São Paulo, 28 de outubro de 2011
Publicação da Câmara Americana de Comércio
Competitividade
O aumento da oferta de profissionais qualificados para atender à demanda colocada pelo crescimento econômico do País depende de planejamento de longo prazo e ações integradas envolvendo companhias, governos e instituições de ensino. Essa foi a grande conclusão do seminário “Qualificação da Mão de Obra”, realizado na Amcham-São Paulo em 18/10 como parte do programa “Competitividade Brasil: Custos de Transação” da Amcham. Representantes dos três segmentos presentes ao evento percebem uma sensibilização crescente sobre essa necessidade de proximidade e vivenciam experiências concretas e bem-sucedidas nesse sentido. “Cada vez mais, governos, empresas e trabalhadores têm de atuar juntos para identificar oportunidades e viabilizá-las no que diz respeito à formação profissional. Essa aproximação é fundamental para o sucesso de qualquer ação, seja de desenvolvimento de companhias, cidades, estados ou do Brasil”, enfatizou Juan Carlos Sanchez, coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo. “A expansão do ensino deve ocorrer de forma planejada e levar em conta as demandas e as vocações econômicas regionais”, acrescentou Laura Laganá, diretora superintendente do Centro Paula Souza, autarquia paulista que administra 200 Escolas Técnicas e 51 Faculdades de Tecnologia (Fatecs) em 155 municípios do Estado e interage com o setor privado para
oferecer cursos que atendam às necessidades corporativas. Outro ponto defendido pelos participantes do seminário da Amcham foi que a capacitação profissional se expanda para além dos grandes centros urbanos, chegando a áreas mais distantes, que vêm se desenvolvendo em ritmo intenso. O debate também evidenciou iniciativas em frentes variadas para assegurar progressos maiores e continuados em termos qualificação de profissionais nos próximos anos, como a decisão do governo paulista de ampliar o direcionamento de recursos para os programas EJA (Educação de Jovens e Adultos), que terá uma disciplina voltada ao mundo do trabalho, e Via Rápida Emprego, que oferece cursos básicos de capacitação técnica.
Fotos: Glener Uehara
Formação de mão de obra para enfrentar quadro de déficit no País necessita de ações integradas entre companhias, governos e escolas
Juan Carlos Sanchez, coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante do Estado de São Paulo
Laura Laganá, diretora superintendente do Centro Paula Souza
O projeto
Propostas
O programa Competitividade Brasil foi criado em 2010 para promover discussões e a formulação de alternativas para enfrentar gargalos que comprometem a maior competitividade brasileira. Em 2011, a Amcham aprofunda o escopo do projeto, levando-o a várias das cidades em que está presente por meio de unidades regionais. A ideia é ampliar o debate sobre esse tema tão premente para o País e focar também necessidades regionais. Além de São Paulo (23/08 e 18/10), já ocorreram encontros em Belo Horizonte (28/06), Curitiba (13/07), Campinas (26/07) e Recife (05/08).
No seminário em 18/10, a Amcham apresentou um conjunto de propostas prioritárias para enfrentar a escassez de profissionais qualificados no País. São elas: • Criação de incentivos fiscais para companhias que investem em capacitação; • Reforço do Ensino Médio direcionado à profissionalização através da atualização de seu conteúdo; • Desenvolvimento de um programa intensivo de melhoria do Ensino Médio nas áreas de Matemática, Ciências, Física e Química que funcionaria no contra-período dos colégios públicos; • Aumento dos estímulos à inovação.
CURTAS Campinas, Uberlândia e Goiânia
São Paulo Competitividade I
De olho em 2012
Wilson Brumer, presidente da Usiminas, em participação no comitê estratégico de Governança Corporativa em 05/10, destacou os grandes desafios para a maior competitividade brasileira, notadamente na área de infraestrutura. Hoje, os custos logísticos representam 8,3% da receita líquida da indústria no Brasil, apontou o executivo, que lembrou também os altos dispêndios com energia elétrica. As tarifas industriais de energia no País, segundo Brumer, estão entre as maiores do globo, superiores às praticadas em China, Índia, México, Chile, Argentina, EUA e Japão. “É preciso discutir soluções para aumentar a competitividade do País de forma sistêmica”, resumiu.
