Místico - Álvaro Alencar

Page 1


Copyrigth © (2016) Álvaro Alencar Capa e projeto gráfico Oficina Editorial Revisão Josú Ribeiro Prefácio Camila Prado Ilustração Moézyo de Lima


místico álvaro alencar

[2ª edição do autor]


ANTEVERSO | Camila Prado Um prefácio é um convite ao livro. Mas o livro já não é ele mesmo o convite? “Pra dentro do canto que ecoa No vazio dos inversos” Então para que prefácio? Recusa-se prefaciar. Não seria ingratidão ao poeta o calar-se em meio à sua poesia? Diz Platão que os belos poemas são convites para que se queira participar também da Beleza. Prefaciase, pois. Saltar estas palavras, ir aos poemas e, desde eles mesmos, conversar comigo, é, no entanto, o que vos aconselho. Trata-se da experiência poética. A formação de Álvaro-poeta é o que se (a)presenta. Místico é, a um tempo, poesia e poética. O Transe Heptagonal do Transfigurado desenha ângulos/agonias/agonais desta (trans)figuração. É irregular o plano que se instaura por sete pontospoemas primorosos, multiplamente distantes uns dos outros. São diversas as influências que se podem (re) conhecer neste transe-viagem em direção ao si mesmo do poeta. A origem, como nos dizem os gregos, não é nunca desde o nada. Faz-se poeta dizendo de novo, originariamente, o já dito. Assim, convido o leitor atento a reencontrar nestes primeiros poemas ecos de Manoel de Barros, Hilda Hilst e Leminski, entre outros ainda insuspeitos para mim. Sua presença indica a vida vivida poeticamente do autor. A singularidade de seus versos formados em sin-tonia com os “antes de nós poetas” surge como declaração poética de amor que é sempre solidão:


“Deixo-te o que não posso deixo-me fi(n)car” Transfigurador e fincado surge o Místico, devoto, o que invoca vozes que, através de si, falam. Experiência espiritual, a fala poética aparece novamente como encontro amoroso do múltiplo. Divindades diversas são hospedadas na casa da Poesia, aquecida pelo fogo de Héstia e abençoada por tantos e quantos fazem da vida morada do vadio e trans-ce(n)dente contentamento. A regularidade (não inteiramente ortodoxa) dos Sonetos não trai a vadiagem viva da poesia. As palavras da (filo) Sophia Andresen cabem aqui: “O verso é denso, tenso como um arco, exactamente dito, porque os dias foram densos, tensos como arcos, exactamente vividos. O equilíbrio das palavras entre si é o equilíbrio dos momentos entre si.” (Arte PoétWica II) Vocês já conhecem Álvaro-poeta, feito figura trans(itiva), feito míst(ico)urado, feito estrangeiro, não apenas um “Eu, corpo fantasmático”, mas Livro-objetotranscendente? Sejam bem vindos.

Por prefácio, ouçamos: “falou tanto que calou-se por encanto ou engasgou-se aos trancos com seus barrancos.”



transe heptagonal do transfigurado i a luz se apaga morte escura se ela acende incinera-me a alma que quase calada murmura: poeta de um verso voa pra dentro do canto que ecoa no vazio dos inversos.


ii as folhas vão ao chão saber o que é ser terra o céu se veste dum azul todo enfeitado de sol de mãos dadas sob a laranjeira nem percebem que o tempo passa e se põe a admirar o estalo dos beijos e das folhas secas


iii ele chega do leste e no oeste sepulta-se num fim da tarde que tinge e arde em mim. venho sozinho e vou atĂŠ nĂŁo poder ir. morto em mim o dia. vivo aqui o cĂŠu noturno que acertadamente pousa sobre os globos oculares de urano e veste de estrelas meus olhos vazios e soturnos.


