com os alunos da turma F do 3º ano de escolaridade. Os alunos ficaram a saber, através de um diálogo informal e dinâmico, que existem três grupos de rochas e que estas se podem “transformar” umas nas outras. Tiveram, ainda, a oportunidade de manusear várias amostras dos três tipos de rochas,

Fernanda Quintela

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Conto Abrir asas e voar

Tal como com outras raparigas, a minha autoconfiança à medida que ia crescendo praticamente não existia. Duvidava das minhas capacidades, tinha pouca fé no meu potencial e questionava o meu valor pessoal. Se tinha boas notas, acreditava que era apenas por sorte. Embora fizesse amigos com facilidade, preocupava-me que, uma vez que as pessoas me conhecessem, as amizades não perdurassem. E se as coisas corriam bem, pensava apenas que estava no sítio certo no momento certo. Rejeitava mesmo elogios e cumprimentos. As escolhas que fiz refletiam a imagem que tinha de mim própria. Ainda adolescente, senti-me atraída por um homem com a mesma baixa estima. Apesar do seu temperamento violento e de um relacionamento extremamente complicado durante o namoro, decidi casar com ele. Ainda me lembro do meu pai a sussurrar-me ao ouvido antes de me acompanhar ao altar “Ainda não é tarde demais, Sue. Podes mudar de ideias. ” A minha família sabia o erro

O figo mais doce O Senhor Bibot, o dentista, era uma pessoa muito meticulosa, que mantinha o seu apartamento e o seu consultório sempre arrumados e limpos. Se o cão, Marcel, subisse para os móveis, Bibot logo tratava de lhe dar uma lição. O pobre animal nem sequer tinha permissão para ladrar, exceto no Dia da Bastilha, a festa nacional francesa. Uma manhã, quando o dentista chegou ao consultório, esperava-o uma velhinha. Estava cheia de dores de dentes e pediu-lhe encarecidamente que a atendesse. — Mas não tem consulta marcada! — objetou ele. A senhora soltou um gemido. Bibot olhou para o relógio e pensou que talvez ainda tivesse tempo para ganhar uns euros extra. Mandou-a entrar e observou-lhe a boca. — Preciso de extrair o dente — disse, com um sorriso. Findo o trabalho, acrescentou: — Vou dar-lhe uns comprimidos para as dores. A velhinha ficou muito grata e disse: — Não posso pagar-lhe em dinheiro, mas tenho algo muito melhor para lhe dar. E retirou dois figos do bolso, que ofereceu a Bibot. — O quê, figos? — perguntou ele, zangado. — Estes figos são especiais — sussurrou a mulher. — Podem fazer com que os seus sonhos se realizem. Piscou-lhe o olho e levou um dedo aos lábios. Bibot ficou convencido de que a mulher era doida. Contudo, pousou os figos na mesa e, pegando-lhe pelo braço, encaminhou-a para a porta. Quando ela lhe lembrou os comprimidos, o dentista respondeu: — Lamento, mas são só para os clientes que pagam. Depois, quase a empurrou porta fora. Nessa mesma tarde, Bibot levou o cão ao

terrível que eu estava a cometer. Umas semanas depois, também eu. A violência física durou vários meses. Sobrevivi a ferimentos graves, estava coberta de pisaduras a maior parte de tempo e tive que ser hospitalizada em inúmeras ocasiões. A minha vida tornou-se uma mancha obscura de sirenes da polícia, relatórios médicos e presenças da família nos tribunais. No entanto, eu voltava sempre para aquela relação, na esperança de que as coisas pudessem melhorar. Depois de as nossas duas meninas terem nascido, houve alturas em que tudo o que me ajudava a superar mais aquela noite era ter aqueles bracinhos rechonchudos à volta do meu pescoço, as bochechas gorduchas esmagadas contra as minhas e aquelas deliciosas vozinhas infantis a dizer “Está tudo bem, Mamã. Tudo vai ficar bem.” Mas eu sabia que não ia ficar bem. Tinha mudanças a fazer – se não por mim, pelo menos para proteger as minhas filhas. Então algo aconteceu que me deu coragem para mudar. Consegui, no âmbito do meu trabalho, participar numa série de seminários sobre desenvolvimento profissional. Num deles, uma oradora falou sobre “tornar os sonhos realidade”. O que era muito difícil para mim – até mesmo sonhar com um futuro melhor! Mas algo naquela mensagem me tocou. Ela pediu-nos que tivéssemos em conta duas questões importantes: “Se pudessem ser, fazer, ou possuir algo, fosse ele o que fosse, sabendo à partida que seria impossível falhar, o que escolheriam? E se pudessem construir a vossa vida ideal, o que teriam a coragem de sonhar?” Naquele momento, a minha vida começou a mudar. Comecei a sonhar. Imaginei-me a ter coragem de mudar com as crianças para um apartamento só nosso. Começar de novo! Visualizei uma vida melhor para as minhas filhas e para mim. Sonhei em ser uma oradora motivacional para poder inspirar as pessoas do mesmo modo que a orientadora do seminário me tinha inspirado. Vi-me a escrever a minha própria

