São Paulo, 20 de setembro de 2012
Depois de uma desaceleração iniciada em 2011, o Brasil se vê diante de um momento de inflexão e deve retomar em 2013 uma trajetória de crescimento econômico maior, ainda que não extremamente forte, entre 3,5% e 4,5%, ante no máximo 2% estimados para 2012. Continuam a pesar incertezas no cenário internacional e a necessidade de avanços nacionais em áreas como infraestrutura, qualificação de mão de obra e segurança jurídica, fundamentais para uma maior competitividade. Por outro lado, recentes mudanças na condução da política econômica, focando questões urgentes para o País – como desoneração da folha de pagamentos e da energia, e incentivos para que o setor privado se envolva mais nos grandes projetos de infraestrutura, em substituição a medidas concentradas no estímulo ao consumo – representam um componente importante para agregar velocidade e consistência à expansão, mostrou a Business Round Up – Perspectivas para 2013, realizada pela Amcham-São Paulo em 09/10. Saiba mais sobre o debate aqui.
Setores
Pesquisa
Além de uma visão sobre a economia nacional como um todo, o seminário enfocou importantes setores da economia a partir da visão de entidades representativas. Fique por dentro das perspectivas para:
Em linha com as discussões, pesquisa da Amcham, aplicada pelo Ibope junto a associados da entidade e apresentada no evento, reforçou a percepção de um 2013 mais favorável. O clima positivo permeia várias projeções, como vendas e lucros. Veja a sondagem em detalhes aqui.
Bancos Tecnologia da informação e comunicação Máquinas e equipamentos Combustíveis Transporte aéreo Varejo Construção civil
Na Business Round Up, também houve espaço para olhar para os negócios sob quatro ângulos primordiais, com apresentação de recortes específicos da pesquisa Amcham e mapeamento de tendências. Leia aqui o cenário traçado para:
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Marketing / comercial Recursos humanos Operações / logística e tecnologia da informação / telecom
Brasil terá 2013 de recuperação, com crescimento na casa dos 4%
Depois de uma desaceleração iniciada em 2011, o Brasil se vê diante de um momento de inflexão e deve retomar em 2013 uma trajetória de crescimento maior, ainda que não extremamente forte, entre 3,5% e 4,5%, ante no máximo 2% estimados para 2012. Continuam a pesar incertezas no cenário global e a necessidade de avanços nacionais em áreas como infraestrutura, qualificação de mão de obra e segurança jurídica. Por outro lado, recentes mudanças na condução da política econômica, focando questões urgentes para o País – como desoneração da folha de pagamentos e da energia, e incentivos para que o setor privado se envolva mais nos grandes projetos de infraestrutura, em substituição a medidas concentradas no estímulo ao consumo – representam um componente importante para agregar velocidade e consistência à expansão. “Teremos um ano de recuperação cíclica pela frente. Nossa projeção de crescimento para o PIB [Produto Interno Bruto] é de 3,8% em 2013. Não será um crescimento que dará a sensação de um ano fortíssimo, mas certamente estamos no caminho correto”, avaliou André Loes, economista-chefe do banco HSBC, no seminário Business Round Up – Perspectivas para 2013, realizado pela Amcham-São Paulo em 09/10. “Após alguns trimestres atuando no estímulo à demanda, tivemos a grata surpresa de ver o governo mudando o foco da sua atuação em política econômica. A ênfase na oferta e nos gargalos [estruturais da economia] são as questões mais urgentes que o Brasil tem de enfrentar. O ponto central agora é torcer para que as medidas propostas sejam rapidamente implementadas e de maneira adequada, de forma a que os investimentos voltem”, acrescentou Loes. Ele atuou como mediador do seminário da Amcham, que reuniu entidades representativas de alguns dos principais segmentos da economia com o objetivo de debater o cenário econômico para o próximo ano. Acompanhe o que dizem os setores que marcaram presença no evento da Amcham:
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bANCOS
Rubens Sardenberg
A ofer ta de crédito seguirá crescendo em 2013, mas “não de maneira explosiva”, prevê Rubens Sardenberg, economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). “O crédito aumentou absurdamente nos últimos dez anos. Era de 20% PIB e hoje, de 50%. A par tir daí, essa trajetória se desacelerou e agora cresce na faixa entre 14% e 15% em função da própria melhora da economia, da redução da inadimplência e da estabilização do comprometimento de renda. Porém, não aumentará de maneira explosiva porque já atingiu um patamar razoável”, disse ele.
