AmchamNews Novembro/Dezembro 2009

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Brasil-EUA

São Paulo, 09 de Dezembro de 2009

País esboça reação positiva a direito de retaliar americanos por subsídios a algodão Após a decisão da Organização Mundial de Comércio (OMC) de que o Brasil tem o direito de retaliar a prática dos Estados Unidos de subsidiar sua produção de algodão, o País dá sinais de que sua resposta será bem pensada e construtiva.

No início de novembro, a Camex, que reúne representantes de vários ministérios, tornou pública uma lista preliminar de 222 linhas tarifárias referentes a produtos e subprodutos americanos que podem ter suas alíquotas de importação ampliadas em até 100 pontos percentuais na entrada no Brasil como forma de compensação. Os itens passaram por consulta pública até 30/11, o que demonstra mais um ponto positivo: a abertura do governo brasileiro à manifestação do setor privado nacional a fim de que indique pontos em que as medidas têm potencial para impactar seu negócios e investimentos. Representando seu corpo de associados, a Amcham participou desse processo de consulta, levando à Camex 65 manifestações de companhias dos setores de produtos para saúde, automóveis, alimentos e bebidas, e cosméticos, entre outros. A preocupação do empresariado, no geral, relaciona-se às potenciais consequências da sobretaxação de produtos americanos, que podem incluir aumento de preços tanto de insumos – com efeitos sobre a cadeia produtiva nacional – quanto de bens de consumo final. A Amcham entende que a divulgação da lista Camex é um indicativo claro de que o Brasil levará a discussão adiante e espera agora que os EUA mostrem sinais de boa vontade no sentido de facilitar a entrada de produtos agrícolas brasileiros – os segmentos de fato impactados pela disputa – em seu território. Um aceno nessa direção são duas missões promovidas pelo United States Trade Representative (USTR) ao Brasil em apenas três meses (a primeira em setembro, com passagem pela Amcham, na qual esteve presente o embaixador Ron Kirk, e a segunda no início de dezembro), ambas em busca de diálogo e maior aproximação bilateral. Com essas visitas e seus desdobramentos, a expectativa da Amcham é de que o episódio do algodão seja concluído por meio do estabelecimento de compensações positivas aos subsídios americanos – não com retaliações que possam prejudicar consumidores e empresas que atuam no Brasil – e que, principalmente, sirva como oportunidade para uma revisão mais ampla do relacionamento Brasil-EUA.

Novo embaixador do País em Washington inicia diálogo com setor privado na Amcham Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom-ABr

O recém-nomeado embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Mauro Vieira, visitou a AmchamSão Paulo em 01/12 para dialogar com empresas americanas e grandes grupos nacionais associados à entidade. Na ocasião, a Amcham apresentou ao diplomata seu programa voltado a fortalecer as relações Brasil-Estados Unidos – de modo especial as ações em prol do estabelecimento de um tratado para evitar a bitributação entre os dois países e iniciativas em defesa da renovação do Sistema Geral de Preferências americano. Em seu primeiro encontro com o meio empresarial já como titular da embaixada em Washington, Vieira demonstrou disposição para trabalhar com a Amcham, dando continuidade aos esforços conjuntos em andamento e os fortalecendo, sobretudo no que diz respeito a missões comerciais. Mauro Vieira,

embaixador do Brasil nos EUA

Mauro Vieira, que respondia pela Embaixada do Brasil em Buenos Aires desde 2004, sucede Antonio Patriota, que deixou o posto para assumir a Secretaria Geral do Itamaraty.

Expediente

Energia Desenvolver cadeia produtiva é principal desafio do pré-sal A descoberta da camada pré-sal coloca um amplo desafio para o Brasil: não se ater à simples extração de petróleo e gás, mas aproveitar a oportunidade para estruturar essa cadeia produtiva e se tornar um grande fornecedor de serviços do segmento – como perfuração, refino e desenvolvimento de projetos. “O impacto precisa ir além da própria energia. O País pode ser um dos grandes provedores mundiais desses serviços dentro de cinco anos”, afirmou Pedro Cordeiro, sócio da Bain & Company, no “2º Seminário de Energia – O futuro em debate”, realizado na AmchamSão Paulo em 25/11. Para Cordeiro, se o Brasil enfrentar os riscos inerentes a esse novo negócio e contar com uma política adequada de incentivos, terá grandes chances de se equiparar a países como Noruega e Estados Unidos, que auferem ganhos em toda a cadeia, e não repetir o padrão de México e Arábia Saudita, que focaram estritamente a apropriação da riqueza proporcionada pela venda de combustível. O sócio da Bain estima que, com a entrada em operação do pré-sal, até 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderão vir da exploração do petróleo – isso sem falar no potencial da exportação de serviços, que representaria uma fatia adicional do PIB. Ele argumentou ainda que a extração será economicamente viável desde que a cotação do barril esteja acima de US$ 35, valor mínimo para compensar os custos de perfuração, que tendem a ser elevados de início, porém com tendência de queda à medida que ocorram avanços tecnológicos e aumento da concorrência entre produtores de equipamentos. Dificuldades

Editora: Giovanna Carnio (MTB 40.219) Reportagem: Carmem Madrilis, Daniela Rocha, Dirceu Pinto, Luana Braga, Luiz Felipe Marques e Márcio Daudt Diagramação: Fernando Dantas

O noticiário completo da Amcham você encontra no site www.amcham.com.br

Pedro Cordeiro diz reconhecer no governo brasileiro a intenção de estimular o setor, mas

salienta que vê obstáculos nesse sentido, como a proposta de que a Petrobras concentre a operação do pré-sal. “O monopólio não necessariamente evita que a cadeia de valor se desenvolva, mas torna isso mais difícil”, pontuou. Outro problema detectado por especialistas que participaram do evento na Amcham é a escassez de mão-de-obra qualificada para o segmento. “Já sentimos dificuldade hoje. Com os avanços do pré-sal, isso será ainda mais evidenciado”, disse Rafael Galeazzo, executivo da Chemtec, empresa da Siemens responsável por projetos de engenharia para a indústria de petróleo e gás natural.