iv bicho feito de sonhos, mergulha no rio medonho que me escorre dos olhos. entoa cânticos ao vento e escapa das algemas que te prendem ao tempo. irá provar da beleza que é virtude/pecado/ solidão/arabesco/... feito erisictão, faz de si banquete e entrega suas orações aos santos, sua carne aos demônios e guarda seu pranto. põe fim a todo movimento e assume sua forma: voz feita pro silêncio.


v [p/ klarisse viana] sorriso tal qual sol num dia de chuva: elegia encoberta. o instante estático impaciente espera por um céu soluto, que de tão prometido tornou-se mito propagado no escuro. mar revolto, afoga-me em teus versos secretos vestidos de sutileza [e amargor. entre névoa me carrega como santo-cadáver. parece até uma dança de tão leve o andor. ao findar o desfile deite meu corpo nas cinzas ainda quentes como jó, envolto em fumaça e lembranças.


vi deixo-te com isso que é sem remorso se não me deixa falar sentencio silencioso meu abandono deixo-te com o suor dos dias quentes das frutas suculentas e com as palavras do final entrecortado deixo-te o que não posso deixo-me fincar


vii falou tanto que calou-se por encanto ou engasgou-se aos trancos com seus barrancos.


das bençãos héstia, apolo,

aquece o poema que ele é casa.

ilumine os olhos do poeta para que ele encontre entre as pedras, poesia encoberta e antigas moedas. arcanjo, com tua espada de fogo abre o céu de lado a lado fazendo com que novas estrelas despenquem aqui embaixo. anjo caído, permita que tua luz perdida seja novamente desperta e que acenda os sentidos do jovem poeta para a dor de dobrar-se ao esteta. cristo, conduz o gesto em transe para a absoluta discrepância entre os homens sem alento nem constância. jeová, obatalá, tupã, etc. princípios de negação da solidão


para

de onde emerge o rio da criação. Se do norte ou do sul, ocidentais, orientais, sabeis que são plurais os que caminham na composição da nova idade, da novidade. manoel manuel drummond clarice elisa adélia rimbaud mallarmé leminski vinícius quintana gullar maiakovski baudelaire doces bárbaros buarque caymmi antônio de isaías orides maria helena saramago garcia neruda galeano mia edileuza marilene marias-marias josés sá-carneiro kerouac ginsberg pessoa e todos que foram de qualquer forma contrações na poesia, abençoem o movimento de contentamento da pequena e pobre figura vadia.


místico descalço e despido irrompo o ventre do mundo, desço os degraus do templo e abstrato os subo gasoso, fumacento. remexo os escombros do tempo que por onde passa aprofunda, sucateia os dias, diminui os já diminutos segundos. procuro o poema da caixa de fósforos, procuro o menino de largo sorriso e de tristeza espaçosa, que empilhava os livros todos e em seguida os derrubava. o menino e seu dragão adestrado e seu gigante dócil. Seus olhos que na fotografia reluziam ao descobrir a prata que escurecia e no escuro revelava a imagem: a imagem sem reflexo, imóvel sobre a água suja,


destituída de imagem. a imagem do menino que se apaga insondåvel na noite lânguida.


àquela que é triste “Je demande à ton lit le lourd sommeil sans songes” mallarmé

é no escuro onde renasce sozinha, ela que existe para si, doravante existindo assim, da noite se avizinha e sepulta sua rosa entre os instantes de assombro e pequenez do dia. rainha exilada na alcova, companhia profética que a si mesma anuncia, deixando-me na ilusão de que é minha, ela, que não aceita a sujeição da posse. invariavelmente malogrado, morro, contudo contemplo-lhe a lívida face onde vejo refletida a deforme imagem do meu pungente e inesgotável corpo em que catatônico, supus esta miragem.