Outro ponto abordado por Sardenberg foi o contexto de juros reais mais baixos. “Esse ambiente cria opor tunidades para as empresas de acesso ao mercado capitais para emissão de dívida, ou seja, assumir outros riscos para ter rentabilidade maior e captar recursos de prazo relativamente mais longo. O mercado de debêntures se tornará ainda mais ativo nos próximos anos”, afirma. Do ponto de vista dos bancos, o cenário de juros mais baixos também traz um grande desafio de manutenção da rentabilidade, o que exige redução de uma série de custos. “Os compulsórios do Brasil são os maiores do mundo. Somos um dos únicos países que tributam operações financeiras, e problemas de regulação fazem com que os gastos com perda de crédito sejam superiores aos internacionais. Há necessidade de reformas, um ambiente regulatório mais saudável e mais em linha com o que acontece em outros países”, elenca o economista. Com relação a investimentos, que hoje representam 20% do PIB e precisam chegar a pelo menos 23%, Sardenberg manifesta cer ta preocupação, diante da ampla necessidade de apor tes que o País tem pela frente, em áreas fundamentais para enfrentar deficiências sobretudo de infraestrutura. “Por mais que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES] faça um trabalho competente, não há recursos públicos suficientes”, diz. “O Brasil terá de atrair capital privado, mas para isso precisamos oferecer um ambiente regulatório estável, seguro e com rentabilidade.”
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tic
O setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) movimentou US$ 215 bilhões no Brasil em 2011, o equivalente a 8% do Produto Interno Bruto (PIB). O montante coloca o País entre os cinco maiores players mundiais no segmento. TIC vem crescendo a taxas de 10% a 12% ao ano nos últimos anos, mas em 2012 a estimativa é de avanço de 8%. “Um número saudável, mas menor do que o visto anteriormente”, diz Antonio Gil, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).
Antonio Gil
Crescer mais requer que o Brasil avance em alguns pontos, com destaque para a capacidade de inovar. “Hoje somos grandes usuários de tecnologia, mas não temos muita atuação em criação e inovação”, lamenta Gil. “O Brasil pode inovar mais, dado o grande potencial que tem.” De acordo com o representante da Brasscom, enquanto TIC no Brasil movimenta 8% do PIB, nos Estados Unidos responde por 10% a 12%, na Coreia do Sul, quase 15%, e em Israel, mais de 15%. Para Gil, opor tunidades de acessos móveis e multicanalidade oferecem campos de grande expansão. “Precisamos levar em conta que estamos em um momento de mudança tecnológica e entrando na era do cloud computing e da mobilidade. Tudo o que será feito daqui para a frente terá acesso via celular e os dados produzidos surgem em escala cada vez maior. É o que chamamos de big data. Muito desse avanço [da tecnologia] passará a ocorrer em áreas de saúde, educação, segurança e bancarização”, prevê.
Máquinas e equipamentos
Márcio Ribaldo
A indústria brasileira de máquinas e equipamentos vem perdendo espaço no mercado nacional nos últimos anos e cobra condições para que se torne mais competitiva. “Em 2007 e 2008, do total de máquinas vendidas no Brasil, 65% eram brasileiras e 35% impor tadas. Hoje, 60% são impor tadas e só 40% nacionais – sendo que, dentro desses 40%, os componentes impor tados têm grande peso”, apontou Márcio Ribaldo, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
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Para ele, o Brasil tem o grande desafio de se reindustrializar e aumentar a competitividade da por ta para fora das empresas. “Se pegássemos uma fábrica nos EUA ou na Alemanha, com os mesmos equipamentos e profissionais, e a colocássemos no Brasil, um produto que nesses dois países seria vendido por US$ 100 aqui seria por US$ 143. Por tanto, nosso custo é 43% mais caro, e nem estamos falando de China e Índia!”, exemplifica. Ele reconhece esforços que vêm sendo feitos recentemente pelo governo para incentivar o investimento, enquanto antes os estímulos se concentravam no consumo e resultaram muitas vezes em elevação das impor tações para suprir o aumento da demanda. “Quando o governo reduziu o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] da linha branca, houve um boom de vendas, mas grande par te da demanda foi atendida com impor tação”, afirma. “Agora, as amarras que estão sendo mexidas são juros, câmbio e tributação.” Ribaldo também cobra regras para a entrada de capital estrangeiro no País e a transferência de atividades de pesquisa e desenvolvimento para o território nacional como formas de combater o que entende como desnacionalização.