Pedro Cordeiro,

sócio da Bain & Company

Foto: Mário Miranda

Essa parece ser a visão do governo brasileiro, que optou por concentrar o debate na Câmara de Comércio Exterior (Camex), e não no Itamaraty. A escolha reflete uma preferência pela abordagem técnica, sem viés político.

Foto: Mário Miranda

A Amcham reconhece o direito de protesto brasileiro e sempre advogou que ele se desse no âmbito comercial específico, ou seja, no campo agrícola, sem enveredar por segmentos que em nada se relacionam com a determinação da OMC – especialmente em se falando de medidas extremas, como sanções na área de propriedade intelectual – e sem prejudicar setores não relacionados com a disputa.

Galeazzo destacou ainda a necessidade de que se discuta logo como a extração no pré-sal será realizada – se rapida ou paulatinamente – a fim de que se tenha um cronograma claro, que facilite o desenvolvimento da cadeia de serviços. Contraponto Apesar do entusiasmo nacional, os esforços e investimentos em torno do pré-sal também são objeto de crítica. “Apostar todas ou muitas fichas no pré-sal é um desserviço ao País. Esse petróleo sairá caro porque a taxa de insucesso nas perfurações é altamente problemática”, disse José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo e ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O professor censurou também o fato de o combustível se tratar de uma fonte de energia suja – que contém hidrocarboneto, CO2 e metano – e reforçou a importância de que o País dê ênfase maior a energias renováveis, começando pelas hidrelétricas e passando por geração eólica e biomassa.

José Goldemberg,

professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP

Força tarefa As discussões da Amcham em torno do cenário energético ganham cada vez mais força. Em novembro, a entidade lançou uma força tarefa dedicada ao assunto, que funcionará como porta-voz do setor privado junto à esfera pública em questões como meio ambiente, financiamento e relacionamento BrasilEstados Unidos, sempre com foco na atração de investimentos e na troca deWestLB experiências. do Brasil


Tecnologia da Informação Segmento crescerá 13% ao ano no País até 2013

Tomas Roque,

gerente líder da Prática de Estratégia de TI da PricewaterhouseCoopers

O cenário promissor foi apresentado por Tomas Roque, gerente líder da Prática de Estratégia de TI da PricewaterhouseCoopers, durante a “Rodada de Tendências e Negócios de Tecnologia da Informação” promovida na Amcham-São Paulo em 18/11. “Iniciamos uma curva de crescimento muito grande no setor de TI e o Brasil passa a se desta-

Feira multisetorial de negócios reúne 500 visitantes em São Paulo car entre os Brics (bloco composto também por Rússia, Índia e China), visto lá fora realmente como um país estável e considerado para ser plataforma de projetos globais”, disse Roque.

Fotos: Moira Seadon

Foto: Daniela Rocha

O mercado brasileiro de Tecnologia da Informação (TI), que inclui hardware, software e serviços, deve atingir US$ 24,5 bilhões em 2010, quase 9% acima dos US$ 22,5 bilhões de 2009. No médio prazo, considerando um horizonte até 2013, o segmento tende a registrar expansão média anual ainda superior, da ordem de 13%.

Business Day

Fatores internos também alavancam oportunidades para o segmento: a ampliação de canais de vendas no varejo tem impulsionado o mercado consumidor; pequenas e médias empresas começam a perceber TI como forma de atingir maior eficiência; e o setor público cada vez mais se dá conta da importância de investir na área – está em andamento, por exemplo, um programa para equipar 119 mil escolas públicas com laboratórios de informática e há metas ambiciosas de gasto de US$ 23 bilhões em ciência e tecnologia como parte do Plano de Aceleração do Crescimento.

Compliance

Alexandre Silva,

presidente do Conselho de Administração da Amcham

Além de ser fundamental para a sobrevivência em 09/11 na Amcham-São Paulo em parceria das empresas, a compliance, ou seja, adequação com o escritório Trench, Rossi e Watanabe às leis e às normas corporativas, é também uma Advogados. ferramenta de competitividade. De acordo com Silva, a falta de uma cultura de “Tenho visto uma preocupação grande das compliance expõe e ameaça as companhias, cria companhias, um entendimento crescente de que um ambiente de insegurança interno (entre os compliance não se destina só a atender as autori- funcionários) e externo (junto a clientes e fornedades, mas é uma iniciativa que traz resultados, cedores) e pode custar caro. Ele não nega que protege e perpetua o negócio, e ainda melhora o adotar processos de conformidade exija investiclima interno”, afirmou Alexandre Silva, presi- mentos consideráveis, porém assegura que agir dente do Conselho de Administração da preventivamente e contar com um plano de Amcham e conselheiro da TAM Linhas Aéreas, resposta imediata a problemas evita impactos no café da manhã “Compliance em um financeiros mais profundos e significa, no final ambiente desafiador”. O evento foi realizado das contas, economia de recursos.

Gestão de Pessoas

Oportunidades de negócios, networking, promoções e conhecimento atraíram 500 pessoas para a segunda edição do ano do Amcham Business Day, feira multisetorial realizada em 30/11 na Amcham-São Paulo. Além de visitar 50 expositores, o público participou de rodadas de negócios entre potenciais compradores e fornecedores, e assistiu a palestras de Edmour Saiani, consultor de Marketing (esq.); Raul Rosenthal, professor da Universidade de São Paulo; Luiz Antonio Cury Galebe, criador da rede de programas televisivos de vendas Shop Tour; e Thai Quang Nghia, presidente da fabricante de sandálias Goóc.

