AmchamNews Dezembro 2011

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São Paulo, 09 de dezembro de 2011

Publicação da Câmara Americana de Comércio

Competitividade

Robson Rattis/ Estúdio Rodrigo Meireles

Seminário em Brasília encerra segundo ano de atividades do programa

A partir da esquerda, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e os deputados federais Newton Lima (PT-SP) e Reinhold Stephanes (PSD-PR)

Em 24/11, a Amcham concluiu o segundo ano de atividades do programa “Competitividade Brasil – Custos de Transação” com um seminário em Brasília. O evento reuniu cerca de 120 representantes das iniciativas privada e pública para debater os desafios brasileiros em termos de infraestrutura e capacitação de mão de obra, cruciais para garantir maior competitividade ao País. No que toca à mão de obra, os especialistas que participaram do encontro destacaram que avanços dependem de um processo de qualificação generalizado, que deve começar já nos primeiros anos da vida escolar. “Não conseguiremos vencer o apagão de mão de obra sem um bom ensino fundamental para os alunos que entrarão no nível técnico”, disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Para o senador, a carência de profissionais especializados, sentida em todo o País, precisa ser combatida com a reestruturação do ensino, o que exige uma verdadeira revolução no sistema educacional. “A educação precisa ser transformada em uma questão nacional, federalizada”, sugeriu. Outra proposta de Buarque é reforçar a carga horária do ensino no nível médio. Se não ocorrem efetivas mudanças, a

má qualidade da educação se tornará um entrave ao desenvolvimento do País, comprometendo, por exemplo, o potencial de inovação. “Sem uma transformação profunda na formação, dificilmente daremos resposta ao tema da inovação”, indicou o professor Jacques Marcovitch, da USP. Na mesma linha, o deputado federal Newton Lima (PT-SP), ex-reitor da Universidade Federal de São Carlos, apontou que o Brasil necessita colocar a inovação tecnológica na agenda de políticas prioritárias do Estado, com foco no fortalecimento de pesquisa e desenvolvimento.

Infraestrutura

Com relação à infraestrutura, as atenções no seminário se concentraram nos impactos que as deficiências nos mais variados modais de transporte trazem para a agricultura. O setor exemplifica como o empresariado como um todo tem sua eficiência prejudicada “da porta para fora”, ao se deparar com custos logísticos muito superiores aos verificados em outros países. “A infraestrutura logística é a questão básica e fundamental (para o agronegócio). O Brasil não tem hoje um plano de escoamento de safra. Não existe uma es-

tratégia de governo para isso”, afirmou Reinhold Stephanes, deputado federal (PSD-PR) e ex-ministro da Agricultura. O resultado é elevação nos custos produtivos, encarecendo os preços finais das mercadorias e limitando sua competitividade. Para se ter uma ideia, o custo de logística agrícola no Brasil é o dobro do verificado nos Estados Unidos, apontou Stephanes.

O projeto O programa Competitividade Brasil foi criado em 2010 para promover discussões e a formulação de alternativas para enfrentar gargalos que comprometem a maior competitividade brasileira. Em 2011, a Amcham aprofundou o escopo do projeto, levando-o a várias das cidades em que está presente por meio de unidades regionais. A ideia foi ampliar o debate sobre esse tema tão premente para o País e focar também necessidades regionais. Além de Brasília, ocorreram encontros em São Paulo (23/08 e 18/10), Belo Horizonte (28/06), Curitiba (13/07), Campinas (26/07) e Recife (05/08).


CURTAS Brasil-EUA How to

Entre 14 e 17/11, a Amcham realizou a segunda edição da missão “How to Do Business in Brazil”. A comitiva promoveu seminários para elucidar aspectos econômicos e jurídicos do ambiente de negócios brasileiro que atraíram cerca de 140 potenciais investidores em três cidades dos Estados Unidos: Charlotte, Miami e Houston. A percepção é de que, por conta do momento de crise, muitas empresas americanas estão buscando atuar internacionalmente para garantir bons resultados, e o Brasil é um dos destinos preferidos.

São Paulo Brasil Maior

A desoneração de encargos trabalhistas proposta no Plano Brasil Maior, prevendo substituição da contribuição previdenciária (20% sobre a folha de pagamento) por tributação sobre a receita bruta (alíquotas de 1,5% a 2,5%) para alguns setores a partir de 01/12, tem despertado questionamentos sobre seus efetivos benefícios. O recado de João Hamilton Rech, coordenador de Tributo sobre a Produção de Comércio Exterior da Receita Federal, é que essa experiência seja vista como um projeto piloto. “A medida não tem a unanimidade que se esperava. O governo analisará o tema com calma. Tem de haver discussão”, afirmou ele, que esteve no comitê de Comércio Exterior em 22/11.