O setor de petróleo e gás deve registrar grande crescimento nos próximos anos e passar a responder por cerca de 20% do PIB brasileiro em 2020, estima Armando Guedes Coelho, conselheiro do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).
Combustíveis
O potencial está colocado principalmente nas reservas pré-sal, que podem colocar o País na posição de quarto ou quinto maior produtor mundial de petróleo. “Há um horizonte de dez a 20 anos para o Brasil ser um grande produtor. Este é um setor em que não se pode falar só do curto prazo”, reforça Coelho.
Armando Coelho
Um dos grandes desafios para o segmento diz respeito à mão de obra. “Trata-se de um setor de alta complexidade, que não permite erros, então não se pode fazer admissão sem máxima qualificação.” E o representante do IBP completa: “nossa capacidade de formação de recursos humanos não é suficiente. O Brasil está se tornando importador de mão de obra, principalmente a qualificada”. Com relação a biocombustíveis, Coelho destaca que o Brasil está muito bem posicionado, mas falta uma política nacional para o álcool. “Com a filosofia [de preços de combustíveis] que o governo adotou, o setor não investe porque não tem certeza de que será competitivo em quatro ou cinco anos”, critica.
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Transporte aéreo
O setor de aviação viveu nos últimos uma grande expansão, que alçou o Brasil à posição de quarto maior mercado doméstico de aviação do mundo. Com o aumento da renda da população e a queda dos preços médios das passagens aéreas, as vendas de tickets evoluíram de 33 milhões em 2002 para 80 milhões em 2011. Atualmente, porém, o segmento vive um momento crítico e depende da implementação de uma agenda que viabilize sua maior competitividade para continuar a crescer.
Os bons ventos mudaram em 2011 para as companhias aéreas, por conta de desvalorização Eduardo Sanovicz do real – comprometendo custos dolarizados –, elevação dos preços dos combustíveis na casa dos 42% e das tarifas aeronáuticas em torno de 130%, e ainda em função da subida do custo da mão de obra. Agora, é preciso promover mudanças para que o setor consiga prosseguir. Dessa agenda, dependerão os futuros números do segmento, diz Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileiras das Empresas Aéreas (Abear), que reúne as empresas responsáveis por 99% do tráfego aéreo nacional. “A ideia é trabalhar na redução de custos e gargalos e no aprofundamento do diálogo, e fazer ajustes necessários de oferta para evitar impacto no preço final, uma tentativa de não aumentar os valores das passagens para não excluir passageiros que foram incluídos nos últimos tempos”, explica Sanovicz. A agenda a que o representante da Abear se refere diz respeito a alguns desafios centrais. O primeiro é a baixa competitividade devido ao alto custo operacional e à infraestrutura deficitária – esta responsável por dois terços dos problemas enfrentados nos aeroportos. A desoneração da folha de pagamentos foi elogiada por Sanovicz, que calcula que isso trará importante economia ao setor. Falta ainda atacar o custo dos combustíveis, que poderia ser atenuado com redução de impostos. “Estamos em um diálogo interessante para rever a fórmula de precificação de combustível no Brasil, que não muda há duas décadas”, adianta o executivo. O segundo desafio é a formação de pessoal, um objetivo que foi facilitado pela desoneração de folha recentemente estendida ao setor. “Temos de formar pessoas altamente qualificadas, não só de nível técnico de manutenção, mas com doutorado e pós doutorado.” A sustentabilidade é outro grande desafio, que inclui desde temas de alta complexidade tecnológica até biocombustíveis. “O biocombustível para aviação existe, mas ainda não é viável comercialmente. Ele está sendo pesquisado junto com Embrapa, Boeing e Embraer. Na medida em que consigamos usá-lo em alta escala, haverá um impacto brutal”, afirma. O tráfego também não cabe mais na atual formatação. “As aerovias da forma como foram traçadas décadas atrás não se sustentam. Sua revisão economizaria tempo de voo e combustível.”
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Como a média da economia nacional, a construção civil vem desacelerando, mas ainda se mantém bastante acima do crescimento do PIB do País, revelou Sérgio Watanabe, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon).