Vigilância sanitária Sondagem da Amcham indica que, para empresariado, Anvisa teve leve piora de desempenho neste ano Foto: Daniela Rocha

Foto: Agência Foto

Ferramenta contribui para perpetuar negócios e ampliar competitividade

Crise reforçou relevância de comunicação e transparência nas organizações Foto: Giovanna Carnio

O maior aprendizado que as recentes turbulências internacionais trouxeram para a área de Gestão de Pessoas foi a importância da comunicação e da transparência nas empresas em todos os momentos, especialmente nos difíceis – mesmo que esse processo seja complexo (quando a liderança não tem todas as respostas esperadas) e muitas vezes doloroso (sempre que envolve decisões que impactam as relações com os trabalhadores). Alessandro Bonorimo, diretor de Recursos Humanos para América Latina da IBM

“Não adianta fingir que a crise é uma marola. A organização tem que aprender a evitar mentiras

brancas. Ao colocar problemas na gaveta, eles acabam triplicando”, disse Alessandro Bonorimo, diretor de Recursos Humanos para América Latina da IBM, no seminário “Pessoas – Um ano atípico” em 26/11 na Amcham-São Paulo. Bonorimo sugere que se usem os mais variados canais de comunicação – como email, SMS e, principalmente, conversas pessoais – para informar aos colaboradores resoluções da liderança e seus porquês. A dica vale também para sinalizar a possibilidade de futuras demissões. “É preciso ser factual, mas dar esperança”, ensinou.

Após um 2008 de grande evolução, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou ligeira queda de desempenho em 2009 na visão dos agentes regulados. Pesquisa da Amcham aponta que, para 72% dos consultados, a Anvisa merece atualmente uma nota entre 3 (mediana) e 5 (máxima). No ano passado, a fatia dos que fizeram essa mesma avaliação foi de 75% e, em 2007, de 52%. “Houve uma leve piora. A causa é o contingenciamento de verba porque a agência não consegue reaplicar nas suas atividades todo recurso que recolhe. Outro problema é que a Anvisa criou muitas novas resoluções e aumentou seu escopo sem ampliar a infraestrutura. Existe ainda a dificuldade de gestão da própria máquina pública”, afirmou Rodrigo Correia da Silva, coordenador da subgrupo Anvisa da força tarefa de Marcos Regulatórios da Amcham, em 17/11, durante divulgação do estudo na Amcham-São Paulo.

Rodrigo Correia da Silva, coordenador da subgrupo Anvisa da força tarefa de Marcos Regulatórios da Amcham

Os 135 entrevistados pela Amcham ao longo dos meses de maio e junho analisaram as diversas gerências da Anvisa conforme seu setor de atuação: Medicamentos, Produtos para Saúde, Cosméticos, Insumos Farmacêuticos, Saneantes e Alimentos. As que receberam as médias mais altas foram as referentes a Saneantes, Cosméticos e Alimentos.


Fotos: Mário Miranda

Prêmio ECO Vencedores recebem homenagem em evento com presença de Jorge Gerdau Pelo 27º ano consecutivo, o Prêmio ECO reconhece empresas que se destacam no Brasil por seus investimentos em práticas sustentáveis. A cerimônia em homenagem aos doze ganhadores de 2009, em 27/11 na sede da Amcham-São Paulo, foi marcada pela divulgação de sondagem sobre a evolução do tema no País (veja matéria abaixo) e pela presença de um convidado especial.

presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau.

O palco que já recebeu Al Gore, vice-presidente dos Estados Unidos na gestão Bill Clinton, e Gro Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega, entre outras personalidades, desta vez se abriu a um brasileiro ilustre, Jorge Gerdau Johannpeter,

Ele apontou ainda a globalização social e ambiental, mais recente que a econômica, como grande desafio da atualidade. “Trata-se de uma tarefa complexa, que exige competência e inteligência. A humanidade deve tê-la como meta de longo prazo”, propôs.

No evento, Gerdau destacou a importância de se gerenciar a sustentabilidade nos seus pilares econômico, social e ambiental como um sistema único e integrado, e defendeu o papel de liderança a ser desempenhado pelo setor privado nesse processo.

Pesquisa da Amcham mostra que maioria das grandes companhias no Brasil já incorporou sustentabilidade A maior parte das médias e grandes empresas no Brasil já tem a sustentabilidade incorporada de modo decisivo em suas atividades, indica pesquisa apresentada na entrega do Prêmio ECO 2009. Sob a coordenação do professor Jacques Marcovitch (Universidade de São Paulo), a Amcham entrevistou nos meses de setembro e outubro altos executivos de 112 companhias associadas dos mais variados setores. Mais de 32% dos consultados afirmam que a sustentabilidade é hoje um driver essencial para as operações de suas empresas e que tem levado a modificações significativas nos negócios, com desenvolvimento de novos produtos e processos. Para este grupo, o tema está presente não apenas nas estratégias corporativas, mas também nos valores e na cultura organizacional. Outros 25% revelam que suas companhias possuem políticas e práticas de sustentabilidade que fortalecem sua atuação e dizem que trabalham para integrar a questão aos principais processos produtivos. No caso dos demais entrevistados, a sustentabilidade é vista como relevante, mas sua integração ao negócio ainda é incipiente: 20% desenvolvem ações e projetos na área, mesmo que de modo isolado; 14% realizam iniciativas sociais e ambientais com foco em comunidades, sem necessariamente terem conexão direta com a atividade-fim da empresa; e 8% declaram estar analisando a possibilidade de implementar alguns projetos vinculados ao assunto. Valor agregado As companhias ouvidas pela Amcham predominantemente (89%) percebem ganhos consistentes trazidos pelas práticas sustentáveis ao negócio. São eles: • Melhoria da imagem (identificada por 20%); • Avanços em termos de capital humano e aprendizado organizacional (18%); • Aperfeiçoamento em processos de gestão (12%); • Aumento do valor de mercado (12%); • Minimização de riscos (11%); • Diminuição de custos (9%); • Incremento das vendas e margens (8%); • Facilitação do acesso a capital (8%); • Redução do volume de recursos empregados (2%). A sondagem aponta ainda que, aos olhos do meio empresarial, a Amcham deve atuar como um agente fomentador da sustentabilidade no País. Nada menos que 97% dos executivos consultados demonstram essa expectativa, que a Amcham já contempla com iniciativas como o próprio Prêmio ECO.

Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau

Conheça os ganhadores do Prêmio ECO 2009 Categoria Sustentabilidade em Novos Projetos Pequeno e médio portes

Grande porte

Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) Klabin Maubisa Agricultura

Categoria Sustentabilidade em Processos Pequeno e médio portes

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Cabanellos Schuh Advogados Associados Itaipu Binacional Mars

Categoria Sustentabilidade em Produtos Pequeno e médio portes Grande porte

IntelCav Cartões Artecola Dedini Indústrias de Base

Categoria Sustentabilidade em Modelo de Negócios Pequeno e médio portes Grande porte

Surya Brasil Grupo Santander Brasil Natura

Curtas Brasília A Amcham assinou em 10/11 um termo de cooperação com a Assessoria de Segurança Institucional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltado a trabalhar em conjunto no combate à pirataria de produtos do segmento de competência da agência. Pelo acordo, ao qual aderiram também outras sete associações, os signatários se comprometem a promover intercâmbio de informações, realizar ações de prevenção e orientação, e desenvolver estudos e debates para esclarecer a sociedade acerca dos riscos colocados por esse tipo de contrafação. São Paulo De olho em oportunidades de negócios no Brasil, a Interpat, associação sediada na Suíça que reúne as maiores multinacionais farmacêuticas do mundo, organizou missão em novembro para sondar a evolução da propriedade intelectual no País. A programação incluiu visita à Amcham em 06/11. “O Brasil tem um grande mercado doméstico, possui boas universidades e é uma economia em crescimento. De líder regional, deverá figurar entre os líderes mundiais. Por isso, é interessante investir aqui e viemos conversar”, destacou Robert Deberadine, representante da Interpat. Campinas A série Diálogo Público-Privado, por meio da qual a Amcham já promoveu encontros entre empresariado e representantes das mais variadas esferas do setor público – como os governadores Sérgio Cabral (RJ), Jacques Wagner (BA), Yeda Crusius (RS), Paulo Hartung (ES) e Eduardo Campos (PE) – em sua sede em São Paulo, desta vez recebeu na regional Campinas a senadora (PV-AC) e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Em 12/11, ela falou a CEOs da região sobre sustentabilidade, tema pelo qual é internacionalmente reconhecida. Curitiba O apagão ocorrido em 10/11 e que atingiu 18 Estados brasileiros não deve afetar a atração de investimentos estrangeiros para o Brasil na análise do diretor-geral da Hidrelétrica Itaipu Binacional, Jorge Samek. “Foi um acontecimento isolado”, reforçou Samek, que participou em 16/11 da inauguração do Centro Empresarial Brasil-Paraguay, instituição apoiada pela Amcham. Goiânia O futuro da bionergia em Goiás foi a tônica do “Encontro Regional de Energia – Perspectivas energéticas para o Estado” em 06/11 em Aparecida de Goiânia. Representantes das iniciativas privada e pública, como Leonardo Veloso, secretário de Agricultura de Goiás, elegeram o etanol como uma das maiores apostas para o desenvolvimento goiano nos próximos anos, mas manifestaram preocupação com deficiências de infraestrutura e logística que precisam ser enfrentadas para a concretização desse potencial.

Brasil-EUA O governador de Minnesota, Tim Pawlenty, trouxe a São Paulo em 08/12 um grupo de 40 líderes empresariais, profissionais da área de educação e autoridades, todos com interesse em estabelecer novas parcerias e mostrar que as oportunidades de negócios nos Estados Unidos não se restringem às sempre lembradas Nova York, Miami e Los Angeles. “Um relacionamento mais sólido, além de ser interessante para as grandes empresas, contemplará as pequenas e médias, ansiosas para entrar em novos mercados”, salientou Pawlenty no evento “Doing Business with Minnesota”. Porto Alegre Neste momento em que se comemoram os baixos impactos internos da crise em comparação com outros países e quando a maior parte dos analistas trabalha com a perspectiva de crescimento da economia nacional por volta de 5% no próximo ano, o Brasil não pode se deixar levar pela euforia. A mensagem é do economista Roberto Giannetti da Fonseca, que, durante o CEO Fórum em 19/11, alertou para o que considera um equívoco do governo brasileiro: concentrar atenções em medidas focadas no curto prazo – como estímulo ao consumo e aumento dos gastos públicos –, deixando muitas vezes para trás metas de longo termo. Belo Horizonte A possibilidade de ver a Bélgica como porta de entrada para o mercado europeu foi o tema em debate no Match Making em 18/11. Na ocasião, uma delegação do país apresentou características que o colocam em situação diferenciada naquele continente, como posição geográfica estratégica e logística desenvolvida. “Não fazemos distinção entre empresas belgas e estrangeiras. Além disso, temos uma economia aberta e regulamentos flexíveis”, acrescentou Paul Hegge, diretor geral da Câmara de Comércio e Indústria do distrito de Halle-Vilvoorde. Recife Cerca de 250 altos executivos e empresários se reuniram em 18/11 para a 4ª edição do CEO Fórum Nordeste. A pauta se centrou em histórias de sucesso que se tornaram referência no mundo corporativo, como as de Daniel Rivas Mendes, sócio-presidente da fornecedora de refeições coletivas Gran Sapore, e Luís Delfim de Oliveira, presidente da Coca-cola Guararapes e vice-presidente regional da Amcham-Recife. O evento também deu início às comemorações dos dez anos da regional Recife, celebrados oficialmente uma semana depois, em evento no dia 16/11.