história para dar coragem a outros. Assim sendo, continuei a construir a imagem visual do meu novo sucesso. Visualizei-me a usar um fato muito profissional de cor vermelha, uma pasta de couro na mão e a apanhar um avião. E nisto já extrapolava bastante, uma vez que nessa altura não tinha sequer dinheiro para o fato… No entanto, eu sabia que era importante preencher o meu sonho com detalhes alusivos aos meus cinco sentidos. Por isso, fui a uma loja de artigos em couro e pus-me ao espelho com uma pasta na mão. Como é que aquilo ficaria, como é que eu me sentiria? Qual seria o cheiro do couro? Experimentei alguns fatos vermelhos e até encontrei a imagem de uma mulher com um, transportando uma pasta e entrando num avião. Pendurei a imagem num sítio onde a pudesse ver todos os dias. Ajudavame a manter o sonho vivo. E rapidamente as mudanças chegaram. Mudei-me com as crianças para um pequeno apartamento. Com apenas 77€ por semana, comíamos muita manteiga de amendoim e deslocávamo-nos num velho carro. Mas, pela primeira vez na vida, sentíamo-nos livres e em segurança. Eu empenhava-me ao máximo na minha carreira de vendedora, sempre concentrada no meu “sonho impossível.” Então, um dia, atendi o telefone, e a voz do outro lado pediu-me que falasse na conferência anual da companhia a realizar em breve. Aceitei e o meu discurso foi um sucesso. Isto levou-me a uma série de promoções, e acabei coordenadora de vendas a nível nacional. Atualmente, promovo a minha própria equipa de oradores motivacionais e viajo por imensos países à volta do mundo. O meu “sonho impossível” tornou-se realidade! Acredito que todo o sucesso começa quando abres as tuas ASAS – quando acreditas no teu valor, confias no teu íntimo, cuidas de ti, tens um objetivo e delineias uma estratégia pessoal. E, nesse momento, os sonhos impossíveis tornam-se realidade.

parque. O pobre Marcel gostava de farejar os troncos das árvores e os arbustos, mas, de cada vez que tentava fazê-lo, Bibot dava um forte esticão à trela. Nessa noite, antes de ir deitarse, o dentista teve vontade de comer qualquer coisa. Sentou-se na sala de jantar e comeu um dos figos que a velhinha lhe dera. Era delicioso. Talvez o melhor e mais doce figo que alguma vez comera. Na manhã seguinte, Bibot arrastou Marcel pelas escadas abaixo para o seu passeio matinal. Os degraus eram altos de mais para as patas curtas do cão, mas Bibot nunca levaria ao colo o seu animal de estimação: detestava que o seu belo fato azul se enchesse de pelos brancos. Enquanto caminhava pelo passeio, Bibot reparou que as pessoas olhavam para ele. “Estão a admirar o meu fato”, pensou. Porém, ao ver-se refletido na montra de um café, parou, horrorizado, porque ia apenas vestido com a roupa interior. O dentista deu meia volta e meteu-se por um beco. “Meu Deus! O que aconteceu à minha roupa?” Foi então que se lembrou do sonho que tivera nessa noite: sonhara que estava precisamente diante daquele mesmo café, em roupa interior. Como, no sonho, acontecera algo mais, Bibot esforçou-se por recordar o que teria sido. De repente, Marcel começou a ladrar. O dentista levantou o olhar e viu o resto do sonho tornar-se realidade. Desta vez, ninguém reparou em Bibot, enquanto este corria para casa em roupa interior, porque todos os olhos de Paris estavam fixos na Torre Eiffel, que lentamente se ia inclinando para o chão, como se fosse feita de borracha. Bibot compreendeu que a velhinha dos figos lhe dissera a