Construção civil
Em 2012, ano em que o Brasil deve se expandir no máximo 2% segundo a maioria das previsões, a construção civil aumentará cerca de 4%, calcula o SindusCon. “Para 2013, o cenário ainda é incerto porque vários fatores, externos e internos, ainda Sérgio Watanabe preocupam. Na construção civil, que depende de crescimento econômico e estabilidade, acreditamos que continuaremos a evoluir acima do PIB nacional. Quanto cresceremos dependerá desse desempenho da economia e dos investimentos que estão sendo anunciados pelo governo”, indicou Watanabe. O representante do SindusCon se revela otimista: “O cenário para a construção civil é positivo. Temos de lembrar que os investimentos para a Copa estão em andamento. O que falta agora são investimentos no setor comercial e na mobilidade urbana nas grande capitais que sediarão a Copa.” Depois de dobrar seu contingente de profissionais nos últimos anos, a construção civil não reduziu postos de trabalho em nenhum mês de 2012 e segue contratando, mas em velocidade mais baixa. Nos 12 meses encerrados em agosto, o nível de emprego no setor registrou aumento de 5,5%. Watanabe considera que o setor vive um contexto de pleno emprego, o que demandará mudança de modelo para permitir ganho de eficiência.
varejo
Crescendo acima do PIB do Brasil há oito anos, o varejo segue nessa trajetória e deve fechar 2012 com uma evolução de 5,5%. Para 2013, a expectativa é ainda melhor, entre 7% e 7,5%, conforme previsões do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) apresentadas por seu presidente, Fernando de Castro. “O consumo deve se compor tar muito bem, continuando a se ampliar acima do PIB”, avalia Castro.
Fernando de Castro
A explicação está no aumento da renda e na nova massa de consumidores que traz o salário
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todo para realizar compras. Nesses oito anos de for te expansão, primeiro cresceram os bens de consumo imediato e em seguida vieram os semiduráveis. “A economia brasileira tem crescido porque tem capacidade de gerar emprego. Em 2012, será criado 1,7 milhão de postos com car teira assinada. Não é sem motivo que o consumo também aumenta”, diz Castro. Para manter o consumo em alta, ele defende um programa de emprego e valoriza a desoneração da folha de pagamentos. “A carga trabalhista do Brasil é das maiores do mundo.” “A reforma trabalhista e a modernização das leis do trabalho são fundamentais dentro da política de emprego para o for talecimento do mercado interno”, completa.
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Pesquisa da Amcham confirma otimismo para o próximo ano O empresariado brasileiro acredita em um cenário mais favorável aos negócios e à economia brasileira como um todo em 2013. Pesquisa da Amcham aplicada pelo Ibope junto a associados da entidade aponta que 81% esperam aumento das vendas no próximo ano. Os que apostam em maiores lucros em 2013 são 71%. O clima positivo permeia várias projeções. Um destaque é a expectativa de expansão operacional, presente em 57% dos respondentes quando o foco é 2013. Quanto a investimentos, 52% dizem que serão ampliados em 2013 em suas empresas. Os focos dos aportes se concentrarão em estratégias comerciais (canais de venda e promoção), como revelam 71%; marketing (lançamento de
produtos,
comunicação,
feiras e eventos), com 54% das respostas; inovação, pesquisa e e
desenvolvimento tecnologia,
com
(P&D) 53%;
e
recursos humanos (englobando não
apenas
contratações,
mas também treinamentos e benefícios), com 45%. Para a sondagem, a Amcham ouviu,
em
parceria
com
o
Ibope, 214 altos executivos de empresas de variados portes em diversas regiões do País entre os dias 19 e 26/09.
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PIB, inflação e juros Assim
como
ao
olhar
para
suas
próprias
empresas, os executivos são majoritariamente otimistas no que tange à economia nacional como um todo ao projetar 2013. Enquanto para 2012 há uma divisão entre os que acreditam em queda do Produto Interno Bruto (38% das respostas), manutenção (34%) e ampliação (28%), quando se trata do próximo ano, aumenta a parcela dos que esperam expansão, somando 52% da amostra.
Para 2012, há um equilíbrio entre as visões de aumento (47%) ou manutenção (46%) da inflação, ao passo que, para 2013, cai a fatia dos que apostam em aumento (40%) e aumenta a dos que acreditam em estabilidade (51%).
