São Paulo, 31 de Agosto de 2010
Publicação da Câmara Americana de Comércio
Construbusiness Intensificação de financiamentos e
Sinal da disputa por mão de obra, vê-se a retomada do movimento de contratação de colaboradores fixos em substituição à opção pela terceirização de serviços que reinava há alguns anos. “Estamos verticalizando a área de estruturas de concreto. No passado, tínhamos foco na terceirização para reduzir custos, porém fizemos uma autocrítica e decidimos retomar áreas importantes para o negócios”, ilustrou Paulo Sérgio de Oliveira, diretor da Método Engenharia.
Mais crédito
O segundo grande desafio do construbusiness é avançar ainda mais na concessão de crédito para fabricantes de materiais de construção, que operam em muitos casos próximos ao limite da capacidade instalada e precisarão aumentar a estrutura de produção a fim de dar conta da demanda ascendente, e para compradores de imóveis, buscando fontes de recursos que se somem aos da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). “Duas ideias são reduzir o compulsório sobre a poupança e promover maior atração aos fundos de pensão e companhias seguradoras”, sugeriu Celso Petrucci, diretor executivo do Secovi-SP. Outra fonte relevante de funding para crédito habitacional pode vir de fora do País. Para tanto, lembrou Luiz Henrique Lessa, CIO da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico, é preciso uma atuação mais forte no sentido de estimular a entrada de capital internacional para essa área, oferecendo a estrangeiros informações sobre regulação, tributação e condições para adquirir propriedades no País.
Eliane Monetti, professora da Poli-USP e presidente da International Real Estate Society
Foto: Mário Miranda
Impulsionada pela ampliação da relação entre crédito e Produto Interno Bruto, pela percepção positiva dos investidores estrangeiros sobre o País, pelos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC I e II) e pelos preparativos para a realização da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016), a indústria da construção civil brasileira vive um momento privilegiado. O setor deve crescer cerca de 9% em 2010, acima da média da economia nacional, e manter o forte ritmo por pelo menos mais seis anos. O desenvolvimento acelerado, contudo, exigirá o enfrentamento de dois grandes desafios. O primeiro deles, e mais importante, é reforçar a formação de profissionais, visto que já há escassez de trabalhadores para execução de serviços e gestão e que o quadro tende a se agravar com a continuidade da expansão. “A mão de obra é o fator mais crítico”, destacou Eliane Monetti, professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e presidente da International Real Estate Society (Ires), em 27/08 no “Café Setorial Construbusiness” promovido pela Amcham-São Paulo. Para lidar com o déficit de profissionais, as empresas do segmento têm adotado medidas paliativas, como trazer aposentados de volta ao mercado e importar especialistas de outros países. Também investem pesado na qualificação de trabalhadores dos canteiros de obras. Falta, entretanto, uma política pública que estimule investimentos em capacitação técnica, treinamentos para profissionais da base e graduação de engenheiros, defendeu a professora da Poli.
Foto: Mário Miranda
formação de mão de obra são determinantes para setor se manter aquecido nos próximos anos
Celso Petrucci, diretor executivo do Secovi-SP
CURTAS Curitiba Dez anos
A regional acaba de completar uma década e comemorou a data em 19/08 com solenidade no Museu Niemeyer. Participaram 340 pessoas, entre associados, parceiros e autoridades, como Eduardo Guimarães, secretário municipal de Relações Internacionais; Virgilio Moreira Filho, secretário paranaense de Indústria e Comércio e Assuntos do Mercosul; e Vera Haj Mussi, secretária estadual de Cultura.
Recife e Curitiba Brasil-EUA
As ações do Grupo Parlamentar Brasil-EUA foram foco de dois encontros em agosto com a presença de seus copresidentes, os deputados Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e Maurício Rands (PT-PE). Na primeira reunião, em 20/08, Hauly apresentou os trabalhos do grupo a associados da Amcham-Curitiba e autoridades locais. Na segunda, em 27/08, Rands interagiu com sócios da Amcham-Recife.
