São Paulo, 31 de outubro de 2012
Mário Miranda
Publicação da Câmara Americana de Comércio
Brasil terá 2013 de recuperação moderada, com crescimento na casa dos 4% Tendências e negócios
A partir da esquerda, Marcio Ribaldo (Abimaq), Antonio Gil (Brasscom), Andre Loes (HSBC), Fernando de Castro (IDV), Eduardo Sanovicz (Abear), Armando Guedes Coelho (IBP), Rubens Sardenberg (Febraban) e Sergio Watanabe (SindusCon-SP)
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epois de uma desaceleração iniciada em 2011, o Brasil se vê diante de um momento de inflexão e deve retomar em 2013 uma trajetória de crescimento econômico maior, ainda que não extremamente forte, entre 3,5% e 4,5%, ante no máximo 2% estimados para 2012. Continuam a pesar incertezas no cenário internacional e a necessidade de avanços nacionais em áreas como infraestrutura, qualificação de mão de obra e segurança jurídica, fundamentais para uma maior competitividade. Por outro lado, recentes mudanças na condução da política econômica, focando questões urgentes para o País – como desoneração da folha de pagamentos e da energia, e incentivos para que o setor privado se envolva mais nos grandes projetos de infraestrutura, em substituição a medidas concentradas no estímulo ao consumo – representam um componente importante para agregar velocidade e consistência à expansão, mostrou a Business Round Up – Perspectivas para 2013, promovida pela Amcham-São Paulo em 09/10. “Teremos um ano de recuperação cíclica pela frente. Nossa projeção de crescimento para o PIB [Produto Interno Bruto] é de 3,8% em 2013. Não será um fortíssimo, mas certamente estamos no caminho correto”, resumiu Andre Loes, economista-chefe do banco HSBC. Acompanhe as avaliações dos setores representados no evento:
Bancos A oferta de crédito seguirá crescendo em 2013, mas de forma mais contida. “Na última década, o crédito aumentou de 20% PIB para 50%. Agora sobe na faixa de 15% [ao ano] porque já atingiu um patamar razoável”, diz Rubens Sardenberg, economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). TI O setor de tecnologia da informação movimentou o equivalente a 8% do PIB em 2011. Após anos crescendo acima de 10%, em 2012 a estimativa é de 8%, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Máquinas e equipamentos Os fabricantes nacionais desse segmento vêm perdendo espaço no mercado interno e cobram condições para se tornar mais competitivos ‘da porta para fora’, apontou a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Combustíveis O setor de petróleo e gás deve registrar grande crescimento nos próximos anos e passar a responder por cerca de 20% do PIB brasileiro em 2020, estima o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). Transporte aéreo O segmento de aviação viveu nos últimos uma grande expansão, que colocou o Brasil como quarto maior mercado doméstico do mundo. Atualmente, porém, o setor está em um momento crítico e depende da implementação de uma agenda que viabilize maior competitividade, aponta a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Construção civil Em 2012, a construção civil crescerá cerca de 4%. “Para 2013, o cenário ainda é incerto; porém, acreditamos que continuaremos a evoluir além do PIB”, indicou Sergio Watanabe, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (SindusCon-SP). Varejo Em expansão acima do PIB do Brasil há oito anos, o varejo segue nessa trajetória e deve fechar este ano 5,5% maior. Para 2013, a expectativa é ainda melhor, entre 7% e 7,5%, conforme o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). #businessroundup
Tendências e negócios
Pesquisa da Amcham confirma otimismo para o próximo ano
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ondagem da Amcham, aplicada pelo Ibope junto a associados da entidade e apresentada na Business Round Up, reforça a percepção de um 2013 mais favorável. Dos 214 altos executivos de empresas de variados portes em diversas regiões do País consultados entre os dias 19 e 26/09, foram 81% os que apontaram esperar aumento das vendas no próximo ano. Os que apostam em maiores lucros são 71%. O clima positivo permeia várias projeções. Um destaque é a expectativa de expansão operacional, presente em 57% dos respondentes quando o foco é 2013. Quanto a investimentos, 52% dizem que serão ampliados em suas empresas. Assim como ao olhar para suas próprias companhias, o empresariado é majoritariamente otimista no que tange à economia nacional como um todo ao projetar 2013. Enquanto para 2012 há uma divisão entre os que acreditam em queda do Produto Interno Bruto (38% das respostas), manutenção (34%) e elevação (28%), quando se trata do próximo ano, aumenta a parcela dos que esperam expansão, somando 52% da amostra.