Fotos: Mário Miranda

Prêmio ECO Vencedores recebem homenagem em evento com presença de Jorge Gerdau Pelo 27º ano consecutivo, o Prêmio ECO reconhece empresas que se destacam no Brasil por seus investimentos em práticas sustentáveis. A cerimônia em homenagem aos doze ganhadores de 2009, em 27/11 na sede da Amcham-São Paulo, foi marcada pela divulgação de sondagem sobre a evolução do tema no País (veja matéria abaixo) e pela presença de um convidado especial.

presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau.

O palco que já recebeu Al Gore, vice-presidente dos Estados Unidos na gestão Bill Clinton, e Gro Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega, entre outras personalidades, desta vez se abriu a um brasileiro ilustre, Jorge Gerdau Johannpeter,

Ele apontou ainda a globalização social e ambiental, mais recente que a econômica, como grande desafio da atualidade. “Trata-se de uma tarefa complexa, que exige competência e inteligência. A humanidade deve tê-la como meta de longo prazo”, propôs.

No evento, Gerdau destacou a importância de se gerenciar a sustentabilidade nos seus pilares econômico, social e ambiental como um sistema único e integrado, e defendeu o papel de liderança a ser desempenhado pelo setor privado nesse processo.

Pesquisa da Amcham mostra que maioria das grandes companhias no Brasil já incorporou sustentabilidade A maior parte das médias e grandes empresas no Brasil já tem a sustentabilidade incorporada de modo decisivo em suas atividades, indica pesquisa apresentada na entrega do Prêmio ECO 2009. Sob a coordenação do professor Jacques Marcovitch (Universidade de São Paulo), a Amcham entrevistou nos meses de setembro e outubro altos executivos de 112 companhias associadas dos mais variados setores. Mais de 32% dos consultados afirmam que a sustentabilidade é hoje um driver essencial para as operações de suas empresas e que tem levado a modificações significativas nos negócios, com desenvolvimento de novos produtos e processos. Para este grupo, o tema está presente não apenas nas estratégias corporativas, mas também nos valores e na cultura organizacional. Outros 25% revelam que suas companhias possuem políticas e práticas de sustentabilidade que fortalecem sua atuação e dizem que trabalham para integrar a questão aos principais processos produtivos. No caso dos demais entrevistados, a sustentabilidade é vista como relevante, mas sua integração ao negócio ainda é incipiente: 20% desenvolvem ações e projetos na área, mesmo que de modo isolado; 14% realizam iniciativas sociais e ambientais com foco em comunidades, sem necessariamente terem conexão direta com a atividade-fim da empresa; e 8% declaram estar analisando a possibilidade de implementar alguns projetos vinculados ao assunto. Valor agregado As companhias ouvidas pela Amcham predominantemente (89%) percebem ganhos consistentes trazidos pelas práticas sustentáveis ao negócio. São eles: • Melhoria da imagem (identificada por 20%); • Avanços em termos de capital humano e aprendizado organizacional (18%); • Aperfeiçoamento em processos de gestão (12%); • Aumento do valor de mercado (12%); • Minimização de riscos (11%); • Diminuição de custos (9%); • Incremento das vendas e margens (8%); • Facilitação do acesso a capital (8%); • Redução do volume de recursos empregados (2%). A sondagem aponta ainda que, aos olhos do meio empresarial, a Amcham deve atuar como um agente fomentador da sustentabilidade no País. Nada menos que 97% dos executivos consultados demonstram essa expectativa, que a Amcham já contempla com iniciativas como o próprio Prêmio ECO.

Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau

Conheça os ganhadores do Prêmio ECO 2009 Categoria Sustentabilidade em Novos Projetos Pequeno e médio portes

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Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) Klabin Maubisa Agricultura

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Cabanellos Schuh Advogados Associados Itaipu Binacional Mars

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Curtas Brasília A Amcham assinou em 10/11 um termo de cooperação com a Assessoria de Segurança Institucional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltado a trabalhar em conjunto no combate à pirataria de produtos do segmento de competência da agência. Pelo acordo, ao qual aderiram também outras sete associações, os signatários se comprometem a promover intercâmbio de informações, realizar ações de prevenção e orientação, e desenvolver estudos e debates para esclarecer a sociedade acerca dos riscos colocados por esse tipo de contrafação. São Paulo De olho em oportunidades de negócios no Brasil, a Interpat, associação sediada na Suíça que reúne as maiores multinacionais farmacêuticas do mundo, organizou missão em novembro para sondar a evolução da propriedade intelectual no País. A programação incluiu visita à Amcham em 06/11. “O Brasil tem um grande mercado doméstico, possui boas universidades e é uma economia em crescimento. De líder regional, deverá figurar entre os líderes mundiais. Por isso, é interessante investir aqui e viemos conversar”, destacou Robert Deberadine, representante da Interpat. Campinas A série Diálogo Público-Privado, por meio da qual a Amcham já promoveu encontros entre empresariado e representantes das mais variadas esferas do setor público – como os governadores Sérgio Cabral (RJ), Jacques Wagner (BA), Yeda Crusius (RS), Paulo Hartung (ES) e Eduardo Campos (PE) – em sua sede em São Paulo, desta vez recebeu na regional Campinas a senadora (PV-AC) e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Em 12/11, ela falou a CEOs da região sobre sustentabilidade, tema pelo qual é internacionalmente reconhecida. Curitiba O apagão ocorrido em 10/11 e que atingiu 18 Estados brasileiros não deve afetar a atração de investimentos estrangeiros para o Brasil na análise do diretor-geral da Hidrelétrica Itaipu Binacional, Jorge Samek. “Foi um acontecimento isolado”, reforçou Samek, que participou em 16/11 da inauguração do Centro Empresarial Brasil-Paraguay, instituição apoiada pela Amcham. Goiânia O futuro da bionergia em Goiás foi a tônica do “Encontro Regional de Energia – Perspectivas energéticas para o Estado” em 06/11 em Aparecida de Goiânia. Representantes das iniciativas privada e pública, como Leonardo Veloso, secretário de Agricultura de Goiás, elegeram o etanol como uma das maiores apostas para o desenvolvimento goiano nos próximos anos, mas manifestaram preocupação com deficiências de infraestrutura e logística que precisam ser enfrentadas para a concretização desse potencial.