Porto Alegre Sustentabilidade I
Sancionada pelo presidente Lula em agosto, a Política Nacional de Resíduos Sólidos exigirá das companhias maior planejamento da logística reversa, ou seja, retorno de mercadorias e materiais ao centro produtivo. “Quando o empreendedor pensar em um produto para o mercado, já deverá resolver que disposição final dará a ele”, sinalizou Bibiana da Silva, coordenadora de Direito Ambiental do Veirano Advogados, em 20/08 no comitê de Meio Ambiente.
São Paulo Business in Growth
Atenta às necessidades das pequenas e médias empresas com alto potencial de crescimento, a Amcham acaba de lançar o “Business in Growth” (BIG), programa de atividades desenhado especificamente para esse público. Estão previstos cafés de relacionamento, reuniões de comitês, workshops, seminários e rodadas de tendências e negócios. Para maiores informações, acesse o link http://www.amcham.com.br/pecas/2010/big.pdf.
Ribeirão Preto Desafios do CEO
A 4ª edição do “CEO Fórum”, em 19/08, abordou o tema “Desafios do CEO no cenário atual”. Cerca de 200 profissionais prestigiaram o evento, que trouxe como palestrantes Maurilio Biagi Filho, CEO da Maubisa Agricultura; Fernando Sampaio, diretor de Macroeconomia da LCA Consultores; Tarcísio Godoy, presidente da BrasilPrev; e Rômulo Dias, presidente da Cielo.
Brasil Energia elétrica
Pesquisa da Amcham junto aos agentes regulados da Aneel mostra que no ano passado o órgão evoluiu em sua ação na defesa de um ambiente regulatório estável e promotor de investimentos. O estudo revela que, para 73% dos entrevistados, a agência frequentemente cumpre de maneira satisfatória a função para a qual foi criada.
São Paulo Telecomunicações
O uso de um amplo conjunto de indicadores de satisfação dos usuários é a nova forma que a Anatel pretende adotar para avaliar a qualidade dos serviços de telefonia móvel no País. A agência quer priorizar a opinião do consumidor em relação a critérios técnicos e também contemplar pontos antes não regulamentados, como a banda larga móvel. A proposta passou por consulta pública e foi objeto de audiência na Amcham em 11/08.
Belo Horizonte Mercado de capitais
Duncan Niederauer, presidente da Bolsa de Valores de Nova York, foi o convidado especial de almoço em 17/08. A regional já havia promovido um encontro com o executivo em outubro passado, durante missão que levou aos EUA empresários com interesse em acessar o mercado de capitais internacional. Uma nova viagem, em moldes semelhantes, está programada para dezembro.
Cajamar Sustentabilidade II
Em um mercado que cada vez mais vê a sustentabilidade como agregadora de valor aos negócios, observar companhias que já têm sucesso nesse tipo de iniciativa pode fazer a diferença. Essa é a ideia central do projeto Open House, que prevê visitas a alguns dos vencedores do Prêmio ECO 2009 para que associados da Amcham conheçam de perto as boas práticas adotadas. A inauguração do programa se deu em 10/08, na fábrica da Natura em Cajamar (SP).
Campinas Marketing esportivo
Para aproveitar as maiores oportunidades do marketing esportivo no Brasil nos próximos anos, concentradas na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos, as empresas devem se preparar desde já e estar atentas a novas possibilidades que podem surgir a qualquer momento. “Não se trata somente de disputas entre equipes, mas também entre anunciantes”, lembrou Mario Andrada, diretor de Comunicação da Nike, em 24/08 no “Fórum de Marketing Esportivo”.