iniciação de ícaro [duplo] esta luz que nos chega não vem dessas esferas, não das pobres estrelas mas de outras quimeras tanto mais perfeitas que cada uma delas de longe nos espreita pois nos sabem feras. escorrem vísceras pelas bocas entreabertas, são meras criaturas, bestialidades efêmeras. a luminosidade dos mistérios reverbera por entre mulheres adúlteras e sinceras. cerceiam-nas cobras de aparente aspereza nascidas nas agruras e exibem a nobreza forjada nas alturas que emana das esferas, elas nos circundam e mastigam, sem espera, por fim, nos transformam


numa sรณ figura de cera que assim como o anjo artificial, derretera.


jogo soariano “[...] a luxúria japonesa de ter evidentemente duas dimensões apenas.” bernardo soares

esparsa, a mesa me reduz. tábua rasa e magra. tora de madeira velha, barata. bem melhor se fosse cruz. madeiro de 2ª, nunca truz. quarenta dias fui tentada a me atirar ao nada... e se o demônio me seduz? aproprio-me dos dedos da criada, na queda, formas crispadas nos desenhos orientais suicidas, bidimensionalidade alucinada das figuras na granada que me partem de partida.


dolorido uma dor sem classificação ou nomenclatura. há esperança? palavras abundantes na canção que caem aos poucos da garganta. deformidades de branco, ausentes. restos de palavras decoradas, riscadas num abismo inconsciente que ardem no peito, caladas. cacos de um nada coerente que cantam numa noite parada. melodia que não compreende e que dói ao saber-se continuada. dor de vida inda em semente na certeza de se ver abortada.


grave te observo do meu centro: caminha com passos graves e nos lรกbios carrega aves arrelientas e dissidentes. conduz o gesto para o meio onde planta teus abrolhos. vendo aquilo que colho pergunta-me pelo que creio. no meu meio se esconde, sem dizer a que veio. sem me explicar para onde me carrega. so teu cheiro me escra(e)vo e teu nome me preenche, estrangeiro.


espelho o largo onde havia estado inteiro era límpido no início, mas o tempo tratou de imputar-lhe chuva, vento, turvou tua imagem neste espelho e lento, seu reflexo foi encoberto pela passagem duma noite escura e tuas mãos sumiram na obscura melodia que emanava do deserto em que eu havia estado. trêmulo e fraco procurava, sabia o floreio da moldura apodrecida e terrosa. de terra foi tua veste. da amorosa terra o beijo final. o último desejo no enleio germinal? nascer entre rosas.


visagem ei fantasma, por que afaga o céu que te alveja? por que tua morada é nessa terra apagada, nessa lama malfazeja? se oculta d’alvorada. se sai, é madrugada. desconfia das estrelas? te segue alguma praga vinda da mandrágora? é o instante que boceja: foi a memória furtada. foi o tom da carta. o inebriante que bodeja!


enlevo da carne se me percorro descubro um rasgo que se acomoda no meu peito. fria a lâmina na carne enleada, represa o sangue, adia o enlevo. devagar penetro teus olhos, cego. invado-te o ermo, truculento. impeço a corrente que tristemente cede, penetra na terra, tão somente. escolho por cavar no peito um poço para enfeitar nosso pouco terreno, plantar nos entornos flores amarelas e descansar ao sol de dezembro. e quando a faca se desfizer no ar, vazará a torrente num sussurro, entre agonia e gozo hei de urrar: finalmente nasceu-me o mundo!


enlevo ii amorteço teu pulo de gato russo. rasgo minha terra e meu luto roto. armo meu sono pro velho mundo e adormeço vazio e ignoto. amarro a lascívia num mastro. sou porta-bandeira transfigurado em um quebrantamento acinzentado. pseudo-alquimista de serra pelada. depois de morto, atirado ao mar. oferta rejeitada por Iemanjá. renascido da lágrima na recusa, descoberto no concreto, na secura. desperto: abjeta imagem destituída de sorriso, sonho, abrigo e desejo. ex-ensejo fundido ao soberbo. reatado à potência da vida.