Belo Horizonte Perspectivas
Algumas semanas após participar do seminário do programa Competitividade Brasil que discutiu desafios de infraestrutura no País, o vice-governador paulista, Guilherme Afif Domingos, voltou à Amcham para se reunir com a forçatarefa de Relações Governamentais em 10/10. “Queremos estimular o maior envolvimento do empresariado nas Parcerias Público-Privadas, em que ainda temos carência. O governo de São Paulo tem recursos, mas, se investir junto com o empresariado, eles serão multiplicados”, disse ele.
A edição deste ano do CEO Fórum Campinas, em 20/10, teve como tema “Perspectivas e Tendências de Mercado 2012”. Os palestrantes foram os presidentes da KPMG no Brasil, Pedro Melo, e da Korn/Ferry International na América do Sul, Sérgio Averbach, e o vice-presidente da AYR Consulting, Luis Rasquilh. O evento também foi marcado por apresentação da pesquisa Business Round Up da Amcham, com perspectivas para a economia e os negócios no próximo ano na visão das empresas associadas à entidade. A sondagem, conduzida em parceria com o Ibope, foi divulgada igualmente em Uberlândia (26/10) e Goiânia (28/10), e já havia sido compartilhada em São Paulo no início do mês (04/10).
O cenário que se desenha para 2012 também foi o assunto de comitê extraordinário de Economia e Finanças em 20/10, tendo como convidados especiais dois representantes do Ibmec: Márcio Salvato, coordenador de Economia, e Reginaldo Nogueira, coordenador de Relações Internacionais. Na apresentação, os professores avaliaram que as chances de uma nova grande recessão mundial são pequenas, mas o cenário em geral é negativo. Também apontaram que, para a economia brasileira, a piora do ambiente externo não deve provocar queda abrupta da produção e do emprego, mas seus efeitos do ponto de vista da inflação ainda não estão claros.
São Paulo Comércio exterior I
Para tornar a defesa comercial mais efetiva, a Receita Federal está investindo na modernização da gestão aduaneira e na interação com o empresariado. “Estamos tentando estabelecer diálogo com o setor privado, com projetos para contemplar questões mais difíceis que estão se alastrando”, disse Sandra Ivete Rau Vitali, chefe da Divisão de Administração Aduaneira da Superintendência da Receita Federal, em 21/10 no comitê de Comércio Exterior. Conforme Sandra, a expansão das trocas internacionais criou um cenário mais complexo e, por isso, o governo precisa combater com eficácia o aumento de fraudes, práticas desleais e criminosas no comércio mundial, dando segurança às cadeias de abastecimento nacionais.
Curitiba Comércio exterior II
No Brasil, o número de empresas que já usam os regimes Linha Azul e Recof (Regime de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado), voltados a facilitar a logística de importação e exportação, ainda é pequeno diante do universo potencial. Na avaliação de Sandro Luiz da Silva, executivo de Corporate Tax & Recof Management da Volvo que falou aos membros do comitê de Logística em 19/10, uma das principais explicações para a baixa penetração é a complexidade do processo de adesão.
São Paulo Competitividade II
Recife Missão de empreendedorismo
A regional promoveu, de 11 a 14/10, sua primeira missão de empreendedorismo aos EUA. A delegação composta por representantes de dez empresas passou por Nova York e Boston. A agenda incluiu visitas a companhias, entidades e escolas de empreendedorismo reconhecidas internacionalmente.
Porto Alegre TI
Parte do Ciclo de Decisões, o Fórum de Tecnologia e Negócios, em 06/10, atraiu mais de 200 profissionais para debater tendências do segmento. Um dos destaques foi a palestra de Leo Xavier, diretor da Pontomobi Interactive. De acordo com ele, quatro em cada dez usuários de internet acessam a rede quando estão em movimento. Nesse contexto, a realização de compras via aparelhos móveis desponta como a principal inovação do e-commerce: “Se compro em meu computador, porque não o farei no smartphone?”, questionou. A próxima etapa do Ciclo de Decisões ocorre em 18/11, quando será realizado o CEO Fórum.