São Paulo Licitações
A Medida Provisória 495, que foi publicada em julho e incorpora a promoção do desenvolvimento nacional entre os objetivos das licitações, tem dividido opiniões no meio empresarial, como mostrou debate no comitê de Legislação em 20/08. A principal mudança colocada pela MP é a possibilidade de o Executivo Federal estabelecer uma margem de preferência de até 25% para fornecedores nacionais que se inscrevam em processos licitatórios.
Ministério do Desenvolvimento planeja elevar meta de US$ 180 bilhões em exportações O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) estuda uma terceira revisão para cima da meta de exportações brasileiras para 2010. Inicialmente estipulada em US$ 168 bilhões, passou em junho a US$ 180 bilhões – portanto 17% acima do resultado de 2009 – e agora tende a subir um pouco mais, ficando, contudo, ainda aquém dos US$ 198 bilhões computados em 2008. “O próprio mercado já aponta algo na casa de US$ 190 bilhões para nossas vendas externas, o que é possível se mantivermos o ritmo de crescimento que observamos nos primeiros sete meses do ano. É um número factível”, afirmou Fábio Martins Faria, diretor do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior do MDIC, em participação no comitê de Comércio Exterior da Amcham-São Paulo em 13/08. De janeiro a julho, as exportações nacionais somaram US$ 106,8 bilhões, uma expansão de 27,1% em relação ao mesmo período de 2009. No acumulado do ano, os produtos básicos e semimanufaturados, diretamente beneficiados pela elevação dos preços das commodities no mercado internacional, foram os que tiveram maior participação na pauta de vendas ao exterior, representando 71,6% do total, o equivalente a US$ 61,5 bilhões. Os produtos básicos responderam por US$ 46,6 bilhões, (crescimento de 30,3% sobre os mesmos meses de 2009) e os semimanufaturados, US$ 14,9 bilhões (aumento de 41,3%).
O segmento de manufaturados, por sua vez, desperta certa preocupação pelo menor dinamismo em termos comparativos: sua ampliação de janeiro a julho foi de 19,2%, atingindo US$ 42,9 bilhões. “Este resultado pode ter ligação com a taxa de câmbio, mas há outros desafios à competitividade de ordem bastante variável”, ponderou Faria. Entre os principais pontos a serem tratados, ele cita a necessidade de aceleração de projetos de infraestrutura, maior estímulo à inovação, promoção da reforma tributária e qualificação da mão de obra.
Superávit em queda
O País, de janeiro a julho, teve um superávit comercial de US$ 9,2 bilhões, baixa de 45,1%, em relação a esses sete meses do ano passado. A explicação está no desempenho das importações, bastante superior ao das exportações. As compras do exterior no período foram de US$ 97,6 bilhões, 45,1% acima das efetuadas no mesmo período de 2009. “O superávit comercial vem caindo e esse cenário tem de ser olhado com atenção. Ainda não é preocupante porque o Brasil tem conseguido atrair capitais por investimentos diretos e aplicações financeiras, mas o País deve continuar com a meta de ampliar o comércio de forma equilibrada para que não volte a ter problemas de balanço de pagamentos como no passado”, avaliou o representante do MDIC.
Foto: Daniela Rocha
comércio exterior
Fábio Martins Faria, diretor do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento
Missão à China Nos sete primeiros meses de 2010, o fluxo de comércio entre Brasil e China foi de US$ 29,9 bilhões, um aumento de 39,4% frente ao mesmo período de 2009. As exportações para o gigante asiático totalizaram US$ 16,7 bilhões (alta de 25%) e as importações, US$ 13,1 bilhões (elevação de 63%). De olho na intensificação das transações entre ambas as nações, a Amcham prepara sua primeira missão comercial à China. Entre 11 e 19/10, o grupo irá a Hong Kong e Cantão (Guangzhou), onde terá a oportunidade de identificar novos fornecedores e parceiros. O lançamento da viagem ocorreu em café na Amcham-São Paulo em 10/08.