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Comércio exterior e investimento estrangeiro Em 2013, o Brasil se tornará mais atrativo a capitais externos ou pelo menos manterá a atratividade, acreditam os empresários. Uma parcela de 44% dos consultados diz que o País apresentará performance semelhante à de 2012 e não sofrerá alterações no ranking mundial de investimentos estrangeiros, e outros 36% afirmam que o País será o mais atrativo destino dos investidores estrangeiros globais. O estudo da Amcham mostra também a percepção do setor privado a respeito de prioridades para a evolução do comércio exterior. A questão primordial, apontada por 65% dos ouvidos, é o Brasil buscar aproximação com economias já consolidadas, como Estados Unidos, Alemanha e China. Em seguida, é defendida uma relação mais estreita com países emergentes (55%).
O empresariado sugere também o aumento do número de acordos multilaterais (39%) e bilaterais (34%), a implementação de um banco de fomento à importação e à exportação (36%) e, em menor escala, o fortalecimento do Mercosul (18%). Competitividade A desoneração da folha de pagamento direcionada a um conjunto de setores é, das recentes medidas do governo brasileiro, a que tem efeitos mais significativos para os negócios, indica a pesquisa. Nada menos que 62% dos consultados dizem que essa ação tem alto impacto sobre suas companhias e 30% percebem médio impacto, totalizando 92% da amostra. O novo pacote de redução de custos de energia também é percebido como de alta relevância por 44% e de média relevância por 42%, perfazendo 86%. A pesquisa da Amcham questionou o empresariado sobre as dificuldades que o Governo Federal enfrenta para solucionar os gargalos de competitividade do País. Na liderança das questões elencadas, aparecem gestão e execução do orçamento (63%), seguidas de perto por excesso de burocracia (60%). Do ponto de vista das companhias, o excesso de burocracia (78%), a falta de clareza nos mecanismos de parceria público-privada (57%) e a insegurança jurídica (34%) estão entre as grandes barreiras para uma maior atuação privada na solução dos gaps nacionais.
#businessroundup #conteudoamcham
Como será 2013 para as empresas em relação a 2012 81%
71%
33%
41%
48%
47%
57%
57%
Estável
Em queda
22%
58%
52%
Em crescimento
16%
39%
3%
Vendas
7%
Lucro
9%
Preço Unitário
7%
Investimentos
5%
Nº de funcionários
4%
Market Share
41% 2%
Fonte: Amcham
Expansão Operacional
CURTAS
A capacitação foi a palavra-chave da terceira missão comercial de Tecnologia da Informação que a Amcham promoveu para os EUA de 30/09 a 06/10. Um grupo de 15 empresários e executivos visitou gigantes da tecnologia como Apple, Twitter, Dell e Mozilla para conhecer tendências e novidades da área.
Competitividade
São Paulo
À medida que as políticas para acelerar a competitividade industrial brasileira anunciadas pelo governo nos últimos meses começarem a surtir efeito, devem contribuir para atacar os principais custos estruturais com que as empresas têm de arcar. Mas os resultados só devem ser visíveis dentro de três ou quatro anos, estimou Júlio Gomes de Almeida, consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), no comitê de Comércio Exterior #competitividadebr em 24/10.
O Fórum de RH, em 03/10, reuniu um público de 200 profissionais da área para discutir desafios da gestão de pessoas e conhecer cases de Natura, Buscapé Company e Johnson Controls.
Ribeirão Preto
Cerca de 180 executivos acompanharam a Business Round Up – Perspectivas 2013 em 18/10. O evento teve apresentação de pesquisa da Amcham e painéis de debate com participações como a de Marcelo Kfoury, economista-chefe do Citi Brasil. #businessroundup
Salvador
A regional inaugurou seu comitê estratégico de Finanças em 18/10. Na pauta, ferramentas de planejamento financeiro.
Brasília, Campinas, Curitiba, Porto Alegre e Recife CEO Fórum
Focado em tendências de gestão, o Fórum de Decisões ocorreu em Goiânia (18/10) e Belo Horizonte (24/10). Em Goiânia, o encontro se voltou para temas de RH, finanças e TI, atraindo 130 participantes e, em Belo Horizonte, tratou de liderança de alta perfomance, com platéia de cerca de 400 profissionais.
Em outubro, o CEO Fórum da Amcham ganhou edições em Recife (10/10), Curitiba (19/10), Campinas (24/10), Brasília e Porto Alegre (ambos em 26/10). Ao todo, mais de 2000 profissionais participaram dos eventos para analisar assuntos ligados a gestão empresarial e perspectivas da economia. #ceoforum
São Paulo Conectividade e mobilidade
Fórum de Decisões
Belo Horizonte e Goiânia
Uberlândia
Business Round Up
TI
Brasil
O Brasil precisa se abrir mais ao livre comércio, defende o cônsul geral do México em São Paulo, que participou do comitê estratégico de Business Affairs Latam em 18/10. “O México é um país que perdeu o medo de concorrer nos mercados internacionais e aceitou que não pode produzir tudo internamente. É preciso escolher onde ser competitivo. Acho, respeitosamente, que o Brasil não pode desejar ter conteúdo nacional em níveis altos em um mundo globalizado. É preferível ser eficiente e abrir a economia para se inserir nas cadeias globais de valor. Se o mundo está se globalizando, temos de participar de mais mercados”, afirmou.