Em relação a juros, predomina a perspectiva de redução (64%) em 2012, mas, para 2013, as respostas indicam manutenção do nível de 2012 (60%), com expressiva diminuição dos que esperam novas quedas da Selic (27%).
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Atratividade de investimento estrangeiro No próximo ano, o Brasil se tornará mais atrativo a capitais externos ou pelo menos manterá a atratividade, acreditam os empresários ouvidos pela pesquisa. Uma parcela de 44% dos consultados diz que o Brasil apresentará performance semelhante à de 2012 e não sofrerá alterações no ranking mundial de investimentos estrangeiros, e outros 36% afirmam que o País será o mais atrativo destino dos investidores estrangeiros globais, em função de questões como o mercado interno aquecido e a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas em 2014 e 2016. Um grupo menor, mas significativo, de 20%, considera que o Brasil perderá atratividade para os investidores estrangeiros globais por conta de deficiências de competitividade.
Prioridades de comércio exterior O estudo da Amcham mostra também a percepção do empresariado a respeito de prioridades para a evolução do comércio exterior. A questão primordial, apontada por 65% dos ouvidos, é o Brasil buscar aproximação com economias já consolidadas, como Estados Unidos, Alemanha e China. Em seguida, com 55%, vem a proximidade com emergentes, a exemplo de Rússia, Índia, África do Sul e México. O empresariado defende também o aumento do número de acordos multilaterais (39%) e bilaterais (34%), a implementação de um banco de fomento à importação e à exportação (36%) e, em menor escala, o fortalecimento do Mercosul. Questionados sobre os mercados-alvo das empresas, os executivos sinalizam que têm ou pretendem estabelecer relações comerciais com os EUA (49%, uma evolução de 9 pontos percentuais em relação
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ao que indicaram na pesquisa do ano passado), a América Latina (16% versus 42% em 2011), o Mercosul (39%, uma queda de 5 pontos percentuais na comparação com os resultados de 2011) e a China (22% contra 21%).
Impactos das recentes medidas do governo A desoneração da folha de pagamento direcionada a um conjunto de setores é, das recentes medidas do governo brasileiro, a que tem efeitos mais significativos para os negócios, indica a pesquisa da Amcham. Nada menos que 62% dos consultados dizem que essa ação tem alto impacto sobre suas companhias e 30% percebem médio impacto, totalizando 92% da amostra. O novo pacote de redução de custos de energia também é percebido como de alta relevância por 44% e de média relevância por 42%, perfazendo 86%. Aparecem
com
predominantemente
favorável
avaliação ainda
o
Programa de Investimentos em Logística Rodovias e Ferrovias, conhecido como PAC das Concessões (alto impacto para 29% e médio impacto para 43%), a alteração das regras de preços de transferência (alto
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impacto para 27% e médio impacto para 40%) e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns setores (alto impacto para 26% e médio impacto para 37%). Outras medidas têm menor nível de reconhecimento, alcançando uma parcela mais restrita de empresários que percebem seus efeitos. No caso da aprovação da Resolução 72 no Senado Federal que estabelece uma alíquota única de 4% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para produtos importados em operações interestaduais, de forma a acabar com a guerra dos portos, a fatia dos consultados que enxergam apenas baixo impacto chega a 46%.
Dificuldades para evoluir em competitividade A pesquisa da Amcham questionou o empresariado sobre as dificuldades que o Governo Federal enfrenta para solucionar os gargalos de competitividade do País. Na liderança, aparecem gestão e execução do orçamento (63%), seguidas de perto por excesso de burocracia (60%). Do ponto de vista da iniciativa privada, o excesso de burocracia (78%), a falta de clareza nos mecanismos de Parceria Público-Privada (57%) e a insegurança jurídica (34%) estão entre as grandes barreiras para uma maior atuação na solução dos gaps nacionais.