verdade. Nesse caso, não iria desperdiçar o segundo figo. Durante as semanas seguintes, enquanto decorriam as obras de reconstrução da Torre Eiffel, o dentista leu dezenas de livros sobre hipnotismo. Todas as noites, antes de ir para a cama, fixava o olhar no espelho e repetia muitas vezes: — Bibot é o homem mais rico do mundo, Bibot é o homem mais rico do mundo. Os sonhos de Bibot começaram, em breve, a mostrar-lhe isso mesmo. Via-se a conduzir um barco de corrida, a pilotar um avião e a viver luxuosamente na Riviera francesa. Os sonhos eram sempre iguais. Uma noite, tirou o segundo figo do armário, já que o fruto não poderia durar para sempre. “Esta noite é que vai ser!” pensou o dentista. Pôs o figo maduro num prato e levou-o para a mesa. Quando acordasse no dia seguinte, seria o homem mais rico do mundo. Olhou para Marcel e sorriu. O cãozinho não partilharia dessa boa vida, pois, em sonhos, Bibot era dono de meia dúzia de dálmatas. Quando abriu o armário para tirar uma fatia de queijo, o dentista ouviu um barulho de loiça a partir-se. Voltou-se e viu Marcel em cima duma cadeira, com as patas dianteiras apoiadas na mesa. O cão comera o último figo! O dentista ficou fora de si. Correu atrás dele por toda a casa e, quando Marcel se escondeu debaixo da cama, Bibot gritou-lhe: — Amanhã vou dar-te uma lição que nunca mais vais esquecer! Depois, enfurecido e destroçado, foi dormir. Ao acordar, na manhã seguinte, Bibot sentiuse confuso. Em vez de estar deitado na cama, estava debaixo da cama. De repente, um rosto surgiu diante de si. Era a sua própria cara! — Está na hora do teu passeio — disse a boca desse rosto. — Anda ao Marcel! Então, uma mão deslizou por debaixo da cama e agarrou-o. Bibot ainda quis gritar, mas só conseguiu ladrar…

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Sue Augustine

Chris van Allsburg The sweetest fig Boston, Houghton Mifflin Company, 1993 (Tradução e adaptação)


POESIA O desfile de carnaval No desfile de Carnaval Anda tudo mascarado. As fadas andam a voar, E a pôr tudo enfeitiçado! Os palhaços gostam muito De fazer rir toda a gente. E logo a criançada Fica feliz e contente. Uns fazem malabarismo, Outros contam histórias com piada. Princesas, piratas, polícias, Põe a festa animada. A gente a assistir Fica logo diferente. Pois o espírito de Carnaval Faz sorrir toda a gente! E durante todos os anos, O Carnaval é assim. Tudo está a rir e a brincar. Diversão até ao fim! Maria Anjos Neves 5ºC

Aquele sonho… De quem será Aquele sonho? Feito de mel, trazendo abraços, De doces, de rebuçados?

Alzira Tavares

Maria João Lopo de Carvalho Livros gosta de escrever Por isso fizemos estas quadras Para lhe agradecer. Muitos livros seus nós lemos E todos eles adorámos! E aí nós percebemos: Que grande escritora temos aqui! Cada livro seu é único Muita imaginação desperta Só precisa de atenção Para ser descoberta. Mas além de criatividade Esta escritora mais tem Amor e amizade Carinho para mais alguém. E agora nos despedimos Da nossa escritora preferida Carinho e felicidade Para o resto da sua vida! Escola Básica de Tourais/Paranhos, 14 de março de 2013 A turma do 5º C

É dia de Carnaval, O dia em que ninguém faz mal. Com palhaços de mil cores E farturas de diferentes sabores. Música é o que não falta, Dança toda a malta Um dia cheio de magia E muita alegria

Acho que é meu! O que contém? Um pesadelo, Gente de bem? Tem um jardim De belas flores Amores-perfeitos e margaridas, Rosas de muitas cores.