Brasil-EUA O governador de Minnesota, Tim Pawlenty, trouxe a São Paulo em 08/12 um grupo de 40 líderes empresariais, profissionais da área de educação e autoridades, todos com interesse em estabelecer novas parcerias e mostrar que as oportunidades de negócios nos Estados Unidos não se restringem às sempre lembradas Nova York, Miami e Los Angeles. “Um relacionamento mais sólido, além de ser interessante para as grandes empresas, contemplará as pequenas e médias, ansiosas para entrar em novos mercados”, salientou Pawlenty no evento “Doing Business with Minnesota”. Porto Alegre Neste momento em que se comemoram os baixos impactos internos da crise em comparação com outros países e quando a maior parte dos analistas trabalha com a perspectiva de crescimento da economia nacional por volta de 5% no próximo ano, o Brasil não pode se deixar levar pela euforia. A mensagem é do economista Roberto Giannetti da Fonseca, que, durante o CEO Fórum em 19/11, alertou para o que considera um equívoco do governo brasileiro: concentrar atenções em medidas focadas no curto prazo – como estímulo ao consumo e aumento dos gastos públicos –, deixando muitas vezes para trás metas de longo termo. Belo Horizonte A possibilidade de ver a Bélgica como porta de entrada para o mercado europeu foi o tema em debate no Match Making em 18/11. Na ocasião, uma delegação do país apresentou características que o colocam em situação diferenciada naquele continente, como posição geográfica estratégica e logística desenvolvida. “Não fazemos distinção entre empresas belgas e estrangeiras. Além disso, temos uma economia aberta e regulamentos flexíveis”, acrescentou Paul Hegge, diretor geral da Câmara de Comércio e Indústria do distrito de Halle-Vilvoorde. Recife Cerca de 250 altos executivos e empresários se reuniram em 18/11 para a 4ª edição do CEO Fórum Nordeste. A pauta se centrou em histórias de sucesso que se tornaram referência no mundo corporativo, como as de Daniel Rivas Mendes, sócio-presidente da fornecedora de refeições coletivas Gran Sapore, e Luís Delfim de Oliveira, presidente da Coca-cola Guararapes e vice-presidente regional da Amcham-Recife. O evento também deu início às comemorações dos dez anos da regional Recife, celebrados oficialmente uma semana depois, em evento no dia 16/11.


Tecnologia da Informação

Sondagem da Amcham indica que, para empresariado, Anvisa teve leve piora de desempenho neste ano

Segmento crescerá 13% ao ano no País até 2013

Tomas Roque,

gerente líder da Prática de Estratégia de TI da PricewaterhouseCoopers

O cenário promissor foi apresentado por Tomas Roque, gerente líder da Prática de Estratégia de TI da PricewaterhouseCoopers, durante a “Rodada de Tendências e Negócios de Tecnologia da Informação” promovida na Amcham-São Paulo em 18/11. “Iniciamos uma curva de crescimento muito grande no setor de TI e o Brasil passa a se desta-

car entre os Brics (bloco composto também por Rússia, Índia e China), visto lá fora realmente como um país estável e considerado para ser plataforma de projetos globais”, disse Roque. Fatores internos também alavancam oportunidades para o segmento: a ampliação de canais de vendas no varejo tem impulsionado o mercado consumidor; pequenas e médias empresas começam a perceber TI como forma de atingir maior eficiência; e o setor público cada vez mais se dá conta da importância de investir na área – está em andamento, por exemplo, um programa para equipar 119 mil escolas públicas com laboratórios de informática e há metas ambiciosas de gasto de US$ 23 bilhões em ciência e tecnologia como parte do Plano de Aceleração do Crescimento.

Compliance

Foto: Daniela Rocha

Foto: Daniela Rocha

O mercado brasileiro de Tecnologia da Informação (TI), que inclui hardware, software e serviços, deve atingir US$ 24,5 bilhões em 2010, quase 9% acima dos US$ 22,5 bilhões de 2009. No médio prazo, considerando um horizonte até 2013, o segmento tende a registrar expansão média anual ainda superior, da ordem de 13%.

Vigilância sanitária Após um 2008 de grande evolução, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou ligeira queda de desempenho em 2009 na visão dos agentes regulados. Pesquisa da Amcham aponta que, para 72% dos consultados, a Anvisa merece atualmente uma nota entre 3 (mediana) e 5 (máxima). No ano passado, a fatia dos que fizeram essa mesma avaliação foi de 75% e, em 2007, de 52%. “Houve uma leve piora. A causa é o contingenciamento de verba porque a agência não consegue reaplicar nas suas atividades todo recurso que recolhe. Outro problema é que a Anvisa criou muitas novas resoluções e aumentou seu escopo sem ampliar a infraestrutura. Existe ainda a dificuldade de gestão da própria máquina pública”, afirmou Rodrigo Correia da Silva, coordenador da subgrupo Anvisa da força tarefa de Marcos Regulatórios da Amcham, em 17/11, durante divulgação do estudo na Amcham-São Paulo. Rodrigo Correia da Silva, coordenador da subgrupo Anvisa da força tarefa de Marcos Regulatórios da Amcham

Os 135 entrevistados pela Amcham ao longo dos meses de maio e junho analisaram as diversas gerências da Anvisa conforme seu setor de atuação: Medicamentos, Produtos para Saúde, Cosméticos, Insumos Farmacêuticos, Saneantes e Alimentos. As que receberam as médias mais altas foram as referentes a Saneantes, Cosméticos e Alimentos.