Gestão de pessoas
São Paulo
Finanças
Entre 11 e 21/10, a Amcham realizou sua terceira missão à China. No roteiro, passagens por três importantes feiras: CantonFair (em Guangzhou), Hong Kong Electronics Fair e China Sourcing Fair (em Hong Kong). A programação incluiu também o agendamento de reuniões com potenciais fornecedores e parceiros e espaço para networking.
México
China
Brasil
O ‘Fórum Conectividade e Mobilidade – A Transformação nos Modelos de Negócios’, em 25/10, trouxe organizações produtoras e distribuidoras de conteúdo e empresas de tecnologia para analisar o novo perfil dos consumidores num mundo cada vez mais online , a diversificação dos canais de consumo, e impactos e oportunidades dessas mudanças para os modelos de negócios. O evento mostrou que os consumidores agora são pares das companhias, contribuindo para desenvolvimento de produtos, precificação, comunicação, vendas e pós-vendas. “O consumidor não aceita mais uma relação hierárquica com as empresas, e o conteúdo é a moeda de troca para essa interação”, apontou Livia Chanes, sócia #forumconectividade associada da McKinsey.
Competitividade
Formação e estágio via Ciência Sem Fronteiras devem ser vistos pelas empresas como investimento, apontam gestores do programa
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ão há caminho para o Brasil se tornar mais competitivo que não passe pela inovação e, nesse contexto, a formação proporcionada pelo Ciência Sem Fronteiras, conjugada a estágios que possibilitem aprendizado na prática, deve ser vista pelas companhias como uma ação estratégica e um investimento para o futuro. É o que indicam gestores do programa que participaram da força-tarefa de Ciência Sem Fronteiras da Amcham-São Paulo em 29/10. “A inovação é uma questão de sobrevivência. Não há outro caminho para o Brasil”, afirma Marcos Vinicius de Souza, diretor do departamento de Fomento à Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “As empresas devem pensar nas bolsas do Ciência Sem Fronteiras não como doação, mas investimento para capacitar futuros funcionários”, completa.
Acompanhe destaques do que foi discutido no encontro: Não conheço nenhum outro programa desses no mundo, com ênfase em conhecimento prático e retorno ao País.” Allan Goodman, presidente e CEO do Institute of International Education (IIE), parceiro oficial do Ciência Sem Fronteiras nos Estados Unidos Se não investirmos na formação dos nossos melhores quadros, não teremos condições de ser um país desenvolvido. Poucas vezes no Brasil tivemos oportunidade de fazer programas com foco como agora.” Glaucius Oliva, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Trata-se da retomada de programas anteriores dos anos 60, 70 e 80 e que depois se reduziram, mas em um patamar bastante especial. É um programa diferente, com prioridades.” Jorge Guimarães, presidente da Coordenação de #competitividadebr Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
A Amcham e o Ciência Sem Fronteiras O Ciência Sem Fronteiras é um programa criado pelo governo federal que prevê a concessão de 101 mil bolsas de estudo (sendo 75 mil pela iniciativa pública e 26 mil pela privada) na área de ciências duras (exatas) em um período de quatro anos. A meta é contribuir para a expansão da ciência e tecnologia, inovação e competitividade no País. A Amcham assumiu um importante papel no programa ao facilitar o acesso dos estudantes a estágios no exterior, a fim de complementarem sua experiência acadêmica com uma atuação prática em empresas com forte viés inovador. Para viabilizar essa atuação, a Amcham assinou acordos com o CNPq e a Capes e constituiu uma força-tarefa para discutir ideias e experiências sobre os estágios.
Divulgação Amcham
Institucional
Amcham em novos endereços
R. Helio Yoshiki Ikieziri, 34, 2º andar Chácara Cachoeira, Campo Grande
R. Dr. Plácido Gomes, 610, sala 202 – Anita Garibaldi, Joinville
Av. Eng. Antônio de Góes, 742 – Pina, Recife
Neste final de ano, a Amcham ganha três novos endereços, com a abertura de unidades em Campo Grande (esquerda) e Joinville (centro) e a mudança da sede em Recife (direita). São modernos prédios, com infraestrutura para administração das atividades da entidade e realização de reuniões. No caso de Recife, há espaço também para eventos com até 120 pessoas.
EXPEDIENTE Editora: Giovanna Carnio (MTB 40.219) Reportagem: André Inohara, Anne Durey, Dirceu Pinto e Marcel Gugoni Design: Estúdio Alcachofra. www.amcham.com.br
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