visão a rouquidão traz a clausura e governa conforme o sereno que marca até onde existo. desvaneço ao longe na imagem que abre o guarda-chuva e se fecha em impressões que lhe encerram num mundo bem pequeno. (o mesmo mundo do cão das lágrimas que rasga o lixo em silêncio para não despertar os homens que declinam do ver.) a luz dos postes mente ouro no asfalto molhado, enganando os aviadores ambiciosos e míopes. as árvores são de metal e vidro, as flores brilham no escuro mas não iluminam nem atraem insetos, os frutos já nascem podres, processados e enlatados já nos galhos, as raízes enferrujadas rangem anunciando outra estação. o sol se move por entre nevoeiros envenenados, amoníacos, os pulmões descascam, desfigurados e apodrecidos.


descansam quedos os corpos sob o céu de vidro e plástico, as estrelas de neon iluminam as praças de concreto e justificam o apagar dos postes. os palácios bambeiam com o vento que os manipula como em babel. é que não haverá julgamento e os relógios enlouquecidos descerão das torres, das paredes, e nos destroçarão entre badalos e giros.



excrecência poema: corpo outro que pende do meu. que me suspende os sentidos: pesa-me aos olhos, trava-me a língua, entope-me os ouvidos e narinas, amarra-me os membros, desata-me com estricnina. desconheço sua inteireza, é sempre pedaço, síncope, dispersão estranha e avulsa que detém-me sem posse, excreção de calíope, soberana dentre as musas. um órgão voluptuoso, que surgiu na estreiteza entre a pele e o osso. carne em sangue, incompatível com o corpo que ocupa, exangue. eu, o corpo fantasmático. podia ser aparição, se não me soubesse corpo,


se não desconhecesse esse outro que pesa-me às costas. eu, o cadáver que conduz o cortejo. nem poderia orfeu expulsar a morta que se acomoda nos meus ombros, que contraria a voz e a lira do argonauta e empurra eurídice da porta para o vazio antes de algum deslize do próprio orfeu. nem as lágrimas de ferro derrubadas no inferno pelo comovido soberano convenceriam à intrusa a retirar-se sem danos. essa peça de carne avoluma-se com o tempo. com o tempo, perde a cor. acostumo-me com ela, não doem os olhares nem os risos que me lançam de viés. chamam-me moribundo, corcunda, subversivo, desvio nos planos d’Ele. mas me perco absorto, reparando no órgão


que não me pertence, mas que carrego por insistência d’Ele, senão dele. como uma imagem de santo que, carregada nos ombros, aponta no alto o único caminho devido. eu, andor vivo, rumando ao contrário, feito peixe insatisfeito na corrente mansa. olho-o através, pois converteu-se numa aberração translúcida. chamam-me corcunda, mas estou mais para lesma já que carrego uma concha de vidro. nessa revelação regozijo: na de que me foi permitido ser um outro sendo o mesmo, assim não me aborreço. eu, esculpido pelo vento numa profusão solar. acompanhei a transformação do corpo-outro que chamei concha.


fui por ele transformado, até que eu era de vidro. não digo que quebradiço, mas que me confirmei enquanto fantasma e que num dia mais nebuloso me desfiz do corpo e sumi... numa concha alada.


desdobramento se me dobro viro escombro. no recobro, vômito. dejeto vago de gente casta. cada sombra esmorecida de nuvem. cada canto sujo verso sujo falso soneto sextilha errada errata virtual. quatro cantos sujos do mundo e da mesa de madeira. cadeira de madeira&plástico sem adornos. trono da favela do reino de canudos. três tomos de dostoievski. um-só pomo de adão. uma eva de pomo secreto: devoradora primeva dos versos e das filosofias primeiras não-aristotélicas nem-aristocráticas descrísticas, descuidadas e desacreditadas. “poeta de um verso voa” de pés descalços. profetiza o ontem nos calos.


general da poeira atemporal. bicho duplo: inverso profundo. o não-só que é a cadeira ao lado.