Business Day Feira multisetorial de negócios reúne 500 visitantes em São Paulo

Alexandre Silva,

presidente do Conselho de Administração da Amcham

Além de ser fundamental para a sobrevivência em 09/11 na Amcham-São Paulo em parceria das empresas, a compliance, ou seja, adequação com o escritório Trench, Rossi e Watanabe às leis e às normas corporativas, é também uma Advogados. ferramenta de competitividade. De acordo com Silva, a falta de uma cultura de “Tenho visto uma preocupação grande das compliance expõe e ameaça as companhias, cria companhias, um entendimento crescente de que um ambiente de insegurança interno (entre os compliance não se destina só a atender as autori- funcionários) e externo (junto a clientes e fornedades, mas é uma iniciativa que traz resultados, cedores) e pode custar caro. Ele não nega que protege e perpetua o negócio, e ainda melhora o adotar processos de conformidade exija investiclima interno”, afirmou Alexandre Silva, presi- mentos consideráveis, porém assegura que agir dente do Conselho de Administração da preventivamente e contar com um plano de Amcham e conselheiro da TAM Linhas Aéreas, resposta imediata a problemas evita impactos no café da manhã “Compliance em um financeiros mais profundos e significa, no final ambiente desafiador”. O evento foi realizado das contas, economia de recursos.

Fotos: Moira Seadon

Foto: Agência Foto

Ferramenta contribui para perpetuar negócios e ampliar competitividade

Gestão de Pessoas Crise reforçou relevância de comunicação e transparência nas organizações Foto: Giovanna Carnio

O maior aprendizado que as recentes turbulências internacionais trouxeram para a área de Gestão de Pessoas foi a importância da comunicação e da transparência nas empresas em todos os momentos, especialmente nos difíceis – mesmo que esse processo seja complexo (quando a liderança não tem todas as respostas esperadas) e muitas vezes doloroso (sempre que envolve decisões que impactam as relações com os trabalhadores). Alessandro Bonorimo, diretor de Recursos Humanos para América Latina da IBM

“Não adianta fingir que a crise é uma marola. A organização tem que aprender a evitar mentiras

brancas. Ao colocar problemas na gaveta, eles acabam triplicando”, disse Alessandro Bonorimo, diretor de Recursos Humanos para América Latina da IBM, no seminário “Pessoas – Um ano atípico” em 26/11 na Amcham-São Paulo. Bonorimo sugere que se usem os mais variados canais de comunicação – como email, SMS e, principalmente, conversas pessoais – para informar aos colaboradores resoluções da liderança e seus porquês. A dica vale também para sinalizar a possibilidade de futuras demissões. “É preciso ser factual, mas dar esperança”, ensinou.

Oportunidades de negócios, networking, promoções e conhecimento atraíram 500 pessoas para a segunda edição do ano do Amcham Business Day, feira multisetorial realizada em 30/11 na Amcham-São Paulo. Além de visitar 50 expositores, o público participou de rodadas de negócios entre potenciais compradores e fornecedores, e assistiu a palestras de Edmour Saiani, consultor de Marketing (esq.); Raul Rosenthal, professor da Universidade de São Paulo; Luiz Antonio Cury Galebe, criador da rede de programas televisivos de vendas Shop Tour; e Thai Quang Nghia, presidente da fabricante de sandálias Goóc.


Brasil-EUA

São Paulo, 09 de Dezembro de 2009

País esboça reação positiva a direito de retaliar americanos por subsídios a algodão Após a decisão da Organização Mundial de Comércio (OMC) de que o Brasil tem o direito de retaliar a prática dos Estados Unidos de subsidiar sua produção de algodão, o País dá sinais de que sua resposta será bem pensada e construtiva.

No início de novembro, a Camex, que reúne representantes de vários ministérios, tornou pública uma lista preliminar de 222 linhas tarifárias referentes a produtos e subprodutos americanos que podem ter suas alíquotas de importação ampliadas em até 100 pontos percentuais na entrada no Brasil como forma de compensação. Os itens passaram por consulta pública até 30/11, o que demonstra mais um ponto positivo: a abertura do governo brasileiro à manifestação do setor privado nacional a fim de que indique pontos em que as medidas têm potencial para impactar seu negócios e investimentos. Representando seu corpo de associados, a Amcham participou desse processo de consulta, levando à Camex 65 manifestações de companhias dos setores de produtos para saúde, automóveis, alimentos e bebidas, e cosméticos, entre outros. A preocupação do empresariado, no geral, relaciona-se às potenciais consequências da sobretaxação de produtos americanos, que podem incluir aumento de preços tanto de insumos – com efeitos sobre a cadeia produtiva nacional – quanto de bens de consumo final. A Amcham entende que a divulgação da lista Camex é um indicativo claro de que o Brasil levará a discussão adiante e espera agora que os EUA mostrem sinais de boa vontade no sentido de facilitar a entrada de produtos agrícolas brasileiros – os segmentos de fato impactados pela disputa – em seu território. Um aceno nessa direção são duas missões promovidas pelo United States Trade Representative (USTR) ao Brasil em apenas três meses (a primeira em setembro, com passagem pela Amcham, na qual esteve presente o embaixador Ron Kirk, e a segunda no início de dezembro), ambas em busca de diálogo e maior aproximação bilateral. Com essas visitas e seus desdobramentos, a expectativa da Amcham é de que o episódio do algodão seja concluído por meio do estabelecimento de compensações positivas aos subsídios americanos – não com retaliações que possam prejudicar consumidores e empresas que atuam no Brasil – e que, principalmente, sirva como oportunidade para uma revisão mais ampla do relacionamento Brasil-EUA.