São Paulo Prêmio ECO
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, será a convidada de honra da cerimônia de entrega do Prêmio ECO 2011 em 02/12. A premiação mantém, assim, a tradição de receber grandes personalidades nacionais e globais. Já prestigiaram o Prêmio ECO, entre outros, Fernando Henrique Cardoso, Gro Harlem Brundtland, Al Gore e Jeremy Rifkin. Em 2010, Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, também esteve presente.
Concretização de oportunidades de negócios Brasil-Flórida são chave para geração mútua de empregos, afirma governador
Fluxo comercial
Em 2010, as exportações dos Estados Unidos via Flórida ao Brasil somaram US$ 13,7 bilhões, um aumento de 29,6% sobre 2009. O País ocupa a posição de maior destino dos produtos embarcados no Estado americano. Na outra mão, as vendas de mercadorias brasileiras aos EUA via Flórida atingiram US$ 2,2 bilhões no ano passado, um incremento de 9,4% em relação a 2009. O Brasil é o sétimo principal fornecedor dos EUA com entrada pela Flórida. Em 2010, a corrente de comércio bilateral entre Brasil e EUA via Flórida somou US$ 15,9 bilhões, sendo o Brasil hoje o maior parceiro comercial da Flórida. Merece relevo também a crescente presença de empresas brasileiras no Estado,
Rick Scott, governador da Flórida
a exemplo de Suzano, Fibria, Citrosuco, Gerdau, Embraer, Odebrecht, Votorantim e Itautec.
A Flórida
O governador Rick Scott salientou na reunião da Amcham que, se a Flórida fosse um país, representaria a 20ª economia do mundo. Isso se deve fundamentalmente ao ambiente regulatório pouco burocrático. Nos últimos anos, ocorreram avanços locais no trabalho das agências e nas normas, facilitando a atuação empresarial. Scott pontuou ainda como importantes fatores de atratividade do Estado sua localização geográfica estratégica, a extensa malha multimodal de transportes e a mão de obra qualificada e multicultural. Mesmo sendo um dos mais famosos destinos turísticos do mundo, a Flórida ainda percebe muitas possibilidades de avanço nessa área. A simplificação no processo de concessão de vistos de entrada de brasileiros nos Estados Unidos impulsionaria importante acréscimo de viajantes, defendeu Scott. Embora o governador seja favorável à facilitação de vistos, admite que isso não acontecerá tão cedo. “Em meu entendimento, a grande dificuldade está na legislação que precisa ser alterada”, afirmou. Para ele, isso tende a não acontecer na gestão de Barack Obama.
Governadores do Estado na Amcham Nos últimos anos, a Amcham recebeu também outros dois governadores da Flórida em sua sede em São Paulo: Jeb Bush, que exerceu dois mandatos entre 1999 e 2007, participou de um café da manhã em abril de 2007 para discutir desafios da produção de etanol; e Charlie Crist, mandatário entre 2007 e 2011, esteve na feira de negócios II Expo Florida em novembro de 2007. Fotos: Arquivo Amcham
Em visita ao Brasil, o governador da Flórida, Rick Scott, incentivou o aprofundamento do comércio e dos investimentos entre aquele que caminha para ser o terceiro maior Estado americano e a economia mais pujante da América Latina. Scott liderou uma delegação de mais de 200 empresas que operam na Flórida em reuniões com a iniciativa privada no Rio de Janeiro e em São Paulo – cidade na qual participou do evento “Doing Business with Florida” no dia 26/10. O encontro foi promovido pela Amcham em parceria com a agência de desenvolvimento Enterprise Florida. “Vejo oportunidades significativas de a Flórida intensificar os negócios aqui, assim como o Brasil ampliar o fluxo comercial e de investimentos em nosso Estado”, destacou Scott. Fomentar parcerias é uma das maneiras mais efetivas para a criação de vagas de trabalho, na visão do governador. “A Flórida tem metas estabelecidas de geração de empregos, um dos desafios da atualidade. Trata-se de uma questão importante também para o Brasil”, afirmou. A Flórida trabalha com um plano de criação de 100 mil postos anuais nos próximos sete anos. De janeiro a setembro, o Estado registrou um resultado líquido de 92 mil novos empregos.