Todos numa grande diversão Lança-se no ar um grande balão E para lembrar este dia Um grande abraço de ALEGRIA! Sandro Santos, 5ºC

E lá no fundo Um casarão! Oiço um barulho Que foi, então?

Crianças

O meu alarme Está a tocar. E diz que é hora De acordar! Maria Anjos Neves, 5º C

Vida Neste mundo louco Onde vivemos Somos pássaros sem rumo À procura de uma vida melhor. Nossas mentes voam E vagueiam… Em procura de novos horizontes, De novas aventuras. Vamos em direção ao além, Sonhamos… Muitas vezes acordados!

Uma festa engraçada

Puras e belas São as crianças, Alegres, felizes e sorridentes Olham-nos com carinho, São meigas e acompanhantes… Trazem no rosto A magia da vida… Crianças hoje, Homens amanhã Sol das nossas vidas Que nos iluminam, Que nos fazem viver, Que nos fazem sorrir. São como flores de um jardim Que crescem até florir.

Amiga: Olhe as estrelas, Olhe a lua, Olhe o sol E sorria, Sorria sempre E nunca perca a esperança… Viva todos os momentos, Viva com alegria E confie em Deus. Ele olhará sempre por si, E ajudá-lo-á, estará sempre do seu lado. Não desanime e nunca desista dos seus desejos, Dos seus objetivos… Tenha fé, Tenha força e vontade de vencer, De viver e de fazer viver. Sei que tem… Mas também sei que por vezes Desanimamos e perdemos as forças para lutar, Pois o sofrimento é demasiado e parece que Tudo vai desabar… Caímos, mas tornamos a levantar-nos. Sei que é forte e valente, E que vai conseguir… O seu caminho vai ser iluminado!... Nada posso fazer, A não ser esta infinita tristeza De não a poder ajudar. Alzira Tavares

Alzira Tavares

O Cometa O cometa engraçado Muito trapalhão Não consegue estar um pouco sentado Pois parece um foguetão

Fala do Homem nascido

Lá longe está Sem o podermos avistar Não sabemos o que lá há Será um reino de encantar?

Venho da terra assombrada do ventre de minha mãe não pretendo roubar nada nem fazer mal a ninguém

Diz que tem uma cara feia Tem vergonha de a mostrar Então usa uma grande teia Para ninguém o gozar

Havia um menino

Apesar de tudo é educado Ao contrário de muita gente É um cometa encantado Não é como gente que mente. Luís Henrique Marmé Cruz Turma F 3-º Ano, Paranhos da Beira

Assim o amor Espantado meu olhar com teus cabelos Espantado meu olhar com teus cavalos E grandes praias fluidas avenidas Tardes que oscilam demoradas E um confuso rumor de obscuras vidas E o tempo sentado no limiar dos campos Com seu fuso sua faca e seus novelos Em vão busquei eterna luz precisa Sophia de Mello Breyner Andresen

Havia um menino que tinha um chapéu para pôr na cabeça por causa do sol. Em vez de um gatinho tinha um caracol. Tinha o caracol dentro de um chapéu; fazia-lhe cócegas no alto da cabeça. Por isso ele andava depressa, depressa pra ver se chegava a casa e tirava o tal caracol do chapéu, saindo de lá e caindo o tal caracol. Mas era, afinal, impossível tal, nem fazia mal nem vê-lo, nem tê-lo: porque o caracol era do cabelo. Fernando Pessoa

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Só quero o que me é devido por me trazerem aqui que eu nem sequer fui ouvido no acto de que nasci Trago boca pra comer e olhos pra desejar tenho pressa de viver que a vida é água a correr Venho do fundo do tempo não tenho tempo a perder minha barca aparelhada solta rumo ao norte meu desejo é passaporte para a fronteira fechada Não há ventos que não prestem nem marés que não convenham nem forças que me molestem correntes que me detenham Quero eu e a natureza que a natureza sou eu e as forças da natureza nunca ninguém as venceu Com licença com licença que a barca se fez ao mar não há poder que me vença mesmo morto hei-de passar com licença com licença com rumo à estrela polar António Gedeão, in Teatro do Mundo, 1958