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Sondagem da Amcham mostra que, em 2013, investimentos em Marketing e Vendas devem crescer Pesquisa Amcham revela que os investimentos corporativos em marketing e vendas devem aumentar em 2013, conforme 54% dos profissionais dessas áreas consultados. Para 46%, haverá manutenção dos aportes. Na última sondagem, a perspectiva se mostrava invertida: em 2011, eram 42% os que apostavam em elevação dos gastos em 2012 e 53% criam em estabilidade. Para captar percepções quanto a 2013, a Amcham ouviu, em parceria com o Ibope, 214 altos executivos de empresas de variados portes em diversas regiões do País entre os dias 19 e 26/09. Neste recorte focado em marketing e comercial, participaram apenas profissionais dessas áreas. As principais estratégias de marketing e vendas em 2013, de acordo com a sondagem, serão focar o relacionamento com clientes, consumidores e fornecedores (56%) e valorizar a marca (20%), resultado semelhante ao observado na sondagem de 2011. Ganha peso maior a precificação, apontada por 10% dos respondentes, contra 5% no ano passado, e perde um pouco da relevância a valorização de produtos (14% versus 21% em 2011). Os planos de investimentos das companhias consideram: estratégias comerciais incluindo, por exemplo, redução de preços (16%), ações de relacionamento (16%), ações com a marca (14%), ampliação de valor (12%) e lançamento de produtos (12%), entre outros aspectos. São 80% os que sinalizam que suas empresas preveem aumento na quantidade de produtos a serem lançados na comparação com 2012. A estratégia para esses produtos engloba inovação (48%, um aumento de 12 pontos percentuais em relação ao manifestado no último ano), ênfase em segmentos específicos (queda de 17 pontos versus 2011), maior competitividade de preços (18%) e foco em canais específicos (13%). Os investimentos em comunicação tendem a se concentrar, em 2013, em sites próprios (66% apontam para aumento dos gastos com esse tipo de canal e 26% para manutenção) e mídias sociais (58% veem aumento e 16% manutenção). Seguem importantes o e-mail marketing (48% aumentarão investimentos e 32% manterão) e as mídias impressas (32% ampliarão e 40% manterão os aportes).
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Canais
na criação de uma plataforma educacional integrando empresa, consumidores e clientes.
Entre os canais de vendas, os que mais ganham importância dentro da estratégia dos negócios são as redes sociais, com 82% dos consultados sinalizando para mais espaço, e a venda direta, com 78% de apostas em crescimento. Diante da tendência de multicanalidade, os maiores desafios que se colocam são definir os canais nos quais a empresa atuará e os objetivos em cada um deles (importante ou muito importante para 58%), bem como integrar as equipes comerciais (importante ou muito importante para 70%).
4. A mensuração dos investimentos ainda é um desafio para os gestores de marketing; por isso, a área deverá atuar fortemente na mensuração do ROI (Retorno sobre o Investimento, na tradução para o português). 5. Em virtude da movimentação de mercado gerada pelos eventos de 2014 e 2016 (Copa e Olimpíadas), muitas empresas trabalharão o plano de estratégico de marketing com link com esses projetos. 6. A inteligência competitiva se apresentará como foco do plano estratégico de marketing.
Tendências Além de realizar a sondagem, a Amcham debateu com profissionais de vendas e marketing as principais tendências nessas áreas para 2013 e compilou esse conteúdo. Acompanhe quais são:
7. Em face do ‘apagão de talentos’, a área de marketing dirigirá esforços e investimentos para a capacitação profissional. 8. O uso da internet passa a ser mais elaborado,
1. Para atender a um mercado cada vez mais crítico, a valorização do relacionamento com o cliente/consumidor, que já é uma realidade, tende a se fortalecer ainda mais.
com desenvolvimento de atividades nas mídias
2. O desenvolvimento tecnológico viabiliza a construção de um marketing de relacionamento mais eficaz; por isso, o uso de ferramentas de CRM (Customer Relationship Management) e BI (Business Intelligence) deve se propagar.
9. Apesar do crescimento da penetração das
sociais associadas a uma segmentação ‘atitudinal’ (por comportamento).
mídias online nos investimentos de marketing, o equilíbrio entre o online e o offline ainda é a grande tendência para 2013. 10. Na busca pela integração da comunicação e
3. Na busca por uma melhor qualificação do mercado consumidor, muitas empresas investirão
pela manutenção de um mesmo posicionamento, a convergência entre canais é essencial.