Foto: Consulado/ Anke Brinkmann Fittipaldi
Brasil-EUA
Jeb Bush (esq.) e Charlie Christ em suas visitas à Amcham quando eram governadores da Flórida
De olho em 2012
Empresariado aponta perspectivas das áreas de RH, Marketing e Operações Como parte da Business Round Up, em 04/10, evento que discutiu na Amcham-São Paulo projeções para a economia e os negócios em 2012, um conjunto de três workshops temáticos analisou, nessa mesma ótica, como tende a ser o futuro próximo para as áreas de Recursos Humanos, Comercial/ Marketing e Operações (englobando Produção, Logística, Tecnologia da Informação e Telecomunicações). O material foi organizado pela Amcham e dá um importante indicativo de tendências. Acompanhe quais são elas:
RH
Comercial/Marketing
1. Gestão da diversidade; 2. Gestão da retenção de talentos; 3. Autogestão da carreira; 4. Qualificação da mão de obra; 5. Desenvolvimento e investimento em lideranças; 6. Flexibilização das políticas internas; 7. Remuneração variável pelo resultado obtido; 8. Flexibilização do modelo de trabalho; 9. Identificação de culturas e valores; 10. Valorização do capital humano.
1. Segmentação e customização, com produtos cada vez mais personalizados e ferramentas adequadas a essa segmentação em virtude do aumento da sofisticação do consumidor; 2. Utilização de redes sociais como canal de mídia e vendas, com enfoque no crescimento do mobile (tecnologia móvel); 3. Gestão do conhecimento e uso da co-criação nesse processo; 4. Sustentabilidade e responsabilidade social; 5. Seleção e retenção de mão de obra capacitada, e qualificação de profissionais da área comercial; 6. Utilização de novos canais de vendas (venda direta, e-commerce e mobile); 7. Otimização, mensuração e controle dos investimentos em Marketing, com foco nos produtos em vez da marca corporativa; 8. Investimentos de Marketing com ênfase em mídias tradicionais e em eventos de forma mais criativa; 9. Investimento em aumento de valor agregado via produtos e serviços adicionais, tecnologia e inovação; 10. Reforço de inteligência competitiva e pesquisas.
Operações 1. Maior adesão à cloud computing; 2. Intensificação do uso das redes sociais, com mais ênfase em geração de negócios; 3. Busca de centros de excelência regionais em alguns serviços/ produções; 4. Incremento do papel da ética e da sustentabilidade como direcionadores das organizações; 5. Formalização da mão de obra, especialmente em pequenas e médias empresas;
6. Foco em diferenciação e produtividade, tendo a busca por valor agregado cada vez mais medida por indicadores; 7. Colaboração mais ativa de pequenas e médias empresas na capacitação da mão de obra; 8. Busca crescente de soluções para os desafios de infraestrutura, tanto em logística quanto em telecomunicações; 9. Aumento do comércio exterior, com o mercado interno também em foco; 10. Consolidação das companhias em grandes grupos.
Você também pode saber o que o empresariado planeja em termos de investimentos para os três segmentos, conforme pesquisa da Amcham, em parceria com o Ibope, junto à sua base de associados. Acesse o site www.amcham.com.br!
EXPEDIENTE
Editora: Giovanna Carnio (MTB 40.219) Reportagem: André Inohara, Anne Durey, Daniela Rocha, Dirceu Pinto e Gabriela Vieira Design: MondoYumi O noticiário completo da Amcham você encontra no site www.amcham.com.br Acompanhe o conteúdo da Amcham também em www.facebook.com/amchambrasil e www.twitter.com/amchambr