fotografias no solar estilhaços feriram teus olhos deixando que voassem os dias. fendidas todas as horas foi-se tudo que te enchia. não ficaram nem os retratos que enfeitaram tuas paredes de ausência em cores mortas. sobra de luz impressa na sombra. esqueceste a gaiola aberta? por acaso trancaste a gaveta? sumiram todos os pássaros. calaram-se todos os insetos. se fora tudo que era alado deixando tudo que era incerto. insetos asfixiados, exilados aquém a carteira de cigarro esquecida na tua gaveta. fatigado do fim de tarde rasgaste o horizonte num badalo fazendo com que o sol escorregasse pra dentro dos teus olhos rachados, se pondo num instante embevecido, registrando o tédio com um machado, rasgando os lábios ante a realidade e corando as faces do amado.


a face se rendeu ao sorriso ainda incolor e mal desenhado. o sol fixa a imagem de narciso, retĂŠm o Belo no fotografado.


visão ii portões rotos entre maltrapilhas rotas. contínua escuridão que escorre pelas escadas de um templo desleixado. pretensiosos olhos cheios de quereres, de ânsias. deveras é pecado, mas que seja breve e bom. poeta cá, recato alhures. grades só do corpo. correntes ao inferno. ao céu, talvez. ao inferno, eu. bem sei que queres. pois pelo que sei sois breu.


edifício escadaria lá a lágrima a lágrima e a alma. a lágrima e a alma e o céu a lágrima e a alma e o céu e a ausência piso superior rolou d’uma turva alma uma lágrima incolor, guiada por uma coragem insana, indolor. caiu pelo avesso em um céu avexado. últmo piso estrelas em conserva, nuvens enlatadas. a ausência é só o fim da sequência não contabilizada. CHÃO morreu no piso superior.


apreendi de manoel [p/roberto cunha] desde que sei que o pequeno cresce de canto sei fazer verso descomposto feito sobra bonita, desenho um vapor caminhante na poeira do rosto e levo no bolso os dedos de pintar. sei enxergar de lado pelas assasolhos das borboletas desenhadas no bule e no assoalho. listo palavras de botar beleza em pensamento: eloquência, florescência, funâmbula. mas de todas, gosto de enternecer. vivo de acessos de ternura.


crônica “[...] pois o pobre coitado já morria de tristeza assimilada [...]”

Elisa Rosiè o corpo foi encontrado com o Sol enfeitando um canto da marginal. apresentava sinais de violência: agredido por seus próprios sentidos e pelas impressões do real. já estava em decomposição, talvez já o estivesse em vida. ainda quente, como se dor houvesse. os olhos estavam fechados, certamente o cansaço somado ao perdão do sereno. lábios cerrados como quem espera mais do que um beijo vulgar. as narinas, se sentiam algo, era o entra e sai dos vermes que são o além-vida. não soubemos a razão o óbito, talvez um resfriado mal curado, ou um desejo, que represado, incendiou sua alma, ou ainda uma dor sem geografia


que sarou, deixando-o insensível à vida. não foi preciso o estetoscópio para ouvir a ausência – ela gritava. no entanto, algo ainda pulsava dentro do cadáver puído, não era o coração nem o pênis, embora ambos houvessem enrijecido. o que pulsava no nada? a perícia não soube. no telejornal foi dito: – foi encontrado ao amanhecer o corpo do Poema, o sepultamento será hoje ao meio dia.


cênico sei que não minto ainda que finja que acredito que existo (findo) qualquer que seja. falso cacto intacto. fausto frustrado, mefisto contrito. bicho-peça-cenário de Hélio Eichbauer. desfiguração entrecortante montada. estrangeiro do nome de não sei que farelo de ser não ir não, morrer não. poema, eis o estandarte: mentir à Morte no verso e em toda parte brincar de ir sendo além de mim. à parte isto, brincar de morrer vez em quando.

de mim quem?


***



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.