Recife Turismo de saúde

A regional lançou em 08/11 o projeto Pernambuco na Rota do Turismo de Saúde. O programa, em parceria com a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), tem como objetivo contribuir para a maior competitividade do segmento de saúde pernambucano como destino nacional e internacional para tratamentos. Outra meta é incentivar a integração entre o polo médico e os agentes de turismo da região.

Porto Alegre CEO Fórum

A busca constante por conhecimento é determinante para a sobrevivência das organizações. Este foi o grande ponto defendido pelos participantes do CEO Fórum, evento que atraiu um público de 500 pessoas e encerrou o IV Ciclo de Decisões em 18/12. Os palestrantes foram Eugênio Mussak, presidente da Sapiens Sapiens; Juliano Marcílio, presidente da Serasa Experian; e Vicente Falconi, sócio do Instituto de Desenvolvimento Gerencial.

Belo Horizonte Fórum de Decisões

Empreendedorismo, inovação e tendências de novos negócios estiveram em análise no Fórum de Decisões 2011 em 01/12. Além do cônsul dos EUA no RJ, Dennis W. Hearne, o encontro reuniu executivos de Sambatech, Votoratim Corretora, IBM, Embraer, MSD e Makesense Consultoria, compartilhando suas avaliações.

São Paulo Social commerce

Com mais de meio bilhão de pessoas conectadas todos os dias no mundo, as redes sociais estão transformando a forma com que as empresas desenvolvem estratégias de e-commerce para seus produtos e serviços. Os portais de vendas online passam a dividir espaço com ações de social commerce, que utilizam sites de relacionamento social como plataformas de transações. A tendência foi apontada por especialistas reunidos em 29/11 no comitê de Marketing. “O social commerce une, na prática, as lojas virtuais às ferramentas de mídia sociais”, explicou Hegel Vieira Aguiar, diretor da Unidade Digital da agência RMA Comunicação.

Campinas Infraestrutura

A perspectiva de expansão do terminal de passageiros do aeroporto de Viaracopos foi o mote do 5º fórum do Ciclo de Debates em Infraestrutura Logística em 23/11. Participaram Carlos Antunes, diretor de Marketing da TAP; Miguel Dau, vice-presidente técnico operacional da Azul; Willer Furtado, superintendente da Infraero; e Jaime Ramsey, subsecretário para Assuntos de Alfândega e Proteção de Fronteiras da Embaixada dos EUA.

São Paulo Competitividade

As reunião do Conselho de Administração da Amcham em 18/11 teve como convidado especial o senador Armando Monteiro (PTB-PE). Na pauta, competitividade, avanços e desafios do Brasil.

Curitiba Planejamento

Planejamento empresarial significa foco e deve integrar as áreas de gestão, finanças, inovação e estratégia, mostrou o evento Gestão 4X4 em 29/11. Do ponto de vista especificamente das finanças, a recomendação para 2012 é atenção à liquidez, considerando-se o contexto de turbulências internacionais. “A cautela precisará ser mantida. Devido ao cenário de crise, a oferta de dinheiro pelos bancos será muito menor”, indicou Armando Rasoto, professor da FAE Business School e da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná).

São Paulo Política fiscal

Em palestra no comitê de Finanças em 08/11, Andrea Calabi, secretário paulista da Fazenda, defendeu que os estados abandonem a prática de disputar investimentos por meio de benefícios fiscais, o que causa instabilidade jurídica, provoca adiamento ou afastamento de aportes e mina a competitividade brasileira. “Organizados ao redor de uma política nacional, os estados devem ceder mutuamente, buscando desenvolvimento, redução das desigualdades e práticas não predatórias”, propôs Calabi.


Arbitragem Com evolução da economia, alternativa ao

Arquivo Amcham

A evolução da economia, caracterizada por relações empresariais cada vez mais abrangentes, fusões e aquisições, internacionalização e maior atratividade de investimentos estrangeiros, promove o avanço em ritmo acelerado da arbitragem no Brasil. “A arbitragem não é somente um meio alternativo ao Judiciário para solução de conflitos. Ela tem sido vista como o instrumento mais apropriado nesse cenário de complexidade dos negócios e incremento das atividades econômicas no Brasil. A arbitragem é a justiça privada com a mesma segurança jurídica que a estatal, mas que representa mais velocidade e especialização”, avaliou Roberto Pasqualin, presidente do Centro de Arbitragem da Amcham, no seminário “Arbitragem nas Transações Empresariais Internacionais e Gerenciamento de Conflitos: As Perspectivas Norte-Americanas e Brasileiras”. O evento foi promovido pelo Centro de Arbitragem da Amcham e pelo International Centre for Dispute Resolution (ICDR) em 29/11 na Amcham-São Paulo. Outra vantagem da arbitragem, conforme Pasqualin, é permitir a resolução dos