Competitividade
Em encontro com membros do Conselho de Administração da Amcham no dia 11/08 em São Paulo, a candidata do Partido Verde (PV) à Presidência da República, Marina Silva, defendeu um Estado mobilizador, profissionalizado e capaz de adotar e expandir diversas iniciativas positivas já existentes na sociedade, especialmente na área da educação e na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável. Para ela, exemplos da iniciativa privada devem ser seguidos. A presidenciável foi instigada a comentar três dos pilares do projeto “Competitividade Brasil” da Amcham, que visa discutir e apresentar alternativas para enfrentar os principais gargalos que comprometem a competitividade do País e impõem elevados custos de transação às empresas. Acompanhe:
Formação de mão de obra qualificada
“Precisamos ter um olhar para a educação em dois níveis – como um direito e como alavancadora da economia – e, a partir daí, criar centros de excelência. Acredito que o Estado deve fazer parcerias com a iniciativa privada e que, ademais, é necessário promover uma refor-
ma do ensino a fim de atualizá-lo. Temos de ensinar os jovens na idade certa, na fase certa e as coisas certas porque podemos até estar ensinando, mas a educação hoje não dialoga com as necessidades do mercado de trabalho e com os desafios que se colocam para o Brasil.”
Foto: Mário Miranda
Marina Silva analisa três dos principais gargalos que impõem elevados custos de transação às empresas
Eficiência do Estado
“A maior eficiência do Estado brasileiro tem de ser medida e trabalhada pela visão que temos desse ente. Se for a velha noção do Estado provedor ou do fiscalizador, não haverá evolução. Por isso, defendo a ideia de um Estado mobilizador e que promova a competição pelo ‘caminho de cima’. O Estado tem de cuidar da sua própria obesidade porque está ficando cada vez mais amplo nos seus tentáculos para gastar recursos públicos, e mínimo para oferecer serviços à sociedade. Precisamos de uma gestão profissionalizada, com pessoas concursadas e cargos do tamanho certo, e não usados para composição política. No caminho da eficiência, necessitamos ainda de transparência.”
Infraestrutura
“Vemos problemas nas estradas, nos aeroportos e no setor elétrico. Lamentavelmen-
Marina Silva, candidata do PV à Presidência da República
te, não temos no País um plano de longo prazo para infraestrutura, uma visão estratégica e diretrizes que pensem a demanda para os próximos 20 a 40 anos. Avançamos muito com o esforço de gestão, mas falta planejamento. Também ajudaria se tivéssemos uma visão integrada dos projetos de infraestrutura.”
LOGÍSTICA
Porto de Santos ganha sistema online para processar movimentação de cargas O Porto de Santos, no litoral paulista, começou a operar no final de agosto com o “Porto Sem Papel”, sistema online para processar e distribuir em tempo real as informações necessárias às movimentações de navios e cargas. A informação foi adiantada por Luis Fernando Resano, diretor do Departamento de Sistemas de Informações Portuárias da Secretaria de Portos, ao comitê estratégico
de Logística de Exportação em 20/07. A ideia é que a adoção da ferramenta eletrônica seja gradativa, mantendo o uso do papel em paralelo ao longo dos primeiros meses para garantir total segurança às informações. Após Santos, o programa chegará aos portos de Vitória e do Rio de Janeiro. “Para este ano, temos recursos para implementar o ‘Porto Sem Papel’ nesses três
lugares. Para 2011 e 2012, com verba do PAC II, trabalharemos em mais 23 terminais”, informou Resano. A concretização do “Porto Sem Papel” é uma das principais medidas defendidas pelo comitê estratégico de Logística de Exportação da Amcham. O grupo trabalha pela adoção de propostas que garantam maior eficiência ao processo exportador.
EXPEDIENTE
Editora: Giovanna Carnio (MTB 40.219) Reportagem: Camila Cruz, Daniela Rocha, Dirceu Pinto, Mariana Pires e Thiago Lucas Design: Gera Comunicação O noticiário completo da Amcham você encontra no site www.amcham.com.br