Novo embaixador do País em Washington inicia diálogo com setor privado na Amcham Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom-ABr

O recém-nomeado embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Mauro Vieira, visitou a AmchamSão Paulo em 01/12 para dialogar com empresas americanas e grandes grupos nacionais associados à entidade. Na ocasião, a Amcham apresentou ao diplomata seu programa voltado a fortalecer as relações Brasil-Estados Unidos – de modo especial as ações em prol do estabelecimento de um tratado para evitar a bitributação entre os dois países e iniciativas em defesa da renovação do Sistema Geral de Preferências americano. Em seu primeiro encontro com o meio empresarial já como titular da embaixada em Washington, Vieira demonstrou disposição para trabalhar com a Amcham, dando continuidade aos esforços conjuntos em andamento e os fortalecendo, sobretudo no que diz respeito a missões comerciais. Mauro Vieira,

embaixador do Brasil nos EUA

Mauro Vieira, que respondia pela Embaixada do Brasil em Buenos Aires desde 2004, sucede Antonio Patriota, que deixou o posto para assumir a Secretaria Geral do Itamaraty.

Expediente

Energia Desenvolver cadeia produtiva é principal desafio do pré-sal A descoberta da camada pré-sal coloca um amplo desafio para o Brasil: não se ater à simples extração de petróleo e gás, mas aproveitar a oportunidade para estruturar essa cadeia produtiva e se tornar um grande fornecedor de serviços do segmento – como perfuração, refino e desenvolvimento de projetos. “O impacto precisa ir além da própria energia. O País pode ser um dos grandes provedores mundiais desses serviços dentro de cinco anos”, afirmou Pedro Cordeiro, sócio da Bain & Company, no “2º Seminário de Energia – O futuro em debate”, realizado na AmchamSão Paulo em 25/11. Para Cordeiro, se o Brasil enfrentar os riscos inerentes a esse novo negócio e contar com uma política adequada de incentivos, terá grandes chances de se equiparar a países como Noruega e Estados Unidos, que auferem ganhos em toda a cadeia, e não repetir o padrão de México e Arábia Saudita, que focaram estritamente a apropriação da riqueza proporcionada pela venda de combustível. O sócio da Bain estima que, com a entrada em operação do pré-sal, até 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderão vir da exploração do petróleo – isso sem falar no potencial da exportação de serviços, que representaria uma fatia adicional do PIB. Ele argumentou ainda que a extração será economicamente viável desde que a cotação do barril esteja acima de US$ 35, valor mínimo para compensar os custos de perfuração, que tendem a ser elevados de início, porém com tendência de queda à medida que ocorram avanços tecnológicos e aumento da concorrência entre produtores de equipamentos. Dificuldades

Editora: Giovanna Carnio (MTB 40.219) Reportagem: Carmem Madrilis, Daniela Rocha, Dirceu Pinto, Luana Braga, Luiz Felipe Marques e Márcio Daudt Diagramação: Fernando Dantas

O noticiário completo da Amcham você encontra no site www.amcham.com.br

Pedro Cordeiro diz reconhecer no governo brasileiro a intenção de estimular o setor, mas

salienta que vê obstáculos nesse sentido, como a proposta de que a Petrobras concentre a operação do pré-sal. “O monopólio não necessariamente evita que a cadeia de valor se desenvolva, mas torna isso mais difícil”, pontuou. Outro problema detectado por especialistas que participaram do evento na Amcham é a escassez de mão-de-obra qualificada para o segmento. “Já sentimos dificuldade hoje. Com os avanços do pré-sal, isso será ainda mais evidenciado”, disse Rafael Galeazzo, executivo da Chemtec, empresa da Siemens responsável por projetos de engenharia para a indústria de petróleo e gás natural.

Pedro Cordeiro,

sócio da Bain & Company

Foto: Mário Miranda

Essa parece ser a visão do governo brasileiro, que optou por concentrar o debate na Câmara de Comércio Exterior (Camex), e não no Itamaraty. A escolha reflete uma preferência pela abordagem técnica, sem viés político.

Foto: Mário Miranda

A Amcham reconhece o direito de protesto brasileiro e sempre advogou que ele se desse no âmbito comercial específico, ou seja, no campo agrícola, sem enveredar por segmentos que em nada se relacionam com a determinação da OMC – especialmente em se falando de medidas extremas, como sanções na área de propriedade intelectual – e sem prejudicar setores não relacionados com a disputa.

Galeazzo destacou ainda a necessidade de que se discuta logo como a extração no pré-sal será realizada – se rapida ou paulatinamente – a fim de que se tenha um cronograma claro, que facilite o desenvolvimento da cadeia de serviços. Contraponto Apesar do entusiasmo nacional, os esforços e investimentos em torno do pré-sal também são objeto de crítica. “Apostar todas ou muitas fichas no pré-sal é um desserviço ao País. Esse petróleo sairá caro porque a taxa de insucesso nas perfurações é altamente problemática”, disse José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo e ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O professor censurou também o fato de o combustível se tratar de uma fonte de energia suja – que contém hidrocarboneto, CO2 e metano – e reforçou a importância de que o País dê ênfase maior a energias renováveis, começando pelas hidrelétricas e passando por geração eólica e biomassa.

José Goldemberg,

professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP

Força tarefa As discussões da Amcham em torno do cenário energético ganham cada vez mais força. Em novembro, a entidade lançou uma força tarefa dedicada ao assunto, que funcionará como porta-voz do setor privado junto à esfera pública em questões como meio ambiente, financiamento e relacionamento BrasilEstados Unidos, sempre com foco na atração de investimentos e na troca deWestLB experiências. do Brasil


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