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pesquisa da Amcham revela perspectiva de aumento dos investimentos em RH em 2013
Em 2013, os investimentos das empresas em recursos humanos tendem a aumentar, indica pesquisa da Amcham com profissionais da área. A maioria dos consultados (61%) afirma acreditar nessa tendência – 11 pontos percentuais a mais do que os que manifestavam essa opinião no ano passado, em consulta focando 2012. Outros 39% apostam em estabilidade dos aportes. Para captar percepções quanto a 2013, a Amcham ouviu, em parceria com o Ibope, 214 altos executivos de empresas de variados portes em diversas regiões do País entre os dias 19 e 26/09. Neste recorte voltado a RH, participaram apenas profissionais dessa área. A sondagem mostra que, em 2013, menos empresas ampliarão a folha de pagamentos. Foram 46% os profissionais que indicaram essa perspectiva contra 71% na sondagem do ano passado. O aumento em 2013 se deverá a reforço do quadro de funcionários, conforme 83%. A grande maioria dos consultados pela Amcham (85%) diz que suas companhias são impactadas expressivamente ou relativamente pela falta de mão de obra qualificada. Diante desse cenário, 69% afirmam que haverá aumento dos aportes voltados a treinamentos. No ano passado, eram 50% os que acreditavam em mais verbas para capacitação. Para garantir a qualificação dos profissionais, estão sendo planejadas ações estratégicas envolvendo parcerias com instituições de ensino (69%) e parcerias entre a própria iniciativa privada (46%). Os treinamentos serão presenciais (77%), via reuniões informativas (62%) e on the job (54%). Ganham peso também encontros de disseminação de treinamento (46%). Com vistas a reter talentos, estão nos planos as empresas programas de desenvolvimento gerencial, remuneração variável e monitoramento do clima organizacional (todos com 69%), assim como gestão de carreira (54%) e programas de qualidade de vida (46%).
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4. Aumentará a estruturação de programas de home office.
Tendências Além de realizar a sondagem, a Amcham debateu com profissionais de RH as principais tendências nessas áreas para 2013 e compilou esse conteúdo. Acompanhe quais são:
5. Haverá oferta de benefícios diferenciados.
1. Haverá identificação de competências e habilidades para o desenvolvimento de lideranças capazes de criar equipes de trabalho produtivas e comprometidas.
7. Haverá investimento em treinamentos que alinhem a cultura e os valores organizacionais.
2. Crescerá a ênfase na adoção de metodologias que avaliem os colaboradores, a fim de obter um quadro efetivo de resultados alcançados, gaps a serem sanados e caminhos para o aumento da produtividade.
9. Aumentará a adoção do ROIC (Retorno Sobre o Capital Investido, na tradução para o português) nas empresas para a gestão de pessoas, de forma a mensurar tempo e recursos financeiros investidos versus resultados obtidos.
3. A escassez de mão de obra qualificada intensificará a busca por novos modelos de fidelização dos colaboradores, reforçando a retenção e a atração de talentos.
10. A área de Recursos Humanos investirá em ações que aumentem seu papel estratégico na empresa e incentivem um comprometimento cada vez maior da alta gestão com os assuntos e projetos ligados ao capital humano.
6. Ocorrerá investimento em tecnologias e ferramentas que aproximem os colaboradores, incentivando o diálogo e a troca de informações.
8. Haverá investimento técnico funcional.
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em
treinamento
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sondagem da Amcham aponta para um 2013 com estabilidade de investimentos corporativos em operação e logística e crescimento dos aportes em TI e telecom Em 2013, a maioria das empresas tende a manter o nível de investimentos voltados à produção e à logística realizado em 2012. Pesquisa da Amcham junto a profissionais dessas áreas mostra que 70% dos ouvidos indicam essa tendência, enquanto 25% apostam que o volume de aportes de suas companhias destinados a essas atividades crescerão. No ano passado, os empresários estavam mais confiantes: a maioria (65%) previa um aumento nos investimentos, enquanto 30% criam na estabilidade. Os pessimistas, que enxergam queda nos investimentos, somaram 5% nos dois anos. Para captar percepções quanto a 2013, a Amcham ouviu, em parceria com o Ibope, 214 altos executivos de empresas de variados portes em diversas regiões do País entre os dias 19 e 26/09. Neste recorte focado em operações e logística, participaram apenas profissionais dessas áreas. O levantamento mostrou que, no plano dos investimentos em operações para 2013, as prioridades são modernização das instalações (20%) e aquisição de equipamentos e maquinários (15%). No ano passado, as duas categorias tinham 15% e 6%, respectivamente. A busca por novas tecnologias é primordial para 10%, sendo que, na pesquisa de 2011 (apontando perspectivas para 2012), essa categoria tinha 20%. Outros 10% priorizam investimentos em aumento da produção – mesma proporção identificada no levantamento do ano passado. Tem destaque a queda de ênfase na expansão fabril, que tinha 25% das respostas na pesquisa anterior e agora apenas 5%. No que tange a infraestrutura logística, os apor tes têm se concentrado principalmente em eficiência em processos e controle de custos (40%), qualificação da mão de obra (30%) e tecnologia da informação (15%).
