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Highlights São Paulo, 20 de junho de 2011 No final da última semana, acompanhamos três importantes notícias que impactam diretamente o futuro das relações Brasil-Estados Unidos. Na quinta-feira (16/06), o Senado dos EUA aprovou uma emenda que prevê o fim do incentivo de US$ 0,45 concedido por galão de etanol americano e a eliminação da tarifa de US$ 0,54 imposta sobre o galão de álcool combustível importado. Simultaneamente, a Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA votou favoravelmente à suspensão dos pagamentos de US$ 147 milhões ao ano para o Brasil que integram o pacote de compensações definidas na saída negociada para o contencioso do algodão que envolve os dois países no âmbito da Organização Mundial do Comércio. Por fim, na sexta-feira (17/06), o Ministério das Relações Exteriores brasileiro informou que os EUA desistiram de recorrer da decisão da OMC favorável ao Brasil em outra disputa comercial, a respeito de medidas anti-dumping aplicadas pelos americanos sobre a importação de suco de laranja proveniente do Brasil. Esse conjunto de novidades, que exceto pelo caso do suco de laranja ainda dependem de novas etapas para aprovação final e concretização, representa uma grande vitória para o Brasil, uma sinalização de avanços na relação comercial – e, de certo modo, também no relacionamento político – com os EUA, ao permitir que se desatem nós relevantes entre os dois países. No que toca ao etanol, o resultado da votação de quinta-feira revela uma enorme mudança de atitude no Congresso americano quanto ao produto brasileiro, o que poderá abrir as portas para futuramente expandirmos nossas exportações (lembrando que hoje o impacto dessa medida seria praticamente nulo, uma vez que vivemos uma deficiência na fabricação de álcool combustível no Brasil). Mas, principalmente, essa revisão de postura cria espaço para que Brasil e EUA expandam sua cooperação e atuem juntos para fazer do etanol uma commodity no mercado global, que seja usada, por exemplo, em adição à gasolina nas mais diferentes partes do mundo, trazendo uma demanda intensa para o Brasil nos próximos anos, assim como aos EUA e a países latinoamericanos e africanos que também o produzem.
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Na questão do algodão, embora de início se tenha a impressão de que se trata de uma má notícia, que pode por a perder o acordo bilateral celebrado no ano passado, fica claro que se dissemina a noção de que o melhor a ser feito pelos EUA é eliminar os subsídios concedidos a esses produtores em vez de adotar um conjunto de paliativos que evite a retaliação brasileira autorizada pela OMC – e que, na ponta do lápis, significa um rombo ainda maior nas cotas públicas americanas. A questão do suco de laranja, por sua vez, indica que os EUA não querem entrar em outra briga com o Brasil, repetindo o desgaste vivenciado no episódio do algodão. É preciso destacar que o que motiva a nova atitude americana nos três casos (etanol, algodão e suco de laranja) é a constatação de que o governo dos EUA não pode continuar a gastar tanto com subsídios agrícolas, que consistem num dispêndio enorme, com efeitos limitados do ponto de vista de geração de empregos e estímulo à economia do país como um todo. Essa é a linha de raciocínio que a Amcham vem defendendo em seus esforços para ajudar na eliminação de entraves a um maior progresso da relação bilateral e que a entidade fez questão de endereçar ao próprio presidente Barack Obama em sua visita ao País em março. “Tivemos a oportunidade de falar ao presidente Obama para que exercesse sua liderança junto ao Congresso americano a fim de eliminar todos os subsídios agrícolas que de alguma maneira envolvem produtos brasileiros. Essa foi a posição da Amcham e parece que isso de fato está acontecendo”, lembrou Gabriel Rico, CEO da Amcham, em entrevista na última sexta-feira à rádio Joven Pan, quando analisou os recentes acontecimentos. “O governo americano não pode manter tantas despesas com subsídios agrícolas. Ou esse dinheiro é economizado ou mais bem utilizado em outros campos que signifiquem geração de novos postos de trabalho e maior dinamização da economia americana. Isso hoje começa a ser voz corrente do Congresso dos EUA, quer por iniciativa de democratas ou republicanos”, completou Rico.
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Highlights A Amcham seguirá acompanhando de perto e trabalhando para apoiar a continuidade desse movimento em prol da eliminação dos subsídios a produtos agrícolas americanos que impactam o Brasil, por compreender que o País tem muito a se beneficiar com esse processo, inclusive no sentido de que se acelerem negociações e acordos entre os dois países vistos como essenciais pelo setor privado de ambos os lados. “A mudança de postura que começa a se desenhar no Congresso americano de cortar os gastos com os subsídios agrícolas vai ao encontro do interesse do Executivo americano, que busca reduzir o insustentável déficit fiscal. Isso cria condições para que os produtos agrícolas brasileiros passem a ter acesso ao mercado americano sem as barreiras costumeiras. Além da solução da questão dos subsídios, seriam criadas condições muito mais favoráveis para o conjunto das relações comerciais e de investimento entre os dois países”, resume o CEO da Amcham. Saiba mais detalhes sobre essas três importantes notícias americanas que impactam o Brasil, divulgadas por grandes veículos de comunicação: Reuters: Senado dos EUA vota por encerrar subsídio ao etanol BBC: Câmara dos EUA derruba compensação paga ao Brasil por subsídio a algodão Veja/ Agência Estado: EUA desistem de brigar com o Brasil sobre suco de laranja, afirma Itamaraty Ouça também a entrevista de Gabriel Rico à rádio Joven Pan
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