Daniela Rocha

Judiciário para solução de conflitos se dissemina no Brasil

Roberto Pasqualin, presidente do Centro de Arbitragem da Amcham

casos sem paralisar as atividades operacionais corporativas.

STJ

Um dos destaques do seminário foi a participação do ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele salientou que o tribunal reconhece a autonomia, a eficácia e a importância que a arbitragem assume em face do desenvolvimento da economia nacional. “A arbitragem é hoje um instrumento adequado para resolver conflitos que envolvem direitos disponíveis no campo privado e público”, afirmou o ministro.

João Otávio Noronha, ministro do Superior Tribunal de Justiça

Defesa econômica Nova lei da concorrência é moderna

A Nova Lei de Defesa da Concorrência (12.529/11) aumenta a autonomia do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para executar políticas de defesa de mercados e consumidores, avalia Fernando Furlan, presidente do Cade. Segundo ele, a lei que passa a vigorar no fim de maio de 2012 tira o Brasil do atraso em termos de defesa concorrencial e prevê critérios mais objetivos. A principal medida da nova lei é a mudança do critério de análise de fusões e aquisições. Essas operações deverão ser submetidas ao órgão antes de serem realizadas e não depois, como acontece hoje. “O Brasil era um dos poucos países que

ainda mantinham as análises dos processos de fusões e aquisições posteriores ao seu acontecimento”, comentou Furlan, que participou do comitê de Legislação da Amcham-São Paulo em 09/12. O Cade agora, com a nova lei, terá um prazo máximo de 330 dias para analisar as fusões. São 240 dias, mais período prorrogável de 90 dias em caso de operações de alta complexidade. Além disso, a estrutura da autarquia absorverá algumas atribuições da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça e da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda.

André Inohara

e possui critérios mais objetivos, avalia presidente do Cade

Fernando Furlan, presidente do Cade


TI

O Brasil já é o sétimo mercado mundial de Tecnologia da Informação (TI), englobando hardware, software e serviços. O País vive uma janela de oportunidade para galgar mais posições nos próximos anos em função do desenvolvimento econômico e da realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Aproveitar esse cenário, no entanto, exigirá o enfrentamento de uma série de desafios, indicou o Fórum de TI da Amcham-São Paulo em 25/11. “É necessário um bom plano educacional e acesso às experiências de fora para que, no pós Olimpíadas, o setor não sofra um apagão financeiro e continue crescendo”, afirmou Sérgio Alexandre Simões, sócio da PricewaterhouseCoopers. De acordo com ele, os principais pon-

tos de atenção para garantir a continuidade da expansão de TI dizem respeito a inovação e incentivos. A inovação no País ainda está muito fechada na academia e há necessidade de maior aproximação entre instituições de ensino e empresas. Além disso, os benefícios fiscais que fazem parte da lei de Inovação ainda são subutilizados. Formar mais mão de obra capacitada e reduzir a burocracia e a carga tributária completam a lista de prioridades do setor. Dados da consultoria IDC estimam que o mercado brasileiro de TI deve crescer 13,5% em 2011, chegando a mais de US$ 42 bilhões. Já o mercado mundial tende a encerrar 2011 superando US$ 1 trilhão, o que representa uma ampliação de 7,5% em relação a 2010.

Glener Uehara

País já é sétimo maior mercado mundial do setor e tem desafios para continuar a avançar

Sérgio Alexandre Simões, sócio da PricewaterhouseCoopers

RH Mudanças rápidas e complexidade no mundo corporativo A complexidade do mundo corporativo demanda uma postura inovadora na área de gestão de pessoas. Cada vez mais, será fundamental romper paradigmas para enfrentar transformações causadas pelo progresso acelerado das tecnologias, profundas alterações nos hábitos dos consumidores, aumento das cobranças por resultados, disputa por talentos, diversidade e convívio de variadas gerações. Algumas receitas tradicionais aplicadas em recursos humanos não funcionam mais, o que impõe a construção de novas estratégias para o desenvolvimento e a motivação dos colaboradores. “O ambiente corporativo está muito complexo e as ambiguidades vieram para ficar. Diante disso, a inovação, a busca de respostas para os problemas impostos é uma necessidade. O RH deve ter atitude, mudar o modelo mental”, defendeu Françoise Trapenard, presidente da Fundação Telefônica e do comitê estratégico de Gestão de Pessoas da Amcham-São Paulo, no seminário “Sabemos o que