PASSATEMPOS

RIR... É BOM Tudo em grande

Estudante inexperiente

Um homem cego viaja para o Texas. Quando ele chega ao seu quarto de hotel, senta-se na cama e exclama: «Uau, esta cama é grande!» «Tudo é grande no Texas», diz o porteiro do hotel. Mais tarde, ele sai, vai até ao bar e pede uma bebida. O empregado colocalhe uma caneca entre as mãos. «Uau, estas bebidas são grandes!», diz, admirado. O barman responde: «Tudo é grande no Texas.» S. R. Depois de algumas bebidas, o cego pergunta onde é a casa de banho. Solícito, o barman diz-lhe: «É na segunda porta à direita no corredor.» Grécia Antiga O cego percorre o corredor, mas engana-se e entra na terceira porta, que levava diretamente à piscina, onde acaba por cair. Na Grécia Antiga um homem dirigiu-se a Sócrates para lhe dar conta de um mexerico que Assustado, o cego começa a gritar: «Não puxem o autoclismo, não puxem o ouvira sobre Diógenes. autoclismo!» «Antes que me digas», interrompeu Sócrates, «tens a certeza de que o que me vais dizer é S. R. verdade?» «Não», admitiu o homem. «O que me queres dizer sobre Diógenes é uma coisa boa?» «Não, mas ele...» «Terei benefício em saber?» «Não, mas Diógenes...» «Se o que me queres dizer não é verdade, não é bom e não me beneficia, porque é que mo queres dizer, afinal?» Creme Queimado de Cambridge O homem afastou-se envergonhado. E foi assim que Sócrates nunca soube que Diógenes andava metido com a mulher dele. (chefe Pierre White) Um estudante de agricultura foi estagiar para a casa de um agricultor. No primeiro dia, olha para um campo onde uns grãos douravam ao sol e diz: «Os seus métodos são muito antiquados. Duvido que consiga tirar 20 alqueires de trigo deste campo.» «Também acho», diz o agricultor. «Isso é centeio...»

CULINÁRIA:

SUGESTÃO:

S.R.

À Portuguesa O cariz internacionalista do povo português é peculiar: Se tem um problema para ultrapassar, diz que se vê grego; Se alguma coisa é difícil de compreender, diz que é chinês; Se trabalha de manhã à noite, diz que é um mouro; Se tem uma invenção moderna e mais ou menos inútil, diz que é uma americanice; Se alguém mexe em coisas que não deve, diz que é como o espanhol; Se alguém vive com luxo e ostentação, diz que vive à grande e à francesa; Se alguém faz algo para causar boa impressão aos outros, diz que é só para inglês ver; Se alguém tenta regatear o preço de alguma coisa, diz que é pior que um marroquino; Mas quando alguma coisa corre mal... diz que é à PORTUGUESA! S. R.

O pior aluno O pai chama o filho para uma conversa: «Filho, a tua professora disse que, dos 20 alunos da tua turma, tu és o pior de todos.» «Ora, pai», responde o filho. «Podia ser pior.» «Pior como?», pergunta o pai, atarantado. «Então, a turma podia ter 40 alunos.» S. R.

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Receita para 6 pessoas Ingredientes 175 g de açúcar em pó 9 gemas de ovo 4 vagens de baunilha 100 ml de leite 900 ml de natas gordas 50 g açúcar mascavado Preparação 1. Bata as gemas e o açúcar numa tigela 2. Corte as vagens de baunilha em metades longitudinais e raspe as sementes. Coloque as sementes, as vagens, o leite e as natas numa caçarola e deixe ferver a mistura para o sabor da baunilha se fundir no líquido. 3. Deite as natas e o leite a ferver sobre a mistura de ovos e açúcar, misture bem e passe por um coador fino. Pré-aqueça o forno a 120ºC/Gás 1. 4. Divida a mistura por seis ramequins e cozinhe em banho-maria no forno pré-aquecido durante 30-40 minutos até ficar firme. Deixe os ramequins arrefecerem e depois coloque-os no frigorífico para gelarem. 5. Aqueça o «grill» do forno, o mais que puder. Salpique o topo de cada ramequim com açúcar mascavado e aqueça-os debaixo do «grill» até o açúcar derreter e ficar de um castanho dourado. Deixe o açúcar endurecer e sirva.


EM DESTAQUE EXPOSIÇÃO DE ARTE

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