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TI e Telecom Tecnologia da informação e telecomunicações devem receber mais investimentos em 2013, mantendo uma tendência de aumento nos aportes das empresas nesses segmentos. É o que mostra pesquisa da Amcham com profissionais dessas áreas. Para 58% dos consultados, as perspectivas aportes corporativos em TI e Telecom são de crescimento – fatia semelhante aos 57% que indicaram essa tendência em 2011 com foco em 2012. Outros 42% apostam na estabilidade, também mantendo a proporção da última sondagem (43%). Para captar percepções quanto a 2013, a Amcham ouviu, em parceria com o Ibope, 214 altos executivos de empresas de variados portes em diversas regiões do País entre os dias 19 e 26/09. Neste recorte focado em TI e telecom, participaram apenas profissionais dessas áreas. Os investimentos para 2013 consideram principalmente substituição e compra de novas tecnologias (27% das respostas), aquisição de equipamentos (19%), renovação de licenças (15%) e ampliação de equipes (12%). Os aportes em ferramentas de TI serão voltados sobretudo a business intelligence (58%, fatia bastante próxima à vista na pesquisa de 2011, de 57%), relacionamento com fornecedores e clientes (54%, bem menos que os 79% da última sondagem) e automatização das equipes de vendas (46%, o dobro do último ano).
Os fatores mais críticos para a gestão de TI, conforme a pesquisa, são segurança da informação e da base de dados (81%), garantia de acessibilidade à rede (70%) e desenvolvimento e gestão de um ambiente de colaboração e integração entre as áreas (46%). Questionados sobre as opor tunidades que a Copa e as Olimpíadas no Brasil trarão a TI e telecom, os profissionais apontam para questões como melhorias na infraestrutura de distribuição e redes (77%), inovações tecnológicas (73%) e aber tura de novos mercados para produtos e ser viços (54%).
Tendências Além de realizar a sondagem, a Amcham debateu com profissionais de operações, logística, TI e telecom as principais tendências nessas áreas para 2013 e compilou esse conteúdo. Acompanhe quais são: 1. O planejamento logístico será pautado, cada vez mais, pelas questões tributárias com o objetivo de buscar soluções logísticas que tenham menor impacto fiscal e, consequentemente, menor impacto na competitividade das organizações. 2. As regulamentações que envolvem logística, como descarte de resíduos sólidos e restrição de circulação e carga horária de motoristas de caminhões, terão grande influência no setor, que precisará adequar seus negócios. 3. A eficiência logística será fator determinante para definição de novos pontos de venda e expansão de mercado.
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4. A colaboração e a confiança entre aqueles que compõem a cadeia logística precisará crescer para que as dificuldades encontradas na busca por informações de estoques, incluindo seus níveis ideais, sejam amenizadas. 5. Os modelos logísticos se tornarão mais complexos, influenciados pelo aumento de capilaridade dos negócios, pela multicanalidade, pelas questões tributárias e pela infraestrutura defasada e a busca de alternativas para contornar esse gap.
cada vez maior a cloud computing, rede 4G e outras tecnologias. 8. Ocorrerá reforço e busca por parcerias na qualificação da mão de obra. 9. O conceito de BYOD (Bring Your Own Device) se expandirá para os canais de compras (consumidores dentro dos canais utilizando os mais diversos devices para efetuarem suas compras).
6. A iniciativa privada ampliará o foco nas Parcerias Público-Privadas (PPPs) para desenvolvimento de infraestrutura logística.
10. Consolidação da base única de clientes (em
7.
internet, loja física etc.), algo muito falado, mas
Haverá
foco
no
desenvolvimento
de
infraestrutura para telecom diante da adesão
CRM – Customer Relationship Management, ERP – Enterprise Resource Planning, Excel, que ainda não está efetivamente implementado.
Expediente Editora: Giovanna Carnio (MTB 40.219) Reportagem: André Inohara e Marcel Gugoni Crédito das fotos: Mário Miranda Diagramação: Lucas Marques
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