não sabemos? – o RH, a Organização e a Complexidade”. O evento foi organizado pelo comitê em 24/11 na AmchamSão Paulo. A criação de uma nova plataforma de atuação da área de gestão de pessoas passa, sobretudo, pela comunicação interna. “O RH tem de estabelecer um ambiente de confiança, aprimorar a qualidade do diálogo e instaurar uma dinâmica mais participativa”, ressaltou Françoise. “As mudanças se fazem no coletivo. Então, questionar e escutar são ações importantes. O RH precisa se desapegar de alguns conceitos para reconstruir”, acrescentou Sílvia Dias, executive coach na Transformare Consultoria. Outro ponto importante é abrir espaço para relações mais flexíveis no ambiente corporativo, de modo a que os funcionários tenham espaço para a realização plena de seus potenciais. Modelos organizacionais menos hierarquizados e a possibilidade de se trabalhar em casa alguns dias da semana (home office) são tendências que ganham força.

Glener Uehara

exigem postura inovadora em gestão de pessoas

Françoise Trapenard, presidente da Fundação Telefônica e do comitê estratégico de Gestão de Pessoas da Amcham-São Paulo


Economia Com impacto externo e gargalos internos,

Apesar da força do consumo doméstico, o Brasil crescerá a taxas modestas neste ano e no próximo, impactado pela piora do cenário externo e por gargalos de competitividade. “Por contingência, teremos uma expansão baixa em 2011 e 2012, em torno de 3% agora e talvez um pouco maior no próximo ano, na casa dos 3,5%”, estima Antonio Corrêa de Lacerda, economista-chefe da Siemens e professor do Departamento de Economia da PUC-SP. Ele participou do comitê estratégico de Economia da Amcham-São Paulo, presidido pelo professor Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, em 07/12 e concedeu entrevista após a reunião. No início de 2011, as projeções para o crescimento do PIB brasileiro giravam em torno de 4% para este ano e 5% para 2012. À medida que a situação internacional piorou, as estimativas foram sendo revisadas para baixo.

Desafios

Lacerda reforça que a situação do Brasil

não é confortável. Dados do IBGE divulgados em 06/12 revelam que o País está perdendo capacidade competitiva. O PIB no terceiro trimestre ficou estagnado em relação ao segundo, como resultado principalmente da queda de atividade no setor industrial e, em menor escala, também em serviços. “Grande parte da expansão de consumo que tivemos não foi atendida pela indústria brasileira, mas pelas importações. E não foi por falta de capacidade física, mas por perda de competitividade”, disse o economista. Lacerda sublinhou que o desafio do Brasil é conseguir melhoras qualitativas do processo produtivo, o que inclui esforços tanto do governo como da iniciativa privada para avançar em produtividade e inovação. “Com algum ajuste produtivo e ampliação do investimento, podemos voltar a atingir um crescimento de 5% em médio prazo”, assinalou. Essa é a taxa anual que ele espera para 2013 a 2017.

André Inohara

expansão nacional se limitará a 3% em 2011 e 2012

Antonio Corrêa de Lacerda, economista-chefe da Siemens e professor do Departamento de Economia da PUC-SP

Governador de Massachusetts visita País para intensificar parcerias bilaterais com foco em negócios inovadores Brasil-EUA

De acordo com o governador, há inúmeras possibilidades a serem exploradas em termos bilaterais, sendo as mais promissoras nos setores de tecnologia da informação, tecnologias e fontes de energia limpas, life sciences (biotecnologia, equipamentos medico-hospitalares e medicamentos) e serviços financeiros.

Daniela Rocha

Em missão ao Brasil no início de dezembro, o governador de Massachusetts, Deval Patrick, revelou que busca potencializar parcerias entre empresas, instituições de ensino e governos de seu Estado e do País com o objetivo de desenvolver negócios inovadores. Segundo ele, a colaboração é peça-chave para que ambos os lados possam avançar economicamente e gerar empregos em um cenário global altamente competitivo. Patrick esteve em São Paulo, acompanhado de comitiva de secretários de governo e representantes de universidades e do setor privado, e participou em 07/12 do “Fórum Massachusetts Brazil Innovation – Economy Mission 2011”, organizado pelo banco Santander com apoio da Amcham.

Relação comercial

A corrente de comércio MassachusettsBrasil foi de US$ 485,742 milhões em 2010, segundo dados dos órgãos de acompanhamento de comércio exterior dos Estados Unidos. As exportações brasileiras para Massachusetts somaram US$ 89,233 milhões (queda de 6% sobre 2009) e as vendas do Estado ao País totalizaram US$ 396, 509

Deval Patrick, governador de Massachusetts

milhões (aumento de 28% sobre 2009), sendo o fluxo, nas duas direções, concentrado em produtos de grande valor agregado.


Prêmio ECO Cerimônia homenageia vencedores

Mário Miranda

da edição 2011 por suas práticas de sustentabilidade

A partir da esquerda, Leal (Natura), Penido (Fibria) e Wanick (DuPont)

Pioneiro no reconhecimento de companhias que caminham para a sustentabilidade, o Prêmio ECO reconheceu em cerimônia no dia 02/12 na Amcham-São Paulo os projetos ganhadores de 2011. As modalidades desta edição foram “Estratégia, Liderança e Inovação para a Sustentabilidade”, criada para identificar cases empresariais inovadores produzidos por novas ideias, conceitos e formas de fazer negócios, e “Práticas de Sustentabilidade”, subdividida nas categorias “Sustentabilidade em Produtos ou Serviços” e “Sustentabilidade em Processos”.

Foram 12 os trabalhos ganhadores neste ano, inscritos por dez empresas:

Debate

Penido, por sua vez, salientou que a liderança tem papel fundamental na disseminação da sustentabilidade. Para ele, o trabalho de fomentar práticas de sustentabilidade é agora mais fácil do que no passado, já que as gerações atuais estão mais esclarecidas sobre a necessidade de equilíbrio entre resultados financeiros, preservação do meio ambiente e responsabilidade social. Um ponto de relevo na exposição dos painelistas foi a constatação de que tem havido avanço das companhias na mensuração das práticas de sustentabilidade. “Hoje, vigora no mundo uma convicção de que só se engaja naquilo que se mede”, assinalou Wanick. Ele alertou, contudo, que não deve haver excessos nesse senti-

A cerimônia, além de homenagear os vencedores, teve um painel de debate entre Eduardo Wanick, presidente e CEO da DuPont para América Latina e presidente do Conselho de Administração da Amcham, Guilherme Leal, co-presidente do Conselho de Administração da Natura, e José Luciano Penido, presidente do Conselho de Administração da Fibria Papel e Celulose, com moderação do professor Jacques Marcovitch, da USP. A discussão mostrou que engajamento e métricas são a receita dessas três empresas, consideradas referência em sustentabilidade. “É preciso morar, produzir e consumir sem estragar o planeta”, sintetizou Leal.

Categoria

Porte

Estratégia, Liderança e Inovação para a Sustentabilidade

Grande

Empresa O Boticário Franchising S/A

Pequena e Média

Sustentabilidade em Produtos ou Serviços

Formatta Negócios Libra Terminais S.A

Grande Sustentabilidade em Processos

Wal Mart Brasil Ltda. Pontal Eng. Const. Incorp. Ltda.

Wal Mart Brasil Ltda.

Pequena e Média

Grande Pequena e Média

Coop. dos Prod. de Palmito do Baixo Sul da Bahia Pontal Eng. Const. Incorp. Ltda. Kimberly-Clark Brasil Ind. Com. Prod. Hig. Ltda. Braskem S/A MPX Energia S.A VIM - Viação Metropolitana Ltda.

do, pois podem acarretar engessamento e retardar as transformações necessárias.

Pesquisa

No evento, também foi divulgada pesquisa da Amcham junto a 76 companhias associadas de variados portes, proporcionando um retrato estatístico sobre a evolução das práticas sustentáveis no País. A sondagem revela que mais da metade das empresas (57%) já tem a sustentabilidade incorporada às suas operações de forma abrangente. Para 20%, a sustentabilidade é um driver essencial às suas atividades. Outras 37% estão envolvidas com o tema, possuem políticas e práticas de sustentabilidade e buscam integrar esses conceitos aos principais processos de negócios.

EXPEDIENTE

Editora: Giovanna Carnio (MTB 40.219) Reportagem: André Inohara, Anne Durey, Daniela Rocha, Dirceu Pinto e Gabriela Vieira Design: MondoYumi O noticiário completo da Amcham você encontra no site www.amcham.com.br Acompanhe o conteúdo da Amcham também em www.facebook.com/amchambrasil e www.twitter.com/amchambr


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